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edição de 26 de agosto de 2019

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FÓRUM DE MARKETING EMPRESARIAL<br />

Fotos: Divulgação<br />

“quAndo As<br />

mArcAs não se<br />

conectAm com os<br />

consumidores,<br />

consi<strong>de</strong>rAndo os<br />

vAlores dAquele<br />

ser humAno,<br />

provAvelmente<br />

per<strong>de</strong>rão espAço”<br />

Fernando Taralli, CEO da VML, foco nos consumidores<br />

Marcelo Bicudo, CEO da Superunion Brand Consultancy<br />

dos painéis mais aguardados do<br />

Fórum é O futuro da TV: seja o<br />

primeiro a saber, com participação<br />

<strong>de</strong> José Roberto Maciel,<br />

CEO do SBT; Américo Martins,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> conteúdo<br />

da CNN Brasil; e do jornalista<br />

Willian Waack, do time <strong>de</strong> âncoras<br />

da CNN.<br />

A maior inovação do marketing<br />

é o ser humano, tema central<br />

da programação, <strong>de</strong>staca<br />

como o consumidor exerce<br />

influência sobre as marcas. “O<br />

que mais ouvimos é que os consumidores<br />

esperam das marcas<br />

atitu<strong>de</strong>s mais proativas e sustentáveis,<br />

porque estão preocupadas<br />

por um mundo melhor.<br />

E estão dispostos a pagar por<br />

isso. Afinal <strong>de</strong> contas transformar<br />

uma marca com um<br />

caráter mais humano exige investimento.<br />

E as marcas estão<br />

dispostas a fazer, mas precisam<br />

ter a garantia <strong>de</strong>ssa cumplicida<strong>de</strong>”,<br />

diz Hugo Rodrigues.<br />

TALKS<br />

Além da vulnerabilida<strong>de</strong>, a<br />

área Talks do Fórum contempla<br />

os seguintes temas: Furando<br />

a bolha: por que sua empresa<br />

tem que furar também, em<br />

que Jeferson Martins, diretor<br />

<strong>de</strong> relações públicas da Y&R, é<br />

um dos <strong>de</strong>batedores.<br />

“A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas e<br />

opiniões que as marcas expressam<br />

no mundo <strong>de</strong> hoje é significativamente<br />

maior do que em<br />

qualquer outro momento da<br />

história. Não existe mais uma<br />

única narrativa a seguir. Quando<br />

as marcas não se conectam<br />

com os consumidores <strong>de</strong> forma<br />

verda<strong>de</strong>ira, consi<strong>de</strong>rando os<br />

valores daquele ser humano,<br />

provavelmente per<strong>de</strong>rão espaço<br />

para algum outro player,<br />

que se apropriará <strong>de</strong>sse espaço.<br />

Hoje as mensagens conseguem<br />

alcançar lugares antes inimagináveis<br />

e para isso é necessário<br />

consi<strong>de</strong>rar a diversida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong><br />

em nossos discursos,<br />

e trazer também representativida<strong>de</strong><br />

para todas as nossas<br />

ativida<strong>de</strong>s. Com quanto mais<br />

experiências <strong>de</strong> vida conseguirmos<br />

nos conectar, maior a nossa<br />

chance <strong>de</strong> ter consumidores<br />

fiéis e que advogam pelo nosso<br />

negócio”, elenca Jefferson.<br />

GENéRICOS<br />

Como transformar genéricos<br />

em marca própria? Quem respon<strong>de</strong><br />

é Augusto Cruz Neto,<br />

diretor <strong>de</strong> marketing da Cimed.<br />

“Há algum tempo a Medley conseguiu<br />

sair na frente na história<br />

dos genéricos. Campanhas com<br />

o piloto Rubinho Barichello e<br />

ativações a tornaram reconhecida.<br />

Genérico é comodity, mas<br />

oferece uma oportunida<strong>de</strong> para<br />

a indústria. Porque ela po<strong>de</strong> se<br />

tornar uma marca forte e ter a<br />

chance <strong>de</strong> ver todos os seus produtos<br />

reconhecidos, a começar<br />

pelo genérico. A Friboi <strong>de</strong>scobriu<br />

que falar <strong>de</strong> Friboi daria<br />

mais margem e vendas do que<br />

falar <strong>de</strong> carne. Na Cimed, estamos<br />

indo nessa direção”, garante<br />

Neto.<br />

Outro tema dos Talks é Help!<br />

On<strong>de</strong> foi parar meu consumidor?<br />

Um dos <strong>de</strong>batedores é Fernando<br />

Taralli, CEO da VML. A sua<br />

abordagem contempla o tempo<br />

gasto pelas pessoas nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais.<br />

“Esse comportamento é um<br />

fenômeno da cultura pop. É<br />

preciso saber medir quando<br />

um consumidor interage com<br />

um post <strong>de</strong> uma marca. A VML<br />

conseguiu ótimos resultados<br />

para a Sorriso em sete meses<br />

<strong>de</strong> trabalho. Marketing requer<br />

agilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação.<br />

A agência precisa criar e<br />

aprovar no mesmo dia, inclusive<br />

com a influência do jurídico.<br />

Vai ter erro, mas agora é<br />

assim. Os clientes mudaram.<br />

Estão abertos ao diálogo. O engajamento<br />

vem por meio <strong>de</strong><br />

conteúdo e da integração com<br />

os memes do dia”, argumentou<br />

Taralli, que vem usando a plataforma<br />

BAV (Brand Asset Valuator)<br />

para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Na avaliação <strong>de</strong> Camila Costa,<br />

CEO da ID\TBWA, a questão<br />

humana é chave para o sucesso<br />

das marcas. “Com tantos dados<br />

e tecnologia, o marketing terminou<br />

se esquecendo da pessoa e<br />

seus comportamentos. Vi este<br />

ano no SXSW muita coisa sobre<br />

a transformação que a tecnologia<br />

po<strong>de</strong> proporcionar, mas<br />

relacionada ao valor humano.<br />

A tecnologia e as novas dinâmicas<br />

<strong>de</strong> comunicação trouxeram<br />

para o consumidor a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> medir. Sucesso é diferente<br />

dos tempos anteriores.<br />

Quando uma marca encara o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> entrar nas conversas<br />

para chamar a atenção, <strong>de</strong>ve estar<br />

ciente disso: o consumidor<br />

mudou. E a marca <strong>de</strong>ve acompanhar<br />

esse ritmo. Não dá mais<br />

para propor uma publicida<strong>de</strong><br />

dura e fria”, relata Camila.<br />

PRÊMIO<br />

Um dos pontos altos da<br />

agenda é o reconhecimento<br />

do trabalho dos profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing na gestão das<br />

marcas. O Prêmio Li<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marketing<br />

Empresarial presta homenagem<br />

especial a Antônio<br />

Augusto Amaral <strong>de</strong> Carvalho<br />

Filho, o Tutinha, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Jovem Pan. Entre os premiados<br />

estão Luciano Almeida,<br />

do Banco Original, reco-<br />

nhecido na área <strong>de</strong> marketing<br />

<strong>de</strong> produto; Leandro Sposito,<br />

do Waze, em marketing <strong>de</strong><br />

inovação; e Sandra Martinelli,<br />

presi<strong>de</strong>nte-executiva da<br />

ABA (Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Anunciantes), como Dirigente<br />

<strong>de</strong> Marketing do Ano.<br />

“A transformação da ABA<br />

tem como ponto <strong>de</strong> partida o<br />

fator humano. Mais pessoas<br />

participam das ativida<strong>de</strong>s e<br />

contribuem com o seu conhecimento<br />

para aprimorar métricas<br />

e postura. O ato <strong>de</strong> se<br />

reinventar significa <strong>de</strong>letar a<br />

acomodação que po<strong>de</strong> ser paralisante,<br />

mesmo que tenhamos<br />

domínio pleno <strong>de</strong> disciplinas<br />

e técnicas”, diz Sandra<br />

Martinelli (confira seu artigo<br />

nesta edição, na página 33).<br />

O curador Adonis Alonso,<br />

da Creatix, enfatiza que a marcas<br />

acordaram para uma nova<br />

consciência. “E ela chegou via<br />

tecnologia, internet e re<strong>de</strong>s<br />

sociais, que difun<strong>de</strong>m o tema,<br />

mas também faz ver que à sua<br />

volta as pessoas têm muito<br />

mais do que um computador<br />

ou smartphone. E as marcas<br />

perceberam que não po<strong>de</strong>m se<br />

basear simplesmente em chats<br />

ou robôs para conversar com o<br />

seu público ”, afirma. Armando<br />

Ferrentini, que acompanha<br />

a evolução do marketing<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos anos 1960,<br />

não tem dúvida <strong>de</strong> que não<br />

teria a menor graça relevar o<br />

ser humano para o segundo<br />

plano. “O homem é movido a<br />

relações. Po<strong>de</strong> até aceitar imposições,<br />

mas quando não tem<br />

jeito. No caso das marcas, com<br />

tantas opções, ele simplesmente<br />

po<strong>de</strong> trocar e se adaptar.<br />

A beleza do ser humano<br />

é a sua imperfeição”, finaliza<br />

Ferrentini.<br />

32 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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