ESTUDOS DE CASO NA EDUCAÇÃO BÁSICA NO ESTADO DO PARÁ
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Capítulo I - Implementaçao de metodologias para o ensino de ciências naturais: relaçoes entre metodologia, avaliação e aprendizagem<br />
desenvolvida, conferindo a estes a função de sujeitos na construção do conhecimento. Sobre isto os<br />
PCN’s sustentam que<br />
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de<br />
ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações, mediado pela interação com o professor<br />
e outros estudantes e pelos instrumentos culturais próprios do conhecimento científico. Mas<br />
esse movimento não é espontâneo; é construído com a intervenção fundamental do professor<br />
(BRASIL, 1998, p. 28).<br />
No caso da Turma A, como a partir da segunda aula, o que prevaleceu foi a voz do professorpesquisador<br />
nas explicações sobre o modelo de classificação taxonômica, houve pouca ou nenhuma<br />
participação dos alunos, que sem vez a voz, não tinham como demonstrar curiosidades e nem<br />
questionamentos em relação ao que estava sendo trabalhado em sala de aula, tirando-se assim a<br />
oportunidade dos alunos atuarem como participantes do processo de aprendizagem como defende<br />
Castoldi e Polinarski (2009, p. 98).<br />
Quanto à Turma B, a abertura ao diálogo e à conversação possibilitou a participação dos alunos<br />
que se manifestaram durante as aulas perguntando e fazendo comentários sobre o que era mostrado no<br />
decorrer da pesquisa, da explanação oral do pesquisador e da exibição do vídeo, consolidando, assim,<br />
o que Frizzo e Marin (1989, p. 14) definem como “a ação da criança, a sua participação ativa durante<br />
o processo de aquisição do conhecimento, a partir de desafiadoras atividades de aprendizagem”.<br />
Foi exatamente com esse propósito que se decidiu por deixar os alunos à vontade para a<br />
realização da pesquisa nos livros didáticos e na internet, sem abrir mão, é claro, de se estabelecer<br />
antes um roteiro que deveria orientar os trabalhos de busca e as construções desses alunos. E o fato de<br />
esses alunos terem conseguido construir esquemas de mapeamento acerca do sistema de classificação<br />
dos seres vivos converge para a construção do conhecimento, ou, no mínimo, para o enriquecimento dos<br />
conhecimentos que já detinham sobre o assunto.<br />
Além disso, dois outros aspectos merecem destaque em relação as atividades desenvolvidas<br />
na Turma B:<br />
a) a abertura ao diálogo implicou em melhores possibilidades de aprendizagem significativa<br />
para os alunos, uma vez que foi possível fazer um elo entre o conhecimento que os alunos já<br />
detinham sobre a classificação dos seres vivos e as novas informações trazidas pela pesquisa<br />
e pelas outras estratégias desenvolvidas em sala de aula, sob a mediação do pesquisador<br />
(que, no caso, assume o papel de professor), possibilitando um processo ascendente de<br />
construção do conhecimento que confere ao aluno o papel de sujeito de sua aprendizagem;<br />
b) o contato dos alunos com diferentes fontes de textos e informações, possibilitado pela pesquisa na<br />
internet, aliado à exibição de vídeo temático, teve elevada contribuição para a concretização da<br />
aprendizagem, quando consideramos as constantes perguntas e contribuições feitas pelos alunos<br />
durante as atividades, suscitando sempre a necessidade da intervenção doprofessor-pesquisador.<br />
Isso aponta, antes de tudo, para uma aprendizagem significativa, em que alunos e professor<br />
interagem em sala de aula, ambos com papéis distintos, mas que muito contribuem para que se alcancem os<br />
objetivos estabelecidos em relação ao ensino de Ciências no Ensino Fundamental e, mais ainda, formação<br />
cidadã do educando.<br />
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