Revista Boas Praticas 2019
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REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
1
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REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />
3
AS MARCAS APOIADORAS
Gestão e tecnologias<br />
para inovar e crescer<br />
O agro regional se desenvolve para ser cada vez mais sustentável<br />
Divanir Higino<br />
Presidente da Cocamar<br />
Em sua quarta edição, o Rally Cocamar de Produtividade<br />
acompanhou a safra de soja 2018/19, do plantio à colheita. Em<br />
suas viagens para todas as regiões de atuação da cooperativa, o<br />
Rally visitou produtores que por fazerem um bom manejo de solo<br />
e empregarem tecnologias adequadas, têm colhido historicamente<br />
acima das médias de seus municípios. Isto se confirmou na referida<br />
safra, apesar de todos os problemas climáticos, revelando haver<br />
caminhos para elevar o patamar de produtividade regional.<br />
Resumidamente, o Rally identificou pontos em comum entre<br />
aqueles que apresentam melhor desempenho. O primeiro deles,<br />
a preocupação permanente com a saúde do solo, mantendo-o<br />
estruturado em seus aspectos físico, químico e biológico; o<br />
segundo, a aplicação de tecnologias com orientação técnica<br />
especializada e, terceiro, a ativa participação cooperativista – é na cooperativa que o<br />
produtor se sente fortalecido e tem mais informações para aprimorar-se. Um produtor com<br />
tal mentalidade geralmente se sobressai pela boa gestão do negócio e consegue se sair<br />
melhor em períodos de clima pouco favorável.<br />
A cada ano o Rally constata haver um aumento da adoção de práticas mais sustentáveis,<br />
como o cultivo de braquiária na entressafra em consórcio com o milho ou de forma solteira,<br />
recompondo o solo e a base do plantio direto para a cultura seguinte, no verão; verifica-se,<br />
ao mesmo tempo, a multiplicação de formatos de projetos integrados (lavoura-pecuária-ILP<br />
e lavoura-pecuária-floresta-ILPF); é maior a inserção da família na atividade, e observa-se<br />
uma presença mais numerosa e interessada de jovens em todos os segmentos do agro, que<br />
veem nessa área uma oportunidade para desenvolver suas carreiras e construir um futuro<br />
promissor.<br />
São muitos ainda os desafios, mas como saldo das viagens do Rally, fica a certeza de que a<br />
atividade agropecuária se encontra cada vez mais dinâmica e em constante evolução rumo à<br />
sustentabilidade.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
7
Sumário<br />
14<br />
22<br />
26<br />
27<br />
30<br />
31<br />
32<br />
38<br />
Com ILPF, mais gado no<br />
pasto e dinheiro no bolso<br />
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conhecimentos e tecnologias<br />
Sob braquiária, o solo<br />
fica mais protegido<br />
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na gestão da fertilidade<br />
Irrigação garante a soja<br />
e o milho em ano difícil<br />
Apucarana surpreende<br />
pela alta produtividade<br />
Produzir sementes exige<br />
cuidados, mas vale a pena<br />
Pesquisa mostra que produtores estão mais<br />
tecnificados e participativos na cooperativa<br />
8 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
DEPArTAmENTo TÉCNiCo<br />
Renato Watanabe<br />
gerente executivo técnico<br />
Emerson Nunes<br />
gerente técnico<br />
Rafael Furlanetto<br />
gerente técnico<br />
Robson Ferreira<br />
gerente técnico<br />
Edner Betioli Júnior<br />
gerente técnico<br />
César Gesualdo<br />
coordenador de integração<br />
Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF)<br />
EXPEDiENTE<br />
BoAS<br />
PráTiCAS<br />
Editor<br />
Rogério Recco<br />
Editora<br />
assistente<br />
Luiza Recco<br />
Diagramação<br />
Andrea Tragueta<br />
Capa<br />
Welington Vainer<br />
impressão<br />
Gráfica Massoni<br />
<strong>Revista</strong> do<br />
Rally Cocamar<br />
de<br />
Produtividade<br />
2018/19<br />
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Rally da<br />
PROdUTividadE<br />
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edição 2018/19<br />
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REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />
9
DESTAQUES<br />
Embrapa se soma ao Rally<br />
Sinergia entre a cooperativa e a instituição viabiliza trabalho inédito que vai avaliar a qualidade<br />
física, química e biológica do solo em propriedades rurais<br />
Pesquisador Henrique Debiasi faz apresentação de resultados, a produtores, do<br />
Rally Cocamar de Produtividade<br />
ACocamar e a Embrapa Soja realizaram de outubro de<br />
2018 a fevereiro de <strong>2019</strong> a primeira etapa de um projeto<br />
inédito no Brasil para avaliar a qualidade física, química e<br />
biológica do solo, em propriedades de diferentes regiões atendidas<br />
pela cooperativa, no Paraná.<br />
Idealizado pela Embrapa, o trabalho foi inserido no calendário<br />
do Rally Cocamar de Produtividade, Safra 2018/19, organizado<br />
pela cooperativa. A equipe integrou técnicos da cooperativa e da<br />
Embrapa, com a participação de uma aluna de doutorado da Universidade<br />
Estadual de Londrina (UEL).<br />
De acordo com o pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa<br />
Soja, o trabalho pioneiro é resultado da sinergia que há entre aquela<br />
instituição e a Cocamar. “A ideia nasceu com o pesquisador Júlio<br />
Franchini e foi abraçada pela cooperativa, que se dispôs a custear<br />
as despesas de realização e também a indicar produtores em sua<br />
região, os quais abriram as portas de suas propriedades para que<br />
pudéssemos fazer as análises”, afirmou Debiasi.<br />
O pesquisador comentou que as análises possibilitam uma avaliação<br />
detalhada dos níveis de infiltração em vários tipos de solos,<br />
inclusive naqueles onde são conduzidos programas de integração<br />
lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e consórcio milho e braquiária.<br />
“Trata-se de um trabalho de grande magnitude e importância. No<br />
país, se conhece muito pouco, ainda, sobre a capacidade de infiltração<br />
de água no solo e esse trabalho, com certeza, será uma<br />
referência”, citou o pesquisador, observando que a avaliação vai<br />
permitir diferenciar os manejos de solo que são conduzidos com<br />
qualidade. Os trabalhos incluíram a realização do Diagnóstico Rápido<br />
de Estrutura do Solo (Dres), além de coleta de solo para análises<br />
química, física e biológica e medição do volume de palha.<br />
PONTO EM COMUM<br />
O gerente técnico da Cocamar, Renato Watanabe, afirma que “O<br />
trabalho em parceria com a Embrapa quer mostrar como esse manejo<br />
influencia na capacidade de produção. Visitamos diferentes<br />
ambientes de produção e analisamos diferentes formas de manejo,<br />
para saber como o solo consegue absorver mais água e ter melhor<br />
estrutura física”.<br />
Foram visitadas propriedades nos municípios de Iporã, Floraí,<br />
Maringá, São Jorge do Ivaí, Cianorte, Primeiro de Maio, Sertanópolis,<br />
São Sebastião da Amoreira e Santa Cecília do Pavão.<br />
Equipe durante<br />
o trabalho de<br />
pesquisa de solo<br />
10 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
‘Agricultura é a arte de<br />
reduzir as perdas’<br />
Em palestra a produtores cooperados, para apresentar os resultados<br />
do Rally Cocamar de Produtividade, o especialista<br />
em solos da Embrapa, Henrique Debiasi, lembrou que “a<br />
agricultura é a arte de reduzir as perdas, pois os materiais, como<br />
sementes, já chegam com todo o seu potencial produtivo. Por isso,<br />
quanto melhor o produtor manejar o seu solo e empregar adequadamente<br />
os recursos, menos ele irá perder em produtividade”.<br />
MaNEJO adEQUadO<br />
Nesse contexto, a forma como o solo é manejado acaba sendo<br />
decisiva e não vai adiantar investir apenas em adubação química,<br />
deixando de lado os aspectos físico e biológico. Se o solo estiver<br />
compactado – o que é comum na realidade da agricultura paranaense<br />
– as raízes vão se aprofundar cerca de 70cm, enquanto que<br />
em solo não compactado o sistema radicular pode alcançar o dobro<br />
em profundidade, o que assegura um ambiente mais favorável às<br />
plantas, reduzindo os efeitos de veranicos.<br />
aNÁliSE É BÁSiCO<br />
O pesquisador chamou atenção para o fato de o produtor observar<br />
alguns quesitos básicos e elementares para o sucesso<br />
do seu negócio, entre os quais uma análise de solo – o que<br />
lhe permitirá fazer a reposição de nutrientes de acordo com as<br />
necessidades detectadas. “Uma análise de solo custa muito barato<br />
diante do resultado que ela vai trazer na colheita”, afirmou<br />
Debiasi, mencionando que além dos insumos comuns – adubos,<br />
sementes, fertilizantes e defensivos – o produtor também<br />
deve levar em conta outros “insumos”, que dependem dele,<br />
como uma boa cobertura do solo, o mínimo revolvimento do<br />
mesmo, enriquecê-lo com matéria orgânica, proporcionar que<br />
as raízes se desenvolvam e também uma diversidade biológica,<br />
com práticas, entre as quais, a rotação de culturas.<br />
ÁGUa<br />
“O principal fator para a viabilidade de uma cultura é a água, quanto<br />
mais água, maior a uniformidade da lavoura”, ressaltou o pesquisador,<br />
lembrando que uma visão aérea de um campo geralmente permite<br />
ver muitas falhas. Segundo ele, a capacidade de infiltração de<br />
água aumenta com a diversificação, sendo o capim braquiária mais<br />
factível para a realidade regional, cultivado em consórcio com o milho<br />
de inverno ou de forma solteira. Além dos benefícios trazidos<br />
pelo seu enraizamento, que rompe a compactação, oxigena o solo,<br />
abre canais para a infiltração de água e cicla nutrientes de camadas<br />
mais profundas, a braquiária vai inibir o desenvolvimento de ervas<br />
de difícil controle, como a buva e o amargoso. “Os resultados do<br />
consórcio milho x braquiária atingem o seu ápice no terceiro ano.”<br />
REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />
11
12 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
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Seidel e Piveta:<br />
crescimento<br />
gradativo<br />
Com ILPF, mais gado no pasto<br />
Em Altônia, município da região de Umuarama, no noroeste<br />
do Paraná, a Fazenda Colaboradores do Brasil (Colab) iniciou<br />
há quatro anos a integração lavoura-pecuária (ILP),<br />
interessada em reformar os pastos e aumentar a lotação animal,<br />
segundo explica o gerente Valdenir Seidel. Na parceria com o agricultor<br />
Alex Piveta, morador em Iporã, a 30km, a terra é arrendada<br />
por dois anos. O produtor recebe o pasto no período de inverno a<br />
tempo de preparar o ciclo da safra de soja, e o devolve no inverno<br />
do segundo ano. “No segundo ano, nós entramos com metade do<br />
investimento em sementes de pastagem”, explica o gerente, que<br />
é formado em administração de empresas. O modelo de integração<br />
é orientado pelo técnico agrícola Eleandro Zanole, da unidade<br />
da Cocamar em Altônia. Foi dessa forma que a Fazenda Colab, de<br />
630 alqueires (1.524 hectares) e um plantel de 1,7 mil cabeças<br />
de cruzamento industrial com angus, conseguiu, no curto período<br />
de quatro anos, aumentar em 25% a lotação animal: “temos 400<br />
cabeças a mais”, assinala Seidel. São 120 alqueires (290 hectares)<br />
de integração, dos quais 25 conduzidos pela própria fazenda, sem a<br />
figura do parceiro. A tendência, de acordo com o gerente, é ampliar<br />
a cada ano as áreas com ILP.<br />
14 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Investindo na recuperação<br />
sustentável das pastagens<br />
Formighieri<br />
faz integração<br />
desde 2000<br />
Oconstante aumento de custos e a baixa produtividade<br />
causada pela degradação dos pastos levam a<br />
um desequilíbrio financeiro que está inviabilizando<br />
a pecuária tradicional. Para que os pecuaristas possam reverter<br />
essa situação, a Cocamar tem realizado muitos dias de<br />
campo, oferecendo a eles a promissora alternativa da integração<br />
lavoura-pecuária-floresta (ILPF), como a que aconteceu<br />
na Fazenda Santa Felicidade, em Marilena, região de<br />
Umuarama, de propriedade do agropecuarista César Antônio<br />
Pacheco Formighieri. No evento, foram debatidos os desafios<br />
e demonstrado que a ILPF é uma alternativa viável para<br />
a recuperação sustentável dos pastos, a exemplo do que se<br />
observa na Fazenda Santa Felicidade, de 312 hectares. Ali,<br />
diferente do que se viu na região, os pastos de capim braquiária<br />
apresentavam grande volume de massa verde, tendo<br />
resistido a cerca de 60 dias de estiagem e também os efeitos<br />
das baixas temperaturas. Pela ILPF, segundo os técnicos, o<br />
cultivo de soja no verão acaba reduzindo em mais de 30% os<br />
custos da pecuária, ao reestruturar o solo e recuperar a fertilidade<br />
dos pastos para engordar o gado no inverno. Segundo<br />
o pesquisador Sérgio José Alves, do Instituto Agronômico do<br />
Paraná (Iapar), em um projeto bem conduzido de integração<br />
a renda líquida de uma propriedade chega a ser seis ou oito<br />
vezes maior na comparação com a pecuária tradicional. Na<br />
safra de soja 2018/19, a média na colheita na propriedade<br />
foi de 142 sacas por alqueire (58,6/hectare), uma marca<br />
até surpreendente em um ano marcado por estiagem e calor<br />
intenso que prejudicou a maior parte das lavouras no Estado.<br />
Fazendo ILPF desde 2000, Formighieri colheu uma safra<br />
de soja expressiva numa região onde a estiagem castigou<br />
com severidade as lavouras. Ele atribui o bom resultado –<br />
142 sacas por alqueire (58,6/hectare) – de sua fazenda<br />
em Maria Helena, nas imediações de Umuarama (PR), a um<br />
trabalho de construção de fertilidade do solo arenoso de quase<br />
duas décadas. No arenito caiuá, com seu tipo de solo e<br />
clima hostis à agricultura, as perdas em decorrência dos problemas<br />
climáticos foram severos, acima de 40% em média.<br />
Formighieri admite que as 142 sacas ficaram abaixo de suas<br />
expectativas, a considerar pelo desempenho obtido em anos<br />
mais favoráveis, mas os números estão muito acima dos alcançados<br />
neste ano pelos demais produtores de Umuarama<br />
e seu entorno.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
15
O produtor Vergílio Vendramin e o técnico da cooperativa, Márcio Buffalliere<br />
Mistura de sementes no pasto<br />
engorda o boi e o solo<br />
De olho na melhoria da qualidade dos pastos mantidos em<br />
sistema ILPF, a família Vendramin, de Paranavaí (PR),<br />
decidiu fazer neste ano uma experiência que é novidade<br />
na região: a mistura de várias sementes de capins em vez da opção<br />
única pela braquiária. Após colhida a soja, em março, eles semearam<br />
as pastagens, tendo a braquiária como carro-chefe, mas<br />
incluindo também milheto, feijão caupi, trigo mourisco, pé-de-<br />
-galinha gigante e outras espécies. Em maio, a pastagem estava<br />
formada e apesar do baixo volume de chuvas nos meses anteriores,<br />
a vegetação se desenvolveu bem.<br />
O proprietário Vergílio Vendramin divide a gestão da fazenda de<br />
300 hectares (dos quais 170 destinados à pecuária) com os filhos<br />
Victor e Vinícius, grupo do qual participa também o genro José, marido<br />
da filha Vergiane. Na pecuária, eles são assistidos pelo técnico<br />
agrícola Márcio Buffaliere, da unidade local da Cocamar.<br />
De acordo com Victor, a mistura é um aprimoramento da prática<br />
adotada no sistema ILPF, que preconiza a semeadura de braquiária<br />
para o estabelecimento dos pastos pós-colheita de soja,<br />
por sua fácil adaptação ao clima regional e os vários benefícios<br />
que proporciona. “Pensamos em não oferecer só um tipo de comida<br />
para o gado e levamos em conta, também, a constante busca<br />
pela sustentabilidade”, afirma.<br />
16 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Diversificar laranja com soja<br />
é bom negócio<br />
Tradicional produtor de laranja, em cujos pomares são visíveis<br />
a sanidade e a alta produtividade, Dercides Augusto Fumagalli,<br />
de Nova Esperança (PR), está entre os que investiram,<br />
nos últimos anos, na diversificação dos negócios. Ele mantém 8,5<br />
mil pés em franca produção no vizinho município de Atalaia. Ao<br />
mesmo tempo, cultiva 50 alqueires (121 hectares) com soja em<br />
Nova Esperança, onde, no inverno, utiliza parte das áreas para engordar<br />
gado em pastagem de capim braquiária e milheto.<br />
Fumagalli é orientado pela agrônoma Amanda Caroline Zito e a<br />
média dele, de 3 caixas de 40,8 quilos de laranja por planta é quase<br />
duas vezes a média nacional, de 1,8 caixa/planta, resultado, conforme<br />
explica, da correção do solo, adubação nas quantidades recomendadas<br />
e um bom controle fitossanitário a cada 15 dias. Outro<br />
detalhe: o nível de infestação de greening, a pior doença da citricultura,<br />
ainda sem tratamento, é considerado irrisório nas áreas do<br />
produtor. Ele mantém pessoal treinado para identificar e erradicar<br />
imediatamente as árvores doentes, fazendo um novo plantio no lugar.<br />
Para Fumagalli, o cultivo de laranja oferece mais segurança, pois<br />
a cultura está menos vulnerável ao clima do que a soja.<br />
Na safra 2018/19, muito prejudicada pelo clima, sua média foi<br />
de 90 sacas por alqueire (37,1 sacas/hectare), mas no ano anterior<br />
chegou a 125 sacas na média geral (51,6/hectare) com pico de<br />
140 (57,8/hectare) em um dos talhões. Na soja, ele é orientado<br />
pelo técnico Márcio Buffalliere, da Cocamar.<br />
Fumagalli: 8,5 mil<br />
pés em produção<br />
e projeto de<br />
expandir o pomar<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
17
Alta produtividade no areião<br />
Osolo arenoso, que seca rapidamente após a chuva, as altas<br />
temperaturas que produzem uma sensação térmica em<br />
níveis muito superiores aos números registrados pelos<br />
termômetros, e até mesmo a estiagem: nada disso impede a expansão<br />
da soja pelo noroeste do Paraná.<br />
Mas para vencer o desafio de produzir soja na areia é preciso recorrer<br />
a tecnologias e, nesse sentido, a Fazenda Santa Nice, em<br />
Amaporã, é uma vitrine. Em 200 hectares cultivados com soja,<br />
onde o teor de argila geralmente não passa de 10%, operam dois<br />
conjuntos de irrigação por pivô central. Ali, as médias de produtividade<br />
tem ficado acima de 150 sacas por alqueire (61,9/hectare).<br />
Para o coordenador de integração lavoura-pecuária-floresta<br />
(ILPF) na Cocamar, César Gesualdo, a Santa Nice é uma das fazendas<br />
modelo em sistemas integrados e, diferente do que alguns<br />
possam imaginar, contar com irrigação não significa ter a solução<br />
para todos os problemas.Ӄ preciso, antes de tudo, fazer um manejo<br />
de solo adequado para conseguir usar a irrigação como uma<br />
ferramenta complementar”, diz ele, explicando que a irrigação ajuda<br />
muito nesse processo ao potencializar a produtividade e dar mais<br />
segurança ao investimento, mas é indispensável pensar também<br />
em manejo de solo e nutrição da planta, permitindo que a soja tenha<br />
alto potencial produtivo.<br />
Após a colheita da soja, a área é destinada a pastagem, com o<br />
plantio de capim braquiária, alojando de três a quatro unidades animal<br />
(UA) por hectare e produzindo de 15 a 20 arrobas de carne/<br />
hectare durante o período de inverno.<br />
Marcelo Grisi, o<br />
coordenador de ILPF da<br />
Cocamar, César Gesualdo,<br />
e o pesquisador do<br />
Instituto Agronômico do<br />
Paraná (Iapar), Sérgio<br />
José Alves<br />
18 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
19
LUBRIFICANTES<br />
Texaco, parceira de mais<br />
de 30 anos da Cocamar<br />
Entre os apoiadores do Rally Cocamar<br />
de Produtividade, a Texaco<br />
Lubrificantes, marca líder no segmento,<br />
mantém uma parceria de mais de<br />
três décadas com a cooperativa que, em<br />
abril, completou 56 anos.<br />
Durante sete meses, de outubro de<br />
2018 a abril de <strong>2019</strong>, a equipe do Rally<br />
percorreu cerca de 9 mil quilômetros em<br />
todas as regiões de atuação da Cocamar,<br />
valorizando as boas práticas agrícolas<br />
adotadas pelos produtores cooperados e,<br />
ao mesmo tempo, fortalecendo entre eles<br />
a identificação e o respeito em relação às<br />
marcas apoiadoras.<br />
Ao falar em Texaco Lubrificantes, se faz<br />
referência a uma ampla linha de produtos<br />
que compreende desde óleos para motores<br />
a diesel, gasolina e maquinário agrícola, a<br />
óleos específicos para diferencial, câmbio e<br />
sistemas multifuncionais, óleos sintéticos<br />
e semi-sintéticos destinados a motores a<br />
gasolina, graxas para rolamentos e equipamentos<br />
que operam sob alta temperatura.<br />
CAMPEÃO<br />
O carro-chefe dessa vitrine, o Ursa Premium<br />
TDXSAE 15W40 é uma unanimidade<br />
entre os produtores pela sua qualidade<br />
e responde por mais de 60% dos<br />
negócios da Texaco com a Cocamar, sendo<br />
um produto que atende maquinários agrícolas<br />
e automotivos em geral.<br />
O relacionamento entre a Texaco, a<br />
Cocamar e seus cooperados fica por conta<br />
do consultor de negócios José Antonio<br />
Borges dos Santos, há 30 anos desenvolvendo<br />
esse trabalho, tempo em que construiu<br />
um sólido conceito. Em paralelo às<br />
José Antonio Santos, ao lado do Ursa, líder disparado em seu segmento: “Produtos Texaco<br />
atendem as mais rigorosas exigências de qualidade dos fabricantes de motores para<br />
máquinas agrícolas e caminhões em todo o mundo”<br />
suas atribuições comerciais, José Antonio,<br />
graduado em engenharia mecânica, é um<br />
requisitado especialista em lubrificação,<br />
responsável por ministrar treinamentos,<br />
cursos e palestras a produtores e colaboradores<br />
da cooperativa e ao mercado, além<br />
de prestar assistência direta. Ele observa<br />
que “os produtos Texaco atendem às mais<br />
rigorosas exigências de qualidade dos fabricantes<br />
de motores para máquinas e caminhões<br />
em todo o mundo”.<br />
Em 2017, fruto de uma junção entre<br />
a norte-americana Chevron e a brasileira<br />
Ipiranga, surgiu a Iconic (Integração do<br />
Conjunto Ipiranga-Chevron), dona da<br />
marca Texaco. Com a união de forças e<br />
experiências, o novo grupo amplia ainda<br />
mais a sua presença no próspero mercado<br />
brasileiro, cuja economia é liderada<br />
pelo agronegócio, oferecendo as mais<br />
avançadas tecnologias e soluções sustentáveis<br />
em lubrificantes.<br />
20 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
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REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />
21<br />
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Safratec compartilha<br />
conhecimentos e tecnologias<br />
Visão do Safratec, uma das mais importantes vitrines tecnológicas do Paraná<br />
Um show de tecnologias, com muita inovação. Assim foi<br />
a 29ª edição do Safratec, promovido pela Cocamar nos<br />
dias 23 e 24 de janeiro na sua Unidade de Difusão de<br />
Tecnologias (UDT) em Floresta, região de Maringá. Com a participação<br />
de mais de 100 empresas parceiras, que instalaram seus estandes<br />
e experimentos, e várias instituições de pesquisa, o evento<br />
recebeu cerca de 6 mil produtores visitantes.<br />
Tendo como foco o aumento da produtividade das lavouras, o<br />
Safratec apresentou, entre seus principais destaques, oito estações<br />
técnicas, exposição e dinâmica de máquinas agrícolas John Deere,<br />
comparativos do desempenho de cultivares de soja e híbridos de<br />
milho, palestras com pesquisadores e área comercial, onde os visitantes<br />
foram atendidos por uma série de empresas, desde concessionárias<br />
de veículos a fornecedores de produtos e serviços.<br />
22 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Em Tamarana,<br />
família Barbosa<br />
se destaca por<br />
suas médias<br />
Arrendatários só têm uma<br />
opção, a alta produtividade<br />
Sem poder contar com plano B, só resta ao arrendatário de<br />
terras recorrer às melhores tecnologias e dentro do maior<br />
profissionalismo possível, para trabalhar com mais segurança<br />
e ter resultados. Além de ficar sujeito às intempéries, como<br />
qualquer outro, ele se vê à frente de um custo bem mais alto em<br />
comparação aos que cultivam as próprias terras.<br />
Em Tamarana, município da região de Londrina, o Rally visitou<br />
a família do produtor Edson Braz Barbosa, que cultiva<br />
205 alqueires (496 hectares) em companhia dos filhos Elder e<br />
Emerson. Aos 63 anos, Edson tem uma história de superação e<br />
conquistas: sempre trabalho na lavoura com o pai e, em 1975,<br />
comprou o primeiro lote, sendo um dos primeiros a semear soja<br />
no município. “À área era muito pequena e o serviço todo manual”,<br />
lembra Barbosa. Com o tempo, vendo que a cultura estava<br />
de consolidando no norte do Paraná, o produtor investiu<br />
na compra de maquinários, foi adquirindo mais terras e também<br />
passou a arrendar de outros proprietários. Atualmente, os Barbosa<br />
são considerados uma referência em boas práticas, gestão do<br />
negócio e produtividade. Na média dos últimos cinco anos, eles<br />
colheram 160 sacas por alqueire (66,1/hectare), mas na safra<br />
2017/18, alcançaram o seu recorde: 173 sacas de média por<br />
alqueire (71,4/hectare), o que demonstra a preocupação em incorporar<br />
novos conhecimentos, tecnologias e evoluir.<br />
A evolução é determinante para sobreviver, pois os custos não<br />
dão trégua. Edson projeta o custo básico de produção ao redor<br />
de 60 sacas por alqueire (24,7/hectare) e mais umas 25 sacas/<br />
alqueire (10,3/hectare) com outras despesas diretas. A esse<br />
montante se junta, ainda, o arrendamento, de 45 sacas/alqueire<br />
(18,5/hectare). Ou seja, para os Barbosa, a safra já começa custando<br />
130 sacas/alqueire (53,7/hectare).<br />
Para se ter uma ideia do desafio, esse volume de custo assumido<br />
pelo arrendatário representa praticamente a média de produtividade<br />
dos últimos cinco anos pelos produtores ligados à Cocamar, nas<br />
regiões norte e noroeste do Paraná.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
23
Rotação ajuda o<br />
produtor no controle<br />
do nematoide<br />
A luta para um<br />
crescimento<br />
constante<br />
Aos 37 anos, Marcelo Jesus Mossatto, o irmão Marco Antonio, 49, e o<br />
pai Antônio, de 73, arrendam 157 alqueires (379,9 hectares) em Ourizona<br />
(PR) e outra grande área no Mato Grosso do Sul. Deles, mesmo,<br />
são só 15 alqueires (36,3 hectares).<br />
A exemplo dos Barbosa, o recorde deles também foi na safra 2017/18,<br />
quando chegaram a 167 sacas por alqueire (69/hectare). Em seis anos, segundo<br />
Mossatto, a média saiu de 127 sacas/alqueire (52,4/hectare) para<br />
aquele patamar, um avanço significativo, que ele credita à escolha de boas<br />
sementes, a adubação bem feita e o uso de produtos de ponta.<br />
Para o produtor, que faz consórcio milho e braquiária no inverno, um dos<br />
desafios que enfrenta nas terras em Ourizona é a ocorrência de nematoide, o<br />
verme do solo que ataca as raízes das plantas. “Com rotação, estamos conseguindo<br />
diminuir esse problema”, diz o produtor, que usa milheto, aveia e deve<br />
entrar também com crotalária. Ele faz tratamento de sementes e prefere não<br />
utilizar sementes não-tolerantes ao nematoide, pois seu foco é a busca pelo<br />
aumento da produtividade.<br />
24 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
O produtor Carlos e<br />
o filho: soja cultivada<br />
em sucessão com a<br />
braquiária se torna<br />
mais produtiva<br />
<strong>Boas</strong> práticas<br />
fazem a diferença<br />
Aestiagem que castigou as lavouras<br />
de soja no Paraná, causando<br />
perdas em praticamente todas<br />
as regiões produtoras, demonstrou também<br />
o quanto são visíveis os efeitos do<br />
bom manejo do solo e da adoção de práticas<br />
para a retenção de umidade, como<br />
o cultivo de braquiária no período de outono/inverno.<br />
Em Jaguapitã (PR), o solo na propriedade<br />
do família do cooperado Agostinho<br />
Reis Gomes é bastante arenoso, mas<br />
com a adoção há mais de dez anos do<br />
programa de integração lavoura-pecuária<br />
(ILP), a situação do mesmo é bem melhor<br />
em comparação a outros que apresentam<br />
a mesma característica, mas não<br />
adotam a ILP.<br />
O cultivo da braquiária, logo após o<br />
cultivo da soja, tem três objetivos. O<br />
primeiro, assegurar pasto de qualidade<br />
no inverno; o segundo, dar continuidade<br />
aos efeitos positivos trazidos por esse<br />
capim, que desenvolve enraizamento<br />
agressivo e profundo; e, terceiro, com a<br />
palhada da braquiária, fazer a proteção<br />
do solo durante o verão, além de reter<br />
umidade por mais tempo.<br />
Conduzindo com o pai o programa de<br />
ILP, Carlos Augusto ressalta que esse sistema<br />
é bastante vantajoso. Com pasto<br />
em quantidade e qualidade no inverno,<br />
a lotação média é de 8,3 cabeças por alqueire<br />
(3,4 cabeças/hectare). Só para<br />
efeito comparativo, a média nos pastos<br />
degradados da região é de apenas 1 carcaça<br />
animal por hectare.<br />
“Antes de a gente fazer integração, o<br />
pasto não dava conta, principalmente<br />
no inverno”, lembra Carlos. Hoje o desafio<br />
está superado e com uma vantagem<br />
adicional: “a reforma dos pastos é feita<br />
de graça pelo cultivo de soja, que repõe<br />
nutrientes, mediante análise, por meio da<br />
correção e da adubação. E tem mais: a soja<br />
cultivada em sucessão com a braquiária se<br />
torna, naturalmente, mais produtiva.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
25
Palhada ajuda a<br />
reter a umidade<br />
e diminui a<br />
temperatura<br />
Sob braquiária,<br />
o solo fica mais<br />
protegido<br />
Oengenheiro agrônomo Luiz Tadeu Jordão, que faz consultoria<br />
técnica em solos para a Cocamar e acompanhou o Rally<br />
em algumas oportunidades, constatou que a cobertura de<br />
braquiária reduz em 40% a temperatura da superfície, em lavoura de<br />
soja. Passando no final de dezembro, em um dia nublado, pelo Vale<br />
do Paranapanema, no Estado de São Paulo, ele utilizou termômetro<br />
digital para identificar o percentual de redução de temperatura. Fez<br />
isso exatamente às 18h10m, horário em que o solo bem protegido<br />
com braquiária apresentava uma temperatura de 32,9ºC, enquanto<br />
no solo a descoberto o termômetro registrou 45,5ºC.<br />
A palhada protegeu o solo da incidência direta da radiação solar,<br />
possibilitando preservar a umidade e manter menor a temperatura<br />
no solo.Segundo Jordão, o papel das plantas de cobertura<br />
vai muito além da produção de palhada na superfície do solo.<br />
“Água é o fator mais limitante à produtividade de uma lavoura<br />
e, nesse contexto, manter a umidade do solo garante, sobretudo,<br />
risco menor à atividade agrícola.”<br />
Em solo<br />
descoberto,<br />
temperatura do<br />
solo apresentou 10<br />
ou até 15 graus de<br />
diferença<br />
26 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Gomes utilizou os dados da análise na adubação na safra 2018/19<br />
Plataforma digital ajuda<br />
na gestão da fertilidade<br />
Formada por profissionais de engenharia<br />
agronômica, a cooperativa<br />
Unicampo, apoiadora do Rally Cocamar,<br />
lançou na safra de soja 2018/19 o<br />
módulo fertilidade do solo, uma ferramenta<br />
de uso de seus profissionais cooperados<br />
que operam a plataforma UniSolo. Por<br />
meio dela é possível fazer a gestão da fertilidade<br />
do solo, empregando uma tecnologia<br />
científica validada pela Universidade<br />
Estadual de Maringá (UEM), parceira no<br />
desenvolvimento da metodologia, cujos<br />
princípios básicos são: ser acessível, trazer<br />
rentabilidade, e ser de fácil interpretação e<br />
aplicação na propriedade.<br />
Inicialmente, a plataforma é alimentada<br />
com todos os dados da propriedade, numa<br />
conversa entre o engenheiro agrônomo<br />
da Unicampo e o produtor rural. Segundo<br />
o engenheiro agrônomo Heri Luiz Gibin<br />
(que atua junto à unidade da Cocamar<br />
em Sabáudia, Arapongas e Pitangueiras<br />
e participou de todas as etapas de desenvolvimento<br />
da ferramenta), essa conversa<br />
é indispensável para a criação de zonas<br />
de manejo, pois ninguém melhor do que<br />
o produtor para saber quais áreas de suas<br />
propriedades apresentam problemas. A<br />
propriedade é subdividida em zonas de manejo,<br />
nas quais os profissionais da Unicampo<br />
vão efetuar as coletas de amostras de<br />
solo, seguindo padrões técnicos, para análises<br />
física e química em laboratório. Com<br />
base nos resultados das análises, o produtor<br />
faz a correção das zonas de manejo, individualizadas,<br />
considerando o tipo de cultura a<br />
ser implantada. Tudo demonstrado no relatório<br />
entregue ao produtor e com o devido<br />
acompanhamento técnico.<br />
Em Assaí, o Rally esteve na propriedade<br />
de Guilherme Gomes, que é assistido pelo<br />
engenheiro agrônomo Fernando Egas, da<br />
Unicampo. A exemplo do colega Heri Luiz<br />
Gibim, de Sabáudia, Egas também participou<br />
desde o início do desenvolvimento<br />
da ferramenta e a testou junto a produtores<br />
locais. O produtor Guilherme Gomes<br />
disse que utilizou os dados da análise<br />
na adubação da safra de soja 2018/19.<br />
Com seu aparelho celular, ele acessou as<br />
informações sobre as zonas de manejo da<br />
propriedade, constatando serem fáceis o<br />
manuseio e a compreensão. “É algo que,<br />
com certeza, vem ajudar muito o produtor”,<br />
frisa. Para Fernando Egas, outro<br />
ponto importante é que, a partir de agora,<br />
começa a ser feito um histórico dos solos<br />
da propriedade, com a realização de novas<br />
amostragens e medidas de correção e<br />
adubação. “Ao seguir as recomendações<br />
baseadas nessas análises, o produtor dá<br />
um passo importante no seu esforço para<br />
ampliar a produtividade.”<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
27
Escola é fonte<br />
de motivação<br />
para os alunos<br />
Filhos de produtores se<br />
preparam para empreender<br />
Estudantes de 14 a 18 anos, em grande parte filhos de produtores associados da<br />
Cocamar, estão empenhados no desenvolvimento de soluções inovadoras que<br />
melhoram o dia a dia das pessoas e do setor rural. Eles são alunos de uma escola<br />
técnica de Assaí, a 70km de Londrina (PR), onde criam aplicativos para uso na agricultura,<br />
testam sofisticados sistemas de facilitam o ambiente doméstico e, entre vários outros<br />
projetos que chamam a atenção, apresentam uma cadeira de rodas, uma elevador e uma<br />
rede de iluminação caseira. Tudo acionado por controle de voz. A unidade, o Centro<br />
Estadual de Educação Profissional Maria Lydia Cescato Bomtempo (Cepp), inaugurado<br />
em 2015, faz parte de um conjunto de 11 centros similares entregues desde 2011, que<br />
oferecem cursos gratuitos focados nas aptidões de cada região. No caso de Assaí, cuja<br />
economia é basicamente agrícola, os cursos, mantidos nas áreas de Agronegócio, Eletroeletrônica,<br />
Edificação e Mecânica, estão fazendo com que os filhos de produtores não<br />
apenas tenham acesso a conhecimentos e tecnologias para ajudar os pais na gestão da<br />
propriedade, como os motivam a empreender.<br />
28 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
A produtora encontrou<br />
na cooperativa e nos<br />
funcionários o respaldo<br />
que precisava para dar<br />
continuidade aos trabalhos<br />
Produtora jovem já é<br />
referência em sua região<br />
Graduada em farmácia, Flávia Giansante é a única<br />
mulher a gerir uma propriedade rural em Primeiro de<br />
Maio (PR), onde produz soja e milho. Superadas as<br />
dificuldades no início, após a perda do pai e do irmão, Flávia<br />
encontrou em seus funcionários o respaldo que precisava para<br />
a execução dos serviços. Ao mesmo tempo, a Cocamar prontificou-se<br />
a prestar-lhe toda a orientação técnica para conduzir<br />
os negócios. E, em casa, ela tem o apoio da mãe, Maria<br />
Madalena, que acompanha tudo e participa das decisões.<br />
Já com um histórico de seis safras de milho e quatro de<br />
soja, Flávia vai se saindo bem e o peso da responsabilidade<br />
sobre os seus ombros, parece estar mais leve. Ela fala com<br />
desenvoltura sobre a atividade e diz estar sendo gratificante<br />
enfrentar o desafio de ser uma produtora. Quando ela assumiu,<br />
produtores mais tradicionais chegaram a não acreditar<br />
no seu sucesso, pelo fato de ser uma mulher muito jovem<br />
e sem vivência na atividade, ainda mais quando, fugindo ao<br />
padrão regional, se propôs a investir em modernas tecnologias<br />
de produção. Flávia enfrentou preconceitos, não se<br />
deixou abater e a resposta é que ela já é, atualmente, uma<br />
referência regional pelos resultados que tem obtido e por<br />
adotar práticas sustentáveis. “Alguns produtores ficam incomodados<br />
ao saberem que estou produzindo mais do que<br />
eles”, observa.<br />
Avançando em produtividade nos últimos anos e ficando<br />
acima da média regional de 120 sacas de soja por alqueire<br />
(49,5/hectare), Flávia trabalha com a meta de atingir, em<br />
breve, 180 sacas de média geral, o equivalente a 73,4 sacas/hectare.<br />
Para isso, ela mantém viva a chama empreendedora<br />
do pai Sernai, um inovador em sua região.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
29
Baíse: produção foi 20% superior na área irrigada em comparação ao sequeiro<br />
Irrigação garante a soja e<br />
dispara a produtividade do milho<br />
A<br />
irrigação com pivô central se espalhou pela região norte<br />
do Paraná e, como diz o produtor de grãos Samuel Baíse,<br />
de Florestópolis, é como “uma espingarda engatilhada”,<br />
pronta para agir se faltar chuva. O que Samuel quis dizer é que, ao<br />
contar com irrigação, o produtor trabalha mais confiante e sem<br />
depender tanto de São Pedro. Com a garantia de umidade, ele<br />
pode planejar a época de semeadura e, havendo um veranico durante<br />
o ciclo, é só acionar a “chuva”.<br />
Se de um lado a irrigação incrementa a produtividade da soja<br />
entre 10 e 15%, de outro faz disparar as médias do milho de<br />
inverno. Dos 450 alqueires cultivados pela família, 150 são irrigados<br />
por 5 pivôs, que começaram a ser instalados em 2003.<br />
De acordo com o filho Leandro, o Léo, que é técnico agrícola,<br />
na safra 2018/19, marcada por um clima atípico, com estiagem<br />
e altas temperaturas, a soja irrigada apresentou uma média<br />
de 120 sacas por alqueire (49,5 sacas/hectare), ao passo que<br />
a de sequeiro ficou em 100 sacas/alqueire (41,3/hectare).<br />
“Piores do que a falta de chuva foram o sol forte e o intenso<br />
calor”, pontua. No milho, a diferença de produtividade de uma<br />
lavoura irrigada para a de sequeiro, ao longo dos anos, tem sido<br />
considerável. Para uma média regional de 220 sacas por alqueire<br />
(90,9 sacas/hectare), os Baíse geralmente colhem de 350<br />
a 400 sacas por alqueire (144,6 a 165,2 sacas/hectare); “O<br />
milho responde muito bem”, afirma Léo, que cuida da produção<br />
ao lado do pai e do irmão Paulo, enquanto a irmã Luciana se<br />
encarrega da área administrativa.<br />
30 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Apucarana surpreende<br />
pela alta produtividade<br />
Em uma safra marcada por<br />
problemas climáticos que reduziram<br />
sensivelmente a produtividade<br />
de soja em quase todas<br />
as regiões do Paraná, o município de<br />
Apucarana viveu uma realidade diferente<br />
e produtores registraram médias<br />
comparáveis a de um ano normal. Um<br />
deles, Elton Gessner, concluiu o ciclo<br />
com a marca de 150 a 160 sacas por<br />
alqueire (61,9 a 66,1/hectare). Já<br />
o produtor Antonio Rechi conseguiu<br />
160 sacas (66,1/hectare). No município,<br />
a média geral de produtividade,<br />
normalmente, é de 120 sacas por alqueire<br />
(49,5/hectare).<br />
Os Suguiura tiveram<br />
média comparável a<br />
de um ano normal<br />
AUMENTAR SEMPRE<br />
Um dos destaques deste ano em Apucarana<br />
foi o casal Tiezo e Keiko Suguiura,<br />
que cultiva 250 alqueires (605<br />
hectares) no município. A cada ano os<br />
Suguiura investem em tecnologias para<br />
ampliar cada vez mais as suas médias e,<br />
neste ciclo, tinham como meta alcançar<br />
o patamar de 200 sacas por alqueire<br />
(82,6/hectare). Dona Keiko diz cuidar<br />
da lavoura “como um bebezinho”,<br />
não deixando faltar nenhum cuidado às<br />
plantas: como resultado, elas exibiam<br />
vagens bem formadas de alto a baixo<br />
e com grãos de qualidade. A média deles<br />
variou entre 170 e 180 sacas por<br />
alqueire (70,2 a 74,3 sacas/hectare).<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
31
Kojima: “cooperativa trabalha com mais transparência”<br />
Produzir sementes exige<br />
cuidados, mas é um bom negócio<br />
São Sebastião da Amoreira (PR) é importante região produtora de sementes de<br />
soja e trigo. Ali, a Cocamar possui, desde o final de 2017, uma Unidade de Beneficiamento<br />
de Sementes (UBS). De acordo com a cooperativa, o município e<br />
adjacências compreendem cerca de 40 mil hectares de lavouras de soja, das quais 9%<br />
destinados a campos de sementes.<br />
O produtor Nélson Kojima, do vizinho município de São Jerônimo da Serra, está há dez<br />
anos na atividade. Segundo ele, produzir o insumo exige uma série de cuidados em comparação<br />
a uma lavoura comum. Um deles é a maior atenção aos tratos culturais, para um<br />
adequado controle de pragas e doenças. A total segregação das cultivares, para assegurar<br />
a rastreabilidade, e a necessidade de que as máquinas e equipamentos sejam mantidos<br />
limpos, para evitar contaminações, são outras exigências.<br />
BOM NEGÓCIO<br />
Kojima diz ter ficado feliz com a entrada da Cocamar na produção de sementes. “Para<br />
nós, produtores, ficou muito bom, porque a cooperativa trabalha com mais transparência”,<br />
observa. Ele explica que ao produzir sementes, consegue agregar valor à produção<br />
de soja. Para isso, recebe uma bonificação de 10% sobre o preço do mercado, mais o<br />
frete com o transporte do produto da propriedade para a UBS. E deu um exemplo: só<br />
com o bônus, é como se a cada mil sacas de sementes produzidas, colhesse mais 100.<br />
Por outro lado, os custos que ele tem a mais acabam diluídos, pois o maior controle sobre<br />
pragas e doenças vai representar aumento na produtividade da lavoura.<br />
Garantir a alta<br />
qualidade da<br />
semente<br />
A Unidade de Beneficiamento<br />
de Sementes (UBS) da<br />
Cocamar está licenciada para<br />
a produção de sementes<br />
de soja das empresas Basf,<br />
Brasmax, Monsoy e TMG.<br />
A soja que vai para o campo<br />
necessita de boa genética,<br />
bem como de qualidade<br />
física, fisiológica e sanitária<br />
para resultar em uma lavoura<br />
produtiva. Por isso, o grão<br />
passa por um criterioso<br />
caminho cercado de cuidados<br />
técnicos, e de profissionais<br />
treinados e experientes. Cada<br />
semente é quase um chip,<br />
que vai chegar ao produtor<br />
com a qualidade necessária<br />
para desenvolver uma boa<br />
lavoura.<br />
32 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Construção de lavouras de alta<br />
produtividade e rentabilidade<br />
A propriedade da família Ferreira, em Palmital, sedia uma das unidades do projeto<br />
ACocamar está implementando um processo de construção<br />
de lavouras de alta produtividade e rentabilidade, em áreas<br />
de produtores localizadas em municípios do Paraná, São<br />
Paulo e Mato Grosso do Sul. O termo construção é adequado, pois<br />
se trata de um trabalho amplo e de longo prazo, que vai abranger<br />
diversos pontos voltados àquele objetivo. Profissionais da equipe<br />
técnica da cooperativa conduziram o especialista Luiz Tadeu Jordão,<br />
para apresentar o projeto aos produtores, que inclui desde o levantamento<br />
do perfil do solo, ao manejo, nutrição e fisiologia das plantas,<br />
genética, plantabilidade e proteção de cultivos, com a geração de<br />
análises agroclimáticas e agroeconômicas. O gerente executivo técnico<br />
Renato Watanabe explica que a iniciativa tem a duração de três<br />
anos, com acompanhamento permanente dessas áreas, utilizadas<br />
como unidades demonstrativas para disseminação das tecnologias<br />
aos produtores das regiões. Segundo Jordão, o primeiro passo foi a<br />
coleta do solo com até 1 metro de profundidade, para levantamento<br />
e diagnóstico do perfil. Serão sempre quatro visitas durante a safra<br />
de soja e uma no inverno e a realização de um dia de campo com<br />
produtores da região. Em Palmital (SP), o trabalho começou a ser<br />
implantado na propriedade da família Ferreira, onde estão na lida o<br />
seu José, o filho Claudinei e os sobrinhos dele, Ednaldo e Éder. No<br />
total, a família detém 262 alqueires (634 hectares).<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
33
‘Mudou a minha vida’, diz<br />
cooperado de Cruzália<br />
Morador em Pedrinhas Paulista, o cooperado e produtor<br />
de soja Henrique Franz é de tradicional família italiana.<br />
Seu pai, Sérgio, que era enfermeiro e depois se<br />
estabeleceu no ramo farmacêutico, está entre os imigrantes italianos<br />
que fundaram o município em 1952, poucos anos depois<br />
de terminada a Primeira Guerra Mundial. Formado em economia,<br />
Henrique Franz, o Kiko, foi bancário durante muito tempo. A certa<br />
altura, resolveu trocar a carreira pelo sonho de cultivar a terra<br />
“e se sentir mais livre” – o que incluiu comprar uma motocicleta<br />
e viajar pelo país. Kiko produz soja desde 1990 e conta que já há<br />
tempos não estava satisfeito com o desempenho da lavoura, que<br />
apresentava baixo patamar de produtividade.<br />
Essa realidade começou a mudar em 2016 com a chegada da<br />
Cocamar ao vizinho município de Cruzália, onde se instalou em<br />
uma estrutura para receber grãos, comercializar insumos e prestar<br />
orientação técnica aos produtores. Naquele mesmo ano, Kiko<br />
passou a ser assistido pela engenheira agrônoma da Cocamar,<br />
Letícia Ferreira. Já no primeiro ano sob a orientação técnica da<br />
cooperativa, a média do produtor foi de 135 sacas por alqueire<br />
(55,7/hectare), um número apreciável para quem, até então,<br />
havia conseguido o máximo de 116 sacas/alqueire (47,9 sacas/hectare).<br />
No segundo, atendendo a recomendação de utilizar<br />
tecnologias mais modernas e introduzir o cultivo da braquiária<br />
no inverno, Kiko colheu nada menos que 147 sacas de média por<br />
alqueire (60,7 sacas/hectare).<br />
“A Cocamar mudou a minha vida na agricultura, hoje a<br />
minha soja é outra”, afirma o produtor, lembrando que antes<br />
a lavoura não se desenvolvia conforme o esperado e havia<br />
muitos problemas com ervas daninhas. “A Cocamar trouxe<br />
o diferencial da braquiária e do manejo adequado do solo”,<br />
acrescenta Kiko, dizendo ainda que a cooperativa chegou à<br />
sua região não apenas para vender produtos, mas para “quebrar<br />
paradigmas” e também, conforme suas palavras, para que<br />
“ela e o cooperado cresçam juntos”.<br />
Franz com as<br />
agrônomas Letícia<br />
Ferreira e (Cocamar<br />
e Tassiane Anghinoni<br />
(Spraytec)<br />
34 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Almeida constatou que onde havia soja, o pasto se restabelece e alimenta um número maior de animais<br />
Soja em ILP melhora a<br />
pecuária em Santo Anastácio<br />
A<br />
exemplo do que acontece em grande parte do Pontal do<br />
Paranapanema, os solos de Santo Anastácio, no entorno<br />
de Presidente Prudente, são arenosos, com baixo teor de<br />
argila. Isso fez com que, nas últimas décadas, a pecuária de corte<br />
tomasse conta da região. E, como se vê em todo lugar, com o<br />
passar dos anos as pastagens foram se degradando e reduzindo o<br />
retorno econômico para os pecuaristas. Se para alguns esta situação<br />
é o fim da linha, para outros é oportunidade.<br />
Em Santo Anastácio, o produtor Marco Antonio de Almeida, o<br />
Marquinhos, aproveitou a presença da Cocamar em Presidente<br />
Prudente para desenvolver em parte de suas terras o programa<br />
de integração lavoura-pecuária (ILP). Marquinhos conta que, no<br />
começo, passou a fazer a reforma de pastos com soja e só nos últimos<br />
três anos, sob a orientação técnica da cooperativa, investiu<br />
na integração. Ele ficou animado com a ILP depois que constatar<br />
que em pasto onde havia soja, conseguia alimentar um número<br />
maior de animais. “Onde não cabiam mais do que três cabeças,<br />
agora dá para colocar 10 cabeças por alqueire (4,1 por hectare)”,<br />
afirma o produtor.<br />
E não tem segredo: Marquinhos foi orientado a cultivar pastagem<br />
de braquiária no inverno, algo que ele conhece muito<br />
bem, pois é produtor de sementes desse capim. Com um pasto<br />
bem formado de braquiária, os animais têm alimento de sobra<br />
e ganham peso justamente no período mais crítico do inverno,<br />
de abril a agosto, quando os pastos tradicionais escasseiam por<br />
causa do clima frio. Cada animal entra com dez arrobas de peso<br />
(150 quilos) e, quatro meses depois, sai pesando 13 arrobas em<br />
média (195 quilos). “Conduzida com técnicas modernas e tendo<br />
produtividade, a pecuária é um bom negócio”, afirma o produtor<br />
de Santo Anastácio.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
35
PESQUISA<br />
Metade dos produtores tem<br />
convicção de que tecnologias<br />
‘melhoram a produtividade’<br />
A participação/interação da família na condução e administração da propriedade foi mencionada<br />
por 15,9% dos entrevistados, enquanto que para 32,5% isto não acontece<br />
Uma pesquisa de Satisfação e Hábitos<br />
do Cooperado foi realizada<br />
pela Cocamar no final de 2018,<br />
com a finalidade de avaliar atendimento, estruturas<br />
físicas, serviços prestados e outros<br />
itens. Um questionário com 35 perguntas<br />
foi respondido com a participação de 728<br />
cooperados de 74 unidades operacionais,<br />
distribuídas por todas as regiões de atuação<br />
da cooperativa.<br />
Quanto ao uso de tecnologias, 49%<br />
declararam buscar sempre novidades para<br />
aplicar em suas lavouras, “pois ela melhora<br />
consideravelmente a minha produtividade”,<br />
25,2% optaram pela resposta “até utilizo<br />
algumas novas tecnologias, mas preciso<br />
entender se realmente funciona antes”,<br />
12,3% afirmaram dar preferência “a métodos<br />
tradicionais para o desenvolvimento<br />
da lavoura, mas cogito alguma hora utilizar<br />
tecnologias diferentes” e 10% disseram<br />
“utilizar tecnologias específicas, para facilitar<br />
alguns processos”.<br />
A participação/interação da família na<br />
condução e administração da propriedade foi<br />
mencionada por 15,9% dos entrevistados,<br />
enquanto que para 32,5% isto não acontece.<br />
Para 77,2% deles, realizações como o<br />
Safratec são importantes para a sua atividade<br />
e 95,6% disseram o mesmo em relação<br />
a dias de campo e palestras técnicas promovidos<br />
em suas unidades.<br />
A agricultura de precisão é conhecida<br />
parcialmente por 53,5% deles, enquanto<br />
24,4% declararam ter familiaridade com o<br />
assunto e 21,9% disseram desconhecê-la.<br />
Já 69,9% demonstraram interesse caso a<br />
cooperativa venha a oferecer uma assistência<br />
técnica personalizada. C<br />
Em relação à compra de insumos, 61,9%<br />
afirmaram adquirir mais de 75% dos produtos<br />
na cooperativa e outros 17,3% acima<br />
de 50%. Quanto a entrega da produção,<br />
62,9% o fazem acima de 75% na Cocamar,<br />
enquanto outros 15,9% mais de 50%.<br />
Um total de 64% declararam perceber a<br />
diferença entre a atuação da Cocamar e outras<br />
organizações do mercado, ao passo que<br />
78% disseram perceber que as melhorias<br />
operacionais contribuem para a agilidade e<br />
o bom serviço de sua unidade.<br />
Quanto aos meios de comunicação, 38%<br />
assinalaram preferir o contato pessoal para<br />
receber informações, 36% o aplicativo<br />
WhatsApp, 20% o contato telefônico e<br />
5,5% outros.<br />
Entre os entrevistados, 62% detinham<br />
até 60 alqueires (145,2 hectares) e 63%<br />
apresentavam faixa etária superior a 51<br />
anos, sendo 97% do gênero masculino. Do<br />
total, 70% declararam ter de 2 a 4 filhos e a<br />
maioria, 76%, cursou o ensino fundamental<br />
ou médio, com 17% tendo completado o<br />
ensino superior e 5% a pós-graduação.<br />
Eram proprietários 40,1% deles e outros<br />
41,9% disseram ser proprietários e<br />
também arrendatários, fazendo, em ambos<br />
os casos, a gestão da propriedade de<br />
perto; outros 5,49% de proprietários declararam<br />
delegar a gestão das atividades<br />
a pessoas de sua confiança e 8,3% eram<br />
apenas arrendatários.<br />
36 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
49%<br />
declararam buscar sempre<br />
novidades em tecnologias para<br />
aplicar em suas lavouras<br />
15,9%<br />
dos entrevistados contam com<br />
a participação da família na<br />
condução e administração da propriedade<br />
95,6%<br />
disseram que dias de campo e palestras técnicas<br />
promovidas nas unidades são importantes<br />
para o seu desenvolvimento<br />
53,3%<br />
afirmaram conhecer<br />
parcialmente a<br />
agricultura de precisão<br />
61,9%<br />
adquirem mais de 75%<br />
dos produtos na cooperativa<br />
e outros 77,3% acima de 50%<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
37
Cocamar entre as maiores<br />
fornecedoras de óleo diesel do Paraná<br />
38 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
A<br />
Cocamar começou a operar em 2010 com a comercialização<br />
de óleo diesel pelo sistema TRR (transportador-revendedor-retalhista)<br />
e, já em 2017, figurou<br />
entre as maiores fornecedoras desse combustível no<br />
Paraná. A previsão é superar 35 milhões de litros neste ano,<br />
distribuídos por uma frota de 14 caminhões a milhares de<br />
propriedades rurais localizadas em regiões de atuação da<br />
cooperativa nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e<br />
São Paulo. Foram 32 milhões de litros em 2018, mantendo<br />
assim uma escalada que, nos últimos cinco anos, registrou<br />
avanço de 70%.<br />
SEGURANÇA<br />
A ampliação do volume tem impulsionado, ao mesmo tempo,<br />
a expansão da frota, formada por veículos novos, aferidos<br />
e certificados, conforme assinala o gerente comercial<br />
de Postos e TRR, Cleverton Ruffo. “Temos mais de 15 mil<br />
entregas previstas neste ano”, ilustra o gerente, lembrando<br />
que em 2018 o número foi de 13 mil. Ele chama atenção<br />
para o fato de a equipe de motoristas ser especialmente<br />
preparada para esse tipo de transporte, com índice zero<br />
de acidentes. Quanto ao combustível, “o cooperado tem a<br />
segurança de receber um produto de qualidade e na quantidade<br />
exata”.<br />
A Cocamar adquire óleo diesel de empresas idôneas, mas<br />
para certificar-se da qualidade do mesmo, realiza análises<br />
laboratoriais antes de comercializá-lo. Ao mesmo tempo,<br />
as bombas nos caminhões são aferidas periodicamente.<br />
As vendas são feitas a partir de lotes de 1 mil litros, com<br />
os produtores estocando temporariamente nas propriedades,<br />
para suprir suas demandas.<br />
QUALIDADE<br />
O gerente de Negócio Insumos da cooperativa, Geraldo<br />
Amarildo Ganaza, lembra que quando a Cocamar decidiu<br />
ingressar no fornecimento de óleo diesel aos seus associados,<br />
atendeu a uma reivindicação deles próprios, pois<br />
se ouvia muitas reclamações quanto a falta de qualidade<br />
do combustível encontrado no mercado: invariavelmente,<br />
provocava problemas nas bombas injetoras e nos bicos do<br />
motor. Havia queixas, também, em relação às quantidades<br />
entregues pelas empresas, nem sempre respeitadas.<br />
“O óleo diesel é um insumo essencial para a atividade<br />
agrícola e o objetivo da Cocamar é oferecer aos cooperados<br />
um combustível com garantia de qualidade e procedência”,<br />
afirma.<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
39
Conselhos de Administração, Fiscal e Consultivo da Cocamar prestam reconhecimento às empresas patrocinadoras do Rally<br />
Conselheiros homenageiam<br />
patrocinadores do Rally<br />
Durante reunião dos Conselhos de Administração, Fiscal<br />
e Consultivo, a Cocamar promoveu no final da manhã<br />
de 24 de abril, com solenidade e almoço na Associação<br />
Cocamar, em Maringá, o encerramento oficial do Rally Cocamar<br />
de Produtividade. Estavam presentes, também, representantes das<br />
empresas parceiras na realização.<br />
MOTIVADOR<br />
Ao fazer sua saudação, o presidente da Cocamar, Divanir Higino,<br />
agradeceu aos parceiros por ajudarem a viabilizar um projeto<br />
inovador de comunicação e relacionamento com os cooperados,<br />
que já acontece pelo quarto ano consecutivo e tem ampla repercussão.<br />
“O Rally nos traz experiências motivadoras de produtores<br />
que aplicam tecnologias e se sobressaem em suas regiões, é um<br />
projeto que esperamos seja duradouro”, disse Higino, comentando<br />
também que o Rally é um atrativo para jovens produtores compreenderem<br />
o nível tecnológico com que podem trabalhar na propriedade<br />
da família.<br />
Cada representante de empresa patrocinadora foi chamado ao<br />
palco para receber um quadro com um agradecimento da diretoria<br />
da Cocamar. Presente no encerramento, o superintendente do Sistema<br />
Ocepar, Robson Maffioletti, parabenizou os realizadores pelo<br />
sucesso da iniciativa. “Resido em Curitiba e acompanho todos os<br />
domingos, pela TV, as reportagens do Rally”, disse.<br />
40 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Em nome da Cocamar TRR, o gerente de Negócios Insumos,<br />
Geraldo Ganaza, recebe quadro entregue pelo presidente da<br />
cooperativa, Divanir Higino<br />
José Antonio, da Texaco Lubrificantes, é homenageado<br />
pelo superintendente de Negócios, Grãos e Insumos da<br />
Cocamar, Arquimedes Alexandrino<br />
Luiz Eduardo, o Dado, da Estratégia Ambiental, apresenta<br />
seu quadro, ao lado do superintendente de Negócios, Grãos e<br />
Insumos, Arquimedes Alexandrino<br />
O gerente da Sicredi União PR/SP, Gilberto Rauber,<br />
agraciado com a homenagem pelo presidente do Conselho de<br />
Administração da cooperativa, Luiz Lourenço<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
41
Jucemar, representando a Agrosafra,<br />
recebe homenagem do presidente da cooperativa,<br />
Divanir Higino<br />
O presidente da Unicampo, Luciano Ferreira Lopes,<br />
homenageado pelo presidente do Conselho de<br />
Administração da Cocamar, Luiz Lourenço<br />
Ao Rafael Franciscatti, da Basf, o reconhecimento na forma<br />
de um quadro, conferido pelo superintendente de Negócios,<br />
Grãos e Insumos, Arquimedes Alexandrino<br />
Representando a Ford Center, Clóvis<br />
apresenta o quadro entregue pelo presidente<br />
da cooperativa, Divanir Higino<br />
42 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>
Luiz Gustavo, da Spraytec, com o quadro que<br />
lhe foi entregue pelo presidente do Conselho de<br />
Administração, Luiz Lourenço<br />
Dirigentes da Sancor Seguros com o quadro em<br />
homenagem, ao lado do coordenador do Rally,<br />
Rogério Recco<br />
Dirigentes da Cocamar e da parceira Spraytec durante<br />
evento de encerramento do Rally<br />
REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />
43
44 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>