GAZETA DIARIO 794

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08 Política Foz do Iguaçu, sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Fábio Campana
Hora da vendeta
A moçada que integra os fãs clubes de Bolsonaro, de
militante anônimo a senador e membro do mais alto escalão
do governo, vibram quando surge alguma medida que sabe a
vendeta contra os petistas e seus assemelhados. O desejo de
retaliação é tão grande em facções do bolsonarismo que se
manifestam com virulência que lembra as esquadras de
Mussolini. Dá arrepios. Sinal disso é o agito nas bancadas
governistas. Querem instaurar CPIs de tudo, de investigar a
UNE à processar professores.
Há bebedeiras comemorativas desde que Lula foi condenado
pela segunda vez. E mais ainda agora que o pacote de Sergio
Moro promete agravar a pena do ex-presidente. Condenado
já a 25 anos de prisão, Lula poderia pretender regime
semiaberto quando cumprisse um sexto da pena (50 meses
ou 4 anos e dois meses), mas o problema do presidiário é que
há Sérgio Moro no caminho. O pacote de combate à
corrupção do ministro da Justiça acaba com a progressão do
regime automática. O juiz decidirá o tamanho do regime
fechado. Pode decidir, por exemplo, que serão cumpridos em
regime fechado 10 dos 12 anos do total da pena.
O pacote de Moro não altera a pena (a lei penal não retroage
para prejudicar), mas afeta a execução, dificultando a
progressão de regime. Mas o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4) vai julgar o recurso e até poderá aumentar a
pena de Lula, como ocorreu no primeiro caso. Lembram? No
caso do tríplex, Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses, mas
o TRF-4 aumentou para 12 anos e 1 mês. Poderá repetir a
lógica.
Extinção do PT
Em uma de suas primeiras aparições na legislatura de 2019,
Eduardo Bolsonaro subiu na tribuna para discursar contra o
PT: "Acho que os petistas tinham que sair do partido e
extingui-lo. Alguns já saíram, se movimentaram, os que têm
vergonha na cara. Outros, deslavados, insistem em combater
a realidade aqui de que o PT é o partido da ética". Seu
discurso veio logo depois do petista Henrique Fontana. Rolou
um bate-boca de leve entre os dois, que acabou com a
provocação de Eduardo: "Como disse Cid Gomes: o Lula tá
preso, babaca".
Homem forte
No Paraná, o nome forte do novo governo é Guto Silva (PSD),
chefe da Casa Civil. Com poder que vai de nomeações a
verbas de publicidade. Ratinho Júnior não anda feliz com isso.
Tudo passa por ele. E tem o aval absoluto de Ratinho Jr.
Bem abrigados
Quatro ex-deputados passam a integrar o governo de Ratinho
Júnior. São eles: Alexandre Guimarães, que assume o cargo
de assessor especial da Governadoria; Cláudio Palozi, que
será superintendente da ParanaEducação; Rasca Rodrigues,
nomeado como diretor geral da Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos; e Luiz Accorsi, que irá integrar a
assessoria do governador.
Cota do Bueno
Na equipe de Ratinho Júnior, também, o filho do deputado
federal Rubens Bueno, Rubens Bueno II, nomeado como
assessor da Casa Civil. O Diário Oficial traz, ainda, a
nomeação de 16 nomes para a Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, entre eles o ex-titular da pasta
(governo Cida Borghetti) Décio Sperandio.
Gleisi lamenta
Gleisi Hoffmann enfrenta sua readaptação à nova realidade
em sua vida. Desceu do altar do Senado para uma vaga na
Câmara, onde já tem adversários escalados para atazanar
sua vida, entre eles a deputada Joice Hasselmann, eleita com
mais de um milhão de votos por São Paulo, e que sofreu
durante anos as agressões de Gleisi e do PT no Paraná que a
processavam sempre que podiam. Aqui, Joice foi jornalista
muito corajosa ao denunciar falcatruas e que tais do petismo
nativo.
Nobel de Lula?
Gleisi também lamenta a situação de seu líder máximo, Lula,
que deverá ficar preso por muito tempo. Em seus arroubos
fantasiosos ele diz que Lula foi condenado mais uma vez
justo quando poderia receber o Nobel da Paz.
Manobras de fórum
O juiz responsável pelo processo relacionado as
investigações da Rádio Patrulha, Fernando Fischer, afirmou
em despacho que os advogados de Beto e Pepe Richa
estariam tentando protelar a ação. A reclamação foi feita
para Laurita Vaz, ministra do Superior Tribunal de Justiça.
CASO A APURAR
Vereadora desconfia de escuta no
gabinete e faz denúncia à polícia
Arranjo eletrônico teria sido encontrado por assessores, mas ainda não se sabe se é mesmo grampo
Da redação
Reportagem
A vereadora Inês Weizemann
(PSD) está preocupada
com um arranjo
eletrônico supostamente
encontrado por assessores
no gabinete dela.
Quem viu disse ser um
minúsculo pedaço de fio
conectado a uma peça
que mais parece um altofalante
de smartphone ou
de fone de ouvido. Ainda
não se sabe se é equipamento
de escuta, mas na
dúvida a vereadora, segundo
a assessoria, esteve
na delegacia, registrou
boletim e entregou o arranjo
para ser periciado.
No começo da tarde, o
gabinete enviou nota à
imprensa com as primeiras
informações sobre a "suspeita
de grampo no gabinete
da vereadora". Rela-
tou que pela manhã "assessores
da vereadora Inês
Weizemann encontraram
o que seria um suposto
equipamento de escuta no
gabinete dela, na Câmara.
Trata-se de um pequeno
fio, com a ponta desencapada
e uma espécie de fone
na outra extremidade, que
estava preso com fita crepe
embaixo do tampo da
mesa da vereadora".
Segundo a nota, "o
equipamento foi retirado
do local e a vereadora foi
informada. Inês Weizemann
achou melhor dividir
a informação com
os outros vereadores e
com a presidência da
casa, solicitando uma
reunião com os mesmos.
O encontro ocorreu após
a sessão. O objetivo era
não expor a casa e tentar
resolver internamente
a questão".
Inês Weizemann foi à delegacia para saber se é
mesmo um aparelho de escuta
Arranjo eletrônico suspeito teria sido
encontrado embaixo de mesa do gabinete da
vereadora, fixado com fita crepe
Conforme o relato,
"logo após a reunião,
uma foto do equipamento
foi compartilhada nas
redes sociais e a notícia
se espalhou". A nota informava
ainda que a vereadora
deveria registrar
o ocorrido ainda ontem e
se colocou à disposição
para receber a imprensa
hoje às 9h.
Nota da presidência
Na sequência, a Presidência
da Câmara Municipal
divulgou uma
nota com o posicionamento
oficial. "Em referência
ao divulgado pelo
gabinete da vereadora
Inês Weizemann, a Presidência
da Câmara não
recebeu reclamação formal
sobre o caso. Havendo
interesse da vereadora
em formalizar, será
aberta sindicância interna."
De acordo com a manifestação
da presidência,
"também depende da vereadora
registrar queixa
na polícia e a Câmara se
coloca inteiramente à dis-
posição para colaborar
nas investigações, inclusive
cedendo imagens do
circuito interno. Antes de
tudo, a polícia judiciária
também deverá periciar a
peça supostamente encontrada
no gabinete da
vereadora para certificar
se é mesmo equipamento
de captação de áudio,
conforme se suspeitou".
Registro da queixa
Em uma segunda
nota do gabinete da vereadora,
foi informado o
registro de queixa. "A vereadora
Inês Weizemann
procurou a Polícia Civil
de Foz, no meio da tarde,
para que fosse registrado
um boletim de ocorrência
sobre o equipamento encontrado
sob a mesa dela.
A delegada Araci Carmem
Costa Vargas registrou
um boletim preliminar
por constrangimento
ilegal e violação de domicílio
e apreendeu o equipamento
que vai pra perícia,
onde será verificada
a funcionalidade do
mesmo."
Destacou ainda que,
"de acordo com a delegada,
existe a suspeita de
escuta ilegal, o que violaria
o Artigo 146 do Código
Penal. Agora a vereadora
Inês vai pedir à
Presidência da Câmara
que investigue o vazamento
da imagem compartilhada
nesta quintafeira,
logo após uma reunião
fechada entre os vereadores,
na qual ela
mostrou o equipamento e
pediu providências".