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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />

Cabeça globular<br />

Miosina<br />

Local de ligação<br />

da miosina<br />

Figura 10.14 A contração muscular se inicia pela combinação de ea 2 • com a subunidade TnC da troponina, o que expõe o local ativo da actina (área hachuroda) que se combina<br />

com a miosina. Na etapa seguinte, a cabeça da miosina liga-se à actina e o ATP se decompõe em ADP e energía, produzindo o movimento da cabeça da miosina. Em consequência dessa<br />

modificaçJo da miosina, o filamento fino desliza sobre o filamento grosso. Esse processo, que se repete muitas vezes durante um ciclo de contração, leva a uma sobreposiçJo completa dos<br />

filamentos de actlna e mlosina e ao encurtamento da fibra muscular. (ReproduzJda, com autonízaçJo, de Ganong WF: Revíew of Medical Physiology, 20th ed. Mctíraw-Hill, 2001.)<br />

processo ativo (que consome energia), transfere Ca 2 • para<br />

o interior das cisternas, o que interrompe a atividade contrátil.<br />

A despolarização da membrana do retículo sarcoplasmático,<br />

que resulta na liberação de íons Ca 2 \ inicia-se na<br />

placa motora, uma junção mioneural situada na superfície<br />

da fibra muscular, que será descrita adiante. A despolarização<br />

iniciada na superficie teria de se difundir através<br />

da espessura da fibra para efetuar a liberação de Ca 2 • nas<br />

cisternas profundas do retículo sarcoplasmático. Nas fibras<br />

musculares mais calibrosas isso levaria a uma onda de<br />

contração lenta, de tal maneira que as miofibrilas periféricas<br />

iriam contrair-se antes das situadas mais profundamente.<br />

O sistema de túbulos transversais ou sistema T<br />

(Figura 10.15) é responsável pela contração uniforme de<br />

cada fibra muscular esquelética. Esse sistema é constituído<br />

por uma rede de invaginações tubulares da membrana<br />

plasmática (sarcolema) da fibra muscular, cujos ramos irão<br />

envolver as junções das bandas A e I de cada sarcômero<br />

(Figuras 10.16 e 10.17).<br />

Em cada lado de cada túbulo T existe uma expansão<br />

ou cisterna terminal do retículo sarcoplasmático. Este<br />

complexo, formado por um túbulo T e duas expansões<br />

do retículo sarcoplasmático, é conhecido como tríade<br />

(Figuras 10.1 O, 10.16 e 10.17). Na tríade, a despolarização<br />

dos túbulos T, derivados do sarcolema, é transmitida ao<br />

retículo sarcoplasmático.<br />

• Mecanismo da contração<br />

O sarcômero em repouso consiste em filamentos finos e<br />

grossos que se sobrepõem parcialmente. Durante o ciclo de<br />

contração, os dois tipos de filamento conservam seus comprimentos<br />

originais. A contração deve-se ao deslizamento<br />

dos filamentos uns sobre os outros, o que aumenta o tamanho<br />

da zona de sobreposição entre os filamentos e diminui<br />

o tamanho do sarcômero.<br />

A contração se inicia na faixa A, na qual os filamentos<br />

finos e grossos se sobrepõem. Durante o ciclo de contração<br />

a actina e a miosina interagem da seguinte maneira: durante<br />

o repouso, ATP liga-se à ATPase das cabeças da miosina.<br />

Para atacar a molécula de ATP e libertar energia, a miosina<br />

necessita da actina, que atua como cofator. No músculo em<br />

repouso a miosina não pode associar-se à actina, devido à<br />

repressão do local de ligação pelo complexo troponina-tropomiosina<br />

fixado sobre o filamento de actina. Em contrapartida,<br />

quando há disponibilidade de íons Ca 2 • , estes combinam-se<br />

com a unidade TnC da troponina, o que muda a<br />

configuração espacial das três subunidades de troponina e<br />

empurra a molécula de tropomiosina mais para dentro do<br />

sulco da hélice de actina (Figura 10.14). Em consequência,<br />

tornam-se expostos os locais de ligação da actina com a<br />

miosina, ocorrendo interação das cabeças da miosina com<br />

a actina. A combinação dos íons cálcio com a subunidade<br />

TnC corresponde à fase em que o complexo miosina-ATP<br />

é ativado. Como resultado da ponte entre a cabeça da miosina<br />

e a subunidade de actina, o ATP libera ADP, Pi (fosfato<br />

inorgânico) e energia. Ocorre uma deformação da cabeça e<br />

de parte do bastão da miosina, aumentando a curvatura da<br />

cabeça (Figura 10.14). Como a actina está combinada com<br />

a miosina, o movimento da cabeça da miosina empurra o<br />

filamento da actina, promovendo seu deslizamento sobre o<br />

filamento de miosina.<br />

Embora o filamento grosso tenha um elevado número de<br />

cabeças de miosina, em cada momento da contração apenas<br />

um pequeno número de cabeças alinha-se com os locais de

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