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NegROs AiNdA sãO<br />
miNORiA NAs empResAs<br />
Patrícia Santos, da consultoria<br />
<strong>de</strong> RH EmpregueAfro,<br />
fala que é gritante a falta<br />
<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> negra<br />
nas empresas. pág. 10<br />
liNkediN RevelA tOp<br />
iNflueNceRs dO bRAsil<br />
Walter Longo, ex-Grupo<br />
Abril, aparece em<br />
<strong>de</strong>staque. Re<strong>de</strong> social<br />
também divulgou os Top<br />
Voices <strong>de</strong> <strong>2018</strong>. pág. 39<br />
NOvA gestãO dA publicis<br />
cOmpletA pRimeiRO ANO<br />
Para marcar a data, os<br />
copresi<strong>de</strong>ntes Eduardo<br />
Lorenzi e Miriam Shirley (foto)<br />
lançaram semana passada o<br />
hub digital Brain Lab. pág. 16<br />
propmark.com.br<br />
ANO 54 - Nº 2723 - <strong>26</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> R$ 15,00<br />
Gearstd/iStock<br />
tv paga mantém<br />
conteúdo em alta<br />
diante <strong>de</strong> um cenário <strong>de</strong> crise e transformações, a qualida<strong>de</strong> do<br />
conteúdo da tv paga atrai anunciantes e audiência, ajudando a<br />
compensar a perda <strong>de</strong> assinantes. O meio ocupa hoje a segunda<br />
posição em investimento publicitário no país, com 13,2% do mercado,<br />
e faturamento <strong>de</strong> R$ 17,6 bilhões. A tecnologia também ajuda<br />
o setor a se reinventar. confira especial nesta edição. pág. 44<br />
sONY music cOmbiNA<br />
NegÓciOs e mÚsicA<br />
Wilson Lannes, responsável<br />
pela área <strong>de</strong> business<br />
<strong>de</strong>velopment, revela planos<br />
da empresa para promover<br />
marcas e engajar fãs. pág. <strong>26</strong><br />
glObO explORA O sONhO<br />
em meNsAgem <strong>de</strong> NAtAl<br />
Criação <strong>de</strong> Sergio Valente,<br />
campanha contempla uma<br />
caixa <strong>de</strong> música gigante<br />
impulsionada pelo elenco<br />
da emissora. pág. 33<br />
especiAlistA fAlA <strong>de</strong><br />
sOluções pARA jORNAis<br />
Jeffrey Cole, da USC<br />
Annenberg School, observa<br />
que, nos EUA, os veículos<br />
estão batendo recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
assinaturas digitais. pág. 36
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Mercado acordando<br />
visível aumento da publicida<strong>de</strong> nos últimos dias, tanto na mídia tradicional<br />
como na digital, estimulado não apenas pela Black Friday<br />
O<br />
e pela aproximação dos festejos natalinos, mas também, e principalmente,<br />
por uma melhora (embora lenta) nas condições da nossa economia<br />
em geral, traduz o esperado reflexo <strong>de</strong>corrente do resultado das<br />
últimas eleições.<br />
A <strong>de</strong>rrota das esquerdas e a reafirmação dos nossos valores <strong>de</strong>mocráticos<br />
são as principais garantias <strong>de</strong> que as <strong>de</strong>monstrações acima não <strong>de</strong>vem<br />
ser interpretadas como meramente ocasionais. Para quem tem boa<br />
memória, basta recordar a Black Friday <strong>de</strong> 2017 e até mesmo as campanhas<br />
natalinas, muito inferiores ao que agora estamos presenciando e os<br />
novos governos (fe<strong>de</strong>ral e estaduais no plano executivo) sequer tomaram<br />
posse.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma clara <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que os brasileiros e seus mercados<br />
rejeitam o controle absoluto estatal, apostando suas preferências na<br />
livre iniciativa, cuja longa história em nosso país fez <strong>de</strong>le a potência que é.<br />
Sem dúvida, há muito ainda a se fazer, principalmente nos importantes<br />
campos da saú<strong>de</strong> e da educação, e aqui incluiríamos também a questão<br />
da segurança. Mas, esse trabalho em larga escala e longo alcance somente<br />
será possível a partir do caminhar <strong>de</strong>ste novo momento que o país<br />
atravessa, propiciando a todos perceberem que o capitalismo aplicado<br />
com parcimônia e respeito à soberania popular e em obediência às regras<br />
dos novos tempos torna-se imbatível no confronto com alternativas heterodoxas,<br />
<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias que contrariam a própria natureza<br />
humana.<br />
que <strong>de</strong> pior tem a natureza humana: valer-se da promessa <strong>de</strong> um bem<br />
coletivo para aten<strong>de</strong>r a outros fins camuflados <strong>de</strong> “políticos”, mas que<br />
na realida<strong>de</strong> têm outra característica.<br />
Isso ocorre quando os altos mandatários, mesmo em regimes ditos <strong>de</strong>mocráticos,<br />
atrevem-se a criar ou usar <strong>de</strong> mecanismos ditos confi<strong>de</strong>nciais,<br />
sob a alegação <strong>de</strong> segurança nacional ou coisa que o valha.<br />
Por trás <strong>de</strong>sse biombo, po<strong>de</strong>m se abrigar as piores intenções.<br />
***<br />
Imperdível a matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição do PROPMARK, abordando<br />
o momento atual da TV paga, que não tem poupado esforços para manter<br />
seu conteúdo em alta. Com isso, contribui para atrair mais audiência<br />
e em consequência maior número <strong>de</strong> anunciantes e das suas verbas a<br />
esse meio <strong>de</strong>stinadas, ajudando a compensar a perda (esperamos que<br />
momentânea, <strong>de</strong>vido à crise que começa a dar sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida) <strong>de</strong><br />
assinantes.<br />
Um dado <strong>de</strong> realce nessa questão: o meio ocupa hoje a segunda posição<br />
em investimento publicitário no país, com cerca <strong>de</strong> 13% do mercado e<br />
um faturamento <strong>de</strong> R$ 17,6 bilhões em 2017.<br />
Mais que imperdíveis nessa matéria, as entrevistas com executivos <strong>de</strong>sse<br />
tra<strong>de</strong>, mostrando os <strong>de</strong>safios do setor e discorrendo sobre streaming,<br />
produções e formatos publicitários, estes em constante atendimento às<br />
exigências dos nossos tempos midiáticos.<br />
Voltando à publicida<strong>de</strong>, razão <strong>de</strong> ser do PROPMARK, além do significativo<br />
aumento da sua presença nos meios, principalmente em <strong>de</strong>corrência<br />
dos dois principais fatores <strong>de</strong> época que acima apontamos, vamos<br />
aos poucos percebendo a volta à mídia <strong>de</strong> tradicionais anunciantes que<br />
haviam se recolhido ou na melhor das hipóteses diminuído seus investimentos<br />
publicitários.<br />
Observe o leitor como o setor automotivo, por exemplo, está retornando<br />
com força aos meios analógicos e digitais, <strong>de</strong>monstrando acreditar nestes<br />
novos tempos brasileiros.<br />
Bom para todos que assim seja. Como se dizia no passado e se repete no<br />
presente, a comunicação publicitária é uma das mais importantes molas<br />
propulsoras do <strong>de</strong>senvolvimento e da estabilida<strong>de</strong> econômica dos países.<br />
Os mais avançados <strong>de</strong>ntre estes sabem que se trata <strong>de</strong> um investimento<br />
obrigatório em qualquer budget empresarial e hoje até mesmo nos orçamentos<br />
<strong>de</strong> governos.<br />
***<br />
O episódio do programa Mais Médicos, criado na gestão da presi<strong>de</strong>nte<br />
Dilma Rousseff, está <strong>de</strong>monstrando <strong>de</strong> forma muito clara como são tratadas<br />
as verbas públicas, mesmo quando os sistemas <strong>de</strong> governo são ditos<br />
<strong>de</strong>mocráticos, mas seus executores bem diferentes disso.<br />
Temos para nós que se trata <strong>de</strong> um vergonhoso escândalo, agregado ao<br />
***<br />
A ABMN (Associação Brasileira <strong>de</strong> Marketing & Negócios) promoverá na<br />
noite <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, a partir das 19h, no Belmond Copacabana Palace,<br />
a Festa do Marketing Contemporâneo/<strong>2018</strong>, com apresentação <strong>de</strong><br />
histórias vencedoras <strong>de</strong> negócios e suas personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trajetórias<br />
inspiradoras, como afirma a divulgação da própria entida<strong>de</strong>.<br />
Mais uma <strong>de</strong>monstração do otimismo do mercado, <strong>de</strong>ixando para trás os<br />
momentos <strong>de</strong> pouca comemoração que recentemente tivemos.<br />
***<br />
Recordando slogans publicitários que fizeram sucesso, alguns ainda vivos<br />
na lembrança dos consumidores: 1. Não pense em pneus. Pense Good-<br />
Year; 2. Tudo anda bem com Bardhal; 3. Uma boa i<strong>de</strong>ia/Caninha 51; 4.<br />
Gostoso como uma tar<strong>de</strong> no circo/Nescau; 5. A cueca que gosta <strong>de</strong> aparecer/<br />
Mash. (Fonte: Elóy Simões, Bordões, Slogans & Conceitos na Publicida<strong>de</strong><br />
Brasileira. Editora Unisul).<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem a Abel Reis, CEO da Dentsu Aegis<br />
Network, pela sua brilhante carreira e pelo lançamento na noite <strong>de</strong> <strong>26</strong>/11,<br />
na Livraria Plana (Fradique Coutinho, 1.139 – SP), do livro Socieda<strong>de</strong>.com<br />
Abel.Reis, cuja renda da venda da obra será integralmente doada ao ITS<br />
Rio (Instituto <strong>de</strong> Tecnologia e Socieda<strong>de</strong> do Rio).<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
PROPMARK propõe uma reflexão sobre<br />
a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> racial existente no<br />
mercado publicitário. A reportagem<br />
traz um recorte específico para a representativida<strong>de</strong><br />
feminina.<br />
Izabela Quirino<br />
Nosso coor<strong>de</strong>nador sênior <strong>de</strong> mídia, o<br />
Ed Correia, conversou com o PROP-<br />
MARK sobre os principais <strong>de</strong>safios<br />
dos negros nas agências e como<br />
combatem o preconceito.<br />
VML Brasil<br />
Post: Community managers merecem<br />
mais atenção das marcas<br />
última Hora<br />
BRASILEIROS<br />
A revista IstoÉ vai<br />
homenagear, no dia 3 <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro, no Credicard<br />
Hall, em São Paulo, as<br />
pessoas mais <strong>de</strong>stacadas<br />
do país com o título <strong>de</strong><br />
Brasileiros do Ano. Na<br />
ocasião, a revista IstoÉ<br />
Dinheiro, também<br />
da Editora Três, entregará<br />
o Prêmio Empreen<strong>de</strong>dor<br />
do Ano.<br />
EDITORIAL<br />
Na próxima sexta-feira<br />
(30), na se<strong>de</strong> da Abigraf,<br />
em São Paulo, o Grupo<br />
Empresarial <strong>de</strong> Livros e<br />
Revistas <strong>de</strong>bate mudanças,<br />
novas tecnologias,<br />
achatamento dos preços,<br />
volume <strong>de</strong> impressos<br />
importados e crise nas<br />
livrarias, temas que<br />
impactam diretamente<br />
as margens do setor.<br />
Linkedin<br />
Post: Os <strong>de</strong>safios dos negros na<br />
publicida<strong>de</strong><br />
Orgulho <strong>de</strong>ssas meninas lindas, guerreiras<br />
e talentosas.<br />
Sandra Azedo<br />
No mês da consciência negra, o<br />
dorinHo<br />
Community managers <strong>de</strong>veriam<br />
ocupar um papel mais estratégico<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> agências e <strong>de</strong>partamentos<br />
<strong>de</strong> marketing.<br />
Juliana Freitas<br />
Facebook<br />
Post: Skol relembra inovações<br />
históricas em nova campanha<br />
Que campanha maravilhosa.<br />
Insight incrível.<br />
Junior Schenkel<br />
SOLO<br />
O executivo Luís Fernando<br />
Lui <strong>de</strong>ixa no início <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro a posição <strong>de</strong> vicepresi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> atendimento<br />
da Tribal Worldwi<strong>de</strong> Brasil.<br />
Sua i<strong>de</strong>ia é empreen<strong>de</strong>r e<br />
abrir a própria agência. Será<br />
substituído interinamente<br />
por Rodrigo Victorio.<br />
O anúncio da <strong>de</strong>cisão aos<br />
profissionais da agência<br />
foi formalizado pelo<br />
copresi<strong>de</strong>nte Carlos Pitchu<br />
na semana passada.<br />
UX<br />
Na quinta-feira (29), a J&J<br />
inaugura na sua unida<strong>de</strong><br />
fabril <strong>de</strong> São José dos<br />
Campos, em SP, o primeiro<br />
Centro <strong>de</strong> Experiência<br />
do Consumidor no Brasil.<br />
A i<strong>de</strong>ia da multinacional<br />
norte-americana é realizar<br />
estudos sobre hábitos<br />
<strong>de</strong> consumo no país e<br />
acelerar as inovações<br />
necessárias para os produtos<br />
do portfólio Brasil e do<br />
mercado global.<br />
RETORNO<br />
Após alguns anos longe<br />
do Brasil, o Red Bull<br />
La<strong>de</strong>ira Abaixo está <strong>de</strong><br />
volta ao país. Disputada<br />
por carros sem motor, mas<br />
extremamente criativos,<br />
a divertida corrida será<br />
realizada, em São Paulo,<br />
no dia 14 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong><br />
2019, ainda com local<br />
em <strong>de</strong>finição. Mas para<br />
promover o evento <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
já, a Red Bull coloca no ar<br />
uma campanha criada pela<br />
DPZ&T com filmes para os<br />
canais digitais da marca<br />
protagonizados pelo ator<br />
Felipe Titto e o atleta Pedro<br />
Scooby.<br />
FAKE 1<br />
As fake news estão no radar<br />
<strong>de</strong> uma pesquisa realizada<br />
pelo Ibope Conecta.<br />
De acordo com o estudo,<br />
90% dos usuários <strong>de</strong><br />
internet no Brasil afirmam<br />
já ter recebido notícias<br />
com conteúdo falso.<br />
Destes, 76% tinham<br />
informações enganosas e<br />
falsas, 57% eram notícias<br />
antigas utilizadas como<br />
<strong>de</strong> fossem recentes, 45%<br />
continham conteúdo<br />
manipulado, 37% tinham<br />
um título que não condizia<br />
com o restante do<br />
conteúdo e outras<br />
37% eram 100% falsas.<br />
VOLKS<br />
Nesta segunda-feira (<strong>26</strong>),<br />
Jochen Sengpiehl,<br />
chief marketing<br />
officer da Volkswagen<br />
Passenger Cars Brand,<br />
faz anúncio oficial<br />
da holding que vai<br />
comandar a comunicação<br />
mercadológica da<br />
montadora alemã<br />
Volkswagen nos seus<br />
quatro hubs globais:<br />
Estados Unidos, Ásia,<br />
Europa/África e Latam.<br />
FAKE 2<br />
A maior parte das fake<br />
news foi lida no Facebook<br />
(80%) e no WhatsApp<br />
(75%). Há também uma<br />
parcela que foi contada<br />
pessoalmente (23%) ou<br />
vista em outras re<strong>de</strong>s sociais<br />
como Instagram (18%),<br />
YouTube (15%) e Twitter<br />
(8%). Para se prevenirem,<br />
47% dos entrevistados<br />
dizem sempre checar a<br />
veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as<br />
notícias que leem.<br />
4 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Índice<br />
Qualida<strong>de</strong><br />
mantém TV paga<br />
atraente para<br />
anunciantes<br />
Conteúdo qualificado compensa<br />
três anos consecutivos da pior<br />
crise econômica da história.<br />
Tecnologia também ajuda setor.<br />
Especial mostra atual cenário.<br />
caPa<br />
44<br />
rclassenlayouts/iStock<br />
diGiTaL<br />
aGênciaS<br />
enTreViSTa<br />
Divulgação Divulgação Divulgação<br />
Linkedin divulga Top<br />
Voices e influencers<br />
Re<strong>de</strong> social divulgou nomes <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no<br />
Brasil. Entre eles estão Ricardo Chester, da<br />
AlmapBBDO, e Luiza Trajano, do Magazine<br />
Luiza. Para quem quer fazer parte da<br />
próxima lista, Rafael Kato (foto), editorchefe,<br />
fala que a dica é produzir sempre<br />
conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. pág. 39<br />
isobar Group lança<br />
plataforma nöse<br />
Com acesso gratuito, i<strong>de</strong>ia do novo<br />
empreendimento é ajudar mercado a<br />
compreen<strong>de</strong>r impactos do ambiente digital<br />
nos negócios das empresas e na vida das<br />
pessoas. Segundo Abel Reis, CEO do Dentsu<br />
Aegis Network no país e Isobar na região<br />
Latam, plano é fomentar discussão. pág. 19<br />
MÍdia<br />
SBT inaugura<br />
estúdio para<br />
produção digital<br />
Emissora cria o Nano Box para<br />
aten<strong>de</strong>r exigências do universo<br />
multiplataforma. Entre as primeiras<br />
produções está a série <strong>de</strong> “reactions”<br />
com artistas do SBT digital, como<br />
Maisa Silva. Canal planeja uma série<br />
<strong>de</strong> lançamentos para a web nos<br />
próximos meses. pág. 35<br />
Sony Music busca<br />
diversificar atuação<br />
Companhia <strong>de</strong> entretenimento tem área<br />
<strong>de</strong> business <strong>de</strong>velopment no Brasil para<br />
ampliar atuação da empresa li<strong>de</strong>rada pelo<br />
VP Wilson Lannes. Ele conta como as<br />
marcas que apostam na música se engajam<br />
com o público. Executivo revela ainda<br />
planos e <strong>de</strong>safios para o futuro. pág. <strong>26</strong><br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................4<br />
curtas ....................................................................8<br />
Mercado ..............................................................10<br />
agências .............................................................16<br />
Marcas .................................................................20<br />
Beyond the Line .................................................24<br />
entrevista ...........................................................<strong>26</strong><br />
inspiração ..........................................................28<br />
Marketing & negócios ......................................32<br />
Mídia ...................................................................33<br />
Storyteller ..........................................................37<br />
We Love MKT ......................................................38<br />
digital .................................................................39<br />
Quem Fez ............................................................40<br />
arena do esporte ...............................................42<br />
especial TV paga ...............................................44<br />
Produtoras ..........................................................56<br />
Supercenas .........................................................57<br />
Última Página ....................................................58<br />
6 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Bancos dominam<br />
ranking das marcas<br />
mais valiosas<br />
A consultoria global Interbrand anunciou<br />
o ranking das 25 Marcas Brasileiras<br />
Mais Valiosas em <strong>2018</strong>. Repetindo os resultados<br />
<strong>de</strong> 2017, as instituições financeiras<br />
e cervejarias dominam o levantamento.<br />
Entre as cinco primeiras posições figuram<br />
Itaú, Bra<strong>de</strong>sco, Skol, Brahma e Banco do<br />
Brasil. A novida<strong>de</strong> da lista geral é o Assaí,<br />
que chega ao ranking para ocupar a 23ª<br />
posição, com um valor <strong>de</strong> R$ 459 milhões.<br />
O valor total do portfólio que compõe a<br />
edição <strong>2018</strong> do ranking cresceu 2,7%, se<br />
aproximando da marca dos R$ 120 bilhões.<br />
Quinze das 25 marcas apresentaram<br />
uma variação positiva no comparativo com<br />
o ano anterior. Delas, quatro cresceram<br />
dois dígitos percentuais em seus valores<br />
<strong>de</strong> marca, em comparação com 2017:<br />
Magazine Luiza, com 50%, apresentando<br />
o crescimento mais expressivo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013;<br />
CVC, com 21%; Porto Seguro, com 12%; e<br />
Localiza, com 10%.<br />
Fotos: Divulgação<br />
Cena da campanha Leia para uma criança, da DPZ&T para o Itaú; banco é lí<strong>de</strong>r no ranking das marcas mais valiosas<br />
MuLhereS InSpIrAdorAS<br />
J&J teM novo Lí<strong>de</strong>r no MArketIng<br />
WMCCAnn CrIA ConCeIto <strong>de</strong> yokI<br />
Obra traz histórias repletas <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e superação<br />
O livro Mulheres antes e <strong>de</strong>pois dos 50,<br />
da Editora Lea<strong>de</strong>r, será lançado no próximo<br />
dia 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, às 19h, na Livraria<br />
da Vila no shopping Iguatemi, em São Paulo.<br />
A obra reúne experiências <strong>de</strong> mulheres<br />
entre 28 e 75 anos que se reinventaram,<br />
<strong>de</strong>ntre elas, Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-<br />
-executiva da ABA.<br />
A profissional também participa do livro<br />
Mulheres do Marketing, que tem lançamento<br />
previsto para o dia 12 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />
na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi,<br />
em São Paulo, ao lado <strong>de</strong> Andrea Mello,<br />
da Samsung; Danielle Bibas, da Avon; e<br />
Vanessa Vilar, da Unilever; entre outras.<br />
Wolff será responsável por estratégia e planejamento<br />
O executivo Ricardo Wolff é o novo vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estratégia e marketing da<br />
Johnson & Johnson Consumo no Brasil.<br />
O profissional acumula mais <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong><br />
carreira na companhia, incluindo a li<strong>de</strong>rança<br />
<strong>de</strong> equipes locais para OTC, cuidados<br />
femininos e Sundown. Antes <strong>de</strong> receber a<br />
promoção, Wolff ocupou a posição <strong>de</strong> vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte global <strong>de</strong> marketing da área<br />
<strong>de</strong> cuidados femininos. Agora, o executivo<br />
será responsável por conduzir a agenda <strong>de</strong><br />
planejamento estratégico em todas as áreas<br />
funcionais para acelerar o crescimento<br />
das marcas da companhia no país e li<strong>de</strong>rar<br />
a organização <strong>de</strong> marketing.<br />
Yoki adota primeiro posicionamento<br />
Com mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> atuação no<br />
mercado, a Yoki, que pertence à general<br />
Mills, apresenta seu primeiro posicionamento<br />
<strong>de</strong> marca: Viva as suas raízes, que<br />
tem como foco o envolvimento dos brasileiros<br />
com a comida. “Temos uma relação<br />
<strong>de</strong> confiança com os nossos consumidores.<br />
Damos agora um passo à frente para fortalecer<br />
essa conexão”, diz Manuel Garabato,<br />
diretor <strong>de</strong> marketing da Yoki. O conceito,<br />
<strong>de</strong>senvolvido pela agência WMcCann,<br />
estará presente nos próximos comerciais,<br />
merchandising em TV, ações em digitais,<br />
com influenciadores, pontos <strong>de</strong> vendas e<br />
algumas embalagens.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />
e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />
e Renato Rogenski<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Felipe Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Leonardo Araujo (SP) e Claudia Penteado (RJ)<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />
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CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
8 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mercADO<br />
“Atualmente,<br />
executivos<br />
negros são 4%”<br />
Mais um dia da Consciência Negra se passou,<br />
e o tema racismo segue como uma gran<strong>de</strong><br />
sombra - sem que evoluam <strong>de</strong> maneira<br />
significativa as estatísticas <strong>de</strong> inclusão<br />
<strong>de</strong> negros em cargos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança nas 500 maiores<br />
empresas, ou que o mercado publicitário realize<br />
mudanças efetivas para tornar ambientes <strong>de</strong> trabalho<br />
mais inclusivos e diversos. Patrícia Santos, criadora da<br />
EmpregueAfro, consultoria <strong>de</strong> RH especializada em<br />
diversida<strong>de</strong> étnico-racial, fala que é gritante a falta <strong>de</strong><br />
representativida<strong>de</strong> negra nas empresas, em contraste<br />
à realida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong>. “A J. Walter Thompson foi<br />
a primeira agência que me contatou”. Veja a seguir<br />
principais trechos <strong>de</strong>sta entrevista.<br />
Claudia Penteado<br />
O cOmeçO<br />
O projeto começou com a<br />
minha inquietu<strong>de</strong>, ao ver a<br />
falta <strong>de</strong> candidatos negros nos<br />
processos seletivos que eu fazia<br />
há 18 anos. Porém, somente<br />
em 2005 criei a EmpregueAfro.<br />
Nos sete primeiros anos como<br />
um projeto, e nos últimos cinco<br />
anos nos posicionamos<br />
como consultoria. A minha<br />
própria vivência em RH, a rotina<br />
<strong>de</strong> processos seletivos e <strong>de</strong><br />
análise <strong>de</strong> candidatos foram<br />
motivadores para uma ação<br />
afirmativa <strong>de</strong> inclusão, que é<br />
a EmpregueAfro. Somos uma<br />
consultoria <strong>de</strong> recursos humanos<br />
com foco em diversida<strong>de</strong><br />
étnico-racial. Fazemos serviços<br />
<strong>de</strong> treinamento sobre a temática,<br />
recrutamento, seleção<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> profissionais<br />
negros.<br />
cenáriO<br />
Ainda não dá para comemorar.<br />
Nos últimos <strong>de</strong>z anos, as estatísticas<br />
mudaram muito pouco.<br />
De acordo com pesquisa do<br />
Instituto Ethos, as estatísticas<br />
<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> negra<br />
em cargos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança nas 500<br />
maiores empresas do país, por<br />
exemplo, não subiram mais que<br />
dois pontos percentuais. Atualmente<br />
executivos negros são<br />
4%. Temos muito o que fazer.<br />
DiversiDADe<br />
A J. Walter Thompson foi a<br />
primeira agência que me contatou.<br />
Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 12<br />
anos falando para gran<strong>de</strong>s empresas,<br />
o mercado publicitário<br />
ainda não se atentava para essa<br />
questão e a JWT foi pioneira.<br />
O problema era a baixa quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> profissionais negros<br />
no core business da agência.<br />
En<strong>de</strong>reçamos com a criação<br />
conjunta do Programa Thompson<br />
20/20 <strong>de</strong> forma top down,<br />
começamos pelo programa <strong>de</strong><br />
estágio com vagas exclusivas<br />
e seleção “às cegas”. Fazemos<br />
também, com frequência, treinamentos<br />
sobre a temática<br />
para toda a agência e ainda<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências<br />
envolvendo todos os<br />
profissionais negros contratados<br />
por meio <strong>de</strong> coaching<br />
tanto em grupo quanto individual.<br />
Depois da JWT, outras<br />
nove agências me procuraram.<br />
Mas eu só consegui fechar com<br />
a Mutato e a iCherry e Mirum,<br />
que são do mesmo grupo da<br />
JWT. A principal <strong>de</strong>manda é<br />
treinamento interno sobre a<br />
temática, hunting e recrutamento.<br />
O maior problema nas<br />
agências passa, com toda certeza,<br />
pelo viés inconsciente, a<br />
contratação <strong>de</strong> iguais e a dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> engajamento interno<br />
para conscientização sobre<br />
a temática.<br />
Patrícia Santos: “Precisamos ter mais negros na li<strong>de</strong>rança principalmente”<br />
ensinO<br />
Nosso pacote <strong>de</strong> seleção envolve<br />
parceria com as áreas <strong>de</strong><br />
comunicação, RH e toda a li<strong>de</strong>rança<br />
para que a marca seja<br />
inclusiva, ou seja, vista pelo<br />
público <strong>de</strong> forma a mostrar<br />
profissionais negros em ví<strong>de</strong>os<br />
e artes, para assim atrair esse<br />
público para os processos seletivos.<br />
Assim, recebemos os currículos,<br />
em paralelo buscamos<br />
profissionais no nosso banco <strong>de</strong><br />
talentos, entrevistamos as pessoas<br />
e enviamos para as empresas-clientes<br />
os currículos com<br />
um parecer do nosso consultor/<br />
headhunter especializado.<br />
Divulgação<br />
encOntrO<br />
Eu sempre admirei a Fátima<br />
Bernar<strong>de</strong>s (TV Globo). Quando<br />
soube que ela estava indo para<br />
o entretenimento, acompanhei<br />
todos os primeiros programas. E<br />
quando vi que havia muitas pautas<br />
que valorizam a diversida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>cidi escrever um e-mail para<br />
a produção pedindo para contar<br />
minha história. E, em abril<br />
<strong>de</strong> 2017, fui, pela primeira vez,<br />
participar como personagem. E<br />
a Fátima e a direção gostaram e<br />
me pediram para ser parceira.<br />
Sim, estar na Fátima Bernar<strong>de</strong>s<br />
mudou completamente a minha<br />
vida! Tenho visto um maior<br />
reconhecimento das empresas<br />
sobre o meu trabalho e muito carinho<br />
das pessoas através das re<strong>de</strong>s<br />
sociais. A cada programa, a<br />
experiência tem sido fantástica!<br />
DesAfiOs<br />
Temos ainda muito mais<br />
trabalho para fazer, temos <strong>de</strong><br />
reverter as estatísticas, precisamos<br />
ter mais negros na li<strong>de</strong>rança<br />
principalmente. Hoje, só<br />
temos uma CEO negra <strong>de</strong> uma<br />
empresa multinacional (Rachel<br />
Maia, na Pandora). Precisamos<br />
<strong>de</strong> mais representativida<strong>de</strong>.<br />
fOcO<br />
Por enquanto meu foco é só<br />
a questão racial mesmo. Até<br />
porque, quando a gente fala <strong>de</strong><br />
raça, há uma interseccionalida<strong>de</strong><br />
direta com gênero e pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência, por exemplo.<br />
PubliciDADe<br />
Ainda existe muito racismo<br />
pelos próprios papéis da maioria<br />
dos negros como personagens<br />
tanto na publicida<strong>de</strong>,<br />
como na dramaturgia. Não tenho<br />
nenhuma emissora ainda<br />
no meu portfólio <strong>de</strong> clientes.<br />
cOtAs<br />
Acredito que as cotas <strong>de</strong>vem<br />
continuar na educação para que<br />
haja mais inclusão nas faculda<strong>de</strong>s,<br />
e as empresas <strong>de</strong>vem trabalhar<br />
com metas <strong>de</strong> contratação<br />
para que possam refletir nossa<br />
socieda<strong>de</strong> brasileira e um mundo<br />
mais justo e igualitário para todos.<br />
10 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MerCado<br />
Criativida<strong>de</strong> e objetivo <strong>de</strong>vem vir<br />
antes <strong>de</strong> plataformas e recursos<br />
Em visita ao Brasil, Daren Poole, global head of creative da Kantar<br />
Insights Division, falou sobre como as marcas po<strong>de</strong>m ser mais assertivas<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
australiano Daren Poole,<br />
O global head of creative da<br />
Kantar Insights Division (Kantar<br />
TNS & Kantar Millward Brown),<br />
não tem dois dias iguais<br />
em sua rotina. Responsável<br />
pelas soluções que ajudam os<br />
clientes a tomar as <strong>de</strong>cisões<br />
certas sobre como investir melhor<br />
em criativida<strong>de</strong>, seu trabalho<br />
pulsa ininterruptamente e<br />
segue em constante mudança.<br />
“Clientes precisam criar<br />
mais conteúdo do que nunca,<br />
e é muito importante que<br />
tenha coesão e consistência.<br />
Quais os insights que vão fazer<br />
as pessoas prestarem atenção<br />
no que estão dizendo? E quais<br />
i<strong>de</strong>ias po<strong>de</strong>m ser as fundações<br />
para esse trabalho criativo?<br />
Buscamos sempre inovações<br />
para que as soluções sejam as<br />
melhores possíveis e para ter<br />
certeza que sejam produtivas e<br />
previsíveis”, explica.<br />
Já outra parte <strong>de</strong> seu trabalho<br />
diz respeito à li<strong>de</strong>rança<br />
e a <strong>de</strong>ixar os clientes sempre<br />
um passo à frente. Poole costumava<br />
dizer que o mundo da<br />
criativida<strong>de</strong> mudou tanto nos<br />
últimos 10 anos, <strong>de</strong>pois nos<br />
cinco, <strong>de</strong>pois nos dois, e agora<br />
constantemente. “Para mim<br />
é importante estar no top do<br />
que estão mudando. Este ano<br />
estamos estudando inteligência<br />
artificial. Todo mundo está<br />
falando <strong>de</strong> AI. Parte <strong>de</strong> nosso<br />
trabalho na Kantar é ajudar os<br />
clientes a enten<strong>de</strong>r o que AI<br />
po<strong>de</strong> fazer e o que não po<strong>de</strong> fazer<br />
por eles”, diz.<br />
Mais foCo e Criativida<strong>de</strong><br />
Acostumado a julgar prêmios,<br />
especialmente na parte<br />
<strong>de</strong> creative effectiveness, Poole<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o júri precisa ter<br />
um ceticismo profissional para<br />
i<strong>de</strong>ntificar os trabalhos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
e os que buscam objetivos.<br />
Ele também chama a atenção<br />
para importância da criativida<strong>de</strong><br />
nesses festivais. No Cannes<br />
Daren Poole: “O objetivo <strong>de</strong>veria guiar todos os insights, da i<strong>de</strong>ia à execução final. E não o contrário”<br />
Lions <strong>de</strong>ste ano, ele viu muitos<br />
seminários sobre tecnologia,<br />
AI, inclusão e diversida<strong>de</strong>, e<br />
menos sobre criativida<strong>de</strong>. “Não<br />
vi muitos seminários em que as<br />
pessoas fossem expostas a novos<br />
trabalhos e i<strong>de</strong>ias para criar<br />
novas coisas. Gostei <strong>de</strong> acompanhar<br />
a premiação, a exibição<br />
dos trabalhos. Acho que está<br />
muito focado em tecnologia<br />
e não o suficiente em pensar<br />
como fazer o público amar o<br />
trabalho que foi feito”.<br />
Nesse sentido, ele aponta o<br />
perigo <strong>de</strong> colocar a tecnologia<br />
acima da criativida<strong>de</strong>. Poole<br />
ressalta que é praticamente impossível<br />
separar uma coisa da<br />
outra, já que as pessoas estão<br />
conectadas uma gran<strong>de</strong> parte<br />
do tempo, mas é necessário dar<br />
importâncias diferentes a cada<br />
uma <strong>de</strong>las.<br />
Para Poole, parte do problema<br />
está em enten<strong>de</strong>r que a criativida<strong>de</strong><br />
é um processo e ele<br />
<strong>de</strong>veria começar pelo objetivo<br />
“Clientes preCisam<br />
Criar mais<br />
Conteúdo do que<br />
nunCa, e é muito<br />
importante que<br />
tenha Coesão e<br />
ConsistênCia”<br />
Divulgação<br />
a ser cumprido. “Qual o trabalho<br />
a ser feito para a marca?<br />
Qual o papel da marca no meu<br />
portfólio? O que preciso que a<br />
marca alcance? Essa peça é para<br />
aumentar as vendas, para aumentar<br />
o amor pela marca...? O<br />
objetivo <strong>de</strong>veria guiar todos os<br />
insights, da i<strong>de</strong>ia à execução final.<br />
E não o contrário”, pontua.<br />
Ele conta que vê com frequência<br />
um <strong>de</strong>slumbre sobre o<br />
que a tecnologia po<strong>de</strong> fazer. Por<br />
isso ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que as marcas<br />
e agências vejam a tecnologia<br />
como uma ferramenta e não<br />
a base. “O certo é ser ‘isso é o<br />
que precisamos e isso é como<br />
po<strong>de</strong>mos usar a tecnologia para<br />
alcançar’. Frequentemente, na<br />
nossa indústria, falamos sobre<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a criativida<strong>de</strong><br />
ser digital primeiro, mobile primeiro,<br />
mas <strong>de</strong>veria ser objetivo<br />
primeiro”, diz.<br />
Acompanhe a entrevista completa<br />
no site do PROPMARK:<br />
https://bit.ly/2znkgnI.<br />
12 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MeRcADO<br />
Futebol cresce como pano <strong>de</strong> fundo<br />
para ações com causas sociais<br />
O ano <strong>de</strong> <strong>2018</strong> teve uma série <strong>de</strong> ações em campo; parceria entre Ogilvy<br />
e Sport continua referência em iniciativas que extrapolam o gramado<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Em fevereiro <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, a ação<br />
Sangue Corinthiano, que<br />
<strong>de</strong>u origem à ONG Sobre Vivência,<br />
entrou em campo. Em março,<br />
o movimento Respeita as<br />
Minas iniciou uma partida que<br />
segue aberta. Em abril, o projeto<br />
Cale o Preconceito convidou<br />
marcas a cobrir frases machistas<br />
no uniforme das atlelas.<br />
Maio teve a iniciativa Respeita<br />
os Refugiados e, mais recentemente,<br />
o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />
marketing do Corinthians abordou<br />
temas como transplantes<br />
<strong>de</strong> órgãos, vacinação infantil e<br />
inclusão digital.<br />
Nos últimos meses, o Palmeiras<br />
também buscou chamar<br />
a atenção para algumas temáticas.<br />
Uma <strong>de</strong>las foi o Pulmão<br />
da Torcida, em partida contra o<br />
Botafogo. No intervalo, a torcida<br />
foi convocada a soltar a voz e<br />
encher um pulmão gigante presente<br />
no centro do estádio.<br />
A ação faz parte da campanha<br />
#RespireAgosto, promovida<br />
pelo Instituto Lado a Lado<br />
e assinada pela Ogilvy Brasil.<br />
A outra foi antes <strong>de</strong> jogo contra<br />
o Grêmio. Em parceria com<br />
a ONG Mães da Sé, os jogadores<br />
do alviver<strong>de</strong> não entraram<br />
em campo <strong>de</strong> mãos dadas com<br />
crianças, mas com 11 mães para<br />
alertar sobre o <strong>de</strong>saparecimento<br />
<strong>de</strong> jovens e adolescentes.<br />
Mesmo sendo rivais, os dois<br />
clubes estão cada vez mais próximos<br />
nesse sentido e longe <strong>de</strong><br />
estarem sozinhos. Ações como<br />
essas já fazem parte do calendário<br />
e do radar <strong>de</strong> clubes, tendo<br />
como pano <strong>de</strong> fundo o futebol<br />
e valores como o respeito.<br />
ALÉM DO GRAMADO<br />
Essas iniciativas ten<strong>de</strong>m a<br />
sair das quatro linhas. Um dos<br />
principais exemplos no Brasil<br />
está no histórico da parceria da<br />
Ogilvy com o Sport, <strong>de</strong> Recife.<br />
Em vigor há cinco anos, essa<br />
dobradinha tem três cases que<br />
ren<strong>de</strong>ram uma série <strong>de</strong> resulta-<br />
Fãs Imortais incentivou a doação <strong>de</strong> órgãos; campanha foi criada pela Ogilvy Brasil para o Sport em 2013<br />
dos: Fãs Imortais (2013) ganhou<br />
um Leão <strong>de</strong> ouro em Outdoor;<br />
um <strong>de</strong> prata e um <strong>de</strong> bronze em<br />
Direct; um GP e dois troféus <strong>de</strong><br />
ouro em Promo & Activation;<br />
um ouro em PR. Já Mães Seguranças<br />
(2015) conquistou um<br />
ouro em Outdoor; dois em Promo<br />
& Activation; um bronze em<br />
Media; e um em PR. Já o Adote<br />
um Pequeno Torcedor (2015/16)<br />
não ganhou Leão em Cannes,<br />
mas recebeu diversos prêmios<br />
no Brasil, como medalhas <strong>de</strong><br />
ouro no Colunistas e no Effie.<br />
Mais do que os trofeús que<br />
colocaram na bagagem, elas<br />
mudaram vidas. A Ogilvy explica<br />
que as i<strong>de</strong>ias surgiram a<br />
partir <strong>de</strong> problemas, como a carência<br />
<strong>de</strong> órgãos para doação, a<br />
violência nos estádios e a dificulda<strong>de</strong><br />
da adoção tardia, pois a<br />
cada <strong>de</strong>z crianças/adolescentes<br />
disponíveis para adoção, oito já<br />
passaram <strong>de</strong> sete anos.<br />
O propósito era chamar a<br />
atenção para as causas e engajar<br />
os torcedores, mas elas<br />
repercutiram mundialmente:<br />
18 crianças acima <strong>de</strong> sete anos<br />
foram adotadas por famílias <strong>de</strong><br />
diferentes estados, e Fãs Imortais<br />
e Mães Seguranças foram<br />
“se o meio é o<br />
futebol ou não,<br />
a causa tem <strong>de</strong><br />
ser verda<strong>de</strong>ira;<br />
o projeto,<br />
consistente e com<br />
resultados reais”<br />
Divulgação<br />
exportadas. Apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar<br />
que o futebol, como paixão<br />
nacional, aproxima pessoas,<br />
tornando natural que causas<br />
relevantes tenham gran<strong>de</strong> repercussão<br />
através do esporte,<br />
a Ogilvy afirma que para dar<br />
certo é preciso um <strong>de</strong>sejo comum<br />
entre agência e cliente <strong>de</strong><br />
tornar real, que seja uma parceria<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e que o projeto<br />
cumpra os objetivos.<br />
Vendo um time como uma<br />
marca forte, construída por<br />
pessoas apaixonadas, os torcedores,<br />
a agência ressalta que as<br />
três campanhas falavam muito<br />
sobre o amor pelo time, uma<br />
vez que ao doar o coração, ele<br />
continuaria batendo pelo Sport<br />
no peito <strong>de</strong> outra pessoa. Além<br />
disso, a agência ressalta que o<br />
futebol <strong>de</strong>ve ser visto como um<br />
aliado na divulgação das causas<br />
sociais. E outros fatores, como<br />
a cobertura da mídia brasileira<br />
ao futebol, ajudam a tornar os<br />
projetos bem conhecidos.<br />
Uma coisa é mais do que certa,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se o<br />
meio é o futebol ou não, a causa<br />
tem <strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>ira; o projeto,<br />
consistente e com resultados<br />
reais.<br />
14 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
agêncIaS<br />
Publicis Brasil apresenta Brain Lab<br />
para unir SEO, mídia, BI e conteúdo<br />
Novo hub marca o primeiro ano da gestão li<strong>de</strong>rada por Miriam Shirley<br />
e Eduardo Lorenzi; há crescimento com remuneração não tradicional<br />
Miriam Shirley e Eduardo Lorenzi assumiram a Publicis Brasil há um ano e celebram as conquistas do período e a consolidação digital<br />
Paulo Macedo<br />
Quando assumiram o comando<br />
da Publicis Brasil<br />
em <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> 2017 para<br />
substituir o publicitário Hugo<br />
Rodrigues, que os indicou para<br />
a função, os executivos Miriam<br />
Shirley e Eduardo Lorenzi já sabiam<br />
que a conta <strong>de</strong> varejo da<br />
montadora General Motors não<br />
permaneceria na carteira <strong>de</strong><br />
negócios da agência. O conhecimento<br />
antecipado da subtração<br />
da conta foi o combustível<br />
para impulsionar o trabalho da<br />
dupla, que não foi surpreendida<br />
com uma notícia <strong>de</strong> tamanho<br />
impacto logo no início da<br />
gestão.<br />
Agora, após um ano, o resultado<br />
é sintomático. Apesar <strong>de</strong><br />
não estar mais no 3º lugar do<br />
ranking do Kantar Ibope Media,<br />
como estava em 2017 quando<br />
encerrou o ano com faturamento<br />
bruto <strong>de</strong> R$ 3,5 bilhões,<br />
os gestores da Publicis Brasil<br />
não estão preocupados com a<br />
9ª colocação da pesquisa <strong>de</strong><br />
investimentos em mídia feita<br />
pelo instituto e o resultado,<br />
sem os <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong> praxe, <strong>de</strong><br />
R$ 2,306 bilhões contabilizados<br />
no período. Por quê? A agência<br />
ampliou suas receitas com projetos<br />
<strong>de</strong> no mídia, que não são<br />
aferidos pela métrica do Kantar.<br />
Miriam e Lorenzi não po<strong>de</strong>m<br />
quantificar o volume, mas<br />
afirmam que os acionistas do<br />
Publicis Group “estão satisfeitos<br />
com a operação.” O volume<br />
<strong>de</strong> ações com compra <strong>de</strong> mídia<br />
é predominante e essa divisão<br />
da agência agrupa mais <strong>de</strong> 100<br />
profissionais sob o comando <strong>de</strong><br />
Viviana Maurman, head <strong>de</strong> estratégia<br />
<strong>de</strong> mídia.<br />
Não é por outro motivo que,<br />
para celebrar os primeiros 12<br />
meses à frente da administração<br />
da empresa, a dupla está<br />
consolidando na estrutura o<br />
Brain Lab, hub que vai centralizar<br />
as áreas <strong>de</strong> SEO, Business<br />
Intelligence, pesquisa <strong>de</strong> mídia<br />
e conteúdo (pelo olhar do planejamento).<br />
A i<strong>de</strong>ia, nas palavras<br />
<strong>de</strong> Lorenzi, é transformar<br />
dados em insights para a assertivida<strong>de</strong><br />
criativa.<br />
O novo hub, que será dirigido<br />
por Viviana e Alexandra<br />
Varassin (head <strong>de</strong> estratégia),<br />
reforça o envolvimento digital<br />
da Publicis, que já conta<br />
com o Future Lab, para testar<br />
novas ferramentas; Data Center,<br />
para monitoramento <strong>de</strong><br />
campanhas em tempo real; e o<br />
Partner Room, para parceiros e<br />
fornecedores, como Facebook e<br />
Google, por exemplo, apresentarem<br />
novas plataformas e tecnologias.<br />
“Montamos um war room<br />
para Dorflex durante a Copa<br />
do Mundo da Rússia, a #Tenso,<br />
para buscar engajamento em<br />
cada momento das partidas”,<br />
explicou Miriam. “A tecnologia<br />
nos ajuda a <strong>de</strong>scobrir insights.<br />
Por exemplo, na região Nor<strong>de</strong>ste<br />
foi <strong>de</strong>tectada que a expressão<br />
puro malte é recorrente nas<br />
“NA região<br />
Nor<strong>de</strong>ste foi<br />
<strong>de</strong>tectAdo que<br />
A expressão<br />
puro mAlte é<br />
recorreNte NAs<br />
re<strong>de</strong>s sociAis.<br />
eNtão, por que<br />
Não A puro mAlte<br />
HeiNekeN se<br />
AproveitAr <strong>de</strong>sse<br />
ceNário?”<br />
Divulgação<br />
re<strong>de</strong>s sociais. Então, por que<br />
não a puro malte Heineken se<br />
aproveitar <strong>de</strong>sse cenário?”, perguntou<br />
Lorenzi. “Esse é o papel<br />
da agência e da nova comunicação.<br />
Dados são pessoas”, ele<br />
acrescentou.<br />
Parte da receita perdida com<br />
GM foi composta por ações no<br />
media, mas a Publicis conquistou<br />
contas robustas no período,<br />
como novas marcas da Procter<br />
& Gamble e o atendimento ao<br />
anunciante para a região Latam.<br />
Também chegaram Motorola,<br />
Puig e Oracle. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> restaurantes<br />
Habib’s também cresceu<br />
na estrutura. “Antes ficávamos<br />
com as ações <strong>de</strong> propaganda.<br />
Agora estamos responsáveis<br />
por todo o planejamento <strong>de</strong> comunicação,<br />
que também inclui<br />
promoções, PDV, <strong>de</strong>sign e digital”,<br />
reforça Lorenzi. “Aproveitamos<br />
muitos profissionais da<br />
agência com promoções. Acreditamos<br />
no mercado e em crescimento”,<br />
ele finaliza.<br />
16 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
AgênciAs<br />
gut terá unida<strong>de</strong> na capital<br />
paulista a partir <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2019<br />
Comandada por Anselmo Ramos, baseado em Miami, e Gaston Bigio,<br />
em Buenos Aires, operação será conectada com os <strong>de</strong>mais escritórios<br />
publicitário Anselmo Ramos anunciou<br />
na última segunda-feira (19) que<br />
O<br />
a sua nova agência Gut está abrindo portas<br />
em São Paulo. É o terceiro escritório<br />
em menos <strong>de</strong> um ano.<br />
Em post no seu perfil<br />
no Facebook, o publicitário<br />
escreveu que ele e o<br />
sócio Gaston Bigio estão<br />
expandindo a atuação e<br />
que a nova unida<strong>de</strong> será<br />
inaugurada em março <strong>de</strong><br />
2019.<br />
Ele também comentou<br />
sobre as expectativas<br />
<strong>de</strong> trabalhar novamente<br />
perto <strong>de</strong> suas origens.<br />
“Eu nasci e fui criado no<br />
Brasil. É minha terra natal.<br />
Eu acho que o Brasil tem algumas das<br />
pessoas mais talentosas do mundo. Tenho<br />
certeza <strong>de</strong> que encontraremos talentos<br />
e clientes corajosos para tornar a Gut<br />
São Paulo uma das melhores agências do<br />
Brasil e além”, disse.<br />
Anselmo Ramos está à frente do escritório<br />
<strong>de</strong> Miami e Gaston Bigio no comando<br />
da operação <strong>de</strong> Buenos<br />
Aires.<br />
Este é o primeiro empreendimento<br />
100% in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> Ramos no<br />
Brasil. Ele e Bigio também<br />
foram fundadores da David,<br />
do Grupo Ogilvy, em<br />
2011. A dupla anunciou<br />
sua saída em <strong>novembro</strong><br />
do ano passado, mas permaneceu<br />
na operação até<br />
fevereiro <strong>de</strong>ste ano.<br />
Ramos <strong>de</strong>stacou o caráter<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da agência, que permite<br />
fazer as coisas mais rapidamente.<br />
“Não po<strong>de</strong>ria estar mais feliz”.<br />
Divulgação<br />
Anselmo Ramos: certeza <strong>de</strong> encontrar clientes no país<br />
integer\OutPromo muda li<strong>de</strong>rança<br />
e adota um novo posicionamento<br />
Reestruturação visa maior integração entre as áreas; agência<br />
<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser shopper marketing, para ser uma commerce agency<br />
Integer\OutPromo, operação brasileira<br />
A do The Integer Group – Omnicom, está<br />
reestruturando a sua li<strong>de</strong>rança e mudando<br />
o seu posicionamento. Mauricio Gallian<br />
<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser CEO e assume como chairman<br />
das <strong>de</strong>mais operações dos sócios, além <strong>de</strong><br />
CEO da global shopper, nova agência do<br />
grupo focada em conversão digital. Além<br />
disso, ele permanece sendo o principal<br />
ponto <strong>de</strong> contato com o head quarter do<br />
The Integer Group nos Estados Unidos.<br />
Ricardo Franken, que era CCO, passa a<br />
ser o managing director. A li<strong>de</strong>rança terá<br />
ainda os sócios minoritários Antonio Neto,<br />
como CCO, e Rosana Carvalho, como CFO.<br />
A agência contará com Ana Luisa Périssé,<br />
como diretora-geral <strong>de</strong> atendimento, Janaína<br />
Reimberg, como VP <strong>de</strong> Insigh & Strategy;<br />
e Claudio Olimpio, como diretor-geral<br />
<strong>de</strong> operações.<br />
A nova estrutura visa maior integração<br />
entre as áreas para entregar i<strong>de</strong>ias e proje-<br />
“Acho que o<br />
BrAsil tem<br />
AlgumAs dAs<br />
pessoAs mAis<br />
tAlentosAs<br />
do mundo”<br />
Divulgação<br />
Da esquerda para a direita, Antonio Neto, Rosana<br />
Carvalho, Janaína Reimberg, Ana Luisa Périssé e Claudio<br />
Olimpio; à frente, Ricardo Franken<br />
tos mais consistentes, neste momento em<br />
que a agência <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser shopper marketing,<br />
para ser uma commerce agency, focada<br />
em gerar conversão e buscar o shopper<br />
on<strong>de</strong> ele estiver.<br />
A agência acredita que o shopper marketing<br />
não é mais suficiente para aten<strong>de</strong>r às<br />
necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse mercado em constante<br />
transformação, com shoppers cada vez<br />
mais conectados e exigentes.<br />
Franken comenta que a jornada <strong>de</strong> compra<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas linear. É preciso<br />
colocar o shopper no centro da estratégia.<br />
“Por esta razão, estamos evoluindo o nosso<br />
posicionamento. Como uma full commerce<br />
agency, vamos entregar soluções integradas<br />
e criadas a partir <strong>de</strong> um profundo entendimento<br />
do comportamento do shopper, por<br />
meio <strong>de</strong> diversas ferramentas digitais. Tudo<br />
isso para melhorar, cada vez mais, a experiência<br />
<strong>de</strong> compra e, consequentemente, aumentar<br />
a conversão”, afirma.<br />
18 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
AGÊNCIAS<br />
Nöse é plataforma colaborativa da<br />
Isobar para conhecimento digital<br />
Temas como blockchain e <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> serviços estão na pauta do projeto,<br />
que nasce no mercado brasileiro e po<strong>de</strong> inspirar a re<strong>de</strong> do grupo DAN<br />
pAULO MACEDO<br />
Tecnologia, inovação e transformação<br />
digital são o tripé<br />
básico da operação da recém-<br />
-criada Nöse, que passa a integrar<br />
o Isobar Group Brasil,<br />
que já conta com as operações<br />
da Pontomobi, Isobar, Cosin<br />
Consulting e Lov. O ponto <strong>de</strong><br />
partida, nas palavras <strong>de</strong> Abel<br />
Reis, CEO do Dentsu Aegis<br />
Network no país e Isobar na região<br />
Latam, é ajudar o mercado<br />
a compreen<strong>de</strong>r melhor os impactos<br />
oriundos do ambiente<br />
do digital nos negócios das empresas<br />
e das pessoas. O acesso<br />
à plataforma é gratuito e não<br />
há interesse em monetização.<br />
Um dos primeiros whitepapers<br />
é sobre blockchain, sistema que<br />
garante segurida<strong>de</strong> às transações<br />
financeiras (bitcoins). Esse<br />
conteúdo foi elaborado por um<br />
especialista da Cosin, mas com<br />
edição <strong>de</strong> profissionais terceirizados.<br />
Uma re<strong>de</strong> colaborativa,<br />
inclusive do exterior, vai alimentar<br />
o espaço.<br />
“Vamos ter pautas técnicas,<br />
mas também sobre como as<br />
pessoas vivenciam o amor e<br />
a amiza<strong>de</strong> nesses tempos digitais.<br />
O plano é fomentar a<br />
discussão do impacto digital<br />
na socieda<strong>de</strong>. No caso das empresas,<br />
elas já são suportadas<br />
por tecnologia, mas a conversa<br />
com os consumidores requer<br />
comunicação que observe a<br />
sua experiência com as marcas.<br />
É o que chamo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
<strong>de</strong> serviços. O propósito é sair<br />
do plano superficial e transferir<br />
maior aprofundamento<br />
a essas questões. Um novo<br />
conceito para o e-commerce é<br />
assunto que precisa ter maior<br />
discussão. A Nöse contempla<br />
coisas absolutamente nerds,<br />
mas também humanas; tudo<br />
cabe na proposta”, argumenta<br />
Reis, que alinha a estratégia a<br />
um posicionamento <strong>de</strong> PR do<br />
Isobar Group.<br />
Os ativos digitais ganham espaço<br />
nas empresas, mas preci-<br />
Abel Reis propõe por meio da Nöse um olhar mais atento para os impactos do digital<br />
sam ser aproveitados <strong>de</strong> forma<br />
intuitiva e natural. “E menos<br />
sujeitos a erros”, observa Reis,<br />
que acrescenta: “O papel é o<br />
<strong>de</strong> educar, formar opinião para<br />
o mercado, i<strong>de</strong>ntificar riscos e<br />
oportunida<strong>de</strong>s. Não importa<br />
se vai servir para o interesse <strong>de</strong><br />
curiosos, concorrentes, público<br />
em geral, clientes e não clientes.<br />
A compreeensão dos impactos<br />
que o digital está produzindo<br />
é uma questão coletiva. Com<br />
a Nöse, vamos trazer i<strong>de</strong>ias e<br />
fomentar uma conversa com<br />
Divulgação<br />
“Po<strong>de</strong> ser um<br />
centro <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias;<br />
um bureau <strong>de</strong><br />
inteligência <strong>de</strong><br />
marketing ou<br />
um localizador<br />
<strong>de</strong> soluções. não<br />
imPorta o que é<br />
mas o que faz”<br />
dados já processados e mastigados.<br />
Além <strong>de</strong> artigos, vamos<br />
ter entrevistas, análises, temas<br />
factuais, pesquisas etc. Sempre<br />
com a perspectiva <strong>de</strong> construir<br />
uma visão com suporte apropriado.<br />
A transformação digital<br />
é realida<strong>de</strong> em qualquer setor<br />
que busca inovação e eficiência<br />
para se diferenciar dos seus<br />
concorrentes”, observa Reis.<br />
Por que Nöse, que é nariz<br />
em inglês? O executivo explica:<br />
“Meter o nariz em tudo,<br />
para <strong>de</strong>scobrir o novo.” Ou<br />
seja, “é uma metáfora entre<br />
a função <strong>de</strong>sse órgão <strong>de</strong><br />
respirar e umidificar o ar,<br />
com a funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
sentir cheiro.” Além disso, ter<br />
faro para i<strong>de</strong>ntificar temas capazes<br />
<strong>de</strong> fazer a diferença na<br />
gestão <strong>de</strong> marcas, produtos e<br />
serviços nesse momento <strong>de</strong><br />
transição do mundo analógico<br />
com as <strong>de</strong>mandas emergentes<br />
do digital.<br />
“Costumo <strong>de</strong>finir o Nöse<br />
como um órgão, um sentido.<br />
Mas po<strong>de</strong> ser um centro <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ias; um bureau <strong>de</strong> inteligência<br />
<strong>de</strong> marketing ou um localizador<br />
<strong>de</strong> soluções. Não importa<br />
o que é, mas o que faz”, comenta<br />
Rui Branquinho, CCO do DAN<br />
e Isobar Brasil Group. “Hoje, a<br />
transformação digital é realida<strong>de</strong><br />
em qualquer setor que busque<br />
inovação e eficiência para<br />
se diferenciar <strong>de</strong> seus concorrentes.<br />
Nós queremos com esta<br />
plataforma levar ao mercado todos<br />
os aspectos relevantes <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>ssa discussão e produzir o<br />
conhecimento necessário para<br />
que se possa refletir e aplicar as<br />
boas práticas implícitas em um<br />
processo <strong>de</strong> transformação digital”,<br />
finaliza.<br />
Abel Reis lança nesta segunda-feira<br />
(<strong>26</strong>), em São Paulo, o<br />
livro Socieda<strong>de</strong>.com - Como<br />
as tecnologias digitais afetam<br />
quem somos e como vivemos,<br />
que é uma complilação dos seus<br />
artigos publicados na revista<br />
Época Negócios nos últimos<br />
dois anos.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19
mArcAs<br />
Apple convida consumidores a<br />
compartilharem talentos no Natal<br />
Ví<strong>de</strong>o Share Your Gifts, criado pela agência TBWA\Media Arts Lab e Buck<br />
Productions, narra a história <strong>de</strong> uma jovem insegura sobre seus <strong>de</strong>senhos<br />
Natal já chegou para a Apple.<br />
Na campanha Share<br />
O<br />
Your Gifts, a marca apresenta a<br />
personagem Sofia, uma jovem<br />
que trabalha em seu MacBook<br />
em um projeto secreto. Embalado<br />
apenas por uma trilha<br />
sonora, o comercial ganha um<br />
duplo sentido no título já que,<br />
em inglês, a palavra “gift” tem<br />
duplo significado: po<strong>de</strong> ser traduzida<br />
como “presente”, mas<br />
também como “dom”.<br />
A i<strong>de</strong>ia da marca é convidar<br />
seus consumidores a dividirem<br />
os seus talentos. Desenvolvido<br />
pela agência TBWA\Media Arts<br />
Lab e a produtora <strong>de</strong> animação<br />
Buck Productions, o filme<br />
tem um <strong>de</strong>sfecho que po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rado frustrante e belo<br />
ao mesmo tempo. Sofia acaba<br />
compartilhando, sem querer,<br />
Elton John embala campanha da<br />
John Lewis para festas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano<br />
Criado pela agência Adam&Eve/DDB, filme traz a clássica canção<br />
Your Song como trilha; peça reforça importância dos presentes no Natal<br />
história <strong>de</strong> Elton John é<br />
A recontada por meio das diversas<br />
fases do cantor na nova<br />
campanha <strong>de</strong> Natal da loja <strong>de</strong><br />
varejo John Lewis.<br />
Reforçando o valor dos presentes<br />
na vida <strong>de</strong> quem os recebe,<br />
a empresa traz o clássico<br />
Your Song sendo tocado por<br />
vários “Eltons”. Des<strong>de</strong> o contemporâneo,<br />
passando pelo dos<br />
anos 1990, 1980, 1970... Até, finalmente,<br />
chegar ao Elton antes<br />
<strong>de</strong> Your Song. O garoto que tocava<br />
piano nas festas <strong>de</strong> família.<br />
O filme, criado pela agência<br />
Adam&Eve/DDB, traz em seu<br />
<strong>de</strong>sfecho a criança Elton John<br />
(quando ainda se chamava Reginald<br />
Kenneth Dwight) recebendo<br />
o presente que iniciaria<br />
No filme, um aci<strong>de</strong>nte faz com que Sofia acabe compartilhando seus <strong>de</strong>senhos<br />
Reprodução<br />
Reprodução<br />
Campanha revisita várias fases <strong>de</strong> Elton John para lembrar o verda<strong>de</strong>iro dom do cantor<br />
o seu trabalho com o mundo.<br />
A mensagem mostra que o que<br />
vale não é o que Sofia criou,<br />
mas o que o ato <strong>de</strong> compartilhar<br />
sua criação representa.<br />
Tradicionalmente, a Apple<br />
aproveita as festas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong><br />
ano para fazer uma comunicação<br />
especial aos seus consumidores.<br />
No ano passado, por<br />
exemplo, a marca trouxe os<br />
dançarinos Christopher Grant<br />
e Lauren Yatango-Grant em um<br />
encontro inesperado pelas ruas<br />
<strong>de</strong> Nova York. Casados na vida<br />
real, os protagonistas dançam<br />
pela neve em um filme que termina<br />
com a seguinte mensagem:<br />
“Emocione alguém neste<br />
feriado”. A peça divulgou o<br />
então lançamento, iPhone X e<br />
a nova tecnologia <strong>de</strong> fones <strong>de</strong><br />
ouvido: os airPods.<br />
toda sua trajetória <strong>de</strong> sucesso.<br />
No fim, a música fica sem o som<br />
do piano e o Elton do passado<br />
toca o fim da canção com o Elton<br />
do presente.<br />
A assinatura da campanha é<br />
a cereja do bolo: Alguns presentes<br />
são mais do que apenas presentes.<br />
Assim como a Apple e outras<br />
gran<strong>de</strong>s marcas, como a Coca-<br />
-Cola, a John Lewis cria peças<br />
especiais para marcar o Natal.<br />
Sua comunicação para o período,<br />
aliás, é sempre bastante<br />
aguardada pelos consumidores.<br />
Em 2017, a história <strong>de</strong> um<br />
monstro imaginário e <strong>de</strong> um<br />
garotinho emocionou o público<br />
no comercial da loja <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos.<br />
20 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MARCAS<br />
Cida<strong>de</strong> das Artes vira um dos polos<br />
culturais do RJ e ganha campanha<br />
Antes conhecido como “elefante<br />
branco” pelos cariocas, hoje abriga<br />
gran<strong>de</strong>s atrações; Mullen cria ação<br />
Cida<strong>de</strong> das Artes, no Rio<br />
A <strong>de</strong> Janeiro, que um dia<br />
foi a Cida<strong>de</strong> da Música, ficou<br />
conhecida pelos cariocas por<br />
muito tempo como elefante<br />
branco.<br />
Mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017, por conta<br />
<strong>de</strong> um esforço para tornar<br />
o espaço dinâmico e interessante,<br />
ultrapassou 1 milhão<br />
<strong>de</strong> espectadores. A partir daí,<br />
mais <strong>de</strong> 1.500 atrações passaram<br />
por lá, entre produções<br />
artísticas e eventos abertos. O<br />
público saltou <strong>de</strong> 179 mil em<br />
2016 para 400 mil em <strong>2018</strong>. “O<br />
elefante se levantou e passou<br />
a exibir um colorido cada vez<br />
mais vibrante, transformando-<br />
-se em um dos polos culturais<br />
do Rio”, argumenta André Marini,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Fundação<br />
Cida<strong>de</strong> das Artes. A agência <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> Mullen Lowe Brasil<br />
assina uma campanha utilizando<br />
a imagem do elefante<br />
- agora colorido - como forma<br />
<strong>de</strong> se apropriar do elemento<br />
outrora negativo.<br />
Assinam a criação Guilherme<br />
Ferreira, Guilherme Rieth,<br />
Marcio Kota e Maurício Sadalla<br />
Bucci, com direção <strong>de</strong> criação<br />
<strong>de</strong> Eduardo Salles e Gil Pinna.<br />
Peça da campanha, assinada pela Mullen Lowe Brasil, que mostra transformação<br />
Divulgação<br />
Job: 50964-008 -- Empresa: Publicis -- Arquivo: 50964-008 AFD An Cabore DOM Propmark 21.7x15.5cm_pag001.pdf<br />
Registro: 194339 -- Data: 19:06:53 21/11/<strong>2018</strong><br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21
marcas<br />
“O humor é uma<br />
linguagem<br />
<strong>de</strong>ssa diversão<br />
<strong>de</strong> Itubaína”<br />
Divulgação<br />
Com mais <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> atuação no mercado,<br />
a Itubaína, marca que pertence <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017<br />
ao Grupo Heineken, se renova com ações<br />
voltadas para o público jovem. Depois <strong>de</strong><br />
apostar no aspecto retrô, a marca nos últimos 12<br />
meses vem investindo no resgate da memória afetiva<br />
dos consumidores, oferecendo uma linguagem mais<br />
leve e divertida. Nesta entrevista, Bruna Fausto,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Itubaína, fala sobre o novo<br />
posicionamento, do uso do humor como plataforma,<br />
<strong>de</strong> saudabilida<strong>de</strong> e revela <strong>de</strong>talhes do novo sabor<br />
guaraná, que pela primeira vez na história da marca<br />
ganhará uma campanha em televisão aberta.<br />
Bruna Fausto: “O que fizemos no último ano foi ressignificar essa nostalgia”<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
POsIcIOnamentO<br />
No ano <strong>de</strong> 2008 a marca realizou<br />
o seu primeiro movimento<br />
para se reinventar e, com isso,<br />
trouxe o aspecto retrô. Para o<br />
consumidor isso trouxe um significado<br />
<strong>de</strong> nostalgia e <strong>de</strong> uma<br />
volta ao passado. O que fizemos<br />
no último ano foi ressignificar<br />
essa nostalgia, ou essa volta<br />
ao passado, para uma memória<br />
afetiva mais positiva. É essa<br />
emoção que queremos trazer<br />
para a marca. Então, quando<br />
falamos da característica emocional<br />
que trouxemos para o<br />
reposicionamento, falamos do<br />
resgate da memória afetiva das<br />
pessoas oferecendo a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se divertir a qualquer<br />
momento. Temos atualmente<br />
uma vida superdura, bastante<br />
corrida e isso não impe<strong>de</strong> as<br />
pessoas <strong>de</strong> se divertirem ao longo<br />
do dia.<br />
HumOr cOmO PlatafOrma<br />
O humor é uma linguagem<br />
<strong>de</strong>ssa diversão da marca. Então,<br />
o que a gente quer na<br />
verda<strong>de</strong> é trazer a vida esse<br />
posicionamento que resgata<br />
a memória afetiva através do<br />
divertimento em diferentes<br />
plataformas. Uma <strong>de</strong>las, com<br />
certeza, é o humor. Não é qualquer<br />
humor, mas sim o que<br />
olha a vida <strong>de</strong> uma forma leve<br />
e divertida. Este ano patrocinamos<br />
o Festival Risadaria, então,<br />
se você pega a nossa linha histórica<br />
<strong>de</strong>stes últimos 12 meses,<br />
este foi o primeiro aquecimento<br />
para trazer a vida este nosso<br />
novo posicionamento. Então,<br />
saímos da nostalgia e entramos<br />
no Risadaria, mostrando que a<br />
marca é a patrocinadora do ‘Ha<br />
Ha Ha’, trazendo um tom <strong>de</strong> voz<br />
mais alegre. Com o lançamento<br />
da versão guaraná, trazemos<br />
este novo posicionamento para<br />
uma campanha.<br />
nOvO sabOr<br />
Acabamos <strong>de</strong> lançar Itubaína<br />
Guaraná, trazendo como<br />
mote O <strong>de</strong>licioso gosto do sabor<br />
saboroso, que também está<br />
bastante alinhado com o nosso<br />
novo posicionamento. O sabor<br />
do guaraná, para o consumidor<br />
target, é muito associado<br />
à infância. A primeira coisa<br />
que realizamos quando o Grupo<br />
Heineken adquiriu a marca<br />
Itubaína foi realizar um estudo<br />
para enten<strong>de</strong>r quais eram os sabores<br />
que remetiam à infância,<br />
e o guaraná foi o principal <strong>de</strong>les,<br />
então, <strong>de</strong>senvolvemos uma<br />
nova fórmula. O nosso produto<br />
“O sabOr dO<br />
guaraná, para<br />
O cOnsumidOr<br />
target, é muitO<br />
assOciadO à<br />
infância”<br />
é 100% realizado com a semente<br />
do guaraná da Amazônia,<br />
com 30% menos açúcares que a<br />
fórmula original e com versões<br />
original e zero.<br />
saudabIlIda<strong>de</strong><br />
Essa é uma questão que<br />
abordamos bastante internamente.<br />
Acreditamos que as<br />
pessoas <strong>de</strong>vam consumir os<br />
produtos <strong>de</strong> maneira mo<strong>de</strong>rada,<br />
pois tudo aquilo que você<br />
faz <strong>de</strong> uma forma equilibrada<br />
<strong>de</strong>ntro do seu dia é saudável.<br />
Dizem que se você consumir<br />
muita água ela também vai<br />
fazer mal para você. De fato,<br />
acreditamos que o consumo<br />
mo<strong>de</strong>rado é um posicionamento<br />
muito importante para<br />
o grupo como um todo. Falamos<br />
isso da cerveja ao refrigerante.<br />
Mas isso também não<br />
quer dizer que não pensamos<br />
em alternativas <strong>de</strong> produtos<br />
que tragam possibilida<strong>de</strong>s<br />
mais saudáveis. Se você pegar<br />
o nosso portfólio, po<strong>de</strong>rá<br />
conferir que não só reduzimos<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> açúcar<br />
em nossos refrigerantes, mas<br />
também estamos ampliamos<br />
o nosso portfólio com versões<br />
zero, dando o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> escolha<br />
para o consumidor. E quando<br />
você pega o nosso portfólio <strong>de</strong><br />
produtos expandido temos até<br />
água, por exemplo.<br />
PróxImas ações<br />
Começamos agora uma campanha<br />
focada em nosso lançamento<br />
<strong>de</strong> Itubaína Guaraná.<br />
Acabamos <strong>de</strong> fazer essa gran<strong>de</strong><br />
aposta para a marca e estamos<br />
bastante confiantes com o produto.<br />
Entramos com uma campanha<br />
agressiva <strong>de</strong> 360º em<br />
marketing e, pela primeira vez<br />
na história da marca, vamos<br />
entrar com um filme em TV<br />
aberta, realizado pela agência<br />
Talent Marcel. Então, o nosso<br />
gran<strong>de</strong> olhar para os próximos<br />
quatro meses será com essa<br />
campanha que, além da televisão,<br />
vai contar com rádio,<br />
mobiliário urbano e <strong>de</strong>gustações<br />
em ponto <strong>de</strong> venda, pois<br />
o nosso produto é tão gostoso<br />
que precisamos fazer com que<br />
as pessoas sintam o <strong>de</strong>licioso<br />
gosto do sabor saboroso.<br />
22 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
eyond the line<br />
gustavofrazao/iStock<br />
Uma causa pra<br />
chamar <strong>de</strong> sua<br />
O fato é que as pessoas esperam mais das<br />
empresas. A sua está preparada?<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Tive acesso ao estudo apresentado no<br />
2º Fórum <strong>de</strong> Marketing Relacionado à<br />
Causa, organizado em São Paulo pela Cause,<br />
em parceria com a Ipsos, ESPM e Instituto<br />
Ayrton Senna. O estudo baseou-se em<br />
pesquisas recentes – Marketing <strong>de</strong> Causa II,<br />
Pulso Brasil, Reputation Council e Global<br />
Advisor – e traz uma visão atual da percepção<br />
do público com relação ao envolvimento<br />
<strong>de</strong> empresas e instituições a causas <strong>de</strong><br />
importância à socieda<strong>de</strong>.<br />
De cara, o estudo apresenta um quadro<br />
preocupante quanto à queda do índice <strong>de</strong><br />
confiança geral dos brasileiros nos últimos<br />
anos.<br />
A turbulência político-econômica provocou<br />
um arraso na confiança dos brasileiros<br />
em todos os setores da socieda<strong>de</strong>. Em quatro<br />
anos, o índice caiu pela meta<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 162<br />
para 82 pontos (ACSP/Ipsos). Em todos os<br />
setores da economia, houve <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong><br />
confiança <strong>de</strong> 2017 para <strong>2018</strong>, com <strong>de</strong>staque<br />
para a estatais, com apenas 30% dos respon<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong>clarando que confiam.<br />
As instituições também foram afetadas,<br />
com <strong>de</strong>staque negativo para a imprensa,<br />
com queda <strong>de</strong> 47% para 43% no seu índice<br />
<strong>de</strong> confiança. Perante esse quadro, fica mais<br />
fácil enten<strong>de</strong>r a eleição <strong>de</strong> governantes e<br />
congressistas menos conhecidos do público.<br />
É a esperança por renovação e honestida<strong>de</strong><br />
expressa nas urnas. E há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar<br />
ainda o alto índice <strong>de</strong> participação<br />
e engajamento político das pessoas, antes<br />
atordoadas pelos múltiplos escândalos que<br />
assolavam o país.<br />
canudos <strong>de</strong> plástico. Num período <strong>de</strong><br />
apenas dois meses <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> sobre o<br />
problema, o tema tomou as re<strong>de</strong>s sociais,<br />
fazendo com que empresas tomassem atitu<strong>de</strong><br />
imediata. O McDonald’s parou <strong>de</strong> entregar<br />
canudos aos seus clientes e o Bob’s<br />
o substituiu por uma versão comestível<br />
no seu milk-shake.<br />
O estudo <strong>de</strong>monstra a preocupação das<br />
empresas em ações do tipo “Less bad” (Menos<br />
mal – Redução <strong>de</strong> risco), mas que isso<br />
só não basta: é preciso passar para uma atitu<strong>de</strong><br />
“More good” (Mais ações do bem – Impacto<br />
positivo).<br />
É o que esperam os potenciais consumidores.<br />
A pesquisa mostra que 77% concordam<br />
com a seguinte afirmação: “Espera-se<br />
que as empresas <strong>de</strong> hoje contribuam muito<br />
mais para a socieda<strong>de</strong> do que contribuíam<br />
no passado” e 78% com a frase: “Espera-se<br />
que as empresas <strong>de</strong> hoje invistam mais em<br />
causas do que investiam no passado”.<br />
Porém, as empresas ainda têm uma preocupação<br />
com uma possível reação negativa<br />
ao tomar uma clara posição em relação<br />
a um tema sensível. Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros,<br />
por exemplo.<br />
Lembro dois exemplos corajosos, ganhadores<br />
<strong>de</strong> Leões em Cannes este ano: o case<br />
brasileiro da David para a Coca-Cola (Essa<br />
Coca-Cola é Fanta! E daí?) e o da Nike da<br />
Austrália, assumindo um lado e fazendo<br />
campanha <strong>de</strong> alta visibilida<strong>de</strong> a favor do<br />
casamento entre pessoas do mesmo sexo.<br />
Atitu<strong>de</strong>s como essas têm riscos, é verda<strong>de</strong>.<br />
77% dos integrantes do conselho <strong>de</strong> reputação<br />
<strong>de</strong> empresas assumiram temer os riscos<br />
<strong>de</strong> um posicionamento <strong>de</strong>sse tipo.<br />
As pessoas com um smartphone na mão<br />
se sentem empo<strong>de</strong>radas e não hesitam em<br />
manifestar sua opinião, mesmo que conflite<br />
com a <strong>de</strong> grupos po<strong>de</strong>rosos. Como diz<br />
o estudo: “Hoje, nada passa impune!”. “A<br />
nova geração <strong>de</strong> consumidores nativos digitais<br />
apren<strong>de</strong>u com o mundo online a contestar<br />
paradigmas, reforçando a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social na era das<br />
re<strong>de</strong>s sociais”, reforça.<br />
Para exemplificar esse engajamento<br />
empo<strong>de</strong>rado, a Ipsos trouxe o case dos<br />
Mas 61% assumiram que os benefícios<br />
são maiores do que nunca. “Posicionar-se<br />
carrega riscos. Mas, se reflete genuinamente<br />
o propósito social e os valores do negócio,<br />
e é respaldado por evidências <strong>de</strong> ação,<br />
a recompensa po<strong>de</strong> ser um impacto po<strong>de</strong>roso<br />
e positivo na reputação e nos relacionamentos”,<br />
diz o estudo.<br />
O fato é que as pessoas esperam mais<br />
das empresas. Esperam autenticida<strong>de</strong>, sensibilida<strong>de</strong><br />
e protagonismo por um mundo<br />
melhor. A sua empresa está preparada?<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
24 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
entrevista<br />
Wilson lannes<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte da Sony Music Brasil<br />
a música<br />
traz uma<br />
relevância<br />
cultural para<br />
a marca<br />
A<br />
área <strong>de</strong> business <strong>de</strong>velopment da Sony<br />
Music Entertainment Brasil nasceu<br />
para ampliar e diversificar a atuação da<br />
companhia. Hoje, ela é li<strong>de</strong>rada por Wilson<br />
Lannes, VP no Brasil. Nesta entrevista, o executivo<br />
conta como as marcas que <strong>de</strong>cidirem apostar na<br />
música para engajar o público po<strong>de</strong>m trabalhar,<br />
relembra cases marcantes e revela os planos para<br />
o futuro <strong>de</strong> uma empresa cuja carteira <strong>de</strong> artistas<br />
possui nomes como Roberto Carlos, Fernando e<br />
Sorocaba, Capital Inicial, Djavan, Emicida, Karol<br />
Conká e Pabllo Vittar.<br />
LEONARDO ARAUJO<br />
Como funciona a área <strong>de</strong> business<br />
<strong>de</strong>velopment da Sony Music?<br />
Nós somos uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
negócio <strong>de</strong>ntro da Sony Music<br />
que tem a missão <strong>de</strong> aproximar<br />
os artistas das marcas. E,<br />
ao mesmo tempo, prover aos<br />
artistas serviços mais completos<br />
que possam incluí-los junto<br />
às marcas e junto ao público <strong>de</strong><br />
uma forma geral. Dentro disso,<br />
nós temos a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> duas áreas principais<br />
que seriam nossos dois<br />
pilares: live e brands. Elas são,<br />
<strong>de</strong> certa forma, complementares,<br />
mas têm produtos e algumas<br />
naturezas diferentes. O live<br />
faz a produção <strong>de</strong> eventos, on<strong>de</strong><br />
está inserida a nossa plataforma<br />
<strong>de</strong> eventos, a filtr live. A área<br />
<strong>de</strong> brands tem alguns produtos<br />
específicos já para marcas. Por<br />
exemplo, o product placement,<br />
que é quando você tem um produto<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um vi<strong>de</strong>oclipe. A<br />
sincronização, que é quando a<br />
gente coloca uma música numa<br />
peça audiovisual, um filme ou<br />
campanha e trabalhos maiores<br />
<strong>de</strong> propaganda.<br />
Especificamente do product placement,<br />
quais as principais vantagens<br />
para o anunciante?<br />
Quando você já tem um fã<br />
olhando para um conteúdo, você<br />
traz a marca e insere naquilo,<br />
quem está vendo já está mais<br />
propenso, mais aberto a ter simpatia<br />
com aquele produto. Se for<br />
feito <strong>de</strong> uma forma fluida, que<br />
não interrompa, claro. Aumenta<br />
o engajamento e no longo prazo,<br />
não só com o product placement,<br />
mas com outros produtos, a música<br />
traz uma relevância cultural<br />
para a marca. Ela está muito associada<br />
à emoção e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Se a marca tem um trabalho <strong>de</strong><br />
médio e longo prazo em relação<br />
à música, ela cria uma relevância<br />
cultural em relação à imagem e<br />
ao posicionamento que ela tem.<br />
A música trabalhada da forma<br />
correta po<strong>de</strong> posicionar a marca.<br />
Muita gente não vê mais o clipe.<br />
Entra no YouTube, mas <strong>de</strong>ixa a aba<br />
tocando a música. Vocês já pensaram<br />
em formato para atingir este<br />
público?<br />
O conteúdo musical, quando<br />
penso em todas as sincronizações,<br />
vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma propaganda<br />
engraçada, passando por uma<br />
emocionante. Quando vejo estas<br />
peças, é difícil você não se<br />
pren<strong>de</strong>r na questão visual. Veja<br />
a propaganda da Oi que fizemos<br />
a sincronização. Ela é superengraçada.<br />
É difícil você ver um<br />
ator pulando e não querer parar<br />
e ver o ví<strong>de</strong>o. Na verda<strong>de</strong>, a<br />
questão visual traz mais força<br />
para a música. Temos investido<br />
bastante nisso. Acho que não dá<br />
para separar um ou outro. O visual<br />
traz mais atenção. No caso<br />
do product placement, muitas<br />
vezes, você nem percebe, como<br />
no exemplo da 51 e do Tin<strong>de</strong>r no<br />
ví<strong>de</strong>o do Nego do Borel, ambas<br />
inseridas no clipe da música Você<br />
Partiu Meu Coração.<br />
O público aceita bem o product placement?<br />
Não temos uma pesquisa específica<br />
da Sony, mas acompanhamos<br />
todas as pesquisas da<br />
área. O público se i<strong>de</strong>ntifica sim<br />
e como você pega um vi<strong>de</strong>oclipe<br />
que se eterniza, para a marca<br />
aquela i<strong>de</strong>ntificação é duradoura.<br />
Esse tipo <strong>de</strong> negócio é também um<br />
jeito <strong>de</strong> a indústria fonográfica se<br />
reinventar?<br />
Do lado da Sony, é uma consequência<br />
natural do negócio.<br />
Enten<strong>de</strong>mos que havia muita sinergia<br />
e valor que a gente po<strong>de</strong>ria<br />
entregar em função do nosso<br />
relacionamento com o mercado,<br />
em todos os pontos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
valor da música, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> produção,<br />
música, show, marketing e<br />
promoção, entre outros. Como<br />
temos todo ecossistema para<br />
<strong>de</strong>senvolvimento dos artistas,<br />
a expansão foi natural. É como<br />
se estivéssemos jogando vários<br />
esportes numa única quadra. É<br />
preciso ir além. São ativida<strong>de</strong>s<br />
com sinergia, complementares.<br />
Quais cases você consi<strong>de</strong>ra emblemáticos?<br />
Em 2016, nas Olimpíadas,<br />
entregamos ao Consulado do<br />
Japão um evento completo que<br />
<strong>de</strong>terminava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do<br />
line up até a produção, marketing<br />
e promoção. Já que estavam<br />
sendo realizadas as Olimpíadas<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro e as próximas<br />
ocorreriam no Império do Sol<br />
Nascente, os japoneses queriam<br />
aproveitar para divulgar e entregar<br />
um pouco <strong>de</strong> conhecimento<br />
da cultura japonesa através da<br />
música. Fizemos dois dias, produzidos<br />
no Vivo Rio, com Emicida,<br />
Vanessa da Mata, Tokyo Ska<br />
Paradise Orchestra e a cantora<br />
nipo-brasileira Marcia. Todos<br />
adoraram. A música po<strong>de</strong> muito.<br />
Esse é um exemplo. A Merce<strong>de</strong>s<br />
lançou uma série do Classe A e<br />
queria mostrar ao público que<br />
aquele produto era direcionado<br />
ao jovem. No evento <strong>de</strong> lançamento,<br />
chamamos a cantora dinamarquesa<br />
Karen Marie Aagaard<br />
Ørsted An<strong>de</strong>rsen, conhecida<br />
como MØ. É uma ciência trazer<br />
uma artista que atinja a um público<br />
específico. A escolha não é<br />
aleatória. Tem <strong>de</strong> fazer sentido.<br />
Essa é nossa expertise. Na <strong>de</strong>finição<br />
do posicionamento <strong>de</strong> marca,<br />
quem mais po<strong>de</strong>ria ter essa<br />
expertise como alguém que lida<br />
com música todos os dias? Outro<br />
exemplo é da Calvin Klein, que<br />
inaugurou uma flagship store,<br />
uma loja-conceito. Ela se posiciona<br />
como uma loja para jovem<br />
e queria um evento atrativo. A<br />
“Hoje, tudo<br />
que temos<br />
no físico<br />
a gente<br />
leva para o<br />
digital. com<br />
o filtr live é<br />
o contrário”<br />
<strong>26</strong> <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
marca nos chamou e perguntou<br />
o que po<strong>de</strong>ríamos fazer. Claro<br />
que um show <strong>de</strong> abertura na própria<br />
loja. Chamamos a dupla <strong>de</strong><br />
DJs Evokings e a verda<strong>de</strong> é que<br />
eles adoraram porque aten<strong>de</strong>u<br />
exatamente o que queriam: o posicionamento<br />
da música com o<br />
estilo e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> quem<br />
compra aqueles produtos. Tudo<br />
associado a uma entrega garantida,<br />
já que a Sony é uma marca<br />
reconhecidamente que realiza<br />
com qualida<strong>de</strong> o que se propõe.<br />
Depois, como vocês me<strong>de</strong>m a eficácia?<br />
Normalmente, estabelecemos<br />
com o cliente qual é exatamente<br />
o pós-venda do que a gente está<br />
propondo entregar. Alguns são<br />
mais complexos, como o do Japan<br />
Foundation, on<strong>de</strong> tivemos<br />
<strong>de</strong> explicar aos japoneses qual foi<br />
o resultado e alcance do projeto.<br />
Para todo o trabalho que entregamos<br />
temos um relatório com<br />
os principais KPIs estabelecidos.<br />
No caso do vi<strong>de</strong>oclipe é mais fácil,<br />
tem o número <strong>de</strong> views. Mas<br />
varia <strong>de</strong> case para case.<br />
Além do product placement, quais<br />
as outras frentes <strong>de</strong> trabalho?<br />
O filtr live é uma das frentes<br />
em que uma marca po<strong>de</strong> entrar<br />
como patrocinadora. Aí estabelecemos<br />
quais serão as ativações.<br />
Ele sempre tem ativações, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> ser patrocinado<br />
ou não. Você vai a um evento<br />
<strong>de</strong>sses, você não espera ver<br />
só um show, mas algo com uma<br />
experiência <strong>de</strong> aproximação<br />
com o artista. O evento nasceu<br />
a partir do filtr, que nada mais<br />
é do que um perfil nas plataformas<br />
<strong>de</strong> streaming <strong>de</strong> música que<br />
funciona como um serviço <strong>de</strong><br />
playlists. Nosso objetivo é simplificar<br />
e aprimorar a maneira<br />
pela qual as pessoas <strong>de</strong>scobrem<br />
e consomem música. O filtr live é<br />
como se a playlist ganhasse vida.<br />
Hoje, tudo que temos no físico a<br />
gente leva para o digital. Com o<br />
filtr live é o contrário. É o lugar<br />
para um lançamento, para uma<br />
experiência nova, para a fi<strong>de</strong>lização<br />
<strong>de</strong> um produto já conhecido,<br />
pois as pessoas estão ali felizes,<br />
escolheram estar ali. Essa é uma<br />
das propostas. Não necessariamente<br />
fazemos com marcas, mas<br />
enten<strong>de</strong>mos que é uma oportunida<strong>de</strong><br />
muito boa. Temos a sincronização,<br />
que consiste na inserção<br />
<strong>de</strong> músicas em conteúdos<br />
audiovisuais, como campanhas<br />
publicitárias. E qualquer projeto<br />
que você precise associar o artista<br />
à marca. Nosso time <strong>de</strong> criativos<br />
vai buscar como usar a música<br />
para alavancar um produto,<br />
ou trazer fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. O case <strong>de</strong><br />
Calvin Klein é um exemplo. Recentemente<br />
fizemos outro com a<br />
CNCO, uma banda Sony que veio<br />
para o Brasil fazer um trabalho<br />
promocional. I<strong>de</strong>ntificamos que<br />
tinha um fit muito gran<strong>de</strong> com<br />
a Nissin. Achávamos que fazia<br />
sentido a junção da marca com o<br />
artista e fizemos um pocket show<br />
em que a empresa entrou como<br />
patrocinadora.<br />
As ações não necessariamente resultam<br />
em eventos, certo?<br />
O evento é um entregável. Mas<br />
a peça é outro, campanha <strong>de</strong> TV é<br />
outra, como o Nego do Borel para<br />
a Vivo e também para o Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong>. Sempre é o seguinte:<br />
como a música po<strong>de</strong> ajudar a alcançar<br />
seu público? Daí entregamos<br />
soluções completas: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
escolha do artista até a produção<br />
da campanha <strong>de</strong> qualquer forma.<br />
Claro que trabalhamos com parceiros,<br />
mas é a expertise nossa<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar para qual público,<br />
artista e como po<strong>de</strong>mos colocar<br />
aquela marca.<br />
Só marcas gran<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m procurar<br />
a Sony?<br />
Isso precisa ser <strong>de</strong>smistificado.<br />
Obviamente, chamar um artista<br />
internacional famoso há 50 anos<br />
não é tão barato, mas a Sony não<br />
tem restrição a nenhum tipo <strong>de</strong><br />
marca pelo tamanho. Temos <strong>de</strong><br />
achar que o projeto faça sentido<br />
com o que temos <strong>de</strong> entregar estrategicamente.<br />
E quais as expectativas da área para<br />
o futuro?<br />
São as melhores possíveis. A<br />
gente já vem apresentando crescimento<br />
<strong>de</strong> faturamento nos<br />
últimos dois anos <strong>de</strong> 300%. Do<br />
“antes <strong>de</strong><br />
existir a<br />
fala, já<br />
existia a<br />
música”<br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> lucro, a área<br />
vem aumentando 50% por ano.<br />
Prevemos duplicar nos próximos<br />
dois anos, do ponto <strong>de</strong> vista<br />
financeiro. Claro, não somos<br />
uma ilha no meio <strong>de</strong> um Brasil.<br />
Depen<strong>de</strong>mos sim das condições<br />
econômicas do país, mas a nossa<br />
perspectiva é que estamos preparados<br />
mesmo para situações<br />
adversas. Complementando, é<br />
díficil imaginar uma marca que<br />
não possa ter i<strong>de</strong>ntificação com a<br />
música. Se ela acha que isso po<strong>de</strong><br />
agregar valor ao posicionamento<br />
<strong>de</strong>la como marca, ao engajamento<br />
dos produtos <strong>de</strong>la com os fãs,<br />
à criação <strong>de</strong> uma imagem institucional,<br />
<strong>de</strong> certa forma, cultural,<br />
se associar com a música é um<br />
caminho muito rápido com os<br />
públicos diversos. É importante<br />
lembrar o seguinte: antes <strong>de</strong><br />
existir a fala, já existia a música.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27
inspiração<br />
rápidos, focados e incansáveis<br />
Divulgação e cbies/iStock<br />
"Eliud Kipchoge quebrou<br />
o recor<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong><br />
maratonas, em Berlim.<br />
Ele correu os 42,195km<br />
da prova em 2 horas,<br />
1 minuto e 39 segundos”<br />
Astério segundo<br />
especial para o ProPMArK<br />
No último dia 16 <strong>de</strong> setembro, o queniano<br />
Eliud Kipchoge quebrou o recor<strong>de</strong><br />
mundial <strong>de</strong> maratonas, em Berlim. Ele correu<br />
os 42,195km da prova em 2 horas, 1 minuto<br />
e 39 segundos.<br />
Jamais na história das provas oficiais alguém<br />
foi capaz <strong>de</strong> correr tão rápido por tanto<br />
tempo. Para corredores do mundo inteiro,<br />
o feito <strong>de</strong> Kipchoge beira o assombroso.<br />
Mas, para quem se lança a empreen<strong>de</strong>r<br />
no Brasil <strong>de</strong> hoje, o feito é algo ainda<br />
maior. Kipchoge é a impossibilida<strong>de</strong> tornada<br />
real. Um <strong>de</strong>vaneio que um queniano<br />
foi lá e mostrou que podia não ser tão impossível<br />
assim. Empreen<strong>de</strong>r é dar pernas<br />
aos sonhos. E, como os maratonistas, nós<br />
também precisamos ser rápidos, focados e<br />
incansáveis.<br />
A <strong>de</strong>smonetização e a <strong>de</strong>smaterialização<br />
das coisas têm criado possibilida<strong>de</strong>s<br />
infinitas para quem <strong>de</strong>seja empreen<strong>de</strong>r.<br />
Estima-se que até 2025, US$ 300 bilhões<br />
serão levantados em plataformas <strong>de</strong><br />
crowdfunding. É gente comum financiando<br />
gente fora do comum. Sua gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia<br />
está a uma vaquinha <strong>de</strong> se tornar uma<br />
gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia viabilizada.<br />
Jamais falou-se tanto em inovação em<br />
todos os setores. Mas, como diz Peter Diamandis,<br />
inovar não é apenas criar um algoritmo<br />
melhor. É também melhorar as bilida<strong>de</strong>s que o mundo <strong>de</strong>senha diante <strong>de</strong><br />
conversas que temos com as pessoas. Boa nós. Seu nome, assim como sua metodologia<br />
<strong>de</strong> trabalho e cultura, tem inspiração no<br />
propaganda é, portanto, uma forma <strong>de</strong> rejuvenescer<br />
companhias usando alguns milhões<br />
a menos <strong>de</strong> seus budget.<br />
na, o 35k é um divisor <strong>de</strong> águas. Um ponto<br />
universo das maratonas. Em uma marato-<br />
A inovação que produz riquezas também<br />
está diminuindo distâncias. O Porto Os amadores dos faixas pretas. O <strong>de</strong>sejo e a<br />
crucial que separa o fracasso do sucesso.<br />
Digital, um dos principais parques tecnológicos<br />
do Brasil, não está em São Paulo. Empreen<strong>de</strong>dores do mundo inteiro vi-<br />
capacida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> realizar algo grandioso.<br />
Está no Centro Histórico do Recife, dando vem hoje a magia <strong>de</strong> cruzar o 35. As novas<br />
vida nova a uma área que estava <strong>de</strong>gradada possibilida<strong>de</strong>s nunca tiveram um terreno<br />
e impulsionando o pensamento da economia<br />
criativa brasileira.<br />
está no DNA das startups está no radar das<br />
tão fértil à sua disposição. A inovação que<br />
Hoje, uma garota no Nor<strong>de</strong>ste com inteligência,<br />
bom gosto e um smartphone po<strong>de</strong> espaço entre elas, dando vida a iniciativas<br />
gran<strong>de</strong>s companhias. E está também no<br />
se tornar uma enorme plataforma para os como o iDEXO, a sensacional “<strong>de</strong>stravadora”<br />
<strong>de</strong> inovação que viabiliza negócios<br />
gran<strong>de</strong>s estilistas durante a Semana <strong>de</strong><br />
Moda <strong>de</strong> Paris. Duvida? Pergunte para a entre pequenos prodígios e gran<strong>de</strong>s corporações.<br />
Camila Coutinho.<br />
Ano passado, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dois anos à frente<br />
da criação <strong>de</strong> uma agência e com mais <strong>de</strong> regras do jogo. Ser pequeno ou gran<strong>de</strong> já<br />
Um novo mindset está reinventando as<br />
15 novas contas conquistadas nesse período,<br />
<strong>de</strong>cidi me dar um presente.<br />
que muda tão rápido, a inteligência e a ca-<br />
não é mais um <strong>de</strong>finidor. Em um mundo<br />
Larguei uma <strong>de</strong>liciosa e bem-remunerada<br />
zona <strong>de</strong> conforto e fui para o Vale do parâmetros.<br />
pacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer soluções são os novos<br />
Silício estudar inovação na Singularity Universitysegue<br />
gerar. Seja rápido. Seja focado. Seja<br />
Você é do tamanho das i<strong>de</strong>ias que con-<br />
Eu não sabia, mas era ali, entre as ruas incansável. Afinal, não são apenas os quenianos<br />
que po<strong>de</strong>m transformar <strong>de</strong>vaneios<br />
arborizadas <strong>de</strong> Palo Alto e a atmosfera inspiradora<br />
do NASA Ames Research Center, em possibilida<strong>de</strong>s reais.<br />
que se formava o embrião da 35.<br />
Rala que rola.<br />
A 35 é um cruzamento das nossas experiências<br />
publicitárias com as novas possi- Astério Segundo é fundador da 35<br />
28 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marketing & negóCios<br />
icenando/iStock<br />
Como encarar o<br />
efeito manada<br />
Depois do porre generalizado da<br />
Black Friday, começa o do Natal, o do<br />
Ano Novo e, em seguida, o do Carnaval<br />
Rafael Sampaio<br />
Não é <strong>de</strong> agora que os anunciantes e<br />
suas agências enfrentam o dilema <strong>de</strong><br />
seguir ou não seguir a manada e usar as<br />
estratégias e táticas da temporada, que se<br />
repetem quase ao infinito ano após ano.<br />
Depois das clássicas abordagens <strong>de</strong> Natal,<br />
Ano Novo, férias <strong>de</strong> verão, Carnaval, Dia<br />
das Mães etc., vieram novida<strong>de</strong>s “importadas”<br />
e meio sem lógica para nós, que não<br />
temos um Dia <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong> Graças forte, como<br />
a Black Friday, que já está sendo esticada<br />
para week e até month...<br />
Seguir esse efeito manada, até para não<br />
ser atropelado por ela, é muito tentador,<br />
inclusive gera algum resultado, mas esse<br />
efeito vai se esvanecendo à medida em<br />
que a competição pela atenção dos consumidores<br />
e pelo seu bolso é incrementada,<br />
começa a existir o <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>vido<br />
aos anunciantes que se “aproveitam”, <strong>de</strong><br />
uma forma ou outra, da efeméri<strong>de</strong> em tela<br />
e o próprio consumidor vai se cansando<br />
do “truque” e o encarando com crescente<br />
apatia. O que fazer, então?<br />
Apesar dos evi<strong>de</strong>ntes benefícios <strong>de</strong> utilizar<br />
um approach que muitos estão empregando<br />
e gerando massa crítica para o<br />
tema, há que se consi<strong>de</strong>rar os aspectos<br />
negativos acima e o fato <strong>de</strong> que as mensagens<br />
individuais <strong>de</strong> cada anunciante se<br />
diluem na maré <strong>de</strong> comerciais, anúncios<br />
e cartazes no fundo bastante parecidos<br />
uns com os outros.<br />
As saídas para obter maior <strong>de</strong>staque são<br />
basicamente três: no tamanho da oferta<br />
em si, mas que, além <strong>de</strong> corroer a rentabilida<strong>de</strong><br />
em si, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar a sensação<br />
<strong>de</strong> que “esmola gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais até santo<br />
<strong>de</strong>sconfia”; a originalida<strong>de</strong> da mensagem<br />
e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua produção; e o estratagema<br />
<strong>de</strong> parecer que não se está seguindo<br />
o mainstream, ao usar uma variante do<br />
caminho <strong>de</strong> todos.<br />
Combinar essas duas últimas saídas<br />
costuma levar a resultados excepcionais,<br />
como muitos exemplos aqui e nos principais<br />
centros publicitários do mundo<br />
registram e comprovam. Para isso, no entanto,<br />
há que se combinar a disposição do<br />
cliente em investir mais do que o comum,<br />
principalmente em produção, e <strong>de</strong> ter a<br />
coragem <strong>de</strong> arriscar; bem como a agência<br />
ser capaz <strong>de</strong> propor alguma coisa ousada,<br />
mas consistente e pertinente com a marca<br />
anunciante e, ao mesmo tempo, relevante<br />
para a audiência.<br />
Um caso excepcional, que vale ser estudado<br />
e servir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para se pensar<br />
em soluções na mesma linha, é a já famosa<br />
e tradicional campanha <strong>de</strong> Natal da John<br />
Lewis, lí<strong>de</strong>r entre as lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento<br />
do Reino Unido. Des<strong>de</strong> 2007 a empresa vem<br />
veiculando uma campanha <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano<br />
que tem essa embocadura <strong>de</strong> escapar do óbvio<br />
dominante das ofertas e mensagens mecânicas<br />
<strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> e esperança para <strong>de</strong>stacar<br />
o efeito emocional dos presentes bem<br />
pensados e escolhidos. Nos últimos anos, o<br />
aspecto emocional é cada vez mais dominante<br />
e a campanha virou em hit popular,<br />
principalmente pelo impacto na televisão e<br />
sua bem concatenada extensão na internet<br />
e outros meios, bem como a forte presença<br />
nas mídias próprias e conquistadas.<br />
A première do comercial <strong>de</strong> Natal da<br />
John Lewis é esperada pela população e<br />
noticiada pela gran<strong>de</strong> mídia britânica, que<br />
informa até mesmo o horário da primeira<br />
veiculação do filme. Através da mídia especializada<br />
em economia e marketing, a<br />
campanha vira notícia e é comentada em<br />
todo o mundo. Quanto vale isso? Quanto<br />
traz <strong>de</strong> resultado não apenas para as vendas<br />
da temporada, mas para a imagem e<br />
reputação da marca ao longo do ano? Priceless,<br />
como diria outra icônica campanha<br />
publicitária histórica. (Para conhecer mais<br />
<strong>de</strong>talhes, basta ir ao Google, on<strong>de</strong> existem<br />
centenas <strong>de</strong> boas matérias sobre a campanha,<br />
inclusive na Wikipédia, e uma ótima<br />
avaliação do The Guardian do período<br />
2007/2013, em www.theguardian.com/<br />
media/vi<strong>de</strong>o/2013/nov/12/john-lewis-<br />
-christmas-ad-2013-vi<strong>de</strong>o).<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
32 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mídia<br />
Re<strong>de</strong> Globo propõe em campanha <strong>de</strong><br />
fim <strong>de</strong> ano a busca do sonho perdido<br />
Criação <strong>de</strong> Sergio Valente, projeto contemplou a montagem <strong>de</strong> uma<br />
caixa <strong>de</strong> música gigante com movimentos acionados pelo elenco<br />
paulo macedo<br />
tradicional mensagem <strong>de</strong><br />
A fim <strong>de</strong> ano da Globo entrou<br />
na gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação<br />
da re<strong>de</strong> neste domingo (25).<br />
O storytelling propõe a busca<br />
do sonho, mas com sentido <strong>de</strong><br />
união coletiva. O cenário da<br />
megaprodução é uma caixa <strong>de</strong><br />
música, objeto que faz parte do<br />
imaginário das pessoas. Os movimentos<br />
são acionados com a<br />
força do elenco <strong>de</strong> artistas da<br />
emissora, entre os quais Edson<br />
Celulari, Fernanda Gentil,<br />
Ailton Graça, Deborah Secco e<br />
Viviane Araújo, por exemplo,<br />
com “bicicletas, engrenagens,<br />
cordas, roldanas, manivelas e<br />
um gran<strong>de</strong> cilindro, todos interligados<br />
e inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.”<br />
A traquitana tem 45 metros <strong>de</strong><br />
comprimento e 24 metros <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>.<br />
A criação é <strong>de</strong> Sergio Valente,<br />
diretor <strong>de</strong> comunicação da<br />
Globo, mas o projeto foi materializado<br />
com a participação do<br />
diretor <strong>de</strong> arte e cenógrafo paulistano<br />
Zé Carratu, que assina o<br />
cenário, que conta com estruturas<br />
metálicas e <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, dois<br />
mil metros quadrados <strong>de</strong> panos<br />
e 254 metros quadrados <strong>de</strong> painéis<br />
<strong>de</strong> LED, todos dos acervo<br />
<strong>de</strong> reuso dos Estúdios Globo.<br />
A montagem da caixa musical<br />
exigiu a presença <strong>de</strong> 80 profissionais,<br />
que precisaram <strong>de</strong> quatro<br />
dias para a concluir a opera-<br />
Fotos: Divulgação<br />
A máquina <strong>de</strong> música gigante tem a assinatura do diretor <strong>de</strong> arte e cenógrafo Zé Carratu<br />
Montagem do cenário da ação <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano foi em quatro dias e com 80 profissionais<br />
ção. A captação das imagens da<br />
campanha foi feita em outubro<br />
passado, no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
“Como convidar as pessoas<br />
a enxergar o ano que está por<br />
vir como um livro em branco,<br />
em que uma nova história, com<br />
novos sonhos, possa ser escrita?<br />
Essa é a primeira pergunta<br />
que procuramos respon<strong>de</strong>r<br />
quando iniciamos a criação <strong>de</strong><br />
cada mensagem <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano<br />
da Globo. Neste ano, pelo momento<br />
que o mundo todo está<br />
vivendo, enten<strong>de</strong>mos que era<br />
hora <strong>de</strong> convidar as pessoas a<br />
voltar a sonhar, a acreditar que<br />
toda realida<strong>de</strong> começa <strong>de</strong> um<br />
sonho e elas precisam se permitir<br />
a sonhar”, diz Valente.<br />
“Para garantir a emoção que<br />
queríamos, tudo foi surpresa<br />
para o elenco, da construção<br />
do cenário, ao figurino e conceito<br />
da campanha. Foi incrível<br />
presenciar o encantamento<br />
das pessoas chegando ao set e<br />
vendo tudo aquilo pela primeira<br />
vez. Então pensamos numa<br />
gran<strong>de</strong> caixinha <strong>de</strong> música. Eu<br />
acredito que o mesmo encantamento,<br />
que a emoção do sonho<br />
que vimos nos olhos <strong>de</strong> quem<br />
participou da gravação, encherá<br />
também o coração do nosso<br />
público. É com esses sentimentos,<br />
com a certeza que po<strong>de</strong>mos<br />
sonhar e tornar realida<strong>de</strong> os<br />
nossos sonhos, que queremos<br />
que os brasileiros comecem<br />
2019”, <strong>de</strong>talha Sergio Valente.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 33
Claudia Penteado<br />
revista 29 Horas, que há<br />
A quase 10 anos é distribuída<br />
gratuitamente nas áreas <strong>de</strong><br />
embarque e <strong>de</strong>sembarque do<br />
aeroporto <strong>de</strong> Congonhas, em<br />
São Paulo, ganha a partir <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro uma versão carioca.<br />
Após vencer uma licitação<br />
promovida pela Infraero, o título<br />
será distribuído – também<br />
gratuitamente – nas áreas <strong>de</strong><br />
embarque e <strong>de</strong>sembarque do<br />
aeroporto Santos Dumont, no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, levando a publicação<br />
a uma tiragem total <strong>de</strong><br />
115 mil exemplares (antes era<br />
<strong>de</strong> 65 mil).<br />
Pedro Barbastéfano, publisher<br />
da revista, fala que o movimento<br />
<strong>de</strong> expansão vai na<br />
contramão do triste cenário<br />
editorial brasileiro, em que inúmeros<br />
títulos <strong>de</strong> revistas têm<br />
encerrado suas operações, sendo<br />
um dos exemplos recentes<br />
mais emblemáticos a Veja Rio.<br />
Outra novida<strong>de</strong> é que a edição<br />
<strong>de</strong> estreia no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
em <strong>de</strong>zembro, será 100% sustentável,<br />
com pegada <strong>de</strong> carbono<br />
zero a partir da reversão dos<br />
investimentos na produção da<br />
revista para o plantio <strong>de</strong> árvores,<br />
via selo <strong>de</strong> certificação Iniciativa<br />
Ver<strong>de</strong>.<br />
Segundo a editora da revista,<br />
Chantal Brissac, todas as matérias<br />
abordarão temas ligados à<br />
sustentabilida<strong>de</strong>, mas a partir<br />
<strong>de</strong> janeiro as reportagens voltam<br />
a ser variadas.<br />
Com a presença em Congonhas<br />
e no Santos Dumont, a<br />
revista torna-se exclusiva nesta<br />
que é a quinta ponte aérea mais<br />
movimentada do mundo, e espera<br />
impactar mais <strong>de</strong> 30 milhões<br />
<strong>de</strong> passageiros por ano,<br />
segundo dados da Infraero.<br />
Em São Paulo, a publicação<br />
é disponibilizada ao público<br />
em quatro totens digitais, com<br />
painéis LED e <strong>de</strong>sign inspirado<br />
nos totens criados por Lina Bo<br />
Bardi para o Museu <strong>de</strong> Arte <strong>de</strong><br />
São Paulo (MASP). No Rio, a remíDia<br />
Distribuída nos aeroportos, revista<br />
29 Horas ganha edição carioca<br />
Publicação vence licitação da Infraero e será entregue gratuitamente<br />
no embarque e <strong>de</strong>sembarque do Santos Dumont a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
29 Horas chega ao Rio <strong>de</strong> Janeiro a partir do mês que vem<br />
Pedro Barbastéfano:<br />
movimento <strong>de</strong> expansão vai<br />
na contramão do cenário<br />
editorial brasileiro<br />
Fotos: Divulgação<br />
“Para os<br />
anunciantes,<br />
a novida<strong>de</strong><br />
rePresenta a<br />
Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ter suas marcas<br />
inseridas em um<br />
cross-mídia que<br />
integra a edição<br />
imPressa com os<br />
circuitos digitais”<br />
vista também será colocada em<br />
três totens digitais nas salas <strong>de</strong><br />
embarque e <strong>de</strong>sembarque do<br />
aeroporto.<br />
“Para os anunciantes, a novida<strong>de</strong><br />
representa a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter suas marcas inseridas em<br />
um cross-mídia que integra a<br />
edição impressa com os circuitos<br />
digitais nesses aeroportos<br />
do Rio e <strong>de</strong> São Paulo”, afirma<br />
Barbastéfano.<br />
Inicialmente, a revista passa<br />
a circular com duas capas:<br />
<strong>de</strong> um lado, a paulistana, e do<br />
outro, a do Rio <strong>de</strong> Janeiro. A<br />
edição <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, <strong>de</strong>dicada<br />
à sustentabilida<strong>de</strong>, terá na<br />
capa carioca o jornalista André<br />
Trigueiro, por exemplo. Nos<br />
primeiros três meses, o título<br />
circulará com 100 páginas, sendo<br />
16 focadas no Rio. A partir<br />
<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2019, passam a ser<br />
100 páginas <strong>de</strong>dicadas a São<br />
Paulo, e a edição do Rio terá 32<br />
páginas.<br />
A previsão é que, em seis meses,<br />
a publicação chegue a 168<br />
páginas, sendo 84 para cada<br />
praça, passando a ter inclusive<br />
uma operação na capital fluminense.<br />
Para viabilizar a presença no<br />
Rio, foram investidos cerca <strong>de</strong><br />
R$ 600 mil em equipamentos<br />
e outros R$ 300 mil por mês<br />
serão investidos para materializar<br />
a edição carioca, até ela se<br />
tornar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da edição<br />
paulistana.<br />
34 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mídia<br />
SBT lança estúdio exclusivo para<br />
a produção <strong>de</strong> conteúdo digital<br />
Espaço Nano Box será utilizado por casting da emissora para formatos<br />
com linguagem <strong>de</strong> internet, além <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
Renato Rogenski<br />
Se o telespectador é multiplataforma<br />
e os veículos<br />
precisam <strong>de</strong> audiência para<br />
sobreviver, as empresas <strong>de</strong><br />
comunicação não po<strong>de</strong>m ficar<br />
restritas a um só meio. O SBT<br />
parece ter percebido isso há<br />
algum tempo e tem investido<br />
cada vez para ampliar, por<br />
exemplo, a sua atuação digital.<br />
O mais novo passo da emissora<br />
neste sentido foi anunciado<br />
no último dia 19, com o<br />
lançamento do Nano Box, espaço<br />
<strong>de</strong>dicado exclusivamente<br />
à produção digital. A novida<strong>de</strong><br />
surge em um momento estratégico<br />
do canal, que planeja<br />
uma série <strong>de</strong> lançamentos para<br />
a web nos próximos meses.<br />
“Não é <strong>de</strong> hoje que o meio<br />
digital vem abrindo um leque<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s não apenas<br />
para o SBT, mas também para<br />
os nossos parceiros e clientes,<br />
fazendo com que o nosso conteúdo<br />
esteja presente em todos<br />
os pontos <strong>de</strong> contato da nossa<br />
audiência, com mais relevância<br />
e assertivida<strong>de</strong>”, explica<br />
Giuliano Chiaradia, gerente <strong>de</strong><br />
conteúdo digital do SBT.<br />
A i<strong>de</strong>ia é que o Nano Box<br />
potencialize a produção <strong>de</strong><br />
formatos que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> webséries,<br />
lives e entrevistas, tutoriais<br />
<strong>de</strong> moda e gastronomia,<br />
até o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos<br />
especiais <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
para anunciantes.<br />
A iniciativa também tem a<br />
intenção <strong>de</strong> expandir <strong>de</strong>ntro da<br />
casa a evolução <strong>de</strong> novas linguagens<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o envolvendo<br />
marcas, creators e os próprios<br />
talentos da emissora.<br />
Entre as primeiras produções<br />
está uma série <strong>de</strong> “reactions”<br />
Fotos: Divulgação<br />
Giuliano Chiaradia: “Queremos focar em coisas compartilháveis, que realmente engajam”<br />
“O SBT é<br />
prOTagOniSTa<br />
nO ecOSSiSTema<br />
digiTal, cOm uma<br />
daS maiOreS<br />
audiênciaS dO<br />
BraSil nO YOuTuBe”<br />
com os artistas da emissora.<br />
“Nós queremos focar em coisas<br />
compartilháveis, aquelas<br />
que realmente engajam a nossa<br />
audiência, que geram interativida<strong>de</strong>,<br />
diálogo, informação e<br />
entretenimento. Um conteúdo<br />
que vá <strong>de</strong> encontro ao core da<br />
nossa estratégia, que é a cultura<br />
do fã”, <strong>de</strong>staca Chiaradia.<br />
Segundo o gerente do SBT, o<br />
Nano Box foi pensado para facilitar<br />
a produção <strong>de</strong> atrações<br />
exclusivas que esses fãs não assistem<br />
na TV, po<strong>de</strong>ndo envolver<br />
artistas do canal, marcas e<br />
influenciadores. “O SBT é protagonista<br />
no ecossistema digital,<br />
com uma das maiores audiências<br />
do Brasil no YouTube: 8<br />
bilhões <strong>de</strong> visualizações, sendo<br />
a maioria fãs que buscam conteúdo<br />
da nossa programação”.<br />
Dentro do novo estúdio e as<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção exclusiva<br />
para a web, o SBT <strong>de</strong>ve<br />
contar em seu elenco com profissionais,<br />
personalida<strong>de</strong>s e<br />
influenciadores como Maísa<br />
Silva, Celso Portiolli, Larissa<br />
Manuela, Flávia Pavanelli e<br />
João Guilherme, “além <strong>de</strong> tantos<br />
outros que naturalmente<br />
já fazem parte <strong>de</strong>sse universo<br />
digital”, como informa Chiaradia.<br />
Humor tem apelo: Carlos Alberto <strong>de</strong> Nóbrega testou novo estúdio da casa para atração<br />
Mamma Bruschetta também participou <strong>de</strong> “reactions”, primeira atração do Nano Box<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
FELIPE TURLÃO<br />
Não existem soluções mágicas<br />
para que os veículos<br />
que nasceram na mídia impressa<br />
voltem a crescer, mas,<br />
pelo menos nos Estados Unidos,<br />
já há claros sinais <strong>de</strong> que<br />
isso <strong>de</strong>ve acontecer, <strong>de</strong> acordo<br />
com Jeffrey Cole, CEO do Center<br />
for the Digital Future, braço<br />
<strong>de</strong> pesquisa da USC Annenberg<br />
School. Ele foi convidado<br />
do IAB Brasil para o primeiro<br />
Connecting Lea<strong>de</strong>rs, ocorrido<br />
neste mês <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> em São<br />
Paulo.<br />
“Existem apenas três maneiras<br />
para os consumidores adquirirem<br />
conteúdo. O número<br />
um é pagar por ele, o número<br />
dois é aceitar publicida<strong>de</strong>, e o<br />
número três é roubá-lo. Mesmo<br />
as pessoas que roubam reconhecem<br />
que este não é um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio muito bom.<br />
Então, existem apenas as duas<br />
primeiras escolhas ou uma<br />
combinação. Se os brasileiros<br />
não querem pagar paywalls, a<br />
única opção é a publicida<strong>de</strong>”,<br />
afirma o especialista, ao ser<br />
questionado sobre mo<strong>de</strong>los<br />
possíveis para os veículos impressos<br />
no país.<br />
Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> acordo com Cole, po<strong>de</strong>m ser<br />
formatos diretos ou compartilhamento<br />
<strong>de</strong> informações sobre<br />
hábitos <strong>de</strong> compra e <strong>de</strong>mais<br />
dados sobre os usuários. “No final<br />
das contas, as pessoas terão<br />
<strong>de</strong> pagar, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong><br />
outra. Sem isso, não há como<br />
o conteúdo ser criado e mantido”,<br />
diz. “Nos Estados Unidos,<br />
a única alternativa para pagar<br />
paywalls e publicida<strong>de</strong> são os<br />
bilionários que compram jornais<br />
para serem bons cidadãos.<br />
Isto é o que Jeff Bezos fez com o<br />
Washington Post. Mas, lembramos,<br />
mesmo ele ainda tem uma<br />
paywall”, completa.<br />
Mas o que, <strong>de</strong> fato, po<strong>de</strong><br />
transformar hábitos e fazer<br />
com que as pessoas consi<strong>de</strong>rem<br />
investir em informação <strong>de</strong> quamídia<br />
Especialista aponta publicida<strong>de</strong> e<br />
paywall como soluções para impresso<br />
Jeffrey Cole, da USC Annenberg School, <strong>de</strong>staca que gran<strong>de</strong>s jornais,<br />
como o New York Times, estão batendo recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> assinaturas digitais<br />
Jeffrey Cole: “Se os brasileiros não querem pagar paywalls, a única opção é a publicida<strong>de</strong>”<br />
lida<strong>de</strong>, ainda mais em tempos<br />
<strong>de</strong> fake news? Segundo Cole, já<br />
existe um movimento nos Estados<br />
Unidos muito por conta<br />
da ascensão <strong>de</strong> Donald Trump.<br />
“Vimos que, sob Trump, as<br />
pessoas agora percebem que a<br />
qualida<strong>de</strong> da informação é importante.<br />
É por isso que o New<br />
York Times, o Washington Post<br />
e o Wall Street Journal estão<br />
quebrando recor<strong>de</strong>s com assinaturas<br />
digitais”, avalia. “Mais<br />
que mo<strong>de</strong>los, o que realmente<br />
precisa mudar é que os cidadãos<br />
têm <strong>de</strong> acreditar que a<br />
informação genérica não é boa<br />
o suficiente. Nos EUA, eles passaram<br />
a acreditar que escrever<br />
e editar profissionais é tão importante<br />
que vale a pena pagar.<br />
Essa é a única solução real para<br />
a solução dos problemas”.<br />
Um dos maiores problemas<br />
para se compreen<strong>de</strong>r o valor do<br />
bom conteúdo, hoje, são as fake<br />
news. Não há uma solução imediata<br />
para elas, mas o que tem<br />
“Sob Trump, aS<br />
peSSoaS agora<br />
percebem que<br />
a qualida<strong>de</strong> da<br />
informação é<br />
imporTanTe”<br />
<strong>de</strong> acontecer, segundo Cole, é<br />
que as pessoas se habilitem a<br />
apoiar a mídia em que confiam,<br />
e não aquela que apenas dá suporte<br />
às visões <strong>de</strong> mundo que<br />
elas já possuem. “É um passo<br />
muito gran<strong>de</strong> para ser dado. Por<br />
isso, é um problema tão difícil<br />
<strong>de</strong> se resolver”, resume Cole.<br />
“Historicamente, nem brasileiros,<br />
americanos ou pessoa <strong>de</strong><br />
qualquer outra nacionalida<strong>de</strong><br />
são bons em separar boas informações<br />
das ruins”, reconhece.<br />
Para conteúdos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, o<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> streaming será dominante<br />
no futuro, mas a i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> pagar para ver filmes e séries<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> players não<br />
Divulgação<br />
parece fazer muito sentido, na<br />
análise <strong>de</strong> Cole. “A era da televisão<br />
linear, observando quando<br />
outras pessoas dizem para<br />
você assistir, está morrendo e<br />
tudo será sob <strong>de</strong>manda. Mas o<br />
mo<strong>de</strong>lo OTT (over-the-table)<br />
não precisará ser sempre pago.<br />
Acredito que uma família média<br />
só estará disposta a pagar<br />
por três ou quatro serviços <strong>de</strong><br />
pagamento por ví<strong>de</strong>o, no máximo”,<br />
avalia. Assim, na prática,<br />
uma parte do streaming será<br />
paga, e outra parte po<strong>de</strong>rá ser<br />
ofertada mediante oferta <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>.<br />
“Acreditamos firmemente<br />
que o streaming, parte <strong>de</strong>le por<br />
meio <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> pagamento,<br />
é o futuro do conteúdo.<br />
Nossos estudos mostram que,<br />
para pessoas com menos <strong>de</strong> 30<br />
anos, apenas 20% <strong>de</strong> sua televisão<br />
é ao vivo. Os outros 80%<br />
são gravados ou transmitidos. E<br />
dos 20% que são ao vivo, quase<br />
todos são esportes”, informa.<br />
36 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
STORYTELLER<br />
Nastco/iSotck<br />
Papai Noel<br />
Depois <strong>de</strong> sua morte, foi consi<strong>de</strong>rado<br />
santo e virou São Nicolau<br />
LuLa Vieira<br />
Já é Natal. Pelo menos nos shoppings.<br />
Aqui no Rio já estamos finalizando a árvore<br />
da Lagoa, antes Bra<strong>de</strong>sco, agora, Petrobras.<br />
E por todo canto a figura <strong>de</strong> Papai<br />
Noel, que tem resistido a todos os modismos.<br />
Sua história remonta ao século IV e,<br />
por incrível que pareça, sua origem é turca.<br />
Sua figura foi inspirada num bispo turco. Dá<br />
para acreditar? Pois é isso mesmo. Esse tal<br />
bispo, aliás arcebispo <strong>de</strong> Mira, na Turquia,<br />
costumava ajudar anonimamente seus paroquianos<br />
em dificulda<strong>de</strong>s. Ele i<strong>de</strong>ntificava<br />
quem precisava <strong>de</strong> um apoio concreto<br />
e, sorrateiramente, colocava um saco com<br />
dinheiro junto à chaminé do inadimplente.<br />
Nenhum conselho, nenhuma exortação,<br />
nenhuma palavra <strong>de</strong> força espiritual. Ele<br />
dava grana. Ouro, moeda.<br />
Depois <strong>de</strong> sua morte, foi consi<strong>de</strong>rado<br />
santo e virou São Nicolau. Na ritualística<br />
que a santificação exige, há sempre a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> que o candidato tenha produzido<br />
milagres. Ou melhor, é necessário que<br />
fique provado que através <strong>de</strong> sua intervenção<br />
tenham acontecido fatos sem explicação<br />
humana ou científica, uma ação divina.<br />
No caso do arcebispo, a burocracia vaticana<br />
foi facilitada. Não po<strong>de</strong>ria existir, além da<br />
loucura total, outra razão para alguém na<br />
calada da noite colocar sacos com dinheiro<br />
na chaminé <strong>de</strong> pessoas em dificulda<strong>de</strong>s. Só<br />
mesmo a presença <strong>de</strong> Deus. Eventualmente<br />
com chicote nas mãos. O arcebispo virou<br />
santo, São Nicolau, mesmo sem ter feito<br />
cego enxergar, aleijado andar e político ser<br />
honesto. Sua cota <strong>de</strong> milagres foi preenchida<br />
pelas suas ações terrenas. Pois bem, São<br />
Nicolau virou símbolo da distribuição <strong>de</strong><br />
presentes por ocasião do Natal. Era representado<br />
como bispo, com trajes típicos <strong>de</strong><br />
sua or<strong>de</strong>m religiosa, magro, sério, algumas<br />
vezes com uma áurea e acompanhado <strong>de</strong><br />
uma rena.<br />
Era mais ou menos assim que São Nicolau<br />
viveu e povoou os sonhos <strong>de</strong> muitas<br />
crianças que esperavam presentes <strong>de</strong> Natal.<br />
Até que em 1886 um cartunista americano<br />
chamado Thomas Nast <strong>de</strong>u uma remandiolada<br />
na figura clerical <strong>de</strong> Papai Noel e lhe<br />
vestiu com uma roupa vermelha e lhe <strong>de</strong>corou<br />
com farta barba branca, para ilustrar<br />
a capa da revista Harper’s Weeklys, da qual<br />
era o diretor <strong>de</strong> arte. Os americanos assumiram<br />
esse visual como padrão durante<br />
décadas. Mas não havia toda a lenda formada,<br />
embora em alguns casos já aparecessem<br />
outros elementos até hoje incorporados ao<br />
personagem, como o trenó e as renas. Em<br />
1931, a Coca-Cola adotou o Papai Noel como<br />
proprieda<strong>de</strong> sua e os artistas das agências<br />
que trabalhavam para a marca finalizaram<br />
a figura <strong>de</strong> uma das entida<strong>de</strong>s mais conhecidas<br />
do mundo. Papai Noel ficou rechonchudo,<br />
risonho, barbudo e o trenó e as renas<br />
entraram para seu universo.<br />
Centenas <strong>de</strong> anúncios <strong>de</strong> Coca-Cola serviram<br />
para <strong>de</strong>finir com exatidão como era<br />
a figura do bom velhinho. Ao mesmo tempo<br />
os estúdios Disney e outros criadores <strong>de</strong><br />
cinema <strong>de</strong> animação foram montando todo<br />
seu universo. Utilizando parte <strong>de</strong> lendas<br />
preexistentes e inventando outras, centenas<br />
<strong>de</strong> criadores construíram a história <strong>de</strong><br />
Noel. Com o tempo ele se fixou na Lapônia<br />
e se transformou em proprietário <strong>de</strong> imensa<br />
fábrica <strong>de</strong> brinquedos <strong>de</strong>stinados aos<br />
meninos que foram obedientes durante o<br />
ano. Seu trenó teve leiaute estabelecido e<br />
as renas traços padrões.<br />
Entre as renas uma se <strong>de</strong>stacou e hoje é<br />
marca com ações na bolsa: Rudolph do Nariz<br />
Vermelho, a nona rena <strong>de</strong> Papai Noel,<br />
com um nariz que produz uma luz tão forte<br />
que ilumina o caminho das outras no longo<br />
percurso da Lapônia até nossas casas. Rudolph<br />
é proprieda<strong>de</strong> da The Rudolph Company<br />
L.P. e o uso <strong>de</strong> sua imagem protegido<br />
por lei. Todo ano os jornais abrem espaço<br />
para uma longa discussão sobre a influência<br />
benéfica ou não da lenda nas cabecinhas<br />
das crianças. Des<strong>de</strong> que me entendo<br />
por gente, nunca tinha tido uma resposta<br />
<strong>de</strong>finitiva. Não perdi por esperar. Gregório<br />
Duvivier, entrevistado sobre o assunto,<br />
acabou com a discussão. Ele disse: “Se Papai<br />
Noel não existe, o que existe?”<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37
we<br />
mkt<br />
Jorge Villalba/iStock<br />
“Vou ao<br />
shopping!”. Fui...<br />
“Não sei por que nos preocupamos<br />
com a morte se temos muitos outros<br />
problemas para resolver antes”<br />
Confúcio<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Qualquer estudo meia-boca conseguiria<br />
<strong>de</strong>finir com elevada precisão a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> shopping centers que um país como<br />
o Brasil comporta.<br />
tornaremos ao potencial. Exagerando e no<br />
máximo 300 shopping centers permanecerão<br />
em pé e abertos no Brasil.<br />
E, ainda assim, com muitas mudanças,<br />
adaptações, novida<strong>de</strong>s.<br />
A grosso modo, esse número é 300! Mas,<br />
empreen<strong>de</strong>dores entusiasmados e irracionais<br />
quase dobraram esse potencial e estamos<br />
batendo nos 500.<br />
Nos últimos três anos, notícias e mais<br />
notícias <strong>de</strong> shopping centers antigos e tradicionais<br />
com lojas vazias, salvo raríssimas<br />
exceções. E os novos que acabavam abrindo<br />
suas portas com, exagerando, 50% das<br />
lojas ocupadas.<br />
Semanas atrás uma fotografia tirada pelo<br />
Ibope Inteligência.<br />
E na fotografia a situação <strong>de</strong>sses 500<br />
shoppings no Brasil: 12 mil lojas vazias,<br />
41% <strong>de</strong> vacância. Assim, por esse estudo, se<br />
tudo corresse bem, se as razões e motivos<br />
para que esses shopping centers fossem<br />
construídos prevalecessem, mesmo assim,<br />
seriam necessários mais <strong>de</strong> quatro anos para<br />
ocupar todos os espaços vazios. Mas as<br />
razões e motivos ficaram pelo caminho.<br />
A vida mudou, as cida<strong>de</strong>s se reorganizam,<br />
as pessoas privilegiam o não ter <strong>de</strong><br />
pegar condução mesmo porque o sistema<br />
<strong>de</strong> transporte é <strong>de</strong>ficiente. E preferem,<br />
por <strong>de</strong>corrência, <strong>de</strong> um lado, comprarem o<br />
mais próximo possível <strong>de</strong> on<strong>de</strong> moram; e,<br />
<strong>de</strong>pois, em centros comerciais menores ou<br />
lojas específicas. Deixando os shoppings<br />
para circunstâncias, momentos e, ou, compras<br />
especiais. Duas ou três vezes por ano.<br />
Portanto, <strong>de</strong> nada adiantarão quatro<br />
anos para tentar ocupar-se todas as lojas.<br />
As pessoas são as mesmas, mas seus comportamentos,<br />
expectativas e motivações<br />
são outros. E, assim, gradativamente, re-<br />
Idêntico fenômeno ocorre em quase todos<br />
os <strong>de</strong>mais países, muito especialmente<br />
nos Estados Unidos. Lá, on<strong>de</strong> cresceram e<br />
se multiplicaram, vivem uma vazante e<br />
<strong>de</strong>rretimento excepcionais.<br />
Estudo recentemente divulgado pelo<br />
Credit Suisse fala que, sendo otimista, 25%<br />
dos shopping centers daquele país fecharão<br />
suas portas. Consi<strong>de</strong>rando-se que lá<br />
ainda existem 1.200, estamos falando do<br />
encerramento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 300 <strong>de</strong>les,<br />
que <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong> existir.<br />
No país on<strong>de</strong> a migração para as compras<br />
via digital se intensifica, só no ano passado,<br />
foram fechadas mais <strong>de</strong> 8 mil lojas, o maior<br />
número da história, superando inclusive o<br />
ano <strong>de</strong> 2008, o da crise das hipotecas. E a<br />
mais emblemática <strong>de</strong>ntre todas as lojas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>partamento, que abriu suas portas em<br />
1886, a Sears, acaba <strong>de</strong> pedir concordata.<br />
Voltando ao Brasil, os poucos shopping<br />
centers abertos nos últimos anos permanecem<br />
com mais da meta<strong>de</strong> das lojas vazias,<br />
e, nos dois últimos anos, mais lojas fecharam<br />
do que abriram. Ou seja, o ciclo chegou<br />
ao fim. Como em tudo na natureza e na vida.<br />
Primavera, verão, outono e inverno.<br />
E mesmo os shoppings sobreviventes,<br />
nunca mais terão o mesmo brilho dos primeiros<br />
anos, e muito menos provocarão<br />
o encantamento das primeiras vezes que<br />
as pessoas iam conhecer, passear e fazer<br />
compras nos shopping centers. E, felizes<br />
e sorri<strong>de</strong>ntes, exclamavam: “Eu vou ao<br />
Shopping!”<br />
Fui!<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
38 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
dIgITAL<br />
LinkedIn divulga Top Voices e<br />
Influencers <strong>de</strong> <strong>2018</strong> no Brasil<br />
Lista traz nomes como Ricardo Chester e Luiza Trajano e mostra a força<br />
da produção <strong>de</strong> conteúdo na maior re<strong>de</strong> social corporativa do mundo<br />
Fotos: Divulgação<br />
Ricardo Chester, diretor <strong>de</strong> criação da AlmapBBDO, é um dos Top Voices <strong>2018</strong> Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza, figura como uma das Influencers <strong>de</strong> <strong>2018</strong><br />
LEONARDO ARAUJO<br />
LinkedIn divulgou na última<br />
semana a lista <strong>de</strong> Top<br />
O<br />
Voices e Top Influencers <strong>de</strong><br />
<strong>2018</strong> no Brasil. Entre os nomes,<br />
<strong>de</strong>stacam-se alguns ligados ao<br />
mundo da propaganda e marketing<br />
como, por exemplo, Ricardo<br />
Chester, diretor <strong>de</strong> criação<br />
da AlmapBBDO; Luiza Trajano,<br />
dona do Magazine Luiza;<br />
e Walter Longo, ex-Grupo Abril<br />
e Newcomm, entre outros.<br />
A diferença entre uma lista<br />
e outra é a seguinte: a <strong>de</strong> Top<br />
Voices conta com a presença<br />
<strong>de</strong> usuários que se <strong>de</strong>stacam<br />
na plataforma, sendo já conhecidos<br />
ou não. Já a lista <strong>de</strong> Top<br />
Influencers usa os algoritmos<br />
da plataforma para ranquear<br />
os lí<strong>de</strong>res brasileiros que fazem<br />
parte do programa.<br />
Na primeira lista, o LinkedIn<br />
leva em conta o engajamento<br />
gerado pelos usuários,<br />
isto é, comentários e compartilhamentos;<br />
o crescimento <strong>de</strong><br />
seguidores relativos, ou seja,<br />
como o usuário atraiu fãs <strong>de</strong><br />
seu setor <strong>de</strong> atuação; e, por fim,<br />
a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos sobre<br />
os quais publicam.<br />
Já na segunda, é utilizada<br />
uma combinação <strong>de</strong> dados com<br />
uma visão editorial para encontrar<br />
as vozes <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.<br />
É analisada a produção dos Influencers<br />
<strong>de</strong>ntro das suas áreas<br />
<strong>de</strong> expertise, avaliando em que<br />
medida o conteúdo original publicado<br />
propiciou conversas no<br />
LinkedIn.<br />
Como se INsPIRAR?<br />
É preciso ter em mente que<br />
um Top Voice ou Influencer<br />
é uma pessoa, não marca. No<br />
entanto, as empresas po<strong>de</strong>m<br />
trabalhar suas li<strong>de</strong>ranças com<br />
vozes ativas na re<strong>de</strong> e, consequentemente,<br />
esses lí<strong>de</strong>res po<strong>de</strong>m<br />
se tornar Top Voices.<br />
“A dica do LinkedIn é produzir<br />
sempre conteúdo <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> relevância para<br />
a audiência que o lí<strong>de</strong>r ou pessoa<br />
<strong>de</strong>seja atingir. Esse conteúdo<br />
po<strong>de</strong> ser um texto simples,<br />
uma foto, um ví<strong>de</strong>o ou um<br />
artigo. A frequência do conteúdo<br />
também é importante. O<br />
usuário que vai seguir um Top<br />
Voice ou Influencer não precisa<br />
ser ‘bombar<strong>de</strong>ado’ por publicações,<br />
mas elas precisam ter um<br />
mínimo <strong>de</strong> periodicida<strong>de</strong> para<br />
manter o usuário interessado”,<br />
explica Rafael Kato, editor-<br />
-chefe do LinkedIn na América<br />
Latina.<br />
Kato afirma ainda que o conteúdo<br />
nunca foi tão valorizado<br />
como nos dias atuais. “O usuário<br />
ativo no LinkedIn tem a<br />
chance <strong>de</strong> alcançar um número<br />
enorme <strong>de</strong> pessoas, gerar conversas<br />
e criar uma comunida<strong>de</strong><br />
em torno da sua marca profissional.<br />
Por isso, encorajamos<br />
que as pessoas compartilhem<br />
cada vez mais artigos, ví<strong>de</strong>os,<br />
fotos e publicações <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”,<br />
completa.<br />
Perguntado se o LinkedIn facilita<br />
o contato <strong>de</strong> marcas que<br />
quiserem fazer parcerias com<br />
os nomes citados, Kato explica<br />
que o time editorial funciona<br />
<strong>de</strong> maneira in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. “Há<br />
uma separação Igreja-Estado.<br />
Não mantemos nenhuma relação<br />
comercial com eles e não<br />
fazemos essa ponte. Nosso<br />
olhar está voltado unicamente<br />
para o conteúdo. Portanto,<br />
as marcas <strong>de</strong>vem procurar os<br />
usuários diretamente. Os posts<br />
patrocinados são permitidos no<br />
LinkedIn, com exceção das pessoas<br />
que fazem parte do nosso<br />
programa global <strong>de</strong> Influencers.<br />
O selo no perfil reconhece<br />
os lí<strong>de</strong>res mais importantes dos<br />
negócios. Eles não po<strong>de</strong>m fazer<br />
posts patrocinados <strong>de</strong>ntro da<br />
plataforma”, elucida.<br />
Outros nomes do setor <strong>de</strong><br />
comunicação, como Gilberto<br />
Dimenstein (Catraca Livre) e<br />
Ricardo Amorim (Manhattan<br />
Connection), também foram<br />
mencionados. Para acessar a<br />
lista completa basta entrar no<br />
link: http://bit.ly/linkedinlista.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39
quem fez<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
encontros<br />
Dando continuida<strong>de</strong> à série Encontros inusitados,<br />
a cerveja Crystal reuniu três vilãs célebres<br />
da teledramaturgia: as atrizes Deborah<br />
Secco, Glória Pires e Carolina Ferraz. O filme<br />
reforça o posicionamento Cerveja dos Encontros,<br />
e traz intérpretes <strong>de</strong> novelas populares,<br />
como Segundo Sol, Anjo Mau e Beleza Pura. As<br />
atrizes contracenam com o garçom Orestes.<br />
Y&R<br />
Cervejaria PetrOPOlis<br />
Fotos: divulgação<br />
Título: Vilãs; produto: Crystal; criação: Laura Esteves<br />
e Rafa Oliveira; produtora <strong>de</strong> filme: Cine Cinematográfica;<br />
direção: Clovis Mello; produtora <strong>de</strong><br />
som: Coletiva Produtora; aprovação do cliente:<br />
Eliana Cassandre, Naiara Brugneroto, Nadia Maekawa<br />
Bellagamba e Luiz Felipe Santos.<br />
tempo<br />
Para divulgar o novo Mucilon Crescidinhos,<br />
a Nestlé traz campanha que evi<strong>de</strong>ncia<br />
o vínculo materno com as crianças em<br />
fase pré-escolar. O filme, veiculado na TV<br />
aberta, paga e na internet reforça um <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> toda mãe quando vê seu filho crescendo:<br />
que o tempo passe <strong>de</strong>vagarinho para<br />
aproveitar cada momento com o pequeno.<br />
pubLicis<br />
nestlé<br />
Título: Crescidinhos; produto: Mucilon Crescidinhos;<br />
criação: Daniel Rocha, Samuel Normando,<br />
Rafael Ribeiro e Larissa Almeida; produtora <strong>de</strong><br />
filme: Corazon; direção: Raphael Gasparini; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Cabaret; aprovação do cliente:<br />
Ionah Kochen, Fernanda Syuffi e Fabiola Cotrim.<br />
agra<strong>de</strong>cimento<br />
Como forma <strong>de</strong> marcar seu novo posicionamento,<br />
a marca <strong>de</strong> água <strong>de</strong> coco Obrigado lançou<br />
na semana passada campanha com o ator<br />
Vladimir Brichta. Com o conceito Agra<strong>de</strong>cer é<br />
da nossa natureza, a comunicação tem trilha<br />
sonora própria, e aborda o respeito da companhia<br />
com o meio ambiente e com as pessoas.<br />
Live Team<br />
ObrigadO<br />
Título: Agra<strong>de</strong>cer é da nossa natureza; criação: Fernanda<br />
Lhacer, Luis Grillo, Marco Stiepcich e Daniel<br />
Soldá; social media: Flávia Matsudo; produtora <strong>de</strong><br />
filme: Piccolo; produtora <strong>de</strong> som: Lua Nova; letra<br />
da música: Marco Stiepcich e Thomas Roth; aprovação<br />
do cliente: Hel<strong>de</strong>r Quadros, Mark van <strong>de</strong> Grift<br />
e Rodnei Guariza.<br />
40 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
inclusão<br />
O direito das pessoas com <strong>de</strong>ficiência embala<br />
a campanha da nova/sb para o Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong>. A comunicação divulga a feira<br />
Cida<strong>de</strong> PCD (Pessoa com Deficiência) – Rio<br />
<strong>2018</strong>, evento sobre inclusão, tecnologias,<br />
acessibilida<strong>de</strong>, esportes adaptados e mobilida<strong>de</strong>,<br />
que ocorre <strong>de</strong> 7 a 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro na<br />
capital fluminense. As peças mostram como<br />
pessoas com <strong>de</strong>ficiência são capazes. A<br />
partir <strong>de</strong> histórias reais, uma bailarina, um<br />
chef <strong>de</strong> cozinha e um mecânico mostram<br />
que são exemplo por sua competência e<br />
não pela <strong>de</strong>ficiência.<br />
nova/sb<br />
MinistériO da saú<strong>de</strong><br />
Título: Inclusão é; criação: Ana Alvarenga e Alexsan<strong>de</strong>r<br />
Nascimento; produção gráfica: Ticiana<br />
Rocha; mídia: Artur Barros e Érica Castro; direção<br />
geral: Cristina Gutemberg; estúdio <strong>de</strong> fotografia:<br />
Estúdio Moretti; aprovação do cliente:<br />
Juliana Costa Vieira e Veridiana Pinto.<br />
redondo<br />
O verão é sempre muito aguardado para<br />
quem é apaixonado por praia, sol e calor. E<br />
para fazer um aquecimento para a temporada,<br />
Skol lança quatro filmes que convidam<br />
os clientes a entrarem no clima. Na primeira<br />
peça, a marca resgata inovações históricas,<br />
como a primeira cerveja a ser vendida em lata<br />
<strong>de</strong> alumínio e long neck.<br />
F/nazca saaTchi & saaTchi<br />
aMbev<br />
Título: Abertura; produto: Skol; criação: Dudu Barcelos<br />
e Rodrigo Adam; produtora <strong>de</strong> filme: Stink;<br />
direção <strong>de</strong> cena: Kid Burro; produtora <strong>de</strong> som:<br />
Studio Tesis; aprovação do cliente: Paula Lin<strong>de</strong>nberg,<br />
Maria Fernanda Albuquerque, Daniel Feitoza,<br />
Adriana Molari, Leandro Thot e Mariana Bier.<br />
eficiência<br />
A Amil está com novo posicionamento que<br />
traz o conceito Cuidado certo, na hora certa,<br />
no lugar certo. O filme que materializa a comunicação<br />
<strong>de</strong>bate o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e como<br />
isso impacta o cotidiano das pessoas. De<br />
maneira leve, as peças trazem situações rotineiras,<br />
fazendo um paralelo entre como <strong>de</strong>ve<br />
funcionar um serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
aRTpLan<br />
aMil<br />
Título: Amil 40 anos; criação: Alessandra Sadock,<br />
Sérgio Carvalho, Rodrigo Dorfman, João Resen<strong>de</strong>, David<br />
Tabalipa, Leonardo Valpassos, Danilo Yamanaka e<br />
Renato Tagliari; produtora e filme: YOURMAMA; direção:<br />
Filippo Capuzzi Lapietra; produtora <strong>de</strong> Som:<br />
Beat; aprovação do cliente: Leandro Conti.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41
ArenA do eSporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Fotos:Divulgação<br />
FreeStyle<br />
Os gramados do futebol tradicional<br />
foram substituídos por<br />
um piso mais liso, próprio para<br />
manobras. Esse foi o palco da 10ª<br />
edição do Red Bull Street Style,<br />
campeonato mundial <strong>de</strong> futebol<br />
estilo livre, que foi realizado na<br />
semana passada, em Varsóvia,<br />
na Polônia. Com presença <strong>de</strong><br />
competidores <strong>de</strong> peso, como o<br />
brasileiro Ricardinho Chahini, a<br />
competição teve nada menos que<br />
o pentacampeão Roberto Carlos<br />
como um dos jurados. Ex-lateral<br />
da seleção brasileira e ídolo do<br />
Real Madrid, Roberto Carlos teve<br />
a missão <strong>de</strong> analisar os movimentos<br />
das <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> participantes<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 países, nas categorias<br />
masculina e feminina. O<br />
evento já contou com as presenças<br />
do italiano Fabio Cannavaro,<br />
do holandês Davids e dos brasileiros<br />
Neymar Jr. e Raí. Os fãs<br />
brasileiros do esporte pu<strong>de</strong>ram<br />
acompanhar a transmissão ao<br />
vivo e em português por meio da<br />
plataforma digital <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os da<br />
Red Bull, i<strong>de</strong>alizadora do evento.<br />
AcelerA<br />
A Ford anunciou a segunda edição <strong>de</strong> sua corrida <strong>de</strong> rua. A competição será realizada no<br />
próximo dia 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, <strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong> sua fábrica em São Bernardo do<br />
Campo, em São Paulo. Os inscritos po<strong>de</strong>m escolher entre os circuitos <strong>de</strong> corrida <strong>de</strong> seis<br />
quilômetros ou caminhada <strong>de</strong> três quilômetros. O trajeto inclui a fábrica <strong>de</strong> automóveis e<br />
o pátio <strong>de</strong> veículos zero-quilômetro. Neste ano, a fábrica <strong>de</strong> Camaçari, na Bahia, também<br />
terá edição inédita da Ford Run, no dia 16 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
como umA gArotA<br />
Os canais Combate e GNT<br />
anunciaram parceria para a<br />
veiculação da série Mulheres<br />
Na Luta. A produção da<br />
Conspiração Filmes e UFC<br />
será exibida a partir <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro no GNT, e relata a<br />
trajetória <strong>de</strong> mulheres como<br />
Ketlen Vieira e Poliana Botelho<br />
(foto), em busca <strong>de</strong> seu<br />
sonho <strong>de</strong> entrar para o MMA.<br />
Produzida em oito episódios, a série traz histórias reais <strong>de</strong> atletas, bem como suas batalhas,<br />
que se iniciam muito antes do octógono. O primeiro episódio contextualiza a entrada<br />
das mulheres no UFC, com a chegada <strong>de</strong> Ronda Rousey abrindo as portas para as <strong>de</strong>mais<br />
atletas <strong>de</strong> uma vez por todas. “Essa parceria com os canais GNT e Combate foi muito positiva<br />
para a série. Acredito que a ida do Mulheres na Luta para o GNT mostra a importância<br />
da história que estamos contando. A discussão e a narrativa foram para além do octógono<br />
e do público que consome o esporte normalmente”, contou ao PROPMARK Flavio Barone,<br />
diretor da produção.<br />
câmerA indiScretA<br />
A Tilibra, em parceria com o canal ESPN, está recrutando jogadores do game Clash Royale<br />
para o reality show Tilibra Kings and Queens. A atração reunirá 12 competidores em<br />
uma locação em Teresópolis, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, para a disputa <strong>de</strong> três vagas na equipe <strong>de</strong><br />
treinamentos da Pain Gaming, maior equipe <strong>de</strong> eSports da América Latina. O projeto <strong>de</strong><br />
conteúdo foi i<strong>de</strong>alizado pela agência Talent Marcel, e envolverá ativida<strong>de</strong>s e habilida<strong>de</strong>s<br />
necessárias para atletas profissionais <strong>de</strong> eSports, assim como provas <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, trabalho<br />
em equipe e estratégia. O reality show terá o comando <strong>de</strong> Luciano Amaral, apresentador<br />
dos canais ESPN, e será exibido pelo canal ESPN Extra e pela plataforma online<br />
WatchESPN. O programa tem estreia no dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
endorfina criativa<br />
Encarar <strong>de</strong>safios profissionais<br />
ficou muito mais fácil<br />
e prazeroso <strong>de</strong>pois que comecei<br />
a correr. A corrida se mostrou<br />
para mim um exercício diário <strong>de</strong> superar<br />
barreiras, conquistar objetivos<br />
e alcançar feitos incríveis. Aprendi a<br />
ser muito mais disciplinado, <strong>de</strong>terminado<br />
e autoconfiante.”<br />
Felipe Held, head <strong>de</strong> marketing na Konduto<br />
Fome <strong>de</strong> vitóriA<br />
O Burger King entrou para o cenário dos<br />
eSports com o patrocínio à Superliga ABC-<br />
DE <strong>de</strong> League Of Legends. Como primeira<br />
ativação, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast food premiará o<br />
MVP (melhor jogador da partida) com uma<br />
coroa. A prática <strong>de</strong> eleger os <strong>de</strong>staques dos<br />
jogos já é popular em esportes como futebol<br />
e basquete. Até o momento, os jogadores<br />
Gustavo “Minerva” Queiroz e Diogo<br />
“Shini” Rogê (foto) já levaram para casa o<br />
título <strong>de</strong> King of the Match. Além do Burger<br />
King, o torneio tem patrocínio da NET, que<br />
investe pela primeira vez no segmento<br />
<strong>de</strong> eSports. Promovida pela Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Clubes <strong>de</strong> eSports em 2017, a<br />
segunda edição da competição recebe o reforço<br />
<strong>de</strong> Christian Costantini, responsável<br />
pela gestão e captação <strong>de</strong> parcerias.<br />
42 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
especial tv paga<br />
simpson33/iStock<br />
Reinvenção é palavra-chave para<br />
setor se manter no radar das marcas<br />
Projetos que visam aprimorar os formatos e também a comercialização<br />
mantêm o interesse dos anunciantes, apesar <strong>de</strong> crise e transformações<br />
Claudia Penteado<br />
Alta qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo e diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> opções em TV por assinatura<br />
vêm ajudando a compensar três anos<br />
consecutivos da pior crise econômica da<br />
história para o setor. Em <strong>2018</strong>, segundo<br />
dados da ABTA (Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Televisão por Assinatura), houve uma retração<br />
<strong>de</strong> 1,74% na base <strong>de</strong> assinantes, entre<br />
janeiro e setembro.<br />
O segmento ocupa hoje a segunda posição<br />
em share <strong>de</strong> investimento publicitário,<br />
com 13,2% do mercado, atrás apenas da<br />
TV aberta, <strong>de</strong> acordo com estudo do Kantar<br />
Ibope Media referente a 2017, quando<br />
o setor faturou R$ 17,6 bilhões. “O elevado<br />
índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e a queda no po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> consumo da população são os principais<br />
fatores <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>sempenho da TV por assinatura,<br />
assim como em outros setores da<br />
economia. Nos últimos meses, há sinais <strong>de</strong><br />
estabilida<strong>de</strong>, que esperamos que se confirmem<br />
nos próximos”, diz Oscar Simões, presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />
da ABTA. O total da base<br />
<strong>de</strong> assinantes no país é <strong>de</strong> 17,85 milhões.<br />
Outros fatores que contribuem para o<br />
cenário <strong>de</strong>safiador são as transformações<br />
a partir <strong>de</strong> novas tecnologias, novas mídias<br />
e hábitos das pessoas, que vêm <strong>de</strong>mandando<br />
um completo reposicionamento<br />
do setor. “No campo tecnológico, a TV<br />
por assinatura vem adotando novas formas<br />
<strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> conteúdo, em diversas<br />
plataformas, acessíveis a qualquer hora e<br />
<strong>de</strong> qualquer lugar. No Brasil há dois outros<br />
<strong>de</strong>safios importantes: o combate à pirataria<br />
e a simplificação regulatória do setor”,<br />
afirma Simões.<br />
Segundo ele, o acesso ilegal à TV por<br />
assinatura vem crescendo aceleradamente<br />
e contê-lo tem sido uma priorida<strong>de</strong> da<br />
indústria, que conta também com iniciativas<br />
dos Três Po<strong>de</strong>res públicos - Executivo,<br />
Luciana Schwartz: investimentos são constantes<br />
Fotos Divulgação<br />
Legislativo e Judiciário.<br />
Estima-se que a pirataria provoque uma<br />
perda <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 4 bilhões ao ano, tanto<br />
para empresas do setor quando para governos<br />
fe<strong>de</strong>ral e estaduais, que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong><br />
arrecadar impostos. Sem falar que o furto<br />
<strong>de</strong> sinal da TV compromete empregos e<br />
coloca em risco a segurança das pessoas,<br />
uma vez que equipamentos piratas são conectados<br />
às re<strong>de</strong>s domésticas <strong>de</strong> internet<br />
e po<strong>de</strong>m acessar e roubar dados pessoais.<br />
“No campo regulatório e tributário, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos<br />
a revisão do atual conjunto <strong>de</strong><br />
regras e tributos, em função dos novos<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio que surgem também<br />
<strong>de</strong> forma acelerada”, comenta Simões.<br />
<strong>de</strong>manda<br />
Luciana Schwartz, conselheira e curadora<br />
do Mídia Dados no Grupo <strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong><br />
São Paulo e Omnichannel Media Director<br />
da VML Brasil, fala que a TV por assinatura<br />
vem surpreen<strong>de</strong>ndo pela boa qualida<strong>de</strong><br />
no conteúdo, dos profissionais que<br />
li<strong>de</strong>ram a programação e a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
canais e sua repercussão no mundo digital,<br />
por exemplo, nas medições <strong>de</strong> tuites/<br />
impressões feitas pela Kantar, posicionam<br />
vários programas <strong>de</strong> TV por assinatura em<br />
posições inclusive <strong>de</strong> vantagem em relação<br />
a programas <strong>de</strong> TV aberta e séries <strong>de</strong><br />
VOD. “Além dos eventos ao vivo, o meio<br />
tem conseguido gerar excelentes projetos,<br />
integrando mídia <strong>de</strong> comerciais, bran<strong>de</strong>d<br />
content, plataformas digitais e ativações.<br />
As produções nacionais são crescentes,<br />
44 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
ano a ano, e os canais têm se empenhado<br />
em inovar em formatos, o que possibilita a<br />
inserção <strong>de</strong> marcas e produtos <strong>de</strong>ntro das<br />
programações, <strong>de</strong> forma sutil, mas com<br />
gran<strong>de</strong> impacto”, comenta Luciana.<br />
Segundo ela, inovações também têm<br />
ocorrido na forma <strong>de</strong> comercialização,<br />
como a compra <strong>de</strong> segundos em públicos-<br />
-alvo específicos, <strong>de</strong> acordo com o inventário<br />
disponível dos canais.<br />
A oferta sob <strong>de</strong>manda e via streaming<br />
tem se ampliado na TV por assinatura, que<br />
já enxerga as plataformas OTT (over the<br />
top) mais como complementares do que<br />
concorrentes.<br />
Luciana Schwartz fala que a TV por assinatura<br />
vem se empenhando para se a<strong>de</strong>quar<br />
aos novos tempos e lidar com as mudanças<br />
drásticas no consumo das mídias,<br />
a partir da busca <strong>de</strong> uma personalida<strong>de</strong><br />
própria e potencializando audiências com<br />
ações locais e regionalizadas.<br />
“Um excelente exemplo disso foi o<br />
evento da Nickelo<strong>de</strong>on que ocorreu recentemente<br />
no Citibank Hall, em São Paulo,<br />
que atraiu mais <strong>de</strong> 5 mil pessoas e 110<br />
milhões <strong>de</strong> votos. Também foi realizado o<br />
Encontro <strong>de</strong> Patas com mais <strong>de</strong> 18 mil pessoas<br />
e o Miaw da MTV, que atraiu mais <strong>de</strong><br />
5 mil pessoas e contabilizou mais <strong>de</strong> 320<br />
milhões <strong>de</strong> votos”, exemplifica.<br />
O futuRO<br />
Luciana fala que o futuro do meio será<br />
manter o DNA da segmentação e diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> canais (e <strong>de</strong> público), investindo<br />
constantemente em produções nacionais<br />
e em eventos multiplataforma, com projetos<br />
especiais envolvendo âncoras, além <strong>de</strong><br />
formatos <strong>de</strong> comercialização únicos.<br />
Simões, da ABTA, fala que no momento<br />
é difícil fazer prognósticos para qualquer<br />
setor da economia brasileira, mas espera-<br />
-se que os sinais <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> da base<br />
<strong>de</strong> assinantes se mantenha nos próximos<br />
meses e que o Brasil retome a rota <strong>de</strong> crescimento<br />
econômico em 2019.<br />
“No campo das oportunida<strong>de</strong>s, a TV<br />
por assinatura está permanentemente<br />
em evolução e os avanços vão continuar<br />
nos próximos anos. Serão cada vez mais<br />
opções <strong>de</strong> acesso à programação sob<br />
<strong>de</strong>manda e em diversos dispositivos. E<br />
ainda <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> canais com alta qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> imagem, em HD ou 4K, bem como<br />
a maior cobertura esportiva e o mais variado<br />
catálogo <strong>de</strong> filmes, séries, programas<br />
infantis, reality shows, jornalismo 24<br />
horas e muito mais, o que faz da TV por<br />
assinatura a melhor fonte <strong>de</strong> cultura, informação<br />
e entretenimento para milhões<br />
<strong>de</strong> brasileiros”, diz Simões.<br />
cRescimentO<br />
Em recente levantamento feito pela<br />
ABTA sobre o mercado global <strong>de</strong> TV por<br />
assinatura com base em dados públicos,<br />
constatou-se que há estabilida<strong>de</strong> ou crescimento<br />
da base <strong>de</strong> assinantes em diversos<br />
países. “O volume total <strong>de</strong> clientes passou<br />
Simões: “Momento é difícil para fazer prognósticos”<br />
<strong>de</strong> 999 milhões em 2016 para 1,063 bilhão<br />
em agosto <strong>de</strong> <strong>2018</strong>”, <strong>de</strong>staca Simões.<br />
Na América Latina, entre 2016 e agosto<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong>, houve crescimento na Argentina<br />
(9,2 milhões para 9,4 milhões), Chile (3<br />
milhões para 3,3 milhões) e Colômbia (5,4<br />
milhões para 5,6 milhões).<br />
Segundo o levantamento, na Europa<br />
houve crescimento <strong>de</strong> 168,5 milhões <strong>de</strong><br />
assinantes em 2016 para 172,3 milhões em<br />
2017, sendo que os principais <strong>de</strong>staques<br />
foram Alemanha (<strong>de</strong> 7,8 milhões para 8,2<br />
milhões), Espanha (<strong>de</strong> 6 milhões para 6,5<br />
milhões) e França (16 milhões para 16,7<br />
milhões).<br />
Na Ásia, entre 2016 e 2017, a base <strong>de</strong> assinantes<br />
cresceu na China (<strong>de</strong> 313 milhões<br />
para 324,9 milhões), na Coreia do Sul<br />
(<strong>de</strong> 29 milhões para 31,6 milhões) e na<br />
Índia (<strong>de</strong> 149 milhões para 152,7 milhões).<br />
Já nos Estados Unidos houve retração,<br />
no entanto trata-se <strong>de</strong> um<br />
mercado on<strong>de</strong> a TV por assinatura<br />
já alcançou mais <strong>de</strong> 90% dos lares.<br />
“E mesmo assim, a plataforma<br />
ainda continua muito robusta naquele<br />
país. É uma situação diferente da que<br />
ocorre no Brasil, on<strong>de</strong> ainda não alcançamos<br />
30% <strong>de</strong> penetração”, analisa Simões.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 45
ESPECIAL TV PAgA<br />
VOD e streaming são alternativas<br />
para emissoras na era everywhere<br />
Canais que exploram o Pay TV enfrentam queda <strong>de</strong> vendas no formato<br />
tradicional, mas investem em mobilida<strong>de</strong> e distribuição sob <strong>de</strong>manda<br />
Divulgação/Cleiby Trevisan<br />
Matheus, Maisa Silva e Kauan no MPN (Meus Prêmios Nick), conteúdo exclusivo que movimenta a programação do canal Nickelo<strong>de</strong>on, da Viacom, que é dirigido para o público jovem<br />
Paulo Macedo<br />
mercado <strong>de</strong> TV paga vive<br />
O um momento <strong>de</strong>safiador no<br />
Brasil. De acordo com Manuel<br />
Belmar, diretor-geral <strong>de</strong> operações<br />
da Globosat, há sinais <strong>de</strong><br />
recuperação, mas os investimentos<br />
ainda estão cautelosos<br />
diante dos efeitos da perda <strong>de</strong><br />
musculatura da economia. “Tivemos<br />
uma redução na base <strong>de</strong><br />
assinantes, mas por outro lado<br />
as audiências, tanto no linear<br />
quanto no digital, continuam<br />
crescendo. Ou seja, quem tem<br />
acesso ao conteúdo continua<br />
envolvido e engajado. E isso<br />
para nós é muito positivo”, explica<br />
Belmar.<br />
Como contempla o VOD<br />
(Vi<strong>de</strong>o On Demand)? E o streaming?<br />
Belmar respon<strong>de</strong>: “Todos<br />
os planos comerciais atualmente<br />
consi<strong>de</strong>ram a exibição<br />
multiplataforma, e já oferecem<br />
oportunida<strong>de</strong>s nas plataformas<br />
da nossa Família Play (como o<br />
Globosat Play, Telecine Play,<br />
Premiere Play e Combate Play)<br />
e ações em re<strong>de</strong>s sociais. Há<br />
uma possibilida<strong>de</strong> imensa <strong>de</strong><br />
formatos que po<strong>de</strong>rão ser mais<br />
a<strong>de</strong>quados para cada campanha<br />
ou cada cliente, e isso hoje<br />
já faz parte da rotina das nossas<br />
equipes comerciais. A principal<br />
observação que faço é que os<br />
novos hábitos e a forma com<br />
que os conteúdos são consumidos<br />
acabam moldando as<br />
entregas. Acho que este é um<br />
movimento que se esten<strong>de</strong>rá<br />
<strong>de</strong> maneira consistente não só<br />
pela marca corporativa como<br />
também pelos vários canais,<br />
serviços e aplicativos que preten<strong>de</strong>mos<br />
lançar ao longo dos<br />
próximos anos. Continuamos<br />
investindo em novas tecnologias<br />
e <strong>de</strong>senvolvendo produtos,<br />
marcas e parcerias <strong>de</strong> alto valor.<br />
Levamos nossos parceiros<br />
anunciantes junto conosco ao<br />
longo <strong>de</strong>ssa jornada”, <strong>de</strong>talha o<br />
executivo da Globosat, pioneira<br />
no serviço <strong>de</strong> VOD.<br />
O usuário quer ter a programação<br />
disponível no momento<br />
que <strong>de</strong>terminar. Daí a impor-<br />
“Fazemos<br />
streaming <strong>de</strong> toda<br />
a programação ao<br />
vivo dos nossos<br />
11 canais a partir<br />
do app da FoX, que<br />
po<strong>de</strong> ser acessado<br />
em plataFormas<br />
móveis,<br />
chromecast<br />
e consoles <strong>de</strong><br />
vi<strong>de</strong>ogame”<br />
46 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Getty Images<br />
Fotos: Divulgação<br />
Rogério Francis explica que transformação digital não é mais baseada apenas no VOD<br />
A atriz Taís Araújo no Miaw, prêmio da MTV, da Viacom, para artistas da geração Y<br />
tância da complementarida<strong>de</strong><br />
entre as plataformas. Essa interação<br />
po<strong>de</strong> ocorrer em qualquer<br />
tela. É a materialização,<br />
nas palavras <strong>de</strong> Belmar, “da TV<br />
everywhere”. “Os investimentos<br />
robustos realizados pela<br />
indústria <strong>de</strong> TV paga nos serviços<br />
<strong>de</strong> TV em qualquer lugar e<br />
ví<strong>de</strong>o sob <strong>de</strong>manda nos últimos<br />
anos tem se confirmado como<br />
um gran<strong>de</strong> sucesso junto ao público<br />
<strong>de</strong> TV paga, que percebe o<br />
valor <strong>de</strong> contar com as opções<br />
que lhe interessam.”<br />
Ari Martire, diretor sênior<br />
<strong>de</strong> brand solutions da Viacom<br />
Brasil, vê o mercado <strong>de</strong> TV paga<br />
como o canal para a exibição <strong>de</strong><br />
conteúdos segmentados e <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>. “A Viacom percebeu<br />
esta mudança a tempo e não<br />
parou <strong>de</strong> produzir conteúdos<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>; produzimos 95%<br />
dos conteúdos <strong>de</strong> nossas marcas<br />
e enten<strong>de</strong>mos que as pessoas<br />
querem consumi-los <strong>de</strong> diferentes<br />
maneiras, por isto nem<br />
nos vemos mais como uma empresa<br />
<strong>de</strong> ‘canais’, mas <strong>de</strong> conteúdo,<br />
e este conteúdo <strong>de</strong>ve estar<br />
on<strong>de</strong> as pessoas o querem, seja<br />
na TV, nas re<strong>de</strong>s, aplicativos ou<br />
plataformas <strong>de</strong> streaming”, observou<br />
Martire.<br />
O VOD, nas palavras <strong>de</strong> Rogerio<br />
Francis, diretor sênior<br />
<strong>de</strong> distribuição da Viacom, é a<br />
gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para a expansão<br />
do mercado. “A TV por<br />
assinatura está sendo afetada<br />
como qualquer outro mercado<br />
em função da crise econômica<br />
que impactou todas as classes<br />
socioeconômicas, no momento<br />
em que a crise transformar em<br />
crescimento, seguramente vamos<br />
voltar a crescer. O VOD será<br />
uma forma <strong>de</strong> experiência sim<br />
na TV Paga, seja diminuindo os<br />
cancelamentos bem como entregando<br />
uma forma alternativa<br />
<strong>de</strong> assistir o conteúdo, entretanto<br />
também será uma forma<br />
<strong>de</strong> crescimento das empresas<br />
produtoras <strong>de</strong> conteúdo, como<br />
no caso da Viacom, <strong>de</strong>tento-<br />
Ari Martire, diretor da Viacom: “Produzimos 95% dos conteúdos <strong>de</strong> nossas marcas”<br />
Piestun fala que conteúdos po<strong>de</strong>m ser assistidos quando e como o assinante quiser<br />
O executivo Manuel Belmar, da Globosat: “Interação po<strong>de</strong> ocorrer em qualquer tela”<br />
“eu não diria que<br />
a transFormação<br />
digital está<br />
baseada no vod e<br />
sim no conteúdo<br />
disponível nas<br />
plataFormas<br />
<strong>de</strong> ott, como no<br />
caso do noggin,<br />
iniciativa da<br />
viacom”<br />
ra <strong>de</strong> 95% dos direitos do que<br />
produz. Hoje eu não diria mais<br />
que a transformação digital está<br />
baseada no VOD e sim no conteúdo<br />
disponível nas plataformas<br />
<strong>de</strong> OTT, como no caso do Noggin,<br />
uma iniciativa OTT da Viacom”,<br />
<strong>de</strong>talha Francis.<br />
A FOX Networks Group<br />
(FNG) Latin America é um hub<br />
completo <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e inovação,<br />
muito além da TV. Para<br />
Michel Piestun, diretor-geral da<br />
empresa no Brasil, o importante<br />
é conhecer o comportamento<br />
da audiência. “Fazemos streaming<br />
<strong>de</strong> toda a programação<br />
ao vivo dos nossos 11 canais a<br />
partir do App da FOX, que po<strong>de</strong><br />
ser acessado em plataformas<br />
móveis, como celular e tablet,<br />
SmarTVs, Chromecast e consoles<br />
<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogame. Temos também<br />
um catálogo on <strong>de</strong>mand<br />
com temporadas completas<br />
<strong>de</strong> sucessos como The Walking<br />
Dead, Outlan<strong>de</strong>r, Pose, The Resi<strong>de</strong>nt,<br />
This is Us, American<br />
Horror Story, Trust e Arquivo<br />
X, entre outros, para serem assistidos<br />
quando e como o consumidor<br />
quiser. Para ter acesso<br />
ao App da FOX, o consumidor<br />
po<strong>de</strong> assinar uma mensalida<strong>de</strong><br />
com operadoras <strong>de</strong> TV, celular<br />
ou banda larga ou ainda através<br />
do Google Play e Apple Store”,<br />
<strong>de</strong>talha o executivo.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47
ESPECIAL TV PAgA<br />
Pirataria afeta setor, qualida<strong>de</strong><br />
do conteúdo e economia do país<br />
Players utilizam tecnologia no combate a downloads e transmissões<br />
ilegais; ABTA reforça luta das operadoras contra o “Gato NET”<br />
LEONARDO ARAUJO<br />
aixa da NET com todos<br />
“Cos canais! Na minha mão<br />
é mais barato”. Quem passa pela<br />
Rua Santa Ifigênia, no centro<br />
da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, já se<br />
acostumou: a oferta <strong>de</strong> caixas<br />
que pirateiam os canais das<br />
principais operadoras <strong>de</strong> TV<br />
por assinatura é <strong>de</strong>scarada. E<br />
se muitos acham um absurdo<br />
comprar tais aparelhos, baixar<br />
séries e filmes ilegalmente parece<br />
ser visto como um crime<br />
“menos” grave. Ledo engano,<br />
pois ambos afetam o mercado<br />
e dificultam a ascensão da TV<br />
paga no Brasil.<br />
Segundo a ABTA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Televisão por Assinatura),<br />
calcula-se que em <strong>de</strong>z<br />
anos sem um combate eficiente,<br />
a frau<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinal no setor<br />
po<strong>de</strong> extinguir 150 mil postos<br />
<strong>de</strong> trabalho legais e qualificados.<br />
A realida<strong>de</strong>, nua e crua, é<br />
que ao baixar ilegalmente uma<br />
série ou piratear o sinal, o usuário<br />
afeta o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico do Brasil. Só o “Gato<br />
NET” possui mais <strong>de</strong> 3 milhões<br />
<strong>de</strong> “assinantes”, o que causa<br />
perdas anuais que atingem a<br />
casa dos R$ 6 bilhões em receitas<br />
ao setor.<br />
Muitos pensam: “se eu falar<br />
da série e divulgá-la nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais, vou ajudar e não preciso<br />
assinar o canal”. Outro<br />
entendimento equivocado. “A<br />
pirataria não ajuda a indústria<br />
audiovisual em nenhuma instância.<br />
Imaginar que um canal<br />
<strong>de</strong> TV se beneficia do buzz causado<br />
pelo consumo <strong>de</strong> conteúdo<br />
pirata é uma falsa percepção.<br />
A ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
conteúdo não é <strong>de</strong>vidamente<br />
remunerada quando o conteúdo<br />
é consumido <strong>de</strong> maneira não<br />
oficial e isso prejudica a indústria<br />
<strong>de</strong> maneira preocupante”,<br />
explica Paulo Barata, CEO da<br />
NBCUniversal Networks Brasil.<br />
Um dos canais mais afetados<br />
pela pirataria é a HBO. Segundo<br />
o site TorrentFreak, a série<br />
Javier Figueras, vice-presi<strong>de</strong>nte corporativo <strong>de</strong> relações com afiliados da HBO Latin America, uma das mais afetadas pela pirataria<br />
Game of Thrones é, há seis anos<br />
consecutivos, a mais pirateada<br />
da TV. Para Javier Figueras,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte corporativo <strong>de</strong><br />
relações com afiliados da HBO<br />
Latin America, o impacto na<br />
indústria é “gigantesco”. “A<br />
pirataria é uma questão crítica<br />
que afeta a todos nós, tanto os<br />
criadores <strong>de</strong> conteúdo quanto<br />
o público. Temos apoiado iniciativas<br />
para combatê-la por<br />
vários anos, através <strong>de</strong> estreita<br />
colaboração e responsabilida<strong>de</strong><br />
compartilhada. Nossos esforços<br />
para educar o público e<br />
as partes interessadas incluem<br />
participar <strong>de</strong> discussões com<br />
representantes do governo e<br />
do setor para apoiar reformas<br />
legais e <strong>de</strong> governança, além <strong>de</strong><br />
fornecer casos <strong>de</strong> sucesso comprovado<br />
que possam ser replicados<br />
como melhores práticas<br />
para evitar a pirataria”, afirma<br />
Figueras.<br />
Obviamente, os canais também<br />
precisam agir individualmente.<br />
No caso da Globosat, o<br />
conteúdo original é protegido<br />
através <strong>de</strong> tecnologias como o<br />
fingerprint e watermark, monitorando<br />
toda a web através<br />
<strong>de</strong> robôs <strong>de</strong> busca, análise e<br />
remoção. “Nesse ponto, a automatização<br />
do processo é fundamental<br />
para que a operação<br />
seja eficiente e enxuta. Outro<br />
fator importantíssimo é adicionar<br />
cada vez mais inteligência<br />
ao processo, fazendo um trabalho<br />
<strong>de</strong> analytics e agregando<br />
inteligência artificial e machine<br />
learning. As frentes <strong>de</strong> batalha<br />
são inúmeras. Mas é essencial<br />
sabermos priorizar os recursos<br />
e nos anteciparmos ao avanço<br />
<strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> pirataria”,<br />
explica Manuel Belmar, diretor-geral<br />
<strong>de</strong> operações da empresa.<br />
Já a Fox Networks Group Latin<br />
America possui uma área<br />
específica <strong>de</strong>dicada ao combate<br />
à pirataria, li<strong>de</strong>rada por<br />
posições espalhadas por toda a<br />
América Latina. “Nossas estratégias<br />
baseiam-se em 4 pilares:<br />
Fotos: Divulgação<br />
“A pirAtAriA é<br />
umA questão<br />
críticA que AfetA<br />
todos nós, tAnto<br />
os criAdores <strong>de</strong><br />
conteúdo quAnto<br />
o público”<br />
48 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
educação, tecnologia, enforcement<br />
e agenda pública. As<br />
infrações ocorridas na internet<br />
têm crescido nos últimos anos,<br />
e tornaram-se a maior ameaça<br />
à proteção <strong>de</strong> nosso conteúdo.<br />
Utilizamos diversas ferramentas<br />
tecnológicas para monitorar<br />
e i<strong>de</strong>ntificar a pirataria, bem<br />
como para removê-la da re<strong>de</strong>.<br />
Em casos mais graves, acionamos<br />
judicialmente os responsáveis,<br />
e procuramos obter or<strong>de</strong>ns<br />
<strong>de</strong> bloqueio <strong>de</strong> acesso dos<br />
usuários a sites piratas. Temos<br />
atuado com bastante eficácia<br />
contra a transmissão in<strong>de</strong>vida<br />
<strong>de</strong> nossos direitos esportivos,<br />
bem como contra a pirataria <strong>de</strong><br />
nossas produções originais”,<br />
explica Daniel Steinmetz, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte sênior <strong>de</strong> antipirataria<br />
da FOX Networks Group<br />
Latin America.<br />
E é bom que haja automação,<br />
pois, assim como um Jack Sparrow<br />
encurralado que encontra<br />
uma saída inesperada, a pirataria<br />
mudou nos últimos anos.<br />
Agora, há o streaming ilegal<br />
que funciona, principalmente,<br />
em gran<strong>de</strong>s eventos, como cerimônias<br />
<strong>de</strong> premiação, esportivas<br />
e finais <strong>de</strong> série. O combate<br />
começa com o endosso da lei,<br />
com colaboração multifacetada<br />
e com o compromisso contínuo<br />
<strong>de</strong> diferentes partes. “Formar<br />
alianças com criadores <strong>de</strong> conteúdo<br />
na indústria e com os<br />
governos locais para erradicar<br />
a pirataria na região é crucial.<br />
Faz parte do nosso compromisso<br />
continuar a <strong>de</strong>senvolver<br />
e executar estratégias que aumentem<br />
a conscientização sobre<br />
a pirataria, que são cruciais<br />
para manter a discussão entre<br />
os lí<strong>de</strong>res da indústria e dar à<br />
questão a importância que ela<br />
merece”, ressalta o VP da HBO.<br />
Um dos pontos <strong>de</strong>stacados<br />
pela Fox Networks Group é a<br />
importância da educação do<br />
público. De acordo com a empresa,<br />
tal estratégia serve como<br />
meio <strong>de</strong> prevenir que as novas<br />
gerações se engajem em pirataria.<br />
“Nosso projeto ‘Liga Antipirataria’<br />
é um exemplo: a primeira<br />
campanha educativa do<br />
Grupo voltada às crianças, que<br />
busca gerar consciência sobre o<br />
valor das criações e a importância<br />
<strong>de</strong> se respeitar a proprieda<strong>de</strong><br />
intelectual em todos os âmbitos”,<br />
explica Steinmetz.<br />
A praticida<strong>de</strong> também faz<br />
parte dos esforços dos players.<br />
“Oferecer nosso conteúdo <strong>de</strong><br />
forma fácil e prática para nossos<br />
fãs, através dos app da FOX<br />
Paulo Barata, CEO da NBCUniversal Networks Brasil: “A pirataria não ajuda a indústria”<br />
Steinmetz: “Utilizamos diversas ferramentas tecnológicas para monitorar a pirataria”<br />
e da FOX Sports, também é uma<br />
medida bastante eficaz para a<br />
redução dos níveis <strong>de</strong> pirataria.<br />
Contudo, ainda é necessário<br />
<strong>de</strong>senvolver novas regulações<br />
na América Latina para incrementar<br />
o combate às infrações<br />
aos direitos autorais, bem como<br />
manter ações <strong>de</strong> enforcement<br />
contra os distribuidores <strong>de</strong> conteúdo<br />
pirata”, alerta o VP antipirataria.<br />
Vale lembrar que, embora<br />
cada empresa do setor adote<br />
sua política <strong>de</strong> combate à pirataria,<br />
o Núcleo Antifrau<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
TV por assinatura da ABTA<br />
congrega os esforços compartilhados<br />
<strong>de</strong> operadoras e programadoras<br />
e coor<strong>de</strong>na o monitoramento<br />
da ativida<strong>de</strong> ilegal,<br />
com a participação e cooperação<br />
<strong>de</strong> toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor<br />
<strong>de</strong>sta indústria.<br />
Na opinião <strong>de</strong> Figueras, infelizmente,<br />
a pirataria vai continuar<br />
crescendo e, exatamente<br />
por isso, o combate também<br />
precisa evoluir. “Isto é especialmente<br />
importante, consi<strong>de</strong>rando<br />
que o processo administrativo<br />
e criminal po<strong>de</strong> ser muito<br />
<strong>de</strong>morado, o que dá vantagem<br />
e tempo aos criminosos para<br />
<strong>de</strong>senvolverem formas alternativas<br />
<strong>de</strong> continuar a piratear e<br />
fugir. A maneira mais eficaz <strong>de</strong><br />
impactar é através dos governos<br />
locais, trabalhando conosco e<br />
outros criadores <strong>de</strong> conteúdo,<br />
para bloquear imediatamente<br />
as páginas mais populares dos<br />
sites <strong>de</strong> piratas. Nossa luta está<br />
longe <strong>de</strong> terminar, e continuaremos<br />
oferecendo nossa orientação<br />
e experiência para erradicar<br />
esse problema crescente”,<br />
explica o vice-presi<strong>de</strong>nte corporativo<br />
<strong>de</strong> relações com afiliados<br />
da HBO Latin America.<br />
Conforme <strong>de</strong>staca Belmar,<br />
da Globosat, <strong>de</strong> forma nenhuma<br />
po<strong>de</strong>mos encarar a pirataria<br />
como algo benéfico para a<br />
indústria. Segundo o executivo,<br />
a prática é um dos maiores<br />
<strong>de</strong>safios que o setor enfrenta.<br />
“É preciso ficar claro que a produção<br />
<strong>de</strong> séries <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
está diretamente relacionada a<br />
ótimos roteiristas, atores, produtores,<br />
e tudo isso só é possível<br />
porque os direitos <strong>de</strong> exibição<br />
são remunerados. Do nosso<br />
lado, <strong>de</strong>vemos sempre perseguir<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio que<br />
possibilitem o maior acesso ao<br />
conteúdo. Nesse ponto, a chegada<br />
das plataformas digitais<br />
naturalmente já vem tornando<br />
isso mais viável”, finaliza o executivo<br />
da Globosat.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 49
ESPECIAL TV PAgA<br />
Formatos especiais aquecem<br />
relação entre canais e anunciantes<br />
Projetos, incluindo os <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, ganham mais espaço em<br />
meio às oportunida<strong>de</strong>s, tendências e <strong>de</strong>safios do segmento no Brasil<br />
Renato Rogenski<br />
Não é preciso ser nenhum expert em<br />
mídia para perceber que, embora a<br />
televisão por assinatura não tenha a mesma<br />
penetração que a TV aberta no Brasil,<br />
ela traz um vasto cardápio <strong>de</strong> conteúdos<br />
premium e mais flexibilida<strong>de</strong> para trabalhar<br />
projetos variados para anunciantes<br />
que querem ir muito além dos convencionais<br />
30 segundos. Ao aliar muitas <strong>de</strong><br />
suas características com a <strong>de</strong>manda das<br />
marcas e um consumidor que se acostumou<br />
a assistir o que quer, quando e on<strong>de</strong><br />
quiser, a TV paga encontra um contexto<br />
interessante para puxar a indústria por<br />
meio <strong>de</strong> novos formatos e soluções multiplataformas.<br />
“Há todo um cenário que faz com que<br />
o papel dos veículos seja hoje cada vez<br />
mais tático. Não dá para apenas receber<br />
um mapa <strong>de</strong> mídia e programar. Estamos<br />
tentando recriar uma conversa. Não queremos<br />
ocupar o lugar das agências, mas<br />
queremos dialogar com todo mundo, enten<strong>de</strong>ndo<br />
que po<strong>de</strong>mos ter maior relevância<br />
em nosso papel estratégico”, acredita<br />
Roberto Nascimento, VP <strong>de</strong> vendas publicitárias<br />
da Discovery Networks Brasil.<br />
“Mudanças tecnológicas estão transformando<br />
profundamente o mercado,<br />
com a experiência multitela sendo a tendência<br />
<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque: não só pela diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> aparelhos que transmitem<br />
os canais favoritos da audiência, como<br />
também a maneira que esse público conversa<br />
sobre o conteúdo que consome por<br />
meio das re<strong>de</strong>s sociais”, diz Luciana Valério,<br />
VP <strong>de</strong> ad sales da Sony Pictures Television<br />
Networks no Brasil. Se por um lado<br />
o ecossistema <strong>de</strong> mídia favorece a maior<br />
elasticida<strong>de</strong> na oferta <strong>de</strong> produtos publicitários<br />
para a televisão paga, por outro,<br />
isso não significa que o caminho seja fácil<br />
para as programadoras e canais.<br />
“A <strong>de</strong>manda que vem dos anunciantes<br />
para projetos especiais nunca esteve <strong>de</strong>ste<br />
tamanho e com este volume <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s.<br />
Mas, é necessário tomar cuidado<br />
com a maneira como tratamos isso. É preciso<br />
ter sensibilida<strong>de</strong> para fazer algo pertinente.<br />
Até porque o avanço digital criou<br />
na cabeça da audiência uma rejeição imediata<br />
ao que não faz sentido. Não há um<br />
mo<strong>de</strong>lo pronto, estamos apren<strong>de</strong>ndo em<br />
movimento. Cada projeto tem uma possibilida<strong>de</strong>”,<br />
explica Gilberto Corazza, VP<br />
<strong>de</strong> vendas publicitárias da Turner Brasil.<br />
Luciana Valério: “Mudanças tecnológicas estão transformando o mercado, com a experiência multitela sendo <strong>de</strong>staque”<br />
quALIFICAção<br />
Como reflexo <strong>de</strong>stes novos tempos do<br />
segmento, os players do meio têm investido<br />
na estruturação e no aprimoramento <strong>de</strong> seus<br />
times, principalmente aqueles <strong>de</strong>partamentos<br />
e profissionais que trabalham direta ou<br />
indiretamente apoiando as vendas publicitárias.<br />
A Sony, por exemplo, tem uma área para<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
aten<strong>de</strong>r e realizar projetos especiais, li<strong>de</strong>rada<br />
pelo diretor <strong>de</strong> Brand Partnerships and<br />
Innnovation, Eduardo Coutinho, que hoje<br />
conta com cinco pessoas em seu time. Para<br />
isso, tem também o apoio <strong>de</strong> uma diretora<br />
<strong>de</strong> pesquisa, Fabiana Rodrigues, que auxilia<br />
a equipe com insights diários e estudos.<br />
Tudo funciona em conjunto com o time comercial,<br />
com cinco executivos <strong>de</strong> vendas<br />
50 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Roberto Nascimento: “Não há um mo<strong>de</strong>lo pronto, estamos apren<strong>de</strong>ndo em movimento”<br />
e a área <strong>de</strong> operações.<br />
Na Discovery, o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> vendas<br />
tem uma equipe <strong>de</strong> suporte e trabalha<br />
em conjunto com os times <strong>de</strong> planejamento<br />
(que inclui o bran<strong>de</strong>d content), tra<strong>de</strong><br />
marketing, insights, licenciamento e BI.<br />
Na Turner, o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> ad sales<br />
tem oito escritórios no Brasil e atua em<br />
conjunto com as áreas <strong>de</strong> planejamento estratégico<br />
e comercial, inovação, BI (comandado<br />
por Marcela Doria) e uma diretoria <strong>de</strong><br />
digital.<br />
“Você não po<strong>de</strong> querer ven<strong>de</strong>r apenas o<br />
que você precisa. Muitas vezes é necessário<br />
criar uma história, uma narrativa, que em<br />
diversos casos não têm a ver com os produtos<br />
<strong>de</strong> prateleira que você tem. O executivo<br />
<strong>de</strong>ve ter uma capacida<strong>de</strong> estratégica, <strong>de</strong><br />
planejamento e trabalhar <strong>de</strong> maneira muito<br />
integrada com as equipes <strong>de</strong> ad sales”, pontua<br />
Corazza.<br />
“é uM território Muito<br />
próxiMo da gente e está<br />
Mais eM nosso radar do<br />
que no do cliente. isso<br />
não significa, poréM,<br />
que o bran<strong>de</strong>d content<br />
se aplica a todas as<br />
situações”<br />
“Você não po<strong>de</strong> querer<br />
Ven<strong>de</strong>r apenas o que<br />
Você precisa. Muitas<br />
Vezes é necessário<br />
criar uMa narratiVa”<br />
correspon<strong>de</strong>u a projetos especiais. Os principais<br />
<strong>de</strong>les serão realizados nas áreas <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content, product placement e cápsulas<br />
diferenciadas, que são peças exclusivas<br />
que envolvem marca e conteúdo em<br />
um mesmo ambiente.<br />
Para os executivos ouvidos, a recorrência<br />
e o volume <strong>de</strong> projetos especiais, principalmente<br />
os <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, vão aumentar<br />
na medida em que o mercado encontrar<br />
os melhores mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> mensuração<br />
e precificação. O dilema ocorre, sobretudo,<br />
com os chamados formatos longos, que<br />
têm padrões totalmente diferentes <strong>de</strong> contexto<br />
e tamanho com relação ao break comercial.<br />
Para a Discovery, uma porta <strong>de</strong> entrada<br />
para conteúdos envolvendo marcas tem<br />
sido os mo<strong>de</strong>los curtos. “Os formatos longos<br />
diminuíram um pouco em função da<br />
crise. E os curtos estão crescendo. Eles<br />
são mais agressivos comercialmente, e são<br />
mais percebidos e trabalhados como mídia<br />
<strong>de</strong> fato”, explica Roberto.<br />
Entre alguns dos trabalhos <strong>de</strong>stacados<br />
pelas programadoras neste ano estão Narradora<br />
Lay’s, da Turner (Esporte Interativo)<br />
com a Lays (da Pepsico), Donos da P****<br />
Toda, do canal Sony com a Fanta, e Por<br />
Dentro da West Coast Customs, da Discovery<br />
com a Mitsubishi.<br />
ProduToS E FormAToS<br />
Um dos <strong>de</strong>safios é <strong>de</strong>senvolver algo<br />
novo o tempo todo. Na Turner, em termos<br />
<strong>de</strong> produtos para anunciantes, há alguns<br />
formatos no padrão básico, mas a maioria<br />
dos projetos tem criação sob <strong>de</strong>manda<br />
para cada cliente. “Muita coisa é específica<br />
e não advém <strong>de</strong> formatos <strong>de</strong> prateleira. Vai<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do que funciona para cada cliente.<br />
Dentro <strong>de</strong> toda essa entrega ainda está a<br />
experiência, incluindo os eventos, como a<br />
Corrida Cartoon, por exemplo. Marcas que<br />
patrocinam iniciativas do tipo se beneficiam<br />
da paixão dos fãs”, diz o VP <strong>de</strong> vendas<br />
publicitárias da Turner Brasil.<br />
O bran<strong>de</strong>d content é uma ferramenta<br />
cada vez mais po<strong>de</strong>rosa para os canais e<br />
programadoras. Na Discovery, <strong>de</strong> cada três<br />
reais <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> mídia em suas plataformas,<br />
pelo menos um real está sempre<br />
relacionado com algum entrega neste formato.<br />
“É um território muito próximo da<br />
gente e está mais em nosso radar do que no<br />
do cliente. Já tem muitas marcas que enten<strong>de</strong>ram<br />
essa nossa expertise e estão nos<br />
procurando. Isso não significa, porém, que<br />
o bran<strong>de</strong>d content se aplica a todas as situações”,<br />
afirma Nascimento.<br />
Na Sony, 30% do faturamento <strong>de</strong> 2017<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 51
EsPEcial TV Paga<br />
Produção nacional ganha força com<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros e formatos<br />
Passados sete anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Lei da TV Paga, canais exibem conteúdo<br />
brasileiro além da cota mínima; projetos transmídia ampliam alcance<br />
Danúbia Paraizo<br />
familiarida<strong>de</strong> e a proximida<strong>de</strong><br />
com que são feitas<br />
A<br />
séries, filmes e documentários<br />
no Brasil têm produzido um<br />
fenômeno importante para o<br />
mercado <strong>de</strong> TV paga: o crescimento<br />
do interesse por conteúdos<br />
nacionais. Passados sete<br />
anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação da Lei da<br />
TV Paga (12.485/2011), que <strong>de</strong>termina<br />
cota mínima semanal<br />
<strong>de</strong> três horas e meia <strong>de</strong> conteúdo<br />
produzido no Brasil em<br />
horário nobre, é consenso na<br />
indústria que o investimento<br />
em produções nacionais não é<br />
uma questão <strong>de</strong> obrigatorieda<strong>de</strong>,<br />
mas estratégia <strong>de</strong> negócio.<br />
Não à toa, os principais players<br />
têm <strong>de</strong>senvolvido quantida<strong>de</strong><br />
muito superior ao <strong>de</strong>terminado<br />
por lei.<br />
Nos canais da Globosat, por<br />
exemplo, foram mais <strong>de</strong> 17 mil<br />
horas <strong>de</strong> produções nacionais<br />
inéditas em 2017, incluindo os<br />
eventos esportivos, 13% a mais<br />
que no ano anterior. Para Paulo<br />
Marinho, diretor-geral <strong>de</strong><br />
canais e conteúdos da Globosat,<br />
os investimentos vão além<br />
da produção e da curadoria do<br />
conteúdo. “Buscamos enten<strong>de</strong>r<br />
com profundida<strong>de</strong> os brasileiros,<br />
o que eles procuram quando<br />
acessam nossas plataformas<br />
e as emoções que nossos conteúdos<br />
<strong>de</strong>spertam”.<br />
Com atrações já consagradas,<br />
como Detetives do Prédio Azul<br />
(DPA), em sua décima primeira<br />
temporada, no canal Gloob, ou<br />
novida<strong>de</strong>s como Escola <strong>de</strong> Gênios,<br />
lançada em outubro <strong>de</strong>ste<br />
ano, o filão infantil tem sido um<br />
dos maiores celeiros da produção<br />
nacional. Lançado em 2012,<br />
o Gloob é o carro-chefe no segmento<br />
infantil. Em outubro, o<br />
canal alcançou a li<strong>de</strong>rança na<br />
audiência do horário nobre infantil<br />
da TV paga (crianças <strong>de</strong> 4<br />
a 11 anos). Os bons resultados<br />
são fruto da combinação transmídia<br />
das atrações. Uma das<br />
novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta temporada <strong>de</strong><br />
Detetives do Prédio azul, em sua nova temporada, aposta no formato transmídia em que o final po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>cidido via internet<br />
Rios, da HBO: responsabilida<strong>de</strong> das programadoras é semear bons conteúdos<br />
Fotos:Divulgação<br />
DPA é a mistura <strong>de</strong> conteúdos<br />
na TV, re<strong>de</strong>s sociais e participação<br />
do público na escolha do final<br />
<strong>de</strong> cinco episódios, uma vez<br />
por semana. Todas as sextas-<br />
-feiras, o elenco fará uma live,<br />
diretamente do canal oficial do<br />
Gloob no YouTube, com flashes<br />
ao vivo na TV durante os intervalos,<br />
para convidar o público a<br />
<strong>de</strong>finir o <strong>de</strong>sfecho do episódio<br />
que vai ao ar naquele dia.<br />
Mas não é apenas o público<br />
infantil que é ávido para consumo<br />
<strong>de</strong> conteúdo nacional.<br />
As séries <strong>de</strong> ficção, <strong>de</strong> não-<br />
-ficção e documentários para o<br />
público adulto também estão<br />
no alvo das programadoras. A<br />
HBO, em 15 anos <strong>de</strong> produções<br />
originais na América Latina,<br />
já produziu mais <strong>de</strong> 80 títulos<br />
na região. No Brasil, apenas<br />
em <strong>2018</strong>, foram anunciadas 19<br />
novas produções, além <strong>de</strong> sucessos<br />
como a série Magnífica<br />
70, em sua terceira temporada.<br />
Entre os lançamentos, <strong>de</strong>sta-<br />
52 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
EsPEcial TV Paga<br />
Fotos:Divulgação<br />
“Sinto que,<br />
como produtor<br />
<strong>de</strong> conteúdo<br />
original, noSSa<br />
reSponSabilida<strong>de</strong><br />
é imenSa”<br />
que para a série Pico na Neblina,<br />
que se passa em uma São<br />
Paulo ficcional on<strong>de</strong> a maconha<br />
foi recentemente legalizada. A<br />
trama gira em torno do jovem<br />
traficante Biriba, que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar para trás a vida do crime<br />
e usar seus conhecimentos para<br />
ven<strong>de</strong>r o produto <strong>de</strong>ntro da lei<br />
e junto com Vini, seu sócio investidor<br />
pouco experiente. A<br />
produção é da O2, dirigida por<br />
Quico Meirelles, filho <strong>de</strong> Fernando<br />
Meirelles. “Quando a<br />
gente fez Filhos do Carnaval, o<br />
filho do Meirelles tinha 14 anos.<br />
Hoje temos uma nova geração<br />
pensando diretamente em produções<br />
<strong>de</strong> TV paga. É um universo<br />
criativo muito ágil, em<br />
ebulição. Há muitas histórias a<br />
serem contadas”, <strong>de</strong>staca Roberto<br />
Rios, vice-presi<strong>de</strong>nte corporativo<br />
<strong>de</strong> produções originais<br />
da HBO Latin America.<br />
#MeChamaDebruna se prepara para sua terceira temporada, em <strong>de</strong>zembro, na Fox; produção é uma das mais populares no canal<br />
Goes: criar conexões emocionais com a audiência é fundamental<br />
númEros faVoráVEis<br />
O Informe Anual da TV Paga<br />
2017, publicado pela Agência<br />
Nacional <strong>de</strong> Cinema (Ancine),<br />
evi<strong>de</strong>nciou a consolidação do<br />
conteúdo brasileiro na gra<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> programação dos canais <strong>de</strong><br />
TV paga. As obras nacionais<br />
ocuparam 17,7% das horas <strong>de</strong><br />
programação no ano passado,<br />
com <strong>de</strong>staque para as ficções e<br />
documentários, que correspon<strong>de</strong>ram<br />
a 68,5% do montante total.<br />
As expectativas evi<strong>de</strong>nciam<br />
números ainda mais favoráveis<br />
para <strong>2018</strong>.<br />
Segundo Zico Goes, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> produções originais<br />
da Fox Networks Group,<br />
o mercado tem uma “pungência<br />
latente”, mas ainda está em<br />
fase <strong>de</strong> amadurecimento. “Hoje<br />
há mais qualida<strong>de</strong> na relação<br />
dos canais com os produtores.<br />
Temos também criadores que<br />
vêm <strong>de</strong> diferentes áreas – cinema,<br />
teatro e publicida<strong>de</strong> – e<br />
<strong>de</strong>ixam a discussão mais rica”.<br />
Para o executivo, esse amadurecimento<br />
contribuiu para aprimorar<br />
a qualida<strong>de</strong> do conteúdo<br />
final, seja ele factual ou ficcional.<br />
A companhia investe em<br />
até cinco novas temporadas <strong>de</strong><br />
séries <strong>de</strong> ficção por ano, o equivalente<br />
a 40 horas anuais. Em<br />
outubro, acabou <strong>de</strong> estrear a<br />
série Impuros, drama com base<br />
em fatos reais e ambientada<br />
nos anos 1990, auge da guerra<br />
do narcotráfico do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Histórias inspiradas em situações<br />
reais fazem o sucesso das<br />
produções do grupo. Em sua<br />
terceira temporada, que estreia<br />
em <strong>de</strong>zembro, #MeChameDe-<br />
Bruna é uma das principais produções<br />
da companhia. A série é<br />
inspirada na história da garota<br />
Marinho: enten<strong>de</strong>r o consumidor ajuda na produção <strong>de</strong> conteúdo<br />
<strong>de</strong> programa Bruna Surfistinha.<br />
“Os objetivos <strong>de</strong> uma produção<br />
original vão muito além do retorno<br />
financeiro direto. Em primeiro<br />
lugar, é importante atrair<br />
e engajar a audiência, estabelecendo<br />
uma relação mais direta<br />
com o público”, avalia Goes.<br />
Cada vez mais complexos<br />
e com linguagem sofisticada,<br />
próxima ao cinema e gran<strong>de</strong>s<br />
produções, o conteúdo nacional<br />
tem se tornado instrumento<br />
para que produtoras e programadoras<br />
se aproximem com<br />
proprieda<strong>de</strong> do público, criando<br />
valor. Para Rios, da HBO, entra<br />
em cena a responsabilida<strong>de</strong><br />
pelo que é apresentado. “Sinto<br />
que, como produtor <strong>de</strong> conteúdo<br />
original, nossa responsabilida<strong>de</strong><br />
é imensa. Colocar a melhor<br />
semente e condições para<br />
que essas séries tenham relações<br />
duradouras. O nosso terreno<br />
está em ampla discussão”.<br />
Marinho concorda, ressaltando<br />
que o momento é <strong>de</strong><br />
aprendizagem. “Atravessamos<br />
uma fase em que a qualida<strong>de</strong> e<br />
a relevância dos produtos audiovisuais<br />
são cada vez maiores.<br />
E o potencial competitivo<br />
também”.<br />
54 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
ESPECIAL TV PAGA<br />
“A Pay TV continua<br />
se reinventando<br />
todos os dias”<br />
Os canais <strong>de</strong> TV por assinatura têm se<br />
beneficiado dos novos formatos para a<br />
comunicação das marcas, entre os quais<br />
o bran<strong>de</strong>d content. Para o executivo<br />
Gilberto Corazza, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> vendas<br />
publicitárias da Turner Brasil e coor<strong>de</strong>nador do<br />
Comitê <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> da ABTA, o raciocínio<br />
integrado é estratégico e indissociável do<br />
planejamento <strong>de</strong> ocupação dos espaços nas gra<strong>de</strong>s<br />
comerciais das emissoras do ecossistema. Nessa<br />
entrevista, Corazza explica que o meio teve <strong>de</strong> se<br />
reinventar e vai continuar nessa busca. “Estamos<br />
na era da inovação”, ele resume, querendo dizer<br />
que as programadoras precisam ter ofertas <strong>de</strong><br />
produtos além da prateleira.<br />
Divulgação<br />
Corazza, da Turner e ABTA: “Um olhar profundo para as necessida<strong>de</strong>s dos anunciantes”<br />
Paulo Macedo<br />
CENÁRIO<br />
Os últimos anos foram marcados<br />
pela pior crise econômica<br />
da história, o que levou a uma<br />
retração do mercado e um cenário<br />
bastante <strong>de</strong>safiador tanto<br />
para veículos, quanto para os<br />
anunciantes. Nos últimos meses,<br />
essa retração tem sido bem<br />
menor, em linha com a retomada<br />
da economia, que ainda é<br />
lenta. Essa nova realida<strong>de</strong> traz<br />
novas oportunida<strong>de</strong>s e é uma<br />
constante busca <strong>de</strong> transformações<br />
por parte <strong>de</strong> todos os<br />
players, influenciando diretamente<br />
no crescimento <strong>de</strong> empresas<br />
produtoras <strong>de</strong> conteúdo.<br />
A TV paga teve <strong>de</strong> se reinventar<br />
e continua se reinventando todos<br />
os dias. Os mo<strong>de</strong>los estão<br />
mudando, alcançando outras<br />
plataformas <strong>de</strong> forma vertiginosa,<br />
alterando estrutura <strong>de</strong><br />
custos e receitas. Em termos <strong>de</strong><br />
distribuição da verba publicitária,<br />
a TV aberta ainda <strong>de</strong>tém a<br />
maior parte do bolo no Brasil,<br />
entretanto, vejo um enorme<br />
potencial <strong>de</strong> crescimento para<br />
a Pay TV.<br />
OPORTUNIDADES<br />
O ecossistema <strong>de</strong> TV pagaoferece<br />
uma ampla gama <strong>de</strong><br />
novos formatos para marcas e<br />
anunciantes. Estamos na era<br />
da inovação. As programadoras<br />
<strong>de</strong> TV por assinatura têm, cada<br />
vez mais, um olhar profundo<br />
para as necessida<strong>de</strong>s dos anunciantes<br />
e pensam em soluções<br />
integradas com eles para fazer<br />
uma entrega 360, indo muito<br />
além dos produtos <strong>de</strong> prateleira,<br />
e atuando uma indústria <strong>de</strong><br />
criação e customização. Várias<br />
programadoras reúnem capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produção e possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> inserção da marca <strong>de</strong><br />
forma orgânica, via bran<strong>de</strong>d<br />
content, um dos formatos mais<br />
explorados para contar a história<br />
<strong>de</strong> uma marca.<br />
MARKETING<br />
A TV por assinatura acredita<br />
na força do conteúdo relevante<br />
para que os assinantes<br />
consumam em qualquer tela,<br />
em qualquer lugar, a qualquer<br />
hora. É nisso que investimos,<br />
pois é isso que o público quer:<br />
liberda<strong>de</strong> para selecionar o que<br />
lhe interessa e interagir com<br />
esta escolha. Entre as evoluções<br />
da Pay TV po<strong>de</strong>mos citar a força<br />
da programação ao vivo, especialmente<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos<br />
internacionais, e as ofertas <strong>de</strong><br />
programação on <strong>de</strong>mand e em<br />
diversos <strong>de</strong>vices, valorizando a<br />
“A publicidA<strong>de</strong><br />
em TV esTá em<br />
consTAnTe<br />
eVolução”<br />
entrega <strong>de</strong> conteúdo integrado.<br />
DIFERENÇA<br />
A publicida<strong>de</strong> em TV está em<br />
constante evolução. O break<br />
comercial <strong>de</strong> 30” ainda é parte<br />
importante da entrega para as<br />
marcas, e a TV por assinatura<br />
tem um papel muito importante<br />
na otimização das compras<br />
<strong>de</strong> flights <strong>de</strong> televisão; ajuda<br />
tanto em cobertura quanto<br />
em rentabilida<strong>de</strong> em todos os<br />
targets mais relevantes para o<br />
mercado. O consumidor está<br />
cada vez mais exigente na experiência<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> entretenimento;<br />
na realida<strong>de</strong>, ele<br />
quer interagir <strong>de</strong> forma orgânica<br />
com as marcas e se i<strong>de</strong>ntificar<br />
com o posicionamento das<br />
mesmas, através <strong>de</strong> uma conversa<br />
engajadora. E neste ponto<br />
a TV por assinatura tem muita<br />
flexibilida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
formatos, criando um ambiente<br />
propício para que haja este tipo<br />
<strong>de</strong> interação. Sejam nos sinais<br />
lineares ou nas plataformas digitais,<br />
a criação <strong>de</strong> projetos que<br />
contribuem para a estratégia<br />
<strong>de</strong> comunicação dos clientes é<br />
um gran<strong>de</strong> diferencial também.<br />
Para sermos relevantes para os<br />
assinantes, é preciso ter uma<br />
conexão emocional. As pessoas<br />
estão sintonizadas na Pay TV<br />
para ver um conteúdo específico<br />
que as agra<strong>de</strong> e com o qual<br />
querem interagir. É exatamente<br />
isso que vários players estão<br />
fazendo: construindo uma jornada<br />
do assinante no on-air e<br />
no off-air, na TV e nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
e nos eventos ao vivo (live<br />
experiences). Entregamos uma<br />
experiência <strong>de</strong> marca <strong>de</strong> forma<br />
diversificada e engajadora!<br />
PLATAFORMAS<br />
Evoluímos juntos. Não encaramos<br />
as plataformas <strong>de</strong> VOD<br />
como concorrentes e sim, complementares.<br />
É parte do processo<br />
natural da evolução do segmento.<br />
Os hábitos <strong>de</strong> consumo<br />
mudam e acompanhamos essa<br />
evolução <strong>de</strong> forma que o público<br />
se veja cada vez mais como<br />
parte integrante da construção<br />
<strong>de</strong>ste meio, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da plataforma.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 55
Produtoras<br />
Prática do treatment alia estética,<br />
linguagem e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda<br />
A Cine reestrututou sua área <strong>de</strong> criação e pesquisa para se aliar à nova<br />
tendência do mercado e Corazón ganha job internacional com a técnica<br />
Fotos: Divulgação<br />
Doria <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias para viabilizar filmes <strong>de</strong>ntro do custo Mariane Goebel recomenda bom senso para não onerar Ferreira, da Corazón, fala que treatment significa criativida<strong>de</strong><br />
Paulo Macedo<br />
Treatment, ou tratamento, é<br />
a macrotendência do segmento<br />
<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conteúdos<br />
audiovisuais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
agora com bran<strong>de</strong>d content<br />
e digital, ou seja, além dos tradicionais<br />
comerciais <strong>de</strong> 30. A<br />
Cine, por exemplo, promoveu<br />
reestruturação nas áreas <strong>de</strong><br />
pesquisa e criação para se a<strong>de</strong>quar<br />
à nova realida<strong>de</strong>.<br />
“O treatment é fundamental<br />
para apresentar à agência e ao<br />
cliente a visão do diretor para<br />
a produção do filme, alinhado<br />
com o orçamento, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
uma visão criativa que<br />
está em sintonia com o propósito<br />
da campanha e agrega ao<br />
projeto i<strong>de</strong>ias inovadoras <strong>de</strong><br />
linguagem, estética e narrativa,<br />
o que melhora o processo entre<br />
produtora e agência. O treatment<br />
traz i<strong>de</strong>ias a mais, inspiração<br />
e propostas <strong>de</strong> produção<br />
que po<strong>de</strong>m viabilizar o filme <strong>de</strong><br />
maneira criativa e alinhada ao<br />
conceito”, explica Raul Doria,<br />
sócio-diretor da Cine.<br />
Segundo ele, o fato <strong>de</strong> o<br />
treatment apresentar referências<br />
junto da <strong>de</strong>fesa do diretor<br />
traz alinhamento <strong>de</strong> intenção<br />
x viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e<br />
assim ajuda o processo como<br />
um todo na previsão <strong>de</strong> custos.<br />
“Em alguns projetos temos<br />
uma abertura maior <strong>de</strong> troca<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e já ocorreram casos<br />
em que o tratamento foi fundamental<br />
para a aprovação do job,<br />
pois o diretor apresentou uma<br />
proposta estética e linguagem<br />
que fez o projeto crescer muito,<br />
ou i<strong>de</strong>ias estratégicas para<br />
viabilizar o filme <strong>de</strong>ntro do custo,<br />
sem per<strong>de</strong>r autenticida<strong>de</strong> e<br />
conceito”.<br />
A Corazón Filmes competiu<br />
com outras nove produtoras em<br />
pitch promovido pela Ogilvy <strong>de</strong><br />
Chicago/EUA. E venceu, <strong>de</strong>vido<br />
ao treatment proposto. “Não éramos<br />
a preferência dos criativos.<br />
Porém, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> apresentarmos<br />
a visão do diretor, ficaram encantados<br />
e acabamos ganhando<br />
o job. Então, é claro que existem<br />
“em muitos casos,<br />
o tratamento<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir<br />
um trabalho”<br />
muitas concorrências em que o<br />
tratamento não tem tanto peso;<br />
os critérios são outros como repertório,<br />
relacionamento etc.<br />
Mas, em muitos casos, o tratamento<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir um trabalho”,<br />
<strong>de</strong>staca Igor Ferreira, sócio<br />
e diretor-executivo da Corazón,<br />
que tem equipe composta por<br />
cinco profissionais para dar suporte<br />
ao treatment.<br />
Ferreira acrescenta: “Na publicida<strong>de</strong>,<br />
não basta ser um<br />
gran<strong>de</strong> diretor. Se você <strong>de</strong>seja<br />
que um cliente compre suas<br />
i<strong>de</strong>ias, terá <strong>de</strong> vendê-las muito<br />
bem. Muitos trabalhos incríveis<br />
foram perdidos por conta do<br />
mau ven<strong>de</strong>dor. Se você quer a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um comercial<br />
para ven<strong>de</strong>r o produto<br />
<strong>de</strong> um cliente, primeiro, você<br />
precisa <strong>de</strong> um tratamento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque para ven<strong>de</strong>r a ele sua<br />
i<strong>de</strong>ia. Criar ótimos tratamentos<br />
não é apenas ven<strong>de</strong>r suas<br />
i<strong>de</strong>ias, é um ato <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
em si. O tratamento para os<br />
diretores precisa ser uma parte<br />
essencial do processo.”<br />
Para Mariane Goebel, diretora<br />
<strong>de</strong> produção integrada da<br />
BETC/Havas, “a visão do diretor<br />
é uma ferramenta importantíssima<br />
para alinhar as expectativas<br />
da agência e cliente, tanto<br />
criativa como financeiramente.<br />
Porém, <strong>de</strong>ve ser utilizada com<br />
muito bom senso, pois é algo<br />
que onera nossos parceiros, um<br />
investimento <strong>de</strong> tempo e dinheiro<br />
dos profissionais, e não<br />
<strong>de</strong>veria ser solicitada em projetos<br />
mais simples - on<strong>de</strong> um<br />
treatment não se faz essencial”.<br />
56 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
As cantoras Preta Gil e Iza são as<br />
protagonistas da campanha digital<br />
Eu posso ser o que eu quiser, da<br />
marca Salon Line, que começou<br />
a ser veiculada no último dia 19<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais do anunciante<br />
MANIFESTO<br />
Especializada em produtos capilares, a marca Salon Line lançou<br />
na semana passada a campanha institucional Eu posso ser o que eu<br />
quiser, com a participação <strong>de</strong> Preta Gil e Iza, suas embaixadoras.<br />
Exclusiva para o digital e plataforma OOH, a ação tem como ponto<br />
alto um discurso narrado por Preta: “O padrão do cabelo, do corpo,<br />
da perfeição, da fragilida<strong>de</strong>, acabou. Essa história <strong>de</strong> você não<br />
po<strong>de</strong>, você não <strong>de</strong>ve, você não é boa, você não é bonita, acabou.<br />
As pessoas nem sempre vão gostar <strong>de</strong> você. Só uma mulher po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cidir quem ela quer ser.” Há mais <strong>de</strong> 20 anos no mercado, a Salon<br />
Line propõe esse manifesto sobre “beleza, diversida<strong>de</strong> e sororida<strong>de</strong>”<br />
como um “basta” às padronagens estabelecidas pelas pessoas e<br />
pela mídia. Por isso, quer dialogar com mulheres <strong>de</strong> diversas estaturas,<br />
etnias, ida<strong>de</strong>s e personalida<strong>de</strong>s. A campanha, que teve direção<br />
<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> Alexandre Manisk, conta com a participação <strong>de</strong> 19<br />
mulheres, entre as quais a influencer Karol Pinheiro, que participa<br />
da última cena do ví<strong>de</strong>o com a frase Ninguém segura uma mulher<br />
segura. Não mesmo!<br />
Com direção <strong>de</strong> João Papa, do elenco da Barry Company, Anitta bate recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> views no YouTube com seus clipes<br />
RECORDE<br />
Figura onipresente na cena pop brasileira,<br />
a cantora Anitta está ‘caitituando’ seu EP<br />
Solo com apoio <strong>de</strong> três clipes dirigidos por<br />
João Papa, da produtora Barry Company,<br />
que após três dias já tinham alcançado a<br />
marca <strong>de</strong> 32 milhões <strong>de</strong> views no YouTube.<br />
Porém, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que chegou à plataforma<br />
audivisual do Google, no último dia 9, a<br />
audiência já superou as 50 milhões <strong>de</strong> interações.<br />
Os ví<strong>de</strong>os contemplam as canções<br />
Não perco meu tempo, em português;<br />
Goals, em inglês; e Veneno, em espanhol.<br />
“Esses clipes são reflexo também do novo<br />
momento da produtora, que tem atuado<br />
nos mais diversos formatos”, <strong>de</strong>staca<br />
Krysse Mello, sócia e produtora-executiva<br />
da Barry Company. Em cenas <strong>de</strong> Não perco<br />
meu tempo, Anitta empresta toque <strong>de</strong> ousadia<br />
ao distribuir beijos em 24 pessoas. “A<br />
i<strong>de</strong>ia dos beijos foi <strong>de</strong>la. Propus <strong>de</strong> fazermos<br />
em um plano sequência, o que exigiu<br />
uma filmagem bem técnica e repetitiva”,<br />
disse Papa.<br />
jornal propmark - <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57
última página<br />
Sa<strong>de</strong>ugra/iStock<br />
as empresas<br />
tech e síndrome<br />
<strong>de</strong> münchausen<br />
Claudia Penteado<br />
curioso como, por mais que se encontre<br />
É sujeira <strong>de</strong>baixo do tapete das gran<strong>de</strong>s<br />
empresas do universo tech, a indústria da<br />
comunicação segue firme mantendo investimentos<br />
e contribuindo para mantê-las<br />
entre as mais po<strong>de</strong>rosas do planeta. Não<br />
sou Poliana, estou ciente <strong>de</strong> que em muitas<br />
ocasiões interesses econômicos se sobrepuseram<br />
a <strong>de</strong>slizes éticos. Mas o que estamos<br />
vendo hoje me parece estarrecedor<br />
e sem prece<strong>de</strong>ntes. Pego como exemplo o<br />
Facebook, envolvido em um escândalo<br />
<strong>de</strong> vazamento <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 87 milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas que teriam ajudado uma<br />
consultoria a montar (entre outras coisas)<br />
a estratégia <strong>de</strong> campanha eleitoreira<br />
<strong>de</strong> Donald Trump. Mais<br />
recentemente, ficou claro que<br />
também o Facebook pagava<br />
uma empresa <strong>de</strong> RP para <strong>de</strong>sacreditar<br />
rivais - algo que, aparentemente,<br />
tornou-se lugar-<br />
-comum nas disputas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
no Vale do Silício.<br />
ViVendo uma<br />
das maiores<br />
crises <strong>de</strong><br />
imagem, o<br />
Facebook<br />
Viu seu<br />
Faturamento<br />
crescer 50%<br />
Vivendo uma das maiores crises<br />
<strong>de</strong> imagem, o Facebook viu<br />
seu faturamento crescer 50%<br />
no primeiro trimestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong>,<br />
com lucros avançando 63% e,<br />
no segundo trimestre, o lucro líquido crescer<br />
31%, e a receita subir 42%. O Facebook<br />
segue firme concentrando, junto com o<br />
Instagram, pelo menos 87% dos investimentos<br />
no formato ví<strong>de</strong>o nos EUA. É um<br />
dos “Big 4”, gigantes do mundo digital que<br />
incomodam, ganham críticas, são tema <strong>de</strong><br />
análises, livros, palestras e <strong>de</strong>bates ao redor<br />
do mundo. Mas no fim do dia, na hora<br />
<strong>de</strong> aprovar os investimentos em mídia, os<br />
principais CMOs do mundo mantêm suas<br />
estratégias tanto no Facebook quanto nas<br />
<strong>de</strong>mais empresas do grupo, pois nelas está<br />
a tão ambicionada audiência. As empresas<br />
tech concentram o maior “share na mente”<br />
das pessoas, como bem <strong>de</strong>finiu um artigo<br />
recente na The Economist, que aborda precisamente<br />
como as po<strong>de</strong>rosas empresas<br />
<strong>de</strong> tecnologia, tão controversas em suas<br />
ações, se expan<strong>de</strong>m mais e mais ocupando<br />
o papel <strong>de</strong> intermediárias nas interações<br />
entre as pessoas e o mundo. São elas, as<br />
empresas Tech, que formam a fina camada<br />
que envolve toda a economia <strong>de</strong> consumo<br />
global. Quanto mais acumulam dados das<br />
pessoas, mais as enredam, tornando qualquer<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escape cara ou trabalhosa<br />
<strong>de</strong>mais. Quanto mais evoluem em<br />
tecnologias - como inteligência artificial<br />
-, mais potentes se tornarem habilida<strong>de</strong>s<br />
manipulativas. O artigo é educativo e assustador<br />
(seu título é Technology firms are<br />
both the friend and the foe of competition<br />
- algo como As empresas <strong>de</strong> tecnologia são<br />
tanto as amigas quanto as inimigas<br />
da competição) e me parece<br />
<strong>de</strong>scortinar essa estranha síndrome<br />
<strong>de</strong> Münchausen que nos<br />
faz adorar aqueles que são, na<br />
realida<strong>de</strong>, nossos algozes.<br />
Meu ponto é: como encaixar<br />
neste cenário o discurso das<br />
empresas e marcas em torno<br />
<strong>de</strong> propósito, confiança e transparência,<br />
se na prática ele não<br />
se materializa? Parece-me uma<br />
esquizofrenia crônica, que molda<br />
discursos na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> relações<br />
mais éticas, enquanto vela ações que<br />
sustentam mo<strong>de</strong>los nitidamente tóxicos.<br />
Por sinal, “Tóxico” foi escolhida a palavra<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong> pelo Dicionário Oxford: resume o<br />
mood do ano, além <strong>de</strong> ter sido a mais buscada<br />
no site neste ano <strong>de</strong> imensa polarização<br />
política e instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> humores, comportamentos,<br />
i<strong>de</strong>ologias. Prefiro acreditar<br />
que há, neste momento, uma imensa janela<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para algumas empresas e<br />
marcas que, <strong>de</strong> fato, acreditam que ações<br />
são mais relevantes do que palavras e belas<br />
i<strong>de</strong>ias exibidas em painéis <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>finição<br />
da Times Square. Talvez algumas <strong>de</strong>las -<br />
com seu po<strong>de</strong>r financeiro - aju<strong>de</strong>m a criar<br />
uma cena digital menos tóxica. Ou talvez<br />
eu esteja sendo um pouco idílica. Talvez.<br />
58 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark