Histologia Básica, Texto e Atlas - 12ª Edição - Junqueira & Carneiro
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<strong>Histologia</strong> <strong>Básica</strong><br />
Ouvido interno<br />
Também chamado labirinto, é uma estrutura complexa<br />
formada por sacos membranosos cheios de líquido, que se<br />
encontram alojados dentro de cavidades na porção pétrea<br />
do osso temporal.<br />
O conjunto de cavidades e canais limitados por tecido<br />
ósseo chama-se labirinto ósseo. Dentro desse labirinto<br />
ósseo encontram-se estruturas membranosas que ocupam<br />
parcialmente as cavidades ósseas, seguindo geralmente -<br />
mas não sempre - a sua forma (Figura 23.20). to labirinto<br />
membranoso, que, apesar de em certas regiões se ligar à<br />
parede óssea, na maioria de sua extensão apresenta-se<br />
separado do osso. Existe, poís, um espaço entre o labirinto<br />
membranoso e o ósseo (Figura 23.20). Esse espaço é uma<br />
continuação do espaço subaracnóideo das meninges e se<br />
apresenta cheío de um fluido, a perilinfa, de composição<br />
semelhante à do líquido cefalorraquidiano. Além da perilinfa,<br />
existem delgadas traves de tecido conjuntivo contendo<br />
vasos, os quais unem o períósteo que reveste o labirinto<br />
ósseo às estruturas membranosas. O interior das estruturas<br />
membranosas é cheio de um líquido, a endolinfa, de composição<br />
e origem diferentes da perilinfa. O labirinto membranoso<br />
é formado principalmente por epitélio de revestimento<br />
pavimentoso, circundado por uma delgada camada<br />
de tecido conjuntivo. Se bem colocado profundamente, o<br />
epitélio do labirinto membranoso tem origem ectodérmica,<br />
país deriva de uma invaginação eetodérmica da parede<br />
lateral do esboço cefálico do embrião. Esta invaginação<br />
transforma-se gradualmente em uma vesícula, a vesícula<br />
ótica, que perde contato com o eetoderma, alongando-se<br />
no esboço do futuro osso temporal. A vesícula única inicial<br />
prolifera e cresce irregularmente, originando os vários<br />
compartimentos do labirinto membranoso no adulto. O<br />
epitélio das suas paredes, em certas regiões, estabelece<br />
contato com os nervos vestibular e codear, espessando-se<br />
e diferenciando-se em órgãos especiais, os receptores, que<br />
são as máculas, cristas e o órgão espiral de Corti.<br />
O labirinto ósseo é constituído por uma cavidade central<br />
de forma irregular: o vestíbulo, onde desembocam, de um<br />
lado, os canais semicirculares e, de outro, a códea. A disposição<br />
do labirinto membranoso dentro do labirinto ósseo está<br />
ilustrada na Figura 23.20. Observe que o vesh'bulo contém<br />
duas estruturas distintas, o sáculo e o utrículo. No utrículo<br />
desembocam os canais semicirculares. Cada um desses canais<br />
apresenta uma dilatação em uma das suas extremidades, as<br />
<strong>amp</strong>olas. O sáculo apresenta-se também dentro do vestíbulo<br />
e está unido ao utrículo e à cóclea por estreitos canais.<br />
Os duetos que ligam o utrículo ao sáculo reúnem-se com a<br />
forma de um Y - o dueto endolínfático (Figura 23.20).<br />
Sáculo e utrículo<br />
O sáculo e o utrículo são constituídos por epitélio simples<br />
pavimentoso, recoberto por delgada camada de tecido conjuntivo,<br />
do qual partem finas trabéculas para o periósteo que<br />
reveste o vestíbulo. O interior do sáculo e do utrículo é cheio<br />
de endolinfa e apresenta pequenas regiões (2 a 3 mm) de epitélio<br />
espessado e diferenciado em neuroepitélio, as chamadas<br />
máculas, onde terminam ramos do nervo vestibular. Ambas<br />
as máculas (do sáculo e do utrículo) apresentam-se dispostas<br />
perpendicularmente uma à outra e têm a mesma estrutura<br />
que será descrita a seguir e está ilustrada na Figura 23.21. As<br />
máculas são formadas basicamente pelas células de sustentação<br />
e as receptoras ou sensoriais.<br />
As células receptoras apresentam doís tipos celulares,<br />
ambos contendo na superficie longos prolongamentos do<br />
tipo dos estereocílios, além de um cílio típico com seu corpúsculo<br />
basal Essas células são conhecidas como "células<br />
com pelos~ Um dos tipos de célula sensorial tem forma de<br />
cálice e apresenta-se envolto por uma rede de terminações<br />
nervosas aferentes. O outro tipo é cilíndrico e mostra terrninações<br />
nervosas aferentes e eferentes. Entre as células receptoras<br />
encontram-se as células de sustentação (Figura 23.21),<br />
cilíndricas, com seus núcleos na região basal e microvilos na<br />
superficie apical. Cobrindo esse neuroepitélio encontra-se<br />
uma camada gelatinosa, de natureza glicoproteica, provavelmente<br />
secretada pelas células de sustentação e na qual estão<br />
embebidos os prolongamentos celulares. Na superfície dessa<br />
gelatina observam-se concreções de carbonato de cálcío, os<br />
otólitos ou estatocônios (Figura 23.22).<br />
Duetos semicirculares<br />
Apresentam paredes de constituição semelhante à do<br />
utrículo, isto é, epitélio pavimentoso simples e tecido conjuntivo.<br />
As áreas receptoras, entretanto, encontram-se nas<br />
<strong>amp</strong>olas e são constituídas por formações alongadas de<br />
neuroepitélio, chamadas cristas <strong>amp</strong>ulares. Essas cristas<br />
apresentam estrutura parecida com a das máculas, só que<br />
na camada glicoproteica não existem estatocõnios e ela<br />
se apresenta consideravelmente mais espessa, formando<br />
mesmo uma espécie de capuz cônico, a cúpula A cúpula<br />
alcança a parede oposta da crista, obliterando a dilatação<br />
dos duetos semicirculares (Figura 23.23).<br />
Saco e dueto endolinfáticos<br />
As paredes do dueto endolinfático são inicialmente revestidas<br />
por epitélio pavimentoso simples, que se transforma<br />
gradualmente, à medida que se aproxima do saco endolin-<br />
Células de<br />
sustentação<br />
Células<br />
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