Jacarezinho
investe em
cultura e educação
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OPINIÃO
A guerra do açúcar
Apesar de ser responsável por 1/4 da produção global,
o Brasil já não detém o monopólio do comércio
EDUARDO LEÃO
DE SOUSA (*)
Acidade de Salvador
ainda não havia
amanhecido quando
uma potente esquadra
composta por 26 navios e 500
canhões iniciava o que seria o
maior conflito político-militar da
era colonial brasileira. Aquele 9
de maio de 1624 marcaria o
início das chamadas invasões
holandesas, que tinham como
principal objetivo garantir o
controle da produção e o monopólio
da comercialização do
açúcar à então poderosa Companhia
Holandesa das Índias
Ocidentais, multinacional controlada
pelo governo holandês.
A invasão, que posteriormente
se estendeu para Pernambuco,
a maior província produtora de
açúcar naquele período, como
se sabe, não durou muito
tempo. Em 1654, os holandeses
eram expulsos do nosso
país.
Quatro séculos se passaram e
o Brasil já não detém o monopólio
do comércio do açúcar,
apesar de ainda ser o mais
competitivo do mundo, responsável
por 1/4 da produção global
(38,6 milhões de toneladas
no ciclo 2017/2018) e quase
metade de todo o comércio
(27,8 milhões de toneladas).
O curioso é que, após todos
estes séculos, o açúcar continua
um dos produtos com
maior intervenção governamental
do planeta. A guerra se
dá não mais pelo controle do
comércio, mas pela proteção e
pesados subsídios ao produto
nos mais de cem países produtores.
Por sua vez, o combate,
outrora por meio de canhões,
atualmente se trava nos órgãos
de solução de controvérsias da
Organização Mundial do Comércio
(OMC).
Grandes países produtores de
açúcar, mas que são importadores
líquidos, oferecem incentivos
expressivos à produção
local e criam diversas formas
de barreiras para proteger seus
produtores. É o caso de EUA,
Europa e China. Os três juntos
consomem cerca de 45 milhões
de toneladas ao ano, o
que corresponde a mais de
25% do consumo mundial. No
entanto, e apesar de sua baixa
competitividade na produção,
produzem 80% desse consumo
e importaram apenas
20% de suas necessidades,
por meio da imposição de tarifas
elevadíssimas (que chegam
a ser mais altas que o próprio
valor do produto) e cotas largamente
restritivas.
Por sua vez, os grandes países
exportadores não só oferecem
mecanismos artificiais de apoio
ao produtor doméstico, como
também elevados subsídios às
exportações. Incluem-se aí a
Tailândia e a Índia, que na última
safra exportaram mais de 20%
do comércio mundial, gerando
forte depressão nas cotações
internacionais e penalizando os
países que atuam dentro das
regras de mercado.
Somente nesta última safra a política
indiana foi responsável por um
prejuízo de mais de US$ 1,3 bilhão
aos produtores nacionais.
Particularmente, a política indiana
para o açúcar tem sido
motivo de grande preocupação
para todos os países produtores
e exportadores. Desde o
ano passado, este país tem
oferecido generosos volumes
de apoio aos seus produtores
locais, além de subsídios às
exportações, o que ampliou
ainda mais a queda dos preços
internacionais do produto, atingindo
as menores cotações
dos últimos dez anos. Segundo
estimativas feitas pela União da
Indústria de Cana-de-Açúcar
(Unica), somente nesta última
safra a política indiana foi responsável
por um prejuízo de
mais de US$ 1,3 bilhão aos
produtores nacionais.
O governo brasileiro tem sido
sensível aos apelos do setor
privado e, nos últimos três
anos, já entrou com três painéis
na OMC questionando as
políticas da Tailândia, da China
e, mais recentemente, no final
de fevereiro, da Índia. São
exemplos de como o governo
pode se posicionar em relação
às barreiras comerciais, defendendo
o livre-comércio e a
competitividade do produto
brasileiro.
Já o setor privado também
pode trabalhar numa agenda
positiva e colaborativa, ajudando
países produtores a
buscar alternativas para a
cana-de-açúcar, a exemplo do
programa de etanol brasileiro.
Essa opção pode não só oferecer
uma solução de longo
prazo aos produtores, mas
também permitir equilíbrio e
previsibilidade ao mercado de
açúcar, ao mesmo tempo em
que contribui para o meio ambiente
e a saúde pública nas
grandes cidades.
(*) Diretor Executivo
da Unica.
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Jornal Paraná
SAFRA 2019/20
Só 19 usinas vão moer no Paraná
Estado esmagou 35.641.489 toneladas de cana na safra 2018/19, queda de
3,8%, e produziu 2.121.768 toneladas de açúcar e 1,6 bilhão de litros de etanol
Dia 31 de março foi encerrada
oficialmente a
safra 2018/19 de
cana-de-açúcar no
Centro-Sul e começou, no dia 1
de abril, a safra 2019/20. No
Paraná, que tradicionalmente
inicia a retomada da colheita
mais cedo que nos demais estados,
após a parada no final do
ano para manutenção, nove
unidades produtoras já estavam
operando dia primeiro de abril.
No último relatório da Alcopar,
dia 16 de abril, já eram 16 moendo.
Nesta safra, só 19 unidades
irão operar no Estado.
A cooperativa Coopcana, de
Paraíso do Norte, foi a primeira
a retomar a colheita de cana,
dia 18 de fevereiro. Mas, tudo
que foi moído no período foi
computado como da safra
2018/19. Segundo o presidente
da Alcopar, Miguel Tranin, foram
esmagadas 35.641.489 toneladas
de cana, 3,8% a menos que
os 37.047.410 toneladas registradas
no ano safra 2017/18.
Do total esmagado na safra
2018/19, 55,31% da matéria
prima foi destinada para a produção
de etanol e 44,69% para
o açúcar, deixando o mix bem
mais alcooleiro do que normalmente
ocorre no Estado, que
tradicionalmente concentra
seus esforços na produção de
açúcar, mesmo em anos de superávit
mundial da commodity.
Na safra 2017/18, por exemplo,
o mix foi de 41,66% para etanol
e 58,34% para açúcar.
Na safra encerrada, a produção
de açúcar totalizou 2.121.768
toneladas, 27,4% a menos que
as 2.920,682 toneladas da
safra 2017/18. Com relação ao
etanol, foram produzidos 1,6
bilhão de litros, 26,7% a mais
que os 1,264 bilhão do período
anterior. Do total, 515,853 milhões
de litros foram de etanol
anidro, queda de 11% em relação
aos 579,868 milhões de litros
da safra anterior; e 1,085
bilhão de litros de hidratado, aumento
de 58,6% comparado
aos 683,695 milhões de litros
da safra 2017/18.
A quantidade de Açúcar Total
Recuperável (ATR) por tonelada
de cana no acumulado da safra
2018/19 ficou 1,4% abaixo do
observado na safra 2017/18,
totalizando 139,24 kg de ATR/t
de cana, contra 141,25 kg ATR
anteriormente.
A Alcopar ainda não finalizou
sua estimativa da safra
2019/20, mas nos últimos
anos, o volume colhido na safra
anterior tem sido o indicativo da
próxima, repetindo os números.
O canavial continua envelhecido
e o percentual de renovação
ficou aquém do considerado
ideal, comenta Tranin.
Até o dia 16 de abril, já na safra
2019/20, a moagem foi de
1.475.169 toneladas, 18,5% a
menos comparado com as
1.809.966 toneladas registradas
no mesmo período do ano
safra 2018/19. A produção de
açúcar totalizou 65.487 toneladas
e a de etanol 62 milhões de
litros, sendo 11,2 milhões de
anidro e 50,8 milhões de litros
de hidratado. A quantidade de
ATR por tonelada de cana ficou
0,8% acima do valor observado
na safra anterior, atingindo
118,14 kg de ATR/t de cana.
Jornal Paraná 3
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Pedido da Santa Terezinha
é deferido pela Justiça
Usina tem prazo até o dia 14 de junho para apresentar um plano.
Diretoria diz em nota “estar certa de que transitará pelo processo ainda mais fortalecida”
Opedido de recuperação
judicial da Usina
Santa Terezinha,
com sede em Maringá,
e das outras empresas
que compõem o grupo Usaçucar
foi deferido pela juíza
substituta da 4ª Vara Cível de
Maringá, Roberta Scramim
de Freitas, no último dia 15 de
abril. A usina tem prazo até o
dia 14 de junho para apresentar
um plano de recuperação
judicial “concreto e objetivamente
viável, fundamentado e
documentado, para soerguimento
das empresas, sob
pena de convolação em falência”,
determinou a sentença
judicial.
A Santa Terezinha, que é a
maior usina sucroenergética
do Paraná e uma das dez
maiores do país, entrou com
o pedido de recuperação judicial
no dia 22 de março após
um revés nas negociações
com os 18 bancos credores.
A dívida, segundo publicações
na imprensa, é estimada
em R$ 4,49 bilhões, a maior
parte em dólar. A solicitação
de recuperação judicial foi
motivada pelos pedidos de
execução na Justiça feitos
pelo banco Votorantim por
causa dos cerca de R$ 150
milhões devidos ao banco, o
que pegou a empresa paranaense
de surpresa, já que
ela estava prestes a assinar
um acordo de renegociação
dos termos de sua dívida.
Em nota oficial a diretoria da
Usina disse que o objetivo da
medida tomada “é permitir a
continuidades das atividades
operacionais e preservar os
empregos gerados direta e indiretamente,
continuando a
contribuir com o desenvolvimento
socioeconômico em
toda sua área de abrangência”.
Com mais de 11 mil funcionários,
conforme publicações
na imprensa, a Santa
Terezinha está entre as cinco
empresas do agronegócio
brasileiro que mais empregam
e é também a terceira
maior exportadora de açúcar
do país.
A nota emitida pela empresa
ainda aponta que “nos últimos
meses a usina não mediu
esforços na busca de
uma solução amigável com
os credores financeiros. Contudo,
a demora na resolução
da solução negocial e extrajudicial,
adicionado ao cenário
comercial de extrema adversidade
decorrente de uma
contínua deterioração dos
preços do açúcar VHP no
mercado internacional (principal
produto comercializado)
e a quebra da safra de canade-açúcar
ocasionada por intempéries
climáticas, trouxe
impactos severos para a empresa.”
“Certa de que transitará pelo
processo de recuperação Judicial
ainda mais fortalecida,
a usina conta com o apoio de
seus colaboradores e de seus
parceiros que construiu ao
longo de seus mais de 50
anos de atividade”, pontua
ainda a nota da diretoria da
usina.
Segundo publicações na imprensa,
a dívida da usina é
basicamente com bancos e
praticamente não há pagamentos
em atraso com fornecedores
nem impostos
vencidos, e atrasos com credores
trabalhistas são pouco
representativos. Nesse período
em que não realizou
pagamento aos bancos, a
Santa Terezinha manteve
seus investimentos em capital
de giro e em bens de capital.
Além da queda do preço do
açúcar no mercado internacional,
mais a situação gerada
pelo engessamento do
preço da gasolina no governo
PT, as adversidades climáticas
na região de atuação da
usina, no noroeste do Paraná,
nos últimos anos e a falta de
renovação dos canaviais, levaram
a redução na oferta de
cana-de-açúcar fazendo com
que três das 11 usinas do
grupo não operassem na
safra 2018/19.
A empresa processou 14 milhões
de toneladas de cana
neste ciclo, mas já chegou a
moer 18 milhões de toneladas
na safra 2016/17. Para a
temporada 2019/20, iniciada
em abril, a Santa Terezinha
também suspendeu a moagem
na Usina Moreira Sales,
direcionando a cana da região
para a Usina Tapejara. A companhia
ainda tem participação
em dois terminais portuários
(Pasa e Álcool do Paraná)
e da CPA Trading.
Dentro do trabalho de reestruturação
financeira que vinha
realizando, a Santa Terezinha
fez mudanças em sua estrutura
de governança para profissionalizar,
sobretudo, a
gestão operacional, contratando
executivos do mercado
e formando clusters de produção,
integrando as atividades
operacionais de usinas
geograficamente próximas,
apontou reportagens publicadas
na imprensa.
Dentro do processo judicial, a
Usina Santa Terezinha e as
outras 28 empresas arroladas
na recuperação judicial vão
precisar apresentar relatórios
mensais com uma série de
informações solicitadas pela
juíza e serão analisados periodicamente
os relatórios
das movimentações financeiras
de cada uma das empresas.
4
Jornal Paraná
CLIMA
El Niño vai até a primavera
O agrometeorologista Marco Antonio dos Santos falou
sobre o assunto no 1° Encontro Sintegração 2019
Num ano totalmente
atípico, sem qualquer
ano análogo, finalmente
o El Niño se
mostra iniciando no outono, o
que é também bastante raro. A
constatação foi feito pelo agrometeorologista
Marco Antonio
dos Santos, sócio-diretor da
Rural Clima no 1° Encontro Sintegração
2019, no dia 21 de
março em Maringá (PR), onde
falou sobre “Previsões Climáticas
para a Safra 2019: El Nino
vem ou não?”.
Marco citou que vários meteorologistas
vinham apostando
desde junho do ano passado na
ocorrência do El Niño, que significa
chuva em quantidade e
qualidade no Sul do Brasil, além
de, principalmente, altas temperaturas.
Entretanto, o que se viu
foram oscilações entre as características
do El Niño e da La
Niña, com estiagens entre o
final do ano passado e início
deste. “Era ano de El Niño, mas
a atmosfera estava respondendo
como La Niña. Só a partir
de fevereiro deste ano é que
o fenômeno se caracterizou
fortemente. Em março tivemos
o que deveria ser o nosso janeiro”,
afirmou.
Segundo Marco, todos os modelos
de previsões climáticas
indicam para um ano de altas
temperaturas e manutenção do
El Niño até a primavera, o que
significa um outono e inverno
chuvosos. Ele alerta, entretanto,
que isso não significa ausência
de geadas. “Em anos de El
Niño, o risco de geadas é
menor, mas nestes anos também
ocorreram geadas mais
intensas porque a massa polar
que consegue romper o bloqueio
também é mais intensa”.
Isso pode significar problemas
para o andamento da colheita
de cana-de-açúcar nas principais
regiões produtoras e
menor concentração de ATR
(Açúcar Total Recuperável) na
cana-de-açúcar no período
normalmente tido como ideal
para a colheita e produção de
açúcar.
O Sintegração 2019, evento
promovido pela Syngenta em
parceria com a Alcopar, contou
ainda com outras palestras. O
professor doutor Paulo Alexandre
Monteiro de Figueiredo, da
UNESP Dracena/SP, falou sobre
os “Impactos Climáticos na Fisiologia
da Cana-de-açúcar” e
Adriano Mastro, da Syngenta,
comentou sobre “Colletotrichum,
um novo desafio para a
cultura”. A palestra de encerramento
do evento foi sobre os
“Impactos Climáticos no Manejo
do 3º Eixo e sobre como
Minimizar esses Impactos”,
com o pesquisador doutor Marcos
Landell, do IAC de Ribeirão
Preto/SP.
Jornal Paraná 5
DOENÇAS
Cresce e preocupa a ocorrência
de podridão vermelha
O fungo que causa a doença tem entrado direto no tecido das canas com baixo vigor,
e não mais só pelo furo da broca, se tornando um problema muito mais sério
Ofungo Colletotrichum
falcatum, que causa
uma doença conhecida
como podridão
vermelha, é um velho conhecido
dos produtores de canade-açúcar.
Normalmente, o
fungo entra na planta pelo furo
causado pela broca, mas sempre
foi considerado um problema
secundário na cultura.
Nos últimos anos, com o acúmulo
da palha no solo, que
conserva a umidade do solo,
mas serve de abrigo para pragas
e doenças, entretanto, o
fungo vem ganhando importância
se tornando um novo
desafio para a cultura da canade-açúcar.
E o pior, o fungo tem entrado
diretamente no tecido das canas
com baixo vigor, e não
mais somente pelo furo da
broca, se tornando um problema
muito mais sério, segundo
Adriano Mastro, da empresa
Syngenta, que falou sobre
o assunto durante o 1º Sintegração
2019, evento promovido
pela empresa em parceria
com a Alcopar.
Citando consultas feitas aos
pesquisadores doutor Álvaro
Sanguino e doutor Modesto
Barreto, Mastro disse que entre
os danos causados pelo fungo
estão a redução na produtividade
em até 30%, redução da
ATR (Açúcar Total Recuperável)
de 10% a 30%, falhas na
brotação da soqueira e canas
usadas como mudas com até
30% de falhas.
Os sintomas são lesões avermelhadas
nas nervuras das folhas,
vasos avermelhados no
interior do entrenó atacado e
murchamento do internódio
atacado, ficando a planta com
vários internódios murchos,
mas com o ponteiro verde, que
é o que diferencia das demais
doenças.
Mastro ressaltou que a preocupação
com a doença pelos
pesquisadores consultados é
porque, aparentemente, todas
as variedades são suscetíveis,
faltando pesquisas a respeito,
e não há alternativas de controle.
Ele comenta que a podridão
vermelha tende a aumentar
muito, já estando presente em
toda a região Centro-Sul e que
tem se comportado de forma
muito agressiva.
Dentre as medidas que ajudam
a amenizar o problema, Mastro
disse que recomendação é antecipar
a safra em áreas com o
problema, já que variedades
colhidas do meio para o final da
safra apresentam os maiores
prejuízos, e reduzir a quantidade
de resíduos da colheita. E
cita o manejo da cigarrinha e
da broca como o mais importante.
Vários trabalhos foram realizados
pela Syngenta com o objetivo
de encontrar uma solução
para o problema e os primeiros
resultados mostram
que um eficiente controle de cigarrinha
e broca não mostrou
uma tendência de menor incidência
da podridão nas nervuras
das folhas, mas diminuiu a
incidência nos colmos.
Também, o controle da cigarrinha
e da broca e mais duas
aplicações de Priori Xtra (acertando
a época de controle para
março e abril) proporcionaram
menor incidência do fungo nas
nervuras das folhas e incremento
de 7 toneladas de cana
em relação a testemunha. Também
concluiu-se que não há
necessidade do aumento da
dose do fungicida, mas que o
time de aplicação é o mais importante.
“No próximo ano devemos
ter resultados mais
efetivos”, finalizou Mastro.
Os sintomas são lesões
avermelhadas nas
nervuras das folhas,
vasos avermelhados
no interior do entrenó,
murchamento e
ponteiro verde
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Jornal Paraná
Perfume
DOIS
PONTOS
Biodiesel
Feplana
O Grupo Boticário lançou dois
perfumes que usam etanol de
segunda geração feito a partir
da biomassa em suas fórmulas.
De acordo com o grupo,
em até cinco anos é possível
que a maior parte dos produtos
da empresa seja feita com
álcool de segunda geração,
versão mais verde. A meta da
empresa é liderar um movimento
no setor. A pegada do
etanol celulósico é 35% menor
que a do tradicional.
Etanol em MT
Somente neste ano, Mato
Grosso deve receber mais
de R$ 5 bilhões em investimento
no setor de produção
de etanol. Atualmente, o estado
possui 11 indústrias
que usam a cana de açúcar
e o milho na produção do
biocombustível. A previsão é
que até o final do ano outras
três entrem em operação,
nos municípios em Sorriso,
Unica
Sinop e Campo Novo do Parecis.
Elas vão usar o milho
para produzir etanol. Cada
uma dessas novas indústrias
deve gerar entre 250 a 300
empregos diretos. Mato
Grosso produz 1.850 bilhão
de litros de etanol por ano.
Segundo o setor, esse volume
deve triplicar nos próximos
cinco anos, chegando
a 5 bilhões de litros.
O Presidente do Conselho de Administração da São Martinho,
Marcelo Ometto, assumiu a Presidência do Conselho
Deliberativo da União da Indústria de Canade-Açúcar,
substituindo Pedro Mizutani, completando o
tempo restante do mandato 2018/2020. Com mais de 30
anos de experiência no setor, Ometto é graduado em administração
de empresas pela Universidade de Ribeirão
Preto e tem especialização em administração agrícola pela
Fundação Getúlio Vargas, foi membro do Conselho Consultivo
do Centro de Tecnologia Copersucar, membro do
Conselho de Administração da Santa Cruz S.A. Açúcar a
Álcool e presidente do Conselho de Administração da Nova
Fronteira Bioenergia S.A.
A mistura obrigatória de
11% de biodiesel no diesel
consumido no Brasil deve
ficar para o segundo semestre
deste ano, em mais
um atraso ante as previsões
iniciais, segundo a Associação
Brasileira das Indústrias
de Óleos Vegetais
(Abiove). Foram realizados
45 testes pela indústria automotiva
com o chamado
B15, com 15% de biodiesel.
Do total, três análises apresentaram
"inconformidades
não conclusivas", comprometendo
o cronograma para
misturas intermediárias,
como o B11. A recomendação
da Associação
Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores contra
o B15 foi feita em fevereiro,
o que resultou em
atraso para a entrada do
B11, prevista para junho.
Ainda assim, aposta que há
espaço para o B11 ainda
neste ano. As principais associações
representativas
do setor - Abiove, Aprobio e
Ubrabio - já divulgaram documento
em que dizem que
um eventual atraso na implantação
do B11 afetaria
todo o cronograma de misturas
e poderia até atrapalhar
o RenovaBio, a nova
política nacional de biocombustíveis.
Ethanol Summit
O Ethanol Summit 2019,
maior evento do setor sucroenergético
da América Latina,
ocorrerá nos dias 17 e 18 de
junho, na Fecomércio, em
São Paulo. Durante dois dias,
autoridades nacionais e internacionais,
empresários, acadêmicos
e especialistas debaterão
os principais temas
do setor para um público de
cerca de 1.200 pessoas, entre
brasileiros e estrangeiros.
Serão realizados 18 painéis e
quatro plenárias, com temas
como políticas públicas, comércio
internacional, infraestrutura,
bioeletricidade, biocombustíveis
de segunda geração
e inovação, entre outros.
A apresentação será do
jornalista William Waack, que
completa 10 anos no comando
do evento. Essa edição
do Ethanol Summit terá
um espaço inédito exclusivo
para startups focadas no
agronegócio e especificamente
na indústria da canade-açúcar.
O atual presidente da Federação
dos Plantadores
de Cana do Brasil (Feplana).
Alexandre Lima,
foi reconduzido para
mais um mandato durante
Assembleia Geral
Ordinária da entidade. O
dirigente canavieiro, que
foi eleito, junto com os
demais membros da diretoria,
responderá pela
presidência durante o
triênio 2019/2022.
Dívida
O endividamento das usinas
e destilarias brasileiras
em março deste ano atingiu
R$ 100,05 bilhões, alta de
12,44% sobre igual período
o ano passado, recorde
para o período. A estimativa
é da Archer Consulting. Segundo
a consultoria, a elevação
da dívida do setor
ocorreu pela valorização do
dólar em relação ao real e
representa cerca de R$ 180
por tonelada moída de
cana-de-açúcar.
Jornal Paraná 7
PROJETO
Usina Jacarezinho investe
em cultura e educação
Serão oferecidas, gratuitamente, aulas de balé e danças urbanas
para crianças e adolescentes matriculados na rede pública de ensino
Oprojeto “Bom de
Nota, Bom de Dança”,
terá seu primeiro
núcleo inaugurado
na cidade de Jacarezinho,
no Paraná, neste primeiro
semestre de 2019, para
beneficiar crianças e adolescentes
do município.
A iniciativa é patrocinada pela
Usina Jacarezinho, através da
lei de incentivo à cultura, e faz
parte do Plano Anual da Associação
Pró-Esporte e Cultura
(APEC).
Segundo Sabrina Mendes,
responsável pela área de responsabilidade
social da empresa,
a ideia central do “Bom
de Nota, Bom de Dança” é
apresentar uma nova perspectiva
de mundo para os
alunos, colocando a dança
como extensão do aprendizado
em sala de aula. “O projeto
atende de forma gratuita
e fornece uniforme e lanche
para as crianças e será de
grande importância, uma vez
que irá oferecer atividades no
contra turno escolar”, ressalta.
Eduardo Zanello, da Associação
Pró-Esporte, conta que o
projeto tem como objetivo estimular
o aluno a buscar
novos desafios e oferecer atividades
que tragam regras e
benefícios que serão fundamentais
para o desenvolvimento
pessoal: “O projeto
não beneficiará somente os
melhores alunos, muito pelo
contrário, será uma grande
oportunidade para que cada
criança e adolescente supere
suas dificuldades a cada dia
e isso reflita no desempenho
escolar”.
Para Eduardo Lambiasi, diretor
Corporativo do Grupo Maringá,
do qual a Usina
Jacarezinho faz parte, projetos
desta forma são garantia
de sucesso, pois investem no
futuro: “Nada melhor que o
esporte e a cultura para colaborar
na formação cidadã de
nossas crianças e adolescentes”.
Além da formação cultural
com as aulas de danças urbanas
e balé, o projeto “Bom
de Nota, Bom de Dança” também
trabalha metodologia de
controle de talentos, incentivando
a frequência e o bom
comportamento escolar. Ao
todo serão beneficiadas cerca
de 70 crianças e adolescentes,
com idade entre sete e 14
anos.
Além da formação cultural, projeto incentiva a
frequência e o bom comportamento escolar
8 Jornal Paraná