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Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro

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<strong>Histologia</strong> B~sica<br />

para observar e diferenciar colágeno é o uso do corante<br />

picrosirius associado a luz polarizada. Embora a maioria<br />

dos corantes seja útil para visualizar os vários componentes<br />

dos tecidos, eles normalmente oferecem pouquíssima<br />

informação sobre a natureza química dos componentes<br />

dos tecidos.<br />

Em muitos procedimentos (ver lmunocitoqufmica) os<br />

resultados de uma reação são evidenciados por um precipitado<br />

ou por um corante fluorescente, mas as células e os<br />

seus limites não são visíveis. Nesse caso é usado um contracorante<br />

- trata-se de um corante aplicado a um corte<br />

apenas para tornar possível a visualização das células ou<br />

dos núcleos. Outra maneira de evidenciar componentes de<br />

células e tecidos é a sua impregnação por metais, como<br />

prata e ouro, método muito usado para estudar tecido nervoso.<br />

O procedimento inteiro, desde a fixação até a observação<br />

de um tecido em um microscópio de luz, pode demorar de<br />

12 h a 2 dias, dependendo do tamanho do tecido, do fixador<br />

e do meio de inclusão utilizados.<br />

.,. Microscopia de luz<br />

Ao microscópio de luz (também chamado microscópio<br />

óptico), as preparações coradas são examinadas por iluminação<br />

que atravessa o espécime (transiluminação). O<br />

microscópio de luz é composto de partes mecânicas e ópticas<br />

(Figura 1.2). O componente óptico consiste em três sistemas<br />

de lentes: condensador, objetivas e oculares. O condensador<br />

concentra a luz de uma lâmpada e projeta um feixe luminoso<br />

sobre o espécime. A objetiva recebe a luz que atravessou o<br />

espécime e projeta uma imagem aumentada do espécime em<br />

direção à ocular, que novamente <strong>amp</strong>lia a imagem e a projeta<br />

na retina, em uma tela, em uma câmera fotográfica ou<br />

em um detector eletrônico. No caso das imagens projetadas<br />

na retina, a <strong>amp</strong>liação total é calculada multiplicando-se o<br />

aumento da objetiva pelo aumento da ocular.<br />

• Resolução<br />

O que se deseja em um microscópio é uma imagem<br />

aumentada e com muitos detalhes. O fator mais crítico para<br />

a obtenção de uma imagem aumentada e com muitos detalhes<br />

é o parâmetro chamado poder de resolução. Este pode<br />

ser definido como a menor distância entre duas partículas<br />

ou entre duas linhas, distância essa que possibilita que elas<br />

sejam vistas como dois objetos separados. O poder de resolução<br />

máximo do microscópio de luz (também chamado de<br />

resolução ou limite de resolução) é de aproximadamente<br />

0,2 µm; esta resolução toma possível a obtenção de boas<br />

imagens aumentadas até 1.000 a 1.500 vezes. Objetos menores<br />

ou mais delgados que 0,2 µm (como, por exemplo, a<br />

membrana da célula ou um filamento de actina) não podem<br />

ser distinguidos com esse instrumento. Da mesma maneira,<br />

dois objetos, como, por exemplo, duas mitocôndrias ou dois<br />

lisossomos, serão vistos como um só objeto se eles estiverem<br />

separados por menos de 0,2 µm. Portanto, o que determina a<br />

riqueza de detalhes da imagem é o limite de resolução de um<br />

Lente ocular<br />

Prisma<br />

Lente objetiva<br />

W--J-+--- Controles de<br />

Filtro de luz<br />

movimento da platina<br />

L~l-t-1---- Controles de<br />

~~~~~IP?T~<br />

Espelho<br />

ajuste de foco<br />

Figura 1.2 Desenho esqueimtico de um microscópio de luz, que mostra seus componentes<br />

prindpais e o trajeto da luz desde a fonte luminosa até o olho do observador.<br />

(Cortesia de Carl Zeíss Co.)<br />

sistema óptico, e não seu poder de aumento. O aumento só<br />

tem valor prático se for acompanhado de resolução. A resolução<br />

depende essencialmente da objetiva, pois a lente ocular<br />

apenas aumenta a imagem nela projetada pela objetiva.<br />

A área de atuação da microscopia tem sido <strong>amp</strong>liada<br />

pelo uso de videocâmeras de alta sensibilidade e resolução<br />

que tomam possível a digitalização de imagens que podem<br />

ser usadas em computadores para análise quantitativa por<br />

meio de aplicativos de análise de imagem. Objetos que não<br />

são visíveis diretamente pela ocular podem ser visualizados<br />

por uma videocâmera. Esses sistemas também são úteis para<br />

estudar células vivas por períodos longos, porque usam luz<br />

de baixa intensidade e evitam o dano celular que pode resultar<br />

de uma iluminação intensa.<br />

""' Microscopia de contraste de fase e de<br />

contraste diferencial de interferência<br />

Alguns sistemas ópticos possibilitam a observação de células<br />

e cortes não corados. Espécimes biológicos não corados<br />

são geralmente transparentes e dificeis de serem observados<br />

com detalhes, pois todas as partes do espécime têm quase a<br />

mesma densidade óptica. Em contrapartida, o microscópio<br />

de contraste de fase usa um sistema de lentes que produz

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