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FRAGMENTOS DA EDUCAÇÃO FORMAL EM SERRA NEGRA INÍCIO DO SÉCULO XX Não existe de forma sistematizada um levantamento que descreva a trajetória educacional serrana. Temos dados publicados no Almanach de Serra Negra (ALMSN-1913), no Álbum de Serra Negra (ASN -1935), nas obras de Sebastião Pinto da Cunha, Alcebíades Felix, nos trabalhos acadêmicos que apresentei na Faculdade de Educação da Unicamp, porém, em minhas pesquisas, não tive o prazer de encontrar uma obra que se debruçasse sobre a educação serrana, um tema tão relevante para entender o desenvolvimento cultural e social de nossa cidade. O presente texto tem por objetivo suprir uma pequena parte dessa lacuna, para tanto utilizei informações disponibilizadas: nas obras citadas, no acervo da Câmara Municipal (ACM), no acervo da Escola “Lourenço Franco de Oliveira”(AELFO) e de forma mais direcionada nas matérias veiculadas na imprensa serrana, entre os anos de 1904 a 1907, especificamente no Jornal “A Serra Negra”. A primeira edição do Jornal “A Serra Negra”, data de 03 de julho de 1904, tendo como redator e proprietário, o sr. Emilio Castellar da Gama e colaboradores: João Toledo, Dr. José Antonio de Mello, Manoel Coelho Cintra Junior, Erasto de Toledo, Dr. Eduardo de Oliveira Cruz e Noberto Penafiel. Os primeiros dados encontrados sobre a educação formal serrana dizem respeito às Escolas Reunidas e, de acordo com o Livro de Matrícula de Aula Pública de Instrução Primária do Sexo Masculino (AELFO), constava que, em 1887, estavam matriculados 53 alunos; em 1888, 59 alunos; 1889, 69 alunos e em 1890 havia o registro de 54 alunos. O Grupo Escolar foi criado em 18 de fevereiro de 1901, por Decreto do Governo Estadual. A iniciativa partiu do inspetor escolar, Sr. Major Francisco Pedro do Canto. Foi instalado em 27 de março de 1901 e inaugurado em 03 de maio de mesmo ano. (ALMSN). Para a instalação da escola, a Câmara necessitava de um local apropriado, concorrendo para isso as negociações com o vereador Capitão José Bruschini, que estava construindo um prédio de dois andares, que, a princípio, seria destinado ao comércio, no andar térreo e moradia, no andar superior, conforme o registro de alvará de funcionamento para o ano de 1899. “Pedido de Alvará de funcionamento: Por alvará desta data, foi concedido licença ao senhor Capitão José Bruschini, para continuar com sua loja de fasendas, armarinhos, roupas feitas, chapeos, calçados, ferragens, armasem de secos e molhados, sal, louça, aguaardente, fogos e deposito de cal, nesta cidade, a Rua Sete de Setembro, durante o corrente anno de 1º de Janeiro a 31 de Dezembro de 1899. Pagou os impostos municipais de 230$000, Indústrias de Profissionais 55$000” (Livro de Registro de Alvarás, p.6. Câmara Municipal de Serra Negra, 1899). As obras do referido prédio iniciaramse em 1898, mas em 1º de setembro 1899 foi celebrada a compra do imóvel e firmado um acordo entre a Câmara e o antigo proprietário para que ele realizasse as adaptações necessárias, pois o edifício iria alojar a Câmara Municipal no piso superior e o Grupo Escolar no piso inferior (Livro de Contratos, p. 1- 3, Câmara Municipal de Serra Negra, 1899-1926). Os Grupos Escolares recebiam periodicamente visitas de inspetores que avaliavam os conteúdos didáticos, os professores, os alunos e também a edificação. Os relatórios eram registrados em livros próprios, denominados Termo de Visita, bem como eram reportados aos superiores estaduais, os respectivos pareceres. Consta que em julho de 1901, um mês após a inauguração do Grupo, o inspetor do 13º Distrito, sr. Antonio Villela Junior, visitou Serra Negra e deixou registrado suas observações: “Serra Negra, 24 de julho de 1901, com summo prazer lanço neste livro o termo de visita que fiz ao Grupo Escolar desta cidade, dirigida por meu amigo João Toledo e onde é professor o Sr. Erasto de Toledo também meu antigo amigo, moços estes cheios de boa vontade e competência. Num prédio, ainda mal acabado, que a municipalidade mandou construir para atender as urgentes necessidades intelectuais da nova geração, funciona este grupo, quando completamente terminado será o melhor prédio da cidade, com Por Claudia Felipe da Silva Em 1904, a Secretaria dos Negócios do Interior e da Justiça enviou à Câmara Municipal um ofício, dizendo que o Governo do Estado se propunha a fazer melhoramentos necessários no imóvel, com a condição de que o mesmo passasse ao Estado, mediante uma escritura de doação, o que causou discordância entre os membros da Câmara. A partir da primeira edição do jornal “A Serra Negra”, de 03 de julho de 1904, foram disponibilizadas colunas com informativos referente à instrução pública e notícias vinculadas ao ensino, como nomeação de professores, datas de matrículas, entre outros assuntos, denotando que o tema educação era de suma importância e que a imprensa era o meio ideal de transmissão das notícias para um público mais amplo. Ilustração 1. Edifício do Grupo Escolar Fonte: Almanach de Serra Negra/SP, 1913, p. 160 “Grupo Escolar Reabriram-se no dia 1 do corrente as aulas, que acharam-se suspensas por motivo de ferias. Pelo dr. Secretario do Interior foram concedidos 30 dias de licença à sra. d. Lucia Pereira. Consta-nos que requereu também licença a professora sra. d. Maria Luiza do Amaral Corrêa. Foi nomeada a sra. d. Francisca L. da Costa para o cargo de professora substituta do grupo escolar local” (A Serra Negra, 03/07/1904). “Sabemos terem os professores Manoel Coelho Cintra Junior adjunto do grupo escolar desta cidade, e Cassio Bitencourt do de Jahú, requerido ao exmo. governo do Estado permissão para permutarem entre si os seus cargos. uma população inferior a mil casas, os alunos matriculados neste grupo sobem a mais de trezentos. Não me consta que exista em cidade alguma do Brasil população escolar relativa superior a de Serra Negra... nos exames das classes notei que os menimos mandados a escola com a idade de oito anos para cima eram os que faziam maiores progressos e esta experiencia é confirmada por todos os professores. Felicitando a todo o corpo docente pelo adiantamento das classes, quero especialmente felicitar o professor Antonio A. de Azevedo pelo adiantamento de seus alunos na matéria, SS e eu cultuamos com especial cuidado e amor” (AELFO). No dia 4 do corrente entrou em goso de 30 dias de licença a professora D. Lucia Pereira, a qual está sendo substituída pela sra. D. Francisca Luzia da Costa. Para tratamento de sua saúde a professora D. Maria Luiza do Amaral Corrêa requereu 30 dias de licença. Está sendo substituída pela sra. D. Izabel de Campos. Nesta mesma secção publicaremos, do nosso primeiro número em diante, alguns artigos do novo regimento interno dos grupos escolares e escolas modelos com o fim de fazelos conhecidos de todos os interessados. Começaremos pelos que dizem respeito á frequência dos alunos ás aulas.” (A Serra Negra, 10/07/1904).
Por João Fábio Suman Juliano MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE Como vimos na edição anterior, podemos fazer pequenas coisas para melhorar o nosso impacto no meio ambiente. Tudo que fazemos deixa uma marca que tanto pode ser negativa ou positiva (causando um dano menor). Muito tem se falado ultimamente sobre o uso, ou melhor, sobre a liberação do uso de diversos agrotóxicos proibidos em outros países, pois é comprovado que fazem mal à nossa saúde e à saúde do meio ambiente. A busca do homem por uma maior produção com um menor esforço (custo) tem levado a utilização de produtos que, de imediato, podem aumentar a produção, porém, em longo prazo, irão diminuí-la. Eu explico: como sabemos, as plantas são a base da cadeia alimentar e nós, seres humanos, fazemos parte desta cadeia; porém dependemos de seres que não costumamos dar muito valor e, em alguns casos, acabamos condenando como se não tivessem a sua importância. Um desses seres que não são valorizados como deveriam são as abelhas, mas o que isso tem haver com os agrotóxicos? As abelhas vão lá para polinizarem as plantas (troca de gametas masculinos e femininos) e produzirem assim seus frutos. Os agrotóxicos são usados para acabar com as pragas das lavouras, mas não matam somente elas e acabam por matar também os polinizadores. Por consequência, resultará em uma diminuição futura da produção (sem polinizadores e sem frutos) e estamos caminhando para esse cenário. Os principais polinizadores que temos são as abelhas, principalmente as abelhas nativas sem ferrão, que acabam sendo umas das maiores vítimas indiretas dos agrotóxicos. Como curiosidade... Se as abelhas forem extintas, nós, seres humanos sobreviveríamos aproximadamente 4 anos apenas e depois entraríamos em colapso por falta de alimento. Mas como podemos mudar esse cenário? É simples podemos optar por comprar alimentos orgânicos, diminuir o uso de venenos em nossas casas e plantar algumas espécies de flores que contribuem para a alimentação das abelhas. Qualquer cantinho de casa pode ter plantas que servem de alimento para elas e em troca elas nos dão uma boa produção de alimentos e, muitas vezes, o mel - um alimento riquíssimo para nós e para elas. A meu ver, todas as pessoas e empresas poderiam fazer o plantio dessas flores e ervas para ajudar as abelhas e ao meio ambiente, e atrelado a isso, a nós mesmos. Mas que plantas são essas que podem ajudar a atrair abelhas? Bem, antes de falar quais são é preciso saber que as plantas, em sua maioria, não são exigentes, podendo ser plantadas em quaisquer vasinhos ou floreiras e são bonitas, além de serem usadas para a produção de chás e decoração. Vamos a uma pequena lista para que possamos fazer a nossa parte também. Plantas como a lavanda com suas flores roxas e seu perfume, tomilho, orégano e hortelã, para nossos chás e temperos, calêndula, girassol, prímula com suas flores múltiplas e rara beleza, ajudam muito as abelhas e tornam nosso ambiente mais agradável e perfumado. Nos últimos anos as populações de abelhas diminuíram drasticamente e temos a obrigação de tentar mudar esse cenário. Vamos fazer nossa parte, plantando flores e temperos para essas operárias tão dedicadas. O futuro das abelhas depende de nós e de nossas ações. E o nosso futuro depende delas mais do que imaginamos. Agora é a hora de agir. Vamos salvar as abelhas para nos salvarmos!!! Abraços e até o mês que vem. João Fábio Suman Juliano Biólogo e Professor Por Oscar Brolezi Bastidores da Cidade Nos Bastidores da Cidade, em meio um Mundo em transformações comportamentais de tamanhos significados, o respeito ao passado e a identidade tornam-se um fator primordial para diversas reflexões, porém, isso não significa o não aceitar do futuro. O futuro é necessário e obviamente bem vindo, mesmo porque, é assim que ele se apresenta; e não de outra forma. Através da Arte, observamos que precisamos ser mais tranquilos e ponderados. A Arte é um dos pilares da Cultura; e a Cultura um dos pilares da Qualidade de Vida de forma a cultivar o habitat, neste caso a nossa cidade. Obviamente que éramos canteiros de uma espécie mais ou menos parecida, um tipo igual, mas o mundo evoluiu e hoje vivemos uma mistura de pensamentos e conhecimentos. Mas como viver isso? Como aceitar que em nosso canteiro de cenouras; hoje residam alfaces e pimentas, onde às vezes sufocamos e outras vezes, nós somos sufocados por atitudes e pensamentos tão contraditórios. Chegando a dar vontade de pedir para alguém parar o barco pra gente descer. Isso não vai acontecer! É hora de sorrir, aprender, transformar nossos comportamentos de simpatia, apatia e antipatia em “Empatia” (se colocar no lugar do outro). Sugerir soluções, destruir antigas leis e repensar planejamentos e projetos. Ouvir termos como “Desescolarização” e perceber que isso pode vir a ser a solução, mesmo que pareça assustador. Será? Somos todos passageiros da “Nave Terra”, e é preciso observar as necessidades da embarcação e o momento em que estamos (o aqui e o agora). Política no seu objetivo maior é a preocupação com o todo. Porém, depois de tanto utilizarem a palavra para abusos do poder, corrupções e outras ações de função de acordos pessoais. Como poderíamos promover política sem se tornar mais um nas convenções das quais todos nós, sentimos repugnância. E foi assim que surgiu a ideia do Cultivar o Habitat; vejamos: “Somos a Maioria Inconformada Desunida”; e deixar de ser o jardineiro neste momento pode levar toda a horta ao abandono, ao mato, num retorno óbvio ao sufocamento dos antigos comportamentos do primitivo; seria um viver na era da luz de “led” com eternas saudades da lamparina e da fogueira. Quem sabe até da não descoberta do fogo. E isso nos levaria aos piores comportamentos imaginados, pois estaríamos submetidos a viver com tecnologias como celulares, internet, viagens espaciais e ao mesmo tempo como o homem a puxar os cabelos das mulheres pelos vastos corredores dos edifícios, ou quem sabe até da mulher puxando o homem pelos cabelos. (Esse debate, afinal, não vem ao caso neste momento). O fato é que precisamos de alguma forma nos localizar no dia de hoje, no “Aqui/Agora”. Mais que isso, precisamos assumir a função de “Jardineiro” ou “Agricultor” do nosso micro e macro espaço, deixando a função de passageiro ou apenas de mais um nos bastidores da cidade, e dar um dedinho de prosa para cada decisão a ser tomada. Respeitando sempre! Afinal nem eu e nem ninguém é o dono da verdade. Vale lembrar que o Capitão da nave “Deus” (ou outra forma de denominação) espera que todos nós, os passageiros sigamos a viagem. É hora de romper as plaquinhas penduradas no pescoço, presas a pessoas ou grupos (afinal todo grupo tem pessoas boas e inteligentes, assim como espertos e com intenções nem tão boas assim) e questionarmos: Quem somos nós? Qual a nossa importância para que ocorra uma mudança de comportamentos e atitudes razoáveis? E assim termos a certeza de uma boa Viagem na “Nave Terra”, Cultivando o Habitat! E isso se chama Consciência.
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