30.07.2019 Views

Revista Boas Praticas 2019

Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!

Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

1


MANEJO<br />

EFICIENTE<br />

Soluções completas<br />

para a cultura da Soja.<br />

O Manejo Eficiente é uma série de medidas que auxiliam o produtor ao longo da safra<br />

a obter maiores produtividades. Vai desde o uso de sementes certificadas até os produtos<br />

mais adequados para cada momento da cultura.<br />

0800 0192 500<br />

facebook.com/BASF.AgroBrasil<br />

www.agro.basf.com.br<br />

www.blogagrobasf.com.br<br />

Uso exclusivamente agrícola. Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e os restos de produtos.<br />

Incluir outros métodos de controle do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Restrições<br />

temporárias no Estado do Paraná: Standak ® Top para os alvos Colletotrichum gossypii, Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum<br />

e Lasiodiplodia theobromae em Algodão, Pythium spp. em Milho e Trigo, Alternaria alternata, Aspergillus spp., Colletotrichum<br />

graminicola, Fusarium moniliforme, Penicillium spp., Phoma spp. e Pythium spp. em Sorgo; Amplexus para o alvo Blainvillea latifolia<br />

para Milho e Ageratum conyzoides, Amaranthus deflexus, Commelina benghalensis, Digitaria horizontalis, Echinochloa crusgalli, Ipomoea<br />

grandifolia, Nicandra physaloides e Richardia brasiliensis para Soja OGM BPS-CV-127-9. Registro MAPA: Standak ® Top nº 01209;<br />

Ativum ® nº 11216; Orkestra ® SC nº 08813; Spot ® SC nº 0516; Status ® nº 6210; Versatilis ® nº 001188593; Atectra ® nº 4916; Amplexus<br />

nº 008298; Finale ® nº 000691; Heat ® nº 01013; Poquer ® nº 8510; Fastac ® Duo nº 10913; Nomolt ® 150 nº 001393 e Pirate ® nº 05898.


Conheça nossas soluções<br />

para um Manejo Eficiente da Soja:<br />

Sementes<br />

|<br />

Tratamento<br />

de Sementes<br />

Standak ® Top | Bomvoro ® | Granouro ® | Gelfix 5 | Adhere 60<br />

Herbicidas<br />

Atectra ® | Amplexus TM | Heat ® | Poquer ® |<br />

Fungicidas<br />

Orkestra ® SC | Ativum ® | Versatilis ® | Status ® | Spot ® SC<br />

Kit Versatilis ® Plus<br />

Inseticidas<br />

Pirate ® | Fastac ® Duo | Nomolt ® 150<br />

Quer saber mais sobre as vantagens do Manejo Eficiente?<br />

Procure seu Representante Técnico de Vendas BASF.<br />

BASF na Agricultura.<br />

Juntos pelo seu Legado.<br />

REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />

3


AS MARCAS APOIADORAS


Gestão e tecnologias<br />

para inovar e crescer<br />

O agro regional se desenvolve para ser cada vez mais sustentável<br />

Divanir Higino<br />

Presidente da Cocamar<br />

Em sua quarta edição, o Rally Cocamar de Produtividade<br />

acompanhou a safra de soja 2018/19, do plantio à colheita. Em<br />

suas viagens para todas as regiões de atuação da cooperativa, o<br />

Rally visitou produtores que por fazerem um bom manejo de solo<br />

e empregarem tecnologias adequadas, têm colhido historicamente<br />

acima das médias de seus municípios. Isto se confirmou na referida<br />

safra, apesar de todos os problemas climáticos, revelando haver<br />

caminhos para elevar o patamar de produtividade regional.<br />

Resumidamente, o Rally identificou pontos em comum entre<br />

aqueles que apresentam melhor desempenho. O primeiro deles,<br />

a preocupação permanente com a saúde do solo, mantendo-o<br />

estruturado em seus aspectos físico, químico e biológico; o<br />

segundo, a aplicação de tecnologias com orientação técnica<br />

especializada e, terceiro, a ativa participação cooperativista – é na cooperativa que o<br />

produtor se sente fortalecido e tem mais informações para aprimorar-se. Um produtor com<br />

tal mentalidade geralmente se sobressai pela boa gestão do negócio e consegue se sair<br />

melhor em períodos de clima pouco favorável.<br />

A cada ano o Rally constata haver um aumento da adoção de práticas mais sustentáveis,<br />

como o cultivo de braquiária na entressafra em consórcio com o milho ou de forma solteira,<br />

recompondo o solo e a base do plantio direto para a cultura seguinte, no verão; verifica-se,<br />

ao mesmo tempo, a multiplicação de formatos de projetos integrados (lavoura-pecuária-ILP<br />

e lavoura-pecuária-floresta-ILPF); é maior a inserção da família na atividade, e observa-se<br />

uma presença mais numerosa e interessada de jovens em todos os segmentos do agro, que<br />

veem nessa área uma oportunidade para desenvolver suas carreiras e construir um futuro<br />

promissor.<br />

São muitos ainda os desafios, mas como saldo das viagens do Rally, fica a certeza de que a<br />

atividade agropecuária se encontra cada vez mais dinâmica e em constante evolução rumo à<br />

sustentabilidade.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

7


Sumário<br />

14<br />

22<br />

26<br />

27<br />

30<br />

31<br />

32<br />

38<br />

Com ILPF, mais gado no<br />

pasto e dinheiro no bolso<br />

Safratec compartilha<br />

conhecimentos e tecnologias<br />

Sob braquiária, o solo<br />

fica mais protegido<br />

Plataforma digital ajuda<br />

na gestão da fertilidade<br />

Irrigação garante a soja<br />

e o milho em ano difícil<br />

Apucarana surpreende<br />

pela alta produtividade<br />

Produzir sementes exige<br />

cuidados, mas vale a pena<br />

Pesquisa mostra que produtores estão mais<br />

tecnificados e participativos na cooperativa<br />

8 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


DEPArTAmENTo TÉCNiCo<br />

Renato Watanabe<br />

gerente executivo técnico<br />

Emerson Nunes<br />

gerente técnico<br />

Rafael Furlanetto<br />

gerente técnico<br />

Robson Ferreira<br />

gerente técnico<br />

Edner Betioli Júnior<br />

gerente técnico<br />

César Gesualdo<br />

coordenador de integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF)<br />

EXPEDiENTE<br />

BoAS<br />

PráTiCAS<br />

Editor<br />

Rogério Recco<br />

Editora<br />

assistente<br />

Luiza Recco<br />

Diagramação<br />

Andrea Tragueta<br />

Capa<br />

Welington Vainer<br />

impressão<br />

Gráfica Massoni<br />

<strong>Revista</strong> do<br />

Rally Cocamar<br />

de<br />

Produtividade<br />

2018/19<br />

Flamma Comunicação Empresarial<br />

Rua Flamengo, 544<br />

CEP 87005-180 – Maringá/PR<br />

Fone 44 3041-0970<br />

VÍDEO DO RALLY<br />

Baixe o aplicativo<br />

QRCode e aponte<br />

o telefone para este<br />

código para ver o<br />

audiovisual.<br />

Rally da<br />

PROdUTividadE<br />

Confira as<br />

reportagens da<br />

edição 2018/19<br />

em nosso canal no<br />

YouTube<br />

REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />

9


DESTAQUES<br />

Embrapa se soma ao Rally<br />

Sinergia entre a cooperativa e a instituição viabiliza trabalho inédito que vai avaliar a qualidade<br />

física, química e biológica do solo em propriedades rurais<br />

Pesquisador Henrique Debiasi faz apresentação de resultados, a produtores, do<br />

Rally Cocamar de Produtividade<br />

ACocamar e a Embrapa Soja realizaram de outubro de<br />

2018 a fevereiro de <strong>2019</strong> a primeira etapa de um projeto<br />

inédito no Brasil para avaliar a qualidade física, química e<br />

biológica do solo, em propriedades de diferentes regiões atendidas<br />

pela cooperativa, no Paraná.<br />

Idealizado pela Embrapa, o trabalho foi inserido no calendário<br />

do Rally Cocamar de Produtividade, Safra 2018/19, organizado<br />

pela cooperativa. A equipe integrou técnicos da cooperativa e da<br />

Embrapa, com a participação de uma aluna de doutorado da Universidade<br />

Estadual de Londrina (UEL).<br />

De acordo com o pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa<br />

Soja, o trabalho pioneiro é resultado da sinergia que há entre aquela<br />

instituição e a Cocamar. “A ideia nasceu com o pesquisador Júlio<br />

Franchini e foi abraçada pela cooperativa, que se dispôs a custear<br />

as despesas de realização e também a indicar produtores em sua<br />

região, os quais abriram as portas de suas propriedades para que<br />

pudéssemos fazer as análises”, afirmou Debiasi.<br />

O pesquisador comentou que as análises possibilitam uma avaliação<br />

detalhada dos níveis de infiltração em vários tipos de solos,<br />

inclusive naqueles onde são conduzidos programas de integração<br />

lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e consórcio milho e braquiária.<br />

“Trata-se de um trabalho de grande magnitude e importância. No<br />

país, se conhece muito pouco, ainda, sobre a capacidade de infiltração<br />

de água no solo e esse trabalho, com certeza, será uma<br />

referência”, citou o pesquisador, observando que a avaliação vai<br />

permitir diferenciar os manejos de solo que são conduzidos com<br />

qualidade. Os trabalhos incluíram a realização do Diagnóstico Rápido<br />

de Estrutura do Solo (Dres), além de coleta de solo para análises<br />

química, física e biológica e medição do volume de palha.<br />

PONTO EM COMUM<br />

O gerente técnico da Cocamar, Renato Watanabe, afirma que “O<br />

trabalho em parceria com a Embrapa quer mostrar como esse manejo<br />

influencia na capacidade de produção. Visitamos diferentes<br />

ambientes de produção e analisamos diferentes formas de manejo,<br />

para saber como o solo consegue absorver mais água e ter melhor<br />

estrutura física”.<br />

Foram visitadas propriedades nos municípios de Iporã, Floraí,<br />

Maringá, São Jorge do Ivaí, Cianorte, Primeiro de Maio, Sertanópolis,<br />

São Sebastião da Amoreira e Santa Cecília do Pavão.<br />

Equipe durante<br />

o trabalho de<br />

pesquisa de solo<br />

10 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


‘Agricultura é a arte de<br />

reduzir as perdas’<br />

Em palestra a produtores cooperados, para apresentar os resultados<br />

do Rally Cocamar de Produtividade, o especialista<br />

em solos da Embrapa, Henrique Debiasi, lembrou que “a<br />

agricultura é a arte de reduzir as perdas, pois os materiais, como<br />

sementes, já chegam com todo o seu potencial produtivo. Por isso,<br />

quanto melhor o produtor manejar o seu solo e empregar adequadamente<br />

os recursos, menos ele irá perder em produtividade”.<br />

MaNEJO adEQUadO<br />

Nesse contexto, a forma como o solo é manejado acaba sendo<br />

decisiva e não vai adiantar investir apenas em adubação química,<br />

deixando de lado os aspectos físico e biológico. Se o solo estiver<br />

compactado – o que é comum na realidade da agricultura paranaense<br />

– as raízes vão se aprofundar cerca de 70cm, enquanto que<br />

em solo não compactado o sistema radicular pode alcançar o dobro<br />

em profundidade, o que assegura um ambiente mais favorável às<br />

plantas, reduzindo os efeitos de veranicos.<br />

aNÁliSE É BÁSiCO<br />

O pesquisador chamou atenção para o fato de o produtor observar<br />

alguns quesitos básicos e elementares para o sucesso<br />

do seu negócio, entre os quais uma análise de solo – o que<br />

lhe permitirá fazer a reposição de nutrientes de acordo com as<br />

necessidades detectadas. “Uma análise de solo custa muito barato<br />

diante do resultado que ela vai trazer na colheita”, afirmou<br />

Debiasi, mencionando que além dos insumos comuns – adubos,<br />

sementes, fertilizantes e defensivos – o produtor também<br />

deve levar em conta outros “insumos”, que dependem dele,<br />

como uma boa cobertura do solo, o mínimo revolvimento do<br />

mesmo, enriquecê-lo com matéria orgânica, proporcionar que<br />

as raízes se desenvolvam e também uma diversidade biológica,<br />

com práticas, entre as quais, a rotação de culturas.<br />

ÁGUa<br />

“O principal fator para a viabilidade de uma cultura é a água, quanto<br />

mais água, maior a uniformidade da lavoura”, ressaltou o pesquisador,<br />

lembrando que uma visão aérea de um campo geralmente permite<br />

ver muitas falhas. Segundo ele, a capacidade de infiltração de<br />

água aumenta com a diversificação, sendo o capim braquiária mais<br />

factível para a realidade regional, cultivado em consórcio com o milho<br />

de inverno ou de forma solteira. Além dos benefícios trazidos<br />

pelo seu enraizamento, que rompe a compactação, oxigena o solo,<br />

abre canais para a infiltração de água e cicla nutrientes de camadas<br />

mais profundas, a braquiária vai inibir o desenvolvimento de ervas<br />

de difícil controle, como a buva e o amargoso. “Os resultados do<br />

consórcio milho x braquiária atingem o seu ápice no terceiro ano.”<br />

REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />

11


12 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Um parceiro<br />

que entenda o<br />

produtor rural?<br />

Sim<br />

Sicredi<br />

,<br />

Soluções financeiras<br />

com um relacionamento<br />

próximo de verdade.<br />

Conte com um parceiro que nasceu<br />

no campo e conhece a sua realidade.<br />

Seja qual for o tamanho ou o momento<br />

da produção, a gente tem as soluções<br />

financeiras ideais para sua plantação<br />

e para sua vida também. Tudo com um<br />

atendimento comprometido com você<br />

e seu agronegócio.<br />

Venha abrir uma conta com a gente.<br />

• Conta Corrente<br />

• Crédito Rural<br />

• Seguros<br />

• Poupança e muito mais<br />

REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE<br />

<strong>2019</strong><br />

13<br />

Seguros intermediados pela Corretora de Seguros Sicredi. Verifique se o crédito consultado cabe no seu orçamento.<br />

Crédito sujeito a análise e aprovação. SAC - 0800 724 7220 - Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525 - Ouvidoria - 0800 646 2519


Seidel e Piveta:<br />

crescimento<br />

gradativo<br />

Com ILPF, mais gado no pasto<br />

Em Altônia, município da região de Umuarama, no noroeste<br />

do Paraná, a Fazenda Colaboradores do Brasil (Colab) iniciou<br />

há quatro anos a integração lavoura-pecuária (ILP),<br />

interessada em reformar os pastos e aumentar a lotação animal,<br />

segundo explica o gerente Valdenir Seidel. Na parceria com o agricultor<br />

Alex Piveta, morador em Iporã, a 30km, a terra é arrendada<br />

por dois anos. O produtor recebe o pasto no período de inverno a<br />

tempo de preparar o ciclo da safra de soja, e o devolve no inverno<br />

do segundo ano. “No segundo ano, nós entramos com metade do<br />

investimento em sementes de pastagem”, explica o gerente, que<br />

é formado em administração de empresas. O modelo de integração<br />

é orientado pelo técnico agrícola Eleandro Zanole, da unidade<br />

da Cocamar em Altônia. Foi dessa forma que a Fazenda Colab, de<br />

630 alqueires (1.524 hectares) e um plantel de 1,7 mil cabeças<br />

de cruzamento industrial com angus, conseguiu, no curto período<br />

de quatro anos, aumentar em 25% a lotação animal: “temos 400<br />

cabeças a mais”, assinala Seidel. São 120 alqueires (290 hectares)<br />

de integração, dos quais 25 conduzidos pela própria fazenda, sem a<br />

figura do parceiro. A tendência, de acordo com o gerente, é ampliar<br />

a cada ano as áreas com ILP.<br />

14 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Investindo na recuperação<br />

sustentável das pastagens<br />

Formighieri<br />

faz integração<br />

desde 2000<br />

Oconstante aumento de custos e a baixa produtividade<br />

causada pela degradação dos pastos levam a<br />

um desequilíbrio financeiro que está inviabilizando<br />

a pecuária tradicional. Para que os pecuaristas possam reverter<br />

essa situação, a Cocamar tem realizado muitos dias de<br />

campo, oferecendo a eles a promissora alternativa da integração<br />

lavoura-pecuária-floresta (ILPF), como a que aconteceu<br />

na Fazenda Santa Felicidade, em Marilena, região de<br />

Umuarama, de propriedade do agropecuarista César Antônio<br />

Pacheco Formighieri. No evento, foram debatidos os desafios<br />

e demonstrado que a ILPF é uma alternativa viável para<br />

a recuperação sustentável dos pastos, a exemplo do que se<br />

observa na Fazenda Santa Felicidade, de 312 hectares. Ali,<br />

diferente do que se viu na região, os pastos de capim braquiária<br />

apresentavam grande volume de massa verde, tendo<br />

resistido a cerca de 60 dias de estiagem e também os efeitos<br />

das baixas temperaturas. Pela ILPF, segundo os técnicos, o<br />

cultivo de soja no verão acaba reduzindo em mais de 30% os<br />

custos da pecuária, ao reestruturar o solo e recuperar a fertilidade<br />

dos pastos para engordar o gado no inverno. Segundo<br />

o pesquisador Sérgio José Alves, do Instituto Agronômico do<br />

Paraná (Iapar), em um projeto bem conduzido de integração<br />

a renda líquida de uma propriedade chega a ser seis ou oito<br />

vezes maior na comparação com a pecuária tradicional. Na<br />

safra de soja 2018/19, a média na colheita na propriedade<br />

foi de 142 sacas por alqueire (58,6/hectare), uma marca<br />

até surpreendente em um ano marcado por estiagem e calor<br />

intenso que prejudicou a maior parte das lavouras no Estado.<br />

Fazendo ILPF desde 2000, Formighieri colheu uma safra<br />

de soja expressiva numa região onde a estiagem castigou<br />

com severidade as lavouras. Ele atribui o bom resultado –<br />

142 sacas por alqueire (58,6/hectare) – de sua fazenda<br />

em Maria Helena, nas imediações de Umuarama (PR), a um<br />

trabalho de construção de fertilidade do solo arenoso de quase<br />

duas décadas. No arenito caiuá, com seu tipo de solo e<br />

clima hostis à agricultura, as perdas em decorrência dos problemas<br />

climáticos foram severos, acima de 40% em média.<br />

Formighieri admite que as 142 sacas ficaram abaixo de suas<br />

expectativas, a considerar pelo desempenho obtido em anos<br />

mais favoráveis, mas os números estão muito acima dos alcançados<br />

neste ano pelos demais produtores de Umuarama<br />

e seu entorno.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

15


O produtor Vergílio Vendramin e o técnico da cooperativa, Márcio Buffalliere<br />

Mistura de sementes no pasto<br />

engorda o boi e o solo<br />

De olho na melhoria da qualidade dos pastos mantidos em<br />

sistema ILPF, a família Vendramin, de Paranavaí (PR),<br />

decidiu fazer neste ano uma experiência que é novidade<br />

na região: a mistura de várias sementes de capins em vez da opção<br />

única pela braquiária. Após colhida a soja, em março, eles semearam<br />

as pastagens, tendo a braquiária como carro-chefe, mas<br />

incluindo também milheto, feijão caupi, trigo mourisco, pé-de-<br />

-galinha gigante e outras espécies. Em maio, a pastagem estava<br />

formada e apesar do baixo volume de chuvas nos meses anteriores,<br />

a vegetação se desenvolveu bem.<br />

O proprietário Vergílio Vendramin divide a gestão da fazenda de<br />

300 hectares (dos quais 170 destinados à pecuária) com os filhos<br />

Victor e Vinícius, grupo do qual participa também o genro José, marido<br />

da filha Vergiane. Na pecuária, eles são assistidos pelo técnico<br />

agrícola Márcio Buffaliere, da unidade local da Cocamar.<br />

De acordo com Victor, a mistura é um aprimoramento da prática<br />

adotada no sistema ILPF, que preconiza a semeadura de braquiária<br />

para o estabelecimento dos pastos pós-colheita de soja,<br />

por sua fácil adaptação ao clima regional e os vários benefícios<br />

que proporciona. “Pensamos em não oferecer só um tipo de comida<br />

para o gado e levamos em conta, também, a constante busca<br />

pela sustentabilidade”, afirma.<br />

16 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Diversificar laranja com soja<br />

é bom negócio<br />

Tradicional produtor de laranja, em cujos pomares são visíveis<br />

a sanidade e a alta produtividade, Dercides Augusto Fumagalli,<br />

de Nova Esperança (PR), está entre os que investiram,<br />

nos últimos anos, na diversificação dos negócios. Ele mantém 8,5<br />

mil pés em franca produção no vizinho município de Atalaia. Ao<br />

mesmo tempo, cultiva 50 alqueires (121 hectares) com soja em<br />

Nova Esperança, onde, no inverno, utiliza parte das áreas para engordar<br />

gado em pastagem de capim braquiária e milheto.<br />

Fumagalli é orientado pela agrônoma Amanda Caroline Zito e a<br />

média dele, de 3 caixas de 40,8 quilos de laranja por planta é quase<br />

duas vezes a média nacional, de 1,8 caixa/planta, resultado, conforme<br />

explica, da correção do solo, adubação nas quantidades recomendadas<br />

e um bom controle fitossanitário a cada 15 dias. Outro<br />

detalhe: o nível de infestação de greening, a pior doença da citricultura,<br />

ainda sem tratamento, é considerado irrisório nas áreas do<br />

produtor. Ele mantém pessoal treinado para identificar e erradicar<br />

imediatamente as árvores doentes, fazendo um novo plantio no lugar.<br />

Para Fumagalli, o cultivo de laranja oferece mais segurança, pois<br />

a cultura está menos vulnerável ao clima do que a soja.<br />

Na safra 2018/19, muito prejudicada pelo clima, sua média foi<br />

de 90 sacas por alqueire (37,1 sacas/hectare), mas no ano anterior<br />

chegou a 125 sacas na média geral (51,6/hectare) com pico de<br />

140 (57,8/hectare) em um dos talhões. Na soja, ele é orientado<br />

pelo técnico Márcio Buffalliere, da Cocamar.<br />

Fumagalli: 8,5 mil<br />

pés em produção<br />

e projeto de<br />

expandir o pomar<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

17


Alta produtividade no areião<br />

Osolo arenoso, que seca rapidamente após a chuva, as altas<br />

temperaturas que produzem uma sensação térmica em<br />

níveis muito superiores aos números registrados pelos<br />

termômetros, e até mesmo a estiagem: nada disso impede a expansão<br />

da soja pelo noroeste do Paraná.<br />

Mas para vencer o desafio de produzir soja na areia é preciso recorrer<br />

a tecnologias e, nesse sentido, a Fazenda Santa Nice, em<br />

Amaporã, é uma vitrine. Em 200 hectares cultivados com soja,<br />

onde o teor de argila geralmente não passa de 10%, operam dois<br />

conjuntos de irrigação por pivô central. Ali, as médias de produtividade<br />

tem ficado acima de 150 sacas por alqueire (61,9/hectare).<br />

Para o coordenador de integração lavoura-pecuária-floresta<br />

(ILPF) na Cocamar, César Gesualdo, a Santa Nice é uma das fazendas<br />

modelo em sistemas integrados e, diferente do que alguns<br />

possam imaginar, contar com irrigação não significa ter a solução<br />

para todos os problemas.Ӄ preciso, antes de tudo, fazer um manejo<br />

de solo adequado para conseguir usar a irrigação como uma<br />

ferramenta complementar”, diz ele, explicando que a irrigação ajuda<br />

muito nesse processo ao potencializar a produtividade e dar mais<br />

segurança ao investimento, mas é indispensável pensar também<br />

em manejo de solo e nutrição da planta, permitindo que a soja tenha<br />

alto potencial produtivo.<br />

Após a colheita da soja, a área é destinada a pastagem, com o<br />

plantio de capim braquiária, alojando de três a quatro unidades animal<br />

(UA) por hectare e produzindo de 15 a 20 arrobas de carne/<br />

hectare durante o período de inverno.<br />

Marcelo Grisi, o<br />

coordenador de ILPF da<br />

Cocamar, César Gesualdo,<br />

e o pesquisador do<br />

Instituto Agronômico do<br />

Paraná (Iapar), Sérgio<br />

José Alves<br />

18 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

19


LUBRIFICANTES<br />

Texaco, parceira de mais<br />

de 30 anos da Cocamar<br />

Entre os apoiadores do Rally Cocamar<br />

de Produtividade, a Texaco<br />

Lubrificantes, marca líder no segmento,<br />

mantém uma parceria de mais de<br />

três décadas com a cooperativa que, em<br />

abril, completou 56 anos.<br />

Durante sete meses, de outubro de<br />

2018 a abril de <strong>2019</strong>, a equipe do Rally<br />

percorreu cerca de 9 mil quilômetros em<br />

todas as regiões de atuação da Cocamar,<br />

valorizando as boas práticas agrícolas<br />

adotadas pelos produtores cooperados e,<br />

ao mesmo tempo, fortalecendo entre eles<br />

a identificação e o respeito em relação às<br />

marcas apoiadoras.<br />

Ao falar em Texaco Lubrificantes, se faz<br />

referência a uma ampla linha de produtos<br />

que compreende desde óleos para motores<br />

a diesel, gasolina e maquinário agrícola, a<br />

óleos específicos para diferencial, câmbio e<br />

sistemas multifuncionais, óleos sintéticos<br />

e semi-sintéticos destinados a motores a<br />

gasolina, graxas para rolamentos e equipamentos<br />

que operam sob alta temperatura.<br />

CAMPEÃO<br />

O carro-chefe dessa vitrine, o Ursa Premium<br />

TDXSAE 15W40 é uma unanimidade<br />

entre os produtores pela sua qualidade<br />

e responde por mais de 60% dos<br />

negócios da Texaco com a Cocamar, sendo<br />

um produto que atende maquinários agrícolas<br />

e automotivos em geral.<br />

O relacionamento entre a Texaco, a<br />

Cocamar e seus cooperados fica por conta<br />

do consultor de negócios José Antonio<br />

Borges dos Santos, há 30 anos desenvolvendo<br />

esse trabalho, tempo em que construiu<br />

um sólido conceito. Em paralelo às<br />

José Antonio Santos, ao lado do Ursa, líder disparado em seu segmento: “Produtos Texaco<br />

atendem as mais rigorosas exigências de qualidade dos fabricantes de motores para<br />

máquinas agrícolas e caminhões em todo o mundo”<br />

suas atribuições comerciais, José Antonio,<br />

graduado em engenharia mecânica, é um<br />

requisitado especialista em lubrificação,<br />

responsável por ministrar treinamentos,<br />

cursos e palestras a produtores e colaboradores<br />

da cooperativa e ao mercado, além<br />

de prestar assistência direta. Ele observa<br />

que “os produtos Texaco atendem às mais<br />

rigorosas exigências de qualidade dos fabricantes<br />

de motores para máquinas e caminhões<br />

em todo o mundo”.<br />

Em 2017, fruto de uma junção entre<br />

a norte-americana Chevron e a brasileira<br />

Ipiranga, surgiu a Iconic (Integração do<br />

Conjunto Ipiranga-Chevron), dona da<br />

marca Texaco. Com a união de forças e<br />

experiências, o novo grupo amplia ainda<br />

mais a sua presença no próspero mercado<br />

brasileiro, cuja economia é liderada<br />

pelo agronegócio, oferecendo as mais<br />

avançadas tecnologias e soluções sustentáveis<br />

em lubrificantes.<br />

20 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


PARA CADA<br />

NECESSIDADE<br />

DIVERSAS<br />

SOLUÇÕES.<br />

Somos uma seguradora<br />

feita de pessoas<br />

para pessoas, e nosso<br />

propósito é proteger<br />

suas conquistas e sonhos.<br />

Conte com nossas opções:<br />

Seguros de Vida individuais e coletivos.<br />

Seguros Patrimoniais coberturas para<br />

residências, empresas e condomínios.<br />

Seguros Automóveis uma forma<br />

diferente de ver o seguro do seu veículo.<br />

Seguros Rurais proteção para cultivos,<br />

equipamentos e maquinários.<br />

Seguro Viagem para sua tranquilidade<br />

e proteção.<br />

REVISTA DO Rally COCaMaR dE PROdUTividadE <strong>2019</strong><br />

21<br />

sancorseguros.com.br


Safratec compartilha<br />

conhecimentos e tecnologias<br />

Visão do Safratec, uma das mais importantes vitrines tecnológicas do Paraná<br />

Um show de tecnologias, com muita inovação. Assim foi<br />

a 29ª edição do Safratec, promovido pela Cocamar nos<br />

dias 23 e 24 de janeiro na sua Unidade de Difusão de<br />

Tecnologias (UDT) em Floresta, região de Maringá. Com a participação<br />

de mais de 100 empresas parceiras, que instalaram seus estandes<br />

e experimentos, e várias instituições de pesquisa, o evento<br />

recebeu cerca de 6 mil produtores visitantes.<br />

Tendo como foco o aumento da produtividade das lavouras, o<br />

Safratec apresentou, entre seus principais destaques, oito estações<br />

técnicas, exposição e dinâmica de máquinas agrícolas John Deere,<br />

comparativos do desempenho de cultivares de soja e híbridos de<br />

milho, palestras com pesquisadores e área comercial, onde os visitantes<br />

foram atendidos por uma série de empresas, desde concessionárias<br />

de veículos a fornecedores de produtos e serviços.<br />

22 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Em Tamarana,<br />

família Barbosa<br />

se destaca por<br />

suas médias<br />

Arrendatários só têm uma<br />

opção, a alta produtividade<br />

Sem poder contar com plano B, só resta ao arrendatário de<br />

terras recorrer às melhores tecnologias e dentro do maior<br />

profissionalismo possível, para trabalhar com mais segurança<br />

e ter resultados. Além de ficar sujeito às intempéries, como<br />

qualquer outro, ele se vê à frente de um custo bem mais alto em<br />

comparação aos que cultivam as próprias terras.<br />

Em Tamarana, município da região de Londrina, o Rally visitou<br />

a família do produtor Edson Braz Barbosa, que cultiva<br />

205 alqueires (496 hectares) em companhia dos filhos Elder e<br />

Emerson. Aos 63 anos, Edson tem uma história de superação e<br />

conquistas: sempre trabalho na lavoura com o pai e, em 1975,<br />

comprou o primeiro lote, sendo um dos primeiros a semear soja<br />

no município. “À área era muito pequena e o serviço todo manual”,<br />

lembra Barbosa. Com o tempo, vendo que a cultura estava<br />

de consolidando no norte do Paraná, o produtor investiu<br />

na compra de maquinários, foi adquirindo mais terras e também<br />

passou a arrendar de outros proprietários. Atualmente, os Barbosa<br />

são considerados uma referência em boas práticas, gestão do<br />

negócio e produtividade. Na média dos últimos cinco anos, eles<br />

colheram 160 sacas por alqueire (66,1/hectare), mas na safra<br />

2017/18, alcançaram o seu recorde: 173 sacas de média por<br />

alqueire (71,4/hectare), o que demonstra a preocupação em incorporar<br />

novos conhecimentos, tecnologias e evoluir.<br />

A evolução é determinante para sobreviver, pois os custos não<br />

dão trégua. Edson projeta o custo básico de produção ao redor<br />

de 60 sacas por alqueire (24,7/hectare) e mais umas 25 sacas/<br />

alqueire (10,3/hectare) com outras despesas diretas. A esse<br />

montante se junta, ainda, o arrendamento, de 45 sacas/alqueire<br />

(18,5/hectare). Ou seja, para os Barbosa, a safra já começa custando<br />

130 sacas/alqueire (53,7/hectare).<br />

Para se ter uma ideia do desafio, esse volume de custo assumido<br />

pelo arrendatário representa praticamente a média de produtividade<br />

dos últimos cinco anos pelos produtores ligados à Cocamar, nas<br />

regiões norte e noroeste do Paraná.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

23


Rotação ajuda o<br />

produtor no controle<br />

do nematoide<br />

A luta para um<br />

crescimento<br />

constante<br />

Aos 37 anos, Marcelo Jesus Mossatto, o irmão Marco Antonio, 49, e o<br />

pai Antônio, de 73, arrendam 157 alqueires (379,9 hectares) em Ourizona<br />

(PR) e outra grande área no Mato Grosso do Sul. Deles, mesmo,<br />

são só 15 alqueires (36,3 hectares).<br />

A exemplo dos Barbosa, o recorde deles também foi na safra 2017/18,<br />

quando chegaram a 167 sacas por alqueire (69/hectare). Em seis anos, segundo<br />

Mossatto, a média saiu de 127 sacas/alqueire (52,4/hectare) para<br />

aquele patamar, um avanço significativo, que ele credita à escolha de boas<br />

sementes, a adubação bem feita e o uso de produtos de ponta.<br />

Para o produtor, que faz consórcio milho e braquiária no inverno, um dos<br />

desafios que enfrenta nas terras em Ourizona é a ocorrência de nematoide, o<br />

verme do solo que ataca as raízes das plantas. “Com rotação, estamos conseguindo<br />

diminuir esse problema”, diz o produtor, que usa milheto, aveia e deve<br />

entrar também com crotalária. Ele faz tratamento de sementes e prefere não<br />

utilizar sementes não-tolerantes ao nematoide, pois seu foco é a busca pelo<br />

aumento da produtividade.<br />

24 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


O produtor Carlos e<br />

o filho: soja cultivada<br />

em sucessão com a<br />

braquiária se torna<br />

mais produtiva<br />

<strong>Boas</strong> práticas<br />

fazem a diferença<br />

Aestiagem que castigou as lavouras<br />

de soja no Paraná, causando<br />

perdas em praticamente todas<br />

as regiões produtoras, demonstrou também<br />

o quanto são visíveis os efeitos do<br />

bom manejo do solo e da adoção de práticas<br />

para a retenção de umidade, como<br />

o cultivo de braquiária no período de outono/inverno.<br />

Em Jaguapitã (PR), o solo na propriedade<br />

do família do cooperado Agostinho<br />

Reis Gomes é bastante arenoso, mas<br />

com a adoção há mais de dez anos do<br />

programa de integração lavoura-pecuária<br />

(ILP), a situação do mesmo é bem melhor<br />

em comparação a outros que apresentam<br />

a mesma característica, mas não<br />

adotam a ILP.<br />

O cultivo da braquiária, logo após o<br />

cultivo da soja, tem três objetivos. O<br />

primeiro, assegurar pasto de qualidade<br />

no inverno; o segundo, dar continuidade<br />

aos efeitos positivos trazidos por esse<br />

capim, que desenvolve enraizamento<br />

agressivo e profundo; e, terceiro, com a<br />

palhada da braquiária, fazer a proteção<br />

do solo durante o verão, além de reter<br />

umidade por mais tempo.<br />

Conduzindo com o pai o programa de<br />

ILP, Carlos Augusto ressalta que esse sistema<br />

é bastante vantajoso. Com pasto<br />

em quantidade e qualidade no inverno,<br />

a lotação média é de 8,3 cabeças por alqueire<br />

(3,4 cabeças/hectare). Só para<br />

efeito comparativo, a média nos pastos<br />

degradados da região é de apenas 1 carcaça<br />

animal por hectare.<br />

“Antes de a gente fazer integração, o<br />

pasto não dava conta, principalmente<br />

no inverno”, lembra Carlos. Hoje o desafio<br />

está superado e com uma vantagem<br />

adicional: “a reforma dos pastos é feita<br />

de graça pelo cultivo de soja, que repõe<br />

nutrientes, mediante análise, por meio da<br />

correção e da adubação. E tem mais: a soja<br />

cultivada em sucessão com a braquiária se<br />

torna, naturalmente, mais produtiva.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

25


Palhada ajuda a<br />

reter a umidade<br />

e diminui a<br />

temperatura<br />

Sob braquiária,<br />

o solo fica mais<br />

protegido<br />

Oengenheiro agrônomo Luiz Tadeu Jordão, que faz consultoria<br />

técnica em solos para a Cocamar e acompanhou o Rally<br />

em algumas oportunidades, constatou que a cobertura de<br />

braquiária reduz em 40% a temperatura da superfície, em lavoura de<br />

soja. Passando no final de dezembro, em um dia nublado, pelo Vale<br />

do Paranapanema, no Estado de São Paulo, ele utilizou termômetro<br />

digital para identificar o percentual de redução de temperatura. Fez<br />

isso exatamente às 18h10m, horário em que o solo bem protegido<br />

com braquiária apresentava uma temperatura de 32,9ºC, enquanto<br />

no solo a descoberto o termômetro registrou 45,5ºC.<br />

A palhada protegeu o solo da incidência direta da radiação solar,<br />

possibilitando preservar a umidade e manter menor a temperatura<br />

no solo.Segundo Jordão, o papel das plantas de cobertura<br />

vai muito além da produção de palhada na superfície do solo.<br />

“Água é o fator mais limitante à produtividade de uma lavoura<br />

e, nesse contexto, manter a umidade do solo garante, sobretudo,<br />

risco menor à atividade agrícola.”<br />

Em solo<br />

descoberto,<br />

temperatura do<br />

solo apresentou 10<br />

ou até 15 graus de<br />

diferença<br />

26 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Gomes utilizou os dados da análise na adubação na safra 2018/19<br />

Plataforma digital ajuda<br />

na gestão da fertilidade<br />

Formada por profissionais de engenharia<br />

agronômica, a cooperativa<br />

Unicampo, apoiadora do Rally Cocamar,<br />

lançou na safra de soja 2018/19 o<br />

módulo fertilidade do solo, uma ferramenta<br />

de uso de seus profissionais cooperados<br />

que operam a plataforma UniSolo. Por<br />

meio dela é possível fazer a gestão da fertilidade<br />

do solo, empregando uma tecnologia<br />

científica validada pela Universidade<br />

Estadual de Maringá (UEM), parceira no<br />

desenvolvimento da metodologia, cujos<br />

princípios básicos são: ser acessível, trazer<br />

rentabilidade, e ser de fácil interpretação e<br />

aplicação na propriedade.<br />

Inicialmente, a plataforma é alimentada<br />

com todos os dados da propriedade, numa<br />

conversa entre o engenheiro agrônomo<br />

da Unicampo e o produtor rural. Segundo<br />

o engenheiro agrônomo Heri Luiz Gibin<br />

(que atua junto à unidade da Cocamar<br />

em Sabáudia, Arapongas e Pitangueiras<br />

e participou de todas as etapas de desenvolvimento<br />

da ferramenta), essa conversa<br />

é indispensável para a criação de zonas<br />

de manejo, pois ninguém melhor do que<br />

o produtor para saber quais áreas de suas<br />

propriedades apresentam problemas. A<br />

propriedade é subdividida em zonas de manejo,<br />

nas quais os profissionais da Unicampo<br />

vão efetuar as coletas de amostras de<br />

solo, seguindo padrões técnicos, para análises<br />

física e química em laboratório. Com<br />

base nos resultados das análises, o produtor<br />

faz a correção das zonas de manejo, individualizadas,<br />

considerando o tipo de cultura a<br />

ser implantada. Tudo demonstrado no relatório<br />

entregue ao produtor e com o devido<br />

acompanhamento técnico.<br />

Em Assaí, o Rally esteve na propriedade<br />

de Guilherme Gomes, que é assistido pelo<br />

engenheiro agrônomo Fernando Egas, da<br />

Unicampo. A exemplo do colega Heri Luiz<br />

Gibim, de Sabáudia, Egas também participou<br />

desde o início do desenvolvimento<br />

da ferramenta e a testou junto a produtores<br />

locais. O produtor Guilherme Gomes<br />

disse que utilizou os dados da análise<br />

na adubação da safra de soja 2018/19.<br />

Com seu aparelho celular, ele acessou as<br />

informações sobre as zonas de manejo da<br />

propriedade, constatando serem fáceis o<br />

manuseio e a compreensão. “É algo que,<br />

com certeza, vem ajudar muito o produtor”,<br />

frisa. Para Fernando Egas, outro<br />

ponto importante é que, a partir de agora,<br />

começa a ser feito um histórico dos solos<br />

da propriedade, com a realização de novas<br />

amostragens e medidas de correção e<br />

adubação. “Ao seguir as recomendações<br />

baseadas nessas análises, o produtor dá<br />

um passo importante no seu esforço para<br />

ampliar a produtividade.”<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

27


Escola é fonte<br />

de motivação<br />

para os alunos<br />

Filhos de produtores se<br />

preparam para empreender<br />

Estudantes de 14 a 18 anos, em grande parte filhos de produtores associados da<br />

Cocamar, estão empenhados no desenvolvimento de soluções inovadoras que<br />

melhoram o dia a dia das pessoas e do setor rural. Eles são alunos de uma escola<br />

técnica de Assaí, a 70km de Londrina (PR), onde criam aplicativos para uso na agricultura,<br />

testam sofisticados sistemas de facilitam o ambiente doméstico e, entre vários outros<br />

projetos que chamam a atenção, apresentam uma cadeira de rodas, uma elevador e uma<br />

rede de iluminação caseira. Tudo acionado por controle de voz. A unidade, o Centro<br />

Estadual de Educação Profissional Maria Lydia Cescato Bomtempo (Cepp), inaugurado<br />

em 2015, faz parte de um conjunto de 11 centros similares entregues desde 2011, que<br />

oferecem cursos gratuitos focados nas aptidões de cada região. No caso de Assaí, cuja<br />

economia é basicamente agrícola, os cursos, mantidos nas áreas de Agronegócio, Eletroeletrônica,<br />

Edificação e Mecânica, estão fazendo com que os filhos de produtores não<br />

apenas tenham acesso a conhecimentos e tecnologias para ajudar os pais na gestão da<br />

propriedade, como os motivam a empreender.<br />

28 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


A produtora encontrou<br />

na cooperativa e nos<br />

funcionários o respaldo<br />

que precisava para dar<br />

continuidade aos trabalhos<br />

Produtora jovem já é<br />

referência em sua região<br />

Graduada em farmácia, Flávia Giansante é a única<br />

mulher a gerir uma propriedade rural em Primeiro de<br />

Maio (PR), onde produz soja e milho. Superadas as<br />

dificuldades no início, após a perda do pai e do irmão, Flávia<br />

encontrou em seus funcionários o respaldo que precisava para<br />

a execução dos serviços. Ao mesmo tempo, a Cocamar prontificou-se<br />

a prestar-lhe toda a orientação técnica para conduzir<br />

os negócios. E, em casa, ela tem o apoio da mãe, Maria<br />

Madalena, que acompanha tudo e participa das decisões.<br />

Já com um histórico de seis safras de milho e quatro de<br />

soja, Flávia vai se saindo bem e o peso da responsabilidade<br />

sobre os seus ombros, parece estar mais leve. Ela fala com<br />

desenvoltura sobre a atividade e diz estar sendo gratificante<br />

enfrentar o desafio de ser uma produtora. Quando ela assumiu,<br />

produtores mais tradicionais chegaram a não acreditar<br />

no seu sucesso, pelo fato de ser uma mulher muito jovem<br />

e sem vivência na atividade, ainda mais quando, fugindo ao<br />

padrão regional, se propôs a investir em modernas tecnologias<br />

de produção. Flávia enfrentou preconceitos, não se<br />

deixou abater e a resposta é que ela já é, atualmente, uma<br />

referência regional pelos resultados que tem obtido e por<br />

adotar práticas sustentáveis. “Alguns produtores ficam incomodados<br />

ao saberem que estou produzindo mais do que<br />

eles”, observa.<br />

Avançando em produtividade nos últimos anos e ficando<br />

acima da média regional de 120 sacas de soja por alqueire<br />

(49,5/hectare), Flávia trabalha com a meta de atingir, em<br />

breve, 180 sacas de média geral, o equivalente a 73,4 sacas/hectare.<br />

Para isso, ela mantém viva a chama empreendedora<br />

do pai Sernai, um inovador em sua região.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

29


Baíse: produção foi 20% superior na área irrigada em comparação ao sequeiro<br />

Irrigação garante a soja e<br />

dispara a produtividade do milho<br />

A<br />

irrigação com pivô central se espalhou pela região norte<br />

do Paraná e, como diz o produtor de grãos Samuel Baíse,<br />

de Florestópolis, é como “uma espingarda engatilhada”,<br />

pronta para agir se faltar chuva. O que Samuel quis dizer é que, ao<br />

contar com irrigação, o produtor trabalha mais confiante e sem<br />

depender tanto de São Pedro. Com a garantia de umidade, ele<br />

pode planejar a época de semeadura e, havendo um veranico durante<br />

o ciclo, é só acionar a “chuva”.<br />

Se de um lado a irrigação incrementa a produtividade da soja<br />

entre 10 e 15%, de outro faz disparar as médias do milho de<br />

inverno. Dos 450 alqueires cultivados pela família, 150 são irrigados<br />

por 5 pivôs, que começaram a ser instalados em 2003.<br />

De acordo com o filho Leandro, o Léo, que é técnico agrícola,<br />

na safra 2018/19, marcada por um clima atípico, com estiagem<br />

e altas temperaturas, a soja irrigada apresentou uma média<br />

de 120 sacas por alqueire (49,5 sacas/hectare), ao passo que<br />

a de sequeiro ficou em 100 sacas/alqueire (41,3/hectare).<br />

“Piores do que a falta de chuva foram o sol forte e o intenso<br />

calor”, pontua. No milho, a diferença de produtividade de uma<br />

lavoura irrigada para a de sequeiro, ao longo dos anos, tem sido<br />

considerável. Para uma média regional de 220 sacas por alqueire<br />

(90,9 sacas/hectare), os Baíse geralmente colhem de 350<br />

a 400 sacas por alqueire (144,6 a 165,2 sacas/hectare); “O<br />

milho responde muito bem”, afirma Léo, que cuida da produção<br />

ao lado do pai e do irmão Paulo, enquanto a irmã Luciana se<br />

encarrega da área administrativa.<br />

30 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Apucarana surpreende<br />

pela alta produtividade<br />

Em uma safra marcada por<br />

problemas climáticos que reduziram<br />

sensivelmente a produtividade<br />

de soja em quase todas<br />

as regiões do Paraná, o município de<br />

Apucarana viveu uma realidade diferente<br />

e produtores registraram médias<br />

comparáveis a de um ano normal. Um<br />

deles, Elton Gessner, concluiu o ciclo<br />

com a marca de 150 a 160 sacas por<br />

alqueire (61,9 a 66,1/hectare). Já<br />

o produtor Antonio Rechi conseguiu<br />

160 sacas (66,1/hectare). No município,<br />

a média geral de produtividade,<br />

normalmente, é de 120 sacas por alqueire<br />

(49,5/hectare).<br />

Os Suguiura tiveram<br />

média comparável a<br />

de um ano normal<br />

AUMENTAR SEMPRE<br />

Um dos destaques deste ano em Apucarana<br />

foi o casal Tiezo e Keiko Suguiura,<br />

que cultiva 250 alqueires (605<br />

hectares) no município. A cada ano os<br />

Suguiura investem em tecnologias para<br />

ampliar cada vez mais as suas médias e,<br />

neste ciclo, tinham como meta alcançar<br />

o patamar de 200 sacas por alqueire<br />

(82,6/hectare). Dona Keiko diz cuidar<br />

da lavoura “como um bebezinho”,<br />

não deixando faltar nenhum cuidado às<br />

plantas: como resultado, elas exibiam<br />

vagens bem formadas de alto a baixo<br />

e com grãos de qualidade. A média deles<br />

variou entre 170 e 180 sacas por<br />

alqueire (70,2 a 74,3 sacas/hectare).<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

31


Kojima: “cooperativa trabalha com mais transparência”<br />

Produzir sementes exige<br />

cuidados, mas é um bom negócio<br />

São Sebastião da Amoreira (PR) é importante região produtora de sementes de<br />

soja e trigo. Ali, a Cocamar possui, desde o final de 2017, uma Unidade de Beneficiamento<br />

de Sementes (UBS). De acordo com a cooperativa, o município e<br />

adjacências compreendem cerca de 40 mil hectares de lavouras de soja, das quais 9%<br />

destinados a campos de sementes.<br />

O produtor Nélson Kojima, do vizinho município de São Jerônimo da Serra, está há dez<br />

anos na atividade. Segundo ele, produzir o insumo exige uma série de cuidados em comparação<br />

a uma lavoura comum. Um deles é a maior atenção aos tratos culturais, para um<br />

adequado controle de pragas e doenças. A total segregação das cultivares, para assegurar<br />

a rastreabilidade, e a necessidade de que as máquinas e equipamentos sejam mantidos<br />

limpos, para evitar contaminações, são outras exigências.<br />

BOM NEGÓCIO<br />

Kojima diz ter ficado feliz com a entrada da Cocamar na produção de sementes. “Para<br />

nós, produtores, ficou muito bom, porque a cooperativa trabalha com mais transparência”,<br />

observa. Ele explica que ao produzir sementes, consegue agregar valor à produção<br />

de soja. Para isso, recebe uma bonificação de 10% sobre o preço do mercado, mais o<br />

frete com o transporte do produto da propriedade para a UBS. E deu um exemplo: só<br />

com o bônus, é como se a cada mil sacas de sementes produzidas, colhesse mais 100.<br />

Por outro lado, os custos que ele tem a mais acabam diluídos, pois o maior controle sobre<br />

pragas e doenças vai representar aumento na produtividade da lavoura.<br />

Garantir a alta<br />

qualidade da<br />

semente<br />

A Unidade de Beneficiamento<br />

de Sementes (UBS) da<br />

Cocamar está licenciada para<br />

a produção de sementes<br />

de soja das empresas Basf,<br />

Brasmax, Monsoy e TMG.<br />

A soja que vai para o campo<br />

necessita de boa genética,<br />

bem como de qualidade<br />

física, fisiológica e sanitária<br />

para resultar em uma lavoura<br />

produtiva. Por isso, o grão<br />

passa por um criterioso<br />

caminho cercado de cuidados<br />

técnicos, e de profissionais<br />

treinados e experientes. Cada<br />

semente é quase um chip,<br />

que vai chegar ao produtor<br />

com a qualidade necessária<br />

para desenvolver uma boa<br />

lavoura.<br />

32 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Construção de lavouras de alta<br />

produtividade e rentabilidade<br />

A propriedade da família Ferreira, em Palmital, sedia uma das unidades do projeto<br />

ACocamar está implementando um processo de construção<br />

de lavouras de alta produtividade e rentabilidade, em áreas<br />

de produtores localizadas em municípios do Paraná, São<br />

Paulo e Mato Grosso do Sul. O termo construção é adequado, pois<br />

se trata de um trabalho amplo e de longo prazo, que vai abranger<br />

diversos pontos voltados àquele objetivo. Profissionais da equipe<br />

técnica da cooperativa conduziram o especialista Luiz Tadeu Jordão,<br />

para apresentar o projeto aos produtores, que inclui desde o levantamento<br />

do perfil do solo, ao manejo, nutrição e fisiologia das plantas,<br />

genética, plantabilidade e proteção de cultivos, com a geração de<br />

análises agroclimáticas e agroeconômicas. O gerente executivo técnico<br />

Renato Watanabe explica que a iniciativa tem a duração de três<br />

anos, com acompanhamento permanente dessas áreas, utilizadas<br />

como unidades demonstrativas para disseminação das tecnologias<br />

aos produtores das regiões. Segundo Jordão, o primeiro passo foi a<br />

coleta do solo com até 1 metro de profundidade, para levantamento<br />

e diagnóstico do perfil. Serão sempre quatro visitas durante a safra<br />

de soja e uma no inverno e a realização de um dia de campo com<br />

produtores da região. Em Palmital (SP), o trabalho começou a ser<br />

implantado na propriedade da família Ferreira, onde estão na lida o<br />

seu José, o filho Claudinei e os sobrinhos dele, Ednaldo e Éder. No<br />

total, a família detém 262 alqueires (634 hectares).<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

33


‘Mudou a minha vida’, diz<br />

cooperado de Cruzália<br />

Morador em Pedrinhas Paulista, o cooperado e produtor<br />

de soja Henrique Franz é de tradicional família italiana.<br />

Seu pai, Sérgio, que era enfermeiro e depois se<br />

estabeleceu no ramo farmacêutico, está entre os imigrantes italianos<br />

que fundaram o município em 1952, poucos anos depois<br />

de terminada a Primeira Guerra Mundial. Formado em economia,<br />

Henrique Franz, o Kiko, foi bancário durante muito tempo. A certa<br />

altura, resolveu trocar a carreira pelo sonho de cultivar a terra<br />

“e se sentir mais livre” – o que incluiu comprar uma motocicleta<br />

e viajar pelo país. Kiko produz soja desde 1990 e conta que já há<br />

tempos não estava satisfeito com o desempenho da lavoura, que<br />

apresentava baixo patamar de produtividade.<br />

Essa realidade começou a mudar em 2016 com a chegada da<br />

Cocamar ao vizinho município de Cruzália, onde se instalou em<br />

uma estrutura para receber grãos, comercializar insumos e prestar<br />

orientação técnica aos produtores. Naquele mesmo ano, Kiko<br />

passou a ser assistido pela engenheira agrônoma da Cocamar,<br />

Letícia Ferreira. Já no primeiro ano sob a orientação técnica da<br />

cooperativa, a média do produtor foi de 135 sacas por alqueire<br />

(55,7/hectare), um número apreciável para quem, até então,<br />

havia conseguido o máximo de 116 sacas/alqueire (47,9 sacas/hectare).<br />

No segundo, atendendo a recomendação de utilizar<br />

tecnologias mais modernas e introduzir o cultivo da braquiária<br />

no inverno, Kiko colheu nada menos que 147 sacas de média por<br />

alqueire (60,7 sacas/hectare).<br />

“A Cocamar mudou a minha vida na agricultura, hoje a<br />

minha soja é outra”, afirma o produtor, lembrando que antes<br />

a lavoura não se desenvolvia conforme o esperado e havia<br />

muitos problemas com ervas daninhas. “A Cocamar trouxe<br />

o diferencial da braquiária e do manejo adequado do solo”,<br />

acrescenta Kiko, dizendo ainda que a cooperativa chegou à<br />

sua região não apenas para vender produtos, mas para “quebrar<br />

paradigmas” e também, conforme suas palavras, para que<br />

“ela e o cooperado cresçam juntos”.<br />

Franz com as<br />

agrônomas Letícia<br />

Ferreira e (Cocamar<br />

e Tassiane Anghinoni<br />

(Spraytec)<br />

34 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Almeida constatou que onde havia soja, o pasto se restabelece e alimenta um número maior de animais<br />

Soja em ILP melhora a<br />

pecuária em Santo Anastácio<br />

A<br />

exemplo do que acontece em grande parte do Pontal do<br />

Paranapanema, os solos de Santo Anastácio, no entorno<br />

de Presidente Prudente, são arenosos, com baixo teor de<br />

argila. Isso fez com que, nas últimas décadas, a pecuária de corte<br />

tomasse conta da região. E, como se vê em todo lugar, com o<br />

passar dos anos as pastagens foram se degradando e reduzindo o<br />

retorno econômico para os pecuaristas. Se para alguns esta situação<br />

é o fim da linha, para outros é oportunidade.<br />

Em Santo Anastácio, o produtor Marco Antonio de Almeida, o<br />

Marquinhos, aproveitou a presença da Cocamar em Presidente<br />

Prudente para desenvolver em parte de suas terras o programa<br />

de integração lavoura-pecuária (ILP). Marquinhos conta que, no<br />

começo, passou a fazer a reforma de pastos com soja e só nos últimos<br />

três anos, sob a orientação técnica da cooperativa, investiu<br />

na integração. Ele ficou animado com a ILP depois que constatar<br />

que em pasto onde havia soja, conseguia alimentar um número<br />

maior de animais. “Onde não cabiam mais do que três cabeças,<br />

agora dá para colocar 10 cabeças por alqueire (4,1 por hectare)”,<br />

afirma o produtor.<br />

E não tem segredo: Marquinhos foi orientado a cultivar pastagem<br />

de braquiária no inverno, algo que ele conhece muito<br />

bem, pois é produtor de sementes desse capim. Com um pasto<br />

bem formado de braquiária, os animais têm alimento de sobra<br />

e ganham peso justamente no período mais crítico do inverno,<br />

de abril a agosto, quando os pastos tradicionais escasseiam por<br />

causa do clima frio. Cada animal entra com dez arrobas de peso<br />

(150 quilos) e, quatro meses depois, sai pesando 13 arrobas em<br />

média (195 quilos). “Conduzida com técnicas modernas e tendo<br />

produtividade, a pecuária é um bom negócio”, afirma o produtor<br />

de Santo Anastácio.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

35


PESQUISA<br />

Metade dos produtores tem<br />

convicção de que tecnologias<br />

‘melhoram a produtividade’<br />

A participação/interação da família na condução e administração da propriedade foi mencionada<br />

por 15,9% dos entrevistados, enquanto que para 32,5% isto não acontece<br />

Uma pesquisa de Satisfação e Hábitos<br />

do Cooperado foi realizada<br />

pela Cocamar no final de 2018,<br />

com a finalidade de avaliar atendimento, estruturas<br />

físicas, serviços prestados e outros<br />

itens. Um questionário com 35 perguntas<br />

foi respondido com a participação de 728<br />

cooperados de 74 unidades operacionais,<br />

distribuídas por todas as regiões de atuação<br />

da cooperativa.<br />

Quanto ao uso de tecnologias, 49%<br />

declararam buscar sempre novidades para<br />

aplicar em suas lavouras, “pois ela melhora<br />

consideravelmente a minha produtividade”,<br />

25,2% optaram pela resposta “até utilizo<br />

algumas novas tecnologias, mas preciso<br />

entender se realmente funciona antes”,<br />

12,3% afirmaram dar preferência “a métodos<br />

tradicionais para o desenvolvimento<br />

da lavoura, mas cogito alguma hora utilizar<br />

tecnologias diferentes” e 10% disseram<br />

“utilizar tecnologias específicas, para facilitar<br />

alguns processos”.<br />

A participação/interação da família na<br />

condução e administração da propriedade foi<br />

mencionada por 15,9% dos entrevistados,<br />

enquanto que para 32,5% isto não acontece.<br />

Para 77,2% deles, realizações como o<br />

Safratec são importantes para a sua atividade<br />

e 95,6% disseram o mesmo em relação<br />

a dias de campo e palestras técnicas promovidos<br />

em suas unidades.<br />

A agricultura de precisão é conhecida<br />

parcialmente por 53,5% deles, enquanto<br />

24,4% declararam ter familiaridade com o<br />

assunto e 21,9% disseram desconhecê-la.<br />

Já 69,9% demonstraram interesse caso a<br />

cooperativa venha a oferecer uma assistência<br />

técnica personalizada. C<br />

Em relação à compra de insumos, 61,9%<br />

afirmaram adquirir mais de 75% dos produtos<br />

na cooperativa e outros 17,3% acima<br />

de 50%. Quanto a entrega da produção,<br />

62,9% o fazem acima de 75% na Cocamar,<br />

enquanto outros 15,9% mais de 50%.<br />

Um total de 64% declararam perceber a<br />

diferença entre a atuação da Cocamar e outras<br />

organizações do mercado, ao passo que<br />

78% disseram perceber que as melhorias<br />

operacionais contribuem para a agilidade e<br />

o bom serviço de sua unidade.<br />

Quanto aos meios de comunicação, 38%<br />

assinalaram preferir o contato pessoal para<br />

receber informações, 36% o aplicativo<br />

WhatsApp, 20% o contato telefônico e<br />

5,5% outros.<br />

Entre os entrevistados, 62% detinham<br />

até 60 alqueires (145,2 hectares) e 63%<br />

apresentavam faixa etária superior a 51<br />

anos, sendo 97% do gênero masculino. Do<br />

total, 70% declararam ter de 2 a 4 filhos e a<br />

maioria, 76%, cursou o ensino fundamental<br />

ou médio, com 17% tendo completado o<br />

ensino superior e 5% a pós-graduação.<br />

Eram proprietários 40,1% deles e outros<br />

41,9% disseram ser proprietários e<br />

também arrendatários, fazendo, em ambos<br />

os casos, a gestão da propriedade de<br />

perto; outros 5,49% de proprietários declararam<br />

delegar a gestão das atividades<br />

a pessoas de sua confiança e 8,3% eram<br />

apenas arrendatários.<br />

36 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


49%<br />

declararam buscar sempre<br />

novidades em tecnologias para<br />

aplicar em suas lavouras<br />

15,9%<br />

dos entrevistados contam com<br />

a participação da família na<br />

condução e administração da propriedade<br />

95,6%<br />

disseram que dias de campo e palestras técnicas<br />

promovidas nas unidades são importantes<br />

para o seu desenvolvimento<br />

53,3%<br />

afirmaram conhecer<br />

parcialmente a<br />

agricultura de precisão<br />

61,9%<br />

adquirem mais de 75%<br />

dos produtos na cooperativa<br />

e outros 77,3% acima de 50%<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

37


Cocamar entre as maiores<br />

fornecedoras de óleo diesel do Paraná<br />

38 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


A<br />

Cocamar começou a operar em 2010 com a comercialização<br />

de óleo diesel pelo sistema TRR (transportador-revendedor-retalhista)<br />

e, já em 2017, figurou<br />

entre as maiores fornecedoras desse combustível no<br />

Paraná. A previsão é superar 35 milhões de litros neste ano,<br />

distribuídos por uma frota de 14 caminhões a milhares de<br />

propriedades rurais localizadas em regiões de atuação da<br />

cooperativa nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e<br />

São Paulo. Foram 32 milhões de litros em 2018, mantendo<br />

assim uma escalada que, nos últimos cinco anos, registrou<br />

avanço de 70%.<br />

SEGURANÇA<br />

A ampliação do volume tem impulsionado, ao mesmo tempo,<br />

a expansão da frota, formada por veículos novos, aferidos<br />

e certificados, conforme assinala o gerente comercial<br />

de Postos e TRR, Cleverton Ruffo. “Temos mais de 15 mil<br />

entregas previstas neste ano”, ilustra o gerente, lembrando<br />

que em 2018 o número foi de 13 mil. Ele chama atenção<br />

para o fato de a equipe de motoristas ser especialmente<br />

preparada para esse tipo de transporte, com índice zero<br />

de acidentes. Quanto ao combustível, “o cooperado tem a<br />

segurança de receber um produto de qualidade e na quantidade<br />

exata”.<br />

A Cocamar adquire óleo diesel de empresas idôneas, mas<br />

para certificar-se da qualidade do mesmo, realiza análises<br />

laboratoriais antes de comercializá-lo. Ao mesmo tempo,<br />

as bombas nos caminhões são aferidas periodicamente.<br />

As vendas são feitas a partir de lotes de 1 mil litros, com<br />

os produtores estocando temporariamente nas propriedades,<br />

para suprir suas demandas.<br />

QUALIDADE<br />

O gerente de Negócio Insumos da cooperativa, Geraldo<br />

Amarildo Ganaza, lembra que quando a Cocamar decidiu<br />

ingressar no fornecimento de óleo diesel aos seus associados,<br />

atendeu a uma reivindicação deles próprios, pois<br />

se ouvia muitas reclamações quanto a falta de qualidade<br />

do combustível encontrado no mercado: invariavelmente,<br />

provocava problemas nas bombas injetoras e nos bicos do<br />

motor. Havia queixas, também, em relação às quantidades<br />

entregues pelas empresas, nem sempre respeitadas.<br />

“O óleo diesel é um insumo essencial para a atividade<br />

agrícola e o objetivo da Cocamar é oferecer aos cooperados<br />

um combustível com garantia de qualidade e procedência”,<br />

afirma.<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

39


Conselhos de Administração, Fiscal e Consultivo da Cocamar prestam reconhecimento às empresas patrocinadoras do Rally<br />

Conselheiros homenageiam<br />

patrocinadores do Rally<br />

Durante reunião dos Conselhos de Administração, Fiscal<br />

e Consultivo, a Cocamar promoveu no final da manhã<br />

de 24 de abril, com solenidade e almoço na Associação<br />

Cocamar, em Maringá, o encerramento oficial do Rally Cocamar<br />

de Produtividade. Estavam presentes, também, representantes das<br />

empresas parceiras na realização.<br />

MOTIVADOR<br />

Ao fazer sua saudação, o presidente da Cocamar, Divanir Higino,<br />

agradeceu aos parceiros por ajudarem a viabilizar um projeto<br />

inovador de comunicação e relacionamento com os cooperados,<br />

que já acontece pelo quarto ano consecutivo e tem ampla repercussão.<br />

“O Rally nos traz experiências motivadoras de produtores<br />

que aplicam tecnologias e se sobressaem em suas regiões, é um<br />

projeto que esperamos seja duradouro”, disse Higino, comentando<br />

também que o Rally é um atrativo para jovens produtores compreenderem<br />

o nível tecnológico com que podem trabalhar na propriedade<br />

da família.<br />

Cada representante de empresa patrocinadora foi chamado ao<br />

palco para receber um quadro com um agradecimento da diretoria<br />

da Cocamar. Presente no encerramento, o superintendente do Sistema<br />

Ocepar, Robson Maffioletti, parabenizou os realizadores pelo<br />

sucesso da iniciativa. “Resido em Curitiba e acompanho todos os<br />

domingos, pela TV, as reportagens do Rally”, disse.<br />

40 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Em nome da Cocamar TRR, o gerente de Negócios Insumos,<br />

Geraldo Ganaza, recebe quadro entregue pelo presidente da<br />

cooperativa, Divanir Higino<br />

José Antonio, da Texaco Lubrificantes, é homenageado<br />

pelo superintendente de Negócios, Grãos e Insumos da<br />

Cocamar, Arquimedes Alexandrino<br />

Luiz Eduardo, o Dado, da Estratégia Ambiental, apresenta<br />

seu quadro, ao lado do superintendente de Negócios, Grãos e<br />

Insumos, Arquimedes Alexandrino<br />

O gerente da Sicredi União PR/SP, Gilberto Rauber,<br />

agraciado com a homenagem pelo presidente do Conselho de<br />

Administração da cooperativa, Luiz Lourenço<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

41


Jucemar, representando a Agrosafra,<br />

recebe homenagem do presidente da cooperativa,<br />

Divanir Higino<br />

O presidente da Unicampo, Luciano Ferreira Lopes,<br />

homenageado pelo presidente do Conselho de<br />

Administração da Cocamar, Luiz Lourenço<br />

Ao Rafael Franciscatti, da Basf, o reconhecimento na forma<br />

de um quadro, conferido pelo superintendente de Negócios,<br />

Grãos e Insumos, Arquimedes Alexandrino<br />

Representando a Ford Center, Clóvis<br />

apresenta o quadro entregue pelo presidente<br />

da cooperativa, Divanir Higino<br />

42 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>


Luiz Gustavo, da Spraytec, com o quadro que<br />

lhe foi entregue pelo presidente do Conselho de<br />

Administração, Luiz Lourenço<br />

Dirigentes da Sancor Seguros com o quadro em<br />

homenagem, ao lado do coordenador do Rally,<br />

Rogério Recco<br />

Dirigentes da Cocamar e da parceira Spraytec durante<br />

evento de encerramento do Rally<br />

REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong><br />

43


44 REVISTA DO Rally Cocamar de Produtividade <strong>2019</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!