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Revista COAMO - Edição 485 - Outubro/2018

Campo Mais Feminino - Mulheres provam que quando se ama o que faz, não existem empecilhos profissionais. Com garra e determinação elas fazem bonito e são exemplos no campo da produção.

Campo Mais Feminino - Mulheres provam que quando se ama o que faz, não existem empecilhos profissionais. Com garra e determinação elas fazem bonito e são exemplos no campo da produção.

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carnes de frango exportados pelas<br />

cooperativas vão para a China, que<br />

não compra produtos industrializados<br />

a não ser a carne de frango.<br />

Da mesma forma, no mercado<br />

Interno, há grande concentração<br />

em poucas grandes empresas em<br />

cada segmento de produtos. Na<br />

originação da produção, nos últimos<br />

anos, observou-se um crescimento<br />

de empresas estrangeiras.<br />

No entanto, muitas não estão conseguindo<br />

se firmar, mesmo investindo<br />

bastante em suas operações.<br />

Por outro lado, as cooperativas têm<br />

conseguido se sobressair porque<br />

contam com a confiança dos associados<br />

e não deixam de honrar os<br />

pagamentos com os produtores,<br />

mesmo diante de dificuldades financeiras.<br />

RC: Com o apoio da Ocepar, as<br />

cooperativas estão investindo<br />

mais na profissionalização e gestão<br />

dos funcionários e cooperados.<br />

Este é o caminho para alavancar<br />

o presente rumo às décadas<br />

futuras?<br />

Costa: O setor cooperativo tem<br />

procurado se profissionalizar,<br />

por meio das ações de capacitação<br />

proporcionadas pelo Serviço<br />

Nacional de Aprendizagem do<br />

Cooperativismo (Sescoop), buscando<br />

qualificar seus profissionais<br />

para atuar em um mercado<br />

cada vez mais competitivo e globalizado.<br />

Os desafios são cada<br />

vez maiores e, com isso, aumenta<br />

a necessidade de dispor de novos<br />

“talentos”, com disposição<br />

para aprender e buscar conteúdos<br />

e soluções nas mais diversas<br />

áreas de conhecimento e de se<br />

comunicar adequadamente. Mas<br />

isso não tem se mostrado suficiente,<br />

porque as cooperativas<br />

concorrem com empresas transnacionais<br />

que, além de terem<br />

profissionais qualificados, também<br />

dispõem de mecanismos de<br />

mercado para alavancar recursos<br />

financeiros, não disponíveis para<br />

as cooperativas. Por isso, é necessário<br />

que haja também aberturas<br />

na legislação a fim de que<br />

as cooperativas tenham profissionais<br />

qualificados e ferramentas<br />

gerencias e legais para poderem<br />

competir com igualdade de<br />

condições.<br />

RC: Qual sua percepção sobre o<br />

grau de participação e fidelização<br />

dos cooperados no dia a dia das<br />

cooperativas paranaenses?<br />

"As cooperativas têm<br />

conseguido se sobressair<br />

porque contam com a<br />

confiança dos associados<br />

e não deixam de honrar<br />

os pagamentos com<br />

os produtores, mesmo<br />

diante de dificuldades<br />

financeiras."<br />

Costa: As cooperativas têm melhorado<br />

as unidades de recepção,<br />

procurando agilizar o descarregamento,<br />

além de dar opções de<br />

mercado para a compra, com os<br />

planos safra, e oportunidades de<br />

mercado futuro ou de balcão para<br />

as vendas. Mas isso, não resolve<br />

ao todo, porque existem cooperados<br />

com ímpeto de especulação.<br />

Todavia, é importante que as cooperativas<br />

continuem o processo<br />

de modernização para mostrar ao<br />

cooperado que a cooperativa é a<br />

melhor opção no conjunto - na entrega<br />

de insumos, comercialização<br />

da produção, assistência técnica e<br />

fornecimento do crédito -, e ainda<br />

tem as sobras que não há no concorrente.<br />

O último ponto importante<br />

a se observar é que na cooperativa<br />

há confiança, tanto que não<br />

se tem notícias que um cooperado<br />

deixou de receber pela produção<br />

entregue. Na concorrência, todo<br />

ano alguém não recebe.<br />

RC: A sociedade tem valorizado<br />

mais o cooperativismo, com seus<br />

produtos, benefícios e serviços. O<br />

senhor também percebe esta mudança<br />

cultural?<br />

Costa: O mercado de varejo é<br />

muito exigente em qualidade<br />

e preço. As cooperativas ainda<br />

têm dificuldades para atuar nesse<br />

mercado por diversas razões,<br />

dentre elas a falta de uma cesta<br />

de produtos que possa lhes dar<br />

maior visibilidade nas prateleiras<br />

dos supermercados, a forma<br />

como os mercadistas atuam com<br />

os fornecedores exigindo diversas<br />

bonificações etc. Não basta<br />

termos os melhores produtos e<br />

com garantia de origem, se na<br />

prateleira somos iguais. Por isso,<br />

é importante investir cada vez<br />

mais nos diferenciais dos produtos<br />

das cooperativas, mostrar<br />

sua origem, a rastreabilidade, a<br />

forma de produção etc. Precisamos<br />

fugir um pouco do marketing<br />

tradicional e mostrar esses<br />

apelos para os consumidores.<br />

Além disso, precisamos atuar<br />

mais fortemente no mercado<br />

internacional, buscar parcerias<br />

e alianças para atuar de forma<br />

mais compacta e criar marcas<br />

internacionais, a exemplo, das<br />

carnes, café etc.<br />

<strong>Outubro</strong>/<strong>2018</strong> REVISTA 11

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