OPINIÃO
Entendendo o RenovaBio
Sua importância está relacionada à possibilidade de os biocombustíveis
continuarem sendo valorizados por suas características energéticas e ambientais
PLÍNIO NASTARI (*)
OBrasil é considerado o
país mais avançado do
mundo em biocombustíveis
por substituir entre 36% e
45% da gasolina por etanol e 8%
do diesel fóssil por biodiesel
(10% a partir de março de
2018). Em volume, o Brasil é o
segundo maior produtor mundial
de etanol e biodiesel, e tem um
grande potencial não só através
desses dois energéticos, mas
também do biogás/biometano e
do bioquerosene.
Mas, as bases sobre as quais
esses mercados têm se desenvolvido
ainda são frágeis. A falta
de condições estáveis tem causado
instabilidade na área de
biocombustíveis e de derivados
de petróleo, e pode levar a retrocessos
indesejáveis. A inexistência
de uma regulação
mínima resulta num mercado
com precificação basicamente
à vista, e sem condições que
estimulem o investimento em
expansão da capacidade de
produção.
O País tem a oportunidade de
integrar sua política de desenvolvimento
agroindustrial com
a sua política energética, ao
mesmo tempo em que viabiliza
atingir objetivos de política ambiental,
industrial, e de desenvolvimento
econômico descentralizado.
As diretrizes do programa
RenovaBio, visam trazer
previsibilidade e credibilidade,
viabilizando condições estáveis
para a retomada do investimento
privado sustentado na
área.
O RenovaBio é uma
proposta de regulação
que visa induzir
ganhos de eficiência
energética na produção
e uso de biocombustíveis,
e reconhecer
a capacidade de cada
energético contribuir
para atingir metas de
redução de emissões
de carbono. Diferente
de medidas tradicionais,
não propõe a
criação de imposto sobre carbono,
ou de subsídios aos biocombustíveis.
O imposto sobre
o carbono (CIDE - Contribuição
de Intervenção sobre o Domínio
Econômico), não se contrapõe
ou substitui o RenovaBio - ambos
podem caminhar em paralelo.
A elevação da CIDE, como
imposto ambiental, pode ser encarada
como uma ponte até que
o RenovaBio esteja em pleno
funcionamento.
Uma das vantagens do programa
será estabelecer metas de
redução das emissões de carbono
para o mercado de combustíveis,
em sintonia com os
compromissos assumidos pelo
País no Acordo do Clima, criando
um farol para o tamanho do
mercado futuro de biocombustíveis,
inserindo-os de forma definitiva
na matriz de combustíveis.
Sua aprovação abre oportunidades
e a perspectiva de um desenvolvimento
futuro equilibrado, sustentável e
com mais previsibilidade, a nível
nacional e internacional.
O RenovaBio não contrapõe biocombustíveis
aos combustíveis
fósseis. Não está sendo proposto
automaticamente qual deve
ser o tamanho do mercado de
etanol, biodiesel, biometano ou
bioquerosene. O tamanho do
mercado de biocombustíveis estará
relacionado à ambição e à
velocidade em atingir as metas
de redução de emissões de carbono,
o que deve ocorrer em
harmonia com os biocombustíveis
e os combustíveis
fósseis.
Os conceitos preconizados
poderão ser
aplicados, inclusive,
e, caso seja assim decidido
no futuro, aos
combustíveis fósseis,
produzidos localmente
e importados. A regulação
pretendida melhora
a organização, confere
previsibilidade, promove
menores custos e preços aos
consumidores, maior eficiência
e controle contra fraudes no comércio.
O RenovaBio introduz a meritocracia
na produção de biocombustíveis,
premiando e estimulando
à crescente eficiência na
sua produção e uso. O programa
Rota2030 tem a oportunidade de
induzir a otimização da frota flex
para o uso de etanol, a introdução
dos híbridos flex, e dos veículos
equipados com células a
combustível movidos a biocombustíveis,
como o etanol, o biodiesel
e o biometano.
A aplicação do RenovaBio vai
viabilizar a certificação voluntária
dos produtores de biocombustíveis,
que irá definir a capacidade
de os produtores emitirem Créditos
de Descarbonização
(CBios), a serem negociados em
bolsa, em um mercado livre. O
governo deverá definir a meta
global de descarbonização para
o setor e as metas individuais
para as empresas distribuidoras,
que deverão comprovar anualmente
o seu cumprimento através
da aquisição de CBios.
A troca de CBios irá determinar,
em condições de mercado, o
valor da tonelada de carbono,
criando uma referência sobre a
participação futura dos biocombustíveis
na matriz de combustíveis
utilizados em transporte. O
RenovaBio é uma proposta de
regulação construída a partir de
conceitos e do aprendizado obtido
com as mais modernas iniciativas
internacionais, como a
da Califórnia, dos EUA e da União
Europeia.
Mas, vai além ao introduzir a meritocracia
no setor de biocombustíveis,
ao induzir e premiar a
busca por maior eficiência energética,
produtividade e competitividade
crescentes, e menores
custos e preços para a sociedade
e os consumidores. No
caso do etanol, o objetivo é recuperar
a trajetória de crescimento
da produtividade
agroindustrial, interrompida a
partir de 2010 por políticas equivocadas
e pelo desestímulo aos
investimentos em modernização
e expansão.
A importância do RenovaBio
para os mercados de biocombustíveis,
açúcar e bioeletricidade
está relacionada à possibilidade
de os biocombustíveis
continuarem sendo valorizados
por suas características energéticas
e ambientais. A sua aprovação
abre oportunidades e a
perspectiva de um desenvolvimento
futuro equilibrado, sustentável
e com mais previsibilidade,
a nível nacional e internacional.
* Presidente da Consultoria
Datagro
2
Jornal Paraná
SAFRA 2017/18
Colheita no Paraná
avança sobre 2018
Faltam ainda esmagar 2,5 milhões de toneladas de cana. A previsão inicial
era encerrar até meados de dezembro, mas as chuvas atrapalharam a moagem
MARLY AIRES
Com cerca de 2,5 milhões
de toneladas
de cana-de-açúcar
ainda para serem
colhidas no Paraná na safra
2017/18, a colheita deve continuar
no ano que vem. Dos
36,763 milhões de toneladas
previstas para esta safra,
foram esmagados 93,5% do
total. A previsão inicial era encerrar
até meados de dezembro,
mas as chuvas intensas
e constantes durante os últimos
meses prejudicaram o
andamento do trabalho.
“Nas últimas três quinzenas
foram colhidas em média 1,5
milhão de toneladas de cana
em cada uma, quando normalmente
se colhe entre 2,5
a 3 milhões ou mais em cada
quinzena. Apenas quatro usinas
encerraram as atividades
até o dia 1 de dezembro”,
afirma o presidente da Alcopar,
Miguel Tranin.
O presidente comenta que
as usinas sucroenergéticas
do Paraná ainda estão
avaliando se continuam esmagando
cana até colher
tudo que foi previsto ou se
paralisam agora para manutenção
da usina e retomam
mais cedo as atividades,
como já é tradição no Estado.
Atendendo a determinação
do Ministério da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, tudo que é
colhido antes do dia 1 de
abril é contabilizado como
safra 2017/18.
Segundo dados da Alcopar,
até a segunda quinzena de
novembro foram colhidos
34,371 milhões de toneladas
de cana. Como sempre acontece,
o mix de produção tem
sido mais açucareiro, com
59,11% da matéria prima
destinada a produção de açúcar
e 40,89% para a produção
de etanol. No período
foram industrializados 2,753
milhões de toneladas de açúcar,
96,7% do volume total
esperado (2,848 milhões),
além de 1,176 bilhão de litros
de etanol, 98,1% dos 1,176
bilhão de litros.
Quanto à estimativa para a
próxima safra, 2018/19, Miguel
Tranin diz que ainda é
cedo para avaliar. “Estamos
fazendo esse levantamento
junto às unidades produtoras,
mas muita coisa ainda pode
mudar até lá”, afirma.
Jornal Paraná 3
SAFRA 2018/19
Cenário é de preços desafiadores
Primeiras estimativas são de produção menor de cana-de-açúcar e
com tendência mais alcooleira no destino da matéria-prima
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Com a safra 2017/18
chegando ao fim no
Centro-Sul do Brasil,
maior região produtora
de açúcar do mundo, toda
a atenção se volta para as
perspectivas de moagem em
2018/19. Porém, o cenário
está repleto de incertezas, segundo
os especialistas da
Consultoria Datagro.
“Clima irregular, dificuldades
de caixa para investimentos
em renovação de plantio e tratos
culturais, volatilidade no
mercado de petróleo, que por
sua vez tem afetado a paridade
do etanol, são algumas
das principais variáveis a
serem analisadas para compor
os cenários iniciais da próxima
temporada, que começa
em abril de 2018”, diz nota da
consultoria.
“Embora ainda seja cedo para
quantificar o volume de cana,
há um consenso de que o
mercado conviverá com condições
de preço ainda mais
desafiadoras em 2018, à medida
que o mundo converge
para um quadro superavitário
no balanço e fluxo de comércio
mundial de açúcar”, complementa
a nota.
As primeiras estimativas
apontam para uma safra
menor, no Centro-Sul do Brasil
no próximo ano devido a adversidades
climáticas. Para os
especialistas da Datagro, a
moagem de cana pelo Centro-
Sul na temporada 2018/19
deve cair de 601 milhões de
toneladas esperados nesta
safra para 580 milhões de toneladas
na próxima, o que
seria o segundo ano de queda
consecutiva. No ciclo passado
foi de 617 milhões de toneladas.
Produção de açúcar será menor
Com o preço do açúcar em
queda e uma menor moagem
de cana-de-açúcar, a indústria
açucareira do Brasil, a
maior do mundo, se prepara
para uma queda que pode
chegar a 10% na produção no
ano que vem, segundo especialistas.
O motivo é o desvio
de uma quantidade maior de
cana-de-açúcar para o renascente
mercado do etanol, mudança
que pode repercutir em
todo o mundo.
A Archer Consulting cortou
sua estimativa de fabricação
de açúcar de 35,5 milhões
de toneladas para 32,7 milhões
de toneladas e a de
etanol foi elevada para 25,5
bilhões de litros, ante 24,6
bilhões de litros esperados
em outubro. Isso porque o
biocombustível está oferecendo
melhores retornos que
o açúcar, diante de uma alta
nos preços da gasolina no
mercado interno, avaliou.
Clima adverso e baixa renovação do canavial prejudicaram rendimento
Já a Louis Dreyfus, uma das
maiores traders de commodities
agrícolas do mundo,
dona da segunda maior processadora
de cana-de-açúcar
do Brasil, prevê queda
de 4,1 milhões de toneladas
na produção da principal região
açucareira do País. A
Datagro projeta queda de
3,8 milhões de toneladas,
caindo de 36,4 milhões de
toneladas em 2017/18 para
32,6 milhões de toneladas
A Archer Consulting também
reduziu sua projeção para a
moagem de cana no Centro-
Sul do Brasil na safra 2018/19
para 585 milhões de toneladas,
ante 591 milhões de toneladas
na previsão anterior,
de outubro, de acordo com
números repassados pelo diretor
da consultoria, Arnaldo
Corrêa.
A Biosev, braço sucroenergético
da operadora de commodities
Louis Dreyfus, projetou
uma safra de cana menor no
Centro-Sul do Brasil em
2018/19, com 586 milhões de
na safra 2018/19.
“O mundo conta com essa
mudança no mix para o etanol
no Brasil” para consolidar
essa redução esperada para
o excedente global de açúcar
e dar suporte aos preços,
disse Enrico Biancheri, chefe
de trading de açúcar da Louis
Dreyfus. “Se isso não ocorrer,
o cenário muda”.
Segundo a INTL FCStone,
toneladas, ante 599 milhões
de toneladas em 2017/18. As
usinas em geral reduziram a
renovação de canaviais e cortaram
o trato cultural para diminuir
custos, o que levou a
companhia a estimar uma
menor safra no próximo ano,
além do fechamento de usinas
devem reduzir a capacidade
de moagem no Centro-Sul do
Brasil disse o CEO da Biosev ,
Rui Chammas.
apesar da queda de produção
esperada para o Brasil,
que calcula ser de 5,5% na
próxima safra (33,3 milhões
de toneladas), o superávit
global de açúcar foi
elevado para 2,8 milhões
de toneladas devido a produções
maiores em países
como Índia e Paquistão,
além de União Europeia
(UE), que deixou de seguir
o regime de cotas de produção.
4 Jornal Paraná
E a de etanol
deve crescer
O petróleo mais caro está ajudando
o etanol no Brasil, onde
a maioria dos motoristas tem
carros flex, que rodam com o
biocombustível e com gasolina.
A estatal Petrobras tem
elevado os preços da gasolina
para alinhá-los mais ao mercado
internacional.
Atentas à maior competitividade
do etanol, as usinas do
Centro-Sul do Brasil deverão
destinar maior parcela de
cana para a produção do biocombustível
na safra 2018/
19, aumentando em 5,1% a
produção total de etanol, totalizando
26,1 bilhões de litros,
sendo 10,7 bilhões de
litros de anidro (alta de 0,1%)
e 15,4 bilhões de litros de hidratado
(8,9%) projetou também
a INTL FCStone.
Na avaliação da consultoria,
a expansão na produção de
etanol será puxada pelo hidratado,
uma vez que o concorrente
direto da gasolina
passou a ser mais atrativo
que o derivado de petróleo a
partir de agosto, na esteira da
nova sistemática de formação
de preços Petrobras,
atrelada ao mercado internacional.
“A decisão do consumidor
ainda deve pender para
o etanol. O consumo de hidratado
deve continuar acima
em 2018”, comentou o consultor-chefe
de açúcar e etanol
da INTL FCStone, Bruno
Lima.
Jornal Paraná 5
VARIEDADES
Concentração diminuiu,
mas ainda preocupa
Os dados são do segundo censo nacional de variedades de
cana feito pelo IAC. A RB867515 ainda predomina absoluta
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Aconcentração varietal
de cana-de-açúcar no
Brasil, índice que considera
as três variedades
mais cultivadas no país,
diminuiu de 77% para 75,1%, o
que indica que as empresas
passaram a se preocupar com
esse aspecto. Esse resultado é
positivo para o setor sucroenergético
brasileiro, por proporcionar
maior segurança biológica
frente ao surgimento de novas
pragas e doenças. Porém, a
concentração da variedade RB-
867515 ainda é grande, o que
pode colocar em risco a canavicultura
de alguns estados,
como Paraná e Espírito Santo.
Os dados fazem parte do segundo
censo nacional de variedades
de cana-de-açúcar realizado
pelo Instituto Agronômico
de Campinas (IAC), que é o
maior levantamento sobre uso
de variedades desta cultura no
Brasil. Seis milhões de hectares
foram recenseados nos Estados
de São Paulo, Espírito Santo,
Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais e
Paraná, com informações de
216 unidades produtoras. O IAC
fez também o levantamento das
intenções de plantio em 700 mil
hectares, dentro de um milhão
de hectares plantados na safra
2017/18.
A recomendação do Programa
Cana IAC é de que em uma
área de produção, uma única
variedade de cana-de-açúcar
não represente mais do que
15% do total. A diversidade varietal
é estratégica para garantir
a segurança biológica e evitar
que, em caso do ataque de
praga ou doença severa, grande
parte do canavial seja atingida,
segundo o pesquisador e
líder do Programa Cana IAC,
Marcos Guimarães de Andrade
Landell.
O censo aponta que há regiões
onde há mais de 50% do canavial
plantado com um único
material - a RB867515. Este é
o caso do Espírito Santo, que
mantém 59% dos 47.736 hectares
plantados com a variedade
e a intenção de plantio
mostra que esse número será
aumentado. Também, as três
variedades mais plantadas somam
78% da área. O Mato
Grosso tem 56% desta variedade
em 146.302 hectares, onde
apenas quatro variedades
ocupam 79% do total.
No Paraná onde a concentração
também é significativa, só três
variedades ocupam 62% da
área destinada à cana-de-açúcar
- RB867515 (com 43%),
RB966928 (14%) e RB835054
(5%), o que traz risco fitossanitário.
“São Paulo tem a menor
proporção de RB867515, com
21%, isso significa que o estado
é mais eficiente na modernização
de variedades”, diz o
Uso de novos materiais
devia ser maior
Segundo Rubens Braga Júnior,
os produtores do Centro-Sul
do Brasil também não estão
usando novas variedades na
proporção devida. O censo
mostrou, assim como em
2016, uma grande concentração
de plantio com a variedade
RB867515, que representa
26% dos canaviais e
soma 18% das intenções de
plantio. “A região de Assis usa
variedade mais novas, assim
como o Paraná, já Araçatuba
adota mais antigas”, comenta.
Conceitualmente, as variedades
modernas são adaptadas
ao plantio mecanizado e não
apresentam falhas, têm alta
produtividade e resistência às
doenças e ao acamamento.
“Vale destacar que o menor
índice de atualização varietal,
ou seja, o uso de variedades
modernas representa maior
produtividade”, resume o pesquisador
do IAC.
O levantamento sobre as intenções
de plantio para a próxima
safra de cana-de-açúcar,
quando deverão ser plantados
cerca de um milhão de hectares,
aponta ainda para uma
tendência na queda no índice
estatístico e consultor do Programa
Cana IAC, Rubens Braga
Junior. Goiás mantém 29% da
RB867515.
de concentração. Foram recenseadas
cerca de 70% da
área que será plantada.
Segundo Marcos Landell, o
Índice de Atualização Varietal
é um indicador positivo na
avaliação das propriedades,
além de representar um incentivo
a todos os programas
de melhoramento genético de
cana no Brasil. Além do IAC,
a Rede Interuniversitária para
o Desenvolvimento do Setor
Sucroenergético (Ridesa) e o
Centro de Tecnologia Canavieira
(CTC) mantêm esses
programas no País.
6
Jornal Paraná
RECONHECIMENTO
Santa Terezinha recebe o Prêmio VisãoAgro
Tradicional premiação evidencia
profissionais, entidades e empresas
do setor sucroenergético que se
destacaram ao longo de 2017
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Mais uma vez a
Usina Santa Terezinha
figura entre
as 25 unidades industriais
do setor sucroenergético
brasileiro a receber o Prêmio
VisãoAgro, que chega a
sua 15ª edição. O evento, que
segundo a organização, se
consolida como a principal
premiação do segmento canavieiro,
foi no dia 6 de dezembro,
em Ribeirão Preto (SP). O
objetivo foi destacar iniciativas
de sucesso que contribuíram
para o fortalecimento do setor
durante o ano de 2017.
O prêmio é concedido a profissionais,
empresas e entidades
que fizeram a diferença e desenvolveram
seus negócios
com excelência e em prol do
setor sucroenergético em diversas
áreas do segmento. “O
propósito é valorizar profissionais
de todas as instâncias da
cadeia produtiva da cana-deaçúcar”,
afirma Alex Ramos,
presidente da AR Empreendimentos,
organizadora do evento.
Dividida em oito categorias:
Homens de Visão; Personalidades;
Destaque Profissional do
Setor Sucroenergético por região;
Área Administrativa; Área
Agrícola; Área Industrial; Melhores
Usinas e Empresas Certificadas,
foram entregues cerca
de 90 prêmios.
“O setor sucroenergético passou
por períodos complicados,
ainda enfrenta grandes desafios,
mas as perspectivas para
o futuro são cada vez melhores
com a crescente demanda
por fontes renováveis. Essa
tendência indica que investimentos
devem ser feitos, gerando
assim um grande impacto
em toda a cadeia do setor”,
afirma Ramos, ressaltando
a importância de reconhecer
quem manteve a eficiência
mesmo em um período
adverso.
“O RenovaBio, em vias de ser
implantado, possibilitará traçar
uma estratégia eficiente para
todos os tipos de biocombustíveis
na matriz energética brasileira,
conforme foi destacado
por nossos representantes durante
a Conferência das Nações
Unidas sobre Mudança
Climática (COP23) realizada
nos últimos dias, em Bonn, na
Alemanha”, lembrou Ramos.
Criado em 2003, pelo jornalista
Alex Ramos, o Prêmio Visão
Agro Brasil tornou-se um dos
principais eventos sociais do
setor agroindustrial nacional da
cana-de-açúcar, reconhecendo
pessoas, empresas e instituições
que vêm ajudando a estabelecer
os padrões de Qualidade
e Competitividade deste que
é um dos principais segmentos
econômicos do país.
Ao longo de suas últimas edições
(às quais se somou à edição
Sudeste, a partir de 2007,
intitulado VisãoAgro - Sudeste),
o evento foi prestigiado por um
público qualificado, tendo homenageado
cerca de 840 empresas
e 246 de personalidades
do setor sucroenergético.
A Usina Santa Terezinha tem
dez unidades industriais no Paraná
e uma greenfield no Mato
Grosso do Sul. Recentemente
também se posicionou entre as
50 companhias Campeãs de
Inovação no Sul do País, conforme
levantamento feito pela
Revista Amanhã em parceria
com o instituto pelo IXL-Center,
de Cambridge, região metropolitana
de Boston (EUA), sendo
destaque, ao longo de décadas,
por seu pioneirismo em
inovação.
Jornal Paraná 7
PREVENÇÃO
Saúde da mulher e do homem é prioridade
Campanhas que visam à prevenção e diagnóstico precoce dos
cânceres de mama e próstata são realizados na Santa Terezinha
DA ASSESSORIA
DE COMUNICAÇÃO
AUsina Santa Terezinha
investe na
saúde de seus colaboradores
e colaboradoras.
E nos meses de outubro
e novembro, as ações
preventivas na empresa se
intensificam. Durante as
campanhas do Outubro Rosa
e Novembro Azul foram
entregues materiais informativos
que visam à prevenção
e diagnóstico do câncer na
mulher e homem nas dez
unidades produtivas, Corporativo
e Logística da usina.
Além dos materiais informativos,
os colaboradores participam
de palestras. Este
ano, as mulheres da Unidade
Iguatemi e Corporativo tiveram
um encontro com o
tema: Saúde da Mulher, ministrada
pelo médico ginecologista
Rui Bertolino Júnior.
O objetivo foi a conscientização
sobre a luta contra o
câncer de mama e a importância
do diagnóstico precoce.
Ao final, muitas dúvidas
foram esclarecidas.
“A realização de exames de
imagem é fundamental na
detecção precoce e, consequentemente,
sucesso no
tratamento do câncer de
mama. Mas devemos nos
atentar ao nosso dia a dia,
cuidando da saúde e tendo
hábitos saudáveis”, explica o
médico. Ele ainda reforça
orientações primordiais, como
alimentação adequada,
prática de exercícios físicos
e, dentro do possível, redução
do estresse diário.
A colaboradora Eunice Pelicon
Horcese, 52 anos, diz
que o Outubro Rosa serve
com um lembrete de que
todas as mulheres precisam
fazer o autoexame de mama,
exames preventivos e, quando
solicitado pelo médico, a
mamografia ou ultrassonografia.
“Este ano, já fiz todos
os meus exames preventivos.
Fiquei muito feliz com
os resultados”.
Eunice é encarregada de laboratório
de entomologia e lidera
45 mulheres na Unidade
Iguatemi. Ela acredita que
a orientação é essencial para
as funcionárias. “As mulheres
precisam estar atentas à
realização dos exames, pois
devido à rotina, a maioria
acaba priorizando outras atividades.”
Natalia Larissa Garcia, 26
anos, trabalha no setor de
Medicina do Trabalho da
Usina Santa Terezinha, Unidade
Iguatemi, e conta que
sempre procura realizar as
campanhas com o foco na
saúde preventiva para proporcionar
melhor qualidade
de vida aos funcionários.
“Qualquer doença descoberta
no início, têm grandes
possibilidades de cura”.
O colaborador Claudimar
Donizete Mazaia, 46 anos,
lembra que sempre participa
das campanhas de saúde
preventiva da empresa ao
longo do ano, por exemplo,
prevenção do tabagismo e
alcoolismo; controle e combate
à hipertensão e diabetes;
e prevenção da Aids
(Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida) e outras
DSTs (Doenças Sexualmente
Transmissíveis).
No Novembro Azul, Mazaia
reforça o intuito da campanha.
“O foco dessa campanha
é a prevenção do câncer
de próstata. O Novembro
Azul abre a mente de muitos
homens, que por vergonha
ou acharem que o exame
pode causar algum constrangimento,
acabam deixando
de lado.”
Mazaia, funcionário a 20
anos da Unidade Iguatemi,
afirma que o câncer de próstata
é silencioso e as orientações
na empresa servem
de alertas. “Sem a devida
orientação a doença é descoberta
em estágio mais
avançado. Quanto mais cedo
é diagnostica, maiores
são as chances de cura.”
Além das orientações dentro
da empresa, funcionários
ainda recebem assistência
médica extensiva aos dependentes,
por meio do plano de
saúde e dos dez ambulatórios
Santa Terezinha no Paraná
e Mato Grosso do Sul.
8 Jornal Paraná
ESPORTE
Corrida Rústica de Iguatemi
chega à décima edição
Cerca de 1 mil atletas participaram da prova que, desde 2008, promove
integração, saúde e incentiva o esporte no distrito de Iguatemi, em Maringá
DA ASSESSORIA
DE COMUNICAÇÃO
No feriado do dia 15
de novembro, o
Distrito de Iguatemi,
em Maringá (PR),
recebeu mais de 1 mil atletas
participantes da X Corrida
Rústica de Iguatemi Elenilson
Silva – Pare de Fumar Correndo.
Promovida pela Usina
Santa Terezinha, conta com
a parceria do Projeto Tabagismo,
do Mudi (Museu Interdisciplinar)/UEM
(Universidade
Estadual de Maringá)
e da Prefeitura de Maringá
por meio da Sesp (Secretaria
de Esportes e Lazer).
A prova faz parte do calendário
anual do Projeto Atletismo
da usina que tem o
objetivo de promover o progresso
na qualidade de vida
dos colaboradores da empresa,
seus dependentes e
da comunidade em geral incentivando
a participação
em corridas de rua e também
trabalha com a promoção
de campanhas de prevenção
de doenças relacionadas
ao sedentarismo.
esporte e promoção da saúde
para moradores de Maringá
e região. Com a proposta
de ser um evento democrático,
as inscrições para
a Corrida Rústica de
Iguatemi mantiveram o valor
solidário de duas caixinhas
de leite longa vida por pessoa.
Ainda pensando em
abranger todos os públicos,
a prova é dividida em dez categorias
que envolvem de
crianças a partir dos 8 anos
a idosos, sem limite de idade.
Neste ano, além dos profissionais
e amadores que
completaram percursos de
700 m à 5 km, a prova teve
a honra de contar com a participação
do atleta que dá
nome à corrida. Aos 45
anos, Elenilson Silva – que
carrega o título de campeão
Pan-americano de 1999 –
fez bonito no retorno às ruas
e completou o percurso de 5
km em 17’03’’, conquistando
a sexta colocação no ranking
masculino geral e o terceiro
lugar na categoria Master
40 (40 a 49 anos).
A Usina Santa Terezinha
também marcou presença
na prova, com quase oitenta
atletas representando a empresa.
Colaboradores, familiares
e convidados contaram
com uma barraca de
apoio para a distribuição dos
chips e kits de corrida, água,
suco, frutas e lanches.
Sempre pensando em incentivar
a participação dos funcionários
no evento, além do
apoio logístico e estrutural, a
empresa fez um sorteio de
brindes esportivos como camisetas,
meias e braçadeiras.
Também foi realizada
uma premiação interna, que
distribuiu vale-tênis de 150 a
250 reais para os três primeiros
colocados nas categorias
feminina e masculina.
Os destaques ficaram com
os colaboradores Dorval do
Santos (Tapejara), que concluiu
a prova em 16’53’’,
conquistando a sétima colocação
geral e o 3º lugar na
categoria Master 30; e Luciano
Miguel dos Santos
(Paranacity), oitavo lugar
geral e 4º colocado na categoria
Master 40 com 17’08’’
de tempo de prova.
A Corrida Rústica de Iguatemi
é realizada com apoio
da RPC, Lions Clube, Unimed
Maringá e das rádios
CBN, Maringá FM e Mix FM.
A corrida chegou ao seu décimo
ano realizando ações
de integração, incentivo ao
Atividade física e saúde integral
Mais do que um evento esportivo,
a Corrida Rústica de
Iguatemi é uma iniciativa de
promoção da saúde preventiva
e integral e faz parte do
Projeto Tabagismo, da UEM,
que visa possibilitar a troca
de experiências e informações
para a prevenção e o
combate do uso do tabaco,
por meio de palestras, oficinas,
apresentação de trabalhos
e corridas.
Neste contexto, as atividades
propostas no dia da
prova vão além da estrutura
essencial para a corrida de
rua. Atletas e espectadores
puderam visitar estandes
temáticos da Feira de Saúde,
com profissionais e estudantes
que oferecem
orientações sobre saúde
bucal, realizam exames de
glicemia e aferição de pressão
arterial. Também houve
a distribuição de mudas de
árvores e a oferta de brinquedos,
recreação e distribuição
de guloseimas para
as crianças.
Além da prova de Iguatemi, o
calendário de corridas do
Projeto Tabagismo engloba a
Maratona de Revezamento
Vanderlei Cordeiro de Lima e
a Corrida Rústica do Jardim
Alvorada, em Maringá, e a
Corrida Rústica de Ivaiporã.
10
Jornal Paraná
VALORES
BSBIOS apresenta
“Relatório de Sustentabilidade
O documento expõe os impactos da companhia nas comunidades
na região onde atua no Paraná e Rio Grande do Sul
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Para a BSBIOS, sustentabilidade
é um dos
valores estratégicos.
Por isso, busca respeitar
o meio ambiente, privilegiar
a saúde, o bem-estar e a segurança
dos colaboradores e estabelecer
uma relação aberta e
de desenvolvimento com as
comunidades onde atua. A
BSBIOS lançou na unidade matriz,
em Passo Fundo (RS) e em
Marialva (PR), o primeiro Relatório
de Sustentabilidade produzido
de acordo com as diretrizes
da Global Reporting Initiative
- GRI.
A BSBIOS fundada em 15 de
abril de 2005 conta com duas
unidades industriais, sendo a
matriz em Passo Fundo (RS)
e, sua filial em Marialva (PR).
Com capacidade para produzir
aproximadamente 576 milhões
de litros de biodiesel/
ano, utiliza como principais
fontes de matérias-primas a
soja e a gordura animal. A
planta industrial gaúcha também
conta uma unidade de
processamento de grãos, que
consome 1 milhão toneladas
de soja ao ano, produzindo
óleo vegetal e farelo de soja. A
Estrutura
O presidente da BSBIOS, Erasmo
Carlos Battistella, destacou
que com esse Relatório foi possível
mensurar e apresentar
com transparência à sociedade
as conquistas e desafios da
companhia. “Expomos os impactos
diretos e indiretos dos
empreendimentos nas comunidades
em que atuamos, mostrando
os retornos econômicos,
ambientais e sociais de
sua instalação e produção,”
afirma o empresário ressaltando
que uma das premissas da
empresa é de estar integrada às
comunidades.
O doutor Ariaster Chimeli, professor
da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas – FIPE,
que prestou consultoria, destacou
que foi realizado um estudo
para verificar a contribuição da
BSBIOS ao PIB de Passo Fundo
e Marialva. Utilizando uma metodologia
inovadora, foi possível
fazer uma análise do que
seria o PIB desses municípios
se a empresa não tivesse se
instalado.
“Verificamos que a BSBIOS
contribuiu de forma direta e indireta
para o PIB de Passo
Fundo com um total de R$ 7,6
bilhões no acumulado entre
2005 e 2014 e, com 14,9 mil
empregos adicionais em 2014.
Já em Marialva, a contribuição
companhia que possui faturamento
superior a R$ 2,2 bilhões,
emprega diretamente
350 colaboradores.
A usina também produz reflexos
no campo, pelo menos
40% de toda a aquisição de
grãos é fruto da produção de
cerca de quinze mil agricultores
familiares. Nos últimos
anos a empresa vem se destacando
entre as três maiores
produtoras de biodiesel do
país, sendo que em 2016 foi a
companhia que teve o maior
volume de vendas.
foi de R$ 818 milhões, no período
de 2010 a 2014, gerando
857 empregos adicionais em
2014”, destacou Chimeli.
O prefeito de Passo Fundo, Luciano
Azevedo, fez uma relação
dos desafios econômicos que
o Brasil enfrenta e o que a instalação
da empresa proporcionou
ao município. “A BSBIOS
está descolada do restante da
realidade empresarial do país.
Aqui se tem salário em dia, investimentos,
produção a pleno,
o que reflete na qualidade de
vida da população. E há a identificação
da empresa com os
projetos da cidade”, ressaltou
Azevedo reconhecendo a importância
da BSBIOS para a comunidade.
Impacto econômico e
social na região
Outro ponto destacado no
Relatório foi em relação à
aquisição de matéria-prima
para a produção do biodiesel.
“A BSBIOS gera um expressivo
impacto econômico
e social na região quando
adquire 40% da matériaprima
de que necessita da
Agricultura Familiar, visto que
em 2016, foi pago adicionalmente
de bônus e de assistência
técnica para os pequenos
produtores de R$
11,9 milhões, beneficiando
mais de 15 mil famílias,”
destacou Fernanda Gabriela
Borger, pesquisadora da
FIPE.
O vice-presidente da Câmara
de Vereadores, Wesley Araújo
disse que as conquistas não
são só da BSBIOS, mas da
cidade de Marialva. “A empresa
está de parabéns pelo
Evento de
apresentação:
um dos valores
estratégicos
trabalho realizado. A BSBIOS
tem uma grande importância
para o nosso município não
só pela sua produção, mas
também pelas ações que realiza
na área social”, afirmou
Araújo ressaltando que muitos
jovens quando ingressam
no meio acadêmico veem a
empresa como uma oportunidade
para poderem buscar
trabalho e aplicarem seus
conhecimentos.
Jornal Paraná 11
BIODIESEL
BSBIOS amplia capacidade
em Marialva em 38%
Unidade passa a produzir 288
milhões de litros/ano, com
faturamento adicional de R$ 230
milhões/ano e acréscimo de
R$ 27 milhões em ICMS
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
ABSBIOS, unidade de
Marialva, foi autorizada
no início de novembro,
pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP)
a operar sua unidade industrial
com capacidade ampliada em
38%. Com isso, passa, dos
atuais 208,4 milhões, a produzir
288 milhões de litros de biodiesel/ano.
“Essa autorização chega em
um ótimo momento para nós e
também para Marialva, que
completou 66 anos em novembro.
Esse investimento é mais
uma retribuição ao município e
a região por acreditarem em
nós”, afirmou o presidente da
BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella.
Ele ressalta que em um estudo
realizado pela FIPE/USP constatou-se
que a companhia contribuiu
de forma direta e indireta
para o PIB de R$ 818 milhões,
no período de 2010 a 2014, gerando
857 empregos adicionais
para o município em 2014.
Battistella ainda contou que a
empresa gerará um faturamento
adicional de R$ 230 milhões/ano
e um acréscimo de
R$ 27 milhões em ICMS ao
município. A empresa já é a
maior arrecadadora de impostos
de Marialva.
O investimento em equipamentos
e tecnologia na planta
girou em torno de R$ 20 milhões.
Com a ampliação estão
sendo otimizados insumos e
mão-de-obra, e haverá uma
maior demanda por matériaprima
- óleo de soja e gordura
animal -, para atender a essa
nova capacidade. “Com essa
ampliação a companhia reafirma
sua crença no Programa
Nacional de Produção e Uso do
A empresa já é a maior arrecadadora de impostos no município
Biodiesel – PNPB e se capacita
ainda mais para atender ao
mercado de Biodiesel que está
em expansão, além do aumento
orgânico de combustíveis
esperado com o retorno
do crescimento da economia”,
afirma o diretor industrial, Ézio
Slongo.
O Brasil está atualmente com o
B8 – 8% de mistura de Biodiesel
ao óleo diesel -, e chegará
ao B10 em março de 2018.
Esse é o quarto aumento de
capacidade da planta desde
que ela entrou no mercado em
2010, com 127,08 milhões litros.
Em 2013 passou para
183,6 milhões litros, em 2015
para 208,8 milhões litros e
agora para 288 milhões litros.
Presidente da BSBIOS entre os 100 mais influentes
O presidente da BSBIOS,
Erasmo Carlos Battistella aparece
pelo quinto ano consecutivo
no ranking das 100 pessoas
mais influentes do agronegócio
brasileiro, que é formulado
pela Revista Dinheiro
Rural, da Editora Três. O empresário
se destacou na área
da bioenergia por exercer o
papel de liderança na divulgação
do biodiesel.
Em 2016 a BSBIOS teve um faturamento
de R$ 2,2 bi e alcançou
a marca de maior produtora
brasileira do biocombustível.
Apostando sempre no
futuro das energias renováveis,
neste ano, realizou importantes
ampliações de capacidade produtiva
em suas duas unidades
industriais em Passo Fundo/RS
e Marialva/PR, passando de
424,8 milhões para 576 milhões
de litros de biodiesel/ano.
“O agronegócio e, em especial,
o biodiesel são causas que eu
acredito e defendo. Ter sido escolhido
uma das lideranças do
setor, que é fundamental para o
Brasil, é uma grande honra e
uma satisfação para mim.
Quero dividir este reconhecimento
com todo meu time,
pois ninguém faz nada sozinho”,
afirmou o empresário
ao ficar sabendo da publicação.
Battistella ainda destacou que
a companhia também está nutrindo
relações internacionais
com fins a exportação do biocombustível,
sendo que recentemente
se associou à Associação
Americana de Biocombustíveis
Avançados - ABFA.
Outro importante destaque da
empresa é a aquisição de no
mínimo 40% das matérias-primas
utilizadas para a produção
do biodiesel ter como origem a
agricultura familiar, sendo que
no ano passado foram destinados
R$ 11,9 milhões para o
pagamento de bônus e assistência
técnica a cerca de 15 mil
famílias.
O empresário, Erasmo Carlos Battistella,
destaca-se pela liderança exercida
no setor do biodiesel
A Revista Dinheiro Rural homenageia,
anualmente, as personalidades
que fazem do campo
a maior força da economia brasileira
e, geram riqueza superior
a R$1,3 trilhão por ano.
12
Jornal Paraná
DOCE EQUILÍBRIO
O açúcar é essencial
como fonte de energia
Pesquisa mostra que 67% das pessoas que praticam atividade física
consomem o produto e 73% desse total apresentam peso adequado
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Resultados da pesquisa
“Consumo equilibrado:
uma nova percepção
sobre o açúcar”,
realizada pelo Instituto
Dante Pazzanese de Cardiologia
no âmbito da Campanha Doce
Equilíbrio, apontam que dos entrevistados
praticantes de atividade
física, 67% consomem
açúcar, sendo que a maioria
(73%) está com peso adequado.
De acordo com o preparador físico
Marcio Atalla, o dado está
alinhado com as recomendações
das principais organizações
de saúde. “Manter hábitos
saudáveis significa ter uma alimentação
adequada e fazer
exercícios regularmente. Precisamos
de todos os nutrientes
para o bom funcionamento do
organismo e o açúcar faz parte
deste contexto. No caso dos
esportistas, por exemplo, o ingrediente
é essencial como
fonte de energia”, explica.
Segundo o Daniel Magnoni,
cardiologista e chefe de nutrição
do Instituto Dante Pazzanese
de Cardiologia, o fato de
67% dos praticantes de atividade
física ingerirem açúcar e
73% desse total apresentarem
peso adequado sugere que o
ingrediente não é a principal
causa da obesidade ou do sobrepeso,
e sim um coadjuvante.
“Quando a pessoa se alimenta
bem, faz exercícios e segue um
estilo de vida equilibrado, o
açúcar pode e deve fazer parte
da rotina. Não vai causar problema.
Vale lembrar que nenhum
alimento isoladamente é
Números
•
71% dos entrevistados consomem
açúcar habitualmente
•
85% têm preferência pelo
tipo branco
•
88% afirmam adicionar açúcar ao
café e ao chá
•
26% ingerem alimentos açucarados
todos os dias
•
Menos da metade dos diabéticos
entrevistados consome açúcar
•
67% dos que praticam atividade física
consomem açúcar.
•
Destes, 73% têm o peso
normal
o responsável por problemas
de saúde”, ressalta Magnoni.
Para o cardiologista, o ingrediente
só é prejudicial quando
ingerido em grande quantidade
e somado a uma vida de excessos,
estresses e sedentarismo.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), até
10% das calorias totais diárias
podem ser obtidas via açúcar.
Marcio Atalla explica que existe
uma recomendação da OMS
para uma pessoa ser ativa.
“Para adultos entre 18 e 64
anos é preciso pelo menos 150
minutos de atividade por semana,
o que é aproximadamente
30 minutos por dia. Vale
lembrar que o movimento está
relacionado à medicina preventiva”,
finaliza.
O objetivo da pesquisa realizada
pelo Instituto Dante Pazzanese
de Cardiologia é compreender
os hábitos e comportamentos
de quem consome
açúcar. Foram realizadas 1.199
entrevistas com homens e mulheres
de 18 a 85 anos - pacientes
do ambulatório do
hospital e pertencentes às classes
A, B e C - durante os meses
de setembro e dezembro
de 2015.
Quando há
equilíbrio o açúcar
pode e deve
fazer parte
da rotina
Jornal Paraná 13
A agricultura e o agronegócio
no Brasil contribuíram
com 23,5% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país
em 2017, a maior participação
em 13 anos, segundo
a Confederação da
Agricultura e Pecuária do
Brasil. A criação de empregos
foi a mais alta em 5
PIB
DOIS
anos nos setores de agricultura
e produção de
carne, os únicos segmentos
da economia que aumentaram
o emprego.
Espera-se que o setor
agropecuário cresça em
até 11% neste ano e deverá
crescer mais 5% no
próximo.
Importações
As novas cotas trimestrais
de importação de etanol
impostas pelo Brasil recentemente
não conseguiram
inibir a chegada de produto
norte-americano, que continua
abastecendo o mercado
doméstico brasileiro.
Enquanto as novas regras
implementadas em setembro
levaram a uma reestruturação
das operações de
importação favorecendo
cargas menores, a política
agressiva de preços praticados
por produtores dos
Estados Unidos ajudou a
amenizar o impacto da alíquota
de 20% incidente sobre
as importações acima
de 150.000m³ por trimestre.
Metas climáticas
Quem acompanha a implementação
dos compromissos
que o Brasil impôs a si
mesmo no âmbito do
Acordo de Paris não tem dúvida:
o país caminha na
contramão de suas próprias
políticas climáticas. Para
além das crescentes emissões
de carbono no país -
que subiram 8,9% em 2016,
tornando mais distante a
meta de redução de 37% até
2025. O que mais preocupa
as organizações ligadas ao
clima são a falta de coordenação
entre os atores estatais
e a descontinuidade na
implementação da agenda
ambiental.
PONTOS
Dados da Câmara de Comercialização
de Energia Elétrica
indicam crescimento de 9%
na geração das usinas térmicas
movidas à biomassa entre
janeiro e setembro, 2.865
MW médios, na comparação
com 2016: 2.630 MW. A capacidade
instalada das plantas
movidas à biomassa do
Sistema Interligado Nacional
também evoluiu, chegando a
13 GW ao final de setembro,
11,8% superior ao registrado
no mesmo período de 2016
Petróleo
Biomassa
(11,6 GW). O bagaço de cana
foi o combustível mais utilizado
com 85% do total (2.435
Joint venture
A BP Biocombustíveis e a Copersucar
anunciaram a intenção
de formar uma joint
venture para operar o terminal
de armazenagem de etanol
conhecido como Terminal Copersucar
de Etanol, em Paulínia
(SP). Cada empresa terá
50% de participação na joint
venture, que operará de forma
independente e continuará
prestando serviços aos demais
clientes. Em operação
desde setembro de 2014, o
terminal pertence à Copersucar
e possui dez tanques, com
capacidade total de armazenagem
de 180 milhões de litros
de combustível e de movimentação
de 2,3 bilhões de litros
por ano, com possibilidade
de ampliação. O terminal
opera de forma multimodal,
com acesso a importantes
rodovias, dutos e, num
futuro breve, à ferrovia.
As importações de derivados
de petróleo pelo Brasil em
outubro, 21,438 milhões de
barris, subiram 60% ante o
mesmo mês do ano passado
(13,386 milhões) e cresceram
21% em relação a setembro
(17,656 milhões), evidenciando
que o produto importado
continua ganhando mercado
da Petrobras, que detém
quase 100% da capacidade
de refino do Brasil. A Petrobras
admitiu que estava perdendo
mercado para concorrentes,
que têm elevado compras
externas para suprir a demanda
doméstica. Isso ocorre
enquanto a empresa tenta
calibrar seus reajustes de preços.
No acumulado do ano,
as importações totais de derivados
do petróleo pelo Brasil
cresceram 25% para 193 milhões
de barris, próximo de
um recorde anual registrado
em 2014, que somaram
196,735 milhões de barris.
MW médios). No Paraná
foram produzidos 164 MW
médios.
Crescer
Conforme projeções publicadas
por vários economistas,
a economia mundial está
prosperando novamente e
deve ganhar impulso e amplitude
em 2018. As apresentadas
pelo Goldman Sachs
Group e pelo Barclays
são as mais otimistas até o
momento, com um crescimento
global previsto de 4%
para o próximo ano. Esta
seria a taxa mais alta desde
2011 e superaria a proporção
de 3,7% que o Goldman
Sachs estima para este ano.
14 Jornal Paraná
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou
para cima sua estimativa para a produção global de açúcar
na safra 2017/18, 184,949 milhões de toneladas contra
179,636 milhões de toneladas no relatório anterior. Se confirmada
a nova projeção, serão quase 13,5 milhões de toneladas
a mais que na temporada 2016/17: de 171,472 milhões de toneladas.
Entre os fatores para a revisão de safra global está a
expectativa de aumento da produção brasileira no ciclo
2017/18, que subiu de 39,650 milhões para 40,2 milhões de
toneladas, por conta de clima favorável, melhora de tratos culturais
e pelo menor uso da cana para etanol. Apesar do aumento
na estimativa de consumo global de açúcar, de 171,559 milhões
em maio para 174,223 milhões de toneladas, o superávit de
oferta no mercado mundial passou de 8,07 milhões no relatório
anterior para 10,7 milhões de toneladas no atual.
Os produtores de milho dos
EUA poderão entrar em
breve no mercado japonês
de biocombustíveis, ameaçando
o domínio da canade-açúcar
brasileira sobre
um dos maiores consumidores
de gasolina do mundo.
O Ministério do Comércio
Exterior do Japão planeja
Açúcar
Japão
Fechada
PET
A Braskem está testando um
processo químico renovável
que pode fazê-la entrar em
novo segmento de mercado,
o de insumos para plásticos
PET, muito usado em garrafas
de bebidas e que possui uma
demanda global de milhões e
toneladas por ano. Maior petroquímica
das Américas, a
Braskem fez parceria com a
especialista dinamarquesa em
catalisadores Haldor Topsoe
para construir uma fábrica em
miniatura que testará a viabilidade
de produção em larga
escala do componente monoetilenoglicol
(MEG), um dos
permitir que suas refinarias
usem o etanol americano,
baseado no milho, em um
aditivo misturado à gasolina.
Atualmente, o Japão usa
apenas cana-de-açúcar brasileira.
O Japão busca diversificar
suas fontes de abastecimento
de gasolina para
expandir o uso de energia
sustentável no país.
O número de usinas sucroalcooleiras
que ficará de portas
fechadas no Brasil na
safra 2018/19 deverá ser
maior que no ciclo atual. A
tendência ainda reflete a
crise que abalou muitas empresas
do setor na primeira
metade desta década e que
até hoje recai sobre a produtividade
dos canaviais, mas
também tem relação com os
problemas climáticos que limitaram
a produção nos últimos
anos. De um total de
444 usinas no país, 79 não
ligarão as máquinas na próxima
temporada, conforme
levantamento da RPA Consultoria.
Em 2017/18, 76
unidades não operaram. Mas
o número poderá ser maior,
já que diversas companhias
com poucos recursos em
caixa ainda estão definindo
sua programação.
principais ingredientes do PET,
atualmente produzido a partir
de petróleo ou gás natural.
Testes de laboratório e pilotos
realizados pela Braskem demonstraram
que o MEG a partir
de açúcar tem um rendimento
maior que o obtido a
partir de etanol.
Etanol de soja
Desde 2012, quando a Caramuru
Alimentos começou a
produzir proteína concentrada
de soja, no Mato Grosso, a empresa
passou a aproveitar o resíduo,
cerca de 230 toneladas
diárias melaço de soja, para alimentação
do gado e geração
de energia. Agora decidiu produzir
etanol de soja, um projeto
pioneiro no País em escala industrial,
para ser usado como
combustível e matéria-prima na
indústria química. Em parceria
com o Finep, empresa pública
de fomento à tecnologia e inovação,
a Caramuru está implementando
a fábrica, que começa
a funcionar em dois
anos, com capacidade de 6,8
milhões de litros de etanol por
ano e 3 mil toneladas de lecitina
de soja. O investimento
total será de R$115 milhões. A
tecnologia para produção de
etanol de soja é nacional.
OPEP
A demanda por petróleo
crescerá a um “ritmo saudável”
nos próximos cinco
anos em meio à expansão
mais veloz das fontes renováveis
que o de todos os
demais tipos de energia,
disse a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo
(Opep). A demanda bruta
aumentará em média 1,2
milhão de barris por dia até
2022 e diminuirá para
300.000 barris por dia entre
2035 e 2040. A participação
dos combustíveis fósseis
na matriz energética
global ficará em menos de
80% em 2020 e cairá para
75,4% em 2040.
Estudo
Um estudo publicado na revista
“Nature Climate Change”
mostrou que a expansão
da produção de canade-açúcar
entre 37,5 e 116
milhões de hectares, com
fins na conversão em etanol,
poderia reduzir em até
5,6% as emissões globais
de dióxido de carbono, basicamente
com a substituição
do uso da gasolina. O
estudo aponta ainda que a
expansão do uso do etanol
pode ser uma solução no
curto prazo para que a meta
ratificada no último acordo
climático em Paris seja atingida.
Vinhaça
Um processo de tratamento
da vinhaça por filtragem em
materiais que permitem a
melhoria das características
poluentes desse resíduo e,
com isso, seu uso para o
cultivo em algas, é resultado
de uma tecnologia recente
desenvolvida na Universidade
Federal de São Carlos
(UFSCar). Tecnologia promete
reduzir danos ambientais
da indústria.
Jornal Paraná 15