22.05.2019 Views

GAZETA DIARIO 877

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Antecipe seu Fiat Zero. Toda Linha Fiat com Taxa Zero. Ligue p/ Autofoz: (45)3520-1212.<br />

06 Opinião Foz do Iguaçu, quarta-feira, 22 de maio de 2019<br />

Alexandre Garcia<br />

O Corvo recebeu um texto do jornalista<br />

(As tetas secaram), publicado na última segunda-feira.<br />

Esta empresa de comunicação,<br />

inclusive, procurou um contato com o autor<br />

para publicar suas colunas no novo formato<br />

do GDia, que deverá estrear no próximo dia<br />

8 de junho, em comemoração aos 105 anos<br />

de Foz do Iguaçu. Tê-lo aqui não é uma ideia<br />

nova. A todo momento, atendemos leitores<br />

e colaboradores permeando a necessidade<br />

ou não de uma reforma na Previdência, o<br />

que gera discussões acaloradas. Alexandre<br />

explica a necessidade da reforma, de uma<br />

maneira muito simples e fácil de ser compreendida.<br />

Uma explicação, diga-se,<br />

convencedora e por isso pedimos permissão<br />

para publicá-la em nossa coluna.<br />

As tetas secaram<br />

Estive na minha cidade-natal, Cachoeira<br />

do Sul, e visitei um olival que tem 66 oliveiras<br />

com 126 anos. Quando elas foram encontradas,<br />

na fronteira com o Uruguai, já não produziam<br />

olivas, porque a terra se esgotara.<br />

Foram transplantadas para solo com acidez<br />

corrigida e nutrientes, e eu pude trazer para<br />

Brasília uma amostra do azeite retirado das<br />

azeitonas que as centenárias voltaram a produzir<br />

com exuberância. Oliveiras do passado<br />

se tornaram árvores do presente e do futuro,<br />

com o manejo correto.<br />

O estado brasileiro está na fase do esgotamento.<br />

A Constituição de 1988 previa uma<br />

quantidade de frutos muito além do que poderia<br />

ser produzido, e foi se esgotando. A<br />

"Constituição Cidadã" está cheia de direitos<br />

- inclusive para os fora-da-lei - e benesses,<br />

mas com deveres insuficientes para equilibrar<br />

dos dois pratos da balança. Ao longo<br />

desses 31 anos os débitos foram consumindo<br />

os créditos. Os governos foram gastando<br />

- Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer…<br />

agora chegou Bolsonaro e não tem mais dinheiro.<br />

Como não tem mais dinheiro, se pagamos<br />

uma terrível carga fiscal? Trabalhamos<br />

cinco meses por ano só para pagar impostos.<br />

E o estado gasta quase tudo consigo<br />

mesmo. Inchado, ineficiente, lento. Atrapalha<br />

quem quer investir, crescer, empregar. É<br />

que o estado foi aparelhado pelos que queriam<br />

se manter no poder.<br />

Agradar com o dinheiro dos impostos. Fazer<br />

caridade com o dinheiro dos que trabalham<br />

e suam. No total, o estado sustenta hoje<br />

93 milhões de pessoas, entre bolsas, salários<br />

e aposentadorias privilegiadas. O estado<br />

gastou mais com bolsas e outras benesses<br />

do que com o ensino e a capacitação profissional.<br />

Cuidou do passado e não do futuro.<br />

Como as tetas secaram, é preciso reformar<br />

a principal fonte de déficit, que é a Previdência,<br />

mas também reformar o estado, que<br />

precisa de músculo para prestar serviço, e<br />

não da gordura sedentária que quer lagosta<br />

no cardápio. Mas é preciso secar também a<br />

burocracia pesada, que atrapalha.<br />

E reformar os tributos, para torná-los<br />

mais simples e pagáveis. Estado não cria riqueza,<br />

mas pode gerar pobreza, causando<br />

inflação, que tira de todos, em especial os<br />

mais pobres. Queremos que o Brasil seja o<br />

país do futuro e não nos livramos de estruturas<br />

e métodos do passado.<br />

Alexandre Garcia<br />

Pendurados nas tetas<br />

E com tudo isso, num Estado<br />

assim sedentário, há quem fique<br />

de porta em porta tentando agarrar-se<br />

em cargo público, sem qualificação,<br />

sem conhecimento, sem<br />

prestar serviço algum à comunidade,<br />

mas ao "bel-prazer" de<br />

"chupar" o dinheiro do contribuinte,<br />

na base da cobrança do<br />

apoio político. Isso precisa acabar.<br />

Não elegemos representantes<br />

para empregar chupins e sanguessugas;<br />

queremos que eles<br />

ajudem a resolver os problemas<br />

do município em que moramos,<br />

do estado e do país onde vivemos.<br />

Dario e a delação<br />

Como ilustrou a chamada de<br />

capa, na edição de ontem, um<br />

acordo de delação premiada com<br />

Dario Messer poderá causar um<br />

strike. E será que já não está causando?<br />

Pelo menos uma fonte garante<br />

que isso já está em curso e<br />

que a deflagração de uma recente<br />

operação em casas de câmbio<br />

de Foz seja fruto de um acordo.<br />

Dario teria passado algumas informações<br />

antecipadamente.<br />

Mas isso pode ser apenas uma<br />

especulação.<br />

Sintomas<br />

A notícia da possível delação<br />

causou alvoroço, e não seria diferente;<br />

dizem que oito entre dez<br />

negócios de câmbio estão ligados<br />

ao doleiro. Um homem que movimenta<br />

US$ 1,6 bilhão deve possuir<br />

uma rede bem grandinha e<br />

articulada de colaboradores. Se<br />

for assim, teremos poucas casas<br />

de câmbio operando em Foz, depois<br />

que o homem abrir a boca. E<br />

vai faltar espaço nas carceragens,<br />

cadeias e presídios. Como a solução<br />

é o monitoramento, faltarão<br />

tornozeleiras. O Corvo está seriamente<br />

pensando em começar a<br />

fabricar o produto.<br />

Chip<br />

Com o alto custo das<br />

tornozeleiras, mesmo desembolsadas<br />

pelos usuários, volta<br />

a ser discutido o "implante de<br />

rastreamento humano", um<br />

chip que é injetado no corpo, não<br />

aparece nem dói muito para ser<br />

retirado, porque se necessita<br />

de uma cirurgia. O custo de implantação<br />

seria bem mais caro<br />

que a tornozeleira, porém o instrumento<br />

é mais barato e oferece<br />

mais eficiência no<br />

monitoramento. No fim fica elas<br />

por elas. Apenado que não quiser<br />

um trubisco preso na canela<br />

poderá optar pelo chip. Acontece<br />

que em 2017 a Comissão<br />

de Segurança Pública e Combate<br />

ao Crime Organizado da<br />

Câmara dos Deputados aprovou<br />

proposta que proíbe a implantação<br />

de chip assim, "ressalvados<br />

os casos em que haja<br />

determinação judicial e autorização<br />

da própria pessoa ou de<br />

seu representante legal".<br />

Identificação<br />

A proposta inicial "do chip"<br />

era para a identificação humana,<br />

porém "a proibição abrange<br />

qualquer dispositivo eletrônico<br />

ou eletromagnético que<br />

permita rastreamento via satélite<br />

ou GPS, telefonia, rádio ou<br />

antenas". Isso pode ser implantado<br />

em animais, mas em seres<br />

humanos não. Segundo<br />

este colunista apurou, o assunto<br />

voltou a ser discutido entre<br />

os deputados e senadores. É<br />

um tema vital para a segurança<br />

pública e pode ser uma ajuda<br />

decisiva na aplicação de políticas<br />

de prevenção e de repressão<br />

ao crime. O caso é que<br />

a medida facilita o<br />

rastreamento dos cidadãos e<br />

permite que eles sejam alvo de<br />

perseguição ou atentado por<br />

parte de criminosos.<br />

Centro Cívico<br />

Afloram as discussões por um local onde<br />

se instale a prefeitura e todas as suas secretarias,<br />

bem como a Câmara. A área é localizada<br />

pelas bandas da Avenida Paraná, onde já está<br />

o Fórum, Justiça Federal, INSS, hospital, sedes<br />

estaduais e federais de vários órgãos, como é<br />

o caso do Detran, que também precisa ser<br />

revitalizado e até mudar de local, se for o caso.<br />

O último prefeito a mexer nisso, num paço<br />

municipal unificado, foi o Paulo Mac Donald,<br />

que conseguiu inclusive o terreno e realizou<br />

um anteprojeto, mas depois entrou o Reni e,<br />

como em quase tudo, o Centro Cívico foi parar<br />

no "Lost". Reni mandou tudo para lá, menos<br />

ele, que peregrina pela Justiça a todo o momento.<br />

E há necessidade?<br />

Sim, há. Hoje o cidadão fica gastando sola<br />

de sapato entre secretarias e autarquias, espalhadas<br />

por toda a cidade. Um dos benefícios<br />

do Centro Cívico é exatamente este, economizar<br />

o dinheiro do povo e não apenas dar<br />

conforto aos ocupantes, membros dos poderes<br />

Executivo, Legislativo e Judiciário.<br />

E os outros prédios?<br />

As atuais estruturas podem abrigar mais<br />

cultura, arte, entidades e associações. A Fundação<br />

Cultural, por exemplo, ocupa um edifício<br />

da Justiça do Paraná; o Palácio Cataratas<br />

poderá ser convertido em museu; enfim, tudo<br />

acaba acomodando-se.<br />

A Câmara<br />

O edifício onde está a Câmara foi construído<br />

para outra finalidade. Lá funcionava um banco.<br />

O Legislativo se mudou para o local como<br />

medida provisória, o que gerou grande discussão<br />

na época, porque com o dinheiro da compra<br />

do imóvel e reforma seria possível fazer<br />

algo bem melhor. O problema é que não havia<br />

um projeto de Centro Cívico, e o Legislativo<br />

não cabia mais no prédio da Praça Getúlio<br />

Vargas, onde atualmente está a Procuradoria<br />

do Município.<br />

Início da obra<br />

Beni Rodrigues confirmou que pretende iniciar<br />

a construção da Câmara neste ano. Mas<br />

ele sabe que antes disso há uma série de prerrogativas<br />

a cumprir, como é o caso do terreno,<br />

de um projeto que contemple todo o complexo<br />

de poderes, e não dá para tocar uma obra dessas<br />

no atropelo. Em seis meses é difícil iniciar<br />

algo assim; tomara que ele consiga. A cidade<br />

precisa desenrolar esse novelo de vez. Se o<br />

Chico possuir um projeto, ou vai utilizar o que<br />

há, do governo Paulo, em que ele era vice, saberemos<br />

em breve.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!