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primeira mao julho 2019

Revista laboratório do Curso de comunicação da Ufes

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sociais. Naturalmente a proximidade diminui à medida<br />

que os interesses, crenças e valores compartilhados se<br />

distanciam”, observa. Além disso, Andressa ainda conta<br />

que a experiência da castidade está presente em sua<br />

vida mesmo antes de ela ter ‘escolhido’. “Apesar de eu<br />

não saber, eu já vivia a castidade de certa forma ao optar<br />

por não ficar com rapazes e não fazer sexo, por exemplo.<br />

Dei meu primeiro beijo aos 21 anos (sendo que estava na<br />

Igreja de fato apenas nos últimos 2 anos) e permaneço<br />

virgem (sim, e vou fazer 28 anos mês que vem!). Eu já<br />

vivia em parte a castidade mesmo sem perceber”, reflete<br />

a servidora.<br />

Mais uma prova de que a castidade não está associada<br />

somente ao sexo, é o casamento da Marcelle. Mesmo<br />

após o matrimônio, a empresária e jornalista afirma viver<br />

a castidade no seu dia a dia. “Eu vivo a castidade mesmo<br />

sendo casada e não quer dizer que não fazemos sexo. A<br />

castidade no casamento é a fidelidade dos cônjuges em<br />

todos os aspectos da vida. Com a nossa vida e atitudes,<br />

transmitimos às pessoas como somos felizes e realizados<br />

vivendo essa virtude”, explica.<br />

PRECONCEITO<br />

Grande parte das pessoas ainda tratam sobre o assunto<br />

com tom de ironia, como se viver a castidade,<br />

principalmente entre os jovens no mundo de hoje, fosse<br />

algo impossível ou bobo, mas a estudante de Psicologia<br />

afirma lidar bem com as opiniões diferentes. “Respeito<br />

quem é contra e quem não concorda. Mas é uma decisão<br />

que eu tomei. Piadas e ironias, eu não vejo como ofensas,<br />

principalmente porque eu sei que não vai interferir<br />

no meu relacionamento com Deus e na forma como eu<br />

penso. Eu sou bem resolvida com essa questão”, fala<br />

Amanda.<br />

Já para Andressa, o que existe é um preconceito que<br />

vem da falta de informação. Apesar de ter escutado muitas<br />

piadas desnecessárias, ela afirma que a maior batalha<br />

é contra ela mesma. “Como a própria palavra diz, é<br />

um pré-conceito. Se dentro da própria Igreja a maioria<br />

não sabe nem compreende<br />

ou aceita o que é a<br />

castidade, que dirá fora<br />

dela. Mas na minha vida<br />

particularmente eu não<br />

enfrento grandes problemas<br />

quanto a isso.<br />

Existem piadinhas,<br />

comentários e brincadeiras<br />

claro, mas nada que<br />

chegue ao ponto de me<br />

afligir ou atrapalhar. Na<br />

verdade, a maior batalha<br />

que um jovem cristão católico<br />

enfrenta ao decidir<br />

pela castidade é consigo<br />

mesmo”, expõe a servidora.<br />

Amanda: “Piadas e ironias, eu<br />

não vejo como ofensas porque eu<br />

sei que não vai interferir no meu<br />

relacionamento com Deus.”<br />

EU ESCOLHI ESPERAR<br />

Fundado em Vila<br />

Velha, no Espírito<br />

Santo, pelos pastores<br />

Nelson Júnior<br />

e Angela Cristina,<br />

casados há 20 anos, o movimento Eu<br />

escolhi esperar começou em março<br />

de 2011. Hoje, a página do Facebook<br />

conta com mais de 3 milhões de<br />

curtidas. A campanha foi criada para<br />

encorajar e dar suporte àqueles que<br />

decidiram ter relações sexuais apenas<br />

após o casamento. Voltado não<br />

somente aos jovens, mas também<br />

aos adultos, o pastor afirma que a<br />

preservação sexual e a integridade<br />

emocional são os principais temas<br />

trabalhados dentro do movimento. “A<br />

sociedade prega uma falsa liberdade<br />

sexual, diz que devemos usá-la sem<br />

limites. E é aí que a liberdade acaba<br />

e tem graves consequências. Criamos<br />

a campanha para fortalecer jovens<br />

que querem uma vida emocional e<br />

sexual responsável”, explica Nelson.<br />

A título de curiosidade: castidade<br />

não é sinônimo de virgindade. Tem<br />

gente que opta por seguir o sexto<br />

mandamento, mesmo após já ter<br />

tido experiências sexuais. Inclusive,<br />

estes também são bem-vindos ao<br />

movimento. “Encorajamos quem<br />

nunca teve uma experiência sexual<br />

a se guardar. E, àqueles que já<br />

fizeram, mas escolheram esperar,<br />

queremos mostrar que nunca é tarde<br />

para fazer o que é certo, recomeçar.<br />

O fato da pessoa já ter experiências<br />

antes não tira o valor de sua<br />

decisão. Dizemos que sexo é bom,<br />

é de Deus, só que no contexto do<br />

casamento”, esclarece o pastor.<br />

<strong>julho</strong> <strong>2019</strong><br />

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