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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />

Nas lâminas coradas pela HE as células da glia não se<br />

destacam bem, aparecendo apenas os seus núcleos, entre os<br />

núcleos de dimensões maiores dos neurôtúos. Para o estudo<br />

da morfologia das células da neuróglia utilizam-se métodos<br />

especiais de impregnação pela prata ou pelo ouro.<br />

Calcula-se que haja, no sistema nervoso central, 10 células<br />

da glia para cada neurônio, mas, em virtude do menor<br />

tamanho das células da neuróglia, elas ocupam aproximada·<br />

mente a metade do volume do tecido. O tecido nervoso tem<br />

apenas uma quantidade mínima de material extracelular, e<br />

as células da glia fornecem um microambiente adequado<br />

para os neurônios e desempenham ainda outras fonções.<br />

· Oligodendrócitos e células de Schwann<br />

Os oligodendrócitos (Figuras 9.11 e 9.12) produzem as<br />

bainhas de mielina que servem de isolantes elétricos para<br />

os neurônios do sistema nervoso central. Os oligodendrócitos<br />

têm prolongamentos que se enrolam em volta dos<br />

axônios, produzindo a bainha de mielina, como mostra a<br />

Figura 9.13.<br />

As células de Schwann têm a mesma função dos oligodendrócitos,<br />

porém se localizam em volta dos axônios do<br />

Astrócito protoplasmático<br />

sistema nervoso periférico. Cada célula de Schwann forma<br />

mielina em torno de wn segmento de um único axônio. A<br />

Figura 9.25 mostra como a membrana da célula de Schwann<br />

se enrola em volta do axônio.<br />

• Astrócitos<br />

Os astrócitos são células de forma estrelada com múltiplos<br />

processos irradiando do corpo celular. Essas células<br />

apresentam feixes de filamentos intermediários constituídos<br />

pela proteína fibrilar ácida da glia, que reforçam a estrutura<br />

celular. Os astrócitos ligam os neurônios aos capilares<br />

sanguíneos e à pia-máter (tuna delgada camada de tecido<br />

conjuntivo que reveste o sistema nervoso central). Os<br />

astrócitos com prolongamentos menos numerosos e mais<br />

longos são chamados astrócitos fibrosos e se localizam na<br />

substância branca; os astrócitos protoplasmáticos, encontrados<br />

principalmente na substância cinzenta, apresentam<br />

maior número de prolongamentos que são curtos e muito<br />

ramificados (Figuras 9.11 a 9.14).<br />

Além da função de sustentação, os astrócitos participam<br />

do controle da composição iônica e molecular do<br />

ambiente extracelular dos nemônios. Alguns astrócitos<br />

apresentam prolongamentos, chamados pés vasculares,<br />

que se expandem sobre os capilares sanguíneos. Admite-se<br />

que esses prolongamentos transferem moléculas e íons do<br />

sangue para os neurônios. Prolongamentos com dilatações<br />

semelhantes aos pés vasculares são encontrados também<br />

na superfície do sistema nervoso central, formando uma<br />

camada contínua.<br />

~O <strong>Histologia</strong> aplicada<br />

Os espaços deixados pelos neurônios do sistema nervoso central<br />

mortos em razão de doenças ou acidentes são preenchidos pela proliferação<br />

(hiperplasia) e pela hipertrofia (aumento de volume) dos astrócitos,<br />

um processo denominado gliose.<br />

Astrócito fibroso<br />

Oligodendrócítos<br />

Figura 9.11 Desenhos de células da neuróglia, com base em cortes preparados por<br />

impregnações metálicas. Observe que apenas os astrócitos apresentam pés vasculares, em<br />

volta de capilar sanguíneo.<br />

Os astrócitos também participam da regulação de diversas<br />

atividades dos neurônios. Estudos in vit:ro mostraram<br />

que os astrócitos têm receptores para norepinefrina,<br />

aminoácidos (como o ácido gama-aminobutírico - GABA),<br />

hormônio natriurético, angiotensina II, endotelinas e outras<br />

moléculas. A existência de tantos receptores sugere que os<br />

astrócitos respondem a diversos sinais químicos.<br />

Os astrócitos podem influenciar a atividade e a sobrevivência<br />

dos nemônios, graças à sua capacidade de controlar<br />

os constituintes do meio extracelular, absorver excessos<br />

localizados de neurotransmissores e sintetizar moléculas<br />

neuroativas, como peptídios da família do angiotensinogênio<br />

e encefalinas (precursores de opioides). Existem<br />

evidências experimentais de que os astrócitos transportem<br />

compostos ricos em energia do sangue para os neurônios e<br />

metabolizem glicose até o estado de Jactato, que é passado<br />

para os neurônios.<br />

Finalmente, os astrócitos se commücam uns com os<br />

outros por meio de junções comunicantes, formando uma<br />

rede por onde informações podem transitar de tun local

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