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Revista SECOVIRIO - 103

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www.secovirio.com.br<br />

REVISTA<br />

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 venda proibida<br />

nº<strong>103</strong><br />

CURTINHAS<br />

pág. 5 » 6<br />

ENTREVISTA<br />

pág. 8 » 13<br />

CAPA<br />

pág. 16 » 19<br />

JURÍDICO<br />

pág. 21 » 26<br />

PRIMEIRA INFÂNCIA<br />

Com atividades desenvolvidas no pr óprio<br />

condomínio, bebês ganham estímulo em seu<br />

processo de desenvolvimento


Há 42 anos<br />

representando e valorizando<br />

os empresários do<br />

mercado imobiliário<br />

ASSOCIE-SE.<br />

NÃO PERCA TEMPO!<br />

CONHEÇA OS NOSSOS SERVIÇOS:<br />

Pareceres à disposição do associado<br />

Atendimento e consultoria jurídico<br />

Comissão de conciliação e arbitragem<br />

Cursos profissionalizantes<br />

Pós-Graduação em Direito Imobiliário<br />

Reuniões de empresários<br />

Encontro de Síndicos<br />

Encontro Nacional de Inquilinos e Locadores<br />

Encontro Estratégico para associados


SUMÁRIO<br />

DIRETORIA/EXPEDIENTE<br />

ENTREVISTA<br />

MATÉRIA ESPECIAL<br />

2<br />

8<br />

30<br />

PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

CAPA<br />

INSTITUCIONAL<br />

4<br />

16<br />

34<br />

CURTINHAS<br />

JURÍDICO<br />

INDICADORES<br />

HABITACIONAIS<br />

5<br />

21<br />

37<br />

NOVEMBRO•DEZEMBRO 2016 / nº <strong>103</strong><br />

NOSSOS LUGARES<br />

BOO!<br />

SERVIÇOS E PRODUTOS<br />

38<br />

46<br />

53<br />

É PRECISO DESAPRENDER<br />

Um humorista norte-americano certa vez criou uma grata definição: um bebê é uma ótima<br />

forma de começar uma pessoa. O apontamento de Don Herold pode ganhar um novo sentido<br />

se observado à luz da ciência.<br />

Nas últimas décadas, descobriu-se que bebês já desvendam o mundo de modo análogo ao<br />

dos cientistas: com experimentos, análises estatísticas e formação de teorias intuitivas − isso<br />

com poucas semanas de vida. A explicação está na capacidade de olhar para o ambiente sem<br />

preconceitos ou vícios de aprendizado.<br />

Cientes da importância de valorizar as habilidades que surgem na primeira infância, muitos<br />

pais têm investido em iniciativas que estimulem a criatividade de seus bebês já nesse período.<br />

A tendência chegou aos condomínios fluminenses, que passaram a adotar atividades<br />

especiais para esse público tão cheio de energia e delicadeza.<br />

Na matéria de capa desta edição, você vai poder entender como tais experiências têm<br />

contribuído para trazer uma perspectiva mais ampla ao desenvolvimento das novas gerações.<br />

Com um pequeno empurrãozinho, essas crianças têm dado vida não só à própria inteligência<br />

psicomotora, mas também ensinado aos adultos como é simples conviver com as diferenças.<br />

EQUIPE SECOVI RIO


DIRETORIA/EXPEDIENTE<br />

DIRETORIA SECOVI RIO<br />

Efetivos<br />

Presidente: Pedro José Maria Fernandes Wähmann<br />

Vice-Presidente: Leonardo Conde Villar Schneider<br />

Vice-Presidente Financeira e de Desenvolvimento: Maria Teresa Mendonça Dias<br />

Vice-Presidente Administrativo: Ronaldo Coelho Netto<br />

Vice-Presidente de Marketing: João Augusto Pessôa<br />

Vice-Presidente Jurídico: Rômulo Cavalcante Mota<br />

Vice-Presidente de Assuntos Condominiais: Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa<br />

Vice-Presidente de Locações: Antonio Paulo de Garcia Monnerat<br />

Vice-Presidente de Relações do Trabalho: Dennys Abdalla Muniz Teles<br />

Suplentes<br />

Aldo Fernando Villar Hecht da Fonte; Antonio Carlos Ferreira; Antonio Henrique Lopes da Cunha; Frederico Honorato Rodrigues Moreira; Germana<br />

Aragão de Mesquita Aguiar; Luiz Alberto Queiroz Conceição; Luis Carlos Bulhões Carvalho da Fonseca Filho; Pedro Carlos Carsalade<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Efetivos<br />

Dorzila Irigon Tavares; Marco Antonio Moreira Barbosa<br />

Suplentes<br />

Antonio José Fernandes Costa Neto; Marco Antonio Valente Tibúrcio; Marco Antonio Vieira de Mello<br />

DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

Efetivos<br />

Pedro José Maria Fernandes Wähmann; Manoel da Silveira Maia<br />

Suplentes<br />

João Augusto Pessôa; Ronaldo Coelho Netto<br />

CONSELHO DE RELAÇÕES DO TRABALHO<br />

Dennys Abdalla Muniz Teles (presidente); Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa; Fernando Schneider; Maria Teresa Mendonça Dias<br />

REGIONAIS SECOVI RIO<br />

Regional Baixada Fluminense<br />

Av. Governador Roberto Silveira, 470, sala 412, Centro, Nova Iguaçu - RJ<br />

(Edifício Top Commerce)<br />

CEP: 26210-210<br />

Telefone: (21) 2667-3397<br />

E-mail: baixadafluminense@secovirio.com.br<br />

Regional Lagos<br />

Rua Francisco Mendes, 350, loja 5, Centro, Cabo Frio - RJ<br />

(Leste Shopping)<br />

CEP: 28907-070<br />

Telefone: (22) 2647-6807<br />

E-mail: lagos@secovirio.com.br<br />

Regional Litorânea<br />

Av. Ernani do Amaral Peixoto, 334, sala 1.009, Centro, Niterói - RJ<br />

CEP: 24009-900<br />

Telefone: (21) 2637-1633<br />

E-mail: litoranea@secovirio.com.br<br />

Regional Noroeste Fluminense<br />

Praça São Salvador, 21, sala 904, Centro, Campos dos Goytacazes - RJ<br />

CEP: 28010-000<br />

Telefone: (22) 2738-1046<br />

E-mail: noroestefluminense@secovirio.com.br<br />

Regional Norte Fluminense<br />

Avenida Rui Barbosa, 1.043, sala 201, Centro, Macaé - RJ<br />

CEP: 27910-362<br />

Telefone: (21) 2772-3714<br />

E-mail: nortefluminense@secovirio.com.br<br />

Regional Serra Imperial<br />

Rua Dr. Nelson de Sá Earp, 95, sala 406, Centro, Petrópolis - RJ<br />

CEP: 25680-195<br />

Telefone: (24) 2237-5413<br />

E-mail: serraimperial@secovirio.com.br<br />

Representante: José Roberto Bittencourt Sauer<br />

Regional Serra Norte<br />

Rua Doutor Ernesto Brasílio, 45, sala 205, Centro, Nova Friburgo - RJ<br />

CEP: 28610-120<br />

Telefone: (22) 2523-7513<br />

E-mail: serranorte@secovirio.com.br<br />

Representante: Gabriel de Freitas Ruiz<br />

Regional Serra Verde<br />

Av. Feliciano Sodré, 460, loja 3, Várzea, Teresópolis - RJ<br />

CEP: 25963-082<br />

Telefone: (21) 2742-2102<br />

E-mail: serraverde@secovirio.com.br<br />

Representante: Henrique Luiz Rodrigues<br />

Regional Sul Fluminense<br />

Rua Dezesseis, 109, sala 1.101/A3-cobertura, Vila Sta. Cecília, Volta Redonda - RJ<br />

(Edifício Vila Shopping)<br />

CEP: 27260-110<br />

Telefone: (24) 3339-2272<br />

E-mail: sulfluminense@secovirio.com.br<br />

Representante: Vanisi de Oliveira Ferreira<br />

SEDE<br />

Av. Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000 - Fax: (21) 2272-8001<br />

E-mail: secovi@secovirio.com.br<br />

A <strong>Revista</strong> Secovi Rio é uma publicação institucional, bimestral, do<br />

Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração<br />

de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais em todo o<br />

Estado do Rio de Janeiro.<br />

EXPEDIENTE<br />

Conselho Editorial: Pedro Wähmann, João Augusto Pessôa<br />

e João Fernandes Filho<br />

Gerente de Marketing e Comunicação: Marcos Mantovan<br />

REDAÇÃO<br />

imprensa@secovirio.com.br<br />

Jornalistas responsáveis: Gustavo Monteiro (25.140 MTE/RJ)<br />

e Igor Augusto Pereira (2.629 MTE/GO)<br />

Redação: Gustavo Monteiro, Igor Augusto Pereira e Amanda Gama<br />

Projeto gráfico e diagramação: Henrique Vasconcellos<br />

Ilustração: Daniel Santos de Abreu<br />

Revisão: Sandra Paiva<br />

Fotografias: Daniel Wander<br />

PUBLICIDADE<br />

Elcias Teodoro (21) 2272-8009 - (21) 97377-7913<br />

(21) 99789-6454<br />

teodoro@secovirio.com.br<br />

parcerias@secovirio.com.br<br />

Thiago Bogado (21) 2272-8007 - (21) 97226-8936<br />

revista@secovirio.com.br<br />

thiago@secovirio.com.br<br />

A revista reserva-se o direito de não aceitar publicidade sem<br />

fundamentar motivação de recusa.<br />

Os anúncios veiculados são de responsabilidade dos anunciantes.<br />

IMPRESSÃO<br />

Gráfica Colorset<br />

Tiragem: 24.000 exemplares. Distribuição gratuita.<br />

Auditada pela:<br />

BKR Lopes, Machado Auditors, Consultants & Business Advisers.<br />

Distribuição nacional:<br />

Treelog S.A. Logística e Distribuição.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 2


senior<br />

Síndicos e condôminos precisam contar sempre com a experiência de uma empresa pioneira, que evoluiu<br />

com o mercado. Há 70 anos a Zirtaeb vem conquistando a confiança dos síndicos e proprietários de imóveis.<br />

................................<br />

O BRAÇO DIREITO DO SÍNDICO E PROPRIETÁRIOS<br />

/zirtaeb | acesse: www.zirtaeb.com | Tel. 3233.3500<br />

Administração de Condomínios e Imóveis para renda, compra e venda.<br />

CRECI J101 / ABADI 2 / SECOVI 11


PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

Em linhas gerais, a função de um sindicato é defender os interesses da categoria que<br />

representa. Mas, no caso do Secovi Rio, nossa missão vai além: “Promover o desenvolvimento dos<br />

condomínios e das empresas do setor de comércio e serviços imobiliários, contribuindo para a<br />

geração de melhores resultados e melhoria da sociedade.”<br />

Isso significa que procuramos pautar nossas ações não apenas no bem-estar de nossos<br />

representados, mas também na criação de um ambiente social, político e econômico favorável para<br />

todas as pessoas que vivem no Estado do Rio. Por isso, ao longo do ano de 2016, procuramos<br />

dialogar com atores que não necessariamente estão ligados ao nosso setor, mas que, de alguma<br />

maneira, podem influenciar na nossa atividade.<br />

Nas eleições municipais do Rio, por exemplo, trouxemos dois candidatos para conhecer de perto as<br />

propostas do setor imobiliário, discutir o futuro e os problemas da cidade: Marcelo Freixo e Carlos<br />

Osório. Para os demais, que não puderam vir ao Secovi Rio, entregamos um caderno com as<br />

principais demandas de nossos representados. Este foi mais um projeto que demonstra o quanto<br />

estamos preocupados em ultrapassar os limites de nossa representatividade, buscando mais<br />

qualidade de vida para a sociedade como um todo.<br />

Quando uma entidade sindical se fecha em si mesma, esquivando-se do contexto social em que está<br />

inserida, ela perde a oportunidade de agregar valores e melhorar sua prestação de serviços. O<br />

Secovi Rio está atento não apenas à área geográfica à qual pertence, mas também à realidade do<br />

mundo atual. Ao convidarmos o administrador espanhol Pepe Gutiérrez, um dos maiores<br />

especialistas em administração imobiliária no mundo, para uma palestra, em outubro, a intenção foi<br />

mostrar aos representados do Sindicato da Habitação as tendências da administração condominial,<br />

ampliando nossos horizontes.<br />

Para 2017, pretendemos continuar seguindo a mesma dinâmica, buscando dialogar cada vez mais<br />

com a sociedade, a fim de assimilar valores atuais como o respeito às diferenças, a ética, a inovação,<br />

a sustentabilidade, o compartilhamento, entre outros. O futuro promissor que queremos para nós é o<br />

mesmo que desejamos para todos os cidadãos.<br />

Pedro Wähmann<br />

Presidente do SECOVI RIO<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 4


CURTINHAS<br />

Arquitetura antidivórcio<br />

Um escritório holandês<br />

desenvolveu o projeto de uma<br />

casa com dois módulos que<br />

podem ser separados caso os<br />

moradores se divorciem. A<br />

edificação é construída em fibra de<br />

carbono e uma camada de<br />

madeira. Se o casal se separar, as<br />

unidades se dividem e podem ser<br />

transportadas para outro<br />

ambiente. Será que a moda pega?<br />

Studio OBA<br />

Estúdio Penha<br />

Varanda moderna<br />

Para muita gente, ter um imóvel com varanda é um verdadeiro<br />

sonho. Queridinhos dos habitantes de edifícios mais novos,<br />

esses espaços muitas vezes são integrados e transformados na<br />

extensão da sala de estar. Com uma pegada industrial, a<br />

varanda da foto é delimitada pelo ladrilho hidráulico. Os<br />

pendentes, localizados acima da mesa, foram recuperados de<br />

um centro cirúrgico desativado e revitalizados. Mas fique de<br />

olho: antes de modificar esse ambiente, consulte um arquiteto<br />

sobre as regras de zoneamento urbano e veja se a Convenção<br />

do condomínio dispõe sobre alterações em varandas.<br />

Gesso ou massa corrida?<br />

Na hora de reformar, muitos donos de imóveis ficam em dúvida sobre os prós e contras da utilização do<br />

gesso e da massa corrida. Os dois materiais são usados para preencher imperfeições e nivelar superfícies<br />

de alvenaria não molháveis. Para entender qual é a melhor opção, fique de olho nessas dicas do portal<br />

Casa. O gesso seca mais rápido, não precisa de selador e pode ser aplicado diretamente em blocos<br />

cerâmicos e de concreto. Em contrapartida, precisa ser misturado com água, demanda o uso de preparador<br />

e é mais poroso, portanto consome mais tinta. Já a massa corrida é formulada para receber pintura,<br />

utilizando menos tinta, tem fácil aplicação, não precisa de preparador e tem melhor isolamento acústico. Por<br />

outro lado, é necessário selador e, para ser aplicada em blocos cerâmicos e concreto, deve receber<br />

chapisco, emboço e reboco.<br />

Legado na moradia<br />

Se no Rio de Janeiro os imóveis que abrigaram os<br />

atletas da Rio 2016 estão começando a ser<br />

ocupados agora, em Londres, sede da edição<br />

anterior dos Jogos, a antiga Vila Olímpica já tem<br />

ocupação completa e identidade própria.<br />

Localizado em Stratford, o empreendimento ajudou<br />

a revitalizar uma área antes degradada e violenta.<br />

Metade das unidades está alugada a preços<br />

populares e, embora se trate de uma iniciativa<br />

privada, o governo é que estabelece um índice de<br />

reajuste anual. “Na parte externa, há várias<br />

iniciativas para estimular a prática de esporte”,<br />

contou à BBC Brasil o paulista Frank da Silva, que<br />

vive na Inglaterra há 25 anos.<br />

Padmayogini / Shutterstock.com<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 5


Tatuzão no pódio<br />

O projeto da Linha 4 do metrô no Rio<br />

de Janeiro está entre os finalistas do<br />

ITA Tunneling Awards, considerado o<br />

Oscar dos Túneis. O sistema de<br />

escavação, feito sob medida para o<br />

solo carioca, disputa a categoria<br />

“Inovação Técnica do Ano” com<br />

representantes de Cingapura,<br />

Finlândia, Noruega e Inglaterra. O<br />

resultado sai em 11 de novembro.<br />

Jardim vertical<br />

Viver em um imóvel pequeno não é<br />

mais desculpa para não ter plantas.<br />

Com a popularização dos jardins<br />

verticais, só é preciso um pouquinho<br />

de criatividade e dedicação para<br />

trazer a natureza para dentro de<br />

casa. E, muitas vezes, você nem<br />

precisa gastar com material para<br />

isso. Na foto ao lado, o morador<br />

utilizou caixinhas de leite ou suco<br />

para abrigar suas flores e temperos.<br />

Para conseguir um visual mais<br />

coeso, você pode, ainda, cobrir as<br />

embalagens com tecido.<br />

Reprodução: Instagram<br />

Divulgação<br />

Au revoir, plástico!<br />

Comuns nas festas infantis e redes de<br />

fast-food, os copos e pratos plásticos<br />

devem ser banidos da França em 2020.<br />

É que o país aprovou uma medida<br />

contra a produção e o uso desse<br />

material. Um dos objetivos é reduzir<br />

em até 30% a produção de gases do<br />

efeito estufa até 2030 e diminuir pela<br />

metade o consumo de energia até<br />

2050.<br />

Natal sustentável<br />

Com a crise, muita gente tem<br />

descoberto os benefícios do<br />

faça-você-mesmo e dado um show<br />

na decoração de suas casas no fim<br />

de ano. Veja só essa árvore de Natal<br />

feita a partir de um palete. A madeira<br />

pode ser deixada na cor natural, com<br />

o desenho do pinheiro pintado.<br />

Depois, basta utilizar pregos para<br />

pendurar seus enfeites.<br />

Mapa vivo<br />

Um grupo de pesquisadores da UFRJ desenvolveu uma<br />

ferramenta cartográfica que permitirá a qualquer pessoa<br />

pesquisar intervenções temporárias já ocorridas ou em<br />

desenvolvimento na capital fluminense. A partir de um mapa<br />

colaborativo, é possível consultar eventos esportivos,<br />

instalações artísticas, festas populares, entre outros, em sua<br />

região de interesse. O projeto visa identificar como os espaços<br />

públicos são utilizados pelos cidadãos, permitindo também que<br />

sejam formuladas iniciativas para transformar regiões mais<br />

esquecidas. A plataforma pode ser acessada gratuitamente no<br />

endereço eletrônico www.intervencoestemporarias.com.br.<br />

Reprodução: Pinterest<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 6


ENTREVISTA • DOMINIC BARTER<br />

POR UMA LÓGICA<br />

DO AFETO<br />

Igor Augusto Pereira<br />

É possível conversar sobre temas espinhosos<br />

sem ferir? Para muita gente, não. Com o tempo,<br />

esse silêncio sobre os pequenos conflitos vai<br />

dando espaço a uma insustentável dureza nas<br />

relações, ou, em outras palavras, a uma<br />

comunicação mais violenta.<br />

Sem formação acadêmica, mas com bagagem<br />

adquirida no trabalho em centros comunitários,<br />

o pesquisador social inglês Dominic Barter, que<br />

vive no Brasil desde 1992, especializou-se<br />

nesse tipo de problemática e acabou se<br />

transformando em referência das chamadas<br />

práticas restaurativas.<br />

Com projetos em escolas, empresas, prédios e<br />

até mesmo no sistema judiciário, Barter aplica<br />

os princípios da Comunicação Não-Violenta –<br />

um tipo de pesquisa aberta fundada pelo<br />

psicólogo americano Marshall Rosenberg,<br />

baseada na boa convivência e na inteligência<br />

dos relacionamentos.<br />

Em entrevista à <strong>Revista</strong> Secovi Rio, o<br />

pesquisador fala sobre as dificuldades de<br />

construir relações de compreensão,<br />

entendimento e parceria entre vizinhos.


ENTREVISTA • DOMINIC BARTER<br />

Por que é tão difícil conviver? A Comunicação Não-Violenta<br />

busca explicar isso?<br />

Em parte, porque a maioria das pessoas não aborda o assunto “convivência” nas três<br />

diferentes esferas em que atuam. A primeira é a intrapessoal, que define a maneira<br />

como nos relacionamos com nós mesmos. A segunda, interpessoal – a mais conhecida,<br />

que chama mais atenção, mas que muitas vezes é regida por uma lógica de certo e<br />

errado, de que as pessoas deveriam se comportar de certo jeito. Por último, a<br />

sistêmica, que busca entender os acordos implícitos que regem a forma como<br />

convivemos.<br />

Dominic<br />

Mas como exatamente isso se aplica ao dia a dia de uma<br />

vizinhança?<br />

Há uma implicação prática. Em uma vizinhança, ou mesmo em uma família, todo mundo<br />

sabe que o João tem um problema com a pessoa do (apartamento) 302. Mas,<br />

normalmente, não entendem o que João e essa pessoa do 302 estão pensando sobre si<br />

mesmos, só em como estão tratando um ao outro, nem sobre os acordos implícitos<br />

feitos para conviver nesse condomínio.<br />

Dominic<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 9


ENTREVISTA • DOMINIC BARTER<br />

Que tipo de acordos?<br />

Hoje em dia,<br />

praticamos muito<br />

pouco uma escuta<br />

inteligente.<br />

Acordos que faziam sentido quando a gente morava em<br />

aldeias ou pequenos bairros, em que todos se conheciam<br />

ao andar pela rua. Essa é a época em que a maioria dos<br />

acordos de convivência foi estabelecida. Mas, nos últimos<br />

100 anos, temos mudado radicalmente nossa forma de<br />

viver. E os condomínios em prédios grandes são um<br />

exemplo disso. Muitas vezes, a gente não conhece a<br />

pessoa que vive no andar de cima ou no de baixo, cruza<br />

apenas no elevador. Então, é óbvio que, em uma<br />

configuração dessas, alguns acordos mais antigos vão<br />

continuar valendo e outros não.<br />

Dominic<br />

E o que é possível fazer para amenizar ou reverter esse<br />

quadro?<br />

Primeiro, reaprender a escutar. Nossa tendência é escutar apenas as palavras que os<br />

outros nos dizem e prestar atenção ao sentido por trás delas. Quando alguém se<br />

expressa, tanto faz quais palavras usa. O que essa pessoa quer é estabelecer<br />

inicialmente um sentido compartilhado, checar se o outro é capaz de perceber a<br />

situação a partir de sua perspectiva. Se isso não se realiza, começamos a ver as brigas<br />

que são aparentemente sobre nada.<br />

Dominic<br />

O que tem um impacto sobre aquilo que é realmente significativo.<br />

As relações que ficam tensionadas, estressadas e se rompem por motivos que, vistos<br />

de fora, não são suficientes. Hoje em dia, praticamos muito pouco uma escuta<br />

inteligente, em que se procura descobrir exatamente o que o outro quer dizer. Muitos de<br />

nós até temem que, ao escutar demais, iremos concordar com o outro e, assim, perder<br />

posição.<br />

Dominic<br />

Mas é possível aprender a escutar de fato?<br />

Escutar é inicialmente uma escolha. Eu escolho conviver positivamente com as<br />

pessoas à minha volta, reconhecendo que meu bem-estar é muito impactado pela<br />

abertura de diálogo. No prédio onde eu moro, como em muitos condomínios, há uma<br />

questão de barulho. Há um vão que faz com que o choro da criança, que é muito jovem,<br />

acorda muito cedo e vive dois andares abaixo do meu, chegue muito alto à janela do<br />

meu apartamento. Então, a boa relação que tenho com ela facilita muito na construção<br />

de uma solução que respeite a família da criança e o meu sono.<br />

Dominic<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 10


ENTREVISTA • DOMINIC BARTER<br />

O barulho é uma questão central, mas poucos moradores<br />

falam diretamente com os vizinhos sobre isso.<br />

Todos os<br />

problemas são<br />

contornados<br />

quando a gente é<br />

capaz de falar a<br />

verdade.<br />

Você deve conhecer muitas histórias em que as pessoas<br />

acabam sofrendo problemas muito grandes em reuniões<br />

de condomínio, em virtude de mal-entendidos, ou até se<br />

mudando... Todos os problemas são contornados quando<br />

a gente é capaz de falar a verdade e ouvir a intenção por<br />

trás da fala e das ações das pessoas. A Comunicação<br />

Não-Violenta responde ao fato de que, em nossa<br />

sociedade, muitos de nós têm esquecido como fazer isso.<br />

Dominic<br />

Quer dizer que a violência na comunicação tem a ver com<br />

nossa recusa em encarar os pequenos conflitos do dia a dia?<br />

Acredito que isso seja metade do problema. A outra é que a ideia de privacidade tem<br />

feito muitos de nós pensarmos duas vezes antes de bater à porta do outro, estender a<br />

mão, expressar gratidão e se conhecer melhor. Então, tendemos a nos refugiar em<br />

nosso lugar de moradia. Assim, as relações perdem sua vivacidade e seu potencial para<br />

momentos de alegria. Nossa resposta ao conflito, de rotular o outro como sendo<br />

problemático, em vez de escutá-lo, combinada ao desestímulo de nosso desejo de<br />

conhecer um ao outro, tem diminuído nossa qualidade das relações e a satisfação em<br />

conviver.<br />

Dominic<br />

Você também desenvolve um trabalho em Comunicação<br />

Não-Violenta em áreas de conflito, como favelas.<br />

A favela não<br />

é mais conflituosa<br />

que o Alto Leblon<br />

A favela não é mais conflituosa que o Alto Leblon, por<br />

exemplo. Os conflitos se manifestam de formas<br />

diferentes, mas não em um nível distinto. Entro em uma<br />

empresa grande e vejo muito conflito. Entro em uma<br />

escola pública e em uma escola privada e vejo muito<br />

conflito. Famílias de todas as classes sociais<br />

experimentam conflito. Entendo isso como um aspecto<br />

natural, e até saudável, da convivência entre as pessoas.<br />

A questão é como a gente lida com o conflito.<br />

Dominic<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 12


ENTREVISTA • DOMINIC BARTER<br />

Mas o que diferencia exatamente os conflitos?<br />

É preciso<br />

recuperar nossa<br />

capacidade de<br />

enxergar o outro<br />

como ser humano<br />

Em certas situações, como as favelas, muitas pessoas<br />

não têm as condições mínimas adequadas para conviver<br />

bem. Isso faz com que os conflitos naturais do dia a dia<br />

possam se tornar perigosos à saúde e à integridade física<br />

de uma forma mais rápida que em outros ambientes. Mas<br />

não é porque o conflito é maior. Nesses contextos, como<br />

um prédio de luxo, uma empresa, uma escola, um<br />

presídio, procuramos sempre os elementos muito<br />

primários e muito fáceis de esquecer, que podem ser<br />

resumidos em uma palavra: respeito.<br />

Dominic<br />

Como exercitar o respeito?<br />

Etimologicamente, respeito é a capacidade de olhar duas vezes. Primeiro, para tudo que<br />

é único em você, o formato do seu rosto, seu cabelo, a cor da sua pele, sua roupa, o<br />

gênero com que você se identifica, ideologia política. E não parar por aí, nos rótulos,<br />

como “ah, é um cara legal”, “ah, é meio suspeito”, “é uma pessoa problemática”, “é<br />

generosa”. Mas de olhar generosamente, re-olhar, enxergar o que está por trás de tudo<br />

isso, a humanidade que essa pessoa tem... E encontrar, nessa humanidade, o meu<br />

semelhante.<br />

Dominic<br />

E como o trabalho é feito na prática? Como as pessoas são engajadas nesse tema?<br />

Temos diferentes maneiras. Há materiais on-line, um grupo no Facebook chamado “CNV<br />

– Comunicação Não-Violenta”, o livro do Marshall Rosenberg (versão em português<br />

disponibilizada pela Editora Ágora), que é indicado para quem quer começar. Também<br />

realizamos eventos mensais abertos ao público, sempre na segunda quarta-feira do<br />

mês, em um bairro diferente do Rio de Janeiro. Isso inicia um percurso de<br />

aprendizagem, que envolve outros eventos mais longos, grupos de prática... E a terceira<br />

forma é se envolver em projetos específicos, que procurem mudar uma realidade. Uma<br />

empresa, uma escola ou um condomínio, por exemplo, podem decidir aplicar algumas<br />

práticas de boa convivência para facilitar que certa situação se transforme.<br />

Dominic<br />

Como é possível exercitar individualmente esses princípios?<br />

Uma coisa que eu acho extremamente importante é que as pessoas tenham apoio para<br />

tentar ouvir as verdadeiras intenções do outro. Nossa tendência é pensar que a<br />

verdadeira intenção do outro é ganhar algum tipo de vantagem ou nos punir de algum<br />

modo. Isso é uma expressão da dor, do incômodo, da desorientação, do medo que<br />

sentimos perante o comportamento do outro. É preciso recuperar nossa capacidade de<br />

enxergar o outro como ser humano. Então, precisamos pensar “se fosse eu fazendo<br />

aquilo, qual seria o motivo?”. A partir do momento em que enxergo que, por trás de<br />

uma atitude alheia, há um valor que compartilho, passo a enxergar o outro como gente<br />

de novo. E, assim, procuro entender como nos cuidar mutuamente, em vez de<br />

estabelecer uma relação adversarial, em que um ganha e outro perde.<br />

Dominic


SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 14


CAPA<br />

Brincando de<br />

aprender<br />

Thati Carvalho<br />

Amanda Gama<br />

Atividades lúdicas chegam aos condomínios,<br />

ajudando no desenvolvimento de bebês<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 16


Já foi época em que lugar de bebê era<br />

deitadinho no berço, preso dentro de<br />

casa ou, no máximo, no carrinho,<br />

pegando sol na pracinha. Hoje em dia já<br />

está mais do que comprovado que,<br />

desde cedo, há diversas atividades que<br />

contribuem para o desenvolvimento físico e<br />

mental dos pequenos. Entre tantos estudos sobre<br />

o tema, em abril deste ano uma pesquisa da<br />

Universidade do Estado de Washington apontou<br />

que a música pode ajudar os bebês no<br />

aprendizado da fala.<br />

O estudo acompanhou a evolução de dois<br />

grupos: o primeiro, composto por 20 bebês<br />

menores de 9 meses, que aprenderam a<br />

reproduzir ritmos musicais em um pequeno<br />

tambor, e o segundo, com 19 bebês da mesma<br />

idade, que recebeu outros tipos de brinquedo.<br />

Após uma semana, todos se submeteram a<br />

testes para detectar o nível de atividade do<br />

cérebro. E constatou-se que os bebês que foram<br />

estimulados a participar de atividades que<br />

envolviam música apresentaram maior atividade<br />

na região do cérebro importante para o<br />

aprendizado da linguagem.<br />

Para a principal autora da pesquisa, Christina<br />

Zao, a resposta para isso está relacionada ao fato<br />

de que, para adquirir a capacidade de falar, é<br />

necessário o reconhecimento de tons e ritmos e<br />

ter a capacidade de antecipação.<br />

Mas, se as pesquisas reforçam, muitas mamães,<br />

papais, madrastas, padrastos, vovós, vovôs, titias<br />

e titios por aí têm descoberto na prática mesmo<br />

que diversão e socialização fazem toda a<br />

diferença para o bem-estar dos bebês. E essa<br />

realidade tem ampliado no mercado a oferta de<br />

atividades desenvolvidas especialmente para<br />

eles. Melhor ainda: muitas vezes, não há sequer a<br />

necessidade de se deslocar muito porque a<br />

brincadeira pode ir para a vizinhança. Às vezes,<br />

para dentro do condomínio.<br />

E foi na vizinhança mesmo que a mamãe<br />

Rafaela Auler descobriu, por acaso, um dos<br />

passatempos preferidos de Maria Antonia, de<br />

apenas 1 ano e meio. Quando morava na Gávea,<br />

ela costumava passear com a filha na rua todos<br />

os dias pela manhã. Um dia, ouviu uma música<br />

infantil sendo tocada e cantada no edifício<br />

vizinho e perguntou ao porteiro o que era. “Ele<br />

me disse que havia um ‘encontro de bebês’ toda<br />

semana no play e me deixou entrar para dar uma<br />

espiadinha. Assim que vi a roda de bebês, me<br />

encantei com a música, a energia e a alegria das<br />

crianças e dos professores”, conta.<br />

Toda essa animação era resultado de um projeto<br />

chamado Fabulosos, que atende bebês dos 4<br />

meses de vida até 3 anos de idade e promove<br />

aulas de estímulo ao desenvolvimento infantil<br />

por meio da psicomotricidade, musicalização,<br />

atividades sensoriais e cognitivas, trabalhando<br />

questões pedagógicas e afetivas. Os grupos de<br />

crianças são divididos de acordo com a faixa<br />

etária e o desenvolvimento, e devem ser<br />

formados por, no mínimo, seis crianças, e no<br />

máximo, 13.<br />

No mesmo dia da descoberta, Rafaela<br />

conversou com os professores e, na semana<br />

seguinte, Maria Antonia, na época com 6 meses,<br />

já estava participando das aulinhas. No início do<br />

ano, elas se mudaram para a Barra da Tijuca.<br />

“Fiz questão de procurar a turminha da Barra e<br />

continuar a levar a Maria Antonia aos encontros.<br />

Estamos firmes e fortes até hoje”, comemora.<br />

A mamãe Rafaela e sua pequena Maria Antonia<br />

divertem-se na roda de bebês do Fabulosos<br />

Sementinha Filmes<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 17


Mas como funciona?<br />

As rodas de bebês são formadas por um grupo de<br />

pessoas que conhecem o trabalho do Fabulosos, se<br />

juntam e, num processo de parceria, cedem um<br />

espaço para que tudo seja organizado. O fundador<br />

do projeto, Fabiano Manhães, tem formação em<br />

artes visuais e psicomotricidade e explica que o<br />

Fabulosos surgiu em 2013, a princípio com uma<br />

ideia mais recreativa, mas, à medida que ele foi<br />

aprofundando seus estudos, ampliou o caráter<br />

pedagógico do trabalho.<br />

Nos encontros, a principal ferramenta de interação<br />

é a música utilizada para buscar o universo lúdico,<br />

estimulando a capacidade sensorial e o<br />

desenvolvimento. “A construção vai se dando ao<br />

longo do processo de trabalho e da necessidade de<br />

cada um. Há, por exemplo, a criança que tem<br />

dificuldade de socializar, de se concentrar, a que<br />

tem nojinho... Vamos trabalhando essas situações<br />

delicadamente e respeitando o tempo de cada<br />

uma”, explica.<br />

Mas, apesar do sucesso dentro dos condomínios,<br />

Fabiano esclarece que, para formar os grupos, não<br />

há necessidade de todos serem moradores do<br />

mesmo local. Também podem ser amigos de<br />

pracinha ou colégio, por exemplo. Segundo ele, a<br />

maior complicação costuma ser estrutural: “Copacabana é um bairro que tem muitas crianças,<br />

por exemplo, mas lá há muitos prédios antigos, sem<br />

play.” Por isso, à espera de lugares ou do número de<br />

bebês necessários para iniciar uma turminha,<br />

alguns bairros contam com filas. Quando surge<br />

alguma oportunidade, o Fabulosos faz a ponte<br />

Thati Carvalho<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 18<br />

entre os responsáveis interessados.<br />

Para abrigar os encontros só é preciso um espaço<br />

fechado que seja confortável para os bebês, como<br />

um salão de festas ou uma brinquedoteca. E, nos<br />

encontros, os pequenos precisam estar<br />

acompanhados de um responsável. “O objetivo da<br />

aula é propor interação. Incentivo as pessoas que<br />

frequentam a ajudarem a estimular os bebês, a<br />

levarem a atividade para casa”, diz Fabiano.<br />

A Maria Antonia sempre vai com a mamãe, que<br />

reconhece a sorte de poder acompanhar a<br />

pequena. “Sei que muitas mamães não conseguem.<br />

E cada aulinha é uma experiência única e diferente.<br />

Toda semana, eles levam uma novidade, e as<br />

crianças estão sempre em contato com novas<br />

brincadeiras, texturas e emoções”, afirma Rafaela.<br />

Como optou por ainda não matricular a filha em<br />

uma creche ou escolinha, ela acha importante a<br />

experiência para Maria Antonia: “Acho que os<br />

encontros permitem que ela brinque com outras<br />

crianças, socialize, aprenda a dividir e receba<br />

novos estímulos, conduzidos por profissionais<br />

preparados.”<br />

Thati Carvalho


Aula de musicalização para bebês<br />

Outro projeto também criado especialmente para<br />

os pequeninos é o Brincando de Papel, que oferece<br />

curso de musicalização para bebês entre 6 meses<br />

e 4 anos de idade. A dupla formada pela atriz<br />

Michelly Lemes e pelo músico Tomaz Sussekind<br />

começou oferecendo aulas em condomínios e<br />

fazendo shows em festas infantis. Hoje, além disso,<br />

eles também ministram um curso de formação de<br />

professores e acabaram de lançar o segundo CD.<br />

Com cantigas e músicas autorais, a dupla realiza<br />

exercícios em aulas de 45 minutos, apresentando<br />

os instrumentos musicais para os bebês e<br />

desenvolvendo habilidades como ritmo. Mas<br />

Michelly alerta: “Se a intenção é recrear, não é com<br />

a gente. O trabalho é científico porque a música é a<br />

única arte que ativa os dois lados do cérebro.”<br />

Assim como o Fabulosos, os grupos são divididos<br />

por faixas etárias e formados a partir da iniciativa<br />

dos responsáveis pelos bebês. Mas, para que a<br />

aula ocorra, é necessário que haja, pelo menos,<br />

oito pequeninos, que devem estar acompanhados.<br />

Michelly explica que o ambiente acolhedor e os<br />

tipos de atividades realizadas influenciam no<br />

desenvolvimento dos bebês: “Futuramente podem<br />

se tornar pessoas mais amorosas e seguras.”<br />

E funciona mesmo?<br />

A essa altura, deve ter gente se perguntando se vale<br />

a pena mesmo investir em atividades para bebês tão<br />

novinhos. De acordo com o professor Eduardo Costa<br />

(foto), que é psicomotricista clínico e educacional,<br />

vale a pena, sim. Segundo ele, a música pode<br />

realmente favorecer o desenvolvimento, evocando a<br />

harmonização da aptidão com a vida fora do útero e<br />

ampliando as percepções do mundo. Além disso,<br />

afeta o tônus muscular e, portanto, a qualidade do<br />

movimento. “A música é um instrumento potente.<br />

Produz um ambiente que afeta o bebê e,<br />

simultaneamente, o cuidador”, afirma.<br />

Mas o professor alerta que, para realizar o trabalho<br />

Michelly Lemes e Tomaz Sussekind<br />

formam o Brincando de Papel<br />

de acompanhamento necessário, não<br />

basta ser um músico cheio de amor por<br />

bebês e recomenda aos responsáveis que<br />

procurem espaços nos quais os<br />

profissionais tenham, além de talento musical,<br />

especializações em psicomotricidade ou<br />

musicoterapia. “Um bebê tão pequeno precisa ser<br />

acolhido com muita delicadeza e responsabilidade<br />

pela diversidade de ritmos do desenvolvimento, em<br />

que a singularidade seja respeitada e que o<br />

acompanhamento de suas descobertas e evoluções<br />

seja simultâneo à possibilidade de auxiliar os pais na<br />

compreensão de seus bebês”, completa.<br />

Divulgação<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 19


OUTROS OLHARES<br />

Os leitores responderam ao nosso chamado e enviaram<br />

os seus olhares dos Jogos Rio 2016.<br />

Anne Ketully (Inhoaíba), Liliane<br />

Souza (Mutondo, em São Gonçalo) e<br />

Tatiana Ferreira (Centro de Belford<br />

Roxo) foram conferir a obra que<br />

abrigou a chama olímpica.<br />

Cíntia Araújo, do Jardim Sulacap,<br />

posou diante da maior pintura em<br />

mural do mundo, feita pelo artista<br />

Kobra, no Boulevard Olímpico.<br />

Elaine Carvalho, Gabriel Fael e<br />

Dhyego Rafael, de Campo Grande,<br />

foram conferir uma competição no<br />

Parque Olímpico.<br />

Marjorie Avelar, da Lapa, conferiu a<br />

natação paralímpica no Centro<br />

Aquático Maria Lenk. "São superhumanos",<br />

define.<br />

A Tamiris Lima, de Nova Friburgo,<br />

foi ao Rio com o namorado,<br />

Gutierre Knust, ver o balão<br />

panorâmico do Boulevard Olímpico.<br />

Vai, Brasil! A equipe da <strong>Revista</strong><br />

Secovi Rio celebra, unida, o<br />

encerramento das Paralimpíadas no<br />

Estádio do Maracanã.<br />

SEU OLHAR NA PRÓXIMA EDIÇÃO!<br />

O tema da próxima edição é: férias. Mostre como sua família ou seu condomínio curtem esse período.<br />

Publique a sua imagem nas redes sociais com a hashtag #outrosolhares ou envie para<br />

imprensa@secovirio.com.br. As melhores estarão em nossa próxima edição!<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 20


JURÍDICO • ARTIGO<br />

VAGA DE<br />

GARAGEM:<br />

como conduzir este problema<br />

Corina Maria da Costa • Departamento Jurídico do Secovi Rio<br />

Falou em garagem, lá vem chateação! Se a vaga é<br />

pequena, gera confusão porque dificulta o acesso<br />

do carro que deveria parar ao lado, principalmente<br />

quando, em um espaço tamanho padrão, o usuário<br />

quer usufruir do seu direito constitucional de<br />

propriedade estacionando uma picape, um SUV,<br />

um furgão e por aí vai...<br />

Se a vaga é grande, aí<br />

pensamos: não tem problema!<br />

Ledo engano. Nesses casos, o<br />

usuário acha que tem um<br />

estacionamento só para ele e<br />

quer colocar juntos, na mesma<br />

vaga, dois carros, ou um carro e<br />

uma moto, ou ainda um carro e<br />

uma bicicleta. Até para a sogra<br />

quer disponibilizar um espacinho.<br />

Isso sem falar nas disputas pelo<br />

melhor lugar na garagem. Parece<br />

até Olimpíada! Quer ter assembleia cheia? Coloque<br />

na ordem do dia o item “sorteio de vaga de<br />

garagem”. Vai ter quórum até para alterar a<br />

Convenção, aplicar penalidade ao condômino<br />

Quer ter<br />

assembleia cheia?<br />

Coloque na ordem<br />

do dia o item<br />

‘sorteio de vaga<br />

de garagem’<br />

antissocial etc., pois o pessoal comparece em peso.<br />

Brincadeiras à parte, para muitos condomínios, o<br />

item “garagem” é um problema sério, que necessita<br />

ser mais bem compreendido, de forma a facilitar a<br />

administração e o convívio entre os condôminos.<br />

A maioria dos transtornos relativos à garagem se<br />

dá em razão do reduzido número de vagas<br />

existentes para os padrões<br />

atuais. Antigamente, poucas<br />

pessoas tinham veículos e os<br />

edifícios eram construídos com<br />

poucas vagas, sem que isso,<br />

naquele momento, causasse<br />

transtornos – pelo contrário, até<br />

sobravam vagas.<br />

Com o passar dos anos, o ritmo<br />

de vida foi se modificando, com a<br />

economia permitindo a aquisição<br />

de bens, inclusive os carros.<br />

Assim, hoje é muito comum ter ao menos um<br />

automóvel por unidade. Abordaremos neste artigo<br />

algumas das situações mais críticas em relação ao<br />

uso da garagem.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 21


Cessão ou locação de vagas<br />

Com relação à possibilidade de ceder vagas a<br />

terceiros no condomínio, em 2012, foi publicada a<br />

Lei nº 12.607, alterando o artigo 1.331 do Código<br />

Civil. O objetivo foi assegurar a proteção e<br />

segurança dos condôminos, condicionando a<br />

cessão de vagas do condomínio a terceiros à<br />

autorização expressa na Convenção.<br />

Diante de tal proibição, destacamos um<br />

questionamento comum nas consultas feitas ao<br />

Departamento Jurídico do Secovi Rio: é possível<br />

ceder sua vaga de garagem a alguém da família<br />

que não more no prédio (por exemplo, a namorada<br />

do filho ou um condômino não residente, por<br />

exemplo), sob o argumento de que essas pessoas<br />

não são estranhas?<br />

Entendemos que o critério da lei foi o de preservar<br />

o uso da vaga para as pessoas que vivem no<br />

condomínio, que compõem o núcleo familiar de<br />

forma ordinária, residindo nas unidades. Assim, a<br />

cessão ao familiar não residente fere o artigo 1.331.<br />

Vale ressaltar que o Código Civil, ao dispor sobre o<br />

direito de uso, restringe-o às necessidades dos<br />

cônjuges, filhos solteiros e pessoas de seu serviço<br />

doméstico (artigo 1.412), em que efetivamente não<br />

se enquadram as demais pessoas da família.<br />

Assim, os parentes do condômino,<br />

como filho, primo, irmão ou sobrinho,<br />

não se enquadram na condição de<br />

proprietários ou moradores, sendo,<br />

portanto, considerados terceiros<br />

(estranhos) ao condomínio.<br />

Tal como a namorada do filho.<br />

Vagas especiais<br />

Hoje é muito comum em supermercados,<br />

shoppings ou estacionamentos particulares a<br />

obrigatoriedade de vagas exclusivas para<br />

deficientes, idosos e gestantes, daí algumas<br />

pessoas indagarem se no condomínio residencial<br />

também é obrigatório disponibilizar essas vagas.<br />

Embora proteger a viabilidade de acesso desse<br />

grupo de pessoas que se encontram em uma<br />

situação especial seja muito importante, não existe<br />

lei que obrigue o condomínio residencial a<br />

disponibilizar uma vaga para indivíduos com<br />

deficiência, idosos e gestantes.<br />

No Rio de Janeiro, a Lei Municipal nº 3.311/2001<br />

obriga os condomínios residenciais multifamiliares<br />

a implantar adaptações, de natureza ambiental ou<br />

arquitetônica, que possibilitem adequada<br />

acessibilidade às partes comuns e de serviços,<br />

bem como aos imóveis de moradia de pessoas<br />

portadoras de deficiência de locomoção ou com<br />

mobilidade reduzida, de caráter permanente.<br />

Entretanto, com base no princípio da solidariedade,<br />

da dignidade da pessoa humana, a Quinta Câmara<br />

Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ao<br />

julgar a Apelação nº 0000597-66.2007.8.19.0212,<br />

determinou a disponibilização de vaga proveniente<br />

de área comum ao idoso com mobilidade reduzida<br />

como meio de facilitar o acesso.<br />

Com relação ao condômino não residente,<br />

entendemos que a vedação legal não se aplica.<br />

Como ele é um dos donos do imóvel, não pode ser<br />

considerado estranho. No entanto, deve ser<br />

verificado se a Convenção ou Regulamento do<br />

prédio estabelece alguma restrição ao uso da vaga<br />

por condômino que não reside no condomínio.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 22


Danos aos veículos<br />

Outro ponto importante é a responsabilidade do<br />

condomínio pelo prejuízo sofrido por morador, por<br />

conta de um automóvel danificado ou furtado na<br />

garagem do edifício. Vale registrar que o<br />

posicionamento do Judiciário ainda é controvertido,<br />

e a decisão da análise depende do caso concreto.<br />

Existe o entendimento de que o condomínio não<br />

responderá pelos danos causados nas seguintes<br />

hipóteses: havendo, na Convenção, cláusula de<br />

não indenizar; não existindo, por deliberação da<br />

assembleia, segurança na área destinada à guarda<br />

dos veículos (circuitos internos ou empregados<br />

destinados à vigilância do local); se não for<br />

comprovado que o evento danoso realmente<br />

ocorreu nas suas dependências.<br />

Sobre o tema transcrevemos a seguir o<br />

posicionamento de dois reconhecidos juristas:<br />

“O condomínio responde pelo prejuízo causado a<br />

terceiro por ação ou omissão do síndico,<br />

especialmente no tocante à vigilância e controle<br />

sobre os empregados e guardas, nos termos<br />

estabelecidos pela Convenção e<br />

proporcionalmente às verbas que lhe forem<br />

propiciadas pelos condôminos. Desde, porém, que<br />

o fato tenha ocorrido por falha na vigilância de<br />

responsabilidade do condomínio. Caso mais<br />

comum é pedido de indenização por furto ou dano<br />

em veículo estacionado na garagem. Ocorre que,<br />

em princípio, ao deixar um carro na garagem, seu<br />

dono não transfere ao condomínio o dever de<br />

vigilância, que, de resto, tem que ser dosada pelos<br />

recursos a ela destinados. Daí não se poder<br />

imputar omissão de vigilância se os condôminos<br />

não tiverem propiciado verbas para isso.<br />

Daí admitir-se também que a assembleia deixe de<br />

votar verba específica não apenas por economia,<br />

como também para excluir a responsabilidade do<br />

condomínio. Contudo, a indenização é devida<br />

quando aos condôminos for cobrada verba<br />

especialmente destinada a serviços de segurança e<br />

guarda, pois, nesse caso, o furto ou o dano podem<br />

ser imputados à omissão de quem estava<br />

incumbido de evitá-los e provido de meios para<br />

isso.”<br />

(J. Nascimento Franco – “Condomínio” – RT ed.<br />

1997, pág. 56)<br />

“Os edifícios em condomínio não respondem, como<br />

regra, pelo furto de veículos, seus acessórios ou<br />

objetos neles deixados, quando estacionados na<br />

garagem do prédio.<br />

Ao estacionar seu veículo na vaga de garagem<br />

existente no prédio, o condômino ou apenas<br />

morador ou usuário não transfere a sua guarda à<br />

administração do condomínio, nem entre eles se<br />

estabelece um contrato de depósito.<br />

Aliás, quase sempre as Convenções de condomínio<br />

trazem disposição nesse sentido, pois, como ali<br />

está firmado, as vagas de garagem constituem<br />

unidades agregadas à própria unidade residencial<br />

ou comercial pertencente ao usuário. Com essa<br />

previsão expressa de inexistência de garantia, o<br />

condômino, locatário ou mero usuário já não<br />

poderá alegar ignorância, posto que alertado, de<br />

modo que lhe caberá tomar maiores providências<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 23


no que pertine à segurança, mantendo seu veículo<br />

permanentemente trancado, com os vidros<br />

fechados; não deixando objetos de valor visíveis<br />

em seu interior; instalando alarme, trava de<br />

segurança, sistema de corte de combustível e<br />

mantendo seguro do veículo.<br />

A obrigação de guarda só pode prevalecer se<br />

estiver expressamente prevista na Convenção ou<br />

no Regulamento Interno do condomínio ou se este<br />

mantiver guarda ou vigilante para o fim específico<br />

de zelar pela incolumidade dos veículos<br />

estacionados na garagem do prédio.<br />

Mas, agora, a obrigação de indenizar já não mais<br />

será corolário de um contrato de depósito, mas em<br />

razão da obrigação do empregador em responder<br />

pelos atos culposos de seus prepostos.<br />

Ora, se o condomínio mantém funcionários com a<br />

tarefa de vigiar e resguardar os veículos<br />

estacionados e se um deles vem a ser furtado, terá<br />

o preposto obrado com culpa ‘in vigilando’, de<br />

modo que por esse agir (ou não agir) culposo<br />

deverá responder o patrão.<br />

Portanto, para que se possa responsabilizar o<br />

condomínio, seria necessário que, por deliberação<br />

dos condôminos, determinadas medidas de<br />

segurança devessem ser adotadas e houvessem<br />

falhado no caso concreto, por culpa do síndico ou<br />

de algum preposto.”<br />

(Rui Stoco – “Responsabilidade Civil” – RT 2ª<br />

ed., 1995, págs. 199/200)<br />

A maioria das decisões judiciais<br />

isenta o condomínio do dever de<br />

indenizar quando não assumiu essa<br />

responsabilidade expressamente e<br />

não houve culpa de prepostos do<br />

condomínio.<br />

Uma vaga, dois veículos<br />

Com relação à possibilidade de estacionar mais de<br />

um veículo na mesma vaga, consideramos que tais<br />

espaços se destinam à permanência de apenas um<br />

veículo, porém há entendimento de que, se a<br />

guarda e a manobra dos veículos não causarem<br />

transtornos aos demais usuários, não existirá<br />

impedimento.<br />

Acreditamos na possibilidade de estacionar um<br />

carro e uma moto na mesma vaga, desde que não<br />

haja vedação expressa na escritura da Convenção<br />

e não importe em prejuízo aos demais moradores.<br />

Por agora, encerramos este assunto, certos de que<br />

em breve o retomaremos, pois a garagem é um dos<br />

C’s (criança, cano, cachorro, construção e carro)<br />

que mais geram problemas no condomínio.<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 24


JURÍDICO • CONSULTAS<br />

Hora extra<br />

Que verbas salariais devem ser consideradas<br />

para cálculo das horas extras?<br />

Para o cálculo das horas extras, deve ser levado em<br />

consideração não apenas o salário-base do<br />

empregado, mas todas as parcelas fixas<br />

habitualmente recebidas. Assim, se o empregado<br />

recebe adicional por tempo de serviço, adicional de<br />

manuseio de lixo, adicional de chefia ou qualquer<br />

outra parcela salarial, eles deverão ser somados ao<br />

salário-base, conforme entendimento do TST,<br />

expresso na Súmula 264.<br />

Súmula 264 – Hora suplementar. Cálculo<br />

A remuneração do serviço suplementar é composta<br />

do valor da hora normal, integrado por parcelas de<br />

natureza salarial e acrescido do adicional previsto<br />

em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou<br />

sentença normativa.<br />

(Res. 12/1986, DJ 31/10/1986)<br />

Referência: CLT, arts. 59, § 1º, 64 e 457<br />

Cálculo trabalhista<br />

Como deve ser calculado o aviso prévio<br />

indenizado para um empregado de condomínio<br />

do município do Rio de Janeiro, com 50 anos de<br />

idade e mais de dois anos de prestação de<br />

serviço?<br />

O aviso prévio, desde 2011, deve ser conjugado<br />

entre o disposto na Convenção Coletiva de Trabalho<br />

e na Lei nº 12.506/2011. O dispositivo legal instituiu<br />

o aviso prévio proporcional, determinando o<br />

acréscimo de três dias para cada ano trabalhado<br />

para o mesmo empregador.<br />

A Convenção Coletiva de Trabalho dos empregados<br />

em condomínio do município do Rio de Janeiro<br />

(Cláusula 27ª), por sua vez, assegura o direito a 60<br />

dias de aviso prévio para os empregados com idade<br />

igual ou superior a 50 anos e que trabalhem há mais<br />

de dois anos para o mesmo empregador, desde que<br />

a aplicação da Lei nº 12.506/2011 resulte em<br />

período inferior.<br />

Assim, para o cálculo do aviso prévio proporcional,<br />

o que se deve ter em mente é a regra mais benéfica<br />

ao trabalhador. Se a aplicação da Lei nº<br />

12.506/2011 resultar em período inferior a 60 dias,<br />

aplica-se a regra contida na Cláusula 27ª da CCT.<br />

Se ao aplicar a Lei nº 12.506/2011 resultar período<br />

superior a 60 dias, aplica-se esta regra, não<br />

havendo que se falar em aplicação simultânea das<br />

duas normas.<br />

Inadimplência<br />

Condômino que não paga multa que lhe foi<br />

aplicada pode ser considerado em débito,<br />

ficando com isso impossibilitado de votar em<br />

assembleia?<br />

O direito à participação e ao voto nas assembleias<br />

condominiais é conferido ao condômino que esteja<br />

quite, conforme expresso no artigo 1.335, III, do<br />

Código Civil. A definição de “quite” abrange não só o<br />

pagamento das cotas condominiais, como também<br />

as multas por infração à Convenção ou ao<br />

Regimento Interno.<br />

Observe-se, contudo, que, para validade da multa e<br />

consequente classificação do condômino como<br />

inadimplente, é necessário que o condomínio tenha<br />

assegurado a ele o direito de defesa.<br />

Quando for aplicada multa ao condômino, é<br />

obrigação do condomínio dar oportunidade para<br />

sua defesa. Ele deve ser previamente notificado da<br />

infração, bem como informado do prazo para<br />

apresentação de recurso por escrito à<br />

administração. Mantida a multa, caso ainda se<br />

julgue prejudicado, poderá recorrer da decisão à<br />

assembleia geral.<br />

Segurança<br />

Existe obrigatoriedade da vistoria do gás no<br />

condomínio? A quem compete tal atribuição: ao<br />

condômino ou ao condomínio?<br />

A Lei Estadual nº 6.890/2014 dispõe sobre a<br />

obrigatoriedade da inspeção quinquenal de<br />

segurança nas instalações de gás no interior das<br />

unidades residenciais e comerciais supridas por<br />

gases combustíveis. Em nosso entendimento, afeta o<br />

condomínio exclusivamente com relação às áreas<br />

comuns que disponham de instalação de gás, como<br />

a moradia funcional e salão de festas, por exemplo.<br />

O projeto, de autoria do deputado estadual<br />

Alessandro Molon, foi aprovado na Assembleia<br />

Legislativa do Rio de Janeiro no fim de agosto. Na<br />

época, o Secovi Rio encaminhou parecer<br />

fundamentando os motivos pelos quais deveria ser<br />

vetado na íntegra – o que, infelizmente, não ocorreu.<br />

De acordo com o texto, condomínios, proprietários e<br />

locatários deverão providenciar a inspeção periódica<br />

e caberá às concessionárias e distribuidoras<br />

informar, divulgar e fazer campanhas de segurança<br />

sobre a prática, além de fornecer a relação de<br />

empresas credenciadas para o serviço. No caso de<br />

imóveis novos, as empresas deverão realizar uma<br />

vistoria prévia para a futura obtenção do habite-se.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 25


JURÍDICO • CONSULTAS<br />

Contas<br />

Os condôminos podem saber quem são os<br />

inadimplentes do condomínio?<br />

Consideramos que, dentro do dever do síndico de<br />

prestar contas aos condôminos, ele está autorizado<br />

a informar em assembleia quais unidades estão em<br />

débito, já que é um direito do condômino saber<br />

sobre a situação financeira do condomínio.<br />

Acesso<br />

O condomínio tem obrigação de permitir o<br />

acesso do prestador de serviço da Light para<br />

realizar o corte de fornecimento em casos de<br />

inadimplência?<br />

A concessionária tem a obrigação de comunicar ao<br />

condômino, com antecedência mínima de cinco dias,<br />

sobre a possibilidade de interrupção de fornecimento<br />

do serviço (Lei Estadual nº 3.243/1999), para que ele<br />

regularize sua situação junto à empresa. De acordo<br />

com a legislação vigente, não existe obrigatoriedade<br />

de a concessionária fazer qualquer comunicação ao<br />

condomínio ou à administração do prédio sobre o<br />

corte de fornecimento.<br />

Assim, o condomínio não pode impedir o acesso do<br />

funcionário da concessionária aos medidores,<br />

mesmo porque estes se localizam em área comum.<br />

Por questão de segurança, deve-se exigir a<br />

identificação do prestador de serviço e, se possível,<br />

fazê-lo ser acompanhado enquanto estiver no<br />

interior do condomínio.<br />

Existem decisões judiciais, com base no Código de<br />

Defesa do Consumidor, julgando improcedente o<br />

corte do serviço público por falta de pagamento,<br />

especialmente pelo fato de a concessionária dispor<br />

de outros meios de cobrar o débito, sem que para<br />

isso tenha que expor o consumidor. Na verdade, esta<br />

é uma relação muito complexa, da qual o<br />

condomínio não é parte, uma vez que se refere à<br />

relação de consumo existente entre determinada<br />

unidade e a concessionária.<br />

Locação<br />

Nos casos de alienação de imóvel locado, cujo<br />

contrato encontra-se em vigor, qual o prazo para<br />

que o locatário entregue o imóvel?<br />

Quando aluga seu imóvel, o proprietário transfere a<br />

posse direta ao locatário, exigindo a lei que, ao<br />

pretender alienar o bem, dê preferência para a<br />

aquisição a ele, em igualdade de condições com<br />

terceiros. O locatário deve se manifestar, de modo<br />

inequívoco, no prazo de 30 dias, sobre seu<br />

interesse ou não na aquisição do imóvel, na forma<br />

do disposto no artigo 28 da Lei nº 8.245/1991.<br />

Concretizando-se a venda para um terceiro, o<br />

adquirente poderá denunciar o contrato de locação,<br />

tendo o locatário o prazo de 90 dias para a<br />

desocupação do imóvel, a partir do dia em que o<br />

inquilino for efetivamente notificado (artigo 8º da Lei<br />

nº 8.245/1991). Salvo se o contrato for por prazo<br />

determinado e contiver cláusula de vigência em<br />

caso de alienação e estiver averbado junto à<br />

matrícula do imóvel. Portanto, o que rompe a<br />

locação, nessa situação, é a denúncia formalizada<br />

pelo adquirente, e não a venda.<br />

Depósito<br />

Com a rescisão do contrato de locação, que tem<br />

como garantia a caução em dinheiro, o valor<br />

deve ser devolvido com correção monetária?<br />

Sim. O depósito dado em garantia deve observar o<br />

disposto no parágrafo 2º do artigo 38 da Lei nº<br />

8.245/1991, segundo o qual deve ser colocado em<br />

caderneta de poupança, revertendo ao locatário<br />

todas as vantagens dela decorrentes, ou seja, juros<br />

e correção monetária.<br />

Despesa<br />

A quem cabe o pagamento da despesa com a<br />

troca da tubulação de gás do prédio promovida<br />

pelo condomínio: ao locador ou ao locatário?<br />

As obrigações do locador e do locatário estão<br />

expressas na Lei nº 8.245/1991, que regula as<br />

locações urbanas, mais especificamente nos<br />

artigos 22 e 23. Esses dispositivos elencam de<br />

forma clara as despesas devidas pelo locador e<br />

locatário: ao primeiro, cabe o pagamento de<br />

despesas estruturais; ao segundo, as despesas de<br />

manutenção e conservação. Classificamos a troca<br />

da tubulação do prédio como despesa destinada a<br />

repor as condições de habitabilidade do edifício<br />

(artigo 22, X, c), portanto de responsabilidade do<br />

locador.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 26


MATÉRIA ESPECIAL<br />

DE OLHO NO ORÇAMENTO<br />

Gustavo Monteiro<br />

Previsão orçamentária é<br />

fundamental para a saúde<br />

financeira do condomínio e<br />

garante o bem-estar dos moradores<br />

Dezembro é tempo de pensar nas resoluções para<br />

o ano novo, estabelecer novas metas e rever as<br />

ações que não tiveram bons resultados ao longo<br />

dos últimos 12 meses. É um balanço necessário<br />

para seguir em frente. Nos condomínios, o clima é<br />

parecido com a vida da gente: é tempo de pensar na<br />

previsão orçamentária, que deve ser discutida e<br />

aprovada em uma reunião de assembleia ordinária<br />

convocada, normalmente, no período de janeiro a<br />

março.<br />

Na atual conjuntura, ou melhor, há muitas<br />

conjunturas, economizar tem sido a palavra de<br />

ordem nos lares brasileiros. E nos condomínios<br />

também. É o exercício diário de criatividade para<br />

descobrir onde é possível cortar gastos. O síndico –<br />

seja ele estreante no cargo ou reeleito – tem a difícil<br />

missão de baixar os custos da folha de pagamentos,<br />

da conta de água, de luz, rever os contratos com<br />

prestadores de serviços, reduzir a inadimplência...<br />

E tem que rezar para ver se sobra algum dinheiro<br />

para as reformas que precisam ser feitas. Difícil,<br />

não? Sim, mas, com um pouco de boa vontade,<br />

inteligência e planejamento, é possível fazer uma<br />

previsão orçamentária realista e eficaz.<br />

Por que preciso fazer a previsão<br />

orçamentária?<br />

Muita gente quer fugir dessa missão, mas não tem<br />

jeito. A previsão orçamentária, conforme especifica<br />

o artigo 1.350 do Código Civil, é um dos assuntos<br />

que devem ser discutidos em assembleia geral<br />

ordinária – aquela que, por imposição legal, deve<br />

ser realizada anualmente ou no período que a<br />

Convenção definir. De acordo com o Departamento<br />

Jurídico do Secovi Rio, na maioria dos condomínios<br />

essa reunião se dá entre os meses de janeiro e<br />

março, porém, cabe a cada comunidade determinar<br />

em sua Convenção a época mais adequada.<br />

“Ao elaborar a previsão orçamentária, o síndico<br />

deve atentar para todos os gastos anuais do<br />

condomínio, prevendo, ainda, se possível, uma<br />

pequena reserva para situações emergenciais,<br />

como um aumento momentâneo da conta de água,<br />

energia ou algum procedimento judicial, por<br />

exemplo”, ensina a gerente do Departamento<br />

Jurídico do Sindicato, Solange Santos.<br />

O artigo 1.350 do Código Civil (Lei nº<br />

10.406/2002) determina:<br />

Convocará o síndico, anualmente, reunião da<br />

assembleia dos condôminos, na forma prevista<br />

na Convenção, a fim de aprovar o orçamento das<br />

despesas, as contribuições dos condôminos e a<br />

prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe<br />

o substituto e alterar o Regimento Interno.<br />

§ 1º Se o síndico não convocar a assembleia,<br />

um quarto dos condôminos poderá fazê-lo.<br />

§ 2º Se a assembleia não se reunir, o juiz<br />

decidirá, a requerimento de qualquer<br />

condômino.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 30


O síndico tem que se<br />

responsabilizar?<br />

A resposta é sim. A maioria das Convenções e<br />

também o Código Civil (artigo 1.348, VI) determinam<br />

que o síndico é o responsável pela elaboração,<br />

acompanhamento e execução do orçamento<br />

aprovado em reunião de assembleia geral.<br />

Entretanto, em muitos casos, as administradoras<br />

acabam assumindo contratualmente essa<br />

responsabilidade. É o que esclarece o administrador<br />

Rodolfo Chianello, facilitador do workshop Previsão<br />

Orçamentária para Condomínios, da UniSecovi Rio.<br />

Ele ratifica que o orçamento é considerado uma<br />

eficiente ferramenta financeira para a gestão dos<br />

recursos condominiais. “A maior preocupação da<br />

maioria dos condomínios é aprovar um valor de<br />

receita que cubra as despesas mensais, e que, de<br />

preferência, evite as indesejáveis cotas extras ao<br />

longo do período”, afirma.<br />

O ideal, segundo o especialista, é que os<br />

condomínios trabalhem com um planejamento<br />

orçamentário para um exercício, que se inicia<br />

quando é realizada a assembleia ordinária de um<br />

ano e se encerra com a assembleia ordinária do ano<br />

seguinte, mas nada impede que o orçamento seja<br />

estabelecido para períodos menores.<br />

Colocando a mão na<br />

massa<br />

Na teoria é tudo lindo, mas... Como elaborar o<br />

orçamento? Chianello explica que, para essa missão,<br />

devem ser levantadas todas as despesas ordinárias<br />

do condomínio, além dos gastos com pequenos<br />

reparos na edificação, oriundos de um plano de<br />

manutenção e conservação para o novo exercício.<br />

O facilitador sugere que o levantamento das<br />

despesas ordinárias seja feito com base no histórico<br />

dos últimos três meses, no mínimo. Às vezes se faz<br />

necessário estender esse levantamento para um<br />

período maior. Despesas periódicas/sazonais, como<br />

recargas de extintores, dedetização, limpeza da<br />

caixa-d’água etc., devem ser estimadas em itens<br />

específicos na previsão orçamentária.<br />

“É aconselhável trabalhar com uma previsão para<br />

inadimplência caso o condomínio em questão tenha<br />

um histórico nesse sentido. Recomenda-se também<br />

que as despesas com 13º salário, férias e respectivos<br />

encargos sociais sejam distribuídas ao longo do ano”,<br />

especifica o facilitador. Caso algum membro da<br />

administração seja isento do pagamento da cota<br />

condominial, deve-se redistribuir o valor da isenção<br />

no orçamento para rateio entre as demais unidades,<br />

de acordo com o critério previsto na Convenção.<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 31


O valor do fundo de reserva (quando previsto na<br />

Convenção ou aprovado em assembleia) também<br />

deve estar contido no orçamento. Fatores como a<br />

sazonalidade dos gastos são importantes. “O<br />

consumo de água, por exemplo, costuma ser mais<br />

alto nos meses de verão, o que pode ser previsto no<br />

cálculo do valor do condomínio para esse período.<br />

Ou até mesmo ser rateado à parte, caso o valor<br />

oscile muito de um mês para o outro (prática utilizada<br />

por muitos condomínios)”, ensina Chianello.<br />

Dependendo da variação dos valores das despesas,<br />

é aconselhável que a assembleia deixe em aberto<br />

possíveis ajustes a serem feitos no decorrer do<br />

período, delegando poderes ao síndico e aos<br />

membros do Conselho, obviamente estipulando uma<br />

margem.<br />

Aprenda a cortar gastos<br />

É como na nossa casa: não é fácil cortar gastos que<br />

consideramos importantes, como o curso de inglês<br />

das crianças ou a academia. Mas é preciso fazer um<br />

esforço. O síndico precisa ficar ligado nos contratos<br />

de prestação de serviços e no índice de correção<br />

pactuado, bem como nos encargos incidentes sobre<br />

eles que são de responsabilidade do condomínio.<br />

Se possível, deve tentar uma renegociação para<br />

baixar o valor da prestação de serviços ou do índice<br />

de correção.<br />

Outra dica é buscar no mercado outras prestadoras<br />

de serviços que ofereçam melhores condições. Mas<br />

atenção: é importante manter a qualidade, por isso<br />

desconfie de preços muito baixos. “Neste caso, como<br />

em qualquer contratação de prestação de serviços, o<br />

contratante deve fazer também uma pesquisa de<br />

qualidade dos serviços junto aos antigos clientes da<br />

empresa que se pretende contratar”, recomenda<br />

Solange.<br />

Dicas para não errar na previsão<br />

orçamentária<br />

• Fique atento aos contratos de prestação de<br />

serviços. Se não conseguir baixar o preço, tente, pelo<br />

menos, um desconto no índice de correção.<br />

• Pesquise outros prestadores de serviços com<br />

preços mais em conta, mas desconfie dos valores<br />

muito baixos.<br />

• Se possível, faça uma adequação do quadro<br />

funcional (assunto a ser deliberado em assembleia,<br />

com item específico na ordem do dia).<br />

• Reavalie a escala de férias dos funcionários.<br />

• Preste atenção nos reajustes dos contratos de<br />

manutenção. Geralmente eles seguem o índice da<br />

inflação.<br />

• Anualmente as concessionárias de serviços<br />

públicos praticam reajustes em períodos específicos.<br />

Fique atento a essas datas para poder elaborar um<br />

orçamento mais detalhado.<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 32


INSTITUCIONAL<br />

Feira Secovi Rio<br />

Nos dias 13 e 14 de setembro aconteceu a sexta edição da Feira Secovi Rio, realizada no Centro de<br />

Convenções SulAmérica. Com o tema “Condomínio Maravilha”, o evento reuniu produtos e serviços para<br />

condomínios, além de palestras, workshops e sorteios de brindes. Mas o maior sucesso foram os<br />

participantes. A quem compareceu, o nosso muito obrigado e até a próxima!<br />

O presidente do Secovi Rio,<br />

Pedro Wähmann, discursa<br />

na abertura da feira<br />

O estande do Secovi Rio apresentou produtos e<br />

serviços da Entidade, além de sortear diversos<br />

brindes<br />

Uma das atrações do evento foi um parklet<br />

instalado pelo grupo Vaga Viva no meio do<br />

Centro de Convenções SulAmérica<br />

Os alimentos coletados foram doados para<br />

a Instituição de Apoio a Criança Especial<br />

Os workshops gratuitos também fizeram<br />

sucesso<br />

Com uma proposta sustentável, a Feira Secovi Rio<br />

substituiu os copos descartáveis por ecocopos<br />

O consultor Max Gehringer também foi<br />

uma das atrações<br />

A palestra do consultor paulista, "Gerenciamento de Mudanças com Foco em<br />

Gestão Condominial", lotou o auditório no primeiro dia de evento<br />

Os finalistas do Prêmio Secovi Rio<br />

2016 na categoria Mídia<br />

Os finalistas da categoria Condomínio<br />

Sustentável<br />

A feira contou com a primeira rodada de negócios<br />

do mercado imobiliário<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 34


INSTITUCIONAL<br />

Secovi Rio recebe palestrante espanhol<br />

Pepe Gutiérrez<br />

Gustavo Monteiro<br />

Os membros da geração Y ou millenial, como são<br />

chamados aqueles nascidos após 1980, estão<br />

interessados em serviços que possam ser<br />

elucidados visualmente, de maneira a permitir uma<br />

assimilação ágil de seu conteúdo. É o que aponta o<br />

administrador de imóveis espanhol Pepe Gutiérrez,<br />

que realizou palestra no Secovi Rio em 4 de<br />

outubro. “Isso pode ser aplicado ao edital de<br />

convocação para a reunião da assembleia e o<br />

balancete condominial, por exemplo”, explicou<br />

Gutiérrez, ao apresentar documentos com modelos<br />

de design mais simples e com pouco texto.<br />

A palestra “Projeto Eureka – Visão de Futuro dos<br />

Administradores de Imóveis” nasceu em 2014, em<br />

um congresso nacional do setor em Maiorca, na<br />

Espanha. “Nesse momento vimos que nossa<br />

profissão estava passando por uma revolução. O<br />

mais importante do Projeto Eureka era saber onde<br />

estávamos naquele momento e saber também para<br />

onde iríamos. O mais importante era perceber que<br />

nossos clientes haviam mudado totalmente”, disse<br />

Pepe, que é administrador de imóveis em Alicante<br />

e professor de Estudos Imobiliários em diversas<br />

universidades espanholas.<br />

O palestrante descreveu a geração millenial como<br />

aquela que busca novas experiências e está ávida por<br />

mudança, movimento, liberdade, inovação e<br />

informalidade. “Essas pessoas nasceram na era<br />

digital. O que percebemos é que aquilo que os<br />

clientes nos demandam hoje é muito distinto do que<br />

nos demandavam há cinco, sete ou dez anos”,<br />

completou Pepe, lembrando que uma das principais<br />

diferenças entre Brasil e Espanha é que lá não existe<br />

a figura do síndico.<br />

“Cada edifício tem um presidente, que pode ser um<br />

voluntário ou alguém escolhido por sorteio, de forma<br />

rotativa. Este indivíduo, que é o representante legal,<br />

precisa apenas ser proprietário de um imóvel, mas<br />

não tem que morar no prédio. De qualquer forma, as<br />

administradoras realizam praticamente todas as<br />

funções de um síndico”, diferencia Pepe. Outra<br />

particularidade é que na Espanha quase a totalidade<br />

dos 7 milhões de condomínios tem medição<br />

individualizada de água. “Há uma lei sancionada há<br />

30 anos que determina esse tipo de medição como<br />

norma para as construções”, concluiu.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 36


INDICADORES HABITACIONAIS<br />

Um cenário promissor para o mercado<br />

imobiliário de Niterói<br />

Gustavo Monteiro<br />

De janeiro a setembro, os índices de valorização de<br />

imóveis em Niterói alcançaram os 7%, bem acima<br />

do que se registrou em bairros do Rio no mesmo<br />

período. Piratininga, que vem ganhando cada vez<br />

mais destaque por causa das melhorias em<br />

infraestrutura e dos investimentos na<br />

TransOceânica, corredor expresso de ônibus que<br />

ligará o bairro à Zona Sul, foi o local onde o metro<br />

quadrado para venda de apartamentos mais<br />

valorizou: 7,7%.<br />

“Conhecer esses números nos ajuda a incrementar<br />

nossos negócios e, mais que isso, ajuda bastante<br />

os consumidores que pretendem investir ou<br />

simplesmente comprar ou alugar seu imóvel”,<br />

afirmou João Augusto Pessôa, vice-presidente de<br />

Marketing do Secovi Rio, no lançamento do<br />

“Cenário do Mercado Imobiliário de Niterói 2016”,<br />

em 5 de outubro, no H Hotel, em Niterói.<br />

Pessôa afirmou que o mercado imobiliário<br />

niteroiense também sofreu os impactos positivos<br />

das mudanças pelas quais o Rio passou nos<br />

últimos anos por conta dos preparativos para as<br />

Olimpíadas: “Bairros da Região Oceânica e da<br />

Região Central de Niterói estão sendo bastante<br />

procurados, e isso, obviamente, gera valorização.<br />

Seguindo o exemplo do Rio, grandes obras de<br />

mobilidade e infraestrutura deverão mexer bastante<br />

com o mercado de Niterói nos próximos anos.”<br />

O vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo<br />

Schneider, apresentou alguns dados interessantes<br />

sobre a evolução da oferta de imóveis em Niterói.<br />

“No primeiro semestre de 2015, apurou-se queda<br />

constante do número de apartamentos ofertados<br />

para venda em Niterói. Essa tendência se manteve<br />

até os primeiros meses de 2016, mas, a partir do<br />

segundo trimestre, o movimento de queda se<br />

reverteu: o número de unidades vem subindo<br />

gradativamente, saindo de 3,7 mil, em março, para<br />

quase 5 mil em setembro”, demonstrou.<br />

O dirigente falou ainda sobre a tendência de as<br />

pessoas procurarem moradias em regiões centrais:<br />

“Assim como no Rio, essa tendência está se<br />

consolidando em Niterói. É uma maneira de facilitar<br />

a locomoção e possibilita também fácil acesso a<br />

uma ampla oferta de comércio, shoppings, parques,<br />

áreas turísticas como o Caminho Niemeyer, sem<br />

falar nas diversas universidades espalhadas pela<br />

região. Gragoatá e Ingá estão entre os bairros que<br />

mais valorizaram no período (5,1% e 4,1%,<br />

respectivamente).”<br />

Para debater estes e outros números, esteve<br />

presente no evento o diretor da Self ADM, Luiz<br />

Carlos Oliveira Moreira, que atua há mais de 20<br />

anos no ramo de consultoria imobiliária em Niterói.<br />

O “Cenário do Mercado Imobiliário de Niterói 2016”<br />

traz uma série de levantamentos, tabelas e gráficos<br />

com preços médios de locação e venda de<br />

apartamentos-padrão e casas em diversas regiões<br />

da cidade. O documento pode ser obtido<br />

gratuitamente no portal do Secovi Rio,<br />

www.secovirio.com.br, seção Publicações.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 37


NOSSOS LUGARES<br />

ARTE<br />

POR DENTRO<br />

E POR FORA<br />

Famoso pela<br />

arquitetura,<br />

Museu de Arte<br />

Contemporânea de<br />

Niterói é, há 20 anos,<br />

um ícone da cidade<br />

Amanda Gama<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 38


Ao pisar no Mirante da Boa Viagem, a bela vista da<br />

cidade de Niterói, da Baía de Guanabara e dos dois<br />

principais pontos turísticos do vizinho Rio de<br />

Janeiro – o Corcovado e o Pão de Açúcar – já faz<br />

valer a pena a visita. Mas a estrela do lugar é<br />

mesmo o “disco voador” branco, a taça, a flor ou<br />

qualquer outra comparação que povoe a<br />

imaginação das pessoas.<br />

O famoso prédio com arquitetura assinada por<br />

Oscar Niemeyer, inaugurado em 1996 inicialmente<br />

para abrigar a coleção doada por João Sattamini,<br />

um dos principais acervos de arte contemporânea<br />

do Brasil, acabou se tornando o Museu de Arte<br />

Contemporânea Niterói (MAC Niterói), um<br />

verdadeiro símbolo do município.<br />

O formato do prédio idealizado por Oscar Niemeyer chama atenção<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 39


E muito mais do que uma construção moderna<br />

com janelas que servem de espelho para as<br />

águas da Baía de Guanabara, o museu é um<br />

espaço para apreciar instalações, música,<br />

filmes e, claro, artes plásticas. Só para<br />

destacar, o MAC Niterói já recebeu obras de<br />

artistas marcantes, indo de Lygia Clark até o<br />

espanhol Juan Miró.<br />

Além de tudo isso, este ano, poucos dias antes<br />

de sua reabertura, o museu conquistou<br />

visibilidade internacional ao receber um desfile<br />

da grife francesa Louis Vuitton – um verdadeiro<br />

presente de aniversário, já que, em 2016, o<br />

queridinho dos niteroienses completou 20<br />

anos de existência.<br />

Após permanecer pouco mais de um ano<br />

fechado, voltou a receber o público em junho,<br />

apresentando a exposição coletiva “Baía de<br />

Guanabara: Águas e Vidas Escondidas”, “Ten<br />

Thousand Waves”, do artista inglês Isaac<br />

Julien, e “Ephemera: Diálogos Entre-Vistas”,<br />

da Coleção MAC-Sattamini, que ainda está em<br />

cartaz.<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 40


A assessora do museu, Bárbara Chataignier, conta<br />

que sempre há peças dessa coleção em exibição.<br />

“Mas, como são mais de 1,2 mil obras, há frequente<br />

alternância de trabalhos”, explica. Além de<br />

exposições, o MAC Niterói oferece o Museu Fórum,<br />

um bate-papo aberto ao público, sempre com um<br />

tema diferente e convidados especialistas no<br />

assunto em questão, performances, atividades<br />

educativas e outros projetos.<br />

Segundo a administração do museu, após a<br />

reabertura, o MAC Niterói chegou a receber cerca<br />

de 115 mil visitantes apenas nos três primeiros<br />

meses. Normalmente, o espaço costuma contar<br />

com cerca de 6 mil visitas semanais, sendo<br />

domingo o dia de maior fluxo.<br />

Além das atrações artísticas, é possível consultar o<br />

acervo da biblioteca do museu. Mas, para isso, é<br />

necessário realizar um agendamento. Outra boa<br />

pedida é visitar o restaurante localizado dentro do<br />

espaço, que, aos sábados e domingos, conta com<br />

um bufê de café da manhã.<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 42


MAC Niterói<br />

Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/nº – Niterói/RJ<br />

Site: www.macniteroi.com.br<br />

Telefone: (21) 2620-2400<br />

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO<br />

Espaço de exposições: terça a domingo, das 10h às 18h<br />

Pátio: segunda a domingo, das 9h às 18h<br />

Ingresso: R$ 10,00<br />

Às quartas-feiras, a entrada é livre. Além disso, visitantes que chegarem ao museu de bicicleta terão<br />

gratuidade em qualquer dia. Entrada franca para crianças abaixo de 7 anos, estudantes da rede<br />

pública de ensino dos níveis fundamental e médio (sendo necessária a apresentação de ofício<br />

expedido pela instituição responsável na recepção do museu), responsáveis pelos grupos de alunos,<br />

representantes da instituição de ensino de origem, e moradores de Niterói, mediante apresentação<br />

do comprovante de residência.<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 43


CONHEÇA OS ASSOCIADOS E OS<br />

SÓCIOS SOLIDÁRIOS DO SECOVI RIO<br />

ASSOCIADOS<br />

ACIR ADMINISTRAÇÃO S/A<br />

www.aciradm.com.br • 2212-5300<br />

AD'RIO ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS<br />

www.adrio.com.br • 2262-3774<br />

ADIPLANTEC ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS<br />

E PLANEJAMENTO S/C LTDA<br />

www.adiplantec.com.br • 2524-1844<br />

ADJUVE IMOBILIÁRIA LTDA - EPP<br />

www.adjuve.com.br • 2249-9009<br />

ADMINISTRADORA ABRJ LTDA<br />

www.abrj.com.br • 3253-7001<br />

ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS MASSET LTDA<br />

www.masset.com.br • 3037-9850<br />

ADMINISTRADORA NACIONAL LTDA<br />

www.admnacional.com.br • 3212-1935<br />

ADMINISTRADORA QUATRO MARIAS LTDA<br />

www.quatromarias.com.br • 2533-8869<br />

AJF COSTA NETO CONDOMÍNIOS E LOCAÇÕES LTDA<br />

www.ajfcostaneto.com.br • 2221-7748<br />

APSA - ADMINISTRAÇÃO PREDIAL E NEGÓCIOS<br />

IMOBILIÁRIOS S.A<br />

www.apsa.com.br • 3233-3009<br />

ART NOVA ASSESSORIA IMOBILIÁRIA LTDA<br />

www.artnova.com.br • 3222-9044<br />

ATLÂNTIDA ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.atlantida-adm.com.br • 2277-9696<br />

BAP ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA<br />

www.bap.com.br • 4501-2200<br />

BCF ADMINISTRADORA DE BENS LTDA<br />

www.bcfadm.com.br • 2509-9002<br />

BERVEL EMPREENDIMENTOS LTDA<br />

www.bervel.com.br • 2212-6100<br />

BNI BANCO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.bnionline.com.br • 2189-8484<br />

CELISA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.celisa.com.br • 2526-8350<br />

CENTRIMÓVEIS LTDA<br />

www.centrimoveis.com.br • 3978-6021<br />

CINOCRED IMÓVEIS LTDA<br />

www.cinocred.com.br • 2199-0600<br />

CIPA - PARTICIPAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO SA<br />

www.cipa.com.br • 2196-5000<br />

CONAC ADM DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.conacimoveis.com.br • 3797-3797<br />

CRASE-SIGMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.crasesigma.com.br • 2525-0900<br />

EMACI EMPRESA DE ASSESSORIA A CONDOMÍNIOS<br />

E IMÓVEIS LTDA<br />

www.emaci.com.br • 2262-6767<br />

ENGEPRED ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS S/C LTDA<br />

www.engepred.com.br • 2253-4872<br />

ESTASA EMPRESA DE SERVIÇOS TÉCNICOS<br />

E ADMINISTRATIVOS LTDA<br />

www.estasa.com.br • 2323-4400<br />

FINANCIAL ADMINISTRADORA S/A<br />

www.financialadministradora.com.br • 2240-0829<br />

GRUPO IRMÃOS GUIMARÃES<br />

www.grupoirmaosguimaraes.com.br • 2509-1967<br />

IMAGEM IMOBILIÁRIA E ASSESSORIA GERAL<br />

DE EMPRESAS LTDA<br />

www.imagemimobiliaria.com.br • 3974-9200<br />

IMOBILIÁRIA CAMELO LTDA<br />

www.imobiliariacamelo.com.br • 2667-3956<br />

IMOBILIÁRIA MAUÁ LTDA<br />

www.imobiliariamaua.com.br • 2220-3065<br />

IMOBILIÁRIA SÃO CRISTÓVÃO LTDA<br />

www.isc.com.br • 2487-6262<br />

IMOBILIÁRIA ZIRTAEB LTDA<br />

www.zirtaeb.com • 3233-3500<br />

IMODATA ADMINISTRAÇÃO, COMPRA E VENDA<br />

DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.imodata.net • 2548-7494<br />

IMÓVEIS MADUREIRA ADMINISTRAÇÃO DE BENS<br />

SOC. LTDA<br />

www.imoveismadureira.com.br • 3390-1623<br />

IMOVEST ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA<br />

www.imovest.com.br • 3813-3030<br />

IMÓVIL ADMINISTRADORA DE BENS IMÓVEIS LTDA<br />

www.imovil.com.br • 2224-8901<br />

IRIGON PROGRAMAÇÕES IMOBILIÁRIAS LTDA<br />

www.irigon.com.br • 2569-2063<br />

JM ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA<br />

2524-5633<br />

JMC CONSULTORIA E ASSESSORIA IMOBILIÁRIA LTDA<br />

www.jmcadm.com.br • 2544-2224<br />

JOÃO OLIVEIRA IMÓVEIS LTDA<br />

www.joaooliveiraimoveis.imb.br • 2277-4450<br />

JULIO BOGORICIN IMÓVEIS RIO DE JANEIRO LTDA<br />

(MATRIZ)<br />

www.juliobogoricin.com • 2187-4050<br />

LOWNDES & SONS S/A ADMINISTRAÇÃO, CORRETAGEM E<br />

REPRESENTAÇÃO<br />

www.lowndes.com.br • 3213-3700<br />

M & S - MERCADANTE E SIMÕES<br />

www.mercadantesimoes.com.br • 2222-9457<br />

MARCA IMÓVEIS LTDA<br />

www.marcaimoveis.com • 2220-6577<br />

MARVA ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.marva.com.br • 2199-1744


ML ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.mlimoveis.com.br • 3861-6400<br />

MM GESTÃO IMOBILIÁRIA LTDA<br />

3309-3883<br />

NOBRE FERNANDES ADMINISTRADORA DE BENS LTDA<br />

2221-4100<br />

NOVO MUNDO ADMINISTRADORA LTDA<br />

www.novomundoadm.com.br • 2217-9700<br />

PACÍFICA ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.pacifica.com.br • 2518-3700<br />

PALMARES ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.palmaresadm.com.br • 3147-6666<br />

PEIMARAN ADMINISTRADORA DE BENS<br />

E SERVIÇOS LTDA<br />

2522-1528<br />

PREDIAL PRIMUS LTDA<br />

www.predialprimus.com.br • 2525-7750<br />

PRIMAR - PREDIAL RIO, MAIOR ADMINISTRADORA<br />

DE BENS LTDA<br />

www.primaradministradora.com.br • 3297-8686<br />

PRIVILEGIO INVESTIMENTOS LTDA<br />

2543-8807<br />

PROMENADE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA S/C LTDA<br />

www.promenade.com.br • 2106-2300<br />

PROTEL ADMINISTRADORA<br />

www.protel.com.br • 3723-5800<br />

PROTEST ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDIMENTOS LTDA<br />

www.protest.com.br • 2525-0500<br />

QUALITY HOUSE PARTICIPAÇÃO EMPREENDIMENTOS<br />

IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.qualityhouse.com.br • 3816-5000<br />

QUEIROZ CONCEIÇÃO PART E EMPREENDIMENTOS<br />

IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.queirozconceicao.com.br • 2210-5222<br />

RT IMOBILIÁRIA E CONSULTORIA DE NEGÓCIOS LTDA<br />

www.rtimob.com.br • 3534-8438<br />

SELF IMÓVEIS LTDA<br />

www.selfadm.com.br • 3179-5700<br />

SÓCIOS SOLIDÁRIOS<br />

AVANTE SEGURANÇA E VIGILÂNCIA LTDA<br />

www.avanteseguranca.com.br/index.htm • 2293-0186<br />

BASE SOFTWARE LTDA<br />

www.basesoft.com.br • 2195-0550<br />

BAULER ASSESSORIA ORGANIZACIONAL EIRELI<br />

www.bauler.com.br • (51) 2102-0305<br />

CARVALHO HOSKEN S/A<br />

www.carvalhohosken.com.br • 3416-9327<br />

FICHA CERTA - ASSECAD BRASIL ASSESSORIA<br />

CADASTRAL LTDA<br />

www.fichacerta.com.br • 2222-4998<br />

FEDCORP CORRETORA E AGENCIADORA DE SEGUROS<br />

www.fedcorp.com.br • 2516-6001<br />

GÁS NATURAL SERVIÇOS SA<br />

www.gasnaturalfenosa.com • 3115-6800<br />

HAGANÁ SEGURANÇA LIMITADA<br />

www.hagana.com.br • 2279-0850<br />

HIDROLUZ<br />

www.hidroluz.com.br • 2023-0153<br />

ITACOATIARA CONSULTORIA E CORRETAGEM DE<br />

SEGUROS LTDA<br />

2508-6237<br />

LECCA COMERCIAL LTDA<br />

www.lecca.com.br • 3824-8008<br />

MA BROOKLIN EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA<br />

www.brooklin.com.br • 2245-5555<br />

MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A<br />

www.mapfre.com.br • 3523-2802<br />

SER-TEL SERV E COM DE EQUIPAMENTOS ELET LTDA<br />

www.ser-tel.com.br • 2102-4000<br />

TECNOLOGIA ADM E CORRETORA DE SEGUROS<br />

www.tecnologiaseguros.com.br • 2215-1663<br />

VIGAFORT SERVIÇOS E TECNOLOGIA LTDA – ME<br />

www.vigafort.com • 2560-0152<br />

SINAI EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.sinai.imb.br • 3137-9000<br />

TIBURCIO RODRIGUES IMÓVEIS LTDA<br />

www.tiburciorodrigues.com.br • 3153-7540<br />

UNIDADE ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.unidadeadm.com.br • 2263-6273<br />

VIVENDA CENTER PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS<br />

IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

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Tradição e modernidade<br />

no setor da habitação<br />

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BOO!<br />

EDIFÍCIOS BEM<br />

ASSOMBRADOS<br />

Em prédios históricos do Rio, fantasmas<br />

atraem curiosos. Assustam, mas mantêm<br />

relação harmoniosa com os vivos<br />

Amanda Gama<br />

Fachada do Museu Nacional/ UFRJ<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 46


Imagine só: você está trabalhando e, de repente,<br />

ouve um barulho estranho em um local vazio, vê<br />

uma luz apagar ou acender sozinha, percebe que<br />

algo se moveu sem a intervenção de alguém,<br />

enxerga um vulto. Assustador? Para algumas<br />

pessoas que trabalham em edifícios históricos do<br />

Rio de Janeiro, interagir com outro plano astral é<br />

algo comum.<br />

Não acredita? O chefe da biblioteca do Instituto<br />

Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da<br />

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Alexandre<br />

Medeiros, também não. Ou quase. Quer dizer, ele<br />

não está muito certo, mas duvidar, também não<br />

duvida.<br />

O certo é que, trabalhando há 20 dos seus 40 anos<br />

no local, ele coleciona histórias um tanto estranhas<br />

ocorridas no castelo de Manguinhos. Tanto<br />

conhecimento se deve, em parte, à sua dissertação<br />

de mestrado em Ciência da Informação, que tratava<br />

sobre a biblioteca e o levou a conversar com os<br />

funcionários. “Havia histórias que eu achava<br />

engraçadas; outras, curiosas. Uma delas aconteceu<br />

comigo”, relata.<br />

Entre tantos casos, Alexandre se recorda do<br />

acontecido com o sr. Jara, funcionário da fundação<br />

por 30 anos, já falecido há cerca de oito. Em certa<br />

ocasião, quando arrumava revistas sobre uma mesa<br />

em uma sala da biblioteca, foi pegar mais um tanto,<br />

e, quando retornou, a mesa estava torta, tendo<br />

rodado cerca de 30 graus. Detalhe: o móvel era de<br />

carvalho, grande e pesado, com espaço para cerca<br />

de 10 lugares. Além disso, não havia mais ninguém<br />

no local.<br />

Outra situação inusitada ocorreu quando uma moça<br />

chegou ao balcão solicitando falar com o chefe da<br />

biblioteca. A atendente foi chamar e, ao retornar, não<br />

encontrou mais ninguém. Abismada, resolveu ir<br />

atrás da moça, acreditando que a encontraria<br />

facilmente pelo fato de haver apenas um trajeto<br />

entre a recepção e a saída. No caminho, perguntou<br />

se o ascensorista havia visto alguém passar e<br />

recebeu uma negativa. Depois, reconheceu em um<br />

quadro a pessoa com quem havia falado, que,<br />

assustadoramente, já havia falecido.<br />

O próprio chefe da biblioteca já se deparou, bem<br />

cedo, com um vigia sentado do lado de fora do<br />

prédio com uma garrafa de café, afirmando que<br />

trancava tudo e se posicionava ali porque não ficava<br />

sozinho lá dentro “por nada neste mundo”. O filho de<br />

uma funcionária, uma criança agitada, já foi<br />

repreendido por “um tio de branco” em uma sala<br />

onde não havia ninguém.<br />

Alexandre conta também que é comum as pessoas<br />

sentirem cheiro de flores, mesmo em lugares<br />

fechados – sensação que também já experimentou.<br />

Mas a sua vivência mais estranha aconteceu ainda<br />

Muitas histórias inexplicáveis aconteceram no<br />

castelo mourisco da Fundação Oswaldo Cruz<br />

Foto: Acervo Fundação Oswaldo Cruz<br />

SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 47


durante o processo de escrita da dissertação de<br />

mestrado, quando organizava uma estante em uma<br />

pequena sala dentro da biblioteca.<br />

Ele se lembrou que precisava de um livro sobre<br />

metodologia de pesquisa para o seu trabalho e<br />

balbuciou o título. Ao terminar a arrumação, trancou<br />

a sala e saiu para almoçar. Ao retornar, deparou-se<br />

com um livro sobre o tema em cima da mesa. “O livro<br />

estava velho, não serviu muito não, mas eu agradeci<br />

mesmo assim”, diverte-se.<br />

E, com fantasmas tão prestativos, a convivência<br />

pode ser bem tranquila. A fundação, aliás, mantém<br />

um relacionamento tão bom com seus espíritos que<br />

chegou a criar o projeto de cartum “Castelo Bem<br />

Assombrado da Fiocruz”. Com a proposta de se<br />

comunicar com o público infantil, tinha como<br />

personagens “os três fantasminhas camaradas”:<br />

Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sérgio Arouca.<br />

Parece até uma ironia haver tantos relatos de casos<br />

sobrenaturais em um ambiente científico. Não à toa,<br />

Alexandre busca resposta para tudo. No entanto, ele<br />

mesmo não parece totalmente convencido: “Como é<br />

um prédio antigo, faz barulho, range madeira, e as<br />

pessoas acham que veem algumas coisas. Mas às<br />

vezes acontecem situações estranhas, né? É aquela<br />

história: no creo en brujas, pero...”<br />

Fantasmas reais<br />

Quem também tem motivos para acreditar nos<br />

visitantes do além é Luiz Cláudio Guerreiro, de 48<br />

anos. Administrador da sede do Museu<br />

Nacional/UFRJ há cerca de 25 anos, já ouviu alguns<br />

casos esquisitos sobre o palácio que abriga a<br />

instituição, uma construção que possui a fama de<br />

guardar muitos outros mistérios relacionados ao fato<br />

de ter servido como residência da família real<br />

portuguesa.<br />

Segundo ele, a área em que ocorre a maior<br />

incidência de acontecimentos inexplicáveis é o<br />

terceiro andar do prédio, onde alguns já afirmaram<br />

ouvir barulhos de correntes, atribuídos às pessoas<br />

escravizadas que trabalharam no lugar. Guerreiro<br />

conta que os que mais costumam vivenciar certas<br />

situações são os vigilantes que circulam pelo local à<br />

noite.<br />

E foi justamente numa ronda que um amigo do<br />

administrador passou por um susto. No fim de um<br />

expediente, após checar se não havia mais ninguém<br />

no recinto, apagar as luzes e descer, o vigia foi<br />

alertado por um colega sobre o fato de o andar estar<br />

iluminado. Estranhando a situação, ele retornou,<br />

verificou mais uma vez se havia alguém no andar,<br />

apagou tudo e, com a lanterna, esperou.<br />

Ao descer novamente, reparou que as luzes haviam<br />

se acendido outra vez. Só que aí ele não voltou mais.<br />

Esperou até algum funcionário chegar na manhã<br />

A escada principal do castelo parece<br />

cenário de filme<br />

São tantas histórias sobrenaturais no castelo de<br />

Manguinhos que o próprio Oswaldo Cruz virou<br />

personagem de quadrinho como fantasma<br />

camarada<br />

Nas bibliotecas da Fiocruz já teve até mesa<br />

se mexendo sozinha<br />

O administrador da<br />

sede do Museu Nacional,<br />

Luiz Cláudio Guerreiro,<br />

já ouviu vidro quebrar e,<br />

quando foi checar o que<br />

houve, não encontrou<br />

nada<br />

Foto: Acervo Fundação Oswaldo Cruz Foto: Acervo Fundação Oswaldo Cruz Foto: Acervo Fundação Oswaldo Cruz


Foto: Acervo pessoal<br />

seguinte. Para Guerreiro, o mais assustador da<br />

história é a possibilidade de um mau contato<br />

estar descartada, já que as luzes costumam<br />

ser apagadas nos disjuntores.<br />

O próprio administrador também vivenciou<br />

algo inexplicável no local. Em certa ocasião,<br />

uma emissora realizaria uma filmagem nas<br />

instalações do museu e precisava que alguém<br />

tomasse conta do equipamento, que ficaria<br />

tanto na parte interna quanto na externa do<br />

prédio.<br />

Por conta disso, ele pernoitou no local e<br />

realizou revezamento para vigiar os objetos.<br />

Por volta das 2h da manhã, quando estava<br />

reunido com outros dois funcionários na<br />

portaria principal, ouviu um barulho alto de<br />

vidro quebrando. Eles correram para checar se<br />

era a equipe de filmagem e, para a surpresa<br />

de todos, não havia ninguém e tudo estava em<br />

seu devido lugar. “Ficamos assustados porque<br />

foi um barulho muito alto, parecia uma janela<br />

caindo. Ou foi a mente dos três ou foi um<br />

fantasma”, afirma, aos risos.<br />

Para quem<br />

curte terror<br />

Se por um lado existem pessoas que se<br />

impressionam e querem distância dos casos<br />

assustadores, por outro há quem tenha muito<br />

interesse por eles. E foi motivado por isso que<br />

o projeto Sou+Carioca resolveu apostar no<br />

Tour Histórias de Terror e no Lendas Urbanas.<br />

O grupo de guias de turismo, que promovem<br />

passeios culturais a pé pelo Rio de Janeiro de<br />

forma colaborativa, aproveitou o fato de o<br />

tema ser curioso. “Em tempos de vampiros e<br />

zumbis, as histórias de terror têm tido um<br />

espaço grande na mídia. Aproveitando esse<br />

momento, pensamos em unir o útil ao<br />

agradável e contar o que estava oculto na<br />

história da cidade”, explica Gabriela Palma,<br />

idealizadora do projeto.<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

Alguns detalhes do Museu Nacional/ UFRJ já assustam<br />

mesmo sem histórias de assombração<br />

Grupo do Sou+Carioca em frente ao Palácio Tiradentes<br />

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SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>103</strong> / 49


Ela diz que a ideia de explorar temas sinistros<br />

partiu de outra guia, a Aparecida Jeronymo, que,<br />

em uma reunião de planejamento de roteiro,<br />

sugeriu utilizar a sexta-feira 13 do mês de maio<br />

como um teste. No entanto, no primeiro evento, não<br />

apareceu ninguém.<br />

“Mas nós acreditamos no potencial do tour e não<br />

desistimos. Felizmente, no mês de junho, as<br />

pessoas começaram a descobrir e se interessar”,<br />

conta. A ideia acabou virando um sucesso,<br />

principalmente graças à responsável pela sugestão.<br />

“Como a Aparecida é formada em teatro, tem um<br />

jeito todo especial de contar as histórias”, explica<br />

Gabriela.<br />

A guia garante que, fora a ação dos vivos, os<br />

grupos nunca presenciaram nada de assustador,<br />

mas conta que o lugar incluído no roteiro que<br />

costuma provocar mais arrepios é o Arco do Teles,<br />

por conta da história da feiticeira Bárbara dos<br />

Prazeres e do caso do incêndio que destruiu o<br />

conjunto arquitetônico no entorno de onde estava<br />

instalado o Senado da Câmara. “Sempre ouvimos<br />

as pessoas dizerem: ‘Nossa, nunca ouvi isso antes’,<br />

‘Uau, é verdade essa história?’. Todos têm nos<br />

parabenizado ao final dos guiamentos”, orgulha-se.<br />

Mas, quando se trata de casos de terror, há um<br />

pioneiro no Rio de Janeiro que, há muito tempo, já<br />

havia enxergado o potencial dos locais<br />

assustadores da cidade. Durante anos, o<br />

historiador Milton Teixeira guiou o Tour Fantasma,<br />

em que passeava por locais como a Biblioteca<br />

Nacional, o Palácio Tiradentes e o Theatro<br />

Municipal do Rio de Janeiro.<br />

Este último costumava ser o “filé-mignon” dos<br />

passeios, garante o historiador. “Todo teatro tem o<br />

seu fantasma. O Fantasma da Ópera não é<br />

privilégio de Andrew Lloyd Weber”, brinca. Ele<br />

conta que, entre os moradores não vivos do<br />

Municipal, está Olavo Bilac. “É chamado de ‘o<br />

homem do bigodinho’. Ele inaugurou o teatro e<br />

faleceu em 1918. Então continua, de uma certa<br />

maneira, preso ao teatro”, afirma Milton, que<br />

garante já ter ouvido relatos de pessoas que<br />

conversaram com o poeta. Além de Bilac, há no<br />

prédio uma dama que canta. “Geralmente os<br />

fantasmas do Municipal são ex-funcionários que ali<br />

faleceram”, supõe.<br />

Apesar dos casos curiosos, o historiador acabou<br />

sendo proibido de levar grupos ao teatro, o que o<br />

fez desistir do roteiro, mas não dos passeios<br />

sombrios. Hoje ele realiza visitações a cemitérios,<br />

onde garante presenciar muitas assombrações. Ele<br />

conta que já avistou diversos vultos. No entanto, a<br />

situação mais assustadora que já vivenciou ocorreu<br />

no Cemitério da Penitência, quando o jarro d’água<br />

de um túmulo foi arremessado em sua direção.<br />

Quando ele foi falar sobre o túmulo de um<br />

comendador português chamado Manoel Joaquim<br />

Correia, uma das visitantes lhe perguntou como<br />

tinha certeza sobre a nacionalidade do falecido. “Eu<br />

disse: ‘Com esse nome, vou te dar cinco opções: 1)<br />

coreano; 2) russo; 3) alemão; 4) japonês...’ Não<br />

cheguei a dar a quinta, e o vaso de mármore virou<br />

violentamente em minha direção.”<br />

Sobre o caso, Milton descarta a hipótese de uma<br />

retaliação pela piada. “Não acho que tenha sido<br />

uma resposta do comendador porque, afinal, não<br />

fiz nada com ele. Um médium que estava junto<br />

afirmou que se tratava de outro espírito”, reflete.<br />

Apesar do susto, o historiador não se intimida e<br />

continua inserindo locais com fama sombria em<br />

seus roteiros.<br />

Há pouco tempo, em uma visita à cripta da Igreja de<br />

Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, chegou a<br />

fotografar o que seria um espírito. Ele conta que,<br />

mesmo no edifício onde mora, costuma capturar<br />

vultos em fotografias, mas garante não se assustar:<br />

“Medo eu tenho dos vivos. Com os mortos não tem<br />

problema.”<br />

Quem você vai<br />

chamar?<br />

Apesar de os visitantes de outro mundo que<br />

passeiam pelos edifícios históricos do Rio de<br />

Janeiro geralmente serem “de boas”, nem todas as<br />

pessoas lidam bem com seres do além. Em casos<br />

assim, há uma solução. Pode até parecer coisa de<br />

filme, mas acredite: o Brasil tem os seus próprios<br />

caça-fantasmas da vida real.<br />

Aliás, foi inspirado pela primeira versão do filme<br />

sobre os especialistas em assombrações que o<br />

casal Rosa Jacques e João de Oliveira decidiu<br />

realizar investigações sobrenaturais e,<br />

posteriormente, criar um canal no YouTube,<br />

chamado Visão Paranormal, para divulgar esse<br />

trabalho. “Criamos o canal para mostrar como as<br />

investigações são feitas na prática, dividir nossas<br />

experiências, além de ajudar as pessoas e facilitar<br />

o entendimento do sobrenatural de uma forma<br />

independente, sem rótulos, vínculos místicos e<br />

religiosos”, explica João.<br />

Casados há 18 anos, ela é jornalista, ele é<br />

publicitário, e, juntos, já escreveram livros, fizeram<br />

programa de rádio e TV sobre o tema. Mas a<br />

iniciativa de trabalhar caçando fantasmas não<br />

surgiu do nada. Rosa conta que teve a sua primeira<br />

visão aos 6 anos de idade e, desde então, se<br />

comunica com os mortos 24 horas por dia. Tal<br />

habilidade – aliada a equipamentos como<br />

medidores térmicos e magnéticos, microfones<br />

ultrassensíveis, câmeras de visão noturna e<br />

gravadores de som – é utilizada para lidar com todo<br />

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tipo de acontecimento estranho.<br />

Entre tantas experiências com o além, eles contam<br />

que as manifestações mais comuns são as de<br />

espíritos tentando se comunicar com os familiares e<br />

de fantasmas presos nos lugares onde seu<br />

momento em vida foi mais forte. “As necessidades<br />

de comunicação dos espíritos podem ser para<br />

ajudar, informar, entender, despedir-se e resolver<br />

coisas que ficaram em aberto durante a vida com<br />

seus amigos e parentes”, conta o caça-fantasma.<br />

Outros motivos que também atraem os fenômenos<br />

são acontecimentos muito fortes, como<br />

assassinatos, brigas, acidentes etc. “Nesses<br />

lugares servimos como intermediários, somos o<br />

canal de comunicação, damos os recados,<br />

conversamos com eles, fazendo com que<br />

entendam sua situação e assim possam se libertar<br />

dos fatos que ainda os prendem em nossa<br />

dimensão”, explica João.<br />

E, para quem constatar que está lidando com<br />

algum espírito, ele recomenda tranquilidade. “Reze<br />

dentro de sua crença e saiba para quem ligar nessa<br />

hora: Caça-Fantasmas Brasil!” Mas calma lá! É<br />

preciso ter certeza sobre aquilo com que está<br />

lidando. Não vá achando que qualquer barulhinho<br />

ou figura desconhecida pode ser coisa de um<br />

espírito zombeteiro por aí. Há poucos meses, Rosa<br />

e João chegaram a postar o caso de um casal que<br />

foi atacado por um “corpo seco”.<br />

“Uma reportagem mostrava uma foto conhecida de<br />

um ser mutante de um filme famoso, que na visão<br />

do repórter do jornal era igual à descrição do casal<br />

de namorados atacados pela ‘besta’”, conta o<br />

caça-fantasma. Após muita investigação, a dupla<br />

descobriu que o tal corpo, na verdade, era um<br />

lobo-guará que havia sido atraído pelo cheiro do<br />

cachorro-quente que o casal comia dentro do carro.<br />

Um pouco assustador, poderia até ser. Mas<br />

assombrado? Aí não!<br />

Rosa Jacques e João de Oliveira são os caça-fantasmas brasileiros<br />

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