Revista Coamo - Março de 2019
Revista Coamo - Março de 2019
Revista Coamo - Março de 2019
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CREDICOAMO APRESENTA SOBRAS LÍQUIDAS DE R$ 98,68 MILHÕES EM 2018<br />
www.coamo.com.br<br />
MARÇO/<strong>2019</strong> ANO 45<br />
EDIÇÃO 489<br />
OCEPAR, 48 ANOS<br />
Sistema<br />
representa o<br />
cooperativismo<br />
no Paraná<br />
BIOGRAFIA<br />
Gallassini lança<br />
livro biográfico no<br />
Rotary e na Acicam<br />
CONHECIMENTO<br />
RENOVADO<br />
Encontro na Fazenda Experimental reúne associados, técnicos e<br />
pesquisadores para dias <strong>de</strong> trabalho e busca por mais conhecimento<br />
para ampliar a produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma sustentável e com rentabilida<strong>de</strong>
meta<br />
A soli<strong>de</strong>z da <strong>Coamo</strong> vem<br />
da cooperação <strong>de</strong> todos.<br />
Graças a força do trabalho e da união,<br />
a <strong>Coamo</strong> cresceu<br />
em 2018,<br />
sendo o melhor ano em<br />
relação às receitas globais.<br />
É pela connança no trabalho <strong>de</strong>senvolvido na <strong>Coamo</strong><br />
que os cooperados estão seguros, estão em casa.<br />
<strong>Coamo</strong>, forte como o homem do campo.
EXPEDIENTE<br />
Órgão <strong>de</strong> divulgação da <strong>Coamo</strong><br />
Ano 45 | Edição 489 | <strong>Março</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong><br />
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO COAMO<br />
Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos: iduarte@coamo.com.br<br />
Wilson Bibiano Lima: wblima@coamo.com.br<br />
Ana Paula Bento Pelissari: anapelissari@coamo.com.br<br />
Antonio Marcio dos Santos: amsantos@coamo.com.br<br />
Contato: (44) 3599-8126/3599-8129<br />
Jornalista responsável e Editor: Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Reportagens e fotos: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima,<br />
Ana Paula Bento Pelissari e Ilivaldo Duarte <strong>de</strong> Campos<br />
Edição <strong>de</strong> fotografia: Antonio Marcio dos Santos e Wilson Bibiano Lima<br />
Colaboração: Gerência <strong>de</strong> Assistência Técnica, Entrepostos e Milena Luiz Corrêa<br />
Contato publicitário: Agromídia Desenvolvimento <strong>de</strong> Negócios Publicitários Ltda<br />
Contato: (11) 5092-3305 e Guerreiro Agromarketing Contato: (44) 3026-4457<br />
É permitida a reprodução <strong>de</strong> matérias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte. Os artigos assinados<br />
ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião da <strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>.<br />
COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA<br />
SEDE: Rua Fioravante João Ferri, 99 - Jardim Alvorada. CEP 87308-445. Campo Mourão - Paraná - Brasil. Telefone (44) 3599.8000 Fax (44) 3599.8001 - Caixa Postal, 460<br />
www.coamo.com.br - coamo@coamo.com.br<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presi<strong>de</strong>nte: Engº Agrº José Aroldo Gallassini, Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Engº Agrº Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, Diretor-Secretário: Engº Agrº<br />
Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari. MEMBROS VOGAIS: Nelson Teodoro <strong>de</strong> Oliveira, Joaquim Peres Montans, Anselmo Coutinho Machado, Wilson Pereira <strong>de</strong> Godoy, João Marco<br />
Nicaretta e Alessandro Gaspar Colombo.<br />
CONSELHO FISCAL: Diego Rogério Chitolina, Emilio Magne Guerreiro Júnior, Willian Ferreira Sehaber (Efetivos). Calebe Honório Welz Negri, Clóvis Antonio Bruneta, Reginaldo<br />
Antonio Mariot (Suplentes).<br />
SUPERINTENDENTES: Administrativo: Antonio Sérgio Gabriel; Comercial: Alcir José Goldoni; Industrial: Divaldo Corrêa; Logística e Operações : Airton Galinari;<br />
Técnico: Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias.<br />
Extensão Territorial: 4,5 milhões <strong>de</strong> hectares. Capacida<strong>de</strong> Global <strong>de</strong> Armazenagem: 6,41 milhões <strong>de</strong> toneladas. Receita Global <strong>de</strong> 2018: R$ 14,79 bilhões. Tributos e taxas<br />
gerados e recolhidos em 2018: R$ 436,73 milhões.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA<br />
3
SUMÁRIO<br />
36<br />
Credicoamo com crescimento e bons resultados<br />
Desempenho da cooperativa <strong>de</strong> crédito foi apresentado e aprovado durante Assembleia<br />
Geral Ordinária (AGO). Crescimento a cada ano é fruto da participação efetiva dos associados<br />
4 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
SUMÁRIO<br />
Entrevista<br />
08<br />
O engenheiro agrônomo Henrique Debiasi, pesquisador <strong>de</strong> manejo do solo e da cultura, da Embrapa<br />
Soja, é o entrevistado do mês. Para ele, a revolução que o agronegócio brasileiro tem passado é<br />
<strong>de</strong>corrente do <strong>de</strong>senvolvimento e adoção conjunta <strong>de</strong> diferentes tecnologias<br />
Alimentos <strong>Coamo</strong><br />
Retorno do consumidor é positivo pela fan page e canal <strong>de</strong> atendimento dos Alimentos <strong>Coamo</strong><br />
13<br />
Encontro na Fazenda Experimental<br />
Foi realizada a 31ª edição do evento <strong>de</strong> verão, que é um laboratório a céu aberto da <strong>Coamo</strong> para a<br />
pesquisa. Encontro reuniu cerca <strong>de</strong> quatro mil cooperados, <strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong> ação da cooperativa<br />
14<br />
Ocepar 48 anos<br />
48<br />
Sistema Ocepar possui 215 cooperativas registradas. Juntas, essas organizações somam R$ 83,5<br />
bilhões <strong>de</strong> faturamento, montante que equivale a 17,9 % do PIB do Estado do Paraná<br />
51<br />
Gallassini lança livro no Rotary e na Acicam<br />
O livro escrito pelo jornalista e biógrafo Elias Awad, relata a inspiradora<br />
trajetória do presi<strong>de</strong>nte da maior cooperativa agrícola da América Latina<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA<br />
5
NOVO<br />
UNIPORT 3030<br />
EletroVortex<br />
A PULVERIZAÇÃO EM OUTRO NÍVEL<br />
2dcb.com.br<br />
FLUXO DE AR<br />
DO VENTILADOR<br />
PARA A BARRA<br />
FLUXO DE AR<br />
PARA O BICO<br />
PORTA-BICOS<br />
BIJET<br />
O fluxo <strong>de</strong> ar do sistema Vortex<br />
transporta as gotas <strong>de</strong> pulverização<br />
que, ao passar pelo bocal eletrostático,<br />
recebem cargas negativas que são<br />
atraídas pelas plantas, que têm cargas<br />
neutras. O resultado é uma melhor<br />
<strong>de</strong>posição do <strong>de</strong>fensivo em ambas<br />
as faces da planta.<br />
BOCAL<br />
ELETROSTÁTICO<br />
jacto.com
EDITORIAL<br />
As tecnologias no campo e os resultados da Credicoamo<br />
A<br />
edição <strong>de</strong>ste mês da <strong>Revista</strong><br />
<strong>Coamo</strong> apresenta aos associados<br />
e leitores dois temas<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do cooperativismo: os<br />
resultados do 31º Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
na Fazenda Experimental e<br />
do exercício <strong>de</strong> 2018 da Credicoamo<br />
Crédito Rural Cooperativa.<br />
A Credicoamo, que em<br />
<strong>2019</strong> completa 30 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s,<br />
encerrou mais um ano com<br />
excelentes resultados, para a satisfação<br />
e orgulho dos mais <strong>de</strong> 19 mil<br />
associados. Eles aprovaram em Assembleia<br />
Geral o balanço <strong>de</strong> 2018<br />
que registrou sobras líquidas <strong>de</strong> R$<br />
98,68 milhões, ativos <strong>de</strong> R$ 2,39 bilhões,<br />
com crescimento <strong>de</strong> 9,55% e<br />
um patrimônio líquido <strong>de</strong> R$ 631,19<br />
milhões, com 15,72% superior ao<br />
ano anterior.<br />
A cooperativa <strong>de</strong> crédito<br />
dos associados da <strong>Coamo</strong> segue a<br />
mesma filosofia e administração da<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI,<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
cooperativa <strong>Coamo</strong> e vem apresentando<br />
resultados expressivos. Com<br />
estrutura sólida e gran<strong>de</strong> atuação<br />
dos associados, a Credicoamo é<br />
<strong>de</strong>staque e referência no cooperativismo<br />
<strong>de</strong> crédito brasileiro oferecendo<br />
uma vasta e exclusiva linha<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços, os quais vêm<br />
agregando valor à produção agropecuária<br />
dos integrantes.<br />
O Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
<strong>Coamo</strong> na Fazenda Experimental<br />
também apresentou bons resultados<br />
na 31ª edição. O evento foi realizado<br />
recentemente para mais <strong>de</strong><br />
quatro mil pessoas entre associados<br />
e técnicos da própria cooperativa e<br />
<strong>de</strong> instituições parceiras.<br />
“Conhecimento que gera<br />
resultados”, é o slogan <strong>de</strong>ste importante<br />
evento tecnológico, que é pioneiro<br />
e está na vanguarda da pesquisa<br />
brasileira. Trata-se <strong>de</strong> um dia<br />
<strong>de</strong> trabalho que reúne associados<br />
<strong>de</strong> todas as regiões da área <strong>de</strong> ação<br />
da <strong>Coamo</strong>. Eles conhecem em um<br />
verda<strong>de</strong>iro laboratório a céu aberto,<br />
os resultados das mais mo<strong>de</strong>rnas<br />
pesquisas e tecnologias testadas e<br />
aprovadas no campo experimental<br />
da cooperativa.<br />
A difusão <strong>de</strong> tecnologias é<br />
um dos objetivos centrais do Encontro<br />
na Fazenda Experimental que<br />
tem na participação e interesse dos<br />
associados um dos pilares do seu<br />
sucesso há 31 anos. Eles são privilegiados,<br />
pois recebem informações<br />
atuais e <strong>de</strong> tecnologias que brevemente<br />
estarão à sua disposição para<br />
o planejamento das próximas safras.<br />
Os Encontros na Fazenda<br />
"A Credicoamo, que em<br />
<strong>2019</strong> completa 30 anos<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, encerrou<br />
mais um ano com<br />
excelentes resultados,<br />
para a satisfação e<br />
orgulho dos mais <strong>de</strong> 19<br />
mil associados."<br />
Experimental representam uma<br />
excelente oportunida<strong>de</strong> para os<br />
associados se atualizarem sobre o<br />
que existe <strong>de</strong> mais novo e mo<strong>de</strong>rno<br />
em diferentes temas da agropecuária.<br />
Isto é facilitado também<br />
pelo contato direto com renomados<br />
pesquisadores <strong>de</strong> importantes<br />
instituições, graças a uma parceria<br />
eficaz e vitoriosa com a <strong>Coamo</strong>,<br />
em prol do <strong>de</strong>senvolvimento das<br />
ativida<strong>de</strong>s dos associados visando<br />
produzir <strong>de</strong> forma sustentável no<br />
ambiente produtivo rural e obter<br />
renda no seu negócio.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA<br />
7
HENRIQUE DEBIASI<br />
“Sucesso do agronegócio é mérito<br />
dos agricultores junto com a pesquisa"<br />
“ Com muito orgulho, fui criado<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma lavoura<br />
<strong>de</strong> soja, lá no Rio Gran<strong>de</strong><br />
do Sul. Tenho vivenciado há quase<br />
30 anos a realida<strong>de</strong> e as dificulda<strong>de</strong>s<br />
que o agricultor enfrenta.<br />
Esse conhecimento do dia-a-dia<br />
do produtor tem sido muito útil<br />
na <strong>de</strong>finição do enfoque do meu<br />
trabalho como pesquisador.” A<br />
afirmação é do engenheiro agrônomo<br />
Henrique Debiasi, pesquisador<br />
<strong>de</strong> manejo do solo e da cultura,<br />
da Embrapa Soja.<br />
Para ele, a revolução<br />
que o agronegócio brasileiro<br />
tem passado é <strong>de</strong>corrente do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e adoção conjunta<br />
<strong>de</strong> diferentes tecnologias.<br />
“Des<strong>de</strong> cultivares com maior potencial<br />
produtivo e modificadas<br />
geneticamente, até o manejo<br />
integrado <strong>de</strong> pragas, doenças<br />
e plantas daninhas, passando<br />
também pelos avanços na agricultura<br />
<strong>de</strong> precisão.”<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Coamo</strong>: Qual sua área <strong>de</strong><br />
pesquisa na Embrapa Soja?<br />
Henrique Debiasi: Des<strong>de</strong> que ingressei<br />
(2008), me <strong>de</strong>dico, juntamente<br />
com os colegas da equipe <strong>de</strong><br />
manejo do solo e da cultura, à pesquisa<br />
e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias<br />
para o aprimoramento da<br />
qualida<strong>de</strong> do manejo do solo em sistema<br />
plantio direto (SPD), que sejam<br />
viáveis técnica, operacional e economicamente<br />
para os produtores.<br />
O trabalho não se limita ao Paraná,<br />
mas também em outros Estados. O<br />
foco principal é a melhoria da qualida<strong>de</strong><br />
estrutural do solo, por meio<br />
da utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> rotação,<br />
sucessão e/ou consorciação envolvendo<br />
espécies vegetais com alta<br />
produção <strong>de</strong> palha e, principalmente,<br />
<strong>de</strong> raízes. Também temos <strong>de</strong>stinado<br />
gran<strong>de</strong> parte do nosso tempo<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ferramentas<br />
para monitoramento da estrutura do<br />
solo, que sejam acessíveis à assistência<br />
técnica e aos produtores, como o<br />
Diagnóstico Rápido da Estrutura do<br />
Solo (DRES).<br />
RC: Qual a importância dos resultados<br />
do trabalho da Embrapa Soja?<br />
Debiasi: Dimensionar a contribuição<br />
que a pesquisa e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> tecnologias vêm dando ao agronegócio<br />
brasileiro não é difícil, basta<br />
ver a competitivida<strong>de</strong> da agricultura<br />
brasileira no cenário mundial, em<br />
que pese nossas históricas dificulda<strong>de</strong>s<br />
estruturais. Na década <strong>de</strong> 70,<br />
éramos importadores <strong>de</strong> alimentos;<br />
hoje, somos o 2º maior exportador<br />
mundial, o agronegócio tem 42%<br />
das exportações e mais <strong>de</strong> 20% do<br />
PIB; em 2018, o superávit do agronegócio<br />
na balança comercial foi<br />
superior a US$ 87 bilhões, enquanto<br />
que os <strong>de</strong>mais setores apresentaram<br />
saldo negativo <strong>de</strong> US$ 29 bilhões<br />
(dados do CEPEA). A ca<strong>de</strong>ia da soja<br />
exerce papel <strong>de</strong>terminante: somente<br />
os embarques <strong>de</strong> grãos, farelo e óleo<br />
correspon<strong>de</strong>ram, em 2018, a US$ 41<br />
bilhões, mais <strong>de</strong> 40% do valor total<br />
exportado pelo agronegócio.<br />
RC: Como vê a parceria entre agricultores<br />
e pesquisa?<br />
Debiasi: O gran<strong>de</strong> mérito do sucesso<br />
do agronegócio brasileiro é o trabalho<br />
incansável dos nossos agricultores,<br />
mas é necessário reconhecer a<br />
gran<strong>de</strong> contribuição das tecnologias<br />
e conhecimentos produzidos pela<br />
pesquisa. E, nesse caso, não é possível<br />
atribuir o mérito a esta ou aquela<br />
instituição <strong>de</strong> pesquisa, pois todas<br />
contribuíram <strong>de</strong> forma expressiva.<br />
RC: Quais são os <strong>de</strong>safios para os<br />
próximos anos?<br />
Debiasi: Gerar conhecimentos e tecnologias<br />
inovadoras que contribuam<br />
para o aumento da produtivida<strong>de</strong>,<br />
reduzam os custos, minimizam os<br />
impactos ambientais e, sobretudo,<br />
diminuam os efeitos negativos <strong>de</strong> intempéries<br />
climáticas, principalmente<br />
a seca.<br />
RC: E quanto ao nível tecnológico?<br />
Debiasi: O <strong>de</strong>safio é o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma tecnologia inovadora<br />
que permita avanços significativos na<br />
produtivida<strong>de</strong>. Isso exige muito mais<br />
esforço e passa, pelo conhecimento<br />
das interações entre a genética das<br />
plantas, o ambiente (solo e clima) e<br />
o nível tecnológico utilizado. Quando<br />
se altera minimamente qualquer um<br />
<strong>de</strong>stes fatores, a resposta aos <strong>de</strong>mais<br />
se modifica também. Isso exige tempo,<br />
metodologias cada vez mais avançadas<br />
e caras, equipes <strong>de</strong> pesquisa<br />
com integrantes <strong>de</strong> diferentes áreas<br />
do conhecimento e, principalmente,<br />
parcerias com o setor produtivo.<br />
RC: Como observa a relação entre<br />
as tecnologias e o seu uso pelos<br />
agricultores?<br />
Debiasi: Este é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio,<br />
o <strong>de</strong> diminuir a discrepância entre<br />
8 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
as tecnologias e conhecimentos disponíveis<br />
e aquilo que <strong>de</strong> fato é utilizado<br />
pelo produtor. Isso é notório<br />
em relação ao manejo e conservação<br />
do solo, on<strong>de</strong> práticas e tecnologias<br />
“básicas”, algumas milenares, como a<br />
rotação <strong>de</strong> culturas, o terraceamento<br />
e o cultivo em nível, têm ficado<br />
em segundo plano. Neste contexto,<br />
cabe a pesquisa se aproximar do<br />
setor produtivo, fazendo com que<br />
as tecnologias <strong>de</strong> fato cheguem ao<br />
usuário final. Da mesma forma, é<br />
papel da pesquisa aprimorar continuamente<br />
tecnologias já consolidadas,<br />
adaptando-as às alterações<br />
que constantemente ocorrem nos<br />
sistemas <strong>de</strong> produção, e tornando-<br />
-as mais acessíveis e simples para<br />
fomentar sua adoção.<br />
RC: A estrutura do solo é componente<br />
essencial da fertilida<strong>de</strong>?<br />
Debiasi: A estrutura <strong>de</strong>termina o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento radicular das plantas,<br />
bem como armazenamento e<br />
os fluxos <strong>de</strong> água e gases no solo,<br />
elementos essenciais para a produção<br />
agrícola. Em outras palavras,<br />
manejar a<strong>de</strong>quadamente a fertilida<strong>de</strong><br />
estrutural do solo significa principalmente<br />
potencializar o crescimento<br />
das raízes e a disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oxigênio e água no solo. A água<br />
é o principal insumo para a produção<br />
agrícola, tanto é que, se observarmos<br />
os resultados das últimas<br />
safras, vamos facilmente concluir<br />
que as gran<strong>de</strong>s perdas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />
estão, na ampla maioria das<br />
situações, associadas à seca. Levantamentos<br />
da equipe <strong>de</strong> manejo do<br />
solo e da cultura da Embrapa Soja,<br />
mostram que, em oito das últimas<br />
<strong>de</strong>zesseis safras no Paraná (50%),<br />
tivemos quebra <strong>de</strong> safra por seca,<br />
ao menos em algumas regiões, totalizando<br />
um prejuízo acumulado <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> US$ 5 bilhões. Ao mesmo<br />
tempo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento<br />
Henrique Debiasi é pós-graduado em Agronomia pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria<br />
(1999), mestre em Engenharia Agronômica pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria (2002) e<br />
doutor em Agronomia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (2008). Tem experiência na<br />
área <strong>de</strong> Agronomia, com ênfase em Física do Solo, atuando principalmente nos seguintes temas:<br />
ergonomia, cultura <strong>de</strong> tecidos, biotecnologia, tratores agrícolas e pré-básicas.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA<br />
9
HENRIQUE DEBIASI<br />
“NA DÉCADA DE 70, O BRASIL IMPORTAVA ALIMENTOS. HOJE É O 2º MAIOR EXPORTADOR<br />
MUNDIAL. O AGRONEGÓCIO RESPONDE POR 42% DAS EXPORTAÇÕES E MAIS DE 20% DO PIB."<br />
radicular da soja e do milho é espantosa.<br />
Resultados <strong>de</strong> nossas pesquisas<br />
mostram que, em condições <strong>de</strong><br />
solo não limitantes, as raízes <strong>de</strong> soja<br />
e milho chegam, aos 70 dias após a<br />
emergência, a cerca <strong>de</strong> 1,5 e 2 m <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>, respectivamente. Portanto,<br />
essas culturas têm condições<br />
<strong>de</strong> suportar veranicos sem gran<strong>de</strong>s<br />
prejuízos por um período <strong>de</strong> tempo<br />
maior do que <strong>de</strong> fato temos observado<br />
hoje na prática.<br />
RC: Quais são importantes tecnologias<br />
conquistadas nesses anos todos?<br />
Debiasi: A tecnologia que mais impactou<br />
positivamente a agricultura<br />
no Brasil neste período foi o Sistema<br />
Plantio Direto (SPD). Não é a toa<br />
que escolhi como linha <strong>de</strong> pesquisa<br />
a área <strong>de</strong> manejo do solo. Trabalhei<br />
na lavoura, juntamente com meu<br />
pai, na época do preparo convencional.<br />
Era um trabalho árduo, várias<br />
semanas <strong>de</strong>dicadas a operações <strong>de</strong><br />
gradagem pesada e gradagem leve.<br />
Depois vinham as chuvas torrenciais,<br />
e boa parte da camada superficial do<br />
solo ia parar no Rio Jacuí. A mudança<br />
para o SPD na nossa proprieda<strong>de</strong>, na<br />
safra 1992/93, foi essencial para que<br />
permanecêssemos na ativida<strong>de</strong>, e<br />
isso foi a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a região.<br />
RC: Qual o impacto e resultado da<br />
correta utilização do manejo do solo?<br />
Debiasi: No atual contexto da produção<br />
<strong>de</strong> grãos, o manejo correto<br />
do solo envolve um conjunto <strong>de</strong> práticas<br />
conservacionistas, envolvendo<br />
principalmente a adoção plena do<br />
SPD e a utilização <strong>de</strong> práticas mecânicas<br />
<strong>de</strong> controle da erosão, como o<br />
terraceamento e o cultivo em nível.<br />
Adotar plenamente o SPD significa<br />
limitar o revolvimento do solo à linha<br />
<strong>de</strong> semeadura, mantê-lo permanentemente<br />
coberto e utilizar sistemas<br />
diversificados <strong>de</strong> produção, envolvendo<br />
o cultivo <strong>de</strong> espécies vegetais<br />
com alto potencial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
palha e raízes.<br />
Henrique Debiasi em uma estação sobre solo no Encontro <strong>de</strong> Cooperados na Fazenda Experimental da <strong>Coamo</strong><br />
“Práticas e tecnologias<br />
'básicas', algumas<br />
milenares, como a<br />
rotação <strong>de</strong> culturas, o<br />
terraceamento e o cultivo<br />
em nível, têm ficado em<br />
segundo plano pelos<br />
agricultores.”<br />
RC: Quais os aspectos a serem melhorados<br />
no tocante ao uso do Manejo<br />
do solo?<br />
Debiasi: Com certeza, a qualida<strong>de</strong><br />
do manejo no solo adotado pelos<br />
produtores brasileiros melhorou<br />
muito nos últimos 30 anos, mas também<br />
é preciso avançar mais. Hoje,<br />
o principal aspecto a melhorar envolve<br />
o aumento da produção <strong>de</strong><br />
palha e raízes no sistema <strong>de</strong> produção,<br />
por meio da rotação, sucessão<br />
e/ou consorciação <strong>de</strong> culturas. No<br />
Paraná, mais <strong>de</strong> 90% da área <strong>de</strong> soja<br />
no verão é cultivada com milho na<br />
2ª safra. Nas regiões mais frias, tem<br />
predominado a sucessão trigo/soja.<br />
Esses sistemas não aten<strong>de</strong>m a produção<br />
<strong>de</strong> palha e raízes para manter<br />
o solo permanentemente coberto<br />
e melhorar a sua estrutura. O resultado<br />
tem sido a compactação do<br />
solo, com reflexos negativos sobre<br />
a conservação do solo e a produtivida<strong>de</strong><br />
das culturas, especialmente<br />
em anos secos. A falta <strong>de</strong> manutenção<br />
ou mesmo retirada dos terraços<br />
sem critério técnico, assim como a<br />
semeadura “morro abaixo”, impulsionados<br />
principalmente pelo aumento<br />
do tamanho das máquinas, também<br />
preocupam bastante. Um exemplo<br />
10 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
foi <strong>de</strong>monstrado no último Encontro<br />
<strong>de</strong> Cooperados na <strong>Coamo</strong>: a perda<br />
<strong>de</strong> água por escoamento chegou a<br />
ser quatro vezes maior em uma área<br />
cultivada morro abaixo comparativamente<br />
ao cultivo em nível. Simulamos<br />
uma adubação em cobertura<br />
com cloreto <strong>de</strong> potássio e, após uma<br />
chuva <strong>de</strong> 20 milímetros em <strong>de</strong>z minutos<br />
per<strong>de</strong>u-se 71% da quantida<strong>de</strong><br />
aplicada na água do escoamento.<br />
RC: Como avalia a parceria entre a<br />
<strong>Coamo</strong> e a Embrapa?<br />
Debiasi: A avaliação é muito positiva,<br />
temos diversos trabalhos <strong>de</strong> pesquisa<br />
e difusão <strong>de</strong> tecnologias em parceria,<br />
envolvendo diferentes áreas,<br />
em andamento há muitos anos, e<br />
com resultados significativos. A complexida<strong>de</strong><br />
dos problemas e <strong>de</strong>safios<br />
enfrentados pelo produtor, em conjunto<br />
com a escassez <strong>de</strong> recursos<br />
humanos e financeiros, que <strong>de</strong> forma<br />
geral atingem todas as instituições<br />
públicas, exige o fortalecimento das<br />
parcerias entre a pesquisa pública e o<br />
setor produtivo. Nós, pesquisadores,<br />
temos que ter consciência que nosso<br />
trabalho não conduzirá à avanços<br />
práticos se permanecermos na “zona<br />
<strong>de</strong> conforto”, limitarmos nossas pesquisas<br />
à estação experimental, sem<br />
nos preocuparmos também com o<br />
impacto e a difusão das informações<br />
geradas pelas teses, dissertações e<br />
artigos científicos. Esse entendimento<br />
é compartilhado entre a Embrapa<br />
Soja e a <strong>Coamo</strong>, o que faz <strong>de</strong>sta parceria<br />
um sucesso.<br />
RC: O trabalho da Fazenda Experimental<br />
da <strong>Coamo</strong> é importante instrumento<br />
<strong>de</strong> difusão?<br />
Debiasi: Trata-se <strong>de</strong> um trabalho<br />
diferenciado e que, felizmente, tem<br />
servido <strong>de</strong> exemplo para outras empresas.<br />
Estou como pesquisador da<br />
Embrapa há 11 anos, e participei<br />
como palestrante no Encontro <strong>de</strong><br />
Cooperados na Fazenda da <strong>Coamo</strong><br />
em oito oportunida<strong>de</strong>s. A organização,<br />
a relevância dos temas abordados,<br />
e o número e a qualida<strong>de</strong> dos<br />
participantes realmente impressionam.<br />
Mas o gran<strong>de</strong> diferencial dos<br />
Encontros <strong>de</strong> Cooperados é o caráter<br />
estritamente técnico, on<strong>de</strong> o foco<br />
é a difusão <strong>de</strong> informações com real<br />
valor científico e prático. A <strong>Coamo</strong><br />
e a Embrapa Soja conduzem, na Fazenda<br />
Experimental da cooperativa,<br />
“O gran<strong>de</strong> mérito do<br />
sucesso do<br />
agronegócio<br />
brasileiro é o trabalho<br />
incansável dos<br />
nossos agricultores,<br />
em parceria com a<br />
pesquisa por meio <strong>de</strong><br />
tecnologias e difusão<br />
<strong>de</strong> conhecimentos."<br />
experimento <strong>de</strong> diferentes sistemas<br />
<strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas, que vai completar<br />
34 anos em abril. Trata-se <strong>de</strong><br />
um dos experimentos <strong>de</strong> manejo do<br />
solo mais antigos do Brasil, e muitas<br />
tecnologias foram <strong>de</strong>senvolvidas, validadas<br />
e <strong>de</strong>monstradas através <strong>de</strong>le.<br />
RC: Qual é o papel do pesquisador,<br />
da assistência técnica e do produtor<br />
rural?<br />
Debiasi: Os pesquisadores têm sido<br />
intensamente cobrados pela socieda<strong>de</strong><br />
por <strong>de</strong>scobertas que levem a<br />
inovações tecnológicas e, por sua<br />
vez, tragam benefícios econômicos,<br />
sociais e ambientais. Esse <strong>de</strong> fato é<br />
o nosso gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio. Porém, o<br />
constante aprimoramento <strong>de</strong> tecnologias<br />
já disponíveis, o avanço no conhecimento<br />
da resposta das culturas<br />
ao manejo e aos fatores ambientais<br />
no longo prazo, assim como a participação<br />
efetiva na disseminação<br />
das informações geradas, continuam<br />
sendo importantes contribuições a<br />
serem dadas pela pesquisa. A mudança<br />
em uma tecnologia implica<br />
que as <strong>de</strong>mais sejam revistas, e isso<br />
não implica necessariamente em<br />
inovação. Um exemplo disso foi a<br />
disseminação <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> soja<br />
precoces e <strong>de</strong> crescimento in<strong>de</strong>terminado,<br />
que exigiu pesquisas que<br />
resultaram em alterações nas indicações<br />
<strong>de</strong> população <strong>de</strong> plantas. Tudo<br />
isso é papel da pesquisa também. Já<br />
a assistência técnica e os produtores<br />
<strong>de</strong>vem estar atentos aos avanços<br />
tecnológicos e nos conhecimentos<br />
obtidos pela pesquisa, <strong>de</strong> modo a<br />
aumentar a rentabilida<strong>de</strong> e diminuir<br />
o risco da sua ativida<strong>de</strong>, bem como<br />
preservar o ambiente, sobretudo o<br />
solo.<br />
RC: Qual sua mensagem aos cooperados<br />
da <strong>Coamo</strong>?<br />
Debiasi: A mensagem é <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento<br />
a todos os cooperados<br />
e suas famílias, que com seu incansável<br />
trabalho e persistência, contribuem<br />
para que o agronegócio<br />
seja exemplo mundial <strong>de</strong> eficiência,<br />
sustentando a economia <strong>de</strong>ste país.<br />
Sempre <strong>de</strong>sconfiem <strong>de</strong> “tecnologias”<br />
milagrosas, isto não existe no<br />
mundo real. Lembre-se: em qualquer<br />
ativida<strong>de</strong>, o sucesso só vem<br />
com muito trabalho, capricho, gosto<br />
pelo que faz e com a valorização dos<br />
conhecimentos técnicos e científicos<br />
gerados pela pesquisa isenta.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 11
Somos um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
negócio<br />
que acredita<br />
nas relações<br />
em que<br />
todos ganham<br />
somos.coop.br<br />
O cooperativismo paranaense se <strong>de</strong>staca no cenário nacional por sua organização, atuação e representativida<strong>de</strong>.<br />
Fundada em 2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971, a Ocepar completa 48 anos colhendo os frutos <strong>de</strong> um trabalho sério e profissional<br />
em <strong>de</strong>fesa dos interesses das cooperativas filiadas.<br />
Em reconhecimento, a <strong>Coamo</strong> presta esta homenagem à Ocepar.<br />
12 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ALIMENTOS COAMO<br />
Retorno do consumidor é positivo nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais e canal <strong>de</strong> atendimento<br />
Des<strong>de</strong> que o Facebook dos Alimentos<br />
<strong>Coamo</strong> colocou no ar<br />
a Campanha com a Ana Maria<br />
Braga, em março do ano passado o<br />
número <strong>de</strong> curtidas, compartilhamentos<br />
e comentários nas publicações é<br />
expressivo. Sem contar os números<br />
<strong>de</strong> seguidores que já chegam a quase<br />
420 mil. São pessoas <strong>de</strong> todos os cantos<br />
do país que compartilham as receitas<br />
e publicações, marcam familiares<br />
e amigos e por aí a re<strong>de</strong> só expan<strong>de</strong>.<br />
Além disso, os internautas também<br />
têm <strong>de</strong>ixado relatos sobre os produtos<br />
da <strong>Coamo</strong> por meio do Canal <strong>de</strong> Atendimento<br />
ao Consumidor.<br />
Miriam Pereira Camacho Bohn,<br />
<strong>de</strong> Florianópolis, Santa Catarina entrou<br />
no site dos Alimentos <strong>Coamo</strong> e <strong>de</strong>ixou<br />
seu relato. “Gostaria <strong>de</strong> elogiar o<br />
óleo <strong>de</strong> soja <strong>Coamo</strong>. Eu usava óleo <strong>de</strong><br />
milho, pois não gostava do cheiro do<br />
óleo <strong>de</strong> soja, mas para a minha surpresa<br />
o óleo da <strong>Coamo</strong> é simplesmente<br />
maravilhoso, não tem cheiro nenhum.<br />
Usei, pois um hóspe<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixou uma<br />
embalagem no apartamento, fiquei<br />
com dó <strong>de</strong> jogar e experimentei. Parabéns<br />
a todos da empresa!”.<br />
Terezinha, <strong>de</strong> Promissão, São<br />
Paulo, fez questão <strong>de</strong> ligar no Canal<br />
<strong>de</strong> Atendimento ao Consumidor dos<br />
Alimentos <strong>Coamo</strong>. “Estou ligando para<br />
elogiar o café <strong>Coamo</strong> tradicional, nunca<br />
tive preferências para marcas <strong>de</strong><br />
café e ontem eu vi o café <strong>Coamo</strong> no<br />
supermercado e resolvi comprar para<br />
experimentar. Fiz hoje <strong>de</strong> manhã e<br />
adorei, uma <strong>de</strong>lícia, a <strong>Coamo</strong> está <strong>de</strong><br />
parabéns!.”<br />
Marcia Balbino, <strong>de</strong>ixou seu re-<br />
cado pela fan page, “Adoro e só uso<br />
os produtos <strong>Coamo</strong>. Fiz minha patroa<br />
mudar <strong>de</strong> marca e comprar <strong>Coamo</strong>.”<br />
A consumidora Eloisa Lima,<br />
fez questão <strong>de</strong> recomendar os Alimentos<br />
<strong>Coamo</strong> no Facebook: “Todos<br />
os produtos <strong>Coamo</strong> são <strong>de</strong> excelente<br />
qualida<strong>de</strong>, pois temos neles toda<br />
confiança dos bons produtos e quantida<strong>de</strong>s<br />
que nos dão ótima qualida<strong>de</strong><br />
no que fazemos com os Alimentos<br />
<strong>Coamo</strong>.”<br />
E a Ana Couto é outra que<br />
<strong>de</strong>ixou um recado no Facebook, “Uso<br />
e gosto dos produtos...são <strong>de</strong> ótima<br />
qualida<strong>de</strong>, não são pesados para o<br />
organismo e nem para o bolso!!”.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 13
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
DNA da produção sustentável na<br />
FAZENDA EXPERIMENTAL<br />
14 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
da Fazenda Experimental<br />
<strong>Coamo</strong> está na 31ª<br />
edição, sendo um<br />
laboratório a céu aberto<br />
da cooperativa com um<br />
verda<strong>de</strong>iro suporte para a<br />
pesquisa nacional<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> apresentar<br />
aos cooperados<br />
as novas tecnologias testadas<br />
e aprovadas é realizado<br />
anualmente o Encontro <strong>de</strong> Cooperados<br />
na Fazenda Experimental<br />
<strong>Coamo</strong>, em Campo Mourão<br />
(Centro-Oeste do Paraná). A 31ª<br />
edição foi entre os dias 04 e 08<br />
<strong>de</strong> fevereiro. A cooperativa difun<strong>de</strong><br />
as tecnologias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />
fundação, há 48 anos, e a Fazenda<br />
Experimental é o laboratório<br />
a céu aberto e referência para as<br />
pesquisas.<br />
O encontro reuniu neste<br />
ano cerca <strong>de</strong> quatro mil cooperados,<br />
<strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong> ação<br />
da cooperativa no Paraná, Santa<br />
Catarina e Mato Grosso do Sul, e<br />
quem participa sai na frente. De<br />
acordo com o superinten<strong>de</strong>nte<br />
Técnico da <strong>Coamo</strong>, Aquiles <strong>de</strong><br />
Oliveira Dias, é uma oportunida<strong>de</strong><br />
ímpar para o associado se<br />
atualizar. “Em todas as edições<br />
do Encontro <strong>de</strong> Verão trazemos<br />
os temas do momento, ou seja,<br />
aquilo que realmente necessita<br />
ser discutido pelos cooperados,<br />
técnicos e pesquisadores”, consi<strong>de</strong>ra.<br />
Como resultado <strong>de</strong>ssa<br />
difusão <strong>de</strong> conhecimento, as<br />
produtivida<strong>de</strong>s vêm aumentando<br />
gradualmente ao longo dos<br />
anos nos campos dos cooperados<br />
da <strong>Coamo</strong>, que em contato<br />
direto com a pesquisa têm as<br />
informações em primeira mão.<br />
“O Encontro na Fazenda Experimental<br />
é tradicional, apresenta<br />
as novida<strong>de</strong>s que a pesquisa <strong>de</strong>senvolve<br />
e repassa aos agricultores.<br />
Praticamente dobramos as<br />
produtivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> soja e milho e,<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 15
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
ENCONTRO DE COOPERADOS NA FAZENDA EXPERIMENTAL DA COAMO É<br />
IMPORTANTE FERRAMENTA PARA A DIFUSÃO DE TECNOLOGIA NO CAMPO<br />
certamente, a pesquisa e o trabalho<br />
na Fazenda Experimental têm<br />
papel fundamental”, comenta o<br />
presi<strong>de</strong>nte da <strong>Coamo</strong>, José Aroldo<br />
Gallassini.<br />
O engenheiro agrônomo<br />
Lucas Simas Moreira, chefe da<br />
Fazenda Experimental da <strong>Coamo</strong>,<br />
explica que a cada ano são<br />
selecionados <strong>de</strong>z temas para<br />
<strong>de</strong>monstrar aos cooperados,<br />
com uma metodologia e didática<br />
simples, e própria para apresentação<br />
dos resultados. De acordo<br />
TEMAS APRESENTADOS<br />
Cultivares <strong>de</strong> soja I: Monsoy, Basf, FT<br />
Sementes, Ni<strong>de</strong>ra e Syngenta<br />
Cultivares <strong>de</strong> soja II: Embrapa, TMG,<br />
Brasmax, e Don Mario<br />
Importância do milho no sistema <strong>de</strong><br />
produção<br />
Praga e doença emergentes na cultura do<br />
milho 1° e 2° safra<br />
Importância do equilíbrio hormonal e<br />
utilização <strong>de</strong> biorregulador <strong>de</strong> soja<br />
com ele, o encontro tem como<br />
principal objetivo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do quadro social na ativida<strong>de</strong><br />
agrícola. “Os cooperados<br />
vêm <strong>de</strong> todas as regiões para<br />
aproveitar ao máximo a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r para produzir<br />
cada vez mais e com sustentabilida<strong>de</strong>",<br />
afirma.<br />
Marcelo Sumiya, gerente<br />
<strong>de</strong> Assistência Técnica da <strong>Coamo</strong>,<br />
avalia que a gran<strong>de</strong> participação<br />
dos cooperados <strong>de</strong>monstra<br />
a preocupação e interesse<br />
em se manter bem informado e<br />
buscar sempre novida<strong>de</strong>s e tecnologias<br />
que possam contribuir<br />
e melhorar a ativida<strong>de</strong> agrícola.<br />
“Cada estação tratou <strong>de</strong> um tema<br />
para o associado <strong>de</strong>senvolver na<br />
Lucas Simas Moreira, chefe da<br />
Fazenda Experimental da <strong>Coamo</strong><br />
proprieda<strong>de</strong>, seja para otimizar a<br />
produção ou se preparar para o<br />
futuro com possíveis problemas<br />
que possam prejudicar a produção.<br />
Trazemos sempre situações<br />
do presente, mas pensamos também<br />
no futuro, no planejamento<br />
das próximas safras”, observa.<br />
Associação <strong>de</strong> fungicidas multissítio no<br />
manejo <strong>de</strong> ferrugem em soja<br />
Monitoramento da resistência <strong>de</strong> tecnologias<br />
Bt em milho e soja<br />
Diretoria participou todos os dias do Encontro <strong>de</strong> Cooperados: Aquiles <strong>de</strong> Oliveira Dias, superinten<strong>de</strong>nte<br />
Técnico, Marcelo Sumiya, gerente <strong>de</strong> Assistência Técnica, Ricardo Accioly Cal<strong>de</strong>rari, diretor-secretário, Claudio<br />
Francisco Bianchi Rizzatto, diretor-vice-presi<strong>de</strong>nte, e José Aroldo Gallassini, diretor-presi<strong>de</strong>nte da <strong>Coamo</strong><br />
Avaliação da taxa <strong>de</strong> Infiltração <strong>de</strong> água no<br />
solo e suas correlações<br />
Apresentação da plataforma tecnológica Soja<br />
Intacta 2 Xtend<br />
Desempenho e importância dos herbicidas<br />
pré-emergentes no manejo <strong>de</strong> plantas<br />
daninhas<br />
Diretoria em visita as estações<br />
16 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
TADEU VORONIUK JÚNIOR<br />
Roncador (Centro-Oeste do Paraná)<br />
“<br />
A <strong>Coamo</strong> está <strong>de</strong> parabéns por nos trazer para<br />
este encontro. Cada estação, uma novida<strong>de</strong> e<br />
a cada ano uma superação. O que há <strong>de</strong> mais<br />
mo<strong>de</strong>rno para a agricultura a gente encontra<br />
neste evento.<br />
CLAUDEMIR HASKEL<br />
Manoel Ribas (Centro do Paraná)<br />
Apren<strong>de</strong>mos muito com os encontros. Esse trabalho<br />
da cooperativa <strong>de</strong> fazer os experimentos e mostrar<br />
os resultados para nós cooperados é importante,<br />
pois sabemos que o que estamos implantando<br />
“na proprieda<strong>de</strong> foi validado pela <strong>Coamo</strong>.<br />
Novas varieda<strong>de</strong>s e atenção no campo<br />
Estação sobre cultivares <strong>de</strong> soja<br />
apresentou as novida<strong>de</strong>s e abordou<br />
questões <strong>de</strong> doenças e pragas<br />
Os cooperados que participam do encontro<br />
aguardam com ansieda<strong>de</strong> para ver as novida<strong>de</strong>s<br />
relacionadas as novas cultivares <strong>de</strong><br />
soja. Sabendo disso, a coor<strong>de</strong>nação do evento <strong>de</strong>ixa<br />
duas estações reservadas para a principal cultura do<br />
verão. Além <strong>de</strong> apresentar as novas varieda<strong>de</strong>s, neste<br />
ano, foi <strong>de</strong>batido sobre duas situações que po<strong>de</strong>m<br />
causar prejuízos as lavouras <strong>de</strong> soja: a mosca<br />
branca e a antracnose.<br />
O engenheiro agrônomo Luis Cesar Voytena,<br />
da <strong>Coamo</strong> em Campo Mourão (Centro-Oeste do<br />
Paraná), comenta que as cultivares são adaptadas<br />
para todas as regiões da <strong>Coamo</strong>. “É importante ressaltar<br />
que conduzimos e mostramos os experimentos<br />
conforme a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ano para que o<br />
Waltemberg Machado <strong>de</strong> Lima, <strong>de</strong> Peabiru, Fabrício Gastoni Charneski, <strong>de</strong><br />
Brasilândia do Sul, Luís Cesar Voytena, <strong>de</strong> Campo Mourão, Gilson Bernardino,<br />
<strong>de</strong> Palmital e Marco Aurélio Guenca, <strong>de</strong> Iretama<br />
cooperado tenha uma real situação <strong>de</strong> como a varieda<strong>de</strong><br />
se comportará na proprieda<strong>de</strong>.” Foram apresentadas<br />
varieda<strong>de</strong>s da Monsoy, Basf, FT Sementes,<br />
Ni<strong>de</strong>ra e Syngenta.<br />
Na estação, os cooperados foram alertados<br />
sobre a mosca branca, uma praga que se <strong>de</strong>senvolve<br />
em regiões mais quente, como no Mato Grosso<br />
e Bahia, por exemplo, mas que já está presente na<br />
área <strong>de</strong> ação da <strong>Coamo</strong>. “Ainda não temos relatos<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 17
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
ALÉM DE APRESENTAR AS NOVAS VARIEDADES, FORAM DEBATIDAS DUAS SITUAÇÕES QUE<br />
PODEM CAUSAR PREJUÍZOS ÀS LAVOURAS DE SOJA: MOSCA BRANCA E ANTRACNOSE<br />
<strong>de</strong> danos econômicos. Porém, é bom que os associados<br />
conheçam melhor a praga para que possam<br />
se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Tem muitos agricultores que já a conhecem,<br />
pois é a mesma mosca branca que ataca o<br />
feijão. O controle é por meio <strong>de</strong> produtos químicos<br />
e <strong>de</strong> algumas ações <strong>de</strong> manejo para diminuir a população.”<br />
De acordo com o profissional, a visualização<br />
das moscas na lavoura é bastante fácil. “Basta<br />
dar uma batida nas plantas e se tiver a mosca já terá<br />
uma revoada”, assinala.<br />
Outra questão abordada na estação foi a<br />
importância dos cooperados escalonarem o plantio<br />
da soja. Ele lembra que a safra 2018/19 foi marcada<br />
por altas temperaturas e por falta <strong>de</strong> chuva em vários<br />
períodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das plantas. “As<br />
lavouras semeadas mais cedo sofreram mais do que<br />
as <strong>de</strong> mais tar<strong>de</strong>. É necessário planejar o plantio <strong>de</strong><br />
forma que aumente a chance <strong>de</strong> fugir <strong>de</strong> uma possível<br />
intempérie climática”, <strong>de</strong>staca Voytena.<br />
Assuntos relacionados a antracnose e as cultivares<br />
da Embrapa, TMG, Brasmax e Don Mario foram<br />
apresentados em outra estação. De acordo com<br />
o engenheiro agrônomo Breno Rovani, da <strong>Coamo</strong><br />
em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), o primeiro<br />
passo, e o mais importante, é a i<strong>de</strong>ntificação da<br />
doença que não é tão fácil <strong>de</strong> ser reconhecida, já que<br />
os sintomas se parecem com outras doenças como a<br />
mancha alvo, por exemplo, ou têm sintomas idênticos<br />
aos causados pela falta <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, clima quente ou<br />
ainda <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> cálcio no solo. “São várias as situações<br />
vivenciadas no campo e que po<strong>de</strong>m se confundir<br />
com a antracnose. Nossa orientação é para que<br />
os associados procurem o <strong>de</strong>partamento Técnico da<br />
<strong>Coamo</strong> para que façam uma correta i<strong>de</strong>ntificação e<br />
controle da doença”, comenta.<br />
Sobre as varieda<strong>de</strong>s apresentadas, o engenheiro<br />
agrônomo <strong>de</strong>staca que várias <strong>de</strong>las são lançamentos<br />
e aten<strong>de</strong>m as <strong>de</strong>mandas do campo, seja relacionada<br />
a sanida<strong>de</strong> ou produtivida<strong>de</strong>. “Temos várias<br />
opções e adaptadas para diversas situações, seja em<br />
clima mais quente ou frio, ou em regiões mais altas<br />
ou baixas, além <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> solo e, também,<br />
para quem quer antecipar ou retardar o plantio.” Rovani<br />
ressalta que quanto mais opção, mais aumenta<br />
18 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
a necessida<strong>de</strong> do cooperado fazer um bom<br />
planejamento e aproveitar da melhor maneira<br />
possível as tecnologias inseridas em cada varieda<strong>de</strong>.<br />
A estação contou com os pesquisadores<br />
Luís Cesar Vieira Tavares, da Embrapa/<br />
Soja, e Ralf Udo Dengler, da Fundação Meridional.<br />
Sempre presentes nos encontros, eles<br />
apresentaram suas respectivas novida<strong>de</strong>s.<br />
“Destacamos uma varieda<strong>de</strong> convencional<br />
com resistência a ferrugem e uma intacta com<br />
boa tolerância a percevejo. São cultivares que<br />
estão no mercado e adaptadas para todas as<br />
regiões da área <strong>de</strong> ação da <strong>Coamo</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
Santa Catarina até o Mato Grosso do Sul”, comenta<br />
Tavares.<br />
Ele ressalta a importância do encontro<br />
<strong>de</strong> cooperados na Fazenda Experimental da<br />
<strong>Coamo</strong> como fonte <strong>de</strong> informação para a pesquisa,<br />
pois é on<strong>de</strong> ouvem a <strong>de</strong>manda dos agricultores.<br />
“As tecnologias apresentadas hoje,<br />
são <strong>de</strong>mandas que ouvimos no passado. Trazemos<br />
varieda<strong>de</strong>s que possam agregar mais<br />
valor à produção dos associados”, diz Tavares.<br />
Ele explica ainda que a varieda<strong>de</strong> resistente a<br />
ferrugem necessita <strong>de</strong> um manejo a<strong>de</strong>quado<br />
contra a doença como forma <strong>de</strong> retardar o ataque<br />
enquanto que a cultivar tolerante ao percevejo<br />
po<strong>de</strong> sofrer um dano menor por não ser<br />
tão atrativa para o inseto.<br />
Breno Rovani, <strong>de</strong> Campo Mourão, Eugenio Pawlina Júnior, <strong>de</strong> Cantagalo, Danilo<br />
Rodrigues Alves, <strong>de</strong> Roncador, e Antonio Marcos David, <strong>de</strong> Mangueirinha<br />
Pesquisadores Ralf Udo Dengler, da Fundação Meridional,<br />
e Luis Cesar Vieira Tavares, da Embrapa/Soja<br />
Mais milho no verão<br />
Consi<strong>de</strong>rado importante<br />
economicamente e para o sistema,<br />
cereal necessita <strong>de</strong> alta tecnologia e<br />
respon<strong>de</strong> bem aos investimentos<br />
O<br />
milho é outra cultura que tem lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
entre os assuntos apresentados no<br />
Encontro da Fazenda Experimental <strong>Coamo</strong>.<br />
Consi<strong>de</strong>rado importante economicamente e, sobretudo,<br />
para o sistema <strong>de</strong> produção da proprieda<strong>de</strong>, o<br />
cereal necessita <strong>de</strong> alta tecnologia e respon<strong>de</strong> bem<br />
aos investimentos.<br />
Leandro Mansano Martines, <strong>de</strong> Pitanga, Giovani Augusto Pinheiro, <strong>de</strong> Fênix,<br />
José Ricardo Pedron Romani, <strong>de</strong> Mangueirinha, e Odair Johanns, <strong>de</strong> Goioerê<br />
Os avanços no campo, são como termômetros<br />
que servem para medir como a cooperativa<br />
está conseguindo chegar aos resultados <strong>de</strong>seja-<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 19
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
MILHO RESPONDE AO INVESTIMENTO TECNOLÓGICO E, POR ISSO, O PRODUTOR<br />
RURAL TEM QUE ESTAR BEM INFORMADO SOBRE AS NOVIDADES DO MERCADO<br />
dos na parceria com os cooperados.<br />
“O nosso principal <strong>de</strong>safio é<br />
transformar a tecnologia mostrada<br />
durante esta semana <strong>de</strong> trabalho<br />
em produtivida<strong>de</strong> e renda para o<br />
associado”, <strong>de</strong>staca o engenheiro<br />
agrônomo Odair Johans, da <strong>Coamo</strong><br />
em Goioerê. Ele lembra que o<br />
foco foi intensificar o cultivo do milho<br />
no verão. “Além <strong>de</strong> apresentar<br />
materiais com potencial <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>,<br />
enfocamos a importância<br />
do cultivo <strong>de</strong> milho no verão. Mostramos<br />
alguns com potencial <strong>de</strong><br />
plantio também no inverno, mas o<br />
foco principal é o verão”, salienta.<br />
A cultura do milho respon<strong>de</strong><br />
ao investimento tecnológico<br />
e, por isso, o produtor rural tem<br />
que estar bem informado sobre<br />
as novida<strong>de</strong>s do mercado. A estação<br />
também <strong>de</strong>stacou fatores<br />
ligados a questão da reciclagem<br />
<strong>de</strong> nutrientes, manejo <strong>de</strong> pragas,<br />
doenças e plantas daninhas, além<br />
do enraizamento da cultura e retenção<br />
<strong>de</strong> água no solo, entre outros.<br />
“Deixamos claro que as áreas<br />
rotacionadas proporcionam uma<br />
melhor produtivida<strong>de</strong> da oleaginosa”,<br />
enfatiza Johans.<br />
O agrônomo ainda lembra<br />
que o milho não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<br />
importante quando cultivado no<br />
período do inverno, na chamada<br />
segunda safra. Contudo, reafirma<br />
os benefícios diretos <strong>de</strong>ixados<br />
pela cultura no verão. “Para<br />
o sistema ele contribuiu mais<br />
quando cultivado no verão, por<br />
conta do manejo aliado às outras<br />
culturas”, finaliza.<br />
20 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Pragas e doenças emergentes no milho<br />
Foram abordadas duas doenças<br />
emergentes para a cultura: a estria<br />
bacteriana e o enfezamento causado<br />
pela cigarrinha-do-milho<br />
Seja plantado no verão, em menor escala, ou na<br />
segunda safra, com áreas mais significativas, o<br />
milho representa uma boa fonte <strong>de</strong> renda e é<br />
importante para o sistema produtivo dos associados<br />
da <strong>Coamo</strong>. A sanida<strong>de</strong> das plantas é sempre uma<br />
preocupação, seja dos agricultores, técnicos da cooperativa<br />
ou da pesquisa, já que po<strong>de</strong> limitar a produtivida<strong>de</strong>.<br />
Neste ano, foram abordadas duas doenças<br />
emergentes para a cultura: a estria bacteriana e<br />
o enfezamento causado pela cigarrinha-do-milho.<br />
“São duas doenças emergentes que neces-<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 21
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
SANIDADE DAS PLANTAS É SEMPRE UMA PREOCUPAÇÃO, SEJA DOS AGRICULTORES,<br />
TÉCNICOS DA COOPERATIVA OU DA PESQUISA, JÁ QUE PODE LIMITAR A PRODUTIVIDADE<br />
sitam <strong>de</strong> atenção e cuidados. Por<br />
isso estamos nos antecipando e<br />
mostrando que o problema existe<br />
e que po<strong>de</strong> chegar à lavoura<br />
dos nossos cooperados”, comenta<br />
o engenheiro agrônomo José<br />
Marcelo Fernan<strong>de</strong>s Rúbio, da<br />
<strong>Coamo</strong> em Mamborê (Centro-<br />
-Oeste do Paraná).<br />
Casos <strong>de</strong> enfezamento<br />
causado pela cigarrinha foram<br />
<strong>de</strong>tectados em Sertanópolis e<br />
Arapoti, no Paraná. “Mesmo sendo<br />
isolados, merecem atenção já<br />
que a região da <strong>Coamo</strong> é gran<strong>de</strong><br />
produtora <strong>de</strong> milho”, observa Rúbio.<br />
O enfezamento é transmitido<br />
<strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong> milho doente<br />
para uma sadia pelas cigarrinhas.<br />
Elas são pequenas, me<strong>de</strong>m aproximadamente<br />
quatro milímetros<br />
<strong>de</strong> comprimento, e apresentam<br />
coloração amarela-palha, com<br />
duas manchas circulares negras<br />
bem marcadas no alto da cabeça,<br />
o que permite diferenciá-las<br />
<strong>de</strong> outras cigarrinhas encontradas<br />
no ambiente produtivo.<br />
De acordo com o agrônomo,<br />
os sintomas são visíveis já<br />
que a doença atrapalha todo o<br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
planta que não cresce, não forma<br />
espiga e ainda faz com que<br />
outras doenças oportunistas ataquem<br />
a lavoura. “A cigarrinha só<br />
se alimenta <strong>de</strong> milho e precisa<br />
<strong>de</strong>sta cultura para se reproduzir.<br />
Ela tem uma tendência <strong>de</strong> sair da<br />
planta mais velha e procurar uma<br />
mais nova, e nesse processo <strong>de</strong><br />
migração, se estiver contaminada<br />
com a doença, transmite para outras<br />
plantas”, comenta Rúbio. Ele<br />
acrescenta que uma ação preventiva<br />
é eliminar as plantas tigueras,<br />
que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>ira<br />
durante a entressafra.<br />
O engenheiro agrônomo<br />
Rodolfo Bianco, pesquisador do<br />
Instituto Agronômico do Paraná<br />
(Iapar), <strong>de</strong>staca que a cigarrinha<br />
se reproduz com mais facilida<strong>de</strong><br />
em regiões on<strong>de</strong> as lavouras são<br />
cultivadas <strong>de</strong> forma mais escalonada<br />
e lembra que ela precisa<br />
do milho para se alimentar e vai<br />
passando <strong>de</strong> uma planta mais ve-<br />
Rodolfo Bianco, do Iapar<br />
lha para mais nova. “Em regiões<br />
em que se planta milho no verão<br />
e na segunda safra para silagem<br />
aumenta a chance <strong>de</strong> ter a cigarrinha.<br />
Se ela estiver contaminada,<br />
com certeza, passará a doença<br />
<strong>de</strong> uma planta para outra. Costumamos<br />
dizer que o enfezamento<br />
é como se fosse uma <strong>de</strong>ngue, já<br />
que precisa <strong>de</strong> um transmissor<br />
entre uma planta doente e uma<br />
sadia. Neste caso a transmissão é<br />
feita pela cigarrinha”, assinala, reforçando<br />
a importância <strong>de</strong> se eliminar<br />
as plantas <strong>de</strong> milho tiguera<br />
como forma <strong>de</strong> não ter a doença<br />
na entressafra.<br />
Guilherme Teixeira da Silva, <strong>de</strong> Quinta do Sol, José Marcelo Fernan<strong>de</strong>s Rúbio, <strong>de</strong><br />
Mamborê, Conrado Vitor Zanuto, <strong>de</strong> Ivailândia, e Bruno Lopes Paes, <strong>de</strong> Campo Mourão<br />
Plantas com enfezamento causado pela cigarrinha-do-milho<br />
22 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Estria Bacteriana<br />
A estria bacteriana do<br />
milho é uma doença foliar <strong>de</strong><br />
ocorrência recente em algumas<br />
regiões produtoras ao redor do<br />
mundo e que tem <strong>de</strong>spertado<br />
preocupações para produtores<br />
e técnicos envolvidos com a cultura.<br />
No Brasil, os primeiros sintomas<br />
característicos da doença<br />
foram observados em lavouras<br />
comerciais na região Oeste do<br />
Paraná, em 2016, com rápido aumento<br />
na safra <strong>de</strong> 2018.<br />
Os engenheiros agrônomos<br />
Rui Pereira Leite e Adriano<br />
Augusto <strong>de</strong> Paiva Custódio, do<br />
Instituto Agronômico do Paraná<br />
(Iapar), participaram do encontro.<br />
Eles são autores <strong>de</strong> uma publicação<br />
do Iapar sobre a doença<br />
e responsáveis pela <strong>de</strong>scoberta<br />
e i<strong>de</strong>ntificação da estria bacteriana<br />
no Paraná.<br />
Rui Pereira Leite observa<br />
que a estria bacteriana tem<br />
causado gran<strong>de</strong> preocupação<br />
porque alguns híbridos <strong>de</strong> milho<br />
se mostram altamente susceptíveis<br />
à doença, chegando a uma<br />
severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 70% afetando<br />
a parte aérea das folhas da<br />
planta e levando a uma redução<br />
<strong>de</strong> 50% na produtivida<strong>de</strong>. “As<br />
plantas que tinham potencial <strong>de</strong><br />
produzir <strong>de</strong> oito a <strong>de</strong>z mil quilos<br />
por hectares, produziram 3.900.<br />
É uma doença bastante severa e<br />
que tem preocupado o setor técnico<br />
e produtores”, assinala.<br />
De acordo com o pesquisador,<br />
a doença po<strong>de</strong> atacar o<br />
milho tanto no verão como na segunda<br />
safra, já que o clima quente<br />
favorece o seu aparecimento.<br />
Apresentação sobre como i<strong>de</strong>ntificar a estria bacteriana nas lavouras <strong>de</strong> milho<br />
Entre as medidas <strong>de</strong> prevenção<br />
citadas pela pesquisa está o uso<br />
<strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> cultura, utilização<br />
<strong>de</strong> sementes sadias, híbridos<br />
mais resistentes e <strong>de</strong>sinfestação<br />
<strong>de</strong> equipamentos agrícolas. “São<br />
medidas preventivas importantes,<br />
já que ainda não temos nenhum<br />
produto químico que possa<br />
ser utilizado no controle da<br />
estria bacteriana”, <strong>de</strong>staca Leite.<br />
A doença se apresenta,<br />
Adriano Augusto <strong>de</strong> Paiva Custódio, do Iapar<br />
inicialmente, na forma <strong>de</strong> pequenas<br />
pontuações nas folhas. Ao<br />
evoluírem, os sintomas são caracterizados<br />
por lesões alongadas e<br />
estreitas circundadas por halo <strong>de</strong><br />
coloração amarelada e restritas às<br />
regiões internervais. Além disso,<br />
as bordas das lesões são onduladas,<br />
sendo essa uma importante<br />
característica para diferenciar a<br />
estria bacteriana dos sintomas da<br />
doença fúngica cercosporiose.<br />
Rui Pereira Leite, do Iapar<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 23
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Hormônio equilibrado,<br />
produtivida<strong>de</strong> potencializada<br />
Alguns cuidados<br />
potencializam a capacida<strong>de</strong><br />
produtiva <strong>de</strong> uma planta, e o<br />
equilíbrio nutricional impacta<br />
diretamente no resultado<br />
Produzir mais em uma<br />
mesma área está entre<br />
os principais <strong>de</strong>safios do<br />
agricultor para melhorar a rentabilida<strong>de</strong>.<br />
Para isso, alguns<br />
cuidados ao longo do ciclo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento da planta são<br />
<strong>de</strong>cisivos para potencializar a<br />
sua capacida<strong>de</strong> produtiva. Na<br />
fase vegetativa, por exemplo, o<br />
equilíbrio nutricional é uma importante<br />
ferramenta que impacta<br />
diretamente no resultado da co-<br />
lheita. As vantagens da utilização<br />
da tecnologia foram apresentadas<br />
no encontro <strong>de</strong>ste ano.<br />
Na estação, técnicos da<br />
<strong>Coamo</strong> e pesquisadores esclareceram<br />
que as plantas são altamente<br />
influenciadas por fatores externos<br />
durante o período vegetativo.<br />
Período que exige equilíbrio nutricional<br />
e hormonal do vegetal<br />
para que ela suporte os estresses<br />
fisiológicos causados pelas adversida<strong>de</strong>s<br />
ambientais e consiga<br />
promover, <strong>de</strong> forma efetiva, o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento dos grãos com<br />
qualida<strong>de</strong>. “Temos constante aumento<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> ao longo<br />
dos anos. Isso se <strong>de</strong>ve a um ajuste<br />
fino, relacionado a macro e micronutrientes<br />
e equilíbrio hormonal,<br />
Ta<strong>de</strong>u Takeyoshi Inoue, da UEM<br />
24 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Marcelo Augusto Batista, da UEM<br />
além, é claro, <strong>de</strong> outras técnicas <strong>de</strong> cultivo ligadas ao<br />
manejo. O hormônio na dose certa proporciona mais<br />
expressivida<strong>de</strong> na parte aérea e radicular da planta<br />
oferecendo condições para mais produtivida<strong>de</strong>”,<br />
comenta o engenheiro agrônomo José Petruisse, da<br />
<strong>Coamo</strong> em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná).<br />
Conforme o técnico, quando a planta está<br />
mais equilibrada em relação as raízes, caule e parte<br />
aérea, consequentemente, explora melhor o solo,<br />
aproveitando a oferta <strong>de</strong> água e nutrientes. “Estamos<br />
falando da adição <strong>de</strong> auxina, giberelina e citocinina.<br />
Hormônios que favorecem o sistema radicular<br />
e o crescimento da parte aérea, que capta mais<br />
radiação solar transformando em fotoassimilados e<br />
acumulando energia para realizar o enchimento <strong>de</strong><br />
grãos, proporcionado alta produtivida<strong>de</strong>”, explica.<br />
Para o pesquisador Marcelo Augusto Batista,<br />
da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá (UEM), especialista<br />
em Nutrição <strong>de</strong> Plantas, é importante olhar para<br />
vários fatores na produção e a questão hormonal precisa<br />
ser levada em conta. “Nós precisamos <strong>de</strong> hormônios<br />
e com a planta não é diferente. Quando isso está<br />
bem equilibrado, a planta consegue expressar melhor<br />
seu potencial produtivo, ou pelo menos, manter a produtivida<strong>de</strong>.<br />
Isso vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do ambiente em que está<br />
sendo produzida, se numa condição <strong>de</strong> estresse ou <strong>de</strong><br />
clima equilibrado”, esclarece Batista.<br />
O especialista lembra ainda que a adição<br />
<strong>de</strong> hormônio não é essencial porque a planta, assim<br />
como as pessoas, produz o elemento. No entanto, é<br />
necessário administrar essa molécula, favorecendo o<br />
equilíbrio fisiológico da cultura. “É o que fazemos com<br />
o ser humano. Em algum momento interagimos para<br />
que ele tenha um <strong>de</strong>sempenho melhor, não sofra nenhuma<br />
mazela. Com a planta não é diferente”, afirma.<br />
Professor e pesquisador da UEM, da área<br />
<strong>de</strong> Nutrição <strong>de</strong> Plantas, Ta<strong>de</strong>u Takeyoshi Inoue, diz<br />
que quem faz todo o comando para utilização das<br />
condições do ambiente, reguladas por água e luz<br />
solar são os hormônios. “A planta possui hormônios<br />
promotores e inibidores, regulados geneticamente<br />
por cada material que respon<strong>de</strong>m às alterações climáticas.<br />
O que fazemos é equilibrar toda esta genética<br />
<strong>de</strong> acordo com o ambiente em que a planta<br />
se <strong>de</strong>senvolve”, <strong>de</strong>staca Inoue. Ele garante que em<br />
período <strong>de</strong> curto estresse é possível fazer com que a<br />
planta mantenha uma ativida<strong>de</strong> metabólica <strong>de</strong> crescimento<br />
alta. “O objetivo <strong>de</strong> tudo é fazer com que<br />
a planta suporte melhor as variações <strong>de</strong> clima, para<br />
ter um melhor <strong>de</strong>sempenho em produtivida<strong>de</strong>. Mas,<br />
tudo <strong>de</strong>ve ser feito com critério e acompanhamento<br />
técnico”, orienta.<br />
Marcus Vinicius Goda Gimenes, <strong>de</strong> Campo Mourão, José Petruise Ferreira<br />
Junior, <strong>de</strong> Campo Mourão, Diego Monteiro, <strong>de</strong> Mamborê, e Thiago Sandoli Dias,<br />
<strong>de</strong> Cândido <strong>de</strong> Abreu<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 25
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Luta constante contra a ferrugem em soja<br />
Alerta é para que os cooperados utilizem a associação <strong>de</strong> fungicidas multissítios<br />
no manejo <strong>de</strong> ferrugem como forma <strong>de</strong> prolongar a ferramenta contra a doença<br />
A<br />
ferrugem asiática é a principal doença da<br />
soja e se não controlada <strong>de</strong> forma eficiente<br />
po<strong>de</strong> causar danos representativos na produtivida<strong>de</strong><br />
e, consequentemente, queda na renda<br />
dos agricultores. A doença foi i<strong>de</strong>ntificada pela primeira<br />
vez no Brasil na safra 2001/02, e a partir <strong>de</strong><br />
então é monitorada e pesquisada por vários centros<br />
públicos e privados. Segundo o Consórcio Antiferrugem,<br />
essa doença, consi<strong>de</strong>rada a principal na<br />
cultura da soja, possui um custo médio <strong>de</strong> US$ 2,8<br />
bilhões por safra no Brasil.<br />
As estratégias <strong>de</strong> manejo da doença são o<br />
vazio sanitário, utilização <strong>de</strong> cultivares precoces, semeadura<br />
no início da época recomendada, uso <strong>de</strong><br />
cultivares geneticamente resistente/tolerante e a aplicação<br />
<strong>de</strong> fungicidas. Esta última ação foi tema <strong>de</strong> uma<br />
estação que abordou a associação <strong>de</strong> fungicidas multissítios<br />
no manejo <strong>de</strong> ferrugem em soja. Os fungicidas<br />
são classificados em sítio-específico ou multissítio. Os<br />
sítio-específicos são ativos contra um único ponto da<br />
Everton Paulo Bosquese, <strong>de</strong> Engenheiro Beltrão, Daniel Scremin Carneiro, <strong>de</strong><br />
Peabiru, Alessandro Vitor Zancanella, <strong>de</strong> Luiziana, e Diogo Alves, <strong>de</strong> Altamira<br />
do Paraná<br />
26 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
BIBIANA SPAUTZ DA COSTA<br />
Abelardo Luz (Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina)<br />
“<br />
Sempre participo dos eventos promovidos<br />
pela <strong>Coamo</strong> para ficar bem informada. A agricultura<br />
muda a cada ano e temos que acompanhar<br />
as mudanças, planejando cada safra e<br />
buscando melhorar sempre.<br />
PAULO SÉRGIO AVANÇO<br />
Peabiru (Centro-Oeste do Paraná)<br />
Um evento com tanta novida<strong>de</strong> só po<strong>de</strong>ria ter<br />
sido realizado pela <strong>Coamo</strong>. Sabemos da importância<br />
<strong>de</strong> sempre investir e acompanhar as tecnologias.<br />
Sempre apren<strong>de</strong>mos algo <strong>de</strong> novo nos<br />
“eventos promovidos pela nossa cooperativa.<br />
via metabólica <strong>de</strong> um patógeno<br />
ou contra uma única enzima ou<br />
proteína necessária para o fungo.<br />
Já os multissítios afetam diferentes<br />
pontos metabólicos do fungo<br />
e apresentam baixo risco <strong>de</strong> resistência,<br />
tendo um papel importante<br />
no manejo antirresistência.<br />
De acordo com engenheiro<br />
agrônomo Alessandro<br />
Vitor Zancanela, da <strong>Coamo</strong> em<br />
Luiziana (Centro-Oeste do Paraná),<br />
o alerta é para que os cooperados<br />
utilizem a associação <strong>de</strong><br />
fungicidas multissítio no manejo<br />
<strong>de</strong> ferrugem como forma <strong>de</strong> prolongar<br />
a longevida<strong>de</strong> dos produtos<br />
que dispomos até o momento,<br />
já que não há previsão <strong>de</strong><br />
lançamento <strong>de</strong> novos produtos<br />
com novos mecanismos <strong>de</strong> ação<br />
a curto prazo. “Quando surgiu<br />
a doença, o controle era apenas<br />
com triazol, que se aplicado<br />
isoladamente hoje, já não tem o<br />
mesmo efeito. Outros produtos<br />
como as estrobilurinas e carboxamidas<br />
também já contam com<br />
algum nível <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> sensibi-<br />
lida<strong>de</strong>. Portanto, é importante o<br />
uso <strong>de</strong> fungicida multissítio que<br />
atua em pelo menos seis sítios <strong>de</strong><br />
ação no fungo e tem baixo risco<br />
<strong>de</strong> resistência”, diz.<br />
A estação contou com<br />
a presença dos pesquisadores<br />
da Embrapa/Soja, Rafael Moreira<br />
Soares, Mauricio Meyer e Claudia<br />
Vieira Godoy. “É uma doença que<br />
causa preocupação e que se não<br />
manejada <strong>de</strong> forma eficiente po<strong>de</strong><br />
causar gran<strong>de</strong>s prejuízos. O manejo<br />
não se resume apenas a aplicação<br />
<strong>de</strong> fungicidas, mas a uma série<br />
<strong>de</strong> ações que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> questões<br />
legislativas, como o cumprimento<br />
do vazio sanitário, até a escolha <strong>de</strong><br />
cultivares mais resistentes à doença”,<br />
comenta Soares.<br />
De acordo com ele,<br />
ações isoladas po<strong>de</strong>m não ser<br />
eficientes e ainda aumentar a resistência<br />
da doença. “O controle<br />
químico é um importante manejo.<br />
A questão é que os produtos<br />
que temos no mercado já não<br />
são eficientes quando usados sozinhos.<br />
É preciso uma combinação<br />
daqueles consi<strong>de</strong>rados sítio-<br />
-específicos com os multissítios.<br />
A ferrugem asiática é uma doença<br />
agressiva e <strong>de</strong>ve ser encarada<br />
com muita serieda<strong>de</strong> por parte<br />
dos agricultores”, diz Soares.<br />
Ele recorda que nesta safra<br />
a doença não atacou <strong>de</strong> forma<br />
mais severa, já que o clima foi seco.<br />
“É bom lembrar que o primeiro<br />
caso no Paraná foi registrado em<br />
outubro e se o clima tivesse sido<br />
chuvoso, como esperávamos que<br />
fosse, a doença po<strong>de</strong>ria ter causado<br />
gran<strong>de</strong>s prejuízos. Só lembrando<br />
que um ano <strong>de</strong> clima bom para<br />
a soja também é bom para a doença”,<br />
ressalta o pesquisador.<br />
Soares cita ainda que<br />
todo o controle químico <strong>de</strong>ve ser<br />
preventivo levando em consi<strong>de</strong>ração<br />
o clima e a incidência da<br />
doença na região que a lavoura<br />
está inserida. “Também não existe<br />
uma receita exata para as aplicações.<br />
O agricultor <strong>de</strong>ve monitorar<br />
para <strong>de</strong>cidir se antecipa a<br />
aplicação ou corrige o intervalo<br />
entre uma e outra”, assinala.<br />
Rafael Moreira Soares Claudia Vieira Godoy<br />
Mauricio Meyer<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 27
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Mais longevida<strong>de</strong> para os Bt's<br />
Novas biotecnologias<br />
surgiram para aumentar<br />
a produtivida<strong>de</strong> e a<br />
eficiência no campo.<br />
Contudo, é preciso seguir<br />
as recomendações técnicas<br />
e fazer o manejo a<strong>de</strong>quado<br />
para não per<strong>de</strong>r a tecnologia<br />
Há alguns anos, a biotecnologia<br />
se tornou uma<br />
importante ferramenta<br />
para a produção agrícola. Novas<br />
tecnologias, como as Bt's<br />
em milho e soja, surgiram com o<br />
objetivo <strong>de</strong> aumentar a produtivida<strong>de</strong><br />
e a eficiência no campo,<br />
reduzir riscos, produzir alimentos<br />
mais nutritivos e melhorar a<br />
qualida<strong>de</strong> do produto. Além <strong>de</strong><br />
reduzir a aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos<br />
proporcionando mais rentabilida<strong>de</strong>,<br />
comodida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida ao agricultor. Contudo,<br />
se as recomendações técnicas e<br />
o manejo a<strong>de</strong>quado não forem<br />
realizados <strong>de</strong> forma eficaz, a tecnologia<br />
po<strong>de</strong>rá per<strong>de</strong>r a eficiência<br />
ao longo dos anos.<br />
O engenheiro agrônomo<br />
Diego Ferreira <strong>de</strong> Castro,<br />
<strong>de</strong> Mamborê (Centro-Oeste do<br />
Paraná), explica que a biotecnologia<br />
no Brasil existe há cerca <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>z anos. Mas, em outros países<br />
já é utilizada há mais tempo, há<br />
cerca <strong>de</strong> 20 anos. Mesmo sendo<br />
relativamente nova, segundo o<br />
agrônomo, as primeiras tecnologias<br />
lançadas já não dispõem da<br />
mesma eficiência e necessitam<br />
<strong>de</strong> um acompanhado mais rigoroso.<br />
“Notamos que a cada ano<br />
a eficiência das biotecnologias,<br />
no milho principalmente, está diminuindo.<br />
Observamos também<br />
um problema crescente na soja<br />
com algumas lagartas que atacavam<br />
o milho migrando para a<br />
soja. Alertamos os cooperados<br />
sobre a importância do monito-<br />
28 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Getulio Adriano Filho, <strong>de</strong> Juranda, Antonio Carlos <strong>de</strong> Oliveira, <strong>de</strong> São João<br />
do Ivaí, Diego Ferreira <strong>de</strong> Castro, <strong>de</strong> Mamborê, Roberto Shigueo Takeda, <strong>de</strong><br />
Moreira Sales, e Ulysses Marcellos Rocha Neto, <strong>de</strong> Janiópolis<br />
Pesquisadores da Embrapa/Soja A<strong>de</strong>nei <strong>de</strong> Freitas Bueno e Daniel Ricardo Sosa Gomez<br />
ramento e, principalmente, <strong>de</strong> fazer<br />
o refúgio para não ter o mesmo<br />
problema do milho Bt com a<br />
soja intacta.”<br />
Castro ressalta que as<br />
medidas <strong>de</strong>vem começar ainda<br />
no planejamento da safra, com o<br />
cooperado fazendo o refúgio em<br />
100% da área, sendo 20% para a<br />
soja e 10% para o milho. “Isso faz<br />
com que a tecnologia Bt se prolongue,<br />
pois teremos indivíduos<br />
resistentes cruzando com suscetíveis<br />
que seriam criados nessa<br />
área <strong>de</strong> refúgio. Como já estamos<br />
per<strong>de</strong>ndo essa tecnologia, o i<strong>de</strong>al<br />
é que os agricultores façam o monitoramento<br />
e o controle químico<br />
das lagartas.”<br />
Presentes na estação,<br />
os pesquisadores da Embrapa/<br />
Soja, A<strong>de</strong>nei <strong>de</strong> Freitas Bueno<br />
e Daniel Ricardo Sosa Gomez,<br />
ressaltam a importância do bom<br />
manejo para não per<strong>de</strong>r a eficiência<br />
do Bt em um curto espaço<br />
<strong>de</strong> tempo. “Quanto melhor<br />
utilizar a tecnologia, mais tempo<br />
a teremos do nosso lado. Para<br />
evitar ou retardar a evolução <strong>de</strong><br />
insetos resistentes na tecnologia<br />
Bt, a ferramenta mais importante<br />
é refúgio. No milho houve<br />
resistência muito rápida, <strong>de</strong>vido<br />
ao mau uso e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fazer duas ou até cinco aplicações<br />
para controlar uma lagarta<br />
que <strong>de</strong>veria ser evitada pela tecnologia.<br />
Com a soja, está acontecendo<br />
o mesmo: a má utilização<br />
está prejudicando”, pon<strong>de</strong>ra<br />
A<strong>de</strong>nei Bueno.<br />
Menos água pelo ralo,<br />
maior concentração no solo<br />
Estação apresentou fatores que estão ligados a taxa <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água<br />
pelo solo e, consequentemente, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa umida<strong>de</strong> para a planta<br />
Victor Hugo Matias <strong>de</strong> Moura, <strong>de</strong> São João do Ivaí, Jean Roger da Silva Frez, <strong>de</strong><br />
Paulistânia, Roberto Bueno Silva, <strong>de</strong> Campo Mourão, Fabrício Bueno Corrêa, <strong>de</strong><br />
Campo Mourão, e Marcelo Santana, <strong>de</strong> Rancho Alegre do Oeste<br />
Mostrar ao produtor a importância do aspecto<br />
físico do solo, esclarecendo <strong>de</strong> que<br />
forma essas condições influenciam diretamente<br />
nas produtivida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m ser alcançadas.<br />
Com este objetivo, uma das <strong>de</strong>z estações<br />
montadas no encontro, apresentou fatores que estão<br />
ligados a taxa <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> água pelo solo e,<br />
consequentemente, a disponibilida<strong>de</strong> para a planta.<br />
“Mostramos <strong>de</strong> forma bem prática, consistente<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 29
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
EXPERIMENTO COMPROVOU QUE O MAIS IMPORTANTE É QUANTO O SISTEMA<br />
CONSEGUE SEGURAR A ÁGUA DA CHUVA E NÃO O VOLUME RECEBIDO PELA ÁREA<br />
e dinâmica, como o cultivo que<br />
o cooperado adota influencia<br />
diretamente nesta taxa <strong>de</strong> infiltração.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do sistema<br />
po<strong>de</strong> ser mais ou menos eficiente<br />
em absorver a água da chuva e<br />
<strong>de</strong>ixá-la disponível para a planta”,<br />
explica o engenheiro agrônomo<br />
Fabrício Bueno Corrêa, da <strong>Coamo</strong><br />
em Campo Mourão (Centro-<br />
-Oeste do Paraná).<br />
Corrêa explica que na<br />
estação foi montado um simulador<br />
<strong>de</strong> chuvas em dois sistemas<br />
diferentes <strong>de</strong> cultivo. No primeiro<br />
uma sucessão <strong>de</strong> culturas <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 30 anos on<strong>de</strong> é plantado<br />
somente trigo no inverno e<br />
soja no verão, comparando com<br />
um segundo on<strong>de</strong> é realizado<br />
rotação <strong>de</strong> culturas e diversificação,<br />
também há mais <strong>de</strong> 30<br />
anos. “Além disso, simulamos<br />
um plantio morro abaixo e outro<br />
em nível no terreno, mostrando<br />
o quanto essa prática influencia<br />
numa possível perda <strong>de</strong> água,<br />
solo, nutrientes e outros fatores.<br />
É uma forma <strong>de</strong> mostrar como é<br />
fundamental ter práticas conservacionistas<br />
que contribuem para<br />
o resultado final da produção”,<br />
esclarece.<br />
Conforme o agrônomo o<br />
experimento comprovou que o<br />
mais importante é quando o sistema<br />
consegue segurar a água<br />
da chuva e não o volume recebido<br />
pela área. “Temos muitos<br />
exemplos que mostram que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
do sistema a taxa <strong>de</strong><br />
infiltração é baixíssima, e em outros<br />
essa infiltração é maior por<br />
conta do correto manejo adotado”,<br />
<strong>de</strong>clara.<br />
Insumo precioso<br />
Parceiro no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e montagem da estação,<br />
o pesquisador Henrique Debiasi,<br />
da área <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> Solos da<br />
Embrapa Soja, acompanhou <strong>de</strong><br />
perto toda a execução do expe-<br />
30 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Pesquisadores Henrique Debiasi, Osmar Conte e Donizete Aparecido Lone, da Embrapa Soja<br />
Júlio Cesar Franchinni dos Santos<br />
rimento. Ele crava que a água da chuva é<br />
<strong>de</strong> valor incalculável, e o produtor precisa<br />
encará-la como insumo precioso, sendo<br />
necessário buscar alternativas para<br />
retê-la no solo da melhor forma possível.<br />
“Existem várias alternativas para um melhor<br />
aproveitamento da água da chuva e<br />
a principal <strong>de</strong>las é aumentar a taxa <strong>de</strong> infiltração<br />
no solo. Isso é possível mediante<br />
práticas <strong>de</strong> manejo conhecidas pelos<br />
produtores, mas que ficam em <strong>de</strong>suso<br />
por questões econômicas <strong>de</strong> curto prazo<br />
e até <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong> operacional. Em<br />
primeiro lugar é importante melhorar a<br />
estrutura e cobertura do solo colocando<br />
raiz no sistema, que vão crescer gerando<br />
poros e aumentar a taxa <strong>de</strong> água que infiltra<br />
no solo”, observa o pesquisador.<br />
Ele ressalta que a cobertura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
também da sequência <strong>de</strong> plantas<br />
presentes na área. “É necessário ter um<br />
sistema mais diversificado <strong>de</strong> produção,<br />
saindo <strong>de</strong>ste predomínio <strong>de</strong> milho e soja<br />
nas regiões quentes, e trigo e soja nas<br />
regiões frias. São combinações que não<br />
produzem palhada suficiente para auxiliar<br />
na retenção da água da chuva”, alerta.<br />
De acordo com Debiasi, o i<strong>de</strong>al é<br />
inserir no sistema, alternado com culturas<br />
comerciais, plantas que vão equilibrar o<br />
sistema. Ele sugere aveia, nabo forrageiro,<br />
milheto, brachiárias e crotalárias, que<br />
possuem raízes mais profundas do que<br />
soja, milho e trigo. “São espécies que vão<br />
ocupar em torno <strong>de</strong> ¼ da área em cada<br />
safra e contribuirão muito para o sistema”,<br />
finaliza.<br />
As apresentações também contaram<br />
com a presença dos pesquisadores<br />
da Embrapa Soja, Júlio Cesar Franchinni<br />
dos Santos, Donizete Aparecido Loni e<br />
Osmar Conte.<br />
IONE TURKEWICZ MIERS<br />
Goioerê (Centro-Oeste do Paraná)<br />
RODRIGO ANDRADE FERREIRA<br />
Dourados (Sudoeste do Mato Grosso do Sul)<br />
“<br />
É um evento impecável, a começar pela organização.<br />
Sinto orgulho em fazer parte da <strong>Coamo</strong><br />
e saber da preocupação da cooperativa com os<br />
associados. Fico encantada com as apresentações,<br />
anoto tudo e tiro todas as dúvidas.<br />
Foi muito bom participar do encontro, um dia<br />
<strong>de</strong> aprendizado. Com certeza, vou colocar em<br />
prática algumas tecnologias adquiridas aqui.<br />
Volto para casa já com um planejamento para<br />
“as próximas safras.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 31
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Leque <strong>de</strong> controle para pragas e invasoras<br />
Intacta 2 Xten<strong>de</strong> é classificada como<br />
biotecnologia <strong>de</strong> última geração<br />
e possui genética avançada e alta<br />
eficiência contra lagartas<br />
Uma das novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste ano foi a apresentação<br />
da plataforma tecnológica Soja Intacta<br />
2 Xtend, lançada pela parceira Bayer e que<br />
chegará ao mercado a partir <strong>de</strong> 2021. Conforme o<br />
engenheiro agrônomo Carlos Vinicius Precinotto, da<br />
<strong>Coamo</strong> em Juranda (Centro-Oeste do Paraná), a tecnologia<br />
traz um incremento <strong>de</strong> novas ferramentas<br />
que auxiliam no controle <strong>de</strong> pragas e plantas dani-<br />
32 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
Hugo Lorran <strong>de</strong> Rocha, <strong>de</strong> Mariluz, Lucas Gouvea Esperandino, <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão, e Carlos Vinicius Precinotto, <strong>de</strong> Juranda<br />
nhas na cultura da soja, com aumento do espectro<br />
no controle <strong>de</strong> lagartas, agregando mais eficiência<br />
para proteção <strong>de</strong> Spodoptera cosmioi<strong>de</strong>s e Helicoverpa.<br />
“De fato oferece também um amplo controle<br />
<strong>de</strong> plantas daninhas, já que é tolerante ao glifosato e<br />
ao herbicida hormonal Dicamba, do grupo químico<br />
das auxinas”, esclarece.<br />
De acordo com o técnico, a Intacta 2<br />
Xtend é classificada como biotecnologia <strong>de</strong> última<br />
geração, possui genética avançada e alta eficiência<br />
contra lagartas. “É uma tecnologia que<br />
promete, também, alta eficiência no controle <strong>de</strong><br />
buva, caruru resistentes e com efeito <strong>de</strong> solo”,<br />
afirma o agrônomo, alertando para o manejo da<br />
tecnologia. “Já temos produto registrado para<br />
aplicação em <strong>de</strong>ssecação. Porém, é importante<br />
observar que não po<strong>de</strong>mos usar <strong>de</strong> qualquer forma<br />
por conta das cultivares sensíveis. É preciso<br />
ter cuidado com a <strong>de</strong>riva, volatilização, escolha<br />
<strong>de</strong> bico e vazão. Esses são os principais pilares<br />
que <strong>de</strong>vem ser observados.”<br />
Ainda sem dados concretos, a obtentora<br />
acredita em um incremento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> da<br />
tecnologia em torno <strong>de</strong> 10%, segundo Precinotto.<br />
“Não sabemos ainda <strong>de</strong> quanto será este aumento<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, mas fala-se em 10%. Também não<br />
há informações do valor dos royalties que será cobrado<br />
pela obtenção da tecnologia”, relata.<br />
Lavoura no limpo com pré-emergentes<br />
Foram apresentados dados sobre eficiência da tecnologia, que auxilia na contenção<br />
do banco <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> ervas daninhas, contribuindo com o controle pós-emergente<br />
Assunto sempre atual, a contenção <strong>de</strong> plantas<br />
daninhas tem atenção especial nos eventos<br />
técnicos da <strong>Coamo</strong> e é tema presente no Encontro<br />
da Fazenda Experimental. A utilização e manejo<br />
<strong>de</strong> herbicidas pré-emergentes foram o foco <strong>de</strong><br />
uma das estações, on<strong>de</strong> foram apresentados dados<br />
sobre eficiência do controle da tecnologia, que auxilia<br />
na contenção do banco <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> ervas daninhas,<br />
contribuindo com o controle pós-emergente.<br />
“Este manejo tem efeito direto na semente e segura<br />
este fluxo, impedindo a emergência da invasora. Os<br />
pós-emergentes entregam ao manejo pós-emergente<br />
uma condição mais fácil <strong>de</strong> controle posterior, com<br />
menos plantas e porte menor”, explica o engenheiro<br />
agrônomo Juliano Seganfredo, da <strong>Coamo</strong> em Campo<br />
Mourão (Centro-Oeste do Paraná).<br />
Marcelo Balão da Silva, <strong>de</strong> Candói, Sandro Rodrigo Klein, <strong>de</strong> Roncador, Juliano<br />
Seganfredo, <strong>de</strong> Campo Mourão, João Rafael Bauermeister, <strong>de</strong> Barbosa Ferraz, e<br />
Sebastiao Francisco Ribas Martins Neto, <strong>de</strong> Goioxim<br />
Ao efetuar o manejo, o produtor oferece condições<br />
da cultura se estabelecer numa condição <strong>de</strong> área<br />
limpa e continuar em ambiente controlado. “É o que<br />
chamamos <strong>de</strong> eliminar a mato-competição. A emergên-<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 33
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
AO EFETUAR O MANEJO, O PRODUTOR OFERECE CONDIÇÕES DA CULTURA NASCER<br />
NUMA CONDIÇÃO DE ÁREA LIMPA E CONTINUAR EM AMBIENTE CONTROLADO<br />
cia é um período crítico que a cultura<br />
não po<strong>de</strong> ter competição com<br />
plantas daninhas. Se isso acontecer,<br />
ela estará per<strong>de</strong>ndo produção<br />
sem condições <strong>de</strong> recuperação lá<br />
na frente”, observa o agrônomo. Ele<br />
esclarece que além da utilização<br />
do manejo químico, o experimento<br />
<strong>de</strong>monstrou outras alternativas <strong>de</strong><br />
controle. “Mostramos um pacote<br />
<strong>de</strong> manejo, com o químico sendo a<br />
última opção, que serve como auxílio<br />
para o sistema”, afirma.<br />
Ainda conforme o técnico<br />
da <strong>Coamo</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da intensida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> concorrência da planta<br />
daninha com a cultura, o prejuízo<br />
po<strong>de</strong> chegar a mais <strong>de</strong> 50% da<br />
perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. “É como<br />
jogar dinheiro fora. Da mesma forma<br />
se não haver um controle eficiente<br />
do banco <strong>de</strong> sementes, ano<br />
a ano aumentará essa condição<br />
<strong>de</strong>sfavorável na lavoura”, alerta Seganfredo.<br />
Conforme o pesquisador<br />
Fernando A<strong>de</strong>gas, da Embrapa<br />
Soja, quando se fala em manejo<br />
com produtos químicos é importante<br />
voltar a pensar na utilização<br />
dos pré-emergentes, que já foram<br />
muito utilizados no passado. “Esses<br />
produtos estão retornando<br />
para fazer uma recomposição com<br />
os pós-emergentes visando uma<br />
eficiência a mais contra as plantas<br />
daninhas”, lembra.<br />
Segundo ele, o tema é<br />
atual e a tecnologia é importante.<br />
Mas, alerta para a escolha dos produtos.<br />
“É fundamental optar por<br />
um bom pré-emergente que, prin-<br />
Fernando A<strong>de</strong>gas, Embrapa Soja<br />
cipalmente, controle folha larga e<br />
folha estreita por um período que<br />
possa <strong>de</strong>pois fazer o controle com<br />
pós-emergente. Os resultados são<br />
interessantes e a tecnologia po<strong>de</strong><br />
ser utilizada em várias condições<br />
<strong>de</strong> solo e clima”, conclui.<br />
34 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
ENCONTRO DE VERÃO <strong>2019</strong><br />
ENTENDA O QUE SÃO<br />
HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES<br />
Herbicidas pré-emergentes ou residuais são produtos aplicados<br />
no solo antes da emergência das plantas daninhas<br />
alvo. Estes <strong>de</strong>vem persistir por tempo e concentração suficientes<br />
na camada superficial do solo, on<strong>de</strong> se localizam<br />
o maior percentual <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> plantas daninhas que<br />
germinarão na sequência.<br />
ANNA LOURENÇO DE GODOY DE PINTO<br />
Tupãssi (Oeste do Paraná)<br />
“<br />
Tenho 82 anos e vim com os meus filhos participar<br />
do encontro. Sempre ouvia eles falando<br />
<strong>de</strong> como era, mas vendo pessoalmente é bem<br />
mais bonito, tudo muito bem organizado. Valeu<br />
a pena todo o esforço para estar aqui hoje.<br />
SILVANO KOENIG E FAMÍLIA<br />
Boa Ventura <strong>de</strong> São Roque (Centro do Paraná)<br />
Trabalhamos em família e participamos juntos dos<br />
encontros. Estamos aqui pela primeira vez, e voltamos<br />
para casa satisfeitos com o que vimos. Minha<br />
filha era a mais ansiosa, mesmo tendo que acordar<br />
“<strong>de</strong> madrugada não per<strong>de</strong>u a animação.<br />
Exposição dos Alimentos <strong>Coamo</strong><br />
No Encontro <strong>de</strong> Verão esteve exposta toda a linha <strong>de</strong><br />
Alimentos <strong>Coamo</strong>. Afinal <strong>de</strong> contas é do campo dos<br />
cooperados que vem a matéria-prima para produzir<br />
alimentos com as marcas <strong>Coamo</strong>, Primê, Anniela e<br />
Sollus. São alimentos <strong>de</strong> origem, qualida<strong>de</strong> e sabor<br />
que compõem um amplo portfólio composto por<br />
margarinas, cafés, gorduras vegetais hidrogenadas,<br />
óleo <strong>de</strong> soja refinado, farinhas <strong>de</strong> trigo especiais e<br />
misturas para pães e bolos.<br />
Durante os intervalos, cooperados visitaram e conheceram as novida<strong>de</strong>s em<br />
insumos, maquinários e implementos agrícolas <strong>de</strong> empresas parceiras da <strong>Coamo</strong><br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 35
Credicoamo tem sobras<br />
líquidas <strong>de</strong> R$ 98,68 milhões<br />
Números foram apresentados e aprovados durante Assembleia Geral Ordinária.<br />
Cooperativa <strong>de</strong> crédito vem crescendo a cada ano, fruto da participação dos associados<br />
36 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
CREDICOAMO<br />
ATIVOS<br />
em bilhões <strong>de</strong> reais<br />
SOBRAS LÍQUIDAS<br />
em milhões <strong>de</strong> reais<br />
Os associados da Credicoamo<br />
Crédito Rural<br />
Cooperativa aprovaram<br />
no dia 28 <strong>de</strong> fevereiro, em<br />
Assembleia Geral Ordinária, a<br />
prestação <strong>de</strong> contas e a distribuição<br />
<strong>de</strong> sobras do exercício<br />
<strong>de</strong> 2018. A Credicoamo registrou<br />
ativos <strong>de</strong> R$ 2,39 bilhões,<br />
com crescimento <strong>de</strong> 9,55%, e<br />
um patrimônio líquido <strong>de</strong> R$<br />
631,19 milhões, com crescimento<br />
<strong>de</strong> 15,72%. Na <strong>de</strong>monstração<br />
do resultado do exercício<br />
apresentou receita global <strong>de</strong><br />
R$ 207,91 milhões e sobras no<br />
valor <strong>de</strong> R$ 98,68 milhões, com<br />
crescimento <strong>de</strong> 18,45% em relação<br />
ao ano <strong>de</strong> 2017.<br />
“Em 2018, a Credicoamo<br />
registrou novamente excelentes resultados,<br />
que foram possíveis pela<br />
efetiva participação dos associados<br />
no dia a dia da cooperativa. Os resultados<br />
foram positivos, também,<br />
pelo profissionalismo e <strong>de</strong>dicação<br />
dos funcionários”, comenta o<br />
diretor-presi<strong>de</strong>nte da Credicoamo,<br />
José Aroldo Gallassini.<br />
O grau <strong>de</strong> solvência ou<br />
índice <strong>de</strong> Basiléia <strong>de</strong> 44,15%, que<br />
é a relação do patrimônio líquido<br />
com os ativos pon<strong>de</strong>rados pelo<br />
risco, é bem superior ao índice<br />
mínimo <strong>de</strong> 15%, <strong>de</strong>terminado<br />
pelo Conselho Monetário Nacional,<br />
em conformida<strong>de</strong> com o Comitê<br />
da Basiléia, superando em<br />
29.15 pontos e <strong>de</strong>monstra a soli<strong>de</strong>z<br />
da Credicoamo.<br />
A cooperativa encerrou o<br />
ano com 19.381 associados, com<br />
crescimento <strong>de</strong> 4,27% em relação<br />
a 2017. Eles são atendidos nas<br />
46 agências localizadas no Paraná,<br />
Santa Catarina e Mato Grosso<br />
do Sul. A Credicoamo encerrou o<br />
ano com 272 funcionários. Os tributos<br />
e taxas recolhidos durante<br />
o exercício <strong>de</strong> 2018 foram na or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> R$ 32,26 milhões.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 37
CREDICOAMO<br />
Carmem Truite, gerente adjunta <strong>de</strong> Operações <strong>de</strong> Produtores Rurais e Convênios do BRDE<br />
“Cooperativismo não é só<br />
uma opção, é um modo <strong>de</strong> vida.”<br />
A gerente adjunta <strong>de</strong> Operações <strong>de</strong> Produtores<br />
Rurais e Convênios do Banco Regional <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
do Extremo Sul (BRDE), Carmem Truite, faz<br />
questão <strong>de</strong> marcar presença nas assembleias da Credicoamo.<br />
“É uma honra participar das assembleias e<br />
ver o crescimento da Credicoamo, que tem um papel<br />
muito relevante para seus mais <strong>de</strong> 19 mil associados.<br />
Eles conseguem ter o atendimento <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> forma séria, objetiva, sem exploração e, principalmente,<br />
com a participação nos resultados.”<br />
Ela ressalta que o cooperado precisa <strong>de</strong> fato<br />
ser participativo na cooperativa. “Não adianta o cooperado<br />
ficar olhando produto a produto. É, sem dúvidas,<br />
muito melhor que o cooperado realize todas as operações<br />
na Credicoamo, porque o resultado fica aqui e<br />
volta para ele. Se não houver comprometimento, em<br />
todos os produtos, o crescimento será menor e as conquistas<br />
também. Cooperativismo não é só uma opção,<br />
é um modo <strong>de</strong> vida. Quando orientamos e ensinamos<br />
os filhos a trabalharem em cooperação, estamos formando<br />
seu caráter e contribuindo para uma socieda<strong>de</strong><br />
mais justa.”<br />
Robson Mafioletti, superinten<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar<br />
"Bons resultados são motivos <strong>de</strong><br />
orgulho para o sistema cooperativista."<br />
O superinten<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar, Robson<br />
Mafioletti, mais uma vez participou da Assembleia<br />
da Credicoamo. Ele <strong>de</strong>staca que os bons resultados<br />
da cooperativa <strong>de</strong> crédito dos associados<br />
da <strong>Coamo</strong> são motivos <strong>de</strong> orgulho para o sistema<br />
cooperativista. “É muito gratificante ver o crescimento<br />
e a transparência com que a diretoria apresenta<br />
os resultados. Com isso, a cooperativa cresce e os<br />
cooperados também, pois têm acesso a todos os<br />
benefícios proporcionados”, assinala.<br />
Na opinião <strong>de</strong>le, o <strong>de</strong>senvolvimento do Brasil<br />
<strong>de</strong> forma mais equilibrada e sustentável vem por<br />
meio das cooperativas, e as <strong>de</strong> crédito tem um papel<br />
fundamental já que prestam um serviço mais especializado<br />
para os cooperados. “Queremos que os associados<br />
acreditem, cada vez mais, nas cooperativas<br />
que trazem mais <strong>de</strong>senvolvimento para as regiões<br />
que estão inseridas. A Credicoamo é um bom exemplo,<br />
pois oferece uma gama <strong>de</strong> serviços com soli<strong>de</strong>z<br />
e segurança”, pon<strong>de</strong>ra Mafioletti.<br />
CONSELHO FISCAL GESTÃO <strong>2019</strong><br />
Ricieri Zanatta Neto, Adriano Bartchechen e Luiz Anselmo Janguas (Membros<br />
Efetivos). João Batista dos Santos Cabral, Wagner Presença e Marcos dos Santos<br />
Paes (Membros Suplentes)<br />
Robson Mafioletti, superinten<strong>de</strong>nte do Sistema Ocepar, recebeu o livro com a<br />
biografia <strong>de</strong> José Aroldo Gallassini, lançado durante a Assembleia da Credicoamo<br />
38 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
CREDICOAMO<br />
MARCOS BIFF JUST<br />
Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná)<br />
“<br />
O resultado e as sobras são fruto <strong>de</strong> uma administração<br />
correta e transparente. Faz diferença<br />
ser cooperado da Credicoamo. A gente vê o<br />
empenho em sempre inovar e proporcionar<br />
comodida<strong>de</strong> para nós cooperados.<br />
AGOSTINHO MEOTTI<br />
São Domingos (Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina)<br />
Acompanhar um resultado tão expressivo e ser coroado<br />
com as sobras é muito gratificante. Vemos<br />
a Credicoamo ampliando e melhorando o atendimento.<br />
Faço parte <strong>de</strong>ssa cooperativa há muitos<br />
“anos. A segurança e soli<strong>de</strong>z são diferenciais.<br />
Remuneração <strong>de</strong><br />
110% do CDI<br />
O valor das sobras distribuídas pela Credicoamo<br />
na proporção da movimentação <strong>de</strong> recursos disponíveis<br />
em contas correntes e aplicações financeiras dos<br />
associados, proporcionaram um rendimento, equivalente<br />
a 110% do CDI, superior à remuneração média do<br />
mercado, conforme quadro <strong>de</strong>monstrativo ao lado.<br />
Na Credicoamo, as taxas <strong>de</strong> juros dos empréstimos<br />
e financiamentos com recursos livres são abaixo das taxas<br />
médias praticadas no mercado financeiro. Além disso, os<br />
associados não pagam tarifa <strong>de</strong> pacote <strong>de</strong> serviços mensais.<br />
Consi<strong>de</strong>rando as taxas médias <strong>de</strong> juros do ano<br />
2018, divulgadas pelo Banco Central do Brasil, a Credicoamo<br />
gerou um benefício direto e expressivo para os<br />
associados que contrataram empréstimos com recursos<br />
livres ou utilizaram-se do limite do cheque especial, representando<br />
uma economia <strong>de</strong> R$ 92,65 milhões.<br />
MODALIDADE DETALHE SOBRAS<br />
CONTAS<br />
CORRENTES<br />
APLICAÇÕES<br />
FINANCEIRAS<br />
Modalida<strong>de</strong><br />
Cheque<br />
Especial<br />
Empréstimos<br />
TOTAL<br />
Sem remuneração no<br />
mercado financeiro<br />
Remuneração <strong>de</strong> 88<br />
a 94% do CDI no<br />
mercado financeiro<br />
Valor médio<br />
emprestado/mês<br />
R$ 7,79<br />
milhões<br />
R$ 148,35<br />
milhões<br />
R$ 156,14<br />
milhões<br />
Taxa<br />
Credicoamo<br />
4,85%<br />
a.m.<br />
2,01%<br />
a.m.<br />
2,15%<br />
a.m.<br />
R$ 7,23<br />
milhões<br />
R$ 6,65<br />
milhões<br />
As Sobras no gráfico referem-se a diferença entre<br />
o que o mercado financeiro não remunerou e os<br />
valores pagos aos associados pela Credicoamo.<br />
Taxa Economia<br />
Mercado (Sobra)<br />
12,51%<br />
a.m.<br />
6,81%<br />
a.m.<br />
7,10%<br />
a.m.<br />
R$ 7,16<br />
milhões<br />
R$ 85,49<br />
milhões<br />
R$92,65<br />
milhões<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 39
CREDICOAMO<br />
In<strong>de</strong>nizações do Proagro e Seguro Agrícola<br />
Nas lavouras colhidas no<br />
ano <strong>de</strong> 2018, ocorreram 1.929<br />
acionamentos <strong>de</strong> sinistros: 62<br />
<strong>de</strong> soja e quatro <strong>de</strong> milho safra<br />
2017/2018; 1.081 <strong>de</strong> milho segunda<br />
safra e 782 <strong>de</strong> trigo. Foram<br />
in<strong>de</strong>nizados recursos <strong>de</strong> R$ 36 milhões.<br />
Em relação à safra <strong>de</strong> verão<br />
2018/<strong>2019</strong>, até o momento ocorreram<br />
1.712 acionamentos, sendo:<br />
135 acionamentos <strong>de</strong> Proago<br />
e 1.577 <strong>de</strong> seguro agrícola.<br />
R$ 1,46 bilhão em<br />
operações <strong>de</strong> crédito<br />
Em 2018 foram contratadas<br />
15.157 operações <strong>de</strong> crédito e<br />
aplicados recursos na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
R$ 1,46 bilhão, sendo:<br />
Novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> financiamento<br />
Crédito Fundiário: linha exclusiva da Credicoamo, com recursos <strong>de</strong>stinados<br />
à aquisição <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> rural: o valor do empréstimo é <strong>de</strong> até<br />
40% do valor da aquisição, limitado a R$ 3.000.000,00 e o pagamento<br />
parcelado em até três anos.<br />
Credi-Energia Solar: com recursos <strong>de</strong>stinados à aquisição <strong>de</strong> sistema<br />
gerador <strong>de</strong> energia fotovoltaico, instalado em áreas rurais ou urbanas,<br />
para uso resi<strong>de</strong>ncial, comercial ou industrial. O valor do empréstimo é<br />
<strong>de</strong> até 100% do orçamento e o pagamento parcelado em até cinco anos.<br />
Credi Insumos <strong>Coamo</strong>: por meio <strong>de</strong> termo <strong>de</strong> cooperação técnica, com<br />
recursos <strong>de</strong>stinados ao financiamento dos insumos adquiridos na <strong>Coamo</strong>.<br />
Em 2018 a Credicoamo ocupou a 17ª posição entre as instituições<br />
aplicadoras <strong>de</strong> crédito rural (custeio, investimento e estocagem), conforme<br />
dados do Banco Central do Brasil, sendo que no custeio agrícola<br />
ocupou a 10ª posição.<br />
Custeio Agrícola: 7.824<br />
operações no valor <strong>de</strong><br />
R$ 1,02 bilhão;<br />
Investimentos Agrícolas:<br />
588 operações no<br />
valor <strong>de</strong> R$ 90,85 milhões,<br />
com recursos do<br />
BNDES e do FCO, <strong>de</strong>stinados<br />
principalmente à<br />
aquisição <strong>de</strong> máquinas<br />
e implementos agrícolas<br />
e correção <strong>de</strong> solos;<br />
Outras linhas <strong>de</strong> empréstimos<br />
e financiamentos:<br />
6.745 operações<br />
com recursos<br />
próprios no valor <strong>de</strong><br />
R$ 348,74 milhões.<br />
40 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
CREDICOAMO<br />
Destaca-se também<br />
o expressivo volume<br />
<strong>de</strong> seguro agrícola<br />
contratado em 2018,<br />
com importância segurada<br />
<strong>de</strong> R$ 1,07<br />
bilhão, para uma área<br />
<strong>de</strong> 407.852 hectares<br />
e 5.245 apólices.<br />
Novas Agências<br />
Foram instaladas as agências<br />
em Itaporã e Sidrolândia,<br />
no Mato Grosso do Sul, e as<br />
agências <strong>de</strong> Brasilândia do<br />
Sul, Cândido <strong>de</strong> Abreu e <strong>de</strong><br />
Dez <strong>de</strong> Maio, no Paraná.<br />
Novo site e internet banking<br />
Em 2018 foi lançado o novo site Credicoamo. Com um visual mo<strong>de</strong>rno<br />
e que disponibiliza várias informações como por exemplo, produtos<br />
e serviços, canais <strong>de</strong> atendimento, e informações institucionais.<br />
Outro marco histórico foi o lançamento do serviço <strong>de</strong> atendimento<br />
por Internet Banking, que agrega mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e comodida<strong>de</strong> para os<br />
milhares <strong>de</strong> associados da Credicoamo que po<strong>de</strong>m realizar consultas e<br />
transações financeiras <strong>de</strong> um jeito simples, prático e seguro. Os associados<br />
po<strong>de</strong>m acessar suas contas correntes por meio do aplicativo baixado no celular<br />
ou direto no site Credicoamo no computador pessoal. O atendimento<br />
pelo canal digital já respon<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 50% das consultas e transações.<br />
Itaporã<br />
Sidrolândia<br />
SÍLVIO DA SILVA ARAÚJO<br />
Dourados (Sudoeste do Mato Grosso do Sul)<br />
“<br />
Vejo um comprometimento e preocupação da<br />
diretoria e funcionários com nós cooperados.<br />
Os números apresentados na Assembleia impressionam<br />
e mostram a soli<strong>de</strong>z e segurança<br />
proporcionada pela Credicoamo.<br />
VERONICA DAUTERMANN STOTZER<br />
Guarapuava (Centro-Sul do Paraná)<br />
A Credicoamo vem crescendo a cada ano. Isso<br />
é fruto da boa administração e segurança.<br />
Encontramos tudo que precisamos, com mais<br />
vantagens do que em outras instituições e ain-<br />
“da temos um bom montante em sobras.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 41
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018<br />
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018 E 2017<br />
(Valores em R$ 1)<br />
A T I V O<br />
NOTA .....................2018 ...........2017<br />
ATIVO CIRCULANTE 1.755.025.884 1.776.691.431<br />
DISPONIBILIDADES 04 10.662.648 13.684.606<br />
Caixa 3.168.485 1.929.215<br />
Depósitos Bancários 232.506 202.219<br />
Cotas <strong>de</strong> Fundos <strong>de</strong> Investimento 7.261.657 11.553.172<br />
APLICAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 04 586.805.989 529.727.844<br />
Aplicações em Operações Compromissadas 509.789.352 496.616.157<br />
Aplicações em Depósitos Interfinanceiros 77.016.637 33.111.687<br />
TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 120.482.877 216.467.054<br />
Títulos <strong>de</strong> Renda Fixa 120.482.877 216.467.054<br />
RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 05 147.909 194.957<br />
Direitos Junto a Participantes do Sistema <strong>de</strong> Liquidação 147.909 194.957<br />
OPERAÇÕES DE CRÉDITO 06 1.035.256.114 1.015.293.571<br />
Empréstimos e Títulos Descontados 160.304.724 232.723.780<br />
Financiamentos 15.479.152 14.888.197<br />
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos Livres 61.610.936 31.080.221<br />
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos <strong>de</strong> Repasses 831.314.508 801.081.061<br />
( - ) Provisão para Créditos <strong>de</strong> Liquidação Duvidosa (33.453.206) (64.479.688)<br />
OUTROS CRÉDITOS 07 1.655.779 1.310.852<br />
Créditos Avais e Fianças Honrados 1.244.346 -<br />
Rendas a Receber 775.093 781.949<br />
Devedores Diversos - País 895.363 531.340<br />
( - ) Provisão para Créditos <strong>de</strong> Liquidação Duvidosa (1.259.023) (2.437)<br />
OUTROS VALORES E BENS 14.568 12.547<br />
Despesas Antecipadas 14.568 12.547<br />
ATIVO NÃO CIRCULANTE 633.104.398 403.218.262<br />
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 08 631.483.132 401.594.389<br />
Títulos <strong>de</strong> Renda Fixa 561.517.904 267.806.426<br />
Aplicações em Depósitos Interfinanceiros - 72.355.332<br />
Empréstimos e Títulos Descontados 23.270.512 7.267.910<br />
Financiamentos 35.218.382 35.860.602<br />
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos Livres 484.019 251.964<br />
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos <strong>de</strong> Repasses 9.656.565 17.889.513<br />
Outros Créditos 07 1.335.750 162.642<br />
IMOBILIZADO 09 614.126 641.577<br />
Imobilizado <strong>de</strong> Uso 614.126 641.577<br />
INTANGÍVEL 09 1.007.140 982.296<br />
Outros Ativos Intangíveis 1.007.140 982.296<br />
TOTAL DO ATIVO 2.388.130.282 2.179.909.693<br />
42 REVISTA <strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018<br />
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO<br />
(Valores em R$ 1)<br />
Nota 2018 2017<br />
PASSIVO CIRCULANTE 1.744.004.931 1.612.855.797<br />
DEPÓSITOS 10 1.582.828.984 955.795.060<br />
Depósitos à Vista 75.969.490 49.402.242<br />
Depósitos a Prazo 742.489.316 224.322.780<br />
Depósitos Interfinanceiros 764.370.178 682.070.038<br />
RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS/INTERDEPENDÊNCIAS 1.262.948 481.899<br />
Recursos em Trânsito <strong>de</strong> Terceiros 1.262.860 408.679<br />
Obrigações Junto a Participantes do Sistema <strong>de</strong> Liquidação 88 73.220<br />
OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMOS E REPASSES 4.622.048 545.473.426<br />
Repasses no País 11 4.622.048 545.473.426<br />
OUTRAS OBRIGAÇÕES 12 155.290.951 111.105.412<br />
Sociais e Estatutárias 80.839.580 65.958.577<br />
Fiscais e Previ<strong>de</strong>nciárias 1.984.962 1.670.236<br />
Provisão <strong>de</strong> Pagamentos a Efetuar 64.152.778 34.236.946<br />
Provisão Para Passivos Contingentes 7.028.044 8.533.089<br />
Credores Diversos - País 1.285.587 706.564<br />
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 12.315.624 21.605.236<br />
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 12.315.624 21.605.236<br />
Obrigações por Empréstimos e Repasses no País 11 12.315.624 21.605.236<br />
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 615.432 -<br />
Rendas Antecipadas 615.432 -<br />
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 631.194.295 545.448.660<br />
Capital Social 13 188.321.391 161.531.380<br />
Reserva Legal 317.409.446 274.746.765<br />
Fundo <strong>de</strong> Manutenção do Capital <strong>de</strong> Giro Próprio 125.463.458 109.170.515<br />
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.388.130.282 2.179.909.693<br />
As Demonstrações Contábeis acompanhadas das Notas Explicativas, do Relatório dos Auditores In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e do<br />
Parecer do Conselho Fiscal, estão disponíveis no site: www.credicoamo.com.br<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI<br />
Diretor Presi<strong>de</strong>nte<br />
CLAUDIO FRANCISCO BIANCHI RIZZATTO<br />
Diretor Administrativo<br />
RICARDO ACCIOLY CALDERARI<br />
Diretor Operacional<br />
EDSON DE SANTANA PERES<br />
Contador - CRC-PR 31809/O-0<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 43
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018<br />
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018 E 2017<br />
(Valores em R$ 1)<br />
.......................2018 .......................2017<br />
RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 182.245.268 254.793.311<br />
Operações <strong>de</strong> Crédito 103.446.396 137.586.852<br />
Resultado <strong>de</strong> Títulos e Valores Mobiliários 78.798.872 117.206.459<br />
DESPESAS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (79.660.266) (166.488.621)<br />
Captação no Mercado (66.559.529) (66.125.130)<br />
Empréstimos, Cessões e Repasses (16.580.465) (72.403.082)<br />
Créditos <strong>de</strong> Liquidação Duvidosa 3.479.728 (27.960.409)<br />
RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 102.585.002 88.304.690<br />
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS (1.420.572) (3.123.484)<br />
Receitas <strong>de</strong> Prestação <strong>de</strong> Serviços 11.161.092 9.081.397<br />
Despesas <strong>de</strong> Pessoal (23.463.306) (19.197.714)<br />
Outras Despesas Administrativas (4.276.666) (4.169.631)<br />
Despesas Tributárias (602.742) (439.630)<br />
Outras Receitas Operacionais 17.859.097 12.058.098<br />
Outras Despesas Operacionais (2.098.047) (456.004)<br />
RESULTADO OPERACIONAL 101.164.430 85.181.206<br />
RESULTADO NÃO OPERACIONAL (262.251) 93.096<br />
RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 100.902.179 85.274.302<br />
IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (2.217.780) (1.963.111)<br />
SOBRAS LÍQUIDAS 98.684.399 83.311.191<br />
DESTINAÇÕES LEGAIS E ESTATUTÁRIAS:<br />
F.A.T.E.S. (Resultados Atos Com Não Associados) 3.878.440 2.915.874<br />
F.A.T.E.S. (Resultados Atos Com Associados) 4.740.298 4.019.766<br />
Fundo <strong>de</strong> Reserva 42.662.681 36.177.893<br />
Fundo para Manutenção do Capital <strong>de</strong> Giro Próprio 22.604.892 21.253.537<br />
Sobras à Disposição da A.G.O 24.798.088 18.944.121<br />
TOTAL DAS DESTINAÇÕES 98.684.399 83.311.191<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI<br />
Diretor Presi<strong>de</strong>nte<br />
JOSÉ AROLDO GALLASSINI<br />
Diretor Presi<strong>de</strong>nte<br />
RICARDO ACCIOLY CALDERARI<br />
Diretor Operacional<br />
RICARDO ACCIOLY CALDERARI<br />
Diretor Operacional<br />
CLAUDIO FRANCISCO BIANCHI RIZZATTO<br />
Diretor Administrativo<br />
CLAUDIO FRANCISCO BIANCHI RIZZATTO<br />
Diretor Administrativo<br />
EDSON DE SANTANA PERES<br />
Contador - CRC-PR 31809/O-0<br />
EDSON DE SANTANA PERES<br />
Contador - CRC-PR 31809/O-0<br />
44 REVISTA <strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018<br />
PATRIMÔNIO LÍQUIDO<br />
em milhões <strong>de</strong> reais<br />
ATIVOS<br />
em bilhões <strong>de</strong> reais<br />
2017 2018<br />
2017 2018<br />
ASSOCIADOS<br />
até final <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro 2018<br />
SOBRAS LÍQUIDAS<br />
em milhões <strong>de</strong> reais<br />
2017 2018<br />
2017 2018<br />
SEGURO AGRÍCOLA<br />
área segurada em mil hectares<br />
SEGURO AGRÍCOLA<br />
importância segurada em reais<br />
2017 2018<br />
2017 2018<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 45
AGRICULTURA<br />
Armadilha para as pragas<br />
Família Reginato, optante da <strong>Coamo</strong> em Abelardo Luz (SC), não abre mão <strong>de</strong> utilizar<br />
o refúgio como prática sustentável e forma <strong>de</strong> manter a longevida<strong>de</strong> da tecnologia Bt<br />
A<br />
implementação <strong>de</strong> ferramentas<br />
que tenham<br />
efeitos <strong>de</strong>cisivos para o<br />
manejo <strong>de</strong> insetos é fundamental<br />
para superar um dos maiores<br />
<strong>de</strong>safios da agricultura brasileira:<br />
a evolução da resistência <strong>de</strong>ssas<br />
espécies. A adoção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong><br />
refúgio é a alternativa mais eficaz<br />
nessa luta contra a resistência <strong>de</strong><br />
pragas.<br />
O refúgio é uma área<br />
cultivada com plantas não Bt da<br />
mesma espécie, e essa área tem<br />
como função produzir insetos<br />
suscetíveis às proteínas inseticidas<br />
que irão se acasalar com os<br />
insetos resistentes provenientes<br />
das áreas Bt, gerando novos indivíduos<br />
suscetíveis à tecnologia.<br />
O objetivo <strong>de</strong> manter uma<br />
população <strong>de</strong> pragas vulneráveis<br />
ao efeito inseticida da varieda<strong>de</strong><br />
transgênica é preservar os benefícios<br />
da tecnologia.<br />
Na Fazenda Reginato,<br />
que leva o nome da própria família,<br />
localizada na região conhecida<br />
como Linha Santa Laura<br />
entre os municípios <strong>de</strong> Xanxerê e<br />
Faxinal dos Gue<strong>de</strong>s, no Oeste <strong>de</strong><br />
Santa Catarina, o refúgio é uma<br />
alternativa levada a sério e faz<br />
parte do esquema da proprieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> difusão<br />
da biotecnologia. O cooperado<br />
Cleverson, que trabalha em par-<br />
Cooperado Cleverson conta que vem adotando o refúgio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que surgiu a biotecnologia na agricultura<br />
ceria Giovani e o pai, Celito Luiz<br />
Reginato, esclarece que o manejo<br />
é encarado como um insumo.<br />
“Adotamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que surgiu a<br />
primeira tecnologia Bt, porque<br />
existe todo um estudo que preci-<br />
46 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
AGRICULTURA<br />
samos respeitar e levar em conta<br />
a eficiência <strong>de</strong> se fazer ou não”,<br />
observa Cleverson.<br />
Conforme ele, o agricultor<br />
<strong>de</strong>ve utilizar o sistema para<br />
ter segurança no que está fazendo<br />
e, principalmente, manter a<br />
longevida<strong>de</strong> da tecnologia. “É a<br />
única forma que temos para preservar<br />
o sistema. Todo ano plantamos<br />
pelo menos 20% da área<br />
com plantas convencionais, seja<br />
<strong>de</strong> soja ou milho”, acrescenta o<br />
cooperado.<br />
Cleverson lembra que<br />
quando se per<strong>de</strong> uma tecnologia<br />
o mais prejudicado é o agricultor<br />
que pagou caro por ela. “A pesquisa<br />
se esforça, gasta bastante,<br />
mas também passa esse custo<br />
para o agricultor e, por isso, precisamos<br />
preservar”, afirma.<br />
De acordo com Cleverson<br />
o custo benefício vale muito<br />
a pena. Ele revela que além<br />
<strong>de</strong> usar menos produtos agroquímicos,<br />
o que <strong>de</strong>ixa a produção<br />
mais barata, ainda há uma<br />
contribuição direta com o meio<br />
ambiente. “É uma forma <strong>de</strong> não<br />
pensar só no bolso, mas também<br />
na preservação <strong>de</strong> todo nosso<br />
ecossistema”, enaltece Reginato,<br />
que cultiva junto com a família<br />
620 alqueires (1.500 hectares) <strong>de</strong><br />
soja, milho, trigo e eventualmente<br />
feijão, entre as safras <strong>de</strong> verão<br />
e inverno.<br />
Na opinião do engenheiro<br />
agrônomo Vinicius Francisco<br />
Albarello, da <strong>Coamo</strong> em Abelardo<br />
Luz, todos os agricultores que<br />
utilizam tecnologia Bt precisam<br />
adotar o refúgio, pois as pragas-<br />
Todo manejo na proprieda<strong>de</strong> é planejado com o agrônomo da <strong>Coamo</strong> Vinicius Francisco Albarello<br />
Áreas <strong>de</strong> refúgio são <strong>de</strong> extrema importância para a manutenção da tecnologia Bt em milho e soja<br />
-alvo po<strong>de</strong>m migrar para áreas<br />
vizinhas. “Um plano eficiente <strong>de</strong><br />
manejo <strong>de</strong>ve ser implementado.<br />
A sustentabilida<strong>de</strong> da tecnologia<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do manejo a<strong>de</strong>quado<br />
<strong>de</strong> cada proprieda<strong>de</strong>”, orienta o<br />
técnico. Ele afirma que o plantio<br />
e a manutenção das áreas <strong>de</strong> refúgio,<br />
representam os principais<br />
componentes da longevida<strong>de</strong><br />
do sistema. “O produtor tem que<br />
estar ciente <strong>de</strong> que a área <strong>de</strong><br />
refúgio é a principal estratégia<br />
para evitar a quebra <strong>de</strong> resistência<br />
dos transgênicos, mantendo<br />
o equilíbrio ecológico e a produtivida<strong>de</strong><br />
das lavouras. É a forma<br />
<strong>de</strong> prolongar a vida útil da tecnologia,<br />
e na fazenda Reginato não<br />
é diferente, a produtivida<strong>de</strong> está<br />
aumentando ano a ano”, <strong>de</strong>staca<br />
Albarello.<br />
O agrônomo explica<br />
que a adoção do manejo certamente<br />
gera mais trabalho,<br />
capricho e planejamento, contudo,<br />
os benefícios são bem<br />
maiores. “O trabalho realizado<br />
não vai diferir muito, o que vai<br />
dar resultado é o capricho do<br />
produtor”, sugere.<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 47
COMEMORAÇÃO<br />
OCEPAR, 48 ANOS<br />
representando o cooperativismo no Paraná<br />
O<br />
Estado do Paraná possui<br />
uma área <strong>de</strong> 199,7 mil<br />
quilômetros quadrados,<br />
o equivalente a cerca <strong>de</strong> 2,3% do<br />
território brasileiro. Sua população<br />
é superior a 11,3 milhões (IBGE)<br />
<strong>de</strong> habitantes e seu Produto Interno<br />
Bruto é <strong>de</strong> R$ 447 bilhões (Ipar<strong>de</strong>s).<br />
Respon<strong>de</strong> por 16 % (Conab)<br />
<strong>de</strong> toda a safra brasileira <strong>de</strong> grãos.<br />
Ocupa o primeiro lugar entre os<br />
Estados brasileiros na produção<br />
<strong>de</strong> frango, trigo, feijão e cevada;<br />
o segundo lugar na produção <strong>de</strong><br />
Ocepar foi constituída no dia 02 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971.<br />
Imagem da se<strong>de</strong> em Curitiba, capital do Paraná<br />
milho, soja e leite e o terceiro lugar<br />
na produção <strong>de</strong> suínos.<br />
Uma das principais forças<br />
do agronegócio paranaense são<br />
as cooperativas. A maioria <strong>de</strong>senvolveu-se<br />
<strong>de</strong> forma paralela aos<br />
diversos ciclos econômicos do<br />
Estado, pautando suas ativida<strong>de</strong>s<br />
em valores éticos da cooperação,<br />
da solidarieda<strong>de</strong>, da justiça social,<br />
da gestão <strong>de</strong>mocrática e da soma<br />
dos esforços <strong>de</strong> seus cooperados.<br />
Para representar institucionalmente<br />
toda esta força do<br />
cooperativismo no Paraná, no dia<br />
2 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971, foi constituída a<br />
Ocepar – Organização das Cooperativas<br />
do Estado do Paraná, e que<br />
hoje integra, um sistema formado<br />
por três socieda<strong>de</strong>s distintas, sem<br />
fins lucrativos que, em estreita parceria,<br />
se <strong>de</strong>dicam à representação,<br />
<strong>de</strong>fesa, fomento, <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
capacitação e promoção social<br />
das cooperativas paranaenses:<br />
O Sindicato e Organização das<br />
Cooperativas do Estado do Paraná<br />
– Ocepar, o Serviço Nacional <strong>de</strong><br />
Aprendizagem do Cooperativismo<br />
– Sescoop/PR e a Fe<strong>de</strong>ração e<br />
Organização das Cooperativas do<br />
Estado do Paraná – Fecoopar.<br />
Atualmente, o Sistema<br />
Ocepar possui 215 cooperativas<br />
registradas. Juntas, essas organizações<br />
somam R$ 83,5 bilhões <strong>de</strong> faturamento,<br />
montante que equivale<br />
a 17,9 % do PIB do Estado do Paraná.<br />
Possuem mais <strong>de</strong> 1,8 milhão<br />
<strong>de</strong> cooperados e geram 92.968<br />
empregos. Estima-se que mais <strong>de</strong><br />
3,8 milhões <strong>de</strong> pessoas estejam ligadas,<br />
direta ou indiretamente, ao<br />
cooperativismo do Paraná.<br />
A opção do cooperativismo<br />
é pelo <strong>de</strong>senvolvimento das<br />
pessoas e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu<br />
entorno. Um trabalho que resulta<br />
na geração <strong>de</strong> emprego e renda,<br />
dinamização das economias<br />
locais, acesso a serviços <strong>de</strong> crédito<br />
e saú<strong>de</strong>, e apoio à formação<br />
48 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
COMEMORAÇÃO<br />
Reunião da diretoria do Sistema Ocepar<br />
para o quadriênio abril <strong>de</strong> 2015/<strong>2019</strong><br />
profissional. Também são ações<br />
prioritárias no cotidiano das cooperativas,<br />
os investimentos em<br />
projetos <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor<br />
(agroindustrialização), diversificação<br />
da produção e novas tecnologias,<br />
bem como ativida<strong>de</strong>s<br />
e capacitações para melhorar os<br />
processos produtivos e <strong>de</strong> prestação<br />
<strong>de</strong> serviços aos cooperados.<br />
A confiança nesse mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> organização econômica fez com<br />
que mais <strong>de</strong> 295.721 mil pessoas se<br />
associassem às cooperativas paranaenses,<br />
em 2018. A credibilida<strong>de</strong><br />
do Sistema Cooperativo, construída<br />
com trabalho, profissionalismo,<br />
oferta <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
e investimentos nos mercados<br />
consumidores, se confirmou em<br />
recente pesquisa <strong>de</strong> opinião feita<br />
pelo Instituto Datacenso, em que<br />
96% dos entrevistados aprovaram<br />
a qualida<strong>de</strong> e o preço justo dos<br />
produtos das cooperativas.<br />
As 61 cooperativas agropecuárias<br />
do Paraná estimam fechar<br />
em R$ 70,8 bilhões <strong>de</strong> faturamento<br />
em 2018, 22,8% superior<br />
<strong>de</strong> 2017, quando chegaram a R$<br />
57,7 bilhões. Esse valor correspon<strong>de</strong><br />
a 60% do PIB agrícola do Esta-<br />
do. Em mais <strong>de</strong> 120 municípios, a<br />
cooperativa é a mais importante<br />
empresa econômica, maior empregadora<br />
e geradora <strong>de</strong> receitas.<br />
Estima-se que 77% dos<br />
associados às cooperativas agropecuárias<br />
do Paraná são pequenos<br />
e médios produtores (área<br />
<strong>de</strong> até 50 ha). Outro dado que<br />
evi<strong>de</strong>ncia a importância das cooperativas<br />
agropecuárias é a sua<br />
infraestrutura <strong>de</strong> armazenagem<br />
da produção, a qual representa<br />
54% da capacida<strong>de</strong> estática<br />
<strong>de</strong> armazenagem do Estado, ou<br />
seja, as cooperativas têm capacida<strong>de</strong><br />
para armazenar 16,5 milhões<br />
<strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> grãos.<br />
Na área ambiental, além<br />
<strong>de</strong> programas educativos, a prática<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
é feita através <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />
recuperação da vegetação ao longo<br />
<strong>de</strong> rios (mata ciliar) e nascentes<br />
<strong>de</strong> água, tratamento <strong>de</strong> efluentes,<br />
coleta seletiva <strong>de</strong> lixo, reflorestamento,<br />
geração <strong>de</strong> energia limpa,<br />
entre outras ações. Os investimentos<br />
em agroindustrialização vêm<br />
transformando o Paraná <strong>de</strong> exportador<br />
<strong>de</strong> matérias-primas para<br />
exportador <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo.<br />
Atualmente, cerca <strong>de</strong> 48% da produção<br />
primária do cooperado<br />
passa por processos <strong>de</strong> transformação<br />
e agregação <strong>de</strong> valor.<br />
Principais indicadores do<br />
COOPERATIVISMO NO PR<br />
215 cooperativas registradas na Ocepar<br />
R$ 83,5 bilhões em faturamento<br />
R$ 43,8 bilhões em ativos das cooperativas<br />
<strong>de</strong> crédito<br />
2 milhões <strong>de</strong> beneficiários das cooperativas<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
96 mil empregos diretos<br />
1 milhão e 800 mil cooperados<br />
R$ 2,1 bilhão em impostos recolhidos<br />
R$ 1,95 bilhões em novos investimentos<br />
US$ 2,1 bilhões em exportações<br />
219 mil participações em treinamentos do<br />
Sescoop/PR<br />
8.776 eventos realizados<br />
Exercício: 2018<br />
Fonte: Assessoria <strong>de</strong> Comunicação do Sistema Ocepar<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 49
MÍDIA<br />
<strong>Coamo</strong> tem mais <strong>de</strong> 1,2 milhão <strong>de</strong><br />
visualizações no “Ser Agro é bom”<br />
Série teve o objetivo <strong>de</strong><br />
aproximar o campo da<br />
cida<strong>de</strong> e valorizar o papel<br />
da agricultura como<br />
agente <strong>de</strong> mudança e<br />
propulsor da economia<br />
A<br />
história da cooperativa<br />
<strong>Coamo</strong> foi contada<br />
em um ví<strong>de</strong>o<br />
da série Ser Agro é Bom, da<br />
Bayer, lançado no dia 20 <strong>de</strong><br />
abril do ano passado. Des<strong>de</strong><br />
então, a série recebeu milhares<br />
<strong>de</strong> visualizações, alcançando<br />
a marca <strong>de</strong> 1.215.084<br />
views nas re<strong>de</strong>s sociais. Para<br />
marcar esta performance, a<br />
equipe da Bayer esteve na<br />
se<strong>de</strong> da <strong>Coamo</strong>, em Campo<br />
Mourão (Centro-Oeste<br />
do Paraná), para entregar<br />
ao presi<strong>de</strong>nte da cooperativa,<br />
engenheiro agrônomo<br />
José Aroldo Gallassini, uma<br />
homenagem por meio <strong>de</strong><br />
um quadro, com os dizeres:<br />
“Uma história que já ren<strong>de</strong>u<br />
tantos frutos hoje é inspiração<br />
para muitos. Parabéns<br />
por mais essa conquista.”<br />
A série “Ser Agro<br />
é bom” teve o objetivo <strong>de</strong><br />
aproximar o campo da cida<strong>de</strong><br />
e valorizar o papel<br />
da agricultura como agente<br />
<strong>de</strong> mudança e propulsor<br />
da economia. A Bayer<br />
apresentou a série nas suas<br />
Diretoria da <strong>Coamo</strong> e da Bayer com a placa em homenagem a 1.215.084 visualizações na série<br />
“Ser Agro é bom” teve o objetivo <strong>de</strong> aproximar o campo da cida<strong>de</strong> e valorizar o papel da agricultura<br />
re<strong>de</strong>s sociais, a fim <strong>de</strong> contar<br />
um pouco das histórias<br />
dos agricultores e das cooperativas,<br />
e <strong>de</strong>smistificar<br />
o processo produtivo dos<br />
alimentos e valorizar a ca<strong>de</strong>ia<br />
agrícola, que muitas<br />
vezes passa <strong>de</strong>spercebido<br />
aos olhos (e ao paladar)<br />
da população. “O projeto<br />
mostrou que a agricultura<br />
está no sangue <strong>de</strong> muitas<br />
famílias brasileiras e que o<br />
cuidado com a terra é um<br />
compromisso <strong>de</strong> todos. Comunicar<br />
o agronegócio e<br />
transmitir à população urbana<br />
a relevância do produtor<br />
rural, é valorizar este trabalhador,<br />
que se empenha<br />
<strong>de</strong> sol a sol, o ano inteiro,<br />
correndo riscos, percorrendo<br />
lavouras e se esforçando<br />
para que da terra germine<br />
o nosso alimento”, aponta<br />
Paulo Pereira, diretor <strong>de</strong><br />
Comunicação Corporativa<br />
da Bayer no Brasil.<br />
50 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
BIOGRAFIA<br />
Alcir Rodrigues da Silva, presi<strong>de</strong>nte da Acicam, com o presi<strong>de</strong>nte da <strong>Coamo</strong>,<br />
José Aroldo Gallassini, durante lançamento na entida<strong>de</strong><br />
Carlos Naves, governador do Distrito 4630 do Rotary, Marcio Nunes , secretário<br />
estadual <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Ambiental e Turismo, Gallassini, Marcelo Chiroli,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Rotary Clube Campo Mourão, Tauillo Tezelli, prefeito <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão, e Douglas Fabrício, <strong>de</strong>putado estadual<br />
Gallassini lança livro no Rotary e na Acicam<br />
Biografia escrita pelo jornalista e biógrafo Elias Awad, relata a inspiradora<br />
trajetória do presi<strong>de</strong>nte da maior cooperativa agrícola da América Latina<br />
O<br />
presi<strong>de</strong>nte da <strong>Coamo</strong>,<br />
José Aroldo Gallassini,<br />
lançou a sua biografia<br />
em mais dois eventos. No dia<br />
15 <strong>de</strong> março, a obra foi lançada<br />
no Rotary Clube Campo Mourão<br />
e no dia 20 na Associação<br />
Comercial e Industrial <strong>de</strong> Campo<br />
Mourão (Acicam). O livro<br />
biográfico “José Aroldo Gallassini<br />
– Uma Visão Compartilhada”,<br />
foi lançado oficialmente<br />
na Assembleia Geral Ordinária<br />
(AGO), em fevereiro.<br />
Os dois eventos foram<br />
prestigiados por autorida<strong>de</strong>s<br />
políticas, religiosas e empresariais.<br />
Gallassini, um dos fundadores<br />
do Rotary Campo<br />
Mourão e colaborador ativo<br />
da Acicam autografou vários<br />
exemplares aos presentes.<br />
No livro escrito pelo<br />
jornalista e biógrafo Elias Awad,<br />
relata a inspiradora trajetória<br />
do presi<strong>de</strong>nte da maior cooperativa<br />
agrícola da América Latina.<br />
Formado em Agronomia,<br />
Gallassini chegou em Campo<br />
Mourão em 1968 como funcionário<br />
da então Acarpa. “Além<br />
da minha trajetória, este livro<br />
mostra ao leitor a importância<br />
do cooperativismo, a partir <strong>de</strong><br />
um jovem que fazia entregas<br />
<strong>de</strong> bicicleta, em Brusque (SC)<br />
e criou, <strong>de</strong>senvolveu e transformou<br />
a <strong>Coamo</strong> em uma das<br />
principais empresas do Paraná<br />
e do país”, sintetiza Gallassini na<br />
apresentação do livro.<br />
Em 286 páginas, o livro<br />
traz relatos <strong>de</strong> pessoas<br />
que convivem com Gallassini<br />
e também conta com quem o<br />
conhece antes mesmo do surgimento<br />
da <strong>Coamo</strong>. “Ele é um<br />
homem humil<strong>de</strong>, muito sério,<br />
honesto e tem muitos valores”,<br />
escreveu Elias Awad na apresentação<br />
do livro.<br />
Gallassini faz questão<br />
<strong>de</strong> frisar que quem li<strong>de</strong>ra uma<br />
cooperativa precisa enten<strong>de</strong>r<br />
que cuida do patrimônio<br />
alheio. “No início do ano procuro<br />
fazer reuniões com nossos<br />
cooperados para explicar<br />
como foi o ano anterior e o que<br />
esperar do próximo. Procuro<br />
ser transparente, mostrando<br />
a realida<strong>de</strong>, mesmo que seja<br />
pessimista, para não criar falsas<br />
expectativas”, justifica.<br />
Ele diz que a publicação<br />
<strong>de</strong> da biografia é para<br />
compartilhar com os leitores<br />
aquilo que realizou e que <strong>de</strong>u<br />
certo, assim como o que apren<strong>de</strong>u<br />
com os erros. “A biografia<br />
permite que as experiências <strong>de</strong><br />
vida fiquem registradas.”<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 51
52 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
CURSOS SOCIAIS<br />
Eventos que integram e geram renda<br />
Sempre motivadas e animadas, as cooperadas,<br />
esposas e filhas <strong>de</strong> cooperados da<br />
<strong>Coamo</strong>, são participativas nos cursos sociais<br />
realizados pela <strong>Coamo</strong> em parceria com o Serviço<br />
Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem do Cooperativismo<br />
(Sescoop). Em toda a área <strong>de</strong> ação da <strong>Coamo</strong>, no<br />
Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, elas<br />
sempre encontram um tempo, apesar da rotina <strong>de</strong><br />
trabalho, para marcar presença nesse momento <strong>de</strong><br />
integração e cooperação.<br />
Trufas e bombons, em Boa Ventura <strong>de</strong> São Roque (Centro do Paraná)<br />
Trufas e bombons, em Dois Irmãos (Oeste do Paraná)<br />
Biscoitos e bolachas <strong>de</strong>coradas, em Faxinal (Centro-Norte do Paraná)<br />
Produtos <strong>de</strong> limpeza, em Juranda (Centro-Oeste do Paraná)<br />
Ovos <strong>de</strong> Páscoa <strong>de</strong> colher, em Mamborê (Centro-Oeste do Paraná)<br />
Cupcake e tortas doces, em Pitanga (Centro do Paraná)<br />
Risotos e saladas, em São Domingos (Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina)<br />
Receitas integrais, em São Pedro do Iguaçu (Oeste do Paraná)<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong> REVISTA 53
Pastel Doce<br />
<strong>de</strong> abacaxi<br />
Ingredientes<br />
Massa<br />
½ tablete <strong>de</strong> fermento biológico fresco<br />
50 ml <strong>de</strong> leite<br />
½ xícara (chá) <strong>de</strong> Margarina Extra Cremosa 60%<br />
1 colher (sopa) <strong>de</strong> açúcar<br />
1 colher (café) <strong>de</strong> canela em pó<br />
2 colheres (sopa) <strong>de</strong> água gelada<br />
2 xícaras (chá) <strong>de</strong> Farinha <strong>de</strong> Trigo <strong>Coamo</strong><br />
Recheio<br />
2 xícaras (chá) <strong>de</strong> abacaxi picado<br />
¾ <strong>de</strong> xícara (chá) <strong>de</strong> açúcar<br />
1 cravo<br />
2 gemas para pincelar<br />
1 colher (chá) <strong>de</strong> água para afinar a gema<br />
Açúcar cristal para passar nos pastéis<br />
Modo <strong>de</strong> preparo<br />
Massa: Dissolva o fermento no leite. Junte a margarina, o açúcar,<br />
a canela em pó e a água gelada, e aos poucos adicione a farinha,<br />
amassando até obter uma massa que solte das mãos. Entre dois<br />
plásticos, abra a massa com espessura <strong>de</strong> 3 mm e corte círculos <strong>de</strong><br />
10 cm. Coloque 1 colher (chá) do recheio no centro <strong>de</strong> cada círculo<br />
e pincele clara na borda. Dobre o círculo formando uma meia-lua,<br />
e pressione bem a borda para colar. Coloque-os em uma assa<strong>de</strong>ira<br />
ligeiramente untada e pincele com a gema diluída na água.<br />
Polvilhe com o açúcar e asse no forno preaquecido à temperatura<br />
mo<strong>de</strong>rada (180 ºC) até ficar dourado claro. Se preferir, polvilhe<br />
canela em pó no momento <strong>de</strong> servir.<br />
Recheio: Leve o abacaxi a uma panela e ferva até que fique macio.<br />
Junte o açúcar e o cravo e cozinhe no fogo baixo, mexendo até<br />
obter um doce bem enxuto. Experimente cozinhar o doce com 2<br />
colheres (sopa) <strong>de</strong> coco ralado seco.<br />
Para mais receitas acesse:<br />
www.facebook.com/alimentoscoamo<br />
www.alimentoscoamo.com.br<br />
54 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2019</strong>
DOBRE SUA ATENÇÃO COM PEDESTRES:<br />
ELES SÃO QUASE METADE DAS<br />
VÍTIMAS FATAIS DE TRÂNSITO.<br />
RESPEITE OS PEDESTRES.<br />
Nas cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s, os pe<strong>de</strong>stres representam cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong><br />
dos óbitos relacionados aos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito. Em São Paulo, os<br />
pe<strong>de</strong>stres são 46,42% dos mortos. No Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, eles<br />
representam 43,7% das vítimas fatais Na média nacional, 25% dos<br />
óbitos registrados no trânsito são <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.<br />
A Via Sollus Corretora <strong>de</strong> Seguros tem soluções<br />
para proteger seus bens e sua vida. Mas o melhor jeito <strong>de</strong> garantir sua<br />
segurança é ter atitu<strong>de</strong>s responsáveis e respeitar as leis <strong>de</strong> trânsito.<br />
Se beber,<br />
não dirija.<br />
Respeite os limites<br />
<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.<br />
Não use celular<br />
ao volante.<br />
Cuidado<br />
ao estacionar.<br />
Para mais informações, acesse:<br />
www.libertyseguros.com.br<br />
Procure a unida<strong>de</strong> da <strong>Coamo</strong> ou Credicoamo mais próxima <strong>de</strong> você.