CREDICOAMO APRESENTA SOBRAS LÍQUIDAS DE R$ 98,68 MILHÕES EM 2018
www.coamo.com.br
MARÇO/2019 ANO 45
EDIÇÃO 489
OCEPAR, 48 ANOS
Sistema
representa o
cooperativismo
no Paraná
BIOGRAFIA
Gallassini lança
livro biográfico no
Rotary e na Acicam
CONHECIMENTO
RENOVADO
Encontro na Fazenda Experimental reúne associados, técnicos e
pesquisadores para dias de trabalho e busca por mais conhecimento
para ampliar a produtividade de forma sustentável e com rentabilidade
meta
A solidez da Coamo vem
da cooperação de todos.
Graças a força do trabalho e da união,
a Coamo cresceu
em 2018,
sendo o melhor ano em
relação às receitas globais.
É pela connança no trabalho desenvolvido na Coamo
que os cooperados estão seguros, estão em casa.
Coamo, forte como o homem do campo.
EXPEDIENTE
Órgão de divulgação da Coamo
Ano 45 | Edição 489 | Março de 2019
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Técnico: Aquiles de Oliveira Dias.
Extensão Territorial: 4,5 milhões de hectares. Capacidade Global de Armazenagem: 6,41 milhões de toneladas. Receita Global de 2018: R$ 14,79 bilhões. Tributos e taxas
gerados e recolhidos em 2018: R$ 436,73 milhões.
Março/2019 REVISTA
3
SUMÁRIO
36
Credicoamo com crescimento e bons resultados
Desempenho da cooperativa de crédito foi apresentado e aprovado durante Assembleia
Geral Ordinária (AGO). Crescimento a cada ano é fruto da participação efetiva dos associados
4 REVISTA
Março/2019
SUMÁRIO
Entrevista
08
O engenheiro agrônomo Henrique Debiasi, pesquisador de manejo do solo e da cultura, da Embrapa
Soja, é o entrevistado do mês. Para ele, a revolução que o agronegócio brasileiro tem passado é
decorrente do desenvolvimento e adoção conjunta de diferentes tecnologias
Alimentos Coamo
Retorno do consumidor é positivo pela fan page e canal de atendimento dos Alimentos Coamo
13
Encontro na Fazenda Experimental
Foi realizada a 31ª edição do evento de verão, que é um laboratório a céu aberto da Coamo para a
pesquisa. Encontro reuniu cerca de quatro mil cooperados, de toda a área de ação da cooperativa
14
Ocepar 48 anos
48
Sistema Ocepar possui 215 cooperativas registradas. Juntas, essas organizações somam R$ 83,5
bilhões de faturamento, montante que equivale a 17,9 % do PIB do Estado do Paraná
51
Gallassini lança livro no Rotary e na Acicam
O livro escrito pelo jornalista e biógrafo Elias Awad, relata a inspiradora
trajetória do presidente da maior cooperativa agrícola da América Latina
Março/2019 REVISTA
5
NOVO
UNIPORT 3030
EletroVortex
A PULVERIZAÇÃO EM OUTRO NÍVEL
2dcb.com.br
FLUXO DE AR
DO VENTILADOR
PARA A BARRA
FLUXO DE AR
PARA O BICO
PORTA-BICOS
BIJET
O fluxo de ar do sistema Vortex
transporta as gotas de pulverização
que, ao passar pelo bocal eletrostático,
recebem cargas negativas que são
atraídas pelas plantas, que têm cargas
neutras. O resultado é uma melhor
deposição do defensivo em ambas
as faces da planta.
BOCAL
ELETROSTÁTICO
jacto.com
EDITORIAL
As tecnologias no campo e os resultados da Credicoamo
A
edição deste mês da Revista
Coamo apresenta aos associados
e leitores dois temas
de grande relevância para o desenvolvimento
do cooperativismo: os
resultados do 31º Encontro de Cooperados
na Fazenda Experimental e
do exercício de 2018 da Credicoamo
Crédito Rural Cooperativa.
A Credicoamo, que em
2019 completa 30 anos de atividades,
encerrou mais um ano com
excelentes resultados, para a satisfação
e orgulho dos mais de 19 mil
associados. Eles aprovaram em Assembleia
Geral o balanço de 2018
que registrou sobras líquidas de R$
98,68 milhões, ativos de R$ 2,39 bilhões,
com crescimento de 9,55% e
um patrimônio líquido de R$ 631,19
milhões, com 15,72% superior ao
ano anterior.
A cooperativa de crédito
dos associados da Coamo segue a
mesma filosofia e administração da
JOSÉ AROLDO GALLASSINI,
Diretor-presidente
cooperativa Coamo e vem apresentando
resultados expressivos. Com
estrutura sólida e grande atuação
dos associados, a Credicoamo é
destaque e referência no cooperativismo
de crédito brasileiro oferecendo
uma vasta e exclusiva linha
de produtos e serviços, os quais vêm
agregando valor à produção agropecuária
dos integrantes.
O Encontro de Cooperados
Coamo na Fazenda Experimental
também apresentou bons resultados
na 31ª edição. O evento foi realizado
recentemente para mais de
quatro mil pessoas entre associados
e técnicos da própria cooperativa e
de instituições parceiras.
“Conhecimento que gera
resultados”, é o slogan deste importante
evento tecnológico, que é pioneiro
e está na vanguarda da pesquisa
brasileira. Trata-se de um dia
de trabalho que reúne associados
de todas as regiões da área de ação
da Coamo. Eles conhecem em um
verdadeiro laboratório a céu aberto,
os resultados das mais modernas
pesquisas e tecnologias testadas e
aprovadas no campo experimental
da cooperativa.
A difusão de tecnologias é
um dos objetivos centrais do Encontro
na Fazenda Experimental que
tem na participação e interesse dos
associados um dos pilares do seu
sucesso há 31 anos. Eles são privilegiados,
pois recebem informações
atuais e de tecnologias que brevemente
estarão à sua disposição para
o planejamento das próximas safras.
Os Encontros na Fazenda
"A Credicoamo, que em
2019 completa 30 anos
de atividades, encerrou
mais um ano com
excelentes resultados,
para a satisfação e
orgulho dos mais de 19
mil associados."
Experimental representam uma
excelente oportunidade para os
associados se atualizarem sobre o
que existe de mais novo e moderno
em diferentes temas da agropecuária.
Isto é facilitado também
pelo contato direto com renomados
pesquisadores de importantes
instituições, graças a uma parceria
eficaz e vitoriosa com a Coamo,
em prol do desenvolvimento das
atividades dos associados visando
produzir de forma sustentável no
ambiente produtivo rural e obter
renda no seu negócio.
Março/2019 REVISTA
7
HENRIQUE DEBIASI
“Sucesso do agronegócio é mérito
dos agricultores junto com a pesquisa"
“ Com muito orgulho, fui criado
dentro de uma lavoura
de soja, lá no Rio Grande
do Sul. Tenho vivenciado há quase
30 anos a realidade e as dificuldades
que o agricultor enfrenta.
Esse conhecimento do dia-a-dia
do produtor tem sido muito útil
na definição do enfoque do meu
trabalho como pesquisador.” A
afirmação é do engenheiro agrônomo
Henrique Debiasi, pesquisador
de manejo do solo e da cultura,
da Embrapa Soja.
Para ele, a revolução
que o agronegócio brasileiro
tem passado é decorrente do
desenvolvimento e adoção conjunta
de diferentes tecnologias.
“Desde cultivares com maior potencial
produtivo e modificadas
geneticamente, até o manejo
integrado de pragas, doenças
e plantas daninhas, passando
também pelos avanços na agricultura
de precisão.”
Revista Coamo: Qual sua área de
pesquisa na Embrapa Soja?
Henrique Debiasi: Desde que ingressei
(2008), me dedico, juntamente
com os colegas da equipe de
manejo do solo e da cultura, à pesquisa
e ao desenvolvimento de tecnologias
para o aprimoramento da
qualidade do manejo do solo em sistema
plantio direto (SPD), que sejam
viáveis técnica, operacional e economicamente
para os produtores.
O trabalho não se limita ao Paraná,
mas também em outros Estados. O
foco principal é a melhoria da qualidade
estrutural do solo, por meio
da utilização de sistemas de rotação,
sucessão e/ou consorciação envolvendo
espécies vegetais com alta
produção de palha e, principalmente,
de raízes. Também temos destinado
grande parte do nosso tempo
ao desenvolvimento de ferramentas
para monitoramento da estrutura do
solo, que sejam acessíveis à assistência
técnica e aos produtores, como o
Diagnóstico Rápido da Estrutura do
Solo (DRES).
RC: Qual a importância dos resultados
do trabalho da Embrapa Soja?
Debiasi: Dimensionar a contribuição
que a pesquisa e o desenvolvimento
de tecnologias vêm dando ao agronegócio
brasileiro não é difícil, basta
ver a competitividade da agricultura
brasileira no cenário mundial, em
que pese nossas históricas dificuldades
estruturais. Na década de 70,
éramos importadores de alimentos;
hoje, somos o 2º maior exportador
mundial, o agronegócio tem 42%
das exportações e mais de 20% do
PIB; em 2018, o superávit do agronegócio
na balança comercial foi
superior a US$ 87 bilhões, enquanto
que os demais setores apresentaram
saldo negativo de US$ 29 bilhões
(dados do CEPEA). A cadeia da soja
exerce papel determinante: somente
os embarques de grãos, farelo e óleo
corresponderam, em 2018, a US$ 41
bilhões, mais de 40% do valor total
exportado pelo agronegócio.
RC: Como vê a parceria entre agricultores
e pesquisa?
Debiasi: O grande mérito do sucesso
do agronegócio brasileiro é o trabalho
incansável dos nossos agricultores,
mas é necessário reconhecer a
grande contribuição das tecnologias
e conhecimentos produzidos pela
pesquisa. E, nesse caso, não é possível
atribuir o mérito a esta ou aquela
instituição de pesquisa, pois todas
contribuíram de forma expressiva.
RC: Quais são os desafios para os
próximos anos?
Debiasi: Gerar conhecimentos e tecnologias
inovadoras que contribuam
para o aumento da produtividade,
reduzam os custos, minimizam os
impactos ambientais e, sobretudo,
diminuam os efeitos negativos de intempéries
climáticas, principalmente
a seca.
RC: E quanto ao nível tecnológico?
Debiasi: O desafio é o desenvolvimento
de uma tecnologia inovadora
que permita avanços significativos na
produtividade. Isso exige muito mais
esforço e passa, pelo conhecimento
das interações entre a genética das
plantas, o ambiente (solo e clima) e
o nível tecnológico utilizado. Quando
se altera minimamente qualquer um
destes fatores, a resposta aos demais
se modifica também. Isso exige tempo,
metodologias cada vez mais avançadas
e caras, equipes de pesquisa
com integrantes de diferentes áreas
do conhecimento e, principalmente,
parcerias com o setor produtivo.
RC: Como observa a relação entre
as tecnologias e o seu uso pelos
agricultores?
Debiasi: Este é um grande desafio,
o de diminuir a discrepância entre
8 REVISTA
Março/2019
as tecnologias e conhecimentos disponíveis
e aquilo que de fato é utilizado
pelo produtor. Isso é notório
em relação ao manejo e conservação
do solo, onde práticas e tecnologias
“básicas”, algumas milenares, como a
rotação de culturas, o terraceamento
e o cultivo em nível, têm ficado
em segundo plano. Neste contexto,
cabe a pesquisa se aproximar do
setor produtivo, fazendo com que
as tecnologias de fato cheguem ao
usuário final. Da mesma forma, é
papel da pesquisa aprimorar continuamente
tecnologias já consolidadas,
adaptando-as às alterações
que constantemente ocorrem nos
sistemas de produção, e tornando-
-as mais acessíveis e simples para
fomentar sua adoção.
RC: A estrutura do solo é componente
essencial da fertilidade?
Debiasi: A estrutura determina o
desenvolvimento radicular das plantas,
bem como armazenamento e
os fluxos de água e gases no solo,
elementos essenciais para a produção
agrícola. Em outras palavras,
manejar adequadamente a fertilidade
estrutural do solo significa principalmente
potencializar o crescimento
das raízes e a disponibilidade
de oxigênio e água no solo. A água
é o principal insumo para a produção
agrícola, tanto é que, se observarmos
os resultados das últimas
safras, vamos facilmente concluir
que as grandes perdas de produtividade
estão, na ampla maioria das
situações, associadas à seca. Levantamentos
da equipe de manejo do
solo e da cultura da Embrapa Soja,
mostram que, em oito das últimas
dezesseis safras no Paraná (50%),
tivemos quebra de safra por seca,
ao menos em algumas regiões, totalizando
um prejuízo acumulado de
mais de US$ 5 bilhões. Ao mesmo
tempo, a capacidade de crescimento
Henrique Debiasi é pós-graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria
(1999), mestre em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Santa Maria (2002) e
doutor em Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008). Tem experiência na
área de Agronomia, com ênfase em Física do Solo, atuando principalmente nos seguintes temas:
ergonomia, cultura de tecidos, biotecnologia, tratores agrícolas e pré-básicas.
Março/2019 REVISTA
9
HENRIQUE DEBIASI
“NA DÉCADA DE 70, O BRASIL IMPORTAVA ALIMENTOS. HOJE É O 2º MAIOR EXPORTADOR
MUNDIAL. O AGRONEGÓCIO RESPONDE POR 42% DAS EXPORTAÇÕES E MAIS DE 20% DO PIB."
radicular da soja e do milho é espantosa.
Resultados de nossas pesquisas
mostram que, em condições de
solo não limitantes, as raízes de soja
e milho chegam, aos 70 dias após a
emergência, a cerca de 1,5 e 2 m de
profundidade, respectivamente. Portanto,
essas culturas têm condições
de suportar veranicos sem grandes
prejuízos por um período de tempo
maior do que de fato temos observado
hoje na prática.
RC: Quais são importantes tecnologias
conquistadas nesses anos todos?
Debiasi: A tecnologia que mais impactou
positivamente a agricultura
no Brasil neste período foi o Sistema
Plantio Direto (SPD). Não é a toa
que escolhi como linha de pesquisa
a área de manejo do solo. Trabalhei
na lavoura, juntamente com meu
pai, na época do preparo convencional.
Era um trabalho árduo, várias
semanas dedicadas a operações de
gradagem pesada e gradagem leve.
Depois vinham as chuvas torrenciais,
e boa parte da camada superficial do
solo ia parar no Rio Jacuí. A mudança
para o SPD na nossa propriedade, na
safra 1992/93, foi essencial para que
permanecêssemos na atividade, e
isso foi a realidade de toda a região.
RC: Qual o impacto e resultado da
correta utilização do manejo do solo?
Debiasi: No atual contexto da produção
de grãos, o manejo correto
do solo envolve um conjunto de práticas
conservacionistas, envolvendo
principalmente a adoção plena do
SPD e a utilização de práticas mecânicas
de controle da erosão, como o
terraceamento e o cultivo em nível.
Adotar plenamente o SPD significa
limitar o revolvimento do solo à linha
de semeadura, mantê-lo permanentemente
coberto e utilizar sistemas
diversificados de produção, envolvendo
o cultivo de espécies vegetais
com alto potencial de produção de
palha e raízes.
Henrique Debiasi em uma estação sobre solo no Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental da Coamo
“Práticas e tecnologias
'básicas', algumas
milenares, como a
rotação de culturas, o
terraceamento e o cultivo
em nível, têm ficado em
segundo plano pelos
agricultores.”
RC: Quais os aspectos a serem melhorados
no tocante ao uso do Manejo
do solo?
Debiasi: Com certeza, a qualidade
do manejo no solo adotado pelos
produtores brasileiros melhorou
muito nos últimos 30 anos, mas também
é preciso avançar mais. Hoje,
o principal aspecto a melhorar envolve
o aumento da produção de
palha e raízes no sistema de produção,
por meio da rotação, sucessão
e/ou consorciação de culturas. No
Paraná, mais de 90% da área de soja
no verão é cultivada com milho na
2ª safra. Nas regiões mais frias, tem
predominado a sucessão trigo/soja.
Esses sistemas não atendem a produção
de palha e raízes para manter
o solo permanentemente coberto
e melhorar a sua estrutura. O resultado
tem sido a compactação do
solo, com reflexos negativos sobre
a conservação do solo e a produtividade
das culturas, especialmente
em anos secos. A falta de manutenção
ou mesmo retirada dos terraços
sem critério técnico, assim como a
semeadura “morro abaixo”, impulsionados
principalmente pelo aumento
do tamanho das máquinas, também
preocupam bastante. Um exemplo
10 REVISTA
Março/2019
foi demonstrado no último Encontro
de Cooperados na Coamo: a perda
de água por escoamento chegou a
ser quatro vezes maior em uma área
cultivada morro abaixo comparativamente
ao cultivo em nível. Simulamos
uma adubação em cobertura
com cloreto de potássio e, após uma
chuva de 20 milímetros em dez minutos
perdeu-se 71% da quantidade
aplicada na água do escoamento.
RC: Como avalia a parceria entre a
Coamo e a Embrapa?
Debiasi: A avaliação é muito positiva,
temos diversos trabalhos de pesquisa
e difusão de tecnologias em parceria,
envolvendo diferentes áreas,
em andamento há muitos anos, e
com resultados significativos. A complexidade
dos problemas e desafios
enfrentados pelo produtor, em conjunto
com a escassez de recursos
humanos e financeiros, que de forma
geral atingem todas as instituições
públicas, exige o fortalecimento das
parcerias entre a pesquisa pública e o
setor produtivo. Nós, pesquisadores,
temos que ter consciência que nosso
trabalho não conduzirá à avanços
práticos se permanecermos na “zona
de conforto”, limitarmos nossas pesquisas
à estação experimental, sem
nos preocuparmos também com o
impacto e a difusão das informações
geradas pelas teses, dissertações e
artigos científicos. Esse entendimento
é compartilhado entre a Embrapa
Soja e a Coamo, o que faz desta parceria
um sucesso.
RC: O trabalho da Fazenda Experimental
da Coamo é importante instrumento
de difusão?
Debiasi: Trata-se de um trabalho
diferenciado e que, felizmente, tem
servido de exemplo para outras empresas.
Estou como pesquisador da
Embrapa há 11 anos, e participei
como palestrante no Encontro de
Cooperados na Fazenda da Coamo
em oito oportunidades. A organização,
a relevância dos temas abordados,
e o número e a qualidade dos
participantes realmente impressionam.
Mas o grande diferencial dos
Encontros de Cooperados é o caráter
estritamente técnico, onde o foco
é a difusão de informações com real
valor científico e prático. A Coamo
e a Embrapa Soja conduzem, na Fazenda
Experimental da cooperativa,
“O grande mérito do
sucesso do
agronegócio
brasileiro é o trabalho
incansável dos
nossos agricultores,
em parceria com a
pesquisa por meio de
tecnologias e difusão
de conhecimentos."
experimento de diferentes sistemas
de rotação de culturas, que vai completar
34 anos em abril. Trata-se de
um dos experimentos de manejo do
solo mais antigos do Brasil, e muitas
tecnologias foram desenvolvidas, validadas
e demonstradas através dele.
RC: Qual é o papel do pesquisador,
da assistência técnica e do produtor
rural?
Debiasi: Os pesquisadores têm sido
intensamente cobrados pela sociedade
por descobertas que levem a
inovações tecnológicas e, por sua
vez, tragam benefícios econômicos,
sociais e ambientais. Esse de fato é
o nosso grande desafio. Porém, o
constante aprimoramento de tecnologias
já disponíveis, o avanço no conhecimento
da resposta das culturas
ao manejo e aos fatores ambientais
no longo prazo, assim como a participação
efetiva na disseminação
das informações geradas, continuam
sendo importantes contribuições a
serem dadas pela pesquisa. A mudança
em uma tecnologia implica
que as demais sejam revistas, e isso
não implica necessariamente em
inovação. Um exemplo disso foi a
disseminação de cultivares de soja
precoces e de crescimento indeterminado,
que exigiu pesquisas que
resultaram em alterações nas indicações
de população de plantas. Tudo
isso é papel da pesquisa também. Já
a assistência técnica e os produtores
devem estar atentos aos avanços
tecnológicos e nos conhecimentos
obtidos pela pesquisa, de modo a
aumentar a rentabilidade e diminuir
o risco da sua atividade, bem como
preservar o ambiente, sobretudo o
solo.
RC: Qual sua mensagem aos cooperados
da Coamo?
Debiasi: A mensagem é de agradecimento
a todos os cooperados
e suas famílias, que com seu incansável
trabalho e persistência, contribuem
para que o agronegócio
seja exemplo mundial de eficiência,
sustentando a economia deste país.
Sempre desconfiem de “tecnologias”
milagrosas, isto não existe no
mundo real. Lembre-se: em qualquer
atividade, o sucesso só vem
com muito trabalho, capricho, gosto
pelo que faz e com a valorização dos
conhecimentos técnicos e científicos
gerados pela pesquisa isenta.
Março/2019 REVISTA 11
Somos um
modelo de
negócio
que acredita
nas relações
em que
todos ganham
somos.coop.br
O cooperativismo paranaense se destaca no cenário nacional por sua organização, atuação e representatividade.
Fundada em 2 de abril de 1971, a Ocepar completa 48 anos colhendo os frutos de um trabalho sério e profissional
em defesa dos interesses das cooperativas filiadas.
Em reconhecimento, a Coamo presta esta homenagem à Ocepar.
12 REVISTA
Março/2019
ALIMENTOS COAMO
Retorno do consumidor é positivo nas
redes sociais e canal de atendimento
Desde que o Facebook dos Alimentos
Coamo colocou no ar
a Campanha com a Ana Maria
Braga, em março do ano passado o
número de curtidas, compartilhamentos
e comentários nas publicações é
expressivo. Sem contar os números
de seguidores que já chegam a quase
420 mil. São pessoas de todos os cantos
do país que compartilham as receitas
e publicações, marcam familiares
e amigos e por aí a rede só expande.
Além disso, os internautas também
têm deixado relatos sobre os produtos
da Coamo por meio do Canal de Atendimento
ao Consumidor.
Miriam Pereira Camacho Bohn,
de Florianópolis, Santa Catarina entrou
no site dos Alimentos Coamo e deixou
seu relato. “Gostaria de elogiar o
óleo de soja Coamo. Eu usava óleo de
milho, pois não gostava do cheiro do
óleo de soja, mas para a minha surpresa
o óleo da Coamo é simplesmente
maravilhoso, não tem cheiro nenhum.
Usei, pois um hóspede deixou uma
embalagem no apartamento, fiquei
com dó de jogar e experimentei. Parabéns
a todos da empresa!”.
Terezinha, de Promissão, São
Paulo, fez questão de ligar no Canal
de Atendimento ao Consumidor dos
Alimentos Coamo. “Estou ligando para
elogiar o café Coamo tradicional, nunca
tive preferências para marcas de
café e ontem eu vi o café Coamo no
supermercado e resolvi comprar para
experimentar. Fiz hoje de manhã e
adorei, uma delícia, a Coamo está de
parabéns!.”
Marcia Balbino, deixou seu re-
cado pela fan page, “Adoro e só uso
os produtos Coamo. Fiz minha patroa
mudar de marca e comprar Coamo.”
A consumidora Eloisa Lima,
fez questão de recomendar os Alimentos
Coamo no Facebook: “Todos
os produtos Coamo são de excelente
qualidade, pois temos neles toda
confiança dos bons produtos e quantidades
que nos dão ótima qualidade
no que fazemos com os Alimentos
Coamo.”
E a Ana Couto é outra que
deixou um recado no Facebook, “Uso
e gosto dos produtos...são de ótima
qualidade, não são pesados para o
organismo e nem para o bolso!!”.
Março/2019 REVISTA 13
ENCONTRO DE VERÃO 2019
DNA da produção sustentável na
FAZENDA EXPERIMENTAL
14 REVISTA
Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Encontro de Cooperados
da Fazenda Experimental
Coamo está na 31ª
edição, sendo um
laboratório a céu aberto
da cooperativa com um
verdadeiro suporte para a
pesquisa nacional
Com o objetivo de apresentar
aos cooperados
as novas tecnologias testadas
e aprovadas é realizado
anualmente o Encontro de Cooperados
na Fazenda Experimental
Coamo, em Campo Mourão
(Centro-Oeste do Paraná). A 31ª
edição foi entre os dias 04 e 08
de fevereiro. A cooperativa difunde
as tecnologias desde a sua
fundação, há 48 anos, e a Fazenda
Experimental é o laboratório
a céu aberto e referência para as
pesquisas.
O encontro reuniu neste
ano cerca de quatro mil cooperados,
de toda a área de ação
da cooperativa no Paraná, Santa
Catarina e Mato Grosso do Sul, e
quem participa sai na frente. De
acordo com o superintendente
Técnico da Coamo, Aquiles de
Oliveira Dias, é uma oportunidade
ímpar para o associado se
atualizar. “Em todas as edições
do Encontro de Verão trazemos
os temas do momento, ou seja,
aquilo que realmente necessita
ser discutido pelos cooperados,
técnicos e pesquisadores”, considera.
Como resultado dessa
difusão de conhecimento, as
produtividades vêm aumentando
gradualmente ao longo dos
anos nos campos dos cooperados
da Coamo, que em contato
direto com a pesquisa têm as
informações em primeira mão.
“O Encontro na Fazenda Experimental
é tradicional, apresenta
as novidades que a pesquisa desenvolve
e repassa aos agricultores.
Praticamente dobramos as
produtividades de soja e milho e,
Março/2019 REVISTA 15
ENCONTRO DE VERÃO 2019
ENCONTRO DE COOPERADOS NA FAZENDA EXPERIMENTAL DA COAMO É
IMPORTANTE FERRAMENTA PARA A DIFUSÃO DE TECNOLOGIA NO CAMPO
certamente, a pesquisa e o trabalho
na Fazenda Experimental têm
papel fundamental”, comenta o
presidente da Coamo, José Aroldo
Gallassini.
O engenheiro agrônomo
Lucas Simas Moreira, chefe da
Fazenda Experimental da Coamo,
explica que a cada ano são
selecionados dez temas para
demonstrar aos cooperados,
com uma metodologia e didática
simples, e própria para apresentação
dos resultados. De acordo
TEMAS APRESENTADOS
Cultivares de soja I: Monsoy, Basf, FT
Sementes, Nidera e Syngenta
Cultivares de soja II: Embrapa, TMG,
Brasmax, e Don Mario
Importância do milho no sistema de
produção
Praga e doença emergentes na cultura do
milho 1° e 2° safra
Importância do equilíbrio hormonal e
utilização de biorregulador de soja
com ele, o encontro tem como
principal objetivo o desenvolvimento
do quadro social na atividade
agrícola. “Os cooperados
vêm de todas as regiões para
aproveitar ao máximo a oportunidade
de aprender para produzir
cada vez mais e com sustentabilidade",
afirma.
Marcelo Sumiya, gerente
de Assistência Técnica da Coamo,
avalia que a grande participação
dos cooperados demonstra
a preocupação e interesse
em se manter bem informado e
buscar sempre novidades e tecnologias
que possam contribuir
e melhorar a atividade agrícola.
“Cada estação tratou de um tema
para o associado desenvolver na
Lucas Simas Moreira, chefe da
Fazenda Experimental da Coamo
propriedade, seja para otimizar a
produção ou se preparar para o
futuro com possíveis problemas
que possam prejudicar a produção.
Trazemos sempre situações
do presente, mas pensamos também
no futuro, no planejamento
das próximas safras”, observa.
Associação de fungicidas multissítio no
manejo de ferrugem em soja
Monitoramento da resistência de tecnologias
Bt em milho e soja
Diretoria participou todos os dias do Encontro de Cooperados: Aquiles de Oliveira Dias, superintendente
Técnico, Marcelo Sumiya, gerente de Assistência Técnica, Ricardo Accioly Calderari, diretor-secretário, Claudio
Francisco Bianchi Rizzatto, diretor-vice-presidente, e José Aroldo Gallassini, diretor-presidente da Coamo
Avaliação da taxa de Infiltração de água no
solo e suas correlações
Apresentação da plataforma tecnológica Soja
Intacta 2 Xtend
Desempenho e importância dos herbicidas
pré-emergentes no manejo de plantas
daninhas
Diretoria em visita as estações
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Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
TADEU VORONIUK JÚNIOR
Roncador (Centro-Oeste do Paraná)
“
A Coamo está de parabéns por nos trazer para
este encontro. Cada estação, uma novidade e
a cada ano uma superação. O que há de mais
moderno para a agricultura a gente encontra
neste evento.
CLAUDEMIR HASKEL
Manoel Ribas (Centro do Paraná)
Aprendemos muito com os encontros. Esse trabalho
da cooperativa de fazer os experimentos e mostrar
os resultados para nós cooperados é importante,
pois sabemos que o que estamos implantando
“na propriedade foi validado pela Coamo.
Novas variedades e atenção no campo
Estação sobre cultivares de soja
apresentou as novidades e abordou
questões de doenças e pragas
Os cooperados que participam do encontro
aguardam com ansiedade para ver as novidades
relacionadas as novas cultivares de
soja. Sabendo disso, a coordenação do evento deixa
duas estações reservadas para a principal cultura do
verão. Além de apresentar as novas variedades, neste
ano, foi debatido sobre duas situações que podem
causar prejuízos as lavouras de soja: a mosca
branca e a antracnose.
O engenheiro agrônomo Luis Cesar Voytena,
da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do
Paraná), comenta que as cultivares são adaptadas
para todas as regiões da Coamo. “É importante ressaltar
que conduzimos e mostramos os experimentos
conforme a realidade de cada ano para que o
Waltemberg Machado de Lima, de Peabiru, Fabrício Gastoni Charneski, de
Brasilândia do Sul, Luís Cesar Voytena, de Campo Mourão, Gilson Bernardino,
de Palmital e Marco Aurélio Guenca, de Iretama
cooperado tenha uma real situação de como a variedade
se comportará na propriedade.” Foram apresentadas
variedades da Monsoy, Basf, FT Sementes,
Nidera e Syngenta.
Na estação, os cooperados foram alertados
sobre a mosca branca, uma praga que se desenvolve
em regiões mais quente, como no Mato Grosso
e Bahia, por exemplo, mas que já está presente na
área de ação da Coamo. “Ainda não temos relatos
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
ALÉM DE APRESENTAR AS NOVAS VARIEDADES, FORAM DEBATIDAS DUAS SITUAÇÕES QUE
PODEM CAUSAR PREJUÍZOS ÀS LAVOURAS DE SOJA: MOSCA BRANCA E ANTRACNOSE
de danos econômicos. Porém, é bom que os associados
conheçam melhor a praga para que possam
se defender. Tem muitos agricultores que já a conhecem,
pois é a mesma mosca branca que ataca o
feijão. O controle é por meio de produtos químicos
e de algumas ações de manejo para diminuir a população.”
De acordo com o profissional, a visualização
das moscas na lavoura é bastante fácil. “Basta
dar uma batida nas plantas e se tiver a mosca já terá
uma revoada”, assinala.
Outra questão abordada na estação foi a
importância dos cooperados escalonarem o plantio
da soja. Ele lembra que a safra 2018/19 foi marcada
por altas temperaturas e por falta de chuva em vários
períodos de desenvolvimento das plantas. “As
lavouras semeadas mais cedo sofreram mais do que
as de mais tarde. É necessário planejar o plantio de
forma que aumente a chance de fugir de uma possível
intempérie climática”, destaca Voytena.
Assuntos relacionados a antracnose e as cultivares
da Embrapa, TMG, Brasmax e Don Mario foram
apresentados em outra estação. De acordo com
o engenheiro agrônomo Breno Rovani, da Coamo
em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), o primeiro
passo, e o mais importante, é a identificação da
doença que não é tão fácil de ser reconhecida, já que
os sintomas se parecem com outras doenças como a
mancha alvo, por exemplo, ou têm sintomas idênticos
aos causados pela falta de umidade, clima quente ou
ainda deficiência de cálcio no solo. “São várias as situações
vivenciadas no campo e que podem se confundir
com a antracnose. Nossa orientação é para que
os associados procurem o departamento Técnico da
Coamo para que façam uma correta identificação e
controle da doença”, comenta.
Sobre as variedades apresentadas, o engenheiro
agrônomo destaca que várias delas são lançamentos
e atendem as demandas do campo, seja relacionada
a sanidade ou produtividade. “Temos várias
opções e adaptadas para diversas situações, seja em
clima mais quente ou frio, ou em regiões mais altas
ou baixas, além de todos os tipos de solo e, também,
para quem quer antecipar ou retardar o plantio.” Rovani
ressalta que quanto mais opção, mais aumenta
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
a necessidade do cooperado fazer um bom
planejamento e aproveitar da melhor maneira
possível as tecnologias inseridas em cada variedade.
A estação contou com os pesquisadores
Luís Cesar Vieira Tavares, da Embrapa/
Soja, e Ralf Udo Dengler, da Fundação Meridional.
Sempre presentes nos encontros, eles
apresentaram suas respectivas novidades.
“Destacamos uma variedade convencional
com resistência a ferrugem e uma intacta com
boa tolerância a percevejo. São cultivares que
estão no mercado e adaptadas para todas as
regiões da área de ação da Coamo, desde
Santa Catarina até o Mato Grosso do Sul”, comenta
Tavares.
Ele ressalta a importância do encontro
de cooperados na Fazenda Experimental da
Coamo como fonte de informação para a pesquisa,
pois é onde ouvem a demanda dos agricultores.
“As tecnologias apresentadas hoje,
são demandas que ouvimos no passado. Trazemos
variedades que possam agregar mais
valor à produção dos associados”, diz Tavares.
Ele explica ainda que a variedade resistente a
ferrugem necessita de um manejo adequado
contra a doença como forma de retardar o ataque
enquanto que a cultivar tolerante ao percevejo
pode sofrer um dano menor por não ser
tão atrativa para o inseto.
Breno Rovani, de Campo Mourão, Eugenio Pawlina Júnior, de Cantagalo, Danilo
Rodrigues Alves, de Roncador, e Antonio Marcos David, de Mangueirinha
Pesquisadores Ralf Udo Dengler, da Fundação Meridional,
e Luis Cesar Vieira Tavares, da Embrapa/Soja
Mais milho no verão
Considerado importante
economicamente e para o sistema,
cereal necessita de alta tecnologia e
responde bem aos investimentos
O
milho é outra cultura que tem lugar de destaque
entre os assuntos apresentados no
Encontro da Fazenda Experimental Coamo.
Considerado importante economicamente e, sobretudo,
para o sistema de produção da propriedade, o
cereal necessita de alta tecnologia e responde bem
aos investimentos.
Leandro Mansano Martines, de Pitanga, Giovani Augusto Pinheiro, de Fênix,
José Ricardo Pedron Romani, de Mangueirinha, e Odair Johanns, de Goioerê
Os avanços no campo, são como termômetros
que servem para medir como a cooperativa
está conseguindo chegar aos resultados deseja-
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
MILHO RESPONDE AO INVESTIMENTO TECNOLÓGICO E, POR ISSO, O PRODUTOR
RURAL TEM QUE ESTAR BEM INFORMADO SOBRE AS NOVIDADES DO MERCADO
dos na parceria com os cooperados.
“O nosso principal desafio é
transformar a tecnologia mostrada
durante esta semana de trabalho
em produtividade e renda para o
associado”, destaca o engenheiro
agrônomo Odair Johans, da Coamo
em Goioerê. Ele lembra que o
foco foi intensificar o cultivo do milho
no verão. “Além de apresentar
materiais com potencial de produtividade,
enfocamos a importância
do cultivo de milho no verão. Mostramos
alguns com potencial de
plantio também no inverno, mas o
foco principal é o verão”, salienta.
A cultura do milho responde
ao investimento tecnológico
e, por isso, o produtor rural tem
que estar bem informado sobre
as novidades do mercado. A estação
também destacou fatores
ligados a questão da reciclagem
de nutrientes, manejo de pragas,
doenças e plantas daninhas, além
do enraizamento da cultura e retenção
de água no solo, entre outros.
“Deixamos claro que as áreas
rotacionadas proporcionam uma
melhor produtividade da oleaginosa”,
enfatiza Johans.
O agrônomo ainda lembra
que o milho não deixa de ser
importante quando cultivado no
período do inverno, na chamada
segunda safra. Contudo, reafirma
os benefícios diretos deixados
pela cultura no verão. “Para
o sistema ele contribuiu mais
quando cultivado no verão, por
conta do manejo aliado às outras
culturas”, finaliza.
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
Pragas e doenças emergentes no milho
Foram abordadas duas doenças
emergentes para a cultura: a estria
bacteriana e o enfezamento causado
pela cigarrinha-do-milho
Seja plantado no verão, em menor escala, ou na
segunda safra, com áreas mais significativas, o
milho representa uma boa fonte de renda e é
importante para o sistema produtivo dos associados
da Coamo. A sanidade das plantas é sempre uma
preocupação, seja dos agricultores, técnicos da cooperativa
ou da pesquisa, já que pode limitar a produtividade.
Neste ano, foram abordadas duas doenças
emergentes para a cultura: a estria bacteriana e
o enfezamento causado pela cigarrinha-do-milho.
“São duas doenças emergentes que neces-
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
SANIDADE DAS PLANTAS É SEMPRE UMA PREOCUPAÇÃO, SEJA DOS AGRICULTORES,
TÉCNICOS DA COOPERATIVA OU DA PESQUISA, JÁ QUE PODE LIMITAR A PRODUTIVIDADE
sitam de atenção e cuidados. Por
isso estamos nos antecipando e
mostrando que o problema existe
e que pode chegar à lavoura
dos nossos cooperados”, comenta
o engenheiro agrônomo José
Marcelo Fernandes Rúbio, da
Coamo em Mamborê (Centro-
-Oeste do Paraná).
Casos de enfezamento
causado pela cigarrinha foram
detectados em Sertanópolis e
Arapoti, no Paraná. “Mesmo sendo
isolados, merecem atenção já
que a região da Coamo é grande
produtora de milho”, observa Rúbio.
O enfezamento é transmitido
de uma planta de milho doente
para uma sadia pelas cigarrinhas.
Elas são pequenas, medem aproximadamente
quatro milímetros
de comprimento, e apresentam
coloração amarela-palha, com
duas manchas circulares negras
bem marcadas no alto da cabeça,
o que permite diferenciá-las
de outras cigarrinhas encontradas
no ambiente produtivo.
De acordo com o agrônomo,
os sintomas são visíveis já
que a doença atrapalha todo o
processo de desenvolvimento da
planta que não cresce, não forma
espiga e ainda faz com que
outras doenças oportunistas ataquem
a lavoura. “A cigarrinha só
se alimenta de milho e precisa
desta cultura para se reproduzir.
Ela tem uma tendência de sair da
planta mais velha e procurar uma
mais nova, e nesse processo de
migração, se estiver contaminada
com a doença, transmite para outras
plantas”, comenta Rúbio. Ele
acrescenta que uma ação preventiva
é eliminar as plantas tigueras,
que podem servir de hospedeira
durante a entressafra.
O engenheiro agrônomo
Rodolfo Bianco, pesquisador do
Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar), destaca que a cigarrinha
se reproduz com mais facilidade
em regiões onde as lavouras são
cultivadas de forma mais escalonada
e lembra que ela precisa
do milho para se alimentar e vai
passando de uma planta mais ve-
Rodolfo Bianco, do Iapar
lha para mais nova. “Em regiões
em que se planta milho no verão
e na segunda safra para silagem
aumenta a chance de ter a cigarrinha.
Se ela estiver contaminada,
com certeza, passará a doença
de uma planta para outra. Costumamos
dizer que o enfezamento
é como se fosse uma dengue, já
que precisa de um transmissor
entre uma planta doente e uma
sadia. Neste caso a transmissão é
feita pela cigarrinha”, assinala, reforçando
a importância de se eliminar
as plantas de milho tiguera
como forma de não ter a doença
na entressafra.
Guilherme Teixeira da Silva, de Quinta do Sol, José Marcelo Fernandes Rúbio, de
Mamborê, Conrado Vitor Zanuto, de Ivailândia, e Bruno Lopes Paes, de Campo Mourão
Plantas com enfezamento causado pela cigarrinha-do-milho
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
Estria Bacteriana
A estria bacteriana do
milho é uma doença foliar de
ocorrência recente em algumas
regiões produtoras ao redor do
mundo e que tem despertado
preocupações para produtores
e técnicos envolvidos com a cultura.
No Brasil, os primeiros sintomas
característicos da doença
foram observados em lavouras
comerciais na região Oeste do
Paraná, em 2016, com rápido aumento
na safra de 2018.
Os engenheiros agrônomos
Rui Pereira Leite e Adriano
Augusto de Paiva Custódio, do
Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar), participaram do encontro.
Eles são autores de uma publicação
do Iapar sobre a doença
e responsáveis pela descoberta
e identificação da estria bacteriana
no Paraná.
Rui Pereira Leite observa
que a estria bacteriana tem
causado grande preocupação
porque alguns híbridos de milho
se mostram altamente susceptíveis
à doença, chegando a uma
severidade de mais de 70% afetando
a parte aérea das folhas da
planta e levando a uma redução
de 50% na produtividade. “As
plantas que tinham potencial de
produzir de oito a dez mil quilos
por hectares, produziram 3.900.
É uma doença bastante severa e
que tem preocupado o setor técnico
e produtores”, assinala.
De acordo com o pesquisador,
a doença pode atacar o
milho tanto no verão como na segunda
safra, já que o clima quente
favorece o seu aparecimento.
Apresentação sobre como identificar a estria bacteriana nas lavouras de milho
Entre as medidas de prevenção
citadas pela pesquisa está o uso
de rotação de cultura, utilização
de sementes sadias, híbridos
mais resistentes e desinfestação
de equipamentos agrícolas. “São
medidas preventivas importantes,
já que ainda não temos nenhum
produto químico que possa
ser utilizado no controle da
estria bacteriana”, destaca Leite.
A doença se apresenta,
Adriano Augusto de Paiva Custódio, do Iapar
inicialmente, na forma de pequenas
pontuações nas folhas. Ao
evoluírem, os sintomas são caracterizados
por lesões alongadas e
estreitas circundadas por halo de
coloração amarelada e restritas às
regiões internervais. Além disso,
as bordas das lesões são onduladas,
sendo essa uma importante
característica para diferenciar a
estria bacteriana dos sintomas da
doença fúngica cercosporiose.
Rui Pereira Leite, do Iapar
Março/2019 REVISTA 23
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Hormônio equilibrado,
produtividade potencializada
Alguns cuidados
potencializam a capacidade
produtiva de uma planta, e o
equilíbrio nutricional impacta
diretamente no resultado
Produzir mais em uma
mesma área está entre
os principais desafios do
agricultor para melhorar a rentabilidade.
Para isso, alguns
cuidados ao longo do ciclo de
desenvolvimento da planta são
decisivos para potencializar a
sua capacidade produtiva. Na
fase vegetativa, por exemplo, o
equilíbrio nutricional é uma importante
ferramenta que impacta
diretamente no resultado da co-
lheita. As vantagens da utilização
da tecnologia foram apresentadas
no encontro deste ano.
Na estação, técnicos da
Coamo e pesquisadores esclareceram
que as plantas são altamente
influenciadas por fatores externos
durante o período vegetativo.
Período que exige equilíbrio nutricional
e hormonal do vegetal
para que ela suporte os estresses
fisiológicos causados pelas adversidades
ambientais e consiga
promover, de forma efetiva, o
desenvolvimento dos grãos com
qualidade. “Temos constante aumento
de produtividade ao longo
dos anos. Isso se deve a um ajuste
fino, relacionado a macro e micronutrientes
e equilíbrio hormonal,
Tadeu Takeyoshi Inoue, da UEM
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Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Marcelo Augusto Batista, da UEM
além, é claro, de outras técnicas de cultivo ligadas ao
manejo. O hormônio na dose certa proporciona mais
expressividade na parte aérea e radicular da planta
oferecendo condições para mais produtividade”,
comenta o engenheiro agrônomo José Petruisse, da
Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná).
Conforme o técnico, quando a planta está
mais equilibrada em relação as raízes, caule e parte
aérea, consequentemente, explora melhor o solo,
aproveitando a oferta de água e nutrientes. “Estamos
falando da adição de auxina, giberelina e citocinina.
Hormônios que favorecem o sistema radicular
e o crescimento da parte aérea, que capta mais
radiação solar transformando em fotoassimilados e
acumulando energia para realizar o enchimento de
grãos, proporcionado alta produtividade”, explica.
Para o pesquisador Marcelo Augusto Batista,
da Universidade Estadual de Maringá (UEM), especialista
em Nutrição de Plantas, é importante olhar para
vários fatores na produção e a questão hormonal precisa
ser levada em conta. “Nós precisamos de hormônios
e com a planta não é diferente. Quando isso está
bem equilibrado, a planta consegue expressar melhor
seu potencial produtivo, ou pelo menos, manter a produtividade.
Isso vai depender do ambiente em que está
sendo produzida, se numa condição de estresse ou de
clima equilibrado”, esclarece Batista.
O especialista lembra ainda que a adição
de hormônio não é essencial porque a planta, assim
como as pessoas, produz o elemento. No entanto, é
necessário administrar essa molécula, favorecendo o
equilíbrio fisiológico da cultura. “É o que fazemos com
o ser humano. Em algum momento interagimos para
que ele tenha um desempenho melhor, não sofra nenhuma
mazela. Com a planta não é diferente”, afirma.
Professor e pesquisador da UEM, da área
de Nutrição de Plantas, Tadeu Takeyoshi Inoue, diz
que quem faz todo o comando para utilização das
condições do ambiente, reguladas por água e luz
solar são os hormônios. “A planta possui hormônios
promotores e inibidores, regulados geneticamente
por cada material que respondem às alterações climáticas.
O que fazemos é equilibrar toda esta genética
de acordo com o ambiente em que a planta
se desenvolve”, destaca Inoue. Ele garante que em
período de curto estresse é possível fazer com que a
planta mantenha uma atividade metabólica de crescimento
alta. “O objetivo de tudo é fazer com que
a planta suporte melhor as variações de clima, para
ter um melhor desempenho em produtividade. Mas,
tudo deve ser feito com critério e acompanhamento
técnico”, orienta.
Marcus Vinicius Goda Gimenes, de Campo Mourão, José Petruise Ferreira
Junior, de Campo Mourão, Diego Monteiro, de Mamborê, e Thiago Sandoli Dias,
de Cândido de Abreu
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
Luta constante contra a ferrugem em soja
Alerta é para que os cooperados utilizem a associação de fungicidas multissítios
no manejo de ferrugem como forma de prolongar a ferramenta contra a doença
A
ferrugem asiática é a principal doença da
soja e se não controlada de forma eficiente
pode causar danos representativos na produtividade
e, consequentemente, queda na renda
dos agricultores. A doença foi identificada pela primeira
vez no Brasil na safra 2001/02, e a partir de
então é monitorada e pesquisada por vários centros
públicos e privados. Segundo o Consórcio Antiferrugem,
essa doença, considerada a principal na
cultura da soja, possui um custo médio de US$ 2,8
bilhões por safra no Brasil.
As estratégias de manejo da doença são o
vazio sanitário, utilização de cultivares precoces, semeadura
no início da época recomendada, uso de
cultivares geneticamente resistente/tolerante e a aplicação
de fungicidas. Esta última ação foi tema de uma
estação que abordou a associação de fungicidas multissítios
no manejo de ferrugem em soja. Os fungicidas
são classificados em sítio-específico ou multissítio. Os
sítio-específicos são ativos contra um único ponto da
Everton Paulo Bosquese, de Engenheiro Beltrão, Daniel Scremin Carneiro, de
Peabiru, Alessandro Vitor Zancanella, de Luiziana, e Diogo Alves, de Altamira
do Paraná
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
BIBIANA SPAUTZ DA COSTA
Abelardo Luz (Oeste de Santa Catarina)
“
Sempre participo dos eventos promovidos
pela Coamo para ficar bem informada. A agricultura
muda a cada ano e temos que acompanhar
as mudanças, planejando cada safra e
buscando melhorar sempre.
PAULO SÉRGIO AVANÇO
Peabiru (Centro-Oeste do Paraná)
Um evento com tanta novidade só poderia ter
sido realizado pela Coamo. Sabemos da importância
de sempre investir e acompanhar as tecnologias.
Sempre aprendemos algo de novo nos
“eventos promovidos pela nossa cooperativa.
via metabólica de um patógeno
ou contra uma única enzima ou
proteína necessária para o fungo.
Já os multissítios afetam diferentes
pontos metabólicos do fungo
e apresentam baixo risco de resistência,
tendo um papel importante
no manejo antirresistência.
De acordo com engenheiro
agrônomo Alessandro
Vitor Zancanela, da Coamo em
Luiziana (Centro-Oeste do Paraná),
o alerta é para que os cooperados
utilizem a associação de
fungicidas multissítio no manejo
de ferrugem como forma de prolongar
a longevidade dos produtos
que dispomos até o momento,
já que não há previsão de
lançamento de novos produtos
com novos mecanismos de ação
a curto prazo. “Quando surgiu
a doença, o controle era apenas
com triazol, que se aplicado
isoladamente hoje, já não tem o
mesmo efeito. Outros produtos
como as estrobilurinas e carboxamidas
também já contam com
algum nível de perda de sensibi-
lidade. Portanto, é importante o
uso de fungicida multissítio que
atua em pelo menos seis sítios de
ação no fungo e tem baixo risco
de resistência”, diz.
A estação contou com
a presença dos pesquisadores
da Embrapa/Soja, Rafael Moreira
Soares, Mauricio Meyer e Claudia
Vieira Godoy. “É uma doença que
causa preocupação e que se não
manejada de forma eficiente pode
causar grandes prejuízos. O manejo
não se resume apenas a aplicação
de fungicidas, mas a uma série
de ações que vão desde questões
legislativas, como o cumprimento
do vazio sanitário, até a escolha de
cultivares mais resistentes à doença”,
comenta Soares.
De acordo com ele,
ações isoladas podem não ser
eficientes e ainda aumentar a resistência
da doença. “O controle
químico é um importante manejo.
A questão é que os produtos
que temos no mercado já não
são eficientes quando usados sozinhos.
É preciso uma combinação
daqueles considerados sítio-
-específicos com os multissítios.
A ferrugem asiática é uma doença
agressiva e deve ser encarada
com muita seriedade por parte
dos agricultores”, diz Soares.
Ele recorda que nesta safra
a doença não atacou de forma
mais severa, já que o clima foi seco.
“É bom lembrar que o primeiro
caso no Paraná foi registrado em
outubro e se o clima tivesse sido
chuvoso, como esperávamos que
fosse, a doença poderia ter causado
grandes prejuízos. Só lembrando
que um ano de clima bom para
a soja também é bom para a doença”,
ressalta o pesquisador.
Soares cita ainda que
todo o controle químico deve ser
preventivo levando em consideração
o clima e a incidência da
doença na região que a lavoura
está inserida. “Também não existe
uma receita exata para as aplicações.
O agricultor deve monitorar
para decidir se antecipa a
aplicação ou corrige o intervalo
entre uma e outra”, assinala.
Rafael Moreira Soares Claudia Vieira Godoy
Mauricio Meyer
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ENCONTRO DE VERÃO 2019
Mais longevidade para os Bt's
Novas biotecnologias
surgiram para aumentar
a produtividade e a
eficiência no campo.
Contudo, é preciso seguir
as recomendações técnicas
e fazer o manejo adequado
para não perder a tecnologia
Há alguns anos, a biotecnologia
se tornou uma
importante ferramenta
para a produção agrícola. Novas
tecnologias, como as Bt's
em milho e soja, surgiram com o
objetivo de aumentar a produtividade
e a eficiência no campo,
reduzir riscos, produzir alimentos
mais nutritivos e melhorar a
qualidade do produto. Além de
reduzir a aplicação de defensivos
proporcionando mais rentabilidade,
comodidade e qualidade
de vida ao agricultor. Contudo,
se as recomendações técnicas e
o manejo adequado não forem
realizados de forma eficaz, a tecnologia
poderá perder a eficiência
ao longo dos anos.
O engenheiro agrônomo
Diego Ferreira de Castro,
de Mamborê (Centro-Oeste do
Paraná), explica que a biotecnologia
no Brasil existe há cerca de
dez anos. Mas, em outros países
já é utilizada há mais tempo, há
cerca de 20 anos. Mesmo sendo
relativamente nova, segundo o
agrônomo, as primeiras tecnologias
lançadas já não dispõem da
mesma eficiência e necessitam
de um acompanhado mais rigoroso.
“Notamos que a cada ano
a eficiência das biotecnologias,
no milho principalmente, está diminuindo.
Observamos também
um problema crescente na soja
com algumas lagartas que atacavam
o milho migrando para a
soja. Alertamos os cooperados
sobre a importância do monito-
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Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Getulio Adriano Filho, de Juranda, Antonio Carlos de Oliveira, de São João
do Ivaí, Diego Ferreira de Castro, de Mamborê, Roberto Shigueo Takeda, de
Moreira Sales, e Ulysses Marcellos Rocha Neto, de Janiópolis
Pesquisadores da Embrapa/Soja Adenei de Freitas Bueno e Daniel Ricardo Sosa Gomez
ramento e, principalmente, de fazer
o refúgio para não ter o mesmo
problema do milho Bt com a
soja intacta.”
Castro ressalta que as
medidas devem começar ainda
no planejamento da safra, com o
cooperado fazendo o refúgio em
100% da área, sendo 20% para a
soja e 10% para o milho. “Isso faz
com que a tecnologia Bt se prolongue,
pois teremos indivíduos
resistentes cruzando com suscetíveis
que seriam criados nessa
área de refúgio. Como já estamos
perdendo essa tecnologia, o ideal
é que os agricultores façam o monitoramento
e o controle químico
das lagartas.”
Presentes na estação,
os pesquisadores da Embrapa/
Soja, Adenei de Freitas Bueno
e Daniel Ricardo Sosa Gomez,
ressaltam a importância do bom
manejo para não perder a eficiência
do Bt em um curto espaço
de tempo. “Quanto melhor
utilizar a tecnologia, mais tempo
a teremos do nosso lado. Para
evitar ou retardar a evolução de
insetos resistentes na tecnologia
Bt, a ferramenta mais importante
é refúgio. No milho houve
resistência muito rápida, devido
ao mau uso e a necessidade de
fazer duas ou até cinco aplicações
para controlar uma lagarta
que deveria ser evitada pela tecnologia.
Com a soja, está acontecendo
o mesmo: a má utilização
está prejudicando”, pondera
Adenei Bueno.
Menos água pelo ralo,
maior concentração no solo
Estação apresentou fatores que estão ligados a taxa de absorção de água
pelo solo e, consequentemente, a disponibilidade dessa umidade para a planta
Victor Hugo Matias de Moura, de São João do Ivaí, Jean Roger da Silva Frez, de
Paulistânia, Roberto Bueno Silva, de Campo Mourão, Fabrício Bueno Corrêa, de
Campo Mourão, e Marcelo Santana, de Rancho Alegre do Oeste
Mostrar ao produtor a importância do aspecto
físico do solo, esclarecendo de que
forma essas condições influenciam diretamente
nas produtividades que podem ser alcançadas.
Com este objetivo, uma das dez estações
montadas no encontro, apresentou fatores que estão
ligados a taxa de infiltração de água pelo solo e,
consequentemente, a disponibilidade para a planta.
“Mostramos de forma bem prática, consistente
Março/2019 REVISTA 29
ENCONTRO DE VERÃO 2019
EXPERIMENTO COMPROVOU QUE O MAIS IMPORTANTE É QUANTO O SISTEMA
CONSEGUE SEGURAR A ÁGUA DA CHUVA E NÃO O VOLUME RECEBIDO PELA ÁREA
e dinâmica, como o cultivo que
o cooperado adota influencia
diretamente nesta taxa de infiltração.
Dependendo do sistema
pode ser mais ou menos eficiente
em absorver a água da chuva e
deixá-la disponível para a planta”,
explica o engenheiro agrônomo
Fabrício Bueno Corrêa, da Coamo
em Campo Mourão (Centro-
-Oeste do Paraná).
Corrêa explica que na
estação foi montado um simulador
de chuvas em dois sistemas
diferentes de cultivo. No primeiro
uma sucessão de culturas de
mais de 30 anos onde é plantado
somente trigo no inverno e
soja no verão, comparando com
um segundo onde é realizado
rotação de culturas e diversificação,
também há mais de 30
anos. “Além disso, simulamos
um plantio morro abaixo e outro
em nível no terreno, mostrando
o quanto essa prática influencia
numa possível perda de água,
solo, nutrientes e outros fatores.
É uma forma de mostrar como é
fundamental ter práticas conservacionistas
que contribuem para
o resultado final da produção”,
esclarece.
Conforme o agrônomo o
experimento comprovou que o
mais importante é quando o sistema
consegue segurar a água
da chuva e não o volume recebido
pela área. “Temos muitos
exemplos que mostram que dependendo
do sistema a taxa de
infiltração é baixíssima, e em outros
essa infiltração é maior por
conta do correto manejo adotado”,
declara.
Insumo precioso
Parceiro no desenvolvimento
e montagem da estação,
o pesquisador Henrique Debiasi,
da área de Manejo de Solos da
Embrapa Soja, acompanhou de
perto toda a execução do expe-
30 REVISTA
Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Pesquisadores Henrique Debiasi, Osmar Conte e Donizete Aparecido Lone, da Embrapa Soja
Júlio Cesar Franchinni dos Santos
rimento. Ele crava que a água da chuva é
de valor incalculável, e o produtor precisa
encará-la como insumo precioso, sendo
necessário buscar alternativas para
retê-la no solo da melhor forma possível.
“Existem várias alternativas para um melhor
aproveitamento da água da chuva e
a principal delas é aumentar a taxa de infiltração
no solo. Isso é possível mediante
práticas de manejo conhecidas pelos
produtores, mas que ficam em desuso
por questões econômicas de curto prazo
e até de agilidade operacional. Em
primeiro lugar é importante melhorar a
estrutura e cobertura do solo colocando
raiz no sistema, que vão crescer gerando
poros e aumentar a taxa de água que infiltra
no solo”, observa o pesquisador.
Ele ressalta que a cobertura depende
também da sequência de plantas
presentes na área. “É necessário ter um
sistema mais diversificado de produção,
saindo deste predomínio de milho e soja
nas regiões quentes, e trigo e soja nas
regiões frias. São combinações que não
produzem palhada suficiente para auxiliar
na retenção da água da chuva”, alerta.
De acordo com Debiasi, o ideal é
inserir no sistema, alternado com culturas
comerciais, plantas que vão equilibrar o
sistema. Ele sugere aveia, nabo forrageiro,
milheto, brachiárias e crotalárias, que
possuem raízes mais profundas do que
soja, milho e trigo. “São espécies que vão
ocupar em torno de ¼ da área em cada
safra e contribuirão muito para o sistema”,
finaliza.
As apresentações também contaram
com a presença dos pesquisadores
da Embrapa Soja, Júlio Cesar Franchinni
dos Santos, Donizete Aparecido Loni e
Osmar Conte.
IONE TURKEWICZ MIERS
Goioerê (Centro-Oeste do Paraná)
RODRIGO ANDRADE FERREIRA
Dourados (Sudoeste do Mato Grosso do Sul)
“
É um evento impecável, a começar pela organização.
Sinto orgulho em fazer parte da Coamo
e saber da preocupação da cooperativa com os
associados. Fico encantada com as apresentações,
anoto tudo e tiro todas as dúvidas.
Foi muito bom participar do encontro, um dia
de aprendizado. Com certeza, vou colocar em
prática algumas tecnologias adquiridas aqui.
Volto para casa já com um planejamento para
“as próximas safras.
Março/2019 REVISTA 31
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Leque de controle para pragas e invasoras
Intacta 2 Xtende é classificada como
biotecnologia de última geração
e possui genética avançada e alta
eficiência contra lagartas
Uma das novidades deste ano foi a apresentação
da plataforma tecnológica Soja Intacta
2 Xtend, lançada pela parceira Bayer e que
chegará ao mercado a partir de 2021. Conforme o
engenheiro agrônomo Carlos Vinicius Precinotto, da
Coamo em Juranda (Centro-Oeste do Paraná), a tecnologia
traz um incremento de novas ferramentas
que auxiliam no controle de pragas e plantas dani-
32 REVISTA
Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
Hugo Lorran de Rocha, de Mariluz, Lucas Gouvea Esperandino, de Campo
Mourão, e Carlos Vinicius Precinotto, de Juranda
nhas na cultura da soja, com aumento do espectro
no controle de lagartas, agregando mais eficiência
para proteção de Spodoptera cosmioides e Helicoverpa.
“De fato oferece também um amplo controle
de plantas daninhas, já que é tolerante ao glifosato e
ao herbicida hormonal Dicamba, do grupo químico
das auxinas”, esclarece.
De acordo com o técnico, a Intacta 2
Xtend é classificada como biotecnologia de última
geração, possui genética avançada e alta eficiência
contra lagartas. “É uma tecnologia que
promete, também, alta eficiência no controle de
buva, caruru resistentes e com efeito de solo”,
afirma o agrônomo, alertando para o manejo da
tecnologia. “Já temos produto registrado para
aplicação em dessecação. Porém, é importante
observar que não podemos usar de qualquer forma
por conta das cultivares sensíveis. É preciso
ter cuidado com a deriva, volatilização, escolha
de bico e vazão. Esses são os principais pilares
que devem ser observados.”
Ainda sem dados concretos, a obtentora
acredita em um incremento de produtividade da
tecnologia em torno de 10%, segundo Precinotto.
“Não sabemos ainda de quanto será este aumento
de produtividade, mas fala-se em 10%. Também não
há informações do valor dos royalties que será cobrado
pela obtenção da tecnologia”, relata.
Lavoura no limpo com pré-emergentes
Foram apresentados dados sobre eficiência da tecnologia, que auxilia na contenção
do banco de sementes de ervas daninhas, contribuindo com o controle pós-emergente
Assunto sempre atual, a contenção de plantas
daninhas tem atenção especial nos eventos
técnicos da Coamo e é tema presente no Encontro
da Fazenda Experimental. A utilização e manejo
de herbicidas pré-emergentes foram o foco de
uma das estações, onde foram apresentados dados
sobre eficiência do controle da tecnologia, que auxilia
na contenção do banco de sementes de ervas daninhas,
contribuindo com o controle pós-emergente.
“Este manejo tem efeito direto na semente e segura
este fluxo, impedindo a emergência da invasora. Os
pós-emergentes entregam ao manejo pós-emergente
uma condição mais fácil de controle posterior, com
menos plantas e porte menor”, explica o engenheiro
agrônomo Juliano Seganfredo, da Coamo em Campo
Mourão (Centro-Oeste do Paraná).
Marcelo Balão da Silva, de Candói, Sandro Rodrigo Klein, de Roncador, Juliano
Seganfredo, de Campo Mourão, João Rafael Bauermeister, de Barbosa Ferraz, e
Sebastiao Francisco Ribas Martins Neto, de Goioxim
Ao efetuar o manejo, o produtor oferece condições
da cultura se estabelecer numa condição de área
limpa e continuar em ambiente controlado. “É o que
chamamos de eliminar a mato-competição. A emergên-
Março/2019 REVISTA 33
ENCONTRO DE VERÃO 2019
AO EFETUAR O MANEJO, O PRODUTOR OFERECE CONDIÇÕES DA CULTURA NASCER
NUMA CONDIÇÃO DE ÁREA LIMPA E CONTINUAR EM AMBIENTE CONTROLADO
cia é um período crítico que a cultura
não pode ter competição com
plantas daninhas. Se isso acontecer,
ela estará perdendo produção
sem condições de recuperação lá
na frente”, observa o agrônomo. Ele
esclarece que além da utilização
do manejo químico, o experimento
demonstrou outras alternativas de
controle. “Mostramos um pacote
de manejo, com o químico sendo a
última opção, que serve como auxílio
para o sistema”, afirma.
Ainda conforme o técnico
da Coamo, dependendo da intensidade
de concorrência da planta
daninha com a cultura, o prejuízo
pode chegar a mais de 50% da
perda de produtividade. “É como
jogar dinheiro fora. Da mesma forma
se não haver um controle eficiente
do banco de sementes, ano
a ano aumentará essa condição
desfavorável na lavoura”, alerta Seganfredo.
Conforme o pesquisador
Fernando Adegas, da Embrapa
Soja, quando se fala em manejo
com produtos químicos é importante
voltar a pensar na utilização
dos pré-emergentes, que já foram
muito utilizados no passado. “Esses
produtos estão retornando
para fazer uma recomposição com
os pós-emergentes visando uma
eficiência a mais contra as plantas
daninhas”, lembra.
Segundo ele, o tema é
atual e a tecnologia é importante.
Mas, alerta para a escolha dos produtos.
“É fundamental optar por
um bom pré-emergente que, prin-
Fernando Adegas, Embrapa Soja
cipalmente, controle folha larga e
folha estreita por um período que
possa depois fazer o controle com
pós-emergente. Os resultados são
interessantes e a tecnologia pode
ser utilizada em várias condições
de solo e clima”, conclui.
34 REVISTA
Março/2019
ENCONTRO DE VERÃO 2019
ENTENDA O QUE SÃO
HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES
Herbicidas pré-emergentes ou residuais são produtos aplicados
no solo antes da emergência das plantas daninhas
alvo. Estes devem persistir por tempo e concentração suficientes
na camada superficial do solo, onde se localizam
o maior percentual de sementes de plantas daninhas que
germinarão na sequência.
ANNA LOURENÇO DE GODOY DE PINTO
Tupãssi (Oeste do Paraná)
“
Tenho 82 anos e vim com os meus filhos participar
do encontro. Sempre ouvia eles falando
de como era, mas vendo pessoalmente é bem
mais bonito, tudo muito bem organizado. Valeu
a pena todo o esforço para estar aqui hoje.
SILVANO KOENIG E FAMÍLIA
Boa Ventura de São Roque (Centro do Paraná)
Trabalhamos em família e participamos juntos dos
encontros. Estamos aqui pela primeira vez, e voltamos
para casa satisfeitos com o que vimos. Minha
filha era a mais ansiosa, mesmo tendo que acordar
“de madrugada não perdeu a animação.
Exposição dos Alimentos Coamo
No Encontro de Verão esteve exposta toda a linha de
Alimentos Coamo. Afinal de contas é do campo dos
cooperados que vem a matéria-prima para produzir
alimentos com as marcas Coamo, Primê, Anniela e
Sollus. São alimentos de origem, qualidade e sabor
que compõem um amplo portfólio composto por
margarinas, cafés, gorduras vegetais hidrogenadas,
óleo de soja refinado, farinhas de trigo especiais e
misturas para pães e bolos.
Durante os intervalos, cooperados visitaram e conheceram as novidades em
insumos, maquinários e implementos agrícolas de empresas parceiras da Coamo
Março/2019 REVISTA 35
Credicoamo tem sobras
líquidas de R$ 98,68 milhões
Números foram apresentados e aprovados durante Assembleia Geral Ordinária.
Cooperativa de crédito vem crescendo a cada ano, fruto da participação dos associados
36 REVISTA
Março/2019
CREDICOAMO
ATIVOS
em bilhões de reais
SOBRAS LÍQUIDAS
em milhões de reais
Os associados da Credicoamo
Crédito Rural
Cooperativa aprovaram
no dia 28 de fevereiro, em
Assembleia Geral Ordinária, a
prestação de contas e a distribuição
de sobras do exercício
de 2018. A Credicoamo registrou
ativos de R$ 2,39 bilhões,
com crescimento de 9,55%, e
um patrimônio líquido de R$
631,19 milhões, com crescimento
de 15,72%. Na demonstração
do resultado do exercício
apresentou receita global de
R$ 207,91 milhões e sobras no
valor de R$ 98,68 milhões, com
crescimento de 18,45% em relação
ao ano de 2017.
“Em 2018, a Credicoamo
registrou novamente excelentes resultados,
que foram possíveis pela
efetiva participação dos associados
no dia a dia da cooperativa. Os resultados
foram positivos, também,
pelo profissionalismo e dedicação
dos funcionários”, comenta o
diretor-presidente da Credicoamo,
José Aroldo Gallassini.
O grau de solvência ou
índice de Basiléia de 44,15%, que
é a relação do patrimônio líquido
com os ativos ponderados pelo
risco, é bem superior ao índice
mínimo de 15%, determinado
pelo Conselho Monetário Nacional,
em conformidade com o Comitê
da Basiléia, superando em
29.15 pontos e demonstra a solidez
da Credicoamo.
A cooperativa encerrou o
ano com 19.381 associados, com
crescimento de 4,27% em relação
a 2017. Eles são atendidos nas
46 agências localizadas no Paraná,
Santa Catarina e Mato Grosso
do Sul. A Credicoamo encerrou o
ano com 272 funcionários. Os tributos
e taxas recolhidos durante
o exercício de 2018 foram na ordem
de R$ 32,26 milhões.
Março/2019 REVISTA 37
CREDICOAMO
Carmem Truite, gerente adjunta de Operações de Produtores Rurais e Convênios do BRDE
“Cooperativismo não é só
uma opção, é um modo de vida.”
A gerente adjunta de Operações de Produtores
Rurais e Convênios do Banco Regional de Desenvolvimento
do Extremo Sul (BRDE), Carmem Truite, faz
questão de marcar presença nas assembleias da Credicoamo.
“É uma honra participar das assembleias e
ver o crescimento da Credicoamo, que tem um papel
muito relevante para seus mais de 19 mil associados.
Eles conseguem ter o atendimento de suas necessidades
de forma séria, objetiva, sem exploração e, principalmente,
com a participação nos resultados.”
Ela ressalta que o cooperado precisa de fato
ser participativo na cooperativa. “Não adianta o cooperado
ficar olhando produto a produto. É, sem dúvidas,
muito melhor que o cooperado realize todas as operações
na Credicoamo, porque o resultado fica aqui e
volta para ele. Se não houver comprometimento, em
todos os produtos, o crescimento será menor e as conquistas
também. Cooperativismo não é só uma opção,
é um modo de vida. Quando orientamos e ensinamos
os filhos a trabalharem em cooperação, estamos formando
seu caráter e contribuindo para uma sociedade
mais justa.”
Robson Mafioletti, superintendente do Sistema Ocepar
"Bons resultados são motivos de
orgulho para o sistema cooperativista."
O superintendente do Sistema Ocepar, Robson
Mafioletti, mais uma vez participou da Assembleia
da Credicoamo. Ele destaca que os bons resultados
da cooperativa de crédito dos associados
da Coamo são motivos de orgulho para o sistema
cooperativista. “É muito gratificante ver o crescimento
e a transparência com que a diretoria apresenta
os resultados. Com isso, a cooperativa cresce e os
cooperados também, pois têm acesso a todos os
benefícios proporcionados”, assinala.
Na opinião dele, o desenvolvimento do Brasil
de forma mais equilibrada e sustentável vem por
meio das cooperativas, e as de crédito tem um papel
fundamental já que prestam um serviço mais especializado
para os cooperados. “Queremos que os associados
acreditem, cada vez mais, nas cooperativas
que trazem mais desenvolvimento para as regiões
que estão inseridas. A Credicoamo é um bom exemplo,
pois oferece uma gama de serviços com solidez
e segurança”, pondera Mafioletti.
CONSELHO FISCAL GESTÃO 2019
Ricieri Zanatta Neto, Adriano Bartchechen e Luiz Anselmo Janguas (Membros
Efetivos). João Batista dos Santos Cabral, Wagner Presença e Marcos dos Santos
Paes (Membros Suplentes)
Robson Mafioletti, superintendente do Sistema Ocepar, recebeu o livro com a
biografia de José Aroldo Gallassini, lançado durante a Assembleia da Credicoamo
38 REVISTA
Março/2019
CREDICOAMO
MARCOS BIFF JUST
Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná)
“
O resultado e as sobras são fruto de uma administração
correta e transparente. Faz diferença
ser cooperado da Credicoamo. A gente vê o
empenho em sempre inovar e proporcionar
comodidade para nós cooperados.
AGOSTINHO MEOTTI
São Domingos (Oeste de Santa Catarina)
Acompanhar um resultado tão expressivo e ser coroado
com as sobras é muito gratificante. Vemos
a Credicoamo ampliando e melhorando o atendimento.
Faço parte dessa cooperativa há muitos
“anos. A segurança e solidez são diferenciais.
Remuneração de
110% do CDI
O valor das sobras distribuídas pela Credicoamo
na proporção da movimentação de recursos disponíveis
em contas correntes e aplicações financeiras dos
associados, proporcionaram um rendimento, equivalente
a 110% do CDI, superior à remuneração média do
mercado, conforme quadro demonstrativo ao lado.
Na Credicoamo, as taxas de juros dos empréstimos
e financiamentos com recursos livres são abaixo das taxas
médias praticadas no mercado financeiro. Além disso, os
associados não pagam tarifa de pacote de serviços mensais.
Considerando as taxas médias de juros do ano
2018, divulgadas pelo Banco Central do Brasil, a Credicoamo
gerou um benefício direto e expressivo para os
associados que contrataram empréstimos com recursos
livres ou utilizaram-se do limite do cheque especial, representando
uma economia de R$ 92,65 milhões.
MODALIDADE DETALHE SOBRAS
CONTAS
CORRENTES
APLICAÇÕES
FINANCEIRAS
Modalidade
Cheque
Especial
Empréstimos
TOTAL
Sem remuneração no
mercado financeiro
Remuneração de 88
a 94% do CDI no
mercado financeiro
Valor médio
emprestado/mês
R$ 7,79
milhões
R$ 148,35
milhões
R$ 156,14
milhões
Taxa
Credicoamo
4,85%
a.m.
2,01%
a.m.
2,15%
a.m.
R$ 7,23
milhões
R$ 6,65
milhões
As Sobras no gráfico referem-se a diferença entre
o que o mercado financeiro não remunerou e os
valores pagos aos associados pela Credicoamo.
Taxa Economia
Mercado (Sobra)
12,51%
a.m.
6,81%
a.m.
7,10%
a.m.
R$ 7,16
milhões
R$ 85,49
milhões
R$92,65
milhões
Março/2019 REVISTA 39
CREDICOAMO
Indenizações do Proagro e Seguro Agrícola
Nas lavouras colhidas no
ano de 2018, ocorreram 1.929
acionamentos de sinistros: 62
de soja e quatro de milho safra
2017/2018; 1.081 de milho segunda
safra e 782 de trigo. Foram
indenizados recursos de R$ 36 milhões.
Em relação à safra de verão
2018/2019, até o momento ocorreram
1.712 acionamentos, sendo:
135 acionamentos de Proago
e 1.577 de seguro agrícola.
R$ 1,46 bilhão em
operações de crédito
Em 2018 foram contratadas
15.157 operações de crédito e
aplicados recursos na ordem de
R$ 1,46 bilhão, sendo:
Novas modalidades de financiamento
Crédito Fundiário: linha exclusiva da Credicoamo, com recursos destinados
à aquisição de propriedade rural: o valor do empréstimo é de até
40% do valor da aquisição, limitado a R$ 3.000.000,00 e o pagamento
parcelado em até três anos.
Credi-Energia Solar: com recursos destinados à aquisição de sistema
gerador de energia fotovoltaico, instalado em áreas rurais ou urbanas,
para uso residencial, comercial ou industrial. O valor do empréstimo é
de até 100% do orçamento e o pagamento parcelado em até cinco anos.
Credi Insumos Coamo: por meio de termo de cooperação técnica, com
recursos destinados ao financiamento dos insumos adquiridos na Coamo.
Em 2018 a Credicoamo ocupou a 17ª posição entre as instituições
aplicadoras de crédito rural (custeio, investimento e estocagem), conforme
dados do Banco Central do Brasil, sendo que no custeio agrícola
ocupou a 10ª posição.
Custeio Agrícola: 7.824
operações no valor de
R$ 1,02 bilhão;
Investimentos Agrícolas:
588 operações no
valor de R$ 90,85 milhões,
com recursos do
BNDES e do FCO, destinados
principalmente à
aquisição de máquinas
e implementos agrícolas
e correção de solos;
Outras linhas de empréstimos
e financiamentos:
6.745 operações
com recursos
próprios no valor de
R$ 348,74 milhões.
40 REVISTA
Março/2019
CREDICOAMO
Destaca-se também
o expressivo volume
de seguro agrícola
contratado em 2018,
com importância segurada
de R$ 1,07
bilhão, para uma área
de 407.852 hectares
e 5.245 apólices.
Novas Agências
Foram instaladas as agências
em Itaporã e Sidrolândia,
no Mato Grosso do Sul, e as
agências de Brasilândia do
Sul, Cândido de Abreu e de
Dez de Maio, no Paraná.
Novo site e internet banking
Em 2018 foi lançado o novo site Credicoamo. Com um visual moderno
e que disponibiliza várias informações como por exemplo, produtos
e serviços, canais de atendimento, e informações institucionais.
Outro marco histórico foi o lançamento do serviço de atendimento
por Internet Banking, que agrega modernidade e comodidade para os
milhares de associados da Credicoamo que podem realizar consultas e
transações financeiras de um jeito simples, prático e seguro. Os associados
podem acessar suas contas correntes por meio do aplicativo baixado no celular
ou direto no site Credicoamo no computador pessoal. O atendimento
pelo canal digital já responde por mais de 50% das consultas e transações.
Itaporã
Sidrolândia
SÍLVIO DA SILVA ARAÚJO
Dourados (Sudoeste do Mato Grosso do Sul)
“
Vejo um comprometimento e preocupação da
diretoria e funcionários com nós cooperados.
Os números apresentados na Assembleia impressionam
e mostram a solidez e segurança
proporcionada pela Credicoamo.
VERONICA DAUTERMANN STOTZER
Guarapuava (Centro-Sul do Paraná)
A Credicoamo vem crescendo a cada ano. Isso
é fruto da boa administração e segurança.
Encontramos tudo que precisamos, com mais
vantagens do que em outras instituições e ain-
“da temos um bom montante em sobras.
Março/2019 REVISTA 41
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018 E 2017
(Valores em R$ 1)
A T I V O
NOTA .....................2018 ...........2017
ATIVO CIRCULANTE 1.755.025.884 1.776.691.431
DISPONIBILIDADES 04 10.662.648 13.684.606
Caixa 3.168.485 1.929.215
Depósitos Bancários 232.506 202.219
Cotas de Fundos de Investimento 7.261.657 11.553.172
APLICAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 04 586.805.989 529.727.844
Aplicações em Operações Compromissadas 509.789.352 496.616.157
Aplicações em Depósitos Interfinanceiros 77.016.637 33.111.687
TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 120.482.877 216.467.054
Títulos de Renda Fixa 120.482.877 216.467.054
RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 05 147.909 194.957
Direitos Junto a Participantes do Sistema de Liquidação 147.909 194.957
OPERAÇÕES DE CRÉDITO 06 1.035.256.114 1.015.293.571
Empréstimos e Títulos Descontados 160.304.724 232.723.780
Financiamentos 15.479.152 14.888.197
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos Livres 61.610.936 31.080.221
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos de Repasses 831.314.508 801.081.061
( - ) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (33.453.206) (64.479.688)
OUTROS CRÉDITOS 07 1.655.779 1.310.852
Créditos Avais e Fianças Honrados 1.244.346 -
Rendas a Receber 775.093 781.949
Devedores Diversos - País 895.363 531.340
( - ) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (1.259.023) (2.437)
OUTROS VALORES E BENS 14.568 12.547
Despesas Antecipadas 14.568 12.547
ATIVO NÃO CIRCULANTE 633.104.398 403.218.262
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 08 631.483.132 401.594.389
Títulos de Renda Fixa 561.517.904 267.806.426
Aplicações em Depósitos Interfinanceiros - 72.355.332
Empréstimos e Títulos Descontados 23.270.512 7.267.910
Financiamentos 35.218.382 35.860.602
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos Livres 484.019 251.964
Financiamentos Rurais - Aplicação Recursos de Repasses 9.656.565 17.889.513
Outros Créditos 07 1.335.750 162.642
IMOBILIZADO 09 614.126 641.577
Imobilizado de Uso 614.126 641.577
INTANGÍVEL 09 1.007.140 982.296
Outros Ativos Intangíveis 1.007.140 982.296
TOTAL DO ATIVO 2.388.130.282 2.179.909.693
42 REVISTA Março/2019
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(Valores em R$ 1)
Nota 2018 2017
PASSIVO CIRCULANTE 1.744.004.931 1.612.855.797
DEPÓSITOS 10 1.582.828.984 955.795.060
Depósitos à Vista 75.969.490 49.402.242
Depósitos a Prazo 742.489.316 224.322.780
Depósitos Interfinanceiros 764.370.178 682.070.038
RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS/INTERDEPENDÊNCIAS 1.262.948 481.899
Recursos em Trânsito de Terceiros 1.262.860 408.679
Obrigações Junto a Participantes do Sistema de Liquidação 88 73.220
OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMOS E REPASSES 4.622.048 545.473.426
Repasses no País 11 4.622.048 545.473.426
OUTRAS OBRIGAÇÕES 12 155.290.951 111.105.412
Sociais e Estatutárias 80.839.580 65.958.577
Fiscais e Previdenciárias 1.984.962 1.670.236
Provisão de Pagamentos a Efetuar 64.152.778 34.236.946
Provisão Para Passivos Contingentes 7.028.044 8.533.089
Credores Diversos - País 1.285.587 706.564
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 12.315.624 21.605.236
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 12.315.624 21.605.236
Obrigações por Empréstimos e Repasses no País 11 12.315.624 21.605.236
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 615.432 -
Rendas Antecipadas 615.432 -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 631.194.295 545.448.660
Capital Social 13 188.321.391 161.531.380
Reserva Legal 317.409.446 274.746.765
Fundo de Manutenção do Capital de Giro Próprio 125.463.458 109.170.515
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.388.130.282 2.179.909.693
As Demonstrações Contábeis acompanhadas das Notas Explicativas, do Relatório dos Auditores Independentes e do
Parecer do Conselho Fiscal, estão disponíveis no site: www.credicoamo.com.br
JOSÉ AROLDO GALLASSINI
Diretor Presidente
CLAUDIO FRANCISCO BIANCHI RIZZATTO
Diretor Administrativo
RICARDO ACCIOLY CALDERARI
Diretor Operacional
EDSON DE SANTANA PERES
Contador - CRC-PR 31809/O-0
Março/2019 REVISTA 43
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018 E 2017
(Valores em R$ 1)
.......................2018 .......................2017
RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 182.245.268 254.793.311
Operações de Crédito 103.446.396 137.586.852
Resultado de Títulos e Valores Mobiliários 78.798.872 117.206.459
DESPESAS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (79.660.266) (166.488.621)
Captação no Mercado (66.559.529) (66.125.130)
Empréstimos, Cessões e Repasses (16.580.465) (72.403.082)
Créditos de Liquidação Duvidosa 3.479.728 (27.960.409)
RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 102.585.002 88.304.690
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS (1.420.572) (3.123.484)
Receitas de Prestação de Serviços 11.161.092 9.081.397
Despesas de Pessoal (23.463.306) (19.197.714)
Outras Despesas Administrativas (4.276.666) (4.169.631)
Despesas Tributárias (602.742) (439.630)
Outras Receitas Operacionais 17.859.097 12.058.098
Outras Despesas Operacionais (2.098.047) (456.004)
RESULTADO OPERACIONAL 101.164.430 85.181.206
RESULTADO NÃO OPERACIONAL (262.251) 93.096
RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 100.902.179 85.274.302
IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (2.217.780) (1.963.111)
SOBRAS LÍQUIDAS 98.684.399 83.311.191
DESTINAÇÕES LEGAIS E ESTATUTÁRIAS:
F.A.T.E.S. (Resultados Atos Com Não Associados) 3.878.440 2.915.874
F.A.T.E.S. (Resultados Atos Com Associados) 4.740.298 4.019.766
Fundo de Reserva 42.662.681 36.177.893
Fundo para Manutenção do Capital de Giro Próprio 22.604.892 21.253.537
Sobras à Disposição da A.G.O 24.798.088 18.944.121
TOTAL DAS DESTINAÇÕES 98.684.399 83.311.191
JOSÉ AROLDO GALLASSINI
Diretor Presidente
JOSÉ AROLDO GALLASSINI
Diretor Presidente
RICARDO ACCIOLY CALDERARI
Diretor Operacional
RICARDO ACCIOLY CALDERARI
Diretor Operacional
CLAUDIO FRANCISCO BIANCHI RIZZATTO
Diretor Administrativo
CLAUDIO FRANCISCO BIANCHI RIZZATTO
Diretor Administrativo
EDSON DE SANTANA PERES
Contador - CRC-PR 31809/O-0
EDSON DE SANTANA PERES
Contador - CRC-PR 31809/O-0
44 REVISTA Março/2019
CREDICOAMO - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2018
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
em milhões de reais
ATIVOS
em bilhões de reais
2017 2018
2017 2018
ASSOCIADOS
até final de dezembro 2018
SOBRAS LÍQUIDAS
em milhões de reais
2017 2018
2017 2018
SEGURO AGRÍCOLA
área segurada em mil hectares
SEGURO AGRÍCOLA
importância segurada em reais
2017 2018
2017 2018
Março/2019 REVISTA 45
AGRICULTURA
Armadilha para as pragas
Família Reginato, optante da Coamo em Abelardo Luz (SC), não abre mão de utilizar
o refúgio como prática sustentável e forma de manter a longevidade da tecnologia Bt
A
implementação de ferramentas
que tenham
efeitos decisivos para o
manejo de insetos é fundamental
para superar um dos maiores
desafios da agricultura brasileira:
a evolução da resistência dessas
espécies. A adoção de áreas de
refúgio é a alternativa mais eficaz
nessa luta contra a resistência de
pragas.
O refúgio é uma área
cultivada com plantas não Bt da
mesma espécie, e essa área tem
como função produzir insetos
suscetíveis às proteínas inseticidas
que irão se acasalar com os
insetos resistentes provenientes
das áreas Bt, gerando novos indivíduos
suscetíveis à tecnologia.
O objetivo de manter uma
população de pragas vulneráveis
ao efeito inseticida da variedade
transgênica é preservar os benefícios
da tecnologia.
Na Fazenda Reginato,
que leva o nome da própria família,
localizada na região conhecida
como Linha Santa Laura
entre os municípios de Xanxerê e
Faxinal dos Guedes, no Oeste de
Santa Catarina, o refúgio é uma
alternativa levada a sério e faz
parte do esquema da propriedade
desde o início de difusão
da biotecnologia. O cooperado
Cleverson, que trabalha em par-
Cooperado Cleverson conta que vem adotando o refúgio desde que surgiu a biotecnologia na agricultura
ceria Giovani e o pai, Celito Luiz
Reginato, esclarece que o manejo
é encarado como um insumo.
“Adotamos desde que surgiu a
primeira tecnologia Bt, porque
existe todo um estudo que preci-
46 REVISTA
Março/2019
AGRICULTURA
samos respeitar e levar em conta
a eficiência de se fazer ou não”,
observa Cleverson.
Conforme ele, o agricultor
deve utilizar o sistema para
ter segurança no que está fazendo
e, principalmente, manter a
longevidade da tecnologia. “É a
única forma que temos para preservar
o sistema. Todo ano plantamos
pelo menos 20% da área
com plantas convencionais, seja
de soja ou milho”, acrescenta o
cooperado.
Cleverson lembra que
quando se perde uma tecnologia
o mais prejudicado é o agricultor
que pagou caro por ela. “A pesquisa
se esforça, gasta bastante,
mas também passa esse custo
para o agricultor e, por isso, precisamos
preservar”, afirma.
De acordo com Cleverson
o custo benefício vale muito
a pena. Ele revela que além
de usar menos produtos agroquímicos,
o que deixa a produção
mais barata, ainda há uma
contribuição direta com o meio
ambiente. “É uma forma de não
pensar só no bolso, mas também
na preservação de todo nosso
ecossistema”, enaltece Reginato,
que cultiva junto com a família
620 alqueires (1.500 hectares) de
soja, milho, trigo e eventualmente
feijão, entre as safras de verão
e inverno.
Na opinião do engenheiro
agrônomo Vinicius Francisco
Albarello, da Coamo em Abelardo
Luz, todos os agricultores que
utilizam tecnologia Bt precisam
adotar o refúgio, pois as pragas-
Todo manejo na propriedade é planejado com o agrônomo da Coamo Vinicius Francisco Albarello
Áreas de refúgio são de extrema importância para a manutenção da tecnologia Bt em milho e soja
-alvo podem migrar para áreas
vizinhas. “Um plano eficiente de
manejo deve ser implementado.
A sustentabilidade da tecnologia
depende do manejo adequado
de cada propriedade”, orienta o
técnico. Ele afirma que o plantio
e a manutenção das áreas de refúgio,
representam os principais
componentes da longevidade
do sistema. “O produtor tem que
estar ciente de que a área de
refúgio é a principal estratégia
para evitar a quebra de resistência
dos transgênicos, mantendo
o equilíbrio ecológico e a produtividade
das lavouras. É a forma
de prolongar a vida útil da tecnologia,
e na fazenda Reginato não
é diferente, a produtividade está
aumentando ano a ano”, destaca
Albarello.
O agrônomo explica
que a adoção do manejo certamente
gera mais trabalho,
capricho e planejamento, contudo,
os benefícios são bem
maiores. “O trabalho realizado
não vai diferir muito, o que vai
dar resultado é o capricho do
produtor”, sugere.
Março/2019 REVISTA 47
COMEMORAÇÃO
OCEPAR, 48 ANOS
representando o cooperativismo no Paraná
O
Estado do Paraná possui
uma área de 199,7 mil
quilômetros quadrados,
o equivalente a cerca de 2,3% do
território brasileiro. Sua população
é superior a 11,3 milhões (IBGE)
de habitantes e seu Produto Interno
Bruto é de R$ 447 bilhões (Ipardes).
Responde por 16 % (Conab)
de toda a safra brasileira de grãos.
Ocupa o primeiro lugar entre os
Estados brasileiros na produção
de frango, trigo, feijão e cevada;
o segundo lugar na produção de
Ocepar foi constituída no dia 02 de abril de 1971.
Imagem da sede em Curitiba, capital do Paraná
milho, soja e leite e o terceiro lugar
na produção de suínos.
Uma das principais forças
do agronegócio paranaense são
as cooperativas. A maioria desenvolveu-se
de forma paralela aos
diversos ciclos econômicos do
Estado, pautando suas atividades
em valores éticos da cooperação,
da solidariedade, da justiça social,
da gestão democrática e da soma
dos esforços de seus cooperados.
Para representar institucionalmente
toda esta força do
cooperativismo no Paraná, no dia
2 de abril de 1971, foi constituída a
Ocepar – Organização das Cooperativas
do Estado do Paraná, e que
hoje integra, um sistema formado
por três sociedades distintas, sem
fins lucrativos que, em estreita parceria,
se dedicam à representação,
defesa, fomento, desenvolvimento,
capacitação e promoção social
das cooperativas paranaenses:
O Sindicato e Organização das
Cooperativas do Estado do Paraná
– Ocepar, o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo
– Sescoop/PR e a Federação e
Organização das Cooperativas do
Estado do Paraná – Fecoopar.
Atualmente, o Sistema
Ocepar possui 215 cooperativas
registradas. Juntas, essas organizações
somam R$ 83,5 bilhões de faturamento,
montante que equivale
a 17,9 % do PIB do Estado do Paraná.
Possuem mais de 1,8 milhão
de cooperados e geram 92.968
empregos. Estima-se que mais de
3,8 milhões de pessoas estejam ligadas,
direta ou indiretamente, ao
cooperativismo do Paraná.
A opção do cooperativismo
é pelo desenvolvimento das
pessoas e comunidades de seu
entorno. Um trabalho que resulta
na geração de emprego e renda,
dinamização das economias
locais, acesso a serviços de crédito
e saúde, e apoio à formação
48 REVISTA
Março/2019
COMEMORAÇÃO
Reunião da diretoria do Sistema Ocepar
para o quadriênio abril de 2015/2019
profissional. Também são ações
prioritárias no cotidiano das cooperativas,
os investimentos em
projetos de agregação de valor
(agroindustrialização), diversificação
da produção e novas tecnologias,
bem como atividades
e capacitações para melhorar os
processos produtivos e de prestação
de serviços aos cooperados.
A confiança nesse modelo
de organização econômica fez com
que mais de 295.721 mil pessoas se
associassem às cooperativas paranaenses,
em 2018. A credibilidade
do Sistema Cooperativo, construída
com trabalho, profissionalismo,
oferta de produtos de qualidade,
e investimentos nos mercados
consumidores, se confirmou em
recente pesquisa de opinião feita
pelo Instituto Datacenso, em que
96% dos entrevistados aprovaram
a qualidade e o preço justo dos
produtos das cooperativas.
As 61 cooperativas agropecuárias
do Paraná estimam fechar
em R$ 70,8 bilhões de faturamento
em 2018, 22,8% superior
de 2017, quando chegaram a R$
57,7 bilhões. Esse valor corresponde
a 60% do PIB agrícola do Esta-
do. Em mais de 120 municípios, a
cooperativa é a mais importante
empresa econômica, maior empregadora
e geradora de receitas.
Estima-se que 77% dos
associados às cooperativas agropecuárias
do Paraná são pequenos
e médios produtores (área
de até 50 ha). Outro dado que
evidencia a importância das cooperativas
agropecuárias é a sua
infraestrutura de armazenagem
da produção, a qual representa
54% da capacidade estática
de armazenagem do Estado, ou
seja, as cooperativas têm capacidade
para armazenar 16,5 milhões
de toneladas de grãos.
Na área ambiental, além
de programas educativos, a prática
do desenvolvimento sustentável
é feita através de projetos de
recuperação da vegetação ao longo
de rios (mata ciliar) e nascentes
de água, tratamento de efluentes,
coleta seletiva de lixo, reflorestamento,
geração de energia limpa,
entre outras ações. Os investimentos
em agroindustrialização vêm
transformando o Paraná de exportador
de matérias-primas para
exportador de bens de consumo.
Atualmente, cerca de 48% da produção
primária do cooperado
passa por processos de transformação
e agregação de valor.
Principais indicadores do
COOPERATIVISMO NO PR
215 cooperativas registradas na Ocepar
R$ 83,5 bilhões em faturamento
R$ 43,8 bilhões em ativos das cooperativas
de crédito
2 milhões de beneficiários das cooperativas
de saúde
96 mil empregos diretos
1 milhão e 800 mil cooperados
R$ 2,1 bilhão em impostos recolhidos
R$ 1,95 bilhões em novos investimentos
US$ 2,1 bilhões em exportações
219 mil participações em treinamentos do
Sescoop/PR
8.776 eventos realizados
Exercício: 2018
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Ocepar
Março/2019 REVISTA 49
MÍDIA
Coamo tem mais de 1,2 milhão de
visualizações no “Ser Agro é bom”
Série teve o objetivo de
aproximar o campo da
cidade e valorizar o papel
da agricultura como
agente de mudança e
propulsor da economia
A
história da cooperativa
Coamo foi contada
em um vídeo
da série Ser Agro é Bom, da
Bayer, lançado no dia 20 de
abril do ano passado. Desde
então, a série recebeu milhares
de visualizações, alcançando
a marca de 1.215.084
views nas redes sociais. Para
marcar esta performance, a
equipe da Bayer esteve na
sede da Coamo, em Campo
Mourão (Centro-Oeste
do Paraná), para entregar
ao presidente da cooperativa,
engenheiro agrônomo
José Aroldo Gallassini, uma
homenagem por meio de
um quadro, com os dizeres:
“Uma história que já rendeu
tantos frutos hoje é inspiração
para muitos. Parabéns
por mais essa conquista.”
A série “Ser Agro
é bom” teve o objetivo de
aproximar o campo da cidade
e valorizar o papel
da agricultura como agente
de mudança e propulsor
da economia. A Bayer
apresentou a série nas suas
Diretoria da Coamo e da Bayer com a placa em homenagem a 1.215.084 visualizações na série
“Ser Agro é bom” teve o objetivo de aproximar o campo da cidade e valorizar o papel da agricultura
redes sociais, a fim de contar
um pouco das histórias
dos agricultores e das cooperativas,
e desmistificar
o processo produtivo dos
alimentos e valorizar a cadeia
agrícola, que muitas
vezes passa despercebido
aos olhos (e ao paladar)
da população. “O projeto
mostrou que a agricultura
está no sangue de muitas
famílias brasileiras e que o
cuidado com a terra é um
compromisso de todos. Comunicar
o agronegócio e
transmitir à população urbana
a relevância do produtor
rural, é valorizar este trabalhador,
que se empenha
de sol a sol, o ano inteiro,
correndo riscos, percorrendo
lavouras e se esforçando
para que da terra germine
o nosso alimento”, aponta
Paulo Pereira, diretor de
Comunicação Corporativa
da Bayer no Brasil.
50 REVISTA
Março/2019
BIOGRAFIA
Alcir Rodrigues da Silva, presidente da Acicam, com o presidente da Coamo,
José Aroldo Gallassini, durante lançamento na entidade
Carlos Naves, governador do Distrito 4630 do Rotary, Marcio Nunes , secretário
estadual de Sustentabilidade Ambiental e Turismo, Gallassini, Marcelo Chiroli,
presidente do Rotary Clube Campo Mourão, Tauillo Tezelli, prefeito de Campo
Mourão, e Douglas Fabrício, deputado estadual
Gallassini lança livro no Rotary e na Acicam
Biografia escrita pelo jornalista e biógrafo Elias Awad, relata a inspiradora
trajetória do presidente da maior cooperativa agrícola da América Latina
O
presidente da Coamo,
José Aroldo Gallassini,
lançou a sua biografia
em mais dois eventos. No dia
15 de março, a obra foi lançada
no Rotary Clube Campo Mourão
e no dia 20 na Associação
Comercial e Industrial de Campo
Mourão (Acicam). O livro
biográfico “José Aroldo Gallassini
– Uma Visão Compartilhada”,
foi lançado oficialmente
na Assembleia Geral Ordinária
(AGO), em fevereiro.
Os dois eventos foram
prestigiados por autoridades
políticas, religiosas e empresariais.
Gallassini, um dos fundadores
do Rotary Campo
Mourão e colaborador ativo
da Acicam autografou vários
exemplares aos presentes.
No livro escrito pelo
jornalista e biógrafo Elias Awad,
relata a inspiradora trajetória
do presidente da maior cooperativa
agrícola da América Latina.
Formado em Agronomia,
Gallassini chegou em Campo
Mourão em 1968 como funcionário
da então Acarpa. “Além
da minha trajetória, este livro
mostra ao leitor a importância
do cooperativismo, a partir de
um jovem que fazia entregas
de bicicleta, em Brusque (SC)
e criou, desenvolveu e transformou
a Coamo em uma das
principais empresas do Paraná
e do país”, sintetiza Gallassini na
apresentação do livro.
Em 286 páginas, o livro
traz relatos de pessoas
que convivem com Gallassini
e também conta com quem o
conhece antes mesmo do surgimento
da Coamo. “Ele é um
homem humilde, muito sério,
honesto e tem muitos valores”,
escreveu Elias Awad na apresentação
do livro.
Gallassini faz questão
de frisar que quem lidera uma
cooperativa precisa entender
que cuida do patrimônio
alheio. “No início do ano procuro
fazer reuniões com nossos
cooperados para explicar
como foi o ano anterior e o que
esperar do próximo. Procuro
ser transparente, mostrando
a realidade, mesmo que seja
pessimista, para não criar falsas
expectativas”, justifica.
Ele diz que a publicação
de da biografia é para
compartilhar com os leitores
aquilo que realizou e que deu
certo, assim como o que aprendeu
com os erros. “A biografia
permite que as experiências de
vida fiquem registradas.”
Março/2019 REVISTA 51
52 REVISTA
Março/2019
CURSOS SOCIAIS
Eventos que integram e geram renda
Sempre motivadas e animadas, as cooperadas,
esposas e filhas de cooperados da
Coamo, são participativas nos cursos sociais
realizados pela Coamo em parceria com o Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(Sescoop). Em toda a área de ação da Coamo, no
Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, elas
sempre encontram um tempo, apesar da rotina de
trabalho, para marcar presença nesse momento de
integração e cooperação.
Trufas e bombons, em Boa Ventura de São Roque (Centro do Paraná)
Trufas e bombons, em Dois Irmãos (Oeste do Paraná)
Biscoitos e bolachas decoradas, em Faxinal (Centro-Norte do Paraná)
Produtos de limpeza, em Juranda (Centro-Oeste do Paraná)
Ovos de Páscoa de colher, em Mamborê (Centro-Oeste do Paraná)
Cupcake e tortas doces, em Pitanga (Centro do Paraná)
Risotos e saladas, em São Domingos (Oeste de Santa Catarina)
Receitas integrais, em São Pedro do Iguaçu (Oeste do Paraná)
Março/2019 REVISTA 53
Pastel Doce
de abacaxi
Ingredientes
Massa
½ tablete de fermento biológico fresco
50 ml de leite
½ xícara (chá) de Margarina Extra Cremosa 60%
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (café) de canela em pó
2 colheres (sopa) de água gelada
2 xícaras (chá) de Farinha de Trigo Coamo
Recheio
2 xícaras (chá) de abacaxi picado
¾ de xícara (chá) de açúcar
1 cravo
2 gemas para pincelar
1 colher (chá) de água para afinar a gema
Açúcar cristal para passar nos pastéis
Modo de preparo
Massa: Dissolva o fermento no leite. Junte a margarina, o açúcar,
a canela em pó e a água gelada, e aos poucos adicione a farinha,
amassando até obter uma massa que solte das mãos. Entre dois
plásticos, abra a massa com espessura de 3 mm e corte círculos de
10 cm. Coloque 1 colher (chá) do recheio no centro de cada círculo
e pincele clara na borda. Dobre o círculo formando uma meia-lua,
e pressione bem a borda para colar. Coloque-os em uma assadeira
ligeiramente untada e pincele com a gema diluída na água.
Polvilhe com o açúcar e asse no forno preaquecido à temperatura
moderada (180 ºC) até ficar dourado claro. Se preferir, polvilhe
canela em pó no momento de servir.
Recheio: Leve o abacaxi a uma panela e ferva até que fique macio.
Junte o açúcar e o cravo e cozinhe no fogo baixo, mexendo até
obter um doce bem enxuto. Experimente cozinhar o doce com 2
colheres (sopa) de coco ralado seco.
Para mais receitas acesse:
www.facebook.com/alimentoscoamo
www.alimentoscoamo.com.br
54 REVISTA
Março/2019
DOBRE SUA ATENÇÃO COM PEDESTRES:
ELES SÃO QUASE METADE DAS
VÍTIMAS FATAIS DE TRÂNSITO.
RESPEITE OS PEDESTRES.
Nas cidades grandes, os pedestres representam cerca de metade
dos óbitos relacionados aos acidentes de trânsito. Em São Paulo, os
pedestres são 46,42% dos mortos. No Estado do Rio de Janeiro, eles
representam 43,7% das vítimas fatais Na média nacional, 25% dos
óbitos registrados no trânsito são de pedestres.
A Via Sollus Corretora de Seguros tem soluções
para proteger seus bens e sua vida. Mas o melhor jeito de garantir sua
segurança é ter atitudes responsáveis e respeitar as leis de trânsito.
Se beber,
não dirija.
Respeite os limites
de velocidade.
Não use celular
ao volante.
Cuidado
ao estacionar.
Para mais informações, acesse:
www.libertyseguros.com.br
Procure a unidade da Coamo ou Credicoamo mais próxima de você.