Revista Escritores Iniciantes - Edição de Teste
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zumbido no ouvido. Deu entrada no hospital já morto, infarto<br />
em jovens costumam ser fulminantes e ele não escapa às<br />
estatísticas.<br />
Alguns diriam que este seria o fim da história, mas, este é só<br />
começo do fim.<br />
A consciência subsiste a morte.<br />
Velório, enterro, tristeza dos familiares, tudo isso se passou em<br />
menos <strong>de</strong> 48 horas, Guilherme estava enterrado, jazia tranquilo<br />
em seu caixão. Foi quando percebeu sua situação, estaria<br />
mesmo morto? Como teria consciência <strong>de</strong> tudo que estava<br />
acontecendo? Ele sabia que não respirava mais e que seu<br />
coração não batia, seu corpo estava inconsciente <strong>de</strong> fato, mas,<br />
algo sobre ele ainda existia naquele caixão.<br />
Sentia <strong>de</strong>sfazer-se liquefeito o cérebro, e o corpo atacado <strong>de</strong><br />
bactérias que penetravam-no rijo e inchado como estava, sentia<br />
uma angústia carnal, como se um milhão <strong>de</strong> formigas o<br />
estivesse penetrando os tecidos que se <strong>de</strong>sfaziam revelando as<br />
carnes podres, não queria ter consciência <strong>de</strong> que tudo aquilo<br />
estivesse acontecendo, queria escapar, mas, era algo entre um<br />
morto e um vivo, um morto-vivo!<br />
Lembrou-se <strong>de</strong> Deus, da religião e se perguntou se aquilo era o<br />
inferno, talvez um castigo por não ter aproveitado bem a vida.<br />
Pediu perdão à Deus enquanto sentia que os olhos comidos por