Meus relatos de desdobramentos! Um eBook que relata as experiências do espírito além do corpo. Uma viagem astral, com detalhes e dicas de como conseguir o seu desdobramento.
Neste livro, você consegue controlar onde e quando irá nos seus sonhos.
Muito explicativo e esclarecedor.
Quer ter viagens além do corpo físico?
Eu te conto como consegui.
“ E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida..”
Milton Nascimento
e Fernando Brant
Prefácio
Esta obra é dedicada a minha esposa Lia.
Apesar das dificuldades que a vida nos
impôs em determinados momentos,
sempre esteve ao meu lado, me
apoindo nos mais loucos dos projetos e
sonhos que eu quis colocar em prática.
Uma mulher maravilhosa que,
pacientemente, soube aguardar meu
amadurecimento, tolerou os meus dias
de pouco humor e ajudou-me a dar o
primeiro passo nesta trilha em sentido
ao caminho de paz e luz.
Estou no planeta certo?
Quantos de nós já não nos deparamos
com esse pensamento?
De onde viemos e para onde vamos?
O que nos prende nesse planeta?
Seria o conceito religioso um grande
bloqueador para encontrarmos estas
respostas?
Desde jovem tive a oportunidade de
experimentar diversas religiões.
Nasci naquela típica família católica
“não praticante”. E o que quer dizer
isso?
Hoje, na minha singular visão, não dá
para se afirmar ser algo que não se
pratica. Poderia ser um “educado” não
praticante? Um homem bomba “não
praticante”?
Impossível. Somos aquilo que
praticamos.
A vantagem de nascer em uma
família “não praticante” é que alguns
conceitos não foram embutidos na
minha criação. O conceito de que, ou
se vai ao céu, ou se vai para o inferno
não existia. No máximo, quando fazia
algo que desagradasse meus pais,
diziam que Deus ficaria triste e, claro,
tomava aquela surra de chinelo ou
cinta de minha mãe. Tenho certeza que
nesse momento, Deus também ficava
“triste”, com ela. Ufa...
Mas, já pensou conviver com pessoas,
principalmente seus pais, dizendo
que você tem grandes chances de ir
para o inferno? É quase um impulso
subliminar em que te condenam
antecipadamente a viver o resto de
seus dias no fogo eterno.
E ainda tem pai que não sabe por que
o filho se enveredou para o crime, a
vadiagem e as drogas... Esse sujeito já
não tem nada a perder mesmo, seus
pais o induziram a acreditar que já
estava condenado.
Fiz tudo o que uma família de classe
média de católicos não praticantes,
induz seus filhos a fazerem para se
manter um status social aceitável.
Nos anos 70, dizer pertencer a
outras religiões não era muito bem
visto. Lembro-me de um vizinho,
senhor Marcelo, homem negro,
também pertencente à classe
média, frequentava seu culto aos
domingos com sua família, vestia
seu terno impecável e transitava
com sua bíblia dentro de uma pasta.
Hoje seria mais comum embaixo do
braço. Mas, naquela época, se dizer
evangélico não era tão bem aceito, já
que normalmente, era uma religião
praticada na periferia da cidade.
Fiz o curso da minha primeira
comunhão na escola de freiras em
que minha irmã estudava. Uma escola
restrita a meninas que, a pedido de
alguns pais, aceitaram os irmãos das
alunas para que fizessem o curso. Já
naquela época, o mundo era dominado
pelas mulheres. Apenas eu e mais um
garoto fizemos o cursinho.
Embora, o colégio fosse de meninas
e dirigido por freiras que residiam nas
instalações da escola, fiquei intrigado
por ter que fazer uma confissão
para um padre, que se deslocou
exclusivamente para nos mostrar
como praticar este hábito antes da
conclusão do cursinho. Lembro com
clareza que senti realmente um toque
de Deus. Uma sensação de paz que era
totalmente novidade para mim.
Pronto, para os padrões de um católico
“não praticante”, não precisaria de
mais nada, já era batizado e tinha
realizado a minha primeira comunhão.
Ir à igreja para um católico não
praticante, sempre é motivo de festa.
Sim, pois só íamos em casamentos e
batizados. E a hora mais esperada era
a do buffet, com salgadinhos, doces e
refrigerantes.
Lembro-me vagamente ainda quando
criança, seis ou talvez sete anos, que
minha mãe me levou a uma festa de
crianças. Quando perguntei de quem
era o aniversário, ela simplesmente me
respondeu que não era um aniversário,
era um “evento” com muitas crianças.
Chegamos lá e, realmente, havia
muitas crianças em um terreno enorme
com uma pequena casa ao fundo. E
criança não tem bloqueios para se
relacionar com outras crianças, logo
me enturmei.
Estavam distribuindo brinquedos,
embora simples, a maioria de plástico,
brinquedos que me chamavam a
atenção, além é claro, de muitos
doces e refrigerante. Entrei numa
fila para pegar o “meu” brinquedo
e foi que, de repente, percebi que,
quem os entregava, era uma mulher,
toda vestida de branco e de turbante
na cabeça, mas um detalhe me
impressionou, ela usava uma chupeta
na boca. Acho que a imagem me
paralisou. Somente anos mais tarde
é que soube se tratar de uma festa
da umbanda, comemorando o dia de
Cosme e Damião.
Talvez minha mãe se tornou católica
“não praticante”, porque também era
macumbeira “não praticante”.
Já na minha pré-adolescência, me
apaixonei pela menina mais linda da
escola, ao menos, a mais concorrida.
Mais velha (eu sempre me relacionei
com mulheres mais velhas), loira, olhos
azuis, de família estruturada e eu não
poderia perder a oportunidade de me
aproximar. Sabe-se lá o que ela viu em
mim. Na pré-adolescência a diferença
de maturidade entre meninos e
meninas já é gritante, imagine eu, mais
novo, magro e extremamente infantil.
Bom, tudo passou muito rápido, mas
com ela, tive a oportunidade de ir à
um congresso Seicho No Ie. Tinha
muita gente em um enorme ginásio
em minha cidade. A egrégora era
ótima, famílias inteiras, a maioria
formada por jovens, uma experiência
dominical bem interessante. O evento
começou com um exercício de risos,
isso mesmo, o homem japonês que
ministrava a ação, começava a dar
muitas gargalhadas, que no começo
não pareciam ser tão espontâneas,
mas, aos poucos, foi contagiando um
a um. Quando vi, estávamos todos
dando enormes gargalhadas que
chegavam as lágrimas. Assim, passei
o domingo acompanhado de tanta
gente e ao mesmo tempo só. Pois é,
quando cheguei lá, fiquei sabendo
que a menina e sua mãe faziam parte
da organização do evento. E para não
parecer uma mosca sobre carniça,
fiquei um pouco mais distante dando
espaço para que elas pudessem fazer o
que tinham se proposto.
Minha relação com a Seicho No Ie
terminou naquele domingo, assim
como a minhas esperanças com a
menina.
Anos se passaram e não tive, por
um longo período, uma única
queda religiosa. Minha família “não
praticante” não me impunha nada
nesta questão. Alguns chegaram
a dizer que era falta de estrutura
familiar. Que isso era consequência
da separação de meus pais, que havia
ocorrido quando eu tinha quinze anos.
Mas até então, mesmo no período em
que estavam casados, nunca foram
de frequentar nenhuma instituição
religiosa. Creio, talvez, que apenas as
que aceitavam os “não praticantes”.
A pátria me convocou
compulsoriamente a prestar serviço
militar.
Lá, tive a oportunidade de conviver
com a mais pluralista realidade
religiosa. Era só escolher o grupo que
queria participar. Tinha evangélicos,
católicos, macumbeiros, ateus...
Nesse período, de muitas
transformações pessoais, fui morar
com minha querida e amável avó
materna, que deixou muitas saudades,
mas também muitas alegrias.
Mas antes, ainda morando com minha
mãe, houve uma ocasião em que
perdi a chave de casa e dependia dela,
minha mãe, para abrir e fechar a porta.
Foi quando em um dia de serviço no
quartel, dormindo em casa, minha mãe
se levanta e sai antes do que eu.
Pronto. Não me apresentei no quartel.
Fiquei detido e neste período, o
comandante de minha bateria resolveu
verificar a história secretamente e, sem
que eu soubesse, foi fazer uma visita
a minha mãe. Foi o suficiente para ele
achar que a religião poderia me salvar.
Tive que frequentar algumas reuniões
do que hoje é comumente chamado de
células, onde os evangélicos se reúnem
alternadamente em suas casas para
orações e estudos da bíblia. Confesso,
não estava preparado para isso. E, com
certeza, meu comandante também
percebeu. Tanto que, quando pedi para
seguir carreira, simplesmente meu
pedido foi ignorado.
Pouco antes da baixa como reservista,
me aproximei do soldado Carlos,
cara bacana, sempre tranquilo,
não reclamava de nada e como eu
não queria me meter em confusão,
acabamos nos aproximando.
Carlos era budista. Praticava o Nitiren
Daishonin.
Me ensinou o “nam myoho rengue kyo”,
palavra que expressa o nosso Estado de
Buda.
Carlos levou-me a sua casa, onde havia
um salão enorme e reunia praticantes
do bairro. Lá, tinha um pequeno altar
de madeira chamado gohonzon, com
um sino, frutas e incenso.
A prática, que consistia na repetição
das palavras nam myoho rengue
kyo, realmente alteravam a minha
capacidade de meditação. Embora
as palavras saíssem repetidamente
de minha boca, a minha mente se
serenava e mais nenhum pensamento
interferia nessa conexão.
Logo na sequência, veio a baixa do
quartel, casei-me apenas no civil, e
dispensamos uma cerimônia religiosa.
Mudei-me para Portugal.
Portugal nessa época era
extremamente católico, principalmente
os habitantes das pequenas cidades
do interior do país. Há exemplo do
continuísmo dos desmandos da
igreja por toda a Europa, morar numa
pequena cidade e não ir aos cultos
matinais de domingo me colocavam
em uma situação um tanto exposta,
já que o padre, por eu não ter me
apresentado a ele, nem ter participado
de seus cultos, passava por mim na rua
sem ao menos direcionar o olhar para
mim.
Mas eu era jovem. Hoje, teria resolvido
de outra maneira.
Embora ainda continue a não
frequentar as missas de domingo, eu
teria tomado a iniciativa de convidálo
para um café. (não existia celular
naquela época e muito menos
internet).
Retornei ao Brasil num período caótico,
pouco antes da famosa URV (unidade
real de valor) com Cruzado, Cruzado
Novo e finalmente o plano Real.
Até ter casa própria, residi novamente
com minha doce avó materna. Ela
frequentava regularmente um centro
Espírita Kardecista chamado Ismênia
de Jesus e por mais que eu tente
lembrar, ela, minha avó, nunca me
convidou para acompanhá-la.
Trabalhei o verão todo no Hotel
Jequitimar no Guarujá, antigamente
conhecido com SPA Ala Szerman,
empresária que foi a pioneira em
promover atividades físicas pela
televisão no país através do programa
TV Mulher, da Rede Globo.
Lá, tive a oportunidade de participar de
aulas de relaxamente e meditação com
os hóspedes. Foi o primeiro contato
com a música new age e expressões
como: “imagine-se envolvido por um
grande círculo de luz” ou “desprendase
do corpo”...
Expressões essas que atualmente
fazem todo o sentido.
A passagem também foi rápida,
apenas um verão. Mas deixaram
boas lembranças gravadas no meu eu
interior.
De mudança novamente.
No hotel, conheci diversos hóspedes
muito bem posicionados socialmente
e, na maioria, de poder aquisitivo
elevado.
A convite, acabei indo para Franca, a
terra dos sapatos.
Acabei trabalhando no departamento
de marketing em uma indústria de
tênis esportivos, muito famosa naquela
época. Fui desenhista de prancheta e
tive o meu primeiro contato com um
computador gráfico. Era uma máquina
excepcional um SX 386 de 5 MB de
memória e que gravava em flopy disc
de 1,44 MB. Era o máximo. Rodava
Windows 3.1 e Corel Draw! 2.
Para se ter uma ideia, para rodar uma
animação em 3D, era preciso separar o
processamento em 8 máquinas iguais a
esta que descrevi acima.
Também tive a oportunidade de criar
material para o primeiro show do Guns
N’ Roses no Brasil, patrocinado pela
empresa de tênis que trabalhava.
Foi exatamente na mesma época em
que Michael Jackson veio ao Brasil
pela primeira vez e é fácil lembrar,
ao sair do avião, lá estava ele sob um
guarda-sol promocional verde-limão
desta mesma empresa de tênis. Foram
anos de muitos acontecimentos,
principalmente no meio pop.
Foi neste período também que
eventualmente conversava com a
secretária de um distribuidor em São
Paulo e, sabe-se lá o porque, falamos
de religião. Descobri que ela era
budista também e de forma muito
gentil, encaminhou-me pelo malote o
livro de orações dos mantras budistas,
chamado Liturgia do Budismo de
Nitiren Daishonin.
Posso afirmar que fez a diferença.
Realmente naquele período as coisas
caminhavam com prosperidade e
realizações.
Minha esposa na ocasião tinha apreço
pelo catolicismo. Grávida, queria o
batismo de nosso primeiro filho nas
águas da igreja.
Fomos convidados a participar de um
evento patrocinado pela igreja católica
chamado de “Encontro de Casais”. O
evento começa na sexta-feira, as 19h
e terminava no domingo após a missa
das 18h.
Todos de muita boa vontade,
alegres, comunicativos, simpáticos e
agradáveis. Imaginei quanto duraria
toda essa receptividade, já que penso
que ninguém é assim por todo tempo.
Bom, você acorda e dorme cantando
músicas religiosas. No fundo, acaba
sendo uma lavagem cerebral. Você vai
para casa e canta aquelas musiquinhas
por semanas...
Lá, neste evento, conheci muita gente
que poderia facilmente participar
da Opus Dei, se houvesse uma na
cidade. Enquanto o padre fazia as suas
palestras, seus discípulos o blindavam
de perguntas mais contundentes.
Penso que se é um encontro, o objetivo
seja passar informações, orientações e
acima de tudo, esclarecimentos.
Sou um questionador e não poderia
perder a oportunidade de realizar
algumas perguntas simples, mas que
esclareceriam muito a minha sede de
conhecimento.
Perguntei ao padre o por que da
necessidade de se ter um curso de
batismo e a obrigatoriedade do pais
serem casados na “santa igreja”. A
resposta foi extremamente pífia, não
dizia nada com nada. Foi então que
tive a brilhante ideia de fazer outra
pergunta que explicaria perfeitamente
a primeira.
_Quem eram os padrinhos de batismo
de Jesus e onde eles fizeram cursinho?
Um silêncio ensurdecedor tomou conta
do ambiente.
De repente, como um filme em
slowmotion que volta a velocidade
normal, vários começaram a falar
ao mesmo tempo, com inúmeras
respostas conflitantes.
Cara, um pardieiro.
Já teve aquela sensação ruim e se
perguntar: “O que eu estou fazendo
aqui”?
A minha missão em Franca estava
chegando ao fim.
O resgate que tinha que realizar
acabara de nascer.
O COMEÇO
20 anos se passaram e minha
mochilada interplanetária começa a
acontecer.
Já de volta à São Paulo e vivendo no
meu segundo casamento.
Minha segunda esposa não professava
nenhuma religião, mas poderia
dizer sem muita resistência que, no
fundo, ela era uma espiritualista “não
praticante”.
Nesse período, já com diversas
informações e experiências religiosas,
comecei a captar aquilo que me
acrescentava informações e descartava
o que não me soava bem aos ouvidos.
Uma prima de minha esposa,
evangélica, nos apresenta um amigo
supersimpático, de boa prosa, tinha os
cabelos penteados para trás da cabeça,
quase ao estilo utilizado nos tempos
da brilhantina. Voz grossa e firme, logo
sacamos que, se não é pastor, será!
Ele não era pastor, ainda...
A convite deles, fomos assistir a um
culto que era realizado na Avenida
Brasil, com um auditório muito bacana
que lembrava uma sala de cinema com
o palco na parte mais baixa, próximo a
tela.
Era a primeira vez assistindo a um culto
e, como sempre fui mais reservado,
não queria participar tendo qualquer
exposição de minha pessoa. Estava lá
para conhecer.
Mas quis o destino, que a pastora, uma
mulher de aproximadamente um metro
e cinquenta e sete centímetros, obesa,
ostentando muitos metais dourados
que me pareciam certamente serem
de ouro, cabelo com permanente, grita
lá de baixo: “Você! Jesus me mandou
profetizar uma revelação. Desça aqui
agora!”
A minha reação foi a mais inocente de
todas. Eu olhei para trás.
E novamente aquela voz bem postada,
fala alto novamente: “Você! Você que
virou para trás. É, você mesmo. Desça
aqui agora para aceitar Jesus em seu
coração! Ele (Jesus), está me falando
que você terá um negócio (empresa)
que fará muito sucesso no interior,
muitos vão querer o que você tem”.
Apesar da oferta tentadora, resolvi que
não iria descer. Eu ficaria no meu lugar.
Se a pastora fosse você? O que você
faria?
Eu acreditei que ela daria continuidade
ao culto, mas comigo não foi bem
assim.
A pastora, enlouqueceu.
Foi quando tive novamente aquela
sensação ruim de “não devia ter vindo
aqui...”.
Há alguns momentos atrás, Jesus tinha
planos de me enriquecer e, de repente,
ela fala em voz altíssima: “Você está
negando Jesus? Você será retirado do
livro Dele. Você vai arder no inferno!”
E eu pacientemente esperando que
ela terminasse, lhe respondi: “Se for a
vontade Dele, que seja feito”.
Bom, não moro no interior, não estou
rico, ninguém do interior compra nada
meu e a única coisa que falta para
conferir é saber se ao morrer, irei para o
Inferno.
Estou na torcida para que a pastora
ealmente não seja amiga íntima de
Jesus.
Mas acha que essas situações pararam
por aí?
Há apenas mais um caso que
acredito valer mais algumas linhas e
chegaremos ao objetivo deste e-book.
Acompanhei minha esposa em centro
espírita umbandista. Nada contra e
muito menos a favor.
Mas numa sexta-feira a noite, lá fomos
nós ao outro bairro da cidade para nos
consultarmos com as entidades de
“esquerda”.
Depois de aguardar por mais de uma
hora, meu número foi chamado.
Lá estava eu, de frente ao médium
que incorporava uma entidade de
esquerda, fumava charuto, bebia
pinga e logo me perguntou o que
eu queria. Começamos a conversar
e minha segunda pergunta referiase
ao fator tempo. A entidade logo
emendou uma resposta que parecia
ser decorada. “Meu tempo, é diferente
do seu. Não adianta eu lhe dizer
quando acontecerá”. Perfeito. Nada de
perguntas com fator tempo.
Foi quando na continuidade da
conversa, o médium ainda incorporado,
creio eu, me fez uma pergunta:
“Quando você viu isso?” Referindo-se
ao que eu havia comentado com ele
anteriormente.
Não me contive, tive que lhe dar
a mesma resposta: “Meu tempo é
diferente do seu. Não vai adiantar eu
lhe falar.”
É claro que não voltei mais lá.
Para entender melhor porque sempre
nos questionamos se somos deste
planeta é preciso saber o que nos leva
a fazer este questionamento. O que o
impulsiona?
O que me impulsiona é ver o que
considero um extremo atraso cultural e
social desta humanidade.
Esta semana, turistas em uma praia
brasileira resolvem fazer selfies
com um filhote de golfinho que,
aparentemente perdido, foi até
próximo a areia da praia. Os turistas,
eufóricos, já rodeados de dezenas de
outros banhistas, resolveram andar
com o filhote de golfinho fora da água.
O golfinho, é claro, morreu nas dezenas
de mãos por que passou e foi largado
ali, na areia.
Cena revoltante. Será que não havia
nenhum ser humano ali para falar
da estupidez que estavam fazendo?
Ninguém com coragem ou apenas bom
senso de impedir que o golfinho fosse
tirado do mar?
Como posso conviver com estes tipos
de animais?
Quando vejo crianças morrendo de
inanição e sede no nosso sofrido
nordeste por falta de estrutura e
atenção das autoridades.
Quando eu vejo idosos morrendo
em frente a hospitais. Quando vejo
barbáries cometidas por criminosos,
que matam por tabela todos os
familiares da vítima.
E é assim também com a fome na
África, mendigos na rua, famílias e
mais famílias vivendo literalmente em
baixo da pontes e viadutos. Sem contar
a quantidade de zumbis que vagam
pelas ruas escuras de São Paulo em
função do crack.
Moro em uma casa localizada em um
bairro considerado tranquilo da cidade,
mas não me conformo ter que usar
grades nas janelas e um portão de ferro
de dois metros e meio de altura. São
os outros animais que deveriam estar
vivendo entre grades.
Isso e muito mais coisas que vou relatar
aqui mais adiante.
Existem muitos de nós que estamos
aqui no planeta Terra por livre
espontânea vontade, mas muitos
outros, acreditam estar aqui de
maneira compulsória.
Para entender isso, é preciso tomar
como base o princípio da história da
civilização terrena, registrada muito
antes das escritas maias, astecas ou
egípcias.
Os Sumérios, provavelmente a primeira
civilização que registrou histórias
acontecidas 3.500 anos antes de Cristo,
habitavam a antiga Mesopotâmia e
estavam entre os rios Tigres e Eufrates
na “terra prometida”, o berço antigo da
humanidade.
Conseguiam fazer cálculos
astronômicos precisos de órbitas
planetárias e de nosso sistema solar.
Já sabiam que a nossa Lua é composta
de ferro, tanto que já a chamavam de
Lua de Ferro. Já sabiam que a terra era
redonda e não era o centro do universo.
Sabiam da existência de Plutão, fato
confirmado apenas em 1930.
Em seus hieróglifos, já destacavam
a existência de mais um planeta em
nosso sistema solar. O que alguns
chamam de Nibiru ou Planeta X com
trajetória de 3.600 anos.
O que isso tem haver?
Nibiru, ou o 12º Planeta como foi
chamado por Zecharia Sitchin é um
planeta ocupado por uma civilização
chamada de Annunakis. Estes, depois
de uma grave crise de minério em seu
planeta que lhes garantia um escudo
protetor, resolvem em sua passagem
por nosso sistema solar, retirar ouro do
planeta terra, para que pudessem repor
os escudos em seu planeta.
Quando chegaram aqui, encontraram
humanoides extremamente atrasados,
basicamente homo sapiens, que não
seriam tão úteis para a mão de obra
nas minas de ouro. Resolveram então
fazer experimentos genéticos entre as
duas raças, o que originou o primeiro
homem desses cruzamentos, Adamus.
Você, como eu, vê alguma proximidade
com o primeiro homem que Deus
colocou na Terra? Exatamente mo
mesmo lugar em que os Sumérios
viveram? A Bíblia o chama de Adão.
Depois de muitas tentativas genéticas,
mulheres lindas começaram a atrair o
desejo sexual dos Annunakis, até então,
proibidos de terem relacionamentos
com os terrenos. Muitos destes
Annunakis acabaram morrendo
enquanto estavam habitando o nosso
planeta. Acontecendo isso, eles foram
sugados pela “roda karmica terrestre”
e só conseguiriam retornar ao seu
planeta após cumprirem este longo
período karmico.
Dirigentes do planeta, que habitam
dimensões superiores, deram aos
Annunakis, a escolha entre passar um
longo período de aguardo em alguma
dimensão paralela ou a possibilidade
de viverem novamente “encarnados”
passando por diversas vidas no Planeta
Terra. Segundo estes dirigentes, o
tempo “encarnado” teria a sensação
de ser mais rápido do que em outras
dimensões.
Alguns decidiram passar por esta
experiência de encarne terreno na
condição de, estando aqui entre nós,
não lembrar de suas vidas passadas,
nem usar a totalidade de suas
habilidades e conhecimentos, que
eram extremamente mais avançados,
até mesmo em comparação aos dias de
hoje.
Então podemos estar vivendo com
seres de outros planetas entre nós?
A minha resposta é sim. Se são
Annunakis? Acredito que não mais.
Para reforçar esta ideia de que
podemos ser de outro ou de outros
planetas, vou usar como referência o
livro Os Exilados de Capela, um livro de
1949, de autoria de Edgard Armond,
que foi secretário-geral da Federação
Espírita do Estado de São Paulo.
Este livro conta que alguns milhões
de espíritos capelinos rebeldes que
lá existiam, atrapalhavam a evolução
geral e dali foram expurgados por
terem se tornado incompatíveis com
os altos padrões de vida moral, já
atingidos pelos demais habitantes.
Não foi um livro psicografado, mas
baseado em trechos de outros livros
psicografados como por exemplo
Emmanuel, que relata sobre esta
civilização através de Chico Xavier.
Capela é um planeta que fica na
constelação de Cocheiro e é iluminada
por 9 sóis.
Imagine a grandeza de luz que este
planeta e seus habitantes recebiam
constantemente. Capela quer dizer
“Pequena Cabra” e a olho nu é a quinta
estrela mais brilhante quando olhamos
para o céu. É um sistema múltiplo de
sóis e está localizado a 43 anos luz de
distância da Terra.
As duas maiores estrelas do sistema
de Capela são duas gigantes amarelas,
ou seja, possuem a mesma cor de
nosso sol, só que em dimensões
extremamente maiores. Se formos
comparar em termos de massa, uma
é cerca de 2,6 maior que nosso sol e
a outra 2,7. Já em relação ao brilho,
estas estrelas são cerca de 78 vezes
mais brilhantes que o sol que ilumina o
nosso planeta.
Para acreditarmos que não somos
desse planeta, antes de mais nada,
temos que admitir a pluralidade da
existência. Hoje estamos aqui, amanhã
podemos estar em nosso planeta de
origem.
Digo isso, porque o que mais se
aproxima das explicações dimensionais
é o fundamento da religião espírita,
que afirma ter subdivisões no plano
espiritual, as quais eu prefiro chamá-las
de dimensões.
Baseando-se nesse conceito,
existe vida na superfície da Terra
e em diversas outras camadas nas
dimensões superiores.
Acredito que em Capela, existam
subdivisões idênticas as da Terra, assim
como dirigentes planetários. Só assim
seria possível realizar esta viagem entre
estes dois sistemas solares. Além disso,
como seriam acomodados milhões
de visitantes, almas ou espíritos
nestas dimensões? Para quem teve
a oportunidade de ler o livro Nosso
Lar, fica fácil visualizar as estruturas e
construções nessas dimensões. Cidades
inteiras, com oceanos, florestas, lagos,
plantas e animais, dos quais muitos,
ainda não conhecemos ou não temos
lembranças permitidas enquanto
encarnados na Terra.
Só com essa informação, já poderia
dizer que sempre há uma grande
rotatividade de almas que, conforme a
sua evolução, são direcionadas a novos
planetas. Aquelas mais evoluídas, vão
para planetas mais evoluídos, já os
menos evoluídos acabam dando uma
passadinha aqui em nosso planeta
Terra.
Eu particularmente sofro com essa
lógica, afinal, estou aqui.
Alguns médiuns defendem que não só
os mais atrasados vêm para cá, mas
também seres evoluídos que querem
ajudar na causa dos demais irmãos em
progressão.
Agora imagine o seguinte:
Você, em seu planeta natal, é uma alma
que não consegue avançar moralmente
como os demais. Intelectualmente,
você é avançadíssimo, já que a
tecnologia está anos luz a nossa frente
e, ao morrer, é encaminhado sem
prévio aviso a um planeta de um único
sol, com mais de 12 horas de escuridão
diárias, e habitado por seres ainda
chamados de “homens das cavernas”.
Alguns, já conformados com a
possibilidade de evoluírem novamente
neste inóspito planeta, começam o
processo de reencarne terreno, onde
ajudarão intelectualmente a evolução
dos primatas que aqui viviam. De outro
lado, seres avançadíssimos, mas com
moralidade ainda a desejar, se rebelam
e compulsoriamente são reencarnados.
Julgando-se superiores, quais seriam os
seus desmandos na Terra?
Os que tinham maior desenvolvimento
moral, ajudaram a trazer técnicas
agrícolas, medicinais e tecnológicas
ao planeta. Tanto que, muitos se
questionam como se deu o grande
salto entre o homo sapiens e o homem
que desenvolveu a habilidade de
plantar e se manter em grupos sociais.
Quando os capelinos chegaram em
nossa órbita, na condição de almas
ou espíritos, ainda tiveram que sofrer
a metamorfose de seus corpos sutis
para corpos densos em nossa terceira
dimensão. Corpos pesados, bruscos
e que sofriam as consequências da
gravidade. Além da escuridão e frio.
Imagine a raiva, a ira e os infinitos
questionamentos do “por que”
estariam aqui, em um planeta tão
atrasado. Com certeza absoluta, já
nesse tempo, embora na condição de
encarnado e de esquecimento seletivo
de suas vidas e experiências, já havia a
sensação de muitos se questionando,
sou deste planeta? Porque no fundo
da alma, o sentimento não poderia
ser bloqueado como fora as suas
lembranças.
Às vezes, vendo Tv ou lendo notícias
na internet, me pergunto como posso
viver em um planeta onde ainda
apedrejam mulheres por supostos
deslizes conjugais, onde aqueles
considerados inimigos são decapitados
em frente a câmeras, onde homens
com promessas pífias de virgens no
paraíso se explodem e matam centenas
de vítimas inocentes?
Não suporto esse atraso moral.
Vivemos como animais (Sem ofensa ao
demais classes de animais do planeta).
Com o passar dos anos, acabei
não praticando o budismo.
Gradativamente, comecei a tomar
passes energéticos em um centro
espírita que se dizia kardecista e de
cura. Lá tive contato com o grupo
dirigente da casa, que afirmava lá
ser um centro espírita regido por
extraterrestres. O meu conceito de
extraterrestres pode ser um pouco
diferente dos demais, pois considero
qualquer um que não viva com os pés
no solo do planeta, um extraterrestre.
Os católicos falam em anjos que
habitam os céus. Bom, se estão no céu,
não são habitantes da Terra, portanto,
extraterrestres.
Mas nesse centro em específico, até
mesmo na abertura dos trabalhos,
perante a todos os frequentadores,
diziam que as luzes cromoterápicas
que recebíamos eram reflexos de
enormes espelhos de naves espaciais,
que se posicionavam acima do centro,
redirecionado a luz do sol para cada um
de nós (as reuniões eram feitas a noite).
Também fui convidado para participar
de mais 2 reuniões semanais onde
realizávamos trabalhos em outras
dimensões.
Tudo isso foi muito importante para
o conhecimento que tenho hoje e
que ajudaram a expandir minhas
experiências dimensionais.
Segundo relatos em diversos livros
psicografados, a dimensão mais
próxima a Terra, conhecida como
umbral pelos espíritas e como inferno
por outras religiões, estaria sendo
reestruturada.
Esta região em específico, escura,
cheia de energias densas acumuladas
por milhões de anos ao receber almas
desajustadas e perdidas, normalmente
na sequência do desencarne, estaria
agora sendo remodelada, limpa,
higienizada, reflorestada para que mais
irmãos em evolução, também possam
utilizar estes locais.
Tudo isso só acontece porque os
dirigentes deste planeta consideram
que estamos evoluindo e, que a
exemplo de Capela, as almas que não
se adaptaram ao projeto karmico da
Terra, serão transferidas para outros
planetas para iniciarem novo processo
de aprendizagem e elevação.
Então, fazíamos grupos com média de
10 médiuns e, através de técnica de
desdobramento, éramos direcionados
a lugares inóspitos do umbral para que
pudéssemos modificá-lo, utilizando
nosso fluído energético ou ectoplasma
para moldar os novos ambientes.
Isso era necessário pois, seres de
outras dimensões não produzem esses
fluidos. Já aqui na Terra, esses fluídos
são constantemente recolhidos em
estádios de futebol, em concentrações
de pessoas que vibram de alegria ou
por algo bom.
E o que é a técnica de desdobramento?
É sair de seu corpo, sem perder o
contato. Assim como acontece quando
dormimos e nossa alma se desprende
para realizar suas funções pessoais.
A diferença, é que estamos acordados
e conscientes.
Não recomendo que faça sozinho
Segundo especialistas, você pode não
voltar.
Como pode ter percebido, para mim,
deu tudo certo, afinal este livro não é
psicografado.
E como usar de tanto conhecimento
e técnicas para deixar que o nosso
verdadeiro eu possa vagar por onde
quiser e no tempo que quiser?
Depois de muito estudo e pesquisas,
chegou-se a conclusão de que estar
aqui encarnado é transitório. Aqui, é
uma experiência para amadurecimento
e conhecimento. E se lembrarmos
de minha experiência naquele centro
de umbanda de esquerda, em que
a entidade afirmava viver em outra
dimensão de tempo, poderemos
afirmar que aqui, também conforme as
transcrições de Zecharia Sitchin, que
achou centenas de livros impressos em
placas de argila, o tempo é mais rápido.
E essa obrigatoriedade de encarnação
é um pequeno espaço de tempo em
relação a vida eterna que temos.
Quando dormimos, a verdade é que
nosso eu sutil, pode ir onde e quando
quiser. Estranho isso?
Bom, por que lembramos de alguns
sonhos e de outros não? Por que
lembramos claramente de algumas
cenas e passados alguns minutos
acordados já não conseguimos mais
visualizá-las em nossas lembranças
recentes?
Isso acontece porque não nos é
permitido lembrar. A isso é dado o
nome de véu do esquecimento. A
questão 392 do Livro dos espíritos diz o
seguinte:
392_ Por que o Espírito encarnado
perde a lembrança do seu passado-?
— O homem nem pode nem
deve saber tudo; Deus assim o quer
na sua sabedoria. Sem o véu que lhe
encobre certas coisas, o homem ficaria
ofuscado como aquele que passa sem
transição da obscuridade para a luz.
Pelo esquecimento do passado, ele é
mais ele mesmo.
Agora, pergunto eu:
_ Se aprendemos com nossas
experiências do dia a dia encarnados,
evitando que erros cometidos ao
longo de nossas vidas se repitam,
qual é o problema de lembrarmos
de erros de outras vidas? Quanto
essas experiências nos poupariam
de cometer os mesmos erros e
aproveitaríamos este tempo que
estamos aqui para aprender mais?
Como você pode ter percebido, sou um
questionador compulsivo.
E de tanto questionar, fui recomendado
a utilizar de uma técnica que uso até os
dias atuais. Uso todos os dias em que
quero uma nova experiência astral.
Para fazê-lo é bem simples.
Basta que peçamos ao nosso amigo
e protetor que nos acompanha por
diversas encarnações aqui na Terra o
que queremos exatamente.
A princípio, recomendaram que
eu pedisse antes de dormir para
participar de palestras onde a
minha sede de conhecimento seria
sanada. Um espírito jamais perde
seu conhecimento. Salvo é claro, na
condição de encarnado, onde o véu do
esquecimento é obrigatório.
E como acreditar que há um amigo
invisível ao seu lado o tempo todo?
Bem simples de provar também.
Lembra aquela situação em que você
sempre faz o mesmo caminho e, de
repente, algo lhe diz, vire aqui agora?
E mais tarde, você fica sabendo que
um acidente horrível aconteceu
exatamente na hora e no caminho que
costumava usar?
Pois bem. Quem você acha que está
ao seu lado aconselhando o melhor
para você? Ele, o nosso amigo que nos
acompanha por diversas vidas e ficará
conosco até que nós cumpramos as
nossas experiências e aprendizados.
infelizmente, numa proporção
até maior, acabamos escutando
os conselhos de quem não quer
exatamente o nosso bem, mas isso
ficará para outra hora ou, quem sabe,
um novo livro.
Depois que começar a dominar esta
técnica, os limites serão poucos
para que vá exatamente onde quer e
tenha cada vez mais informações e
conhecimentos de outros planetas e
outras dimensões.
Porém, antes de fazer este exercício,
são necessários uma programação
e um preceito durante seu dia.
Esta preparação é extremamente
importante para que o resultado seja o
melhor possível.
Algo pode dar errado?
Sim. As vezes experiências não tão
agradáveis podem acontecer, mas há
como se prevenir.
Essa experiência é o resultado da
frequência em que você se encontra,
principalmente antes de pegar no sono
e a vontade real de que aconteça.
Se beber antes de dormir, seu espírito
embora livre, sofrerá os efeitos
alcoólicos agindo sobre o corpo. Se
você ver um filme violento, de terror
ou que simplesmente abaixe sua
frequência vibratória, será o suficiente
para irmos parar em locais condizentes
com essa mesma vibração.
Ou seja, queremos ir para lugares de
alto padrão vibratório, precisamos nos
preparar para tal.
Vou dar alguns exemplos.
Sabe aqueles sonhos que parecem
malucos, com diversas pessoas que
não conhecemos e em diversos lugares
que nunca fomos? E ao acordarmos
temos apenas pequenos flashs do que
aconteceu e acordamos mais cansados
do que antes de dormir?
A boa notícia é que você esteve
realmente nesses lugares e também
encontrou essas pessoas. A lembrança
de diversos lugares em um mesmo
sonho é a capacidade de podermos nos
projetar onde quisermos na velocidade
do pensamento. Se estivermos
desorientados é comum que o espírito
passe por alguma situação e queira
sair de lá imediatamente, mas sem
controle acaba indo para outro lugar
que também não será muito bom, já
que o termômetro para ser bom ou
ruim é especificamente o seu padrão
vibratório.
Eu tinha uma grande ligação com um
grande amigo que acabou falecendo,
vítima de um acidente de moto. Eu
estava telefonando para ele vir em
casa almoçar comigo, mas o telefone
dele só chamava e, nunca mais, seria
atendido por ele. Foi uma notícia muito
triste.
Tínhamos acabado de fechar uma
grande parceria para representarmos
com exclusividade um conhecido
parque aquático com piscina de ondas
para todas as escolas no Brasil.
Perdi o amigo e não tinha condições de
tocar este novo negócio.
Passadas algumas semanas, meu
amigo guardião me levou ao encontro
dele. Ele estava em um lugar sombrio.
Só havia uma pequena claridade nos
envolvendo e todo o resto a nossa volta
era extremamente escuro.
Eu pedia para ele me acompanhar.
Queria a todo custo levá-lo de onde
estava. Ele de uma maneira ríspida
disse que não iria. Um “eu não quero”
decisivo e agressivo. Acabei insistindo
mais uma vez e novamente a resposta
foi um absoluto “não”.
Comecei a rezar a nossa Mãe Maria
por misericórdia e nesse momento,
diversas pessoas começaram a sair
da escuridão. Pessoas vestidas com
aspecto feudal, portando lanças, facões
e um cara com um machado de duas
lâminas, me empurrou e levantou o
machado por cima de sua cabeça para
me proferir um golpe.
Neste exato momento, ergui minha
mão direita em direção ao alto e um
flash de luz enorme aconteceu. Fui
envolvido em uma grande bola de luz.
Nesse momento observei que haviam
chego ali, seres iluminados, um homem
e duas mulheres. Instantaneamente
já não estávamos mais ali no local
sombrio.
Uma das mulheres, num tom delicado
e com um leve sorriso no rosto faloume
pausadamente:
_ Você já pode abaixar o braço....
Foi então que percebi que realmente
não tinha abaixado o braço desde a
tentativa de agressão daquele ser
sombrio.
E o que mais me marcou foi eu ter dito
a ela:
_ Quando os outros souberem, vão me
zoar por um longo tempo....
Acordei imediatamente.
Então muitas perguntas passaram em
minha mente.
Eu realmente estive lá?
Essas pessoas que vieram ao meu
socorro me conheciam?
Quem eram os outros que iriam me
atacar?
Passados alguns dias, fui tomar meu
passe no centro e um médium do nada,
me disse o seguinte:
_ Você tem andando em lugares que
não tem permissão. Mas não adianta,
não é mesmo? Você sempre vai,
mesmo com muitos dizendo que não
deveria.
Pronto. A confirmação de que estive lá
e encontrei aquelas pessoas acabara de
acontecer.
Por um lado, estava extremamente
feliz, já que conseguira ir a outro lugar.
Por outro, por que ter permissão de ir?
Ataques acontecem com certa
frequência quando acabamos por ir
a locais de vibração baixa. Existem
diversos tipos de ataques que podem
trazer sequelas ao acordarmos.
Quando dormirmos e seguimos em
desdobramento, andando para frente,
ou para trás no tempo, estamos
conectados ao nosso corpo físico por
um fio de prata. É um fio da espessura
de um cabelo, resistente e não importa
a distância, nos conecta o tempo todo.
Já teve aqueles pesadelos que você
acorda imediatamente?
Como se seu corpo tivesse sido
arremessado na cama. Acordamos
atordoados, com uma sensação
desagradável e lembramos
rapidamente do aconteceu. É uma
defesa de nosso espírito. Quando
estamos em situação de perigo, na
velocidade do pensamento somos
reconectados ao nosso corpo,
independente da distância que o nosso
espírito se encontrava. Esse fio “prata”
é o que garante que não percamos
o caminho de volta. É raro, mas do
“outro lado” há quem saiba como
romper este fio. Quando isso acontece,
pode nos induzir ao estado vegetativo.
Já tive a oportunidade de ser atacado e
de ter recebido uma descarga elétrica
tão forte que acordei de imediato com
o corpo endurecido e sem respirar. Foi
um susto.
Mas felizmente, muitas outras coisas
boas aconteceram.
Aos finais de semana, durmo por mais
de doze horas seguidas. Assim sei que
terei muito tempo para vagar por onde
eu quiser.
O tempo estendido “do outro lado”
permite ir a diversos lugares, por mais
distantes que sejam em uma única
dormida.
Quando mais jovem, fui escoteiro,
pude ter o privilégio de salvar as vidas
de uma família inteira que passeava
em pequeno barquinho a remo, que
seria para no máximo duas pessoas.
Nele estavam o esposo, uma criança
de quatro ou cinco anos e a esposa
grávida, que pelo tamanho da barriga,
deveria estar com seis meses. Lanchas
enormes passavam pelo canal da
praia e uma delas provocou um
deslocamento de ondas que acabaram
virando o barquinho da família.
Nenhum deles usava coletes.
Resumindo, o barquinho deles
afundou, mas conseguimos resgatar
a família inteira. Fomos remando com
o nosso barco, bem maior, para sete
pessoas e deixamos a família nas areias
da praia.
Em outra ocasião, estava pegando
onda com meu caiaque e vejo três
homens se afogando. Um tentando
segurar no outro e, na verdade, um
puxando o outro para baixo. Remei
apressadamente e, quando estava
muito perto deles, pulei no mar e
empurrei o caiaque para eles se
segurarem. Se eu permitisse que
eles me segurassem, me afogariam
também.
Segurando no caiaque, os três foram
empurrados pelas ondas até onde seus
pés alcançavam o chão. Estavam tão
bêbados que quase se afogaram no
raso...
Com certeza estava no local certo e na
hora certa.
Acredito que salvar vidas faça parte de
meu destino.
Mesmo quando durmo, estou sempre
resgatando pessoas.
Principalmente crianças.
Como havia dito anteriormente, esse
deslocamento que fazemos ao dormir,
permite que andemos no presente e no
passado.
Recentemente estive reunido com
amigos que obviamente não me
ecordava. Estava no Japão feudal,
em uma casa enorme, parecia uma
fortificação antiga e era iluminada
apenas por tochas acesas. Era um
sonho em preto e branco, com luzes
e sombras muito bem definidas.
Parecia uma cena de cinema, nítida,
com japoneses que lembravam muito
samurais de quimonos, cabelos
cumpridos, presos no topo da cabeça
e conversávamos fluentemente. Eles
em japonês e eu em português. O mais
interessante é que nos entendíamos
perfeitamente.
O que lembro perfeitamente ao
acordar foi a palavra “Meiyo” que um
deles disse antes que eu acordasse.
Procurei no dicionário para saber se
faria algum sentido e para mim, fez.
Significa “honra”.
Assim como estive em outro lugar
com pessoas que aparentemente
conhecia há algum tempo e falavam
fluentemente em inglês. Meu inglês
não é tão fluente assim e quando
tinha dúvidas sobre o que falavam,
perguntava em português se a minha
tradução estava certa e o mais
impressionante, é que eles diziam
que sim em inglês. É obvio, recorri ao
dicionário assim que acordei para me
certificar que estava realmente tendo
uma conversa novamente em outra
língua.
O que aprendi com isso é que no
desdobramento do sono, não há
barreiras de comunicação. Na verdade,
não há barreira alguma.
Não há barreira de linguagem, de
distância nem cronológica.
Tenho que confessar, me faz muito
bem, estar ausente do corpo,
principalmente porque quando retorno,
encaro esta dura realidade de nosso
planeta.
Às vezes vago por terras distantes,
somente eu, geralmente estou em um
enorme prédio de apartamentos, no
canto de uma enseada.
Pelo ângulo que vejo o horizonte, devo
estar acima do trigésimo andar. Muito
alto.
O edifício é todo envidraçado com
grandes sacadas sem móveis. O
mar é de um azul intenso, o céu se
funde ao fundo e há uma grande área
verde que antecede a área de praia.
Normalmente passo por lá e fico
observando a paisagem. Nestes dias,
não tenho pressa de voltar e acabo não
me lembrando de quase nada.
Normalmente para chegar a este
paraíso, os meus dias, quando
acordado, são tranquilos e comuns.
Como relatei anteriormente, a
qualidade de seu desdobramento
depende exclusivamente de você. Para
tentar me manter em um equilíbrio
mínimo satisfatório, adoto a técnica
de dormir com música instrumental e
TV desligada. Inclusive, as ondas de
energia que a TV emite enquanto você
dorme, mudam sutilmente a nossa
frequência vibratória. Com isso, o
destino de nossa “viagem” pode tomar
outros rumos.
Evito também uma alimentação
pesada antes de deitar. Comer feijoada,
churrasco, uma pizza inteira, podem
interferir na qualidade de seu sono. Isso
ocorre porque o processo de digestão
consome uma energia enorme de
seu corpo. Energia que pode te
impossibilitar de ir a algum lugar mais
distante. E quando falo distante, falo
também em outras dimensões. Para
se entrar em outras dimensões é
necessária uma mudança estrutural
do corpo astral. Lembre que só não
vemos pessoas de outras dimensões
andando ao nosso lado porque estão
em corpos de menos massa densa. São
composições sutis.
Agora, o que poderá ser uma grande
surpresa para você é o fato que as
dimensões superiores nos veem
com clareza, embora, para haver
a comunicação de lá para cá, sim
isso acontece, da mesma forma
que podemos ir, eles podem vir, é
necessário que eles façam um grande
esforço para descer ao nosso padrão
vibratório, mais denso e por que não
dizer mais sujo e incomodo?
Esse contato é muito desejado por
todos, em todos os orbes e por todos
os seres em processo de evolução.
Alguns relatos de pessoas que praticam
esses intercâmbios, afirmam que,
em breve, haverá tecnologia para
comunicação entre dimensões como
um telefone de videoconferência.
Outra característica é que a quarta
dimensão, onde estão nossos amigos
aguardando sua oportunidade de
reencarnar na Terra e muitos outros
viajantes de outros planetas estão,
no mínimo, cem anos adiantados
tratando-se de tecnologia. Tudo o que
projetamos aqui ou “descobrimos”, são
o reflexo do já aconteceu lá com muita
antecedência.
Como isso é possível?
Faremos uma conta rápida.
Aqui na Terra, para aprovarmos, por
exemplo, o uso de um medicamento,
normalmente, os pesquisadores são
médicos, biólogos formados, com
mestrados e doutorados, levam anos
de pesquisa e finalmente anos de uso
em cobaias até a liberação. Eu diria uns
quarenta ou cinquenta anos.
Levando em conta que na outra
dimensão, levaram o mesmo
tempo para descobrir esse possível
medicamento, já teríamos uma média
de oitenta anos a frente.
Começamos esta conversa comigo
afirmando que poderíamos pedir ao
nosso amigo protetor para termos
aulas e assistirmos palestras, não foi?
Bom, eu tive esse privilégio e vou
relatar algo que realmente me deixa
extremamente feliz com que aprendi.
No início, eu ainda não havia
percebido, mas estava sendo instruído.
Me via constantemente correndo e, de
repente, após pegar muita velocidade,
inclinava meu corpo de maneira a ficar
paralelo ao chão e começava a ajudar
a impulsão com as mãos. Aos poucos,
fui sentindo que estava planando rente
ao chão e que eventualmente usava
as mãos para gerar mais impulsão.
Subia alguns metros do chão, realizava
pequenas manobras e retornava a
pegar impulso. Passei meses sonhando
isto. Era uma sensação sensacional,
de liberdade e leveza. Queria que
todos os dias ao dormir, eu pudesse
experimentar novamente esta
sensação.
Quando estava se tornando um hábito,
veio a segunda instrução.
Sempre era levado para lugares onde
havia vento forte. O vento era tão forte
que ao inclinar o corpo para frente, já
sentia uma pequena decolagem, de
poucos centímetros do chão. O começo
foi assim, dia após dia. Sentia o vento
forte contra o corpo e logo começava
a planar como se estivesse praticando
paraquedismo, só que subindo e não
caindo.
Senti que a força do vento com o
passar das semanas, ficava mais fraco
até que comecei a sentir pequenos
deslocamentos de ar, de maneira muito
sutil, mas que possibilitavam a mesma
manobrabilidade que antes, só era
possível com rajadas extremamente
fortes.
E isso era muito legal. Eu não podia
sentir nem uma leve brisa e lá estava
eu decolando e, agora, decidindo até
onde subir, para onde ir e quando
pousar. Da mesma maneira que o
vento sustentava meu corpo ao subir,
sustentava também na aproximação do
chão.
A terceira etapa e por enquanto a
última, é a que mais me surpreendeu.
E como houve uma evolução em todo o
processo de aprendizado, só posso crer
que realmente tratou-se de instruções.
Nesta etapa, fiz algo que só conhecia
por literatura e, nela, dizia que somente
espíritos em estágios avançados
dominavam esta técnica. Sempre que
penso nisso sinto uma eletricidade
enorme percorrer a base de minha
nuca, assim como meus braços.
Fui levado a um labirinto de pedras
tridimensional, sem portas e com a
aparência de um edifício que está
subindo andares, com poucas paredes
e vãos abertos ao invés de janelas.
Nesse lugar, havia mais uma pessoa
que não lembro a fisionomia, mas
estava lá para me dar esta última aula.
Ele ia a frente e eu tinha que segui-lo,
não importando o caminho que ele
fizesse. Algo como uma brincadeira
infantil de “siga o mestre”.
Nos primeiros movimentos, usei
as técnicas que já dominava, ele
pulava entre uma torre e outra e eu o
seguia. Só que as regras de gravidade
pareciam estar alteradas. Parecia um
filme de astronautas na lua. Fiz coisas
interessantes como correr e pegar
impulso dando um ou dois passos nas
paredes para me deslocar entre vãos.
Mas aí veio a surpresa final.
Aquele quem eu seguia, pulou do
segundo pavimento em direção ao
chão. Fui atrás por osmose e conforme
o chão se aproximava, imaginava
o impacto que eu teria, até mesmo
me esborrachar, mas nada disso
aconteceu.
Fiz um pouso tranquilo, diminuindo
a velocidade de chegada como se
estivesse desacelerando. Como se
minhas mãos provocassem um empuxo
contra o chão. Depois disso, percebi
que poderia fazer este deslocamento,
usando este “empuxo” para qualquer
direção. Poderia me deslocar para os
lados ou até mesmo, decolar do chão e,
o melhor de tudo, poderia me deslocar
rente ao chão sem precisar andar.
Como em um filme de fantasmas.
Tive a oportunidade de poder utilizar
esta técnica por diversas vezes, embora
não seja mais tão habitual. Talvez seja
por minha culpa.
A turbulência da situação econômica
do país, a preocupação com a empresa
que dirijo e, com certeza absoluta,
a alteração de minha frequência
vibratória, que não anda das melhores.
Estar bem equilibrado é ponto
fundamental para que possamos
realizar estas viagens com segurança
e podendo ir exatamente para onde
queremos.
Vou terminar este livro com a melhor
viagem interplanetária que já realizei
até os dias de hoje.
Pouco antes de completar um ano do
falecimento de minha avó materna,
tive a grande oportunidade de
reencontrá-la em meu desdobramento
noturno.
Nesta viagem, a Terra ficou muito
distante.
Estava em uma sacada de
apartamento, em andar elevado, onde
as cortinas balançavam levemente sob
a brisa suave que ali ocorria.
Era um final de tarde como nunca
visto antes. Tamanha beleza em um
céu alaranjado, com temperatura
agradável, mais para o quente, quando
aparece em uma das portas de acesso à
varanda, minha adorável e amada avó
materna. Que saudades!
Depois que me mudei para São
Paulo, já não a via com a mesma
frequência. Ela residia a 80 km de casa.
Enquanto ainda gozava de uma saúde
estável, morava sozinha no mesmo
apartamento que me acolheu por
diversas vezes.
Casa simples, móveis simples, uma
portuguesa que chegou ao Brasil
ainda criança, que criou seus filhos
dignamente e ainda ajudou muitos
netos em suas necessidades. A idade
já fazia efeito e seu corpo reduzia de
tamanho gradativamente. Tinha olhos
verdes, cabelos castanhos escuros e
estava sempre rindo, mesmo depois de
muitas passagens tristes em sua vida.
Casou-se uma única vez e após a
morte de meu avô, nunca mais se
relacionou com ninguém. Eu adorava
cutucá-la falando que os velhinhos
na rua estavam paquerando-a.
Imediatamente respondia:
_ Só quero se for um coronel de uma
fazenda!
E logo em seguida, ficava rindo.
Sempre foi uma mulher ativa,
independente, que gostava da
liberdade de ir e vir. Mas tudo isso ficou
par trás.
O tempo é implacável e parafraseando
um amigo, o corpo é uma máquina que
tem validade.
Ao nascermos, a única certeza é que a
máquina irá parar. Gradativamente, o
corpo foi ganhando mais resistência e
em apenas 50 anos, a expectativa de
vida dos brasileiros passou de 48 para
73,4, segundo dados do Censo 2010
do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Minha avó agora com mais de 90 anos
já não tinha mais a mesma saúde. Uma
inflamação em seu joelho começou a
impossibilitá-la de andar, de se firmar
em pé e acabou se mudando para a
casa de um de seus filhos.
Lá a tristeza tomou conta de si.
Passava a maior parte do tempo em
uma poltrona, destas de amamentação
em que as mães sentam com seus
bebês ou estava deitada em sua
cama. Assistia TV praticamente o dia
todo. Aos poucos perdeu o hábito de
diariamente ler o jornal pela manhã
e para se deslocar, precisa de uma
cadeira de rodas.
Como deve ser difícil viver dependente
de alguém para lhe ajudar a tomar
banho, ir ao banheiro, cozinhar, lavar,
passar ou ir do quarto para sala.
Em um de nossos últimos encontros,
na casa de meu tio, ela relatou que
como saia da cama para a poltrona ou
para a cadeira de rodas, ficava semanas
sem ver a rua. A janela em nível mais
alto que a altura dela sentada, dava
no máximo uma visão parcial do
céu e dos vizinhos dos outros blocos
de apartamentos que residiam em
andares superiores.
Em uma ocasião, havia me relatado
que não via a rua desde a minha última
visita e isso fazia mais de cinquenta
dias. Ninguém a levou para tomar um
pouco de sol, dar uma volta na calçada
do edifício. Nada.
Nesse momento, seus olhos se
encheram de lágrimas e os meus
também.
No adia anterior a sua passagem,
escutei por diversas vezes em minha
mente um pedido de ligar para a minha
avó. Por duas ou três vezes, a imagem
dela vinha em minha mente, mas as
“prioridades” no trabalho diziam para
ligar depois. O dia chegou ao fim e
eu havia ignorado a intuição. No dia
seguinte pela manhã recebo uma
ligação de minha prima. Nem era
preciso dizer o que havia acontecido.
Não acredito no “descanse em paz”.
Uma pessoa de enorme coração, com
amor puro e incondicional, merecia
mais do que descansar, merecia voltar
a ter uma vida digna.
Nesse encontro, a encontrei ainda
fraca, não totalmente recuperada dos
desenlaces corpóreos, afinal foram
mais de noventa anos usando-o,
mas felizmente, já de pé e com certa
dificuldade, dando pequenos passos.
Conversamos observando o fim de
tarde. Foi um encontro maravilhoso e
cheio de sentimentos. A nossa ligação
realmente vinha de muito antes de
nos encontrarmos novamente aqui
na Terra. Foi uma noite de sonho
inesquecível.
Com certeza, ela estava de volta ao seu
lar e, quem sabe, o meu também.
Ela apontou para a direção do
horizonte e por aproximadamente
quinze minutos vi o entardecer mais
lindo de minha vida.
Não posso afirmar com exatidão de
onde estávamos, mas um detalhe
comprovava que estava a anos luz me
meu planeta.
Dois sois alinhados horizontalmente
desciam em direção ao horizonte
alaranjado e, conforme desciam, se
aproximavam um do outro.
Apenas abracei minha avó e aos poucos
senti o chamado de meu corpo.
O retorno, foi uma longa viagem.
O FIM DO COMEÇO
Escutei de um amigo de luz que
costuma me acompanhar em reuniões
de estudo, que a intensidade de
tristeza causada pelo desencarne de
uma pessoa que amamos é a mesma
em alegria nas pessoas que irão
recepcioná-los em seu retorno a outras
dimensões.
Que seria egoísmo de nossa parte
querermos essa pessoa o tempo todo
somente para nós. Que lá, em outras
dimensões, amigos e antigos parentes
tem a mesma saudade que temos
quando de sua partida.
Que esse sentimento de saudade deve
ser substituído pelo sentimento de
amor, pois somente o amor verdadeiro
transpassa qualquer barreira de tempo,
de dimensões, inferiores ou superiores,
e de distâncias.
Esta vibração de amor é capaz de salvar
almas ainda perdidas na escuridão, é
capaz de gerar uma única centelha,
suficiente para que os socorristas do
além com seus cães guias e os irmãos
padioleiros possam finalmente resgatálos.
Te aguardarei para compartilharmos
esta e muitas outras experiências em
algum canto do universo que nossas
mentes nos enviar.
Fim