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OPINIÃO
Oportunidade com o Rota 2030
Podemos eleger a eletrificação através do híbrido flex a etanol, criando um padrão mundial capaz
de ser exportado para vários países
PLINIO NASTARI (*)
Está em avaliação pelo
governo proposta de
redução da alíquota do
Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) sobre
carros elétricos a bateria de
25% para 7%. Este incentivo
se somaria à já aplicada isenção
do Imposto de Importação
de 35%. A única justificativa
possível é o modismo ou desejo
de copiar o que é feito em
outros países sem avaliar o
impacto na economia e no
meio ambiente.
A proposta é um dos elementos
do Rota2030, programa
que deve substituir o Inovar-
Auto, condenado na Organização
Mundial do Comércio
(OMC) por criar benefícios à
indústria local.
Se o critério for técnico devese
reconhecer que o veículo
atual utilizando combustível renovável
é mais limpo do que o
carro elétrico a bateria. Segundo
a Associação Brasileira
de Engenharia Automotiva
(AEA),
considerando a
avaliação de
ciclo de vida,
um veículo leve
convencional
movido a
etanol emite
apenas 45 gramas
(g) de
CO 2 por km, e
quando usa
gasolina emite
166 g.
Considerando o mix de combustíveis
no Brasil, a emissão
média é de 129 g. O carro elétrico
a bateria produzido na Europa
emite 139 g. Portanto, o
que o Brasil faz hoje com motores
a combustão interna já é
superior ao que a Europa e os
EUA almejam alcançar com os
carros elétricos a bateria.
O recurso será muito melhor
gasto se for oferecido para
reduzir o consumo energético
dos veículos que usam
combustíveis renováveis
De outro lado, há ganhos consideráveis
ainda a serem implementados
nos atuais veículos
a combustão interna, e
há a opção de incentivar os híbridos
flex e os carros movidos
a células combustível,
que também são considerados
elétricos e tem um consumo
energético igualmente baixo. O
híbrido flex usando etanol
emite apenas 23 g, e a célula
a combustível emite incríveis
11 g.
Fica claro que é preciso definir
qual tipo de eletrificação o País
almeja. Podemos eleger a eletrificação
através do híbrido
flex a etanol, criando um padrão
mundial capaz de ser exportado
para vários países.
O carro elétrico a bateria depende
de baterias fabricadas
com lítio e cobalto, minerais
escassos e de preços crescentes.
O lítio é encontrado basicamente
na China e no Chile,
e já se discute limites de disponibilidade
e a dependência
sobre essas origens.
O preço do cobalto
mais do que dobrou
em 2017
para 75 mil
US$ por tonelada,
e se projeta
que deva
dobrar novamente
nos próximos
dois
anos. Dois terços
do cobalto
são extraídos
no Congo, onde
a Anistia Internacional
indica que milhares
de crianças, algumas
com 7 anos de idade, o extraem
em condição de trabalho
escravo e de risco.
A bateria é cara, o seu descarte
é poluente e sua vida útil
é limitada, o que leva a um
custo elevado de reposição,
sendo por isso tecnologia a
que poucos consumidores
têm acesso. Além disso, depende
de infraestrutura que
não existe e precisa ser criada
a alto custo.
É exatamente para compensar
esse custo que a redução do
IPI é cogitada e a isenção do
Imposto de Importação aplicada.
Mas esses são incentivos
na direção errada.
O recurso será muito melhor
gasto se for oferecido para reduzir
o consumo energético
dos veículos que usam combustíveis
renováveis, para a
promoção dos híbridos flex e,
no futuro, da célula a combustível
utilizando etanol, biodiesel
e biometano. Já está
instalada no Brasil a distribuição
de etanol em quase 42
mil postos de revenda, que
equivalem a uma rede de
energia solar disponibilizada
na forma de líquido de alta
densidade energética.
O Congresso aprovou e o presidente
Temer sancionou o
RenovaBio, que tem como objetivo
induzir ganhos de eficiência,
e reconhecer a capacidade
dos biocombustíveis
reduzirem emissões de carbono.
O Rota2030 é irmão
siamês do RenovaBio, e pode
criar um modelo de desenvolvimento
que valorize a engenharia
nacional.
A indústria automotiva e a de
combustíveis precisam de
previsibilidade e estabilidade
para realizar investimentos. A
definição de uma visão integrada
que valorize nossa capacitação
nestes setores representa
uma oportunidade
histórica para o Brasil se consolidar
como liderança ambiental
e energética.
(*) Ex-presidente do Conselho
da Associação Brasileira
de Engenharia Automotiva
(AEA) e representante da sociedade
civil no Conselho
Nacional de Política Energética.
2
Jornal Paraná
SAFRA 2018/19
Coopcana dá a largada
No Paraná, a expectativa é repetir
os números do período anterior,
processando entre 36 a 37 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar
MARLY AIRES
Acolheita de cana-deaçúcar
no Paraná
teve início no último
dia 15 de fevereiro.
A primeira usina a retomar as
atividades foi a Coopcana, de
Paraíso do Norte. A decisão
da cooperativa de antecipar
os trabalhos teve como objetivo
aproveitar os preços
atrativos de venda do etanol,
estratégia que vem sendo
adotada pela usina nos últimos
anos.
A perspectiva paranaense,
entretanto, é que a maior
parte das indústrias só esteja
em operação na primeira
quinzena de abril. Segundo o
presidente da Alcopar, Miguel
Tranin, as usinas paranaenses
têm postergado a
retomada da colheita nos últimos
anos buscando corrigirem
o ciclo do canavial,
além da falta de cana bisada,
que sobra de um ano para o
outro no campo. Também,
as chuvas mais intensas, um
maior período de in-
Jornal Paraná 3
SAFRA 2018/19
solação e as temperaturas
mais altas aceleraram o
crescimento da cana-de-açúcar,
mas, diminuiu a concentração
de açúcar neste momento.
Para a safra 2018/19, a expectativa,
diz Tranin, é repetir
os números da safra 2017/
18 processando entre 36 a
37 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar. O canavial
continua envelhecido e o
Mesmo estando ainda em entressafra
no Centro Sul do
país, no dia 16 de fevereiro,
sete unidades estavam processando
cana segundo a
União da Indústria de Cana de
Açúcar (Unica). Devido à boa
oferta de cana bisada em
parte da região, muitas usinas
aproveitaram para começar
mais cedo e os volumes de
produção são relevantes para
o período.
As chuvas de final de ano fizeram
com que muitas indústrias
no Centro-Sul deixassem
cana-de-açúcar no campo de
um ano para o outro, volume
estimado em 9 a 12 milhões/t,
segundo as contas da Safras
& Mercado. A oferta de etanol
também está sendo reforçada
pelas importações e pela produção
de etanol a partir do
milho.
Com a demanda interna aquecida
nos últimos meses (venda
de etanol foi 8% maior na
percentual de renovação
ficou aquém do considerado
ideal. Tranin comenta ainda
que os canaviais paranaenses
têm sofrido bastante
com o avanço da mecanização
da lavoura, prejudicando
a produtividade. Mas,
acredita que o problema
deva ser resolvido assim que
as antigas variedades forem
sendo substituídas por outras
mais adaptadas à mecanização
e for usado os espaçamentos
adequados,
além da entrada de máquinas
mais modernas com
avanços tecnológicos.
Em 2017, por conta do inverno
mais seco, que acelerou
a safra, os trabalhos encerraram
mais cedo na maioria
das usinas paranaenses,
fechando o ano civil com o
processamento de 36,483
milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Centro Sul começa mais cedo
primeira quinzena de fevereiro
ante igual período de 2017) e
os preços favoráveis ao etanol
na entressafra, respaldados
pela alta do preço da gasolina
nas bombas, o biocombustível
tem oferecido às usinas melhor
remuneração que o açúcar.
Embora o mercado de etanol
tenha se tornado mais atrativo
para as usinas desde setembro,
a tônica da safra 2017/18
na região Centro-Sul ainda é
Na Coopcana, as máquinas
pararam dia 29 de novembro,
possibilitando antecipar a manutenção.
Foram industrializados
na usina 3,16 milhões
de toneladas de cana e produzidos
132 mil toneladas de
açúcar, 165,92 milhões de litros
de etanol e 146.832 MW
de energia elétrica fornecida à
rede.
Os investimentos feitos no
plantio e cultivo, renovando
mais açucareira porque as
usinas começaram a temporada
com alto volume de açúcar
com preços já fixados. Por
isso, a oferta brasileira de açúcar
ainda foi elevada.
Já com a perspectiva de uma
safra mais "alcooleira" em
2018/19, a expectativa dos
executivos é de que o enxugamento
da oferta brasileira de
açúcar no mundo acabe sustentando
os preços da commodity.
os canaviais, além do clima
favorável ao desenvolvimento
da cultura, com bom volume
de chuva e calor, levam a expectativa
de que a safra
2018/19 seja um pouco
maior do que a do ano anterior
na Coopcana. A usina
tem trabalhado com a expectativa
de colher 3,31 milhões
de toneladas de cana e produzir
135 mil toneladas de
cana e 173 milhões de litros
de etanol.
Ainda é cedo para se concluir
sobre alterações nos números
estimados da safra 2018/19,
que por hora continuam, de
acordo com a Unica, presos
em 578 milhões de toneladas
moídas, 31,5 milhões/t de açúcar
- 41,7% da cana, o menor
volume do alimento em três
anos. Quanto ao etanol, análises
medianas do mercado
falam entre 27 a 30 bilhões de
litros de etanol, sendo em torno
de 17/18 bilhões de litros do
combustível hidratado.
4 Jornal Paraná
INDÚSTRIA
Santa Terezinha suspende
atividades em Umuarama
Plantio e tratos culturais das lavouras continuam e toda cana produzida
será esmagada pela unidade de Ivaté, otimizando a indústria
MARLY AIRES
AUsina Santa Terezinha
suspendeu as atividades
de moagem de
cana-de-açúcar de
sua unidade em Umuarama -
Costa Bioenergia, localizada no
município com o mesmo nome,
no Paraná. Com isso, já na
safra 2018/19, que começa
em abril, a indústria deixa de
operar. A retomada das operações
está programada para
2020.
Neste período, toda a matériaprima
disponível dessa unidade
será processada na indústria
da empresa localizada
em Ivaté, que fica próxima,
segundo informou a diretoria
da Santa Terezinha.
Também serão mantidos e
respeitados os contratos junto
aos parceiros da área agrícola.
As atividades de plantio,
tratos culturais e demais continuarão
ocorrendo normalmente,
já que o objetivo é reformar
os canaviais para retomada
da moagem no futuro.
Aos colaboradores da unidade
em Umuarama será oportunizado
o remanejamento para
as demais unidades, no sentido
de minimizar, ao máximo,
impactos econômicos e sociais.
Segundo os diretores, em nota
oficial, a medida foi tomada
devido às bruscas alterações
de mercado dos últimos anos,
que têm afetado de diversas
maneiras a produção de açúcar
e etanol, se constituindo
em uma das piores crises
econômicas do setor sucroenergético
dos últimos anos,
que levou cerca de 80 unidades
industriais em todo o Brasil
a fecharem e que deixou
outras tantas em sérias dificuldades
econômicas.
A unidade de Umuarama foi
inaugurada em junho de
2009, sendo concebida dentro
do que há de mais moderno:
é toda automatizada e
eletrificada, além de adotar o
conceito de empresa verde.
Foi adquirida pela Santa Terezinha
em 2013.
A safra 2017/18 da unidade
foi encerrada no final de novembro.
A indústria gera mais
de 900 empregos diretos.
A Usina Santa Terezinha possui
dez unidades produtivas
no Paraná e uma no Mato
Grosso do Sul, além do terminal
logístico em Maringá e o
terminal rodoferroviário em
Paranaguá, sendo a sexta
maior empresa do setor de
açúcar e álcool do País e a
maior do segmento açúcar e
álcool do Sul do Brasil. Na
safra 2017/18 também paralisou
as atividades da unidade
de São Tomé, transferindo
toda a produção de cana-deaçúcar
para as unidades de
Tapejara e Rondon.
Ainda é sócia da PASA – Paraná
Operações Portuárias,
terminal de armazenagem e
exportação de açúcar em Paranaguá;
da CPA Armazéns
Gerais, terminal de armazenagem
e transbordo de líquidos
e a granel, em Sarandi; da Álcool
do Paraná, que administra
o terminal público de exportação
de etanol; e da
CPLPAR, companhia constituída
para construir o poliduto,
visando escoar a produção de
etanol do Estado até o Porto
de Paranaguá, entre outros investimentos.
A empresa conta com mais de
16 mil colaboradores nos setores
agrícola, industrial e administrativo.
Na safra 2016/
17, a usina esmagou cerca de
18,1 milhões de toneladas de
cana, produzindo 1,78 milhão
de toneladas de açúcar - na
sua totalidade destinadas à
exportação -, 430 milhões de
litros de etanol e 703 megawatts/hora
de bioeletricidade,
para consumo interno e comercialização
na rede de
transmissão de energia elétrica.
Jornal Paraná 5
RENOVABIO
O que vem por aí
A ideia é que traga previsibilidade de como o setor vai se comportar ao longo dos
próximos anos. Metas devem modular o grau de incentivo aos investimentos no período
DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Oobjetivo da Política
Nacional de Biocombustíveis
(RenovaBio),
sancionada
em dezembro do ano passado
pelo presidente Michel
Temer, é bem claro: impulsionar
o uso de combustíveis renováveis
e ajudar na redução
de emissões de gases do
efeito estufa.
E o setor de biocombustíveis
aguarda a sua implementação
como parte do processo de
recuperação econômica do
setor. A ideia é que o Renova-
Bio traga previsibilidade de
como o setor vai se comportar
ao longo dos próximos
anos e o setor privado está
atento à definição das metas,
que devem modular o grau de
incentivo aos investimentos
no período.
Os efeitos positivos de sua
implementação, entretanto,
ainda devem demorar, acredita
Miguel Tranin, presidente
da Alcopar. O programa só
começa a funcionar em 2020.
“Há várias etapas a serem
vencidas ainda”, diz.
Com a publicação da minuta
(que é o primeiro passo) com
o modelo de governança do
RenovaBio pelo governo federal,
inicia-se a discussão junto
à sociedade, com o parte do
processo de regulamentação
do programa do setor de biocombustíveis,
conforme divulgado
pelo Ministério de
Minas e Energia.
A partir da sanção foi definido
um prazo de 180 dias para
definições de metas nacionais
de descarbonização e outros
objetivos - como estabelecer
o papel de ministérios, governo,
setor de biocombustíveis,
mercado de capitais e
outros -, no funcionamento
do programa.
A definição das metas nacionais
caberá ao Conselho Nacional
de Política Energética
(CNPE) e ao Comitê de Monitoramento
de Mudanças Climáticas,
afirmou Aurélio
Amaral, diretor da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP).
As metas individuais, desdobradas
a partir das metas nacionais,
e que serão atribuídas
a cada uma das mais de 230
distribuidoras, só serão definidas
pela Agência Nacional
de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) em
2019, segundo Amaral. A definição
dessas metas deve
levar em consideração fatores
como a participação de mercado
das empresas e os
dados de movimentação de
combustíveis.
A agência já está se organizando
para a regulamentação
do RenovaBio. Neste semestre,
a ANP pretende editar
O prazo oficial para publicação
do decreto com as
discussões vai até 24 de
junho, mas a expectativa,
segundo Márcio Félix, secretário
de Petróleo, Gás e
Combustíveis Renováveis
Desdobramento
uma resolução que conterá os
requisitos para o credenciamento
das firmas inspetoras
responsáveis pela certificação
dos produtores de biocombustíveis,
que emitirão os certificados
de biocombustíveis
(CBios).
Uma segunda resolução, prevista
para ser editada no segundo
semestre, conterá as
regras de comercialização dos
CBios que serão atribuídos
aos produtores de biocombustíveis
pelas firmas e adquiridos
pelos distribuidores de
combustíveis para que elas alcancem
as metas de emissão
de gases de efeito estufa.
do Ministério de Minas e
Energia (MME), é que tudo
fique pronto antes disso,
porque o decreto é necessário
para a criação das
metas de descarbonização.
O RenovaBio vai ao encontro
do Acordo do Clima de
Paris, que vale a partir de
2020 e pelo qual o Brasil se
comprometeu a cortar as
emissões de gases causadores
do efeito estufa em
43% até 2030, tendo por
base os volumes de 2005.
Pelas estimativas do próprio
governo, o programa
pode gerar investimentos
de 1,4 trilhão de reais e
economia de 300 bilhões
de litros em gasolina e diesel
importados até 2030 -
os derivados de petróleo
seriam substituídos pelo
combustível renovável produzido
localmente.
6
Jornal Paraná
PERSPECTIVAS
É hora de estruturar para crescer
Para Marcos Fava Neves, é preciso trabalhar alguns pontos da cadeia
produtiva de cana e aproveitar o RenovaBio para ter sustentabilidade
Com o RenovaBio, o
PIB da cadeia produtiva
do setor sucroenergético
pode
saltar dos atuais US$ 44 bilhões
para US$ 74 bilhões
em 2030, criando muitas
oportunidades e transformando
o Brasil numa das
matrizes energéticas mais
limpas do mundo, afirmou
Marcos Fava Neves, professor
de Planejamento na Faculdade
de Economia, Administração
e Contabilidade
da Universidade de São Paulo
(FEA/USP), campus de Ribeirão
Preto, com base em
estudo que conduziu para a
Confederação Nacional da
Indústria.
No evento de fechamento
dos quatro anos do projeto
Caminhos da Cana, Marcos
disse que o momento é de
aproveitar a estratégia para
voltar a crescer sustentavelmente.
“É hora de estruturarmos
as trilhas de crescimento
do setor com os
incentivos que virão sem repetir
os erros de outros ciclos
de crescimento”. E
sugeriu alguns pontos de trabalho
que deveriam movimentar
a cadeia produtiva
em 2018.
Entre eles está gestão por
metro quadrado do canavial,
aumentando a eficiência e
matando o conceito de hectare,
além da inovação de insumos
usados na produção,
do ferramental tecnológico e
de digitalização. Enquanto
outras culturas do agro tiveram
grandes saltos de produtividade,
a de cana continua
a mesma dos últimos 15
anos, citou.
Organizar e integrar
Fortalecer as organizações do
setor é outro ponto considerado
fundamental por Marcos
Fava Neves, assim como
criar a "mesa da cana", onde
agentes de todos os elos da
cadeia sentam periodicamente
para discutir estratégias,
estar atento aos problemas
e ter força política lutando
pelos pontos de convergência.
Da mesma forma,
é preciso integrar a pesquisa
pública e privada, reduzindo
as redundâncias e com foco
em resultados, acrescentou.
Entre várias outras sugestões,
Marcos ainda citou a
necessidade de fortalecer
ainda mais a imagem de sustentabilidade
da cana. “Apesar
dos esforços todos, a comunicação
do setor ainda deixa
a desejar. Toda a carga geradora
de empregos, impostos,
inclusão econômica e social
e todos os benefícios ambientais
da cana ainda são pouco
conhecidos pelos consumidores
finais. É necessário
usar mecanismos criativos
das mídias digitais para inserir
o conhecimento dos benefícios
da cana na sociedade
brasileira”, ressaltou.
Professor diz que há ganhos ao associar cana com outras atividades
Outro ponto defendido pelo
professor é a gestão pela
economia do compartilhamento
de ativos e o melhor
uso destes, seguindo a revolução
ocorrida no ambiente
de negócios. “Estas tecnologias
rapidamente chegam à
agricultura e com a aprovação
da lei da terceirização no
Brasil, temos grandes oportunidades
para mudar já em
2018 as formas de fazer negócios,
priorizando empresas
especializadas em atividades
produtivas diminuindo
os ativos, reduzindo ociosidades
e ganhando eficiência”,
afirmou.
Para Marcos, o mundo caminha
para valorizar cada
vez mais a economia circular,
sustentável, em nível individual
ou regional. “Existem
grandes ganhos ao integrar
a cana com outras atividades,
como amendoim,
soja, confinamento, aves e
suínos, onde os resíduos de
uma tornam-se insumos de
outra, melhorando os resultados
da região”.
O professor também destacou
que existe um grande
espaço nas usinas para melhoria
de processos e de
equipamentos, entre outros,
visando maior eficiência industrial
e aproveitamento total
dos produtos. Uma tese
de doutorado na FEARP/USP
analisou 33 usinas em cinco
safras e mostrou que se as
outras 32 tivessem o desempenho
da melhor, teriam
sido gerados R$ 2,6 bilhões
a mais em produtos.
Jornal Paraná 7
DOCE EQUILÍBRIO
Taxação de bebidas açucaradas é
ineficaz no combate à obesidade
Cogitada como uma ação que pode melhorar a dieta da população, a medida
não tem efetividade comprovada e pode até provocar um efeito reverso
Aideia de taxar bebidas
açucaradas
tem ganhado espaço
no Brasil. A
proposta, apoiada na crença
de que o açúcar está
entre os principais responsáveis
pelo aumento de
peso em crianças e adultos,
tem como argumento
de defesa a melhora da
dieta dos brasileiros e a diminuição
do potencial risco
de obesidade, problema
que já atinge um em cada
cinco brasileiros.
A taxação, reivindicada por
alguns como uma forma de
incentivar a escolha de alimentos
considerados mais
saudáveis, aumentaria o
preço de um produto com
açúcar, inibindo a sua compra
e, consequentemente,
o consumo. Assim, os brasileiros
ingeririam menos
calorias por dia, o que, em
tese, reduziria os alarmantes
índices de doenças como
a obesidade.
Este efeito, porém, não foi
observado em países que
implementaram a legislação,
provando que a medida
não tem eficácia comprovada
nesse quesito. Na
verdade, o total de calorias
ingeridas pareceu não mudar
significativamente.
Na Dinamarca, o chamado
“imposto da gordura” foi
revogado após um ano de
duração, em 2011. Durante
o período, 80% da população
não mudaram seus hábitos
de consumo e muitos
Entenda a obesidade
O conceito de obesidade é
comumente definido como
alimentação desequilibrada e
excessiva. Aliada ao sedentarismo,
gera desproporção entre
a ingestão de calorias e
seu gasto. Mas, além disso, o
excesso de peso resulta de
vários outros fatores: condições
genéticas, endócrinas,
estresse, problemas de sono
e outros.
A doença também é causada
migraram para produtos
mais baratos. Em casos
extremos, parte dos consumidores
passou a fazer
compras nos países vizinhos.
Em 2014, o México colocou
a taxação em prática
aumentando em 10% o
valor dos gordurosos e
açucarados. Nos primeiros
anos, verificou-se uma leve
queda nas vendas. Com o
passar do tempo, entretanto,
veio o efeito reverso:
a procura por refrigerantes
voltou a crescer e, embora
o consumo diário de calorias
tenha diminuído, em
dois anos a média do Índice
de Massa Corporal
(IMC) da população continuou
a aumentar.
por particularidades comportamentais
da cultura moderna.
Segundo a nutricionista
Marcia Daskal, o ritmo acelerado
das grandes metrópoles
tem relação direta com a alimentação.
“Com pouco tempo
para a refeição, a tendência
é se alimentar fora de
casa, já que é a opção mais
rápida. Por consequência, o
ato de comer se tornou um
momento de pouca ou nenhuma
atenção aos sinais do
Nos países que
implementaram a
legislação, a
medida não
teve eficácia
corpo, como o da saciedade”,
comenta.
Além disso, para o cardiologista
e nutrólogo do Instituto
Dante Pazzanese, Daniel Magnoni,
a obesidade não
8 Jornal Paraná
está relacionada a um
ingrediente específico. “O
problema é profundo e as autoridades
e profissionais de
saúde devem entender que
ações de educação não acontecem
no curto prazo”.
Hoje, visando um impacto
imediato no balanço calórico,
a população caminha para um
estilo de vida insustentável,
cortando alimentos considerados
‘vilões’ sem pensar em
uma mudança comportamental
como um todo. Isto é muito
sério”, destaca o médico.
Segundo dados divulgados
pelo último Vigitel, pesquisa
realizada anualmente pelo Ministério
da Saúde, já houve
uma redução de 14% no consumo
de refrigerantes e sucos
artificiais em dez anos, resultado
dos debates realizados
na sociedade civil brasileira
sobre qualidade de vida e
como se alimentar melhor.
Porém, nota-se que a população
com sobrepeso continua
a crescer no País.
Impacto na escolha?
“Isto mostra que a necessidade
de mudar hábitos alimentares
se dá por meio da
educação nutricional. Ainda
existe uma falta de conhecimento
sobre escolhas conscientes
que façam sentido
dentro de cada estilo de vida,
contemplando também a prática
de atividades físicas”, comenta
Marcia.
Prática de
atividades físicas
é uma mudança
de hábito
fundamental
Além de não estabelecer uma
relação direta entre o preço
do produto e a redução nos
índices de obesidade, a taxação
de bebidas açucaradas
demonstra ser um caminho
incerto para a melhora da
saúde dos brasileiros, já que
nenhuma solução isolada é
eficaz a ponto de resolver a
obesidade.
Frente a isso, os especialistas
concordam sobre a importância
da implementação de medidas
públicas que impulsionem
uma mudança efetiva
para hábitos mais saudáveis,
levando em conta trabalhar a
reeducação alimentar nas escolas
e nos programas de
saúde, além de combater o
sedentarismo, reintegrando o
cidadão no espaço urbano.
Outra proposta que contribuiria
para mudar o cenário atual
é a orientação de profissionais
da saúde e da educação
sobre como repassar à sociedade
informações valiosas
para uma alimentação equilibrada,
variada e, sobretudo,
saudável.
“São necessárias boas políticas
de saúde pública, munindo
os brasileiros de informação
para que façam sozinhos
as escolhas condizentes
com o estilo de vida. É
preciso lembrar que não
existe nenhum alimento ‘vilão’
ou proibido. Não basta taxar
um ingrediente ou discriminálo,
mas sim ampliar o debate
para incluir quantidades adequadas
e o seu consumo
consciente”, aponta o cardiologista
e nutrólogo do Instituto
Dante Pazzanese, Daniel Magnoni.
Conclusão dos especialistas:
é preciso incentivar uma dieta
balanceada, combinada com
exercícios físicos e acompanhamento
de outros fatores
que podem influenciar altos
índices de obesidade. Não
basta, portanto, simplesmente
excluir um ingrediente da
sua dieta ou punir as pessoas
que consomem alimentos
com açúcar. O que importa é
a forma e a quantidade com
que cada ingrediente é consumido
dentro do contexto cultural
e social de cada brasileiro.
Não existe nenhum alimento ‘vilão’ ou proibido,
mas é preciso incentivar uma dieta balanceada
Jornal Paraná 9
DOIS
PONTOS
Kits flex-fuel
O kit que possibilita o uso de combustíveis com até 85%
de etanol em carros a gasolina, aprovado recentemente
na França, fará a demanda interna de etanol disparar no
próximo ano, declararam produtores locais. Atualmente,
o país consome em torno de 800 milhões de litros anuais
de etanol, a maior parte derivada de beterraba-açucareira
e grãos. O consumo deve aumentar em 22,5 milhões de
litros.
As importações de diesel do
Brasil cresceram 63,6% em
2017 ante o ano anterior para
um recorde desde os
anos 2000, em um ano marcado
pela perda de participação
de mercado da Petrobras,
apontaram dados
oficiais. As compras externas
do combustível fóssil -
que é o mais consumido no
Diesel
Brasil - somaram 81,486
milhões de barris, segundo a
Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis.
As importações de
gasolina A, no ano passado,
por sua vez, cresceram
53,4% ante 2016, para cerca
de 28,232 milhões de barris,
também uma máxima desde
pelo menos os anos 2000.
Menos açúcar
As usinas do Centro-Sul do
Brasil devem produzir 10%
menos açúcar na safra 2018/
19, 42,4% da oferta de cana,
em meio a preços pouco atrativos
para o adoçante e estímulos
à fabricação de etanol,
projetou a INTL FCStone. Isso
resultará em produção de
32,4 milhões de toneladas.
Enquanto os preços de gasolina
mais elevados e o sistema
de cotas e tributação
sobre etanol importado dos
Estados Unidos oferecem
perspectivas positivas para os
preços do biocombustível no
Brasil, as cotações internacionais
do açúcar bruto na
Bolsa de Nova York têm oscilado
próximo das mínimas
dos últimos anos frente à
perspectiva de superávit global
do adoçante neste ano. A
consultoria prevê que a produção
total de etanol na região
alcance 27,1 bilhões de
litros, alta de 5,2%, sendo
16,4 bilhões de hidratado e
10,7 bilhões de anidro.
Uma pesquisa da Associação
Brasileira de Marketing Rural e
Agronegócio, que antecipa o
Censo Rural do IBGE mostra
que a participação de mulheres
na administração de propriedades
rurais no Brasil passou
de 10%, em 2013, para
30% no ano passado. Uma em
cada três propriedades rurais
do País tem mulheres ocupando
funções de comando –
há cinco anos, eram 10%.
China
Mulheres
Quando não são as principais
responsáveis pelas propriedades,
elas atuam como administradoras,
dividem as atividades
com um familiar ou estão
sendo preparadas para assumir
essas funções. Com o
aumento do uso da tecnologia
no campo, a força física deixou
de ser uma barreira para
muitas atividades. Elas também
estão se preparando mais
para assumir as funções. Uma
A China, maior importador
de açúcar do mundo, comprou
2,29 milhões de toneladas da
commodity em 2017, queda de
25,2% em relação ao ano anterior
e o menor volume desde
2010. O recuo ocorreu na esteira
de medidas adotadas por
Pequim para proteger produtores
locais de açúcar. Pequenos
produtores de açúcar na América
do Sul e no Sudeste Asiático
aumentaram suas vendas
à China em 2017, aproveitando-se
de altas taxas aplicadas
sobre importações brasileiras e
tailandesas. O Brasil, o maior
produtor e exportador de açúcar
do mundo, não vendeu
açúcar para a China em dezembro
e exportou apenas
790,37 mil toneladas em todo
o ano de 2017, queda de
60,3% em relação a 2016.
Europa
Quatro meses depois de ter
suprimido seu regime de
cotas de produção de açúcar
e garantia de preços ao produtor,
a União Europeia já
prevê que vai importar menos
e exportar bem mais a
commodity do que sinalizavam
suas estimativas iniciais.
Estimativas preliminares
apontam para 2,8 milhões de
toneladas, ante 1,5 milhão de
em cada quatro mulheres tem
formação superior. Entre os
homens, um em cada cinco.
Também, a faixa etária média
dos produtores rurais caiu
entre 2013 e 2017. No ano
passado, os agricultores e pecuaristas
tinham, em média,
46,5 anos. Em 2013, essa
média era de 48 anos. É uma
indicação de que os filhos de
produtores estão permanecendo
no campo.
Índia
A produção de açúcar na
Índia deve crescer 33% no
ano comercial 2017/18
ante o ciclo anterior, para
27 milhões de toneladas,
dando ao segundo maior
produtor mundial oferta
suficiente para exportações.
O país asiático deve
consumir cerca de 25,75
milhões de toneladas em
2017/18.
toneladas em anos anteriores.
A expectativa é que a
produção europeia de açúcar
alcance 20,5 milhões de toneladas
em 2018, ante 16,8
milhões no ano passado.
10 Jornal Paraná
O Brasil utiliza apenas 7,6%
de seu território com lavouras,
somando 63.994.479 hectares.
Estudo da agência espacial
dos Estados Unidos
NASA confirma os números
da Embrapa. O estudo da
NASA demonstra que o Brasil
protege e preserva a vegetação
nativa em mais de 66%
de seu território e cultiva apenas
7,6% das terras. A Dinamarca
cultiva 76,8%, dez vezes
mais que o Brasil; a Irlanda,
74,7%; os Países Baixos,
66,2%; o Reino Unido
63,9%; a Alemanha 56,9%. A
Carinata
Um novo produto está sendo
estudado nos Estados Unidos
para contribuir com o
mercado de biocombustíveis:
a chamada Carinata,
uma oleaginosa produzida
no inverno, parecida com a
canola, que pode ser utilizada
para produzir um biocombustível
de alta qualidade
e rações para gado.
Tailândia
Área
Foto Valter Cunha
área da Terra ocupada por lavouras
é de 1,87 bilhão de
hectares. A população mundial
atingiu 7,6 bilhões em outubro
passado, resultando que
cada hectare, em média, alimentaria
4 pessoas. Na realidade,
a produtividade por
hectare varia muito, assim
como o tipo e a qualidade dos
cultivos. A maior parte dos
países utiliza entre 20% e 30%
do território com agricultura.
Os da União Europeia usam
entre 45% e 65%. Os Estados
Unidos, 18,3%; a China,
17,7%; e a Índia, 60,5%.
Máquinas agrícolas
O faturamento da indústria
de máquinas e implementos
agrícolas alcançou R$ 13,5
bilhões em 2017, incluindo
vendas para o mercado interno
e externo. Este montante
é 7,2% superior em
relação ao apurado em
2016, conforme nota da Associação
Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos.
A receita das exportações
do setor cresceu
84,5% no período, para R$
923,5 milhões, ante R$
500,5 milhões ao fim de
2016. As importações de
máquinas para agricultura
também aumentaram. O
valor importado superou em
10,6% o de 2016 e alcançou
R$ 312,8 milhões.
Selo
No mapa, são 27 os estados
do Brasil, considerando
o Distrito Federal. Mas uma
região nas fronteiras dos
estados do Paraná, Mato
Grosso do Sul, São Paulo,
Minas Gerais e Goiás ganhou
o status de “28º estado
informal”. Surgido a
partir do avanço da cultura
de cana nas últimas décadas,
esse novo “estado”
tem 250 municípios e cinco
milhões de trabalhadores.
Tem dinâmica, leis e orçamento
próprios, além de influência
econômica e política,
que garantem ao Brasil
Pesquisa
Uma equipe formada por pesquisadores
do Brasil, Reino
Unido e Estados Unidos identificou
um gene envolvido na
dureza das paredes celulares
de vegetais. A supressão desse
gene aumentou a liberação
de açúcares em até 60%. Segundo
os pesquisadores, para
a produção de etanol de segunda
geração, feito a partir
da biomassa vegetal, a descoberta
trata-se de um
avanço importante que permitirá
o desenvolvimento de
plantas com paredes celulares
mais fáceis de serem quebradas,
aumentando a eficiência
na produção do combustível.
‘28º Estado’
o posto de maior produtor
de cana do mundo. Esta é a
conclusão do pesquisador
Ângelo Cavalcante, doutorando
pelo Programa de
Pós-Graduação em Geografia
Humana da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP. Segundo
ele, trata-se de um
“estado autônomo”, que,
com a produção de energia
elétrica, biomassa, etanol e
açúcar, movimenta mais de
R$ 100 bilhões ao ano. Região
responde por mais de
80% da produção canavieira
do país.
A Tailândia deve produzir recordes de cana e de açúcar na
safra 2017/18, em meio a condições climáticas favoráveis
no país, devendo ficar entre 11 milhões e 12 milhões de toneladas.
Nos últimos dois anos, o segundo maior exportador
global de açúcar sofreu com a pior seca em duas
décadas, seguida de fortes chuvas que interromperam os
trabalhos agrícolas em algumas regiões. O recorde anterior
foi de 105 milhões de toneladas em 2014/15.
Disputa
O governo militar da Tailândia
eliminou o controle dos preços
domésticos do açúcar e
da administração de vendas
como parte de uma revisão
regulamentar para evitar uma
disputa comercial com o Brasil.
Os movimentos foram delineados
em uma série de
documentos do governo. A
partir de agora, os preços do
açúcar se moverão de acordo
com os preços do mercado.
A Tailândia fornecia
subsídios domésticos de 160
bahts (5 dólares) por tonelada
aos produtores de cana,
estabelecia preços domésticos
de açúcar entre 19 a
22,50 bahts (0,6 a 0,7 dólar)
por quilo e atribuía uma certa
quantidade de açúcar para
consumo doméstico enquanto
exportava o resto.
No início de ano, 60 usinas
sucroenergéticas que produzem
energia elétrica renovável
e sustentável para o consumo
próprio e para o Sistema
Interligado Nacional
passou a deter o Certificado
Energia Verde, emitido pelo
Programa de Certificação de
Bioeletricidade. A iniciativa,
lançada em 2015 pela Unica
em cooperação com a Câmara
de Comercialização de
Energia Elétrica, tem o apoio
A indústria de agrotóxicos está
preocupada com a escassez
de matéria-prima para a produção
dos defensivos agrícolas.
O cenário de oferta apertada
decorre do endurecimento das
Defensivos
leis ambientais na China, maior
produtora de matérias-primas
para a indústria química, o que
provoca o fechamento de fábricas
e o aumento dos preços de
princípios ativos nas indústrias
da Associação Brasileira dos
Comercializadores de Energia.
O selo é a primeira certificação
no Brasil focada na
energia produzida a partir da
cana.
remanescentes. Diante disso, a
expectativa de analistas é que
os defensivos tenham aumento
de no mínimo 30% este ano. O
maior temor hoje é que haja
falta de produtos.
Jornal Paraná 11
APRENDIZES
Santa Terezinha forma novas turmas
O programa investe na formação
cidadã e profissional e é realizado
na empresa em parceria com o
Senar desde 2010
ASSESSORIA DE
COMUNICAÇÃO
Em 2017, a Usina
Santa Terezinha investiu
em doze turmas
do Programa
AAJ (Aprendizagem de Adolescentes
e Jovens) em nove
unidades da empresa, contribuindo
com o desenvolvimento
de habilidades aliado
ao universo corporativo.
O programa tem como propósito
oportunizar o ingresso
do jovem no mercado de
trabalho e foi implantado pela
primeira vez no Paraná na
Usina Santa Terezinha - Unidade
Ivaté, ainda em 2010.
Desde então, tem multiplicado
em muitas cidades do
estado.
Durante a qualificação, os
aprendizes ainda têm a
chance de desenvolver talentos,
participar da rotina da
Usina Santa Terezinha e adquirir
conhecimentos que
fazem a diferença no futuro
pessoal e profissional. As
unidades da Usina Santa Terezinha
oferecem o AAJ para
a formação em Mecânica de
Manutenção de Tratores, realizado
em parceria com o
Senar (Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural) do Paraná.
O programa é composto por
três segmentos: Núcleo Básico
- Desenvolvimento Comportamental,
Núcleo Específico
- Mecânica de Tratores e
Prática profissional - Oficina
Agrícola.
Ao final do curso, que tem
duração de um ano, os
aprendizes recebem o certificado
de conclusão em um
evento de formatura e celebram
a conquista ao lado de
instrutores do Senar, familiares,
colaboradores da usina
e demais representantes de
instituições parceiras.
Realizado durante a semana,
em período de contra turno
escolar o AAJ atende jovens
de 14 a 24 anos que estejam
matriculados ou tenham
concluído os ensinos fundamental
e médio de forma regular.
As aulas, que aliam
teoria e prática, permitem a
vivência do jovem no dia-adia
do mundo profissional.
12 Jornal Paraná