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FÓRUM DE MARKETING EMPRESARIAL<br />
Fotos: Divulgação<br />
“quAndo As<br />
mArcAs não se<br />
conectAm com os<br />
consumidores,<br />
consi<strong>de</strong>rAndo os<br />
vAlores dAquele<br />
ser humAno,<br />
provAvelmente<br />
per<strong>de</strong>rão espAço”<br />
Fernando Taralli, CEO da VML, foco nos consumidores<br />
Marcelo Bicudo, CEO da Superunion Brand Consultancy<br />
dos painéis mais aguardados do<br />
Fórum é O futuro da TV: seja o<br />
primeiro a saber, com participação<br />
<strong>de</strong> José Roberto Maciel,<br />
CEO do SBT; Américo Martins,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> conteúdo<br />
da CNN Brasil; e do jornalista<br />
Willian Waack, do time <strong>de</strong> âncoras<br />
da CNN.<br />
A maior inovação do marketing<br />
é o ser humano, tema central<br />
da programação, <strong>de</strong>staca<br />
como o consumidor exerce<br />
influência sobre as marcas. “O<br />
que mais ouvimos é que os consumidores<br />
esperam das marcas<br />
atitu<strong>de</strong>s mais proativas e sustentáveis,<br />
porque estão preocupadas<br />
por um mundo melhor.<br />
E estão dispostos a pagar por<br />
isso. Afinal <strong>de</strong> contas transformar<br />
uma marca com um<br />
caráter mais humano exige investimento.<br />
E as marcas estão<br />
dispostas a fazer, mas precisam<br />
ter a garantia <strong>de</strong>ssa cumplicida<strong>de</strong>”,<br />
diz Hugo Rodrigues.<br />
TALKS<br />
Além da vulnerabilida<strong>de</strong>, a<br />
área Talks do Fórum contempla<br />
os seguintes temas: Furando<br />
a bolha: por que sua empresa<br />
tem que furar também, em<br />
que Jeferson Martins, diretor<br />
<strong>de</strong> relações públicas da Y&R, é<br />
um dos <strong>de</strong>batedores.<br />
“A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas e<br />
opiniões que as marcas expressam<br />
no mundo <strong>de</strong> hoje é significativamente<br />
maior do que em<br />
qualquer outro momento da<br />
história. Não existe mais uma<br />
única narrativa a seguir. Quando<br />
as marcas não se conectam<br />
com os consumidores <strong>de</strong> forma<br />
verda<strong>de</strong>ira, consi<strong>de</strong>rando os<br />
valores daquele ser humano,<br />
provavelmente per<strong>de</strong>rão espaço<br />
para algum outro player,<br />
que se apropriará <strong>de</strong>sse espaço.<br />
Hoje as mensagens conseguem<br />
alcançar lugares antes inimagináveis<br />
e para isso é necessário<br />
consi<strong>de</strong>rar a diversida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong><br />
em nossos discursos,<br />
e trazer também representativida<strong>de</strong><br />
para todas as nossas<br />
ativida<strong>de</strong>s. Com quanto mais<br />
experiências <strong>de</strong> vida conseguirmos<br />
nos conectar, maior a nossa<br />
chance <strong>de</strong> ter consumidores<br />
fiéis e que advogam pelo nosso<br />
negócio”, elenca Jefferson.<br />
GENéRICOS<br />
Como transformar genéricos<br />
em marca própria? Quem respon<strong>de</strong><br />
é Augusto Cruz Neto,<br />
diretor <strong>de</strong> marketing da Cimed.<br />
“Há algum tempo a Medley conseguiu<br />
sair na frente na história<br />
dos genéricos. Campanhas com<br />
o piloto Rubinho Barichello e<br />
ativações a tornaram reconhecida.<br />
Genérico é comodity, mas<br />
oferece uma oportunida<strong>de</strong> para<br />
a indústria. Porque ela po<strong>de</strong> se<br />
tornar uma marca forte e ter a<br />
chance <strong>de</strong> ver todos os seus produtos<br />
reconhecidos, a começar<br />
pelo genérico. A Friboi <strong>de</strong>scobriu<br />
que falar <strong>de</strong> Friboi daria<br />
mais margem e vendas do que<br />
falar <strong>de</strong> carne. Na Cimed, estamos<br />
indo nessa direção”, garante<br />
Neto.<br />
Outro tema dos Talks é Help!<br />
On<strong>de</strong> foi parar meu consumidor?<br />
Um dos <strong>de</strong>batedores é Fernando<br />
Taralli, CEO da VML. A sua<br />
abordagem contempla o tempo<br />
gasto pelas pessoas nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais.<br />
“Esse comportamento é um<br />
fenômeno da cultura pop. É<br />
preciso saber medir quando<br />
um consumidor interage com<br />
um post <strong>de</strong> uma marca. A VML<br />
conseguiu ótimos resultados<br />
para a Sorriso em sete meses<br />
<strong>de</strong> trabalho. Marketing requer<br />
agilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação.<br />
A agência precisa criar e<br />
aprovar no mesmo dia, inclusive<br />
com a influência do jurídico.<br />
Vai ter erro, mas agora é<br />
assim. Os clientes mudaram.<br />
Estão abertos ao diálogo. O engajamento<br />
vem por meio <strong>de</strong><br />
conteúdo e da integração com<br />
os memes do dia”, argumentou<br />
Taralli, que vem usando a plataforma<br />
BAV (Brand Asset Valuator)<br />
para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Camila Costa,<br />
CEO da ID\TBWA, a questão<br />
humana é chave para o sucesso<br />
das marcas. “Com tantos dados<br />
e tecnologia, o marketing terminou<br />
se esquecendo da pessoa e<br />
seus comportamentos. Vi este<br />
ano no SXSW muita coisa sobre<br />
a transformação que a tecnologia<br />
po<strong>de</strong> proporcionar, mas<br />
relacionada ao valor humano.<br />
A tecnologia e as novas dinâmicas<br />
<strong>de</strong> comunicação trouxeram<br />
para o consumidor a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> medir. Sucesso é diferente<br />
dos tempos anteriores.<br />
Quando uma marca encara o<br />
<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> entrar nas conversas<br />
para chamar a atenção, <strong>de</strong>ve estar<br />
ciente disso: o consumidor<br />
mudou. E a marca <strong>de</strong>ve acompanhar<br />
esse ritmo. Não dá mais<br />
para propor uma publicida<strong>de</strong><br />
dura e fria”, relata Camila.<br />
PRÊMIO<br />
Um dos pontos altos da<br />
agenda é o reconhecimento<br />
do trabalho dos profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing na gestão das<br />
marcas. O Prêmio Li<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marketing<br />
Empresarial presta homenagem<br />
especial a Antônio<br />
Augusto Amaral <strong>de</strong> Carvalho<br />
Filho, o Tutinha, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Jovem Pan. Entre os premiados<br />
estão Luciano Almeida,<br />
do Banco Original, reco-<br />
nhecido na área <strong>de</strong> marketing<br />
<strong>de</strong> produto; Leandro Sposito,<br />
do Waze, em marketing <strong>de</strong><br />
inovação; e Sandra Martinelli,<br />
presi<strong>de</strong>nte-executiva da<br />
ABA (Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Anunciantes), como Dirigente<br />
<strong>de</strong> Marketing do Ano.<br />
“A transformação da ABA<br />
tem como ponto <strong>de</strong> partida o<br />
fator humano. Mais pessoas<br />
participam das ativida<strong>de</strong>s e<br />
contribuem com o seu conhecimento<br />
para aprimorar métricas<br />
e postura. O ato <strong>de</strong> se<br />
reinventar significa <strong>de</strong>letar a<br />
acomodação que po<strong>de</strong> ser paralisante,<br />
mesmo que tenhamos<br />
domínio pleno <strong>de</strong> disciplinas<br />
e técnicas”, diz Sandra<br />
Martinelli (confira seu artigo<br />
nesta edição, na página 33).<br />
O curador Adonis Alonso,<br />
da Creatix, enfatiza que a marcas<br />
acordaram para uma nova<br />
consciência. “E ela chegou via<br />
tecnologia, internet e re<strong>de</strong>s<br />
sociais, que difun<strong>de</strong>m o tema,<br />
mas também faz ver que à sua<br />
volta as pessoas têm muito<br />
mais do que um computador<br />
ou smartphone. E as marcas<br />
perceberam que não po<strong>de</strong>m se<br />
basear simplesmente em chats<br />
ou robôs para conversar com o<br />
seu público ”, afirma. Armando<br />
Ferrentini, que acompanha<br />
a evolução do marketing<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos anos 1960,<br />
não tem dúvida <strong>de</strong> que não<br />
teria a menor graça relevar o<br />
ser humano para o segundo<br />
plano. “O homem é movido a<br />
relações. Po<strong>de</strong> até aceitar imposições,<br />
mas quando não tem<br />
jeito. No caso das marcas, com<br />
tantas opções, ele simplesmente<br />
po<strong>de</strong> trocar e se adaptar.<br />
A beleza do ser humano<br />
é a sua imperfeição”, finaliza<br />
Ferrentini.<br />
32 <strong>26</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark