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edição de 2 de setembro de 2019

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marketing & negócios<br />

SanneBerg/iStock<br />

Leis <strong>de</strong> mercado não<br />

foram revogadas<br />

Mesmo sendo ilógico, tem muita gente<br />

imaginando que as leis <strong>de</strong> mercado<br />

foram revogadas. Mas não, não foram<br />

Rafael Sampaio<br />

Por incrível que pareça, tem muita gente<br />

do marketing e da publicida<strong>de</strong> imaginando<br />

que as leis <strong>de</strong> mercado foram revogadas.<br />

Mas não, não foram - nem serão.<br />

Porque são leis naturais, lógicas, objetivas,<br />

matemáticas e se aplicam <strong>de</strong> forma automática<br />

mesmo consi<strong>de</strong>rando as muitas variáveis<br />

subjetivas, emocionais e sob influência<br />

da sorte - ou do azar, em seu reverso.<br />

Estratégias e táticas inteligentes ou suportadas<br />

por volumes ilógicos <strong>de</strong> investimento<br />

po<strong>de</strong>m até dar a sensação temporária <strong>de</strong><br />

que se conseguiu revogar essas leis; mas a<br />

realida<strong>de</strong> se apresenta mais cedo ou mais<br />

tar<strong>de</strong> e faz valer sua inescapável lógica.<br />

Vamos lembrar algumas <strong>de</strong>ssas leis e suas<br />

consequências. Quanto mais prospects<br />

e clientes, maiores as chances <strong>de</strong> venda.<br />

Essa todo mundo conhece e é o que <strong>de</strong>u e<br />

dá sentido à publicida<strong>de</strong>; mas é incrível ver<br />

a quantida<strong>de</strong> e regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propostas<br />

que tentam burlar sua lógica, com estratégias<br />

e táticas dirigidas a ações <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização,<br />

foco em nichos do mercado e coisas<br />

semelhantes.<br />

Não quer dizer que essas ações e opções<br />

não tenham sentido e valor, como parte <strong>de</strong><br />

uma estratégia clássica da “lógica do funil”:<br />

é preciso impactar uma imensa quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suspects para se ter uma massa razoável<br />

<strong>de</strong> prospects e compradores iniciais, um<br />

volume sustentável <strong>de</strong> clientes e, ao fim,<br />

a cereja do bolo dos advogados da marca -<br />

mas, atenção, sem bolo, não tem cereja.<br />

Quanto mais sua marca for conhecida<br />

e reconhecida, maiores suas chances <strong>de</strong><br />

fazer negócios. Des<strong>de</strong> o clássico anúncio<br />

da McGraw Hill (quem não conhece po<strong>de</strong><br />

acessar https://b2bpartners.nz/the-most-<br />

-famous-b2b-ad-of-all-time/) essa lei está<br />

perfeitamente explícita para quem é do ramo,<br />

mas há quem pense que não se aplica<br />

mais, nesta época <strong>de</strong> <strong>de</strong>lírio <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais,<br />

virais e influencers.<br />

Mas ela permanece absolutamente válida<br />

e implica em anunciar na dimensão da<br />

natureza da marca, seja na TV, para os produtos<br />

ou serviços <strong>de</strong> massa; seja nas publicações<br />

do tra<strong>de</strong>, para o B2B.<br />

Se a conta não fecha, o presente é ruim<br />

e o futuro não acontece. Por não aten<strong>de</strong>r às<br />

leis anteriores, por <strong>de</strong>ficiências da oferta<br />

<strong>de</strong> produtos/serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, problemas<br />

<strong>de</strong> gestão, falta <strong>de</strong> capital, dificulda<strong>de</strong><br />

momentânea ou pura miopia, é fácil cair na<br />

tentação <strong>de</strong> alavancar as vendas com preços<br />

baixos, que acabam levando à armadilha<br />

da <strong>de</strong>pendência mortal ao incremento<br />

dos <strong>de</strong>scontos e preços sempre mais baixos.<br />

O valor da mídia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da dimensão<br />

e da qualificação da audiência.<br />

Esta é outra lei que muitos, do lado comprador<br />

e ven<strong>de</strong>dor, acreditam ter sido revogada<br />

pela “nova economia”, “nova mídia”<br />

ou “nova alguma coisa”. Não foi. A equação<br />

é simples: quando maior a audiência <strong>de</strong> público<br />

qualificado, maior o valor <strong>de</strong> um meio<br />

ou veículo como mídia para quem preten<strong>de</strong><br />

seguir as duas primeiras leis listadas acima.<br />

Agência barata que funcione é uma lenda<br />

urbana. Parece incrível, mas não faltam<br />

clientes e até donos <strong>de</strong> agências que acreditam<br />

na equação <strong>de</strong> haver uma agência<br />

barata com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento, graças<br />

às mágicas da tecnologia, gestão inovadora,<br />

estrutura enxuta, trabalho <strong>de</strong> frilas<br />

e outros truques que apenas alongam a<br />

agonia <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>, falta<br />

<strong>de</strong> originalida<strong>de</strong>, subestrutura e outros<br />

<strong>de</strong>feitos que levam ao mesmo lugar: contas<br />

inviáveis <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r e extinção da própria<br />

agência.<br />

É inacreditável que essa ilusão esteja tão<br />

espraiada e gerando o ciclo vicioso <strong>de</strong> agências<br />

mal remuneradas, clientes mal atendidos<br />

e propaganda cada vez menos eficaz.<br />

Um erro que chegou até às contas públicas,<br />

pois se tem visto casos <strong>de</strong> licitações ganhas<br />

pelo preço e não pela qualida<strong>de</strong> e até contas<br />

que são “<strong>de</strong>volvidas” pelas agências vencedoras,<br />

por inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafaelsampaio103@gmail.com<br />

jornal propmark - 2 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 27

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