Analytica 98
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas. Artigo 2 Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15 Espectrometria de massas A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas Análise de minerais O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos. E muito mais
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas.
Artigo 2
Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15
Espectrometria de massas
A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas
Análise de minerais
O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos.
E muito mais
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REVISTA<br />
Mídia oficial da Instrumentação e<br />
Controle de Qualidade Industrial<br />
Ano 17 - Edição <strong>98</strong> - Dez/Jan 2019<br />
R$25,00<br />
ARTIGO 1<br />
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de<br />
processos X laboratório tradicional.<br />
Parte II: importância dos analisadores em linha para as<br />
indústrias modernas.<br />
ARTIGO 2<br />
Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15<br />
ESPECTROMETRIA DE MASSAS<br />
A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas<br />
ANÁLISE DE MINERAIS<br />
O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos.<br />
E muito mais
REVISTA<br />
Ano 17 - Edição <strong>98</strong> - Dez/Jan 2019<br />
ÍNDICE<br />
Artigo 1 10<br />
05 Editorial<br />
06 Agenda<br />
Controle de processos industriais:<br />
instrumentação analítica de<br />
processos X laboratório tradicional.<br />
Parte II: importância dos analisadores<br />
em linha para as indústrias modernas.<br />
Autores:<br />
Dr. Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto* 1<br />
Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira 2<br />
Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos 3<br />
MsC. Márcio Luís de Souza Borges 4<br />
Juscély Santos Carvalho 1<br />
Artigo 2 24<br />
Caracterização da liga amorfa<br />
do tipo Co87Nb46B15<br />
Autores:<br />
Nascimento, Luciano 1*,<br />
Anastasiia Melnyk 2,<br />
Reza Jamshidi Rodbari 3,<br />
Lourdes Cristina L. Agostinho Jamshidi 4.<br />
30 Microbiologia<br />
32 Metrologia<br />
34 Espectrometria<br />
de Massa<br />
Análise de Minerais 36<br />
4<br />
Publieditorial Polar 38<br />
1º PCM feito no Brasil<br />
44 Em foco
REVISTA<br />
Ano 17 - Edição <strong>98</strong> - Dez/Jan 2019<br />
EDITORIAL<br />
2019 já é um novo começo<br />
Finalmente começou 2019, com suas esperanças e expectativas renovadas de um novo ciclo<br />
que se inicia. Parte disso se deve ao sentimento de recomeço, inerente ao ser humano. Entretanto.<br />
há também a questão política e econômica com o novo governo.<br />
E ao menos no que importa o otimismo, o Brasil tende a voltar aos trilhos. Afinal, segundo<br />
pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), apresenta que três<br />
em cada quatro brasileiros (75%) acreditam que o novo governo está "no caminho certo".<br />
Com isso, a possibilidade de um crescimento não é tão virtual. E consequência disso será a retomada<br />
da produção industrial, o que importa diretamente ao público da Revista <strong>Analytica</strong>. Afinal,<br />
o mercado de controle de qualidade depende, e muito, de novos investimentos em todas as áreas<br />
de produção para seu próprio desenvolvimento.<br />
Ante tudo isso, nós da <strong>Analytica</strong> estamos também muito esperançosos com isso. Quanto mais<br />
crescimento, maior a necessidade de pesquisas na área, de modo que teremos a cada edição<br />
novos conteúdos relevantes para compartilhar com nossos leitores.<br />
Boa leitura e esperamos 2019 com muita prosperidade para todos.<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
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Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar: Daniela Faria | 11 <strong>98</strong>357-<strong>98</strong>43 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
11 3900-2390 | Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />
Expediente<br />
Realização: DEN Editora<br />
Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />
Jornalista Responsável: Paolo Enryco - MTB nº. 0082159/SP | redação@newslab.com.br<br />
Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 <strong>98</strong>357-<strong>98</strong>43 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
Coordenação de Arte: HDesign - arte@hdesign.com.br<br />
Produção de conteúdo: Hdesign Comunicação - arte@hdesign.com.br<br />
Impressão: Vox Gráfica | Periodicidade: Bimestral<br />
5
agenda<br />
Agenda 2018<br />
6<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
7º Simpósio Internacional de Mecânica dos Sólidos<br />
Data: 15 a 17/04/2019<br />
Local: Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP - São Carlos / SP<br />
Informações: eventos.abcm.org.br/mecsol2019/<br />
7th Latin American Pesticide Residue Workshop (LAPRW)<br />
Data: 05 a 09/05/2019<br />
Local: Foz do Iguaçu / PR<br />
Informações: contato@laprw2019.com.br | (55) 3220 9458<br />
FCE Pharma<br />
Data: 21 a 23/05/2019<br />
Local: São Paulo Expo - São Paulo / SP<br />
Informações: fcepharma.com.br<br />
Analitica Latin America<br />
Data: 24 a 26/09/2019<br />
Local: São Paulo Expo - São Paulo / SP<br />
Informações: analiticanet.com.br<br />
30º Congresso Brasileiro de Microbiologia<br />
Data: 06 a 09/10/2019<br />
Local: Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso - Maceió/AL<br />
Informações: sbmicrobiologia.org.br/30cbm2019/<br />
CURSOS<br />
Sociedade Brasileira de Metrologia - Cursos EAD<br />
14/01 a 20/01 - Fundamentos da metrologia<br />
14/01 a 24/01 - Validação de métodos de ensaios<br />
21/01 a 31/01 - Avaliação de conformidade<br />
21/01 a 08/02 - Incerteza da medição<br />
28/01 a 11/02 - Controle de Instrumentos de medição<br />
28/01 a 13/02 - Sistema de Gestão da Qualidade Laboratorial NBR ISO/IEC 17025<br />
28/01 a 13/02 - Indicadores de Desempenho da Qualidade<br />
11/02 a 21/02 - Auditoria Interna<br />
11/02 a 25/02 - Análise e interpretação da norma ABNT NBR ISO 15189<br />
11/02 a 27/02 - Gestão de riscos e oportunidades<br />
Mais informações em: metrologia.org.br
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Las do Brasil 31<br />
REVISTA<br />
Ano 17 - Edição <strong>98</strong> - Dez/Jan 2019<br />
Índice remissivo de anunciantes<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante<br />
pág<br />
Analitica Lab 37<br />
Arena Técnica 31<br />
BCQ 52<br />
Greiner 45<br />
Grupo Polar 41<br />
Anunciante<br />
pág<br />
Las do Brasil 7<br />
Nova Analítica 23 | 51<br />
Prime Cargo 47<br />
Veolia 2-3<br />
Waters 29<br />
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8<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Conselho Editorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da<br />
Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de<br />
Cromatografia (CROMA) do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos Eberlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria<br />
de Massas e Sociedade Internacional de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S<br />
Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley<br />
Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação<br />
Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta Edição:<br />
Anastasiia Melnyk, Claudio Kiyoshi Hirai, Eduardo Pimenta de Almeida Melo, Ewerton Longoni Madruga, Juscély Santos Carvalho,<br />
Leonardo Sena Gomes Teixeira, Lourdes Cristina L. Agostinho Jamshidi, Luciano Nascimento, Luiz Carlos Lobato dos Santo, Márcio Luís de Souza Borges,<br />
Oscar Vega Bustillos, Reza Jamshidi Rodbari e Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />
A Revista <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas<br />
para publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato<br />
com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong><br />
publica editoriais, artigos originais, revisões,<br />
casos educacionais, resumos<br />
de teses etc. Os editores levarão em<br />
consideração para publicação toda e<br />
qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação<br />
e o controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas<br />
e analisadas pelos revisores.<br />
Os autores deverão informar todo e<br />
qualquer conflito de interesse existente,<br />
em particular aqueles de natureza<br />
financeira relativo a companhias interessadas<br />
ou envolvidas em produtos<br />
ou processos que estejam relacionados<br />
com a contribuição e o manuscrito<br />
apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o<br />
termo de compromisso assinado por<br />
todos os autores, atestando a originalidade<br />
do artigo, bem como a participação<br />
de todos os envolvidos.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos<br />
em português, mas com Abstract detalhado<br />
em inglês. O Resumo e o Abstract<br />
deverão conter as palavras-chave<br />
e keywords, respectivamente.<br />
As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />
ser enviadas na forma<br />
original, para uma perfeita reprodução.<br />
Se o autor preferir mandá-las por e-<br />
-mail, pedimos que a resolução do<br />
escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />
extensão em TIF ou JPG.<br />
Os manuscritos deverão estar digitados<br />
e enviados por e-mail, ordenados<br />
em título, nome e sobrenomes completos<br />
dos autores e nome da instituição<br />
onde o estudo foi realizado. Além disso,<br />
o nome do autor correspondente, com<br />
endereço completo fone/fax e e-mail<br />
também deverão constar. Seguidos<br />
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keywords, texto (Ex: Introdução, Materiais<br />
e Métodos, Parte Experimental,<br />
Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
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texto com o sobrenome do devido autor,<br />
seguido pelo ano da publicação,<br />
segundo norma ABNT 10520.<br />
As identificações completas de cada<br />
referência citadas no texto devem vir<br />
listadas no fim, com o sobrenome do<br />
autor em primeiro lugar seguido pela<br />
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dos prenomes. Título: subtítulo do<br />
artigo. Título do livro/periódico, volume,<br />
fascículo, página inicial e ano.<br />
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Referências de contribuições ainda<br />
não publicadas deverão ser mencionadas<br />
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Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado.<br />
Isso se deve ao fato que, tendo em vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico<br />
-, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além disso, por questões estratégicas, a revista é<br />
bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma média de três<br />
artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem<br />
seu material em outras publicações.<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />
A/C: Paolo Enryco – redação<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 412 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />
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Para outras informações acesse: http://www.revistaanalytica.com.br/publique/<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
9
artigo 1<br />
Controle de processos industriais:<br />
instrumentação analítica de<br />
processos X laboratório tradicional.<br />
Parte II: importância dos analisadores<br />
em linha para as indústrias modernas.<br />
Autores:<br />
Dr. Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto* 1<br />
Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira 2<br />
Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos 3<br />
MsC. Márcio Luís de Souza Borges 4<br />
Juscély Santos Carvalho 1<br />
1 Centro Universitário Regional do Brasil – UNIRB<br />
2 Instituto de Química, Universidade Federal da Bahia – UFBA<br />
3 Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia – UFBA<br />
4 Braskem/UNIB<br />
*contato: vanjolopes@hotmail.com<br />
Imagem ilustrativa<br />
10<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Resumo<br />
As empresas com processos industriais precisam cada<br />
vez mais aumentar sua competitividade, tornando assim<br />
necessário uma maior eficiência no controle de variáveis<br />
de processos industriais e no monitoramento da qualidade<br />
das correntes de entrada, intermediárias e finais. Buscando<br />
eficiência e automatização, nas últimas décadas, a área<br />
de controle de processos industriais tem requerido maiores<br />
investimentos em instrumentação analítica, na qual a<br />
química analítica de processo – QAP vem se destacando<br />
e despertando um maior interesse nas indústrias modernas.<br />
A introdução de analisadores dedicados que supervisionam<br />
o processo de produção e emitem resultados em<br />
tempo real, tem possibilitado às empresas otimizações em<br />
sua linha de produção, aumentando a segurança de processo<br />
e garantindo a qualidade dos produtos, reduzindo<br />
custos e desperdícios. O principal objetivo deste trabalho<br />
é demonstrar, com exemplos de aplicações, a importância<br />
e aplicabilidade de cada tipo desses sistemas analíticos<br />
dedicados, que podem e devem coexistir junto aos demais<br />
sistemas existentes laboratórios tradicionais.<br />
Palavras-chaves: controle de processos; química<br />
analítica de processo; monitoração em tempo real.<br />
Abstract<br />
Companies with industrial processes increasingly need<br />
to improve their competitiveness, thus requiring greater<br />
efficiency in the control of industrial process variables and<br />
the monitoring of the quality of incoming, intermediate and<br />
final streams. Looking for efficiency and automation, in the<br />
last decades, the area of control of industrial processes<br />
has required greater investments in analytical instrumentation,<br />
in which the analytical chemistry of process - ACP<br />
has been emphasizing and arousing a greater interest<br />
in the modern industries. The introduction of dedicated<br />
analyzers that oversee the production process and deliver<br />
results in real time has enabled companies to optimize<br />
their production line, increasing process safety and ensuring<br />
product quality, reducing costs and waste. The main<br />
objective of this work is to demonstrate, with examples<br />
of applications, the importance and applicability of each<br />
type of these dedicated analytical systems, which can and<br />
should coexist with other traditional laboratorial systems.<br />
Keywords: process control; process analytical chemistry;<br />
real-time monitoring.
1. Introdução<br />
Manter determinado processo sob<br />
controle operacional é uma tarefa<br />
complexa e, para tanto, a indústria<br />
moderna vem dispondo maior atenção<br />
às tecnologias que permitem<br />
o acompanhamento, registro e supervisão<br />
das variáveis processuais<br />
(pressão, nível, temperatura, etc.) e<br />
dos parâmetros de controle de qualidade<br />
(caracterizações e análises físico-químicas)<br />
das plantas industriais<br />
operacionais. Este controle propicia a<br />
manufatura de produtos com melhor<br />
qualidade, segurança operacional, e<br />
maior eficiência no uso de matéria-<br />
-prima, insumos e energia (MOREI-<br />
RA, 2011; OLIVEIRA, 1991).<br />
O conceito de controle de qualidade<br />
total diz respeito à constante tentativa<br />
para maximizar a produção e<br />
obtenção do produto final com a melhor<br />
qualidade possível. Para tanto,<br />
são aplicados esforços conjuntos de<br />
boas práticas de fabricação (BPF) por<br />
parte de toda empresa. Para atingir<br />
seus objetivos, as BPF são aplicadas<br />
nas técnicas operacionais de fabricação<br />
em conjunto aos critérios de<br />
segurança e controle, necessários<br />
para produção (MOREIRA, 2011;<br />
OZZY, 2006).<br />
Trevisan e Poppi (2006) afirmam<br />
que o desenvolvimento de sensores<br />
com capacidade de determinações<br />
físico-químicas processuais trata-se<br />
de uma área promissora nas pesquisas<br />
acadêmicas. Porém, nos trabalhos<br />
publicados até àquele momento,<br />
poucos levavam em consideração o<br />
fator “tempo de determinação”.<br />
Devido à necessidade de constante<br />
avaliação das variações dos<br />
parâmetros de controle de qualidade<br />
e de segurança operacional, o<br />
“tempo de determinação” é um dos<br />
fatores de maior importância dentro<br />
de uma indústria. Esta verificação é<br />
realizada em ciclos temporais, onde<br />
o tempo entre a coleta da amostra e<br />
a disponibilização do resultado aferido<br />
deve ser o mais curto possível,<br />
considerando a possível necessidade<br />
de aplicação de ajustes operacionais<br />
urgentes (MOREIRA, 2011). Vale ressaltar<br />
que, no controle de processos,<br />
é imprescindível a preservação da<br />
amostra até que ela seja avaliada,<br />
pois qualquer alteração pode resultar<br />
em dados equivocados.<br />
Para a monitoração das variáveis<br />
físico-químicas, para garantia das<br />
especificações, são necessárias a<br />
retiradas regulares de várias amostras<br />
da linha de produção, as quais<br />
serão submetidas a tratamentos<br />
adequados e analisadas. Estas análises<br />
podem ser realizadas em laboratórios<br />
tradicionais (análises em<br />
bancada) ou através de instrumentos<br />
automatizados e acoplados à linha<br />
de produção (analisadores em linha).<br />
A química analítica utilizada em laboratórios<br />
tradicionais foi debatida na<br />
primeira parte deste trabalho (LOPES<br />
NETO, TEIXEIRA, CARVALHO, 2017).<br />
A química analítica pode ser entendida<br />
como uma ciência informativa,<br />
cujo objetivo é prover informações<br />
de resultados (bio)químicos<br />
com a menor incerteza possível.<br />
Dentre outros aspectos, esta ciência<br />
tende a evoluir no desenvolvimento<br />
de sistemas analíticos mais rápidos<br />
e automatizados, e que possam ser<br />
monitorados remotamente com a<br />
menor intervenção humana possível.<br />
Indubitavelmente, tais avanços permitem<br />
que análises físico-químicas<br />
sejam realizadas in loco, fora dos<br />
laboratórios convencionais e in situ,<br />
dentro dos próprios sistemas. Para<br />
obter sucesso neste desenvolvimento,<br />
deve haver forte interação com<br />
outras áreas do conhecimento, tais<br />
como: instrumentação, informática,<br />
robótica e outras. (VALCÁRCEL e<br />
CÁRDENAS, 2000).<br />
Deste modo, o emprego de sistemas<br />
analíticos dedicados, localizado<br />
na área operacional levou a criação<br />
de um novo campo acadêmico, a<br />
Química Analítica de Processo – QAP.<br />
Inicialmente, a QAP foi considerada<br />
como uma subdisciplina da Química<br />
Analítica (OLIVEIRA, 1991; TREVISAN<br />
e POPPI, 2006); posteriormente pesquisadores<br />
passaram a considera-<br />
-la como um ramo da Tecnologia<br />
Analítica de Processos – TAP, que<br />
é uma disciplina mais ampla, que<br />
abarca determinações químicas e<br />
físicas, além de considerações sobre<br />
instrumentação, amostragem,<br />
transporte de amostra, comunicação<br />
com controladores, administração de<br />
projetos, quimiometria, engenharia<br />
de fluxo. (TREVISAN e POPPI, 2006).<br />
Contudo, por vezes, profissionais menos<br />
informados confundem os instrumentos<br />
de análises químicas com<br />
a instrumentação clássica, utilizada<br />
para monitorar variáveis processuais,<br />
como pressão, nível, temperatura e<br />
vazão, vibração (COHN, 2006).<br />
Esta nova área em muito se assemelha<br />
à química analítica tradicional,<br />
onde não se trata apenas da exaustiva<br />
rotina de análises. Ela estende-<br />
-se à exploração de novos métodos<br />
analíticos e projetos experimentais,<br />
avaliação de sistemas específicos de<br />
amostragem e o desenvolvimento de<br />
técnicas de calibração, padronização,<br />
e otimização destes instrumentos.<br />
Devido à grande quantidade de<br />
informações (resultados analíticos)<br />
geradas, deve-se desenvolver sistemas<br />
estatísticos peculiares para a<br />
interpretação desses dados (HARVEY,<br />
2000).<br />
De modo geral, o papel fundamental<br />
dos instrumentos acoplados na<br />
linha de produção, inclusive os analíticos,<br />
é assegurar alta produtividade,<br />
segurança do processo e o controle<br />
de qualidade. Estes sistemas serão<br />
debatidos, com exemplificações, ao<br />
longo deste artigo, de modo a se<br />
mostrar o emprego destes analisadores<br />
em empresas do segmento<br />
petroquímico.<br />
2. Tecnologia analítica<br />
de processos<br />
A tecnologia analítica de processos<br />
consiste no conjunto de sistemas implementados<br />
em linha de produção<br />
para o acompanhamento e verificação<br />
de possíveis não conformidades<br />
no processo produtivo (MOREIRA,<br />
2011). Os sistemas dedicados às<br />
determinações físico-químicas das<br />
substâncias ou misturas envolvidas<br />
no processo são conhecidos como<br />
analisadores on line ou contínuos, ou<br />
simplesmente analisadores.<br />
Estes sistemas atuam como instrumentos<br />
analíticos (densímetros,<br />
cromatografos, fotômetros, etc.) convencionais,<br />
preparados para verificar,<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
11
artigo 1<br />
Imagem ilustrativa<br />
Autores:<br />
Dr. Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto* 1<br />
Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira 2<br />
Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos 3<br />
MsC. Márcio Luís de Souza Borges 4<br />
Juscély Santos Carvalho 1<br />
12<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Figura 1: Evolução dos sistemas instrumentais de análises: 1A bureta manual;<br />
1B bureta automatizada com controle manual; 1C bureta programável<br />
acoplada a sensor/registrador de sinal analítico; 1D bureta automática<br />
acoplada a sensor/registrador de sinal analítico; 1E bureta automática<br />
acoplada a sensor/registrador de sinal analítico interligada à sala de controle<br />
(adaptado de Valcárcel, 1999).<br />
quantificar e qualificar as características<br />
físico-químicas dos produtos<br />
na linha de produção, porém com<br />
o mínimo de intervenção humana.<br />
Estes instrumentos também podem<br />
determinar variáveis de processo,<br />
tendo como um dos atributos positivo,<br />
a possibilidade de atuar em uma<br />
malha de controle, alterando outras<br />
variáveis de processo automaticamente,<br />
conforme o resultado da determinação<br />
(COHN, 2006).<br />
O método tradicional de análises<br />
em bancadas consiste nas seguintes<br />
etapas: amostragem, transporte<br />
de amostra, tratamento da amostra,<br />
análise, tratamento de dados e<br />
comunicação. Os sistemas de QAP<br />
possibilitam, dentre outras vantagens,<br />
amostragem direta para o<br />
equipamento, comunicação direta<br />
do resultado para a sala de controle,<br />
diminuindo algumas etapas das análises<br />
em bancada, proporcionando<br />
determinações mais rápidas e emissão<br />
de resultados em menor tempo<br />
para a planta com possibilidade de<br />
tomadas de decisões mais céleres.<br />
Os analisadores on line podem<br />
ser considerados uma evolução dos<br />
equipamentos clássicos de bancada,<br />
em que a robustez e a sofisticação<br />
instrumental, aliadas aos avanços<br />
da eletrônica e da informática, são<br />
os principais responsáveis pelo desenvolvimento<br />
dos analisadores. Tal<br />
afirmação pode ser verificada na<br />
Figura 1.<br />
Devido à sua simplicidade e fácil<br />
compreensão, a volumetria de<br />
titulação é uma das técnicas clássicas<br />
mais difundidas em laboratórios<br />
químicos, sejam acadêmicos<br />
ou industriais. Para ser executada,<br />
conforme se observa na Figura 1A<br />
acima, é necessária vidraria simples<br />
(buretas, Erlenmeyers, pipetas)<br />
e uma balança analítica. Contudo,<br />
é uma determinação lenta, onde há<br />
grande intervenção humana, o que<br />
gera fontes de erros (percepção da<br />
viragem, leitura inicial e final dos volumes<br />
do titulante, adição do titulado,<br />
etc.). Com o avanço da instrumentação,<br />
foi desenvolvida uma bureta<br />
semiautomática manual (operador<br />
controla a adição de titulante), mais<br />
precisa e exata que as tradicionais,<br />
cujos maiores trunfos são o melhor<br />
controle de adição do titulante e leitura<br />
digitalizada do volume final de<br />
titulação (Figura 1B).<br />
Na Figura 1C, observa-se evolução<br />
do sistema anterior, onde a bureta<br />
automática, programável para adição,<br />
com vazão constante, no titulado, é<br />
interligada a um sensor (de pH por<br />
exemplo), onde a medida que o titulante<br />
é adicionado é realizada leitura<br />
da variável sensorial. Após adição de<br />
determinada quantidade volumétrica,<br />
também programável, é gerado um<br />
gráfico (volume titulante X variável<br />
sensorial) que será interpretado pelo<br />
operador, suscitando no resultado<br />
analítico. Neste sistema, é dispensável<br />
a adição de indicador e a intervenção<br />
do operador foi diminuída.<br />
Com o avanço da informática e da<br />
quimiometria, pôde-se criar sistemas<br />
onde os dados de volume titulante<br />
X variável sensorial são transferidos<br />
para um computador, que controla a<br />
vazão de titulante, que é diminuída<br />
nas proximidades do ponto de viragem,<br />
e interpreta o gráfico. No fim da
titulação, apresenta-se o gráfico e o<br />
resultado analítico para o operador,<br />
que o remete para sala controle (Figura<br />
1D). Observa-se que nas Figuras<br />
1A, 1B, 1C e 1D há a necessidade<br />
de coleta, transporte e colocação<br />
da amostra no vasilhame reacional,<br />
assim como o operador deve emitir<br />
o resultado para o controle operacional.<br />
Com a devida intervenção humana,<br />
estes sistemas podem ser comutados<br />
para realizar determinações<br />
de amostras de diferentes pontos da<br />
área operacional.<br />
Com maiores incrementos na instrumentação,<br />
eletrônica e comunicação<br />
de dados, sistemas de volumetria<br />
de titulação, representados pela<br />
Figura 1E, são desenvolvidos para<br />
serem instalados na área operacional,<br />
dedicados a um ponto específico<br />
(ou mais de um ponto). Nesses<br />
sistemas, existe a possibilidade de<br />
amostragem automática do titulado<br />
(amostra), para então ocorrer a<br />
adição também controlada automaticamente<br />
do titulante (com controle<br />
de vazão) para, finalmente se gerar<br />
e interpretar os dados. O descarte<br />
do líquido reacional e lavagem de<br />
célula de reação para realização de<br />
uma nova medição podem também<br />
serem feitos de maneira automatizada.<br />
O gráfico volume titulante X variável<br />
sensorial fica disponível em uma<br />
CPU e pode ser acessado pela sala<br />
de controle ou pelo laboratório. Por<br />
estarem localizados fora dos laboratórios<br />
e sujeitos a intempéries, eles<br />
devem ser encapsulados, a fim de<br />
garantir robustez.<br />
Estes sistemas automáticos operam<br />
em ciclo predeterminado, sem<br />
qualquer intervenção humana, e<br />
possuem particularidade de serem<br />
dedicados exclusivamente àquela(s)<br />
amostra(s), daquele(s) determinado(s)<br />
ponto(s) da área operacional. Em alguns<br />
casos, determinadas variações<br />
físico-químicas na amostra levam<br />
o equipamento a emitir resultados<br />
inexatos e/ou imprecisos, o que torna<br />
necessário a intervenção humana<br />
para a realização de uma manutenção<br />
corretiva e calibração.<br />
Didaticamente, os sistemas de<br />
análises podem ser classificados em<br />
cinco grupos: A) Off-line (bancada),<br />
B) At-line, C) On-line (extrativo), D)<br />
In-line (in situ) e E) Non-invasive;<br />
podendo ser estrategicamente instalados<br />
na planta operacional, conforme<br />
as necessidades. Na Figura<br />
2, um fluxograma de uma unidade<br />
de produção de polietileno (PE), com<br />
catalisadores Ziegler-Natta, ilustrara<br />
o emprego destes princípios.<br />
Figura 2: Fluxograma resumido de planta de polietileno com catalisadores<br />
Ziegler-Natta contendo analisadores: 2A Off-line; 2B At-line, 2C On-line; 2D<br />
In-line; 2E) Non-invasive<br />
O PE é um termoplástico, de baixo custo, fácil processamento, boas resistências<br />
elétrica e química, além de seus produtos finais serem bastante compactos.<br />
No início dos anos 50, com os trabalhos dos professores Karl Ziegler (EUA)<br />
e Giulio Natta (Itália), foram descobertos os catalisadores estereoespecíficos,<br />
conhecidos como Ziegler-Natta, capazes de permitir a polimerização a pressões<br />
baixas, o que aumentou a produtividade de PE e revolucionou a fabricação<br />
de polímeros em geral (COUTINHO, MARIA, MELLO, 2003; MANO e MENDES,<br />
1999; MILES e BRISTON, 1975; WALSILKOSKI, 2002).<br />
Os sistemas off-line são os tradicionais métodos laboratoriais, que envolvem<br />
a retirada da amostra, transporte até o laboratório de controle de qualidade,<br />
onde são realizadas, com aparelhos e técnicos especializados, determinações<br />
físico-químicas (MOREIRA, 2011; OLIVEIRA, 1991; TREVISAN e POPPI, 2006).<br />
Na Figura 2, (A) representa a amostragem do PE, em forma de pó, para que<br />
suas características, como por exemplo a densidade, sejam analisadas em<br />
laboratório. Este princípio é descontínuo e possui duas desvantagens: longo<br />
período temporal entre a amostragem e a recepção de resultados pelo controle<br />
operacional (TREVISAN e POPPI, 2006) e ciclos de amostragens longos, que<br />
podem levar dezenas de minutos ou mesmo horas. Deste modo, em processos<br />
reacionais com cinéticas elevadas, como é o caso da produção de PE com<br />
catalisadores Ziegler-Natta, na casa de 15–20 ton.h-1, quando o operador de<br />
painel recebe um relatório com resultado não conforme, pode-se ter perdas de<br />
dezenas toneladas de produtos.<br />
Contudo, com avanço de sistemas de modelagens quimiométricas, aparelhos<br />
off-line são utilizados com eficiência, pois o processo controla outras<br />
propriedades (pressão, temperatura, composição molar, etc.) reacionais por<br />
sistemas mais rápidos, que, quando modeladas corretamente, fornecem indicativo<br />
sobre a tendência (queda, estabilidade ou aumento) por sistemas off-<br />
-line da propriedade controlada. Deste modo, a propriedade é controlada de<br />
forma indireta, através de outras características, sendo amostrada e levada<br />
ao laboratório para confirmar e/ou confrontar a indicação da modelagem. Na<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
13
artigo 1<br />
Imagem ilustrativa<br />
Autores:<br />
Dr. Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto* 1<br />
Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira 2<br />
Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos 3<br />
MsC. Márcio Luís de Souza Borges 4<br />
Juscély Santos Carvalho 1<br />
14<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
busca por projeções mais confiáveis,<br />
a modelagem é constantemente retroalimentada<br />
com os resultados da<br />
bancada, principalmente nos casos<br />
de divergência, onde a modelagem<br />
indica uma tendência e o laboratório<br />
comprova resultado diferente.<br />
Para avançar, foram desenvolvidos<br />
os sistemas at-line, que empregam<br />
metodologias sensoriais, onde o<br />
equipamento de medição é inserido<br />
periodicamente, ou quando necessário,<br />
em um ponto pré-determinado da<br />
linha de produção, utilizando-se de<br />
válvulas de amostragem específicas<br />
para esta finalidade. Normalmente,<br />
assim que o operador visualiza o resultado<br />
no display do aparelho, ele<br />
o informa, via rádio, para a sala de<br />
controle. Estes equipamentos apresentam<br />
desvantagens, tais como: a<br />
necessidade de disponibilização de<br />
um técnico para execução destas<br />
tarefas (MOREIRA, 2011); equipamentos<br />
não robustos para ficarem<br />
permanentemente instalados na área<br />
operacional; inexistência de sistema<br />
de comunicação instrumento e sala<br />
de controle; e problema ambiental,<br />
principalmente, em correntes gasosas,<br />
já que a amostra é purgada<br />
para o ambiente, sem qualquer tratamento<br />
prévio. O sistema at-line (B),<br />
observado na Figura 2, determina o<br />
teor de água no reator, injetada no<br />
sistema para parar a reação de polimerização.<br />
Diante da necessidade de monitoramentos<br />
mais rápidos, foram<br />
criados analisadores on-line automatizados,<br />
instalados diretamente<br />
na planta e dedicados à determinada<br />
corrente do processo. Nestes sistemas,<br />
uma porção da corrente a ser<br />
investigada é enviada diretamente<br />
para o instrumento analítico. Estes<br />
sistemas podem ser subdivididos<br />
em dois conjuntos: os intermitentes,<br />
onde periodicamente uma porção do<br />
fluxo é transferida para o analisador;<br />
e os contínuos, em que uma porção<br />
da amostra passa ininterruptamente<br />
por uma câmara de medição, gerando<br />
resultados contínuos (TREVISAN e<br />
POPPI, 2006). Em ambos os casos,<br />
pelo menos uma grande parte da<br />
corrente desviada pode ser reciclada.<br />
Nestes sistemas, são necessários<br />
sistemas auxiliares para condicionar<br />
e preparar amostras (redução e estabilização<br />
da pressão, por exemplo),<br />
limpeza do equipamento analítico<br />
pós-análise, controle de temperatura<br />
das análises, calibração e purga de<br />
amostra. Qualquer falha neste sistema<br />
poderá ocasionar em dados incorretos<br />
gerados pelo analisador.<br />
Na produção de PE, cromatografos<br />
on line podem ser utilizados<br />
para verificação da proporção dos<br />
gases reacionais (hidrogênio, eteno<br />
e buteno/hexeno) (Figura 2 (C)). Por<br />
serem obtidos de forma mais rápida,<br />
esta informação pode alimentar<br />
modelagens quimiométricas de<br />
propriedades que são determinadas<br />
exclusivamente em sistemas off-line,<br />
tais como a densidade e a massa<br />
molecular média do PE. Apesar de<br />
diminuírem o tempo de análise e<br />
possibilitar feedback automático, os<br />
cromatógrafos necessitam de sistema<br />
de amostragem, que pode causar<br />
delay no tempo de resposta e<br />
ter problemas de representatividade,<br />
caso não seja construído de maneira<br />
correta. Cromatógrafos on line são<br />
equipamentos muito usados em processos<br />
petroquímicos.<br />
Para os analisadores in situ, em geral,<br />
os sistemas de condicionamento<br />
de amostra são desnecessários, pois<br />
o elemento sensor é instalado em<br />
contato direto com a corrente do processo,<br />
no interior do processo (linha<br />
de produção, vaso, reator, chaminé,<br />
etc.). Sistemas de comunicação de<br />
dados são acoplados ao equipamento,<br />
garantindo acompanhando do<br />
processo em tempo real (TREVISAN<br />
e POPPI, 2006). Um exemplo de analisador<br />
in situ está representado na<br />
Figura 2 (D) pelo acompanhamento<br />
da concentração de oxigênio, um veneno<br />
para catalisadores Ziegler-Natta,<br />
na corrente de nitrogênio através<br />
de analisadores paramagnéticos.<br />
Como estão in situ, os pré-requisitos<br />
de instalação (especificação) devem<br />
ser profundamente conhecidos e<br />
estudados antes da instalação para<br />
evitar desgastes, obstruções e erros<br />
nos resultados causados por interferentes<br />
(químicos e/ou físicos). Para<br />
garantir a confiabilidade dos resultados,<br />
os equipamentos instalados in<br />
situ devem ter robustez suficiente e<br />
passar por calibrações e manutenções<br />
periódicas, de preferência em<br />
intervalos grandes em paradas operacionais.<br />
Nos sistemas non-invasive, utiliza-se<br />
a estratégia que acopla um<br />
sensor fora da linha da amostra, de<br />
modo que não entre em contato e<br />
nem consome a amostra. Assim, o<br />
sensor não estará exposto às condições<br />
extremas de temperatura e<br />
pressão e não se contaminará com a<br />
amostra (OLIVEIRA, 1991; TREVISAN<br />
e POPPI, 2006). Técnicas espectroscópicas<br />
têm sido aplicadas no desenvolvimento<br />
desses analisadores<br />
(OLIVEIRA, 1991), como analisadores<br />
de oxigênio e monóxido de carbono<br />
em gases de chaminé, que usam<br />
laser com comprimento de onda<br />
específico para estas medições. Um<br />
dos problemas destes sistemas é a<br />
necessidade de a onda eletromagnética<br />
não interagir com o material<br />
que encapsula a amostra. Na Figura<br />
2(E), demonstra-se um detector eletromagnético<br />
de metais, que verifica<br />
se PE ensacado possui partículas<br />
metálicas ferrosas em seu interior,<br />
o que causaria danos no maquinário<br />
transformador (extrusoras, injetoras<br />
ou sopradoras).<br />
2.1 Cromatografos gasosos<br />
on-line<br />
Entre as técnicas de análise, a<br />
cromatografia ocupa um lugar de<br />
destaque graças à incorporação prévia<br />
da etapa de separação, mesmo<br />
para matrizes complexas, junto à<br />
etapa de identificação e/ou medida<br />
das espécies químicas de interesse.<br />
Os métodos cromatográficos podem
Figura 3: Esquema cromatográfico para controle de etano e metano em planta<br />
de purificação de propeno.<br />
ser classificados de vários modos diferentes.<br />
Uma destas formas apoia-<br />
-se nos tipos de fase móvel usada;<br />
deste modo, a cromatografia a gás<br />
são as que empregam gases como<br />
fase móvel (COLLINS, BRAGA, BONA-<br />
TO, 2006; LANÇAS, 1993; PEREIRA<br />
e AQUINO NETO, 2000).<br />
Atualmente, a cromatografia em<br />
fase gasosa (CG) é uma técnica indispensável<br />
à pesquisa, desenvolvimento<br />
de produtos, controle de<br />
qualidade de processos, com grande<br />
variedade de áreas da ciência, sendo<br />
particularmente útil na análise de<br />
misturas complexas (LANÇAS, 1993;<br />
PEREIRA e AQUINO NETO, 2000). Devido<br />
a esta ampla aplicabilidade, os<br />
sistemas cromatográficos são bastante<br />
usados em laboratórios convencionais<br />
ou implantados em linha<br />
de produção.<br />
Um dos problemas enfrentados<br />
pelos usuários da CG nas análises de<br />
amostras complexas é a baixa produtividade<br />
analítica, dada à necessidade<br />
de eluição de todos componentes<br />
antes de uma nova injeção. Deste<br />
modo, elimina-se a possibilidade de<br />
aparecimento de picos “fantasmas”,<br />
os quais são, na verdade, componentes<br />
da amostra anteriormente<br />
injetada.<br />
Assim, objetivando remover todos<br />
os componentes de uma injeção e<br />
reduzir o tempo do ciclo de análise,<br />
foram desenvolvidos sistemas, que<br />
podem conter múltiplas colunas,<br />
onde válvulas são usadas para alterar<br />
o arranjo, modificando e/ou redirecionando<br />
o fluxo de gás de arraste<br />
através das colunas durante o ciclo<br />
de análise. Várias configurações,<br />
com eficácia comprovada, foram<br />
desenvolvidas ao longo dos anos.<br />
Grande parte destes arranjos são<br />
fundamentados em sistema de fluxo<br />
reverso (backflushing), onde os componentes<br />
da amostra que possuem<br />
alto tempo de retenção são retirados<br />
da coluna através da reversão de fluxo<br />
do gás de arraste, que passará a<br />
fluir na direção oposta à injeção de<br />
amostra; assim, eles podem ser descartados<br />
(se não há interesse analítico)<br />
ou quantificados em conjunto<br />
ou heart cutting (do inglês, corte de<br />
coração) onde os analitos com baixos<br />
níveis de concentração são separados<br />
matriz (ANNINO e VILLALOBOS,<br />
1992).<br />
A partir de 1<strong>98</strong>0, houve notável<br />
avanço tecnológico na confecção da<br />
instrumentação para cromatografia a<br />
gás (válvulas, injetores automáticos,<br />
reguladores de fluxo, aquecedores,<br />
etc.), auferindo estabilidade, exatidão,<br />
precisão e robustez aos parâmetros<br />
operacionais do equipamento.<br />
Assim, grandezas como tempo<br />
de retenção relativo, altura e área de<br />
picos, proporção entre áreas/alturas<br />
de picos passaram a possuir alto<br />
grau de reprodutibilidade (LANÇAS e<br />
MÜHLER, 2004). Esta evolução, aliada<br />
a informatização e incremento de<br />
softwares específicos, permitiu programação<br />
de rotinas do equipamento<br />
(injeções, alteração de temperatura<br />
do forno, dentre outras), automação,<br />
consequente diminuição de intervenções<br />
humanas e a possibilidade de<br />
implantação de cromatógrafos em<br />
linha de processo em fase gasosa,<br />
transmitindo diretamente para sala<br />
de controle os resultados obtidos.<br />
Atualmente, algoritmos são desenvolvidos<br />
para permitir a integração<br />
de sistemas de gerenciamento<br />
de informações analíticas e sistemas<br />
de dados cromatográficos, que permitem<br />
o controle de equipamentos<br />
externos ao cromatógrafo (abertura e<br />
fechamento das válvulas, por exemplo),<br />
a interpretação de resultados<br />
gerados e alteração de rotinas pré-<br />
-estabelecidas, garantindo a comunicação<br />
de resultados para sala de<br />
controle (CANN, 2017)<br />
Na Figura 3, é representada, de<br />
forma simplificada, a purificação do<br />
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15
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propeno para produção de polipropileno.<br />
Os cromatografos, assim como<br />
outros equipamentos on line, são<br />
instalados em edificações construídas<br />
na área operacional, chamadas<br />
de shelters. A amostra, em fase<br />
gasosa, é transferida para o equipamento<br />
por diferença de pressão<br />
e necessita de acondicionamento<br />
(redução de pressão e temperatura)<br />
antes de sua injeção.<br />
Por questões de segurança, os cilindros<br />
de gases, insumos e padrões,<br />
necessários para o funcionamento<br />
do cromatógrafo são dispostos fora<br />
do shelter.<br />
Assim, conforme representação da<br />
Figura 3, a instalação de um cromatógrafo<br />
on line é fundamental para o<br />
controle da purificação do propeno,<br />
onde a determinação de etano e metano<br />
nas duas correntes de propeno<br />
ocorre de forma cíclica e alternada,<br />
com períodos de análise programados<br />
de acordo com o ciclo de análise.<br />
Deste modo, além do controle da<br />
eficiência do sistema de purificação,<br />
este sistema permite avaliar a qualidade<br />
do produto comercializado.<br />
Atualmente, existem no mercado<br />
softwares de gerenciamento de<br />
dados de analisadores que permitem<br />
monitorar e diagnosticar remotamente<br />
o funcionamento destes<br />
equipamentos instalados na planta.<br />
Através destes softwares é possível<br />
acompanhar variáveis críticas dos<br />
analisadores (temperatura de forno,<br />
tempo de retenção em cromatografia,<br />
por exemplo); variáveis de processo<br />
(como, temperatura, vazão,<br />
pressão); fluxo de amostra para o<br />
equipamento; etc. Estes softwares<br />
podem ser configurados para que o<br />
técnico responsável pelos analisadores<br />
possam se antecipar à possíveis<br />
falhas do analisador e evitar que um<br />
resultado incorreto chegue até a<br />
operação da planta, evitando assim<br />
tomadas de decisões errôneas que<br />
poderiam causar perda de produção<br />
e até mesmo parada de plantas.<br />
3. Etapas para<br />
instalação de um<br />
analisador de processo<br />
3.1 Justificativa para aquisição<br />
de analisador<br />
Analisadores são equipamentos<br />
caros, que devem ter sua aquisição<br />
justificada pela engenharia de processo.<br />
O processo petroquímico de destilação<br />
do benzeno, por exemplo, necessita<br />
de determinações dos teores<br />
de benzeno, tolueno, xilenos e não<br />
aromáticos na entrada (carga) e nas<br />
saídas, principalmente no topo, onde<br />
se avalia a pureza do benzeno produzido.<br />
Em rotina de laboratório convencional,<br />
o tempo decorrido entre a<br />
coleta da amostra até a recepção dos<br />
resultados pelo operador pode chegar,<br />
em média, a duas horas, sendo,<br />
portanto, realizadas por cromatógrafo.<br />
A depender do fluxo do processo<br />
e disponibilidade de equipamentos,<br />
o risco de produção de produto não<br />
conforme pode ser grande.<br />
Por exemplo, numa sequência hipotética<br />
de eventos ocorrida numa<br />
planta de destilação de benzeno,<br />
onde a rotina no laboratório para<br />
aferição da qualidade do produto<br />
final seja em horário par (0, 2, 4h,<br />
...). Deste modo, um fato ocorrido às<br />
00:30h, que levou a perda de especificação<br />
do benzeno, somente será<br />
detectado pela amostra coletada às<br />
2h, com emissão deste resultado às<br />
4h. Somente a partir desse horário,<br />
a operação pode executar manobra<br />
para corrigir a falha. Esta correção<br />
será detectada apenas numa amostra<br />
extra, coletada às 5h, cujo resultado<br />
será emitido às 6h.<br />
Estes eventos poderiam gerar um<br />
grande impacto financeiro. Contudo,<br />
se nesta planta fosse instalado um<br />
analisador cromatográfico na entrada<br />
e saída desta torre, a periodicidade<br />
das determinações poderia cair<br />
para aproximadamente 10 min., com<br />
possibilidade de até 144 determinações<br />
diárias, onde uma corrente não<br />
conforme poderia ser identificada e<br />
corrigida em até 30 min.<br />
Deste modo, ao justificar um projeto<br />
de analisador para uma planta,<br />
além dos aspectos técnicos de funcionalidade,<br />
dados de produtividade<br />
e, consequentemente, financeiros<br />
devem ser computados. Deste modo,<br />
mesmo que o analisador tenha menores<br />
exatidão e precisão que as<br />
determinações de bancada, ele pode<br />
ser adquirido para controle da planta,<br />
alimentando o sistema de modelagem<br />
quimiométrica da planta com<br />
seus dados, deixando as análises de<br />
laboratório apenas para contingência,<br />
caso haja uma descontinuidade<br />
operacional do analisador, ou para<br />
checagem, validação e tomadas de<br />
decisões, quando existirem dúvidas<br />
em relação a resultados emitidos.<br />
Raciocínio análogo pode ser aplicado<br />
à instalação de analisadores<br />
em processos de cinética lenta, onde<br />
a produção ocorre por batelada ou<br />
em fluxos baixos, como as plantas<br />
de produção de biodiesel por transesterificação.<br />
Nestes casos, não há<br />
previsibilidade de ganhos produtivos<br />
com incremento da diminuição do<br />
ciclo analítico, da amostragem até a<br />
recepção do resultado. Por exemplo,<br />
não há necessidade de investimento<br />
em um analisador de pH, que emite<br />
resultados continuamente, se a transesterificação<br />
do biodiesel leva 2h.<br />
Nestes casos, onde não há ganhos<br />
operacionais ou de segurança para<br />
planta, não se justifica implementar<br />
um analisador.<br />
Uma vez que o desígnio do analisador<br />
é oferecer melhorias para<br />
a fábrica em relação ao controle<br />
de qualidade da produção e, consequentemente,<br />
no aumento da<br />
produtividade, deve-se avaliar se a<br />
operação deste equipamento contribui<br />
para que a balança custo–benefício<br />
esteja pendendo para o lado do<br />
beneficio. Caso a planta não atinja<br />
os índices de produtividade deseja-
dos, a instalação poderá acarretar<br />
em prejuízos para a empresa, devido<br />
ao investimento na aquisição do<br />
analisador.<br />
3.2 Análise do projeto para<br />
aquisição<br />
Antes da tomada das decisões referentes<br />
à aquisição de equipamentos<br />
analíticos de processos, deve ser<br />
realizado um estudo cauteloso sobre<br />
viabilidade, confiabilidade, precisão,<br />
custos de implantação, custos de<br />
operação, tempo de reposta e robustez<br />
do sistema proposto (MOREIRA,<br />
2011). Como qualquer outro equipamento<br />
instalado em áreas industriais,<br />
é também imprescindível a realização<br />
de estudos das medidas de segurança<br />
necessárias à acomodação<br />
e operação do analisador.<br />
Portanto, para avaliar o projeto de<br />
um analisador, uma equipe multidisciplinar<br />
deve ser constituída, envolvendo<br />
todas as áreas necessárias<br />
ao projeto (controle de qualidade,<br />
produção, processo, instrumentação,<br />
automação, caldeiraria, elétrica, civil,<br />
segurança, meio ambiente, etc.), de<br />
acordo com as particularidades da<br />
planta.<br />
Durante a avaliação do projeto, é<br />
indispensável que sejam observadas<br />
suas minúcias e seus impactos na<br />
planta, de modo a garantir a perfeita<br />
operacionalidade do sistema de analisadores.<br />
Um ponto de amostragem<br />
instalado em posição inadequada,<br />
ou mesmo em angulação diferente,<br />
pode provocar prejuízos na representatividade<br />
das amostras, causando<br />
sérios prejuízos na confiabilidade dos<br />
resultados gerados.<br />
As possíveis variações de composição,<br />
fluxo, viscosidade, densidade,<br />
temperatura, pressão, e outras,<br />
na corrente são fundamentais para<br />
definição do tipo de equipamento e<br />
instalação. Por serem sistemas dedicados<br />
e especificados para uma<br />
determinada aplicação no processo,<br />
estes equipamentos não são facilmente<br />
relocados para outro ponto do<br />
processo. Deste modo, se um projeto<br />
é mal elaborado desde sua concepção<br />
até sua instalação, o sistema<br />
não fornecerá resultados confiáveis<br />
e todo investimento será perdido,<br />
trazendo prejuízos. Existe a possibilidade<br />
de analisadores com projetos<br />
avaliados e aprovados e instalação<br />
satisfatória, mas, quando iniciam<br />
operação, apresentam resultados<br />
não confiáveis, tornam-se inoperantes<br />
e com a empresa amargando<br />
prejuízo.<br />
Portanto, antes de adquirir e instalar<br />
um analisador, algumas ações<br />
devem ser realizadas. A primeira etapa,<br />
como descrito acima, é a elaboração<br />
de um projeto conceitual com<br />
uma equipe multidisciplinar contemplando<br />
todos os detalhes técnicos<br />
requeridos para o sistema: finalidade<br />
da medição, precisão e exatidão requerida,<br />
características (composição,<br />
pressão, temperatura, dados físico-<br />
-químicos) da corrente a ser analisada,<br />
locais de instalação etc. Com<br />
estas informações será possível então<br />
definir a melhor técnica analítica<br />
a ser utilizada no sistema proposto.<br />
Esta escolha dever ser feito preferencialmente<br />
pelo corpo técnico habilitado<br />
para elaboração deste conceitual.<br />
Caso não exista esta habilidade,<br />
a equipe responsável pelo conceitual<br />
deverá recorrer a consultorias especializadas<br />
ou trabalhar em conjunto<br />
com possíveis fornecedores deste<br />
sistema. Para uma maior garantia do<br />
funcionamento do projeto em casos<br />
nos quais não se tenha nenhuma<br />
experiência com a técnica requerida,<br />
a equipe responsável deverá buscar<br />
experiências externas em outras<br />
plantas para conhecer in loco sistemas<br />
similares já testados por outros<br />
usuários. Nos casos onde a técnica/<br />
analisador será usada pela primeira<br />
vez naquela aplicação, uma parceria<br />
com o fornecedor poderá ser sacramentada<br />
para realização de teste em<br />
campo para acompanhamento do<br />
desempenho do equipamento antes<br />
da aquisição.<br />
Muitos analisadores são produzidos<br />
customizados de acordo com<br />
as especificações e necessidades da<br />
planta operacional do cliente. Desta<br />
forma, mesmo plantas similares,<br />
que empregam a mesma tecnologia<br />
produtiva, apresentam particularidades<br />
como, por exemplo, disposição<br />
espacial, matérias-primas, insumos<br />
diferentes. Portanto, a constatação<br />
de que um analisador atende de<br />
maneira confiável uma planta não<br />
é garantia que outro analisador do<br />
mesmo tipo seja confiável em outra<br />
planta similar; é apenas um indicativo<br />
que ele pode atender a demanda.<br />
Após elaboração e aprovação do<br />
projeto conceitual dos sistemas de<br />
analisadores do projeto, segue-se a<br />
etapa de projeto básico e detalhamento<br />
de engenharia para montagem<br />
dos sistemas. Nesta fase, serão<br />
definidos os locais de instalação,<br />
elaboração da documentação necessária<br />
para montagem do sistema<br />
no campo, os encaminhamentos de<br />
linhas e tubulações para interligar o<br />
sistema de analisadores a planta industrial,<br />
o sistema de comunicação<br />
(transmissão de resultados) entre os<br />
analisadores e a sala de controle da<br />
planta. Durante esta fase, também<br />
deverão ser definidos os possíveis<br />
fornecedores do sistema, para os<br />
quais será enviada uma folha de especificação<br />
do sistema, datasheet,<br />
contendo todos os dados necessários<br />
(corrente a ser analisada,<br />
componentes a serem analisados,<br />
faixas de pressão e temperatura,<br />
propriedades físicas das correntes,<br />
alimentação elétrica requerida, precisão<br />
e exatidão requerida, técnica<br />
analítica requerida, etc.) para a correta<br />
aquisição.<br />
Após seleção dos possíveis fornecedores<br />
do analisador, a equipe<br />
técnica responsável pelo projeto<br />
deverá fazer uma análise das propostas<br />
enviadas pelos fornecedo-<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
17
artigo 1<br />
Imagem ilustrativa<br />
Autores:<br />
Dr. Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto* 1<br />
Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira 2<br />
Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos 3<br />
MsC. Márcio Luís de Souza Borges 4<br />
Juscély Santos Carvalho 1<br />
18<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
res, indicando o sistema que atende<br />
toda a especificação requerida, e<br />
observando a robustez, a facilidade<br />
de manutenção, os recursos disponíveis,<br />
facilidades de treinamento,<br />
prazo de fornecimento, e os custos<br />
de aquisição (capex) e de operação<br />
(opex). Após seleção do fornecedor<br />
e, consequentemente, do sistema<br />
de analisador a ser implantado, dois<br />
itens são de extrema importância antes<br />
da instalação em campo:<br />
a) Esboços típicos de instalação<br />
do sistema. Estes desenhos serão<br />
utilizados para elaborar o projeto de<br />
detalhamento de instalação do sistema<br />
na planta<br />
b) Teste de Aceitação de Fábrica<br />
(TAF). Antes de o equipamento ser<br />
enviado pelo fornecedor deverá ser<br />
contratado pelo cliente, um TAF para<br />
inspecionar e verificar o funcionamento<br />
do sistema nas instalações<br />
do fornecedor. Nesta etapa, qualquer<br />
problema no funcionamento será<br />
corrigido pelo fornecedor antes do<br />
envio final para instalação.<br />
3.3 Implantação e<br />
operação<br />
Após a aprovação e aquisição do<br />
sistema analítico dedicado, segue a<br />
etapa de instalação na planta industrial,<br />
que deve seguir rigidamente as<br />
especificações do projeto e as recomendações<br />
do fornecedor, de modo<br />
a preservar os diversos componentes<br />
ópticos, eletrônicos, mecânicos<br />
e robóticos pertinentes (MOREIRA,<br />
2011). Em todos os casos, a montagem<br />
deve ser acompanhada por técnicos<br />
especializados nos sistemas de<br />
análise e, sempre que possível, com<br />
apoio de técnicos do fabricante.<br />
Após a instalação do analisador no<br />
ambiente fabril, ele é testado por um<br />
determinado período, onde padrões<br />
são usados, observando-se precisão<br />
e exatidão obtidas (MOREIRA, 2011).<br />
Em seguida, novos testes poderão<br />
ser realizados, agora com amostras<br />
derivadas da planta operacional, com<br />
todo instrumental do analisador operando,<br />
e comparando-se os resultados<br />
obtidos com as determinações<br />
laboratoriais convencionais de bancada,<br />
resultando em um relatório de<br />
validação do equipamento, usando as<br />
ferramentas estatísticas adequadas.<br />
O analisador instalado só poderá<br />
ser liberado para a operação<br />
caso o equipamento/método esteja<br />
validado. Caso existam diferenças<br />
significativas entre os métodos, são<br />
realizados ajustes no analisador, e<br />
os testes deverão ser repetidos até<br />
atingir-se o desempenho requerido.<br />
Após a validação do equipamento, o<br />
mesmo é liberado para uso na planta.<br />
A princípio, as análises (bancada<br />
e analisadores) podem acontecer de<br />
maneira simultânea por um período<br />
de tempo até que seja constatada<br />
a confiabilidade do analisador. As<br />
análises de bancada poderão ser<br />
reduzidas ou eliminadas a critério da<br />
engenharia e do laboratório.<br />
À medida que os resultados gerados<br />
pelo analisador se aproximarem<br />
dos valores encontrados pela bancada,<br />
com variações aceitáveis, os<br />
engenheiros de processo iniciam, de<br />
forma gradual, o aumento do ciclo da<br />
rotina do laboratório, até que estes<br />
se estabilizem no valor definido no<br />
projeto.<br />
3.4 Profissionais para operar<br />
os analisadores<br />
Deve-se reforçar que os analisadores<br />
não funcionam de maneira<br />
autônoma e independente. Deve haver<br />
um grupo de profissionais dedicados,<br />
com amplo conhecimento dos<br />
mesmos, para execução de tarefas<br />
como: programação, avaliação de<br />
performance, alteração operacional,<br />
calibração, aferição, manutenção, e<br />
interpretação dos resultados obtidos.<br />
Uma empresa petroquímica ou uma<br />
refinaria, por exemplo, pode possuir<br />
uma grande variedade (modelos e<br />
fornecedores) de analisadores instalados<br />
em suas plantas, os quais deverão<br />
ser conhecidos e manipulados<br />
por seu corpo técnico.<br />
Inicialmente, os primeiros analisadores<br />
instalados nas plantas eram<br />
de responsabilidade dos instrumentistas<br />
industriais. Contudo, diante do<br />
uso crescente e diversificação dos<br />
analisadores, algumas empresas investiram<br />
em educação continuada,<br />
mas sem metodologia acadêmica<br />
específica, formando profissionais<br />
nesta função para atender suas necessidades.<br />
A equipe de manutenção, que atua<br />
nos analisadores, deve ser preferencialmente<br />
multidisciplinar, com<br />
formações em diferentes áreas do<br />
conhecimento (química, eletrônica,<br />
instrumentação, automação), com<br />
facilidade para trabalhar em grupo<br />
e buscar constante aperfeiçoamento<br />
profissional. Um cromatógrafo de<br />
processo, por exemplo, contém sistemas<br />
de análise, sistemas eletrônicos;<br />
interface de comunicação com a<br />
planta; sistemas de condicionamento<br />
de amostra. O profissional deverá ser<br />
capacitado em eletrônica, instrumentação,<br />
automação e química. Devido<br />
a constante atualização tecnológica<br />
dos sistemas de analisadores, os profissionais<br />
deverão manter-se sempre<br />
atualizados para garantir e aperfeiçoar<br />
sua capacitação técnica para<br />
atender as demandas das empresas.<br />
Atualmente, algumas empresas<br />
mantêm todo o controle de qualidade,<br />
seja em laboratórios convencionais<br />
e ou por meio de analisadores,<br />
sobre uma mesma liderança, já que o<br />
objetivo da equipe é garantir e certificar<br />
a qualidade da produção. Deste<br />
modo, as equipes atuam de forma<br />
integrada, onde analistas de bancada<br />
e técnicos envolvidos com os analisadores,<br />
buscam sinergias inerentes ao<br />
processo de controle de qualidade.<br />
3.5 Manutenção dos<br />
analisadores<br />
Os analisadores de processo, apesar<br />
de realizarem análises automaticamente,<br />
necessitam de cuidados<br />
para garantir sua operacionalidade<br />
pelo maior tempo possível e sem fa-
lhas. Para isto, é necessário que todo<br />
analisador, assim como qualquer<br />
outra máquina, tenha um plano de<br />
manutenção específico. A definição<br />
e execução deste plano poderão ser<br />
baseadas nas informações/recomendações<br />
do fornecedor, na experiência<br />
do usuário ou ainda através de<br />
uma combinação das duas.<br />
Em geral, a manutenção é dividida<br />
em três tipos: tempo de operação<br />
(preventiva); condição do<br />
equipamento (preditiva) ou em falha<br />
detectada (corretiva). O tipo de manutenção<br />
deve ser feito observando<br />
a criticidade do equipamento para<br />
planta, principalmente, avaliando<br />
qual o impacto de uma falha deste<br />
analisador no processo. Através<br />
desta análise, define-se qual o tipo<br />
de manutenção a ser utilizada, as<br />
tarefas, a frequência e a política de<br />
estoque de peças sobressalentes necessária.<br />
Devido aos elevados custos<br />
envolvidos em hora homem (HH) de<br />
manutenção e de peças sobressalente,<br />
o gestor dos equipamentos deverá<br />
sempre buscar uma otimização<br />
entre os recursos necessários (HH e<br />
peças de reposição) e frequência de<br />
falhas, sendo que o melhor dos casos<br />
é aquele onde existe menor frequência<br />
de falhas com o menor custo<br />
de manutenção.<br />
Para se atingir esta otimização, é<br />
imprescindível o registro de todos<br />
os dados relativos às manutenções<br />
realizadas anteriormente: especificidades,<br />
falhas, análise de falhas, HH<br />
envolvido e custo de peças de reposição.<br />
Com estes dados, a equipe<br />
responsável deverá fazer o acompanhamento,<br />
utilizando alguns indicadores,<br />
como por exemplo:<br />
1) Tempo médio entre falhas<br />
(MTBF do inglês mean time between<br />
failures –), sendo medido para cada<br />
equipamento;<br />
2) Tempo médio de reparo<br />
(MTTR do inglês, mean time to repair),<br />
para as manutenções corretivas;<br />
3) Custo de reparo por<br />
equipamento;<br />
4) Período de disponibilidade de<br />
cada equipamento.<br />
Desta forma, a equipe responsável<br />
terá dados suficientes para propor e<br />
modificar periodicamente os planos<br />
de manutenção de cada equipamento,<br />
com base em indicadores aferidos,<br />
buscando otimização de custos<br />
e minimização das falhas.<br />
Pode-se, por exemplo, decompor<br />
o analisador em partes diferentes e<br />
aplicar diferentes tipos de manutenção<br />
a cada uma delas. Um sistema<br />
de cromatografia pode ser dividido<br />
em sistema eletrônico, sistema analítico<br />
e sistema de amostragem:<br />
- para o sistema eletrônico, pode-<br />
-se definir uma política de manutenção<br />
corretiva, sendo substituída apenas<br />
uma placa eletrônica, quando a<br />
mesma falhar. Neste caso, deve-se<br />
definir, em conjunto com o fabricante<br />
ou outros usuários, quais placas<br />
necessita-se ter em estoque (ativo<br />
imobilizado);<br />
- para o sistema de amostragem<br />
pode atribuir manutenção preventiva.<br />
O histórico de dados e indicadores<br />
registrados podem indicar a<br />
periodicidade de troca dos filtros, por<br />
exemplo;<br />
- já para o sistema analítico, pode-<br />
-se adotar a manutenção preditiva,<br />
na qual será realizado acompanhamento<br />
da seletividade da coluna<br />
cromatográfica e verificada a qualidade<br />
da separação entre dois componentes,<br />
indicando a necessidade<br />
de substituição ou condicionamento<br />
da coluna cromatográfica, antes que<br />
ocorra a falha.<br />
Diante do exposto pode-se afirmar<br />
que analisadores de processos funcionam<br />
corretamente, desde que sejam<br />
projetados e instalados corretamente,<br />
e tenha plano de manutenção<br />
de acordo com seu tipo, aplicação<br />
e criticidade de forma adequada às<br />
necessidades da planta.<br />
Os equipamentos possuem softwares<br />
que, através de cálculos<br />
matemáticos, simples ou avançados,<br />
convertem os sinais físicos do<br />
detector em resultados numéricos<br />
das determinações desejadas. A<br />
cada calibração realizada no equipamento,<br />
o software altera a equação<br />
(ou algoritmo, em equipamentos<br />
sofisticados) que converte o sinal do<br />
detector em resultado numérico. Em<br />
alguns equipamentos, os softwares<br />
podem ser programados sobre a periodicidade<br />
da calibração e informam<br />
aos operadores quando esta data se<br />
aproxima.<br />
Os analisadores são equipados<br />
com transmissores, que comunicam<br />
continuamente o status do equipamento<br />
(em operação, em purga,<br />
desativado, etc.) e o resultado da determinação<br />
para a sala de controle.<br />
Analisadores modernos podem ser<br />
interligados ao gerenciador da modelagem<br />
quimiométrica da planta,<br />
de modo que, quando é gerado um<br />
resultado inesperado, diferente da<br />
tendência, o equipamento analítico<br />
pode até efetuar uma calibração automática,<br />
sem intervenção humana,<br />
e corrigir o valor do resultado duvidoso<br />
em função da nova equação de<br />
calibração.<br />
As possibilidades de aplicação e<br />
potencialidades dos analisadores<br />
de processo são vastas. Entretanto,<br />
acredita-se que a necessidade de<br />
profissionais preparados e capacitados<br />
tanto para a concepção quanto<br />
para a operação e interpretação dos<br />
resultados é uma premissa indispensável,<br />
inclusive com especial atenção<br />
a multidisciplinaridade do tema.<br />
Conclusão<br />
Diante dos ganhos proporcionados<br />
no controle operacional através<br />
de analisadores de processo, pelos<br />
quais determinações e resultados<br />
analíticos são disponibilizados em<br />
curtos espaços de tempo, estes<br />
equipamentos vêm ocupando espaço<br />
relevante nas indústrias modernas.<br />
Devido ao custo envolvido na<br />
operacionalização destes equipa-<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
19
artigo 1<br />
Imagem ilustrativa<br />
Autores:<br />
Dr. Vanjoaldo dos Reis Lopes Neto* 1<br />
Dr. Leonardo Sena Gomes Teixeira 2<br />
Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos 3<br />
MsC. Márcio Luís de Souza Borges 4<br />
Juscély Santos Carvalho 1<br />
20<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
mentos, os projetos de instalação<br />
devem ser realizados com um alto<br />
grau de detalhamento e por uma<br />
equipe especializada, para garantir<br />
o correto funcionamento dos mesmos,<br />
transformando o investimento<br />
em retorno financeiro para a empresa.<br />
O principal papel dos analisadores<br />
de processo em uma indústria<br />
é monitorar parâmetros chaves no<br />
controle de processo, otimizando a<br />
produção em relação a eficiência<br />
energética e garantia da especificação<br />
dos produtos. Desta forma,<br />
existe uma tendência de que,<br />
o controle de qualidade de uma<br />
planta industrial seja feito de duas<br />
maneiras complementares: controles,<br />
que necessitem de resultados<br />
rápidos para ajuste do processo ou<br />
que envolva segurança de processo,<br />
deverão ser feitos através de<br />
analisadores de processo; enquanto<br />
que acompanhamentos de processo<br />
no longo prazo (balanço de<br />
massa de planta, performance de<br />
catalisadores, etc.), laudos de qualidade<br />
de produtos finais, análises<br />
muito complexas e análises para<br />
validação dos analisadores de processo<br />
continuarão sendo feitos nos<br />
laboratórios através de análises em<br />
bancada. Assim, podemos concluir<br />
que a instalação de analisadores<br />
de processo, permite aos laboratórios<br />
“convencionais” extrapolar sua<br />
forma de atuação além dos limites<br />
de suas instalações, garantindo<br />
assim, um controle de qualidade<br />
mais eficiente para as indústrias<br />
modernas.<br />
Referências<br />
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Editora ACTA, 993.<br />
LANÇAS, F. M. e MÜHLER, C. Cromatografia<br />
unificada. Química Nova, vol. 27, nº 5,<br />
2004.<br />
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Acesso em: 01<br />
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analítica, Springer-Verlag Ibérica, 2000.<br />
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Alves – RLAM, Petrobrás Biocombustíveis<br />
e Raízen Combustíveis pelas visitas à suas<br />
Instalações
Complemento Normativo<br />
artigo 1<br />
Referente ao artigo: 1<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
Controle de processos industriais:<br />
instrumentação analítica de processos<br />
X laboratório tradicional. Parte II:<br />
importância dos analisadores em linha<br />
para as indústrias modernas.<br />
ISO 31000<br />
Risk management -- Guidelines<br />
Norma publicada em: 2018/02. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Organização e gestão de empresas em geral.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
Abstract: Provides guidelines on managing risk faced by organizations. The<br />
application of these guidelines can be customized to any organization and its<br />
context. https://www.iso.org/standard/65694.html<br />
ISO 10005<br />
Quality management -- Guidelines for quality plans<br />
Norma publicada em: 2018/06 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Sistemas de gestão.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
Abstract: This document gives guidelines for establishing, reviewing, accepting,<br />
applying and revising quality plans.This document is applicable to quality<br />
plans for any intended output, whether a process, product, service, project or<br />
contract, and any type or size of organization.<br />
https://www.iso.org/standard/703<strong>98</strong>.html<br />
ISO 9004<br />
Quality management -- Quality of an organization -- Guidance to<br />
achieve sustained success<br />
Norma publicada em: 2001/11 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Gestão de qualidade e garantia de qualidade.<br />
Sistemas de gestão.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
Abstract: Gives guidelines for enhancing an organization's ability to achieve<br />
sustained success. This guidance is consistent with the quality management<br />
principles given in ISO 9000.<br />
https://www.iso.org/standard/70397.html<br />
ISO 19011<br />
Guidelines for auditing management systems<br />
Norma publicada em: 2018/07 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Sistemas de gestão.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
Abstract: This document provides guidance on auditing management systems,<br />
including the principles of auditing, managing an audit programme and<br />
conducting management system audits, as well as guidance on the evaluation<br />
of competence of individuals involved in the audit process. These activities<br />
include the individual(s) managing the audit programme, auditors and audit<br />
teams. https://www.iso.org/standard/70017.html<br />
NIE-CGCRE-046<br />
Análise da Documentação Legal dos Organismos de Avaliação da<br />
Conformidade e das Instalações de Testes BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
Resumo: Esta norma estabelece o procedimento para a realização da análise<br />
da documentação legal dos organismos de avaliação da conformidade e das<br />
instalações de teste.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=AvalLAB<br />
DOQ-CGCRE-023<br />
Orientações para a atividade de reconhecimento da conformidade<br />
aos princípios das boas práticas de laboratório - BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
Resumo: Este documento tem como objetivo fornecer orientações gerais<br />
sobre o reconhecimento e monitoramento de instalações de teste em conformidade<br />
aos Princípios das Boas Práticas de Laboratório – BPL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
NIT-DICLA-052<br />
Preços das atividades de reconhecimento da conformidade aos princípios<br />
das boas práticas de laboratório (BPL).<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
Resumo: Esta Norma estabelece preços das atividades referentes à concessão,<br />
extensão, manutenção e mudanças do reconhecimento da conformidade<br />
aos princípios das BPL. http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.asp?tOrganismo=BPL<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
21
Complemento Normativo<br />
artigo 1<br />
Referente ao artigo: 1<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
Controle de processos industriais:<br />
instrumentação analítica de processos<br />
X laboratório tradicional. Parte II:<br />
importância dos analisadores em linha<br />
para as indústrias modernas.<br />
NIT-DICLA-067<br />
Compromissos Relacionados com a OCDE e com Órgãos Regulamentadores<br />
sobre o Reconhecimento das Boas Práticas de Laboratório<br />
- BPL. Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
Resumo: Esta Norma estabelece as ações a serem realizadas pela Cgcre,<br />
através da Dicla, a fim de cumprir com os compromissos relacionados à adesão<br />
do Brasil aos atos da OCDE para aceitação mútua de dados de acordo<br />
com os Princípios das Boas Práticas de Laboratório – BPL, bem como aqueles<br />
relacionados com os órgãos regulamentadores nacionais, principalmente os<br />
da área de saúde, meio ambiente e agricultura.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
FOR-CGCRE-004<br />
Relação detalhada dos estudos BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
22<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
FOR-CGCRE-026<br />
Solicitação para reconhecimento da conformidade aos princípios das<br />
boas práticas de laboratório - BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
FOR-CGCRE-038<br />
Relação de Documentos para Solicitação/Extensão/Manutenção de<br />
Reconhecimento da Conformidade aos Princípios das Boas Práticas<br />
de Laboratório – BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
FOR-CGCRE-420<br />
Recomendação e Decisão sobre o Cancelamento do Reconhecimento<br />
da Conformidade aos princípios das BPL por Decisão da Cgcre.<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Artigo: Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos<br />
X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em<br />
linha para as indústrias modernas.<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
FOR-CGCRE-421<br />
Recomendação e Decisão sobre Extensão, Manutenção, Mudanças,<br />
Redução, Arquivamento, Cancelamento e Suspensão do Reconhecimento<br />
da Conformidade aos Princípios das BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
FOR-CGCRE-422<br />
Recomendação e Decisão sobre a Concessão do Reconhecimento da<br />
Conformidade aos Princípios das BPL.<br />
Norma publicada em: 2018/10. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada<br />
Entidade: INMETRO<br />
País de procedência/Região: BRASIL.<br />
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/doc_organismos.<br />
asp?tOrganismo=BPL<br />
ISO 9001<br />
Quality management systems -- Requirements<br />
Norma publicada em: 2015/09. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Administração e segurança de qualidade. Sistema de gestão.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
Abstract: Needs to demonstrate its ability to consistently provide products<br />
and services that meet customer and applicable statutory and regulatory requirements,<br />
and aims to enhance customer satisfaction through the effective<br />
application of the system, including processes for improvement of the system<br />
and the assurance of conformity to customer and applicable statutory and<br />
regulatory requirements.<br />
https://www.iso.org/standard/62085.html
Distribuidor Autorizado<br />
Incorrect (interference)<br />
Quantitation peak<br />
Quantitation<br />
peak<br />
Resolution 35 K<br />
Resolution 70 K<br />
A Quantificação do Amanhã fornece<br />
certeza na análise complexa de hoje<br />
Espera-se que os equipamentos analíticos permitam resolver<br />
os desafios mais críticos com respostas confiáveis. Os<br />
laboratórios analíticos de hoje precisam mais que equipamentos<br />
de ponta. Eles precisam do melhor equipamento, e de soluções<br />
abrangentes. Uma solução que possa triar, identificar e<br />
quantificar mais compostos do que era possível anteriormente.<br />
A Quantificação do Amanhã pode capacitar seu laboratório com<br />
poderosas ferramentas analíticas e soluções de fluxo de trabalho<br />
que irão permitir a você atingir os desafios analíticos de hoje e<br />
do futuro. Assegurando maior produtividade, eficiência e sucesso<br />
para sua organização.<br />
Thermo Scientific Exactive GC Plus MS<br />
oferece alta sensibilidade, seletividade<br />
e velocidade para uma ampla faixa de<br />
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análises targeted e non-targeted.<br />
Para conhecer mais a respeito da Quantificação do Amanhã e como ela pode fazer a diferença em seu<br />
laboratório hoje, visite www.thermofisher.com/Quantitation<br />
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artigo 2<br />
Caracterização da liga amorfa<br />
do tipo Co87Nb46B15<br />
Autores:<br />
Nascimento, Luciano 1*,<br />
Anastasiia Melnyk 2,<br />
Reza Jamshidi Rodbari 3,<br />
Lourdes Cristina L. Agostinho Jamshidi 4.<br />
1*ao 4 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química-PPGEQ,<br />
Centro de Tecnologia e Geociências-CTG/UFPE.<br />
Av. Moraes Rego, 1235 – Cidade Universitária,<br />
CEP: 50670-901, Recife – PE, Brasil.<br />
2 Programa de Pós-Graduação em Letras-PPGL, Centro de Ciências,<br />
Letras e Artes-CLA/UFPB, Brasil.<br />
Castelo Branco, Cidade Universitária-Campus I,CEP: 58051-970,João Pessoa-PB.<br />
3 Programa de Pós-Graduação em Ciências de Materiais -PPGCMTR,<br />
Centro de Ciências Exatas e da Terra- CCEN/UFPE.<br />
Av. Prof. Moraes Rego, 1235 - Cidade Universitária, Recife - PE -<br />
CEP: 50670-901,Brasil.<br />
E-mail: luciano.ufpe@gmail.com 1*<br />
24<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Imagem ilustrativa<br />
Resumo<br />
Este trabalho teve como proposta geral a produção<br />
da liga amorfa Co87Nb46B15 por moagem mecânica de<br />
alta energia e estudo de sua caracterização por Difração<br />
de Raios X (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura e<br />
Espectroscopia por Dispersão de Energia (MEV/EDS) e<br />
das suas propriedades magnéticas, tendo como estudo<br />
a curva de histerese.<br />
Palavras-chave: Moagem Mecânica; Liga<br />
Amorfa Co87Nb46B15; Curva de histerese.<br />
Abstract<br />
This work had as general purpose production of<br />
amorphous alloy Co87Nb46B15 by mechanical grinding<br />
of high energy and studies its characterization by X-ray<br />
Diffraction (DRX), Scanning Electron Microscopy and<br />
Spectroscopy Dispersion Energy (SEM/EDS) and their<br />
magnetic properties, study as having the hysteresis curve.<br />
Key-words: Mechanical Alloying; Amorphous Alloy<br />
Co87Nb46B15; Hysteresis Curve.<br />
Introdução<br />
A definição de material amorfo é um termo geral que é referir-<br />
-se a estado sólido com arranjo atômico não periódico. A característica<br />
especial da estrutura atômica do material amorfo em<br />
comparação com o material cristalino é caracterizada por não<br />
possuírem, à longa distância, uma estrutura atômica ordenada<br />
(NASCIMENTO, 2013).<br />
Os materiais amorfos podem ser fabricados por vários métodos,<br />
as técnicas escolhidas como se segue: evaporação térmica<br />
(ou deposição de vapor) de metais, pulverização catódica (ou<br />
sputtering), deposição química em fase vapor ou CVD (chemical<br />
vapour deposition), moagem mecânica de alta energia (mechanical<br />
alloying), melt spinning liga mecânica, moagem de alta<br />
energia e fundição a forno elétrico a arco (ZHAO, 2006). As ligas<br />
do sistema binário Co-B pode ser facilmente amorfizadas por<br />
melt spinning ou moagem mecânica de alta energia. Mais ligas<br />
complexas com propriedades específicas podem ser obtidas por<br />
adição de outros elementos a este sistema, como o Nb e vários<br />
compostos químicos pode ser cristalizado a partir da fase amorfa<br />
a temperaturas específicas (DUN et al.,2012a).<br />
Ligas amorfas baseadas em Co, Fe, Nb, B e sistema amorfo do<br />
tipo Co-Nb-B é facilmente fabricado usando técnicas de reação<br />
do estado sólido e possuem boas propriedades magnéticas, estabilidade<br />
térmica e uma elevada magnetização de saturação, de<br />
alta permeabilidade, baixa coercitividade e perda, que encontram<br />
suas aplicações no sistema antirroubo segurança, eletrônica de<br />
potência, dispositivos de telecomunicações e magnetismo automotivos<br />
(DUN et al.,2014b). Similarmente algumas ligas baseadas<br />
em ligas amorfas e ligas amorfas de grande volume (BMGs)<br />
como Co-Nb-B consistem em ligação covalente formado por elemento<br />
metalóide (B) e um elemento de metal de transição com<br />
alto módulo de elasticidade (Co) (SURYANARAYANA, 2001). Além<br />
disso, uma vez que Nb e B têm entalpia negativa de mistura com<br />
o elemento constituinte na maioria o Co.<br />
Neste trabalho, estudou-se a caracterização desta liga amorfa<br />
do tipo Co87Nb46B15 atarvés do processo de moagem alta<br />
energia. O estudo de caracterização foi DRX - Difração de Raios<br />
X, Microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia<br />
de energia dispersiva (EDS) e feito levando-se em conta as propriedades<br />
magnéticas.
Materiais e métodos<br />
Os pós dos elementos Cobalto,<br />
Nióbio e Boro, conforme a sua granulometria<br />
(peneira de 100 mesh),<br />
tendo uma pureza de 99,9% cada<br />
um dos elementos, provenientes da<br />
Aldrich Chemical, foram pesados nas<br />
proporções adequadas à composição<br />
(Co87Nb46B15) e homogeneizados mecanicamente<br />
e os componentes foram<br />
pesados em uma balança de precisão,<br />
Micronal B4000 com resolução de<br />
10- 2 g obtendo-se as composições nominais.<br />
A relação bola/pó determinada<br />
foi de 20:1, indicando assim o peso<br />
total da amostra, 25g, como também<br />
o peso das esferas de aço cromo, com<br />
três tamanhos diferentes (6 esferas de<br />
20mm, 4 esferas de 15mm e 6 esferas<br />
de 10 mm), perfazendo um total<br />
de 225g de esferas. Este material foi<br />
colocado em uma jarra de aço de alta<br />
dureza, a qual foi selada para obtenção<br />
de vácuo de 5x10- 2 mbar, prevenindo<br />
possível contaminação dos pós. A jarra<br />
com os a mistura dos pós-elementares<br />
foi então colocada em um moinho planetário,<br />
moinho planetário Modelo: NQM2L<br />
Mill Pulverizer onde foi moído inicialmente<br />
por 5h, com rotação de 300 rpm.<br />
Para a identificação das fases da<br />
liga a amorfa (Co87Nb46B15), foi usado<br />
um difratômetro Shimadzu XRD 6000,<br />
utilizando radiação de CuKα com um<br />
comprimento de onda 1,5406 Å. As<br />
medidas foram tomadas para uma<br />
ampla gama de ângulos de difração<br />
(2θ) que variam de 20° a 120° com<br />
passo angular de 0,05º e com tempo<br />
de contagem por ponto igual a 4 s. A<br />
análise em MEV/EDS foi realizada com<br />
um SHIMADZU SUPERSCAN SSX-550<br />
com uma tensão de aceleração de 0,5<br />
a 30kV com uma etapa de 10V, após<br />
a amostra ter sido revestido com fina<br />
camada de ouro depositada em vácuo,<br />
a fim de melhorar o contraste da imagem.<br />
A análise química foi realizada<br />
através por Espectroscopia de Energia<br />
Dispersiva (EDS). A caracterização<br />
magnética das amostras à baixas temperaturas<br />
foi realizada em um PPMS<br />
(Quantum Design, modelo MultiVu<br />
6000: San Diego, EUA).<br />
Figura 2. MEV da liga amorfa Co87Nb46B15<br />
formando grãos irregulares.<br />
Fonte: (Autor).<br />
Intensidade (u.a.)<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
0 5 10 15 20 25<br />
2θ(°)<br />
ϕ-(Co 2<br />
Nb 8<br />
B 2<br />
, Co1Nb 3<br />
B 5<br />
,Co2Nb,Nb 2<br />
B 3<br />
)<br />
Figura 1. Espectro de difração de raios X na liga amorfa Co87Nb46B15.<br />
Fonte: (Autor).<br />
ϕ<br />
3. Resultados e Discussão<br />
3.1 Difração de raios X<br />
O espectro do difratograma de raios X da amostra é ilustrado na Figura 1. Observa-se<br />
claramente no difratograma alguns picos não identificados e um pico central<br />
devido a presença de fases nanocristalinas metaestável do tipo φ-(Co2Nb8B2,<br />
Co1Nb3B5,Co2Nb,Nb2B3 com à formação de um halo entre 15° e 25°, sendo relacionado<br />
com a formação de fases frágeis que contribui para a ocorrência de mecanismos<br />
de fratura e difusão de átomos de B dentro da matriz amorfa da liga amorfa<br />
Co87Nb46B15, aumentando o índice de amorfização do pó.<br />
3.2 Microscopia eletrônica de varredura e EDS<br />
A Figura 2 respectivamente mostra o pó da liga amorfa Co87Nb46B15, o<br />
resultado da amostra de Microscopia Eletrônica de Varredura na amostra<br />
revela pequenos cristais de simetrias irregulares com grãos deformados<br />
com distintos tamanhos de 20µm com fases muito ricas em óxidos amorfizados.<br />
As fases existentes entre o Co e Nb junto com o B foi em temperatura<br />
de 1200°C para formação da liga, tendo assim constraste entre fases<br />
amorfas e intermetálicas presente no grão com formatos irregulares e bem<br />
aglomerados.<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
25
artigo 2<br />
Autores:<br />
Nascimento, Luciano 1*,<br />
Anastasiia Melnyk 2,<br />
Reza Jamshidi Rodbari 3,<br />
Lourdes Cristina L. Agostinho Jamshidi 4.<br />
26<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Count(cps)<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Co<br />
O<br />
Co<br />
B<br />
Nb<br />
O<br />
Co<br />
Nb<br />
B<br />
Au<br />
Au<br />
Liga Amorfa: Co 87 Nb 46 B 15<br />
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000<br />
Energy(keV)<br />
Figura 3. Análise elementar do EDS da liga amorfa Co87Nb46B15.<br />
Fonte: (Autor).<br />
A Espectroscopia Dispersiva de Energia (EDS) utilizada na análise da liga amorfa<br />
Co87Nb46B15 com seus respectivos espectro coberto com fina camada de ouro,<br />
fora descritos na Figura 3, onde exibe os elementos de maior concentração para o<br />
Cobalto e o Nióbio com a presença pequena quantidades de Oxigênio que possibilita<br />
a formação de óxidos em sua superfície e presença de B acoplado para surgimentos<br />
de composto de boratos. O oxigênio se complexa se complexa com Co, Nb e<br />
B que possibilita a reação peritética no estado sólido fase amorfas ricas em óxido<br />
intermetálico.<br />
Momento (emu)<br />
0,02<br />
0,01<br />
0,00<br />
-0,01<br />
-0,02<br />
Liga Amorfa: Co 87<br />
Nb 46<br />
B 15<br />
-30000 0 30000<br />
Campo Magnético(Oe)<br />
Figura 4. Curva de histerese da liga Co87Nb46B15.<br />
Fonte: (Autor).<br />
3.3 Propriedades magnéticas<br />
A medida de magnetização foi feita numa faixa de temperaturas de 77-1000<br />
K. Os valores da magnetização de saturação em 0 K foram obtidos por extrapolação<br />
de dado de magnetização de<br />
saturação, conforme mostra a Figura<br />
4. A anisotropia magnética da amostra<br />
foi determinada pela rotação da<br />
amostra em relação a uma normal à<br />
sua superfície. O comportamento do<br />
momento magnético da liga amorfa é<br />
comparado com a de materiais cristalinos<br />
semelhantes. A amostra resfriada<br />
resulta numa curva bastante suave e<br />
com uma definição bem acentuada na<br />
curva de histerese perto da superfície<br />
rica em fase amorfa e intermetálicos.<br />
A liga apresenta uma elevada permeabilidade<br />
associada a um pequeno valor<br />
de campo coercitivo de 0,008 Oe.<br />
A presença de um metalóide, B,<br />
neste caso, através da formação de<br />
ligações do tipo p-d localizadas que<br />
reduzem o número de rotação polarizável-orbitais<br />
no orbital d nos átomos<br />
de Co e Nb (YOURAN et al.,2011). Assim<br />
a rotação do seu spin do estado<br />
ligado está diretamente abaixo do nível<br />
de Fermi e os átomos de B e Nb têm<br />
uma tendência a agrupar-se em torno<br />
de outro nestas ligas, um resultado<br />
consistente com a grande diferença<br />
eletronegatividade e o grande calor<br />
de formação negativa entre estes<br />
dois tipos atômicos que criam estado<br />
emaranhados devido ao surgimento de<br />
vários fenômenos de superfície (CORB;<br />
O'HANDLEY, 1<strong>98</strong>5).<br />
Acerca da propriedade magnética<br />
da liga amorfa Co87Nb46B15, conclui-<br />
-se que as diferença de seu momento<br />
magnético são oriundos de sua propriedade<br />
fraca das fases ferromagnética.<br />
O surgimento do paramagnético<br />
é devido à temperatura ambiente com<br />
forte acoplamento antiferromagnético<br />
em baixas temperaturas.<br />
CONCLUSÃO<br />
O pico central devido a presença de<br />
fases nanocristalina metaestável do tipo<br />
φ-(Co2Nb8B2, Co1Nb3B5,Co2Nb,Nb2B3)<br />
com à formação de um halo entre 15°<br />
e 25°;<br />
Análise do MEV mostra as morfologias<br />
das partículas irregulares devido<br />
ao processo de amorfização da liga<br />
amorfa. A alteração na morfologia irregular<br />
surge durante o processo de<br />
moagem, devido à competição entre a<br />
fratura e a soldadura a frio;
Dependendo da mistura inicial, mudança<br />
estrutural dos pós mecanicamente<br />
moído ocorre a seguinte forma:<br />
refinamento de grão, solução sólida de<br />
difusão e / ou a formação de novas<br />
fases amorfas, onde podemos ver no<br />
EDS maiores concentrações de Co e<br />
Nb, se complexando com O e com o B;<br />
Acerca da propriedade magnética<br />
da liga amorfa Co87Nb46B15, conclui-<br />
-se que as diferença de seu momento<br />
magnético são oriundos de sua propriedade<br />
fraca das fases ferromagnética.<br />
O surgimento do paramagnético<br />
é devido à temperatura ambiente com<br />
forte acoplamento antiferromagnético<br />
em baixas temperaturas.<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Os autores agradecem ao PRH 28<br />
/ MCT / ANP pelo o apoio financeiro<br />
deste trabalho e ao Departamento de<br />
Física e Química Fundamental do Centro<br />
de Ciências Exatas e da Natureza<br />
da UFPE.<br />
REFERÊNCIAS<br />
CORB,B. W. ; O'HANDLEY,R. C. Magnetic<br />
properties and short-range order in Co-Nb-<br />
-B alloys. Physical Review B 31:11,pp.7213-<br />
7218,1<strong>98</strong>5.<br />
DUN,C.; LIU,H.; SHEN,B. Enhancement of<br />
plasticity in Co–Nb–B ternary bulk metallic<br />
glasses with ultrahigh strength. Journal of Non-<br />
-Crystalline Solids 358. pp. 3060–3064, 2012.<br />
DUN,D.; LIU,H.; HOUA,L.; XUE,L.; DOU,L.;<br />
YANG,W.; ZHAO,Y.;SHEN,B. Ductile Co–Nb–B<br />
bulk metallic glass with ultrahigh strength.<br />
Journal of Non-Crystalline Solids 386.<br />
pp.121–123,2014.<br />
NASCIMENTO, L. Estudo das Ligas Amorfas<br />
na Reação de Oxidação com Aplicabilidade<br />
na síntese do Metanol e Produção de Olefinas.<br />
Projeto de Tese de Doutorado (Doutorado em<br />
Engenharia Química), Universidade Federal<br />
de Pernambuco, Recife-PE, 2013.<br />
SURYANARAYANA, C. Mechanical alloying<br />
and milling. Progress in Materials Science 46.<br />
pp.1–184,2001.<br />
YOURAN, Y.; YANYAN, W.; YING, L.; XIAO-<br />
FANG, B. Microstructure and Magnetic Anisotropy<br />
of FeCoNbB Films. Chinese Journal of<br />
Aeronautics 24.pp. 823-828, 2011.<br />
ZHAO, Y. H. Thermodynamic Model for Solid<br />
State Amorphization of Pure Elements by Mechanical-Milling.<br />
Journal of Non-Crystalline<br />
Solids 352. pp. 5578-5585,2006.<br />
Complemento Normativo<br />
Referente ao artigo: 2<br />
artigo 2<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
Caracterização da liga amorfa<br />
do tipo Co87 Nb46 B15<br />
DIN EN 13925-1<br />
Non-destructive testing - X-ray diffraction from polycristalline and<br />
amorphous material - Part 1: General<br />
principles<br />
Norma publicada em: 2003/07. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Ensaios não destrutivos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-13925-1/53958316<br />
DIN EN 13925-2<br />
Non-destructive testing - X-ray diffraction from polycristalline and<br />
amorphous material - Part 2: Procedures<br />
Norma publicada em: 2003/07. / Status: Vigente<br />
Classificação 1: Ensaios não destrutivos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-13925-2/56791718<br />
DIN EN 13925-3<br />
Non-destructive testing - X-ray diffraction from polycrystalline and<br />
amorphous materials - Part 3: Instruments<br />
Norma publicada em: 2003/07. / Status: Vigente<br />
Classificação 1: Ensaios não destrutivos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-13925-3/76534248<br />
DIN 8593-4<br />
Manufacturing processes joining - Part 4: Joining by processing of<br />
amorphous materials; Classification, subdivision, terms and definitions<br />
Norma publicada em: 2003/09. / Status: Vigente<br />
Classificação 1: Outros equipamentos de trabalho sem raspagem. Processo<br />
de fabricação.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-8593-4/65031335<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
27
Complemento Normativo<br />
Referente ao artigo: 2<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com<br />
Arena Técnica<br />
artigo 2<br />
Caracterização da liga amorfa<br />
do tipo Co87 Nb46 B15<br />
ASTM A 900/A 900M<br />
Standard Test Method for Lamination Factor of Amorphous<br />
Magnetic Strip<br />
Norma publicada em: 2001/01 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Materiais Magnéticos<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ASTM.<br />
28<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
País de procedência/Região: EUA<br />
Abstract: This test method covers measurements of lamination factor (Note<br />
1) of a specimen composed of strips cut from amorphous magnetic material. It<br />
is suitable for the determination of lamination factor for thin, flat case, metallic<br />
strip ranging in width from 0.25 to 8.00 in. [6.35 mm to 203 mm] and in<br />
thickness from 0.0005 to 0.005 in. [12.7 to 127 μm].<br />
https://www.astm.org/Standards/A900.htm<br />
ASTM A 901<br />
Standard Specification for Amorphous Magnetic Core<br />
Alloys, Semi-Processed Types<br />
Norma publicada em: 2012/01 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Materiais Magnéticos. Componentes magnéticos<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA<br />
Abstract: This specification covers the general requirements to which flat-cast,<br />
amorphous, semi-processed, iron-base magnetic core alloys must conform.<br />
https://www.astm.org/Standards/A901.htm<br />
ASTM A 932/A 932M<br />
Standard Test Method for Alternating-Current Magnetic Properties of<br />
Amorphous Materials at Power<br />
Requencies Using Wattmeter-Ammeter-Voltmeter Method with Sheet<br />
pecimens<br />
Norma publicada em: 2001/01 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Medição de magnitudes elétricas e magnéticas.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA<br />
Abstract: This test method covers tests for various magnetic properties of<br />
flat-cast amorphous magnetic materials at power frequencies (50 and 60 Hz)<br />
using sheet-type specimens in a yoke-type test fixture. It provides for testing<br />
using either single- or multiple-layer specimens.<br />
https://www.astm.org/Standards/A932.htm<br />
ASTM A 912/A 912M<br />
Standard Test Method for Alternating-Current Magnetic Properties of<br />
Amorphous Materials at Power<br />
requencies Using Wattmeter-Ammeter-Voltmeter Method with Toroidal<br />
Specimens<br />
Norma publicada em: 2011/01 / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Outros métodos de testes de metais.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: ASTM.<br />
País de procedência/Região: EUA<br />
Abstract: This test method covers tests for various magnetic properties of<br />
amorphous materials at power frequencies [25 to 400 Hz] using a toroidal test<br />
transformer. The term “toroidal test transformer” is used to describe the test<br />
device, reserving the term “specimen” to refer to the material used in the test.<br />
The test specimen consists of toroidally wound flat strip.<br />
https://www.astm.org/Standards/A912.htm<br />
BS EN 1330-11:2007<br />
Non-destructive testing. Terminology. Terms used in X-ray diffraction<br />
from polycrystalline and<br />
amorphous materials<br />
Norma publicada em: 2007/07. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Ensaios não destrutivos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Entidade: BSI.<br />
País de procedência/Região: REINO UNIDO<br />
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©2014 Waters Corporation. Waters, UltraPerformance LC, CORTECS and The Science of What’s Possible are registered trademarks of Waters Corporation.<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
29
Microbiologia<br />
Burkhoderia Cepacia<br />
Por Claudio Kiyoshi Hirai*<br />
30<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
A Burkhoderia cepacia foi descrita<br />
em 1950 como Pseudomonas<br />
cepacia como uma espécie fitopatogênica<br />
por Burkholder em bulbos<br />
apodrecidos de cebola.<br />
É uma espécie Gram negativa,<br />
aeróbica e apresenta motilidade,<br />
pode produzir pigmentos não<br />
fluorescentes, e acumular poli-βhidroxialcanoatos<br />
como materiais<br />
de reserva. A temperatura ótima<br />
de crescimento varia de 30 a 35°C.<br />
O gênero Burkholderia pertence<br />
à subdivisão do grupo das proteobacterias<br />
e a sua taxonomia tem<br />
sofrido alterações consideráveis,<br />
sendo que hoje compreende 60<br />
espécies.<br />
Um estudo realizado em 1977,<br />
envolvendo a caracterização de<br />
microrganismos identificados através<br />
de testes bioquímicos como a<br />
Burkhoderia cepacia, demonstrou<br />
que os mesmos possuíam características<br />
fenotípicas semelhantes,<br />
mas genotípicas diferentes, podendo<br />
pertencer a pelo menos 5<br />
espécies diferentes. Desde esse<br />
primeiro estudo, a taxonomia do<br />
complexo B. cepacia (BCC) tem<br />
vindo a se modificar consideravelmente<br />
e, atualmente, pertencem ao<br />
complexo BCC , 9 espécies diferentes;<br />
B. ceepacia, B. multivorans, B.<br />
cenocepacia, B.stabilis, B. vietna-<br />
miensis, B. dolosa, B. ambifaria, e<br />
B. pyrrocinia.<br />
As espécies do complexo BCC<br />
são isoladas frequentes no ambiente,<br />
água, solo, plantas e nos<br />
seres humanos podem colonizar o<br />
trato respiratório.<br />
Este grupo de bactérias são<br />
frequentemente resistentes aos<br />
antibióticos conhecidos, Pacientes<br />
imunocomprometidos portadores<br />
de fibrose cistítica, transplantados<br />
pulmonares podem sofrer graves<br />
infecções com este microrganismo.<br />
Existem relatos de surtos causados<br />
por fontes contaminadas de<br />
água, equipamentos de inalação e<br />
respiradores hospitalares, equipamentos<br />
de ventilação pulmonar, ou<br />
desinfetantes contaminados.<br />
Na década passada os microrganismos<br />
identificados como pertencendo<br />
ao complexo BCC foram<br />
identificados como potencialmente<br />
perigosos dentro do ambiente de<br />
produção farmacêutica, devido à<br />
relação com produtos não estéreis<br />
e a presença destas bactérias.<br />
O F.D.A. recentemente alertou<br />
sobre a necessidade de se testar a<br />
presença deste microrganismo no<br />
ambiente, na água e nas matérias<br />
primas e produtos acabados devido<br />
a uma série de recalls envolvendo o<br />
complexo BCC.<br />
A Farmacopeia dos Estados Unidos<br />
da America publicou através do<br />
Pharmacopoeial Forum vol 44(5) In-<br />
-Process Revision a revisão do capítulo<br />
60 “Microbiological Examination<br />
of Nonsterile Products – Tests<br />
for Burkholderia cepacia comple, “<br />
que corresponde na Farmacopeia<br />
Brasileira 5° edição a 5.5 Ensaios<br />
Microbiológicos, 5.5.3.1 Ensaios<br />
Microbiologicos para produtos não<br />
estéreis.<br />
O Fórum esclarece que, devido<br />
à falta de método padronizado, a<br />
Farmacopeia está propondo o novo<br />
capítulo. A Burokholderia cepacia<br />
tem o potencial de crescer em conservantes<br />
e antissépticos, e crescer<br />
em produtos líquidos orais e<br />
tópicos.<br />
O capítulo tem o objetivo de estabelecer<br />
se uma matéria prima ou<br />
produto atende com uma especificação<br />
para a ausência do microrganismo,<br />
especialmente aqueles<br />
para uso em inalação, uso oral,<br />
mucosa oral, cutânea, ou nasal<br />
para os pacientes de alto risco.<br />
Conforme a proposição deve-<br />
-se realizar testes de promoção<br />
de crescimento com as seguintes<br />
cepas; Burkholderia cepacia ATCC<br />
25416, Burkholderia cenocepacia<br />
ATCC BAA-245, Burkholderia multivorans<br />
ATCC BAA-247 e a Pseudomonas<br />
aeruginosa ATCC 9027.<br />
As amostras diluídas devem ser<br />
inoculadas em Caldo de Soja Caseína<br />
e a seleção e subcultura devem<br />
ser semeadas em Burkholderia<br />
cepacia seletive agar e incubados<br />
a 30-35°C durante 18 a 72 horas.<br />
A presença da Burkholderia<br />
é evidenciada pelo crescimento de<br />
colônias verde à marrom com halo<br />
amarelado, ou de colônias brancas<br />
com uma zona rosa avermelhada<br />
no meio de cultura, que devem ser<br />
confirmados por meios bioquímicos.<br />
A ausência do microrganismo<br />
é confirmada pelo não crescimento<br />
ou os quando os testes confirmatórios<br />
de identificação forem negativos.<br />
*Claudio Kiyoshi Hirai é<br />
farmacêutico bioquímico, diretor<br />
científico da BCQ consultoria e<br />
qualidade, membro da American<br />
Society of Microbiology e membro<br />
do CTT de microbiologia da<br />
Farmacopeia Brasileira.<br />
Telefone: 11 5539 6719<br />
E-mail: técnica@bcq.com.br
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
31
Metrologia<br />
Curso Técnico em Segurança<br />
Cibernética: Formando Mão-de-Obra<br />
para a Indústria 4.0 no Brasil<br />
Por Ewerton Longoni Madruga*<br />
32<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Os processos industriais passam<br />
por uma transformação importante.<br />
Estes processos estão gradualmente<br />
baseando-se em recursos<br />
digitais e virtuais para produção.<br />
O surgimento do que se convencionou<br />
chamar Indústria 4.0 [CNI<br />
2017] vem transformando a produção<br />
industrial com novos processos,<br />
produtos e modelos de negócios<br />
impensáveis há alguns poucos<br />
anos. Esse fenômeno, assim batizado<br />
em referência à 4ª Revolução<br />
Industrial, promete tornar os modelos<br />
convencionais de produção<br />
gradualmente ineficientes.<br />
A Indústria 4.0 tem como uma<br />
das principais características a<br />
incorporação da digitalização à<br />
atividade industrial, integrando<br />
componentes físicos e virtuais no<br />
que tem sido chamado de sistemas<br />
ciberfísicos: inteligência artificial,<br />
computação em nuvem, big data,<br />
internet das coisas, etc.<br />
Dispositivos localizados em diferentes<br />
unidades produtivas, inclusive<br />
de empresas diferentes, podem<br />
trocar informações instantaneamente<br />
sobre compras e estoques.<br />
Isso proporciona uma otimização<br />
logística por meio do estabelecimento<br />
da integração entre fornecedores,<br />
empresas e clientes, ou seja,<br />
possibilita uma maior Integração<br />
Horizontal da produção.<br />
Assim, em um contexto onde a<br />
verticalização da produção dá lugar<br />
à maior interação entre unidades<br />
produtivas quem pertençam a ins-<br />
tituições distintas é imperativo nos<br />
darmos conta dos novos obstáculos.<br />
O fornecedor de uma empresa<br />
hoje pode, por exemplo, tornar-se<br />
um concorrente no futuro próximo<br />
após coleta silenciosa de inteligência.<br />
Ademais, a necessidade de<br />
conectividade com pares distintos<br />
localizados em locais geograficamente<br />
e administrativamente<br />
distintos abre a possibilidade de<br />
ataques aos sistemas de produção.<br />
Sistemas ciberfísicos precisam<br />
de proteção. Desta maneira, não é<br />
surpresa que segurança cibernética<br />
seja uma disciplina que surge<br />
trazendo à tona a preocupação<br />
com várias áreas da informática<br />
atual: engenharia de software, sistemas<br />
operacionais, redes de computadores,<br />
banco de dados, etc.<br />
Enquanto segurança cibernética<br />
é um curso multidisciplinar que<br />
envolve aspectos de direito, fatores<br />
humanos, ética e gestão de risco, é<br />
na sua base fundamentalmente um<br />
curso de computação. A preocupação<br />
com formação de mão de obra<br />
qualificada nesta área é tamanha<br />
que duas das mais prestigiosas<br />
associações mundiais de profissionais<br />
da engenharia e computação<br />
propõem um currículo de formação<br />
de profissionais [ACM/IEEE 2017].<br />
Este currículo, além da base de informática,<br />
precisa ter a ênfase em<br />
ensinar a ética e a conduta profissional,<br />
fatores preponderantes para<br />
colocação no mercado de trabalho.<br />
Dentro do Inmetro, a Diretoria de<br />
Metrologia Científica (Dimci) e a Diretoria<br />
de Metrologia Legal (Dimel)<br />
estão envolvidas em programas de<br />
homologação de sistemas cibernéticos<br />
em diversas áreas. Estes sistemas<br />
nas suas versões mais atuais<br />
são essencialmente dispositivos<br />
embarcados baseados em redes<br />
de sensores, que, portanto, utilizam<br />
software para comunicação de informação<br />
legalmente relevantes,<br />
como por exemplo medidores de<br />
energia elétrica.<br />
Sistemas embarcados deste<br />
tipo necessitam utilizar criptografia<br />
para a manutenção da integridade<br />
da informação trocada entre pares<br />
da rede, uso de autenticação para<br />
identificação de pares e garantia de<br />
confidencialidade. Assim, existe há<br />
alguns anos uma demanda interna<br />
para profissionais que dão apoio<br />
ao processo de homologação de<br />
sistemas embarcados. Entretanto,<br />
é claro que um profissional que recebe<br />
capacitação na área de segurança<br />
da informação em sistemas<br />
cibernéticos adquire habilidades<br />
que atendem demandas de outros<br />
setores da economia fortemente<br />
tecnológica.<br />
Embora muito seja debatido a<br />
respeito do momento em que o<br />
assunto de segurança cibernética<br />
deva ser incluído em cursos de<br />
graduação, é nosso ponto de vista<br />
que o assunto seja ensinado já no<br />
ensino médio. A área de segurança<br />
da informação pressupõe um modo<br />
de pensar fortemente baseado
em elaboração de estratégias de<br />
ataque e defesa. Além de ter um<br />
conhecimento teórico e prático no<br />
uso de componentes, o profissional<br />
bem-sucedido precisa antever<br />
os passos dos seus adversários. O<br />
trabalho deste profissional é uma<br />
constante partida de xadrez, com<br />
vários adversários em paralelo. Ensinar<br />
esta forma de pensar desde<br />
cedo é muito importante.<br />
Para finalizar, é importante ressaltar<br />
o compromisso do Inmetro<br />
com a indústria brasileira. Há vários<br />
anos o Inmetro traz educação<br />
para profissionais de nível secundário<br />
com cursos técnicos de<br />
metrologia e qualidade industrial.<br />
Justamente neste momento de<br />
transformação gradual nos processos<br />
produtivos, é imperioso<br />
que o governo federal e suas várias<br />
autarquias dêem a sua contribuição<br />
também na elaboração de<br />
um currículo de formação de mão<br />
de obra qualificada com o que<br />
está por vir. É por esta razão que<br />
o Inmetro agora inicia uma nova<br />
fase, com seu curso técnico em<br />
Segurança Cibernética.<br />
Referências:<br />
•[ACM/IEEE 2017] Association for Computing<br />
Machinery(ACM), IEEE Computer Society. Curriculum<br />
Guidelines for Post-Secondary Degree Programs in<br />
Cybersecurity, 2017.<br />
•[CNI 2017] Confederação Nacional da Indústria.<br />
Oportunidades para a indústria 4.0: Aspectos da<br />
demanda e oferta no Brasil / Confederação Nacional<br />
da Indústria. – Brasília, 2017.<br />
*Ewerton Longoni Madruga é<br />
Pesquisador do Instituto Nacional de<br />
Metrologia Normalização e Qualidade<br />
Industrial (Inmetro).<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
33
Espectrometria de Massa<br />
A ionização química como fonte de íons na<br />
espectrometria de massas<br />
Por Oscar Vega Bustillos*<br />
34<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
A técnica de ionização química (CI<br />
Chemical Ionization), introduzida por<br />
Burnaby Munson e Frank H. Field<br />
em 1966, é uma consequência direta<br />
dos estudos fundamentais da<br />
interação íon/molécula. A espectrometria<br />
de massas por ionização<br />
química (CI-MS) tornou-se uma<br />
ferramenta poderosa e versátil para<br />
a identificação e quantificação de<br />
moléculas orgânicas. Possui uma<br />
ampla aplicação em muitos ramos<br />
da química, bioquímica e ambiental.<br />
Este método de criação de íons é<br />
normalmente denominado de ionização<br />
"suave" quando comparada à<br />
ionização por impacto de elétrons (EI<br />
electron ionization). A ionização química<br />
produz íons da amostra neutra<br />
sem depositar considerável quantidade<br />
de energia nos íons formados,<br />
em torno de 1 a 4 eV. Em contra<br />
partida a energia interna responsável<br />
pela extensiva fragmentação<br />
dos íons criados na ionização por<br />
impacto de elétrons é de 70 eV. Isto<br />
é uma técnica de ionização “forte”.<br />
Embora os padrões de fragmentação<br />
sejam de considerável utilidade<br />
analítica, o íon molecular é de extrema<br />
importância. Muitos espectros<br />
de EI não contêm mais do que um<br />
traço do íon molecular ou até ficam<br />
ausentes. Em contrapartida, os espectros<br />
de CI fornecem, em muitos<br />
casos, um intenso íon molecular e<br />
um padrão de fragmentação muito<br />
mais simples.<br />
Na Figura 1 é apresentada a<br />
comparação dos espectros de massas<br />
obtidos via EI e CI da molécula<br />
Metionina C5H11NO2S cuja massa<br />
molecular é 149 g mol -1 . No espectro<br />
de EI o íon molécula (m/z<br />
149) está presente com intensidade<br />
relativa iônica menor que 10%. Pelo<br />
contrario no espectro de CI o íon<br />
molécula protonado [M+H]+ está<br />
com intensidade relativa iônica de<br />
100% e com pouca fragmentação<br />
comparada com o espectro EI. Na<br />
figura 1 a é apresentada a molécula<br />
Metionina e suas massas fragmentadas<br />
obtidas com um software<br />
muito útil para o espectrometrista<br />
chamada ChemOffice.<br />
Na prática a ionização química<br />
acontece em dois passos diferentes.<br />
No primeiro um gás reagente<br />
(metano, isobutano ou amônia) é<br />
introduzido na fonte de íons mantida<br />
à vácuo (10 -5 mbar) e ionizado<br />
por meio de impacto de elétrons<br />
com 70 eV de energia, formando<br />
íons do gás reagente. No segundo<br />
passo, as moléculas da amostra a<br />
serem analisadas são introduzidas<br />
na mesma fonte de íons, mas sem<br />
impacto de elétrons e com pressão<br />
superior à anterior (10 -3 mbar), onde<br />
acontece a ionização química pela<br />
interação com os íons do gás reagente.<br />
Na ionização química de íons<br />
positivos, uma das reações mais<br />
utilizadas, tem sido a transferência<br />
de prótons dos íons reagentes (BH+)<br />
para a molécula da amostra M (Ver<br />
reação 1), onde H corresponde a<br />
diferença de protoafinidade de B<br />
menos a protoafinidade de M. Para<br />
que tal reação ocorra, a mesma<br />
deve ser exotérmica ( H negativo).<br />
Isto implica que a protoafinidade do<br />
íon reagente (BH+) deve ser menor<br />
que a protoafinidade da molécula de<br />
interesse M.<br />
(1)<br />
A magnitude de H e, em consequência,<br />
a extensão da fragmentação<br />
de MH+ pode ser controlada<br />
pela escolha correta do gás reagente.<br />
Conceitualmente, a protoafini-<br />
Figura 1: Espectros de massas da Metionina C5H11NO2S (M.W. 149). a) Obtida por<br />
Ionização por Elétrons (EI) com energia de 70 eV, observa-se o íon molécula M + .<br />
(m/z 149) com baixa intensidade. b) Obtida por Ionização Química (CI) usando<br />
Metano como gás reagente, observa-se o íon molécula protonado [M+H] + (m/z<br />
150) com elevada intensidade, além de menor fragmentação iônica.<br />
Fonte: Gross, J.H. Mass Spectrometry.
dade (P.A.) de uma molécula pode<br />
ser entendida como a quantidade de<br />
energia liberada quando da adição<br />
de um próton a esta. Portanto, uma<br />
grande protoafinidade (P.A.) significa<br />
que mais energia é liberada quando<br />
da adição de um próton e, desta<br />
forma, a adição de um próton se<br />
torna energeticamente mais favorável.<br />
Cabe salientar que as reações<br />
de transferência protônica são altamente<br />
eficientes, ocorrendo virtualmente<br />
em todas as colisões. Caso a<br />
protoafinidade (P.A.) do íon reagente<br />
seja maior do que a da molécula de<br />
interesse, sua eficiência cairá e tornar-se-á<br />
muito baixa para reações<br />
endotérmica ou endoenergéticas.<br />
Portanto, o principal parâmetro na<br />
CI reside na escolha correta do gás<br />
reagente cuja protoafinidade deve<br />
ser previamente conhecida (Ver<br />
equação 2). A CI é muito utilizada<br />
nos analisadores GC/MS já que a<br />
fonte de íons é acoplada a injetores<br />
de gases reagentes.<br />
(2)<br />
pectrômetro de massas que realiza<br />
estas análises é denominado como<br />
PTR-MS (Proton Transfer Reaction<br />
Mass Spectrometry).<br />
A ionização química a pressão<br />
atmosférica APCI-MS (Atmospher<br />
Pressure Chemical Ionization Mass<br />
Spectrometry) é muito utilizado nas<br />
análises químicas de macro moléculas,<br />
além de ser a primeira seção<br />
do espectrometro de massas a ser<br />
liberada da dependência de um sistema<br />
de vácuo (Figura 2). Certamente,<br />
com este desenvolvimento<br />
foram dados prêmios Nobel para os<br />
autores de este feitio. Provavelmente,<br />
o cientista que deseja ganhar um<br />
prêmio Nobel terá que desenvolver<br />
um analisador e um detector do<br />
espectrômetro de massas, que não<br />
dependam do vácuo.<br />
As vantagens da ionização CI são:<br />
Identifica o íon molécula protonado<br />
com alta intensidade. Análise reprodutiva.<br />
Baixa fragmentação da<br />
molécula do analito. Interfaceamento<br />
com o cromatógrafo a gás (GC).<br />
Não é imprescindível um sistema<br />
de alto vácuo para geração de íons<br />
protonados. Gera íons a pressão<br />
atmosférica.<br />
As desvantagens da ionização CI<br />
são: Não há uma libraria de espectros<br />
de massas. A amostra tem que<br />
ser volátil. Depende da protoafinidade<br />
do gás reagente.<br />
*Oscar Vega Bustillos<br />
Pesquisador do Centro de Química e<br />
Meio Ambiente CQMA do Instituto de<br />
Pesquisas Energéticas e Nucleares<br />
IPEN/CNEN-SP<br />
55 11 3133 9343<br />
ovega@ipen.br<br />
www.vegascience.blogspot.com.br<br />
A ionização química é tão seletiva<br />
que pode ser realizada numa fonte<br />
de íons com pressão atmosférica<br />
sem que as moléculas da atmosfera<br />
(nitrogênio, oxigênio e umidade) interferem<br />
na ionização. Este foi uma<br />
experiência única onde uma agulha<br />
de tesla (corona) gera elétrons que<br />
ioniza a umidade atmosférica gerando<br />
os íons de hidrônio H3O + sendo<br />
estes íons doadores protônicos para<br />
as moléculas dos analitos de interesse,<br />
especialmente os hidrocarbonetos<br />
mais conhecidos na química<br />
da atmosfera como Compostos<br />
Orgânicos Voláteis (COVs). O es-<br />
Figura 2. Diagrama esquemático da fonte de íons APCI-MS<br />
Referências bibliográficas<br />
•Gross, J.H. Mass Spectrometry. A Textbook. Springer. Berlin. 2004.<br />
•Harrison, A.G. Chemical Ionization Mass Spectrometry. CRC Press. Toronto. 1992.<br />
•Bustillos, O.V. Procedimento analítico aplicado ao estudo de gases provenientes da combustão de metanol por<br />
automóvel. Tese IPEN. 2003.<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
35
Análise de Minerais<br />
O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados)<br />
na validação dos métodos analíticos.<br />
Por Eduardo Pimenta de Almeida Melo*<br />
36<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Em inglês, Certified Reference Materials (CRM) ou em<br />
português, Materiais de Referência Certificados (MRC),<br />
ou ainda, no jargão da área, simplesmente, Padrões, são<br />
materiais destinados à análise ou ensaio acompanhados<br />
por um certificado, com um ou mais valores de propriedade,<br />
certificados por um procedimento que estabelece<br />
sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual<br />
os valores da propriedade são expressos, com cada valor<br />
certificado acompanhado por uma incerteza para um nível<br />
de confiança estabelecido .<br />
O MRC tem múltiplas utilidades dentro de um laboratório,<br />
sendo que dentre as várias possibilidades, as que<br />
mais se destacam são: a calibração e controle metrológico<br />
de equipamentos, a verificação da exatidão e da<br />
precisão de métodos analíticos, a validação de métodos<br />
e o treinamento de analistas.<br />
Em se tratando especificamente da validação de métodos<br />
analíticos, o MRC tem destacada relevância por se<br />
tratar da ferramenta que garante a comparabilidade entre<br />
o método já normalizado e o método em validação. A garantia<br />
da comparabilidade é de suma importância porque<br />
é através dela que se atesta a confiabilidade das medições,<br />
elimina-se possíveis barreiras técnicas comerciais<br />
e por consequência, uma garantia de justas relações de<br />
troca, além de permitir substanciais incrementos em termos<br />
qualidade, inovação e competitividade.<br />
No entanto, ao optar pelo uso de um Material de Referência<br />
Certificado para análises minerais, em especial<br />
análises químicas ou metalúrgicas, há de se observar<br />
algumas peculiaridades que são próprias deste tipo de<br />
material. A mais importante delas é que o dito material<br />
de referência deve ter características que vão além da<br />
“quantidade da substância presente” e deve considerar,<br />
de fato, a quantidade de uma espécie química (ou mineral)<br />
em uma determinada matriz.<br />
Também há de se levar em conta que o material a ser<br />
utilizado como validador deve ser suficientemente homogêneo<br />
e estável em relação à suas propriedades específicas.<br />
E, ainda, ter sido preparado para se adequar a<br />
utilização pretendida em uma medição ou um exame de<br />
propriedades qualitativas. A garantia desta estabilidade<br />
deve se dar não somente no momento atual, mas também<br />
ao longo do tempo em que está disponível para uso.<br />
Recentemente, tem-se visto por parte dos produtores de<br />
material de referência a recertificação do mesmo, buscando,<br />
assim atestar esta estabilidade ao longo do tempo<br />
de vida daquele minério (padrão) específico.<br />
Já a homogeneidade, que é um dos itens mais complexos<br />
de se garantir quando se fala de análises minerais,<br />
deve ser garantida tanto no quantitativo total do minério<br />
que se realizou a certificação quanto dentro do extrato<br />
no qual o laboratório se encontra em posse e efetivamente<br />
realiza a análise ou ensaio. A simples segregação<br />
de partículas minerais pode ser a responsável por inconsistências<br />
entre os resultados analisados do MRC. Com<br />
isto, os valores certificados podem condenar ou aprovar<br />
métodos analíticos, sem que se possa ter a clara percepção<br />
dos motivos que levaram a isto.<br />
Dada a importância deste validador na rotina das análises<br />
minerais e as peculiaridades que cercam o mesmo,<br />
é de bom tom que se utilize materiais de referência de<br />
fornecedores de extrema confiança e respeitada competência.<br />
Conforme a ABNT NBR ISO/IEC 17025, para a<br />
garantia da rastreabilidade das medições, validação de<br />
métodos, incerteza de medição e controle de qualidade,<br />
os laboratórios devem usar materiais de referência<br />
certificados, provenientes de um fornecedor competente,<br />
de forma a dar uma caracterização confiável, física ou<br />
química, de um material.<br />
Uma boa forma de se verificar esta competência é se<br />
certificar que o fornecedor dos MRC atende as diretrizes<br />
do ISO/REMCO que é o Comitê Internacional da ISO que<br />
estabelece as diretrizes relacionadas à materiais de referência.<br />
O INMETRO é o órgão brasileiro responsável por<br />
acreditar produtores de materiais certificados segundo o<br />
ISO/REMCO.<br />
A diretrizes que normatizam esta certificação estão<br />
traduzidas para português na norma ABNT NBR ISO<br />
17034:2017 - Requisitos gerais para a competência de<br />
produtores de material de referência. E elas são fundamentais<br />
para garantir que se tenha MRC de qualidade<br />
sendo adequadamente produzidos e certificados, afiançando<br />
que as conclusões de validação obtidas por meio<br />
dele são as mais competentes possíveis.<br />
Enfim, apesar das fortes modificações que o mercado<br />
analítico vem sofrendo ao longo dos últimos anos, com<br />
novos equipamentos, automação, modificação de métodos,<br />
o “bom e velho” padrão continua sendo cada vez<br />
mais importante e imprescindível.<br />
1. INMETRO.<br />
http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/mrc.asp<br />
Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />
é Engenheiro Químico, Gerente de Laboratórios da<br />
CSN Mineração, MBA em Gestão Empresarial,<br />
Pós–Graduado em Gestão de Laboratórios e<br />
Especializado em Data Science. Coordenador da<br />
Comissão de Estudos para Amostragem e<br />
Preparação de Amostras em Minério de Ferro para a<br />
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />
LinkedIn:<br />
https://br.linkedin.com/in/eduardo-melo-16b22722<br />
Telefone: 31 3749 1516<br />
E-mail: eduardo.melo@csn.com.br
A RDC nº 234, de 20 de Junho<br />
de 2018 autoriza as Indústrias<br />
Farmacêuticas 280 a terceirizarem as<br />
análises de MATÉRIAS-PRIMAS<br />
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de maior escopo de ensaios específicos em<br />
matérias-primas do país.<br />
Contamos com profissionais qualificados, estrutura<br />
de mais de 1.600m² de área útil de laboratórios e um<br />
parque de mais de 280 equipamentos para atuação<br />
em análises Físico-químicas e Microbiológicas com<br />
área limpa.<br />
Análises Físico-químicas e Microbiológicas:<br />
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REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
37
Publieditorial<br />
Chegou o 1º PCM feito no Brasil, o único<br />
reutilizável e atóxico do mundo<br />
Grupo Polar lança o primeiro<br />
Phase Change Material com objetivo de<br />
eliminar de vez excursões de temperatura<br />
durante transporte e armazenamento<br />
38<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
A grande dificuldade de transportar<br />
produtos com controle de temperatura<br />
é chegar ao destino final sem o risco<br />
de perder suas características. Por isso,<br />
para manter a refrigeração é preciso<br />
pensar em todas as possibilidades críticas<br />
possíveis para garantir as condições<br />
ideais de temperatura, afinal, uma adversidade<br />
impacta em alto custo logístico.<br />
O distribuidor que recebe vacinas, medicamentos,<br />
produtos termossensíveis e<br />
até órgãos, corre o risco de perder tudo<br />
ou comprometer parte do que deveria receber<br />
intacto por conta de temperatura<br />
inadequada. Sem contar que pra devolver<br />
o mesmo a logística reversa vai custar<br />
uma nova entrega, novos insumos,<br />
retrabalho, imagem da empresa, e falta<br />
de abastecimento.<br />
Por outro lado, se um imprevisto faz<br />
com que o produto atrase, sem uma embalagem<br />
que suporte um tempo maior<br />
na temperatura ideal, além da perda de<br />
material, sempre haverá um paciente à<br />
espera da medicação.<br />
“A combinação dos três principais<br />
componentes: isolamento, refrigeração e<br />
monitoramento, propicia maior segurança<br />
para as empresas por manterem a faixa<br />
ideal de temperatura por muito mais<br />
tempo e praticamente eliminar o risco<br />
de excursões de temperatura.” explica<br />
o diretor de operações do Grupo Polar,<br />
Ricardo Miranda.<br />
Pensando em soluções para o mercado<br />
farmacêutico, foi apresentado no<br />
último Simpósio Grupo Polar uma<br />
nova linha de PCM (Phase Change Material)<br />
nacional, o único reutilizável e<br />
atóxico do mundo:<br />
_SUPER COLD -20°C;<br />
_PCM POLAR 15°C a 25°C;<br />
_PCM POLAR 2°C a 8°C.<br />
Benefícios do PCM:<br />
- Melhor estabilidade térmica<br />
- Precisão e controle da temperatura sem excursões<br />
- Maior tempo de transporte na faixa de temperatura ideal<br />
- Agilidade operacional na montagem das caixas<br />
- Redução dos custos logísticos<br />
- Reutilizável e atóxico
“Seguimos todas as leis nacionais<br />
de prevenção à poluição e respeitamos<br />
os 12 princípios da química<br />
verde (processos químicos que reduzem<br />
ou eliminam o uso e geração<br />
de substâncias nocivas). O que<br />
os nossos PCMS tem como maior<br />
diferencial é que eles são constituídos<br />
para alterar o ponto de fusão e<br />
mudar a faixa de estabilidade que se<br />
deseja dentro da embalagem, consequentemente<br />
é possível transportar<br />
produtos por longos períodos de<br />
tempo sem variações expressivas<br />
de temperatura”, esclarece o engenheiro<br />
químico que participou do<br />
desenvolvimento dos PCMs, Anderson<br />
Fernandes.<br />
Já o diretor do Grupo, Paulo Vitor,<br />
explica como o Grupo Polar foi<br />
o primeiro a trazer a tecnologia do<br />
PCM para o Brasil. “O maior desafio<br />
da logística em um país continental<br />
como o Brasil, com infraestrutura<br />
ruim, é manter a temperatura controlada.<br />
Nós investimos muito em<br />
pesquisa e desenvolvimento, fomos<br />
buscar essas tecnologias na Europa<br />
e Estados Unidos, visando atender a<br />
demanda que o mercado vem exigindo.<br />
Com isso vamos conseguir<br />
suprir as necessidades que nenhum<br />
outro fornecedor do país consegue<br />
atender”.<br />
Laboratório<br />
Valida<br />
É no laboratório Valida, do Grupo<br />
Polar, que são feitos todos os processos<br />
de validação e qualificação<br />
para oferecer o melhor suporte,<br />
consultoria e soluções térmicas inteligentes<br />
aos clientes.<br />
Ele possui 7 câmaras térmicas<br />
capazes de executar testes em perfis<br />
de temperatura que vão de -10<br />
a +50°C, em diferentes elos da<br />
cadeia: desde o laboratório fabricante<br />
até o momento em que ela é<br />
aplicada. Então se uma entrega está<br />
prevista para chegar em 48 horas<br />
até o destino final, os especialistas,<br />
recomendam uma solução backup<br />
que contemple maior tempo para<br />
combater eventuais riscos para até<br />
72 horas, ou até mesmo 96 horas<br />
que suporte a logística reversa, ou<br />
seja, um plano de contingência.<br />
Para garantir as propriedades<br />
das vacinas, e evitar excursões de<br />
temperatura a farmacêutica do Valida,<br />
Nátaly Knychalla, comenta que<br />
“Segundo o Guia da Anvisa, versão<br />
2, a vacina compõe o grupo dos<br />
medicamentos biológicos, ou seja,<br />
são aqueles medicamentos constituídos<br />
de moléculas proteicas, e sua<br />
atividade biológica é dependente de<br />
sua integridade estrutural, por esse<br />
motivo são sensíveis as variações de<br />
temperatura.”<br />
Ela também explica que “Para<br />
produtos biológicos, as temperaturas<br />
de armazenagem e transporte<br />
são extremamente relevantes para a<br />
manutenção de qualidade do produto<br />
ao logo de sua vida útil e para minimizar<br />
as variações, cuidados especiais<br />
devem ser tomados, por isso<br />
é de extrema importância a qualificação<br />
de transportes que objetiva<br />
encontrar uma embalagem que proteja<br />
o produto durante o transporte,<br />
mantendo a faixa de temperatura e<br />
a integridade. Mesmo após a qualificação<br />
da embalagem é importante<br />
que haja um acompanhamento e<br />
monitoramento do transporte da<br />
carga, que pode ser realizado com<br />
o auxílio de dataloggers, mantendo<br />
assim o controle da temperatura.”<br />
Diretor de operações do Grupo Polar,<br />
Ricardo Miranda.<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
39
Publieditorial<br />
Destaques Grupo Polar<br />
O Grupo Polar, pioneiro em soluções térmicas para transporte e armazenamento de produtos há quase 20 anos, tem<br />
como objetivo disseminar conhecimento no intuito de melhorar a logística e os processos em todos os elos da cadeia<br />
fria. Por isso, possui equipamentos tecnológicos próprios e parcerias internacionais, e oferece diversas opções para<br />
o monitoramento de temperatura e rastreamento de produtos durante todo o processo (produção, armazenamento e<br />
transporte), evitando que medicamentos tão importantes sejam descartados e inutilizados.<br />
1_Polar Sat Move® 2_Linha Ice Foam® E Topsek® 3_Ice Foam 4_Caixas Térmicas - Kits Parede Tripla em EPS<br />
1_Polar Sat Move®<br />
Registrador de temperatura multiuso com sonda, ideal para funcionar sob condições extremas<br />
de temperatura (-20°C a 60°C). Emite relatórios em PDF e é totalmente programado<br />
via WEB.<br />
2_Linha Ice Foam® E Topsek®<br />
3_Ice Foam<br />
Soluções térmicas<br />
diferenciadas do mercado,<br />
com tecnologia exclusiva e<br />
desenvolvidas especificamente<br />
para garantir a integridade<br />
de produtos sensíveis à<br />
temperatura durante o<br />
transporte e armazenamento,<br />
sejam elas de 1°C a 10°C<br />
ou 2°C a 8°C<br />
40<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
4_Caixas Térmicas / Kit Parede Tripla / Kits Parede Tripla<br />
Produzidos a partir de testes realizados pelo Valida, os Kits em EPS de 20L, 46L e 80L, têm como<br />
objetivo transportar medicamentos e outros produtos que exijam temperatura controlada. Neste ano,<br />
lançaremos mais 02 novos tamanhos para complementar a nossa linha de kits qualificados.
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
41
Acreditação para Laboratórios<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong><br />
Arena Técnica<br />
Mudanças ocorridas na nova norma ISO/IEC 17025:2017<br />
Por Raquel Schilis*<br />
Calibrar, testar e analisar uma amostra é parte da rotina diária de todos os laboratórios espalhados pelo mundo.<br />
Através da aplicação da norma ISSO/IEC 17025 cujo título é: Requisitos gerais para a competência de laboratórios<br />
de ensaio e calibração, os laboratórios podem agora assegurar resultados mais confiáveis aos seus clientes.<br />
Desde a publicação da versão de 2005, as condições do mercado mudaram e assim, foi necessário que houvesse<br />
uma nova publicação que cobrisse as mudanças tecnológicas ocorridas no ambiente industrial.<br />
Em síntese, as mudanças que ocorreram são mencionadas abaixo:<br />
42<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
• A terminologia foi atualizada para estar de acordo com a realidade atual.<br />
Uma nova definição para “laboratório” foi implementada como segue: Um laboratório é definido como uma organização<br />
que realiza uma ou mais das seguintes atividades: ensaio, calibração e amostragem que pode ser associada com ensaio<br />
ou calibração subsequente.<br />
Nesta norma é utilizado o termo: gerência de laboratório<br />
Não são mais utilizados os termos: gerência técnica ou gerência de qualidade<br />
• Uma nova estrutura foi adotada para alinhar a norma com outras existentes como por exemplo a ISO/IEC 17000.<br />
Houve o desmembramento para 5 requisitos: gerais, estrutura, recursos, processo e do sistema de gestão<br />
• É de responsabilidade do laboratório que a regra de decisão, uma regra que descreve como a incerteza de<br />
medição é considerada ao declarar a conformidade com um requisito especificado, deve ser claramente definida, comunicada<br />
e acordada com o cliente.<br />
• A norma nova enfatiza os resultados de um processo no lugar das descrições detalhadas de cada passo.<br />
• Reconhece e incorpora o uso de sistemas computacionais, registros eletrônicos e a produção de resultados e<br />
relatórios eletrônicos.<br />
• Riscos e oportunidades:<br />
Tal como a ISO 9001, o tratamento de riscos segue junto com oportunidades. É decisão do laboratório como vai posicionar<br />
os riscos. O processo envolve identificar, analisar e definir medidas de controle de riscos para aumentar as oportunidades<br />
e alcançar resultados confiáveis.<br />
A norma prevê que os laboratórios devam implementar ações para riscos e oportunidades não se importando com quantidade<br />
de documentos não conformes e revisões realizadas, mas sim se preocupando com o todo.<br />
• A nova norma contempla o feedback do cliente.<br />
• Mais ênfase na responsabilidade de forma mais detalhada, em alguns aspectos mais confidencialidade.<br />
• Requisitos mais específicos para reportar o método de amostragem.<br />
• Requisitos mais detalhados para controle de dados e gerenciamento de informação.<br />
• Ferramentas suplementares são listadas para assegurar a validação de resultados.<br />
• O manual da qualidade não é requisitado.<br />
• A rastreabilidade metrológica é mais detalhada incluindo acordos internacionais.<br />
• Outras mudanças importantes podem ser verificadas na norma.<br />
É esperado que os laboratórios realizem a transição e implementação completa para a versão 2017 em no máximo<br />
3 anos o que dá tempo suficiente para que seja feita tranquilamente, sem dificuldades no geral.<br />
Inicialmente o laboratório deve adquirir a norma nova, realizar uma planilha comparativa dos processos e procedimentos<br />
existentes com os requisitados, avaliar sob a vertente de risco e oportunidades, identificar clausulas<br />
que precisam de novos procedimentos, comunicar-se com a entidade acreditadora e por fim, iniciar as auditorias<br />
internas necessárias para a implementação.<br />
Raquel Schilis, diretora da Arena Técnica.<br />
Automatização do SGQ para laboratórios e indústrias.<br />
Arena Técnica - Rua Turiassú 145 cj 103 – São Paulo – SP – (011) 3862.1033<br />
Referencial bibliográfico:<br />
Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017<br />
Site: www.iso.org<br />
Site: www.eurachem.org<br />
Site: www.lqms.com.au
A qualidade necessária<br />
A qualidade com a agilidade necessária<br />
A qualidade com desejada! a agilidade necessária<br />
com desejada! a agilidade<br />
desejada!<br />
<br />
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<br />
Laboratório Habilitado pela ANVISA desde 2004 Analítica Analises Fisico-químicas e<br />
Centro Analítico Reblas 131.<br />
Microbiológicas Ltda.<br />
Certificado de Acreditação CRL 1117.<br />
R. Giovanni Batista Raffo nº 120 - Bairro Raffo<br />
Laboratório Habilitado pela ANVISA desde 2004 Analítica Analises Fisico-químicas e<br />
Centro de Estudos de Equivalência Farmacêutica - Suzano - São Paulo - CEP 08653-005<br />
Centro Analítico Reblas 131.<br />
Microbiológicas Ltda.<br />
EQFAR048<br />
Laboratório Habilitado pela ANVISA desde 2004 Analítica Fones +55 Analises (11) 4747-7485 Fisico-químicas e<br />
Certificado de Acreditação CRL 1117.<br />
R. Giovanni Batista Raffo nº 120 - Bairro Raffo<br />
Centro Analítico de Reblas Análises 131. e Estudos MAPA - Microbiológicas analitica@analiticalab.com.br<br />
Ltda.<br />
Centro de Estudos de Equivalência Farmacêutica - Suzano - São Paulo - CEP 08653-005<br />
Licença Certificado SP-000545-2 de Acreditação CRL 1117.<br />
R. www.analiticalab.com.br<br />
Giovanni Batista Raffo nº 120 - Bairro Raffo<br />
EQFAR048<br />
Fones +55 (11) 4747-7485<br />
Centro de Estudos de Equivalência Farmacêutica - Suzano - São Paulo - CEP 08653-005<br />
Centro Analítico de Análises e Estudos MAPA - analitica@analiticalab.com.br
em foco<br />
Soluções da Divisão BioScience<br />
Conheça produtos exclusivamente desenvolvidos que se destacam em aplicabilidade e performance<br />
A divisão BioScience da Greiner Bio- relevante e preditivo para estudos de<br />
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com soluções adequadas para diferenciação celular, entre outras, per-<br />
novos fármacos, co-cultivo, invasão e<br />
diferentes demandas e aplicações. mitindo sempre condições de cultivo<br />
Preparada para 2019, traz ao mercado mais próximas do in vivo e com grande<br />
nacional produtos inovadores e exclusivos<br />
que não apenas facilitam a rotina Outro destaque da divisão é o<br />
reprodutibilidade.<br />
de trabalho, como estabelecem um CELLdiscTM, um sistema multicamada<br />
desenvolvido para o cultivo celular<br />
novo patamar de desempenho.<br />
Um dos destaques do portfólio este em ampla escala. Com superfície para<br />
ano é o sistema para Cultura Celular crescimento que varia dos 250 cm2<br />
m3D. Trata-se de uma tecnologia baseada<br />
na magnetização das células pesquisa básica quanto para o cultivo<br />
até os 10.000 cm2, é ideal tanto para<br />
através de nanopartículas, formando em escala industrial. Para atender as<br />
uma estrutura celular tridimensional, diferentes demandas, apresenta opções<br />
com 1, 4, 8, 16 ou 40 camadas.<br />
conhecida também por esferoide, em<br />
tempo recorde, sendo capaz de mimetizar<br />
um determinado microambiente in drico e único no mercado, simplifica o<br />
Seu design inovador, em formato cilín-<br />
vitro. Esse novo método é um modelo fluxo de trabalho, além de possibilitar<br />
Gostaria de otimizar os seus desafios durante o<br />
desenvolvimento de Métodos Analíticos?<br />
economia de reagentes e redução de<br />
espaço dentro de incubadoras.<br />
Em se tratando de pipetagem de<br />
líquidos, a grande novidade é o lançamento<br />
das Pipetas Sapphire. Elas<br />
combinam um design ultraleve e ergonômico<br />
com uma tecnologia de última<br />
geração, o que, além de proporcionar<br />
conforto no manuseio, possibilita também<br />
alto desempenho. Disponíveis em<br />
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diferentes fluxos de trabalho.<br />
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Gostaria de otimizar os seus desafios durante o desenvolvimento de Métodos Analíticos?<br />
A Waters desenvolveu as Colunas CORTECS com a comprovada tecnologia de núcleo sólido, de 1,6µm<br />
e 2,7µm, as colunas mais eficientes do mercado foram projetadas para aumentar a resolução,<br />
sensibilidade, rendimento e taxa de transferência, oferecendo o mais alto desempenho para as<br />
plataformas HPLC, UHPLC e UPLC.<br />
44<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Com diferentes características das partículas e inovadoras modificações das superfícies das cargas, as<br />
Colunas CORTECS são adequadas para uso em uma grande variedade de aplicações,oferecendo a<br />
flexibilidade e a capacidade de desenvolver métodos para separações desafiadoras com maior rapidez.<br />
A Waters desenvolveu as Colunas<br />
CORTECS com a comprovada tecnologia<br />
de núcleo sólido, de 1,6μm<br />
e 2,7μm, as colunas mais eficientes<br />
do mercado foram projetadas para<br />
aumentar a resolução, sensibilidade,<br />
rendimento e taxa de transferência,<br />
oferecendo o mais alto desempenho<br />
A Waters expandiu a Família CORTECS introduzindo, novos ligantes para ampliar as opções em<br />
seletividade, permitindo assim, alcançar novos níveis de desempenho cromatográfico:<br />
Finalidade Finalidade geral, retenção geral, de retenção compostos de compostos ácidos, ácidos,<br />
básicos básicos e analitos e neutros analitos neutros<br />
Finalidade<br />
Finalidade<br />
Geral, menor<br />
Geral,<br />
retenção<br />
menor<br />
de<br />
retenção<br />
compostos<br />
de compostos<br />
muito apolares<br />
muito apolares<br />
Melhor Melhor simetria simetria de Pico para de Pico analitos para Básicos analitos Básicos<br />
Melhor Melhor escolha escolha para detecção para com detecção MS com MS<br />
Diferente Diferente Seletividade, Seletividade, principalmente principalmente para para<br />
compostos compostos aromáticos. aromáticos.<br />
Balanço Balanço de retenção de retenção de compostos de compostos Polares e Polares e<br />
Não-Polares Não-Polares usando RPLC. usando RPLC.<br />
Análise Análise de compostos de compostos Polares utilizando Polares utilizando Modo<br />
Modo HILIC de de eluição. eluição.<br />
para as plataformas HPLC, UHPLC e<br />
UPLC. Com diferentes características<br />
das partículas e inovadoras modificações<br />
das superfícies das cargas,<br />
as Colunas CORTECS são adequadas<br />
para uso em uma grande variedade<br />
de aplicações,oferecendo a flexibilidade<br />
e a capacidade de desenvolver<br />
métodos para separações desafiadoras<br />
com maior rapidez.<br />
A Waters expandiu a Família COR-<br />
TECS introduzindo, novos ligantes para<br />
ampliar as opções em seletividade,<br />
permitindo assim, alcançar novos níveis<br />
de desempenho cromatográfico:<br />
Para saber mais sobre a tecnologia<br />
Cortecs, visite<br />
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Linha Cultura Celular<br />
Linha Cultura Celular<br />
Linha Manuseio de Líquidos<br />
Cultura Celular 3D (m3D),<br />
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www.gbo.com/bioscience
em foco<br />
em foco<br />
ÁGUA POTÁVEL - realizando a amostragem ideal<br />
para análises microbiológicas.<br />
Água potável- realizando a amostragem ideal para análises microbiológicas<br />
46<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
A detecção e quantificação de todos os micro-organismos<br />
potencialmente patogênicos presentes na<br />
água é trabalhosa, demanda tempo, possui custo<br />
elevado e nem sempre conseguimos obter resulta-<br />
A água potável não deve conter patógenos e sim<br />
estar livre, principalmente, de bactérias indicadoras<br />
de contaminação fecal. Como principal indicador<br />
dessa contaminação, são eleitas “bactérias de<br />
referência” as pertencentes ao grupo coliforme,<br />
tendo como representante a Escherichia coli.<br />
Qualidade no início para<br />
Qualidade no início para confiança no fim<br />
confiança no fim.<br />
A detecção e quantificação de todos<br />
os micro-organismos potencialmente<br />
patogênicos presentes na água<br />
dos satisfatórios.<br />
é trabalhosa, demanda tempo, possui<br />
custo elevado e nem sempre conseguimos<br />
obter resultados satisfatórios.<br />
A água potável não deve conter<br />
patógenos e sim estar livre, principalmente,<br />
de bactérias indicadoras de<br />
contaminação fecal. Como principal<br />
indicador dessa contaminação, são<br />
eleitas “bactérias de referência” as<br />
pertencentes ao grupo coliforme, tendo<br />
como representante a Escherichia coli.<br />
A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério<br />
da Saúde (Portaria de Potabilidade)<br />
estabelece que seja verificado na<br />
água para consumo humano a ausência<br />
de coliformes totais e Escherichia<br />
coli, e determinada a contagem de<br />
bactérias heterotróficas, para garantir<br />
sua potabilidade.<br />
Coleta de amostras de água<br />
para análises bacteriológicas<br />
A coleta de amostra é um dos passos<br />
mais importante para a avaliação<br />
da qualidade da água, portanto, é<br />
essencial que a amostragem seja realizada<br />
com precaução e técnica apurada,<br />
evitando assim todas as fontes<br />
contaminantes possíveis. As amostras<br />
LAS do Brasil<br />
de água clorada, enviadas<br />
+55 62 3085<br />
para<br />
1900<br />
as<br />
análises microbiológicas, www.lasdobrasil.com.br devem ter<br />
o cloro residual neutralizado imediatamente<br />
após a coleta, para remover<br />
seu efeito bactericida sobre a microbiota<br />
presente. É indicado que esta<br />
amostragem seja realizada em saco<br />
plástico estéril, descartável, contendo<br />
pastilha de tiossulfato de sódio. O<br />
tempo entre coleta e a realização das<br />
análises não deve exceder 24 horas.<br />
A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde<br />
(Portaria de Potabilidade) estabelece que seja<br />
verificado na água para consumo humano a<br />
ausência de coliformes totais e Escherichia coli, e<br />
determinada a contagem de bactérias heterotróficas,<br />
para garantir sua potabilidade.<br />
Coleta de amostras de água para análises<br />
bacteriológicas<br />
A coleta de amostra é um dos passos mais<br />
importante para a avaliação da qualidade da água,<br />
portanto, é essencial que a amostragem seja<br />
realizada com precaução e técnica apurada,<br />
evitando assim todas as fontes contaminantes<br />
possíveis. As amostras de água clorada, enviadas<br />
para as análises microbiológicas, devem ter o cloro<br />
residual neutralizado imediatamente após a coleta,<br />
para remover seu efeito bactericida sobre a<br />
microbiota presente. É indicado que esta amostragem<br />
seja realizada em saco plástico estéril, descartável,<br />
contendo pastilha de tiossulfato de sódio. O<br />
tempo entre coleta e a realização das análises não<br />
deve exceder 24 horas.<br />
Porque escolher WHIRL–PAK Nasco?<br />
As bolsas de amostragem WHIRL–PAK Nasco tem<br />
sido a escolha de profissionais por quase 60 anos e<br />
oferecem grandes diferenciais técnicos como abas<br />
à prova de perfuração, esterilidade garantida, fácil<br />
identificação e fechamento à prova de vazamentos<br />
que você pode confiar.<br />
A Thio-Bag, modelo destinado a coleta de água<br />
clorada, foi especialmente projetada para amostragem<br />
em torneiras, piscinas, linhas de produção,<br />
laboratórios e outras áreas de interesse para análise<br />
bacteriológica da água.<br />
Aprovada pelo EPA, oferecem segurança e confiabilidade<br />
além de outros benefícios como:<br />
• Redução do tempo técnico na amostragem;<br />
• Economia para o setor público e privado;<br />
• Necessita de pouco espaço para armazenamento;<br />
• Fácil descarte.<br />
A LAS do Brasil é a sua distribuidora autorizada para<br />
a linha WHIRL–PAK da Nasco, garantindo entrega<br />
rápida em todo território nacional.<br />
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coleta de água clorada, foi especialmente<br />
projetada para amostragem<br />
em torneiras, piscinas, linhas de produção,<br />
laboratórios e outras áreas de<br />
interesse para análise bacteriológica<br />
da água.<br />
Aprovada pelo EPA, a Thio-Bag oferece<br />
segurança e confiabilidade além<br />
de outros benefícios como:<br />
• Redução do tempo dedicado à<br />
amostragem;<br />
• Economia para o setor público e<br />
privado;<br />
• Necessita de pouco espaço para<br />
armazenamento;<br />
• Fácil armazenamento e descarte.<br />
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autorizada para a linha WHIRL–PAK<br />
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em todo território nacional.<br />
LAS do Brasil<br />
+55 62 3085 1900<br />
www.lasdobrasil.com.br
em foco<br />
Rápida Triagem, Identificação e Quantificação de Resíduos de Pesticidas<br />
em Alimentos Utilizando a Tecnologia GC-MS Orbitrap<br />
GC-MS é uma técnica amplamente<br />
empregada em vários laboratórios<br />
de análise de resíduos de pesticidas,<br />
oferecendo boa eficiência<br />
de separação e a possibilidade de<br />
escolha de detectores quadrupolo<br />
ou triplo-quadrupolo. Analisadores<br />
quadrupolo são seletivos, sensíveis<br />
e custo-efetivos, operando em resolução<br />
de nominal de massa. Utilizando<br />
esta tecnologia, a seletividade<br />
necessária para separar os pesticidas<br />
alvos do background da matriz<br />
é obtida pelo uso de varreduras de<br />
íon selecionado (SIM) ou varreduras<br />
de monitoramento selecionado de<br />
reações (SRM). Tanto SIM quanto<br />
SRM são utilizados em experimentos<br />
de compostos-alvos nos quais<br />
o espectrômetro de massa é pré-<br />
-programado utilizando uma lista de<br />
performance quantitativa.<br />
pesticidas selecionados antes das<br />
injeções. Contudo, a busca de compostos<br />
alvos pré-definidos limita o<br />
escopo da análise e pode resultar<br />
em falsos-negativos (não detecção)<br />
tanto de compostos não conhecidos<br />
quanto de compostos fora da lista<br />
inicial de alvos, o que pode ser preocupante<br />
numa análise de segurança<br />
alimentar. Essa limitação tem levado<br />
aumento do interesse em desenvolver<br />
métodos de análise utilizando<br />
sistemas de MS que operem em<br />
Full Scan MS com uma resolução<br />
de massa superior ao de sistemas<br />
triplo-quadrupolo, propiciando níveis<br />
equivalentes de seletividade e performance<br />
quantitativa.<br />
O sistema de GC-MS Orbitrap<br />
possui um escopo quase ilimitado<br />
de análise através de varreduras Full<br />
Scan com alta resolução, atingindo<br />
seletividade e capacidade de quantificação<br />
equivalentes aos sistemas<br />
triplo-quadrupolo, e em conformidade<br />
com as orientações de órgãos<br />
internacionais como SANCO e FDA.<br />
Para a maioria dos pesticidas,<br />
o MRL atual é < 0,01 mg/Kg (10<br />
ng/g). Os IDLs obtidos com o GC-MS<br />
Orbitrap são equivalentes àqueles<br />
obtidos com os sistemas triplo-quadrupolo<br />
(90% com IDL < 2 ng/g)<br />
O sistema GC-MS Orbitrap propicia<br />
alta performance quantitativa<br />
em Full Scan para uma análise mais<br />
ampla de resíduos de pesticida,<br />
mesmo com separações de Fast-<br />
-GC. Sua alta velocidade de varredura,<br />
alta resolução e excelente<br />
exatidão de massa, aliada à elevada<br />
sensibilidade em Full Scan permite<br />
a quantificação acurada e reprodutível<br />
de pesticidas em concentrações<br />
muito baixas.<br />
Aquisição rotineira a 60.000 de resolução<br />
FWHM em m/z 200 elimina<br />
as interferências isobáricas, aumentando<br />
a confiabilidade dos resultados<br />
da triagem de pesticidas em matrizes<br />
complexas. A exatidão de massa da<br />
ordem de sub-ppm para todos os picos<br />
assegura a identificação correta<br />
dos compostos.<br />
https://assets.thermofisher.com/<br />
TFS-Assets/CMD/Application-No-<br />
tes/AN-10449-GC-MS-Orbitrap-<br />
-Pesticides-Baby-Food-AN10449-<br />
-EN.pdf<br />
Rápida Triagem, Identificação e Quantificação de Resíduos de Pesticidas em<br />
Alimentos Utilizando a Tecnologia GC-MS Orbitrap<br />
Rápida Triagem, Identificação e Quantificação de Resíduos de Pesticidas em<br />
Alimentos Utilizando a Tecnologia GC-MS Orbitrap<br />
GC-MS é uma técnica amplamente empregada em vários laboratórios de análise de resíduos de pesticidas, oferecendo boa<br />
eficiência de separação e a possibilidade de escolha de detectores quadrupolo ou triplo-quadrupolo. Analisadores<br />
quadrupolo são seletivos, sensíveis e custo-efetivos, operando em resolução de nominal de massa. Utilizando esta<br />
GC-MS é tecnologia, uma técnica amplamente a seletividade empregada necessária em para vários separar laboratórios os pesticidas de análise de alvos resíduos do background de pesticidas, da oferecendo matriz é boa obtida pelo uso de<br />
eficiência varreduras de separação de íon e a selecionado possibilidade (SIM) de escolha ou varreduras de detectores monitoramento quadrupolo ou selecionado triplo-quadrupolo. de reações Analisadores (SRM). Tanto SIM quanto<br />
quadrupolo SRM são são seletivos, utilizados sensíveis em experimentos e custo-efetivos, de compostos-alvos operando em nos resolução quais o de espectrômetro nominal de massa. de massa Utilizando é pré-programado esta utilizando<br />
tecnologia, uma a seletividade lista de pesticidas necessária selecionados para separar antes os das pesticidas injeções. alvos Contudo, background a busca de da compostos matriz é obtida alvos pré-definidos pelo uso limita o escopo<br />
varreduras da de análise íon selecionado e pode resultar (SIM) ou em varreduras falsos-negativos de monitoramento (não detecção) selecionado tanto de de compostos reações (SRM). não conhecidos Tanto SIM quanto de compostos<br />
SRM são utilizados fora da lista em inicial experimentos de alvos, de o compostos-alvos que pode ser preocupante nos quais o espectrômetro numa análise de de massa segurança é pré-programado alimentar. Essa utilizando limitação tem levado<br />
uma lista aumento de pesticidas do selecionados interesse em antes desenvolver das injeções. métodos Contudo, de a análise busca de utilizando compostos sistemas alvos pré-definidos MS que limita operem o escopo em Full Scan MS com<br />
da análise uma e pode resolução resultar de em massa falsos-negativos superior (não ao de detecção) sistemas tanto triplo-quadrupolo, de compostos não propiciando conhecidos níveis quanto equivalentes de compostos de seletividade e<br />
fora da lista inicial de alvos, o que pode ser preocupante numa análise de segurança alimentar. Essa limitação tem levado<br />
aumento do interesse em desenvolver métodos de análise utilizando sistemas de MS que operem em Full Scan MS com<br />
O sistema de GC-MS Orbitrap possui um escopo quase ilimitado de análise através de varreduras Full Scan com alta<br />
uma resolução de massa superior ao de sistemas triplo-quadrupolo, propiciando níveis equivalentes de seletividade e<br />
resolução, atingindo seletividade e capacidade de quantificação equivalentes aos sistemas triplo-quadrupolo, e em<br />
performance quantitativa.<br />
conformidade com as orientações de órgãos internacionais como SANCO e FDA.<br />
O sistema de GC-MS Orbitrap possui um escopo quase ilimitado de análise através de varreduras Full Scan com alta<br />
resolução, Para atingindo a maioria seletividade dos pesticidas, e capacidade o MRL de atual quantificação é < 0,01 equivalentes mg/Kg (10 aos ng/g). sistemas Os IDLs triplo-quadrupolo, obtidos com o e GC-MS em Orbitrap são<br />
conformidade equivalentes com as orientações àqueles obtidos de órgãos com internacionais os sistemas triplo-quadrupolo como SANCO e FDA. (90% com IDL < 2 ng/g)<br />
Para a maioria dos pesticidas, o MRL atual é < 0,01 mg/Kg (10 ng/g). Os IDLs obtidos com o GC-MS Orbitrap são<br />
equivalentes àqueles obtidos com os sistemas triplo-quadrupolo (90% com IDL < 2 ng/g)<br />
Figura 1 – Comparação do IDL99 (ng/g) calculado para 132pesticidas<br />
a partir de um padrão em matriz de 5 ng/g, utilizando o GC-<br />
-MS Orbitrap (esquerda) em Full Scan MS e o Triplo-quadrupolo<br />
TSQ 8000 (direita) em SRM.<br />
Figura 1 – Comparação do IDL99 (ng/g) calculado para 132pesticidas a partir de um padrão em matriz de 5 ng/g, utilizando o GC-MS<br />
Orbitrap (esquerda) em Full Scan MS e o Triplo-quadrupolo TSQ 8000 (direita) em SRM.<br />
Figura 1 – Comparação do IDL99 (ng/g) calculado para 132pesticidas a partir de um padrão em matriz de 5 ng/g, utilizando o GC-MS<br />
Orbitrap (esquerda) em Full Scan MS e o Triplo-quadrupolo TSQ 8000 (direita) em SRM.<br />
48<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
Figura 2. Desvios<br />
Figura<br />
da<br />
2. Desvios<br />
massa exata<br />
da massa<br />
(média<br />
exata<br />
de 10<br />
(média<br />
medições)<br />
de 10<br />
para<br />
medições)<br />
os pesticidas<br />
para<br />
identificados<br />
os pesticidas<br />
em<br />
identificados<br />
5 (ou 10) ng/g<br />
em<br />
em<br />
5<br />
alimentos<br />
(ou 10) ng/g<br />
de bebê.<br />
em alimentos de bebê.<br />
Figura 2. Desvios da massa exata (média de<br />
10 medições) para os pesticidas identificados<br />
em 5 (ou 10) ng/g em alimentos de bebê.
Figura 3. Terbutilazina a 0,5 pg (on column) mostrando o XIC sobreposto para o íon de quantificação<br />
e três fragmentos adicionais de confirmação (esquerda). A medida de massa para cada<br />
Nova Analítica Imp. Exp. Ltda<br />
Rua Assungui, 432<br />
Figura íon 3. e Terbutilazina o erro de massa a 0,5 (em pg ppm) (on estão column) anotados. mostrando O espectro o XIC sobreposto de massa (direita) para o indicando íon de quantificação os íons e três fragmentos adicionais de<br />
confirmação (esquerda). A medida de massa para cada íon e o erro de massa (em ppm) estão anotados. Bosque O espectro da Saúde - massa São Paulo-SP<br />
usados para quantificação e confirmação. A área ampliada mostra o fragmento menos intenso<br />
(direita)<br />
indicando (m/z 138.07737) os íons usados medido para com quantificação uma exatidão e confirmação. de massa de A 0,3 área ppm. ampliada mostra o fragmento menos intenso (m/z Fone: 138.07737) (11) 2162-8080 medido<br />
com uma exatidão de massa de 0,3 ppm.<br />
www.analiticaweb.com.br<br />
O sistema GC-MS Orbitrap propicia alta performance quantitativa em Full Scan para uma análise mais ampla de resíduos de<br />
pesticida, mesmo com separações de Fast-GC. Sua alta velocidade de varredura, alta resolução e excelente exatidão de<br />
massa, aliada à elevada sensibilidade em Full Scan permite a quantificação acurada e reprodutível de pesticidas em<br />
concentrações muito baixas.<br />
Aquisição rotineira a 60.000 de resolução FWHM em m/z 200 elimina as interferências isobáricas, aumentando a<br />
confiabilidade dos resultados da triagem de pesticidas em matrizes complexas. A exatidão de massa da ordem de sub-ppm<br />
para todos os picos assegura a identificação correta dos compostos.<br />
https://assets.thermofisher.com/TFS-Assets/CMD/Application-Notes/AN-10449-GC-MS-Orbitrap-Pesticides-Baby-Food-<br />
AN10449-EN.pdf<br />
O que é e como funciona a Eletrodeionização (EDI)?<br />
Nova Analítica Imp. Exp. Ltda<br />
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Bosque da Saúde - São Paulo-SP<br />
Fone: (11) 2162-8080<br />
www.analiticaweb.com.br<br />
A eletrodeionização (EDI) é uma<br />
tecnologia de tratamento de água<br />
acionada eletricamente que usa eletricidade,<br />
troca iônica e resina para<br />
remover espécies ionizadas da água.<br />
A combinação de resinas e membranas<br />
de troca iônica, são usadas para<br />
mover as impurezas iônicas para um<br />
fluxo de água residual ou concentrado,<br />
deixando a água do produto<br />
purificada.<br />
À medida que as impurezas saem<br />
através do sistema de água concentrado,<br />
seu acúmulo não esgota<br />
a resina e, portanto, prolonga a sua<br />
vida útil. Uma única unidade EDI<br />
pode operar por muitos anos antes<br />
que uma substituição seja necessária.<br />
Normalmente, a resistividade<br />
da água do produto> 15 MΩ.cm<br />
é obtida consistentemente usando<br />
este processo. Esta tecnologia pode<br />
ser usada como alternativa aos cartuchos<br />
de purificação de uso único.<br />
Seu desenvolvimento e uso na<br />
purificação da água superaram algumas<br />
das limitações dos leitos de<br />
resina de troca iônica, particularmente<br />
a liberação de íons como exaustão<br />
das camas.<br />
Como o EDI funciona?<br />
A água entra no módulo de EDI,<br />
onde uma corrente aplicada força<br />
íons a se mover através das resinas<br />
e através das membranas. Esses<br />
íons são coletados em fluxos de<br />
concentrado, que podem então ser<br />
drenados ou reciclados. A água desionizada<br />
do produto pode então ser<br />
usada diretamente ou ser submetida<br />
a tratamento adicional para aumentar<br />
a pureza da água.<br />
Quando os íons são movidos através<br />
das resinas e entre as membranas<br />
seletivas de cátion ou ânion, elas<br />
são trocadas por íons H + e OH-. Os<br />
íons que se ligam às resinas de troca<br />
iônica migram para uma câmara<br />
separada sob a influência de um<br />
campo elétrico aplicado externamente.<br />
Isso também produz os íons H +<br />
e OH- necessários para manter as<br />
resinas em seu estado regenerado.<br />
Íons na câmara separada são liberados<br />
para o lixo.<br />
Os leitos de troca iônica em nossos<br />
sistemas de EDI são regenerados<br />
continuamente para que não sejam<br />
exaustos da mesma maneira que os<br />
leitos de troca iônica que são operados<br />
em modo de lote.<br />
Para mais informações contate<br />
nossos especialistas:<br />
watertech.marcom.latam@veolia.com<br />
www.veoliawatertech.com/latam<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
49
em foco<br />
Instrumentos para medição de ângulo de contato em superfícies<br />
Há mais de 50 anos a LAUDA Scientific fabrica instrumentos<br />
de medição para rigorosas demandas de aplicação<br />
nas áreas de viscosimetria, ciências de superfície e<br />
tensiometria, com precisão, flexibilidade e confiabilidade.<br />
A modularidade é um dos principais benefícios dos<br />
equipamentos da LAUDA, além de possuir uma ampla<br />
gama de acessórios, os quais permitem configurar sistemas<br />
de medição que podem ser utilizados para um grande<br />
número de aplicações em acordo com as principais normas<br />
internacionais.<br />
A precisão das medições de ângulo de contato e de tensão<br />
superficial baseadas em sistemas ópticos dependem<br />
em grande parte dos algorítimos do software.<br />
Os equipamentos da LAUDA<br />
Scientific possuem software com<br />
a mais alta precisão para todas<br />
as aplicações. Possuem ainda um<br />
gravador de vídeo de alta velocidade,<br />
métodos já pré-definidos,<br />
incluindo métodos especiais para<br />
pequenos ângulos de contato, uma<br />
extensa relação de fluidos, câmara<br />
de termostatização, módulos de<br />
avaliação de energia livre e opções<br />
de sistemas de dosificação e outros<br />
importantes benefícios para a<br />
obtenção dos melhores resultados<br />
nas análises.<br />
50<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
As inúmeras inovações tecnológicas e o alto padrão de qualidade consolidam cada vez mais<br />
a LAUDA como a principal empresa no segmento. E no Brasil a ANALÍTICA é distribuidora oficial<br />
de seus equipamentos.<br />
Saiba mais<br />
(11) 2162-8080<br />
marketing@novanalitica.com.br<br />
www.analiticaweb.com.br
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