gloria obreiros de salomão VI
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tempo das sombras. Ela po<strong>de</strong> ser curta ou longa, tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />
<strong>de</strong> nós, do entendimento e das lições que apren<strong>de</strong>mos.<br />
Importante saber que não somos submetidos a<br />
nenhuma prova enquanto o mestre interior não nos consi<strong>de</strong>re<br />
preparados para ela. Durante o período <strong>de</strong> preparação<br />
recebemos não apenas as teorias, mas somos instrumentalizados<br />
para buscar a saída.<br />
A visão po<strong>de</strong> ficar embaçada, mas em algum ponto recebemos<br />
os óculos que enxergam na escuridão. Resignação,<br />
paciência, confiança são instrumentos importantes na senda,<br />
além do entendimento <strong>de</strong> um tempo que não po<strong>de</strong> ser<br />
medido em horas, dias ou meses. É o tempo da compreensão.<br />
Quanto mais rapidamente enten<strong>de</strong>rmos, mas <strong>de</strong>pressa<br />
o tempo vai passar.<br />
Esta é, talvez, a fase mais complicada no processo <strong>de</strong> autoconhecimento.<br />
Quando a vida nos cobra por ações que<br />
nem mais nos lembramos, quando per<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> vista as<br />
coisas que amamos e/ou acreditamos, quando somos abalados<br />
em nossa fé, tudo isso nos provoca dor intensa. A<br />
tendência mais natural nesses momentos é <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo,<br />
mas também <strong>de</strong> revolta, <strong>de</strong> ressentimento, <strong>de</strong> sensação <strong>de</strong><br />
injustiça. O fato <strong>de</strong> não sabermos o que provoca <strong>de</strong>terminadas<br />
situações na vida não significa que estamos abandonados<br />
à nossa própria sorte, ou mesmo que estejamos sendo<br />
injustiçados. Na natureza, sorte ou azar, tem um significado<br />
que precisamos buscar. Não teremos a compreensão <strong>de</strong><br />
tudo, mas certamente, teremos uma lição em cada circunstância.<br />
Por isso não adianta muito buscar apoio nos outros,<br />
o caminho e a saída é particular. Cada um <strong>de</strong> nós terá<br />
que <strong>de</strong>scobrir seu próprio caminho, utilizar as ferramentas<br />
internas que dispõe, confiar em suas percepções.<br />
Po<strong>de</strong> parecer incoerência, principalmente, quando procuramos<br />
nos agrupar em socieda<strong>de</strong>s fraternas. Não queremos<br />
estar sozinhos, entretanto, sentimo-nos mais sós do que<br />
nunca. Participamos do social, mas o interior não é partilhável<br />
e, não raro, são os próprio fraternos que provocam nossos<br />
testes. Como explicar isso? Na realida<strong>de</strong> não estamos<br />
sós. Há uma egrégora que nos mantém e nos protege,<br />
dividindo o peso <strong>de</strong> nossas experiências. Só que ela não é<br />
visível, mas é a força que encontramos nos momentos <strong>de</strong><br />
A conexão com a consciência cósmica é algo que se tem que buscar<br />
pela prática disciplinada <strong>de</strong> exercícios e períodos <strong>de</strong> meditação. Esvaziar-se<br />
<strong>de</strong> si mesmo é um processo, não acontece <strong>de</strong> uma hora para<br />
outra, ou por acaso. Exige constância, pureza <strong>de</strong> propósitos e, acima<br />
<strong>de</strong> tudo, convicção para <strong>de</strong>sistir no meio do caminho. Entretanto,<br />
quando mais precisamos, essa conexão parece falhar. Ficamos horas<br />
a dar voltas em torno dos problemas e <strong>de</strong> nós mesmos, sem conseguir<br />
ter um vislumbre da luz que po<strong>de</strong>ria mudar o curso <strong>de</strong> nossos pensamentos.<br />
Isso porque é difícil <strong>de</strong>scolar a luz da sombra. Elas andam<br />
juntas, e a predisposição - interior orienta nosso olhar. Mergulhados<br />
na escuridão não conseguimos prever on<strong>de</strong> o próximo passo nos levará.<br />
São momentos <strong>de</strong> extrema solidão, não temos a quem recorrer e se<br />
o fazemos nos sentimos estranhos, as pessoas não falam mais a mesma<br />
língua, não compreen<strong>de</strong>mos e nem nos sentimos compreendidos.<br />
Todos, em maior ou menor grau, passamos por isso um dia, e ao e-<br />
mergirmos <strong>de</strong>sse mergulho profundo em nossa escuridão, nos sentimos,<br />
<strong>de</strong> alguma forma, mas fortes, mais seguros, mais sábios. Difícil<br />
não é emergir, difícil é estar nessa noite negra sem saber o que fazer.<br />
Somos testados em tudo, mas nossa convicção é que vai <strong>de</strong>terminar o<br />
angústia e <strong>de</strong> in<strong>de</strong>finição. Só não po<strong>de</strong>mos nos esquecer<br />
dos objetivos que guiaram nossos primeiros passos, porque<br />
eles darão a orientação para os próximos. Enten<strong>de</strong>r<br />
ainda que se nossos objetivos foram (ou são) obscuros,<br />
trarão reflexos e consequências no entendimento que<br />
teremos.<br />
Há uma única verda<strong>de</strong>, mas a humanida<strong>de</strong> ainda não<br />
chegou à verda<strong>de</strong> absoluta e o que move e <strong>de</strong>fine muitas<br />
das situações que vivemos é a lei da ação e reação. Se<br />
pensarmos e agirmos positivamente, certamente, colheremos<br />
resultados positivos. Antes teremos que passar<br />
pela purificação <strong>de</strong> nossos pensamentos, <strong>de</strong>sejos e objetivos.<br />
A noite negra da alma tem a vantagem <strong>de</strong> nos indicar<br />
que há uma saída, todos nós po<strong>de</strong>mos planejar uma<br />
nova vida interior.<br />
O que acontece na vida externa é apenas um reflexo daquilo<br />
que foi traçado por nossa mente. Nunca é tar<strong>de</strong> para<br />
reconhecermos nossa humanida<strong>de</strong> e imperfeição para<br />
po<strong>de</strong>rmos trilhar com brilho e retidão o caminho da perfeição<br />
e da justiça.<br />
Kleber B. Adorno:<br />
Nasceu em Goiânia no dia 17 <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1953, filho <strong>de</strong> Delfino<br />
Curado Adorno e <strong>de</strong> Lília<br />
Branquinho.<br />
Graduou-se em Direito pela Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia.<br />
Presi<strong>de</strong>nte da União Brasileira <strong>de</strong><br />
Escritores <strong>de</strong> Goiás, por dois<br />
mandatos; Secretário do Estado<br />
da Cultura (1987-1990) no governo<br />
<strong>de</strong> Henrique Santillo; <strong>de</strong>putado<br />
estadual da 12ª Legislatura (1991-1995) e secretário da<br />
Cultura do Município <strong>de</strong> Goiânia.<br />
Membro da Aca<strong>de</strong>mia Goiana <strong>de</strong> Letras/ Ca<strong>de</strong>ira n° 01<br />
Sob.’.G.’.Mestre Geral: Maçonaria Glória <strong>de</strong> Oci<strong>de</strong>nte do<br />
Brasil/GONAB/