Hospitais Portugueses ANO VI n.º 36 dezembro 1954
Editorial Novidades técnicas, 1954 Balanço de 1954 O doente, esse homem que a medicina esqueceu Projecto do regulamento dos serviços internos do hospital de uma Santa Casa da Misericórdia Escaras Isolamento térmico de caldeiras, tubagens e aparelhagem utilizando vapor Inquéritos assistenciais Missões sociais e sanitárias do hospital Enfermagem Notícias pessoais O.M.S. Notícias dos hospitais Suplemento económico
Editorial
Novidades técnicas, 1954
Balanço de 1954
O doente, esse homem que a medicina esqueceu
Projecto do regulamento dos serviços internos do hospital de uma Santa Casa da Misericórdia
Escaras
Isolamento térmico de caldeiras, tubagens e aparelhagem utilizando vapor
Inquéritos assistenciais
Missões sociais e sanitárias do hospital
Enfermagem
Notícias pessoais
O.M.S.
Notícias dos hospitais
Suplemento económico
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~HOSPITAIS<br />
PORTVGVESES<br />
J..Gj<br />
<strong>ANO</strong> <strong>VI</strong><br />
N ,o <strong>36</strong><br />
DEZEMBRO J.Gl}<br />
1 9 5 4
HOSPITAIS PORTV.GVESES<br />
RE<strong>VI</strong>STA DE HOSPITAIS E ASSISTÊNCIA SOCIAL<br />
EDIÇÃO E PROPRIEDADE DE CORIOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />
Ednt:ornaH<br />
CONSELHO TÉCNICO<br />
Doutor Manuel dos Santos Silva<br />
Director do Hosp.-Colónia Rovisco Pais<br />
Doutor Francisco Ibérico Nogueira<br />
Da Faculdade de Medicina d~ Coimbra<br />
Dr. Carlos Diniz da Fonseca<br />
Chek de Rep. da Direc.-Geral de Assi-st.<br />
Dr. Rafael Ribeiro<br />
Administrador doo Hosp. Civis de Lisboa<br />
Dr. Joaq!Jim de Paiva Correia<br />
Director-Adjunto do Hosp. Júlio de Matos<br />
Dr. Evaristo de Menezes Pascoal<br />
Chefe de Serviços doo H. U. C.<br />
D. Maria Leonor Correia Botelho<br />
Che~e do Serviço Social do I. A. F.<br />
D. Maria da Cruz Repenicado Dias<br />
Superintendente de Enfermagem dos H. C. L.<br />
REDACTORES-DELEGADOS<br />
António Maria Andrade<br />
(Misericórdia de Portalegre)<br />
Horácio de Carvalho<br />
(Misericórdia do Porto)<br />
Cap. José Maria Coutinho<br />
(Misericórdia de Águeda)<br />
REDACTOR-SECRET ÃRIO<br />
F. Silva Martins<br />
ADMINISTRADOR<br />
M. Madeira da For.seca<br />
íNDIOE GERAL DO N. 0 <strong>36</strong><br />
Editorial<br />
Novidades técnic.as, <strong>1954</strong> .<br />
Balanço de <strong>1954</strong>- Dr. C
. O pequeno monta-cargas «DAHNERS», com motor a<br />
A máquina de ·contabilidade «ANKER» é,<br />
indiscutivelmente, uma das mais perf•eitas e completas<br />
que conhecemos. Dispondo de 57 tot:alizadores,<br />
5 sectores de impressão e importantes dispos•itivos<br />
de controle, permit>e trabalho de estatística, análises de custas, contas correntes,<br />
contabilidade centra1l, c·ontrole de caixa, etc ..<br />
Devido aos 5 sectoPes de impressão, permite, ainda, a obtenção de todos<br />
os formulários •em original, s·em necessidade de papel químico.<br />
A máquina «AiNKER» é, pois, de grande utilidade em todos os organism·os<br />
ou estabelecimentos- mormente nos hospitalares - que des•ejem uma<br />
maior •economia, perfeição, eficiência, rapidez e boa organização nos seus<br />
s erviços.<br />
g~sobna ou eléctrico, e.sp ecialmente const:ruído para todo 0<br />
genero de construção civil, é durável, sólidn e estável.<br />
Pode ser também utiJlizado com grande •economia de<br />
temp·o ·e dispensando muitos trabalhadores na carg d ·-<br />
1<br />
' · a e cam1oes,<br />
no t~ansporte de materiais e mercadorias para pJ.at:aformas<br />
sup·enores ou inferiores dentro ou fora de armazéns, ·etc. etc ..<br />
IBor lhe reconhec·ermos grande utilidade na sua múltipla aplicaçã'O daqui<br />
o aconselhamos.<br />
'<br />
A firma «Acril Lusitana, L.da» acaba d e apres•entar, no<br />
mercado, o p roduto a que chama «A TE~CEIRA DIMENSÃO<br />
~O~ PLÁSTICO». Trata-se, realment:e, de uma novidade<br />
tecnrca a todos os títul'Os digna de menção, pois devido às suas<br />
caract:erísticas •estamos certos t:erá reservado um futuro promissor-<br />
muito especialmente para as actividades médicas e hospitalares.<br />
•<br />
Entr·e os modernos materiais de construção •e de acabam<br />
·entos, a «FORMICA» é, sem dúvida, o que tem reunido em<br />
volta de si •o maior número de aprovaçõ·es.<br />
Para cobrir panos de muro, balcões, mesas e outras superfícies a que é<br />
preciso dar resistência •e be'loeza, a «FORMICA» tem-s•e mostrado inigualável.<br />
De fácil aplicação, com uma gama de cores e desenhos agradável, é hoje<br />
material indispensável e m todos os hospitais, casas de saúde, sanatórios, asilos,<br />
etc.. Se se dirigirem aos seus representantes autorizados, 'feceberão todos<br />
•os interessados as mais comp:loetas indicações sobre o uso da «FORMICA».<br />
Surgiu no mercado a rebocadora «HANNOVER , d<br />
f b · ~, , e<br />
a nco al·emão, destinada, sem dúvida, a conseguir gPande<br />
economia a todos quantos tenham necessidade de serviços de<br />
construçã·o civil.<br />
Com efeito, esta rebocadora permite a operários não<br />
qualificados, rebocar-em até 200 '" 2 por dia.' É um aparelho<br />
de man_ejo simples, compl•etamente zincado no banho geral<br />
~ara e vJt~r . a oxi.daçã•o, ~raduável para rebocos de granulação<br />
g ossa, media ·e fma e evitando desperdícios de material.<br />
Trata-se efectivamente, de um moderno e útil aparelho.<br />
Os aventais e o vestuário «NORTH STRONGO<br />
FLEX» constituído por equipamentos comp•letos ou por<br />
peças avulso com'O Casa cos, curtos e compridos, Calças,<br />
P erneiras, P erneiras-aventais, etc., são da m ai•or utilidade nos Serviços Hospitalares,<br />
Clínico-cirúrgicos, ·de Alimentação, de Higiene, etc ..<br />
O s Aventais e V•estuário de prot>ecção «NORTH STRONGOFLEX» além<br />
de serem absoluta mente impermeáveis, são Pesistentes a ácidos e outros pf!Odutos<br />
químicos e não quebram quando dobrados, ainda que se conservem guardados<br />
por muito tempo. Não são ·atacados p ela humidade; não são inflamáveis<br />
e são da maior resistência e duração.<br />
Não se aceitam anúncios para esta secção. A escolha de «Novidades»<br />
e o texto respectivo são da exclusiva iniciativa e responsabilidade<br />
da redacção da revista, tendo como único fim, o de<br />
bem informar os seus leitores.<br />
2<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
3
llalatt~o de <strong>1954</strong><br />
m<br />
T •a 1 v e z não seja<br />
despropositado tentar<br />
um ligeiro balanço do<br />
que foi, para a assistência,<br />
este ano de<br />
<strong>1954</strong>. «Fazer o ponto»<br />
- foi sempre condiçã•o necessária de uma<br />
naVtegação c·erta ·e segura. As lições<br />
do passado ·explic•am-nos o presente e<br />
preparam o futuro. Congratulemo<br />
-nos com as vitórias e r·econheçamos<br />
os erros; sejamos forte e humildes;<br />
res.peit>emos o passado e procuremos<br />
dominar os dias que se aproximam.<br />
Recapitulemos, pois, alguns dos<br />
eventos mais salientes do quase findo<br />
ano de <strong>1954</strong>.<br />
Novo Subsecretário de Estado da<br />
A ssistência Social.<br />
Na orientação superior da assistência<br />
foi o Dr. R ibeiro Queiroz substituído<br />
pelo Dr. José Guilherme de<br />
M elo •e Castro. Se é certo que todos<br />
nos regosijamos ao ver chamado às<br />
altas funções de dirigir o nosso mais<br />
importante sector da política social<br />
um espírito todo ·afeil!o a tais problemas,<br />
com natural p·endor e forte preparação<br />
para as questões que este<br />
Subsecretariado impõe, não é menos<br />
verdade que C'onsideramos este o momento<br />
próprio para registar uma palavra<br />
de justiça, dara e independente,<br />
ao Dr. Ribeiro Queiroz, pela firmeza,<br />
inteligência e devoção que . deu nos<br />
Pelo DR. CORIOL<strong>ANO</strong> FERREIRA<br />
três anos do s•eu governo às questões<br />
da assistência. Quem trabalhou sob<br />
sua orientação, quem discutiu com<br />
el-e, tantas questões e t>antos problemas,<br />
pode, agora, pub.licamente, prestar-lhe<br />
aqui a mais sincera homenagem.<br />
Saudemos, pois, o novo Subs•ecretário,<br />
desejandn-[he as maiores v>enturas<br />
no difícil caTgo que lhe coube<br />
ocupar e curvemo-nos respeitosos perante<br />
o Subsecretário que foi rendido<br />
após três anos de traba'l'ho esgotante,<br />
devotado e sério.<br />
Campanha da tuberculose- lntensificou-s·e<br />
no ano corrente a campanha<br />
contna a tuberculose. O novo<br />
Subsecretário de Estado empenhou-se<br />
a fundo em tal questão. Encheram-se<br />
os sanatórios, incrementou-se o radiorastreio,<br />
inv·ertiu-s•e muito dinheiro<br />
na solução deste problema, sem dúvida<br />
dos mais importantes da nossa<br />
vida naci·onal. Fazemos votos pelo<br />
êxito desta campanha.<br />
Assistência e prev.idência- N asceram<br />
as primeiras esperanças de uma<br />
colaboração sist>emática •entre a previdência<br />
e a assistência em Portugal.<br />
Depois de uma reunião entre os representantes<br />
destas duas ordens de acção<br />
social, foi estabelecido um proj-ecto de<br />
acordo agora pendente em escalão<br />
ministerial. Deus queira que o pró-<br />
ximo ano, n•os v>eja abandonar a emente ostentamos<br />
entre todos os países europeus.<br />
Política de valorização humana<br />
O governo incluiu na 'lei de meios a<br />
bas·e de uma acção em grande escala<br />
para a valorização humana, encarando<br />
especialmente os casos das<br />
doenças cardio-vasculares e reumatismais<br />
e o prob!tema da recuperação do3<br />
diminuídos. Não foram regateados<br />
aplausos embora alguns deputados<br />
tenha m manifestado o receio de que<br />
este plano prejudique o do combate<br />
à tuberculos•e, à mortalidade infantil e<br />
a campan'ha de sanidade rural.<br />
Aguardemos a Pegu!tamentação destas<br />
bases legais.<br />
Organização e administração de<br />
hospitais- Três acont>eciment>os da<br />
maior impor tância s·e Vterificaram<br />
neste domínio: a nomeação de uma<br />
comissão encarregada de estudar o<br />
projecto-tipo dos hospitais regionais;<br />
a 1." reunião dos administroadores de<br />
hospitais e a decisão de dar a uma<br />
comissão ·o encargo de preparar o primeiro<br />
plano contável nacional de hospitais;<br />
a publicação do D ecreto-lei<br />
n. 0 39.805 sobre a distribuição dos encargos<br />
·com a assistência hospitalar<br />
dos doentes pobPes.<br />
Só •estes três •eventos chegariam<br />
para classificar de notável o ano que<br />
está prestes a terminar.<br />
Não sa'bemos 'O futuro reservado<br />
a cada uma destas iniciativas. Mas<br />
só o facto de tePem sido pensadas e<br />
postas •em m•archa representa qual<br />
·quer coisa de novo entre nós.<br />
Não podemos deixar de referir<br />
ainda a publicação da circular<br />
n. 0 20/ 2B 'da Dir•ecção- Geral da<br />
Assistência que veio corrigir ·e sistematizar<br />
as anteriores determinações<br />
sobre a eJaboração de orçamentos e<br />
prestação de contas e que é, por isso,<br />
credora dos maiores elogios, se bem<br />
que, ·em nossa modesta opinião, estr<br />
assunto necessit·e de uma revisão que<br />
não cabe no âmbito de uma simples<br />
circular.<br />
Novos <strong>Hospitais</strong> Escolares- Entrou<br />
em funcionamento •o Hospitail. de<br />
Santa M•aria de Lisboa, a grande e<br />
magnífica unidade •assistencial de que<br />
Portugal se orgulha. A sua orgânica<br />
foi objecto de um acalorado debate<br />
na Assembleia Nacional, quando o<br />
Prof. João Cid dos Santos efectuou<br />
sobre o assunto um desassombrado<br />
aviso-prévitü. É cedo ainda para .formular<br />
sobre o assunto opiniões defini•tivas.<br />
Para o Hospital EsC'olar do Porto<br />
foi nomeada •a comissão intaladora<br />
·e administrativa que começou logo a<br />
prestar a sua colaboração às comissões<br />
técnica e administrativa, encarregadas<br />
da sua construção e equipam<br />
ento.<br />
Do Hospital Escolar de Coimbra<br />
não há notícias.<br />
Enfermagem- Em Coimbra realizaram-se<br />
dois grandes encontros nacionais:<br />
a II Reunião Nacional de<br />
Enf.ermagem que aqui juntou ·algu-<br />
4<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
5·
mas centenas de profissionais de todo<br />
o país e a reunião preparatória da<br />
revisã·o dos p•lan'os de estudo e programas<br />
para o ensino de enfermagem.<br />
Qua:lquer destes ·encontros foi assinalado<br />
por êxitos comple tos ·e que muito<br />
devem ter lisonjeado os seus pmmo-<br />
1:ores. Outros se seguirão, sem dúvida,<br />
para continuarem a obra dos<br />
primeiros.<br />
Foi criada no Porto a escola oficial<br />
«Dr. Assis Vaz» que até hoj•e não<br />
pôde funcionar.<br />
Serviço Social- Há •a assinaloar a<br />
III Semana do s•erviço social, realizada<br />
em Abril, p'D'r iniciativa do respectivo<br />
Sindicato Nacional.<br />
D.ietética hospitalar- R-egiste - se<br />
com louvor a c·riação do primeiro<br />
curso para dietistas a funcionar junto<br />
da Maternidade AlfPedo da Costa e<br />
do Institut•o Superior de Higiene Ricardo<br />
]'org•e. rEra um assunto quase<br />
desconh•ecido entre nós ·e que começa<br />
agora a ter direito de cidade nos nossos<br />
h os pi tais.<br />
«<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>»- Não ficoará<br />
mal que as últimas palavras respeitem<br />
a nós própri•os.<br />
Que foi para a nossa revista o ano<br />
de <strong>1954</strong>?<br />
Foi o período mais difídl de toda<br />
a sua existência. Passou a publicar-s•e<br />
mensalmente com um acréscimo de<br />
·encargos e redução de receitas que estávamos<br />
longe de prev·er.<br />
T•odavia, manteve-se em nível satisfatório<br />
a publicação, impôs-se defi-<br />
6<br />
nitivament·e a r-egra da sua pontualidade,<br />
criaram-se secções novas,<br />
ampliou-s·e o seu quadro directivo e<br />
redactorial.<br />
Obtiveram êxito lisonjeiro, entre<br />
outras, o novo «suplemento económico»,<br />
a «Farmácia H•os.pitaloar» entregue<br />
à dedicada competência dos<br />
D rs. A. Marques Leal e Carlos S-ilveira,<br />
·e o artigo sobre a organização<br />
de uma farmácia hospitalar pela<br />
Dr.a Maria do Céu Granada, o «Projecto<br />
de regulamento do.;;; <strong>Hospitais</strong>»<br />
do n•oss'O redactor-delegado, Antón;o<br />
Maria de Andrade, a reportagem sobre<br />
0 Hospitaol de Águeda f·eito pelo redactor<br />
- delegado Cap. José Maria<br />
Coutinho, e, acima de tudo, 'Pela repercussão<br />
que teve no estrang•eiro, o<br />
artig·o «Sanatóri·os diurno;;;» assinado<br />
pelo Dr. Macias Teixeira.<br />
Muitos outros traba}ohos a que só<br />
a falta de espaço impede ·que nos refiramos<br />
deram à nossa revista prestígio<br />
cresc-ente e dela fizeram útil in::;<br />
trumento de trabalho para quantos<br />
mourejam no campo duro ·e ingrato<br />
da ·assistência •em Portugal.<br />
Podemos, p•ois, resumir: o ano<br />
de <strong>1954</strong> foi benéfico à organização e<br />
à marcha das actividades assistenciais<br />
do nosso país. Deus queira o de 1955<br />
nos traga a concretização de tanto.;;;<br />
e tã·o bons propósitos manif·estados e<br />
postos ·em prática durante •este an·o<br />
que está chegando ao fim.<br />
LACTICÍNIOS DE AVEIRO, L. da<br />
-Produtos Vouga- Sul : Manteiga,<br />
Queijo, Leite Pasteurizado.<br />
HOSPITAl
:Passados, rexplicamm-·lhe que isto não tinha muita importância. Também não<br />
-eonseguiu diz·er que trabalha de má vontade e -com relutância, na fábrica, tdesde<br />
.que passou a ter um novo ohefe o ano pass•ado.<br />
O médioo tornou-se visivelmente irritado •quando ele começou a dizer que<br />
:seu patrão eroa um homem injusto ·e que criava toda sorte de dificuldades para<br />
"'OS operários, taivez por ter sua mulher fugido ·Com outro homem. A t ·ensão na<br />
'Ofi·cina estava-s•e tornando quase insupo·rtáve1, e de temia que sua esposa voltasse<br />
a adoeoer novamente, uma vez que suspeitava apresentar sintomas<br />
:idênticos.<br />
Sentia-se abatido e inqui•eto, mas não C'onseguia dormir; este facto porém<br />
não despertou o interesse dos médicos do hospital por desconhecerem eles a arre<br />
de interrogar 0 doente ·e só se pr•eocuparem em observar a coluna de mercúrio<br />
.ao tomar a pressão arterial do paciente.<br />
Acha-se doe agora em um ·1eito de hospital, sem nada a faz·er a não ser<br />
pensar no futuro de sua f·amHia, que lhe parec·e bastante incer(lo, e •em alguma<br />
operação q~e talv·ez os médicos lhe venham a fazer. rPouoo o consola saber<br />
que os outros doentes da enfermaria têm também seus infortúnios.<br />
Raros são os médicos e enf·ermeiras que tenham noções da importância<br />
cdos distúrbios psicológicos ocasionados pela do•ença, porque este aspecto da<br />
medicina foi ·completamente descurado durante seu período de aprendizagem.<br />
Tão pouco tem sido ·dada a devida atenção às relações •entre o ser humano e o<br />
.ambiente que o cerca.<br />
Representa grande desvantag·em, sob este ponto de vista, o facto do<br />
aprendizado da c1ínica médica ser feito sàmente em hospitais. O estudante<br />
de medicina não tem oportunidade de observar o doente no seu ambiente familiar,<br />
parecend·o mesmo às vez·es que se procura evitar que o estudante tenha<br />
conhecimento dos componentes •emocionais que concorr-em para integrar o<br />
.quadro mórbido.<br />
É quase impossível para eles aprenderem a considerar o doente como uma<br />
unidade de ·espírit-o •e de corpo e como part>e de uma família, cada um sofrendo<br />
a influência social da comunidade a que pertence. As relações humanas e o<br />
conjunto desses factores nem sequer são percebidos pelos estudantes de medicina,<br />
cegos deante da ilusão da doença como entidade.<br />
T·em-se dito ·corretamente: «0 quadro clínico não é só uma fotografia<br />
de um homem que está em um leito, é uma pintura impressionista do paci'ente<br />
cercado de seu lar, seu trabalho, seus parentes, seus amigos, - alegrias, trist'ezas,<br />
esperanças e temores».<br />
Qualquer serviço de saúde públioa que pret-enda incorporar os princípios<br />
e práticas de higiene mental em suas relações diárias com ·o público deve primeiro<br />
faz>er uma aut-o-análise. Isto representa >o elemento essencial para o êxito<br />
e constitui dever primordial dos dirigentes.<br />
HOSPITAIS<br />
Sàmente um serviço que apresenta r·elaçõ·es harmoniosas entre seus funcionários,<br />
quaisquer que sejam as categQrias, pode manter e incrementar relações<br />
.adequadas com o público a que s·erve.<br />
Muitos chefes de importantes serviços ·às vezes nem sequer sabem da<br />
•existência de pmblemas psicológi•cos no seu próprio pessoal. Este simp1es facto<br />
demonstra que •a distância que os separa de s•eus subordinad•os ·é demasiadam<br />
·ente grande. Este afastamento precisa s·er reduzido, o que pode e deve s·er<br />
feito sem perda de autoridade.<br />
É desneeessário dizer, naturalmente, que um dos mais importantes princípios<br />
a "Ser estaJbe1ecidos é o da mais ·completa justiça especioalmente no que se<br />
refere às promoções.<br />
Há, entretanto, muitos outros factores que parecem ser insignifi.cantes,<br />
mas que na verdade têm grande importância para a promoção de boas rel>ações<br />
dentm do s·erviço.<br />
Por favor, não subestimem os ·exemplos rque passo a dar:<br />
Sabemos o nome da mulher que faz a limpeza diária do nosso escritório<br />
e quantos filhos ela tem ?<br />
Sabemos que a esposa do porf!eiro que nos traz a correspondência todas<br />
as manhãs, :esteve seriamente doente a semana passada ?<br />
Sabemos que o noivo da telefonista perdeu seu emprego pela segunda vez<br />
em um ano? Talvez seja essa a causa dos vários erros que ele vem cometendo.<br />
Poderemos esperar que estes funcionários mantenham relações adequadas<br />
com público, se não lhes demonstrarmos o menor interesse e compreensão ?<br />
Um dos deV'eres primordiais do meu chefe de pessO'al é o de manter-me<br />
inf•ormado sobre a ocorrência de quaisquer circunstâncias e factos ·especiais nas<br />
vidas dos meus funcionários; isto tem indubitàvelmente contribuído grandemente<br />
para manter um adequado ambiente no meu serviço.<br />
De acordo com a minha opinião e experiência, é aconselháv-el de vez >em<br />
quando el•ogiar os funcionários, mesmo aqueles que não executam seu trabalho<br />
de maneira perfeita. Esta pode ser a maneira mais adequada de melhorar sua<br />
actuação e p ermite ao mesmo tempo aplicar o melhor método de punição, qual<br />
seja o de não Jazer ·elogi•os.<br />
É desnec-essário dizer que nunca deV'emos censurar um funcionário em<br />
presença de outros.<br />
Evidentemente todos ·os esforços devem ser feitos no sentido de promov-er<br />
o senso de responsabilidade dos funcionários.<br />
Tenho S'empre procurado, na medida do possível, informar 0 meu pess·oal<br />
quando tenho plano3 importantes no que se refer·e a reorganização dos serviços<br />
e quando parece acons·elhável pedir sug·estões.<br />
O valor das sugestões apres·entadas é muitas vezes diminuto; porém essa<br />
prática tem a vantagem de aumentar o senso de Pesponsabilidade e de segurança<br />
PORTUGUESES ' ~ - 9<br />
'
dos funcionários, dando assim a todos eles a sensação de constituírem parte<br />
integrante do serviço.<br />
Pela m•esma razão todos ·os empregados, ·especialmente os novos, devem<br />
visitar os diferent·es departamentos do serviço. A datilógrafa deve visitar as<br />
cozinhas e o ·cozinheiro a sa'la 'da dactilógrafa.<br />
Tive algumas experiênci-as bem interessantes ·ao mostrar o meu serviço às<br />
esposas e pais dos m eus funcionários. A esposa de um dos mais antigos operários-<br />
um carpinteiro- procurou-me algumas semanas após a visita feita com<br />
um grupo de •esposas de outros operários.<br />
Disse ela: «Doutor: porque não fez isto há 20 anos. ? O nosso<br />
cas·amento teria dado muito mais certo. Agora somos muito felizes porque<br />
podemos ·conv·erS'ar sobre o trabalho de m eu marido. Não podíamos fazer isto<br />
antes por não ter tido oportunidade d e conhecer o hospital». Senti-me envergonhado,<br />
achando q ue ela tinha toda a razão.<br />
Atenção especial deve ser dada aos nov•os empregad·os, seja qual for<br />
sua categoria.<br />
Se pretendermos aplicar os princípios de higiene mental à prática de<br />
saúde pública de·veremos, primeiro, .in troduzir tais princípios em nosso próprio<br />
serviço, pois se assim não procedermos, maiores serão as dificuldades.<br />
No dia 4 do corrente mês de Dezembro<br />
realizou-se, na Saila Portugal,<br />
da Sociedade de Geografia de Lisboa,<br />
a sessão solene com que culminou a<br />
festa da ·consagraçã•o da medicina.<br />
Sob a presidência do Chefe do Estado<br />
·com a presença do Senhor Predente<br />
do Cons·elho, ministro do Interior<br />
e da Educação Nacional e das<br />
Corporações, subsecPetário de Estado<br />
da Assistência Social, Presidente da<br />
Assembleia Naciona'l, Cardeal Patriarca<br />
de Lisboa, reitores das univ·er-<br />
Consagração da Medicina<br />
sidades, 'dirigentes da Ordem dos Médicos<br />
e outras altas individualidades,<br />
decorreu toda a sessão, num elevado<br />
tom de homenagem aos médicos que,<br />
na sua profissã•o, conseguem atingir o<br />
mais elevado ·expoente de dedicação<br />
e de interesse.<br />
Foram condecorados os Drs. Alberto<br />
Martins dos Santos, Lúcio Paiva<br />
Abranches e João Alvares Carneiro<br />
Leal.<br />
<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong> ass•ocia-se,<br />
sinceramente, a esta consagração.<br />
Pa·ojeeto fio a·e~11lame1tto dos sea•vieos<br />
i1tte1·taos do ltospital fie 111na<br />
Sa11ta Casa da Miset•ieót•flia<br />
o<br />
F-~<br />
Por ANTÓNIO MA:RIA ANDRADE<br />
(Continuação)<br />
CAPíTULO <strong>VI</strong>II<br />
DOS EMPREGADOS EM GERAL<br />
Artigo 75. 0 - A todos os empregados da Misericórdia<br />
qu•e ·Constem do Pespectivo quadro aprovado<br />
superi•ormente, que no d·es•empenho do seu cargo<br />
d emonstrem desleixo, f.a'lta de assiduidade, mau proceder,<br />
cometam inconfidências, faltas de respeito pelos<br />
superiores, erros de ofíci•o, prevaricação, abandono de lugar, que maltratem, por<br />
palavras ou a·ctos, os soeus superiores, iguais ·ou inferiores e, ainda, aqueles que<br />
procedam de forma que do seu •acto se manifeste falta de honradez, de dignidade<br />
profissiona'l, ou por qualquer outro motivo digno de censura ·ou castigo,<br />
serão aplicadas as penas -conforme a [alta ou acto cometido.<br />
Artigo 76. 0 - P ar-a admissão como emp11egado, terão ppeferência, em<br />
igua!ldade de •Circunstâncias, os pret•endentes que forem Irmãos da Miseri.córdia<br />
há mais de seis meses. Também para a nomeação por concurso de médicos<br />
efectivos, terão preferência os médicos substituto~ e os •especi•alistas que já prestam<br />
serviço no Hospital há mais de seis meses, e deles, em •especial, •os que<br />
tenham boa informação de competência, assiduidade e zelo, prestada p·elo conselho<br />
médico.<br />
§ único.- Os empregados admitidos apresentar-se-ão desde logo a·o<br />
Pmvedor •e os do quadro do pessoal superior apresentar-se-ão à Mesa na sua<br />
primeira reunião.<br />
Artigo 77. 0 - Sempr·e que contra qualquer empregad•o houver de se proceder,<br />
será este primeiram•ente ouvido, verbalmente ou p'Or ·escrito, e, só depois<br />
desta forma-lidade, lhe será aplicada a sanção julgada merecida.<br />
Artigo 78. 0 - São deveres comuns de todos os empregados da Mis·ericórdia:<br />
L o- Ex·ercer com competência, zelo, assiduidade e actividade 0 cargo<br />
que lhe estiV'er confiado;<br />
'<br />
10<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES 11
2. 0 - Observar e fazer ·cumprir, rigorosamente, as ·leis, regulamentos e<br />
determinações tomadas pela Mesa Administrativa;<br />
3. 0 - Cumprir as ordens de serviço, •escritas ou v•er'bais, exacta, ime<br />
.diata ·e 1ea 1 lmente, ·sem as discutir, dos funcionários seus superiores, do Provedo·r<br />
e dos M·esários;<br />
4. 0 - Honrar os indivíduos que façam parte da M•esa Administrativa e<br />
os empregados de categoria superior à sua, tmtando-os •em todas as circunstâncias,<br />
com deferências e respeito;<br />
5. 0 - Guardar o segredo profissional sobre t•odo o assunto que não esteja<br />
a utorizado 'a reV'é!'la·r;<br />
6. 0 - Desempenhar, com p·ontualidade •e assiduidade, o serviço que lhe<br />
estiver confiado;<br />
7. 0 - Auxiliar a M esa Administrativ·a, por todas as formas ao seu alcance,<br />
numa boa •e sã administração;<br />
8. 0 - Zelar pdos interesses da Mis•ericórdia, participando aos seus<br />
s uperiores os actos ou n egligências que os tlesarem e de que tenha conhecimento;<br />
9. 0 - Proceder na sua vida, quer na parbe respeitante à Misericórdia quer<br />
particular, de modo a prestigiar sempre a função da Mis·ericórdia;<br />
10. 0 - Usar de urbanidade nas relações com o público e com 'Os empregados<br />
seus subordinados;<br />
11. 0 - Informar .c•om escrúpulo, isenção e justiça a Pespeito dos seus<br />
'inferiores;<br />
12. 0 - Aumentar a sua cultura geral e, em especial, cuidar da sua instru<br />
-ção no que pespeita às matérias que interessam ao des·empenho das funções que<br />
Jhe estiverem confiadas;<br />
§ 1. 0 - S·e uma ordem de carácter excepcional for dada verlba'lmente,<br />
pode o empregado, usando de Iinguag·em respeitosa, solicitar que, para salvaguarda<br />
da sua Pesponsabilidade, lhe seja transmitida por 1 escrit·o, nos casos<br />
:seguintes:<br />
1. 0 - Quando haja motivo plausív>el para se duvidar da sua autenticidade;<br />
2. 0 - Quando sej•a iilegal;<br />
3. 0 - Quando, com evidência, se mostr•e qu•e ela foi dada em virtude de<br />
:qualquer procedimento doloso ·ou errada informação;<br />
4. 0 - Quando, da sua execução, se devam recear graves males que o superior<br />
nã•o houvesse podido prever;<br />
§ 2. 0 - Se houver recusa na transmissão da ordem por escrito, o empregado<br />
deverá, antes de a cumprir, comunicar o facto ao superior imediat>o àquele<br />
que lha deu para que este resolva o assunto;<br />
§ 3. 0 - As ordens escritas são sempre da •exclusiv·a responsabilidade de<br />
quem as assina;<br />
§ 4. 0 - São consideradas ordens ilegais, para deito de seu cumprimento<br />
pelo inferior, ap·enas as seguintes:<br />
1. 0 - As que •emanaPem de autoridade incompetente;<br />
2. 0 - As que forem manif•estamente contrárias aos regulam·entos e determinaçôes<br />
da M•esa Administrativa;<br />
Artig·o 79. 0 - Penas disciplinares que podem ser aplicadas aos ·empregados<br />
da Misericórdia e s•eus efeitos:<br />
1. 0 - Admoestação;<br />
2. 0 - R epPeensão ;<br />
3. 0 - Multa;<br />
4. 0 - Suspensão de vencimento;<br />
5. 0 - Demissão;<br />
§ 1. 0 - A p ena de admoestação é da c'Ompetência de todos os emprega.dos<br />
em relação aos que ~he sejam subocdinados;<br />
§ 2. 0 - A p ena de repreensão é da competência do Fiscal de mês, do<br />
Provedor e da M·esa Administrativa ;<br />
§ 3. 0 - A pena de multa é da competência da ·M·esa Administrativa e será<br />
aplicada, geralmente, ·quando o empregado com o seu ·act•o possa ter prejudicado<br />
os interesses da Misericórdia;<br />
§ 4. 0 - A pena de suspensão de vencimentos que não irá •além de trinta<br />
dias, ·é da competência rda M ·esa Administrativa, e, durante este prazo, o empregado<br />
não poderá entrar no Hospitail ou no seu serviço;<br />
§ 5. 0 - A pena de demissão é da competência da Mesa Administrativa,<br />
deV'endo previamente ser organizado o respectivo processo disciplinar;<br />
§ 6. 0 - Como a pena de demissão só s·erá aplica•da em casos graves, o<br />
empregado que for demitido nã'O poderá vo 1 ltar •ao s•erviço da Misericórdia;<br />
§ 7. 0 - O empregado que tenha solicitado a r·escisão do seu contrato.<br />
poderá voltar à efectividade do serviço, desde que •o solicite, ·tenha vaga ·e continue<br />
a satisfazer às condições gerais de ·admissão dos empregados;<br />
§ 8. 0 - Com excepção da pena de admoestação, rodas as penas serão<br />
registadas na acta e n o oadastro do .empregado;<br />
§ 9. 0 - Qua 1 lquer empregado que seja punido com a pena de repPeensão<br />
ou superior poderá reclamar por escrito da punição, no prazo de cinco dias, contados<br />
do di•a em que lhe for notificado o castigo, devendo em seguida organizar-se<br />
o prooesso discip~inar ;<br />
Artig•o '80. o -Na •categoria de empregados devem ser considerados:<br />
1. 0 - Todo o corpo clínico;<br />
2. 0 - T'Odo o pessoal de enfermagem;<br />
3. 0 - Todos os funcionários da Farmácia, Laboratório e Raios X ;<br />
4. 0 - T'Odos os funcionários da Secretaria;<br />
5. 0 - O capelão;<br />
12 HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES
Artigo 81. 0 - Na categoria de serventes devem ser considerados todos os<br />
assalariados a saber:<br />
1. o - As costureiras;<br />
2. 0 - Criadas da 'Cozi.nha;<br />
3. 0 - Lavadeiras;<br />
4. 0 - Os serventes e •as serventes das ·enferm·eiras e •auxiliares;<br />
5. 0 - Serventes dos asil•os;<br />
6. 0 - Guarda-portão e barbeiro;<br />
§ único- Os serventes não terão contrato escrito e serão admitidos e<br />
despedidos pelo .fisca
§ 3.o- Todos os empregados desta Misericórdia poderão ser premiados<br />
pelo zelo, assiduidade e boa vontade .com que des•empenhem os seus serviços ou<br />
cargos ou pelos bons e extraordinários serviços que prestem ao Hospital, com:<br />
1, 0 - Com louvor sem averbamento;<br />
z.o _ Dispens•a ou Hcença, sem perda de v·encim·entos, com menção<br />
na acta;<br />
3. 0 - Com •louV'Or mencionado na ada;<br />
4.o _Os louvores são da comp·etência da Mesa que os mencionará na<br />
acta quando colectivos e serão mecionados na acta e no cadastro do empregad'O,<br />
quando individuais.<br />
CAPíTULO IX<br />
DA CONSULTA EXTERNA E BANCO DE CURATIVOS<br />
Da consulta externa<br />
Artigo 92. 0 - Haverá no Hospital uma dependência denominada consultório<br />
médico, destinada duflante •as horas da consulta, exolusivamente a este<br />
serviço, competindo especia-lmente ao médico da consulta •externa:<br />
1. 0 - Faz·er •a consulot:a todos os dias às 10 horas, excepto •aos domingos;<br />
2. 0 - Inscrever ou fazer inscrever no livro respectivo a 1 li •existente, os<br />
nomes dos doentes atendidos, a doença 'Veri.fioada ou suposta e o destino que lhe<br />
for dado.<br />
3.o- Atender nesta consulta especi•almente os doentes pobres e indigentes,<br />
mas todas as pessoas se podem utiEz·ar dela, sujeitando-se ao preço da tabela<br />
que estiver fix:ado;<br />
4. 0 - Vigi•ar e tomar a responsabilidade pelos tratamentos ou curativos<br />
feitos no Banco;<br />
§ 1.o- Aos pobres e indig·entes atendidos na consulta externa, poderão<br />
ser fmnecidos gratuitamente, os remédios receitados, s•empre que a Mesa<br />
entenda que as circunstâncias financeiras da Misericóf'dia o permitam;<br />
§ z.o- Pam que os doenbes da consulta externa possam ser atendidos,<br />
torna-s·e necessário munirem-se de uma senha de entrada, que será paga conforme<br />
a tabela fixada, •e será gratuita para os indig·entes que assim o solicitem;<br />
§ 3. 0 - A hora da consulta deverá comparecer um enferm•eiro 'OU uma<br />
enfermeira, para auxiliar este serviço;<br />
§ 4. 0 - Quando os doentes da consulta externa tenham necessidade de<br />
baixar ao Hospital, serão destinados somente à ·enfermaria indicada para tratamento<br />
da doença verificada pelo respectivo clínic·o, devendo aguardar a vaga,<br />
se a não houver na ocasião;<br />
· § 5. 0 - As mulheres grávidas depois do o~tavo mês de gestacão serão<br />
destinadas à Maternidade;<br />
§ 6. 0 - As •crianças que não sejam de leite, serão destinadas à •enfermaria<br />
de crianças, desde que t:enham menos de dez an•os;<br />
§ 7. 0 - Os médicos ·especioalistas autorizados a faz•er consulta no Hospital,,<br />
cobrarão os proeços que tiver·em estiJpu'lados, mas os doentes pagarão sempre a<br />
importância da senha de entrada no guarda portão;<br />
§ 8. 0 - Quando o médico do Hospital, por qua•lquer motivo, tenha de<br />
atender algum cliente seu nesta consUilta e este não seja pobre, poderá faze-lo.<br />
mas o doente tem sempPe de pagar a respecti\lla senha no guarda portão.<br />
Do Banco<br />
Artigo 93. 0 - No Hospital s•erá r•eservada uma dependência que se denominará<br />
Banco, especialmente destinado a nel·e serem feitos os ·curativos de<br />
pequena importânci.a;<br />
§ 1. 0 - O Banco destina-se •ao tratamento d•os doentes que não ca·reçam<br />
em absoluto de interna·mento •e ainda a tratamentos de doentes internados que<br />
por 'Qua'lquer ·motivo não •convenha f·azer na enf.ermaria;<br />
§ 2. 0 - Os curativos no Banoo s·erão feitos normalmente das 9 às 10 horas<br />
e das 17 às 18 horas, se outras horas não estiverem det:erminadas pela Mesa,<br />
devendo •estar alfixado à porta do iBanco um quadro com •as seguintes ~ndicações:<br />
1. 0 - Nome do médic•o que estiv>er de s•erviço ao· Banco e consulta;<br />
2. 0 - Horas a que são feitos os tratamentos;<br />
3. 0 -Nome do Fiscal de mês;<br />
§ 3. 0 - Com •exc·epção dos pequenos ferimentos que não possam de modo<br />
algum oferec·er perigo, nenhum tratamento dev>erá ser feito pelo enfermeiro ou<br />
enfermeira, s•em 1 que, previamente, o doente seja observado pe'lo médico de<br />
serviço;<br />
§ 4. 0 - Os tratamentos ordinários serão feitos exclusivamente à hora<br />
determinada no respectivo horário, mas se por qualquer moti'V'O 0 doente quiser<br />
ser tratado fora daquelas horas, pagará o dobro da importância da respectiva<br />
tabela;<br />
§ 5. 0 - No Banco serã•o prestados, a toda a hora do di·a ou da noite, os<br />
socopros precisos a todas as pessoas sem distinção de classes ou haveres, que,<br />
sofrendo de traumatismo inesperado ou doença repentina, pPocurem 0<br />
Hospital<br />
para se tratar;<br />
§ ·fi. o - Os curativos serão feitos pelo enfermeiro ou enfermeira, devendo<br />
recorrer ao médico d'O Banco, s·empre que o caso ofereça gravidade;<br />
§ 7. 0 -No Banco devem existir dois livros próprios onde o enfermeiro ou<br />
enfermeira mencionará o nome do doente, idade, profissão, e, na «casa» corres-<br />
16 HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
17
pondente ·ao dia ·em que o fizer, marcará com um traço o curativo feito (penso<br />
üU inj-ecção); na «-casa» obsewações mencionará se o tratamento é gratui1.•o ou<br />
pago, indicando na «casa» responsável, o nome da pessoa ou emprez·a que pag·a<br />
.a conta, quando não for o própri'O;<br />
§ 8. 0 - Pam que os do·entes p'Ossam ser tratados devem munir-se de uma<br />
s·enlha de entrada que será gratuita para os indigentes que o soli:citem e paga<br />
pelos r-estantes pelo preço que ·estiver na tabela e adquirida no guarda-portão;<br />
§ 9. 0 - O Fiscal de Mês poderá passar as senhas gratuitas para tratam<br />
·ento aos indi·víduos reconhecidamente indigentes.<br />
Um físico americano, o D r. Robert<br />
E. Marshal da Universidade de<br />
R ·oches•t!er, acaba de publicar uma<br />
lista de dezanove diferent·es «partícu1as<br />
do espaço» que alcançam o<br />
globo terrestre. São todas •estas<br />
partícu'1a·s •associadas com o núcleo de<br />
átomos que se •aproxima da T·erra,<br />
prov>eniente de algumas tão longínquas<br />
quanto indeterminada•s regiões<br />
do espaç-o - à velocidade aproximada<br />
da luz (cento •e oitenta •e s•eis<br />
mil milhas, ou sejam duz·entos e no-<br />
QUEIJOS<br />
CASEÍNA<br />
Partículas do Espaço<br />
(Continua).<br />
venta e oito mil quilómetros p·or segundo).<br />
As partículas cósrni.cas primárias<br />
são mcitas V'ezes despedaçadas ao<br />
alcançarem o invólucro de ar qure<br />
envolv•e a J'lerra, o qual é equivalente<br />
em densidade tot·al a uma camada<br />
de água de trinta e quatr·o pés<br />
(dez metros e vinte). Oakul.a-SJe que<br />
cerca de cinco mil destas partículas<br />
s·e cruzem, por hora, em cada centím•etro<br />
quadrado ao cimo da atmosfera<br />
da Terra.<br />
«VouGA SuL»<br />
TIPO PRATO-TIPO BOLA<br />
COALHO-LACTEA<br />
\\ MANTEIGA<br />
LEITE HIGIENIZADO<br />
l~seat•as<br />
SUA PREVENÇÃO E TRATAMENTO<br />
Uma d as grandes<br />
preocupações do pessoal<br />
de enfermagem, é<br />
o receio do aparoecimento<br />
de Escaras nos<br />
seus doentes.<br />
Quand'O v·emos entrar nas nossas<br />
Enfermarias um doente com tendência<br />
para a formação de Escaras,<br />
o nosso espírito de vigilância já<br />
não deve parar, não deve deter-se à<br />
espera que este mal apareça mas deve<br />
ser constante e. permanente, evitando<br />
por todos os processos o seu aparecimento,<br />
ou ao menos •opondo uma<br />
resistência tal que, se vi•er a verificar-se<br />
esse fenómeno, ele não seja motivo<br />
de peso na nossa consciência,<br />
porque não fizemos tudo por tudo.<br />
Vamos estudar •os vários processos<br />
ao nosso alcanoe para evitar tanto<br />
quanto possível esse flagelo, às vezes<br />
de consequências grav>es; e, no caso<br />
de imp'Ossibilidade em obstar o seu<br />
desenvolvimento, estudaremos o seu<br />
tratamenbo.<br />
Pelo Enf.° CÂNDI-DO DA SILVA<br />
vada por ausência •ou d eficiência de<br />
irrigação vascU!lar.<br />
Podemos argrupar as •causas das<br />
Escaras ·em •três grupos principais:<br />
1. 0 - causas químicas;<br />
2. 0 - » físicas •e mecânicas;<br />
3.0 - )) nervosas.<br />
Causas químicas- às vezes faz-se<br />
a administração de medicamentos por<br />
via imprópria e a acção •qmm1ca<br />
desses produtos produz •escaras.<br />
Assim, •o eter e o quinino, dado<br />
muit-o superficialmente, pode produzir<br />
escaras.<br />
O cianeto de mercúri·o •e o neosalv·arsan,<br />
dado fora da v·eia, pode produzir<br />
não só uma escara que às vezes<br />
trás perturbaçõ·es até de motoridade<br />
dos membros, mas produz também<br />
dor muito f•orte.<br />
Há mesmo medicamentos que injectados<br />
por via própria p'Odem produzir<br />
escaras; há c·erto cálcio que<br />
nã,: é bem absorvido •e pode produzir<br />
esc aras.<br />
L!:'ACTICÍNIOS DE AVEIRO, L.D~<br />
Definição- Escara é uma solução<br />
de continuidade superficial ou profunda,<br />
revestida por uma crosta, resultante<br />
da maceração dos tecidos moti-<br />
Causas físicas e mecânicas-O c a<br />
lor, a humidade, a compressão, a<br />
falta de higiene, a permanência muito<br />
prolongada no leito, a imobilizaçã'O na<br />
18<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
19
mesma pos1çao, a difióente nutrição,<br />
a di·abébes, as doenças do aparelho<br />
circulatório e a incontinência.<br />
A imobi'lidade e a permanência na<br />
mesma posição são as gr~rides e mais<br />
co·muns causas das •escaras, ohamadas<br />
escaras de decúbito.<br />
São assim chamadas porque é essa<br />
a posição que mais contribui para as<br />
escaTas. Sobretudo o decúbito dorsal<br />
produz •as terrív·eis escaras do cóxis,<br />
das espáduas, dos cotovel•os, dos calcanhares<br />
e dos d•edos dos pés. Em<br />
especial neste caso, decúbito dorsal,<br />
há uma necessidade constante de vigi<br />
[ância, de c uidados de higi•éne, de<br />
mobilização tanto quanto possível, de<br />
massagens e fricções. ·Mas ·f.a'laremos<br />
mais em p ·ormenor na prevenção das<br />
escaras de decúbito.<br />
Causas nervosas- A.contece muitas<br />
v·ez·es que certos traumatismos<br />
interceptam a enervação total ou parcia•l<br />
de oert:os membros, ou de certa<br />
região. :Assim, nos doentes com fractura<br />
de ·coluna, há os que ficam rom<br />
paraplégia IQU tetraplégia. Nestes<br />
casos, a escaTa apavece quase inevitàvelmente;<br />
0 doente não sente, não s·e<br />
queixa, nem ifaz notar ·quaisquer sinais<br />
de mal-·estar, não tem possibilidade<br />
de movimentos; a permanência pmlongada<br />
das supertídes muscu·~ares<br />
sobre 0 leito, deix•am de ser suficientemente<br />
irrig,adas •e daí •a maceração<br />
e .consequentemente a necrose, sem<br />
quas·e ninguém dar por isso, se não<br />
houver vigilância ·CIQnstante; às V'ezes<br />
dois dias sã'O o suficiente para o aparecimento<br />
de escaras nestes doentes.<br />
Pdo que fica di!
car medicamentos que auxiliem a granulação,<br />
·como óleo de fígado de ba<br />
·ca1hau, bálsamo doe arceu, óxido de<br />
zinco, os próprios pensos húmidos<br />
de permanganato ou !fivano~, etc ..<br />
Nesta ·aHura deVlemos faz·er os<br />
pensos em dias •alternados, para não<br />
impedir a marcha da granulação e<br />
da ·cicatrização.<br />
E st es tratamentos deVlem ser fei <br />
tos com muitos cuidados de assepsia,<br />
e com muita paciência. A cicatriz·a <br />
ção é IÍ·eita muito !lentamente, mas não<br />
dev·emos desanimar n•os nossos cuidados<br />
constantes e perman·entes; quando<br />
verificamos que o doente ou não fez<br />
«0 pequeno gigante de grande futuro»<br />
é, como alguns cientistas se ref•erem,<br />
o transisttor, o muito pequeno<br />
nonvacuum de invento electrónicocerca<br />
do tamanho duma ervilhaque<br />
•amplifica s inais eléC'tricos do<br />
mesmo modo que um tubo de electrão.<br />
Requere unicamente uma fracção<br />
da potência precisa pa!l"a accionar<br />
um tubo de vácuo e não só é inferim<br />
em preço como ainda dur.a muito<br />
mais tempo.<br />
Um transistor pode amplificar sinais<br />
eléctricos cem mil vezes; pode<br />
fazer muitas coisas que os tubos de<br />
vácuo f.azoem e ainda muitas outras<br />
mais. É um tanto inteiramente novo<br />
e influi inteiramente em novos princípioo.<br />
··········-········-····························-······<br />
:::::::::::::::::::·:::::::·::::::::::·::::::::::·:::::::<br />
Pequeno electrónico gigante<br />
escaras ou es'Í'as estão cicatrizadas,<br />
S'entimos com ele satisfação espiritual<br />
e sobretudo tranquilidade de consciência,<br />
pelo dever cumprido.<br />
S•oASOo.,.,. l~ ?lrY "Jo<br />
eLo bar alho,l ...... t.mot<br />
~ I'IOSAÍCOS Á ~ ~<br />
Os transistors foram inventados<br />
nos Laboratórios do Tdefone de B ell,<br />
em Nova Iorque, para amplificar a<br />
voz nas ·conversaçõ·es telefónicas. Estão<br />
agora a ser usados na nov·a equipagem<br />
electrónica que habilita a uma<br />
.p'essoa duma cidade nor.te-americana<br />
da costa do Atlântico a «discar» no<br />
seu telefone um número duma cidade<br />
norte-americana da Costa do<br />
Pacífico, ·em ligação directa s·em chamar<br />
nenhuma centrai telefónica.<br />
Também estão a s•er usadüs na •ajuda<br />
da audição •e dizem os cientistas que<br />
lhe estão abertas novas portas em melhoramentos<br />
de alto alcance no serviço<br />
telefónico e em muitas outras<br />
actividades.<br />
Isolatneuto tét•mieo de ealdeit•as,<br />
tttba~e••s e apat·ellta~e•n ttt.ilizattdo<br />
vapo•·<br />
No in:íci·o destas<br />
nossas despretens·iosas<br />
considemções queremos<br />
agradecer a «<strong>Hospitais</strong><br />
Portugu•eses» ·o<br />
acolhimento ·a mi g o<br />
que a •elas dispensa, permitindo a sua<br />
inclusão nas suas páginas. Se na realidade<br />
os trazemos aqui é com o firme<br />
propósito de •agitar um problema, por<br />
vezoes descurado nas noss•as instituições<br />
assistênciais e ao qual podem<br />
estar ligadas grandes economias.<br />
S.e da leitura do que •se vai seguir<br />
resultar o estudo consciencioso das<br />
economias térmicas das nossas instituições<br />
·assisbenciais •será grande a<br />
nüssa aiJ.egria, pois .p'oderemos assim<br />
contribuir, de •algum modo, para um<br />
rendimento assistencial.<br />
Ao analizarem-se os orçamentos<br />
anuais de um hospital, constata-se ser<br />
normalmente grande a verba destinada<br />
a combustíveis, quer sejam sólidos,<br />
líquidos ou gasosos. A rúbrica a<br />
eles consignada é sempre alvo de<br />
maduras reflexões sendo sempre<br />
grande preocupação das Administra-<br />
Por MANUEL SOARES SANTIAGO<br />
Engenh eiro Electrotécnico e Mecânico (U. P .)<br />
Adjunto dos S erviços Industriais dos <strong>Hospitais</strong> da<br />
Univ·ersidade de Coimbra.<br />
ções o reduzir, até onde possível, as<br />
despesas que ·lhe são inerentes.<br />
É grande o ·consumo de vapor num<br />
hospital e não admira que t•al aconteça<br />
dado o largo uso que, normalmente,<br />
dele se faz em cozinhas, lavandarias,<br />
aqureci
.<br />
densados ·e isolar termicamente os<br />
aparelhos. utilizaclofles.<br />
Quanto ao transporte .e distrib<br />
uição do vapor, várias são as considerações<br />
a fazer. Dois tipos de perdas<br />
se podem dar no transporte de<br />
V•apor: ou perda directa de vapor ou<br />
pel.'da de parte do seu calor.<br />
Temos no primeiro caso •as fugas<br />
de vapor que se podem verificar ao<br />
longo das tubagens ou nos acessórios.<br />
Esta classe de fugas pode ser -eliminada<br />
pela obturação dos mifício->,<br />
pe'1a substiotuição das tubagen s ou dos<br />
acessórios, •etc..<br />
V:ejamos •a outra que por agüra<br />
nos interessa mais.<br />
É próprio de qualquer corpo que<br />
se ,encontre a uma temperatura superior<br />
à do •ambi,ente, ceder calor ao<br />
exterior ·tendendo assim a produzir-se<br />
o equilíbrio térmico dos dois meios.<br />
Estas trooas de 'Ca•1or são muitas vezes<br />
procuradas como é •o caso de aquecim·entos,<br />
cozinhas, etc., mas outras<br />
são pr>ejudiciais, ·como é o caso que<br />
neste momento c·onsideramos.<br />
Se produzimos nas nossas ca-ldeiras<br />
vapor a determinada pressão e<br />
temperatura e o utihzamos noutro<br />
local com determinado fim, interessa<br />
-nos que e1e chegue a'Os locais de consumo<br />
com o mínimo de perda de calor,<br />
isto é, que o vapor durante o<br />
transporte •ceda ao ar am:bi,ente a<br />
menor quantidade possível de calor.<br />
Para •evitar, ou me'lhor, atenuar essas<br />
perdas, há que proceder ao c•onveniente<br />
isolamento das tubagens.<br />
O objcetivo do iso!lamento é retardar<br />
a passagem do fluxo do calor<br />
entre dois fluídos de n atUPez·a idêntica<br />
ou di'f~erente, separados pelo isolamento,<br />
o qual é constituido por um<br />
só material ou pe!la combinação de<br />
vários materiais. O seu objectivo• é<br />
raramente de impedir a passagem de<br />
caror, dado que há sempre um limite<br />
•económico.<br />
P•or V'ezes os isolamentos térm-icos<br />
visam não a evitar perdas de calor,<br />
mas manter a temperatura des•ejada<br />
no ·equipamento e a assegurar ·condições<br />
de tralbarho mais confortáV'eis<br />
na vizinhança das superfkies .aquecidas.<br />
Notar mesmo que manter ocalor<br />
afastado dos pontos onde não é<br />
desejado, é muitas vez·es tão importante<br />
oomo guardá-lo onde é necessário.<br />
O is·olamento térmico P'Ode ser<br />
obtido por dois processos, os mais<br />
cor11enbemente empregados e que são;<br />
- O emprego de materi.ais especiais<br />
dobados de pmpriedades cailorífug.as,<br />
d esignadas sob o nome de isolantes<br />
térmicos;<br />
-A utilização de co1chões de ar<br />
incluídos nas paPedes, quer se recorra<br />
a materiais ou argamassas ocas, quer<br />
se •estabeleça entre as paredes uma<br />
camada de ar tão ·contínua quanto<br />
p'Osível entre duas paredes pouco distantes.<br />
Viejamos, de um modo sucinto,<br />
a1guma coisa sobre materiais isolantes.<br />
Segundo o modo de emprego, pod<br />
em dividir-se em dois grupos genéricos:<br />
a) Materiais nã'O coerentes:<br />
1. 0 - Materiais fibrosos -empregados<br />
sobre a forma de filamentos<br />
~ ol tos iso1ados sob a forma de man tas,<br />
mais ou menos f1exíveis, ·confinadas<br />
entre duas ·camadas suplementares de<br />
papel ou de tecido, que fa•cilitam a<br />
sua ·co1ocação.<br />
2. 0 - Materiais granulosos- mais<br />
ou menos finos.<br />
b) Maberi•ais compa•ctos:<br />
1. 0 - Aglomerados - paineis ou<br />
placas mais ou menos rígidas nas<br />
quais os constituintes são ligados de<br />
certa maneira.<br />
2. 0 - Ma•beriais celulares-paineis<br />
ou p laoas •cons·ti'tufdas por matérias<br />
plásticas no seio das quais s•e cri•aram<br />
cêlulas de •ar de dimensões mais ou<br />
m •enos finas.<br />
Tendo em ·consideração o grau de<br />
conservação pode ser estabelecida<br />
QUtra classificação para •os isolantes.<br />
Nela se consideram:<br />
a)<br />
b)<br />
Isolantes inorgânicos.<br />
» orgâni·cos.<br />
Entre os primeiros, os isolantes<br />
minerais, que são numeros•os, contam-se:<br />
1."-A diatonite<br />
2. 0 - A magnésia<br />
3. 0 - O amianto<br />
4. 0 - As escórias e cinzas<br />
5. 0 - Os botões ligeiros<br />
6. 0 -A pedra pomes<br />
7. o - A :lã de vidro ou •a seda de<br />
vidro.<br />
8. 0 - A ·lã de rocha 'OU •lã mineral<br />
9. 0 - As matéri•as metálicas como<br />
sejam as fo1has de alumínio 'finas, etc ..<br />
T>odos estes materiais são, em geral,<br />
refractários pelo que podem ser<br />
uti'lizados, na maior parte, nas instalações<br />
caloríficas.<br />
Ent11e os isolamentos orgânicos<br />
eontam -se:<br />
1. o - A cortiça<br />
2. 0 - A turfa<br />
3. 0 - As fibras de madeira<br />
4. 0 - Certas a-lgas especi.almente<br />
tratadas.<br />
5. 0 -·Diversos mat>eri•ais de orig•ern<br />
animal ou vegetal como o cadarço,<br />
detritos de lã e de algodão, crina vegeta·l<br />
e anim•a'l, etc ..<br />
Estes isolamentos são .combustíveis<br />
às temperaturas médias, salvo se<br />
fopem objecto de tratamentos especiais.<br />
Finalmente ·e tendo ·em vista a sua<br />
u tilização podem •os isolantes ser divididos<br />
em frigoríficos e calmífugos.<br />
Só •a estes últimos nos referiremos<br />
dado que só eles têm utilização para<br />
o fim que nos propus·emos tratar neste<br />
nosso trabalho.<br />
Vejamos agoPa as propri!edades ger-ais<br />
dos isolantes.<br />
Os materi•ais i·so•1antes são caracterizados<br />
por uma grande p'Orosidade<br />
e, como consoequência, por pequena<br />
densidade. A transmissão do calor<br />
num material poroso depende da<br />
transmissão, por um 'lado segundo o<br />
elemento sólido e por out11o através<br />
das céluias ·cheias d e ar, por condutibilidade<br />
do ar incluído.<br />
Como o ar inerte é melhor isolante<br />
de um coflpo é Tanto mai•or quanto<br />
maior for o número de células de ar<br />
que encerra, quer dizer, quanto menor<br />
for .a sua densidade. M•as nos p•oros<br />
cheios de ar, não há só a considerar<br />
a transmissão por condutibilidade do<br />
ar mas também por convecção {cir-<br />
24<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGU-ESES<br />
25
culação do ar) e por radiação das<br />
superifí'Ci
Comissão MunicipatJ. de .Assistência.<br />
M 1as, 'como •há-dre, por exemplo, a<br />
Comissão Muni·cipa•l Ide Assistência<br />
do oonoelho de Águeda inquerir da<br />
situação económica dos doentes das<br />
suas 19 !freguesias •e dos diferentes<br />
lugares que as constituem, se ela nem<br />
sequer dispõe de meios paPa organizar<br />
o .cadastro dos pobrerem os seus<br />
parentes em perigo eminente de<br />
morte, os ·arrancam do hospital «para<br />
que ·morra na sua casa».<br />
O progresso da Medicina e, dentro<br />
dela, o da bécnica hospitalar, foi c•onvertendo<br />
o hospital num ·c-entro assistendal,<br />
no qua~ se rec-ebem ·aque'les<br />
tmtamentos que, por rnotiv>os de<br />
ordem técnica ou de ordem social, não<br />
s•e podem receber no próprio domicílio.<br />
No foro cirúrgico, toda a gente<br />
compreende hoje que os tratamentos<br />
hão-de efectuar-se numa instituição<br />
adequada, e, desde o do·ente indig•ente<br />
que vai ao hospital público, até ao<br />
PORTUGUESES<br />
rioo que vai à chamada casa de saúde<br />
ou C'líni.ca (mas que par-a nós não é<br />
s-enão um hospital parücular),
vamos examinar as duas primeiras,<br />
que têm primordial importânóa s'O<br />
.cial •e sanitária.<br />
ASSISTÊNCIA AO DOENTE<br />
Se o hospital evolucionou, o<br />
mesmo também s-ecedeu ao doente<br />
que se hoSIPitaliz-a. No princípio eram<br />
somente 'OS deserdados quem se acolhia<br />
ao hospital .e assim .continuam<br />
fazendo hoje •em dia. Mas, a eiles, já<br />
se juntaPam •outros tipos de doen·res<br />
que são indi
las, tenh-a 'consagrado. iritegflàíffieni:é<br />
os seus trabalhos à assistência hospita'1ar<br />
dos ·doen1les -cróni,eos.<br />
-<br />
<strong>Hospitais</strong>' gerais e especiais- uma<br />
das dassificações mais útiEzadas pelos<br />
hospitais é a sua divisão em g•erais,<br />
digamos, poilidínicos e especiais, ou<br />
seja dedicados, •exclusivamente, •a uma<br />
faceta da nowlogia. A especialização<br />
dos hospitais, em teoria, parece boa,<br />
porque é mais fácil uma boa dotação<br />
e uma hoa assistência pafla um determinado<br />
tipo de dO'ença, s•e se ,concentrarem<br />
todos os enfermos que dela<br />
sofrem num único hospital, per.ante<br />
uma multi'plioação de sa'las ou s-erviços<br />
em diversos !hospitais.<br />
Sem dificuldade, podem apresentar-se<br />
razões contra a especia'liz,ação<br />
hospitalar. A primeira, é que são<br />
poucos os processos mórbidos que<br />
possam ser tratados perfeitamente nas<br />
mãos de um só especia1ista, porque<br />
as complicações ou as doenças intercorrentes<br />
'acabam por r,e:querer o ,concurso<br />
de outros espeóaHstas, de outras<br />
técnieni,ente r-eorganizar os hospitais<br />
suficientes, se são de grande capacidade,<br />
separand·o uma s·ecção de conval•es'centes<br />
'QUe reduza 0 orçamento<br />
geral.<br />
O serviço médico-social- um defeito<br />
importante dos hospitais, que<br />
ainda 1perdura em muitos países (entre<br />
des, o nosso), é a d-esconexão entre<br />
a vida de interna~ento e a vida social<br />
do doente. O hospital é uma<br />
espéde de ilha, que não
abrange muitos outros doentes, tributários<br />
dos mais varia·dos •processos<br />
mórbidos, desde o amputado ao cardía:co<br />
•e desde o p-arallítico ou o .cego<br />
a>té ao ·diabético ou o ·enfis·ematos'O.<br />
A reabilitação, ou readaptação,<br />
como se .queir-a chamar, é uma necess~dade<br />
so•cial que deve ser preenchida<br />
pelo hospital, ·ou; melhor, por<br />
um oentroo •especial ·em •conexão com<br />
0 hospital, de modo que se •evitem<br />
recaídas ou agrav·ani.entos ocasionados<br />
por uma vida imprópria para o<br />
novo est-ado do indivíduo, assim como<br />
a catas·trófica situação do que quer<br />
·evitá-las mas que se encontra inerm•e<br />
para f.az·er frente à vida por não Ihe<br />
~ervir já ·a su a antiga profissão ou<br />
ocupação.<br />
A rede hospitalar- outro dos aspectos<br />
do hospital em relação . com a<br />
assistência •ao doente, é o número e a<br />
}ocailiz.açã·o das camas que nec·essitam.<br />
Sobre o número de •camas nec.essárias,<br />
a primeira impressão de quem<br />
encara 'O problema é a de uma surpreendente<br />
disparidade de critérios,<br />
que propõem cifras até dez vezes<br />
maiores umas que as ·outras. Este é<br />
um ponto que requer muita cautela,<br />
porque 0 número de •camas n ecessárias<br />
é função de .diversos .factores, que<br />
-é preciso avaliar muito cuidado·samente<br />
para não se 'expor·a que fiquem<br />
p ·equenos ·ou a dispor de ·camas exces<br />
.sivas. A morbi'lidade, a distribuição<br />
da população, a economia, os hábitos<br />
de vida sã'O •alguns destes factores que,<br />
pela sua simp1es enumeração, mostram<br />
como podem variar as neoessidades<br />
de hospitalização. Não é raro<br />
34<br />
v·er hospitais rec·em·-construídos que<br />
resultam insuficientes para o seu fim<br />
ou, pelo contrário, são excessivos na<br />
sua amplitude.<br />
Outra qU'estão é a localização dos<br />
hospitais, .que m~Iitas vez·es é condicionada<br />
por .factores artiücioais, •como<br />
são as divisões administrativas, e que<br />
devem determinar-se p elas distâncias,<br />
pelo voJ.ume de população relativa,<br />
p elos meios de comunioação •e p elas<br />
disponibrlidades de p•essoal médico.<br />
Ao tratar da Iocalizoação dos h os<br />
•pitais, luta-s•e com duas tendências<br />
opostas. Uma, que tem ·sentido .c•entraliz.a<br />
dor e que advog·a a concentração<br />
das càmas nos grandes núcleos de<br />
população, a fim de r·eduzir o custo<br />
diário por doente e de dispor c•om .fa-<br />
-cilidade de quadros suficientes em<br />
quantidade e qualidade. A outva, q u e<br />
tende a des'Centr•aEzar as camas, ap,roximando-as<br />
das pov oações, a fim de<br />
que todos l!Jieneficiem delas por ·igual.<br />
Decidir-se por qualquer .das duas tendências<br />
é difíci.l, 'IJ'Orque a primeira é<br />
boa em muitos aspectos; mas, evidentemente,<br />
significa 'QUe •em grande<br />
parte da Espanha fiquem numerosas<br />
povoações af•astadas do hospital, com<br />
grave inconveniente, sobretudo, para<br />
as intervenções de urgênci•a.<br />
E , al'ém· ·disso; pode dar 'lugar •a<br />
hospitais e:&cessiv·amente grandes, já<br />
que p3ra cima das 400 ou SOO camas,<br />
0 custo diári'O por doente aumenta<br />
progressivamente ou, nã'O o fazendo,<br />
decai do mesmo modo a qualidade da<br />
assistência. Em troca, o segunda tendência,<br />
·que f.avorece a utiilização do<br />
hospital por todos ·os habitantes, con-<br />
HOSPITAIS<br />
duz à atomização de camas em hospitais<br />
pequenos, nos quais também,<br />
ao ficarem abaixo de 100 camas, que<br />
é o mínimo econàmicamente conv•eniente,<br />
se vai elevando o custo diári·o<br />
por doente ·à medida que diminue a<br />
capacidade da instituição. E, ao<br />
mesmo tempo, é necoessá'fio multiplicar<br />
o número de médicos, que hão-de ser<br />
proporcionalmente pior remunerados,<br />
conduzindo, fàcilment:e, ao rebaixam<br />
ent'O da qualidade da assistência.<br />
Com um bom estudo do território<br />
é possível unir, até c·erto p onto, ambas<br />
as tendências, de m odo que se d•escentralizem<br />
certas 'fa·cet·as da assistência,<br />
conquanto se cons·ervem centraliza•das<br />
outras. P or exemplo, os<br />
Centl'Os Mat>ernais de Urgência da<br />
Sanidade Nacional são um bom expoente<br />
da descentralização porque<br />
respondem a uma iniludível necessidade<br />
de acercar as camas daquelas<br />
que as utilizam, se se pr•etende favorecer<br />
ou criar •o 'hábito do internamento<br />
dos partos, inc'lusivamente nos que se<br />
prevêem normais.<br />
O ideal é uma rede es.ca'lonada,<br />
que vá desde a assistência descentralizável<br />
até à de instituiçã•o úpica. A<br />
descentralizada deve .incluír as urgênci·as,<br />
que não são só as perfurações<br />
digestivas, apendicites e processos<br />
cirurgicos .análogos, mas ·ta·mbém a<br />
obstetrícia na sua maior parte, a<br />
assistência de certos process·os infantis<br />
que exigem técnicas especiais,<br />
como a plasmoterapia e outras, assim<br />
como •o internam•ento para observação<br />
de doentes dificilmente transportàveis.<br />
Todos estes processos podem<br />
PORTUGUESES<br />
justificar um volume de _camas suficientes<br />
para tornar viável o hospital<br />
de tipo regionail e inclusivamente<br />
local, em algumas pov'Oaçõ•es.<br />
Acima deste hospita•l regional tem<br />
que existir o hospital provincial, que,<br />
na maior parte dos casos, tem de ·<br />
possuir o carácter de hospital geral.<br />
Sàmente em poucos
assim sucede), existe o ·dos h•ospitais<br />
ou clínicas particu1ares de tipo •comercia>!,<br />
que estão ·abertos a todos os<br />
doentes, os quais . são assistidos · p elo<br />
s·eu médi•co próprio, uma vez que<br />
a hospitaH~ação ·compreende somente<br />
o aspecto residencial e a assistência<br />
aux ~liar. ·<br />
Desde já, no que respeita à hospitalização<br />
g·ratuita, é difícil contar<br />
com outro sistema que não sej·a o<br />
do quadro fechado, devido, sobretudo,<br />
à forma por que se hão-de remunerar<br />
os serviços dos facultativos.<br />
Mas no momento em qu,e o hóspital<br />
trate de servir a todas as necessidades<br />
de um âmbito geográfi.co, incluindo<br />
todas as categorias s'Ociais, o<br />
problema apr·esenta-se em todo o seu<br />
valor. Em geral, este não é hoje um<br />
problema U1'gente no nosso país, dada<br />
a form•a como se rea•liza a assistência<br />
no regime de internamento. M .as a<br />
vida vai •evolucionando •constantemente,<br />
e ·o que hoje é uma rea'lidade<br />
noutros países é seguroo que chegará<br />
a se-lo em Espanha dentro de maior<br />
ou menor espaço de tempo. Nesta<br />
questão da assistência hospitaiar entram<br />
•elementos tão diversos como o<br />
problema da habitação, o .do traba[ho<br />
dom'éstico, o tf'aba~ho da murher e<br />
outros mais que estamos a ver evolucionar<br />
dia •a dia, de ta·l modo que<br />
é inegável que a fisionomi•a da vida<br />
espanhdla, pelo menos nas capitais, ·é<br />
agora comple'taménte distinta da de<br />
<strong>36</strong><br />
há 25 anos ·e, o que é ·mais importante,<br />
não ev,olucionou de um modo constante<br />
mas si·m •com sa'l·tos brus-cos, que<br />
de quando 'em quando acel•eram o<br />
processo.<br />
Há um sistema que poderi•amos<br />
qualificar de .desejável, que é o do<br />
quadro semi-cerrad0. O hospital c•onta<br />
com um quadro .fixo, r·emunerado,<br />
obrigado ·à assistência aos doentes pobres<br />
e que tem o direito de >Constituir<br />
a junta directiva do hospita-l, podendo,<br />
indep•endentemente, assistir<br />
aos doentes pensionistas que desejem<br />
ficar ·entregues a -eles, dentro do hospita:I.<br />
Por outro lado, ·o doente particul-ar<br />
•que ingressa no hospital pode<br />
ser assistido por um mtédico alheio ·ao<br />
mesmo, sempr>e que a Junta Directiva<br />
admita o s·eu ·concurso em função do<br />
conceito que mePeça •a sua reputação<br />
cientí,fi.oa e moral. Por sua vez, o<br />
médi•co particU'l>ar que é admitido no<br />
hospital fica otbrig•ado a prestar assistência<br />
gratuita •a um número de doentes<br />
.pobr·es que será proporciona•} ao<br />
de doentes pensionistas que tenha<br />
assistido num dado período de tempo.<br />
Repetimos que, por agora e salvo<br />
para alguns casos, este sistema não é<br />
aplicável em Espanha, mas é conveniente<br />
tê-lo •em consideração, porque<br />
é possívcl que não !decorra muito<br />
te mp•o que as circunstâncias sejam<br />
adequados pam a sua entrada na<br />
prática.<br />
(Continua)<br />
HOSPITAIS<br />
~<br />
.' I<br />
~~<br />
Florence Nihtingale ou a «Dama Iluminada»<br />
Florence Nihtingale, 'nascida em 1820, era uma rapariga da<br />
mélhot sociedade inglesa, bela, _delicada, inteligente, que um dia<br />
descobriu que o seu papel na vida era o de cuidar de doentes.<br />
Foram as horienda""S condições sanitárias que as tropas inglesas<br />
conheceram na guerra da Crimeia, há um século, que fizeram soar<br />
a hora de Florence Nihtingale.<br />
Distribuindo a rodo as suas forças,<br />
o seu dinheiro, o seu crédito, o seu prestígio, ela instala-se no meio<br />
do exército, com a equipa de enfermeiras que tinha recrutado e formado,<br />
monta hospitais, salva milhares de vidas humanas pelos . cuidados inteligentes<br />
e devota'dos que dá sem conta. Depois da guerra da Crimeia, funda uma<br />
escola de enfermeiras na lnglat~rra ,<br />
pois, preocupa-se com as condições sanitárias<br />
que existiam no exército das indias.<br />
Logo que moqeu em 1910, com a iqade de noventa anos, Florence<br />
Nihtingale, que escrevera um grande número de obras sobre os serviços de<br />
enfermagem e que_ inspira a Henri Dunant (o fundador da Cruz Vermelha) a<br />
Convenção de Genebra para os prisioneiros de guerra, tornou-se no seu país<br />
objecto dum verdadeiro culto popular e foi então chamada a Dama Iluminada,<br />
o Anjo de doce sorriso, a Sombra sobre o travesseiro, e ainda a Estrela do<br />
Oriente.<br />
A medalha Nihtingale<br />
Vão s·er atribuídas nó próximo ano<br />
de 1955 as medalhas « Nihtingale »<br />
instituídas pela Cruz Vermelha Int:ernacional<br />
para:<br />
~- ·- ---- .........-- --- -- ---- -<br />
a) Enfermeiras diplomadas que<br />
fORTUG-· UESES<br />
,.<br />
se tenham distinguido, de<br />
f·orma excepcional, pelo seu<br />
devotamento aos doentes ou<br />
feridos em tempo de guerra;<br />
b) Enfermeiras directoras ou organizadoras<br />
de obras que tenham<br />
pPestado serviços excepcionais<br />
no domínio de<br />
37<br />
.....
cuidados aos do·entes ou a<br />
feridos em tempo de guerra<br />
ou e m calamidades púb'licas;<br />
c) A auxiliares voluntári•as devidamente<br />
registadas na Cruz<br />
V•erme1ha qu•e se t·enham distinguido<br />
pela dedicação aos<br />
doentes, nos termos das alíneas<br />
anteriores;<br />
d) A enfermeiras e auxiliar·es vo<br />
•luntári•as que tenham caído no<br />
campo de honra.<br />
O d es·envolvimento da energia<br />
e'léC'trica do átomo assegura'fá ao<br />
mundo, paroa os séculos futuros, ext<br />
ensos pecursos d e 'combustível. As<br />
roeservas m undi·ais d e comb ustív.el<br />
atómico sã-o pdo m'enos vinte vezes<br />
tã o grandes- como forrt>e de energia<br />
- como as re3•ervas de oarvão de<br />
pedra, de óleo e .de gás reunidas e isto<br />
s'egundo o «'f'he New York T imes<br />
Magazine». Bsbabe1ece energia em<br />
qua:Iquer pa~be do mundo e não justamen1:!e<br />
aonde depósitos de energia<br />
38<br />
ADELINO DIAS COSTA & C.",<br />
L.da (FÁBRICA ADICO)- Mobiliário<br />
cirúrgico e hospitalar (Fábrica<br />
de).- Avanca- Portugal. Telef. 2<br />
- Avanca- Telegramas: Adico.<br />
Uso pacífico da energia atómica<br />
As associações nacionais deverão<br />
propor os nomes das candidatas até<br />
ao dia 1 d e Març•o de 1955.<br />
Há <strong>36</strong> m edalhas a distribuir. Todavia<br />
a Cruz Vermelha só distribuirá<br />
as qu.e julgar m erecidas.<br />
A. G. ALVAN - Gatguts-linho e<br />
seda para sutura «Lukens>>. Rua da<br />
Madalena, 66-2. 0 -D.- Lisboa. Telefone<br />
25722.<br />
hidráulica e de car vão d e pedra a<br />
p erm iti rá -~ em tanta vu em maior<br />
quant:id ade do que hoj'e é possível -<br />
acPesc;enta a revista.<br />
As futuras insta•lações de energia<br />
atómica pmduzirão elect ricidade<br />
qu ase da mesm a maneira como a produ<br />
zem o.> métodos co•rPentes, de hoje<br />
em dia; mas o calor paPa mover as<br />
suas turbinas provirá dum re-.1-ctor<br />
atómico pelo uso de urânio, em vez<br />
de carvão de pedra ou doutros combustíveis.<br />
SI N G E R SEWING MACHINE<br />
COMPANY- Departamento Industrial.-Séde<br />
em LisboJ -Av. 24 de<br />
Julho, n. 0 42. Máquinas industriais<br />
para todos os trabalhos de costura em<br />
lavandarias<br />
.<br />
HOSPITAIS<br />
..<br />
t'<br />
Prof. Reinaldo tios Santos<br />
Regressou a Lisboa o Prof. R eina'ldo<br />
dos Santos, que se deslocaora a<br />
Paris a tratar de assuntos r elac:'Onado.><br />
com a E xposição de Ourivesari·a<br />
Portuguesa qu•e, n a capital francesa<br />
ta~to êxito t em alcançado.<br />
Prof. Cid dos Santos<br />
O Prof. D r. Joã-o Afonso Cid dos<br />
Santos, ca tedrático d a F aculdade de<br />
M edicina d e Lisb oa, .foi considerado<br />
em missã-o oficial f-om do P aís p elo<br />
Instit uto de Alta Cultura.<br />
Dr. Casanova Alves<br />
R egressvu a Lisboa o Dr. C asanova<br />
Alov,es, médi,co-chefe dos Serviços<br />
de Vacin açã'o e Recens,eamento<br />
Torácico do Instituto de Assistência<br />
N acional •aos T uberculoso3 que, em<br />
missão d o Ministério do Ultramar,<br />
acaba de proceder ao estudo e à elaboração<br />
era plano de prospecção e<br />
combabe à tuberculose na província<br />
de Angola.<br />
Dr. Décio Ferreira<br />
Partiu para Barcelona, a fim de<br />
tomar parte no Congresso Internacional<br />
sobre doenças d.:> tóroax, o Dr. D é<br />
cio Ferreira, que aprasenta naquela<br />
PORTUGUESES<br />
peuniãoo um traba'1ho sobre órurgia<br />
eardiaoa.<br />
Dr. Alvarq de S. J, Baptista<br />
da Silva Ferreira<br />
O Dr. Álvaro de S. João Baptista<br />
da Silva F errão, médico muni·cipal do<br />
conoelho de S•eia, foi nomeado Subde-·<br />
legado de Saúde do ref•erido concelho.<br />
I<br />
I<br />
Dr. Victor Sena Mena Carvalho<br />
Foi nomeado para o lugar de<br />
a djunto d e delegado de saúde do<br />
quadro do pessoal técni•co das delegações<br />
e subdei1egações de Saúde, fic-ando<br />
a p restar serviço n a d elegação<br />
do distrito de Lislboa, o Dr. Victor<br />
Sena Mena Ca·PV·alho.<br />
Dr. António Matos Fernandes<br />
Coito<br />
Ao S r. D r. Antóni'o M a to.> F ernandes<br />
Coito - segundo •assistente da<br />
F acu•ldade de Medi·cina de Lisboa, foi<br />
concedida ,equ iparação a bolseiro ofora<br />
do 'P aís pelo Instituto de Alta Cultura.<br />
Dr. Paulo Costa Benevides<br />
O Dr. Paulo Costa Benoevides foi<br />
nomead'o para o lugar de subdelegado<br />
doe saúde, ficando a prest-ar serviço<br />
na Subdelegação de Saúde do concelho<br />
do Barr-eiro.<br />
39<br />
....
Móquinos especialme nte construídos poro mútiplos serviços e m <strong>Hospitais</strong>,<br />
Sanatórios, Casos de Saúde e Estabele cime ntos congé neres<br />
CONTROLE DE TESOURARIA<br />
CONTAS CORRENTES<br />
- Câmaras Municipais<br />
-Doentes<br />
-Fornecedores<br />
-:-Honorários Clín.icos<br />
-Etc.<br />
CONTROLE DE EXISTf:NClA<br />
-Móveis e Utensílios<br />
-Artigos de Penso e Consumo<br />
- Material Cirúrgico<br />
- Medicamentos<br />
-Tecidos, Roupa e Calçado<br />
- Depósito de Géneros<br />
-Materiais para Obras ·<br />
-Etc.<br />
ESTATÍSTICA<br />
CONTABILIDADE ORÇAMENTAL<br />
CONTAS DE ADMINlSTRAÇÃO<br />
ETC., ETC.<br />
Asseguramos a mais eficiente assistência técnica e mecânica<br />
THE<br />
NATIONAL CASH REGISTER COMPANY<br />
SUCURSAL DE PORTUGAL<br />
LISBOA- Ruo Augusto, 146-T elefs. 32482 e 23920<br />
PORTO- Ruo de Sta Catarina, 312-1. 0 - Tele!. 22951<br />
COIMB ~A- Ruo Ferreiro Borges, 79-1 . 0 ...,. Tele!. 5030<br />
LUANDA - Calçada do Município, 20 -Cx. Postal 2298<br />
Um. aspecto da mecanização dos Serviçoo -Administrativos de . um hospital, vendo-se uma<br />
máquina National da classe 31 a executar contas correntes e outra<br />
National da classe 41 no controle da tesouraria.<br />
~ORTUGUESES 41
M<br />
MUNDIAL<br />
DE SA.ÍJDE<br />
A actividade da Organização Mundial de Saúde em 1953<br />
A coordenação das<br />
{( . · \ pes·quisas sobre o plano<br />
internacional foi<br />
~ • ·()1<br />
..._.,~ igualmente um dos aspectos<br />
notáveis dos trabalhos da Organização<br />
Mundia·l da Saúde, no ano<br />
anterior, nos domínios das doenças de<br />
virus. A primeira fase do programa<br />
tinha consistido em cáar uma rede internacional<br />
de Centros da Gripe; no<br />
estado actual, discute-se o estender<br />
progr·essivamente a outr.as d'oenças de<br />
vírus, ·como a poliomiélite, a varíola, o<br />
tracoma, ·a hepatite de vírus, etc ..<br />
A importante investigação so ·~= ·e a<br />
febre amarela em África foi concluíds<br />
no último ano. Tratava-se de determinar<br />
o limite meridi 1 ona1 da zona<br />
de endémicité amarile na África. Doze<br />
mil amostras de sangue humano foram<br />
obtidas e analisadas; o resultado<br />
destes ·ex·ames permitiram aos CÍ'entistas<br />
da Organização Mundi'al de<br />
Saúde da zona de endémicité na<br />
África para o Regu'lamento Sanitário<br />
Internacional.<br />
Enfim, resultados animadores asinalam<br />
as campanhas C'ontra o tracoma<br />
empreendidas com a ·ajuda da<br />
Org·anização Mundial de Saúde e dos<br />
Fundos das Nações Unidas para a ln-<br />
42<br />
(Conclusão)<br />
M·encionemos, para terminar este<br />
fância em Marrocos, na Tunísia ·e na<br />
Taiwan. A Organização Mundial d e<br />
Saúde instituíu igualmente inv·estigações<br />
sobn~ a persistência desta grave<br />
infecção ocular no Irão e em diversos<br />
países do Pacífico ocidental.<br />
capítulo, que muitas outras doenças,<br />
das quais a lepra, a peste, a cólera,<br />
a bi/harziose foram inscritas no programa<br />
e que continuam campanhas<br />
a longo prazo, em num·erosos países.<br />
para as combater.<br />
II Reforc;o dos serviços de saúde<br />
O principal obj•ectivo da Organizaç1o<br />
Mundial de Saúde 'é o de reforçar<br />
as administf'ações sanitárias nacionais.<br />
Da mesma maneira que cada<br />
programa sanitário individual ·em que<br />
participa a Orga·nização Mundi•a1 de<br />
Saúde, num dado país, c•ontribui para<br />
atingir ess·e fim.<br />
Cada uma destas acções aparentemente<br />
isoladas é, de facto, parbe integranbe<br />
de plan·os concebidos em escala<br />
nacional.<br />
Além do que, no ano anterior, a<br />
Organização Mundial de Saúde ajudou<br />
•a Birmânia, Colômbia, o Pa-<br />
HOSPITAIS<br />
j<br />
'<br />
namá, ·a 'estimar e a •melhornr os seus<br />
serviços sanitários.<br />
Foi segundo as recomendações da<br />
Organização Mundial de Saúde que<br />
a Birmânia criou um Ministério da<br />
Saúde 'e des·envolrveu o -seu serviço nacional<br />
de saúde; o Gov>erno deste país<br />
autorizou um aum•ento de quarenta<br />
por ·cenbo do tra'tamento do pessoal<br />
médico e paramédico, a fim de o encorajar<br />
a trabalhar a p}eno rendimento<br />
no serviço de saúde.<br />
Neste capítulo do Rdatório •anual<br />
sobpe a actividade da Organização<br />
MundiaiJ. de Saúde em 1953, convém<br />
notar igualm•ente os seguintes pont•os:<br />
Saneamento: Nalgumas regwes<br />
fortemente povoadas do ,mundo, mais<br />
de oitenta por cento da popuração<br />
viVJe e m dis•tritos rurais onde os serviços<br />
de saneamento são rudimentares,<br />
em verdade inexistentes. No ano<br />
passado, a Organiz,ação ·Mundial de<br />
Saúde participou em trinta e cinco<br />
campanhas de sanidade no d'ecurso<br />
das quais quarenta e dois •especia'listas<br />
da questão trabalharam em trinta e<br />
sere países.<br />
Higiene da maternidade e da infância:<br />
Equipas da Organização Mundial<br />
da Saúde, compostas de médicos<br />
e de enfermeiras trabalharam em<br />
vinte países com o· pessoal na·cionai<br />
·em centros de demonstrações de higiene<br />
matternal e infantil; a maior<br />
parte das veZ'es este trabalho foi efectuado<br />
com matefi.al !fornecido pelos<br />
Fundos das Naçõ•es Unidas para a<br />
In'fância.<br />
P O R T U G U E S E. S<br />
Cuidados d'e enfermagem: Em<br />
1953, cento e quarenta 'e quatro enfermeiros<br />
foram empregados pela Or<br />
~?~anização Mundi'aiJ. de Saúde no<br />
quadro do seu programa de ,ajuda aos<br />
países, dos quais ·cinquenta e quatro<br />
estavam ligados a esc.o
:guida na Ín~ia, no Japão, na G-récia<br />
e na Jugoslávia; estes dois '\ÍJltimos<br />
_paí!s•es beneficiar.aq~. da ajuda dos<br />
Fundos das Nações· Unidas para a<br />
Infância, _ que igu•al,mente procurou<br />
provimentos !e ·materia'l para 0 programa<br />
•empreendido em Israel de r~adaptação<br />
das crianças. fisicamente<br />
'enfraquecidas.<br />
O Relatório 1analisa igulmente, em<br />
detallhe, o trabalho, muito import>ap.te,<br />
realizado pela Organização Mundial<br />
-de Saúde no domínio da saúde m ental,<br />
da nut~ição, da educagão sanitária<br />
do público ·e outr~s ques tõ·es se~elhantes<br />
que mujtíssimo repreSJentam,<br />
actualmen~e, na saúde pública.<br />
III Ensino e formação profissional<br />
Neste domínio, a acção da Organiz•ação<br />
Mundial de ~aúde foi dominada<br />
pelas três seguinbes . pr~ocup~~<br />
ções: ·ajudar os gov,ern:os a formar<br />
pessoal .sanitário 'J)ara os diversos serviços<br />
de saúde .pública e para o<br />
ensino; ajudar os governos a desenvolver<br />
os seus •esta'belecimentos de<br />
ensino; •enc·orporar os paíeses a confrontar<br />
·as suas experiências e estimar<br />
o interess·e a respeito dos modernos<br />
métodos rde -ensino e de formação<br />
profissional.<br />
A Organização Mundial de Saúde<br />
conoedeu oitoc-entas e noventa e quatro<br />
bolsas de estudo n-o estrang·eiro,<br />
além das que foram concedidas para<br />
frequentar reuniões de estudos locais<br />
ou regionais.<br />
Dezasseis professores, universitár~o.:<br />
_:~':rr:.. dec:~.? . f~am .. a!~e~!a~~<br />
44<br />
escolas de medicina do Afag•anistã•o,<br />
do Equador, tda Índi•a, da Indonésia,<br />
do Pa•quistão, do Paraguai e de Singapura.<br />
No Egjpto •e no Líbano,<br />
outros professores têm concluído a<br />
sua missão.<br />
*<br />
* *<br />
Além deste programa de assistên~<br />
ci•a directa aos países, a Organização<br />
Mundial de Saúde mantev.e e desenvolveu<br />
em •es·cala mundial} os seus<br />
serviços técnicos no 'QU:e Pe&pei.ta à<br />
epidemiolog.ia, à estatlstica e •à produção<br />
de medicamentos em ~é rie.<br />
A questão dos !ll'edicamentos susceptíveis<br />
de errgendrar .~ toxicomania<br />
foi objecto de estudos profundos,<br />
assim como as respeitantes •aos antibióticos<br />
•e a-os ins•ecticidas.<br />
* *<br />
O Relatório compreende igualmente<br />
um capítulo sob11e- as ·Compras<br />
de provimentos •e material de uso<br />
médico para os proj·ectos da Organização<br />
Mundial de Saúde.<br />
O m·ercado europeu de produtos<br />
farmacêuticos está brando. A baixa<br />
do preço da penicilina, verificada em<br />
1952, manteve-se pouco mais ou menos;<br />
em geral, nã•o se registam a1t>erações<br />
notáveis nos m ercados mundiais<br />
de provimentos e de material<br />
destinados aos programas de saúde<br />
pública. Um número apr•eciável de<br />
fabricantes europeus concedeu pre-<br />
I<br />
HOS.PITAIS<br />
- - .<br />
sentemente, preços espec1a1s à Órgãnização<br />
M~qiar' de Saúde; · abatimentos<br />
... '-esp~eciais for:am concedi·dos ...<br />
... • - ~ -· ..... ·-·-· ~· - ... :· - "'ooo<br />
por oertas :companhi•a-s de navegaçao<br />
em consideração da natureza da obra<br />
prosseguida pel-a Organização:<br />
O materiail destina.do aos ·programas<br />
de luta contra os ins·ectos é hoje<br />
melhor e mais eficaz ·após a adopção,<br />
por numerosos fabricantes, das normas<br />
fi~adas pelo Comité d'experts da<br />
Organização Mundial} de Saúde para<br />
os ~nsectióda:s.<br />
Problemas financeiros: O orçamento<br />
ordinário efeotivo de qure •a<br />
Organização :Mundial de Sarútde dispôs<br />
·em 1953 eleva-se :a $8.500.000, e<br />
reingresso de contribuições foi muito<br />
satisfatório, diz o ReLatório.<br />
Mas uma .das principais dificuldades<br />
que a Organização en·controu,<br />
dul'ante o último ano, foi a imprevista<br />
redução dos créditos de Assistência<br />
técnica da Organização das Nações<br />
Unidas. Efectivamente, quando o programa<br />
sanitário projectado Ido ponto<br />
vista da Assistência técnica se elevava<br />
a nove rniihões e meio de dólares, a<br />
Organização Mundial} de Saúde foi<br />
informada que a soma a ela reservada<br />
não seria senão d:êêincô milhões, depois<br />
de
Hospital de Santa Maria<br />
O novo Hospital de Santa Maria<br />
completou, no dia 8 do corrent-e mês,<br />
o ciclo de cerimonial .da sua inauguração,<br />
com a bênção que o Sr. Cardeal<br />
Patri·arca ali foi levar.<br />
O Senhor Ministro do Interior reuniu-se,<br />
nos refeitórios .do hospita~, com<br />
os direcl!m·es e ohefes de serviço já ·em<br />
exe.rcício, no decorrer de um almoço<br />
íntimo que não -incluía discursos, mas<br />
simpl-es troaa de opiniões e informações.<br />
Ef•ectuou-se, depois, a cerimónia<br />
da bênção. O Sr. Cardeal Patriarca<br />
foi recebido, no átri.o .de recepção, no<br />
piso nobre do -edifíci·o, pelo Sr. M-inistro<br />
do Interior ·e m embros directivos<br />
do hospital, dali seguindo para a sacristia<br />
da oapela. Nesta, depois de<br />
paramentado, •o Sr. Cardeal Patriarca<br />
lançou a sua bênção e, na janela do<br />
pequeno e bonito templo, benz•eu o<br />
restante edifício pmf•erindo, a propósito,<br />
pa1avras alusivas
Aos Srs. administradores, directóres,<br />
médicos e enfermeiros de hospitais,<br />
casas de· saúde, sanatórios, etc.<br />
O comércio lojista do distrito de Coimbra<br />
está preparado para fornecer, nas melhores condições,<br />
todo o necessário para a construção, equipamento e<br />
funcionamento dos hospitais, casas de saúde, clínicas, etc.<br />
Se precisarem de comprar:<br />
..<br />
11<br />
("'suplemento ecornómnoo)<br />
CONTRATOS<br />
DEFINIÇÃO DE CONTRATO<br />
Sempr-e que uma conv·enção é de natureza tatl que pode ser •exigida num<br />
tribunal, chama-se cont-rato. Há muitos factos, pda violação dos quais a<br />
parte :prejudicada não t>em remédio judicial. V•ale dizer que não são e·xigíveis.<br />
Para que um oontPato seja válido e exigível, dev·em concorrer certos dementas<br />
essenciais. Desses, os mais importantes são:<br />
1-Acordo de vontades<br />
2 - Capacidade das partes<br />
3- Causa<br />
4- Obj·ecto lídto.<br />
ACORDO DE VONTADES<br />
c<br />
Artigos de escritório, quinquilharias, ferragens,<br />
máquinas, drogas, tecidos, retrosarias, carnes,<br />
cómbustíveis, cereais, legumes, peixe, criação,<br />
leite e lacticínios, louças e vidros; material<br />
eléctrico e cirúrgico, móveis e adornos, relojoaria,<br />
artigos de sola, etc.<br />
Queiram dirigir-se à União de Grémios de Lojistas de<br />
Coimbra - Av. Sá da Bandeira - que lhes fornecerá lista<br />
completa de todas as empresas que poderão consultar para<br />
aquisição de cada um daqueles artigos<br />
li'<br />
O primeiro requisito essencial de um contrat·o é o acordo de vontades.<br />
Dev-e haver assentimento das partes contratantes em reiaçã•o à coisa. Um acordo<br />
resulta usualmente de uma prop·osta, feita por uma parte e aceita p-ela out•ra.<br />
A of·erta ou proposta pode ser verbal ou escrita; assim :t!ambém a aceitação.<br />
A forma de contrato mais simpl-es é uma oferta para v1ender mer·cadorias por<br />
certo preço e a a•ceitação das mercadorias por esse preço. Se a proposta e a<br />
aceitação foram feitas por meio de cartas, ambas as cartas, consideradas em<br />
conjunto, constituem um contrato escrito de venda, perfeit'O e acabado.<br />
Certas características, que têm sido descritas como necessárias a um contrato<br />
de compra e venda, podem s•er omitidas e são supridas p elo direito;- por<br />
exempl'O, quando nada se diz sobre a forma de pagamento, a lei presume «pagamento<br />
à vista»; quando nada se diz sobre entrega, a 'lei presume que o comprador<br />
tem direito à entrega quando paga o preço.<br />
Nos termos de um contrato normal de venda, o vendedor obriga-se a<br />
entregar e ' comprador a aceitar, uma certa quantidade de mercadorias, de<br />
qualidade especificada e mutuamente aprazada, por um preço estipul-ado, num<br />
dado período de tempo.<br />
(Do livro Princípios de Compra Científica, de Norman F. Harriman).<br />
48 HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES 49<br />
1
Indústria Nacional de Especialidades<br />
farmacêuticas<br />
A produção de especialidades farmacêuticas<br />
em Portugal a, •excessivo sob o aspecl'O económico,<br />
pois coloca em posição desfavoráV'el<br />
perante a concorrência estrangeira<br />
as empresas nacionais e,<br />
entre estas, especia'lmente ·as m •ais<br />
antigas, cuj•a actividade ·assenta sobre<br />
um «fundo» de especialidades<br />
consagradas por vári'Os anos de uso<br />
e com preços estabelecidos com base<br />
em custos de produção muito inferiores<br />
aos ·actuais.<br />
Na verdade, os produtos estrangeiros<br />
beneficiam de maior liberdade na<br />
det·erminação dos seus preços, o que<br />
lhes permite orientar com mais maleabilidade<br />
e, portanto, com mais eficiência<br />
a sua política comercial. Na<br />
época actu•al, julgamos mesmo que a<br />
tendência deverá ser para restituir a<br />
indústria de especialidades farmacêuticas<br />
ao regime de liberdade de preços,<br />
cuja moderação é, a•liás, inteiramente<br />
assegurada pela intensíssima<br />
concorrência existente, não só a que se<br />
regista •entre •;.>s númerosos laboratórios<br />
nacionais, como a desenvolvida<br />
pelos estrangeiros. Os interesses do<br />
consumidor continuariam a ser plenamente<br />
defendidos e cada 'laboratório<br />
orientaria a sua actividade<br />
comercial da forma que julgasse con-<br />
veniente. De resto, seria inteiramente<br />
razoável que a Administração intervi·ess•e<br />
sempre que por qualquer razão<br />
se registasse desvi·o na actuação<br />
técni•ca ou comercial de algum laboratório.<br />
No relatório da secção de •especialidades<br />
farmacêutic-as da Associação<br />
Industrial Portuguesa, de que :transcrev>emos<br />
•estas considemções acentua-se<br />
com especial relevo que é preciso<br />
atentar nas características especiais<br />
desta indústria, que erige grande<br />
·e custoso apoio técnico, delicado e<br />
d~spendioso trabalho ·loaboratorial de<br />
·investigação, verifi·caçã·o •e ·controle.<br />
O preço de uma especialidade não<br />
pode, portanto, resu1tar apenas do<br />
conjunto de matérias-primas que nela<br />
entram, acrescido de determinada<br />
percentagem de despesas g·erais; tem<br />
de entrar em 'linha de conta com todos<br />
aqueles factores, pois, de outro<br />
modo, corre-s•e o risco de impedir a<br />
criação de nov•os produtos oom valor<br />
científico, resultantes de estudos laboratoria·is,<br />
sempre longos e onerosos.<br />
Já não se admite confusã'O -entre<br />
as indústrias de produtos químiC'Os e<br />
de especialidades farmacêuticas, que<br />
sã•o diferenciadas na generalidade dos<br />
países. Entre nós, julgamos chegado<br />
o momento em que o pmbllema da indústria<br />
de especia'lidades farmacêuticas<br />
tem de ser posto em toda a sua<br />
ex·tensão, sob pena de- a continuar<br />
-se na situação existente- se caminhar<br />
para o declínio injustificável de<br />
um sector que s·empre tem correspondido<br />
às suas obrigações em relação<br />
ao País.<br />
50<br />
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
51
O Governo tem procurado es·tabelecer<br />
para >a indústria - tal como<br />
fazem os outros países- a armadura<br />
de justa defesa indispensável<br />
para que possa trabalhar e progredir.<br />
É essa defesa 'Que a indú:stri•a de<br />
e:;pecialidades 'farmacêutieas não possui,<br />
o que a ·coloca, sem possibilidade<br />
de reacção, à mercê da competição<br />
estrangeira servida eficientemente<br />
por todos os •apoios em que hoje se<br />
afirmam os esforços dos grandes países<br />
industrializados ' por forçarem a<br />
sua entrada nos m•ercados que, por<br />
qualqu,er razão, lhes interessam. Não<br />
se justifica que entrem livremente em<br />
Portugal especialidades de países que<br />
Mercados<br />
Na conferência económica interamericana<br />
de Petropolis foi bastante<br />
tratada a qu•estão do café e certas<br />
delegações l'atino-ameácanas pensam<br />
em estabelecer um acordo igual aos<br />
que já existem para o trigo e o açúcar.<br />
Cacau: Continua em evolução importante,<br />
mas todavia observam-se<br />
contradições cujas vari•ações não são<br />
importantes. Calcula-se >que o Brasil<br />
j·á 'Vendeu quase toda a sua co1heita<br />
de <strong>1954</strong>-1955, com excepção de cerc-a<br />
de 200.000 sac•os, num total de<br />
2.400.000 sacos.<br />
Café: Registam-se oscilações mod<br />
eradas. A próxima reunião da As-<br />
não permitem no s·eu mercado a concorrência<br />
das nossas.<br />
Bor outro Lado, impõe-se nes·te sector<br />
o efectivo respeito da a·egislação<br />
de prefierência à indústria nacional.<br />
Por qualquer razão difícil de fixa·r<br />
c•om rigor- talv;ez os restos da tão<br />
prejudicial tendência do português<br />
para o produto estrangeiro- os industriais<br />
de especialidades farmacêuti·cas<br />
têm encontrado grandes dificulda·des<br />
em fazer respeitar essa legislação,<br />
que, em outros sectores, foi cabalmente<br />
aceite sem qualquer reacção.<br />
(Do ((.]ornai do Comércio», de 9-12-954,<br />
com a de111ida vénia).<br />
Estrangeiros<br />
sociação americana do café será seguida<br />
oom interesse pelos ·especialistas<br />
deste produto.<br />
Os rumores recebido:; da Conferência<br />
intleramericana de Fetropolis,<br />
serão ali la1'gamente comentados,<br />
visto que os países sul-americanos<br />
reclamaram a conclusão de um<br />
acordo de estabiliz·ação dos pr
dução francesa s·erá levemente superior<br />
à do ano pass•ado. O índice da<br />
produção é de 130 ·em S•etemhro, na<br />
base de 100 = 1938.<br />
Metais não ferrosos: O •enfraquecimento<br />
foi quase geral neste s·ector.<br />
No que diz respeito ao estanho, o<br />
Grupo internacionaiJ. 'de estudos do<br />
estanho indi•oou que a produção indonesiana<br />
de concentrados atingiu<br />
em Outubro o « record » do após<br />
guerra, com 3.652 toneladas contra<br />
3.328 ·em ·Setembro. Todavia a produção<br />
mundial em Setembro foi<br />
apenas de 14.800 toneladas contra<br />
15.300 no mês anterior. üalcula-se<br />
nos Estados Unidos que o excedente<br />
da produção de estanho-metal sobre<br />
o consumo mundial é de cerca de<br />
10.000 toneladas por ano, mesmo<br />
tendo ·em conta a constituição de reservas<br />
estratégicas. As cotações voltaram<br />
agora ao limite inferior em que<br />
dev·e entrar em acção a «resewa reguiJ.adora»<br />
de apoio do mercado.<br />
Leve estabetlização dos preços do<br />
cobre, mas recuo sensível do chumbo,<br />
que tem sido ultimamente ofertas<br />
abundantes no mercado de Londres.<br />
Quanto ao zinco, as flutuações de-<br />
vem ser consideradas como significação<br />
particular, visto que no plano<br />
mundiaiJ. o consumo está s•atisf.eito.<br />
Verificou-se uma alta no níquel<br />
devido ·a decisão da dnternational<br />
Nickel», que fornece os quatm quintos<br />
da produção mundial, tendo o<br />
preço sido devado de - Carpetes,<br />
Passadeiras de =Jualidade anti-,éptica<br />
e tudo o mais que for útil à Ex.ma<br />
classe Médica<br />
Fábrica de Borracha cMonsanfo•, L da.<br />
Alvalade- Telfs. 773520, 77 1052, 771053<br />
LISBOA<br />
("' Coll1Clll1Jr§O§&Abastedmell1to.s)<br />
Continente<br />
-Bela Câmara Municipal de Almada<br />
está aberto concurso, até 20 de<br />
Janeiro p. f., par-a o fornecimento de<br />
2 grupos electrogénios de 100 KV A.<br />
- Pe:lo Hospital do Ultramar está<br />
aberto concurso, até 27 de Dezembro,<br />
para o forn-ecimento e montagem de<br />
equipamento de esteriliz·ação e de<br />
aparelhos para lavag•em, desinfecção<br />
e secagem de armstadeiras.<br />
- Bela Comissão de Construções<br />
Hospitalares está aberto concurso,<br />
até 30 de Dezembro, para a construção<br />
do hospital regional de Setúbal.<br />
-Pela Câmara Municipal da<br />
Guarda está aberto concurso, até 29<br />
de Dezembro, para o fornecimento<br />
de contadores de água.<br />
- Pela Misericól'di.a do Porto está<br />
aberto concurso, até 3 do m ês de<br />
Janeiro próximo, para o fornecimentu<br />
de diversos apal'elhos e material cirúrgico.<br />
-Pela Casa da Moeda está<br />
aberto concurso, até 18 de Janeiro<br />
p. f. , para o fornecimento de máquinas.<br />
Ilhas e Ultramar<br />
-Pelo AIJ.mo~arifado de Fazenda<br />
de L'Ourenço Marques está aberto concurso,<br />
até 20 de Janeiro p. f., para o<br />
~ornecimento de veículos para transporte<br />
de passag'eiros.<br />
-Pela Direcção dos Serviços de<br />
Fazenda e Contabilidade de Angola<br />
está aberto concurso, até JS de ] a<br />
neiro p. f., para o fornecimento de<br />
medicamentos, material de cirurgia e<br />
de laboratório.<br />
-Pera Direcção dos Serviços de<br />
Portos, Caminhos de Ferro e Transportes<br />
de Moçambique está aberro<br />
concurso, até 6 de Janeiro p. f., para<br />
o fornecimento de máquinas- ferramentas.<br />
- Pela mesma entidade está<br />
aberto concurso, até 17 de Janeiro<br />
p. f., para o fornecimento de uma<br />
instalação de agulhas eléctricas com<br />
comando automá'tico e acumuladores<br />
de itinerários e equipamentu de sinalização.<br />
- Ainda pela mesma entidade<br />
está aberto concurso, até 1'8 de Janeiro<br />
p . f., para o fornecimento de<br />
«auto-omnibus».<br />
54<br />
P ORTUGUESES<br />
55
Nota do mês<br />
Nenhum esforço, nenhum sofrimento<br />
é perd.ido. A vida dos homens<br />
começa e finda "em dor, em<br />
trabalho e luta. É daí que sai ·todo<br />
o seu merecimento.<br />
Findou um ano e recomeça outro<br />
ano. A nossa vida percorre inelutàvelmente<br />
os seus ciclos anuais, cronolàgicamente<br />
certa, firmemente exigente,<br />
consumindo-se irremediàvelmente.<br />
Mas é dessa luta incessantemente<br />
!enovada, é desse esforço sem fim que<br />
resulta :a ,beleza de uma vida plena<br />
e forte. Não bast·a existir: é preciso<br />
viver.<br />
.Ao iniciar-se o novo ano, façamos<br />
todos o voto de nos recusarmos a existir·<br />
e de procurarmos, por cima de<br />
todas as-dificuldades e asperezas, viver,<br />
viver plena e verdadeiraiYiente.<br />
Feriados ·<br />
Dia 1 de Janeiro, dia da Circuncisão<br />
do Senhor - Di·a santificado,<br />
·equiparado ·a feriado •(Dec. n. 0 38.596<br />
de 4 de Janeiro de 1952.<br />
Obrigações gerais<br />
-De 1 a 15 de Janeiro próximo<br />
deve ser apresentada às Câmaras Municipais<br />
a declaração da existência de<br />
automóveis que ~stejam em serviço,<br />
em reparação, para venda, inutilizados<br />
ou parados, sob pena de 50$00 de<br />
multa por cada vekulo nã~ declarado<br />
ou f·alsament·e· descrito.<br />
-A partir de 1 de Janeiro de 1955<br />
é vedado às •entidades patronais admitir<br />
ao s·eu serviço nos quadros .perm·çmentes,<br />
menores de 18 anos que<br />
não tenha·m feito o exame do ensino<br />
primário el-ement-ar, salv•o tratando-se<br />
de m enor-es que hajam sido exceptuados<br />
da obrigação de frequência e.>colar<br />
.<br />
Obrigações específicas<br />
-Até ao dia 15 •enviar à Direcção-Geral<br />
da Assistência o mapa modelo<br />
m / 642 do Catálogo «Diversos»<br />
da Imprensa NacionaJ, c'Om a relação<br />
dos V'eíC:ulos ·automóV'eis ·existentes.<br />
(•D ecreto lei n. 0 20.678 de 23-12-193·1).<br />
-Até a•o dia 3·0, os hospitais com<br />
fabrico industrial .de gelo devem remeter<br />
ao Instituto Nacional de Estatística<br />
n'Ota descriminativa da oprodução<br />
no ·ano anterior.<br />
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