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edição de 11 de fevereiro de 2019

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marketing & negóciOs<br />

metamorworks/iStock<br />

O valor da marca<br />

da mídia utilizada<br />

Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços que<br />

estejam em seu auge, por sua vez,<br />

têm <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a situação inversa<br />

Rafael Sampaio<br />

Um aspecto dos veículos <strong>de</strong> comunicação<br />

utilizados pelos anunciantes (a mídia<br />

empregada, em termos mais técnicos),<br />

que apenas os profissionais e agências mais<br />

experientes e qualificados têm em mente<br />

<strong>de</strong> forma clara e consi<strong>de</strong>ram com cuidado<br />

nas suas <strong>de</strong>cisões sobre on<strong>de</strong> investir é o<br />

valor intrínseco da marca da própria mídia.<br />

Ou seja, a marca da emissora <strong>de</strong> rádio ou<br />

TV, do título do jornal ou revista e do nome<br />

do website ou portal.<br />

A marca da mídia estabelece uma relação<br />

simbiótica com as marcas anunciadas,<br />

que beneficia ambas em níveis simétricos<br />

quando elas têm reputação e valor assemelhado,<br />

mas recebe ou transfere maior valor<br />

quando seus valores são díspares. Isso quer<br />

dizer que marcas novas, em ascensão ou<br />

que estejam passando por problemas po<strong>de</strong>m<br />

se beneficiar mais do valor da marca<br />

da mídia e <strong>de</strong>vem atentar cuidadosamente<br />

para isso, pois essa transferência po<strong>de</strong> acelerar<br />

seu processo <strong>de</strong> construção ou recuperação<br />

<strong>de</strong> forma positiva.<br />

Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços que estejam<br />

em seu auge, por sua vez, têm <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar a situação inversa, para não colocarem<br />

suas mensagens em veículos com<br />

marcas fracas, pois esse “peso negativo” <strong>de</strong><br />

alguma forma prejudica os resultados possíveis.<br />

Esse fenômeno não é <strong>de</strong>sconhecido,<br />

mas não é consi<strong>de</strong>rado em toda sua extensão<br />

e implicação pelas marcas anunciantes.<br />

Também não é <strong>de</strong>vidamente precificado<br />

nas tabelas e nas negociações comerciais<br />

do dia a dia do mercado. No caso dos extremos<br />

ele ocorre <strong>de</strong> forma quase natural, pois<br />

os veículos com marcas fortes e reputação<br />

mais sólida conseguem manter preços premium<br />

em relação ao seu meio e aqueles<br />

mais fracos têm mais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda,<br />

mesmo quando alcançam audiência ou<br />

circulação expressiva.<br />

O que falta é tanto uma atenção maior<br />

ao fenômeno como um tratamento mais<br />

profissional ao planejamento, negociação<br />

e execução da veiculação <strong>de</strong> campanhas e<br />

esforços isolados. Nesse ponto, o trabalho<br />

<strong>de</strong> uma boa agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> torna-<br />

-se mais valioso, pois ela tem competência<br />

específica e experiência mais ampla e diversificada<br />

para avaliar qual é a simbiose<br />

i<strong>de</strong>al entre a marca da mídia e da empresa<br />

anunciante.<br />

Nesta época <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

mídia digital essa questão acabou sendo<br />

menos consi<strong>de</strong>rada que tradicionalmente,<br />

especialmente por conta da modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

compra programática da mídia, que ocorre<br />

<strong>de</strong> forma menos transparente e pouco controlada<br />

pelo anunciante.<br />

À parte das aberrações que aconteceram<br />

e ainda acontecem (embora com menos<br />

frequência), que encaixa mensagens<br />

comerciais em contextos <strong>de</strong> má reputação<br />

ou até criminosos, o padrão da programática<br />

ainda está longe <strong>de</strong> fazer com<br />

precisão essa avaliação <strong>de</strong> valor entre a<br />

marca da mídia e do anunciante e este<br />

é um cuidado que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>mandar atenção<br />

extra por parte das empresas que não<br />

querem ver suas valiosas marcas em “má<br />

companhia”. A solução para os <strong>de</strong>svios da<br />

mídia programática é uma tarefa claramente<br />

em aberto e <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, entre<br />

outros aspectos, este do valor das marcas<br />

envolvidas.<br />

Com isso fica evi<strong>de</strong>nte, uma vez mais,<br />

que o mo<strong>de</strong>lo tradicional da propaganda,<br />

com funções distintas para cada elo do<br />

sistema - anunciantes, agências e veículos<br />

-, continua sendo <strong>de</strong> longe o mais indicado<br />

para se obter o melhor resultado para<br />

as partes e o conjunto, pois é através <strong>de</strong>sse<br />

mo<strong>de</strong>lo que se obtém os maiores níveis <strong>de</strong><br />

eficiência e eficácia para os investimentos<br />

em publicida<strong>de</strong> das empresas, ao ativar negócios<br />

e fortalecer marcas através <strong>de</strong> agências<br />

bem estruturadas e competentes, empregando<br />

veículos com acesso a recursos<br />

capazes <strong>de</strong> oferecer conteúdos e programação<br />

<strong>de</strong> excelência, reforçando as próprias<br />

marcas.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

34 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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