You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Entrevista<br />
Luis Lourenço, gerente de produtos e negócios <strong>da</strong> RD Station CRM, revela tudo o<br />
que você precisa saber para deixar de basear seu trabalho em ven<strong>da</strong>s em achismos,<br />
passar a se orientar por <strong>da</strong>dos e, assim, vender ca<strong>da</strong> vez mais e melhor<br />
ANO 24 I Nº <strong>272</strong> I JANEIRO-FEVEREIRO/2019<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />
Conheça os ingredientes que, combinados, farão você se superar<br />
este ano, saiba como inseri-los na sua rotina e prepare-se para<br />
fazer de 2019 um grande ano em ven<strong>da</strong>s!
2<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 3
ven<strong>da</strong>mais<br />
JAN-FEV/19<br />
06 Editorial<br />
Rabecão ou derrapando e gritando “Jerônimo!!!!”?<br />
10 Reservado para você<br />
Saiba o que os nossos leitores dizem<br />
sobre a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
11 Entre nós<br />
Repensar é preciso!<br />
12 On-line<br />
Uma nova visão sobre a jorna<strong>da</strong> de compra<br />
e a economia concierge<br />
14 Manual do líder<br />
9 perguntas que aju<strong>da</strong>m a revelar feedbacks<br />
surpreendentes<br />
28<br />
16 Perspectivas<br />
O que podemos esperar de 2019?<br />
18<br />
18 Supervendedor<br />
Um senhor vendedor!<br />
20 Entrevista<br />
Luis Lourenço, gerente de produtos e<br />
negócios <strong>da</strong> RD Station CRM, revela<br />
tudo o que você precisa saber para deixar<br />
de basear seu trabalho em ven<strong>da</strong>s<br />
em achismos, passar a se orientar por<br />
<strong>da</strong>dos e, assim, vender ca<strong>da</strong> vez mais<br />
e melhor<br />
24 Transformação cultural<br />
Como desenvolver uma cultura geradora<br />
de negócios na sua empresa<br />
4 ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
14<br />
20<br />
24<br />
28 Capa<br />
Os 12 <strong>elementos</strong> <strong>da</strong> SuperAção – Conheça<br />
os ingredientes que, combinados,<br />
farão você se superar este ano,<br />
saiba como inseri-los na sua rotina e<br />
prepare-se para fazer de 2019 um grande<br />
ano em ven<strong>da</strong>s!<br />
16<br />
40 Tendências<br />
Um giro pelo Velho Mundo em busca de<br />
ideias e soluções para construir o amanhã<br />
46 Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Qual é o seu modelo comercial?<br />
50 Até mais<br />
Um manifesto pela reconstrução do<br />
sonho digital e uma reflexão sobre o<br />
que ele representa<br />
51 Ralph Marston<br />
Melhorando<br />
22<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 5
EDITORIAL<br />
Raul CANDELORO<br />
Rabecão ou<br />
derrapando e<br />
gritando<br />
“Jerônimo!!!!”?<br />
Eu acompanho o trabalho de Tom Peters há anos. Assim que<br />
li Em busca <strong>da</strong> excelência, passei a ser fã do seu jeito de escrever:<br />
energético, cheio de pontos de exclamação, como<br />
alguém que encontrou algo importante e quer realmente<br />
compartilhar com mais gente; como alguém que encontrou<br />
a luz e prega a salvação.<br />
Peters defende que as pessoas, a cultura <strong>da</strong> empresa e a<br />
forma inteligente de liderar são as principais decisões estratégicas<br />
<strong>da</strong>s empresas. O resto, segundo ele, é consequência.<br />
Jim Collins, autor de Feitas para durar, outra pessoa que<br />
admiro muito no mundo <strong>da</strong> gestão, sempre repete o conceito<br />
<strong>da</strong>s pessoas no ônibus. Ele diz que:<br />
— A coisa mais importante a decidir é quem vai no ônibus<br />
(qual é o time e quem são as pessoas).<br />
— A segun<strong>da</strong> coisa mais importante é o lugar de ca<strong>da</strong><br />
uma no ônibus (a pessoa certa no lugar certo, para que possa desenvolver e maximizar<br />
seu talento e habili<strong>da</strong>des).<br />
— A terceira coisa mais importante, só depois <strong>da</strong>s outras duas, é para onde o ônibus<br />
vai (metas, estratégia, planejamento etc.).<br />
Ou seja, estes dois grandes pensadores do mundo empresarial basicamente defendem<br />
a mesma coisa. Portanto, vou, humildemente, pegar carona nesses dois gigantes<br />
e deixar minha contribuição sobre o tema – já que concordo com ambos.<br />
Excelência como diferencial<br />
Mais especificamente, Tom Peters tem defendido a busca pela excelência como fator<br />
primordial na diferenciação. Ele chega inclusive a afirmar que a busca pela<br />
6<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
excelência é mais do que uma<br />
questão de negócios ou empresarial<br />
– é uma filosofia de vi<strong>da</strong>,<br />
uma maneira de encarar nossa<br />
passagem pela Terra, de buscar<br />
fazer o melhor com o que temos<br />
disponível. E eu concordo plenamente.<br />
Peters usa o termo “existencial”<br />
para definir a busca pela<br />
excelência. Ou seja, para ele, a<br />
busca pela excelência é como uma<br />
jorna<strong>da</strong> sublime pessoal de procurar<br />
seu melhor. Sim, mais do<br />
que lucro, sobrevivência, negócios;<br />
uma questão existencial<br />
mesmo.<br />
Gosto dessa lógica pois acredito<br />
que expressamos uma grande<br />
parte de quem somos através<br />
do nosso trabalho.<br />
Para reforçar esse conceito,<br />
separei alguns trechos do livro<br />
mais recente do Tom Peters – The<br />
Excellence Dividend (O dividendo<br />
<strong>da</strong> excelência, em tradução livre<br />
– a obra ain<strong>da</strong> não foi publica<strong>da</strong><br />
no Brasil). Fiz em forma de lista<br />
pois acho que fica mais fácil de<br />
ler, refletir e compartilhar. No<br />
melhor estilo Tom Peters, parece<br />
tudo desconexo e caótico, mas<br />
no final você verá que tudo faz<br />
sentido e que as coisas vão se<br />
encaixando como peças de um<br />
quebra-cabeça.<br />
1)<br />
Perguntaram ao Thomas<br />
Watson, fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong><br />
IBM:<br />
— “Sr. Watson, quanto tempo<br />
demora para se atingir a excelência?”<br />
— “Um minuto”, respondeu<br />
Watson. “É o tempo que você precisa<br />
para decidir que nunca mais<br />
na vi<strong>da</strong> vai fazer algo que não<br />
seja excelente.”<br />
2)<br />
O que é, de ver<strong>da</strong>de, uma<br />
empresa realmente excelente?<br />
Definição: uma empresa basea<strong>da</strong><br />
em emoções, viva, inovadora,<br />
alegre, criativa, que faz com<br />
que as pessoas que trabalham ali<br />
unam-se para o propósito de buscar<br />
a excelência ao servir seus<br />
clientes.<br />
Porém, o contrário é justamente<br />
o que encontramos na<br />
maior parte <strong>da</strong>s vezes: empresa<br />
sem emoção, morta, sem inovação,<br />
desmotiva<strong>da</strong>, sem criativi<strong>da</strong>de,<br />
forma<strong>da</strong> por pessoas sem<br />
propósito.<br />
“O segredo <strong>da</strong><br />
excelência não<br />
é o discurso,<br />
nem a lista, é a<br />
execução. Faça!”<br />
3)<br />
Um homem se aproxima<br />
do banqueiro J.P. Morgan<br />
com um envelope na mão<br />
e diz:<br />
— “Senhor Morgan, tenho aqui<br />
na minha mão uma fórmula garanti<strong>da</strong><br />
de sucesso, que teria prazer<br />
em vender para o senhor por<br />
US$ 25 mil.”<br />
— “Não sei o que tem nesse<br />
envelope. Mas se você me mostrar<br />
o que tem dentro e eu gostar, tem<br />
minha palavra: pagarei dita quantia”,<br />
respondeu.<br />
Diretor<br />
Raul Candeloro<br />
raul@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
editor<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
DIREtor DE ARTE<br />
Anderson L.A.<br />
anderson@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
conselho editorial<br />
Raul Candeloro<br />
Marcelo Caetano<br />
coLABORAÇÃO<br />
Francine Pereira<br />
João Guilherme Brotto<br />
REVISÃO<br />
Handmade Content - www.handmadecontent.com.br<br />
ATENDIMENTO AO LEITOR<br />
atendimento@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
MTB 0008336/PR<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> ® é publica<strong>da</strong> 6 vezes ao ano e<br />
comercializa<strong>da</strong> pela Editora Quantum.<br />
Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />
Site: www.ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
Para Anunciar:<br />
publici<strong>da</strong>de@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
(41) 3022-1000<br />
Para acessar o midiakit <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>:<br />
www.ven<strong>da</strong>mais.com.br/anuncie<br />
Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />
0800-647-6247<br />
Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />
Editora Quantum. Tiragem desta edição: 5.000<br />
exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />
total ou parcial deste material é permiti<strong>da</strong> mediante<br />
autorização prévia e expressa <strong>da</strong> Editora Quantum Lt<strong>da</strong>.,<br />
e desde que cita<strong>da</strong> a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />
responsabili<strong>da</strong>de dos autores.<br />
Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />
nas áreas de ven<strong>da</strong>s ou marketing devem entrar em contato<br />
com a equipe editorial pelo e-mail: atendimento@<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br.<br />
A responsabili<strong>da</strong>de pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />
como pela sua produção e compromissos inerentes, é <strong>da</strong><br />
agência e do anunciante.<br />
SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />
Tivel<br />
www.teck.com.br/tivel<br />
PRÉ-IMPRESSÃO e impressÃo:<br />
Tipotil Indústria Gráfica<br />
dISTRIBUIÇÃO PARA ASSINANTES:<br />
Empresa Brasileira de Correios<br />
bit.ly/TV-Quantum<br />
facebook.com/<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Nossa missão:<br />
Aju<strong>da</strong>r vendedores e empresas do<br />
Brasil a venderem mais e melhor<br />
7
A pessoa concordou com os<br />
termos <strong>da</strong> proposta e entregou<br />
o envelope a Morgan. Ele abriu<br />
o envelope, leu o que estava escrito<br />
no papel e dias depois concordou<br />
em pagar a soma prometi<strong>da</strong>.<br />
O que estava escrito no papel?<br />
a. To<strong>da</strong>s as manhãs, faça uma<br />
lista <strong>da</strong>s coisas que precisa<br />
fazer nesse dia.<br />
b. Faça.<br />
O segredo <strong>da</strong> excelência não<br />
é o discurso, nem a lista, é a execução.<br />
Faça!<br />
“A principal obrigação moral<br />
de um líder é desenvolver<br />
as habili<strong>da</strong>des <strong>da</strong> sua equipe<br />
para o máximo possível <strong>da</strong><br />
sua capaci<strong>da</strong>de, preparandoos<br />
não só para serem<br />
excelentes agora, mas<br />
principalmente no futuro.”<br />
4)<br />
Tom Peters, citando o<br />
livro The 3 rules: How<br />
Exceptional Companies<br />
Think (As 3 regras: como<br />
empresas excepcionais pensam,<br />
em tradução livre – ain<strong>da</strong> não<br />
publicado no Brasil), de Michael<br />
Raynor e Mumtaz Ahmed, consultores<br />
<strong>da</strong> Deloitte, diz:<br />
a) Melhor é mais importante do<br />
que mais barato.<br />
b) Aumentar o faturamento é melhor<br />
do que cortar custos.<br />
c) Não existem outras regras.<br />
Ninguém atingiu a excelência<br />
só pensando em fazer pior e mais<br />
barato.<br />
5)<br />
“O que os funcionários<br />
e a equipe sentem, os<br />
clientes vão sentir também.<br />
O melhor marketing<br />
que existe são funcionários<br />
engajados e felizes. Seus clientes<br />
nunca vão estar mais felizes e<br />
satisfeitos do que seus funcionários.”<br />
(John Di Julius, The Customer<br />
Service Revolution – A revolução<br />
do atendimento a clientes).<br />
“Se você quer que sua equipe<br />
trate bem os clientes, trate bem<br />
a sua equipe.” (Ari Weinsweig)<br />
6)<br />
Pensamento radical – superinvista<br />
na sua equipe!<br />
A principal obrigação<br />
moral de um líder é desenvolver<br />
as habili<strong>da</strong>des <strong>da</strong> sua<br />
equipe para o máximo possível<br />
<strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong>de, preparando-<br />
-os não só para serem excelentes<br />
agora, mas principalmente no<br />
futuro.<br />
7)<br />
Outro pensamento radical:<br />
distinto ou extinto.<br />
Escolha.<br />
De acordo com uma pesquisa<br />
realiza<strong>da</strong> pela Bain, com 362 empresas:<br />
— 8% dos clientes descrevem<br />
o atendimento de uma empresa<br />
como “superior”.<br />
— 80% <strong>da</strong>s empresas descrevem<br />
o seu próprio atendimento<br />
como sendo “superior”.<br />
Alguma coisa está erra<strong>da</strong> com<br />
esses números, concor<strong>da</strong>?<br />
8)<br />
ZMOT (Zero Moment of<br />
Truth – ou MZDV: Momento<br />
Zero <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de).<br />
De Jay Baer, autor de Youtility<br />
(um trocadilho com a palavra<br />
“utility”, que significa utili<strong>da</strong>de,<br />
mas que aqui coloca o pronome<br />
“you” – você – na frente):<br />
Você já sabe o que é um “momento<br />
<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de”, certo? É<br />
quando um cliente potencial decide<br />
se continua no processo de<br />
compra ou se procura outras opções.<br />
Mas o que é ZMOT, ou Momento<br />
Zero <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de?<br />
Muitos comportamentos podem<br />
ser chamados de ZMOT<br />
(MZDV), mas todos levam ao<br />
mesmo ponto: o cliente está pesquisando<br />
tudo online antes de<br />
falar com qualquer um de seus<br />
8<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
vendedores. Prova disso é que o<br />
Google fez uma pesquisa sobre<br />
o assunto e descobriu que 84%<br />
de to<strong>da</strong>s as compras hoje em dia<br />
são pesquisa<strong>da</strong>s antes.<br />
Para saber mais sobre isso, visite bit.ly/google<br />
_zmot (conteúdo em inglês).<br />
Neste sentido:<br />
2 Quais empresas deveriam<br />
estar nas mídias sociais? TO-<br />
DAS!<br />
2 Quais empresas deveriam ser<br />
fanáticas em relação à sua<br />
presença nas mídias sociais?<br />
TODAS!<br />
2 Quais empresas deveriam ter<br />
uma pessoa cuja única função<br />
é cui<strong>da</strong>r de mídias sociais?<br />
TODAS!<br />
<strong>da</strong>s empresas, em que agra<strong>da</strong>r o<br />
chefe é mais importante do que<br />
agra<strong>da</strong>r o cliente, fazer o que é<br />
certo ou inventar coisas novas<br />
que podem ser grandes diferenciais<br />
no futuro.<br />
“Sucesso é geralmente apenas<br />
1% do nosso trabalho, que resulta<br />
dos outros 99% que as pessoas<br />
chamam de fracassos.” (Soichiro<br />
Hon<strong>da</strong>)<br />
10)<br />
Para terminar, um<br />
“para pensar” que vale<br />
para a vi<strong>da</strong> inteira:<br />
“A vi<strong>da</strong> não é ficar esperando<br />
as tempestades passarem; é sobre<br />
aprender a <strong>da</strong>nçar na chuva.”<br />
(Frase atribuí<strong>da</strong> a Vivian Greene)<br />
Adorei esta mensagem!<br />
Meu amigo Bo Burlingham,<br />
autor de Small Giants, resumiu<br />
bem o que senti depois de ler<br />
este livro: “Tom Peters é o Red<br />
Bull <strong>da</strong> gestão de empresas”. Uma<br />
boa maneira de definir a lógica<br />
e a energia do livro, um ver<strong>da</strong>deiro<br />
tratado sobre como humanizar<br />
a empresa, deixá-la mais<br />
autêntica, estimular inovação e<br />
iniciativa, diferenciar-se mas,<br />
mais importante do que tudo,<br />
servir.<br />
Nunca tomei Red Bull, mas<br />
#ficaadica <strong>da</strong> leitura.<br />
Abraços em busca <strong>da</strong> excelência,<br />
Raul Candeloro<br />
Diretor<br />
www.ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
“Ninguém atingiu<br />
a excelência só<br />
pensando em<br />
fazer pior e mais<br />
barato.”<br />
9)<br />
Aceite e promova erros,<br />
apren<strong>da</strong> com eles, estimule<br />
a iniciativa. O contrário<br />
é a cultura de mediocri<strong>da</strong>de<br />
e falta de inovação,<br />
que infelizmente virou o padrão<br />
P.S. Mais uma frase do livro, só para terminar: “A vi<strong>da</strong> não é uma<br />
jorna<strong>da</strong> até o túmulo com a intenção de chegar lá de maneira totalmente<br />
organiza<strong>da</strong> e controla<strong>da</strong>. É para você atravessar a linha<br />
de chega<strong>da</strong> derrapando de lado, tendo usado e feito tudo que podia,<br />
vazando óleo e gritando ‘Jerônimo!!!!’” Bill McKenna, motociclista<br />
profissional.<br />
Aplique isso à gestão <strong>da</strong> sua empresa e me diga se, avaliando as<br />
reuniões que têm sido feitas e o estilo de decidir e de fazer as coisas,<br />
estão num carro fúnebre/rabecão ou num carro esportivo gritando<br />
“Jerônimo!”. Eu não sei você, mas nunca tinha visto (ou pensado)<br />
numa empresa diverti<strong>da</strong>, energiza<strong>da</strong>, cruzando a linha de chega<strong>da</strong><br />
e gritando Jerônimo. Vou experimentar na próxima reunião. :-)<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 9
Reservado para Você<br />
Assino a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> desde 2014. De lá para cá, minhas ven<strong>da</strong>s e meus negócios<br />
melhoraram muito!<br />
O conteúdo <strong>da</strong> revista é muito rico, as dicas são sempre muito práticas, é um<br />
material super-atualizado e dinâmico.<br />
Parabéns à equipe pelo trabalho e um agradecimento especial ao Raul.<br />
Grande abraço,<br />
Alentrício João Kunrath<br />
Para mim, a edição especial sobre<br />
prospecção é imbatível. Aprendi muito com<br />
ela! Além disso, também sou grande fã <strong>da</strong><br />
Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, que tem me aju<strong>da</strong>do<br />
muito na organização do meu trabalho.<br />
Michelle Guedes<br />
A edição temática sobre prospecção de clientes,<br />
publica<strong>da</strong> em maio de 2015, está disponível para download no Portal <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />
Acesse bit.ly/vmmai2015 e aproveite!<br />
E se ain<strong>da</strong> não adquiriu a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2019, não perca mais tempo.<br />
Visite agen<strong>da</strong>ven<strong>da</strong>mais.com.br e garanta a sua!<br />
Desde que fiz o curso Alta Performance em Ven<strong>da</strong>s (APV) passei a ter mais<br />
consciência dos oito passos <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> – me atentei principalmente ao Levantamento<br />
de Necessi<strong>da</strong>des, para não perder<br />
mais tempo lá na frente –, e minhas<br />
ven<strong>da</strong>s melhoraram significativamente!<br />
Sou muito grata.<br />
Djane <strong>da</strong> Silva<br />
Quer aprimorar seu desempenho em ven<strong>da</strong>s em<br />
2019? O Instituto <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> pode aju<strong>da</strong>r!<br />
Acesse institutoven<strong>da</strong>mais.com.br e conheça<br />
todos os nossos cursos.<br />
Gostaria de parabenizar a equipe<br />
<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> pela quali<strong>da</strong>de do trabalho.<br />
Sou assinante há aproxima<strong>da</strong>mente<br />
um ano e ca<strong>da</strong> edição é uma<br />
enxurra<strong>da</strong> de conhecimentos e treinamento<br />
para aplicar em minha empresa.<br />
Fico sempre ansiosa pela próxima<br />
edição, procuro colocar em prática<br />
tudo o que aprendo e deixo a revista<br />
à disposição de to<strong>da</strong> a minha<br />
equipe.<br />
Tenho buscado evoluir a ca<strong>da</strong> dia,<br />
e sei que para isso preciso acompanhar<br />
as inovações e necessi<strong>da</strong>des do mercado<br />
e ter uma equipe engaja<strong>da</strong> e bem<br />
treina<strong>da</strong> – o que infelizmente não é<br />
fácil. Acredito que estejamos no caminho<br />
certo e sei <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> revista<br />
neste processo.<br />
Abraços!<br />
Ludimila B. S. Marota<br />
A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é uma riquíssima fonte<br />
de inspiração, uma plataforma de<br />
ensaios de valor, uma banca<strong>da</strong> de testes<br />
permanentes e minha constante<br />
publicação de cabeceira. Portanto, fica<br />
difícil escolher apenas um dos conteúdos<br />
para destacar. Na sua grande maioria<br />
são métodos práticos para os mais<br />
distintos mercados e situações.<br />
Emir Pinho<br />
A e-zine <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é um boletim eletrônico<br />
semanal gratuito escrito por Raul Candeloro.<br />
Assine! bit.ly/ezineVM.<br />
Assino a e-zine <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e honestamente sempre leio tudo até o final. É o<br />
tipo de conteúdo que vem completo e esmiuçado, que se fosse sobre outro assunto<br />
ou outra fonte eu não leria. O artigo 12 fechamentos clássicos de ven<strong>da</strong>s,<br />
por exemplo, me ajudou com ideias de abor<strong>da</strong>gem e condução ao fechamento <strong>da</strong>s<br />
minhas ven<strong>da</strong>s.<br />
Fabian Massaneiro Oliveira e Silva<br />
Leia o artigo citado por Fabian: bit.ly/fechamentos-classicos.<br />
Participe <strong>da</strong> seção<br />
"Reservado para Você"<br />
Envie críticas, sugestões, deixe sua<br />
palavra, conte sua história, divi<strong>da</strong> seus<br />
resultados conosco, mostre sua equipe*.<br />
O espaço é todo seu. Estamos esperando<br />
por você!<br />
Escreva agora mesmo para leitor@<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br ou, se preferir, publique<br />
no mural <strong>da</strong> nossa página no<br />
Facebook (facebook.com/ven<strong>da</strong>mais)<br />
e participe! Sua opinião é muito importante<br />
para nós.<br />
*As fotos serão avalia<strong>da</strong>s pela equipe<br />
de re<strong>da</strong>ção.<br />
10<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
ENTRE NÓS<br />
Fazer o bem faz bem<br />
G<br />
uilherme Rasmussen, diretor<br />
comercial <strong>da</strong> Ven<strong>da</strong>-<br />
Mais, é “jipeiro” de carteirinha.<br />
No fim do ano passado ele participou<br />
do 10º Rally <strong>da</strong> Inclusão,<br />
em que mais de 90 jipeiros levaram<br />
cerca de 200 pessoas<br />
com deficiência para fazer uma<br />
trilha diverti<strong>da</strong> e emocionante<br />
perto de Curitiba (PR). “Foi<br />
um dia em que me doei para<br />
fazer o bem! Comigo foram a<br />
Ana, uma deficiente motora, e<br />
a Carol, uma deficiente mental.<br />
No caminho, teve muita lama,<br />
risa<strong>da</strong>s e gritos de alegria”,<br />
contou.<br />
Desafie-se e<br />
supere-se!<br />
“E<br />
m nosso trabalho de consultoria nas<br />
Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> temos defendido<br />
que, para sustentar os desafios <strong>da</strong> empresa,<br />
os executivos precisam superar desafios<br />
pessoais. Afinal, dessa forma essas pessoas<br />
terão disposição, resiliência e motivação para<br />
vencer os desafios organizacionais.<br />
Então, sempre que entramos em uma<br />
empresa, convi<strong>da</strong>mos os líderes <strong>da</strong> área<br />
comercial a escolherem um desafio pessoal<br />
para superar.<br />
Bacana, não?<br />
Que tal aproveitar a inspiração para pensar em maneiras de curtir seus hobbies<br />
ao mesmo tempo em que proporciona experiências únicas para pessoas com<br />
necessi<strong>da</strong>des especiais? Você vai ver como fazer o bem faz bem!<br />
Repensar é preciso!<br />
No fim do ano passado, aconteceu em São Paulo mais uma edição do Masterclass<br />
Rethink, o evento promovido pela <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> com o objetivo de reunir donos/<br />
sócios e diretores comerciais de médias e grandes empresas que desejam usar a<br />
exteligência para descobrir novos caminhos, novas opções e planejar um futuro de<br />
sucesso em ven<strong>da</strong>s.<br />
“Tivemos um dia intenso, rico e produtivo, com muitos debates sobre o que<br />
está acontecendo e sobre o que vemos como tendência para 2019. As conversas<br />
giraram em torno dos desafios para este ano, e focamos principalmente em diferenciação,<br />
rentabili<strong>da</strong>de/lucrativi<strong>da</strong>de, tecnologia e desenvolvimento de equipes”,<br />
contou Raul Candeloro.<br />
Além disso, o evento contou com apresentações do Marlus Jungton – falando<br />
sobre a Cultura Geradora de Negócios –, do Vinicius Kamei – falando sobre as 4<br />
disciplinas <strong>da</strong> execução – e <strong>da</strong> Karen Jardzwski – falando sobre os projetos de desenvolvimento<br />
de pessoas e lideranças que a equipe <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> está<br />
realizando em grandes empresas, como Cultura Inglesa e Casa Nissei.<br />
A cobertura completa do evento está no Portal <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />
Não deixe de ler! bit.ly/rethinkVM<br />
Na Araforros, em que o desafio deste<br />
ano é fazer o faturamento <strong>da</strong> empresa crescer<br />
29% e ter a maior margem de lucro dos<br />
últimos cinco anos, o CEO (Leopoldo Beserra)<br />
e a gerente de marketing (Laila Beserra),<br />
que já participavam de corri<strong>da</strong>s de 10km,<br />
decidiram se desafiar a fazer sua primeira<br />
meia maratona (uma corri<strong>da</strong> de 21km).<br />
Para isso, contrataram personal trainer,<br />
mu<strong>da</strong>ram a alimentação e a rotina, evoluíram<br />
e se inscreveram na Maratona de Florianópolis.<br />
Em novembro, viajaram com a família<br />
até a capital catarinense e cumpriram o desafio.<br />
Eu fui de Brasília para Florianópolis para<br />
acompanhá-los, porque a participação dos<br />
consultores também faz parte <strong>da</strong> proposta.<br />
Este é apenas um exemplo dessa iniciativa<br />
que está sendo realiza<strong>da</strong> em todos os<br />
clientes <strong>da</strong> consultoria Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
e que nos lembra que se você não mu<strong>da</strong>r,<br />
não vai conseguir sustentar uma mu<strong>da</strong>nça.”<br />
Marlus Jungton<br />
Sócio <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
solucoesven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 11
ON-LINE<br />
POR Francine Pereira<br />
Uma nova visão sobre<br />
a jorna<strong>da</strong> de compra e a<br />
economia concierge<br />
Há muito tempo especialistas<br />
se dedicam<br />
a entender o caminho<br />
que alguém percorre<br />
até chegar a uma<br />
marca, efetuar uma<br />
compra e se tornar um cliente fiel. Atualmente,<br />
a metodologia mais utiliza<strong>da</strong><br />
para mapear a jorna<strong>da</strong> de compra é o<br />
funil de ven<strong>da</strong>s, que também aju<strong>da</strong> a<br />
direcionar a abor<strong>da</strong>gem dos vendedores<br />
de acordo com a fase em que os<br />
leads/prospects/clientes se encontram.<br />
O funil de ven<strong>da</strong>s teve origem a<br />
partir do modelo AIDA, que determina<br />
que, para conquistar um cliente, a empresa<br />
precisa chamar a atenção dele,<br />
criar interesse, despertar o desejo e,<br />
então, agir.<br />
Porém, enquanto ain<strong>da</strong> é ver<strong>da</strong>de<br />
que as empresas precisam atrair a atenção<br />
do cliente, capturar seu interesse<br />
e gerar desejo, as transformações tecnológicas<br />
e as mu<strong>da</strong>nças no perfil do<br />
consumidor vêm impactando diretamente<br />
a forma como os clientes buscam<br />
produtos e serviços e interagem com<br />
as marcas.<br />
Assim, a jorna<strong>da</strong> de compra tem<br />
se tornado ca<strong>da</strong> vez mais complexa e<br />
não linear, e é importante engajar-se<br />
ativamente com seu público-alvo em<br />
diferentes momentos e canais para<br />
garantir que no fim <strong>da</strong>s contas ven<strong>da</strong>s<br />
sejam feitas e carteiras de clientes<br />
cresçam.<br />
Afinal, utilizando diferentes dispositivos,<br />
acessando multicanais e buscando<br />
uma diversi<strong>da</strong>de de informações<br />
em momentos distintos, os consumidores/compradores<br />
<strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de esperam<br />
que as marcas os ajudem a encontrar<br />
o que eles precisam ao longo<br />
dessa jorna<strong>da</strong> que, muitas vezes, pode<br />
parecer mais um labirinto do que um<br />
caminho contínuo.<br />
Recentemente, a equipe <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
esteve em Tóquio, no Japão,<br />
acompanhando a 10ª edição do<br />
ad:tech, evento que fala sobre tendências<br />
tecnológicas na área de Marketing,<br />
e essa nova visão sobre a jorna<strong>da</strong><br />
de compra foi um dos destaques<br />
do encontro.<br />
Em sua palestra, Seth Dellaire,<br />
vice-presidente global de Advertising<br />
Sales <strong>da</strong> Amazon, apontou que o processo<br />
de compra já não segue uma<br />
linha contínua e que os canais e dispositivos<br />
utilizados pelos clientes se sobrepõem<br />
durante a jorna<strong>da</strong>. “Os clientes<br />
querem receber informações sobre<br />
os produtos a qualquer momento e em<br />
qualquer dispositivo. Essa diversi<strong>da</strong>de<br />
de pontos de contato pode ser benéfica,<br />
mas também oferece muitos desafios<br />
para as empresas em relação à<br />
definição <strong>da</strong> melhor estratégia para<br />
alcançar seu público”, destacou o executivo.<br />
De acordo com Dellaire:<br />
2 67% dos visitantes <strong>da</strong> Amazon acessam<br />
o site sem saber o que querem<br />
comprar.<br />
2 Apenas 2,5% dos consumidores<br />
online em todo o mundo compram<br />
algo após visualizarem um produto<br />
na web.<br />
Em uma visão mais tradicional do<br />
funil de ven<strong>da</strong>s, a visita à uma loja online<br />
sinalizaria alta intenção de compra<br />
e, portanto, que o cliente estaria na<br />
fase final <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> de compra. No<br />
entanto, Dellaire salienta que os <strong>da</strong>dos<br />
mostram que muitas pessoas visitam<br />
uma página de e-commerce no início<br />
<strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> simplesmente para buscar<br />
mais informações e inspirações de compras<br />
que farão online e off-line no futuro.<br />
Ou seja, não há um caminho linear,<br />
e sim um vai e volta de canais e informações.<br />
Um levantamento realizado pelo<br />
Google reforçou essa visão e mostrou<br />
que a jorna<strong>da</strong> de compra pode ser única<br />
para ca<strong>da</strong> consumidor. O estudo revelou,<br />
por exemplo, que:<br />
12<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
Para ter acesso ao conteúdo exclusivo para assinantes no Portal <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>,<br />
visite assinantes.ven<strong>da</strong>mais.com.br e digite seu e-mail e sua senha.<br />
Marcas como concierges<br />
Neste cenário em que os consumidores<br />
buscam as marcas em diferentes momentos,<br />
de diferentes dispositivos, buscando<br />
diversos tipos de informações, como sua<br />
empresa pode se preparar para atender<br />
as necessi<strong>da</strong>des do seu público?<br />
De acordo com Pete Blackshaw,<br />
vice-presidente global de Inovação Digital<br />
<strong>da</strong> Nestlé, as organizações devem<br />
se posicionar como um concierge.<br />
Seth Dellaire<br />
O executivo esteve no ad:Tech em<br />
Tóquio apresentando o conceito de Invitational<br />
Marketing. “Vivemos em uma era<br />
em que os consumidores estão indo às<br />
marcas com diversas dúvi<strong>da</strong>s, perguntas<br />
e solicitações de aju<strong>da</strong>. Nesse contexto,<br />
para entregar valor para seus públicos,<br />
as empresas precisam pensar e agir como<br />
um concierge”, aponta Blackshaw.<br />
Pete Blackshaw<br />
2 Muitas vezes o cliente aumenta e<br />
diminui o número de opções de<br />
marcas em diversos momentos do<br />
processo de pesquisa – é como se<br />
existissem vários funis dentro <strong>da</strong><br />
jorna<strong>da</strong> de compra.<br />
2 Outras vezes o consumidor começa<br />
a jorna<strong>da</strong> já com uma marca em<br />
mente e as pesquisas servem para<br />
confirmar sua visão.<br />
2 Em alguns casos, a pesquisa e a<br />
busca por informações vai muito<br />
além até depois <strong>da</strong> compra.<br />
Confira essa pesquisa na<br />
íntegra (em inglês) acessando<br />
bit.ly/jorna<strong>da</strong>de<br />
compra-Google.<br />
O concierge é aquele profissional que<br />
trabalha em hotéis e que está sempre<br />
pronto para responder as dúvi<strong>da</strong>s e solicitações<br />
dos clientes, escuta-os atenciosamente,<br />
oferece um atendimento<br />
impecável e antecipa as necessi<strong>da</strong>des<br />
deles. É nesse sentido que o especialista<br />
aponta que as empresas precisam se<br />
posicionar como um concierge.<br />
Ao levar em conta a jorna<strong>da</strong> não<br />
linear do consumidor atual, agir como<br />
um concierge e ter essa visão de estar<br />
preparado para aju<strong>da</strong>r os clientes a<br />
qualquer momento e em qualquer plataforma<br />
se torna ca<strong>da</strong> vez mais crucial<br />
para alcançar seu público, gerar valor<br />
para seus clientes e ser encontrado<br />
pelos consumidores.<br />
Então, você está preparado para<br />
atender as necessi<strong>da</strong>des dos clientes<br />
nessa jorna<strong>da</strong> de compra não linear?<br />
Seu futuro depende disso!<br />
Apren<strong>da</strong> mais assistindo<br />
à palestra (em inglês) de<br />
Blackshaw sobre Concierge<br />
Economy: bit.ly/TED-<br />
-concierge-economy.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 13
MANUAL DO LÍDER<br />
Por Francine Pereira<br />
Ensinar é melhor que delegar<br />
Delegar faz parte do trabalho<br />
de liderança. No<br />
entanto, muitas vezes os<br />
gestores preferem fazer<br />
algo eles mesmos, em<br />
vez de correr o risco de transferir a<br />
responsabili<strong>da</strong>de para alguém menos<br />
capacitado – especialmente quando<br />
tarefas mais complexas precisam ser<br />
executa<strong>da</strong>s.<br />
Art Markman, doutor em Psicologia<br />
e autor do livro Smart Thinking (Pensamento<br />
inteligente, em tradução literal,<br />
ain<strong>da</strong> não lançado no Brasil), destaca<br />
que há um grande problema com esse<br />
tipo de mentali<strong>da</strong>de. Para ele, dessa<br />
forma, você só passará tarefas estratégicas<br />
para seus liderados quando não<br />
tiver tempo de executá-las por conta<br />
própria – o que, segundo o especialista,<br />
condiciona os funcionários ao fracasso.<br />
“Um técnico não deixaria um atleta<br />
entrar em um grande jogo sem praticar<br />
extensivamente antes. Os gerentes<br />
devem compartilhar essa mesma<br />
mentali<strong>da</strong>de. Quando você atribui a<br />
alguém uma tarefa pela primeira vez<br />
– sem treinamento prévio –, as chances<br />
de sucesso são pequenas. E ain<strong>da</strong>, você<br />
também corre o risco de prejudicar<br />
Art Markman<br />
a moral <strong>da</strong> equipe. Os funcionários<br />
podem ter a impressão de que não são<br />
capazes de realizar um trabalho complexo”,<br />
salienta Markman.<br />
Para resolver essa questão, ele<br />
indica que é importante deixar de pensar<br />
em delegar tarefas como apenas<br />
uma repasse de ativi<strong>da</strong>des e passar a<br />
enxergar isso como uma oportuni<strong>da</strong>de<br />
de treinamento e desenvolvimento<br />
dos profissionais.<br />
O especialista explica que quando<br />
você tem uma mentali<strong>da</strong>de de um coach,<br />
em vez de um gerente delegando trabalho,<br />
naturalmente procurará formas de<br />
<strong>da</strong>r mais responsabili<strong>da</strong>de às pessoas<br />
que trabalham com você. Assim, aqueles<br />
profissionais que se esforçam e demonstram<br />
aptidão terão mais oportuni<strong>da</strong>des<br />
de tentar novas tarefas desafiadoras.<br />
Então, você tem delegado tarefas<br />
ou ver<strong>da</strong>deiramente capacitado seu<br />
time?<br />
Compartilhe sua visão e sua experiência sobre<br />
essa questão enviando um e-mail para leitor@<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br. Sua história poderá ser conta<strong>da</strong><br />
nas páginas <strong>da</strong> próxima edição <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />
14<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
9 perguntas que aju<strong>da</strong>m a revelar<br />
feedbacks surpreendentes<br />
Quando você realiza uma reunião com seus liderados, consegue<br />
obter informações inéditas ou geralmente acaba<br />
confirmando o que já sabia?<br />
A ver<strong>da</strong>de é que, nessas ocasiões, pode ser difícil fazer<br />
com que o profissional se sinta à vontade para falar abertamente<br />
sobre o que ele realmente pensa. Mas saiba que, muitas<br />
vezes, tudo o que você precisa é fazer a pergunta certa!<br />
Com o objetivo de entender quais são as questões que<br />
aju<strong>da</strong>m os líderes a desven<strong>da</strong>r informações desconheci<strong>da</strong>s<br />
durante as conversas com seu time, a empresa Know Your<br />
Company, que desenvolve um software para obtenção de<br />
feedbacks, realizou uma pesquisa com cerca de 15 mil profissionais,<br />
de 300 organizações, em mais de 25 países. Segundo<br />
o estudo, estas são as nove perguntas mais eficientes<br />
para revelar feedbacks surpreendentes:<br />
1)<br />
“Você tem medo de algo no trabalho?”<br />
Fazer essa pergunta pode ajudá-lo a identificar áreas,<br />
processos e pessoas que intimi<strong>da</strong>m os colaboradores.<br />
Isso, por sua vez, permitirá que você aja para resolver<br />
os problemas identificados.<br />
2)<br />
“Você viu algo recentemente que o fez pensar:<br />
‘Eu gostaria de ter feito aquilo’?”<br />
75% dos participantes <strong>da</strong> pesquisa responderam<br />
“sim” a esta pergunta. Isso mostra que os profissionais estão<br />
observando o que concorrentes estão fazendo e podem ter<br />
ideias para melhorar o desempenho <strong>da</strong> empresa. Algumas<br />
dessas ideias podem ser revela<strong>da</strong>s se o líder fizer este simples<br />
questionamento.<br />
3)<br />
“Existe algo na empresa que não estamos<br />
medindo, mas que deveríamos monitorar?”<br />
As respostas a esta questão podem indicar fatores<br />
e/ou áreas que merecem receber uma atenção maior e que<br />
têm potencial de melhorar os resultados do negócio.<br />
4)<br />
“Você gostaria de interagir com alguma<br />
área específica na empresa?”<br />
Pode ser que alguns profissionais <strong>da</strong> sua empresa<br />
se sintam isolados. Ao fazer esta pergunta, você poderá entender<br />
quem são eles e pensar em formas de resolver essa<br />
questão.<br />
5)<br />
“Há algum tipo de benefício que não oferecemos<br />
e que você acha que deveríamos oferecer?<br />
Se sim, qual?”<br />
Ao entender quais são os benefícios que os seus colaboradores<br />
mais valorizam, é possível passar a oferecê-los e, assim,<br />
aumentar a satisfação e a retenção de profissionais de alta<br />
performance em sua equipe.<br />
6)<br />
“Você acredita que poderia contribuir em<br />
alguma área fora do seu cargo atual?”<br />
A partir <strong>da</strong>s respostas a esta questão, você entenderá<br />
melhor os interesses dos profissionais e poderá direcioná-los<br />
para atuar de forma mais abrangente na organização.<br />
7)<br />
“Existe alguém na empresa com quem você<br />
gostaria de trabalhar por algumas semanas,<br />
para aprender algo novo?”<br />
92% dos participantes <strong>da</strong> pesquisa disseram que gostariam de<br />
passar um período aprendendo com determinado profissional<br />
na empresa. Isso mostra o quanto eles anseiam por saber mais<br />
e desenvolver habili<strong>da</strong>des – especialmente com a aju<strong>da</strong> de<br />
outras pessoas <strong>da</strong> empresa. A partir <strong>da</strong>í, você pode, por exemplo,<br />
criar um programa interno de coaching, pensar em uma<br />
rotação de tarefas por um dia, desenvolver treinamentos<br />
“misturando” times diferentes e assim por diante.<br />
8)<br />
“Você acha que existem pessoas na empresa<br />
que desenvolvem um grande trabalho,<br />
mas que não são devi<strong>da</strong>mente reconheci<strong>da</strong>s?”<br />
Muitos profissionais podem se sentir desvalorizados. A resposta<br />
a essa questão vai ajudá-lo a descobrir em quais projetos ou áreas<br />
os funcionários gostariam de receber mais reconhecimento.<br />
9)<br />
“Existem coisas na empresa que você não<br />
tem conhecimento, mas acredita que deveria<br />
saber?”<br />
Os profissionais querem saber mais sobre a empresa em que<br />
trabalham. Ao fazer essa pergunta, você entenderá sobre o<br />
quê exatamente seus colaboradores buscam mais conhecimento<br />
e poderá capacitá-los nesse sentido.<br />
Que tal se organizar para colocar este exercício em prática<br />
na próxima reunião com a sua equipe?<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 15
Perspectivas<br />
J.B. Vilhena<br />
O que<br />
podemos<br />
esperar<br />
de 2019?<br />
Minha formação básica em Economia me permitiu dominar<br />
técnicas de cenarização. Quando utilizo esta ferramenta<br />
nas aulas de Estratégia de Ven<strong>da</strong>s do MBA em Gestão<br />
Comercial <strong>da</strong> FGV, percebo que os alunos identificam<br />
que a montagem de cenários pode ser uma ferramenta<br />
importante para a gestão comercial.<br />
Cenarização é a tentativa de previsão do futuro a<br />
partir <strong>da</strong> análise de variáveis que interferem no seu negócio.<br />
Algumas pessoas tendem a confundir esta ferramenta<br />
do Planejamento Estratégico com “tentativa de<br />
adivinhar o futuro”. Esta visão equivoca<strong>da</strong> normalmente<br />
se apoia em ideias como “o mundo é imprevisível”, “as<br />
variáveis são tantas que não dá para prever to<strong>da</strong>s elas”<br />
ou mesmo “nem os melhores pais de santo sabem para onde o mundo está indo”.<br />
Não temos espaço para sustentar longas polêmicas. Portanto, para aqueles que não<br />
acreditam em cenários, faço apenas uma pergunta: por que será que as maiores empresas<br />
do mundo contratam cenaristas para ajudá-las a visualizar melhor o que vem pela frente?<br />
Simples: porque funciona!<br />
Isto posto, vamos pensar sobre como deverá ser o primeiro ano do presidente Bolsonaro<br />
e quais os impactos dessas possibili<strong>da</strong>des no dia a dia <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s.<br />
Para ca<strong>da</strong> hipótese aponta<strong>da</strong>,<br />
descreverei alternativas otimistas<br />
e alternativas pessimistas. Pondere<br />
sobre as possibili<strong>da</strong>des e defina<br />
qual julga ser mais provável.<br />
Economia<br />
Alguns fun<strong>da</strong>mentos básicos <strong>da</strong><br />
economia brasileira estão indo<br />
bem. Temos uma dívi<strong>da</strong> externa<br />
equilibra<strong>da</strong>, nossas reservas internacionais<br />
são substanciais e a política<br />
cambial é flexível. Nosso<br />
maior problema reside em um conceito<br />
clássico: patrimonialismo.<br />
Patrimonialismo é um termo<br />
que deriva <strong>da</strong>s palavras patrimônio<br />
e patrimonial e pode ser<br />
definido como uma concepção de<br />
poder em que as esferas pública<br />
e priva<strong>da</strong> confundem-se e,<br />
16<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
muitas vezes, tornam-se quase<br />
indistintas.<br />
Um líder político é qualificado<br />
como patrimonialista quando, ao<br />
assumir um cargo na esfera pública,<br />
acaba “instrumentalizando” a<br />
estrutura estatal para satisfazer<br />
necessi<strong>da</strong>des pessoais – ou de seus<br />
companheiros. Em outras palavras,<br />
um governo patrimonialista governa<br />
para si mesmo, sem pensar<br />
nos impactos que suas decisões<br />
terão sobre a população em geral.<br />
Bolsonaro tem prometido romper<br />
com esse ciclo, pautando as<br />
decisões pelo interesse público e<br />
não pelo interesse político-partidário.<br />
Caso consiga nomear um<br />
ministério com perfil técnico e<br />
inicie imediatamente um programa<br />
de reformas, conseguirá aumentar<br />
significativamente o grau de confiança<br />
do consumidor na economia,<br />
o que acabará se traduzindo em<br />
novos investimentos produtivos e<br />
ampliação do consumo.<br />
Se na<strong>da</strong> disso acontecer, o mercado<br />
continuará retraído e desconfiado<br />
– trazendo mais recessão e<br />
desemprego.<br />
Política<br />
A maioria dos partidos brasileiros<br />
tem um perfil fisiológico e não<br />
ideológico. Ou seja, agem para se<br />
perpetuar no poder e não para implementar<br />
as políticas que defendem<br />
durante campanhas eleitorais.<br />
Se Bolsonaro encaminhar uma<br />
reforma política realmente reestruturante,<br />
teremos menos partidos<br />
e menos políticos que alugam suas<br />
legen<strong>da</strong>s para defender interesses<br />
patrimonialistas.<br />
Dificilmente este tipo de reforma<br />
será aprovado com rapidez,<br />
mas seu simples encaminhamento<br />
sinalizaria para o mercado que<br />
estamos procurando atingir um<br />
nível de serie<strong>da</strong>de política que é<br />
característico <strong>da</strong>s economias desenvolvi<strong>da</strong>s.<br />
O resultado prático<br />
disso para as ven<strong>da</strong>s seria um<br />
aumento <strong>da</strong> credibili<strong>da</strong>de do setor<br />
público, que se traduziria numa<br />
espiral de consumo que alavancaria<br />
as ven<strong>da</strong>s.<br />
Se na<strong>da</strong> for feito neste sentido,<br />
continuaremos a ter a prática<br />
do chamado “toma lá, dá cá”,<br />
que inflaciona os preços, estimula<br />
a corrupção e alimenta os<br />
cartéis.<br />
Socie<strong>da</strong>de<br />
Acredito que aqui esteja o maior<br />
desafio, pois estamos falando de<br />
três coisas básicas: educação, saúde<br />
e segurança.<br />
Caso as propostas de reforma/<br />
mu<strong>da</strong>nça na educação básica indiquem<br />
uma melhor adequação<br />
aos novos requisitos do mundo<br />
contemporâneo – basicamente<br />
trata-se de ensinar a criança a pensar<br />
ao invés de cobrá-la <strong>da</strong> sua<br />
capaci<strong>da</strong>de de memorização –, <strong>da</strong>remos<br />
um passo importante para<br />
garantir um futuro melhor para<br />
todos. Apesar disso, os impactos<br />
de curto prazo sobre as ven<strong>da</strong>s são<br />
desprezíveis.<br />
A questão <strong>da</strong> saúde é muito<br />
mais uma resposta prática a mu<strong>da</strong>nças<br />
na nossa forma de fazer<br />
política. Há pouco tempo o prefeito<br />
de uma <strong>da</strong>s capitais mais<br />
importantes do país ofereceu<br />
para seus correligionários facili<strong>da</strong>des<br />
para a realização de cirurgias<br />
de catarata, lembra-se<br />
disso? Pois é assim que a saúde<br />
tende a ser trata<strong>da</strong> no Brasil, o<br />
que acaba por transformá-la numa<br />
moe<strong>da</strong> de troca e não em uma<br />
política pública eficaz.<br />
A profissionalização <strong>da</strong> gestão,<br />
caso aconteça, melhorará a cobertura<br />
e a eficiência do SUS. Pessoas<br />
mais saudáveis acreditam mais em<br />
si mesmas e no futuro, e isso se<br />
traduz diretamente em aumento<br />
do consumo.<br />
Por outro lado, se tudo continuar<br />
como está agora, continuaremos<br />
tendo pessoas morrendo nas<br />
filas de hospitais, epidemias já<br />
controla<strong>da</strong>s no passado voltando<br />
a nos infernizar e outras mazelas.<br />
Isso mina a confiança do consumidor<br />
e inibe o consumo.<br />
A questão <strong>da</strong> segurança quase<br />
dispensa discussões. Pessoas assusta<strong>da</strong>s,<br />
acua<strong>da</strong>s dentro de seus<br />
lares e sem coragem de “botar o<br />
pé na rua” consomem menos. O<br />
novo governo “colocou muitas fichas”<br />
na sua capaci<strong>da</strong>de de reverter<br />
o quadro atual. Se isso acontecer,<br />
as ven<strong>da</strong>s crescem. Se os bandidos<br />
continuarem a <strong>da</strong>r as cartas,<br />
o consumo será menos estimulado<br />
ou mesmo decrescerá.<br />
Tecnologia<br />
Por conta do pouco espaço que me<br />
resta, farei uma supersíntese sobre<br />
este tema, afirmando que se não<br />
fizermos obras infraestruturais,<br />
começando a tornar a tecnologia<br />
nossa alia<strong>da</strong>, poderemos até ter um<br />
curto período de crescimento, mas<br />
ele não se sustentará, pois começará<br />
a haver falta de energia, de estra<strong>da</strong>s,<br />
de internet, de sistemas etc.<br />
E você, o que acredita que irá<br />
acontecer? Quando tiver montado<br />
o seu cenário, compartilhe comigo<br />
e eu prometo escrever um novo<br />
artigo, sintetizando as opiniões de<br />
nossos leitores.<br />
"Pessoas mais<br />
saudáveis<br />
acreditam mais<br />
em si mesmas<br />
e no futuro, e<br />
isso se traduz<br />
diretamente<br />
em aumento do<br />
consumo."<br />
J.B. Vilhena é coordenador<br />
acadêmico do MBA em<br />
Gestão Comercial <strong>da</strong> FGV,<br />
doutorando em Gestão de<br />
Negócios pela FGV/Rennes<br />
(França), consultor e palestrante.<br />
E-mail: jbvilhena@uol.<br />
com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 17
Supervendedor / Por Fernan<strong>da</strong> Cequinel /<br />
Arquivo Pessoal<br />
Um senhor vendedor!<br />
Com quantos anos você pretende se aposentar?<br />
Adhemar Pereira <strong>da</strong> Cruz, representante comercial <strong>da</strong> Piffer –<br />
uma empresa mineira de artigos para festa e decoração –, prefere não<br />
pensar nisso. Perto de completar 85 anos, ele tem energia e disposição<br />
de sobra para continuar trabalhando, e explica por quê. “Eu amo o que<br />
eu faço. Trabalho porque é financeiramente necessário, é ver<strong>da</strong>de, mas<br />
acima disso está a minha paixão pela área de ven<strong>da</strong>s. Se você não ama<br />
o que faz, está no caminho errado”, declara.<br />
Segredo <strong>da</strong> longevi<strong>da</strong>de<br />
Questionado sobre como mantém uma vi<strong>da</strong> saudável, mantendo-se<br />
ativo no mercado de trabalho, Adhemar garante que a motivação é<br />
o próprio trabalho. E não pense que ele tem uma jorna<strong>da</strong> diária mais<br />
tranquila por causa <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de. Muitas vezes, quando precisa se deslocar<br />
para uma região mais longe <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de para atender um cliente,<br />
Adhemar acor<strong>da</strong> às 4h <strong>da</strong> manhã. E isso que raramente<br />
ele vai dormir antes <strong>da</strong> meia-noite... “Geralmente<br />
chego em casa por volta <strong>da</strong>s 19h, tomo um<br />
banho e vou para o meu escritório organizar os<br />
pedidos realizados, e assim sigo, trabalhando até o<br />
início <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>”, revela.<br />
Apesar de trabalhar como representante comercial<br />
<strong>da</strong> Piffer na ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro há 23<br />
anos, e de ter uma ampla experiência na área comercial<br />
(ele já vendeu de brinquedos à farinha de<br />
trigo), Adhemar diz que não se considera um supervendedor,<br />
e o motivo é simples: há sempre algo<br />
novo para aprender. “Eu brinco que vou morrer<br />
sem saber na<strong>da</strong>, pois todos os dias eu aprendo algo<br />
novo. A maior escola <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é a própria vi<strong>da</strong>”,<br />
garante.<br />
18<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Mas Ana Paula de Almei<strong>da</strong>, supervisora de ven<strong>da</strong>s<br />
<strong>da</strong> Piffer, não concor<strong>da</strong> com ele. Tanto é que foi<br />
ela quem o apresentou para a nossa equipe, dizendo:<br />
“ele atinge e supera todos os objetivos de ven<strong>da</strong>s<br />
traçados pela empresa com um sucesso fantástico”.<br />
“Ele é muito dedicado e participativo, lê muito e está<br />
sempre atualizado<br />
em relação às tendências<br />
do mercado.<br />
Além disso, tem facili<strong>da</strong>de<br />
para superar<br />
as objeções e<br />
sabe se relacionar<br />
muito bem com os clientes”, acrescentou. Por fim, ela<br />
disse: “Ele é um exemplo para a nossa equipe sobre<br />
como trabalhar com disciplina e engajamento, fazendo<br />
a diferença por onde passa”.<br />
Adhemar aproveitou o ensejo para destacar que<br />
tem uma relação muito tranquila, produtiva e honesta<br />
com seus líderes, que sabem que ele não abre mão<br />
do seu jeito de trabalhar – que, para algumas pessoas,<br />
pode ser polêmico, já que ele não concor<strong>da</strong> muito<br />
com metas de ven<strong>da</strong>s, por exemplo. “Eu não tenho<br />
metas, tenho responsabili<strong>da</strong>des. Se eu assumi o compromisso<br />
de ser o representante <strong>da</strong> empresa, eu tenho<br />
que fazer isso bem feito, pois quando eu entro em um<br />
estabelecimento comercial é a empresa que está ali.<br />
O trabalho precisa ser realizado com muito profissionalismo<br />
e competência, com a devi<strong>da</strong> atenção às<br />
palavras e à apresentação pessoal. Eu me cobro muito<br />
e se tem algo que eu nunca vou desistir é de alcançar<br />
a perfeição”, explica.<br />
O dia a dia em ven<strong>da</strong>s<br />
Conhece um profissional de ven<strong>da</strong>s que é<br />
um supervendedor (ou um superlíder) e<br />
gostaria de ver a história dele conta<strong>da</strong> aqui?<br />
Escreva para leitor@ven<strong>da</strong>mais.com.br e<br />
apresente-o para nós!<br />
Para Adhemar, o profissional de ven<strong>da</strong>s que deseja<br />
se destacar precisa aliar teoria à prática no seu dia a<br />
dia de trabalho, pois não há na<strong>da</strong> que ensine mais do<br />
que a vivência como vendedor. Neste sentido, ele diz<br />
valorizar muito a visita aos clientes e lamenta que<br />
muitos colegas <strong>da</strong> área tenham deixado esse contato<br />
pessoal de lado nos últimos anos. “Obviamente a<br />
evolução tecnológica trouxe muitas facili<strong>da</strong>des, mas<br />
também prejuízos. As pessoas se isolam. Hoje não se<br />
trocam mais ideias, apertam-se teclas. Não podemos<br />
esquecer o quanto o contato pessoal e o diálogo são<br />
importantes para quem atua em ven<strong>da</strong>s”, destaca.<br />
Quando visita seus clientes, Adhemar não se<br />
limita a “tirar pedidos”. Ele observa o consumidor<br />
que entra na loja, analisa a disposição dos produtos,<br />
avalia o atendimento prestado pelos<br />
funcionários e então busca apresentar<br />
soluções para os clientes. “É<br />
preciso estar atento ao consumidor<br />
final e às tendências de mercado,<br />
pois tudo isso interfere na ven<strong>da</strong>.<br />
O Brasil é um grande continente,<br />
o que é bom no Sul muitas vez não<br />
é bom no Norte, e essas diferenças<br />
precisam ser identifica<strong>da</strong>s pelo<br />
vendedor”, aponta.<br />
Com a grande experiência e<br />
o conhecimento que tem, este supervendedor<br />
também dá conselhos,<br />
ideias e sugestões aos lojistas<br />
que fazem parte <strong>da</strong> sua carteira<br />
de clientes. Para isso, utiliza os<br />
cerca de 200 materiais que produziu<br />
sobre diferentes questões,<br />
como localização, layout e vitrines,<br />
e faz questão de man<strong>da</strong>r para os clientes junto<br />
com a cópia dos pedidos.<br />
“Quando eu, representante de uma indústria,<br />
visito o cliente, eu chego com a possibili<strong>da</strong>de de<br />
ven<strong>da</strong> zero, mas quando o consumidor entra na<br />
loja, 50% <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> já está feita, porque a pessoa já<br />
tem a intenção de comprar. Os outros 50% competem<br />
ao vendedor, por meio do atendimento e do<br />
diálogo. Sabendo disso, eu procuro orientar, destacar<br />
a importância de ter funcionários motivados,<br />
que conheçam o produto que estão vendendo. Já<br />
tive, inclusive, a oportuni<strong>da</strong>de de transformar<br />
clientes, que identificaram a necessi<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>r<br />
de ramo”, conta.<br />
Relação fornecedor x comprador<br />
Outro ponto que Adhemar destaca é a necessi<strong>da</strong>de<br />
de entender que a relação entre fornecedor e comprador<br />
deve ser de parceria e de respeito mútuo,<br />
para garantir um relacionamento produtivo. Ele<br />
salienta que, como profissional <strong>da</strong> área de ven<strong>da</strong>s,<br />
precisa tratar todos os clientes <strong>da</strong> mesma forma, sem<br />
fazer distinção entre os pequenos e grandes lojistas.<br />
“Todos eles, independente do número de pedidos,<br />
merecem a mesma conduta e boa vontade, o mesmo<br />
atendimento, preço e prazo de pagamento. Se eu garanto<br />
benefícios apenas para os grandes, acabo inibindo<br />
o crescimento dos pequenos, e eu preciso deles<br />
também”, completa.<br />
“É preciso<br />
estar atento<br />
ao consumidor<br />
final e às<br />
tendências<br />
de mercado,<br />
pois tudo isso<br />
interfere na<br />
ven<strong>da</strong>. O Brasil<br />
é um grande<br />
continente, o<br />
que é bom no<br />
Sul muitas vez<br />
não é bom no<br />
Norte, e essas<br />
diferenças<br />
precisam ser<br />
identifica<strong>da</strong>s<br />
pelo vendedor.”<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 19
entrevista / Por João Guilherme Brotto e Natasha Schiebel /<br />
João Guilherme Brotto<br />
Mais<br />
<strong>da</strong>dos e<br />
menos<br />
drama<br />
A<br />
RD Station nasceu em 2011 com o objetivo deaju<strong>da</strong>r<br />
pequenas e médias empresas a crescerem<br />
de forma previsível, escalável e sustentável.<br />
Para isso, a empresa de origem catarinense apresentou<br />
ao mercado um software que visava transformar a<br />
reali<strong>da</strong>de do marketing digital no Brasil e uma metodologia<br />
que apoia a estruturação e a execução <strong>da</strong> estratégia<br />
de marketing e ven<strong>da</strong>s.<br />
Porém, alguns anos depois, os executivos à frente<br />
<strong>da</strong> companhia perceberam que um gap havia sido criado.<br />
Com as soluções ofereci<strong>da</strong>s pela empresa, os clientes<br />
geravam leads, mas não sabiam o que fazer depois...<br />
Para resolver este problema, em novembro de 2018<br />
nasceu o RD Station CRM, uma ferramenta cujo objetivo<br />
é profissionalizar a gestão comercial.<br />
20<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Na época do lançamento, nossa equipe esteve<br />
em Florianópolis (SC) a convite <strong>da</strong> RD para participar<br />
do RD Summit, o maior evento de marketing<br />
digital e ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> América Latina. Lá, conversamos<br />
com Luis Lourenço, gerente de produtos e<br />
negócios <strong>da</strong> RD Station CRM. No bate-papo, ele<br />
revelou tudo o que você precisa saber para deixar<br />
de basear seu trabalho em ven<strong>da</strong>s em achismos e<br />
passar a se orientar por <strong>da</strong>dos e, assim, vender<br />
ca<strong>da</strong> vez mais e melhor – e com menos drama.<br />
Acompanhe!<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> – Uma pesquisa realiza<strong>da</strong> pela RD Station<br />
revelou que 70% dos mais de 12 mil clientes <strong>da</strong> empresanão<br />
têm um CRM para controlar suas ven<strong>da</strong>s.<br />
Que problemas a falta de um sistema de ven<strong>da</strong>s<br />
pode gerar para uma companhia?<br />
Luis Lourenço – Este é um <strong>da</strong>do interessante porque<br />
a base <strong>da</strong> RD é forma<strong>da</strong> por empresas maduras, que<br />
fazem inbound marketing, entendem o conceito de<br />
lead, têm noção do que é um funil de ven<strong>da</strong>s, e<br />
mesmo assim a maioria ain<strong>da</strong> não investe em uma<br />
ferramenta simples de gestão comercial.<br />
Basicamente, uma empresa sem CRM perde<br />
dinheiro, tempo e produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> equipe de<br />
ven<strong>da</strong>s – que poderia ser muito mais competitiva,<br />
mas que devido à falta de ferramenta não consegue<br />
atingir a alta performance. Afinal, a falta de<br />
<strong>da</strong>dos (ou a má gestão dos <strong>da</strong>dos) impossibilita o<br />
gerenciamento; sem isso, perde-se o controle do<br />
time de ven<strong>da</strong>s e dos próprios gestores comerciais;<br />
o relacionamento com os clientes também é afetado;<br />
e marketing e ven<strong>da</strong>s não se falam como<br />
deveriam.<br />
O que alguém que está começando a se preocupar<br />
em coletar <strong>da</strong>dos e está buscando um CRM deve levar<br />
em consideração?<br />
Primeiramente, é preciso<br />
ter muito claro qual é o seu<br />
perfil de cliente ideal (PCI).<br />
Depois, é importante ter<br />
um funil de ven<strong>da</strong>s bem<br />
definido – ou seja, saber<br />
Saiba como definir seu<br />
perfil de cliente ideal<br />
lendo o artigo Qual é o<br />
seu modelo comercial?<br />
(pgs. 46 a 49).<br />
quais são as etapas que um negócio percorre desde<br />
que é criado até ser fechado. Na sequência, deve-se<br />
definir quais são os gatilhos de passagem/as ações<br />
que fazem um cliente avançar no funil de ven<strong>da</strong>s.<br />
Então, vem a qualificação dessas oportuni<strong>da</strong>des e<br />
o follow-up, que é o mais importante – manter um<br />
relacionamento constante, no melhor horário possível<br />
para o cliente e no meio que ele está acostumado.<br />
É importante ressaltar isso porque percebemos<br />
um volume grande de oportuni<strong>da</strong>de de ven<strong>da</strong>s<br />
que são perdi<strong>da</strong>s porque o vendedor não faz o<br />
acompanhamento que com um CRM poderia fazer<br />
muito facilmente.<br />
Que informações as empresas coletam que mais<br />
atrapalham do que aju<strong>da</strong>m no processo de ven<strong>da</strong>s?<br />
Aproveitando o exemplo do follow-up, às vezes ficamos<br />
muito focados nas ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s –<br />
como número de propostas envia<strong>da</strong>s e número de<br />
ligações feitas –, mas nos esquecemos de pensar o<br />
processo como um todo. A proposta comercial por<br />
si só é um indicador vazio. É importante entender<br />
se o cliente está preparado para a proposta e quais<br />
são as conversões ao longo do funil de ven<strong>da</strong>s. Vejo<br />
muitas empresas preocupa<strong>da</strong>s com o número de<br />
tarefas cria<strong>da</strong>s e realiza<strong>da</strong>s e esquecendo de pensar<br />
no todo, no funil de ven<strong>da</strong>s e na conversão.<br />
Como utilizar as informações coleta<strong>da</strong>s?<br />
Muitas empresas têm aquele funil de marketing<br />
que gera oportuni<strong>da</strong>de para ven<strong>da</strong>s, que é quase<br />
uma bomba para o profissional de ven<strong>da</strong>s desarmar.<br />
Enxergamos isso de forma mais abrangente e completa.<br />
Marketing e ven<strong>da</strong>s devem trocar informações<br />
o tempo todo, e em tempo real, para se autocompletarem<br />
e de fato gerarem retorno sobre investimento.<br />
Se temos ROI, qualquer investimento em<br />
marketing deixa de ser gasto para ser de fato investimento.<br />
As informações podem ser aproveita<strong>da</strong>s<br />
de diversas formas pensando nessa integração<br />
marketing e ven<strong>da</strong>s.<br />
Pode citar alguns exemplos práticos?<br />
É possível, por exemplo, criar campanhas para quem<br />
já converteu ven<strong>da</strong>s com o objetivo de que faça<br />
novas compras, compre produtos complementares,<br />
adquira novos serviços e assim por diante.<br />
Já para aqueles que não compraram naquele<br />
momento, a campanha pode buscar fidelizar essa<br />
pessoa e abrir novas portas.<br />
Além disso, também é possível criar campanhas<br />
de marketing a partir de oportuni<strong>da</strong>des perdi<strong>da</strong>s.<br />
“Marketing<br />
e ven<strong>da</strong>s<br />
devem trocar<br />
informações<br />
o tempo todo,<br />
e em tempo<br />
real, para se<br />
autocompletarem<br />
e de fato gerarem<br />
retorno sobre<br />
investimento.<br />
Se temos<br />
ROI, qualquer<br />
investimento em<br />
marketing deixa<br />
de ser gasto<br />
para ser de fato<br />
investimento.”<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 21
“O profissional<br />
de ven<strong>da</strong>s que<br />
quiser se destacar<br />
precisa ser <strong>da</strong>ta<br />
driven – ou seja,<br />
direcionado para<br />
<strong>da</strong>dos. Afinal,<br />
só assim será<br />
possível entender<br />
seu papel dentro<br />
<strong>da</strong> empresa,<br />
descobrir, por<br />
exemplo, onde<br />
está performando<br />
melhor, onde<br />
está convertendo<br />
mais, quais são<br />
os produtos que<br />
trabalha melhor,<br />
as campanhas,<br />
os motivos de<br />
per<strong>da</strong>, e assim<br />
por diante, e com<br />
isso consegue<br />
se direcionar<br />
por <strong>da</strong>dos. E no<br />
fim, quanto mais<br />
<strong>da</strong>dos menos<br />
drama.”<br />
Digamos que um negócio não foi fechado porque o<br />
cliente reclamou do preço. Neste caso, faz sentido<br />
criar uma campanha de marketing <strong>da</strong>ndo um desconto<br />
especial; agora, se a ven<strong>da</strong> foi perdi<strong>da</strong> para<br />
um concorrente que tem o preço mais alto, é mais<br />
interessante criar ações para mostrar seus diferenciais<br />
competitivos do que simplesmente oferecer<br />
um desconto.<br />
Por último, eventualmente pode acontecer de<br />
uma ven<strong>da</strong> ser perdi<strong>da</strong> por você não ter exatamente<br />
o produto ou serviço que o cliente buscava, então,<br />
dá para criar uma automação de marketing para<br />
oferecer um produto complementar ao que ele comprou<br />
com outra empresa.<br />
Ou seja, essa troca de informações entre marketing<br />
e ven<strong>da</strong>s torna a empresa muito mais inteligente,<br />
rápi<strong>da</strong> e produtiva. Portanto, precisa acontecer.<br />
E isso só é possível se houver um CRM <strong>da</strong>ndo<br />
suporte.<br />
O que um gestor precisa levar em consideração para<br />
escolher um CRM?<br />
CRM precisa ser uma ferramenta fácil, simples e<br />
rápi<strong>da</strong> de implementar, para não gerar nenhum<br />
atrito nos processos <strong>da</strong> empresa. Isso consequentemente<br />
traz um alto custo benefício, porque se há<br />
facili<strong>da</strong>de de entra<strong>da</strong> e pouca resistência, os vendedores<br />
vão começar a produzir mais rápido.<br />
O segundo ponto é entender se a ferramenta é<br />
adequa<strong>da</strong> para o porte e a qualificação dessa empresa.<br />
Por exemplo: nós temos o produto free e o<br />
basic em nosso CRM. O free é para quem está começando<br />
a criar seu processo comercial e precisa<br />
de uma coisa rápi<strong>da</strong>, fácil, que pode ser coloca<strong>da</strong><br />
no ar rapi<strong>da</strong>mente. Agora, se o gestor está buscando<br />
mais previsibili<strong>da</strong>de, mais informações, maior<br />
controle <strong>da</strong> equipe, faz sentido ter uma ferramenta<br />
que ofereça mais indicadores e mais relatórios,<br />
porque aí resolve o problema de uma empresa que<br />
já está num estágio mais avançado.<br />
Se sua empresa tiver um grande número de<br />
vendedores, uma complexi<strong>da</strong>de alta, um nicho de<br />
mercado específico, diversas filiais e representantes<br />
comerciais, processos supercomplexos, engenharia<br />
de ven<strong>da</strong>s que exige uma deman<strong>da</strong> quase<br />
específica, vai encontrar ferramentas que vão resolver<br />
muito bem esse problema. É fun<strong>da</strong>mental<br />
entender qual é a ferramenta mais adequa<strong>da</strong> para<br />
o seu estágio e para o que de fato precisa para não<br />
pagar a mais por algo que não vai usar.<br />
Qual é sua dica para quem quer ter um bom ano em<br />
ven<strong>da</strong>s?<br />
Levando em consideração que boa parte do mercado<br />
não utiliza ferramentas de ven<strong>da</strong>s, minha<br />
dica é que os vendedores passem a se profissionalizar<br />
mais e a trabalhar mais com <strong>da</strong>dos. Falamos<br />
muito sobre o vendedor agressivo, que está ca<strong>da</strong><br />
vez mais perdendo a eficácia, enquanto o vendedor<br />
consultivo está ganhando espaço no mercado –<br />
aquele que sabe ler os <strong>da</strong>dos e <strong>da</strong>r a melhor saí<strong>da</strong><br />
para os clientes. Levando isso em conta, destaco<br />
que os vendedores precisam ser mais pautados por<br />
<strong>da</strong>dos.<br />
Que habili<strong>da</strong>des o vendedor precisa desenvolver<br />
para atender a essa reali<strong>da</strong>de?<br />
Vivemos em um mundo em que é muito fácil ter<br />
acesso à informação de quali<strong>da</strong>de. Se eu jogar no<br />
Google o nome de uma empresa, por exemplo, em<br />
pouco tempo conseguirei saber tudo sobre ela, seus<br />
concorrentes, suas soluções. Portanto, se o vendedor<br />
não estiver bem preparado, um cliente poderá saber<br />
mais do que ele.<br />
Neste contexto, o profissional de ven<strong>da</strong>s que<br />
quiser se destacar precisa ser <strong>da</strong>ta driven – ou seja,<br />
direcionado para <strong>da</strong>dos. Afinal, só assim será possível<br />
entender seu papel dentro <strong>da</strong> empresa, descobrir,<br />
por exemplo, no que está performando melhor,<br />
onde está convertendo mais, quais são os produtos<br />
que trabalha melhor, as campanhas, os motivos de<br />
per<strong>da</strong>, e assim por diante, e com isso consegue se<br />
direcionar por <strong>da</strong>dos. E no fim, quanto mais <strong>da</strong>dos<br />
menos drama.<br />
Neste cenário o alinhamento entre o time de ven<strong>da</strong>s<br />
e marketing se torna ca<strong>da</strong> vez mais importante,<br />
certo?<br />
Sim, com certeza. Chamamos isso de smarketing<br />
– unificação de ven<strong>da</strong>s e marketing. Um dos pilares<br />
desse conceito são as pessoas. Quando falo em pessoas,<br />
falo do profissional de marketing que entende<br />
o processo de ven<strong>da</strong>s e vice-versa. Se tivermos<br />
esse perfil de profissional em nossas equipes, o<br />
alinhamento entre eles será mais claro.<br />
22<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Na prática, isso significa que quando chegar uma<br />
oportuni<strong>da</strong>de de marketing na mesa do vendedor<br />
ele saberá exatamente onde converteu, qual é o perfil<br />
<strong>da</strong> pessoa, que materiais ela consumiu, qual será<br />
a melhor abor<strong>da</strong>gem para essa pessoa ou qual será<br />
o nível de esforço e tempo que será preciso investir<br />
nesse potencial cliente no funil de ven<strong>da</strong>s. Para isso,<br />
mais uma vez, reforço a importância de o profissional<br />
ser direcionado para <strong>da</strong>dos, ter um conhecimento<br />
maior de marketing e melhor relacionamento com<br />
o time de marketing e entender o contexto em que<br />
está inserido para não cair num cliente que pegue<br />
ele no contrapé e perder a ven<strong>da</strong>.<br />
Qual é o papel do gestor em tudo isso? Como ele deve<br />
se preparar para esse novo momento?<br />
A exigência é a mesma: precisamos de gestores voltados<br />
a <strong>da</strong>dos. Os líderes precisam conhecer o ciclo<br />
de ven<strong>da</strong>s muito bem, saber quantas oportuni<strong>da</strong>des<br />
existem no pipeline, quantas oportuni<strong>da</strong>des devem<br />
converter, qual é o tícket médio, a taxa de conversão<br />
de acordo com a característica de ca<strong>da</strong> vendedor, de<br />
ca<strong>da</strong> potencial cliente, o que fazer para ca<strong>da</strong> ação<br />
de marketing que recebe oportuni<strong>da</strong>des ou o que<br />
fazer para gerar upsell, cross sell etc.<br />
Além disso, é essencial que o líder transforme<br />
esses <strong>da</strong>dos em coaching. Ou seja, cabe a eles utilizar<br />
as informações como base de um trabalho de<br />
motivação e melhoria do dia a dia do trabalho.<br />
O RD Summit é o maior evento de marketing e<br />
ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> América Latina e apenas 8% do público<br />
é formado por gestores de ven<strong>da</strong>s. Esta informação<br />
me preocupa porque muito gestores não estão se<br />
desenvolvendo. Até brinco que em grande parte<br />
<strong>da</strong>s empresas brasileiras o gestor de ven<strong>da</strong>s é quem<br />
tem o domínio do desconto – o vendedor chega<br />
para ele para pedir autorização para <strong>da</strong>r desconto,<br />
e só. Mas essa é uma visão erra<strong>da</strong>. O gestor precisa<br />
estar mais antenado, participar de mais eventos<br />
como esse, tem que se conectar mais com as pontas<br />
–de ven<strong>da</strong>s e de marketing. Até porque essa conexão<br />
de smarketing será feita por gerentes, não vendedores.<br />
E o futuro depende disso.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 23
Transformação cultural<br />
24<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Como desenvolver<br />
uma cultura<br />
geradora de<br />
negócios na sua<br />
empresa<br />
É<br />
tudo uma questão de perspectiva, e a minha é muito<br />
simples: nós, brasileiros, formamos uma comuni<strong>da</strong>de<br />
de pessoas gentis, amigas, simpáticas e que gostam<br />
de agra<strong>da</strong>r. Como povo, nunca fomos criados para<br />
contestar. Aliás, no Brasil, questionar é ser do contra<br />
– um adjetivo pejorativo. E nas empresas do país,<br />
especificamente na área comercial, isso se traduz no<br />
que chamo de “cultura de atendimento”.<br />
Enquanto o mercado foi comprador isso bastava. Mas não vivemos mais<br />
um momento de mercado comprador. E aí, quem administra sua equipe<br />
comercial sob a manta carinhosa <strong>da</strong> cultura de atendimento morre.<br />
Sou pesquisador na área comercial e consultor há quase dez anos.<br />
Sócio <strong>da</strong> Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> no escritório de Brasília, conduzo<br />
equipes de consultores em projetos que reestruturam a área comercial<br />
de empresas de médio porte, com faturamento anual de cem a duzentos<br />
milhões de reais. Nos últimos anos, executei projetos assim<br />
em dezenas de organizações sedia<strong>da</strong>s em mais de 15 estados. Ou<br />
seja, conheço de perto – e por dentro – uma amostra interessante <strong>da</strong>s<br />
empresas brasileiras.<br />
O que vejo é o seguinte:<br />
Por Marlus Jungton<br />
Uma empresa tem um produto. Existem pessoas que precisam<br />
deste produto. Cria-se, então, uma estrutura simples de ven<strong>da</strong>s e<br />
gerenciamento, só para que possíveis clientes liguem e comprem<br />
(este, aliás, é um movimento que Marcelo Caetano já mencionou<br />
anteriormente aqui na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>). Este cenário simples pode parecer<br />
algo do passado, de quando as massas começaram a consumir<br />
bens duráveis e existia pouca oferta. No entanto, como pesquisador<br />
e consultor, posso garantir que esta cena remete ao que vejo nas empresas<br />
hoje!<br />
Para algumas poucas organizações capazes de<br />
gerar deman<strong>da</strong> isso ain<strong>da</strong> funciona muito bem. É<br />
o caso de quando a Apple lança um smartphone<br />
novo, por exemplo. As pessoas se encantam e, por<br />
diferentes motivos, passam a desejar a novi<strong>da</strong>de,<br />
vão até a loja e compram. Simples assim. Basta<br />
atender bem e encantar.<br />
Mas emprestando um termo <strong>da</strong> economia e<br />
apelando para o óbvio <strong>da</strong> palavra, na economia real<br />
não é assim que a coisa funciona.<br />
O que funciona, então?<br />
Nos últimos anos, minha equipe nas Soluções<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e eu temos sensibilizado empresários<br />
e seus times comerciais a pensar no que seria o<br />
contraponto <strong>da</strong> cultura de atendimento. E a resposta<br />
é o que chamamos de “cultura geradora de negócios”.<br />
Um dos nossos clientes mais recentes, uma indústria<br />
que produz artigos para o mercado imobiliário,<br />
havia faturado R$ 5 milhões no mês em que<br />
entramos na empresa. No mês seguinte, o faturamento<br />
saltou para R$ 9 milhões; no seguinte, subiu<br />
para R$ 11 mi; depois, passou para R$ 12,5 mi – o<br />
recorde em mais de vinte anos de mercado.<br />
Em outro cliente, esse do varejo de motos, em<br />
12 meses de projeto a média de ven<strong>da</strong> por vendedor<br />
aumentou 30%. Além disso, novos vendedores, que<br />
antes levavam oito meses para<br />
alcançar a média performance,<br />
agora atingem este patamar no<br />
terceiro mês. E o grupo de vendedores<br />
de baixa performance,<br />
que no início do projeto era formado<br />
por 60% dos mais de 100<br />
O artigo Gerar ou gerir<br />
deman<strong>da</strong>?, publicado na<br />
edição de julho de 2016,<br />
pode ser lido no Portal<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Acesse bit.ly/<br />
gerardeman<strong>da</strong> e confira!<br />
profissionais <strong>da</strong> equipe, agora<br />
tem aproxima<strong>da</strong>mente 20% dos<br />
vendedores <strong>da</strong> equipe.<br />
São dois exemplos perfeitos de<br />
aplicabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cultura geradora<br />
de negócios, que traduzimos assim:<br />
“Uma estrutura comercial<br />
(pessoas, processos, rotinas, estratégia<br />
empresarial e principalmente<br />
mu<strong>da</strong>nça de modelo mental<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 25
<strong>da</strong> liderança) volta<strong>da</strong> para aproveitar to<strong>da</strong>s as<br />
possibili<strong>da</strong>des de geração de negócios. E, principalmente:<br />
um modelo de negócio em que a empresa<br />
estrutura tudo pensando em manter o controle<br />
total <strong>da</strong> operação, ao invés de terceirizar para a<br />
equipe comercial.”<br />
É simples!<br />
Imagine uma fábrica de roupas. Ela corta a laser<br />
porque não quer perder nenhum centímetro de<br />
tecido, cria células específicas para ca<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong><br />
produção, buscando produzir o máximo possível<br />
no menor tempo, e assim por diante.<br />
Pois então, na cultura geradora de negócios criam-<br />
-se etapas para aproveitar todos os leads e prospects<br />
que passam na frente <strong>da</strong> empresa. No caso <strong>da</strong> ven<strong>da</strong><br />
de motos, por exemplo, trabalhamos com seis<br />
níveis de aproveitamento:<br />
1 o nível – Vendedor atende na loja;<br />
2 o nível – Vendedor realiza follow-up junto ao<br />
prospect que estava só olhando e ia comprar depois;<br />
3 o nível – A empresa envia uma sequência de<br />
mensagens de texto para o que chamamos de “régua<br />
de relacionamento” com todos que estavam só<br />
olhando e voltariam depois;<br />
4 o nível – Se o primeiro vendedor não tiver êxito<br />
em até 10 dias, então o prospect mu<strong>da</strong> de mão e<br />
outro vendedor tem a chance de fazer a ven<strong>da</strong>;<br />
5 o nível – Se nenhum dos anteriores fizer a ven<strong>da</strong>,<br />
então o prospect é transferido para uma célula de<br />
recuperação via televen<strong>da</strong>s;<br />
*Nível adicional – Aqueles clientes que compraram,<br />
mas não foram aprovados para financiamento<br />
no banco, também seguem para o televen<strong>da</strong>s,<br />
que trocará a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de adquiri<strong>da</strong> para consórcio;<br />
6 o nível – Se ain<strong>da</strong> assim aquele prospect não comprar<br />
ou não rejeitar a compra dizendo expressamente<br />
que não comprará mais, ele seguirá para um<br />
relacionamento de inbound marketing.<br />
Quer mais exemplos?<br />
Então acompanhe esta tabela em que comparo<br />
12 características comuns <strong>da</strong>s empresas volta<strong>da</strong>s<br />
para cultura de atendimento e o que estas empresas<br />
precisam mu<strong>da</strong>r para evoluírem para a cultura geradora<br />
de negócios:<br />
Cultura de atendimento<br />
Vendedores monitoram principalmente os negócios quentes.<br />
Não existe ação <strong>da</strong> empresa sobre leads e prospects que não<br />
compram.<br />
O controle <strong>da</strong> carteira de prospects e clientes está sob gestão de<br />
ca<strong>da</strong> vendedor. Por exemplo: não existe regra para cliente ativo e<br />
inativo e consequentemente não existe controle.<br />
A equipe comercial é dividi<strong>da</strong> entre os melhores e o resto.<br />
No campo <strong>da</strong> estratégia empresarial, busca-se produzir e vender<br />
apenas o que a empresa deseja.<br />
As empresas são volta<strong>da</strong>s para dentro. Gerentes visitam poucos<br />
clientes e muitas vezes vendedores externos se acostumam a<br />
fazer pedidos por telefone.<br />
Cobra-se dos vendedores o forecast, ou seja, a previsão dos<br />
negócios que estão para fechar.<br />
Reuniões <strong>da</strong> gerência com vendedores são volta<strong>da</strong>s para<br />
cobrança.<br />
Departamentos de apoio (financeiro e logística, por exemplo)<br />
conflitam com a área comercial.<br />
Gerentes que acompanham vendedores em reuniões com<br />
clientes quase sempre acabam fazendo a ven<strong>da</strong> no lugar do<br />
vendedor.<br />
Recrutadores contratam vendedores com experiência, treinam<br />
sobre o sistema e produtos e “jogam” os profissionais no<br />
mercado.<br />
O foco <strong>da</strong> gerência é fazer o faturamento de forma confiável.<br />
26<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO NOVEMBRO-DEZEMBRO 2019 2018
Cultura geradora de negócios<br />
Ca<strong>da</strong>stra-se e monitora-se 100% dos leads e prospects.<br />
Parece simples, mas não é. Trata-se do movimento mais crucial<br />
e difícil do processo de mu<strong>da</strong>nça de cultura.<br />
A empresa empreende diferentes iniciativas para aproveitar<br />
100% dos leads e prospects.<br />
Em to<strong>da</strong>s as empresas por onde passamos e<br />
comprovamos a hipótese <strong>da</strong> cultura geradora de<br />
negócios usamos uma figura para simbolizar a mu<strong>da</strong>nça<br />
de mindset. É um iceberg em que a ponta é<br />
representa<strong>da</strong> por clientes ativos e a parte submersa<br />
pelos outros – que compram e param de comprar,<br />
que estavam só orçando, que não demonstraram<br />
muito interesse, apenas entraram em contato, e<br />
assim por diante.<br />
A empresa controla 100% <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> carteira de clientes.<br />
Vendedores passam a executar uma estratégia de gestão e<br />
aproveitamento de prospects orienta<strong>da</strong> pela empresa. Neste<br />
caso, por exemplo, a empresa estabelece que clientes inativos<br />
são aqueles com recompra em até 60 dias, mas no 40 o dia a<br />
empresa cobra ação dos vendedores apontando quais clientes<br />
irão inativar em breve, para que ca<strong>da</strong> profissional empreen<strong>da</strong><br />
ações de recuperação.<br />
A equipe é dividi<strong>da</strong> em baixa, média e alta performance, e buscase<br />
alcançar um cenário com 20% de baixa, 60% de média e 20%<br />
de alta performance.<br />
Mu<strong>da</strong>-se a estratégia para que a empresa busque alternativas<br />
dentro e fora para vender aquilo que 100% dos leads e prospects<br />
querem comprar. Isto muitas vezes envolve criar uma marca B e<br />
vender mais barato (é o caso quando a maioria dos leads não tem<br />
recursos para comprar produtos de alto valor agregado).<br />
A empresa se volta para o mercado. Todos precisam sair,<br />
respirar o mercado e ativar pessoalmente tanto os potenciais<br />
compradores, quanto ativo e inativos.<br />
Cobra-se ação para 100% dos prospects.<br />
Reuniões voltam-se para aju<strong>da</strong>r vendedores a identificar o<br />
melhor plano de ataque para ca<strong>da</strong> um dos leads e prospects.<br />
Departamentos de apoio são envolvidos e provocados a pensar<br />
sobre o que podem fazer para que a empresa ven<strong>da</strong> mais.<br />
Gerentes acompanham vendedores para observar suas equipes<br />
e gerar insights sobre o que precisam melhorar na apresentação<br />
e na argumentação.<br />
Pois bem, na cultura geradora de negócios a empresa<br />
passa a controlar o status de 100% do iceberg<br />
e empreende ações para que todo o iceberg compre<br />
com regulari<strong>da</strong>de (comprando de quem for, e adquirindo<br />
o produto que for necessário para ca<strong>da</strong><br />
perfil de público).<br />
Sua empresa pode pertencer a qualquer segmento.<br />
No entanto, independentemente do ramo<br />
de atuação, a resposabili<strong>da</strong>de do comercial é produzir<br />
negócios. Portanto, pare de simplesmente<br />
atender e aproveite 100% <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong>des! Para<br />
isso, você precisa se preocupar em desenvolver uma<br />
cultura geradora de negócios! Aceita o desafio?<br />
Empresas acreditam no potencial dos novos contratados, mas a<br />
equipe de liderança orienta os novos vendedores como se eles<br />
não soubessem o que fazer. Sempre!<br />
O foco <strong>da</strong> gerência é fazer clientes comprarem mais rápido, e<br />
vendedores venderem mais rápido.<br />
Marlus Jungton é pesquisador na área comercial,<br />
sócio <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e coautor<br />
do livro Desafios de Ven<strong>da</strong>s – Os 30 maiores desafios<br />
de ven<strong>da</strong>s e 89 ferramentas para você superá-los.<br />
Contato: marlus@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 27
CAPA<br />
28<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Guia prático para fazer de 2019<br />
o melhor ano de sua vi<strong>da</strong> em ven<strong>da</strong>s<br />
Por João Guilherme Brotto E NATASHA SCHIEBEL<br />
Quase todo mundo aproveita o início de um<br />
novo ano para traçar planos, definir metas<br />
e planejar a realização de sonhos. E não<br />
poderia ser diferente. Afinal, páginas em branco<br />
naturalmente proporcionam motivação.<br />
Mas, por outro lado, é comum que to<strong>da</strong> a energia<br />
que chega com o início de um novo ciclo vá<br />
caindo com o passar do tempo...<br />
buscando fazer o hoje melhor que o ontem. O foco<br />
e a disciplina serão as bases estruturais de sua<br />
trajetória em 2019. Você está preparado?<br />
Ca<strong>da</strong> um destes <strong>elementos</strong> poderia muito bem ser<br />
transformado em uma reportagem única. Como isso<br />
não é possível, espalhamos por esta matéria diversos<br />
conteúdos complementares, que você encontra no Portal<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Não deixe de conferir!<br />
Em muito, isso se deve ao fato de que muitas<br />
vezes criamos metas frágeis e não estruturamos,<br />
de ver<strong>da</strong>de, o que desejamos alcançar ao longo do<br />
ano. Foi por isso, aliás, que criamos a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>,<br />
uma ferramenta que o incentiva a atingir<br />
suas metas todos os dias do ano.<br />
O tema <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> VM de 2019 é SuperAção.<br />
Na abertura de ca<strong>da</strong> mês apresentamos um tópico<br />
diferente que cumpre um papel crucial para o seu<br />
sucesso. Mas nenhum deles funciona de forma isola<strong>da</strong>.<br />
É como um quebra-cabeça, um mosaico ou<br />
uma man<strong>da</strong>la; seus <strong>elementos</strong> não fazem sentido<br />
quando não estão em harmonia.<br />
Como acreditamos muito nos <strong>elementos</strong> que<br />
apresentamos na agen<strong>da</strong>, resolvemos apresentá-los<br />
também a você, leitor <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, com o objetivo<br />
de fazer com que você os utilize como base<br />
para fazer deste o seu ano.<br />
Nossa sugestão é que você se dedique durante<br />
um dia a realizar todos as etapas que apresentaremos<br />
aqui. Ao final desse processo você terá em<br />
mãos um plano sólido para atingir suas metas – em<br />
2019 e sempre!<br />
O desafio, porém, não acaba quando você terminar<br />
a construção do plano. O último item (revisar<br />
para planejar) é um lembrete disso. Você precisará<br />
revisar periodicamente o plano traçado, corrigi-lo<br />
quando necessário e seguir em frente, sempre<br />
1)<br />
Sem METAS<br />
não há resultados<br />
Quem nunca começou um ano estabelecendo<br />
metas e definindo objetivos que atire a primeira<br />
pedra. Esta é uma cena clássica de janeiro,<br />
não é mesmo? No entanto, enquanto o primeiro<br />
mês do ano tradicionalmente é marcado por sentimentos<br />
de esperança e energia em alta, também<br />
costuma marcar o início do fim <strong>da</strong>s promessas<br />
vazias.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 29
A ver<strong>da</strong>de é que metas sem propósito, aleatórias,<br />
irreais e sem planejamento não vão servir para na<strong>da</strong><br />
além de gerar frustração. Para uma meta funcionar<br />
ela precisa ser respal<strong>da</strong><strong>da</strong> por uma visão estratégica.<br />
E é aí que entra uma técnica simples, mas poderosa:<br />
a meta EsMART, que é basea<strong>da</strong> na tese de<br />
que para uma meta funcionar, ela precisa ser:<br />
2 Específica<br />
2 Mensurável<br />
2 Atingível<br />
2 Realista<br />
2 Ter um tempo determinado para ser alcança<strong>da</strong>.<br />
Ou seja, não há espaço, por exemplo, para “eu<br />
quero vender mais”, “eu quero ganhar mais dinheiro”,<br />
“eu quero emagrecer” etc. Fazer listas soltas<br />
como essa é o caminho para fracassar em seus<br />
objetivos. “Ao definir a meta fraca, a pessoa já começa<br />
se autossabotando. Depois, essa mesma pessoa<br />
se desmotiva e entra numa espiral negativa<br />
difícil de sair: baixa performance, decepção, desmotivação,<br />
outras metas fracas, baixa performance,<br />
decepção, desmotivação”, aponta Raul Candeloro.<br />
Neste sentido, a ideia de vender mais, por exemplo,<br />
precisa ser basea<strong>da</strong> em fatos e ações concretas.<br />
Assim, a meta EsMART começa em trocar o “quero<br />
vender mais” por “vou vender 50% a mais do que<br />
vendi em ca<strong>da</strong> mês do ano passado”.<br />
Veja que só por ter um caminho objetivo e concreto<br />
para seguir, fica mais fácil de pensar nas ações<br />
que precisará colocar em prática para isso. Além<br />
disso, substituir o “quero” por “vou” também tem<br />
um peso importante, do ponto de vista emocional<br />
e psicológico. Será muito mais fácil se engajar em<br />
uma promessa feita para si mesmo e para seus pares.<br />
Com a meta EsMART defini<strong>da</strong>, uma boa forma<br />
de planejar ca<strong>da</strong> ação que o aju<strong>da</strong>rá a atingi-la é<br />
utilizando a ferramenta 5W2H. Ou seja, respondendo<br />
às seguintes perguntas:<br />
2 O que você vai fazer?<br />
2 Por que vai fazer?<br />
2 Onde vai fazer?<br />
2 Quando vai fazer?<br />
2 Quem vai fazer?<br />
2 Como vai fazer?<br />
2 Quanto isso vai custar?<br />
Raul Candeloro<br />
“Ao definir a meta fraca, a pessoa já começa se<br />
autossabotando. Depois, essa mesma pessoa se<br />
desmotiva e entra numa espiral negativa difícil de<br />
sair: baixa performance, decepção, desmotivação,<br />
outras metas fracas, baixa performance,<br />
decepção, desmotivação.” Raul Candeloro<br />
Lembre-se, “não é que a definição correta de<br />
uma meta seja uma ‘bala mágica’, que resolve automaticamente<br />
todos os problemas, mas ela aju<strong>da</strong><br />
imensamente a fazer com que as coisas comecem<br />
a <strong>da</strong>r certo”, destaca Candeloro.<br />
Uma dica extra é tornar a meta tangível. Para<br />
isso, vale imprimir a meta e o 5W2H e deixá-los<br />
em um lugar em que você os verá todos os dias.<br />
Também vale compartilhar tudo isso com pessoas<br />
que o aju<strong>da</strong>rão a atingir suas metas, para que<br />
elas possam cobrá-lo e incentivá-lo a seguir firme<br />
no plano.<br />
30<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Foi com isso em mente que Simon<br />
Sinek, autor do livro Por quê? – Como<br />
grandes líderes inspiram ação, criou<br />
o que nomeou de Círculo Dourado.<br />
o quê?<br />
como?<br />
Por<br />
QuÊ?<br />
2)<br />
Qual é o seu<br />
REASON WHY?<br />
Por mais que a técnica EsMART seja uma<br />
ferramenta importante para ajudá-lo a atingir<br />
seus objetivos, ela não bastará se suas metas não<br />
estiverem ancora<strong>da</strong>s em uma razão maior.<br />
De acordo com Sinek, grandes líderes e organizações<br />
inovadoras preocupam-se primeiro com o<br />
“por quê?” de alguma coisa existir, depois com o<br />
“como?” e então com o “o quê?”. E é isso, segundo<br />
ele, que os leva ao sucesso.<br />
Com um forte motivo, um forte reason why, sua<br />
meta já nasce com muito mais chances de ser atingi<strong>da</strong>.<br />
Existem basicamente seis “reasons why”:<br />
1. Busca do ganho, do lucro, <strong>da</strong> vantagem e do<br />
benefício.<br />
2. Medo <strong>da</strong> per<strong>da</strong>.<br />
3. Medo do incômodo e do desconforto.<br />
4. Busca de status, reconhecimento e destaque.<br />
5. Realização.<br />
6. Crescimento pessoal.<br />
Você já parou para pensar sobre por que faz o<br />
que faz?<br />
O reason why é o grande motivo, a razão, por<br />
que você quer atingir uma meta. E isso é muito<br />
pessoal, claro. Se o motivo para alcançar uma meta<br />
for sólido, você saberá o quanto precisa se esforçar<br />
e quão recompensador será atingir essa meta.<br />
O que pode ser um grande motivo para você, pode<br />
não ser na<strong>da</strong> de mais para um colega.<br />
“To<strong>da</strong>s as empresas e pessoas sabem o que fazem.<br />
Algumas empresas e pessoas sabem como<br />
fazem. E pouquíssimas empresas e pessoas sabem por<br />
que fazem o que fazem.”<br />
Simon Sinek<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 31
Quando definir uma meta para você mesmo,<br />
sempre defina também um reason why forte. Ou<br />
seja, defina a meta e, imediatamente, defina por<br />
que precisa atingi-la. Mesmo que a meta lhe seja<br />
<strong>da</strong><strong>da</strong>, de pronto torne-a sua com um bom “por quê”.<br />
– O que acontece de positivo se você conseguir<br />
alcançá-la? Quais os benefícios?<br />
– O que acontece de negativo se você não conseguir?<br />
Quais as consequências?<br />
Quando você define a meta e logo em segui<strong>da</strong><br />
um reason why muito forte, sua chance de obter<br />
sucesso cresce muito.<br />
“To<strong>da</strong>s as empresas e pessoas<br />
sabem o que fazem. Algumas<br />
empresas e pessoas sabem como<br />
fazem. E pouquíssimas empresas<br />
e pessoas sabem por que fazem o<br />
que fazem.” Simon Sinek<br />
A ver<strong>da</strong>de é muito simples: provavelmente nem<br />
tudo <strong>da</strong>rá certo. Em algum momento você vai errar<br />
e será necessário corrigir a rota. Quando isso ocorrer,<br />
a diferença estará em sua atitude e no planejamento<br />
que fez (ou que deveria ter feito).<br />
Considerar variáveis, caminhos alternativos,<br />
soluções opostas ao que acredita ser o caminho ideal<br />
deixará você mais forte e resguar<strong>da</strong>do de um<br />
eventual fracasso e <strong>da</strong>s armadilhas emocionais que<br />
um apego exagerado ao plano original pode causar.<br />
3)<br />
Um bom PLANO B<br />
é sempre importante<br />
Com o reason why esclarecido e as metas EsMART<br />
defini<strong>da</strong>s você tem em suas mãos o mapa para<br />
ter o melhor ano de sua vi<strong>da</strong>. Porém, enquanto isso<br />
significa cumprir uma parte importante do planejamento,<br />
não é tudo.<br />
Mais do que uma virtude, ter a humil<strong>da</strong>de para<br />
assumir que você pode estar errado é um elemento<br />
fun<strong>da</strong>mental do planejamento. E é <strong>da</strong> humil<strong>da</strong>de<br />
que surge o plano B. “Quando uma pessoa de alta<br />
performance encontra dificul<strong>da</strong>des, ela mu<strong>da</strong> o que<br />
está sendo feito, mas a meta permanece. Já quando<br />
uma pessoa de baixa performance encontra dificul<strong>da</strong>des,<br />
ela mu<strong>da</strong> a meta e tenta continuar fazendo<br />
exatamente o que vinha fazendo (e que não estava<br />
<strong>da</strong>ndo certo – se estivesse, ela alcançaria a meta)”,<br />
analisa Candeloro.<br />
O ideal é não deixar para definir seu plano B<br />
quando o desespero começar a bater. Revise suas<br />
metas periodicamente – mesmo que as coisas estejam<br />
indo bem – e aproveite essas oportuni<strong>da</strong>des para<br />
imaginar cenários de crise e definir o que você faria<br />
se eles se tornassem reali<strong>da</strong>de.<br />
Sua jorna<strong>da</strong> ficará muito mais tranquila se você<br />
souber o que fazer quando um caminho se fechar. Lao<br />
Tsé dizia que “o rio atinge seus objetivos porque<br />
aprendeu a contornar obstáculos”. E você?<br />
32<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
United States Digital Service, órgão do governo dos<br />
Estados Unidos que presta consultoria para agências<br />
federais.<br />
4)<br />
Como desenvolver<br />
HÁBITOS DE ALTA<br />
PERFORMANCE<br />
Você pode dominar técnicas de ven<strong>da</strong>s, ter a melhor<br />
carteira de clientes do mundo e trabalhar com<br />
um produto que se vende sozinho, mas tudo isso não<br />
servirá de na<strong>da</strong> se você não tiver disciplina, foco e<br />
capaci<strong>da</strong>de de execução.<br />
Porém, esses três <strong>elementos</strong> você não vai aprender<br />
<strong>da</strong> mesma forma que aprende sobre técnicas de fechamento,<br />
por exemplo. Não são habili<strong>da</strong>des teóricas, que<br />
se aprendem em livros ou cursos, mas hábitos que<br />
precisam ser praticados e repetidos para se tornarem<br />
parte de quem você é, enquanto pessoa ou profissional.<br />
É claro que, de novo, o reason why é o meio que<br />
embasa todo e qualquer hábito de alta performance.<br />
Afinal, nenhum hábito saudável e produtivo vai se<br />
sustentar no longo prazo se não houver uma razão<br />
forte para ele existir. No entanto, é só a prática diária<br />
e repeti<strong>da</strong> que vai enraizar os aspectos comportamentais<br />
que o conduzirão ao melhor ano de sua vi<strong>da</strong> em<br />
ven<strong>da</strong>s. O que fará a diferença em seus resultados não<br />
são atos isolados, mas aquilo que você faz dia após dia.<br />
Aqui vale uma pausa para reflexão: você acha que<br />
a forma como está trabalhando hoje está aju<strong>da</strong>ndo,<br />
de ver<strong>da</strong>de, você a atingir seus objetivos? Se não, o<br />
que você precisa mu<strong>da</strong>r?<br />
O problema é que enquanto até que é simples<br />
saber o que precisa ser feito, colocar isso em prática<br />
pode ser um desafio colossal. Uma dica para desenvolver<br />
hábitos é o desafio dos 30 dias, proposto por<br />
Matt Cutts, ex-executivo do Google e atual diretor do<br />
A ideia é simples e objetiva: Pense em algo que<br />
você sempre quis fazer e coloque em prática por 30<br />
dias.<br />
Cutts, um<br />
nerd confesso,<br />
chegou a escalar<br />
o Kilimanjaro<br />
– a montanha<br />
mais alta<br />
<strong>da</strong> África, localiza<strong>da</strong><br />
na Tanzânia<br />
– e a participar<br />
de um<br />
desafio que<br />
consistia em escrever<br />
um romance<br />
em 30<br />
dias (para isso,<br />
teve que escrever<br />
1.667 palavras<br />
por dia;<br />
todos os dias!).<br />
Matt Cutts<br />
Bons hábitos<br />
têm muito a<br />
ver com desenvolver processos. Na<strong>da</strong> acontece sem<br />
esforço e <strong>da</strong> noite para o dia. Daí a importância de<br />
repetir uma ativi<strong>da</strong>de nova por tanto tempo. É como<br />
reprogramar seu cérebro para incorporar uma nova<br />
reali<strong>da</strong>de.<br />
Cutts resumiu três grandes benefícios que ganhou<br />
com esses desafios:<br />
a) Ao invés de o mês voar, o tempo é sempre mais<br />
memorável.<br />
b) Quando começou a se propor desafios mais complexos,<br />
sua autoconfiança aumentou.<br />
c) Se você realmente quer algo, você pode fazer<br />
qualquer coisa por 30 dias.<br />
O poder do hábito<br />
Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de janeiro de 2015, apresentamos um<br />
passo a passo para ajudá-lo a desenvolver hábitos de<br />
alta performance. A reportagem está disponível para<br />
leitura em bit.ly/habitos-ap.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 33
“Se ca<strong>da</strong> hora for um conceito,<br />
ca<strong>da</strong> hora tiver uma meta, ca<strong>da</strong><br />
hora for um planejamento, as<br />
pessoas nunca saberão para onde<br />
estão indo.” Marcelo Caetano<br />
5)<br />
OTIMISMO REALISTA:<br />
a importância de ver o<br />
copo sempre meio cheio<br />
Metas estabeleci<strong>da</strong>s, forte reason why por trás,<br />
planos alternativos traçados, hábitos de sucesso<br />
desenvolvidos... Tudo isso, combinado, permite que<br />
você seja um otimista realista. Ou seja, aquela pessoa<br />
que tem confiança de que vai conseguir alcançar suas<br />
metas, mas não por isso acha que a jorna<strong>da</strong> será fácil.<br />
E é esse o tipo de otimismo que você precisa desenvolver.<br />
Um otimismo baseado na combinação de<br />
preparação, trabalho e dedicação, não na ilusão de<br />
que tudo sempre dá certo no fim <strong>da</strong>s contas.<br />
A ver<strong>da</strong>de é que por mais que uma dose de pessimismo<br />
seja importante – porque o deixa atento e<br />
alerta –, o excesso de pessimismo leva à inação, a não<br />
decisão, à paralisia. Isso acaba fazendo com que inúmeras<br />
oportuni<strong>da</strong>des sejam perdi<strong>da</strong>s. Afinal, o pessimista<br />
muitas vezes nem tenta, porque já “sabe” que<br />
não vai <strong>da</strong>r certo.<br />
Portanto, antes de se declarar um otimista, cuide<br />
dos pilares essenciais do otimismo realista: metas<br />
consistentes, forte reason why, planejamento para<br />
eventuais crises, hábitos de sucesso e muito trabalho.<br />
Você já está fazendo isso, não está?<br />
6)<br />
RECEPTIVIDADE<br />
AO FEEDBACK:<br />
juntos somos mais fortes!<br />
Antes de seguir com o otimismo, um alerta: há um<br />
perigo grande em seguir à risca tudo o que falamos<br />
até aqui. Esse risco está atrelado ao fato de você<br />
ficar tão convicto sobre seu planejamento a ponto de<br />
ficar alheio a críticas e feedbacks.<br />
Desenvolver métodos, processos e formas de executar<br />
seu trabalho é importante por diversos motivos,<br />
34<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
to<strong>da</strong> a minha experiência para fazer essa pessoa ser<br />
melhor’, vai ver que alguma coisa mágica vai acontecer<br />
com você. E vai descobrir que <strong>da</strong>r feedback e desenvolver<br />
pessoas é realmente a principal função do<br />
líder, como a gente insiste tanto na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>”,<br />
salienta Marcelo Caetano, sócio <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />
Marcelo Caetano<br />
mas isso não pode fazer com que qualquer iniciativa<br />
contrária ao que você acredita ser o ideal não seja bem<br />
recebi<strong>da</strong>.<br />
Conversar com seus pares e com pessoas não<br />
diretamente liga<strong>da</strong>s aos seus objetivos traz clareza,<br />
aju<strong>da</strong> a eliminar falhas e a corrigir erros. Indo além,<br />
mais do que simplesmente ouvir um feedback espontâneo,<br />
pedir feedback pode se tornar mais um<br />
hábito saudável que você deve desenvolver no ano<br />
<strong>da</strong> superação.<br />
Nem sempre o feedback que você vai receber será<br />
positivo. Mas ao invés de ignorar por se tratar de uma<br />
área delica<strong>da</strong>, seu papel é se preparar mentalmente<br />
para ouvir opiniões alheias e filtrar o que ca<strong>da</strong> feedback<br />
tem de positivo e de negativo – buscando ao<br />
máximo racionalizar a questão e debater de forma<br />
objetiva e basea<strong>da</strong> em <strong>da</strong>dos.<br />
A crença diz que Deus nos deu dois ouvidos e uma<br />
boca para que falemos menos e escutemos mais. Que<br />
isso se faça valer. Em 2019 e sempre.<br />
É líder de uma equipe comercial, precisa <strong>da</strong>r feedback a<br />
seus vendedores e não sabe como fazer isso? Leia a edição<br />
digital <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de agosto de 2015! Nela, revelamos<br />
Como <strong>da</strong>r feedback de ver<strong>da</strong>de para sua equipe de ven<strong>da</strong>s:<br />
bit.ly/feedbackvendedores.<br />
“Quando você senta na frente de uma pessoa e fala<br />
‘Eu vou doar todo o meu conhecimento, vou doar<br />
7)<br />
KAIZEN: Hoje melhor que<br />
ontem. Amanhã melhor<br />
que hoje<br />
Um dos grandes desafios em ven<strong>da</strong>s é li<strong>da</strong>r com<br />
altos e baixos característicos <strong>da</strong> profissão. O<br />
antídoto é formado por um mix de boas doses de<br />
inteligência emocional, autoconhecimento e o foco<br />
na melhoria contínua.<br />
Nessas horas, a sabedoria japonesa propaga<strong>da</strong><br />
pelo Kaizen, que significa mu<strong>da</strong>nça para melhor, é<br />
uma grande alia<strong>da</strong>. Até porque foi a ideia de fazer<br />
um dia melhor que o outro que transformou um<br />
Japão devastado pela Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial em<br />
uma <strong>da</strong>s principais potências do mundo.<br />
Na prática, adotar a filosofia Kaizen significa<br />
fazer revisões periódicas sobre suas metas para<br />
que os resultados sejam ca<strong>da</strong> vez melhores. O roteiro<br />
de perguntas abaixo é um ótimo ponto de<br />
parti<strong>da</strong> para esse momento de reflexão – que pode<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 35
ser diário, semanal, mensal ou na periodici<strong>da</strong>de que<br />
você achar mais adequa<strong>da</strong> à sua reali<strong>da</strong>de.<br />
2 Quais foram os melhores resultados conquistados<br />
no período X?<br />
2 O que foi preciso fazer para alcançá-los?<br />
2 É possível repetir essas ações, para que outras<br />
metas sejam bati<strong>da</strong>s? Se sim, como? Se não, por<br />
quê? E quais são as alternativas?<br />
2 O que você fez de errado em tal período e precisa<br />
evitar <strong>da</strong>qui em diante?<br />
2 Quais são as duas grandes metas para o próximo<br />
período?<br />
2 O que é preciso fazer para alcançá-las? (Liste<br />
pelo menos cinco ações, defina prazos para realizá-las,<br />
indicadores para monitorar a evolução<br />
delas, pessoas com quem você pode contar para<br />
executá-las… enfim, desenvolva um planejamento<br />
em cima delas – a ferramenta 5W2H, novamente,<br />
pode ser útil nesse momento).<br />
“Não é que a definição correta de<br />
uma meta seja uma ‘bala mágica’,<br />
que resolve automaticamente<br />
todos os problemas, mas ela aju<strong>da</strong><br />
imensamente a fazer com que as<br />
coisas comecem a <strong>da</strong>r certo.” Raul Candeloro<br />
Se você não tem disciplina, você vive a vi<strong>da</strong><br />
pela metade e, em casos mais graves, corre o risco<br />
de desenvolver distúrbios mentais, como ansie<strong>da</strong>de<br />
e depressão. “As pessoas complicam, ficam criando<br />
novos modelos, novos métodos. O que funciona de<br />
ver<strong>da</strong>de é olhar para o caminho que você está indo<br />
e seguir esse caminho. Se ca<strong>da</strong> hora for um conceito,<br />
ca<strong>da</strong> hora tiver uma meta, ca<strong>da</strong> hora for um<br />
planejamento, as pessoas nunca saberão para onde<br />
estão indo”, destaca Caetano.<br />
Ensinar a ter disciplina pode ser um desafio<br />
complexo, mas a ver<strong>da</strong>de é que no papel tudo é<br />
muito simples. Se você se comprometer a seguir os<br />
12 <strong>elementos</strong> que estamos propondo nesta edição<br />
de começo de ano, por si só, já estará praticando um<br />
exercício de disciplina. Mas, como reforço, sugerimos<br />
as seguintes ações práticas para desenvolver o hábito<br />
<strong>da</strong> disciplina:<br />
8)<br />
DISCIPLINA: um passo de<br />
ca<strong>da</strong> vez, devagar e sempre<br />
calcanhar de Aquiles <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s pessoas no<br />
O que diz respeito às suas metas é a falta de disciplina<br />
e de consistência na execução do plano<br />
traçado. Não há geniali<strong>da</strong>de, meta EsMART ou<br />
plano infalível que resista à falta de disciplina.<br />
2 Faça listas. Essa atitude simples pode fazer<br />
total diferença na forma como você gerencia as tarefas<br />
do seu dia a dia e, consequentemente, pode<br />
ajudá-lo a ser mais disciplinado.<br />
2 Faça primeiro o que você não gosta. Quando<br />
você faz a ativi<strong>da</strong>de que não gosta antes de tudo,<br />
passa o resto do dia se sentindo mais leve, pois sabe<br />
que já tirou aquele “peso” de suas obrigações.<br />
2 Seja fiel ao seu planejamento. Estabelecer<br />
metas para o seu dia e seguir suas tarefas sempre<br />
com essas metas em foco é um excelente exercício<br />
de disciplina. O fato de ser fiel ao planejamento<br />
também o aju<strong>da</strong>rá a entender melhor as suas atitudes<br />
e saber o que tira o seu foco e por que isso acontece.<br />
36<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Domine o jogo <strong>da</strong> execução e ven<strong>da</strong> mais!<br />
Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de julho de 2016, apresentamos uma<br />
metodologia que transforma a execução em processo<br />
por meio do que os consultores <strong>da</strong> FranklinCovey<br />
chamam de as quatro disciplinas <strong>da</strong> execução. Leia<br />
a reportagem, saiba como colocar essa metodologia<br />
em prática no seu dia a dia e discipline-se para<br />
buscar o que deseja! bit.ly/execucao-ven<strong>da</strong>s<br />
Nessas horas, o que diferencia os profissionais<br />
de alta performance dos demais é a forma como<br />
li<strong>da</strong>m com esses reveses. Enquanto os pessimistas<br />
desanimam e acham que <strong>da</strong>li para frente só coisas<br />
ruins acontecerão, os otimistas focam no que há de<br />
positivo em ca<strong>da</strong> situação. Afinal, eles entendem<br />
que coisas ruins:<br />
2 São temporárias.<br />
2 Têm uma causa específica e não são universais.<br />
2 Acontecem por uma razão – que eles buscam<br />
descobrir qual é.<br />
2 Servem como lição para buscar uma forma de<br />
melhorar.<br />
Na prática, funciona mais ou menos assim:<br />
2 O cliente cancelou um pedido? Vou aproveitar<br />
para entender o que houve e apresentar uma<br />
proposta melhor (para ele e para nós).<br />
2 O preço baixo do concorrente me fez perder<br />
alguns clientes? Vou reforçar minha apresentação<br />
de valores para mostrar que nossos benefícios<br />
vão muito além do custo.<br />
2 Um prospect promissor acabou não fechando?<br />
Vou conversar com ele para descobrir quais foram<br />
meus pontos fracos e mu<strong>da</strong>r a apresentação<br />
para garantir que isso não aconteça mais. Quem<br />
sabe, posso até reverter o não.<br />
9)<br />
FOCO NO POSITIVO:<br />
a forma como você reage<br />
às adversi<strong>da</strong>des é uma<br />
escolha<br />
Como já falamos, nem sempre tudo vai acontecer<br />
conforme o plano original. Daí a importância<br />
do plano B. Mas a vi<strong>da</strong> pode ser dura. O plano B<br />
também pode falhar – bem como o C, o D, o E, e<br />
assim por diante.<br />
É o Kaizen se mostrando presente por outro<br />
ângulo. Você já percebeu como os 12 <strong>elementos</strong> <strong>da</strong><br />
SuperAção estão conectados entre si?<br />
“Quando uma pessoa de alta performance<br />
encontra dificul<strong>da</strong>des, ela mu<strong>da</strong> o que<br />
está sendo feito, mas a meta permanece.<br />
Já quando uma pessoa de baixa<br />
performance encontra dificul<strong>da</strong>des, ela<br />
mu<strong>da</strong> a meta e tenta continuar fazendo<br />
exatamente o que vinha fazendo (e que<br />
não estava <strong>da</strong>ndo certo – se estivesse, ela<br />
alcançaria a meta).” Raul Candeloro<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 37
coisa – ter saúde, ter 10 dedos, conseguir enxergar,<br />
estar respirando, ter roupa para vestir, comi<strong>da</strong> para<br />
comer etc. Vamos lá?<br />
1.<br />
2.<br />
3.<br />
“Essa é uma ferramenta que comprova<strong>da</strong>mente<br />
melhora resultados e, como alongar, tomar água e<br />
dormir bem, todo mundo sabe que poderia fazer…<br />
mas acaba não fazendo. Uma pena, porque um diário<br />
<strong>da</strong> gratidão recanaliza energias de maneira<br />
muito produtiva e inegavelmente melhora a performance”,<br />
explica Candeloro.<br />
10)<br />
Como qualquer ativi<strong>da</strong>de, o Diário <strong>da</strong> Gratidão<br />
traz resultados se for levado a sério e feito rotineiramente.<br />
Por isso, inclua-o na sua lista de tarefas diárias<br />
a partir de agora. Seus resultados (também) agradecem!<br />
GRATIDÃO: você já<br />
agradeceu pelo que<br />
tem hoje?<br />
Se você está alinhado com os nove <strong>elementos</strong><br />
que apresentamos até então, é muito provável<br />
que tenha muito a agradecer. Só que talvez você não<br />
tenha o hábito de exercer a gratidão, na prática. É<br />
importante falar sobre isso porque uma carreira de<br />
sucesso não vem apenas através <strong>da</strong> excelência profissional.<br />
A espirituali<strong>da</strong>de, a paz de espírito e a<br />
harmonia com o mundo ao seu redor são bases<br />
importantes.<br />
Pensando nisso, propomos que você inclua na<br />
sua rotina o exercício que Raul Candeloro chama<br />
de Diário <strong>da</strong> Gratidão. “Como a área de ven<strong>da</strong>s é<br />
uma área em que o humor, a atitude positiva e a<br />
motivação influenciam fortemente os resultados,<br />
pode ser que em algum momento você precise reverter<br />
um quadro de energia negativa, precise fazer<br />
a energia e o foco voltarem ao que é positivo, e é<br />
para isso que serve o Diário <strong>da</strong> Gratidão”, revela.<br />
Tudo o que você precisa fazer é anotar três coisas<br />
pelas quais é grato hoje. Pode ser qualquer<br />
11)<br />
ATITUDES DE ALTA<br />
PERFORMANCE: você é o<br />
resultado de suas ações<br />
Seguindo na esteira dos aspectos comportamentais,<br />
um dos conceitos que mais defendemos na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
no que diz respeito ao sucesso em ven<strong>da</strong>s é<br />
38<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
o CHA. Ou seja, os conhecimentos, as habili<strong>da</strong>des e<br />
as atitudes que consideramos fun<strong>da</strong>mentais para a<br />
alta performance na área comercial.<br />
Mas focando apenas no campo <strong>da</strong>s atitudes,<br />
elas são como a missão e os valores de uma empresa:<br />
não podem ser apenas uma nota no ro<strong>da</strong>pé<br />
do site ou na parede <strong>da</strong> empresa. As atitudes que<br />
o movem precisam ser exerci<strong>da</strong>s em sua rotina.<br />
Você já parou para pensar sobre quais são as atitudes<br />
que o caracterizam como pessoa e como<br />
profissional?<br />
Tire um tempo para definir a sua lista de atitudes<br />
e registrá-las oficialmente.<br />
metas. O roteiro abaixo pode ser um bom ponto de<br />
parti<strong>da</strong> para isso.<br />
2 Você conseguiu bater to<strong>da</strong>s as suas metas? Se<br />
não, quais os motivos o levaram a não atingir<br />
algumas delas?<br />
2 O que é possível/preciso fazer para que as metas<br />
pendentes sejam bati<strong>da</strong>s?<br />
2 As metas que não foram/forem bati<strong>da</strong>s no ciclo<br />
atual devem estar na lista de objetivos para o<br />
próximo? Por quê?<br />
2 O que você fez este ano e que trouxe bons resultados<br />
– e, portanto, precisa continuar fazendo<br />
no próximo ciclo?<br />
2 O que você deveria ter feito diferente para melhorar<br />
seus resultados ao longo deste período?<br />
2 Quais foram os melhores resultados conquistados<br />
no período? O que foi preciso fazer para<br />
alcançá-los?<br />
2 É possível repetir essas ações para bater outras<br />
metas? Se sim, como? Se não, por quê? E quais<br />
são as alternativas?<br />
12)<br />
Quer que a SuperAção<br />
perdure? Lembre-se de<br />
REVISAR PARA PLANEJAR<br />
A<br />
última etapa do seu processo de SuperAção<br />
não marca o fim deste processo. É o momento<br />
de revisar tudo o que feito até aqui para planejar o<br />
que vem a seguir. É uma ação que deve ser repeti<strong>da</strong><br />
mensalmente ou a ca<strong>da</strong> período que você considerar<br />
suficiente para fazer uma boa análise.<br />
É hora, portanto, de analisar to<strong>da</strong>s as suas grandes<br />
2 Qual será a sua grande meta no próximo período?<br />
O que é preciso fazer para alcançá-la?<br />
“O rio atinge seus objetivos<br />
porque aprendeu a contornar<br />
obstáculos.” Lao Tsé<br />
Supere-se!<br />
Agora, é com você!<br />
Incorpore os <strong>elementos</strong> <strong>da</strong> SuperAção à sua rotina,<br />
transforme-os em seus aliados e tenha o melhor<br />
ano em ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>!<br />
Feliz 2019!<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 39
Tendências<br />
Um giro pelo<br />
Velho Mundo<br />
em busca de ideias<br />
e soluções para<br />
construir o amanhã<br />
Por João Guilherme Brotto<br />
o fim de 2018, a equipe editorial <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
fez um tour pela Europa com o objetivo de cobrir<br />
eventos ligados a gestão, inovação e marketing e<br />
preparar uma reportagem especial para apresentar<br />
para você as principais tendências e as grandes<br />
reflexões do momento sobre estes temas.<br />
Nossa primeira para<strong>da</strong> foi na charmosa Hamburgo,<br />
segun<strong>da</strong> maior ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Alemanha. Lá,<br />
acontece anualmente a NEXT Conference, evento<br />
que reúne especialistas do mundo todo para debater<br />
as tendências <strong>da</strong> tecnologia e do mercado<br />
digital e seus impactos em nossas vi<strong>da</strong>s e negócios.<br />
Ca<strong>da</strong> edição <strong>da</strong> NEXT é centra<strong>da</strong> em um tema diferente, e o de<br />
2018 foi “Como consertar o digital”.<br />
Fake news, monopólios de gigantes <strong>da</strong> tecnologia, algoritmos ditando<br />
nossas vi<strong>da</strong>s, ausência de privaci<strong>da</strong>de, doenças mentais e físicas,<br />
sedentarismo e vícios desencadeados pelo mundo conectado<br />
permearam as discussões sobre a necessi<strong>da</strong>de de evoluirmos nossa<br />
relação com o digital.<br />
O Vale do Silício está sendo questionado<br />
A cultura e o mindset do Vale do Silício tornaram-<br />
-se um modelo a ser seguido por empreendedores,<br />
profissionais e empresas do mundo todo. Há uma<br />
aura quase mística em torno <strong>da</strong>s startups que surgem<br />
na baía de São Francisco.<br />
De fato, boa parte <strong>da</strong>s grandes inovações <strong>da</strong> história<br />
recente <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de nasceram lá, assim<br />
como muitas <strong>da</strong>s gigantes <strong>da</strong> tecnologia que giram<br />
cifras astronômicas. Só que ao mesmo tempo em que<br />
o Vale cria riqueza, também é responsável direto<br />
pelos problemas que elencamos acima, além de ser<br />
o grande culpado pela Califórnia estar se tornando<br />
um dos estados mais desiguais dos Estados Unidos<br />
– o que é uma ironia, já que se o estado fosse um<br />
país, seria a quinta maior economia do mundo.<br />
Se nem no quintal de onde o amanhã está sendo<br />
construído consegue-se entregar o sonho um dia imaginado,<br />
como fica o resto do mundo?<br />
40<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Indy Johar<br />
Geisselbrecht Photography<br />
“Tudo o que<br />
estamos<br />
falando<br />
hoje é sobre<br />
dividir a<br />
sujeira, mas<br />
precisamos<br />
de conversas<br />
melhores.<br />
Precisamos<br />
falar sobre<br />
o futuro e<br />
reimaginar<br />
como ele<br />
pode ser.”<br />
Indy Johar<br />
A ver<strong>da</strong>de é que o futuro libertário que um dia sonhamos que a tecnologia<br />
proporcionaria nunca chegou. Pelo contrário. Somos reféns. E isso<br />
foi exaustivamente debatido pelos palestrantes <strong>da</strong> NEXT Conference.<br />
Indy Johar, arquiteto britânico engajado em causas liga<strong>da</strong>s a<br />
redesenhar o futuro, destacou que precisamos ir além de compartilhar<br />
responsabili<strong>da</strong>des. “Tudo o que estamos<br />
falando hoje é sobre dividir a sujeira, mas<br />
precisamos de conversas melhores. Precisamos<br />
falar sobre o futuro e reimaginar como<br />
ele pode ser”, sugere.<br />
Tudo mu<strong>da</strong>?<br />
A Carta de Copenhague, que<br />
publicamos no Até Mais (p. 50),<br />
é um bom ponto de parti<strong>da</strong><br />
para entender o contexto de<br />
muitas <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s debati<strong>da</strong>s<br />
na NEXT. Não deixe de ler.<br />
Um dos destaques <strong>da</strong> NEXT foi a palestra de David Mattin, diretor<br />
global de trends & insights do TrendWatching, referência mundial em<br />
análise de tendências.<br />
Em meio a cenários ca<strong>da</strong> vez mais complexos, que dificultam a<br />
tarefa de as empresas compreenderem as mu<strong>da</strong>nças e se posicionarem,<br />
Mattin lembrou algo importante para explicar como devemos direcionar<br />
o olhar para compreender e explorar tendências. “Vivemos em<br />
um mundo novo, mas somos os mesmos seres humanos,<br />
com as mesmas necessi<strong>da</strong>des”, destacou.<br />
Ou seja, ain<strong>da</strong> que os meios e formas sejam diferentes<br />
dependendo do contexto, to<strong>da</strong> tendência<br />
nasce ancora<strong>da</strong> em atender necessi<strong>da</strong>des básicas do<br />
ser humano. “Novas tendências surgem quando o<br />
cenário de mu<strong>da</strong>nça cria novas formas de servir a<br />
velhas necessi<strong>da</strong>des”, explicou.<br />
O desafio, então, é compreender quais são os<br />
sinais de hoje que mol<strong>da</strong>rão o comportamento de<br />
amanhã. Para isso, Mattin deu uma dica: “Sempre<br />
perseguimos conexão social, status e crença. São três<br />
itens fun<strong>da</strong>mentais para <strong>da</strong>r significado a nossas<br />
vi<strong>da</strong>s”, disse. Portanto, to<strong>da</strong> tendência está, de algum<br />
modo, liga<strong>da</strong> a atender esses aspectos.<br />
>> REFLEXÃO<br />
Como é possível suprir as deman<strong>da</strong>s do momento e promover<br />
conexão social, status e crenças a atuais clientes em mercados<br />
já consoli<strong>da</strong>dos e/ou em mares ain<strong>da</strong> não navegados?<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 41
JOÃO GUILHERME BROTTO<br />
“Se você não tem um ponto de<br />
ven<strong>da</strong> físico ou tecnologia,<br />
muito vai se resumir ao<br />
atendimento e ao que você<br />
entrega. Uma empresa de<br />
serviços que tem grande<br />
concorrência precisa fazer<br />
mais do que o óbvio. Atuar como<br />
concierge significa mimar o<br />
cliente, entregar a ele mais<br />
do que ele comprou. Li<strong>da</strong>r<br />
com tendências não precisa<br />
ser complexo, disruptivo,<br />
altamente inovador ou<br />
distante de sua reali<strong>da</strong>de.<br />
A<strong>da</strong>pte-se para atender a<br />
mu<strong>da</strong>nça de mindset.”<br />
David Mattin<br />
David Mattin<br />
Um diferencial importante<br />
O estudo The Future of Jobs, publicado pelo Fórum Econômico Mundial<br />
em 2016, apontou que mais de 7 milhões de empregos serão perdidos<br />
em razão <strong>da</strong> transformação digital até 2020. Destes, ⅔ estão concentrados<br />
em funções de escritório e administrativas. Por outro lado, novas<br />
vagas surgirão para atender deman<strong>da</strong>s ca<strong>da</strong> vez mais específicas.<br />
O fato é que as habili<strong>da</strong>des que o mercado exige não são mais tão<br />
rígi<strong>da</strong>s. À medi<strong>da</strong> que a transformação digital se desenrola o cenário<br />
mu<strong>da</strong>. Enquanto novas habili<strong>da</strong>des se fazem necessárias, outras tornam-<br />
-se irrelevantes. Um bom exemplo disso é o número crescente de empresas<br />
que sequer estão exigindo diplomas. A tendência que se desenha<br />
nesse contexto é que habili<strong>da</strong>des serão ca<strong>da</strong> vez mais importantes do<br />
que títulos.<br />
Segundo Pip Jamieson, fun<strong>da</strong>dora <strong>da</strong> The Dots, uma rede social que<br />
surgiu inspira<strong>da</strong> no LinkedIn, mas volta<strong>da</strong> aos criativos de diferentes<br />
áreas, com o avanço <strong>da</strong> automação, a criativi<strong>da</strong>de passa a ser a arma<br />
secreta de quem quer se destacar. “Logo as máquinas vão dirigir, atender<br />
clientes, programar, limpar, fazer a contabili<strong>da</strong>de e o trabalho legal.<br />
Em que os humanos continuarão sendo diferentes? No que exige criativi<strong>da</strong>de.<br />
Se queremos que nossos filhos e netos tenham empregos,<br />
precisamos apoiar os fazedores, consertadores e sonhadores que trazem<br />
ideias criativas à vi<strong>da</strong>”, declara.<br />
Jamieson, que aposta que o caos de informação<br />
que vivemos vai contribuir para fortalecer duas posições<br />
– especialistas em <strong>da</strong>dos e curadores de conteúdo<br />
–, acredita que os criativos estarão “seguros<br />
com relação aos robôs”. Isso, é claro, se souberem<br />
acompanhar as mu<strong>da</strong>nças. “Para fazer isso, abrace<br />
sua criativi<strong>da</strong>de e baseie sua carreira em perguntas,<br />
não em respostas. Se, por exemplo, um dia o ato de<br />
programar se tornar uma tarefa automatiza<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong><br />
precisaremos dizer ao robô o que ele deve programar.<br />
O aprendizado contínuo é a moe<strong>da</strong> do futuro. Portanto,<br />
pare de pensar em seu cargo. Foque em desenvolver<br />
habili<strong>da</strong>des”, recomen<strong>da</strong>.<br />
E a educação?<br />
Como preparar ci<strong>da</strong>dãos e profissionais para o futuro,<br />
se o sistema educacional permanece o mesmo?<br />
Tal questionamento permeia o surgimento de<br />
novas iniciativas no modelo educacional mundo<br />
afora. Um exemplo é a Our Dream School, uma escola<br />
de Barcelona que tem a missão de fazer o aprendizado<br />
voltar a ser divertido, e que, para isso, apresenta<br />
um novo ecossistema de ensino.<br />
42<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Pip Jamieson<br />
Adrienne Pitts<br />
Na grade de ensino <strong>da</strong> “nossa escola dos sonhos”,<br />
o currículo tradicional dá lugar a aulas sobre colaboração,<br />
ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, autoconsciência, comunicação,<br />
gestão de vi<strong>da</strong>, liderança e empreendedorismo. Além<br />
disso, ca<strong>da</strong> estu<strong>da</strong>nte é responsável por cocriar um<br />
plano pessoal de acordo com suas necessi<strong>da</strong>des e seus<br />
desejos. “Estamos todos presos com modelos e diplomas,<br />
mas o mundo atual exige que construamos<br />
todo dia”, disse Christopher Pommerening, fun<strong>da</strong>dor<br />
<strong>da</strong> escola, em sua palestra na NEXT.<br />
>> REFLEXÃO<br />
Como sua empresa pode aju<strong>da</strong>r as pessoas a encontrarem o<br />
propósito delas dentro desse mundo novo?<br />
“Logo as máquinas vão dirigir, atender clientes, programar,<br />
limpar, fazer a contabili<strong>da</strong>de e o trabalho legal. Em que<br />
os humanos continuarão sendo diferentes? No que exige<br />
criativi<strong>da</strong>de. Se queremos que nossos filhos e netos tenham<br />
empregos, precisamos apoiar os fazedores, consertadores e<br />
sonhadores que trazem ideias criativas à vi<strong>da</strong>.”<br />
Pip Jamieson<br />
O modelo parte do princípio de que to<strong>da</strong> pessoa está buscando seu<br />
propósito. Isso está relacionado ao que os japoneses chamam de Ikigai<br />
(termo que pode ser traduzido como “a razão de ser”), que consiste na<br />
convergência entre:<br />
2 O que você ama fazer (sua paixão).<br />
2 O que o mundo precisa (sua missão).<br />
2 No que você é bom (sua habili<strong>da</strong>de ou vocação).<br />
2 Pelo que você é bem remunerado (dinheiro – sua profissão).<br />
Tendências para 2019<br />
Alguns dias depois do fim <strong>da</strong> NEXT, seguimos para<br />
Londres, para cobrir um seminário do TrendWatching<br />
sobre as principais tendências de 2019. Foi um dia<br />
intenso e que nos permitiu entender como as tendências<br />
estão se transformando em novos produtos,<br />
serviços e negócios em to<strong>da</strong>s as partes do mundo.<br />
O evento começou com uma palestra de David<br />
Mattin, o mesmo palestrante que havíamos visto em<br />
Hamburgo. Ele apresentou as principais tendências<br />
que o TrendWatching enxerga para 2019. Acompanhe<br />
algumas delas.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 43
1) A busca incessante pelo autoaperfeiçoamento<br />
e o mindset “teste e aperfeiçoe”<br />
O desejo do autoaperfeiçoamento sempre acompanhou o ser humano.<br />
E hoje, a tecnologia oferece muitas possibili<strong>da</strong>des para colocar isso em<br />
prática, já que por meio dela é possível testar modelos e aprimorá-los<br />
com base na nossa própria experiência.<br />
Por meio do app Timeshifter, por exemplo, o usuário pode contar<br />
um pouco do seu estilo de vi<strong>da</strong> e, assim, receber conselhos personalizados<br />
sobre como li<strong>da</strong>r com o jet lag.<br />
reali<strong>da</strong>de aumenta<strong>da</strong> e virtual, mas a tecnologia é<br />
apenas um meio, não uma regra.<br />
A base para aplicar essa tendência é entender<br />
que é preciso fazer algo novo e diferente para encantar<br />
os clientes. Para isso, o conceito de concierge<br />
– que apresentamos na seção On-line desta edição<br />
(pgs. 12 e 13) – é um ponto de parti<strong>da</strong>. “Se você não<br />
tem um ponto de ven<strong>da</strong> físico ou tecnologia, muito<br />
vai se resumir ao atendimento e ao que você entrega.<br />
Uma empresa de serviços que tem grande concorrência<br />
precisa fazer mais do que o óbvio. Atuar<br />
como concierge significa mimar o cliente, entregar<br />
a ele mais do que ele comprou. Li<strong>da</strong>r com tendências<br />
não precisa ser complexo, disruptivo, altamente<br />
inovador ou distante de sua reali<strong>da</strong>de. A<strong>da</strong>pte-se<br />
para atender a mu<strong>da</strong>nça de mindset”, aponta.<br />
3) Soluções contextuais<br />
Já o refrigerante Kolibri deixa por conta do consumidor a decisão<br />
de quão doce sua bebi<strong>da</strong> deve ficar. Para isso, disponibiliza na tampa<br />
uma quanti<strong>da</strong>de de açúcar. Cabe ao consumidor experimentar o drink<br />
em sua receita original e decidir se quer ou não acrescentar uma dose<br />
extra de açúcar.<br />
Além disso, os próprios smartphones já estão dizendo aos usuários<br />
quanto tempo eles têm passado em apps específicos, com o objetivo de<br />
ajudá-los a testar e aprimorar o uso dessas ferramentas.<br />
>> REFLEXÃO<br />
Enquanto estes exemplos são bastante específicos, a reflexão que fica é: de que forma<br />
você pode aju<strong>da</strong>r seus clientes a se autoaperfeiçoarem? O que pode ensinar a eles?<br />
Como pode ser relevante na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas além de como já é hoje?<br />
O caminho passa por criar soluções que ajudem as pessoas a se tornarem melhores.<br />
Assim, to<strong>da</strong> iniciativa liga<strong>da</strong> à educação se encaixa bem na tendência. O que você pode<br />
ensinar a seus clientes que seja relevante à vi<strong>da</strong> ou ao trabalho deles? De que forma?<br />
Em que plataforma?<br />
2) O ponto mágico <strong>da</strong> ven<strong>da</strong><br />
Essa tendência é ampara<strong>da</strong> pelo fato de que atualmente os clientes deman<strong>da</strong>m<br />
experiências de compra imersivas e convincentes. No varejo,<br />
Mattin apresentou muitos exemplos baseados em inteligência artificial,<br />
Acacia Leroy, diretora de trends & insights no mercado<br />
asiático do TrendWatching, falou muito sobre as<br />
lojas pop-up (que funcionam por um tempo limitado,<br />
com o objetivo de atender a uma deman<strong>da</strong> pontual,<br />
testar novos formatos ou promover ações de marketing).<br />
Segundo ela, não é preciso obrigatoriamente<br />
atuar no varejo para aplicar essa ideia, já que o que<br />
importa é o conceito – e ele pode ser replicado em<br />
qualquer mercado.<br />
>> REFLEXÃO<br />
Como sua empresa pode atender deman<strong>da</strong>s e necessi<strong>da</strong>des pontuais,<br />
que fogem do seu leque de produto/serviços? Como é<br />
possível oferecer uma solução contextual? A capaci<strong>da</strong>de de se<br />
a<strong>da</strong>ptar rapi<strong>da</strong>mente a novos cenários será ca<strong>da</strong> vez mais necessária.<br />
“Em quais novos canais e contextos de consumo você pode<br />
ampliar sua presença?”, provoca Leroy.<br />
Como inovar continuamente<br />
Conhecer e entender essas tendências é o primeiro<br />
passo para se preparar para se a<strong>da</strong>ptar a elas e evoluir.<br />
Porém, “apenas” estu<strong>da</strong>r para entender as mu<strong>da</strong>nças<br />
que estão criando o futuro não basta. É preciso usar<br />
isso como base para ouvir o seu cliente, levar a sério<br />
o que ele diz, debater internamente novas formas de<br />
resolver os problemas deles e fazer disso uma rotina!<br />
Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, por exemplo, muitas <strong>da</strong>s reportagens<br />
de capa são basea<strong>da</strong>s em pesquisas feitas com<br />
assinantes. Ca<strong>da</strong> vez que perguntamos aos leitores<br />
sobre os temas que abor<strong>da</strong>mos na revista, aprendemos<br />
44<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
JOÃO GUILHERME BROTTO<br />
Se o futuro vai exigir marcas autênticas, humanas<br />
e que defendem seus valores, ter um canal direto<br />
para conversar com os clientes é um passo importante<br />
para construir essa ponte para o futuro.<br />
E agora?<br />
Nosso objetivo com esta reportagem foi trazer uma<br />
visão prática e reflexiva a respeito de alguns dos<br />
grandes movimentos que estão acontecendo e que<br />
vão impactar nossas vi<strong>da</strong>s pessoais e profissionais<br />
– agora ou nos próximos anos.<br />
Vivemos em um mundo complexo, que exige<br />
que mantenhamos nossos ra<strong>da</strong>res em alerta permanentemente.<br />
Ain<strong>da</strong> que questionamentos sobre<br />
movimentos consagrados do capitalismo estejam<br />
sendo feitos, a essência do ser humano continuará<br />
sendo a base para to<strong>da</strong> e qualquer grande transformação.<br />
Acacia Leroy<br />
mais sobre eles, compreendemos melhor suas dificul<strong>da</strong>des, entendemos<br />
os desafios e mapeamos as boas ideias que contribuem para que ven<strong>da</strong>m<br />
mais. Esses <strong>da</strong>dos são úteis não apenas para direcionar o que escrevemos,<br />
mas para nos aju<strong>da</strong>r a inovar continuamente e a continuar aju<strong>da</strong>ndo<br />
o Brasil a vender mais e melhor.<br />
Quando bem ampara<strong>da</strong> por uma boa estratégia de marketing de<br />
conteúdo, to<strong>da</strong> empresa pode desenvolver um relacionamento com seus<br />
clientes como o de uma revista com seus leitores.<br />
Em sua palestra, Leroy sugeriu transmissões ao vivo como um caminho<br />
para isso. A ideia é fazer as pessoas passarem mais tempo com<br />
a sua marca, pois este laço que vai se fortalecendo aju<strong>da</strong> a gerar novos<br />
negócios.<br />
Lembra quando falamos sobre to<strong>da</strong> tendência estar atrela<strong>da</strong> à conexão<br />
social (além de status e crença)? As transmissões ao vivo são um exemplo<br />
concreto sobre como isso se aplica na prática. O mercado de influenciadores<br />
digitais está crescendo porque as pessoas gostam de acompanhar<br />
cenas cotidianas, sejam elas de amigos ou de personali<strong>da</strong>des.<br />
Como marcas e profissionais, o desafio é encontrar formas de compartilhar<br />
histórias do seu dia a dia e sobre temas que importam para o<br />
seu cliente e mercado – seja através de transmissões ao vivo, artigos em<br />
um blog ou até mesmo uma revista impressa. Se, por exemplo, muitas<br />
companhias aéreas têm uma revista, por que sua empresa não poderia<br />
ter? Inspire-se em outros mercados para inovar!<br />
As ideias que apresentamos sobre a importância<br />
<strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> educação contínua deixam claro<br />
quais são as ferramentas essenciais para o futuro.<br />
Aliás, a busca incessante do ser humano pelo autoaperfeiçoamento<br />
está gerando oportuni<strong>da</strong>des de negócios aos<br />
que estão atentos.<br />
As dicas sobre como se inspirar em outros mercados<br />
para oferecer experiências mágicas no ponto<br />
de ven<strong>da</strong> mostram que olhar para o que é diferente<br />
e, talvez, estranho ao seu mercado, pode ser um caminho<br />
oportuno para inovar.<br />
Além disso, demos um exemplo muito simples<br />
e efetivo sobre como usar <strong>da</strong>dos para entender melhor<br />
o cliente e inovar continuamente e apresentamos<br />
o caminho para criar conexões fortes com o<br />
cliente.<br />
Perceba que fizemos uma grande matéria sobre<br />
tendências e praticamente não falamos sobre tecnologia,<br />
inteligência artificial e demais temas que geralmente<br />
são dominantes quando se fala sobre o<br />
futuro. Isso porque no fim <strong>da</strong>s contas, somos todos<br />
seres humanos, com as mesmas necessi<strong>da</strong>des básicas<br />
de sempre. A tecnologia impacta e transforma, é<br />
claro, mas como disse David Mattin, to<strong>da</strong> grande<br />
mu<strong>da</strong>nça e tendência está ancora<strong>da</strong> nos três pilares<br />
inerentes ao ser humano (conexão social, status e<br />
crença). Enquanto você se lembrar disso, estará construindo<br />
o amanhã.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 45
Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Marcelo Caetano<br />
Qual é o seu<br />
modelo<br />
comercial?<br />
C<br />
onvido você para um mergulho, um artigo que na ver<strong>da</strong>de é<br />
um exercício interativo que vamos fazer juntos.<br />
Nos nossos trabalhos de consultoria e treinamento <strong>da</strong>s<br />
Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> defendemos que a empresa precisa ter<br />
um modelo comercial claro, desenhado, um processo que deve<br />
ser muito bem controlado e aprimorado, do início ao fim.<br />
O modelo abaixo é o que estamos desenvolvendo para um<br />
cliente. Não se preocupe se ele parecer um labirinto, até o<br />
final deste artigo você vai entender por que o apresentei e<br />
como esse modelo pode ser útil no desenvolvimento do seu<br />
modelo comercial.<br />
FECHADO<br />
VENDA<br />
VENDA<br />
PROSPECÇÃO<br />
MKT DIGITAL<br />
EVENTOS<br />
PARCEIROS<br />
SUSPECT<br />
HOT SITE<br />
SITE<br />
CIV<br />
TELE<br />
CHAT<br />
E-MAIL<br />
VENDEDOR PROPOSTA NEGOCIA<br />
PROSPECÇÃO<br />
EQUIPE<br />
COMERCIAL<br />
BASE<br />
NEGATIVO<br />
46<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Analisando o seu modelo comercial<br />
Para entender a quali<strong>da</strong>de e a maturi<strong>da</strong>de do seu<br />
modelo de ven<strong>da</strong>s, tire um tempo para responder as<br />
seguintes perguntas:<br />
1. Quem são os seus clientes?<br />
2. Qual é o seu perfil de cliente ideal?<br />
3. O que você faz para atrair clientes por canais<br />
digitais? Quais ações para capturar <strong>da</strong>dos dos<br />
clientes você realiza no seu site e/ou em mídias<br />
sociais?<br />
4. Quais ações não digitais você utiliza para prospectar<br />
(eventos, feiras etc.)?<br />
5. Como você controla os clientes que são prospectados<br />
diretamente pelos vendedores?<br />
6. Como seus vendedores prospectam? Como você<br />
compartilha essas práticas com a sua equipe?<br />
7. Qual é o percentual de clientes atraídos por ações<br />
de marketing <strong>da</strong> sua empresa e qual é o percentual<br />
de clientes atraídos pelos vendedores?<br />
8. Como você trabalha prospects já atraídos para sua<br />
base, mas que ain<strong>da</strong> não compraram?<br />
9. Quantos canais de ven<strong>da</strong> você utiliza? Quais são<br />
estes canais? Quais canais poderia utilizar, mas<br />
ain<strong>da</strong> não utiliza?<br />
10. Como você organiza seus clientes para distribuir<br />
para os canais de ven<strong>da</strong>s (vendedor, representante,<br />
televen<strong>da</strong>s...)?<br />
11. Como é a conversão dos seus canais de ven<strong>da</strong>?<br />
12. Depois que alguém se torna um cliente ativo é<br />
preciso medir o potencial de compra dessa pessoa.<br />
Como você faz isso e o que faz para aproveitar ao<br />
máximo o potencial?<br />
13. Como você mede sua participação nos clientes?<br />
14. Como você mede a satisfação dos seus clientes?<br />
15. Quais são os sinais de per<strong>da</strong> que você identifica<br />
nos seus clientes?<br />
16. O que você faz para reter clientes?<br />
17. Caso um cliente deixe de comprar com vocês, o<br />
que vocês fazem para mantê-lo próximo?<br />
18. Você tem alguma ação efetiva para reativar clientes<br />
inativos?<br />
19. Você sabe por quais motivos os clientes param de<br />
comprar <strong>da</strong> sua empresa?<br />
20. Para qual concorrente você mais perde clientes?<br />
Por quê?<br />
Veja que essas perguntas geram um processo<br />
altamente complexo e que precisa ser profun<strong>da</strong>mente<br />
estu<strong>da</strong>do. Esse processo começa no modelo de<br />
prospecção, passa pelo máximo aproveitamento do<br />
Como definir seu perfil de cliente ideal<br />
1 – Escolha de três a cinco clientes atuais com os<br />
quais você adora fazer negócios. Leve em conta não<br />
só a questão de relacionamento, mas também volume<br />
e lucrativi<strong>da</strong>de (maiores clientes, os que compram<br />
mais frequentemente, os que geram mais<br />
lucrativi<strong>da</strong>de).<br />
2 – Quais são as características desses clientes?<br />
2 Características demográficas (homem/mulher,<br />
jovem/idoso, ren<strong>da</strong> grande ou pequena, empresa<br />
média/grande, faturamento/quanti<strong>da</strong>de de<br />
funcionários).<br />
2 Características geográficas (localização dos seus<br />
clientes ideais).<br />
2 Características do perfil de consumo (perfil de<br />
compra: volume, frequência, o que compra, tipo<br />
de pagamento, compras adicionais).<br />
Das características lista<strong>da</strong>s acima, quais são as três<br />
principais?<br />
3 – Qual é o tipo de problema que você aju<strong>da</strong> esses<br />
melhores clientes a resolver?<br />
4 – O que os seus clientes mais valorizam na sua<br />
empresa?<br />
5 – Perfil do cliente ideal <strong>da</strong> minha empresa:<br />
Clientes que tenham (cite as três principais características),<br />
que estejam procurando resolver estes problemas<br />
e que valorizam isto.<br />
cliente e se encerra evitando as per<strong>da</strong>s ou entendendo<br />
os motivos que fazem um cliente parar de comprar<br />
<strong>da</strong> sua empresa.<br />
Desenhar um modelo comercial a partir dessa<br />
análise é parte importante dos nossos trabalhos de<br />
consultoria. Por isso mesmo, você pode estar se perguntando<br />
por que estou abrindo nosso jeito de trabalhar.<br />
A repostas é simples: quero perguntar para<br />
você que é líder o quanto você ver<strong>da</strong>deiramente investe<br />
seu tempo trabalhando o modelo de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
sua empresa, definindo indicadores, acompanhando<br />
e aprimorando os resultados.<br />
Você pode pensar: “mas isso é um funil de ven<strong>da</strong>s”.<br />
Não, é muito mais complexo que um funil, porque<br />
diversas ações acontecem simultaneamente – como<br />
você pode observar analisando a imagem do início<br />
do artigo. Portanto, é do seu modelo comercial que<br />
estou falando. Escrevo em negrito para <strong>da</strong>r a devi<strong>da</strong><br />
importância para a análise, criação e constante<br />
repensar desse processo.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 47
e as empresas tornam-se donas dos seus próprios<br />
canais de comunicação com o cliente – Facebook,<br />
LinkedIn, Instagram, canal de vídeo etc. Ou seja, há<br />
muita coisa para gerenciar! Por isso, mais do que<br />
nunca, é preciso ter um modelo.<br />
Sei que estou sendo chato, mas o objetivo é<br />
mostrar que dentro desse ambiente altamente<br />
complexo, o processo como um todo precisa estar<br />
desenhado. Se não estiver, você se perderá e acabará<br />
não controlando na<strong>da</strong>.<br />
Você deve estar pensando: “que sau<strong>da</strong>de de<br />
quando meu indicador era o volume de ven<strong>da</strong>s.<br />
Depois veio margem, mix, clientes ativos, positivados,<br />
frequência de compra, aí virou esse enorme processo,<br />
esse modelo complexo”. Pois é, e é por isso mesmo<br />
que você precisa perseguir o seu modelo ideal!<br />
“Sem tecnologia não tem processo, não tem<br />
análise de informação, não tem <strong>da</strong>dos.”<br />
Vejo que a maioria dos líderes tem investido<br />
muito pouco tempo pensando no modelo comercial<br />
<strong>da</strong> empresa, enquanto fica boa parte do tempo<br />
resolvendo problemas gerados pela falta de um<br />
modelo. Um grande erro!<br />
Hoje melhor do que ontem,<br />
amanhã melhor do que hoje<br />
Meu pai sempre foi gestor industrial. Lembro que<br />
em todos os lugares em que ele trabalhou, dentro<br />
e fora do Brasil, ao visitá-lo eu via uma imagem<br />
plota<strong>da</strong> <strong>da</strong> indústria e os indicadores de performance<br />
atrás de sua mesa.<br />
Ele sempre me dizia que a melhoria era contínua:<br />
1% de ca<strong>da</strong> vez, em ca<strong>da</strong> etapa <strong>da</strong> produção. Eu<br />
achava aquilo o máximo. Por ironia do destino ou<br />
não, isso se tornou uma reali<strong>da</strong>de em ven<strong>da</strong>s. É<br />
preciso melhorar 1% de ca<strong>da</strong> vez, em ca<strong>da</strong> etapa do<br />
modelo comercial. Mas antes disso é preciso desenhar<br />
e pensar no modelo. Afinal, ele está ca<strong>da</strong> vez mais<br />
complexo, uma vez que temos múltiplos clientes,<br />
comprando por múltiplos canais.<br />
Agora temos mais um ponto <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong>de: o<br />
marketing vem para dentro <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, ou vice-versa,<br />
Este artigo, portanto, é um convite. Apaixone-se<br />
pelo seu processo e passe a ser obcecado por melhorar<br />
ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s etapas. Além disso, preocupe-se<br />
em treinar sua equipe para fazer ca<strong>da</strong> etapa ca<strong>da</strong><br />
vez com maior eficiência. É isso que fará a diferença<br />
nos seus resultados <strong>da</strong>qui para frente.<br />
Há muita tecnologia capaz de ajudá-lo nesta<br />
jorna<strong>da</strong>. Não abra mão de contar com o apoio <strong>da</strong>s<br />
ferramentas certas. Até porque sem tecnologia não<br />
tem processo, não tem análise de informação, não<br />
tem <strong>da</strong>dos.<br />
Na prática<br />
Um cliente nosso, que vende bens de consumo, tinha<br />
um ciclo de ven<strong>da</strong>s médio de 90 dias. Ou seja, entre<br />
o momento que o cliente fazia o primeiro contato<br />
até o momento que comprava o produto, havia, em<br />
média, um intervalo de cerca de três meses.<br />
Começamos a acelerar os contatos logo após o<br />
cliente chegar perto <strong>da</strong> empresa. Enviamos informações<br />
por e-mail, por WhatsApp, ligamos, enfim, facilitamos<br />
o processo de decisão do cliente. Com isso, o ciclo de<br />
ven<strong>da</strong> caiu para 40 dias. Isso mesmo, o tempo de<br />
decisão para comprar um produto de alto valor<br />
despencou. Além disso, a conversão aumentou!<br />
Para entender os motivos, avaliamos dois grupos:<br />
o do modelo anterior e o do atual.<br />
Nessa análise, notamos que durante o processo<br />
48<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
anterior o cliente tinha tempo de buscar muito mais<br />
informações sobre os concorrentes. Em resumo,<br />
vendendo mais rápido e fornecendo as informações<br />
necessárias, diminuímos o tempo de pesquisa sobre<br />
a concorrência e aumentamos a conexão entre<br />
prospects/clientes e a empresa.<br />
Depois disso, a meta passou a ser reduzir o ciclo<br />
para 30 dias, e torná-lo ca<strong>da</strong> vez mais rápido.<br />
Por outro lado, há também os clientes que se<br />
aproximam e não compram. Nesses casos, seguimos<br />
o modelo que desenhamos acima.<br />
Veja que fizemos uma série de ajustes com um<br />
impacto sensacional no processo comercial. E isso só<br />
é possível após um estudo minucioso sobre to<strong>da</strong>s as<br />
etapas do modelo de ven<strong>da</strong>s, que é o que você precisa<br />
se preocupar em fazer se quiser se manter relevante.<br />
Mais uma história<br />
Dia desses tive a oportuni<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r duas palestras<br />
para uma construtora durante um programa de<br />
lançamento de um produto de alto luxo.<br />
“Dentro desse ambiente altamente complexo,<br />
o processo como um todo precisa estar<br />
desenhado. Se não estiver, você se perderá<br />
e acabará não<br />
controlando na<strong>da</strong>.”<br />
Na ocasião, após um show de apresentação do<br />
produto, um dos donos <strong>da</strong> incorporadora lançou a<br />
seguinte campanha de ven<strong>da</strong>s:<br />
Caso 50% do empreendimento seja vendido em<br />
cinco meses, uma comissão adicional agressiva para<br />
ca<strong>da</strong> ven<strong>da</strong> será <strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />
Se 100% do empreendimento for vendido neste<br />
mesmo período, os corretores que venderem uni<strong>da</strong>des<br />
participarão de um sorteio de um apartamento naquele<br />
empreendimento.<br />
Caso a campanha não tenha sucesso, o investimento<br />
padrão será mantido.<br />
A gritaria foi geral!<br />
Depois, o gestor revelou para mim que tinha<br />
uma verba “X” de marketing para investir em 12<br />
meses naquele empreendimento, fora um encaixe<br />
de capital, caso ficasse com estoque. Com isso, se<br />
vendesse em cinco meses, seu custo cairia em x%,<br />
e ele teria o valor para sortear um apartamento.<br />
Essa ação quase sem custo (lembremos que ele<br />
estava canalizando o investimento que iria para<br />
marketing para a premiação <strong>da</strong> equipe comercial)<br />
e que tem o potencial de gerar um forte impacto na<br />
equipe comercial e no resultado de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
empresa só foi possível porque o gestor tinha um<br />
total controle do processo de ven<strong>da</strong>s – e também<br />
do custo.<br />
Um bom ponto de parti<strong>da</strong> para você refletir<br />
sobre a sua postura comercial, não é mesmo?<br />
Então, chegou a hora de exercitar o seu modelo<br />
de ven<strong>da</strong>s, o modelo <strong>da</strong> sua empresa. E lembre-se:<br />
ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s etapas será subdividi<strong>da</strong> em várias<br />
ações. Mas isso é assunto para outro artigo.<br />
E aí, qual é o seu modelo comercial?<br />
Marcelo Caetano é sócio-diretor <strong>da</strong><br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e autor dos livros Vendedor fiel,<br />
cliente fiel e Chega de desconto!<br />
E-mail: caetano@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 49
ATÉ MAIS / <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção<br />
Um manifesto pela reconstrução do sonho digital<br />
e uma reflexão sobre o que ele representa<br />
na hora<br />
de assumirmos<br />
a res-<br />
“Está<br />
ponsabili<strong>da</strong>-<br />
de pelo mundo que estamos<br />
criando. Está na<br />
hora de colocarmos humanos<br />
antes dos negócios.<br />
Está na hora de<br />
substituirmos a retórica<br />
vazia de ‘construir um<br />
mundo melhor’ por um<br />
comprometimento com<br />
ações reais. Está na hora<br />
de organizar tudo. E de<br />
responsabilizar uns aos<br />
outros.”<br />
Este é um trecho <strong>da</strong><br />
Carta de Copenhague<br />
(The Copenhagen Letter),<br />
documento que nasceu<br />
em 2017, durante o Techfestival<br />
– evento criado<br />
para encontrar respostas<br />
humanas para as grandes<br />
questões <strong>da</strong> tecnologia –,<br />
e que contrapõe tudo o<br />
que o Vale do Silício acredita<br />
e representa.<br />
Os autores <strong>da</strong> Carta<br />
defendem a tese de que<br />
precisamos reconhecer<br />
os erros ligados à tecnologia<br />
e reconstruir nosso<br />
ideal de futuro a partir<br />
de uma nova visão. Para<br />
isso, apresentam cinco<br />
questões que são um ótimo<br />
ponto de parti<strong>da</strong> para<br />
o encerramento <strong>da</strong> primeira<br />
edição de 2019 <strong>da</strong><br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Acompanhe!<br />
1. A tecnologia não é superior a nós<br />
A tecnologia deveria ser governa<strong>da</strong> por todos nós, pelas nossas instituições democráticas.<br />
Deveria respeitar as regras de nossas socie<strong>da</strong>des. Deveria servir nossas<br />
necessi<strong>da</strong>des, individuais e coletivas, tanto quanto nossos desejos.<br />
2. Progresso é mais importante que inovação<br />
Nós somos construtores de coração. Deixe-nos criar o novo Renascimento. Nós<br />
vamos abrir e nutrir diálogos honestos e públicos sobre o poder <strong>da</strong> tecnologia. Nós<br />
estamos prontos para servir nossas socie<strong>da</strong>des. Nós vamos aplicar os meios à nossa<br />
disposição para mover nossas socie<strong>da</strong>des e suas instituições adiante.<br />
3. Deixe-nos construir a partir <strong>da</strong> confiança<br />
Permita-nos construir para a ver<strong>da</strong>deira transparência. Precisamos de ci<strong>da</strong>dãos<br />
digitais, não meros consumidores. Todos nós dependemos de transparência para<br />
entender como a tecnologia nos mol<strong>da</strong>, que <strong>da</strong>dos compartilhamos e quem tem<br />
acesso a isso. Tratarmos uns aos outros como commodities para extrair o máximo<br />
valor econômico é ruim não apenas para a socie<strong>da</strong>de como um complexo interconectado,<br />
mas para ca<strong>da</strong> um de nós.<br />
4. Design aberto para o escrutínio<br />
Precisamos encorajar uma reflexão contínua, pública e crítica sobre a definição<br />
de sucesso que dita como construímos e criamos para os outros. Precisamos buscar<br />
criar junto com aqueles para quem estamos criando. Não toleraremos o design<br />
pensado para viciar, decepcionar ou controlar. Precisamos criar ferramentas que<br />
iríamos amar que as pessoas que amamos usem. Precisamos questionar nossa intenção<br />
e ouvir nosso coração.<br />
5. Deixe-nos mover de um design centrado no ser humano para o design centrado<br />
na humani<strong>da</strong>de<br />
Nós somos uma comuni<strong>da</strong>de que exerce grande influência. Precisamos proteger e<br />
nutrir o potencial de fazer o bem com isso. Precisamos fazer isso com atenção à<br />
desigual<strong>da</strong>de, com humil<strong>da</strong>de e amor. No fim, nossa recompensa será saber que<br />
fizemos tudo o que podíamos em nosso poder para deixar o jardim mais verde do<br />
que encontramos.<br />
Apesar de a Carta de Copenhague ter sido escrita por e direciona<strong>da</strong><br />
para profissionais de tecnologia, os conceitos são universais.<br />
Que eles nos inspirem a evoluir para negócios mais humanistas e<br />
voltados ao que realmente importa; neste ano e sempre!<br />
Gostou <strong>da</strong> Carta de Copenhague e quer assiná-la?<br />
Acesse copenhagenletter.org.<br />
50<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019
Melhorando<br />
Uma vi<strong>da</strong> constantemente<br />
foca<strong>da</strong> na busca por<br />
mais nunca vai fazê-lo feliz.<br />
Você nunca ficará satisfeito<br />
com mais, porque<br />
quando conseguir, vai querer<br />
ain<strong>da</strong> mais. Para ser<br />
ver<strong>da</strong>deiramente feliz,<br />
você precisa ignorar a fascinação<br />
supérflua de conseguir<br />
mais e mais, e simplesmente<br />
decidir ser feliz<br />
aqui e agora, aonde você<br />
está e com o que você tem.<br />
O que aconteceria se você<br />
redirecionasse suas energias<br />
para ser melhor, e não<br />
para ter mais? Isso certamente<br />
mu<strong>da</strong>ria seu foco<br />
de falta e limitação (“não<br />
tenho o suficiente”) para<br />
um de crescimento e criativi<strong>da</strong>de<br />
(“desejo que minha<br />
vi<strong>da</strong> seja melhor”).<br />
Você tem problemas constantes<br />
com dinheiro? Nunca<br />
tem o suficiente? Passa<br />
o dia inteiro pensando em<br />
como conseguir mais? Com<br />
essa mentali<strong>da</strong>de, você<br />
nunca terá o suficiente. E<br />
se você mu<strong>da</strong>sse seu pensamento?<br />
De “não tenho<br />
dinheiro suficiente” para<br />
“quero melhorar minha<br />
vi<strong>da</strong>”? Você consegue enxergar<br />
to<strong>da</strong>s as novas opções<br />
e possibili<strong>da</strong>des que<br />
surgem quando você simplesmente<br />
mu<strong>da</strong> a frase?<br />
Quantas coisas você pode<br />
fazer agora mesmo para<br />
melhorar sua vi<strong>da</strong>, sem<br />
dinheiro?<br />
Seja feliz com o que você<br />
tem. Se não, você nunca<br />
será feliz de ver<strong>da</strong>de. Fique<br />
satisfeito com sua vi<strong>da</strong> e<br />
você terá muitas oportuni<strong>da</strong>des<br />
para melhorá-la<br />
ain<strong>da</strong> mais.<br />
Ralph Marston<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019 51
52<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2019