Quem é Quem na Indústria Farmacêutica em Portugal
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ANÁLISE<br />
Estado <strong>em</strong> criar regras ou condições que<br />
depois cumpra efetivamente, e que não<br />
ger<strong>em</strong> efeitos inesperados (contrários aos<br />
objetivos iniciais).<br />
Contudo, o desenvolvimento de novos<br />
modelos de relacio<strong>na</strong>mento não deverá<br />
fazer passar para segundo plano a questão<br />
central dos preços dos medicamentos,<br />
nomeadamente dos novos medicamentos<br />
que se pretende introduzir no mercado<br />
(hospitalar, <strong>em</strong> particular). É importante<br />
que a indústria farmacêutica, a nível global<br />
e não ape<strong>na</strong>s <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, reconheça<br />
que não <strong>é</strong> possível continuar a pressão<br />
ascendente sobre os preços dos novos produtos<br />
que t<strong>em</strong> estado presente <strong>na</strong> última<br />
d<strong>é</strong>cada. Neste campo, o relacio<strong>na</strong>mento<br />
entre o SNS (ou o Minist<strong>é</strong>rio da Saúde) e<br />
a indústria farmacêutica terá que passar<br />
para um nível supra<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, dado que <strong>é</strong><br />
um probl<strong>em</strong>a partilhado por muitos países,<br />
e cuja solução terá que ser encontrada<br />
num quadro inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Dentro deste<br />
contexto, <strong>é</strong> interessante observar a forma<br />
como a própria indústria farmacêutica foi,<br />
ao longo dos anos, e de forma consistente,<br />
alterando a sua visão de fornecedor de<br />
produtos para se apresentar como parceiro<br />
estrat<strong>é</strong>gico dos sist<strong>em</strong>as de saúde. Há,<br />
por isso, ainda outros níveis de relação<br />
(<strong>na</strong> investigação científica, com os ensaios<br />
clínicos; no apoio à formação dos profissio<strong>na</strong>is<br />
de saúde, sobretudo m<strong>é</strong>dicos, com<br />
regras crescent<strong>em</strong>ente detalhadas; <strong>na</strong> cadeia<br />
de distribuição at<strong>é</strong> ao cidadão, etc.).<br />
A relação entre o Minist<strong>é</strong>rio da Saúde/<br />
SNS e a indústria farmacêutica t<strong>em</strong>, pois,<br />
múltiplos ca<strong>na</strong>is, e por isso tamb<strong>é</strong>m várias<br />
oportunidades de ganhos mútuos com interesses<br />
alinhados, por um lado, e de tensões<br />
e antagonismos, por outro lado. Exige<br />
que se pense a nível local, de cada entidade<br />
que adquire produtos à indústria farmacêutica,<br />
a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, com mecanismos<br />
que ajud<strong>em</strong> ao bom funcio<strong>na</strong>mento do<br />
SNS, e a nível supra<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, num quadro<br />
global que permita obter melhor inovação<br />
a preços mais comportáveis pelos sist<strong>em</strong>as<br />
de saúde. Se for conseguido, ter<strong>em</strong>os um<br />
fi<strong>na</strong>l feliz neste relacio<strong>na</strong>mento.<br />
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