15.02.2019 Views

09 - Jornal Paraná Setembro 2018

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

OPINIÃO<br />

Mudanças inquietantes<br />

nos impõem desafios<br />

A nosso ver, será uma<br />

transformação adequada a<br />

cada região do planeta e das<br />

peculiaridades de cada país<br />

MIGUEL TRANIN*<br />

Diante da realidade<br />

atual do setor sucroenergético,<br />

que<br />

passa por inúmeros<br />

desafios, o momento de dificuldades<br />

e incertezas deve<br />

ser aproveitado naturalmente<br />

como um importante aprendizado,<br />

do qual extrairemos<br />

as lições e as experiências<br />

para chegarmos a um ambiente<br />

mais estável.<br />

A constância do aprender e<br />

do reaprender faz parte do<br />

nosso dia a dia; reciclar conhecimentos<br />

e buscar soluções<br />

e inovações sustentáveis,<br />

também.<br />

De toda forma, é inquietante<br />

a mudança que se observa<br />

pelo mundo, com a onda<br />

verde, buscando-se, de energias<br />

alternativas, algo que,<br />

com certeza, nos levará a<br />

uma transformação muito<br />

significativa nos próximos<br />

anos. A nosso ver, será uma<br />

mudança adequada a cada<br />

região do planeta e das peculiaridades<br />

de cada país.<br />

No Brasil, que possui uma indústria<br />

automobilística de<br />

base, há de se pensar nos<br />

impactos sociais e econômicos<br />

que serão provocados<br />

por esses novos tempos.<br />

Mas aqui, em especial, se<br />

vislumbra uma grande oportunidade,<br />

por se contar com<br />

um combustível renovável e<br />

um parque industrial estruturado.<br />

Referimo-nos ao veículo<br />

híbrido flex, que consome<br />

etanol com baixíssima<br />

emissão.<br />

Experiências têm demonstrado<br />

que esse veículo a etanol<br />

emite cerca de um terço<br />

a menos de gramas de gás<br />

carbônico equivalente/quilômetro<br />

do que um veículo elétrico<br />

europeu (considerando<br />

a fonte de energia elétrica na<br />

UE). Nosso híbrido flex revela-se<br />

ainda mais econômico,<br />

sendo que a indústria<br />

nacional detentora dessa tecnologia<br />

poderá, assim, não<br />

apenas ter prosseguimento,<br />

como também incrementar a<br />

sua atividade.<br />

Especialistas projetam um<br />

grande potencial para essa<br />

opção tecnológica até, pelo<br />

menos, 2040, quando, segundo<br />

eles, a tecnologia/fator<br />

custo-benefício dos veículos<br />

elétricos com fonte na energia<br />

solar vai passar a dominar<br />

o mercado, principalmente<br />

pela sua eficiência.<br />

No entanto, quando falamos<br />

em energia elétrica no Brasil,<br />

a certeza é de que será necessário<br />

investir muito em geração<br />

e em transmissão, uma<br />

vez que continuamos ainda<br />

no limite do risco de apagões,<br />

É preciso pensar em produtos alternativos,<br />

com maior valor agregado, atrelado ao<br />

crescimento mundial da demanda por<br />

produtos renováveis e recicláveis "<br />

em especial se houver um<br />

ciclo de crescimento do País.<br />

Considerando que apenas<br />

vinte anos nos separam dessa<br />

realidade, não temos ainda<br />

uma resposta quando nos<br />

perguntamos: qual o horizonte<br />

de investimentos nesse<br />

prazo?<br />

Por outro lado, contamos, no<br />

Brasil, com um programa<br />

que é fruto de uma grande<br />

união nacional pelos biocombustíveis,<br />

setores sucroenergéticos<br />

e de biodiesel,<br />

que se soma ao trabalho do<br />

Ministério das Minas e Energia,<br />

Empresa de Pesquisa<br />

Energética e Agência Nacional<br />

de Petróleo e Gás. Tratase<br />

do RenovaBio, que, se receber<br />

incentivos e a esperada<br />

continuidade na sua implantação,<br />

poderá reduzir ou<br />

eliminar a dependência governamental,<br />

por meio da<br />

comercialização dos CBios .<br />

Nesse cenário, o etanol de<br />

cana-de-açúcar enfrenta<br />

também o desafio trazido<br />

pelo etanol de milho, que, se<br />

antes era uma realidade apenas<br />

nos EUA, agora já se<br />

transformou em um concorrente<br />

no mercado brasileiro,<br />

onde passou também a ser<br />

produzido em escala.<br />

(*) Miguel Rubens Tranin é<br />

presidente da Alcopar. Publicado<br />

originalmente na<br />

Revista Opiniões.<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA<br />

Canaviais retomam<br />

crescimento com chuvas<br />

<strong>Paraná</strong> já está com mais do que<br />

metade da safra de cana-de-açúcar<br />

colhida, 53,4% do total até o dia 31/7<br />

As chuvas retornaram<br />

de forma mansa, generalizada<br />

e bem distribuída,<br />

somando<br />

entre 100 a 130 milímetros na<br />

média, conforme a região, o<br />

que é um bom volume, afirmou<br />

o engenheiro agrônomo<br />

e presidente da Alcopar, Miguel<br />

Tranin, mas, destacou, é<br />

fundamental que continuem a<br />

ocorrer dentro da normalidade<br />

para que os canaviais voltem<br />

a se desenvolver bem.<br />

“Essas chuvas trouxeram alívio<br />

no campo. É preciso<br />

aguardar a reação do canavial<br />

para avaliar o impacto sobre a<br />

safra atual e sobre a próxima<br />

safra, mas o setor no <strong>Paraná</strong><br />

já vinha se trabalhando com a<br />

perspectiva de uma perda de<br />

5% a 10% na produção, conforme<br />

a região. A cana perdeu<br />

muita umidade e teve seu desenvolvimento<br />

atrasado, principalmente<br />

as lavouras cortadas<br />

neste período mais seco”,<br />

avaliou o presidente da<br />

Alcopar.<br />

As usinas também já retomaram<br />

o plantio de mudas de cana<br />

nas áreas de reforma. Tinha<br />

usina que estava com o<br />

trabalho parado a mais de 30<br />

dias. “Essa estiagem prejudicou<br />

muito também a renovação<br />

dos canaviais”, citou Tranin.<br />

Por conta do envelhecimento<br />

ocorrido nos últimos<br />

anos e a consequente queda<br />

de produtividade, “as usinas<br />

vinham priorizando os investimentos<br />

em renovação da cana”,<br />

disse, ressaltando que<br />

agora depende de o clima ajudar<br />

para que se consiga plantar<br />

tudo que estava previsto.<br />

Com pouco mais do que metade<br />

da safra colhida, 53,4%,<br />

até o dia 31/7 tinha sido moído,<br />

na safra <strong>2018</strong>/19, o total<br />

acumulado de 19.649.708 toneladas<br />

de cana-de-açúcar<br />

dos 36.762.900 toneladas<br />

esperadas este ano. Comparando<br />

com as 17.255.426 toneladas<br />

registradas no mesmo<br />

período do ano safra<br />

2017/18, o aumento é de<br />

13,9%, mostrando o ritmo<br />

acelerado da colheita este<br />

ano.<br />

Por conta da estiagem que<br />

marcou a quinzena, a qualidade<br />

da matéria prima vinha<br />

sendo boa. A quantidade de<br />

Açúcares Totais Recuperáveis<br />

(ATR) por tonelada de cana<br />

no acumulado da safra<br />

<strong>2018</strong>/19 ficou no período<br />

4,5% acima do valor observado<br />

na safra anterior, totalizando<br />

138,43 kg de ATR/t de<br />

cana, contra 132,52 kg ATR<br />

em 2017/18.<br />

Com esse volume de cana<br />

foram produzidas 1.157.831<br />

toneladas de açúcar, volume<br />

10,7% menor em relação ao<br />

mesmo período no ano passado,<br />

mostrando que se tem<br />

priorizado a produção de etanol,<br />

destinando somente<br />

44,49% da matéria prima<br />

para a produção da commodity.<br />

A expectativa é encerrar<br />

o ano com a produção de<br />

2,589 milhões de toneladas.<br />

Já de etanol total foram industrializados<br />

879,176 milhões<br />

de litros dos 1,336 bilhão<br />

esperados. Deste total,<br />

310,480 milhões de litros são<br />

de etanol anidro (misturado à<br />

gasolina) até a data, e<br />

568,696 milhões de litros são<br />

de hidratado.<br />

Esta antecipação da safra,<br />

por causa das duas estiagens<br />

seguidas ocorridas, tem preocupado<br />

o setor. “Num primeiro<br />

momento, o tempo<br />

mais seco favoreceu a maturação<br />

da cana, concentrando<br />

mais açúcar, mas a colheita<br />

acelerou tanto que possivelmente<br />

as usinas terão que reduzir<br />

a velocidade da moagem<br />

para não colher cana<br />

fora do período ideal de desenvolvimento<br />

e maturação”,<br />

afirmou Tranin.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


CENTRO-SUL<br />

Venda de hidratado bate novo recorde<br />

Competitividade do renovável nos<br />

postos é a melhor nos últimos oito<br />

anos. Mais de 60% da cana segue<br />

direcionada à produção de etanol<br />

Ovolume de etanol total<br />

comercializado pelas<br />

unidades produtoras<br />

do Centro-Sul atingiu<br />

1,5 bilhão de litros na segunda<br />

quinzena de julho, quase 35%<br />

superior ao resultado observado<br />

no mesmo período de<br />

2017. Esse significativo crescimento<br />

decorre do volume recorde<br />

de etanol hidratado comercializado<br />

ao mercado interno<br />

na segunda metade de julho:<br />

930,40 milhões de litros.<br />

Esse aumento expressivo nas<br />

vendas de hidratado remete à<br />

competitividade do produto<br />

frente à gasolina na maior parte<br />

do mercado brasileiro. Pesquisa<br />

da Agência Nacional do Petróleo,<br />

Gás Natural e Biocombustíveis<br />

(ANP), com dados<br />

compilados pela Unica, indica<br />

uma paridade média de 62%<br />

entre os combustíveis no Brasil,<br />

muito aquém do rendimento<br />

técnico médio de 73%, ao longo<br />

da semana de 29 de julho a<br />

4 de agosto.<br />

Em pelo menos seis Estados -<br />

São Paulo, <strong>Paraná</strong>, Minas Gerais,<br />

Mato Grosso, Goiás e Rio<br />

de Janeiro - a competitividade<br />

do renovável nos postos tem<br />

sido a melhor ao longo desta<br />

década. Por exemplo, na capital<br />

paulista e em cidades do interior<br />

do Estado, a relação tem<br />

estado abaixo dos 60%.<br />

Para o diretor Técnico da Unica,<br />

Antonio de Padua Rodrigues,<br />

“nesse momento, abastecer<br />

com o etanol gera uma<br />

importante economia ao consumidor,<br />

além dos inúmeros<br />

benefícios ambientais e de saúde<br />

pública proporcionados pelo<br />

consumo de uma fonte de<br />

4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

energia limpa e renovável.” Importante<br />

destacar também a<br />

contribuição do etanol anidro,<br />

aquele misturado à gasolina,<br />

para atenuar o preço do combustível<br />

fóssil nas bombas,<br />

concluiu.<br />

Tomando-se os preços da última<br />

semana e comparando esses<br />

valores com o rendimento<br />

médio dos veículos, é possível<br />

concluir que um proprietário de<br />

carro flex com consumo médio<br />

de 200 litros de combustível por<br />

mês está obtendo uma economia<br />

média de R$ 120 mensalmente<br />

pelo uso do etanol.<br />

Aplicando a mesma lógica a<br />

todo o volume de hidratado comercializado<br />

pelas usinas do<br />

Centro-Sul no último mês, chegamos<br />

a uma economia de R$<br />

970 milhões proporcionada<br />

pelo biocombustível.<br />

Em relação ao anidro, as vendas<br />

ao mercado interno alcançaram<br />

407,40 milhões de litros<br />

na última de metade de julho,<br />

registrando crescimento de<br />

20% em relação ao volume comercializado<br />

nas duas quinzenas<br />

anteriores. Esse aumento<br />

é explicado especialmente pela<br />

maior quantidade de etanol<br />

transferida à região Norte-Nordeste<br />

após a redução nas importações<br />

do produto.<br />

No total de julho, as vendas das<br />

unidades produtoras alcançaram<br />

2,70 bilhões de litros, sendo<br />

253,04 milhões direcionados<br />

à exportação e 2,45 bilhões<br />

ao mercado interno. No<br />

mercado interno, o volume comercializado<br />

de anidro atingiu<br />

748,63 milhões de litros e de<br />

hidratado 1,70 bilhão, com<br />

crescimento de 51,9% em relação<br />

a julho de 2017.<br />

A quantidade de cana-de-açúcar<br />

processada no Centro-Sul<br />

totalizou 47,34 milhões de toneladas<br />

nos 15 dias finais de<br />

julho, 6,99% inferior às 50,91<br />

milhões de toneladas apuradas<br />

no mesmo período do último<br />

ano.<br />

Quanto à produção de açúcar,<br />

esta somou 2,61 milhões de<br />

toneladas na segunda metade<br />

de julho, expressiva queda de<br />

23,65% (equivalente a mais de<br />

810 mil toneladas) sobre o resultado<br />

em igual período da<br />

safra 2017/18. Em contrapartida,<br />

a fabricação de etanol aumentou<br />

24,66%, alcançando<br />

2,60 bilhões de litros.<br />

Abastecer com o etanol gera economia ao consumidor, além dos<br />

inúmeros benefícios ambientais e de saúde pública<br />

Para o executivo da Unica, “as<br />

vendas de julho surpreenderam<br />

especialmente por ser um período<br />

de férias no Brasil”. A expectativa<br />

é de que o volume<br />

comercializado atinja patamares<br />

superiores no mês de agosto,<br />

acrescenta Padua.<br />

No acumulado desde abril até<br />

o final de julho, o volume comercializado<br />

de etanol atingiu<br />

9,24 bilhões de litros de etanol,<br />

sendo 6,25 bilhões de hidratado<br />

e 2,98 bilhões de anidro.<br />

Deste total, apenas 513,06 milhões<br />

de litros (ou seja, menos<br />

Moagem e produção<br />

Deste volume, 864,26 milhões<br />

de litros correspondem ao etanol<br />

anidro e 1,74 bilhão ao etanol<br />

hidratado. Este último representa<br />

um crescimento de<br />

51,37% comparado aos 1,15<br />

bilhão de litros registrados na<br />

segunda quinzena de julho de<br />

2017.<br />

“Diante desses resultados,<br />

menos de 40% da cana segue<br />

direcionada à produção de<br />

açúcar”, comenta o executivo.<br />

Nos últimos 15 dias de julho,<br />

38,47% da matéria-prima processada<br />

destinou-se à fabricação<br />

de açúcar, contra 50,35%<br />

na mesma quinzena do ano<br />

passado. No acumulado da<br />

atual safra, este percentual<br />

atinge apenas 36,52%.<br />

Sobre o etanol de milho, sua<br />

produção alcançou 22,87 milhões<br />

de litros na última metade<br />

de julho, totalizando<br />

210,67 milhões no ciclo<br />

<strong>2018</strong>/2019.<br />

de 6%) destinaram-se às exportações<br />

e 8,72 bilhões foram<br />

direcionados ao mercado interno<br />

- crescimento de 15,3%<br />

em relação ao mesmo período<br />

de 2017, com destaque para<br />

as vendas internas de hidratado<br />

que somaram 6,04 bilhões e<br />

registraram aumento de 37,7%<br />

em relação ao último ano.<br />

No acumulado desde o início<br />

desta safra até 1º de agosto,<br />

a moagem totalizou 314,80<br />

milhões de toneladas, com<br />

14,75 milhões de toneladas<br />

de açúcar fabricadas - frente<br />

a 17,63 milhões no mesmo<br />

período de 2017. No caso do<br />

etanol, são 16,05 bilhões de<br />

litros produzidos, dos quais<br />

4,94 bilhões anidro e 11,11<br />

bilhões de hidratado.<br />

A concentração de Açúcares<br />

Totais Recuperáveis (ATR) alcançou<br />

150,64kg por tonelada<br />

de cana-de-açúcar nos 15 dias<br />

finais de julho, contra 140,21 kg<br />

na mesma quinzena do último<br />

ano - alta de 7,44%. No acumulado<br />

até 1º de agosto, esse indicador<br />

atingiu 134,67 kg por<br />

tonelada, aumento de 5,24%<br />

em relação à safra 2017/<strong>2018</strong>.


NOVIDADE<br />

Alto Alegre lança Açúcar Demerara<br />

Produto de sabor diferenciado e que preserva a melhor qualidade e os<br />

valores nutricionais em seus cristais já vem conquistando o mercado<br />

Com o objetivo de<br />

ampliar o seu leque<br />

de produtos, a Usina<br />

Alto Alegre investiu<br />

em um novo nicho de mercado<br />

oferecendo ao consumidor<br />

um produto de sabor<br />

diferenciado e que preserva a<br />

melhor qualidade e os valores<br />

nutricionais em seus cristais<br />

de coloração marrom: o Açúcar<br />

Demerara, vendido em<br />

embalagem de 1 kg e produzido<br />

na unidade de Presidente<br />

Prudente.<br />

A comercialização da nova<br />

linha de produto da Alto Alegre<br />

foi iniciada em março<br />

deste ano e já vem conquistando<br />

os consumidores, segundo<br />

a diretoria comercial<br />

da empresa. O foco inicial é<br />

o mercado de varejo interno<br />

e tem trabalhado de forma a<br />

agregar o Açúcar Demerara<br />

à comercialização dos demais<br />

produtos da marca, tradicionais<br />

e com grande penetração<br />

no mercado brasileiro.<br />

Além da exportação de açúcar<br />

a granel, a empresa atua<br />

no varejo com a marca Alto<br />

Alegre, oferecendo, sem contar<br />

o lançamento, os produtos:<br />

Açúcar Refinado Amorfo<br />

(embalagens de 5kg e 1 kg) e<br />

Açúcar Cristal (embalagens<br />

de 5kg e 2 kg).<br />

Segundo dados da empresa,<br />

em quatro meses de vendas<br />

efetivas, foi garantida a presença<br />

do Açúcar Demerara<br />

na maioria de seus clientes,<br />

desde minimercados até<br />

grandes redes do varejo. E o<br />

objetivo da Alto Alegre é garantir<br />

a presença do novo<br />

produto em toda sua rede de<br />

distribuição em curto espaço<br />

de tempo. Estão sendo avaliadas<br />

ainda outras possibilidades<br />

de produtos e embalagens,<br />

porém não há uma<br />

data prevista para conclusão<br />

dos estudos.<br />

Com sede em Presidente Prudente,<br />

São Paulo, município<br />

onde também está instalada<br />

uma unidade industrial, a usina<br />

também possui mais três<br />

unidades nos municípios de<br />

Colorado, Santo Inácio e Florestópolis,<br />

no estado do <strong>Paraná</strong>,<br />

e pertence ainda ao<br />

grupo a Usina Alta Mogiana,<br />

instalada em São Joaquim da<br />

Barra (SP).<br />

A Alto Alegre está entre os<br />

maiores complexos industriais<br />

de açúcar, etanol e energia<br />

do Brasil e está entre as<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


primeiras marcas do segmento<br />

de açúcar no estado<br />

de São Paulo e nos três estados<br />

da região Sul – <strong>Paraná</strong>,<br />

Santa Catarina e Rio Grande<br />

do Sul.<br />

Na última safra, encerrada em<br />

abril deste ano, o grupo esmagou<br />

16 milhões de toneladas<br />

de cana-de-açúcar, com<br />

a produção de 1,5 milhões de<br />

toneladas de açúcar, 360 milhões<br />

de litros de etanol hidratado<br />

e anidro e a cogeração<br />

de 600 mil MW/h de energia<br />

elétrica.<br />

Durante toda a sua existência,<br />

a usina primou pela produção<br />

de produtos de excelente<br />

qualidade. Para tanto, sempre<br />

procurou investir em modernos<br />

equipamentos, tecnologias<br />

de ponta para produção<br />

de açúcar e etanol e, principalmente,<br />

na educação de<br />

seus funcionários, oferecendo-lhes<br />

cursos que possibilitassem<br />

um aprimoramento<br />

tanto do ponto de vista técnico,<br />

quanto do ponto de<br />

vista administrativo, com ênfase<br />

na educação para a qualidade.<br />

Esta filosofia de trabalho,<br />

além do crescimento da empresa<br />

em termos de moagem<br />

e produção, promoveu o desenvolvimento<br />

de valores que<br />

foram se fortalecendo e se<br />

solidificando ao longo dos<br />

tempos, tornando-se uma<br />

cultura da empresa.<br />

Mais informações sobre os<br />

diferentes tipos de açúcar<br />

podem ser obtidas no site<br />

www.altoalegre.com.br.<br />

Foto aérea<br />

da unidade de<br />

Santo Inácio<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


TRANSPORTE<br />

Tabela do frete é sancionada<br />

mesmo com distorções<br />

Ao impor valores muito acima dos praticados pelo mercado, haverá reflexos<br />

diretos na renda do produtor rural e no aumento do preço dos alimentos<br />

Não faltaram esforços<br />

por parte do<br />

setor produtivo. Na<br />

tentativa de encontrar<br />

uma solução para o impasse<br />

gerado pela greve dos<br />

caminhoneiros, a partir da<br />

qual uma tabela de frete rodoviário<br />

passou a ser exigida,<br />

representantes do agronegócio<br />

e do segmento cooperativista<br />

brasileiro reuniram-se<br />

no dia 1/8, no Palácio do Planalto,<br />

com o presidente Michel<br />

Temer.<br />

Entretanto, no dia 9/8, o presidente<br />

sancionou a lei que<br />

institui valores mínimos de<br />

fretes rodoviários praticados<br />

no Brasil. O tabelamento de<br />

fretes foi uma das medidas<br />

prometidas pelo governo<br />

após a paralisação que afetou<br />

diversos setores da economia<br />

nacional e provocou<br />

desabastecimento.<br />

No encontro em Brasília, os<br />

cooperativistas haviam transmitido<br />

ao presidente a dificuldade<br />

que o setor produtivo<br />

vem enfrentando a partir da<br />

imposição de uma tabela para<br />

o frete, a qual, na visão deles,<br />

apresenta enormes distorções<br />

e deveria ter a finalidade<br />

de servir como uma referência.<br />

“O setor de transporte de<br />

cargas é muito setorizado. Há<br />

muitas particularidades e<br />

num país de dimensões continentais<br />

como o Brasil, essas<br />

especificidades só aumentam.<br />

Não há como estabelecer<br />

uma tabela única, por<br />

isso esse valor deveria ser<br />

uma referência”, ressalta Miguel<br />

Tranin, presidente da Alcopar,<br />

que tem acompanhado<br />

de perto as discussões<br />

em torno do assunto.<br />

Ao impor valores muito acima<br />

daqueles praticados pelo<br />

mercado, haverá, segundo<br />

os cooperativistas, reflexos<br />

diretos na renda do produtor<br />

rural e também no aumento<br />

do preço dos alimentos, com<br />

impacto na inflação, prejudicando<br />

toda a sociedade.<br />

O setor sucroenergético, a<br />

exemplo de todo agronegócio,<br />

também foi penalizado<br />

com o tabelamento do frete.<br />

Isso apesar de a maior parte<br />

do transporte de açúcar ser<br />

feita por ferrovias; da distribuição<br />

do etanol ser feita pelas<br />

distribuidoras; e de grande<br />

parte das usinas terem<br />

frota própria ou terceirizada<br />

para o transporte da canade-açúcar<br />

do campo para a<br />

indústria e do transporte do<br />

açúcar da indústria até os terminais<br />

multimodais.<br />

“Nosso maior problema é o<br />

encarecimento dos insumos,<br />

especialmente calcário e adubos,<br />

o que só vem aumentar<br />

ainda mais nossos custos de<br />

produção e diminuir nossas<br />

margens”, comentou o presidente<br />

da Alcopar.<br />

Tranin deve participar dia 27<br />

de agosto de uma audiência<br />

pública agendada com o ministro<br />

Luiz Fux, do Supremo<br />

Tribunal Federal, para discutir<br />

o assunto entre as partes e<br />

equacionar o problema.<br />

Além do fato que especialistas<br />

têm defendido que o tabelamento<br />

do frete é inconstitucional<br />

e que causa insegurança<br />

jurídica, o presidente<br />

da Alcopar aponta que os<br />

maiores prejudicados com<br />

isso serão os motoristas autônomos,<br />

que na maioria<br />

possui veículos mais antigos,<br />

com idade média de 23 anos<br />

e meio.<br />

“As indústrias e empresas em<br />

geral vão investir em frota<br />

própria e em dois ou três<br />

anos esse pessoal terá dificuldade<br />

de encontrar cargas<br />

para transporte. A situação ficará<br />

pior do que hoje”, finalizou.<br />

8<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


MEIO AMBIENTE<br />

<strong>Setembro</strong> é mês de semear o verde<br />

Mais de 5 mil crianças participam de projeto de educação ambiental<br />

realizado pela Usina Santa Terezinha em comemoração ao Dia da Árvore<br />

DA ASSESSORIA<br />

DE COMUNICAÇÃO<br />

Por sete anos seguidos,<br />

a Usina Santa<br />

Terezinha tem investido<br />

em atividades<br />

educativas, culturais e plantio<br />

de árvores com alunos da<br />

rede municipal de ensino do<br />

<strong>Paraná</strong> e Mato Grosso do Sul.<br />

Este ano, serão mais de 30<br />

escolas participantes do projeto,<br />

contemplando cerca de<br />

5.000 alunos e alunas dos 3º,<br />

4º e 5º anos. São 20 municípios<br />

e seus distritos envolvidos<br />

em atividades que reúnem<br />

palestras educativas,<br />

apresentações teatrais, passeios<br />

ecológicos, concursos<br />

culturais com premiação e<br />

plantio de mudas de árvores<br />

nativas, frutíferas e ornamentais.<br />

Desde 2012, houve 30.275<br />

crianças participantes e<br />

189.145 árvores plantadas<br />

ao longo do projeto. O Semeando<br />

o Verde é realizado pela<br />

Usina Santa Terezinha em<br />

parceria com secretarias municipais<br />

de educação, IAP<br />

(Instituto Ambiental do <strong>Paraná</strong>),<br />

Emater (Instituto Paranaense<br />

de Assistência Técnica<br />

e Extensão Rural) e conta<br />

com um patrocinador para<br />

cada edição. Este ano, o patrocínio<br />

é da Arysta Life-<br />

Science.<br />

Em comemoração ao Dia da<br />

Árvore (21 de setembro), o<br />

projeto tem como propósito<br />

incentivar o desenvolvimento<br />

de uma sociedade responsável,<br />

promovendo às futuras<br />

gerações o protagonismo para<br />

ações que contribuam com<br />

a recuperação e preservação<br />

do meio ambiente.<br />

Em 2017, Maringá foi um dos<br />

municípios participantes do<br />

Semeando o Verde, proporcionando<br />

atividades para<br />

mais de 300 crianças e professores<br />

no distrito de Iguatemi<br />

(a 20 km do centro de<br />

Maringá). A diretora de gestão<br />

educacional da Secretaria<br />

Municipal de Educação de<br />

Maringá, Maria Inês Benites<br />

Bria, ressaltou a importância<br />

da parceria de empresas privadas<br />

com a Prefeitura que<br />

reforçam o papel de todas as<br />

esferas da sociedade na conservação<br />

ambiental.<br />

Ela ainda destacou que os<br />

assuntos tratados nas atividades<br />

intensificam conteúdos<br />

que já fazem parte da<br />

grade curricular dos alunos e<br />

alunas. “A escola já faz um<br />

trabalho de conscientização<br />

ambiental. Mas quando o assunto<br />

é trazido dessa forma,<br />

colocando os alunos no centro<br />

das ações, plantando árvores<br />

e podendo relacionar o<br />

que aprendem com o significado<br />

da sustentabilidade, é<br />

maravilhoso. E eu tenho certeza<br />

que o resultado reflete<br />

na produção dos trabalhos<br />

que eles fazem para os concursos<br />

de desenho e redação.”<br />

Marta Maria Lopes é mãe de<br />

uma aluna da Escola Municipal<br />

de Serra dos Dourados<br />

(município de Umuarama) -<br />

Sarah Maria Lopes de Moraes.<br />

A criança foi classificada<br />

em primeiro lugar no<br />

concurso de redação de 2017<br />

e a mãe lembrou que o projeto<br />

é sempre muito esperado<br />

10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


pela filha. “Para mim é um orgulho<br />

ela ganhar o concurso,<br />

mas não é surpresa, porque<br />

ela é muito dedicada. Ela<br />

sempre fica ansiosa para participar<br />

e, como se empenha<br />

bastante nas atividades, acaba<br />

levando o que aprende<br />

com o projeto para a casa e<br />

nos ensinando muito”, diz<br />

ela.<br />

O Semeando o Verde envolve<br />

todas as unidades produtivas<br />

da empresa e é realizado<br />

com a participação de colaboradores<br />

e voluntários integrantes<br />

do Programa Agentes<br />

de Mudança da Usina<br />

Santa Terezinha.<br />

Em 2017, o Semeando o<br />

Verde foi certificado com o<br />

Selo ODS (Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável),<br />

concedido pelo Sesi (Serviço<br />

Social da Indústria) do<br />

<strong>Paraná</strong> em reconhecimento<br />

a projetos que contribuem<br />

para o alcance das metas de<br />

sustentabilidade estipuladas<br />

pela ONU (Organização das<br />

Nações Unidas).<br />

O projeto também já foi reconhecido<br />

pelas edições<br />

2012, 2013, 2014 e 2015 do<br />

Selo ODM (Objetivos de Desenvolvimento<br />

do Milênio),<br />

concedido pelo Sesi em conformidade<br />

com as metas estipuladas<br />

na agenda 2000-<br />

2015 da ONU. Desde 2016,<br />

a empresa tem planejado as<br />

suas metas direcionadas para<br />

a continuidade da Agenda<br />

2030 da ONU.<br />

A primeira semente para o<br />

projeto foi plantada em<br />

2005, na Unidade Ivaté, com<br />

a realização do evento chamado<br />

Festa Anual das Árvores.<br />

A partir de 2012, passou<br />

a se chamar Semeando o<br />

Verde e foi disseminado para<br />

todas as unidades produtivas<br />

da Usina Santa Terezinha.<br />

Para <strong>2018</strong>, estima-se o plantio<br />

de mais de 17 mil mudas<br />

de árvores produzidas em viveiros<br />

próprios da Usina<br />

Santa Terezinha.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


DIA DO MOTORISTA<br />

BSBIOS comemora<br />

com atividades especiais<br />

Fora da época da safra, diariamente 250 caminhoneiros passam pela<br />

empresa em Passo Fundo e, mais outros 100 na unidade de Marialva/PR<br />

No último dia 25/7,<br />

quando é comemorado<br />

o dia do motorista,<br />

a BSBIOS promoveu<br />

atividades voltadas a<br />

quem transporta o desenvolvimento<br />

do país. Para tanto, realizou<br />

uma programação destinada<br />

à integração e aos cuidados<br />

com a saúde e bem-estar,<br />

na unidade industrial de Passo<br />

Fundo/RS e de Marialva/PR.<br />

Os objetivos são de promover<br />

a prevenção da saúde, valorizar<br />

e agradecer o trabalho<br />

exercido pelos motoristas.<br />

Em Passo Fundo os motoristas<br />

participaram de aulas de ginástica<br />

laboral, receberam<br />

orientações sobre cuidados<br />

com a saúde, alimentação, verificação<br />

de pressão arterial,<br />

exame de hemoglicoteste –<br />

HGT, postura, jogos, teste drive<br />

de caminhões e corte de cabelo.<br />

Em Marialva foram realizados<br />

testes de HIV, Hepatite B<br />

e C, Sífilis, verificação de pressão<br />

arterial, exame de hemoglicoteste<br />

- HGT e massagem.<br />

As atividades contaram com a<br />

parceria do SESI, Mercedes<br />

Benz, Instituto Embelleze e Secretaria<br />

Municipal da Saúde de<br />

Marialva.<br />

O Diretor Comercial da<br />

BSBIOS, Leandro Zat, pontuou<br />

a importância dos motoristas<br />

para a empresa. “Neste dia<br />

queremos agradecer a vocês<br />

que transportam as nossas riquezas.<br />

E, simbolizou o exercício<br />

da profissão de todos os<br />

caminhoneiros com três palavras:<br />

trabalho, responsabilidade<br />

e respeito,” salientou Zat.<br />

O coordenador de Logística da<br />

BSBIOS, Gustavo Santana Flores,<br />

ressaltou ainda que a<br />

companhia trabalha para proporcionar<br />

as melhores condições<br />

aos motoristas e que<br />

outras novidades estão por vir.<br />

O caminhoneiro Valdoir Miguel,<br />

morador de Vera Cruz, contou<br />

que tem cuidado pouco da<br />

saúde. “Fazem 3 anos que não<br />

faço qualquer exame e, são em<br />

oportunidades assim, como a<br />

de hoje, que devemos aproveitar<br />

para verificar como estamos<br />

e, nos faz refletir que precisamos<br />

nos cuidar mais,”<br />

contou o motorista que está há<br />

37 anos na estrada. A mesma<br />

afirmação foi feita por Rafael<br />

Dalastra, de 36 anos. “Semana<br />

passada fiz um check up e deu<br />

parecido com os resultados de<br />

hoje, mas antes nunca tinha<br />

feito nada de exames,” destacou<br />

ele preocupado com a<br />

pressão arterial.<br />

“A empresa está de parabéns<br />

pela atitude, pois em momento<br />

de crise sabemos que nem<br />

todos fazem ou se quer lembram-se<br />

da nossa categoria.<br />

Pretendo aproveitar o máximo<br />

possível, pois entendo que cuidando<br />

da minha saúde cuido<br />

também dos demais que estão<br />

na estrada, não me tornando<br />

um risco,” afirmou o motorista<br />

Eleandro Aparecido Flores, de<br />

53 anos, morador de Cascavel/PR.<br />

“Os motoristas enfrentam<br />

grandes perigos no dia a dia<br />

nas estradas, por isso é fundamental<br />

que possamos proporcionar<br />

momentos que eles<br />

possam também se dedicar a<br />

saúde e ao bem estar,” destacou<br />

a Gerente de SMS+Q, Larisse<br />

Garibotti. Fora da época<br />

da safra, diariamente, em média,<br />

250 caminhoneiros passam<br />

pela empresa em Passo<br />

Fundo e, mais outros 100 na<br />

unidade de Marialva/PR.<br />

Vários serviços foram oferecidos<br />

aos presentes do evento<br />

12 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


CANA-DE-AÇÚCAR<br />

Como tornar a atividade rentável<br />

O consultor Hilário Gonçalves falou sobre as práticas que vão garantir<br />

o lucro e a perpetuidade do negócio em evento da Syngenta e da Alcopar<br />

Ouso dos recursos<br />

tecnológicos disponíveis<br />

como<br />

meiosi (Método<br />

Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente),<br />

plantio direto,<br />

uso de mudas de canade-açúcar<br />

pré-brotadas sadias<br />

e rotação de culturas,<br />

entre outros, é que vão garantir<br />

o lucro e a perpetuidade<br />

do negócio para o setor<br />

sucroenergético, afirmou o<br />

engenheiro agrônomo Hilário<br />

Gonçalves, consultor e ex-diretor<br />

Agrícola da Usina Alta<br />

Mogiana (SP). Ele falou recentemente<br />

sobre quão rentável<br />

são essas práticas para<br />

as empresas do setor sucroenergético<br />

em evento da<br />

Syngenta em parceria com a<br />

Alcopar.<br />

Hilário disse que uma produção<br />

estável começa com um<br />

bom planejamento, no médio<br />

e longo prazos, e o capricho<br />

na implantação da cultura,<br />

pontos básicos para a longevidade<br />

do canavial e um custo<br />

competitivo. “É na implantação<br />

da cultura ou renovação<br />

do canavial, que está a<br />

grande oportunidade de melhoria<br />

do viveiro utilizando<br />

mudas sadias. Não consigo<br />

imaginar o negócio<br />

Meiose é uma das sugestões<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13


CANA-DE-AÇÚCAR<br />

sem isso. E o melhor<br />

caminho para se ter qualidade<br />

de muda é via Muda<br />

Pré-Brotada. O sucesso da<br />

atividade só é possível se<br />

tiver uma boa base”, citou<br />

ressaltando que o setor tem<br />

pago um alto preço por não<br />

ter cuidado disso. “Tem que<br />

deixar de enterrar cana e<br />

plantar muda”.<br />

Isso significa também caprichar<br />

no preparo do solo e<br />

tratos culturais, com análise<br />

e correção do solo com precisão,<br />

controle de pragas,<br />

doenças e plantas daninhas,<br />

uso de maturadores e inibidores<br />

de florescimento, além<br />

de fazer uso do plantio direto,<br />

de meiosi e de uma boa<br />

distribuição varietal, com no<br />

máximo 15% a 20% de cada<br />

variedade. Sem falar no cuidado<br />

com o stand da lavoura,<br />

sem falhas. “As outras<br />

culturas não convivem com<br />

falhas, não têm tolerância,<br />

só na cana isso acontece e<br />

não dá para ser assim”, enfatizou<br />

o consultor.<br />

Segundo Hilário, a longevidade<br />

do canavial passa pela<br />

qualidade do plantio com muda<br />

sadia, escolha apropriada<br />

das variedades (mínimo risco<br />

e máxima eficácia), qualidade<br />

das colheitas sem arranquio<br />

de soqueira ou pisoteio, e<br />

qualidade dos tratos culturais<br />

garantindo um bom stand.<br />

“Tem que pensar em reposição<br />

de falhas, desde que seja<br />

viável economicamente, para<br />

aumentar a produtividade e<br />

longevidade do canavial”.<br />

Mudas pré-brotadas: sucesso depende de boa base<br />

Rotação, meiosi e plantio direto são básicos<br />

Para o engenheiro agrônomo<br />

e consultor, Hilário Gonçalves,<br />

a rotação de culturas tem que<br />

entrar em qualquer projeto e<br />

se puder ganhar dinheiro com<br />

as demais culturas, melhor<br />

ainda. “Com a rotação de culturas,<br />

o produtor ganha sempre,<br />

mesmo que seja apenas<br />

não perdendo o patrimônio,<br />

que é o solo”, disse ressaltando<br />

que não existe tecnologia<br />

que busca a terra dentro<br />

do rio.<br />

Além das opções de cobertura<br />

verde, citou o consultor, a<br />

rotação pode ser feita com<br />

amendoim ou soja, que tem a<br />

vantagem de ter tecnologia,<br />

domínio do sistema e infraestrutura<br />

disponíveis na região e<br />

por atender a necessidade de<br />

faturamento na entressafra.<br />

Hilário enfatizou, entretanto,<br />

que a prioridade no planejamento<br />

deve ser a cana-deaçúcar<br />

e não as culturas intercalares,<br />

que devem ser encaixadas<br />

dentro das necessidades<br />

da cultura, escolhendo<br />

variedades de soja precoce e<br />

fazendo uso da meiosi (Método<br />

Interrotacional Ocorrendo<br />

Simultaneamente). “Com<br />

as novas variedades de soja,<br />

melhor tratamento de semente<br />

e maior proteção da cultura,<br />

tem se obtido produtividades<br />

maiores com a cultura intercalar,<br />

em torno de 60 sacas<br />

por hectare, o que dá boa lucratividade”.<br />

Cana-de-açúcar deve ser prioridade no planejamento das culturas intercalares<br />

E a meiosi deve vir acompanhada<br />

de outras tecnologias<br />

como o uso de piloto automático,<br />

espaçamento adequado,<br />

preparo localizado (canterizador),<br />

irrigação com água de<br />

qualidade, boa adubação, sanidade<br />

e cuidado com a origem<br />

da muda porque, segundo<br />

o consultor, uma boa taxa<br />

de multiplicação só é possível<br />

se o produtor levar para o<br />

campo uma boa base MPB.<br />

“As vantagens da meiosi em<br />

relação ao plantio convencional<br />

é que se colhe mais cedo,<br />

com maior produtividade, não<br />

perde cana industrial nem volume<br />

de produção, reduz o<br />

custo das operações, tem<br />

maior longevidade o canavial<br />

e usa muda de qualidade e em<br />

menor volume”, afirmou.<br />

Outra recomendação feita por<br />

Hilário é quanto ao uso de<br />

plantio direto ou reduzido.<br />

“Tem sido adotado com bons<br />

resultados em outras culturas,<br />

reduz custos de 8% a 13%,<br />

conserva o solo, e mostra resultados<br />

principalmente em<br />

períodos de estiagem prolongados<br />

ou de chuvas intensas,<br />

mantendo a umidade do solo<br />

por mais tempo e evitando a<br />

erosão”, exemplificou. Isso<br />

sem falar que há redução do<br />

número de equipamentos<br />

usados e operações, da potência<br />

dos tratores, melhor<br />

conservação da soja (cobertura<br />

morta), maior agilidade<br />

no plantio de soja e de cana,<br />

melhor qualidade de sulcação<br />

em período de estiagem.<br />

A Syngenta atua nesse segmento<br />

com Plene PB, uma<br />

tecnologia inovadora de plantio,<br />

oriunda de mudas sadias<br />

dos viveiros Syngenta (meristemas),<br />

tratadas de forma industrial<br />

com tecnologias de<br />

proteção de cultivos, proporcionando<br />

controle de doenças<br />

e pragas e melhor estabelecimento<br />

da cultura, Atualmente<br />

o Plene PB, possui alta performance<br />

em pegamento, velocidade<br />

de desenvolvimento<br />

e melhor taxa de multiplicação,<br />

promovendo excelentes<br />

retornos em TCH e longevidade<br />

do canavial, segundo a<br />

empresa.<br />

14 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


É preciso redobrar a<br />

atenção com as pragas<br />

O sphenophorus ou bicudo tornou-se a maior preocupação dos produtores,<br />

causando danos irreversíveis ao canavial e prejuízos consideráveis<br />

Com a mecanização<br />

da colheita de cana<br />

crua, mudou completamente<br />

a forma<br />

de se controlar pragas da cana-de-açúcar.<br />

Insetos de menor<br />

importância, como o<br />

sphenophorus (bicudo), que<br />

eram eliminados com a queima,<br />

tornou-se a maior preocupação<br />

dos produtores, afirmou<br />

Luiz Carlos Tonon, consultor<br />

na área de entonomologia,<br />

em evento promovido pela<br />

empresa Syngenta e pela Alcopar<br />

em Maringá.<br />

Tonon alertou que é preciso<br />

estar atento porque o sphenophorus<br />

tem se expandido fortemente<br />

e é uma espécie de<br />

besouro cuja larva se desenvolve<br />

dentro do perfilho da cana<br />

causando danos irreversíveis<br />

e prejuízos consideráveis.<br />

Ele calculou que numa lavoura<br />

com 5% de tocos infestados,<br />

as perdas podem ser estimadas<br />

em 4 a 6 toneladas por<br />

hectare e se acima de 20%, 30<br />

tonelada ou mais por hectare.<br />

“No período de expansão da<br />

cultura, pegou-se cana de todo<br />

lado sem atentar para a<br />

qualidade e sanidade da muda.<br />

Isso lidando com um inseto<br />

que vive um tempo considerável<br />

na natureza. O ciclo<br />

biológico é em torno de 70<br />

dias (ovo - larva - pupa - adulto),<br />

porém o adulto pode viver<br />

aproximadamente 200 dias,<br />

durante esse período podemos<br />

ter até 3 gerações do inseto<br />

colocando ovos na base<br />

da touceira (dentro dos perfilhos),<br />

por isso geralmente<br />

quando a praga é identificada<br />

no canavial, encontramos altos<br />

índices de tocos atacados,<br />

por isso consideramos essa<br />

praga extremamente agressiva<br />

para os canaviais”, disse.<br />

Em conjunto, o sphenophorus,<br />

a broca da cana, a cigarrinha,<br />

o migdolus, a broca<br />

gigante, o nematoides e outras<br />

pragas, podem causar perdas<br />

agrícolas de 10 a 30 toneladas<br />

de cana por hectare ao ano,<br />

além da redução da longevidade<br />

do canavial e da qualidade<br />

da matéria prima, danos<br />

que somam R$ 7.559 milhões<br />

em prejuízo anual.<br />

O consultor orientou que<br />

quando se identifica áreas<br />

com a praga, é preciso fechar<br />

o seu ciclo de vida, adotando<br />

um manejo integrado, para o<br />

que é fundamental o comprometimento<br />

de toda a equipe,<br />

com monitoramento das lavouras.<br />

“Mas, temos visto redução<br />

desse pessoal nas usinas.<br />

Cada vez se tem menos<br />

informações para a tomada<br />

de decisão”, comentou, ressaltando<br />

que o custo da equipe<br />

é barato perto dos riscos<br />

e das perdas que ocorrem<br />

com todas as pragas, e que<br />

se a equipe de monitoramento<br />

não souber da importância<br />

do seu trabalho, os resultados<br />

podem ser comprometidos.<br />

Praga é agressiva e demanda manejo integrado<br />

Além do controle químico, é<br />

preciso adotar um manejo integrado:<br />

usar iscas tóxicas<br />

para monitorar e eliminar o<br />

adulto do sphenophorus, fazer<br />

o controle cultural com a destruição<br />

de soqueira, rotação<br />

de culturas, eliminação de remanescentes,<br />

controle de<br />

plantas daninhas e controle<br />

biológico, recomendou. Também<br />

fazer o corte basal da<br />

muda mais alto e tomar cuidado<br />

na limpeza dos equipamentos<br />

utilizados na área para<br />

não propagar a praga, e usar<br />

preferencialmente mudas sadias.<br />

“Perdemos a mão no preparo<br />

do solo, no uso de mudas sadias<br />

e as consequência estão<br />

aí. Não estamos mais fazendo<br />

o básico. Só se pensa em<br />

metas. E a qualidade disso<br />

tudo? A usina terá que conviver<br />

com a cultura por seis<br />

anos, com boa produtividade,<br />

para ser viável”.<br />

Já o ataque do migolus, outra<br />

praga importante, se dá em<br />

reboleira, explicou o consultor,<br />

e o controle é feito com barreira<br />

química formando uma<br />

lâmina de inseticida a 40 cm<br />

de profundidade no solo.<br />

“Menos que isso, é jogar produto<br />

fora. A barreira tem sido<br />

malfeita, só para dizer que fez,<br />

por isso não funciona. O produtor<br />

tem que ser mais técnico<br />

no controle”, alertou<br />

Tonon.<br />

Para o manejo dessas pragas<br />

importantes, a Syngenta traz<br />

no seu portfólio o Engeo Pleno<br />

S, um produto altamente eficaz<br />

no controle do sphenophorus<br />

controlando larvas e<br />

adultos e migdolus. Outra característica<br />

importante é o aumento<br />

da produtividade com o<br />

benefício do tiametoxan, que<br />

aumenta o desenvolvimento<br />

radicular, melhorando a absorção<br />

de água e nutrientes do<br />

solo.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15


FEIRA<br />

Setor busca mais produtividade<br />

com agricultura digital<br />

Ferramentas e inovações tecnológicas para melhorar o desempenho da cadeia<br />

produtiva serão apresentadas na 26ª Fenasucro & Agrocana, que movimentará R$ 4 bilhões<br />

ASSESSORIA DE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

Decisivo para aumentar<br />

a produtividade e<br />

a eficiência, o conceito<br />

de agricultura<br />

digital ganha espaço no campo<br />

e é tendência do setor. Novas<br />

tecnologias que permitem,<br />

além da instrumentação e monitoramento<br />

de situações nas<br />

lavouras, a coleta de dados e<br />

a transmissão automática para<br />

melhor acompanhamento dos<br />

resultados em todas as etapas.<br />

Em dez anos, segundo<br />

dados da Unica (União da Indústria<br />

de Cana-de-açúcar), a<br />

produtividade dos canaviais<br />

cresceu 5% no Brasil, índice<br />

que poderia ser ainda mais<br />

elevado com a utilização das<br />

tecnologias.<br />

E diante de um setor que está<br />

em retomada, a busca por alternativas<br />

e soluções movimenta<br />

R$ 4 bilhões em <strong>2018</strong>,<br />

com a realização da 26ª Fenasucro<br />

& Agrocana, a maior<br />

feira mundial sucroenergética,<br />

que recebe de 21 a 24 de<br />

agosto, das 13h às 20h, no<br />

Centro de Eventos Zanini em<br />

Sertãozinho (SP), 40 mil visitantes<br />

brasileiros e internacionais.<br />

Serão mais de mil marcas<br />

em exposição, numa área<br />

de mais de 70 mil metros quadrados.<br />

Monitoramento por aplicativos,<br />

drones, câmeras e colhedoras<br />

tecnológicas estão entre<br />

os recursos modernos que o<br />

setor dispõe hoje no campo.<br />

Na cadeia produtiva sucroenergética,<br />

a inteligência artificial<br />

e equipamentos modernos<br />

já ajudam a alcançar melhor<br />

controle nos canaviais e mais<br />

produtividade por hectare.<br />

Dentro das unidades produtoras,<br />

há sistemas completos de<br />

inteligência para acompanhar<br />

e levantar dados sobre a produção<br />

de açúcar e etanol,<br />

além de controle de estoques,<br />

de equipamentos e também<br />

de profissionais.<br />

"O futuro do setor sucroenergético<br />

passa pelo conceito da<br />

agricultura digital e as inovações<br />

tecnológicas que estarão<br />

em exposição na feira são essenciais<br />

para otimizar processos<br />

e obter maiores resultados<br />

em toda a cadeia produtiva",<br />

diz o gerente de produto Paulo<br />

Montabone.<br />

Ainda segundo Montabone, a<br />

inovação também fará parte<br />

dos temas discutidos e apresentados<br />

nas mais de 350 horas<br />

de eventos de conteúdo<br />

que neste ano a feira traz aos<br />

seus visitantes. Seminários,<br />

palestras na Arena do Conhecimento<br />

e troca de informações<br />

e experiências para o<br />

campo e também a indústria.<br />

Mais informações:<br />

www.fenasucro.com.br<br />

Feira mundial<br />

receberá 40 mil<br />

visitantes<br />

compradores<br />

Setor encontrará soluções para agricultura digital<br />

16 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Investimento em transporte e<br />

logística pode trazer economia<br />

A logística está entre os principais<br />

desafios do setor sucroenergético,<br />

principalmente por<br />

conta dos custos com transporte,<br />

armazenamento e expedição<br />

de cargas. Tudo isso<br />

representa 30% do custo total<br />

da produção de cana-de-açúcar<br />

- segundo estudo da Embrapa<br />

- e soluções que reduzam<br />

esse índice são foco de<br />

interesse.<br />

Prova disso é que, 39% dos visitantes<br />

da Fenasucro & Agrocana<br />

têm interesse no setor de<br />

transporte e logística. Entre esse<br />

grupo, 80% buscam atividades<br />

de conteúdo e 20% vão<br />

ao evento para fazer relacionamento<br />

e criar novas oportunidades.<br />

Por isso, a 26ª edição da Fenasucro<br />

& Agrocana traz novidades<br />

voltadas a essa vertical.<br />

Destaque será a área exclusiva<br />

que contará com a presença<br />

das principais marcas mundiais<br />

montadoras de caminhões<br />

- como Mercedes-Benz<br />

do Brasil, Ford Caminhões e<br />

Volkswagen Caminhões e Ônibus<br />

- e estará localizada na<br />

parte externa da feira.<br />

Já as inovações por meio de<br />

conteúdo serão apresentadas<br />

e discutidas durante o Seminário<br />

de Logística promovido<br />

pelo ESALQ-LOG (Grupo de<br />

Pesquisa e Extensão em Logística<br />

Agroindustrial da<br />

ESALQ/USP) em conjunto<br />

com a Abralog (Associação<br />

Brasileira de Logística). Serão<br />

apresentadas tendências, tecnologias<br />

e estratégias para<br />

redução de custos, em uma<br />

análise completa sobre o segmento.<br />

Temas atuais e relevantes,<br />

como a greve dos<br />

caminhoneiros e alternativas<br />

como o uso de ferrovias,<br />

também serão discutidos.<br />

Segundo o especialista Ricardo<br />

Amadeu Silva, diretor<br />

presidente da Telog-Transespecialista,<br />

uma das expositoras<br />

Novo pavilhão apresenta sistemas<br />

Mercedes-Benz do Brasil está confirmada na 26ª Fenasucro & Agrocana<br />

da feira, investir na otimização<br />

de processos e na gestão das<br />

pessoas no segmento de<br />

transporte e logística pode trazer<br />

ao setor sucroenergético<br />

uma economia de até 15%.<br />

"Existem oportunidades e condições<br />

de alcançar uma performance<br />

muito melhor a área.<br />

E tudo depende fundamentalmente<br />

de gestão de processos<br />

e de pessoas", destaca.<br />

Soluções que buscam aumentar<br />

a produtividade e a<br />

rentabilidade no campo estarão<br />

em exposição em uma<br />

nova área da 26ª edição da<br />

Fenasucro & Agrocana. Com<br />

um novo layout, a estrutura<br />

da feira ganhou mais mil metros<br />

quadrados neste ano<br />

para receber 30 novas empresas<br />

que serão abrigadas<br />

em um pavilhão denominado<br />

Agrotec, dentro da parte agrícola<br />

do evento.<br />

Área externa da feira apresenta tecnologias<br />

para o setor de transporte e logística<br />

"Essa nova área nasce de<br />

uma demanda crescente do<br />

setor em investir mais em<br />

sistemas que aumentam a<br />

performance no campo. Hoje,<br />

temos tecnologias que<br />

mostram o resultado nas lavouras<br />

em tempo real, informações<br />

que vão direito para<br />

a nuvem, equipamentos que<br />

melhoram a produtividade. A<br />

26ª edição da Fenasucro &<br />

Agrocana, com a Agrotec, vai<br />

trazer isso ao visitante, mais<br />

dinamismo e conhecimento",<br />

explica Paulo Montabone, gerente<br />

de Produto da feira.<br />

O Censo 2017 do IBGE mostra<br />

que o produtores rurais<br />

se dedicam cada vez mais<br />

ao trato do solo com o objetivo<br />

de aumentar a produtividade.<br />

Na região de Ribeirão<br />

Preto, em 75% das propriedades<br />

rurais existe algum<br />

tipo de técnica de preparo<br />

das lavouras. Há 11 anos,<br />

esse índice era de 60%, o<br />

que traduz o avanço de investimento<br />

em tecnologias<br />

para melhorar o desempenho<br />

no campo.<br />

Entre as inovações que serão<br />

apresentadas pelas 30<br />

empresas que integram a<br />

Agrotec estão sistemas de<br />

controle, de irrigação, de<br />

preparação do solo, máquinas<br />

para plantio e colheita,<br />

estrutura de monitoramento<br />

e iluminação das propriedades<br />

rurais.<br />

A Agrotec apresentará também<br />

plataformas completas<br />

de acesso a dados e aplicativos<br />

para acompanhar condições<br />

da produção e de<br />

clima. Tudo com foco na<br />

melhora do desempenho e<br />

para atender às necessidades<br />

de produtores cada vez<br />

mais conectados. Segundo o<br />

IBGE, na região de Ribeirão<br />

Preto, 45% das propriedades<br />

rurais já trabalham totalmente<br />

com a internet. Índice<br />

que não chegava aos 8% há<br />

onze anos.<br />

Outra novidade na área agrícola<br />

desta 26ª edição é que<br />

a Agrocana estará em um<br />

pavilhão todo climatizado.<br />

Além do setor canavieiro, a<br />

feira receberá visitantes das<br />

áreas de Transporte e Logística,<br />

Alimentos e Bebidas,<br />

Biodiesel e Papel e Celulose<br />

com produtos comerciais e<br />

eventos de conteúdos específicos<br />

para estes nichos de<br />

mercado.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17


DOIS<br />

PONTOS<br />

Recorde<br />

Os EUA deverão destinar um<br />

recorde de 145,6 milhões de<br />

toneladas de milho para a<br />

produção de etanol na safra<br />

<strong>2018</strong>/19, a partir de setembro,<br />

contribuindo para a redução<br />

dos preços da gasolina<br />

ao consumidor naquele<br />

país, avaliou a consultoria<br />

Datagro. O volume representaria<br />

40% de toda a colheita<br />

norte-americana de milho,<br />

estimada em 364 milhões de<br />

toneladas, ante uma fatia de<br />

38,2% em 2017/18. O percentual<br />

já foi superior em<br />

anos anteriores, quando os<br />

EUA, maiores produtores<br />

globais do grão, registraram<br />

quebras de safra.<br />

Açúcar<br />

Os preços internacionais do<br />

açúcar tendem a subir a partir<br />

do início de 2019, uma vez<br />

que um plantio menor de<br />

cana e beterraba mundo<br />

afora será assimilado pelo<br />

mercado, avaliou o diretor<br />

para Região Brasil da francesa<br />

Tereos, Jacyr Costa<br />

Filho. “Tudo indica que o<br />

plantio (para a próxima safra<br />

global) será menor, porque os<br />

atuais preços do açúcar<br />

estão abaixo dos custos de<br />

produção”, acrescentou. A<br />

Organização Internacional do<br />

Açúcar (OIA) prevê um superávit<br />

de cerca de 6 milhões de<br />

toneladas de açúcar na safra<br />

global <strong>2018</strong>/19, que se inicia<br />

Investimentos<br />

em outubro, após um excedente<br />

de 10,5 milhões em<br />

2017/18.<br />

El Niño<br />

O Brasil foi o principal importador<br />

de etanol dos Estados<br />

Unidos no primeiro<br />

semestre deste ano, disse a<br />

Associação de Combustíveis<br />

Renováveis dos EUA, citando<br />

dados do governo<br />

norte-americano. Entre janeiro<br />

e junho, o Brasil recebeu<br />

1,31 bilhão de litros do<br />

biocombustível dos EUA, um<br />

Etanol<br />

aumento de 28% ante igual<br />

período do ano passado. O<br />

volume representa 37% do<br />

total exportado pelos EUA,<br />

que somaram 3,5 bilhões de<br />

litros. Segundo a RFA, o<br />

dado sugere que as exportações<br />

de etanol em <strong>2018</strong><br />

podem superar o recorde do<br />

ano passado, de 5,22 bilhões<br />

de litros.<br />

Biocombustíveis<br />

A nova geração de caminhões que a Scania começa a<br />

produzir no Brasil em 2019 terá cinco versões que<br />

podem rodar com biocombustível, duas a etanol e três<br />

a biogás. Em 2011 a fabricante já tinha lançado uma versão<br />

a etanol da cabine P, mas as vendas foram irrelevantes.<br />

Agora a aposta é de maior demanda por<br />

soluções sustentáveis por parte de embarcadores, o que<br />

poderá motivar transportadores no Brasil e exterior a<br />

comprar veículos que causam menor impacto ao meio<br />

ambiente.<br />

As companhias produtoras<br />

de açúcar e etanol do Brasil<br />

não devem aumentar os seus<br />

níveis de endividamento nos<br />

próximos meses, disse Pedro<br />

Fernandes, diretor de agronegócios<br />

do banco de investimento<br />

Itaú BBA, já que o ambiente<br />

operacional difícil durante<br />

esta colheita reduzirá o<br />

apetite do setor por investimentos<br />

e riscos. Ainda nesta<br />

temporada, ele prevê que a<br />

carteira de empréstimos para<br />

o setor não crescerá, já que<br />

as companhias estão com<br />

menos interesse de acessar<br />

capital. Na temporada que<br />

terminou em março passado,<br />

A região Centro-Sul do Brasil<br />

deve produzir ainda menos<br />

açúcar no próximo ano, depois<br />

de uma grande queda na<br />

safra atual, já que uma forte<br />

seca e reduzida manutenção<br />

de plantio levarão a uma pequena<br />

colheita de cana. Analistas<br />

esperam que a maior região<br />

produtora do mundo corte<br />

a sua produção de açúcar<br />

na safra atual para cerca de 28<br />

os produtores brasileiros de<br />

açúcar e etanol reduziram<br />

seus níveis e endividamento<br />

em 3 reais por tonelada, conseguindo<br />

gerar receita e pagar<br />

as dívidas. A projeção<br />

este ano é incerta, já que, de<br />

acordo com analistas, a moagem<br />

de cana no Centro-Sul<br />

deve cair para uma mínima<br />

em quatro safras, em decorrência<br />

do envelhecimento<br />

dos canaviais e do tempo seco.<br />

Fernandes acredita que o<br />

balanço da dívida das companhias<br />

produtoras de açúcar<br />

e etanol não aumentará<br />

porque os investimentos serão<br />

reduzidos.<br />

Produção menor<br />

milhões de toneladas, ante 36<br />

milhões de toneladas na previsão<br />

anterior, na medida em<br />

que o volume de cana cai e as<br />

usinas priorizam a produção<br />

de etanol ao invés de açúcar,<br />

devido a melhores retornos do<br />

biocombustível. A estimativa é<br />

que a safra vigente de cana do<br />

Centro-Sul deve cair para 560<br />

milhões a 570 milhões de toneladas,<br />

ante 596 milhões de<br />

O El Niño, fenômeno caracterizado<br />

pelo aquecimento das<br />

águas do Oceano Pacífico<br />

Equatorial, tem grandes chances<br />

de se firmar até dezembro<br />

de <strong>2018</strong>, trazendo mais chuva<br />

para o Sul e Sudeste do Brasil e<br />

seca para o Norte e Nordeste.<br />

Mas, enquanto não se formar<br />

totalmente, os produtores rurais<br />

precisam ficar atentos devido à<br />

imprevisibilidade das chuvas.<br />

Segundo a Somar Meteorologia,<br />

a primeira chuva da Primavera<br />

(estação inicia dia 22/9) virá<br />

antes do tempo para o <strong>Paraná</strong>,<br />

Mato Grosso e Mato Grosso do<br />

Sul. Chove em setembro, mas<br />

pode não chover em outubro.<br />

toneladas no ano passado, já<br />

que muitas plantações não receberam<br />

chuvas generalizadas<br />

por mais de dois meses. Se a<br />

safra do próximo ano diminuir,<br />

seria o quarto recuo consecutivo<br />

desde o recorde de 617<br />

milhões de toneladas de cana<br />

em 2015/16. Com menos cana<br />

e com o foco no etanol, a<br />

produção de açúcar cairia novamente.<br />

18 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


A Assembleia Geral de Diretoria<br />

da UDOP - União dos<br />

Produtores de Bioenergia elegeu<br />

dia 26 de julho, o executivo<br />

Amaury Pekelman para o<br />

mandato de presidente da entidade<br />

para o biênio <strong>2018</strong>/20.<br />

Foi eleito também o diretor<br />

secretário, Hugo Cagno Filho;<br />

o diretor tesoureiro, Luiz Carlos<br />

Corrêa Carvalho; os suplentes<br />

de diretoria e membros<br />

dos conselhos deliberativo<br />

e fiscal para o novo mandato.<br />

Antonio Cesar Salibe,<br />

A quantidade de açúcar extraída<br />

por hectare de cana colhida<br />

no Brasil pode praticamente<br />

dobrar até 2025, puxada<br />

por inovações tecnológicas<br />

no setor sucroenergético<br />

do país, disse o presidente do<br />

Conselho de Administração<br />

da Copersucar, Luis Roberto<br />

Pogetti. Conforme dados<br />

apresentados por Pogetti, na<br />

década de 1970 a produtividade<br />

era de 5,5 toneladas de<br />

açúcar por hectare de cana,<br />

quantidade que passou para<br />

UDOP<br />

presidente executivo da<br />

UDOP continuará exercendo<br />

sua função junto à nova diretoria.<br />

Para Amaury Pekelman,<br />

o desafio de liderar uma<br />

entidade do porte e história<br />

da UDOP é uma grande honra.<br />

"Viemos somar os esforços<br />

para fortalecer, ainda<br />

mais, a UDOP como entidade<br />

prestadora de serviços para<br />

suas associadas e ao setor<br />

como um todo, principalmente<br />

na área da transmissão de<br />

conhecimento", destacou.<br />

Produtividade<br />

Os maiores exportadores de<br />

açúcar do mundo pediram<br />

que a Índia, o Paquistão e a<br />

União Europeia eliminem os<br />

subsídios, culpando tais programas<br />

pelos preços baixos e<br />

pelo excesso de oferta, disse<br />

a Aliança Global de Açúcar.<br />

Pressionados pelo excedente<br />

de açúcar que recebe apoio<br />

do governo do Paquistão e<br />

pela ameaça de subsídio nas<br />

Subsídios<br />

11 toneladas em 2015 e deve<br />

ir a 21 toneladas em 2025.<br />

Entre os fatores que devem<br />

impulsionar o rendimento dos<br />

canaviais estão melhores técnicas<br />

de hibridação, canas<br />

geneticamente modificadas,<br />

adoção de sementes no plantio,<br />

melhorias no manejo, fabricação<br />

de etanol celulósico,<br />

entre outros. O Brasil está<br />

atrás de outros países em termos<br />

de produtividade de açúcar,<br />

mas, tem condições de<br />

reverter isso.<br />

exportações indianas, os preços<br />

mundiais caíram para um<br />

nível abaixo do custo de produção,<br />

até dos produtores<br />

mais eficientes do mundo. A<br />

aliança global se reuniu em<br />

Genebra para discutir em que<br />

grau os subsídios realizados e<br />

propostos pelo Paquistão, a<br />

Índia e a UE vão contra as regras<br />

da Organização Mundial<br />

do Comércio (OMC).<br />

Imprevisibilidade climática<br />

Os dados do IBGE mostram<br />

uma preocupação do agricultor<br />

com o solo, ponto-chave<br />

para uma boa produção. De<br />

2006 a 2017, a adoção do<br />

plantio direto na palha subiu<br />

83%, atingindo 33 milhões de<br />

hectares. A agricultura começa<br />

a atrair mais jovens para o<br />

campo, mas, no ano passado,<br />

apenas 5,5% dos agricultores<br />

Censo<br />

A Organização das Nações<br />

para a Agricultura e Alimentação<br />

(FAO) estima que 830<br />

milhões de pessoas já sofram<br />

de insegurança alimentar e<br />

que as mudanças climáticas<br />

podem agravar o problema<br />

nos próximos anos, com<br />

secas provocando escassez<br />

de alimentos e fome. Pode<br />

haver também perdas de nutrientes<br />

nos alimentos, mas o<br />

maior problema é que a variabilidade<br />

do clima será uma<br />

nova normalidade com a qual<br />

os agricultores terão de lidar –<br />

um problema particularmente<br />

grande para países em desenvolvimento.<br />

Muita chuva num<br />

ano, seca no próximo, temperaturas<br />

congelantes no seguinte<br />

e, na sequência, um<br />

ano muito bom. Se tivesse<br />

uma tendência constante ou a<br />

temperatura subisse 2°C,<br />

A agropecuária brasileira se moderniza, eleva a produtividade<br />

com adesão a novos métodos de produção e<br />

utilização de novas tecnologias e até aumenta as áreas<br />

de preservação dentro das propriedades agrícolas. Alguns<br />

pontos, no entanto, como o da assistência técnica<br />

aos produtores e o da alfabetização (23,5% dos que estavam<br />

no comando do estabelecimento não sabiam ler<br />

e escrever e apenas 20% dos estabelecimentos agropecuários<br />

eram assistidos por técnicos do setor), deixam<br />

a desejar. É o que mostram os dados do Censo<br />

Agropecuário Brasileiro, feito pelo IBGE. Ainda preliminares,<br />

os dados não trazem informações de produção,<br />

mas de ocupação de área. Foram incorporados 16 milhões<br />

de hectares na atividade agrícola nos últimos 11<br />

anos. O censo mostra que 4,5 milhões de propriedades,<br />

de até cem hectares, somam 72 milhões de hectares.<br />

Apenas os 2.400 estabelecimentos com mais de 10 mil<br />

hectares cada um atingem uma área de 52 milhões de<br />

hectares.<br />

IBGE<br />

seria possível lidar com isso.<br />

A imprevisibilidade é o elemento<br />

mais difícil, e parece<br />

que ela veio para ficar.<br />

Conexão<br />

A conectividade via internet<br />

também chegou ao campo<br />

brasileiro. No ano passado,<br />

1.425.323 produtores declararam<br />

ter acesso à internet,<br />

um salto de 1.790,1% ante<br />

2006. O acesso à rede era<br />

feito por banda larga por 659<br />

mil (46,2%), e outros 9<strong>09</strong><br />

mil estavam conectados via<br />

internet móvel (63,77%). Em<br />

2006, apenas 75 mil estabelecimentos<br />

tinham acesso à<br />

internet.<br />

tinham menos de 30 anos.<br />

Outros 60,2% estão entre 30<br />

e 60 anos e 34,3% superam<br />

essa faixa etária. O IBGE registra<br />

5,07 milhões de estabelecimentos<br />

agropecuários e<br />

350,3 milhões de hectares. O<br />

país tem área total de 851,6<br />

milhões de hectares. Em<br />

2017, 15.036.978 pessoas<br />

trabalhavam em estabelecimentos<br />

agropecuários,<br />

1.530.566 a menos do que o<br />

registrado pelo censo realizado<br />

em 2006 - em 1985,<br />

eram 23,4 milhões. Em relação<br />

ao censo de 2006, houve<br />

crescimento de 52% no número<br />

de propriedades com<br />

irrigação em suas terras e<br />

avanço de 52% na área total<br />

irrigada.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!