GAZETA DIARIO 774
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
16 Internacional<br />
Foz do Iguaçu, quarta-feira, 16 de janeiro de 2019<br />
POLÍTICA<br />
Macri e Bolsonaro devem discutir<br />
hoje Mercosul e crise na Venezuela<br />
Será o 1º encontro dos dois presidentes após a posse do brasileiro<br />
Paula Laboissière<br />
Repórter da Agência Brasil<br />
O primeiro encontro<br />
entre o presidente da Argentina,<br />
Mauricio Macri,<br />
e o presidente Jair Bolsonaro<br />
hoje (16) será cercado<br />
pelos detalhes de<br />
uma visita de estado. O<br />
líder argentino deve subir<br />
a rampa do Palácio do<br />
Planalto ainda pela manhã.<br />
No Palácio do Planalto,<br />
participará de reunião<br />
privada com Bolsonaro<br />
e, em seguida, de<br />
reunião plenária, com a<br />
presença de ministros<br />
brasileiros e argentinos.<br />
Na pauta, negociações<br />
bilaterais relacionadas<br />
ao combate ao crime<br />
organizado e corrupção;<br />
defesa e indústria de defesa;<br />
desenvolvimento<br />
satelital e espacial; energia<br />
nuclear; e dinamização<br />
do comércio bilateral.<br />
Também vão ser discutidas<br />
medidas de flexibilização<br />
do Mercosul (bloco<br />
que reúne Brasil, Argentina,<br />
Paraguai e Uruguai,<br />
uma vez que a Venezuela<br />
está suspensa<br />
momentaneamente) e a<br />
crise na Venezuela.<br />
A delegação oficial da<br />
Argentina que chegou ontem<br />
(15) ao Brasil, é formada<br />
pelos ministros das<br />
Relações Exteriores, da<br />
Produção, da Defesa, da<br />
Fazenda, de Segurança e<br />
Justiça e dos Direitos Humanos.<br />
De acordo com a<br />
Casa Rosada, Macri e comitiva<br />
saíram de Puerto<br />
Madryn (Chubut) em direção<br />
a Brasília, sem escala<br />
em Buenos Aires.<br />
Após o resultado das<br />
eleições, Macri foi um<br />
dos primeiros líderes estrangeiros<br />
a parabenizar<br />
Bolsonaro pela vitória<br />
nas urnas. Na ocasião, o<br />
presidente brasileiro<br />
Maurício Macri se reunirá hoje com o<br />
presidente Bolsonaro em Brasília<br />
agradeceu e retribuiu<br />
mencionando a parceria<br />
entre Argentina e Brasil.<br />
Mercosul<br />
O futuro do Mercosul,<br />
integrado também por<br />
Paraguai e Uruguai (Venezuela<br />
está temporariamente<br />
suspensa) será<br />
tema da reunião entre<br />
Bolsonaro e Macri. Em<br />
discussão a possibilidade<br />
de se adotar regras que<br />
permitam acordos bilaterais<br />
entre membros do<br />
grupo, outros blocos e<br />
países, sem obrigatoriamente<br />
passar pela chancela<br />
do Mercosul.<br />
Os dois líderes devem<br />
discutir também medidas<br />
para avançar as negociações<br />
do bloco que já estavam<br />
em curso até o fim<br />
de 2018, como é o caso<br />
com a União Europeia,<br />
além de propor uma<br />
agenda interna que inclua<br />
a simplificação da<br />
estrutura tarifária, a<br />
convergência regulatória<br />
e a diminuição de barreiras<br />
internas entre países<br />
membros.<br />
Venezuela<br />
A crise venezuelana<br />
está no foco das preocupações<br />
de Bolsonaro e<br />
Macri. Assim como o<br />
Brasil, a Argentina assinou,<br />
no âmbito do Grupo<br />
de Lima, que reúne 14<br />
países, declaração conjunta<br />
em que não reconhece<br />
a legitimidade do<br />
segundo mandato do presidente<br />
da Venezuela,<br />
Nicolás Maduro, e defende<br />
novas eleições.<br />
A expectativa é que<br />
Brasil e Argentina mantenham,<br />
na reunião de<br />
hoje, essa mesma sintonia<br />
em relação à situação<br />
na Venezuela, além<br />
de seguirem, juntos, trabalhando<br />
com a Organização<br />
dos Estados Americanos<br />
(OEA) pela transição<br />
democrática no<br />
país vizinho.<br />
Foto: Jason Szenes/EPA/Agência Lusa<br />
Battisti ficará em<br />
isolamento por um ano<br />
em prisão na Sardenha<br />
Cesare Battisti está agora numa prisão de<br />
segurança máxima na Itália<br />
Detido no presídio de Massama, em Oristano,<br />
na Sardenha, Itália, o ex-terrorista Cesare<br />
Battisti, de 64 anos, ficará seis meses em uma<br />
cela isolada. Depois, o mesmo período isolado<br />
apenas durante o dia. Ele chegou à penitenciária<br />
escoltado por um forte esquema de segurança.<br />
Um comboio policial acompanhou o trajeto.<br />
O ministro da Justiça, Alfonso Bonafede,<br />
informou ter escolhido o presídio de Massama<br />
por "questões de segurança". O local fica em<br />
uma ilha na Sardenha. Inicialmente, ele ficaria<br />
na penitenciária de Rebibbia, em Roma.<br />
"Hoje [ontem] nós dissemos ao mundo que<br />
ninguém pode escapar da justiça italiana.<br />
Battisti é culpado de crimes graves. Muitos anos<br />
se passaram, mas as feridas não foram<br />
esquecidas. Esse é o resultado de uma equipe<br />
trabalhando unida, não só do governo e da<br />
polícia, mas de todas as instituições italianas. É<br />
uma conquista histórica", disse Bonafede.<br />
Para o ministro da Justiça, a defesa de Battisti<br />
buscará reverter a sentença de prisão perpétua.<br />
Ele foi condenado à prisão perpétua na Itália<br />
pelo assassinato de quatro pessoas, na década<br />
de 1970, quando integrava o grupo Proletários<br />
Armados pelo Comunismo, um braço das<br />
Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente.<br />
Captura<br />
Battisti foi capturado no sábado (12) à noite<br />
enquanto caminhava pela rua em Santa Cruz de<br />
La Sierra, na Bolívia. A prisão foi resultado de<br />
uma parceria de agentes bolivianos e italianos<br />
com apoio de brasileiros.<br />
Segundo um vídeo, feito no momento da<br />
prisão, o italiano usava barba, óculos de sol,<br />
jeans e camiseta azul. Não mostrou resistência,<br />
não apresentou documentos e respondeu a<br />
algumas perguntas em português.<br />
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três<br />
anos depois. O governo da Itália pediu sua<br />
extradição, aceita pelo Supremo Tribunal<br />
Federal - STF. Contudo, no último dia de seu<br />
mandato, em dezembro de 2010, o então<br />
presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que<br />
Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi<br />
confirmado pelo STF.<br />
Agora, o presidente Jair Bolsonaro elogiou a<br />
operação feita na Bolívia e conversou por<br />
telefone com o primeiro-ministro italiano,<br />
Giuseppe Conte, que agradeceu a colaboração<br />
do governo brasileiro.<br />
Nos últimos dias da gestão Michel Temer, houve<br />
a decisão do STF. Após dias de buscas, a Polícia<br />
Federal divulgou 20 simulações sobre a possível<br />
aparência do italiano. (Agência Brasil)<br />
Foto: Marcello Casal Jr/arquivo Agência Brasil