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Entrevista<br />

Luis Lourenço, gerente de produtos e negócios <strong>da</strong> RD Station CRM, revela tudo o<br />

que você precisa saber para deixar de basear seu trabalho em ven<strong>da</strong>s em achismos,<br />

passar a se orientar por <strong>da</strong>dos e, assim, vender ca<strong>da</strong> vez mais e melhor<br />

ANO 24 I Nº <strong>272</strong> I JANEIRO-FEVEREIRO/2019<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />

Conheça os ingredientes que, combinados, farão você se superar<br />

este ano, saiba como inseri-los na sua rotina e prepare-se para<br />

fazer de 2019 um grande ano em ven<strong>da</strong>s!


2<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 3


ven<strong>da</strong>mais<br />

JAN-FEV/19<br />

06 Editorial<br />

Rabecão ou derrapando e gritando “Jerônimo!!!!”?<br />

10 Reservado para você<br />

Saiba o que os nossos leitores dizem<br />

sobre a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

11 Entre nós<br />

Repensar é preciso!<br />

12 On-line<br />

Uma nova visão sobre a jorna<strong>da</strong> de compra<br />

e a economia concierge<br />

14 Manual do líder<br />

9 perguntas que aju<strong>da</strong>m a revelar feedbacks<br />

surpreendentes<br />

28<br />

16 Perspectivas<br />

O que podemos esperar de 2019?<br />

18<br />

18 Supervendedor<br />

Um senhor vendedor!<br />

20 Entrevista<br />

Luis Lourenço, gerente de produtos e<br />

negócios <strong>da</strong> RD Station CRM, revela<br />

tudo o que você precisa saber para deixar<br />

de basear seu trabalho em ven<strong>da</strong>s<br />

em achismos, passar a se orientar por<br />

<strong>da</strong>dos e, assim, vender ca<strong>da</strong> vez mais<br />

e melhor<br />

24 Transformação cultural<br />

Como desenvolver uma cultura geradora<br />

de negócios na sua empresa<br />

4 ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


14<br />

20<br />

24<br />

28 Capa<br />

Os 12 <strong>elementos</strong> <strong>da</strong> SuperAção – Conheça<br />

os ingredientes que, combinados,<br />

farão você se superar este ano,<br />

saiba como inseri-los na sua rotina e<br />

prepare-se para fazer de 2019 um grande<br />

ano em ven<strong>da</strong>s!<br />

16<br />

40 Tendências<br />

Um giro pelo Velho Mundo em busca de<br />

ideias e soluções para construir o amanhã<br />

46 Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Qual é o seu modelo comercial?<br />

50 Até mais<br />

Um manifesto pela reconstrução do<br />

sonho digital e uma reflexão sobre o<br />

que ele representa<br />

51 Ralph Marston<br />

Melhorando<br />

22<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

Rabecão ou<br />

derrapando e<br />

gritando<br />

“Jerônimo!!!!”?<br />

Eu acompanho o trabalho de Tom Peters há anos. Assim que<br />

li Em busca <strong>da</strong> excelência, passei a ser fã do seu jeito de escrever:<br />

energético, cheio de pontos de exclamação, como<br />

alguém que encontrou algo importante e quer realmente<br />

compartilhar com mais gente; como alguém que encontrou<br />

a luz e prega a salvação.<br />

Peters defende que as pessoas, a cultura <strong>da</strong> empresa e a<br />

forma inteligente de liderar são as principais decisões estratégicas<br />

<strong>da</strong>s empresas. O resto, segundo ele, é consequência.<br />

Jim Collins, autor de Feitas para durar, outra pessoa que<br />

admiro muito no mundo <strong>da</strong> gestão, sempre repete o conceito<br />

<strong>da</strong>s pessoas no ônibus. Ele diz que:<br />

— A coisa mais importante a decidir é quem vai no ônibus<br />

(qual é o time e quem são as pessoas).<br />

— A segun<strong>da</strong> coisa mais importante é o lugar de ca<strong>da</strong><br />

uma no ônibus (a pessoa certa no lugar certo, para que possa desenvolver e maximizar<br />

seu talento e habili<strong>da</strong>des).<br />

— A terceira coisa mais importante, só depois <strong>da</strong>s outras duas, é para onde o ônibus<br />

vai (metas, estratégia, planejamento etc.).<br />

Ou seja, estes dois grandes pensadores do mundo empresarial basicamente defendem<br />

a mesma coisa. Portanto, vou, humildemente, pegar carona nesses dois gigantes<br />

e deixar minha contribuição sobre o tema – já que concordo com ambos.<br />

Excelência como diferencial<br />

Mais especificamente, Tom Peters tem defendido a busca pela excelência como fator<br />

primordial na diferenciação. Ele chega inclusive a afirmar que a busca pela<br />

6<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


excelência é mais do que uma<br />

questão de negócios ou empresarial<br />

– é uma filosofia de vi<strong>da</strong>,<br />

uma maneira de encarar nossa<br />

passagem pela Terra, de buscar<br />

fazer o melhor com o que temos<br />

disponível. E eu concordo plenamente.<br />

Peters usa o termo “existencial”<br />

para definir a busca pela<br />

excelência. Ou seja, para ele, a<br />

busca pela excelência é como uma<br />

jorna<strong>da</strong> sublime pessoal de procurar<br />

seu melhor. Sim, mais do<br />

que lucro, sobrevivência, negócios;<br />

uma questão existencial<br />

mesmo.<br />

Gosto dessa lógica pois acredito<br />

que expressamos uma grande<br />

parte de quem somos através<br />

do nosso trabalho.<br />

Para reforçar esse conceito,<br />

separei alguns trechos do livro<br />

mais recente do Tom Peters – The<br />

Excellence Dividend (O dividendo<br />

<strong>da</strong> excelência, em tradução livre<br />

– a obra ain<strong>da</strong> não foi publica<strong>da</strong><br />

no Brasil). Fiz em forma de lista<br />

pois acho que fica mais fácil de<br />

ler, refletir e compartilhar. No<br />

melhor estilo Tom Peters, parece<br />

tudo desconexo e caótico, mas<br />

no final você verá que tudo faz<br />

sentido e que as coisas vão se<br />

encaixando como peças de um<br />

quebra-cabeça.<br />

1)<br />

Perguntaram ao Thomas<br />

Watson, fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong><br />

IBM:<br />

— “Sr. Watson, quanto tempo<br />

demora para se atingir a excelência?”<br />

— “Um minuto”, respondeu<br />

Watson. “É o tempo que você precisa<br />

para decidir que nunca mais<br />

na vi<strong>da</strong> vai fazer algo que não<br />

seja excelente.”<br />

2)<br />

O que é, de ver<strong>da</strong>de, uma<br />

empresa realmente excelente?<br />

Definição: uma empresa basea<strong>da</strong><br />

em emoções, viva, inovadora,<br />

alegre, criativa, que faz com<br />

que as pessoas que trabalham ali<br />

unam-se para o propósito de buscar<br />

a excelência ao servir seus<br />

clientes.<br />

Porém, o contrário é justamente<br />

o que encontramos na<br />

maior parte <strong>da</strong>s vezes: empresa<br />

sem emoção, morta, sem inovação,<br />

desmotiva<strong>da</strong>, sem criativi<strong>da</strong>de,<br />

forma<strong>da</strong> por pessoas sem<br />

propósito.<br />

“O segredo <strong>da</strong><br />

excelência não<br />

é o discurso,<br />

nem a lista, é a<br />

execução. Faça!”<br />

3)<br />

Um homem se aproxima<br />

do banqueiro J.P. Morgan<br />

com um envelope na mão<br />

e diz:<br />

— “Senhor Morgan, tenho aqui<br />

na minha mão uma fórmula garanti<strong>da</strong><br />

de sucesso, que teria prazer<br />

em vender para o senhor por<br />

US$ 25 mil.”<br />

— “Não sei o que tem nesse<br />

envelope. Mas se você me mostrar<br />

o que tem dentro e eu gostar, tem<br />

minha palavra: pagarei dita quantia”,<br />

respondeu.<br />

Diretor<br />

Raul Candeloro<br />

raul@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

Anderson L.A.<br />

anderson@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Candeloro<br />

Marcelo Caetano<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

REVISÃO<br />

Handmade Content - www.handmadecontent.com.br<br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

MTB 0008336/PR<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> ® é publica<strong>da</strong> 6 vezes ao ano e<br />

comercializa<strong>da</strong> pela Editora Quantum.<br />

Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />

Site: www.ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

Para Anunciar:<br />

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(41) 3022-1000<br />

Para acessar o midiakit <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>:<br />

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Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />

0800-647-6247<br />

Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />

Editora Quantum. Tiragem desta edição: 5.000<br />

exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

total ou parcial deste material é permiti<strong>da</strong> mediante<br />

autorização prévia e expressa <strong>da</strong> Editora Quantum Lt<strong>da</strong>.,<br />

e desde que cita<strong>da</strong> a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />

responsabili<strong>da</strong>de dos autores.<br />

Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />

nas áreas de ven<strong>da</strong>s ou marketing devem entrar em contato<br />

com a equipe editorial pelo e-mail: atendimento@<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br.<br />

A responsabili<strong>da</strong>de pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />

como pela sua produção e compromissos inerentes, é <strong>da</strong><br />

agência e do anunciante.<br />

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Empresa Brasileira de Correios<br />

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Nossa missão:<br />

Aju<strong>da</strong>r vendedores e empresas do<br />

Brasil a venderem mais e melhor<br />

7


A pessoa concordou com os<br />

termos <strong>da</strong> proposta e entregou<br />

o envelope a Morgan. Ele abriu<br />

o envelope, leu o que estava escrito<br />

no papel e dias depois concordou<br />

em pagar a soma prometi<strong>da</strong>.<br />

O que estava escrito no papel?<br />

a. To<strong>da</strong>s as manhãs, faça uma<br />

lista <strong>da</strong>s coisas que precisa<br />

fazer nesse dia.<br />

b. Faça.<br />

O segredo <strong>da</strong> excelência não<br />

é o discurso, nem a lista, é a execução.<br />

Faça!<br />

“A principal obrigação moral<br />

de um líder é desenvolver<br />

as habili<strong>da</strong>des <strong>da</strong> sua equipe<br />

para o máximo possível <strong>da</strong><br />

sua capaci<strong>da</strong>de, preparandoos<br />

não só para serem<br />

excelentes agora, mas<br />

principalmente no futuro.”<br />

4)<br />

Tom Peters, citando o<br />

livro The 3 rules: How<br />

Exceptional Companies<br />

Think (As 3 regras: como<br />

empresas excepcionais pensam,<br />

em tradução livre – ain<strong>da</strong> não<br />

publicado no Brasil), de Michael<br />

Raynor e Mumtaz Ahmed, consultores<br />

<strong>da</strong> Deloitte, diz:<br />

a) Melhor é mais importante do<br />

que mais barato.<br />

b) Aumentar o faturamento é melhor<br />

do que cortar custos.<br />

c) Não existem outras regras.<br />

Ninguém atingiu a excelência<br />

só pensando em fazer pior e mais<br />

barato.<br />

5)<br />

“O que os funcionários<br />

e a equipe sentem, os<br />

clientes vão sentir também.<br />

O melhor marketing<br />

que existe são funcionários<br />

engajados e felizes. Seus clientes<br />

nunca vão estar mais felizes e<br />

satisfeitos do que seus funcionários.”<br />

(John Di Julius, The Customer<br />

Service Revolution – A revolução<br />

do atendimento a clientes).<br />

“Se você quer que sua equipe<br />

trate bem os clientes, trate bem<br />

a sua equipe.” (Ari Weinsweig)<br />

6)<br />

Pensamento radical – superinvista<br />

na sua equipe!<br />

A principal obrigação<br />

moral de um líder é desenvolver<br />

as habili<strong>da</strong>des <strong>da</strong> sua<br />

equipe para o máximo possível<br />

<strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong>de, preparando-<br />

-os não só para serem excelentes<br />

agora, mas principalmente no<br />

futuro.<br />

7)<br />

Outro pensamento radical:<br />

distinto ou extinto.<br />

Escolha.<br />

De acordo com uma pesquisa<br />

realiza<strong>da</strong> pela Bain, com 362 empresas:<br />

— 8% dos clientes descrevem<br />

o atendimento de uma empresa<br />

como “superior”.<br />

— 80% <strong>da</strong>s empresas descrevem<br />

o seu próprio atendimento<br />

como sendo “superior”.<br />

Alguma coisa está erra<strong>da</strong> com<br />

esses números, concor<strong>da</strong>?<br />

8)<br />

ZMOT (Zero Moment of<br />

Truth – ou MZDV: Momento<br />

Zero <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de).<br />

De Jay Baer, autor de Youtility<br />

(um trocadilho com a palavra<br />

“utility”, que significa utili<strong>da</strong>de,<br />

mas que aqui coloca o pronome<br />

“you” – você – na frente):<br />

Você já sabe o que é um “momento<br />

<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de”, certo? É<br />

quando um cliente potencial decide<br />

se continua no processo de<br />

compra ou se procura outras opções.<br />

Mas o que é ZMOT, ou Momento<br />

Zero <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de?<br />

Muitos comportamentos podem<br />

ser chamados de ZMOT<br />

(MZDV), mas todos levam ao<br />

mesmo ponto: o cliente está pesquisando<br />

tudo online antes de<br />

falar com qualquer um de seus<br />

8<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


vendedores. Prova disso é que o<br />

Google fez uma pesquisa sobre<br />

o assunto e descobriu que 84%<br />

de to<strong>da</strong>s as compras hoje em dia<br />

são pesquisa<strong>da</strong>s antes.<br />

Para saber mais sobre isso, visite bit.ly/google<br />

_zmot (conteúdo em inglês).<br />

Neste sentido:<br />

2 Quais empresas deveriam<br />

estar nas mídias sociais? TO-<br />

DAS!<br />

2 Quais empresas deveriam ser<br />

fanáticas em relação à sua<br />

presença nas mídias sociais?<br />

TODAS!<br />

2 Quais empresas deveriam ter<br />

uma pessoa cuja única função<br />

é cui<strong>da</strong>r de mídias sociais?<br />

TODAS!<br />

<strong>da</strong>s empresas, em que agra<strong>da</strong>r o<br />

chefe é mais importante do que<br />

agra<strong>da</strong>r o cliente, fazer o que é<br />

certo ou inventar coisas novas<br />

que podem ser grandes diferenciais<br />

no futuro.<br />

“Sucesso é geralmente apenas<br />

1% do nosso trabalho, que resulta<br />

dos outros 99% que as pessoas<br />

chamam de fracassos.” (Soichiro<br />

Hon<strong>da</strong>)<br />

10)<br />

Para terminar, um<br />

“para pensar” que vale<br />

para a vi<strong>da</strong> inteira:<br />

“A vi<strong>da</strong> não é ficar esperando<br />

as tempestades passarem; é sobre<br />

aprender a <strong>da</strong>nçar na chuva.”<br />

(Frase atribuí<strong>da</strong> a Vivian Greene)<br />

Adorei esta mensagem!<br />

Meu amigo Bo Burlingham,<br />

autor de Small Giants, resumiu<br />

bem o que senti depois de ler<br />

este livro: “Tom Peters é o Red<br />

Bull <strong>da</strong> gestão de empresas”. Uma<br />

boa maneira de definir a lógica<br />

e a energia do livro, um ver<strong>da</strong>deiro<br />

tratado sobre como humanizar<br />

a empresa, deixá-la mais<br />

autêntica, estimular inovação e<br />

iniciativa, diferenciar-se mas,<br />

mais importante do que tudo,<br />

servir.<br />

Nunca tomei Red Bull, mas<br />

#ficaadica <strong>da</strong> leitura.<br />

Abraços em busca <strong>da</strong> excelência,<br />

Raul Candeloro<br />

Diretor<br />

www.ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

“Ninguém atingiu<br />

a excelência só<br />

pensando em<br />

fazer pior e mais<br />

barato.”<br />

9)<br />

Aceite e promova erros,<br />

apren<strong>da</strong> com eles, estimule<br />

a iniciativa. O contrário<br />

é a cultura de mediocri<strong>da</strong>de<br />

e falta de inovação,<br />

que infelizmente virou o padrão<br />

P.S. Mais uma frase do livro, só para terminar: “A vi<strong>da</strong> não é uma<br />

jorna<strong>da</strong> até o túmulo com a intenção de chegar lá de maneira totalmente<br />

organiza<strong>da</strong> e controla<strong>da</strong>. É para você atravessar a linha<br />

de chega<strong>da</strong> derrapando de lado, tendo usado e feito tudo que podia,<br />

vazando óleo e gritando ‘Jerônimo!!!!’” Bill McKenna, motociclista<br />

profissional.<br />

Aplique isso à gestão <strong>da</strong> sua empresa e me diga se, avaliando as<br />

reuniões que têm sido feitas e o estilo de decidir e de fazer as coisas,<br />

estão num carro fúnebre/rabecão ou num carro esportivo gritando<br />

“Jerônimo!”. Eu não sei você, mas nunca tinha visto (ou pensado)<br />

numa empresa diverti<strong>da</strong>, energiza<strong>da</strong>, cruzando a linha de chega<strong>da</strong><br />

e gritando Jerônimo. Vou experimentar na próxima reunião. :-)<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 9


Reservado para Você<br />

Assino a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> desde 2014. De lá para cá, minhas ven<strong>da</strong>s e meus negócios<br />

melhoraram muito!<br />

O conteúdo <strong>da</strong> revista é muito rico, as dicas são sempre muito práticas, é um<br />

material super-atualizado e dinâmico.<br />

Parabéns à equipe pelo trabalho e um agradecimento especial ao Raul.<br />

Grande abraço,<br />

Alentrício João Kunrath<br />

Para mim, a edição especial sobre<br />

prospecção é imbatível. Aprendi muito com<br />

ela! Além disso, também sou grande fã <strong>da</strong><br />

Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, que tem me aju<strong>da</strong>do<br />

muito na organização do meu trabalho.<br />

Michelle Guedes<br />

A edição temática sobre prospecção de clientes,<br />

publica<strong>da</strong> em maio de 2015, está disponível para download no Portal <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />

Acesse bit.ly/vmmai2015 e aproveite!<br />

E se ain<strong>da</strong> não adquiriu a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2019, não perca mais tempo.<br />

Visite agen<strong>da</strong>ven<strong>da</strong>mais.com.br e garanta a sua!<br />

Desde que fiz o curso Alta Performance em Ven<strong>da</strong>s (APV) passei a ter mais<br />

consciência dos oito passos <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> – me atentei principalmente ao Levantamento<br />

de Necessi<strong>da</strong>des, para não perder<br />

mais tempo lá na frente –, e minhas<br />

ven<strong>da</strong>s melhoraram significativamente!<br />

Sou muito grata.<br />

Djane <strong>da</strong> Silva<br />

Quer aprimorar seu desempenho em ven<strong>da</strong>s em<br />

2019? O Instituto <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> pode aju<strong>da</strong>r!<br />

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todos os nossos cursos.<br />

Gostaria de parabenizar a equipe<br />

<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> pela quali<strong>da</strong>de do trabalho.<br />

Sou assinante há aproxima<strong>da</strong>mente<br />

um ano e ca<strong>da</strong> edição é uma<br />

enxurra<strong>da</strong> de conhecimentos e treinamento<br />

para aplicar em minha empresa.<br />

Fico sempre ansiosa pela próxima<br />

edição, procuro colocar em prática<br />

tudo o que aprendo e deixo a revista<br />

à disposição de to<strong>da</strong> a minha<br />

equipe.<br />

Tenho buscado evoluir a ca<strong>da</strong> dia,<br />

e sei que para isso preciso acompanhar<br />

as inovações e necessi<strong>da</strong>des do mercado<br />

e ter uma equipe engaja<strong>da</strong> e bem<br />

treina<strong>da</strong> – o que infelizmente não é<br />

fácil. Acredito que estejamos no caminho<br />

certo e sei <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> revista<br />

neste processo.<br />

Abraços!<br />

Ludimila B. S. Marota<br />

A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é uma riquíssima fonte<br />

de inspiração, uma plataforma de<br />

ensaios de valor, uma banca<strong>da</strong> de testes<br />

permanentes e minha constante<br />

publicação de cabeceira. Portanto, fica<br />

difícil escolher apenas um dos conteúdos<br />

para destacar. Na sua grande maioria<br />

são métodos práticos para os mais<br />

distintos mercados e situações.<br />

Emir Pinho<br />

A e-zine <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é um boletim eletrônico<br />

semanal gratuito escrito por Raul Candeloro.<br />

Assine! bit.ly/ezineVM.<br />

Assino a e-zine <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e honestamente sempre leio tudo até o final. É o<br />

tipo de conteúdo que vem completo e esmiuçado, que se fosse sobre outro assunto<br />

ou outra fonte eu não leria. O artigo 12 fechamentos clássicos de ven<strong>da</strong>s,<br />

por exemplo, me ajudou com ideias de abor<strong>da</strong>gem e condução ao fechamento <strong>da</strong>s<br />

minhas ven<strong>da</strong>s.<br />

Fabian Massaneiro Oliveira e Silva<br />

Leia o artigo citado por Fabian: bit.ly/fechamentos-classicos.<br />

Participe <strong>da</strong> seção<br />

"Reservado para Você"<br />

Envie críticas, sugestões, deixe sua<br />

palavra, conte sua história, divi<strong>da</strong> seus<br />

resultados conosco, mostre sua equipe*.<br />

O espaço é todo seu. Estamos esperando<br />

por você!<br />

Escreva agora mesmo para leitor@<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br ou, se preferir, publique<br />

no mural <strong>da</strong> nossa página no<br />

Facebook (facebook.com/ven<strong>da</strong>mais)<br />

e participe! Sua opinião é muito importante<br />

para nós.<br />

*As fotos serão avalia<strong>da</strong>s pela equipe<br />

de re<strong>da</strong>ção.<br />

10<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


ENTRE NÓS<br />

Fazer o bem faz bem<br />

G<br />

uilherme Rasmussen, diretor<br />

comercial <strong>da</strong> Ven<strong>da</strong>-<br />

Mais, é “jipeiro” de carteirinha.<br />

No fim do ano passado ele participou<br />

do 10º Rally <strong>da</strong> Inclusão,<br />

em que mais de 90 jipeiros levaram<br />

cerca de 200 pessoas<br />

com deficiência para fazer uma<br />

trilha diverti<strong>da</strong> e emocionante<br />

perto de Curitiba (PR). “Foi<br />

um dia em que me doei para<br />

fazer o bem! Comigo foram a<br />

Ana, uma deficiente motora, e<br />

a Carol, uma deficiente mental.<br />

No caminho, teve muita lama,<br />

risa<strong>da</strong>s e gritos de alegria”,<br />

contou.<br />

Desafie-se e<br />

supere-se!<br />

“E<br />

m nosso trabalho de consultoria nas<br />

Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> temos defendido<br />

que, para sustentar os desafios <strong>da</strong> empresa,<br />

os executivos precisam superar desafios<br />

pessoais. Afinal, dessa forma essas pessoas<br />

terão disposição, resiliência e motivação para<br />

vencer os desafios organizacionais.<br />

Então, sempre que entramos em uma<br />

empresa, convi<strong>da</strong>mos os líderes <strong>da</strong> área<br />

comercial a escolherem um desafio pessoal<br />

para superar.<br />

Bacana, não?<br />

Que tal aproveitar a inspiração para pensar em maneiras de curtir seus hobbies<br />

ao mesmo tempo em que proporciona experiências únicas para pessoas com<br />

necessi<strong>da</strong>des especiais? Você vai ver como fazer o bem faz bem!<br />

Repensar é preciso!<br />

No fim do ano passado, aconteceu em São Paulo mais uma edição do Masterclass<br />

Rethink, o evento promovido pela <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> com o objetivo de reunir donos/<br />

sócios e diretores comerciais de médias e grandes empresas que desejam usar a<br />

exteligência para descobrir novos caminhos, novas opções e planejar um futuro de<br />

sucesso em ven<strong>da</strong>s.<br />

“Tivemos um dia intenso, rico e produtivo, com muitos debates sobre o que<br />

está acontecendo e sobre o que vemos como tendência para 2019. As conversas<br />

giraram em torno dos desafios para este ano, e focamos principalmente em diferenciação,<br />

rentabili<strong>da</strong>de/lucrativi<strong>da</strong>de, tecnologia e desenvolvimento de equipes”,<br />

contou Raul Candeloro.<br />

Além disso, o evento contou com apresentações do Marlus Jungton – falando<br />

sobre a Cultura Geradora de Negócios –, do Vinicius Kamei – falando sobre as 4<br />

disciplinas <strong>da</strong> execução – e <strong>da</strong> Karen Jardzwski – falando sobre os projetos de desenvolvimento<br />

de pessoas e lideranças que a equipe <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> está<br />

realizando em grandes empresas, como Cultura Inglesa e Casa Nissei.<br />

A cobertura completa do evento está no Portal <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />

Não deixe de ler! bit.ly/rethinkVM<br />

Na Araforros, em que o desafio deste<br />

ano é fazer o faturamento <strong>da</strong> empresa crescer<br />

29% e ter a maior margem de lucro dos<br />

últimos cinco anos, o CEO (Leopoldo Beserra)<br />

e a gerente de marketing (Laila Beserra),<br />

que já participavam de corri<strong>da</strong>s de 10km,<br />

decidiram se desafiar a fazer sua primeira<br />

meia maratona (uma corri<strong>da</strong> de 21km).<br />

Para isso, contrataram personal trainer,<br />

mu<strong>da</strong>ram a alimentação e a rotina, evoluíram<br />

e se inscreveram na Maratona de Florianópolis.<br />

Em novembro, viajaram com a família<br />

até a capital catarinense e cumpriram o desafio.<br />

Eu fui de Brasília para Florianópolis para<br />

acompanhá-los, porque a participação dos<br />

consultores também faz parte <strong>da</strong> proposta.<br />

Este é apenas um exemplo dessa iniciativa<br />

que está sendo realiza<strong>da</strong> em todos os<br />

clientes <strong>da</strong> consultoria Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

e que nos lembra que se você não mu<strong>da</strong>r,<br />

não vai conseguir sustentar uma mu<strong>da</strong>nça.”<br />

Marlus Jungton<br />

Sócio <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

solucoesven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 11


ON-LINE<br />

POR Francine Pereira<br />

Uma nova visão sobre<br />

a jorna<strong>da</strong> de compra e a<br />

economia concierge<br />

Há muito tempo especialistas<br />

se dedicam<br />

a entender o caminho<br />

que alguém percorre<br />

até chegar a uma<br />

marca, efetuar uma<br />

compra e se tornar um cliente fiel. Atualmente,<br />

a metodologia mais utiliza<strong>da</strong><br />

para mapear a jorna<strong>da</strong> de compra é o<br />

funil de ven<strong>da</strong>s, que também aju<strong>da</strong> a<br />

direcionar a abor<strong>da</strong>gem dos vendedores<br />

de acordo com a fase em que os<br />

leads/prospects/clientes se encontram.<br />

O funil de ven<strong>da</strong>s teve origem a<br />

partir do modelo AIDA, que determina<br />

que, para conquistar um cliente, a empresa<br />

precisa chamar a atenção dele,<br />

criar interesse, despertar o desejo e,<br />

então, agir.<br />

Porém, enquanto ain<strong>da</strong> é ver<strong>da</strong>de<br />

que as empresas precisam atrair a atenção<br />

do cliente, capturar seu interesse<br />

e gerar desejo, as transformações tecnológicas<br />

e as mu<strong>da</strong>nças no perfil do<br />

consumidor vêm impactando diretamente<br />

a forma como os clientes buscam<br />

produtos e serviços e interagem com<br />

as marcas.<br />

Assim, a jorna<strong>da</strong> de compra tem<br />

se tornado ca<strong>da</strong> vez mais complexa e<br />

não linear, e é importante engajar-se<br />

ativamente com seu público-alvo em<br />

diferentes momentos e canais para<br />

garantir que no fim <strong>da</strong>s contas ven<strong>da</strong>s<br />

sejam feitas e carteiras de clientes<br />

cresçam.<br />

Afinal, utilizando diferentes dispositivos,<br />

acessando multicanais e buscando<br />

uma diversi<strong>da</strong>de de informações<br />

em momentos distintos, os consumidores/compradores<br />

<strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de esperam<br />

que as marcas os ajudem a encontrar<br />

o que eles precisam ao longo<br />

dessa jorna<strong>da</strong> que, muitas vezes, pode<br />

parecer mais um labirinto do que um<br />

caminho contínuo.<br />

Recentemente, a equipe <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

esteve em Tóquio, no Japão,<br />

acompanhando a 10ª edição do<br />

ad:tech, evento que fala sobre tendências<br />

tecnológicas na área de Marketing,<br />

e essa nova visão sobre a jorna<strong>da</strong><br />

de compra foi um dos destaques<br />

do encontro.<br />

Em sua palestra, Seth Dellaire,<br />

vice-presidente global de Advertising<br />

Sales <strong>da</strong> Amazon, apontou que o processo<br />

de compra já não segue uma<br />

linha contínua e que os canais e dispositivos<br />

utilizados pelos clientes se sobrepõem<br />

durante a jorna<strong>da</strong>. “Os clientes<br />

querem receber informações sobre<br />

os produtos a qualquer momento e em<br />

qualquer dispositivo. Essa diversi<strong>da</strong>de<br />

de pontos de contato pode ser benéfica,<br />

mas também oferece muitos desafios<br />

para as empresas em relação à<br />

definição <strong>da</strong> melhor estratégia para<br />

alcançar seu público”, destacou o executivo.<br />

De acordo com Dellaire:<br />

2 67% dos visitantes <strong>da</strong> Amazon acessam<br />

o site sem saber o que querem<br />

comprar.<br />

2 Apenas 2,5% dos consumidores<br />

online em todo o mundo compram<br />

algo após visualizarem um produto<br />

na web.<br />

Em uma visão mais tradicional do<br />

funil de ven<strong>da</strong>s, a visita à uma loja online<br />

sinalizaria alta intenção de compra<br />

e, portanto, que o cliente estaria na<br />

fase final <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> de compra. No<br />

entanto, Dellaire salienta que os <strong>da</strong>dos<br />

mostram que muitas pessoas visitam<br />

uma página de e-commerce no início<br />

<strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> simplesmente para buscar<br />

mais informações e inspirações de compras<br />

que farão online e off-line no futuro.<br />

Ou seja, não há um caminho linear,<br />

e sim um vai e volta de canais e informações.<br />

Um levantamento realizado pelo<br />

Google reforçou essa visão e mostrou<br />

que a jorna<strong>da</strong> de compra pode ser única<br />

para ca<strong>da</strong> consumidor. O estudo revelou,<br />

por exemplo, que:<br />

12<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

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Marcas como concierges<br />

Neste cenário em que os consumidores<br />

buscam as marcas em diferentes momentos,<br />

de diferentes dispositivos, buscando<br />

diversos tipos de informações, como sua<br />

empresa pode se preparar para atender<br />

as necessi<strong>da</strong>des do seu público?<br />

De acordo com Pete Blackshaw,<br />

vice-presidente global de Inovação Digital<br />

<strong>da</strong> Nestlé, as organizações devem<br />

se posicionar como um concierge.<br />

Seth Dellaire<br />

O executivo esteve no ad:Tech em<br />

Tóquio apresentando o conceito de Invitational<br />

Marketing. “Vivemos em uma era<br />

em que os consumidores estão indo às<br />

marcas com diversas dúvi<strong>da</strong>s, perguntas<br />

e solicitações de aju<strong>da</strong>. Nesse contexto,<br />

para entregar valor para seus públicos,<br />

as empresas precisam pensar e agir como<br />

um concierge”, aponta Blackshaw.<br />

Pete Blackshaw<br />

2 Muitas vezes o cliente aumenta e<br />

diminui o número de opções de<br />

marcas em diversos momentos do<br />

processo de pesquisa – é como se<br />

existissem vários funis dentro <strong>da</strong><br />

jorna<strong>da</strong> de compra.<br />

2 Outras vezes o consumidor começa<br />

a jorna<strong>da</strong> já com uma marca em<br />

mente e as pesquisas servem para<br />

confirmar sua visão.<br />

2 Em alguns casos, a pesquisa e a<br />

busca por informações vai muito<br />

além até depois <strong>da</strong> compra.<br />

Confira essa pesquisa na<br />

íntegra (em inglês) acessando<br />

bit.ly/jorna<strong>da</strong>de<br />

compra-Google.<br />

O concierge é aquele profissional que<br />

trabalha em hotéis e que está sempre<br />

pronto para responder as dúvi<strong>da</strong>s e solicitações<br />

dos clientes, escuta-os atenciosamente,<br />

oferece um atendimento<br />

impecável e antecipa as necessi<strong>da</strong>des<br />

deles. É nesse sentido que o especialista<br />

aponta que as empresas precisam se<br />

posicionar como um concierge.<br />

Ao levar em conta a jorna<strong>da</strong> não<br />

linear do consumidor atual, agir como<br />

um concierge e ter essa visão de estar<br />

preparado para aju<strong>da</strong>r os clientes a<br />

qualquer momento e em qualquer plataforma<br />

se torna ca<strong>da</strong> vez mais crucial<br />

para alcançar seu público, gerar valor<br />

para seus clientes e ser encontrado<br />

pelos consumidores.<br />

Então, você está preparado para<br />

atender as necessi<strong>da</strong>des dos clientes<br />

nessa jorna<strong>da</strong> de compra não linear?<br />

Seu futuro depende disso!<br />

Apren<strong>da</strong> mais assistindo<br />

à palestra (em inglês) de<br />

Blackshaw sobre Concierge<br />

Economy: bit.ly/TED-<br />

-concierge-economy.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 13


MANUAL DO LÍDER<br />

Por Francine Pereira<br />

Ensinar é melhor que delegar<br />

Delegar faz parte do trabalho<br />

de liderança. No<br />

entanto, muitas vezes os<br />

gestores preferem fazer<br />

algo eles mesmos, em<br />

vez de correr o risco de transferir a<br />

responsabili<strong>da</strong>de para alguém menos<br />

capacitado – especialmente quando<br />

tarefas mais complexas precisam ser<br />

executa<strong>da</strong>s.<br />

Art Markman, doutor em Psicologia<br />

e autor do livro Smart Thinking (Pensamento<br />

inteligente, em tradução literal,<br />

ain<strong>da</strong> não lançado no Brasil), destaca<br />

que há um grande problema com esse<br />

tipo de mentali<strong>da</strong>de. Para ele, dessa<br />

forma, você só passará tarefas estratégicas<br />

para seus liderados quando não<br />

tiver tempo de executá-las por conta<br />

própria – o que, segundo o especialista,<br />

condiciona os funcionários ao fracasso.<br />

“Um técnico não deixaria um atleta<br />

entrar em um grande jogo sem praticar<br />

extensivamente antes. Os gerentes<br />

devem compartilhar essa mesma<br />

mentali<strong>da</strong>de. Quando você atribui a<br />

alguém uma tarefa pela primeira vez<br />

– sem treinamento prévio –, as chances<br />

de sucesso são pequenas. E ain<strong>da</strong>, você<br />

também corre o risco de prejudicar<br />

Art Markman<br />

a moral <strong>da</strong> equipe. Os funcionários<br />

podem ter a impressão de que não são<br />

capazes de realizar um trabalho complexo”,<br />

salienta Markman.<br />

Para resolver essa questão, ele<br />

indica que é importante deixar de pensar<br />

em delegar tarefas como apenas<br />

uma repasse de ativi<strong>da</strong>des e passar a<br />

enxergar isso como uma oportuni<strong>da</strong>de<br />

de treinamento e desenvolvimento<br />

dos profissionais.<br />

O especialista explica que quando<br />

você tem uma mentali<strong>da</strong>de de um coach,<br />

em vez de um gerente delegando trabalho,<br />

naturalmente procurará formas de<br />

<strong>da</strong>r mais responsabili<strong>da</strong>de às pessoas<br />

que trabalham com você. Assim, aqueles<br />

profissionais que se esforçam e demonstram<br />

aptidão terão mais oportuni<strong>da</strong>des<br />

de tentar novas tarefas desafiadoras.<br />

Então, você tem delegado tarefas<br />

ou ver<strong>da</strong>deiramente capacitado seu<br />

time?<br />

Compartilhe sua visão e sua experiência sobre<br />

essa questão enviando um e-mail para leitor@<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br. Sua história poderá ser conta<strong>da</strong><br />

nas páginas <strong>da</strong> próxima edição <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />

14<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


9 perguntas que aju<strong>da</strong>m a revelar<br />

feedbacks surpreendentes<br />

Quando você realiza uma reunião com seus liderados, consegue<br />

obter informações inéditas ou geralmente acaba<br />

confirmando o que já sabia?<br />

A ver<strong>da</strong>de é que, nessas ocasiões, pode ser difícil fazer<br />

com que o profissional se sinta à vontade para falar abertamente<br />

sobre o que ele realmente pensa. Mas saiba que, muitas<br />

vezes, tudo o que você precisa é fazer a pergunta certa!<br />

Com o objetivo de entender quais são as questões que<br />

aju<strong>da</strong>m os líderes a desven<strong>da</strong>r informações desconheci<strong>da</strong>s<br />

durante as conversas com seu time, a empresa Know Your<br />

Company, que desenvolve um software para obtenção de<br />

feedbacks, realizou uma pesquisa com cerca de 15 mil profissionais,<br />

de 300 organizações, em mais de 25 países. Segundo<br />

o estudo, estas são as nove perguntas mais eficientes<br />

para revelar feedbacks surpreendentes:<br />

1)<br />

“Você tem medo de algo no trabalho?”<br />

Fazer essa pergunta pode ajudá-lo a identificar áreas,<br />

processos e pessoas que intimi<strong>da</strong>m os colaboradores.<br />

Isso, por sua vez, permitirá que você aja para resolver<br />

os problemas identificados.<br />

2)<br />

“Você viu algo recentemente que o fez pensar:<br />

‘Eu gostaria de ter feito aquilo’?”<br />

75% dos participantes <strong>da</strong> pesquisa responderam<br />

“sim” a esta pergunta. Isso mostra que os profissionais estão<br />

observando o que concorrentes estão fazendo e podem ter<br />

ideias para melhorar o desempenho <strong>da</strong> empresa. Algumas<br />

dessas ideias podem ser revela<strong>da</strong>s se o líder fizer este simples<br />

questionamento.<br />

3)<br />

“Existe algo na empresa que não estamos<br />

medindo, mas que deveríamos monitorar?”<br />

As respostas a esta questão podem indicar fatores<br />

e/ou áreas que merecem receber uma atenção maior e que<br />

têm potencial de melhorar os resultados do negócio.<br />

4)<br />

“Você gostaria de interagir com alguma<br />

área específica na empresa?”<br />

Pode ser que alguns profissionais <strong>da</strong> sua empresa<br />

se sintam isolados. Ao fazer esta pergunta, você poderá entender<br />

quem são eles e pensar em formas de resolver essa<br />

questão.<br />

5)<br />

“Há algum tipo de benefício que não oferecemos<br />

e que você acha que deveríamos oferecer?<br />

Se sim, qual?”<br />

Ao entender quais são os benefícios que os seus colaboradores<br />

mais valorizam, é possível passar a oferecê-los e, assim,<br />

aumentar a satisfação e a retenção de profissionais de alta<br />

performance em sua equipe.<br />

6)<br />

“Você acredita que poderia contribuir em<br />

alguma área fora do seu cargo atual?”<br />

A partir <strong>da</strong>s respostas a esta questão, você entenderá<br />

melhor os interesses dos profissionais e poderá direcioná-los<br />

para atuar de forma mais abrangente na organização.<br />

7)<br />

“Existe alguém na empresa com quem você<br />

gostaria de trabalhar por algumas semanas,<br />

para aprender algo novo?”<br />

92% dos participantes <strong>da</strong> pesquisa disseram que gostariam de<br />

passar um período aprendendo com determinado profissional<br />

na empresa. Isso mostra o quanto eles anseiam por saber mais<br />

e desenvolver habili<strong>da</strong>des – especialmente com a aju<strong>da</strong> de<br />

outras pessoas <strong>da</strong> empresa. A partir <strong>da</strong>í, você pode, por exemplo,<br />

criar um programa interno de coaching, pensar em uma<br />

rotação de tarefas por um dia, desenvolver treinamentos<br />

“misturando” times diferentes e assim por diante.<br />

8)<br />

“Você acha que existem pessoas na empresa<br />

que desenvolvem um grande trabalho,<br />

mas que não são devi<strong>da</strong>mente reconheci<strong>da</strong>s?”<br />

Muitos profissionais podem se sentir desvalorizados. A resposta<br />

a essa questão vai ajudá-lo a descobrir em quais projetos ou áreas<br />

os funcionários gostariam de receber mais reconhecimento.<br />

9)<br />

“Existem coisas na empresa que você não<br />

tem conhecimento, mas acredita que deveria<br />

saber?”<br />

Os profissionais querem saber mais sobre a empresa em que<br />

trabalham. Ao fazer essa pergunta, você entenderá sobre o<br />

quê exatamente seus colaboradores buscam mais conhecimento<br />

e poderá capacitá-los nesse sentido.<br />

Que tal se organizar para colocar este exercício em prática<br />

na próxima reunião com a sua equipe?<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 15


Perspectivas<br />

J.B. Vilhena<br />

O que<br />

podemos<br />

esperar<br />

de 2019?<br />

Minha formação básica em Economia me permitiu dominar<br />

técnicas de cenarização. Quando utilizo esta ferramenta<br />

nas aulas de Estratégia de Ven<strong>da</strong>s do MBA em Gestão<br />

Comercial <strong>da</strong> FGV, percebo que os alunos identificam<br />

que a montagem de cenários pode ser uma ferramenta<br />

importante para a gestão comercial.<br />

Cenarização é a tentativa de previsão do futuro a<br />

partir <strong>da</strong> análise de variáveis que interferem no seu negócio.<br />

Algumas pessoas tendem a confundir esta ferramenta<br />

do Planejamento Estratégico com “tentativa de<br />

adivinhar o futuro”. Esta visão equivoca<strong>da</strong> normalmente<br />

se apoia em ideias como “o mundo é imprevisível”, “as<br />

variáveis são tantas que não dá para prever to<strong>da</strong>s elas”<br />

ou mesmo “nem os melhores pais de santo sabem para onde o mundo está indo”.<br />

Não temos espaço para sustentar longas polêmicas. Portanto, para aqueles que não<br />

acreditam em cenários, faço apenas uma pergunta: por que será que as maiores empresas<br />

do mundo contratam cenaristas para ajudá-las a visualizar melhor o que vem pela frente?<br />

Simples: porque funciona!<br />

Isto posto, vamos pensar sobre como deverá ser o primeiro ano do presidente Bolsonaro<br />

e quais os impactos dessas possibili<strong>da</strong>des no dia a dia <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s.<br />

Para ca<strong>da</strong> hipótese aponta<strong>da</strong>,<br />

descreverei alternativas otimistas<br />

e alternativas pessimistas. Pondere<br />

sobre as possibili<strong>da</strong>des e defina<br />

qual julga ser mais provável.<br />

Economia<br />

Alguns fun<strong>da</strong>mentos básicos <strong>da</strong><br />

economia brasileira estão indo<br />

bem. Temos uma dívi<strong>da</strong> externa<br />

equilibra<strong>da</strong>, nossas reservas internacionais<br />

são substanciais e a política<br />

cambial é flexível. Nosso<br />

maior problema reside em um conceito<br />

clássico: patrimonialismo.<br />

Patrimonialismo é um termo<br />

que deriva <strong>da</strong>s palavras patrimônio<br />

e patrimonial e pode ser<br />

definido como uma concepção de<br />

poder em que as esferas pública<br />

e priva<strong>da</strong> confundem-se e,<br />

16<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


muitas vezes, tornam-se quase<br />

indistintas.<br />

Um líder político é qualificado<br />

como patrimonialista quando, ao<br />

assumir um cargo na esfera pública,<br />

acaba “instrumentalizando” a<br />

estrutura estatal para satisfazer<br />

necessi<strong>da</strong>des pessoais – ou de seus<br />

companheiros. Em outras palavras,<br />

um governo patrimonialista governa<br />

para si mesmo, sem pensar<br />

nos impactos que suas decisões<br />

terão sobre a população em geral.<br />

Bolsonaro tem prometido romper<br />

com esse ciclo, pautando as<br />

decisões pelo interesse público e<br />

não pelo interesse político-partidário.<br />

Caso consiga nomear um<br />

ministério com perfil técnico e<br />

inicie imediatamente um programa<br />

de reformas, conseguirá aumentar<br />

significativamente o grau de confiança<br />

do consumidor na economia,<br />

o que acabará se traduzindo em<br />

novos investimentos produtivos e<br />

ampliação do consumo.<br />

Se na<strong>da</strong> disso acontecer, o mercado<br />

continuará retraído e desconfiado<br />

– trazendo mais recessão e<br />

desemprego.<br />

Política<br />

A maioria dos partidos brasileiros<br />

tem um perfil fisiológico e não<br />

ideológico. Ou seja, agem para se<br />

perpetuar no poder e não para implementar<br />

as políticas que defendem<br />

durante campanhas eleitorais.<br />

Se Bolsonaro encaminhar uma<br />

reforma política realmente reestruturante,<br />

teremos menos partidos<br />

e menos políticos que alugam suas<br />

legen<strong>da</strong>s para defender interesses<br />

patrimonialistas.<br />

Dificilmente este tipo de reforma<br />

será aprovado com rapidez,<br />

mas seu simples encaminhamento<br />

sinalizaria para o mercado que<br />

estamos procurando atingir um<br />

nível de serie<strong>da</strong>de política que é<br />

característico <strong>da</strong>s economias desenvolvi<strong>da</strong>s.<br />

O resultado prático<br />

disso para as ven<strong>da</strong>s seria um<br />

aumento <strong>da</strong> credibili<strong>da</strong>de do setor<br />

público, que se traduziria numa<br />

espiral de consumo que alavancaria<br />

as ven<strong>da</strong>s.<br />

Se na<strong>da</strong> for feito neste sentido,<br />

continuaremos a ter a prática<br />

do chamado “toma lá, dá cá”,<br />

que inflaciona os preços, estimula<br />

a corrupção e alimenta os<br />

cartéis.<br />

Socie<strong>da</strong>de<br />

Acredito que aqui esteja o maior<br />

desafio, pois estamos falando de<br />

três coisas básicas: educação, saúde<br />

e segurança.<br />

Caso as propostas de reforma/<br />

mu<strong>da</strong>nça na educação básica indiquem<br />

uma melhor adequação<br />

aos novos requisitos do mundo<br />

contemporâneo – basicamente<br />

trata-se de ensinar a criança a pensar<br />

ao invés de cobrá-la <strong>da</strong> sua<br />

capaci<strong>da</strong>de de memorização –, <strong>da</strong>remos<br />

um passo importante para<br />

garantir um futuro melhor para<br />

todos. Apesar disso, os impactos<br />

de curto prazo sobre as ven<strong>da</strong>s são<br />

desprezíveis.<br />

A questão <strong>da</strong> saúde é muito<br />

mais uma resposta prática a mu<strong>da</strong>nças<br />

na nossa forma de fazer<br />

política. Há pouco tempo o prefeito<br />

de uma <strong>da</strong>s capitais mais<br />

importantes do país ofereceu<br />

para seus correligionários facili<strong>da</strong>des<br />

para a realização de cirurgias<br />

de catarata, lembra-se<br />

disso? Pois é assim que a saúde<br />

tende a ser trata<strong>da</strong> no Brasil, o<br />

que acaba por transformá-la numa<br />

moe<strong>da</strong> de troca e não em uma<br />

política pública eficaz.<br />

A profissionalização <strong>da</strong> gestão,<br />

caso aconteça, melhorará a cobertura<br />

e a eficiência do SUS. Pessoas<br />

mais saudáveis acreditam mais em<br />

si mesmas e no futuro, e isso se<br />

traduz diretamente em aumento<br />

do consumo.<br />

Por outro lado, se tudo continuar<br />

como está agora, continuaremos<br />

tendo pessoas morrendo nas<br />

filas de hospitais, epidemias já<br />

controla<strong>da</strong>s no passado voltando<br />

a nos infernizar e outras mazelas.<br />

Isso mina a confiança do consumidor<br />

e inibe o consumo.<br />

A questão <strong>da</strong> segurança quase<br />

dispensa discussões. Pessoas assusta<strong>da</strong>s,<br />

acua<strong>da</strong>s dentro de seus<br />

lares e sem coragem de “botar o<br />

pé na rua” consomem menos. O<br />

novo governo “colocou muitas fichas”<br />

na sua capaci<strong>da</strong>de de reverter<br />

o quadro atual. Se isso acontecer,<br />

as ven<strong>da</strong>s crescem. Se os bandidos<br />

continuarem a <strong>da</strong>r as cartas,<br />

o consumo será menos estimulado<br />

ou mesmo decrescerá.<br />

Tecnologia<br />

Por conta do pouco espaço que me<br />

resta, farei uma supersíntese sobre<br />

este tema, afirmando que se não<br />

fizermos obras infraestruturais,<br />

começando a tornar a tecnologia<br />

nossa alia<strong>da</strong>, poderemos até ter um<br />

curto período de crescimento, mas<br />

ele não se sustentará, pois começará<br />

a haver falta de energia, de estra<strong>da</strong>s,<br />

de internet, de sistemas etc.<br />

E você, o que acredita que irá<br />

acontecer? Quando tiver montado<br />

o seu cenário, compartilhe comigo<br />

e eu prometo escrever um novo<br />

artigo, sintetizando as opiniões de<br />

nossos leitores.<br />

"Pessoas mais<br />

saudáveis<br />

acreditam mais<br />

em si mesmas<br />

e no futuro, e<br />

isso se traduz<br />

diretamente<br />

em aumento do<br />

consumo."<br />

J.B. Vilhena é coordenador<br />

acadêmico do MBA em<br />

Gestão Comercial <strong>da</strong> FGV,<br />

doutorando em Gestão de<br />

Negócios pela FGV/Rennes<br />

(França), consultor e palestrante.<br />

E-mail: jbvilhena@uol.<br />

com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 17


Supervendedor / Por Fernan<strong>da</strong> Cequinel /<br />

Arquivo Pessoal<br />

Um senhor vendedor!<br />

Com quantos anos você pretende se aposentar?<br />

Adhemar Pereira <strong>da</strong> Cruz, representante comercial <strong>da</strong> Piffer –<br />

uma empresa mineira de artigos para festa e decoração –, prefere não<br />

pensar nisso. Perto de completar 85 anos, ele tem energia e disposição<br />

de sobra para continuar trabalhando, e explica por quê. “Eu amo o que<br />

eu faço. Trabalho porque é financeiramente necessário, é ver<strong>da</strong>de, mas<br />

acima disso está a minha paixão pela área de ven<strong>da</strong>s. Se você não ama<br />

o que faz, está no caminho errado”, declara.<br />

Segredo <strong>da</strong> longevi<strong>da</strong>de<br />

Questionado sobre como mantém uma vi<strong>da</strong> saudável, mantendo-se<br />

ativo no mercado de trabalho, Adhemar garante que a motivação é<br />

o próprio trabalho. E não pense que ele tem uma jorna<strong>da</strong> diária mais<br />

tranquila por causa <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de. Muitas vezes, quando precisa se deslocar<br />

para uma região mais longe <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de para atender um cliente,<br />

Adhemar acor<strong>da</strong> às 4h <strong>da</strong> manhã. E isso que raramente<br />

ele vai dormir antes <strong>da</strong> meia-noite... “Geralmente<br />

chego em casa por volta <strong>da</strong>s 19h, tomo um<br />

banho e vou para o meu escritório organizar os<br />

pedidos realizados, e assim sigo, trabalhando até o<br />

início <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>”, revela.<br />

Apesar de trabalhar como representante comercial<br />

<strong>da</strong> Piffer na ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro há 23<br />

anos, e de ter uma ampla experiência na área comercial<br />

(ele já vendeu de brinquedos à farinha de<br />

trigo), Adhemar diz que não se considera um supervendedor,<br />

e o motivo é simples: há sempre algo<br />

novo para aprender. “Eu brinco que vou morrer<br />

sem saber na<strong>da</strong>, pois todos os dias eu aprendo algo<br />

novo. A maior escola <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é a própria vi<strong>da</strong>”,<br />

garante.<br />

18<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Mas Ana Paula de Almei<strong>da</strong>, supervisora de ven<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> Piffer, não concor<strong>da</strong> com ele. Tanto é que foi<br />

ela quem o apresentou para a nossa equipe, dizendo:<br />

“ele atinge e supera todos os objetivos de ven<strong>da</strong>s<br />

traçados pela empresa com um sucesso fantástico”.<br />

“Ele é muito dedicado e participativo, lê muito e está<br />

sempre atualizado<br />

em relação às tendências<br />

do mercado.<br />

Além disso, tem facili<strong>da</strong>de<br />

para superar<br />

as objeções e<br />

sabe se relacionar<br />

muito bem com os clientes”, acrescentou. Por fim, ela<br />

disse: “Ele é um exemplo para a nossa equipe sobre<br />

como trabalhar com disciplina e engajamento, fazendo<br />

a diferença por onde passa”.<br />

Adhemar aproveitou o ensejo para destacar que<br />

tem uma relação muito tranquila, produtiva e honesta<br />

com seus líderes, que sabem que ele não abre mão<br />

do seu jeito de trabalhar – que, para algumas pessoas,<br />

pode ser polêmico, já que ele não concor<strong>da</strong> muito<br />

com metas de ven<strong>da</strong>s, por exemplo. “Eu não tenho<br />

metas, tenho responsabili<strong>da</strong>des. Se eu assumi o compromisso<br />

de ser o representante <strong>da</strong> empresa, eu tenho<br />

que fazer isso bem feito, pois quando eu entro em um<br />

estabelecimento comercial é a empresa que está ali.<br />

O trabalho precisa ser realizado com muito profissionalismo<br />

e competência, com a devi<strong>da</strong> atenção às<br />

palavras e à apresentação pessoal. Eu me cobro muito<br />

e se tem algo que eu nunca vou desistir é de alcançar<br />

a perfeição”, explica.<br />

O dia a dia em ven<strong>da</strong>s<br />

Conhece um profissional de ven<strong>da</strong>s que é<br />

um supervendedor (ou um superlíder) e<br />

gostaria de ver a história dele conta<strong>da</strong> aqui?<br />

Escreva para leitor@ven<strong>da</strong>mais.com.br e<br />

apresente-o para nós!<br />

Para Adhemar, o profissional de ven<strong>da</strong>s que deseja<br />

se destacar precisa aliar teoria à prática no seu dia a<br />

dia de trabalho, pois não há na<strong>da</strong> que ensine mais do<br />

que a vivência como vendedor. Neste sentido, ele diz<br />

valorizar muito a visita aos clientes e lamenta que<br />

muitos colegas <strong>da</strong> área tenham deixado esse contato<br />

pessoal de lado nos últimos anos. “Obviamente a<br />

evolução tecnológica trouxe muitas facili<strong>da</strong>des, mas<br />

também prejuízos. As pessoas se isolam. Hoje não se<br />

trocam mais ideias, apertam-se teclas. Não podemos<br />

esquecer o quanto o contato pessoal e o diálogo são<br />

importantes para quem atua em ven<strong>da</strong>s”, destaca.<br />

Quando visita seus clientes, Adhemar não se<br />

limita a “tirar pedidos”. Ele observa o consumidor<br />

que entra na loja, analisa a disposição dos produtos,<br />

avalia o atendimento prestado pelos<br />

funcionários e então busca apresentar<br />

soluções para os clientes. “É<br />

preciso estar atento ao consumidor<br />

final e às tendências de mercado,<br />

pois tudo isso interfere na ven<strong>da</strong>.<br />

O Brasil é um grande continente,<br />

o que é bom no Sul muitas vez não<br />

é bom no Norte, e essas diferenças<br />

precisam ser identifica<strong>da</strong>s pelo<br />

vendedor”, aponta.<br />

Com a grande experiência e<br />

o conhecimento que tem, este supervendedor<br />

também dá conselhos,<br />

ideias e sugestões aos lojistas<br />

que fazem parte <strong>da</strong> sua carteira<br />

de clientes. Para isso, utiliza os<br />

cerca de 200 materiais que produziu<br />

sobre diferentes questões,<br />

como localização, layout e vitrines,<br />

e faz questão de man<strong>da</strong>r para os clientes junto<br />

com a cópia dos pedidos.<br />

“Quando eu, representante de uma indústria,<br />

visito o cliente, eu chego com a possibili<strong>da</strong>de de<br />

ven<strong>da</strong> zero, mas quando o consumidor entra na<br />

loja, 50% <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> já está feita, porque a pessoa já<br />

tem a intenção de comprar. Os outros 50% competem<br />

ao vendedor, por meio do atendimento e do<br />

diálogo. Sabendo disso, eu procuro orientar, destacar<br />

a importância de ter funcionários motivados,<br />

que conheçam o produto que estão vendendo. Já<br />

tive, inclusive, a oportuni<strong>da</strong>de de transformar<br />

clientes, que identificaram a necessi<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>r<br />

de ramo”, conta.<br />

Relação fornecedor x comprador<br />

Outro ponto que Adhemar destaca é a necessi<strong>da</strong>de<br />

de entender que a relação entre fornecedor e comprador<br />

deve ser de parceria e de respeito mútuo,<br />

para garantir um relacionamento produtivo. Ele<br />

salienta que, como profissional <strong>da</strong> área de ven<strong>da</strong>s,<br />

precisa tratar todos os clientes <strong>da</strong> mesma forma, sem<br />

fazer distinção entre os pequenos e grandes lojistas.<br />

“Todos eles, independente do número de pedidos,<br />

merecem a mesma conduta e boa vontade, o mesmo<br />

atendimento, preço e prazo de pagamento. Se eu garanto<br />

benefícios apenas para os grandes, acabo inibindo<br />

o crescimento dos pequenos, e eu preciso deles<br />

também”, completa.<br />

“É preciso<br />

estar atento<br />

ao consumidor<br />

final e às<br />

tendências<br />

de mercado,<br />

pois tudo isso<br />

interfere na<br />

ven<strong>da</strong>. O Brasil<br />

é um grande<br />

continente, o<br />

que é bom no<br />

Sul muitas vez<br />

não é bom no<br />

Norte, e essas<br />

diferenças<br />

precisam ser<br />

identifica<strong>da</strong>s<br />

pelo vendedor.”<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 19


entrevista / Por João Guilherme Brotto e Natasha Schiebel /<br />

João Guilherme Brotto<br />

Mais<br />

<strong>da</strong>dos e<br />

menos<br />

drama<br />

A<br />

RD Station nasceu em 2011 com o objetivo deaju<strong>da</strong>r<br />

pequenas e médias empresas a crescerem<br />

de forma previsível, escalável e sustentável.<br />

Para isso, a empresa de origem catarinense apresentou<br />

ao mercado um software que visava transformar a<br />

reali<strong>da</strong>de do marketing digital no Brasil e uma metodologia<br />

que apoia a estruturação e a execução <strong>da</strong> estratégia<br />

de marketing e ven<strong>da</strong>s.<br />

Porém, alguns anos depois, os executivos à frente<br />

<strong>da</strong> companhia perceberam que um gap havia sido criado.<br />

Com as soluções ofereci<strong>da</strong>s pela empresa, os clientes<br />

geravam leads, mas não sabiam o que fazer depois...<br />

Para resolver este problema, em novembro de 2018<br />

nasceu o RD Station CRM, uma ferramenta cujo objetivo<br />

é profissionalizar a gestão comercial.<br />

20<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Na época do lançamento, nossa equipe esteve<br />

em Florianópolis (SC) a convite <strong>da</strong> RD para participar<br />

do RD Summit, o maior evento de marketing<br />

digital e ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> América Latina. Lá, conversamos<br />

com Luis Lourenço, gerente de produtos e<br />

negócios <strong>da</strong> RD Station CRM. No bate-papo, ele<br />

revelou tudo o que você precisa saber para deixar<br />

de basear seu trabalho em ven<strong>da</strong>s em achismos e<br />

passar a se orientar por <strong>da</strong>dos e, assim, vender<br />

ca<strong>da</strong> vez mais e melhor – e com menos drama.<br />

Acompanhe!<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> – Uma pesquisa realiza<strong>da</strong> pela RD Station<br />

revelou que 70% dos mais de 12 mil clientes <strong>da</strong> empresanão<br />

têm um CRM para controlar suas ven<strong>da</strong>s.<br />

Que problemas a falta de um sistema de ven<strong>da</strong>s<br />

pode gerar para uma companhia?<br />

Luis Lourenço – Este é um <strong>da</strong>do interessante porque<br />

a base <strong>da</strong> RD é forma<strong>da</strong> por empresas maduras, que<br />

fazem inbound marketing, entendem o conceito de<br />

lead, têm noção do que é um funil de ven<strong>da</strong>s, e<br />

mesmo assim a maioria ain<strong>da</strong> não investe em uma<br />

ferramenta simples de gestão comercial.<br />

Basicamente, uma empresa sem CRM perde<br />

dinheiro, tempo e produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> equipe de<br />

ven<strong>da</strong>s – que poderia ser muito mais competitiva,<br />

mas que devido à falta de ferramenta não consegue<br />

atingir a alta performance. Afinal, a falta de<br />

<strong>da</strong>dos (ou a má gestão dos <strong>da</strong>dos) impossibilita o<br />

gerenciamento; sem isso, perde-se o controle do<br />

time de ven<strong>da</strong>s e dos próprios gestores comerciais;<br />

o relacionamento com os clientes também é afetado;<br />

e marketing e ven<strong>da</strong>s não se falam como<br />

deveriam.<br />

O que alguém que está começando a se preocupar<br />

em coletar <strong>da</strong>dos e está buscando um CRM deve levar<br />

em consideração?<br />

Primeiramente, é preciso<br />

ter muito claro qual é o seu<br />

perfil de cliente ideal (PCI).<br />

Depois, é importante ter<br />

um funil de ven<strong>da</strong>s bem<br />

definido – ou seja, saber<br />

Saiba como definir seu<br />

perfil de cliente ideal<br />

lendo o artigo Qual é o<br />

seu modelo comercial?<br />

(pgs. 46 a 49).<br />

quais são as etapas que um negócio percorre desde<br />

que é criado até ser fechado. Na sequência, deve-se<br />

definir quais são os gatilhos de passagem/as ações<br />

que fazem um cliente avançar no funil de ven<strong>da</strong>s.<br />

Então, vem a qualificação dessas oportuni<strong>da</strong>des e<br />

o follow-up, que é o mais importante – manter um<br />

relacionamento constante, no melhor horário possível<br />

para o cliente e no meio que ele está acostumado.<br />

É importante ressaltar isso porque percebemos<br />

um volume grande de oportuni<strong>da</strong>de de ven<strong>da</strong>s<br />

que são perdi<strong>da</strong>s porque o vendedor não faz o<br />

acompanhamento que com um CRM poderia fazer<br />

muito facilmente.<br />

Que informações as empresas coletam que mais<br />

atrapalham do que aju<strong>da</strong>m no processo de ven<strong>da</strong>s?<br />

Aproveitando o exemplo do follow-up, às vezes ficamos<br />

muito focados nas ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s –<br />

como número de propostas envia<strong>da</strong>s e número de<br />

ligações feitas –, mas nos esquecemos de pensar o<br />

processo como um todo. A proposta comercial por<br />

si só é um indicador vazio. É importante entender<br />

se o cliente está preparado para a proposta e quais<br />

são as conversões ao longo do funil de ven<strong>da</strong>s. Vejo<br />

muitas empresas preocupa<strong>da</strong>s com o número de<br />

tarefas cria<strong>da</strong>s e realiza<strong>da</strong>s e esquecendo de pensar<br />

no todo, no funil de ven<strong>da</strong>s e na conversão.<br />

Como utilizar as informações coleta<strong>da</strong>s?<br />

Muitas empresas têm aquele funil de marketing<br />

que gera oportuni<strong>da</strong>de para ven<strong>da</strong>s, que é quase<br />

uma bomba para o profissional de ven<strong>da</strong>s desarmar.<br />

Enxergamos isso de forma mais abrangente e completa.<br />

Marketing e ven<strong>da</strong>s devem trocar informações<br />

o tempo todo, e em tempo real, para se autocompletarem<br />

e de fato gerarem retorno sobre investimento.<br />

Se temos ROI, qualquer investimento em<br />

marketing deixa de ser gasto para ser de fato investimento.<br />

As informações podem ser aproveita<strong>da</strong>s<br />

de diversas formas pensando nessa integração<br />

marketing e ven<strong>da</strong>s.<br />

Pode citar alguns exemplos práticos?<br />

É possível, por exemplo, criar campanhas para quem<br />

já converteu ven<strong>da</strong>s com o objetivo de que faça<br />

novas compras, compre produtos complementares,<br />

adquira novos serviços e assim por diante.<br />

Já para aqueles que não compraram naquele<br />

momento, a campanha pode buscar fidelizar essa<br />

pessoa e abrir novas portas.<br />

Além disso, também é possível criar campanhas<br />

de marketing a partir de oportuni<strong>da</strong>des perdi<strong>da</strong>s.<br />

“Marketing<br />

e ven<strong>da</strong>s<br />

devem trocar<br />

informações<br />

o tempo todo,<br />

e em tempo<br />

real, para se<br />

autocompletarem<br />

e de fato gerarem<br />

retorno sobre<br />

investimento.<br />

Se temos<br />

ROI, qualquer<br />

investimento em<br />

marketing deixa<br />

de ser gasto<br />

para ser de fato<br />

investimento.”<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 21


“O profissional<br />

de ven<strong>da</strong>s que<br />

quiser se destacar<br />

precisa ser <strong>da</strong>ta<br />

driven – ou seja,<br />

direcionado para<br />

<strong>da</strong>dos. Afinal,<br />

só assim será<br />

possível entender<br />

seu papel dentro<br />

<strong>da</strong> empresa,<br />

descobrir, por<br />

exemplo, onde<br />

está performando<br />

melhor, onde<br />

está convertendo<br />

mais, quais são<br />

os produtos que<br />

trabalha melhor,<br />

as campanhas,<br />

os motivos de<br />

per<strong>da</strong>, e assim<br />

por diante, e com<br />

isso consegue<br />

se direcionar<br />

por <strong>da</strong>dos. E no<br />

fim, quanto mais<br />

<strong>da</strong>dos menos<br />

drama.”<br />

Digamos que um negócio não foi fechado porque o<br />

cliente reclamou do preço. Neste caso, faz sentido<br />

criar uma campanha de marketing <strong>da</strong>ndo um desconto<br />

especial; agora, se a ven<strong>da</strong> foi perdi<strong>da</strong> para<br />

um concorrente que tem o preço mais alto, é mais<br />

interessante criar ações para mostrar seus diferenciais<br />

competitivos do que simplesmente oferecer<br />

um desconto.<br />

Por último, eventualmente pode acontecer de<br />

uma ven<strong>da</strong> ser perdi<strong>da</strong> por você não ter exatamente<br />

o produto ou serviço que o cliente buscava, então,<br />

dá para criar uma automação de marketing para<br />

oferecer um produto complementar ao que ele comprou<br />

com outra empresa.<br />

Ou seja, essa troca de informações entre marketing<br />

e ven<strong>da</strong>s torna a empresa muito mais inteligente,<br />

rápi<strong>da</strong> e produtiva. Portanto, precisa acontecer.<br />

E isso só é possível se houver um CRM <strong>da</strong>ndo<br />

suporte.<br />

O que um gestor precisa levar em consideração para<br />

escolher um CRM?<br />

CRM precisa ser uma ferramenta fácil, simples e<br />

rápi<strong>da</strong> de implementar, para não gerar nenhum<br />

atrito nos processos <strong>da</strong> empresa. Isso consequentemente<br />

traz um alto custo benefício, porque se há<br />

facili<strong>da</strong>de de entra<strong>da</strong> e pouca resistência, os vendedores<br />

vão começar a produzir mais rápido.<br />

O segundo ponto é entender se a ferramenta é<br />

adequa<strong>da</strong> para o porte e a qualificação dessa empresa.<br />

Por exemplo: nós temos o produto free e o<br />

basic em nosso CRM. O free é para quem está começando<br />

a criar seu processo comercial e precisa<br />

de uma coisa rápi<strong>da</strong>, fácil, que pode ser coloca<strong>da</strong><br />

no ar rapi<strong>da</strong>mente. Agora, se o gestor está buscando<br />

mais previsibili<strong>da</strong>de, mais informações, maior<br />

controle <strong>da</strong> equipe, faz sentido ter uma ferramenta<br />

que ofereça mais indicadores e mais relatórios,<br />

porque aí resolve o problema de uma empresa que<br />

já está num estágio mais avançado.<br />

Se sua empresa tiver um grande número de<br />

vendedores, uma complexi<strong>da</strong>de alta, um nicho de<br />

mercado específico, diversas filiais e representantes<br />

comerciais, processos supercomplexos, engenharia<br />

de ven<strong>da</strong>s que exige uma deman<strong>da</strong> quase<br />

específica, vai encontrar ferramentas que vão resolver<br />

muito bem esse problema. É fun<strong>da</strong>mental<br />

entender qual é a ferramenta mais adequa<strong>da</strong> para<br />

o seu estágio e para o que de fato precisa para não<br />

pagar a mais por algo que não vai usar.<br />

Qual é sua dica para quem quer ter um bom ano em<br />

ven<strong>da</strong>s?<br />

Levando em consideração que boa parte do mercado<br />

não utiliza ferramentas de ven<strong>da</strong>s, minha<br />

dica é que os vendedores passem a se profissionalizar<br />

mais e a trabalhar mais com <strong>da</strong>dos. Falamos<br />

muito sobre o vendedor agressivo, que está ca<strong>da</strong><br />

vez mais perdendo a eficácia, enquanto o vendedor<br />

consultivo está ganhando espaço no mercado –<br />

aquele que sabe ler os <strong>da</strong>dos e <strong>da</strong>r a melhor saí<strong>da</strong><br />

para os clientes. Levando isso em conta, destaco<br />

que os vendedores precisam ser mais pautados por<br />

<strong>da</strong>dos.<br />

Que habili<strong>da</strong>des o vendedor precisa desenvolver<br />

para atender a essa reali<strong>da</strong>de?<br />

Vivemos em um mundo em que é muito fácil ter<br />

acesso à informação de quali<strong>da</strong>de. Se eu jogar no<br />

Google o nome de uma empresa, por exemplo, em<br />

pouco tempo conseguirei saber tudo sobre ela, seus<br />

concorrentes, suas soluções. Portanto, se o vendedor<br />

não estiver bem preparado, um cliente poderá saber<br />

mais do que ele.<br />

Neste contexto, o profissional de ven<strong>da</strong>s que<br />

quiser se destacar precisa ser <strong>da</strong>ta driven – ou seja,<br />

direcionado para <strong>da</strong>dos. Afinal, só assim será possível<br />

entender seu papel dentro <strong>da</strong> empresa, descobrir,<br />

por exemplo, no que está performando melhor,<br />

onde está convertendo mais, quais são os produtos<br />

que trabalha melhor, as campanhas, os motivos de<br />

per<strong>da</strong>, e assim por diante, e com isso consegue se<br />

direcionar por <strong>da</strong>dos. E no fim, quanto mais <strong>da</strong>dos<br />

menos drama.<br />

Neste cenário o alinhamento entre o time de ven<strong>da</strong>s<br />

e marketing se torna ca<strong>da</strong> vez mais importante,<br />

certo?<br />

Sim, com certeza. Chamamos isso de smarketing<br />

– unificação de ven<strong>da</strong>s e marketing. Um dos pilares<br />

desse conceito são as pessoas. Quando falo em pessoas,<br />

falo do profissional de marketing que entende<br />

o processo de ven<strong>da</strong>s e vice-versa. Se tivermos<br />

esse perfil de profissional em nossas equipes, o<br />

alinhamento entre eles será mais claro.<br />

22<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Na prática, isso significa que quando chegar uma<br />

oportuni<strong>da</strong>de de marketing na mesa do vendedor<br />

ele saberá exatamente onde converteu, qual é o perfil<br />

<strong>da</strong> pessoa, que materiais ela consumiu, qual será<br />

a melhor abor<strong>da</strong>gem para essa pessoa ou qual será<br />

o nível de esforço e tempo que será preciso investir<br />

nesse potencial cliente no funil de ven<strong>da</strong>s. Para isso,<br />

mais uma vez, reforço a importância de o profissional<br />

ser direcionado para <strong>da</strong>dos, ter um conhecimento<br />

maior de marketing e melhor relacionamento com<br />

o time de marketing e entender o contexto em que<br />

está inserido para não cair num cliente que pegue<br />

ele no contrapé e perder a ven<strong>da</strong>.<br />

Qual é o papel do gestor em tudo isso? Como ele deve<br />

se preparar para esse novo momento?<br />

A exigência é a mesma: precisamos de gestores voltados<br />

a <strong>da</strong>dos. Os líderes precisam conhecer o ciclo<br />

de ven<strong>da</strong>s muito bem, saber quantas oportuni<strong>da</strong>des<br />

existem no pipeline, quantas oportuni<strong>da</strong>des devem<br />

converter, qual é o tícket médio, a taxa de conversão<br />

de acordo com a característica de ca<strong>da</strong> vendedor, de<br />

ca<strong>da</strong> potencial cliente, o que fazer para ca<strong>da</strong> ação<br />

de marketing que recebe oportuni<strong>da</strong>des ou o que<br />

fazer para gerar upsell, cross sell etc.<br />

Além disso, é essencial que o líder transforme<br />

esses <strong>da</strong>dos em coaching. Ou seja, cabe a eles utilizar<br />

as informações como base de um trabalho de<br />

motivação e melhoria do dia a dia do trabalho.<br />

O RD Summit é o maior evento de marketing e<br />

ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> América Latina e apenas 8% do público<br />

é formado por gestores de ven<strong>da</strong>s. Esta informação<br />

me preocupa porque muito gestores não estão se<br />

desenvolvendo. Até brinco que em grande parte<br />

<strong>da</strong>s empresas brasileiras o gestor de ven<strong>da</strong>s é quem<br />

tem o domínio do desconto – o vendedor chega<br />

para ele para pedir autorização para <strong>da</strong>r desconto,<br />

e só. Mas essa é uma visão erra<strong>da</strong>. O gestor precisa<br />

estar mais antenado, participar de mais eventos<br />

como esse, tem que se conectar mais com as pontas<br />

–de ven<strong>da</strong>s e de marketing. Até porque essa conexão<br />

de smarketing será feita por gerentes, não vendedores.<br />

E o futuro depende disso.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 23


Transformação cultural<br />

24<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Como desenvolver<br />

uma cultura<br />

geradora de<br />

negócios na sua<br />

empresa<br />

É<br />

tudo uma questão de perspectiva, e a minha é muito<br />

simples: nós, brasileiros, formamos uma comuni<strong>da</strong>de<br />

de pessoas gentis, amigas, simpáticas e que gostam<br />

de agra<strong>da</strong>r. Como povo, nunca fomos criados para<br />

contestar. Aliás, no Brasil, questionar é ser do contra<br />

– um adjetivo pejorativo. E nas empresas do país,<br />

especificamente na área comercial, isso se traduz no<br />

que chamo de “cultura de atendimento”.<br />

Enquanto o mercado foi comprador isso bastava. Mas não vivemos mais<br />

um momento de mercado comprador. E aí, quem administra sua equipe<br />

comercial sob a manta carinhosa <strong>da</strong> cultura de atendimento morre.<br />

Sou pesquisador na área comercial e consultor há quase dez anos.<br />

Sócio <strong>da</strong> Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> no escritório de Brasília, conduzo<br />

equipes de consultores em projetos que reestruturam a área comercial<br />

de empresas de médio porte, com faturamento anual de cem a duzentos<br />

milhões de reais. Nos últimos anos, executei projetos assim<br />

em dezenas de organizações sedia<strong>da</strong>s em mais de 15 estados. Ou<br />

seja, conheço de perto – e por dentro – uma amostra interessante <strong>da</strong>s<br />

empresas brasileiras.<br />

O que vejo é o seguinte:<br />

Por Marlus Jungton<br />

Uma empresa tem um produto. Existem pessoas que precisam<br />

deste produto. Cria-se, então, uma estrutura simples de ven<strong>da</strong>s e<br />

gerenciamento, só para que possíveis clientes liguem e comprem<br />

(este, aliás, é um movimento que Marcelo Caetano já mencionou<br />

anteriormente aqui na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>). Este cenário simples pode parecer<br />

algo do passado, de quando as massas começaram a consumir<br />

bens duráveis e existia pouca oferta. No entanto, como pesquisador<br />

e consultor, posso garantir que esta cena remete ao que vejo nas empresas<br />

hoje!<br />

Para algumas poucas organizações capazes de<br />

gerar deman<strong>da</strong> isso ain<strong>da</strong> funciona muito bem. É<br />

o caso de quando a Apple lança um smartphone<br />

novo, por exemplo. As pessoas se encantam e, por<br />

diferentes motivos, passam a desejar a novi<strong>da</strong>de,<br />

vão até a loja e compram. Simples assim. Basta<br />

atender bem e encantar.<br />

Mas emprestando um termo <strong>da</strong> economia e<br />

apelando para o óbvio <strong>da</strong> palavra, na economia real<br />

não é assim que a coisa funciona.<br />

O que funciona, então?<br />

Nos últimos anos, minha equipe nas Soluções<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e eu temos sensibilizado empresários<br />

e seus times comerciais a pensar no que seria o<br />

contraponto <strong>da</strong> cultura de atendimento. E a resposta<br />

é o que chamamos de “cultura geradora de negócios”.<br />

Um dos nossos clientes mais recentes, uma indústria<br />

que produz artigos para o mercado imobiliário,<br />

havia faturado R$ 5 milhões no mês em que<br />

entramos na empresa. No mês seguinte, o faturamento<br />

saltou para R$ 9 milhões; no seguinte, subiu<br />

para R$ 11 mi; depois, passou para R$ 12,5 mi – o<br />

recorde em mais de vinte anos de mercado.<br />

Em outro cliente, esse do varejo de motos, em<br />

12 meses de projeto a média de ven<strong>da</strong> por vendedor<br />

aumentou 30%. Além disso, novos vendedores, que<br />

antes levavam oito meses para<br />

alcançar a média performance,<br />

agora atingem este patamar no<br />

terceiro mês. E o grupo de vendedores<br />

de baixa performance,<br />

que no início do projeto era formado<br />

por 60% dos mais de 100<br />

O artigo Gerar ou gerir<br />

deman<strong>da</strong>?, publicado na<br />

edição de julho de 2016,<br />

pode ser lido no Portal<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Acesse bit.ly/<br />

gerardeman<strong>da</strong> e confira!<br />

profissionais <strong>da</strong> equipe, agora<br />

tem aproxima<strong>da</strong>mente 20% dos<br />

vendedores <strong>da</strong> equipe.<br />

São dois exemplos perfeitos de<br />

aplicabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cultura geradora<br />

de negócios, que traduzimos assim:<br />

“Uma estrutura comercial<br />

(pessoas, processos, rotinas, estratégia<br />

empresarial e principalmente<br />

mu<strong>da</strong>nça de modelo mental<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 25


<strong>da</strong> liderança) volta<strong>da</strong> para aproveitar to<strong>da</strong>s as<br />

possibili<strong>da</strong>des de geração de negócios. E, principalmente:<br />

um modelo de negócio em que a empresa<br />

estrutura tudo pensando em manter o controle<br />

total <strong>da</strong> operação, ao invés de terceirizar para a<br />

equipe comercial.”<br />

É simples!<br />

Imagine uma fábrica de roupas. Ela corta a laser<br />

porque não quer perder nenhum centímetro de<br />

tecido, cria células específicas para ca<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong><br />

produção, buscando produzir o máximo possível<br />

no menor tempo, e assim por diante.<br />

Pois então, na cultura geradora de negócios criam-<br />

-se etapas para aproveitar todos os leads e prospects<br />

que passam na frente <strong>da</strong> empresa. No caso <strong>da</strong> ven<strong>da</strong><br />

de motos, por exemplo, trabalhamos com seis<br />

níveis de aproveitamento:<br />

1 o nível – Vendedor atende na loja;<br />

2 o nível – Vendedor realiza follow-up junto ao<br />

prospect que estava só olhando e ia comprar depois;<br />

3 o nível – A empresa envia uma sequência de<br />

mensagens de texto para o que chamamos de “régua<br />

de relacionamento” com todos que estavam só<br />

olhando e voltariam depois;<br />

4 o nível – Se o primeiro vendedor não tiver êxito<br />

em até 10 dias, então o prospect mu<strong>da</strong> de mão e<br />

outro vendedor tem a chance de fazer a ven<strong>da</strong>;<br />

5 o nível – Se nenhum dos anteriores fizer a ven<strong>da</strong>,<br />

então o prospect é transferido para uma célula de<br />

recuperação via televen<strong>da</strong>s;<br />

*Nível adicional – Aqueles clientes que compraram,<br />

mas não foram aprovados para financiamento<br />

no banco, também seguem para o televen<strong>da</strong>s,<br />

que trocará a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de adquiri<strong>da</strong> para consórcio;<br />

6 o nível – Se ain<strong>da</strong> assim aquele prospect não comprar<br />

ou não rejeitar a compra dizendo expressamente<br />

que não comprará mais, ele seguirá para um<br />

relacionamento de inbound marketing.<br />

Quer mais exemplos?<br />

Então acompanhe esta tabela em que comparo<br />

12 características comuns <strong>da</strong>s empresas volta<strong>da</strong>s<br />

para cultura de atendimento e o que estas empresas<br />

precisam mu<strong>da</strong>r para evoluírem para a cultura geradora<br />

de negócios:<br />

Cultura de atendimento<br />

Vendedores monitoram principalmente os negócios quentes.<br />

Não existe ação <strong>da</strong> empresa sobre leads e prospects que não<br />

compram.<br />

O controle <strong>da</strong> carteira de prospects e clientes está sob gestão de<br />

ca<strong>da</strong> vendedor. Por exemplo: não existe regra para cliente ativo e<br />

inativo e consequentemente não existe controle.<br />

A equipe comercial é dividi<strong>da</strong> entre os melhores e o resto.<br />

No campo <strong>da</strong> estratégia empresarial, busca-se produzir e vender<br />

apenas o que a empresa deseja.<br />

As empresas são volta<strong>da</strong>s para dentro. Gerentes visitam poucos<br />

clientes e muitas vezes vendedores externos se acostumam a<br />

fazer pedidos por telefone.<br />

Cobra-se dos vendedores o forecast, ou seja, a previsão dos<br />

negócios que estão para fechar.<br />

Reuniões <strong>da</strong> gerência com vendedores são volta<strong>da</strong>s para<br />

cobrança.<br />

Departamentos de apoio (financeiro e logística, por exemplo)<br />

conflitam com a área comercial.<br />

Gerentes que acompanham vendedores em reuniões com<br />

clientes quase sempre acabam fazendo a ven<strong>da</strong> no lugar do<br />

vendedor.<br />

Recrutadores contratam vendedores com experiência, treinam<br />

sobre o sistema e produtos e “jogam” os profissionais no<br />

mercado.<br />

O foco <strong>da</strong> gerência é fazer o faturamento de forma confiável.<br />

26<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO NOVEMBRO-DEZEMBRO 2019 2018


Cultura geradora de negócios<br />

Ca<strong>da</strong>stra-se e monitora-se 100% dos leads e prospects.<br />

Parece simples, mas não é. Trata-se do movimento mais crucial<br />

e difícil do processo de mu<strong>da</strong>nça de cultura.<br />

A empresa empreende diferentes iniciativas para aproveitar<br />

100% dos leads e prospects.<br />

Em to<strong>da</strong>s as empresas por onde passamos e<br />

comprovamos a hipótese <strong>da</strong> cultura geradora de<br />

negócios usamos uma figura para simbolizar a mu<strong>da</strong>nça<br />

de mindset. É um iceberg em que a ponta é<br />

representa<strong>da</strong> por clientes ativos e a parte submersa<br />

pelos outros – que compram e param de comprar,<br />

que estavam só orçando, que não demonstraram<br />

muito interesse, apenas entraram em contato, e<br />

assim por diante.<br />

A empresa controla 100% <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> carteira de clientes.<br />

Vendedores passam a executar uma estratégia de gestão e<br />

aproveitamento de prospects orienta<strong>da</strong> pela empresa. Neste<br />

caso, por exemplo, a empresa estabelece que clientes inativos<br />

são aqueles com recompra em até 60 dias, mas no 40 o dia a<br />

empresa cobra ação dos vendedores apontando quais clientes<br />

irão inativar em breve, para que ca<strong>da</strong> profissional empreen<strong>da</strong><br />

ações de recuperação.<br />

A equipe é dividi<strong>da</strong> em baixa, média e alta performance, e buscase<br />

alcançar um cenário com 20% de baixa, 60% de média e 20%<br />

de alta performance.<br />

Mu<strong>da</strong>-se a estratégia para que a empresa busque alternativas<br />

dentro e fora para vender aquilo que 100% dos leads e prospects<br />

querem comprar. Isto muitas vezes envolve criar uma marca B e<br />

vender mais barato (é o caso quando a maioria dos leads não tem<br />

recursos para comprar produtos de alto valor agregado).<br />

A empresa se volta para o mercado. Todos precisam sair,<br />

respirar o mercado e ativar pessoalmente tanto os potenciais<br />

compradores, quanto ativo e inativos.<br />

Cobra-se ação para 100% dos prospects.<br />

Reuniões voltam-se para aju<strong>da</strong>r vendedores a identificar o<br />

melhor plano de ataque para ca<strong>da</strong> um dos leads e prospects.<br />

Departamentos de apoio são envolvidos e provocados a pensar<br />

sobre o que podem fazer para que a empresa ven<strong>da</strong> mais.<br />

Gerentes acompanham vendedores para observar suas equipes<br />

e gerar insights sobre o que precisam melhorar na apresentação<br />

e na argumentação.<br />

Pois bem, na cultura geradora de negócios a empresa<br />

passa a controlar o status de 100% do iceberg<br />

e empreende ações para que todo o iceberg compre<br />

com regulari<strong>da</strong>de (comprando de quem for, e adquirindo<br />

o produto que for necessário para ca<strong>da</strong><br />

perfil de público).<br />

Sua empresa pode pertencer a qualquer segmento.<br />

No entanto, independentemente do ramo<br />

de atuação, a resposabili<strong>da</strong>de do comercial é produzir<br />

negócios. Portanto, pare de simplesmente<br />

atender e aproveite 100% <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des! Para<br />

isso, você precisa se preocupar em desenvolver uma<br />

cultura geradora de negócios! Aceita o desafio?<br />

Empresas acreditam no potencial dos novos contratados, mas a<br />

equipe de liderança orienta os novos vendedores como se eles<br />

não soubessem o que fazer. Sempre!<br />

O foco <strong>da</strong> gerência é fazer clientes comprarem mais rápido, e<br />

vendedores venderem mais rápido.<br />

Marlus Jungton é pesquisador na área comercial,<br />

sócio <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e coautor<br />

do livro Desafios de Ven<strong>da</strong>s – Os 30 maiores desafios<br />

de ven<strong>da</strong>s e 89 ferramentas para você superá-los.<br />

Contato: marlus@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 27


CAPA<br />

28<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Guia prático para fazer de 2019<br />

o melhor ano de sua vi<strong>da</strong> em ven<strong>da</strong>s<br />

Por João Guilherme Brotto E NATASHA SCHIEBEL<br />

Quase todo mundo aproveita o início de um<br />

novo ano para traçar planos, definir metas<br />

e planejar a realização de sonhos. E não<br />

poderia ser diferente. Afinal, páginas em branco<br />

naturalmente proporcionam motivação.<br />

Mas, por outro lado, é comum que to<strong>da</strong> a energia<br />

que chega com o início de um novo ciclo vá<br />

caindo com o passar do tempo...<br />

buscando fazer o hoje melhor que o ontem. O foco<br />

e a disciplina serão as bases estruturais de sua<br />

trajetória em 2019. Você está preparado?<br />

Ca<strong>da</strong> um destes <strong>elementos</strong> poderia muito bem ser<br />

transformado em uma reportagem única. Como isso<br />

não é possível, espalhamos por esta matéria diversos<br />

conteúdos complementares, que você encontra no Portal<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Não deixe de conferir!<br />

Em muito, isso se deve ao fato de que muitas<br />

vezes criamos metas frágeis e não estruturamos,<br />

de ver<strong>da</strong>de, o que desejamos alcançar ao longo do<br />

ano. Foi por isso, aliás, que criamos a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>,<br />

uma ferramenta que o incentiva a atingir<br />

suas metas todos os dias do ano.<br />

O tema <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> VM de 2019 é SuperAção.<br />

Na abertura de ca<strong>da</strong> mês apresentamos um tópico<br />

diferente que cumpre um papel crucial para o seu<br />

sucesso. Mas nenhum deles funciona de forma isola<strong>da</strong>.<br />

É como um quebra-cabeça, um mosaico ou<br />

uma man<strong>da</strong>la; seus <strong>elementos</strong> não fazem sentido<br />

quando não estão em harmonia.<br />

Como acreditamos muito nos <strong>elementos</strong> que<br />

apresentamos na agen<strong>da</strong>, resolvemos apresentá-los<br />

também a você, leitor <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, com o objetivo<br />

de fazer com que você os utilize como base<br />

para fazer deste o seu ano.<br />

Nossa sugestão é que você se dedique durante<br />

um dia a realizar todos as etapas que apresentaremos<br />

aqui. Ao final desse processo você terá em<br />

mãos um plano sólido para atingir suas metas – em<br />

2019 e sempre!<br />

O desafio, porém, não acaba quando você terminar<br />

a construção do plano. O último item (revisar<br />

para planejar) é um lembrete disso. Você precisará<br />

revisar periodicamente o plano traçado, corrigi-lo<br />

quando necessário e seguir em frente, sempre<br />

1)<br />

Sem METAS<br />

não há resultados<br />

Quem nunca começou um ano estabelecendo<br />

metas e definindo objetivos que atire a primeira<br />

pedra. Esta é uma cena clássica de janeiro,<br />

não é mesmo? No entanto, enquanto o primeiro<br />

mês do ano tradicionalmente é marcado por sentimentos<br />

de esperança e energia em alta, também<br />

costuma marcar o início do fim <strong>da</strong>s promessas<br />

vazias.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 29


A ver<strong>da</strong>de é que metas sem propósito, aleatórias,<br />

irreais e sem planejamento não vão servir para na<strong>da</strong><br />

além de gerar frustração. Para uma meta funcionar<br />

ela precisa ser respal<strong>da</strong><strong>da</strong> por uma visão estratégica.<br />

E é aí que entra uma técnica simples, mas poderosa:<br />

a meta EsMART, que é basea<strong>da</strong> na tese de<br />

que para uma meta funcionar, ela precisa ser:<br />

2 Específica<br />

2 Mensurável<br />

2 Atingível<br />

2 Realista<br />

2 Ter um tempo determinado para ser alcança<strong>da</strong>.<br />

Ou seja, não há espaço, por exemplo, para “eu<br />

quero vender mais”, “eu quero ganhar mais dinheiro”,<br />

“eu quero emagrecer” etc. Fazer listas soltas<br />

como essa é o caminho para fracassar em seus<br />

objetivos. “Ao definir a meta fraca, a pessoa já começa<br />

se autossabotando. Depois, essa mesma pessoa<br />

se desmotiva e entra numa espiral negativa<br />

difícil de sair: baixa performance, decepção, desmotivação,<br />

outras metas fracas, baixa performance,<br />

decepção, desmotivação”, aponta Raul Candeloro.<br />

Neste sentido, a ideia de vender mais, por exemplo,<br />

precisa ser basea<strong>da</strong> em fatos e ações concretas.<br />

Assim, a meta EsMART começa em trocar o “quero<br />

vender mais” por “vou vender 50% a mais do que<br />

vendi em ca<strong>da</strong> mês do ano passado”.<br />

Veja que só por ter um caminho objetivo e concreto<br />

para seguir, fica mais fácil de pensar nas ações<br />

que precisará colocar em prática para isso. Além<br />

disso, substituir o “quero” por “vou” também tem<br />

um peso importante, do ponto de vista emocional<br />

e psicológico. Será muito mais fácil se engajar em<br />

uma promessa feita para si mesmo e para seus pares.<br />

Com a meta EsMART defini<strong>da</strong>, uma boa forma<br />

de planejar ca<strong>da</strong> ação que o aju<strong>da</strong>rá a atingi-la é<br />

utilizando a ferramenta 5W2H. Ou seja, respondendo<br />

às seguintes perguntas:<br />

2 O que você vai fazer?<br />

2 Por que vai fazer?<br />

2 Onde vai fazer?<br />

2 Quando vai fazer?<br />

2 Quem vai fazer?<br />

2 Como vai fazer?<br />

2 Quanto isso vai custar?<br />

Raul Candeloro<br />

“Ao definir a meta fraca, a pessoa já começa se<br />

autossabotando. Depois, essa mesma pessoa se<br />

desmotiva e entra numa espiral negativa difícil de<br />

sair: baixa performance, decepção, desmotivação,<br />

outras metas fracas, baixa performance,<br />

decepção, desmotivação.” Raul Candeloro<br />

Lembre-se, “não é que a definição correta de<br />

uma meta seja uma ‘bala mágica’, que resolve automaticamente<br />

todos os problemas, mas ela aju<strong>da</strong><br />

imensamente a fazer com que as coisas comecem<br />

a <strong>da</strong>r certo”, destaca Candeloro.<br />

Uma dica extra é tornar a meta tangível. Para<br />

isso, vale imprimir a meta e o 5W2H e deixá-los<br />

em um lugar em que você os verá todos os dias.<br />

Também vale compartilhar tudo isso com pessoas<br />

que o aju<strong>da</strong>rão a atingir suas metas, para que<br />

elas possam cobrá-lo e incentivá-lo a seguir firme<br />

no plano.<br />

30<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Foi com isso em mente que Simon<br />

Sinek, autor do livro Por quê? – Como<br />

grandes líderes inspiram ação, criou<br />

o que nomeou de Círculo Dourado.<br />

o quê?<br />

como?<br />

Por<br />

QuÊ?<br />

2)<br />

Qual é o seu<br />

REASON WHY?<br />

Por mais que a técnica EsMART seja uma<br />

ferramenta importante para ajudá-lo a atingir<br />

seus objetivos, ela não bastará se suas metas não<br />

estiverem ancora<strong>da</strong>s em uma razão maior.<br />

De acordo com Sinek, grandes líderes e organizações<br />

inovadoras preocupam-se primeiro com o<br />

“por quê?” de alguma coisa existir, depois com o<br />

“como?” e então com o “o quê?”. E é isso, segundo<br />

ele, que os leva ao sucesso.<br />

Com um forte motivo, um forte reason why, sua<br />

meta já nasce com muito mais chances de ser atingi<strong>da</strong>.<br />

Existem basicamente seis “reasons why”:<br />

1. Busca do ganho, do lucro, <strong>da</strong> vantagem e do<br />

benefício.<br />

2. Medo <strong>da</strong> per<strong>da</strong>.<br />

3. Medo do incômodo e do desconforto.<br />

4. Busca de status, reconhecimento e destaque.<br />

5. Realização.<br />

6. Crescimento pessoal.<br />

Você já parou para pensar sobre por que faz o<br />

que faz?<br />

O reason why é o grande motivo, a razão, por<br />

que você quer atingir uma meta. E isso é muito<br />

pessoal, claro. Se o motivo para alcançar uma meta<br />

for sólido, você saberá o quanto precisa se esforçar<br />

e quão recompensador será atingir essa meta.<br />

O que pode ser um grande motivo para você, pode<br />

não ser na<strong>da</strong> de mais para um colega.<br />

“To<strong>da</strong>s as empresas e pessoas sabem o que fazem.<br />

Algumas empresas e pessoas sabem como<br />

fazem. E pouquíssimas empresas e pessoas sabem por<br />

que fazem o que fazem.”<br />

Simon Sinek<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 31


Quando definir uma meta para você mesmo,<br />

sempre defina também um reason why forte. Ou<br />

seja, defina a meta e, imediatamente, defina por<br />

que precisa atingi-la. Mesmo que a meta lhe seja<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>, de pronto torne-a sua com um bom “por quê”.<br />

– O que acontece de positivo se você conseguir<br />

alcançá-la? Quais os benefícios?<br />

– O que acontece de negativo se você não conseguir?<br />

Quais as consequências?<br />

Quando você define a meta e logo em segui<strong>da</strong><br />

um reason why muito forte, sua chance de obter<br />

sucesso cresce muito.<br />

“To<strong>da</strong>s as empresas e pessoas<br />

sabem o que fazem. Algumas<br />

empresas e pessoas sabem como<br />

fazem. E pouquíssimas empresas<br />

e pessoas sabem por que fazem o<br />

que fazem.” Simon Sinek<br />

A ver<strong>da</strong>de é muito simples: provavelmente nem<br />

tudo <strong>da</strong>rá certo. Em algum momento você vai errar<br />

e será necessário corrigir a rota. Quando isso ocorrer,<br />

a diferença estará em sua atitude e no planejamento<br />

que fez (ou que deveria ter feito).<br />

Considerar variáveis, caminhos alternativos,<br />

soluções opostas ao que acredita ser o caminho ideal<br />

deixará você mais forte e resguar<strong>da</strong>do de um<br />

eventual fracasso e <strong>da</strong>s armadilhas emocionais que<br />

um apego exagerado ao plano original pode causar.<br />

3)<br />

Um bom PLANO B<br />

é sempre importante<br />

Com o reason why esclarecido e as metas EsMART<br />

defini<strong>da</strong>s você tem em suas mãos o mapa para<br />

ter o melhor ano de sua vi<strong>da</strong>. Porém, enquanto isso<br />

significa cumprir uma parte importante do planejamento,<br />

não é tudo.<br />

Mais do que uma virtude, ter a humil<strong>da</strong>de para<br />

assumir que você pode estar errado é um elemento<br />

fun<strong>da</strong>mental do planejamento. E é <strong>da</strong> humil<strong>da</strong>de<br />

que surge o plano B. “Quando uma pessoa de alta<br />

performance encontra dificul<strong>da</strong>des, ela mu<strong>da</strong> o que<br />

está sendo feito, mas a meta permanece. Já quando<br />

uma pessoa de baixa performance encontra dificul<strong>da</strong>des,<br />

ela mu<strong>da</strong> a meta e tenta continuar fazendo<br />

exatamente o que vinha fazendo (e que não estava<br />

<strong>da</strong>ndo certo – se estivesse, ela alcançaria a meta)”,<br />

analisa Candeloro.<br />

O ideal é não deixar para definir seu plano B<br />

quando o desespero começar a bater. Revise suas<br />

metas periodicamente – mesmo que as coisas estejam<br />

indo bem – e aproveite essas oportuni<strong>da</strong>des para<br />

imaginar cenários de crise e definir o que você faria<br />

se eles se tornassem reali<strong>da</strong>de.<br />

Sua jorna<strong>da</strong> ficará muito mais tranquila se você<br />

souber o que fazer quando um caminho se fechar. Lao<br />

Tsé dizia que “o rio atinge seus objetivos porque<br />

aprendeu a contornar obstáculos”. E você?<br />

32<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


United States Digital Service, órgão do governo dos<br />

Estados Unidos que presta consultoria para agências<br />

federais.<br />

4)<br />

Como desenvolver<br />

HÁBITOS DE ALTA<br />

PERFORMANCE<br />

Você pode dominar técnicas de ven<strong>da</strong>s, ter a melhor<br />

carteira de clientes do mundo e trabalhar com<br />

um produto que se vende sozinho, mas tudo isso não<br />

servirá de na<strong>da</strong> se você não tiver disciplina, foco e<br />

capaci<strong>da</strong>de de execução.<br />

Porém, esses três <strong>elementos</strong> você não vai aprender<br />

<strong>da</strong> mesma forma que aprende sobre técnicas de fechamento,<br />

por exemplo. Não são habili<strong>da</strong>des teóricas, que<br />

se aprendem em livros ou cursos, mas hábitos que<br />

precisam ser praticados e repetidos para se tornarem<br />

parte de quem você é, enquanto pessoa ou profissional.<br />

É claro que, de novo, o reason why é o meio que<br />

embasa todo e qualquer hábito de alta performance.<br />

Afinal, nenhum hábito saudável e produtivo vai se<br />

sustentar no longo prazo se não houver uma razão<br />

forte para ele existir. No entanto, é só a prática diária<br />

e repeti<strong>da</strong> que vai enraizar os aspectos comportamentais<br />

que o conduzirão ao melhor ano de sua vi<strong>da</strong> em<br />

ven<strong>da</strong>s. O que fará a diferença em seus resultados não<br />

são atos isolados, mas aquilo que você faz dia após dia.<br />

Aqui vale uma pausa para reflexão: você acha que<br />

a forma como está trabalhando hoje está aju<strong>da</strong>ndo,<br />

de ver<strong>da</strong>de, você a atingir seus objetivos? Se não, o<br />

que você precisa mu<strong>da</strong>r?<br />

O problema é que enquanto até que é simples<br />

saber o que precisa ser feito, colocar isso em prática<br />

pode ser um desafio colossal. Uma dica para desenvolver<br />

hábitos é o desafio dos 30 dias, proposto por<br />

Matt Cutts, ex-executivo do Google e atual diretor do<br />

A ideia é simples e objetiva: Pense em algo que<br />

você sempre quis fazer e coloque em prática por 30<br />

dias.<br />

Cutts, um<br />

nerd confesso,<br />

chegou a escalar<br />

o Kilimanjaro<br />

– a montanha<br />

mais alta<br />

<strong>da</strong> África, localiza<strong>da</strong><br />

na Tanzânia<br />

– e a participar<br />

de um<br />

desafio que<br />

consistia em escrever<br />

um romance<br />

em 30<br />

dias (para isso,<br />

teve que escrever<br />

1.667 palavras<br />

por dia;<br />

todos os dias!).<br />

Matt Cutts<br />

Bons hábitos<br />

têm muito a<br />

ver com desenvolver processos. Na<strong>da</strong> acontece sem<br />

esforço e <strong>da</strong> noite para o dia. Daí a importância de<br />

repetir uma ativi<strong>da</strong>de nova por tanto tempo. É como<br />

reprogramar seu cérebro para incorporar uma nova<br />

reali<strong>da</strong>de.<br />

Cutts resumiu três grandes benefícios que ganhou<br />

com esses desafios:<br />

a) Ao invés de o mês voar, o tempo é sempre mais<br />

memorável.<br />

b) Quando começou a se propor desafios mais complexos,<br />

sua autoconfiança aumentou.<br />

c) Se você realmente quer algo, você pode fazer<br />

qualquer coisa por 30 dias.<br />

O poder do hábito<br />

Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de janeiro de 2015, apresentamos um<br />

passo a passo para ajudá-lo a desenvolver hábitos de<br />

alta performance. A reportagem está disponível para<br />

leitura em bit.ly/habitos-ap.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 33


“Se ca<strong>da</strong> hora for um conceito,<br />

ca<strong>da</strong> hora tiver uma meta, ca<strong>da</strong><br />

hora for um planejamento, as<br />

pessoas nunca saberão para onde<br />

estão indo.” Marcelo Caetano<br />

5)<br />

OTIMISMO REALISTA:<br />

a importância de ver o<br />

copo sempre meio cheio<br />

Metas estabeleci<strong>da</strong>s, forte reason why por trás,<br />

planos alternativos traçados, hábitos de sucesso<br />

desenvolvidos... Tudo isso, combinado, permite que<br />

você seja um otimista realista. Ou seja, aquela pessoa<br />

que tem confiança de que vai conseguir alcançar suas<br />

metas, mas não por isso acha que a jorna<strong>da</strong> será fácil.<br />

E é esse o tipo de otimismo que você precisa desenvolver.<br />

Um otimismo baseado na combinação de<br />

preparação, trabalho e dedicação, não na ilusão de<br />

que tudo sempre dá certo no fim <strong>da</strong>s contas.<br />

A ver<strong>da</strong>de é que por mais que uma dose de pessimismo<br />

seja importante – porque o deixa atento e<br />

alerta –, o excesso de pessimismo leva à inação, a não<br />

decisão, à paralisia. Isso acaba fazendo com que inúmeras<br />

oportuni<strong>da</strong>des sejam perdi<strong>da</strong>s. Afinal, o pessimista<br />

muitas vezes nem tenta, porque já “sabe” que<br />

não vai <strong>da</strong>r certo.<br />

Portanto, antes de se declarar um otimista, cuide<br />

dos pilares essenciais do otimismo realista: metas<br />

consistentes, forte reason why, planejamento para<br />

eventuais crises, hábitos de sucesso e muito trabalho.<br />

Você já está fazendo isso, não está?<br />

6)<br />

RECEPTIVIDADE<br />

AO FEEDBACK:<br />

juntos somos mais fortes!<br />

Antes de seguir com o otimismo, um alerta: há um<br />

perigo grande em seguir à risca tudo o que falamos<br />

até aqui. Esse risco está atrelado ao fato de você<br />

ficar tão convicto sobre seu planejamento a ponto de<br />

ficar alheio a críticas e feedbacks.<br />

Desenvolver métodos, processos e formas de executar<br />

seu trabalho é importante por diversos motivos,<br />

34<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


to<strong>da</strong> a minha experiência para fazer essa pessoa ser<br />

melhor’, vai ver que alguma coisa mágica vai acontecer<br />

com você. E vai descobrir que <strong>da</strong>r feedback e desenvolver<br />

pessoas é realmente a principal função do<br />

líder, como a gente insiste tanto na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>”,<br />

salienta Marcelo Caetano, sócio <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />

Marcelo Caetano<br />

mas isso não pode fazer com que qualquer iniciativa<br />

contrária ao que você acredita ser o ideal não seja bem<br />

recebi<strong>da</strong>.<br />

Conversar com seus pares e com pessoas não<br />

diretamente liga<strong>da</strong>s aos seus objetivos traz clareza,<br />

aju<strong>da</strong> a eliminar falhas e a corrigir erros. Indo além,<br />

mais do que simplesmente ouvir um feedback espontâneo,<br />

pedir feedback pode se tornar mais um<br />

hábito saudável que você deve desenvolver no ano<br />

<strong>da</strong> superação.<br />

Nem sempre o feedback que você vai receber será<br />

positivo. Mas ao invés de ignorar por se tratar de uma<br />

área delica<strong>da</strong>, seu papel é se preparar mentalmente<br />

para ouvir opiniões alheias e filtrar o que ca<strong>da</strong> feedback<br />

tem de positivo e de negativo – buscando ao<br />

máximo racionalizar a questão e debater de forma<br />

objetiva e basea<strong>da</strong> em <strong>da</strong>dos.<br />

A crença diz que Deus nos deu dois ouvidos e uma<br />

boca para que falemos menos e escutemos mais. Que<br />

isso se faça valer. Em 2019 e sempre.<br />

É líder de uma equipe comercial, precisa <strong>da</strong>r feedback a<br />

seus vendedores e não sabe como fazer isso? Leia a edição<br />

digital <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de agosto de 2015! Nela, revelamos<br />

Como <strong>da</strong>r feedback de ver<strong>da</strong>de para sua equipe de ven<strong>da</strong>s:<br />

bit.ly/feedbackvendedores.<br />

“Quando você senta na frente de uma pessoa e fala<br />

‘Eu vou doar todo o meu conhecimento, vou doar<br />

7)<br />

KAIZEN: Hoje melhor que<br />

ontem. Amanhã melhor<br />

que hoje<br />

Um dos grandes desafios em ven<strong>da</strong>s é li<strong>da</strong>r com<br />

altos e baixos característicos <strong>da</strong> profissão. O<br />

antídoto é formado por um mix de boas doses de<br />

inteligência emocional, autoconhecimento e o foco<br />

na melhoria contínua.<br />

Nessas horas, a sabedoria japonesa propaga<strong>da</strong><br />

pelo Kaizen, que significa mu<strong>da</strong>nça para melhor, é<br />

uma grande alia<strong>da</strong>. Até porque foi a ideia de fazer<br />

um dia melhor que o outro que transformou um<br />

Japão devastado pela Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial em<br />

uma <strong>da</strong>s principais potências do mundo.<br />

Na prática, adotar a filosofia Kaizen significa<br />

fazer revisões periódicas sobre suas metas para<br />

que os resultados sejam ca<strong>da</strong> vez melhores. O roteiro<br />

de perguntas abaixo é um ótimo ponto de<br />

parti<strong>da</strong> para esse momento de reflexão – que pode<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 35


ser diário, semanal, mensal ou na periodici<strong>da</strong>de que<br />

você achar mais adequa<strong>da</strong> à sua reali<strong>da</strong>de.<br />

2 Quais foram os melhores resultados conquistados<br />

no período X?<br />

2 O que foi preciso fazer para alcançá-los?<br />

2 É possível repetir essas ações, para que outras<br />

metas sejam bati<strong>da</strong>s? Se sim, como? Se não, por<br />

quê? E quais são as alternativas?<br />

2 O que você fez de errado em tal período e precisa<br />

evitar <strong>da</strong>qui em diante?<br />

2 Quais são as duas grandes metas para o próximo<br />

período?<br />

2 O que é preciso fazer para alcançá-las? (Liste<br />

pelo menos cinco ações, defina prazos para realizá-las,<br />

indicadores para monitorar a evolução<br />

delas, pessoas com quem você pode contar para<br />

executá-las… enfim, desenvolva um planejamento<br />

em cima delas – a ferramenta 5W2H, novamente,<br />

pode ser útil nesse momento).<br />

“Não é que a definição correta de<br />

uma meta seja uma ‘bala mágica’,<br />

que resolve automaticamente<br />

todos os problemas, mas ela aju<strong>da</strong><br />

imensamente a fazer com que as<br />

coisas comecem a <strong>da</strong>r certo.” Raul Candeloro<br />

Se você não tem disciplina, você vive a vi<strong>da</strong><br />

pela metade e, em casos mais graves, corre o risco<br />

de desenvolver distúrbios mentais, como ansie<strong>da</strong>de<br />

e depressão. “As pessoas complicam, ficam criando<br />

novos modelos, novos métodos. O que funciona de<br />

ver<strong>da</strong>de é olhar para o caminho que você está indo<br />

e seguir esse caminho. Se ca<strong>da</strong> hora for um conceito,<br />

ca<strong>da</strong> hora tiver uma meta, ca<strong>da</strong> hora for um<br />

planejamento, as pessoas nunca saberão para onde<br />

estão indo”, destaca Caetano.<br />

Ensinar a ter disciplina pode ser um desafio<br />

complexo, mas a ver<strong>da</strong>de é que no papel tudo é<br />

muito simples. Se você se comprometer a seguir os<br />

12 <strong>elementos</strong> que estamos propondo nesta edição<br />

de começo de ano, por si só, já estará praticando um<br />

exercício de disciplina. Mas, como reforço, sugerimos<br />

as seguintes ações práticas para desenvolver o hábito<br />

<strong>da</strong> disciplina:<br />

8)<br />

DISCIPLINA: um passo de<br />

ca<strong>da</strong> vez, devagar e sempre<br />

calcanhar de Aquiles <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s pessoas no<br />

O que diz respeito às suas metas é a falta de disciplina<br />

e de consistência na execução do plano<br />

traçado. Não há geniali<strong>da</strong>de, meta EsMART ou<br />

plano infalível que resista à falta de disciplina.<br />

2 Faça listas. Essa atitude simples pode fazer<br />

total diferença na forma como você gerencia as tarefas<br />

do seu dia a dia e, consequentemente, pode<br />

ajudá-lo a ser mais disciplinado.<br />

2 Faça primeiro o que você não gosta. Quando<br />

você faz a ativi<strong>da</strong>de que não gosta antes de tudo,<br />

passa o resto do dia se sentindo mais leve, pois sabe<br />

que já tirou aquele “peso” de suas obrigações.<br />

2 Seja fiel ao seu planejamento. Estabelecer<br />

metas para o seu dia e seguir suas tarefas sempre<br />

com essas metas em foco é um excelente exercício<br />

de disciplina. O fato de ser fiel ao planejamento<br />

também o aju<strong>da</strong>rá a entender melhor as suas atitudes<br />

e saber o que tira o seu foco e por que isso acontece.<br />

36<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Domine o jogo <strong>da</strong> execução e ven<strong>da</strong> mais!<br />

Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de julho de 2016, apresentamos uma<br />

metodologia que transforma a execução em processo<br />

por meio do que os consultores <strong>da</strong> FranklinCovey<br />

chamam de as quatro disciplinas <strong>da</strong> execução. Leia<br />

a reportagem, saiba como colocar essa metodologia<br />

em prática no seu dia a dia e discipline-se para<br />

buscar o que deseja! bit.ly/execucao-ven<strong>da</strong>s<br />

Nessas horas, o que diferencia os profissionais<br />

de alta performance dos demais é a forma como<br />

li<strong>da</strong>m com esses reveses. Enquanto os pessimistas<br />

desanimam e acham que <strong>da</strong>li para frente só coisas<br />

ruins acontecerão, os otimistas focam no que há de<br />

positivo em ca<strong>da</strong> situação. Afinal, eles entendem<br />

que coisas ruins:<br />

2 São temporárias.<br />

2 Têm uma causa específica e não são universais.<br />

2 Acontecem por uma razão – que eles buscam<br />

descobrir qual é.<br />

2 Servem como lição para buscar uma forma de<br />

melhorar.<br />

Na prática, funciona mais ou menos assim:<br />

2 O cliente cancelou um pedido? Vou aproveitar<br />

para entender o que houve e apresentar uma<br />

proposta melhor (para ele e para nós).<br />

2 O preço baixo do concorrente me fez perder<br />

alguns clientes? Vou reforçar minha apresentação<br />

de valores para mostrar que nossos benefícios<br />

vão muito além do custo.<br />

2 Um prospect promissor acabou não fechando?<br />

Vou conversar com ele para descobrir quais foram<br />

meus pontos fracos e mu<strong>da</strong>r a apresentação<br />

para garantir que isso não aconteça mais. Quem<br />

sabe, posso até reverter o não.<br />

9)<br />

FOCO NO POSITIVO:<br />

a forma como você reage<br />

às adversi<strong>da</strong>des é uma<br />

escolha<br />

Como já falamos, nem sempre tudo vai acontecer<br />

conforme o plano original. Daí a importância<br />

do plano B. Mas a vi<strong>da</strong> pode ser dura. O plano B<br />

também pode falhar – bem como o C, o D, o E, e<br />

assim por diante.<br />

É o Kaizen se mostrando presente por outro<br />

ângulo. Você já percebeu como os 12 <strong>elementos</strong> <strong>da</strong><br />

SuperAção estão conectados entre si?<br />

“Quando uma pessoa de alta performance<br />

encontra dificul<strong>da</strong>des, ela mu<strong>da</strong> o que<br />

está sendo feito, mas a meta permanece.<br />

Já quando uma pessoa de baixa<br />

performance encontra dificul<strong>da</strong>des, ela<br />

mu<strong>da</strong> a meta e tenta continuar fazendo<br />

exatamente o que vinha fazendo (e que<br />

não estava <strong>da</strong>ndo certo – se estivesse, ela<br />

alcançaria a meta).” Raul Candeloro<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 37


coisa – ter saúde, ter 10 dedos, conseguir enxergar,<br />

estar respirando, ter roupa para vestir, comi<strong>da</strong> para<br />

comer etc. Vamos lá?<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

“Essa é uma ferramenta que comprova<strong>da</strong>mente<br />

melhora resultados e, como alongar, tomar água e<br />

dormir bem, todo mundo sabe que poderia fazer…<br />

mas acaba não fazendo. Uma pena, porque um diário<br />

<strong>da</strong> gratidão recanaliza energias de maneira<br />

muito produtiva e inegavelmente melhora a performance”,<br />

explica Candeloro.<br />

10)<br />

Como qualquer ativi<strong>da</strong>de, o Diário <strong>da</strong> Gratidão<br />

traz resultados se for levado a sério e feito rotineiramente.<br />

Por isso, inclua-o na sua lista de tarefas diárias<br />

a partir de agora. Seus resultados (também) agradecem!<br />

GRATIDÃO: você já<br />

agradeceu pelo que<br />

tem hoje?<br />

Se você está alinhado com os nove <strong>elementos</strong><br />

que apresentamos até então, é muito provável<br />

que tenha muito a agradecer. Só que talvez você não<br />

tenha o hábito de exercer a gratidão, na prática. É<br />

importante falar sobre isso porque uma carreira de<br />

sucesso não vem apenas através <strong>da</strong> excelência profissional.<br />

A espirituali<strong>da</strong>de, a paz de espírito e a<br />

harmonia com o mundo ao seu redor são bases<br />

importantes.<br />

Pensando nisso, propomos que você inclua na<br />

sua rotina o exercício que Raul Candeloro chama<br />

de Diário <strong>da</strong> Gratidão. “Como a área de ven<strong>da</strong>s é<br />

uma área em que o humor, a atitude positiva e a<br />

motivação influenciam fortemente os resultados,<br />

pode ser que em algum momento você precise reverter<br />

um quadro de energia negativa, precise fazer<br />

a energia e o foco voltarem ao que é positivo, e é<br />

para isso que serve o Diário <strong>da</strong> Gratidão”, revela.<br />

Tudo o que você precisa fazer é anotar três coisas<br />

pelas quais é grato hoje. Pode ser qualquer<br />

11)<br />

ATITUDES DE ALTA<br />

PERFORMANCE: você é o<br />

resultado de suas ações<br />

Seguindo na esteira dos aspectos comportamentais,<br />

um dos conceitos que mais defendemos na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

no que diz respeito ao sucesso em ven<strong>da</strong>s é<br />

38<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


o CHA. Ou seja, os conhecimentos, as habili<strong>da</strong>des e<br />

as atitudes que consideramos fun<strong>da</strong>mentais para a<br />

alta performance na área comercial.<br />

Mas focando apenas no campo <strong>da</strong>s atitudes,<br />

elas são como a missão e os valores de uma empresa:<br />

não podem ser apenas uma nota no ro<strong>da</strong>pé<br />

do site ou na parede <strong>da</strong> empresa. As atitudes que<br />

o movem precisam ser exerci<strong>da</strong>s em sua rotina.<br />

Você já parou para pensar sobre quais são as atitudes<br />

que o caracterizam como pessoa e como<br />

profissional?<br />

Tire um tempo para definir a sua lista de atitudes<br />

e registrá-las oficialmente.<br />

metas. O roteiro abaixo pode ser um bom ponto de<br />

parti<strong>da</strong> para isso.<br />

2 Você conseguiu bater to<strong>da</strong>s as suas metas? Se<br />

não, quais os motivos o levaram a não atingir<br />

algumas delas?<br />

2 O que é possível/preciso fazer para que as metas<br />

pendentes sejam bati<strong>da</strong>s?<br />

2 As metas que não foram/forem bati<strong>da</strong>s no ciclo<br />

atual devem estar na lista de objetivos para o<br />

próximo? Por quê?<br />

2 O que você fez este ano e que trouxe bons resultados<br />

– e, portanto, precisa continuar fazendo<br />

no próximo ciclo?<br />

2 O que você deveria ter feito diferente para melhorar<br />

seus resultados ao longo deste período?<br />

2 Quais foram os melhores resultados conquistados<br />

no período? O que foi preciso fazer para<br />

alcançá-los?<br />

2 É possível repetir essas ações para bater outras<br />

metas? Se sim, como? Se não, por quê? E quais<br />

são as alternativas?<br />

12)<br />

Quer que a SuperAção<br />

perdure? Lembre-se de<br />

REVISAR PARA PLANEJAR<br />

A<br />

última etapa do seu processo de SuperAção<br />

não marca o fim deste processo. É o momento<br />

de revisar tudo o que feito até aqui para planejar o<br />

que vem a seguir. É uma ação que deve ser repeti<strong>da</strong><br />

mensalmente ou a ca<strong>da</strong> período que você considerar<br />

suficiente para fazer uma boa análise.<br />

É hora, portanto, de analisar to<strong>da</strong>s as suas grandes<br />

2 Qual será a sua grande meta no próximo período?<br />

O que é preciso fazer para alcançá-la?<br />

“O rio atinge seus objetivos<br />

porque aprendeu a contornar<br />

obstáculos.” Lao Tsé<br />

Supere-se!<br />

Agora, é com você!<br />

Incorpore os <strong>elementos</strong> <strong>da</strong> SuperAção à sua rotina,<br />

transforme-os em seus aliados e tenha o melhor<br />

ano em ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>!<br />

Feliz 2019!<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 39


Tendências<br />

Um giro pelo<br />

Velho Mundo<br />

em busca de ideias<br />

e soluções para<br />

construir o amanhã<br />

Por João Guilherme Brotto<br />

o fim de 2018, a equipe editorial <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

fez um tour pela Europa com o objetivo de cobrir<br />

eventos ligados a gestão, inovação e marketing e<br />

preparar uma reportagem especial para apresentar<br />

para você as principais tendências e as grandes<br />

reflexões do momento sobre estes temas.<br />

Nossa primeira para<strong>da</strong> foi na charmosa Hamburgo,<br />

segun<strong>da</strong> maior ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Alemanha. Lá,<br />

acontece anualmente a NEXT Conference, evento<br />

que reúne especialistas do mundo todo para debater<br />

as tendências <strong>da</strong> tecnologia e do mercado<br />

digital e seus impactos em nossas vi<strong>da</strong>s e negócios.<br />

Ca<strong>da</strong> edição <strong>da</strong> NEXT é centra<strong>da</strong> em um tema diferente, e o de<br />

2018 foi “Como consertar o digital”.<br />

Fake news, monopólios de gigantes <strong>da</strong> tecnologia, algoritmos ditando<br />

nossas vi<strong>da</strong>s, ausência de privaci<strong>da</strong>de, doenças mentais e físicas,<br />

sedentarismo e vícios desencadeados pelo mundo conectado<br />

permearam as discussões sobre a necessi<strong>da</strong>de de evoluirmos nossa<br />

relação com o digital.<br />

O Vale do Silício está sendo questionado<br />

A cultura e o mindset do Vale do Silício tornaram-<br />

-se um modelo a ser seguido por empreendedores,<br />

profissionais e empresas do mundo todo. Há uma<br />

aura quase mística em torno <strong>da</strong>s startups que surgem<br />

na baía de São Francisco.<br />

De fato, boa parte <strong>da</strong>s grandes inovações <strong>da</strong> história<br />

recente <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de nasceram lá, assim<br />

como muitas <strong>da</strong>s gigantes <strong>da</strong> tecnologia que giram<br />

cifras astronômicas. Só que ao mesmo tempo em que<br />

o Vale cria riqueza, também é responsável direto<br />

pelos problemas que elencamos acima, além de ser<br />

o grande culpado pela Califórnia estar se tornando<br />

um dos estados mais desiguais dos Estados Unidos<br />

– o que é uma ironia, já que se o estado fosse um<br />

país, seria a quinta maior economia do mundo.<br />

Se nem no quintal de onde o amanhã está sendo<br />

construído consegue-se entregar o sonho um dia imaginado,<br />

como fica o resto do mundo?<br />

40<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Indy Johar<br />

Geisselbrecht Photography<br />

“Tudo o que<br />

estamos<br />

falando<br />

hoje é sobre<br />

dividir a<br />

sujeira, mas<br />

precisamos<br />

de conversas<br />

melhores.<br />

Precisamos<br />

falar sobre<br />

o futuro e<br />

reimaginar<br />

como ele<br />

pode ser.”<br />

Indy Johar<br />

A ver<strong>da</strong>de é que o futuro libertário que um dia sonhamos que a tecnologia<br />

proporcionaria nunca chegou. Pelo contrário. Somos reféns. E isso<br />

foi exaustivamente debatido pelos palestrantes <strong>da</strong> NEXT Conference.<br />

Indy Johar, arquiteto britânico engajado em causas liga<strong>da</strong>s a<br />

redesenhar o futuro, destacou que precisamos ir além de compartilhar<br />

responsabili<strong>da</strong>des. “Tudo o que estamos<br />

falando hoje é sobre dividir a sujeira, mas<br />

precisamos de conversas melhores. Precisamos<br />

falar sobre o futuro e reimaginar como<br />

ele pode ser”, sugere.<br />

Tudo mu<strong>da</strong>?<br />

A Carta de Copenhague, que<br />

publicamos no Até Mais (p. 50),<br />

é um bom ponto de parti<strong>da</strong><br />

para entender o contexto de<br />

muitas <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s debati<strong>da</strong>s<br />

na NEXT. Não deixe de ler.<br />

Um dos destaques <strong>da</strong> NEXT foi a palestra de David Mattin, diretor<br />

global de trends & insights do TrendWatching, referência mundial em<br />

análise de tendências.<br />

Em meio a cenários ca<strong>da</strong> vez mais complexos, que dificultam a<br />

tarefa de as empresas compreenderem as mu<strong>da</strong>nças e se posicionarem,<br />

Mattin lembrou algo importante para explicar como devemos direcionar<br />

o olhar para compreender e explorar tendências. “Vivemos em<br />

um mundo novo, mas somos os mesmos seres humanos,<br />

com as mesmas necessi<strong>da</strong>des”, destacou.<br />

Ou seja, ain<strong>da</strong> que os meios e formas sejam diferentes<br />

dependendo do contexto, to<strong>da</strong> tendência<br />

nasce ancora<strong>da</strong> em atender necessi<strong>da</strong>des básicas do<br />

ser humano. “Novas tendências surgem quando o<br />

cenário de mu<strong>da</strong>nça cria novas formas de servir a<br />

velhas necessi<strong>da</strong>des”, explicou.<br />

O desafio, então, é compreender quais são os<br />

sinais de hoje que mol<strong>da</strong>rão o comportamento de<br />

amanhã. Para isso, Mattin deu uma dica: “Sempre<br />

perseguimos conexão social, status e crença. São três<br />

itens fun<strong>da</strong>mentais para <strong>da</strong>r significado a nossas<br />

vi<strong>da</strong>s”, disse. Portanto, to<strong>da</strong> tendência está, de algum<br />

modo, liga<strong>da</strong> a atender esses aspectos.<br />

>> REFLEXÃO<br />

Como é possível suprir as deman<strong>da</strong>s do momento e promover<br />

conexão social, status e crenças a atuais clientes em mercados<br />

já consoli<strong>da</strong>dos e/ou em mares ain<strong>da</strong> não navegados?<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 41


JOÃO GUILHERME BROTTO<br />

“Se você não tem um ponto de<br />

ven<strong>da</strong> físico ou tecnologia,<br />

muito vai se resumir ao<br />

atendimento e ao que você<br />

entrega. Uma empresa de<br />

serviços que tem grande<br />

concorrência precisa fazer<br />

mais do que o óbvio. Atuar como<br />

concierge significa mimar o<br />

cliente, entregar a ele mais<br />

do que ele comprou. Li<strong>da</strong>r<br />

com tendências não precisa<br />

ser complexo, disruptivo,<br />

altamente inovador ou<br />

distante de sua reali<strong>da</strong>de.<br />

A<strong>da</strong>pte-se para atender a<br />

mu<strong>da</strong>nça de mindset.”<br />

David Mattin<br />

David Mattin<br />

Um diferencial importante<br />

O estudo The Future of Jobs, publicado pelo Fórum Econômico Mundial<br />

em 2016, apontou que mais de 7 milhões de empregos serão perdidos<br />

em razão <strong>da</strong> transformação digital até 2020. Destes, ⅔ estão concentrados<br />

em funções de escritório e administrativas. Por outro lado, novas<br />

vagas surgirão para atender deman<strong>da</strong>s ca<strong>da</strong> vez mais específicas.<br />

O fato é que as habili<strong>da</strong>des que o mercado exige não são mais tão<br />

rígi<strong>da</strong>s. À medi<strong>da</strong> que a transformação digital se desenrola o cenário<br />

mu<strong>da</strong>. Enquanto novas habili<strong>da</strong>des se fazem necessárias, outras tornam-<br />

-se irrelevantes. Um bom exemplo disso é o número crescente de empresas<br />

que sequer estão exigindo diplomas. A tendência que se desenha<br />

nesse contexto é que habili<strong>da</strong>des serão ca<strong>da</strong> vez mais importantes do<br />

que títulos.<br />

Segundo Pip Jamieson, fun<strong>da</strong>dora <strong>da</strong> The Dots, uma rede social que<br />

surgiu inspira<strong>da</strong> no LinkedIn, mas volta<strong>da</strong> aos criativos de diferentes<br />

áreas, com o avanço <strong>da</strong> automação, a criativi<strong>da</strong>de passa a ser a arma<br />

secreta de quem quer se destacar. “Logo as máquinas vão dirigir, atender<br />

clientes, programar, limpar, fazer a contabili<strong>da</strong>de e o trabalho legal.<br />

Em que os humanos continuarão sendo diferentes? No que exige criativi<strong>da</strong>de.<br />

Se queremos que nossos filhos e netos tenham empregos,<br />

precisamos apoiar os fazedores, consertadores e sonhadores que trazem<br />

ideias criativas à vi<strong>da</strong>”, declara.<br />

Jamieson, que aposta que o caos de informação<br />

que vivemos vai contribuir para fortalecer duas posições<br />

– especialistas em <strong>da</strong>dos e curadores de conteúdo<br />

–, acredita que os criativos estarão “seguros<br />

com relação aos robôs”. Isso, é claro, se souberem<br />

acompanhar as mu<strong>da</strong>nças. “Para fazer isso, abrace<br />

sua criativi<strong>da</strong>de e baseie sua carreira em perguntas,<br />

não em respostas. Se, por exemplo, um dia o ato de<br />

programar se tornar uma tarefa automatiza<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong><br />

precisaremos dizer ao robô o que ele deve programar.<br />

O aprendizado contínuo é a moe<strong>da</strong> do futuro. Portanto,<br />

pare de pensar em seu cargo. Foque em desenvolver<br />

habili<strong>da</strong>des”, recomen<strong>da</strong>.<br />

E a educação?<br />

Como preparar ci<strong>da</strong>dãos e profissionais para o futuro,<br />

se o sistema educacional permanece o mesmo?<br />

Tal questionamento permeia o surgimento de<br />

novas iniciativas no modelo educacional mundo<br />

afora. Um exemplo é a Our Dream School, uma escola<br />

de Barcelona que tem a missão de fazer o aprendizado<br />

voltar a ser divertido, e que, para isso, apresenta<br />

um novo ecossistema de ensino.<br />

42<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Pip Jamieson<br />

Adrienne Pitts<br />

Na grade de ensino <strong>da</strong> “nossa escola dos sonhos”,<br />

o currículo tradicional dá lugar a aulas sobre colaboração,<br />

ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, autoconsciência, comunicação,<br />

gestão de vi<strong>da</strong>, liderança e empreendedorismo. Além<br />

disso, ca<strong>da</strong> estu<strong>da</strong>nte é responsável por cocriar um<br />

plano pessoal de acordo com suas necessi<strong>da</strong>des e seus<br />

desejos. “Estamos todos presos com modelos e diplomas,<br />

mas o mundo atual exige que construamos<br />

todo dia”, disse Christopher Pommerening, fun<strong>da</strong>dor<br />

<strong>da</strong> escola, em sua palestra na NEXT.<br />

>> REFLEXÃO<br />

Como sua empresa pode aju<strong>da</strong>r as pessoas a encontrarem o<br />

propósito delas dentro desse mundo novo?<br />

“Logo as máquinas vão dirigir, atender clientes, programar,<br />

limpar, fazer a contabili<strong>da</strong>de e o trabalho legal. Em que<br />

os humanos continuarão sendo diferentes? No que exige<br />

criativi<strong>da</strong>de. Se queremos que nossos filhos e netos tenham<br />

empregos, precisamos apoiar os fazedores, consertadores e<br />

sonhadores que trazem ideias criativas à vi<strong>da</strong>.”<br />

Pip Jamieson<br />

O modelo parte do princípio de que to<strong>da</strong> pessoa está buscando seu<br />

propósito. Isso está relacionado ao que os japoneses chamam de Ikigai<br />

(termo que pode ser traduzido como “a razão de ser”), que consiste na<br />

convergência entre:<br />

2 O que você ama fazer (sua paixão).<br />

2 O que o mundo precisa (sua missão).<br />

2 No que você é bom (sua habili<strong>da</strong>de ou vocação).<br />

2 Pelo que você é bem remunerado (dinheiro – sua profissão).<br />

Tendências para 2019<br />

Alguns dias depois do fim <strong>da</strong> NEXT, seguimos para<br />

Londres, para cobrir um seminário do TrendWatching<br />

sobre as principais tendências de 2019. Foi um dia<br />

intenso e que nos permitiu entender como as tendências<br />

estão se transformando em novos produtos,<br />

serviços e negócios em to<strong>da</strong>s as partes do mundo.<br />

O evento começou com uma palestra de David<br />

Mattin, o mesmo palestrante que havíamos visto em<br />

Hamburgo. Ele apresentou as principais tendências<br />

que o TrendWatching enxerga para 2019. Acompanhe<br />

algumas delas.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 43


1) A busca incessante pelo autoaperfeiçoamento<br />

e o mindset “teste e aperfeiçoe”<br />

O desejo do autoaperfeiçoamento sempre acompanhou o ser humano.<br />

E hoje, a tecnologia oferece muitas possibili<strong>da</strong>des para colocar isso em<br />

prática, já que por meio dela é possível testar modelos e aprimorá-los<br />

com base na nossa própria experiência.<br />

Por meio do app Timeshifter, por exemplo, o usuário pode contar<br />

um pouco do seu estilo de vi<strong>da</strong> e, assim, receber conselhos personalizados<br />

sobre como li<strong>da</strong>r com o jet lag.<br />

reali<strong>da</strong>de aumenta<strong>da</strong> e virtual, mas a tecnologia é<br />

apenas um meio, não uma regra.<br />

A base para aplicar essa tendência é entender<br />

que é preciso fazer algo novo e diferente para encantar<br />

os clientes. Para isso, o conceito de concierge<br />

– que apresentamos na seção On-line desta edição<br />

(pgs. 12 e 13) – é um ponto de parti<strong>da</strong>. “Se você não<br />

tem um ponto de ven<strong>da</strong> físico ou tecnologia, muito<br />

vai se resumir ao atendimento e ao que você entrega.<br />

Uma empresa de serviços que tem grande concorrência<br />

precisa fazer mais do que o óbvio. Atuar<br />

como concierge significa mimar o cliente, entregar<br />

a ele mais do que ele comprou. Li<strong>da</strong>r com tendências<br />

não precisa ser complexo, disruptivo, altamente<br />

inovador ou distante de sua reali<strong>da</strong>de. A<strong>da</strong>pte-se<br />

para atender a mu<strong>da</strong>nça de mindset”, aponta.<br />

3) Soluções contextuais<br />

Já o refrigerante Kolibri deixa por conta do consumidor a decisão<br />

de quão doce sua bebi<strong>da</strong> deve ficar. Para isso, disponibiliza na tampa<br />

uma quanti<strong>da</strong>de de açúcar. Cabe ao consumidor experimentar o drink<br />

em sua receita original e decidir se quer ou não acrescentar uma dose<br />

extra de açúcar.<br />

Além disso, os próprios smartphones já estão dizendo aos usuários<br />

quanto tempo eles têm passado em apps específicos, com o objetivo de<br />

ajudá-los a testar e aprimorar o uso dessas ferramentas.<br />

>> REFLEXÃO<br />

Enquanto estes exemplos são bastante específicos, a reflexão que fica é: de que forma<br />

você pode aju<strong>da</strong>r seus clientes a se autoaperfeiçoarem? O que pode ensinar a eles?<br />

Como pode ser relevante na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas além de como já é hoje?<br />

O caminho passa por criar soluções que ajudem as pessoas a se tornarem melhores.<br />

Assim, to<strong>da</strong> iniciativa liga<strong>da</strong> à educação se encaixa bem na tendência. O que você pode<br />

ensinar a seus clientes que seja relevante à vi<strong>da</strong> ou ao trabalho deles? De que forma?<br />

Em que plataforma?<br />

2) O ponto mágico <strong>da</strong> ven<strong>da</strong><br />

Essa tendência é ampara<strong>da</strong> pelo fato de que atualmente os clientes deman<strong>da</strong>m<br />

experiências de compra imersivas e convincentes. No varejo,<br />

Mattin apresentou muitos exemplos baseados em inteligência artificial,<br />

Acacia Leroy, diretora de trends & insights no mercado<br />

asiático do TrendWatching, falou muito sobre as<br />

lojas pop-up (que funcionam por um tempo limitado,<br />

com o objetivo de atender a uma deman<strong>da</strong> pontual,<br />

testar novos formatos ou promover ações de marketing).<br />

Segundo ela, não é preciso obrigatoriamente<br />

atuar no varejo para aplicar essa ideia, já que o que<br />

importa é o conceito – e ele pode ser replicado em<br />

qualquer mercado.<br />

>> REFLEXÃO<br />

Como sua empresa pode atender deman<strong>da</strong>s e necessi<strong>da</strong>des pontuais,<br />

que fogem do seu leque de produto/serviços? Como é<br />

possível oferecer uma solução contextual? A capaci<strong>da</strong>de de se<br />

a<strong>da</strong>ptar rapi<strong>da</strong>mente a novos cenários será ca<strong>da</strong> vez mais necessária.<br />

“Em quais novos canais e contextos de consumo você pode<br />

ampliar sua presença?”, provoca Leroy.<br />

Como inovar continuamente<br />

Conhecer e entender essas tendências é o primeiro<br />

passo para se preparar para se a<strong>da</strong>ptar a elas e evoluir.<br />

Porém, “apenas” estu<strong>da</strong>r para entender as mu<strong>da</strong>nças<br />

que estão criando o futuro não basta. É preciso usar<br />

isso como base para ouvir o seu cliente, levar a sério<br />

o que ele diz, debater internamente novas formas de<br />

resolver os problemas deles e fazer disso uma rotina!<br />

Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, por exemplo, muitas <strong>da</strong>s reportagens<br />

de capa são basea<strong>da</strong>s em pesquisas feitas com<br />

assinantes. Ca<strong>da</strong> vez que perguntamos aos leitores<br />

sobre os temas que abor<strong>da</strong>mos na revista, aprendemos<br />

44<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


JOÃO GUILHERME BROTTO<br />

Se o futuro vai exigir marcas autênticas, humanas<br />

e que defendem seus valores, ter um canal direto<br />

para conversar com os clientes é um passo importante<br />

para construir essa ponte para o futuro.<br />

E agora?<br />

Nosso objetivo com esta reportagem foi trazer uma<br />

visão prática e reflexiva a respeito de alguns dos<br />

grandes movimentos que estão acontecendo e que<br />

vão impactar nossas vi<strong>da</strong>s pessoais e profissionais<br />

– agora ou nos próximos anos.<br />

Vivemos em um mundo complexo, que exige<br />

que mantenhamos nossos ra<strong>da</strong>res em alerta permanentemente.<br />

Ain<strong>da</strong> que questionamentos sobre<br />

movimentos consagrados do capitalismo estejam<br />

sendo feitos, a essência do ser humano continuará<br />

sendo a base para to<strong>da</strong> e qualquer grande transformação.<br />

Acacia Leroy<br />

mais sobre eles, compreendemos melhor suas dificul<strong>da</strong>des, entendemos<br />

os desafios e mapeamos as boas ideias que contribuem para que ven<strong>da</strong>m<br />

mais. Esses <strong>da</strong>dos são úteis não apenas para direcionar o que escrevemos,<br />

mas para nos aju<strong>da</strong>r a inovar continuamente e a continuar aju<strong>da</strong>ndo<br />

o Brasil a vender mais e melhor.<br />

Quando bem ampara<strong>da</strong> por uma boa estratégia de marketing de<br />

conteúdo, to<strong>da</strong> empresa pode desenvolver um relacionamento com seus<br />

clientes como o de uma revista com seus leitores.<br />

Em sua palestra, Leroy sugeriu transmissões ao vivo como um caminho<br />

para isso. A ideia é fazer as pessoas passarem mais tempo com<br />

a sua marca, pois este laço que vai se fortalecendo aju<strong>da</strong> a gerar novos<br />

negócios.<br />

Lembra quando falamos sobre to<strong>da</strong> tendência estar atrela<strong>da</strong> à conexão<br />

social (além de status e crença)? As transmissões ao vivo são um exemplo<br />

concreto sobre como isso se aplica na prática. O mercado de influenciadores<br />

digitais está crescendo porque as pessoas gostam de acompanhar<br />

cenas cotidianas, sejam elas de amigos ou de personali<strong>da</strong>des.<br />

Como marcas e profissionais, o desafio é encontrar formas de compartilhar<br />

histórias do seu dia a dia e sobre temas que importam para o<br />

seu cliente e mercado – seja através de transmissões ao vivo, artigos em<br />

um blog ou até mesmo uma revista impressa. Se, por exemplo, muitas<br />

companhias aéreas têm uma revista, por que sua empresa não poderia<br />

ter? Inspire-se em outros mercados para inovar!<br />

As ideias que apresentamos sobre a importância<br />

<strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> educação contínua deixam claro<br />

quais são as ferramentas essenciais para o futuro.<br />

Aliás, a busca incessante do ser humano pelo autoaperfeiçoamento<br />

está gerando oportuni<strong>da</strong>des de negócios aos<br />

que estão atentos.<br />

As dicas sobre como se inspirar em outros mercados<br />

para oferecer experiências mágicas no ponto<br />

de ven<strong>da</strong> mostram que olhar para o que é diferente<br />

e, talvez, estranho ao seu mercado, pode ser um caminho<br />

oportuno para inovar.<br />

Além disso, demos um exemplo muito simples<br />

e efetivo sobre como usar <strong>da</strong>dos para entender melhor<br />

o cliente e inovar continuamente e apresentamos<br />

o caminho para criar conexões fortes com o<br />

cliente.<br />

Perceba que fizemos uma grande matéria sobre<br />

tendências e praticamente não falamos sobre tecnologia,<br />

inteligência artificial e demais temas que geralmente<br />

são dominantes quando se fala sobre o<br />

futuro. Isso porque no fim <strong>da</strong>s contas, somos todos<br />

seres humanos, com as mesmas necessi<strong>da</strong>des básicas<br />

de sempre. A tecnologia impacta e transforma, é<br />

claro, mas como disse David Mattin, to<strong>da</strong> grande<br />

mu<strong>da</strong>nça e tendência está ancora<strong>da</strong> nos três pilares<br />

inerentes ao ser humano (conexão social, status e<br />

crença). Enquanto você se lembrar disso, estará construindo<br />

o amanhã.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 45


Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Marcelo Caetano<br />

Qual é o seu<br />

modelo<br />

comercial?<br />

C<br />

onvido você para um mergulho, um artigo que na ver<strong>da</strong>de é<br />

um exercício interativo que vamos fazer juntos.<br />

Nos nossos trabalhos de consultoria e treinamento <strong>da</strong>s<br />

Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> defendemos que a empresa precisa ter<br />

um modelo comercial claro, desenhado, um processo que deve<br />

ser muito bem controlado e aprimorado, do início ao fim.<br />

O modelo abaixo é o que estamos desenvolvendo para um<br />

cliente. Não se preocupe se ele parecer um labirinto, até o<br />

final deste artigo você vai entender por que o apresentei e<br />

como esse modelo pode ser útil no desenvolvimento do seu<br />

modelo comercial.<br />

FECHADO<br />

VENDA<br />

VENDA<br />

PROSPECÇÃO<br />

MKT DIGITAL<br />

EVENTOS<br />

PARCEIROS<br />

SUSPECT<br />

HOT SITE<br />

SITE<br />

CIV<br />

TELE<br />

CHAT<br />

E-MAIL<br />

VENDEDOR PROPOSTA NEGOCIA<br />

PROSPECÇÃO<br />

EQUIPE<br />

COMERCIAL<br />

BASE<br />

NEGATIVO<br />

46<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Analisando o seu modelo comercial<br />

Para entender a quali<strong>da</strong>de e a maturi<strong>da</strong>de do seu<br />

modelo de ven<strong>da</strong>s, tire um tempo para responder as<br />

seguintes perguntas:<br />

1. Quem são os seus clientes?<br />

2. Qual é o seu perfil de cliente ideal?<br />

3. O que você faz para atrair clientes por canais<br />

digitais? Quais ações para capturar <strong>da</strong>dos dos<br />

clientes você realiza no seu site e/ou em mídias<br />

sociais?<br />

4. Quais ações não digitais você utiliza para prospectar<br />

(eventos, feiras etc.)?<br />

5. Como você controla os clientes que são prospectados<br />

diretamente pelos vendedores?<br />

6. Como seus vendedores prospectam? Como você<br />

compartilha essas práticas com a sua equipe?<br />

7. Qual é o percentual de clientes atraídos por ações<br />

de marketing <strong>da</strong> sua empresa e qual é o percentual<br />

de clientes atraídos pelos vendedores?<br />

8. Como você trabalha prospects já atraídos para sua<br />

base, mas que ain<strong>da</strong> não compraram?<br />

9. Quantos canais de ven<strong>da</strong> você utiliza? Quais são<br />

estes canais? Quais canais poderia utilizar, mas<br />

ain<strong>da</strong> não utiliza?<br />

10. Como você organiza seus clientes para distribuir<br />

para os canais de ven<strong>da</strong>s (vendedor, representante,<br />

televen<strong>da</strong>s...)?<br />

11. Como é a conversão dos seus canais de ven<strong>da</strong>?<br />

12. Depois que alguém se torna um cliente ativo é<br />

preciso medir o potencial de compra dessa pessoa.<br />

Como você faz isso e o que faz para aproveitar ao<br />

máximo o potencial?<br />

13. Como você mede sua participação nos clientes?<br />

14. Como você mede a satisfação dos seus clientes?<br />

15. Quais são os sinais de per<strong>da</strong> que você identifica<br />

nos seus clientes?<br />

16. O que você faz para reter clientes?<br />

17. Caso um cliente deixe de comprar com vocês, o<br />

que vocês fazem para mantê-lo próximo?<br />

18. Você tem alguma ação efetiva para reativar clientes<br />

inativos?<br />

19. Você sabe por quais motivos os clientes param de<br />

comprar <strong>da</strong> sua empresa?<br />

20. Para qual concorrente você mais perde clientes?<br />

Por quê?<br />

Veja que essas perguntas geram um processo<br />

altamente complexo e que precisa ser profun<strong>da</strong>mente<br />

estu<strong>da</strong>do. Esse processo começa no modelo de<br />

prospecção, passa pelo máximo aproveitamento do<br />

Como definir seu perfil de cliente ideal<br />

1 – Escolha de três a cinco clientes atuais com os<br />

quais você adora fazer negócios. Leve em conta não<br />

só a questão de relacionamento, mas também volume<br />

e lucrativi<strong>da</strong>de (maiores clientes, os que compram<br />

mais frequentemente, os que geram mais<br />

lucrativi<strong>da</strong>de).<br />

2 – Quais são as características desses clientes?<br />

2 Características demográficas (homem/mulher,<br />

jovem/idoso, ren<strong>da</strong> grande ou pequena, empresa<br />

média/grande, faturamento/quanti<strong>da</strong>de de<br />

funcionários).<br />

2 Características geográficas (localização dos seus<br />

clientes ideais).<br />

2 Características do perfil de consumo (perfil de<br />

compra: volume, frequência, o que compra, tipo<br />

de pagamento, compras adicionais).<br />

Das características lista<strong>da</strong>s acima, quais são as três<br />

principais?<br />

3 – Qual é o tipo de problema que você aju<strong>da</strong> esses<br />

melhores clientes a resolver?<br />

4 – O que os seus clientes mais valorizam na sua<br />

empresa?<br />

5 – Perfil do cliente ideal <strong>da</strong> minha empresa:<br />

Clientes que tenham (cite as três principais características),<br />

que estejam procurando resolver estes problemas<br />

e que valorizam isto.<br />

cliente e se encerra evitando as per<strong>da</strong>s ou entendendo<br />

os motivos que fazem um cliente parar de comprar<br />

<strong>da</strong> sua empresa.<br />

Desenhar um modelo comercial a partir dessa<br />

análise é parte importante dos nossos trabalhos de<br />

consultoria. Por isso mesmo, você pode estar se perguntando<br />

por que estou abrindo nosso jeito de trabalhar.<br />

A repostas é simples: quero perguntar para<br />

você que é líder o quanto você ver<strong>da</strong>deiramente investe<br />

seu tempo trabalhando o modelo de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

sua empresa, definindo indicadores, acompanhando<br />

e aprimorando os resultados.<br />

Você pode pensar: “mas isso é um funil de ven<strong>da</strong>s”.<br />

Não, é muito mais complexo que um funil, porque<br />

diversas ações acontecem simultaneamente – como<br />

você pode observar analisando a imagem do início<br />

do artigo. Portanto, é do seu modelo comercial que<br />

estou falando. Escrevo em negrito para <strong>da</strong>r a devi<strong>da</strong><br />

importância para a análise, criação e constante<br />

repensar desse processo.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 47


e as empresas tornam-se donas dos seus próprios<br />

canais de comunicação com o cliente – Facebook,<br />

LinkedIn, Instagram, canal de vídeo etc. Ou seja, há<br />

muita coisa para gerenciar! Por isso, mais do que<br />

nunca, é preciso ter um modelo.<br />

Sei que estou sendo chato, mas o objetivo é<br />

mostrar que dentro desse ambiente altamente<br />

complexo, o processo como um todo precisa estar<br />

desenhado. Se não estiver, você se perderá e acabará<br />

não controlando na<strong>da</strong>.<br />

Você deve estar pensando: “que sau<strong>da</strong>de de<br />

quando meu indicador era o volume de ven<strong>da</strong>s.<br />

Depois veio margem, mix, clientes ativos, positivados,<br />

frequência de compra, aí virou esse enorme processo,<br />

esse modelo complexo”. Pois é, e é por isso mesmo<br />

que você precisa perseguir o seu modelo ideal!<br />

“Sem tecnologia não tem processo, não tem<br />

análise de informação, não tem <strong>da</strong>dos.”<br />

Vejo que a maioria dos líderes tem investido<br />

muito pouco tempo pensando no modelo comercial<br />

<strong>da</strong> empresa, enquanto fica boa parte do tempo<br />

resolvendo problemas gerados pela falta de um<br />

modelo. Um grande erro!<br />

Hoje melhor do que ontem,<br />

amanhã melhor do que hoje<br />

Meu pai sempre foi gestor industrial. Lembro que<br />

em todos os lugares em que ele trabalhou, dentro<br />

e fora do Brasil, ao visitá-lo eu via uma imagem<br />

plota<strong>da</strong> <strong>da</strong> indústria e os indicadores de performance<br />

atrás de sua mesa.<br />

Ele sempre me dizia que a melhoria era contínua:<br />

1% de ca<strong>da</strong> vez, em ca<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong> produção. Eu<br />

achava aquilo o máximo. Por ironia do destino ou<br />

não, isso se tornou uma reali<strong>da</strong>de em ven<strong>da</strong>s. É<br />

preciso melhorar 1% de ca<strong>da</strong> vez, em ca<strong>da</strong> etapa do<br />

modelo comercial. Mas antes disso é preciso desenhar<br />

e pensar no modelo. Afinal, ele está ca<strong>da</strong> vez mais<br />

complexo, uma vez que temos múltiplos clientes,<br />

comprando por múltiplos canais.<br />

Agora temos mais um ponto <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de: o<br />

marketing vem para dentro <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, ou vice-versa,<br />

Este artigo, portanto, é um convite. Apaixone-se<br />

pelo seu processo e passe a ser obcecado por melhorar<br />

ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s etapas. Além disso, preocupe-se<br />

em treinar sua equipe para fazer ca<strong>da</strong> etapa ca<strong>da</strong><br />

vez com maior eficiência. É isso que fará a diferença<br />

nos seus resultados <strong>da</strong>qui para frente.<br />

Há muita tecnologia capaz de ajudá-lo nesta<br />

jorna<strong>da</strong>. Não abra mão de contar com o apoio <strong>da</strong>s<br />

ferramentas certas. Até porque sem tecnologia não<br />

tem processo, não tem análise de informação, não<br />

tem <strong>da</strong>dos.<br />

Na prática<br />

Um cliente nosso, que vende bens de consumo, tinha<br />

um ciclo de ven<strong>da</strong>s médio de 90 dias. Ou seja, entre<br />

o momento que o cliente fazia o primeiro contato<br />

até o momento que comprava o produto, havia, em<br />

média, um intervalo de cerca de três meses.<br />

Começamos a acelerar os contatos logo após o<br />

cliente chegar perto <strong>da</strong> empresa. Enviamos informações<br />

por e-mail, por WhatsApp, ligamos, enfim, facilitamos<br />

o processo de decisão do cliente. Com isso, o ciclo de<br />

ven<strong>da</strong> caiu para 40 dias. Isso mesmo, o tempo de<br />

decisão para comprar um produto de alto valor<br />

despencou. Além disso, a conversão aumentou!<br />

Para entender os motivos, avaliamos dois grupos:<br />

o do modelo anterior e o do atual.<br />

Nessa análise, notamos que durante o processo<br />

48<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


anterior o cliente tinha tempo de buscar muito mais<br />

informações sobre os concorrentes. Em resumo,<br />

vendendo mais rápido e fornecendo as informações<br />

necessárias, diminuímos o tempo de pesquisa sobre<br />

a concorrência e aumentamos a conexão entre<br />

prospects/clientes e a empresa.<br />

Depois disso, a meta passou a ser reduzir o ciclo<br />

para 30 dias, e torná-lo ca<strong>da</strong> vez mais rápido.<br />

Por outro lado, há também os clientes que se<br />

aproximam e não compram. Nesses casos, seguimos<br />

o modelo que desenhamos acima.<br />

Veja que fizemos uma série de ajustes com um<br />

impacto sensacional no processo comercial. E isso só<br />

é possível após um estudo minucioso sobre to<strong>da</strong>s as<br />

etapas do modelo de ven<strong>da</strong>s, que é o que você precisa<br />

se preocupar em fazer se quiser se manter relevante.<br />

Mais uma história<br />

Dia desses tive a oportuni<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r duas palestras<br />

para uma construtora durante um programa de<br />

lançamento de um produto de alto luxo.<br />

“Dentro desse ambiente altamente complexo,<br />

o processo como um todo precisa estar<br />

desenhado. Se não estiver, você se perderá<br />

e acabará não<br />

controlando na<strong>da</strong>.”<br />

Na ocasião, após um show de apresentação do<br />

produto, um dos donos <strong>da</strong> incorporadora lançou a<br />

seguinte campanha de ven<strong>da</strong>s:<br />

Caso 50% do empreendimento seja vendido em<br />

cinco meses, uma comissão adicional agressiva para<br />

ca<strong>da</strong> ven<strong>da</strong> será <strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Se 100% do empreendimento for vendido neste<br />

mesmo período, os corretores que venderem uni<strong>da</strong>des<br />

participarão de um sorteio de um apartamento naquele<br />

empreendimento.<br />

Caso a campanha não tenha sucesso, o investimento<br />

padrão será mantido.<br />

A gritaria foi geral!<br />

Depois, o gestor revelou para mim que tinha<br />

uma verba “X” de marketing para investir em 12<br />

meses naquele empreendimento, fora um encaixe<br />

de capital, caso ficasse com estoque. Com isso, se<br />

vendesse em cinco meses, seu custo cairia em x%,<br />

e ele teria o valor para sortear um apartamento.<br />

Essa ação quase sem custo (lembremos que ele<br />

estava canalizando o investimento que iria para<br />

marketing para a premiação <strong>da</strong> equipe comercial)<br />

e que tem o potencial de gerar um forte impacto na<br />

equipe comercial e no resultado de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

empresa só foi possível porque o gestor tinha um<br />

total controle do processo de ven<strong>da</strong>s – e também<br />

do custo.<br />

Um bom ponto de parti<strong>da</strong> para você refletir<br />

sobre a sua postura comercial, não é mesmo?<br />

Então, chegou a hora de exercitar o seu modelo<br />

de ven<strong>da</strong>s, o modelo <strong>da</strong> sua empresa. E lembre-se:<br />

ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s etapas será subdividi<strong>da</strong> em várias<br />

ações. Mas isso é assunto para outro artigo.<br />

E aí, qual é o seu modelo comercial?<br />

Marcelo Caetano é sócio-diretor <strong>da</strong><br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e autor dos livros Vendedor fiel,<br />

cliente fiel e Chega de desconto!<br />

E-mail: caetano@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 49


ATÉ MAIS / <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção<br />

Um manifesto pela reconstrução do sonho digital<br />

e uma reflexão sobre o que ele representa<br />

na hora<br />

de assumirmos<br />

a res-<br />

“Está<br />

ponsabili<strong>da</strong>-<br />

de pelo mundo que estamos<br />

criando. Está na<br />

hora de colocarmos humanos<br />

antes dos negócios.<br />

Está na hora de<br />

substituirmos a retórica<br />

vazia de ‘construir um<br />

mundo melhor’ por um<br />

comprometimento com<br />

ações reais. Está na hora<br />

de organizar tudo. E de<br />

responsabilizar uns aos<br />

outros.”<br />

Este é um trecho <strong>da</strong><br />

Carta de Copenhague<br />

(The Copenhagen Letter),<br />

documento que nasceu<br />

em 2017, durante o Techfestival<br />

– evento criado<br />

para encontrar respostas<br />

humanas para as grandes<br />

questões <strong>da</strong> tecnologia –,<br />

e que contrapõe tudo o<br />

que o Vale do Silício acredita<br />

e representa.<br />

Os autores <strong>da</strong> Carta<br />

defendem a tese de que<br />

precisamos reconhecer<br />

os erros ligados à tecnologia<br />

e reconstruir nosso<br />

ideal de futuro a partir<br />

de uma nova visão. Para<br />

isso, apresentam cinco<br />

questões que são um ótimo<br />

ponto de parti<strong>da</strong> para<br />

o encerramento <strong>da</strong> primeira<br />

edição de 2019 <strong>da</strong><br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Acompanhe!<br />

1. A tecnologia não é superior a nós<br />

A tecnologia deveria ser governa<strong>da</strong> por todos nós, pelas nossas instituições democráticas.<br />

Deveria respeitar as regras de nossas socie<strong>da</strong>des. Deveria servir nossas<br />

necessi<strong>da</strong>des, individuais e coletivas, tanto quanto nossos desejos.<br />

2. Progresso é mais importante que inovação<br />

Nós somos construtores de coração. Deixe-nos criar o novo Renascimento. Nós<br />

vamos abrir e nutrir diálogos honestos e públicos sobre o poder <strong>da</strong> tecnologia. Nós<br />

estamos prontos para servir nossas socie<strong>da</strong>des. Nós vamos aplicar os meios à nossa<br />

disposição para mover nossas socie<strong>da</strong>des e suas instituições adiante.<br />

3. Deixe-nos construir a partir <strong>da</strong> confiança<br />

Permita-nos construir para a ver<strong>da</strong>deira transparência. Precisamos de ci<strong>da</strong>dãos<br />

digitais, não meros consumidores. Todos nós dependemos de transparência para<br />

entender como a tecnologia nos mol<strong>da</strong>, que <strong>da</strong>dos compartilhamos e quem tem<br />

acesso a isso. Tratarmos uns aos outros como commodities para extrair o máximo<br />

valor econômico é ruim não apenas para a socie<strong>da</strong>de como um complexo interconectado,<br />

mas para ca<strong>da</strong> um de nós.<br />

4. Design aberto para o escrutínio<br />

Precisamos encorajar uma reflexão contínua, pública e crítica sobre a definição<br />

de sucesso que dita como construímos e criamos para os outros. Precisamos buscar<br />

criar junto com aqueles para quem estamos criando. Não toleraremos o design<br />

pensado para viciar, decepcionar ou controlar. Precisamos criar ferramentas que<br />

iríamos amar que as pessoas que amamos usem. Precisamos questionar nossa intenção<br />

e ouvir nosso coração.<br />

5. Deixe-nos mover de um design centrado no ser humano para o design centrado<br />

na humani<strong>da</strong>de<br />

Nós somos uma comuni<strong>da</strong>de que exerce grande influência. Precisamos proteger e<br />

nutrir o potencial de fazer o bem com isso. Precisamos fazer isso com atenção à<br />

desigual<strong>da</strong>de, com humil<strong>da</strong>de e amor. No fim, nossa recompensa será saber que<br />

fizemos tudo o que podíamos em nosso poder para deixar o jardim mais verde do<br />

que encontramos.<br />

Apesar de a Carta de Copenhague ter sido escrita por e direciona<strong>da</strong><br />

para profissionais de tecnologia, os conceitos são universais.<br />

Que eles nos inspirem a evoluir para negócios mais humanistas e<br />

voltados ao que realmente importa; neste ano e sempre!<br />

Gostou <strong>da</strong> Carta de Copenhague e quer assiná-la?<br />

Acesse copenhagenletter.org.<br />

50<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019


Melhorando<br />

Uma vi<strong>da</strong> constantemente<br />

foca<strong>da</strong> na busca por<br />

mais nunca vai fazê-lo feliz.<br />

Você nunca ficará satisfeito<br />

com mais, porque<br />

quando conseguir, vai querer<br />

ain<strong>da</strong> mais. Para ser<br />

ver<strong>da</strong>deiramente feliz,<br />

você precisa ignorar a fascinação<br />

supérflua de conseguir<br />

mais e mais, e simplesmente<br />

decidir ser feliz<br />

aqui e agora, aonde você<br />

está e com o que você tem.<br />

O que aconteceria se você<br />

redirecionasse suas energias<br />

para ser melhor, e não<br />

para ter mais? Isso certamente<br />

mu<strong>da</strong>ria seu foco<br />

de falta e limitação (“não<br />

tenho o suficiente”) para<br />

um de crescimento e criativi<strong>da</strong>de<br />

(“desejo que minha<br />

vi<strong>da</strong> seja melhor”).<br />

Você tem problemas constantes<br />

com dinheiro? Nunca<br />

tem o suficiente? Passa<br />

o dia inteiro pensando em<br />

como conseguir mais? Com<br />

essa mentali<strong>da</strong>de, você<br />

nunca terá o suficiente. E<br />

se você mu<strong>da</strong>sse seu pensamento?<br />

De “não tenho<br />

dinheiro suficiente” para<br />

“quero melhorar minha<br />

vi<strong>da</strong>”? Você consegue enxergar<br />

to<strong>da</strong>s as novas opções<br />

e possibili<strong>da</strong>des que<br />

surgem quando você simplesmente<br />

mu<strong>da</strong> a frase?<br />

Quantas coisas você pode<br />

fazer agora mesmo para<br />

melhorar sua vi<strong>da</strong>, sem<br />

dinheiro?<br />

Seja feliz com o que você<br />

tem. Se não, você nunca<br />

será feliz de ver<strong>da</strong>de. Fique<br />

satisfeito com sua vi<strong>da</strong> e<br />

você terá muitas oportuni<strong>da</strong>des<br />

para melhorá-la<br />

ain<strong>da</strong> mais.<br />

Ralph Marston<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 51


52<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019

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