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DEZEMBRO 2018

Edição nº 248

Edição nº 248

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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIV | Número 248 | Dezembro <strong>2018</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Aos nossos associados, patrocinadores,<br />

amigos e colaboradores desejamos<br />

Para a Revista Lusitano<br />

de Zurique, <strong>2018</strong> foi um<br />

ano calmo, sem grandes<br />

expectativas. Entrámos<br />

em 2019, com mais confiança<br />

e na esperança<br />

de continuar a fazer<br />

parte da leitura dos<br />

portugueses em Zurique<br />

e não só...<br />

EDITORIAL DIREITO SAÚDE<br />

A todos os nossos leitores, colaboradores<br />

e amigos, desejamos umas de insolvência do patrão<br />

patologia neurológica, crónica e<br />

A compensação pecuniária em caso<br />

A doença de Parkinson é uma<br />

03 04 09<br />

Boas Festas e um Bom Ano 2019<br />

progressiva...


O marco que Manuel Beja nos deixou<br />

aqui na Suíça, muito dificilmente<br />

conseguirá ser alcançado...<br />

Multa de CHF. 200 por não comparência<br />

numa noite de reunião de<br />

pais na escola<br />

Partiu a 29 de Outubro<br />

para o seu eterno<br />

descanso, mas deixa<br />

um legado sem igual à<br />

comunidade Portuguesa<br />

de emigrantes. Que a<br />

luta pela igualdade de<br />

direitos e a liberdade<br />

nunca morra!<br />

O período experimental terminou e<br />

o seu filho desistiu da “Lehrstelle“.<br />

LUSITANO de Zurique<br />

2 Publicidade<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

Futebol<br />

InCentro<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />

incentro@cldz.ch<br />

Publicidade 079 222 09 14/armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Rancho folclórico<br />

076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Edição anterior<br />

Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIV | Número 247 | Novembro <strong>2018</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Sindicalista, Conselheiro,<br />

Camarada, Amigo, mas<br />

acima de tudo o Homem das<br />

grandes lutas da emigração.<br />

Faleceu aos 73 anos.<br />

ATÉ<br />

SEMPRE<br />

MANUEL<br />

BEJA<br />

EDITORIAL DIREITO COMUNIDADES<br />

03 06 17 Não desespere. Existem soluções!<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

Publicidade


Editorial<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 3<br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão nº 12 A - CCPJ<br />

Editorial<br />

Boas Festas<br />

Mais um ano que está a chegar ao fim.<br />

É incrível como um ano cheio de expectativas passa tão depressa, ficando<br />

sempre a sensação que metade do que nos propusemos a realizar,<br />

ficou por fazer.<br />

<strong>2018</strong> foi um ano “confortável“. Começou a uma segunda-feira, cheio de<br />

confiança, esperança e sonhos. E termina na mesma, a uma segunda-<br />

-feira, na esperança que 2019 seja muito melhor.<br />

Em Portugal, <strong>2018</strong> foi um ano que felizmente não ficou marcado pelos<br />

incêndios, nem pela política, nem pelo futebol. Foi um ano confortável,<br />

que apesar de casos desconfortáveis como o caso da Raríssimas, do<br />

Sporting e do orçamento de Eestado, manteve-se calmo e sem grandes<br />

tumultos.<br />

Na Suíça foi um pouco do mesmo dos anos anteriores. Aumento dos seguros<br />

de saúde, continuação da discussão sobre os acordos bilaterais<br />

com a Europa e as mudanças no Conselho Nacional Suíço.<br />

Com mais ou menos expectativas, com mais ou menos realizações, a<br />

verdade é que <strong>2018</strong> está a chegar ao fim. É hora de fazer um balanço e<br />

pensar nos objectivos do novo ano que se aproxima.<br />

Também para nós, Revista Lusitano de Zurique, <strong>2018</strong> foi um ano calmo,<br />

sem grandes expectativas. Mas entrámos em 2019, com mais confiança<br />

e na esperança em continuar a fazer parte da leitura dos portugueses<br />

em Zurique e não só.<br />

E por isso, a todos os nossos leitores, colaboradores, patrocinadores e<br />

amigos, desejamos umas Boas Festas e um Bom Ano 2019<br />

EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - nº CC 12 A<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - nºCC 15 A<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves nº CC 16 A<br />

4 Maria José Bernardo nº CC 13 A<br />

4 Pedro Nabais nº CC 14 A<br />

4 Joana Araújo nº CC 11 A<br />

4 Jorge Rodrigues nº CC 17 A<br />

4 Jorge Macieira nº CC 28 A<br />

4 Maria dos Santos nº CC 27 A<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

4 Cândido Abreu<br />

4 Costa Guimarães - Jornalista<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam necessariamente<br />

a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 3000 A<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Apoios:<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.eu


4<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Direito<br />

A compensação pecuniária em<br />

caso de insolvência do patrão<br />

V Daniel Bohren<br />

[Advogado]<br />

Infelizmente acontece: Você trabalha<br />

no duro e o salário é pago<br />

tarde demais, ou apenas parcialmente<br />

ou não é pago de todo. O<br />

empregador arranja desculpas e<br />

faz muitas promessas. Você confia<br />

no empregador e nas suas promessas<br />

e também não quer arriscar<br />

uma rescisão e tem paciência.<br />

Paciência a mais é aliás contraproducente,<br />

porque pode perder<br />

direitos, se o seu empregador se<br />

encontra ou se torna insolvente,<br />

quer dizer se já não em dinheiro<br />

para pagar os ordenados.<br />

Basicamente os contratos de trabalho prevêem uma obrigação<br />

de antecipação de cumprimento, quer dizer, primeiro trabalha-se<br />

e só depois se recebe o salário. Os empregados também têm<br />

uma obrigação de lealdade para com o empregador. O empregado<br />

não pode simplesmente ficar em casa, apenas porque o<br />

salário no fim do mês não foi transferido na íntegra para a conta<br />

bancária. Por outro lado também não se deve ter demasiada<br />

paciência com o empregador em falta, porque se perde no caso<br />

de insolvência do patrão o seu direito a uma compensação pecuniária<br />

por insolvência do fundo de desemprego.<br />

O que é uma compensação pecuniária em<br />

caso de insolvência?<br />

Quem trabalhou e não pode mais obter o salário do empregador,<br />

porque este ficou insolvente e abre falência, tem face ao fundo<br />

de desemprego direito a uma compensação de insolvência no<br />

montante dos créditos do salário de 4 meses antes da dissolução<br />

da relação laboral. Condição para tal é aliás, que faça valer<br />

a sua exigência face ao empregador por meio de um procedimento<br />

de execução ou – se a exigência de salário é contestada<br />

pelo empregador – também em tribunal e exija se necessário a<br />

abertura de falência para o empregador.<br />

Empregados que após o fim da relação laboral esperam vários<br />

meses para proceder a execução e / ou queixa podem perder os<br />

seus direitos a uma compensação pecuniária de insolvência. O<br />

requerimento de uma compensação de insolvência tem de ser<br />

posto a saber dentro de 60 dias após abertura da falência, caso<br />

contrário caduca o direito.<br />

Como deverá então proceder se o salário<br />

não é pago na íntegra e se existe a possibilidade<br />

que o empregador esteja ou se<br />

torne em breve insolvente?<br />

1. Não deverá esperar demasiado para interpelar<br />

o empregador por escrito e repetidamente para<br />

que cumpra e pague o salário na íntegra, pondo-<br />

-lhe um prazo para tal.<br />

2. Se as interpelações não surtirem efeito, deverá<br />

pensar numa rescisão regular com cumprimento<br />

do prazo de rescisão, porque pelas exigências de<br />

salário que datam há mais de 4 meses contados<br />

a partir do último dia de trabalho, não tem direito a<br />

compensação de insolvência. Para créditos maiores<br />

também pode entrar em questão uma rescisão<br />

sem aviso prévio, mas deverá aconselhar-se primeiro<br />

competentemente.<br />

3. Depois do último dia de trabalho não deverá<br />

esperar muito pelo processo de execução e – se<br />

houver contestação da exigência – pela queixa.<br />

Queixas por exigências de salário inferiores a CHF<br />

30’000 são gratuitas. Se precisar de apoio de um<br />

advogado, não puder, para além do seu custo de<br />

vida, no entanto pagar a advogado nenhum, tem<br />

em todo o caso direito a que o Cantão lhe pague o<br />

advogado.<br />

4. Para obter uma compensação pecuniária por<br />

insolvência, tem basicamente a obrigação, de<br />

propor a execução e requerer uma abertura de falência.<br />

Isto pode a saber ser problemático, porque<br />

tem de avançar com as custas de execução e de<br />

tribunal e estes podem elevar-se a vários milhares<br />

de francos. Se lhe faltarem os meios, pode no<br />

entanto ser libertado em parte do adiantamento<br />

das custas. Se para além disso a insolvência do<br />

empregador for óbvia (por exemplo com base no<br />

extrato do registo da execução), então pode obter<br />

a compensação pecuniária por insolvência a saber<br />

ainda antes da abertura de falência.<br />

5. O requerimento de compensação pecuniária<br />

por insolvência tem de ser feito o mais tardar até<br />

60 dias após a abertura de falência. Para este<br />

efeito deve-se controlar o jornal “Schweizerisches<br />

Handelsamtsblatt” onde se publica as falências.<br />

Tem para além disso de perseguir os seus direitos<br />

no processo de falência e registrar a sua exigência.<br />

Por experiência a insolvência de empresas mais pequenas é<br />

com frequência óbvia, de modo que não é necessário percorrer<br />

todo o caminho até à abertura de falência. Todo o processo requer<br />

paciência, mas vale na maior parte dos casos a pena.<br />

Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:<br />

Bohren Rechtsanwalt,<br />

Postfach 229,<br />

8024 Zürich<br />

ou para: mail@dbohren.ch


Comunidade<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 5<br />

Profetas do amor<br />

Pedro Nogueira<br />

Ser voluntário é sem dúvida<br />

um ato de grande amor ao<br />

próximo, o lema é ajudar, investir<br />

o seu tempo livre em<br />

ações humanitárias, está no<br />

á ADN desta gente, sentem-<br />

-se realizados por praticarem<br />

o bem sem pensarem<br />

em receber algo em troca,<br />

para mim são muito mais<br />

que voluntários.<br />

Este grupo de gente boa,<br />

realizou no passado dia 24<br />

de Novembro mais um jantar<br />

de solidariedade no salão<br />

de Festas da Igreja Félix<br />

& Regula e no qual eu tive<br />

a honra de participar em<br />

representação do Banco<br />

Santander, este jantar, e seguindo<br />

a linha dos anteriores<br />

teve como objetivo angariar<br />

fundos, desta vez foi para a<br />

Matilde, já vem sendo abito<br />

estes amigos juntarem-se,<br />

arregaçam as mangas e<br />

põem mãos á obra, já é o<br />

terceiro jantar que organizam<br />

com o mesmo objetivo<br />

“AJUDAR QUEM PRECISA”.<br />

A Matilde, é uma menina<br />

que teve a infelicidade de<br />

nascer com uma paralisia<br />

cerebral, por isso precisa<br />

de tratamentos que custam<br />

muitos milhares de euros, a<br />

cada trimestre são precisos<br />

5.000€ só para tratamentos,<br />

não contando com a estadia<br />

dos pais e alimentação, é<br />

obvio o sacrifício que os pais<br />

da Matilde fazem para poder<br />

proporcionar uma melhor<br />

qualidade de vida á Matilde,<br />

a esperança é sempre a ultima<br />

coisa a morrer dentro de<br />

nós, é compreensível esta<br />

luta diária por parte dos pais<br />

da Matilde, qual o pai ou<br />

mãe que não faria o mesmo<br />

pela sua filha?<br />

Como povo solidário, não faltamos,<br />

sala estava cheia e toda<br />

a gente muito feliz por poder<br />

contribuir para um futuro mais<br />

risonho da Matilde, e para estes<br />

homens e mulheres que se<br />

dedicam a ajudar quem precisa,<br />

o meu agradecimento, não<br />

os vou chamar de voluntários<br />

novamente mas sim de PRO-<br />

FETAS DO AMOR porquê?<br />

Porque tudo o que fazemos<br />

para alguém que precisa de<br />

nós é sem dúvida uma grande<br />

demonstração de amor ao<br />

próximo, o verdadeiro amor é<br />

quando ajudamos alguém que<br />

necessita de nós.<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

QUAL É O BANCO QUE<br />

O LIGA A PORTUGAL?<br />

A Caixa, com certeza. Um Banco com 140 anos de história<br />

e uma vasta experiência na oferta de soluções financeiras<br />

adequadas a quem está longe.<br />

A CAIXA. COM CERTEZA.<br />

www.cgd.pt | (+351) 707 24 24 24 | 24h todos os dias do ano | Informe-se na Caixa.<br />

A Caixa Geral de Depósitos S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.


LUSITANO de Zurique<br />

6 Comunidades<br />

Para todos os patrocinadores,<br />

associados, amigos e colaboradores...


Cidadania<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 7<br />

Custo de saúde por habitante<br />

sobe para 10.397.- francos ao ano<br />

Os custos na saúde<br />

sobem e sobem.<br />

Investigadores Universitários<br />

prevêem para 2019 um aumento<br />

de 3,9%, aproximadamente<br />

300.- francos. Será que vamos<br />

demasiado ao médico? Consumimos<br />

demasiados medicamentos<br />

caros? Ou temos um sistema de<br />

saúde que fornece um serviço de<br />

luxo? Não estamos certos disso…,<br />

a verdade é só uma, todos<br />

os anos os custos sobem e por<br />

arrasto os preços a pagar pelo<br />

assegurado.<br />

Em 1980 os custos rondavam 15<br />

mil milhões, 6,5 % do PIB nacional.<br />

Em <strong>2018</strong> atingirá os 85 mil<br />

milhões 13% do PIB segundo o<br />

estudo publicado por investidores<br />

da Universidade de Zurique<br />

Segundo um estudo da Comparis.<br />

ch 85% dos habitantes na Suíça<br />

pagam antecipadamente (voluntariamente)<br />

os seus seguros de<br />

saúde familiar, isto comparado<br />

com outros seguros.<br />

Segundo isto, parece, que existe<br />

vontade de pagar para a saúde<br />

permanece elevada. Qual será o<br />

verdadeiro motivo? Será que tem<br />

a ver com vontade? Ou será, que<br />

para o assegurado a saude familiar<br />

é o pilar central para o bem-<br />

-estar da mesma?<br />

A verdade é, que o sector da saúde<br />

esta a torna-se um ramo cada<br />

vez mais importante na economia<br />

da Suíça e uma sub-carga financeira<br />

para a classe-operária.<br />

Vem aí a e-vinheta (selo da auto-<br />

-estrada) voluntária<br />

vê tal situação.<br />

Neste contexto, o Conselho<br />

Federal deliberou ao Departamento<br />

de Finanças para<br />

elaborar um modelo para<br />

uma e-vinheta voluntária até<br />

meados de 2019. Os proprietários<br />

de veículos deveram<br />

ter a possibilidade de escolher<br />

se querem continuar a<br />

anexar uma etiqueta adesiva<br />

ao veículo ou se querem o<br />

sistema de taxa electrónica.<br />

Nenhum aumento de preço.<br />

Em qualquer uma das opções<br />

não haverá aumentos<br />

nos preços cumprindo assim<br />

a vontade dos eleitores que<br />

em 2013 tinham rejeitado o<br />

aumento de 40 para 100francos.<br />

As formas de pagamento<br />

serão as tradicionais.<br />

As vinhetas (selo-da-autoestrada)<br />

tradicionais, obrigatórias,<br />

que colocamos nos<br />

carros (até 30 de Janeiro)<br />

devem ser substituídas por<br />

uma alternativa electrónica<br />

no futuro. Decidiu o Conselho<br />

Federal decidiu na quarta-feira<br />

21 de Novembro.<br />

A vinheta continua a ser<br />

obrigatória e terá duas formas<br />

de aplicação. Pode ser<br />

afixado, ou por e-vinheta<br />

apenas numa base voluntária.<br />

Não esta concluído todo o<br />

processo de funcionamento<br />

devido que inicialmente a<br />

e-vinheta ficaria adicionada<br />

à matricula. Este processo<br />

foi recusado devido que punha<br />

em causa a privacidade<br />

dos automobilista e a lei de<br />

proteção de dados não pre-<br />

SEGUROS<br />

Doença ( krakenkasse )<br />

210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />

205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />

47.40 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />

VIDA, JURÍDICO<br />

ACIDENTES<br />

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POUPANÇA REFORMA, etc...<br />

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*Compra de outros créditos, “Permissos” L, B, C<br />

CONTACTOS<br />

Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />

Junto à Estação de Wiedikon<br />

Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />

Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />

wwww.andradefinance.ch<br />

info@andradefinance.ch


8<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Comunidades<br />

Condecoração Dr. Quintino<br />

Barbosa de Barros<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

O Dr. Quintino de Barros foi<br />

condecorado com a medalha<br />

de Ordem de Mérito de Comendador<br />

que lhe foi entregue<br />

pelo Sr. Embaixador de<br />

Portugal em Berna Dr. António<br />

Ricoca Freire.<br />

A cerimónia realizou-se a 7 de<br />

Novembro na Associação dos<br />

Trabalhadores Portugueses<br />

de La Chaux-de-Fonds por<br />

vontade do Condecorado que<br />

desejou que estivessem presentes<br />

os seus quatro filhos,<br />

os 9 netos e cerca de 70 amigos.<br />

O município de La Chaux-de-Fonds<br />

também se fez<br />

representar por três dos 5 Vereadores<br />

Comunais e pela Sra.<br />

Presidente que fez um discurso<br />

baseado no percurso profissional<br />

e sócio-voluntariado de<br />

Quintino Barros. Salientou ainda<br />

o trabalho da sua esposa,<br />

que sempre o acompanhou no<br />

seu percurso de entrega à população<br />

da cidade de La Chaux-de-Fonds.<br />

O Dr. Quintino Barbosa de<br />

Barros, nasceu a 15 de Maio<br />

de 1932 em Lisboa, forma-se<br />

na Faculdade de Medicina em<br />

1957 em Médico de Clínica-geral.<br />

Em 1959 inicia a exercer<br />

através do Concurso interno a<br />

médico generalista no Hospital<br />

de Sta. Marta.<br />

Devido à sua actividade, aos<br />

Congressos que frequentava<br />

e, aos conhecimentos que travava,<br />

conheceu o Dr. Eric Martin<br />

oriundo de Paris. Por seu<br />

intermédio pôde assistir a um<br />

Congresso de Diabetologia em<br />

Paris em 1962 e não regressou<br />

a Portugal. Fugiu deste modo<br />

à PIDE e à ida para Angola,<br />

onde embora dispensado do<br />

serviço militar, seria obrigado<br />

a ir como médico, evitou assim<br />

a prisão.<br />

De Paris foi para Marrocos e<br />

depois para Alger onde exerceu<br />

a sua profissão de 1963<br />

a 1964 no Hospital Mustafa. A<br />

diabetologia era uma das suas<br />

paixões, sempre que podia ía<br />

assistir aos Congressos, sobre<br />

este tema.<br />

Em 1964 viajou para a Suíça-<br />

-Neuchâtel onde exerceu um<br />

ano à espera de uma vaga<br />

no Hospital de La Chaux-de-<br />

-Fonds, hospital muito conceituado<br />

na formação das diversas<br />

áreas da medicina. Em<br />

1965 no Hospital de La Chaux-<br />

-de-Fonds fez a especialidade<br />

em medicina-Interna ao lado<br />

de grandes médicos e professores.<br />

Em 1972 O Dr. Courvoisier (director)<br />

propôs-lhe que o acompanhasse<br />

na sua ida para<br />

Genebra, para aí exercer as<br />

funções chefe de clinica-geral,<br />

o que recusou, pois, tinha um<br />

sonho o de ter o seu próprio<br />

consultório. No mesmo ano<br />

abre o seu próprio consultório<br />

e paralelamente, parcialmente<br />

continua a exercer no hospital.<br />

Teve sempre muitos pacientes,<br />

tanto suíços como das diferentes<br />

comunidades que viviam<br />

em La Chaux-de-Fonds.<br />

Para a recente comunidade<br />

portuguesa dos anos 70 e 80,<br />

o consultório do Dr. Quintino foi<br />

uma dádiva do céu, “um médico<br />

português em La Chaux-de-<br />

-Fonds” diziam todos os que<br />

recebiam a notícia. No seu<br />

consultório, o Dr. Quintino não<br />

exercia só medicina, mas curava<br />

outros males que padecia a<br />

comunidade portuguesa. Aos<br />

sábados o consultório também<br />

estava aberto para atender os<br />

portugueses sazonais que trabalhavam<br />

longe, e os que residiam<br />

em outras paragens.<br />

Os familiares dos trabalhadores<br />

sazonais (esposas e filhos<br />

que residiam clandestinamente)<br />

também recebiam a visita<br />

do Doutor Português, e o respectivos<br />

meios para cura.<br />

Em 1999, iniciou uma nova<br />

etapa, a de pensionista. Mesmo<br />

na reforma continua a dar<br />

o seu contributo à causa do<br />

voluntariado, como membro<br />

activo na Associação Diabetes<br />

dos Pobres sediada em La<br />

Chaux-de-Fonds.


Saúde<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 9<br />

Doença, ou Mal de Parkinson<br />

ZUILA<br />

MESSMER<br />

A doença de Parkinson<br />

é uma patologia<br />

neurológica, crónica<br />

e progressiva,<br />

que atinge o sistema<br />

nervoso central<br />

e compromete os<br />

movimentos.<br />

Quanto maior a faixa etária,<br />

maior a incidência da doença.<br />

Segundo estatísticas, na<br />

grande maioria dos pacientes<br />

surge à partir dos 55 e 60 anos<br />

de idade e sua prevalência aumenta<br />

nos 70 e 75 anos.<br />

Lamentavelmente o Mal de<br />

Parkinson também pode aparecer<br />

precocemente, em torno<br />

dos 40 anos de idades, por<br />

isso é importante saber detectar<br />

os primeiros sinais da<br />

doença e procurar um médico<br />

assim que houver suspeita.<br />

Para maior compreensão do<br />

tema, vamos entender um<br />

pouco o sistema nervoso (SN),<br />

o qual é uma das estruturas<br />

mais complexas do corpo humano,<br />

formado pelo sistema<br />

nervoso central, periférico e o<br />

nervoso autónomo ou involuntário.<br />

O sistema nervoso central por<br />

sua vez é composto pelo encéfalo<br />

e a medula espinhal,<br />

responsáveis pelo controle<br />

central de todas as atividades<br />

do organismo. O encéfalo localiza-se<br />

na caixa craniana<br />

(crânio) e divide-se em cinco<br />

partes principais – o cérebro,<br />

cerebelo, mesencéfalo, ponte<br />

e bulbo.<br />

As células nervosas (os neurónios)<br />

são conectadas entre si<br />

por meio de sinapse ou espaços<br />

intercelulares, que produzem<br />

substâncias neurotransmissores,<br />

cuja tarefa é enviar<br />

informações para as diversas<br />

células do organismo, actuando<br />

como elementos transmissores<br />

de estímulos nervosos.<br />

Em uma região compacta do<br />

mesencéfalo, denominada<br />

substância negra, há produção<br />

da dopamina, uma importante<br />

substância química que<br />

desempenha funções importantes,<br />

entre elas, o controle<br />

dos movimentos e da memória.<br />

A degeneração dos neurónios<br />

nessa região do cérebro (região<br />

negra), ocasiona deficiência<br />

na produção da dopamina,<br />

proporcionando uma alteração<br />

nos movimentos do corpo,<br />

tornando-os descoordenados,<br />

representando, o principal<br />

sintoma da doença.<br />

Pesquisas também indicam<br />

com segurança outros fatores<br />

de riscos do mal de Parkinson,<br />

sendo eles - a genética<br />

e o ambiente. Isso significa<br />

que, pessoas com casos da<br />

doença na família apresentam<br />

probabilidades de desenvolve-<br />

-la, bem como, as que vivem<br />

expostas à certas substâncias<br />

químicas, agrotóxicos (pesticidas<br />

por exemplo), e ainda<br />

àquelas que possuem histórico<br />

de haver sofrido lesões na<br />

cabeça de qualquer natureza,<br />

acidentes, quedas etc.<br />

Como foi dito, um dos maiores<br />

desafios no processo diagnóstico<br />

do mal de Parkinson consiste<br />

na identificação dos sintomas,<br />

os quais divide-se em<br />

dois grupos: os motores e os<br />

não-motores.<br />

Principais sintomas motores<br />

da doença de Parkinson:<br />

- Lentidão de movimentos, denominado<br />

na medicina bradicinesia;<br />

- Agitação ou tremor em repouso;<br />

- Rigidez muscular dos braços,<br />

pernas ou tronco;<br />

- Problemas com o equilíbrio e<br />

quedas, também chamado de<br />

instabilidade postural.<br />

Atenção. A nível motor, o tremor<br />

é o sinal mais característico<br />

da doença, mas o indicador<br />

mais seguro e principal da<br />

enfermidade é a bradicinesia,<br />

que consiste na lentidão dos<br />

movimentos.<br />

Sintomas não motores<br />

- Humor (depressão, ansiedade,<br />

irritabilidade, apatia )<br />

- Alterações cognitivas as<br />

quais consiste no deficit de<br />

atenção, problemas visual-espacial,<br />

problemas de memória,<br />

alterações de personalidade,<br />

psicose, alucinações e face<br />

inexpressiva<br />

- Prisão de ventre; alterações<br />

na pele.<br />

- Hiperidrose (suor excessivo),<br />

especialmente das mãos<br />

e pés;<br />

- Perda de olfato; distúrbios do<br />

sono; insônia<br />

Tratamento<br />

A doença de Parkinson é uma<br />

doença que não tem tratamento<br />

curativo, mas que têm<br />

evoluído nos últimos anos. As<br />

formas de tratamento e medicamentos<br />

utilizados controlam<br />

os sintomas e reduzem<br />

um pouco o curso da doença,<br />

entretanto à medida em que<br />

a doença evolui, em cinco ou<br />

dez anos, tende a haver agravos<br />

motores e não motores no<br />

paciente.<br />

Para que se possa manter<br />

a qualidade de vida dessas<br />

pessoas é preciso optar por<br />

uma terapêutica multifuncional,<br />

aliando tratamento medicamentoso,<br />

fisioterapêutico,<br />

fonoaudiólogo e suporte psicológico.<br />

Observações<br />

- As pessoas em geral tendem<br />

à associar o caminhar lento, a<br />

dificuldade de vestir a roupa, a<br />

maior necessidade de tempo<br />

para tomar banho e a lentidão<br />

geral dos movimentos ao envelhecimento<br />

e não levam em<br />

consideração que pode ser um<br />

sinal da doença.<br />

- Procure um médico logo que<br />

perceba um ligeiro tremor nas<br />

mãos ou tenha notado que a<br />

letra diminuiu de tamanho (micrografia)<br />

- Mantenha atividades intelectuais<br />

- leia, acompanhe o noticiário,<br />

faça jogos de quebra<br />

cabeça etc<br />

- Atente para a perda da expressão<br />

facial e o piscar dos<br />

olhos menos frequentes, pois<br />

pode não ser apenas uma consequência<br />

da idade, mas um<br />

indício do mal de Parkinson.<br />

- Pratique atividade físicas regularmente.<br />

Ajuda a preservar<br />

a qualidade dos movimentos.<br />

O nome "Parkinson" é em homenagem<br />

ao médico neurologista<br />

James Parkinson, que estudou<br />

os sintomas da doença.


10<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Comunidades<br />

Breves da Emigração<br />

Orçamento do Estado<br />

para 2019, prevê<br />

medidas fiscais para<br />

emigrantes que regressem<br />

a Portugal.<br />

Esta de que "são cada vez mais os portugueses que querem<br />

regressar à sua terra" disse convencido José Luís Carneiro<br />

O governante acrescentou que 60% dos portugueses que<br />

saíram do país “voltaram em períodos inferiores a um ano” e<br />

defendeu que “são cada vez mais os portugueses que querem<br />

regressar à sua terra de origem”.<br />

Para acautelar o regresso dos emigrantes, o Governo tem<br />

vindo a adoptar medidas, como a criação de gabinetes de<br />

apoio ao emigrante, o ensino do português à distância, o registo<br />

do viajante para dar protecção consular aos cidadãos<br />

que estão em mobilidade e a modernização dos serviços<br />

consulares, preparando-os para sociedade da digitalização.<br />

Portugueses emigram<br />

menos, do que nos<br />

anos da troika<br />

Segundo o documento publicado pelo Instituto Nacional de Estatística,<br />

o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas<br />

disse sentir-se satisfeito e espera que a tendência de redução<br />

de saídas de portugueses para o estrangeiro se aprofunde este<br />

ano.<br />

"Espero que a tendência de redução de saídas de cidadãos portugueses<br />

do país se aprofunde em <strong>2018</strong> à semelhança do que<br />

tem sucedido nos últimos dois anos", disse José Luís Carneiro à<br />

agência Lusa.<br />

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em<br />

2016, registaram-se 97 mil saídas de emigrantes (o Observatório<br />

da Emigração fala em cem mil) e 81 mil em 2017.<br />

Baseando-se nas estatísticas, o secretário de Estado das Comunidades<br />

Portuguesas disse que, durante os anos de 2011 a<br />

2015, emigraram cerca de 586 mil portugueses, dos quais 239<br />

mil são considerados emigrantes permanentes.<br />

José Luís Carneiro precisou que, dos 586 mil, 350 mil mantêm<br />

idas e vindas constantes ao país em períodos inferiores a um ano<br />

e correspondem a um novo perfil migratório, o de cidadãos em<br />

constante mobilidade, sendo considerados emigrantes temporários.<br />

Para a estatística, não são contabilizados os estudantes,<br />

nem cidadãos que viajem a turismo ou por questões de saúde.<br />

Os portugueses "Já não emigram só para regressar quando alcançam<br />

a reforma, no fim de uma vida de trabalho, mas vão à<br />

procura de oportunidades de trabalho e experiências de vida em<br />

períodos curtos", explicou.


Comunidades<br />

Embaixada de Portugal<br />

no Luxemburgo contrata<br />

empregada doméstica<br />

abaixo do salário mínimo<br />

A Embaixada de Portugal no Luxemburgo abriu concurso para empregada<br />

doméstica (assistente de residência), a que a Lusa teve acesso,<br />

assinado pelo embaixador António Gamito, em funções desde Outubro,<br />

e publicado a 29 desse mês no site da Embaixada, a remuneração é<br />

fixada em 1.874,19 euros ilíquidos por mês, um valor inferior ao salário<br />

mínimo para pessoas não qualificadas, que é de 2.048,54 euros mensais.<br />

De acordo com o aviso, a embaixada abriu concurso ao abrigo do programa<br />

de regularização extraordinária de vínculos precários na administração<br />

pública.<br />

A Lusa questionou o embaixador António Gamito sobre o anúncio de<br />

concurso que assinou, tendo o diplomata inicialmente recusado comentar<br />

o caso, alegando que se tratava de um “assunto interno” da<br />

embaixada, afirmando mais tarde que recebe “instruções de Lisboa”<br />

e que “Portugal e o Luxemburgo têm interpretações divergentes nesta<br />

matéria”.<br />

O artigo 222-10 do Código do Trabalho do Luxemburgo estabelece que<br />

os empregadores que paguem remunerações inferiores ao salário mínimo<br />

luxemburguês “são passíveis de multa entre 251 e 25 mil euros”,<br />

um valor que pode subir para o dobro, até 50 mil euros, “em caso de<br />

reincidência no prazo de dois anos”.<br />

O Decreto-lei 47/2013, de 05 de Abril, que regula o regime jurídico-laboral<br />

dos trabalhadores dos serviços periféricos externos do Ministério<br />

dos Negócios Estrangeiros, prevê, no artigo 2.º, que lhes sejam aplicadas<br />

as “normas imperativas locais”.<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 11<br />

O Município da Lourinhã<br />

já tem um Gabinete<br />

de Apoio ao<br />

Emigrante (GAE).<br />

Os GAE têm como principal missão apoiar cidadãos que<br />

tenham estado emigrados, que ainda residam no país de<br />

acolhimento ou que pretendam iniciar um processo migratório.<br />

Estes gabinetes pretendem responder às questões<br />

inerentes ao regresso e reinserção em todas as suas vertentes:<br />

social, jurídica, económica, investimento, emprego<br />

e estudos, entre outras.<br />

A implementação do GAE na Lourinhã surge após uma<br />

década em que o perfil migratório de Portugal alterou-se<br />

de forma significativa, com a crescente mobilidade dos<br />

cidadãos, tendo como consequência o aumento expressivo<br />

dos fluxos emigratórios e saída de cidadãos nacionais<br />

com mais qualificações.<br />

Estudos, refletem ainda que a maioria dos portugueses<br />

regressam à freguesia de onde partiram e que desta forma<br />

o envolvimento do Poder Local tem um papel decisivo<br />

e relevante na prossecução dos objetivos deste Protocolo<br />

de Cooperação, a sessão de assinatura esteve presente<br />

o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas,<br />

José Luís Carneiro, e, a Diretora de Serviços, Rosa Campizes.<br />

Carros obrigados a<br />

ter seguro mesmo<br />

parados na garagem<br />

de casa<br />

Um seguro de responsabilidade civil é o mínimo obrigatório<br />

para um condutor esteja autorizado a circular com<br />

o seu automóvel na estrada. Mas não é só para conduzir<br />

que precisa do seguro. É obrigatório mesmo que o automóvel<br />

esteja sempre estacionado na rua, e até mesmo<br />

quando o deixa guardado numa propriedade, como<br />

um quintal ou uma garagem.<br />

Esta é a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia<br />

sobre como aplicar uma diretiva europeia sobre<br />

segurança automóvel, e tem origem num caso de atropelamento<br />

mortal que remonta a 2006. Uma idosa deixou<br />

de conduzir o seu automóvel e estacionou no seu quintal,<br />

deixando de pagar o seguro. Sem o saber, o filho saiu com<br />

o carro e teve um acidente, do qual resultaram vítimas<br />

mortais. Sem seguro, o Fundo de Garantia Automóvel interveio<br />

mas exigiu à proprietária o pagamento dos 400 mil<br />

euros de indemnização.<br />

O Tribunal da Relação decidiu a favor da proprietária, que<br />

tinha alegado não necessitar de seguro para ter o carro<br />

parado. O FGA recorreu e foi até ao Supremo Tribunal de<br />

Justiça, que decidiu apresentar o caso ao tribunal europeu.<br />

Só agora este emitiu um parecer, que agora passa a<br />

servir como jurisprudência, e que afirma que os proprietários<br />

de todos os automóveis são obrigados a manter o<br />

seguro ativo em todo o momento, mesmo que o carro esteja<br />

parado. A única maneira legal de anular o seguro<br />

é cancelar a matrícula, entregando o carro para abate.


LUSITANO de Zurique<br />

12 Agenda<br />

AGENDA CULTURAL<br />

2.12.<strong>2018</strong><br />

CONCERTOS BRE-<br />

VES NA ÓPERA DE<br />

ZURIQUE (01.12.-23.12.)<br />

A Ópera de Zurique convida-<br />

-vos para concertos breves durante<br />

o período que antecede<br />

o Natal. Apareça espontaneamente<br />

no belo saguão de entrada<br />

da Ópera e aproveite a música.<br />

17:30-17:45. Entrada livre.<br />

Opernhaus, Foyer. Sechseläutenplatz<br />

1. Tram 2/4 oder Bus<br />

912/916 bis “Opernhaus”. http: //<br />

www.opernhaus.ch<br />

3.12.<strong>2018</strong><br />

MÚSICA CLÁSSICA<br />

Em dezembro, na ZhdK (“Zürcher<br />

Hochschule der Künste”)<br />

você está convidado para<br />

concertos de música clássica.<br />

Hoje você escutará obras para<br />

flauta de Telemann e Hotteterre.<br />

No dia 10.12., quarteto de<br />

piano com obras de Beethoven<br />

e Mozart. No dia 17.12., trio de<br />

cordas com obras de Schubert<br />

e Schostakowitsch. 19:30. Entrada<br />

livre, contribuição espontânea.<br />

Toni-Areal, Konzertsaal 3, Ebene<br />

7. Pfingstweidstr. 96. Tram 4<br />

bis “Toni-Areal”.<br />

http://www.zhdk.ch/spektrum<br />

4.12.<strong>2018</strong><br />

CURSO DE CAPOEIRA<br />

A capoeira é uma arte marcial<br />

brasileira com acrobacias e música.<br />

Jovens e adultos são bem<br />

vindos. Inscrições com Stefanie<br />

Santos: 076 321 14 31 ou capoeiragrupoluanda@gmail.com.<br />

Toda ter 19:00-<br />

21:00. Participação gratuita.<br />

Kantonsschule Hottingen, Turnhalle.<br />

Minervastr. 16. Tram 3<br />

bis “Hottingerplatz”. http://www.ankommen-zh.ch/de/angebot/capoeira-grupo-luanda<br />

4.12.<strong>2018</strong><br />

VISITA AO SÃO<br />

NICOLAU NO BOS-<br />

QUE (04.12.-09.12.)<br />

Viste com seus filhos o São Nicolau<br />

e seu ajudante “Schmutzli”<br />

em sua casinha no meio do<br />

bosque. Entre e escute histórias<br />

do São Nicolau. O caminho até<br />

a casa está indicado a partir da<br />

“Bucheggplatz”. 10:00-16:00.<br />

Participação gratuita.<br />

Waldhüsli. Mit Tram 11/15 oder<br />

Bus 32/72 bis “Bucheggplatz”.<br />

http://www.samichlaus-zuerich.ch<br />

7.12.<strong>2018</strong><br />

NOITE DE BINGO<br />

Você gosta de jogar bingo?<br />

Passe uma noite agradável e,<br />

com um pouco de sorte, ganhe<br />

ótimos prêmios. 19:00-23:00.<br />

CHF 2.- por cartela.<br />

GZ Grünau, Gemeinschaftsraum<br />

Werdwies. Grünauring 18.<br />

Tram 17 oder Bus 78 bis “Grünaustrasse”.<br />

http://www.gz-zh.ch/gz-gruenau<br />

12.12.<strong>2018</strong><br />

SHOW TELEVISIVO<br />

Você quer participar de uma<br />

gravação ao vivo de um programa<br />

na televisão? “Deville Late<br />

Night” é um programa humorístico<br />

na televisão suíça. Faça<br />

parte do público! Reservas na<br />

página www.spotlight.ch/deville-tickets. Os<br />

150 primeiros convidados da<br />

emissora recebem uma bebida<br />

de cortesia no bar Mascotte.<br />

Abertura das portas: 18:00. Entrada<br />

livre.<br />

Mascotte. Theaterstr. 10. Tram<br />

2/4/5/8/9/11/15 bis “Bellevue”<br />

oder S-Bahn bis “Zürich Stadelhofen”.<br />

13.12.<strong>2018</strong><br />

EXPOSIÇÃO DE ARTE<br />

(13.12.-19.12. E 03.01.-12.01.)<br />

A exposição “A Line is a dot that<br />

went for a walk” trata sobre linhas<br />

e o que pode se desenvolver<br />

através delas. Será que a linha<br />

pode ser o começo de toda<br />

arte? Diversos artistas apresentam<br />

suas obras. Qui-sex<br />

12:00-19:00. Sáb 12:00-17:00.<br />

Entrada livre.<br />

Tart, Gotthardstr. 54. Tram 5/6/7<br />

bis “Bahnhof Enge”.<br />

http://www.tartart.ch<br />

15.12.<strong>2018</strong><br />

SOLIDARIEDADE<br />

NO JOSEFWIESE<br />

Hoje milhares de velas vão<br />

brilhar em mais de cem locais<br />

na Suíça. O mesmo acontece<br />

em Zurique no Josefwiese. O<br />

evento “Eine Million Sterne” é<br />

um sinal de solidariedade para<br />

com famílias afectadas pela pobreza<br />

na Suíça. Venha até ao<br />

Josefwiese, acenda uma vela<br />

e aprecie a impressionante atmosfera.<br />

Programa para toda a<br />

família. A partir das 16:00. Participação<br />

gratuita.<br />

Josefwiese. Tram 4/13/17 bis<br />

“Dammweg” oder Bus 33/72<br />

oder S-Bahn bis “Bahnhof Hardbrücke”.<br />

http://www.caritas-zuerich.ch<br />

24.12.<strong>2018</strong><br />

FESTEJAR EM CON-<br />

JUNTO<br />

A “Kulturhaus Helferei” tem o<br />

prazer de convidar todos para<br />

a festa “Offene Nacht”. Desfrute<br />

de boa comida e música.<br />

Além disso, o programa inclui<br />

ainda cinema, uma leitura e<br />

um espectáculo de magia. A<br />

partir das 18:00. Participação<br />

possível a qualquer hora. Beba<br />

“Glühwein” às 23:00. Entrada<br />

livre.<br />

Kulturhaus Helferei. Kirchgasse<br />

13.Tram 4 oder 15 bis “Helmhaus”.http://www.kulturhaus-helferei.ch<br />

18.12.<strong>2018</strong><br />

CONCERTO DE JAZZ<br />

Os músicos Niculin Janett e<br />

Noam Szyfer tocam juntos<br />

como “Sad Pumpkins” e apresentam<br />

o seu programa divertido,<br />

mas também sério,<br />

“Sad Christmas”. Para ouvir os<br />

clássicos de Natal europeus e<br />

americanos numa nova versão.<br />

Após o concerto, Jam-Night no<br />

bar. 20:00. Entrada livre, contribuição<br />

espontânea.<br />

Mehrspur, Musikklub, Toni-Areal.<br />

Förrlibuckstr. 109. Tram 4<br />

bis “Toni-Areal”.<br />

http://www.mehrspur.ch<br />

19.12.<strong>2018</strong><br />

TEATRO<br />

No centro da peça “Casa 18”<br />

está um pequeno hotel e os<br />

seus hóspedes residentes. Os<br />

hóspedes passam o tempo com<br />

histórias acompanhadas por<br />

um pianista. Mergulhe neste<br />

bizarro e poético mundo. 18:00-<br />

19:00. CHF 15.-, entrada livre<br />

para crianças até aos 12 anos.<br />

O escritório da MAPS oferece<br />

2×2 bilhetes. Basta ligar para o<br />

tel. 044 415 65 89 ou enviar um<br />

e-mail para: maps@aoz.ch.<br />

Schauspielhaus. Zeltweg 5.<br />

Tram 4/8 oder Bus 33/72/83 bis<br />

“Schiffbau”.<br />

http://www.schauspielhaus.ch<br />

20.12.<strong>2018</strong><br />

ALEMÃO PARA<br />

PRINCIPIANTES<br />

À quinta-feira pode frequentar<br />

um curso de alemão para principiantes<br />

no rés-do-chão da<br />

Langstrasse 200. Também poderá<br />

obter informações sobre<br />

cursos de alemão em Zurique.<br />

Não há curso a 27.12. nem a<br />

03.01. 17:00-18:40. Participação<br />

gratuita.<br />

L200. Langstr. 200. Bus 32 bis<br />

“Röntgenstrasse”.<br />

http://www.aoz.ch/introdeutsc<br />

22.12.<strong>2018</strong><br />

FEIRA DA LADRA<br />

KANZLEI<br />

Ainda anda à procura de um<br />

presente de Natal? A feira da<br />

ladra no Kanzleiareal realiza-se<br />

todos os sábados e seja qual for<br />

o estado do tempo. Em cerca<br />

de 300 bancas há artigos usados<br />

de todo o tipo. A feira não<br />

se realiza a 29.12. 07:20-16:00.<br />

Kanzleiareal. Kanzleistrasse<br />

56. Tram 2/3 bis “Bezirksgebäude”.<br />

http://www.flohmarktkanzlei.ch<br />

23.12.<strong>2018</strong><br />

MUSEU ZOOLÓGICO<br />

No Museu Zoológico descubra<br />

a história dos homens e dos<br />

animais. Hoje o convite é para a<br />

visita guiada “Aye-Aye was seh<br />

ich da? Primaten im Fokus”. Ter-<br />

-dom 10:00-17:00. Visita guiada<br />

às 11:30-12:30. Participação<br />

gratuita.<br />

Zoologisches Museum der Universität<br />

Zürich. Karl-Schmid-<br />

-Str. 4. Tram 6/9/10 bis “ETH/<br />

Universitätsspital”.<br />

http://www.zm.uzh.ch<br />

31.12.<strong>2018</strong><br />

FESTEJOS DE ANO<br />

NOVO JUNTO AO LAGO<br />

A maior festa de passagem de<br />

ano na Suíça inclui diversos<br />

stands de comida e muitos concertos.<br />

O fogo-de-artifício sobre<br />

o lago promete uma entrada<br />

em festa no novo ano a partir<br />

das 20:00, fogo-de-artifício às<br />

00:20-00:35. Participação gratuita.<br />

Eléctricos e autocarros<br />

circulam até às 04:00.<br />

Beim Bellevue am See. Tram<br />

2/4/5/8/9/11/15 bis “Bellevue”.<br />

http://www.silvesterzauber.ch


Publicidade<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 13<br />

+41 44 201 12 00 INFO@MFAUTO.CH<br />

Aos Sábados temos vendedor que fala português<br />

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1 ano de Garantia<br />

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14<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Crónica<br />

Passeios em família<br />

- Uma cidade, duas atrações<br />

NATASCHA<br />

D´AMORE<br />

Em Dietikon, uma cidade a<br />

cerca de 15km de Zurique,<br />

com uma grande comunidade<br />

portuguesa, existem<br />

duas atracções bastante<br />

conhecidas e importantes.<br />

A primeira é um parque chamado<br />

“Freizeitanlage Chrüzacher”.<br />

O “Chrüzacher” existe<br />

desde 1963 mas no inicio<br />

era constituído por apenas<br />

um relvado com materiais de<br />

madeira onde as crianças<br />

podiam dar asas à imaginação<br />

e criar as próprias casinhas<br />

de madeira para nelas<br />

brincar! Em 1966 seguiram-<br />

-se os primeiros animais no<br />

parque tais como galinhas,<br />

burros e coelhos e mais tarde<br />

uma mini piscina para os<br />

mais pequeninos. Nos anos<br />

80 o “Chrüzacher” já era bem<br />

frequentado e considerado<br />

um lugar de integração onde<br />

crianças de diferentes nacionalidades<br />

aprendiam o alemão<br />

na pequena pré-escola<br />

ali instalada. Havia também<br />

cursos de bricolagem, corridas<br />

de carrinhos de rolamentos<br />

e muitas festas e animação.<br />

Infelizmente alguns anos<br />

mais tarde as casinhas que<br />

albergavam os animais bem<br />

como as próprias instalações<br />

dos funcionários chegaram a<br />

um ponto de degradação que<br />

já não permitia o bom funcionamento<br />

do parque e até<br />

punha em risco os visitantes<br />

em caso de acidente. A Câmara<br />

Municipal decidiu então<br />

avançar com um projeto do<br />

conceituado arquiteto suíço<br />

Peter Vetsch conhecido pelas<br />

suas “casas-terra”. O projecto<br />

foi a votos em 1990 mas com<br />

um custo elevado de 4,6 milhões<br />

de francos foi rejeitado<br />

pelo povo. Dois anos mais<br />

tarde e com o projeto melhorado<br />

mas mesmo assim um<br />

custo de 3,9 milhões de francos<br />

o projeto foi aprovado por<br />

meros 22 votos a mais! Finalmente<br />

em 1995 inaugurou-se<br />

o novo “Chrüzacher” e desde<br />

então tem mantido o mesmo<br />

visual bem como a sua função<br />

de parque onde as famílias<br />

se reunem e convivem. Para<br />

os interessados existem inúmeros<br />

cursos para crianças<br />

e adultos ou ambos em conjunto.<br />

Desde o ano passado<br />

foi acrescentado também um<br />

pequeno café. Informações<br />

detalhadas sobre os cursos,<br />

festas e acontecimentos bem<br />

como os custos das actividades<br />

podem ser consultados<br />

na página da Câmara Municipal<br />

www.dietikon.ch/kultur-<br />

freizeit/freizeit/freizeitanla-<br />

gen.<br />

Quem mora em Dietikon certamente<br />

já se cruzou com<br />

elas… são feitas de betão e<br />

pedrinhas coloridas, espalhadas<br />

pela cidade inteira a<br />

formar um caminho que vai<br />

dar a uma espécie de castelo<br />

que mais misterioso e fabuloso<br />

não podia ser. Estamos a<br />

falar das esculturas surrealistas<br />

do famoso artista, pintor<br />

e arquiteto Bruno Weber.<br />

Bruno Weber nasceu no dia<br />

10 de Abril de 1931 em Dietikon.<br />

Em jovem estudou na<br />

escola de artes em Zurique e<br />

trabalhou entre outros como<br />

litografo para a Orell Füssli,<br />

uma conceituada livraria de<br />

Zurique. Depois dos estudos<br />

seguiram-se viagens pela<br />

Europa. Tendo em conta a<br />

paixão do filho pela pintura e<br />

arte plástica, o pai ofereceu-<br />

-lhe um pequeno atelier de<br />

campo numa área de Dietikon<br />

chamada “Zur Weinrebe” junto<br />

a um bosque. Ao expandir<br />

a sua propriedade Bruno Weber<br />

aprendeu a trabalhar com<br />

betão que será a partir de aí<br />

um dos seus materiais de estimação.<br />

Nasce assim o Bruno<br />

Weber Park. Numa área com<br />

aproximadamente 15’000 m2<br />

este parque é considerado o<br />

maior parque de esculturas<br />

na Suíça. O próprio artista<br />

viveu na casa majestosa que<br />

ali se encontra desde os anos<br />

60 ate à sua morte a 24 de<br />

Outubro de 2011. Felizmente<br />

a manutenção e o funcionamento<br />

do parque é garantida<br />

pelos funcionários da Fundação<br />

Bruno Weber que o próprio<br />

criou em 1991.<br />

O parque é indicado não só<br />

para os adultos mas sobretudo<br />

para as crianças que irão<br />

ficar deslumbradas com tanta<br />

fantasia. Algumas esculturas<br />

podem mesmo ser escaladas<br />

como por exemplo o grande<br />

cão com duas asas que mais<br />

se parece com um Dragão!<br />

Durante o inverno o parque<br />

se encontra fechado, mas já<br />

a partir do mês de Abril pode<br />

ser visitado às quartas-feiras,<br />

sábados e domingos das 11<br />

às 18 horas.


Alerta<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 15<br />

Momo<br />

– o fantasma da internet<br />

NATASCHA<br />

D´AMORE<br />

Chama-se Momo e é a mais recente<br />

ameaça que apareceu na internet há<br />

alguns meses.<br />

Trata-se de uma figura aparentemente feminina<br />

e constrangedora, com uma cara<br />

pontiaguda e grandes olhos esbugalhados<br />

bem como um sorriso fantasmagórico.<br />

Não se sabe muito sobre a origem<br />

desta aparição informática, somente que<br />

se trata de mais um jogo onde os jovens<br />

são pressionados a actos destrutivos<br />

de coragem que podem mesmo acabar<br />

em suicídio à semelhança de outro jogo<br />

chamado “Baleia Azul” que chegou a ser<br />

muito falado em Portugal.<br />

É escusado dizer que tanto os pais como<br />

os educadores estão muito preocupados<br />

com este fenómeno. Mas o que pode um<br />

pai ou uma mãe fazer para ajudar os filhos<br />

a não cair nessa armadilha?<br />

A primeira coisa certamente será abordar<br />

este tema em casa com os filhos.<br />

Sem tentar ridicularizar o jogo ou dar-lhe<br />

demasiada importância, o melhor a fazer<br />

e explicar alguns factos para que as<br />

crianças entendam que tudo não passa<br />

de uma brincadeira, mesmo que seja de<br />

muito mau gosto!<br />

Segundo a lenda urbana quem entra em<br />

contacto com a Momo ou recebe uma<br />

chamada da mesma às 3 da manhã, estará<br />

amaldiçoado para sempre. Será?<br />

Quem já recebeu os telefonemas ou tentou<br />

entrar em contacto com a Momo através<br />

de um número com o indicativo +81<br />

(que é um número no Japão) ira descobrir<br />

que a Momo fala diversos idiomas e sabe<br />

algumas coisas sobre a pessoa como o<br />

nome e o pais onde vive. Pode parecer<br />

magia, mas na realidade tem muitas explicações<br />

lógicas. Muitos jovens associam<br />

o seu número de telemóvel ás redes<br />

sociais tais como o Facebook, Instagram<br />

e Snapchat.<br />

Tendo em conta que a interacção com a<br />

suposta Momo acontece pelo WhatsApp,<br />

muito depressa se chega a saber o país<br />

da pessoa através do indicativo e o nome<br />

pelas redes sociais.<br />

Muitas vezes os responsáveis por estas<br />

ações são peritos informáticos cujo intuito<br />

e conseguir roubar o máximo de dados<br />

pessoais sobre as pessoas para depois<br />

vendê-los a terceiros.<br />

Porém a imagem da Momo que circula na<br />

internet é bem real; trata-se de uma escultura<br />

conhecida como “Mulher Pássaro”<br />

que se encontra em exposição no museu<br />

Vanilla Gallery em Tóquio no Japão.<br />

Se por acaso o seu filho recebeu uma<br />

mensagem com a imagem da Momo associada<br />

a um número desconhecido só<br />

ha uma coisa a fazer: não responder à<br />

mensagem, bloquear imediatamente o<br />

número através do serviço WhatsApp e<br />

apagar a mensagem por completo. Só<br />

assim se pode evitar um roubo de dados<br />

ou pior o envolvimento das nossas crianças<br />

com estes delinquentes.


LUSITANO de Zurique<br />

16 Desporto<br />

JORGE MACIEIRA<br />

VA<br />

Juniores B campeões<br />

A equipa dos Juniores B do Centro Lusitano<br />

de Zurique tornou-se campeã da 2.<br />

Stärkeklasse Grupo 2 ao vencer o Team Witikon-Neumünster<br />

por três bolas a duas em<br />

casa do adversário.<br />

Passado um ano a equipa liderada por Victor<br />

Carneiro e Jo Soares voltam a levar a equipa<br />

à conquista de um campeonato, depois de<br />

no ano passado terem sido campeões nos<br />

Juniores C.<br />

Campeonato terminou com 21 pontos, com<br />

sete vitórias e duas derrotas, com 41 golos<br />

marcados e 25 sofridos, com bastante disciplina<br />

com apenas cinco cartões amarelos<br />

durante o campeonato.<br />

Com a equipa a manter-se praticamente<br />

igual nas duas conquistas, a ser os mesmos<br />

jogadores a serem bi-campeões. Seguramente<br />

o futuro do Centro está garantido<br />

com este talento tão jovem e de qualidade.<br />

6º torneio do GD quinas<br />

O Grupo Desportivo Quinas de Zurique<br />

realizou no passado dia 25 de Novembro o<br />

seu sexto torneio de futsal no pavilhão de<br />

Wallisellen sendo o vencedor a Associação<br />

de Oliveira de Zurique, que também juntaram<br />

a taça de melhor ataque.<br />

Mais um grande evento que contou com<br />

uma boa organização como já nos tem vindo<br />

a habituar e assim sendo, com cada vez<br />

mais espectadores a assistir.<br />

Com uma cozinha típica portuguesa com<br />

os grelhados e com as bifanas à moda do<br />

Porto que tanto nos aproxima das nossas<br />

origens e ao país de partida.<br />

Um jogo especial feminino que se realizou<br />

neste torneio para animar a bancada entre<br />

o GD Quinas Girls contra as Queens onde<br />

o Quinas perdeu por duas bolas a zero.<br />

Nas pausas dos campeonatos de futebol<br />

de onze o torneio de futsal são cada vez<br />

mais procurados pelos jogadores para se<br />

manterem no activo e matarem o bicho da<br />

bola mas não só, também por simples paixão<br />

pelo futsal que a cada dia ganha mais<br />

e mais seguidores.<br />

Torneio do Quinas


Desporto/Comunidades<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 17<br />

5ª Liga em primeiro<br />

No ano da criação da segunda equipa<br />

sénior do Centro Lusitano de Zurique<br />

na 5ª Liga, relembrando que a primeira<br />

equipa disputa a 4ª Liga. Conseguiram<br />

ficar em primeiro lugar na pausa de inverno<br />

com 21 pontos.<br />

Bons resultados com um total de sete<br />

vitórias e apenas uma derrota perante a<br />

segunda equipa do FC Galatasaray por<br />

duas bolas a zero.<br />

Equipa treinada por mister Flávio que<br />

este época deixou a equipa de Juniores<br />

A para treinar a equipa sénior da 5ª Liga<br />

que finalizaram 22 vezes e concederam<br />

10 golos aos adversários, deixando bons<br />

indícios de trabalho e qualidade de jogo<br />

para a segunda volta do campeonato da<br />

5ª Liga. 5ª Liga<br />

Festa da Comissão de<br />

Pais de Wettingen<br />

dançar.<br />

Pedro Nogueira<br />

Realizou-se no passado<br />

dia A União de Pais de<br />

Wettingen está de parabéns,<br />

mais um ano com a<br />

sala cheia de pais e crianças,<br />

uma noite agradável,<br />

com boa comida e muita<br />

animação, o cantor Almor<br />

Martins voltou a fazer uma<br />

excelente atuação, apresentou-se<br />

com um reportório<br />

muito variado, conseguiu<br />

por toda a gente a<br />

As festas organizadas<br />

pela União de pais de Wettingen<br />

têm todas um ambiente<br />

familiar, este ano e<br />

ao contrário de anos anteriores,<br />

as crianças não<br />

atuaram na sua Festa.<br />

Esteve ainda presente a<br />

Sara Correia colaborador<br />

do Banco Santander que<br />

aproveitou o intervalo e foi<br />

ao palco explicar como os<br />

clientes do Santander podem<br />

fazer as transferências<br />

para Portugal a custo<br />

muito reduzido e com uma<br />

taxa de cambio muito favorável.<br />

O trabalho desenvolvido<br />

nestes últimos anos pelo<br />

seu Presidente Manuel<br />

Pinto e os restantes elementos<br />

da Direção é de<br />

louvar.


LUSITANO de Zurique<br />

18 Publicidade


Artes Plásticas<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 19<br />

Filomena Menezes<br />

15º Exposição colectiva<br />

Color Group - Mohlin /AG<br />

Por,<br />

José Maria Ramada<br />

Pintora Madeirense<br />

expõe pela segunda<br />

vez na Suíça<br />

Depois duma primeira exposição<br />

de pintura em Obersaxen/<br />

GR, no cantão de Graubunden<br />

em 2014, Filomena Menezes<br />

uma autodidacta em pintura e<br />

decoração foi uma das artistas<br />

convidadas a participar na 15ª<br />

Exposição colectiva sobre a organização<br />

de “Color Group”, em<br />

Mohlin, um grupo dedicado às<br />

artes nesta localidade do cantão<br />

de Argovia.<br />

Nesta exposição participaram<br />

por selecção e convite, além da<br />

pintora Madeirense, mais 9 pintores<br />

contemporâneos de várias<br />

nacionalidades e um escultor.<br />

Filomena Menezes, nascida na<br />

pérola do Atlântico, onde vive,<br />

visita assiduamente a Suíça<br />

onde o seu marido vive e trabalha,<br />

não tendo estudado artes<br />

plásticas, desde a escola primária<br />

que tinha habilidade para a<br />

pintura e decoração.<br />

Mais tarde, já adulta, procurou<br />

informar-se junto duma professora<br />

como utilizar a tinta e respectiva<br />

técnica de pintura a óleo<br />

sobre tela, a qual foi sempre a<br />

sua preferida como observadora.<br />

Filomena Menezes é uma autodidacta,<br />

utiliza a técnica de pintura<br />

a óleo sobre tela, tendo já<br />

participado noutras exposições.<br />

Por nutrir um especial gosto<br />

pela pintura e decoração, continua<br />

a pintar como hobby sendo<br />

algumas das suas obras vendidas<br />

a quem posteriormente<br />

faz decorações em suas casas.<br />

Como complemento faz pintura<br />

sobre encomenda para utilização<br />

em capas de livros.<br />

As obras desta pintora estão distribuídas<br />

um pouco por todo o lado.<br />

Foi com orgulho que Filomena<br />

Menezes deu a conhecer às<br />

centenas de visitantes as suas<br />

obras, em especial aos portugueses<br />

que visitaram o certame.<br />

Muito apreciadas as suas<br />

obras, de salientar que foi a única<br />

pintora presente com obras<br />

exclusivamente a óleo sobre<br />

tela.<br />

Biografia<br />

Nasci na Ilha da Madeira –<br />

Portugal, onde resido, embora<br />

passe algumas temporadas<br />

em Rheinfelden,<br />

cidade onde o meu marido<br />

trabalha, há 3 anos.<br />

Não estudei artes plásticas,<br />

mas desde muito<br />

cedo, ainda na escola primária,<br />

descobri a minha<br />

habilidade para a pintura e<br />

decoração.<br />

O gosto pela pintura fez<br />

com que mais tarde, já adulta,<br />

tenha procurado aprender<br />

junto duma professora,<br />

a técnica de pintura a óleo<br />

sobre tela, a qual sempre<br />

teve a minha preferência,<br />

enquanto observadora.<br />

Apesar de ser uma autodidacta,<br />

já fiz algumas exposições.<br />

Por ter este especial<br />

gosto pela pintura,<br />

contínuo, até hoje, a pintar<br />

como hobby, sendo que<br />

algumas das minhas pinturas<br />

estão colocadas em<br />

casas que decorei.<br />

Depois da minha primeira<br />

exposição em Obersaxen/<br />

GR, esta é segunda vez que<br />

exponho alguns dos meus<br />

quadros na Suíça e estou<br />

muito feliz por estar, hoje,<br />

a expor em Mohlin os meus<br />

mais recentes trabalhos.


20<br />

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Guerra Colonial Dezembro <strong>2018</strong> 21<br />

NOITE DE SENTINELA<br />

Manuel Carvalho (*)<br />

- Cabrões! - Com um piparote<br />

bem medido, Américo espalmou<br />

o mosquito contra o pescoço.<br />

- Já não me lixas mais.<br />

Sentia-se chegar ao limite da<br />

resistência, os tornozelos e os<br />

nós dos dedos dolorosamente<br />

inchados de tanta ferroada.<br />

Prestes a desatar aos berros.<br />

Ao redor do aquartelamento, à<br />

volta dos postes de iluminação,<br />

os mosquitos saíam da noite<br />

em hordas cerradas.<br />

"Maldita terra, malditos mosquitos.<br />

Não bastava este calor<br />

de morrer."<br />

Pousou a G-3 no parapeito do<br />

posto de vigia e pôs-se a espiar<br />

o negrume. Múltiplos ruídos, indestrinçáveis,<br />

de todos os timbres,<br />

elevavam-se para além<br />

do anel de luz das lâmpadas<br />

da periferia do aquartelamento.<br />

Era um bramar soturno, hostil,<br />

prenhe de suspeições.<br />

Por instantes esqueceu-se dos<br />

mosquitos, percorrido por um<br />

arrepio. Mas o ressonar dos<br />

dois camaradas de posto, mesmo<br />

a seus pés, serenou-o.<br />

"Se estivesse sozinho morria<br />

de cagaço."<br />

Olhou o relógio de pulso. Os<br />

ponteiros fosforescentes indicavam<br />

as três horas da madrugada.<br />

Dentro de três quartos<br />

de hora despertaria o Mendes<br />

para o render. Seria a sua vez<br />

de ferrar o galho, se fosse capaz.<br />

Apetecia-lhe fumar um cigarro<br />

mas a imagem ameaçadora do<br />

capitão sobrepôs-se ao desejo.<br />

Não lhe apetecia mesmo nada<br />

apanhar uma porrada e ir parar<br />

ao Leste, que era bem pior do<br />

que o Norte, segundo diziam.<br />

"- Sentinela, eh sentinela !"<br />

Emaranhado nos seus pensamentos,<br />

levou tempo a recompor-se.<br />

- Estavas a dormir, logo na primeira<br />

noite?<br />

Pela voz, reconheceu o furriel<br />

Neves.<br />

- Aqui no poleiro, não dá o sono<br />

a ninguém, meu furriel.<br />

- Podia passar por aqui um regimento<br />

de turras que não davas<br />

por nada. Vamos lá a ver se<br />

abres mais os olhos.<br />

Américo sentiu os passos do<br />

furriel perderem-se na noite.<br />

Enervado, tornou a olhar o relógio.<br />

Estava na hora. Até já passavam<br />

cinco minutos.<br />

- Acorda, Mendes, está na hora.<br />

O camarada soergueu-se da<br />

enxerga, estremunhado.<br />

- Já ? Não me estás a tramar ?<br />

- Vá, levanta-te. Não acordes o<br />

Fernandes.<br />

- Logo agora que estava a sonhar<br />

com uma miúda muito boa<br />

lá da terra. Tens um cigarro ?<br />

- Olha o capitão.<br />

- O capitão que vá bardamerda.<br />

Dá cá o cigarro.<br />

O clarão do fósforo iluminou<br />

dois rostos terrosos. Depois ficou<br />

a ponta vermelha do cigarro<br />

a fazer arabescos na noite.<br />

- Não te deitas ?<br />

- Não tenho sono. Fico contigo<br />

um bocado.<br />

- Saudades ? Deixa lá que<br />

qualquer dia já chega o correio.<br />

Falavam em surdina, para não<br />

acordar o Fernandes. Os mosquitos<br />

tinham acalmado e para<br />

além dos morros começava a<br />

assomar o calor da madrugada.<br />

- Sabias que o meu filho fez<br />

ontem um ano ? - disse Américo,<br />

com tremuras na voz. - É<br />

verdade, fez ontem um ano que<br />

ele nasceu em França.<br />

- Tu estavas na França, não é?<br />

Que maluqueira foi essa de voltares<br />

para fazer a tropa?<br />

- Sei lá ! Comecei a pensar que<br />

nunca mais poderia regressar a<br />

Portugal, que o meu filho nunca<br />

poderia conhecer os avós. A<br />

mulher também se sentia triste<br />

sem a família. Resolvemos regressar.<br />

Mas quando acabar<br />

esta merda, volto para a França.<br />

- Dizes bem, esta merda.<br />

Monteiro da Silveira, Manuel Araújo e José Luís. - (Foto: Mário Neves)<br />

Subitamente, um estampido<br />

acordou a noite.<br />

- Ouviste ?<br />

- Foi no posto 3.<br />

Soou outro tiro, logo seguido<br />

duma rajada.<br />

O aquartelamento encheu-se<br />

de sobressalto: luzes, vozes<br />

alteradas, correrias, o latir do<br />

Fantasma.<br />

- Será um ataque? aventou<br />

Américo de dedos crispados na<br />

G-3.<br />

O Fernandes despertara.<br />

- O que é que a gente vai fazer?-<br />

balbuciou.<br />

A pergunta fê-los sentir como<br />

galinhas aprisionadas.<br />

- Terá morrido alguém ?<br />

- E nós aqui sem saber de nada.<br />

- Que porra de situação.<br />

- Calma - aconselhou Mendes. -<br />

Não me parece coisa grave.<br />

- Sentinela ! - gritaram lá de baixo.<br />

- Quem está aí ? - perguntaram<br />

em coro.<br />

- É o furriel Meneses. Estejam<br />

tranquilos que ainda não é desta<br />

que vão morrer. Foi o parvo<br />

do Costa que julgou ter ouvido<br />

um ruído estranho e desatou às<br />

rajadas como um maricas. Algum<br />

javali.<br />

- Que cagaço, meu furriel! -<br />

Américo soltou uma risada nervosa.<br />

- Já pensávamos que os<br />

turras tinham atacado.<br />

- Ponham-se mas é a pau com<br />

os ataques dos mosquitos.<br />

- Que susto aquele gajo nos<br />

pregou - desabafou o Fernandes.<br />

- Ia-me borrando todo.<br />

- O furriel disse que eram os javalis<br />

mas podiam muito bem ter<br />

sido os turras.<br />

- Nunca se sabe.<br />

- Afinal, quem é que está de<br />

sentinela ? Eu ou vocês ? - galhofou<br />

o Mendes.<br />

A parada enchia-se de vida<br />

com as primeiras pinceladas da<br />

manhã.<br />

O segundo pelotão vai sair para<br />

a mata - suspirou o Fernandes.<br />

- Já é de dia.<br />

- Graças a Deus - benzeu-se o<br />

Américo, olhos postos na luminosidade<br />

que acobreava o dorso<br />

dos morros...<br />

(*) - escrito em Janeiro de 1971<br />

no Luvo, fronteira com o Zaire)<br />

Ex- Furriel Mil.º, da Comp. de Caç.<br />

2609 do Bat. de Caçadores 2890,<br />

no período de 1969 a 1972.<br />

(*) Foto ilustrativa de elementos de<br />

Transmissões da 2ª Companhia de<br />

Cavalaria 8320/73.


22<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Crónica<br />

V NELSON LIMA (*)<br />

A felicidade varia<br />

com a idade?<br />

(*) Director Geral e Coordenador<br />

Nacional do Grupo<br />

INSTITUTO DA INTELIGÊNCIA<br />

PORTUGAL<br />

Director na Europa do CINEAC<br />

Centro de Inovação Educacional<br />

Augusto Cury (Brasil)<br />

Professor de Neurociência, Coordenador<br />

e Orientador na Universidade<br />

do Futuro (Brasil)<br />

Director da Divisão de Investigação<br />

da EURADEC (Associação<br />

Europeia para o Desenvolvimento<br />

da Educação e da Cidadania,<br />

ALEMANHA) e da WEA - World<br />

Education Association for Sustainable<br />

Development and Global<br />

Citizenship, SUIÇA)<br />

Representante da ZIGMA CON-<br />

SULTING (América Latina), em<br />

Portugal.<br />

DEVERIA SER UMA<br />

OBRIGAÇÃO DE<br />

TODOS OS ESTADOS<br />

PROPORCIONAREM<br />

CONDIÇÕES PARA QUE<br />

O SEU POVO PUDESSE<br />

SER O MAIS FELIZ<br />

POSSÍVEL.<br />

É-se mais feliz em criança, na adolescência,<br />

na vida adulta ou na velhice? Ora, dirão<br />

muitos de vocês, esta pergunta não<br />

tem cabimento. Pode-se ser feliz em qualquer<br />

altura da vida, da mesma forma que<br />

a infelicidade pode agarrar-nos em qualquer<br />

outra etapa.<br />

Não obstante, há estudos referindo que,<br />

para além de muitos outros factores que<br />

estão presentes na felicidade, a época da<br />

vida também tem a sua influência. Mas<br />

tudo isto tem de ser visto no seu conjunto.<br />

E não separadamente.<br />

Falando por mim, quis a vida (ou o destino,<br />

caso se acredite nele) que me sinto<br />

mais feliz agora do que quando era mais<br />

jovem. Com excepção da infância de que<br />

tenho boas memórias. Ou seja, a infância<br />

e a idade sénior, no meu caso pessoal, foram<br />

mais benéficos (têm sido), o que vem<br />

confirmar alguns estudos.<br />

NA VIDA ADULTA NÃO FAL-<br />

TAM DECEPÇÕES<br />

Vejamos. Na infância é-se feliz porque<br />

vive-se um mundo sem preocupações, o<br />

imaginário ocupa nossa mente, a inocência<br />

predomina e as brincadeiras são uma constante.<br />

E na idade sénior (depois dos 60) já<br />

se viveu o suficiente para se atingir a maturidade<br />

e uma certa sabedoria que nos proporciona<br />

uma agradável serenidade. Já nos<br />

sentimos realizados, a família está constituída<br />

e olhamos com algum distanciamento<br />

mas muito interesse (no meu caso) os problemas<br />

do mundo.<br />

Durante o resto do tempo - no fim da adolescência<br />

e durante a vida adulta - as canseiras<br />

e as preocupações são bem maiores<br />

do que nas outras idades, afectando a felicidade<br />

(stress ocupacional, divórcios, complicações<br />

diversas, esforço de realização<br />

profissional, etc.). Na verdade, é na casa<br />

dos 35-45 anos de idade que as pessoas<br />

têm mais problemas e têm menos momentos<br />

de felicidade.<br />

É certo que a felicidade não é um estado<br />

permanente. Ela é feita de oportunidades,<br />

ou seja, de momentos felizes. Creio, porém,<br />

que na infância e na velhice esses momentos<br />

são mais prolongados no tempo pois há<br />

menos sobressaltos e aborrecimentos.<br />

A FELICIDADE A QUE TE-<br />

MOS DIREITO<br />

Bem, meus amigos, isto não é nenhuma<br />

teoria nem pretendo afirmar nada de novo.<br />

É apenas uma opinião alicerçada no que a<br />

vida me ensinou e no que vi nos outros,<br />

incluindo meus amigos. Mas acredito que<br />

se a minha vida tivesse sido outra (tivesse<br />

nascido noutra época, noutro país, noutra<br />

família) eu poderia ter uma opinião diferente.<br />

É óbvio.<br />

Então, e em jeito de conclusão, digo: a cada<br />

um a sua felicidade. E isso é um direito que<br />

deveria estar nas Constituições de todos<br />

os países. Ou seja, deveria ser uma obrigação<br />

de todos os Estados proporcionarem<br />

condições para que o seu povo pudesse ser<br />

o mais feliz possível.


Justiça<br />

Alemã<br />

Dieter Dellinger<br />

Os juízes e procuradores alemães não<br />

são tão raivosos como os portugueses<br />

e são sem dúvida respeitadores da lei,<br />

desde que não colida com o seu elevado<br />

sentido da justiça no sentido ético<br />

e humano. A própria lei alemã exige<br />

humanidade em todos os processos e<br />

condenações.<br />

Digo isto a respeito do caso do português<br />

Alfredo Saraiva que assassinou um o turco<br />

e foi ilibado e relatado pela revista “Der<br />

Spiegel”<br />

O Alfredo era um pobre português de uma<br />

aldeia do Norte que emigrou há anos para<br />

a Alemanha e aí exerceu várias profissões<br />

e acabou por tirar um curso de cozinha,<br />

conseguindo abrir em Hamburgo um pequeníssimo<br />

restaurante no qual ele era a<br />

única pessoa a trabalhar, fazendo os cozinhados,<br />

servindo à mesa e lavando a<br />

loiça, etc.<br />

Pois, Alfredo, pai de cinco filhas, andou<br />

durante anos a ser chantageado pelo turco<br />

conhecido por “çi çi” que via no restaurante<br />

com uma só pessoa o local ideal para<br />

extorquir dinheiro sob ameaça.<br />

Começou por pedir um empréstimo de 500<br />

euros e depois disse que era para o proteger<br />

e todos os meses ia pedindo mais até<br />

chegar aos 2 mil euros.<br />

Um dia quis cinco mil euros e Alfredo já lhe<br />

tinha dado mais de 25 mil e disse-lhe para<br />

esperar até fechar o restaurante. Uma vez<br />

fechado disse-lhe que não lhe dava porque<br />

não tinha e o turco ameaçou matar a sua<br />

filha mais velha de 18 anos e depois acrescentou<br />

“porque não pões as tuas filhas a<br />

trabalhar, a mais velha pode dar muito”,<br />

referindo-se naturalmente à prostituição.<br />

Alfredo enfureceu-se e disse-lhe para se<br />

pôr na rua, o turco atirou-se ao Alfredo e<br />

rolaram pelo chão em luta até que Alfredo<br />

sentiu uma pistola no bolso do turco e<br />

tirou-a, disparando à queima roupa para a<br />

cabeça. O homem morreu imediatamente.<br />

Alfredo, sem saber o que fazer, lembrou-<br />

-se de fazer um buraco profundo no pequeno<br />

quintal das traseiras do restaurante<br />

para onde atirou o turco com a cara virada<br />

para baixo e tapou com terra e cimento<br />

que tinha lá, pois Alfredo tinha trabalhado<br />

nas obras e fazia todas as reparações no<br />

restaurante, tendo mesmo construído com<br />

as suas mãos os lavabos.<br />

O turco, que andava por vezes acompanhado<br />

por um grupo, tinha cadastro, e os<br />

amigos também, por assalto em pequenas<br />

Crónica<br />

lojas e chantagem, etc.<br />

Alfredo acabou por ser levado a tribunal<br />

porque tinha contado aos comerciantes vizinhos<br />

que andava a ser chantageado e a<br />

polícia prendeu-o, mas o juiz de instrução<br />

não aplicou prisão preventiva apesar de<br />

ser estrangeiro e poder fugir. Também não<br />

relatou o caso para os jornais, dado que<br />

isso podia produzir uma ação de vingança<br />

da parte dos comparsas do turco.<br />

Levado recentemente a tribunal e, mesmo<br />

sem um advogado caro, o juiz ilibou o Alfredo,<br />

considerando que atuou em legítima<br />

defesa e perdoou a profanação e enterro<br />

ilegal do cadáver que na Alemanha são<br />

crimes como em quase todos os países.<br />

Todavia, o Alfredo tem uma vida de terror<br />

porque os turcos familiares do çi çi juraram<br />

matá-lo. Não o fizeram porque a polícia<br />

alemã tem uma lista de todas as pessoas<br />

da família e gang do turco pelo que iam<br />

logo investiga-los.<br />

Este é um dos muitos casos em que a magistratura<br />

preferiu o justo, de acordo com<br />

a lei.<br />

Outro foi o do ex-presidente alemão que<br />

tinha sido presidente de uma região e nessa<br />

altura construiu uma vivenda que teria<br />

custado mais do que aquilo que os seus<br />

honorários permitiam e não tinha contraído<br />

nenhum empréstimo bancário. O ex-presidente<br />

foi acusado por inimigos políticos e<br />

levado a tribunal, defendendo-se com um<br />

empréstimo de um amigo, um conhecido<br />

cineasta alemão, que comprovadamente<br />

era seu amigo de infância.<br />

Os juízes alemães não condenaram o ex-<br />

-presidente porque ao examinarem a atividade<br />

do político como presidente regional<br />

não encontraram nenhum indício claro de<br />

pagamento de luvas, apesar da acusação<br />

dizer que luvas podem ser dadas por todas<br />

as atividades de um governo regional<br />

sem serem registadas em contabilidades<br />

ou passarem por contas bancárias. Mesmo<br />

assim, nada foi feito contra o ex-presidente.<br />

Outro dos casos conhecidos foi o do chanceler<br />

Kohl que durante a Guerra do Golfo<br />

vendeu a uma empresa de um amigo um<br />

vasto número de blindados especiais da<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 23<br />

reserva do exército alemão. Eram os únicos<br />

existentes no Mundo à prova de radiações,<br />

armas químicas ou bacteriológicas,<br />

etc. Como a fábrica não os podia fabricar<br />

em poucas semanas, Kohl vendeu a uma<br />

empresa intermediária de um amigo com<br />

sede na Suíça que ganhou muito dinheiro<br />

com o negócio e terá entregue parte ao<br />

chanceler Kohl.<br />

.<br />

Também foi a tribunal e Kohl desculpou-se<br />

com o facto de a Alemanha não ter querido<br />

entrar na guerra do Iraque como não tem<br />

entrada na maior parte das guerras americanas.<br />

Por isso, o Estado alemão não<br />

queria vender os blindados diretamente<br />

aos americanos e aos sauditas.<br />

Toda a gente duvidou da veracidade, mas,<br />

mesmo assim, os juízes alemães ilibaram<br />

Kohl devido ao seu trabalho pela unificação<br />

alemã. O julgamento teve lugar alguns<br />

anos depois de deixar o poder e de a Alemanha<br />

se ter unido.<br />

Por fim, uma anedota acerca da organização<br />

alemã.<br />

Quando eu era deputado, o dr. Salgado<br />

Zenha era ministro da Justiça e um grande<br />

amigo meu, de muita política, e nada<br />

a ver com justiça e tribunais. Quando foi<br />

convidado a visitar a Alemanha pelo ministro<br />

da Justiça Federal ele pediu-me para<br />

o acompanhar, a fim de não depender só<br />

dos intérpretes alemães e ouvir o que os<br />

alemães diziam entre si.<br />

A visita foi cronometricamente organizada.<br />

Chegámos à noite, levaram-nos ao Hotel<br />

e no dia seguinte muito cedo fomos visitar<br />

a Polícia Judiciária alemã com os seus<br />

importantes laboratórios e um enorme<br />

museu com muitas armas apreendidas e<br />

outros objetos, além de relatos de casos<br />

criminais de grande relevo. Depois fomos<br />

a uma espécie de tribunal da relação e almoçámos<br />

como o ministro alemão.<br />

A seguir deveríamos ver uma escola da<br />

polícia e o Tribunal Constitucional para seguir<br />

depois para o Supremo Tribunal.<br />

Salgado Zenha e a comitiva era sempre<br />

recebido à porta dos locais a visitar pelos<br />

respetivos dirigentes máximos e encaminhados<br />

para uma sala onde se fazia a receção<br />

e depois a visita às instalações.<br />

O gabinete do ministro alemão tinha planeado<br />

tudo menos uma pausa para urinar<br />

e a dada altura o Zenha disse-me: “diz a<br />

esses gajos que preciso ou precisamos<br />

todos de mijar”. Lá disse isso no carro ao<br />

chofer para comunicar pelo telefone sem<br />

fios e fomos então orientados para uma<br />

esquadra da polícia onde saímos todos<br />

dos carros para descarregar a bexiga sob<br />

grande admiração dos polícias que viram<br />

ali de repente o seu ministro da Justiça<br />

também a caminho dos urinóis.<br />

Aliviados, seguimos para mais umas visitas<br />

e fomos jantar com o Willy Brand e o<br />

líder parlamentar do SPD com quem eu<br />

tinha estado muitas vezes em Portugal a<br />

mostrar o processo revolucionário em curso.


LUSITANO de Zurique<br />

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Actualidade<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 27<br />

Canábis voltou a ser<br />

centro de debate no Porto<br />

Dos tijolos amigos do ambiente ao óleo CBD, passando ainda pelo uso recreativo, a canábis tem<br />

uma presença cada vez mais diversificada. Este fim de semana, [18 e 19 de Novembro] a Alfândega<br />

do Porto acolheu a segunda edição da Feira Internacional de Cânhamo do Porto.<br />

João Carvalho é o rosto da organização da CannDouro, que vai na segunda edição.<br />

Por:<br />

Ricardo<br />

Rodrigues (*)<br />

O ano de <strong>2018</strong> está a ser marcante<br />

para o mundo canábico. Acontecimentos<br />

como a legalização<br />

do uso recreativo de canábis no<br />

Canadá e na África do Sul, assim<br />

como a aprovação do uso medicinal<br />

em Portugal, fizeram correr<br />

tinta na imprensa, e tiveram eco –<br />

sobretudo o último ponto – na segunda<br />

edição da CannaDouro, a<br />

Feira Internacional de Cânhamo<br />

do Porto, que se realizou a 18 e 19<br />

de Novembro, na Alfândega.<br />

O certame reuniu visitantes de várias<br />

faixas etárias e nacionalidades,<br />

com a canábis no centro de todo o<br />

programa. “A Cannadouro é uma<br />

feira canábica, que reúne empresas<br />

que estão associadas aos três usos<br />

contemporâneos da canábis: o uso<br />

terapêutico, o uso agroindustrial e o<br />

uso recreativo”, explicou ao JPN o<br />

organizador, João Carvalho.<br />

Além da mostra de empresas, foram<br />

também elaborados debates<br />

e palestras para esclarecer os visitantes<br />

sobre as várias utilizações<br />

da planta.<br />

Pacientes (não)<br />

esperam pela lei<br />

A 15 de julho deste ano, o Parlamento<br />

português aprovou a utilização<br />

de canábis para fins medicinais.<br />

Este foi um passo que a comunidade<br />

canábica esperava há muito<br />

tempo, mas ainda que não consigam<br />

esconder alegria pela notícia,<br />

a incerteza também está presente.<br />

No sábado, foi apresentado no certame<br />

a série documental “Pacientes”,<br />

realizada por Laura Ramos,<br />

que retrata a experiência de doentes<br />

que tiveram de recorrer ilegalmente<br />

a canabinóides para atenuar<br />

os sintomas das suas patologias.<br />

São vários casos de pessoas que<br />

viajam para o estrangeiro ou auto-<br />

-cultivam canábis com o objetivo<br />

de adquirir óleo CBD, muitas vezes<br />

contra a vontade dos médicos que<br />

os acompanham.<br />

Maria João Rezende é uma das protagonistas<br />

do documentário. A sua<br />

irmã, Paula, sofre de epilepsia refratária.<br />

O recurso ao CBD, assegura<br />

Maria João, fez reduzir o número de<br />

convulsões que Paula registava por<br />

mês, de cerca de 80 para menos<br />

de 20. Numa sessão aberta após<br />

João Carvalho é o rosto da organização da CannDouro, que vai na segunda edição. FOTO: CANNADOURO<br />

a apresentação do documentário,<br />

contou um episódio de discussão<br />

com o psiquiatra da irmã, em que<br />

este a proibiu de usar a palavra “canábis”<br />

dentro do consultório.<br />

Maria João Rezende admite que a<br />

irmã não está curada, mas acredita<br />

que ela “agora tem melhor qualidade<br />

de vida” e que se a canábis medicinal<br />

tivesse sido legalizada há mais<br />

tempo não tinha a necessidade de<br />

se sentir uma “contrabandista” sempre<br />

que se deslocava ao Brasil para<br />

comprar óleo CBD para Paula.<br />

Embora a legalização seja uma boa<br />

notícia para doentes como Paula, a<br />

regulamentação da legalização da<br />

cannabis para fins medicinais ainda<br />

não é uma realidade, estando prevista<br />

a sua publicação até ao final<br />

deste ano.<br />

Bruno Maia, neurologista, confessa<br />

os seus receios ao JPN: “O Infarmed<br />

e as autoridades de saúde vão<br />

regulamentar de maneira a proteger-se<br />

a si mesmas e não os doentes”,<br />

acredita. Dito de outro modo,<br />

“quanto mais difícil for o acesso,<br />

mais seguros eles estão que não<br />

estão a cometer erros.”<br />

Construir, beber e<br />

vestir canábis<br />

Cerveja, t-shirts e tijolos. À primeira<br />

vista, parecem não ter nada em comum,<br />

mas uma visita à CannaDouro<br />

consegue dar uma ideia de como<br />

a canábis pode ter que ver com os<br />

três.<br />

Vencedora do prémio “Melhor Produto<br />

de Cânhamo” da edição do ano<br />

passado da CannaDouro, a empresa<br />

espanhola Cannabeer pegou<br />

numa das bebidas alcoólicas mais<br />

antigas da humanidade e reinventou-a,<br />

adicionando a canábis como<br />

o seu ingrediente (pouco) secreto.<br />

Por outro lado, a Natur Wear, uma<br />

empresa também espanhola, utiliza<br />

as folhas de cânhamo de uma forma<br />

pouco ortodoxa. Criou uma linha<br />

de vestuário ecológica através da<br />

utilização de tecidos de fibras selvagens,<br />

como de ortiga e cânhamo.<br />

Dinis Dias, vice-presidente da Cannativa,<br />

uma organização que faz<br />

estudos sobre o universo canábico,<br />

conta num debate aberto ao público<br />

que as “as velas das caravelas<br />

portuguesas eram feitas com fibra<br />

de cânhamo” e que este era produzido<br />

em grandes quantidades no<br />

Vale da Vilariça, região de Torre de<br />

Moncorvo.<br />

A SKREI, uma empresa portuguesa,<br />

constrói habitações a partir de<br />

cânhamo. Utilizando a madeira do<br />

caule da planta, produz betão de cânhamo<br />

isolante (BCI), que tem propriedades<br />

acústicas e capacidade<br />

de autorregulação de temperatura<br />

e humidade. Em termos ambientais,<br />

o cânhamo permite a construção de<br />

betão com um balanço negativo de<br />

dióxido de carbono, explicam.<br />

João Carvalho esclarece ao JPN<br />

que o cânhamo tem “resistência à<br />

humidade e fibras muito longas e<br />

resistentes que há séculos, se não<br />

milénios, fazem com seja considerado<br />

uma matéria-prima para múltiplos<br />

usos”.<br />

Equilíbrio e<br />

consciência recomendam-se<br />

A vertente recreativa também foi<br />

abordada na feira. A Kosmicare,<br />

uma organização sem fins lucrativos<br />

que trabalha na redução de<br />

riscos e danos associados ao consumo<br />

de drogas, deu uma palestra<br />

para abordar perante os presentes<br />

alguns cuidados a ter e os efeitos<br />

que podem surtir do consumo recreativo<br />

de canábis.<br />

Pedro Monteiro advertiu que os efeitos<br />

do consumo variam de pessoa<br />

para pessoa, do tipo de canábis,<br />

assim como da via de consumo escolhida.<br />

O consumo por ingestão,<br />

por exemplo – através dos chamados<br />

space cakes, manteigas ou óleo<br />

de canábis – têm um efeito mais intenso<br />

e prolongado. Nestes casos,<br />

os efeitos podem podem durar até<br />

nove horas a desaparecer.<br />

Segundo Pedro Monteiro, o segredo<br />

para o consumo responsável e recreativo<br />

de canábis é o equilíbrio e<br />

a consciência e defende que o facto<br />

de o consumo de cânhamo não ser<br />

legal em Portugal afeta a segurança<br />

dos consumidores, por muitas vezes<br />

estes “não saberem o que estão<br />

a consumir”.<br />

Esta segunda edição da CannaDouro<br />

contou com mais de 24 empresas<br />

participantes e associações canábicas.<br />

Segundo o site da feira, a<br />

edição do ano passado atraiu 2.500<br />

visitantes nos dois dias do evento.<br />

(*) jpn.up.pt / editado por Filipa Silva


LUSITANO de Zurique<br />

28<br />

Recantos Helvéticos<br />

Vila de<br />

Bex<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

A pequena vila de Bex, situa-se na<br />

província do Vaud. Com apenas<br />

6411 habitantes, tem uma história<br />

profunda e digna de ser visitada e<br />

conhecida.<br />

O rio Avançon atravessa esta vila<br />

dando-lhe um encanto envolvente.<br />

De um lado temos o vale de Solalex<br />

e dou outro o vale de Nant. A escassos<br />

quilómetros, a montanha de Diablerests<br />

deixa-se deslumbrar com os<br />

seus 3210 metros de altitude.<br />

As paisagens são tão amplas, tão ricas,<br />

tão majestosas que é difícil descrever<br />

o que os nosso olhos vêem.<br />

Em Bex muito há para visitar. A minha<br />

escolha recai nas minas de sal.<br />

Um labirinto subterrâneo, que nos<br />

envolve numa visita emotiva, curiosa<br />

e saboroso.<br />

Em 1680 um pastor se interrogou<br />

porque é que as suas ovelhas escolhiam<br />

sempre o mesmo sitio para<br />

pastar. O segredo estava descoberto:<br />

era o sabor do sal. Foi então<br />

que um grupo de quatro pessoas,<br />

C. Grenier, L.Chappuis, H. Bauvard<br />

e F. Laurrent, criam uma sociedade<br />

e dão-lhe o nome de “Minas de Sal<br />

de Bex“.<br />

Em 1923 compram a primeira perfuradora.<br />

Os trabalhos avançam tão<br />

devagar que em 1963 compram outra<br />

perfuradora e trabalhando oito<br />

horas, avançando nas escavações<br />

três metros. Progredir no trabalho<br />

foi prioridade. Compram então uma<br />

máquina com capacidade dupla e<br />

conseguem escavar dezoito metros<br />

por dia.<br />

Trabalho duríssimo, mas que deu o<br />

seu fruto. Actualmente são trinta e<br />

duas perfuradoras que operam em<br />

quatro zonas. Visitando as minas<br />

podemos admirar os túneis que ali<br />

se ergueram, na busca deste precioso<br />

elemento que é o sal.<br />

A visita deixa-nos com o coração a<br />

bater de emoção, já que podemos<br />

observar, todos os instrumentos e<br />

a forma como foram usados, desde<br />

que começaram esta descoberta em Bex.<br />

Estar tão perto desta realidade mineira e<br />

no mais profundo da montanha é um místico<br />

de sensações e aí valorizamos o que de<br />

bom temos nas nossas vidas profissionais.<br />

Não percam esta aventura, das Minas de<br />

Sal em Bex.<br />

No fim de cada viagem ao interior da mina,<br />

podemos degustar os vários sabor do sal<br />

que ali são elaborados. A Flor do sal conquistou-me<br />

e tê-lo no meu paladar foi todo<br />

um hino aos esforço destes homens, que se<br />

chamam mineiros.<br />

Meus amigos, dois mil e dezoito está a<br />

chegar ao fim. Espero que cada um de vós<br />

tenha um balanço positivo e sobretudo muita<br />

saúde, para enfrentar o ano que aí vem.<br />

Feliz Natal e Prospero Ano Novo.


Crónica Dezembro <strong>2018</strong> 29<br />

E venham mais cinco<br />

V PEDRO BARROSO<br />

Algures perdidos num<br />

inverno distante, e longe dos<br />

confortos da capital, Riachos<br />

era então uma aldeia perdida<br />

no alto Ribatejo, limitada nos<br />

meios e condições. Fazia frio<br />

e chuva. Era Novembro.<br />

Os meus pais decidiram que<br />

seria mais seguro a criança<br />

nascer em Lisboa, com<br />

assistência na Maternidade,<br />

uma coisa como deve ser.<br />

Logo voltaria, são e salvo,<br />

tomando ares de campo,<br />

quando nascesse. De<br />

preferência varão. Era o<br />

desejo.<br />

E assim foi. Nascido entre<br />

professores, escolas, livros e<br />

ensino, o menino foi ouvindo e<br />

empinando os rios e afluentes,<br />

foi aprendendo línguas e<br />

ouvindo episódios da Historia.<br />

Apaixonava-se pela Historia.<br />

Portugal, caramba, era um<br />

berço de heróis. Apenas havia<br />

que fazer re-borbulhar a velha<br />

Liberdade.<br />

Mais tarde, o miúdo foi<br />

descobrindo o sonho e a arte;<br />

foi juntando musica e poesia,<br />

para grande surpresa dos<br />

circunstantes e familiares. Não<br />

havia grandes antecedentes,<br />

excepto um tio avô, João<br />

Chora de seu nome, musico<br />

erudito, saxofone, contra-tenor<br />

e maestro. No resto, ambientes<br />

pouco dados a artes de Talma,<br />

musas de enredo ou sinfonias<br />

de tambor. Grandes concertos<br />

me lembro, nos corredores da<br />

R Poiais de S Bento, onde meu<br />

pai entretanto fora colocado<br />

professor. um dia na visita a<br />

um leilão, parei hipnotizado por<br />

um teclado. Tirei acordes que<br />

ninguém me tinha ensinado.<br />

Havia de se comprar um piano<br />

para o rapaz. Parece que tem<br />

jeito.<br />

Qual coisa. Breve passagem de<br />

2 anos pela Fundação Musical<br />

dos amigos das Crianças na<br />

R de S Bernardo à Estrela. 2<br />

anos de solfejo e, depois, muita<br />

carolice pessoal. Bom, tenho<br />

de comprar uma viola, que<br />

se lixe. Encaixar os poemas<br />

conforme os vou fazendo. E<br />

assim foi.<br />

O 1º piano viria uns 10 anos<br />

mais tarde, teimosia inusitada,<br />

reservando uma divisão para<br />

a balbúrdia experimental, ali<br />

para o planeta da Rebelva.<br />

Havia que ganhar a vida, como<br />

professor, destino de família;<br />

não dava para impor o sonho à<br />

realidade que punha o pão na<br />

mesa.<br />

Até que um dia, depois de tanta<br />

estrada derramada e tantos<br />

países nos olhos da memória,<br />

se tornou imperioso tomar<br />

decisões e optar por uma<br />

opção de vida. Acumular era<br />

difícil. O Sr Professor não podia<br />

ser saltimbanco aos sábados<br />

e domingos. Ficava confuso e<br />

cansativo.<br />

Tentou-se a sorte. Num tempo<br />

em que viver da musica em<br />

exclusivo era como polir lentes<br />

para Espinosa. Incerto. Mas<br />

havia que tentar dar a volta ao<br />

sonho. Abraçar gente. Cantar a<br />

Liberdade.<br />

Hoje a vida - quando não<br />

há novidades de maior<br />

quebrando a norma...- permite<br />

um continuar tranquilo e<br />

a esperança de velhice é<br />

mais plena e conseguida.<br />

Promessas, já sabemos. Pois.<br />

Fica pior quando surge um<br />

imprevisto. E nesse aspecto,<br />

calhou-me a fava, ao que<br />

parece.<br />

Mas, maior que tudo mesmo -<br />

mais importante que o chegar,<br />

mais emocionante q as viagens,<br />

q o ter conseguido as grandes<br />

salas do pais e as praças<br />

cheias, mais importante q tudo<br />

isso, foi o percurso pleno de<br />

construção, vontade, poesia,<br />

música, abraços e aplausos.<br />

Foi a geração de ouro que me<br />

presenteou companheiros de<br />

mérito, coragem e exemplo.<br />

O leque de músicos e poetas<br />

que juntos, erguemos a palavra<br />

Democracia, alicerce dos<br />

caboucos cinzentos e frágeis<br />

de onde havíamos partido com<br />

medo, em caves clandestinas.<br />

Ter cantado centos de vezes<br />

c o Zeca, figura tutelar, acima<br />

de nós, desculpem-me todos<br />

os outros. Sei que o entendem,<br />

pois sentem o mesmo que eu<br />

sinto nesse aspecto.<br />

Esse percurso ja ninguém mo<br />

tira, mora comigo e reside no<br />

museu privado da memória. O<br />

resto é perdurar a memória e<br />

erguer o templo. Cada um de<br />

nós merece esse romance.<br />

Agradeço a todos os<br />

intervenientes que o<br />

possibilitaram.<br />

Parece que pelo menos ao dia<br />

28, ainda chegarei.<br />

Venham mais cinco.<br />

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30<br />

LUSITANO de Zurique<br />

HUMOR - quem não sabe rir, não sabe viver!<br />

Melhor que cerveja<br />

Num bar o alentejano pede mais uma<br />

cervejinha para continuar a noite em<br />

altas. O barman depois de o servir pergunta<br />

a um indivíduo que estava ao seu<br />

lado, se pretende beber alguma. Disse<br />

ser muçulmano e com ar ofendido<br />

acrescenta:<br />

- Prefiro ser raptado e violado sucessivamente<br />

por uma centena de “meninas<br />

da vida” do que uma gota de álcool toque<br />

nos meus lábios.<br />

Rapidamente o alentejano devolve a<br />

cerveja ao barman e diz-lhe:<br />

- Olhe, eu também! Não sabia que se<br />

podia escolher…<br />

Funerais modernos<br />

Num funeral, um dos convidados para<br />

o padre:<br />

- Qual a password da Internet aqui da<br />

igreja?<br />

- Respeite o falecido! – adverte o padre.<br />

E o convidado:<br />

- É tudo junto?<br />

Velhote flatulento<br />

Um velhote vai ao médico:<br />

- Doutor, tenho este problema com os<br />

gases. Solto à vontade uns 40 por dia.<br />

Felizmente não cheiram mal, mas o barulho<br />

é tão desagradável…<br />

Depois de analisar, diz o médico:<br />

- Meu amigo, vamos fazer um tratamento<br />

por etapas. Primeiro vai tomar estes<br />

comprimidos, três por dia, durante uma<br />

semana…<br />

Passado uma semana, o velhote volta:<br />

- Ó doutor, a medicação não deve estar<br />

a dar resultado. É que os gases não só<br />

continuam, como passaram a cheirar<br />

horrivelmente…<br />

E responde o médico:<br />

- Calma meu senhor, agora que já o tratei<br />

da sinusite, vamos lá tratar dos gases…<br />

Casa só para cristãos<br />

Um homem colocou um classificado no<br />

jornal: “Tenho casa para alugar: somente<br />

para cristãos”.<br />

No dia seguinte apareceu um interessado.<br />

O dono da casa, um homem muito<br />

mal encarado, atendeu e disse:<br />

- O que é que o senhor deseja?<br />

- Quero alugar a sua casa. – respondeu<br />

o visitante.<br />

Diz o homem:<br />

- Ok, ok! E qual o seu nome?<br />

Responde o interessado:<br />

- David Rosenberg!<br />

Diz o senhorio:<br />

- Não, não e não! Eu não alugo casa<br />

para judeus! O senhor não sabe ler?<br />

Não viu escrito no anúncio que é casa<br />

só para cristãos?<br />

Explica o interessado:<br />

- Eu vi! E é verdade que sou judeu, mas<br />

também sou cristão…<br />

Diz o senhorio:<br />

- Estás parvo ou quê? Pensas que sou<br />

estúpido? Não existe judeu cristão!<br />

Insiste o interessado:<br />

- Mas eu garanto-lhe que sou judeu e<br />

sou cristão…<br />

Então diz o homem:<br />

- Ah, é?! Então vou fazer um teste para<br />

ver se você é mesmo cristão! – E começa<br />

o questionário – O que é que tem<br />

dentro da Igreja Católica?<br />

- A sacristia … – responde o interessado.<br />

- Mais o quê? – pergunta o senhorio.<br />

- Tem o Santo Sudário! – responde o interessado.<br />

- Mais o quê? – pergunta o senhorio.<br />

- Tem o altar …. – responde o interessado.<br />

- Mais o quê? – pergunta o senhorio.<br />

- Tem o confessionário…. – responde o<br />

interessado.<br />

- Jesus é filho de quem? – pergunta o<br />

senhorio<br />

- De José! – responde o interessado.<br />

- E de quem mais? – pergunta o senhorio.<br />

- De Maria… – responde o interessado.<br />

- E onde Jesus nasceu? – pergunta o<br />

senhorio.<br />

- Em Belém! – responde o interessado.<br />

- Eu sei que foi em Belém! Eu quero saber<br />

do local, da casa! – pergunta o senhorio.<br />

- Não era uma casa! Era um estábulo. –<br />

responde o interessado.<br />

- E por que num estábulo? – pergunta<br />

o senhorio.<br />

E, farto das perguntas, responde o interessado:<br />

- Porque naquela época, já existia a<br />

besta de um burro igual a você, que também<br />

não alugava casa para judeus…<br />

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Horóscopo<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 31<br />

Carneiro<br />

No trabalho, não “bata” de frente com<br />

os superiores. Procure ficar perto de<br />

pessoas que levantem o seu astral. Sua<br />

mente estará aberta para coisas novas.<br />

Cumplicidade com sua alma gémea.<br />

Romance secreto pode ser descoberto.<br />

Touro<br />

Seus planos podem sofrer algumas<br />

alterações. Encare as mudanças com<br />

tranquilidade. Boa sintonia com colegas<br />

vai facilitar o trabalho em equipa. Saberá<br />

usar seu poder de sedução na conquista.<br />

A união ganhará mais afinidades.<br />

Gémeos<br />

No trabalho, evite atitudes autoritárias<br />

ou decisões precipitadas. Vai contar<br />

com mais garra para lutar pelo que quer.<br />

Sinal verde para falar em namoro ou<br />

casamento. Pode pintar clima de romance<br />

com amigo.<br />

Caranguejo<br />

Pode enfrentar rivalidade com colegas<br />

de trabalho ou problemas com a<br />

concorrência. O céu estimula a sua saúde<br />

e dará mais disposição. Romance com<br />

amigo tem tudo para dar certo. Reforce a<br />

confiança no seu amor.<br />

Leão<br />

Cuidado com decisões precipitadas com o<br />

seu dinheiro. Óptimo mês para conquistar<br />

um novo emprego ou mais estabilidade<br />

no trabalho. O seu charme está irresistível<br />

no romance. Óptimo astral no romance.<br />

Virgem<br />

Não se deixe dominar pelo pessimismo.<br />

No trabalho, estimule a cooperação dos<br />

colegas. Vai-se sentir mais apegada à<br />

família. Na relação amorosa, respeite as<br />

diferenças. Estará atraente e vai envolver<br />

quem quiser.<br />

Balança<br />

Negócios com parentes podem desandar.<br />

Pode tomar iniciativas óptimas no serviço.<br />

Mês indicado para investir em cursos e<br />

treinamentos. Pode se surpreender com<br />

novo namoro. Não deixe a família interferir<br />

demais no romance.<br />

Escorpião<br />

O trabalho vai exigir mais de si. Cuide com<br />

mais atenção de documentos importantes.<br />

Óptima fase para ganhar dinheiro. Uma<br />

nova paixão pode evoluir rápido para<br />

compromisso. Forte companheirismo no<br />

romance.<br />

Sagitário<br />

Não esbanje dinheiro. Deve apoiar a<br />

família numa decisão importante. Terá<br />

mais pique para trabalhar e pode até<br />

aceitar um serviço extra. Popularidade<br />

grande no romance. Participe mais dos<br />

projectos do par.<br />

Capricórnio<br />

Em família, evite impor suas vontades<br />

ou opiniões. Segure a língua e não conte<br />

seus segredos a ninguém. No trabalho,<br />

confie em seu taco. Vai atrair muitos fãs<br />

na sedução. A dois, esclareça dúvidas<br />

sem discutir.<br />

Aquário<br />

A troca de ideias vai estimular a sua<br />

criatividade no emprego. Decisões<br />

precipitadas podem trazer prejuízo. No<br />

amor, evite discussões desnecessárias.<br />

Se você está só, saia mais com os amigos<br />

e conheça gente nova.<br />

Peixes<br />

Tente não misturar amizade com<br />

negócios. Pode pintar promoção no<br />

trabalho. Sintonia boa com os amigos. A<br />

opinião de parentes pode ter mais peso<br />

nas suas decisões. Fase ciumenta no<br />

amor.<br />

Peixes<br />

◦ Peixes são seres muito criativos e geralmente inclinados para<br />

as artes ou trabalhos ligados ao campo artístico de alguma<br />

forma. De acordo com a escritora Brook Belong, eles também<br />

possuem uma estranha sorte com o número 7 – é muito comum<br />

ver esse número presente em apostas ou simpatias feitas<br />

Curiosidade sobre o<br />

signo deste mês<br />

por piscianos. Se você é um pisciano e nunca pensou sobre<br />

isso, procure recordar se por acaso o número sete não esteve<br />

sempre ao seu redor, quase como se estivesse te perseguindo.<br />

Podem ser coisas muito simples e que passam despercebidas,<br />

a não ser que esteja atento; talvez você olhe constantemente<br />

para o seu relógio às 7:07, por exemplo. Se assim for, “pode<br />

indicar um bom momento para empreendimentos académicos ou<br />

aventureiros”, disse Belong.<br />

RECOLHA: JOANA ARAÚJO


32<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Tecnologia<br />

V JOANA ARAÚJO (*)<br />

BOAS FESTAS<br />

Um bilião e meio<br />

de smartphones<br />

5G em 2024<br />

A Ericsson divulgou o<br />

seu Relatório Anual de<br />

Mobilidade e faz uma<br />

previsão para os próximos<br />

anos: em 2024,<br />

o mundo terá 1,5 bilião<br />

de smartphones 5G,<br />

o equivalente a 17%<br />

das 8,9 biliões de redes<br />

móveis activas em<br />

todo o planeta daqui a<br />

seis anos. Para se ter<br />

uma ideia da supremacia<br />

do smartphone, a<br />

expectativa é de que<br />

“apenas” 330 milhões<br />

de PCs e tablets estejam<br />

conectados a uma<br />

rede móvel em 2024.<br />

Garante a Ericsson.<br />

Google PlayStore removeu 13<br />

aplicações com vírus<br />

No mês passado a Play Store da<br />

Google removeu 13 aplicativos falsos<br />

que se passavam por jogos na<br />

loja e repassavam malware para<br />

smartphones com Android.<br />

Os apps pediam acesso completo<br />

ao celular para roubar dados pessoais<br />

do dispositivo.<br />

Os 13 aplicativos foram instalados<br />

mais de 580 mil vezes em smartphones,<br />

além de dois deles estarem<br />

destacados como “tendência”.<br />

Segundo Stefanko, todos os apps<br />

eram de um suposto desenvolvedor<br />

chamado “Luiz O Pinto”, o desenvolvedor<br />

que espalhava malware<br />

Aplicativos falsos<br />

Só em 2017, a Google conseguiu remover<br />

cerca de 700 mil aplicativos<br />

maliciosos da Play Store. Tendo também<br />

sido afectados bancos e serviços<br />

em todo o planeta. Na Suíça, a<br />

“fava” saiu ao PostFinance.<br />

Eis alguns dos aplicativos maliciosos<br />

que foram descobertos no Google<br />

Play. Tenha muito cuidado...<br />

Os melhores jogos e<br />

aplicações para Android<br />

Todos os dias nascem<br />

aplicações interessantes<br />

e jogos casuais que<br />

atraem uma comunidade<br />

enorme. Hoje escolhemos<br />

estes:<br />

– Aroundsound<br />

Audio Recorder<br />

AroundSound, que apareceu<br />

agora na Play Store,<br />

apresenta-se como um<br />

gravador de áudio que tem<br />

um design cuidado e que<br />

segue as linhas de Material<br />

Design. Esta app possui<br />

todos os recursos que qualquer<br />

utilizador possa vir a<br />

utilizar. Homepage: http://bit.<br />

do/eCirM Preço: Gratuito<br />

– Ava Airborne<br />

Ava acredita que pode voar.<br />

Mergulhe nessa viagem<br />

emocionante pelos lindos<br />

céus, mas perigosos. Desvie-se<br />

dos balões-bomba<br />

gigantes, mergulhe em catapultas<br />

super-carregadas,<br />

ricocheteie em trampolins<br />

e suba até as nuvens. Só<br />

nunca toque o chão.<br />

Desafie a gravidade. Com<br />

estilo. Uma proposta fantástica<br />

para passar bons<br />

momentos de entretenimento.<br />

Homepage: https://www.<br />

playstack.com<br />

Preço: Grátis<br />

- Assassin’s Creed<br />

Rebellion<br />

Junte-se a Ezio, Aguilar,<br />

Shao Jun e muitos outros<br />

Assassinos diferentes em<br />

simultâneo pela primeira<br />

vez!<br />

Exclusivamente desenvolvida<br />

para as plataformas<br />

mobile, uma nova versão<br />

do Animus permite-nos viver<br />

memórias do passado<br />

e jogar com Assassinos<br />

diferentes em simultâneo.<br />

Junte Assassinos poderosos<br />

numa única Irmandade<br />

e combata contra os Templários<br />

e a opressão que se<br />

alastra por Espanha.<br />

Homepage: https://www.<br />

ubisoft.com/en-gb/game/<br />

assassins-creed-rebellion/<br />

Preço: Grátis<br />

Estas são algumas propostas<br />

que deixamos para a época<br />

festiva que se aproxima.<br />

Super-Homem vai regressar?<br />

Embora nunca tenha sido revelado oficialmente,<br />

rumores antigos apontavam<br />

para um videojogo baseado em Super-<br />

-Homem, mas depois, também se falou<br />

de Harry Potter como a sua próxima<br />

viagem lúdica. Surgiu agora um novo<br />

rumor, baseado no site Game System<br />

Requirements, de que o estúdio britânico<br />

poderá de facto estar a produzir um<br />

projeto baseado no homem de aço. A<br />

ficha aberta para o jogo tem como título<br />

Superman: World’s Finest e a sua produtora<br />

a Rocksteady Studios.<br />

(*) com Agências


Culinária Dezembro <strong>2018</strong> 33<br />

CEIA DE NATAL SIMPLES<br />

Ingredientes:<br />

• 7 postas de bom bacalhau<br />

• 13 batatas grandes<br />

• 7 nabos médios<br />

• 7 ovos<br />

• 1 polvo grande<br />

• 7 cebolas médias<br />

• 1 penca, grelos, ou couve galega<br />

Confecção :<br />

Coza o polvo à parte sem deixar ficar demasiado cozido, apenas o q.b.<br />

Noutra panela coza as batatas, os nabos, as cebolas os ovos e as couves.<br />

Separadamente coza o bacalhau.<br />

Faça com que tudo fique cozido ao mesmo tempo.<br />

Numa bela travessa natalícia sirva esta ceia de natal simples.<br />

Decore a travessa ao seu gosto.<br />

Regue com bom azeite.<br />

Se gostar ponha vinagre, alho e pimenta.<br />

O que sobrar é para fazer roupa velha para o dia seguinte!<br />

Acompanhe com um bom vinho.<br />

BOAS FESTAS<br />

ESTRELA DE NATAL<br />

Ingredientes:<br />

• 200 gr açúcar<br />

• 120 gr Manteiga<br />

• 3 Ovos<br />

• 1,5 dl leite<br />

• 12 gr (+- 1 colher de sopa)<br />

• Fermento em pó<br />

• 1 pitada sal<br />

• 320 gr Farinha s/fermento<br />

• 1 pitada de Canela<br />

• 25 gr Amêndoa moída<br />

• 2 Maçãs<br />

• 2 colheres de sopa Brandy ou rum<br />

Confecção :<br />

Cortar uma maçã em cubos muito pequenos.<br />

Juntar açúcar, ovos, leite, sal, fermento, canela e brandy ou rum; misturar<br />

muito bem; juntar a amêndoa moída e a maçã cortada; juntar a farinha<br />

e misturar sem bater, adicionar a manteiga derretida e incorporar bem.<br />

Colocar em forma untada, cortar a outra maçã sem descascar em quatro<br />

partes, fazer golpes como se fosse cortar para a tarte de maçã,<br />

mas sem separar, colocar em forma de estrela sobre a massa.<br />

Cozedura:<br />

Cozer a 180º cerca de 40 minutos.<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó


LUSITANO de Zurique<br />

34 Medicina alternativa<br />

CÁNHAMO (*)<br />

CANNÁBIS<br />

(Sativa, Indica, e<br />

Ruderális)<br />

MEDICINA alternativa<br />

A Cannábis foi legal até 1970. Depois foi classificada como<br />

uma droga pesada.<br />

O cânhamo é uma planta notável e renovável, sendo usada<br />

em muitos tipos de produtos e alimentos que superam o algodão<br />

e o plástico.<br />

Além de tecidos, o cânhamo é utilizado na fabricação de papel,<br />

cordas, tijolos para a construção, alimentos, fabricação<br />

de óleos, resinas e combustíveis.<br />

É cinco vezes mais resistente que o algodão e com seus longos<br />

feixes de até 4,5 m é usado para fabricar cordas e amarras<br />

de navios, pois são bastante resistentes.<br />

A planta é integralmente utilizada para os mais diversos fins,<br />

mas destaca-se especialmente a sua fibra, também chamada<br />

de filame, muito usada na indústria de papel, pois um hectare<br />

de cânhamo produz o mesmo que quatro hectares de eucaliptos,<br />

num período de vinte anos.<br />

Da semente extrai-se um óleo muito usado nas indústrias de<br />

cosméticos como base para cremes, shampoos, óleos hidratantes,<br />

etc, na indústria mecânica para vernizes, lubrificantes,<br />

combustíveis, tintas e outros.<br />

Sementes de cânhamo podem ser ingeridas cruas, preparadas<br />

junto de outros alimentos, germinadas, transformadas em<br />

leite de cânhamo, no chá e podem ser usadas para cozinhar.<br />

As folhas frescas podem ser consumidas em saladas. Produtos<br />

já produzidos com cânhamo incluem cereais, tofu, creme,<br />

óleos, farinhas, bolos, suplementos em pó, cereais orgânicos,<br />

leite e até mesmo sorvete.<br />

Aproximadamente 44% do peso total da semente de cânhamo<br />

é composto por óleos comestíveis, contendo cerca de<br />

80% de Ácido graxo essencial, tais como o ácido linoleico,<br />

ómega-6, ómega-3, ácido estearidónico e proteínas.<br />

A planta tem mais de 60 canabinóides benéficos e foram reconhecidas<br />

recentemente as suas propriedades pela Organização<br />

Mundial de Saúde, assim como o Instituto Nacional<br />

de cancro dos EUA ter admitido que a Cannábis mata células<br />

cancerígenas.<br />

Há inúmeros estudos que atestam as propriedades benéficas<br />

da Cannábis para a saúde 1 do ser humano, nomeadamente<br />

o cancro, epilepsia, diabetes, depressão, esquizofrenia, protecção<br />

cardiovascular, anti-inflamatória, dor neuropática, anti-emética<br />

e ansiolítica<br />

2<br />

É comum as pessoas confundirem Cannabis, Cânhamo, Marijuana,<br />

Liamba e Maconha. O Cânhamo, Marijuana, Liamba<br />

e Maconha são plantas que pertencem ao género Cannábis.<br />

1 O Parlamento aprovou em Junho a legalização do uso de produtos<br />

feitos à base de canábis (Cannabis sativa) para fins medicinais.<br />

2 A Cannabis é um gênero de angiospermas que inclui<br />

três variedades diferentes: Cannabis sativa, Cannabis indica e<br />

Cannabis ruderalis<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito<br />

menos substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


Juniores Dezembro <strong>2018</strong> 35<br />

Para<br />

colorir<br />

FROHE FEIERTAGE<br />

BOAS FESTAS<br />

GUITARRAS AI QUE SAUDADE...<br />

Guitarras ai que saudade<br />

O vosso trinar me inspira<br />

Traz de volta a mocidade<br />

Por quem minha alma suspira.<br />

Guitarras ai que saudade<br />

Escutar-vos é sonhar<br />

Num véu de felicidade<br />

Que fica prà além do mar.<br />

Guitarras ai que saudade<br />

O vosso som despenteia<br />

Devaneio que persuade<br />

Os sinos da minha aldeia.<br />

Guitarras ai que saudade<br />

Sinto no peito conter<br />

Dor que minha alma invade<br />

E submerge o meu ser.<br />

Guitarras de sonho ledo<br />

Que ao fado emprestam vida<br />

Dizem adeus em segredo<br />

Na hora da despedida.<br />

Trinando notas dolentes<br />

Na hora calma e serena<br />

Dão gemidos comoventes<br />

Como que a chorar de pena .<br />

Guitarras a soluçar<br />

Nesta hora mais sentida<br />

Vossa ausência vai deixar<br />

Nossa noite entristecida.<br />

Guitarras ai que saudade<br />

A noite chegou ao fim<br />

Uma tristeza me invade<br />

Guitarras chorai por mim!..<br />

escute aqui este belíssimo poema musicado:<br />

https://www.euclidescavaco.com/guitarras-<br />

-ai-que-saudade<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO


36<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Poesia<br />

CARMINDO DE<br />

CARVALHO<br />

https://www.facebook.<br />

com/carmindo.carvalho<br />

Estocada na cambada<br />

E o bicho e o pimba,<br />

O mexe-mexe<br />

O roça-roça<br />

E a lambada.<br />

É o grilinho e o grilão,<br />

O rabo do cão<br />

E o mangalho<br />

Do macacão.<br />

É a melga<br />

E a pulga,<br />

E é o amorzito<br />

Montado no burrito.<br />

Se há coisa fisgada<br />

Ela diz que dá chapada,<br />

Rola e rebola<br />

Mas não faz marmelada!<br />

Um passa na rua<br />

E espreita na fechadura,<br />

Dá e torna a tirar<br />

Como criança a brincar<br />

Outro sem vergonha<br />

Fala de couves<br />

Batatas e tomates<br />

Canta e ri com grande lata e ronha.<br />

Um com amor para aqui<br />

Amor para ali,<br />

Amor para toda a gente, para esta<br />

E para aquela.<br />

Uma dá amor ao João<br />

E depois ao Manel,<br />

E com o coração na mão<br />

Faz amor a granel.<br />

O mestre da cambada<br />

Diz que dá uma e dá três<br />

E às tantas da madrugada<br />

Bate uma ou três.<br />

Já não sei o que fazer<br />

Que mais me irá acontecer?<br />

Socorro, socorro,<br />

Estou farto! Farto! farto!<br />

Do Livro “Entre o Ter e o Querer” , edic. 2000<br />

V CHICO BENTO<br />

Dällikon - Suíça<br />

www.facebook.com/chico.<br />

bento.98<br />

A andorinha que ajudei<br />

No meu beiral á tardinha<br />

Estava uma andorinha<br />

Que triste para mim olhava<br />

Pensei : o que faz ali<br />

Pois sozinha nunca a vi<br />

E dela me aproximava<br />

Eu vi pelo seu triste olhar<br />

Que algo se estava a passar<br />

Com aquela ave tão querida<br />

Quando a ela me abeirei<br />

Foi então que reparei<br />

Tinha uma asa partida<br />

Com meigueice e carinho<br />

Agarrei no passarinho<br />

E em minha casa o tratei<br />

O inverno passou comigo<br />

E esse passarinho amigo<br />

Na primavera soltei<br />

Já curada e afinal<br />

Foi ali no meu beiral<br />

Que um dia fez o seu ninho<br />

Quando o inverno chegou<br />

Ela a chilrear me beijou<br />

E seguiu o seu caminho<br />

O beiral estava a limpar<br />

Quando ouvi um chilrear<br />

E para o lado olhei<br />

A primavera tinha chegado<br />

E no meu ombro pousado<br />

A andorinha que ajudei.


Poesia<br />

Dezembro <strong>2018</strong> 37<br />

JOÃO LUÍS DIAS<br />

http://bit.do/jldias<br />

Lugares/<br />

Aromas<br />

Vem amigo(a), anda comigo<br />

Descobrir a minha terra<br />

Aqui, num canto do Minho<br />

Onde as flores, de mil cores<br />

Se envaidecem pela serra<br />

E onde o vento<br />

Ao soprar pela manhã<br />

Solta aromas de mel e maçã!…<br />

(...)<br />

Prenda<br />

Queria dar-te um mar imenso<br />

um campo em flor<br />

as manhãs ao despertar<br />

o sopro fresco do vento<br />

o sol raiando, o calor.<br />

Queria dar-te um rio grande a descer<br />

ribeiras que ele acolhe<br />

águas de lima, refrescos<br />

fontes fartas a verter.<br />

Queria dar-te gotas de orvalho, cristais<br />

paisagens em esplendores<br />

rosas de todas as cores<br />

perfumadas nos beirais.<br />

Queria dar-te o doce que verte um beijo<br />

um abraço enternecido<br />

um afago, um horizonte...<br />

uma tarde ao pôr-do-sol<br />

o olhar solto ao desejo…<br />

Queria dar-te tudo de mim<br />

o meu sonho...<br />

que o sono teima em guardar.<br />

Alzheimer<br />

(Porque não há pior do que a memória<br />

morrer antes de nós)<br />

Adormeceste<br />

pelo fim da maratona.<br />

Sem que os dia te obriguem,<br />

permaneces quieta, calada,<br />

serena,<br />

para cá da fronteira dos mortais.<br />

Tudo te existe<br />

e tu estás tão pouco.<br />

É sono demais,<br />

não é, mãe?!...<br />

JLD<br />

JLD<br />

JLD<br />

Do livro “Olhares in Versos”<br />

EUCLIDES CAVACO<br />

WWW.EUCLIDESCAVACO.COM<br />

www.facebook.com/<br />

euclides.cavaco<br />

Natal da Minha Terra<br />

Conservo em meu coração<br />

Uma aldeia de Portugal<br />

Que foi meu berço de infância<br />

E tem tão grande importância<br />

Nas tradições do Natal.<br />

Ai que saudades que eu sinto<br />

Do Natal na minha aldeia<br />

Onde ao redor da lareira<br />

Se unia a família inteira<br />

À luz tosca da candeia.<br />

Eu recordo com saudade<br />

A Terra por mim amada<br />

Hoje de mim tão distante<br />

Onde era significante<br />

A noite da consoada .<br />

Nesta aldeia bela e simples<br />

Como é diferente este dia<br />

Nele se esquecem ofensas<br />

Congraçam-se as indif’renças<br />

Voltando à doce harmonia.<br />

Como é terno alimentar<br />

Esta suave lembrança<br />

Como era o dia de ceia<br />

E o Natal na minha aldeia<br />

Nos meus tempos de criança !…<br />

Euclides Cavaco


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