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Quem é Quem Advocacia 2018

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Por Mariana Bandeira<br />

ANÁLISE<br />

Tempo de<br />

crescimento, mas<br />

de olhos postos no<br />

desafio da tecnologia<br />

A advocacia de negócios em Portugal deverá continuar<br />

a crescer, mas os agentes do setor sabem que se perfilam<br />

desafios a que <strong>é</strong> preciso dar resposta. Com a tecnologia à cabeça.<br />

O<br />

mercado português da advocacia<br />

de negócios vai viver<br />

o próximo ano, de novo,<br />

ao ritmo dos ventos do investimento<br />

estrangeiro. Depois de um<br />

crescimento estimado de 2,3% do produto<br />

interno bruto (PIB) em <strong>2018</strong>, com o investimento,<br />

medido pela formação bruta<br />

de capital fixo (FBCF) a crescer 5,2%, o<br />

governo prevê que o ritmo de crescimento<br />

económico abrande uma d<strong>é</strong>cima em<br />

2019, mas que o peso do investimento<br />

nesta evolução aumente, acelerando o<br />

passo para uma taxa de 7%. Assim, especialmente<br />

as áreas de Direito Financeiro,<br />

Imobiliário e de Fusões e Aquisições<br />

(M&A) manter-se-ão em destaque, com<br />

maior crescimento na atividade, podendo<br />

tamb<strong>é</strong>m registar-se um acr<strong>é</strong>scimo<br />

significativo do volume de trabalho nos<br />

departamentos de Societário, Laboral e<br />

Concorrência/União Europeia, segundo<br />

as opiniões recolhidas pelo Jornal Económico<br />

junto de diversos advogados.<br />

“Portugal continua a ser um claro polo<br />

de interesse para o investimento estrangeiro<br />

em diversos setores da economia.<br />

Não temos razões para antecipar um<br />

abrandamento deste interesse em ativos<br />

portugueses, com a consequente necessidade<br />

de assessoria jurídica em assuntos<br />

de natureza complexa e operações de dimensão<br />

relevante”, antecipa Maria João<br />

Ricou. A managing partner da Cuatrecasas<br />

em Portugal frisa que estas transações<br />

acabarão por envolver uma multiplicidade<br />

de áreas de especialidade, sobretudo<br />

nas áreas de financeiro, imobiliário e de<br />

fusões e aquisições.<br />

O dinamismo que deverá caracterizar<br />

a assessoria jurídica no próximo ano não<br />

deverá significar, no entanto, a entrada de<br />

novos operadores, tendo em conta a capacidade<br />

limitada do mercado e o alto nível<br />

de competitividade. Para quem já está<br />

presente, o desafio <strong>é</strong> a diferenciação e o<br />

que os agentes do mercado consideram <strong>é</strong><br />

que a concorrência entre as sociedades de<br />

advogados passa pelo forte investimento<br />

na digitalização, a vários níveis: produtos<br />

(como projetos de inteligência artificial<br />

para automatizar processos), serviços<br />

(novos, reforçados e reinventados) e formação<br />

de recursos. Para Domingos Cruz,<br />

managing partner da CCA Ontier, a tecnologia<br />

vai, “sem dúvida”, impulsionar<br />

a concorrência na prestação de serviços.<br />

“As sociedades mais bem-sucedidas serão<br />

aquelas que diferenciarem a sua oferta<br />

e as que transformarem digitalmente as<br />

suas operações, assegurando que as pessoas,<br />

processos e tecnologia oferecem a<br />

melhor experiência ao cliente”, defende.<br />

Ao longo de <strong>2018</strong>, foram diversos os<br />

escritórios que implementaram soluções<br />

tecnológicas e que asseguraram estar a<br />

investir na assessoria e no apoio às microempresas<br />

– mesmo sem intenções de<br />

registar retorno desse investimento a curto<br />

prazo, mas de olhos postos nas novidades<br />

que desenvolvem e que lhes poderão<br />

ser úteis para poupar tempo nas tarefas<br />

automatizadas e construir, dessa forma, a<br />

oferta para o futuro. A SRS Advogados<br />

anunciou mesmo a criação de programa<br />

de aceleração para startups e um espaço<br />

de co-work no qual poderão trabalhar,<br />

apoiando atrav<strong>é</strong>s de mentoring e formação<br />

dos diversos parceiros, a Lawra (legaltech),<br />

a Clearis (regtech), a Go Parity<br />

(fintech), a TaxUpdate (legaltech), a PoW<br />

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