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<strong>Operação</strong> <strong>Resgate</strong><br />
GABRIEL F.S.<br />
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Antes das guerras, Odyssey era uma galáxia evoluída.<br />
Expandiu-se entre os planetas. Era tudo<br />
novo, algo tão sonhado entre outras nações já<br />
era realidade em Odyssey. Tal desenvolvimento<br />
científico deixou claro aos magos que o homem<br />
não precisaria mais de auxílio para seguir seu caminho,<br />
pois a tecnologia fez com que a humanidade<br />
se encontrasse, e trouxe, além da imagem<br />
do poder ilimitado, um novo conceito ético aos<br />
homens, que permitiria a eles, segundo os magos,<br />
uma viajem até o sentido central da vida;<br />
poético do ponto de vista dos magos. Assim, o<br />
misticismo deixou de fazer parte da realidade de<br />
Odyssey, e com o tempo, as pessoas transformaram<br />
os magos e suas histórias em nada mais que<br />
simples e belas lendas, sendo até levadas por alguns<br />
como religião.<br />
Sem magia para reinar, Odyssey precisaria de<br />
uma hierarquia política para que fosse posta a or-<br />
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dem. Assim foi feito e, os governos e órgãos foram<br />
se tornando galácticos à medida que Odyssey<br />
evoluía. O Comando Central de Odyssey era<br />
o lugar onde se compactavam representantes de<br />
todos os órgãos e elementos militares de Odyssey.<br />
As decisões tomadas por órgãos políticos que precisassem<br />
de qualquer elemento militar necessitavam<br />
da aprovação do Comando Central de Odyssey<br />
e, a tomada de tal decisão era extremamente rara.<br />
As poucas vezes em que Odyssey necessitou desses<br />
acordos, foram em casos de extrema urgência,<br />
como da vez em que alguns OVNI’s apareceram<br />
nos radares de Odyssey e, o comandante do setor<br />
Leste, Ulmo Fredia Olick, foi quem comandou o<br />
ato militar que ficou conhecido como “A Defesa”,<br />
que na verdade foi um ataque direto às naves. Tal<br />
ato político-militar ocorreu assim que toda a galáxia<br />
de Odyssey foi, de fato, tomada inteiramente<br />
pelos homens como lar da humanidade.<br />
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Muitas eras se passaram, até que foi decidido<br />
que a humanidade viveria muito melhor com<br />
mais espaço e recursos, que a fome e todos os<br />
problemas acabariam, assim, foi organizada<br />
uma enorme reunião no Comando Central de<br />
Odyssey, tal movimento ficou conhecido como<br />
Hidon-Fater. Em Hidon-Fater foi decidido que<br />
uma das forças do Comando Central de Odyssey<br />
deveria selecionar setores internos e enviá-los<br />
a uma exploração para além das fronteiras<br />
de Odyssey. E, muitos dos setores da força<br />
militar chamada Federação Terra, a maior<br />
força de Odyssey, foram enviados à expedição<br />
em busca de conhecimento para futuras<br />
aplicações, em busca da luz de Odyssey. Por<br />
isso, era uma honra a qualquer ser que fosse<br />
selecionado para a missão, era uma chance de<br />
ser o um dos protagonistas da maior evolução<br />
daquela era da humanidade, de ser respeitado<br />
e lembrado por todos. Este pensamento glorio-<br />
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so motivava muito, mas só foram os melhores<br />
homens, os mais conscientes, e a estes era difícil<br />
iludir com tais pensamentos. Os homens<br />
foram todos com o pé no chão.<br />
Assim, a primeira frota de reconhecimento para<br />
além de Odyssey estava prestes a embarcar na jornada.<br />
A frota dos sonhos, a frota do desconhecido,<br />
não do desconhecido que dá medo, mas daquele<br />
que qualquer um se anseia por uma curiosidade<br />
que logo será quebrada ao pensar nele, do desconhecido<br />
possível e otimista. A boa propaganda<br />
da descoberta se realizava automaticamente na<br />
mente de todos; desde os esperançosos otimistas<br />
que sempre se davam muito bem com as ações do<br />
mercado até os guerreiros de patente mais baixa<br />
que não foram escolhidos para a jornada; todos<br />
tinham esperança na melhoria da vida do povo,<br />
todos tinham esperança na Federação Terra; todos<br />
tinham esperança em Odyssey.<br />
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No dia da jornada, era possível ver do espaço a<br />
concentração do povo na transmissão do Comando<br />
Central de Odyssey projetada nos céus<br />
de Acrubates; a felicidade e orgulho das crianças<br />
que seguravam firmemente o foguete de plástico<br />
numa mão, na mão suada que não podiam nem<br />
movimentar para brincar, e a mão da mãe na outra,<br />
para não se perderem no meio daquela multidão<br />
em movimentação que estava prestes a pular<br />
e gritar, simultaneamente, por alegria e esperança,<br />
eis o animado povo de Xödan. Em seguida, a frota<br />
foi a diante, e dava pra ver os pilotos sumindo<br />
um a um com suas naves quando chegavam num<br />
ponto similar a uma parede de vidro que não se<br />
quebrava quando eles passavam, apenas contornava<br />
com uma luz roxa o desenho de todo o tipo<br />
de matéria que por ela passava.<br />
As festas duraram bastante tempo, mas, no lugar<br />
da curiosidade saudável entrou a preocupação,<br />
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pois as comunicações foram cortadas. Isso já era<br />
esperado desde o início, mas o combinado era<br />
que, se fossem cortadas as comunicações, os pilotos<br />
deveriam voltar à Odyssey quando um tipo<br />
de cronômetro da nave batesse seu tempo, equivalente<br />
a uma semana em Odyssey. Porém, uma<br />
semana se passou, e não foi obtido nenhum sinal<br />
dos guerreiros. Por isso, a segunda frota de reconhecimento<br />
da Federação Terra foi enviada: nesta<br />
se localizavam os agentes da salvação; aqueles<br />
que iriam a uma jornada mais séria e preocupante,<br />
que necessitava concentração e seriedade, que<br />
precisava de soldados que esperassem por tudo.<br />
Bom, este também era o protocolo da primeira<br />
missão, mas o clima era completamente diferente<br />
para todos, inclusive para o soldado John Timothy.<br />
Bom, John queria muito ir nesta missão para<br />
sentir a pressão de ser um verdadeiro guerreiro da<br />
Federação Terra, mas teve que esperar. Essa espera<br />
não impediu que sua tensão aumentasse muito.<br />
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Ele ficava pensando dia e noite em como devia ser<br />
estar lá, no controle da nave, na missão de exploração,<br />
descobrindo o que há de novo e presenciando<br />
todas as maravilhas da natureza universal, nas<br />
cores que teria o prazer de conhecer. John queria<br />
muito estar lá pelas maravilhas sujeitas a serem<br />
encontradas. Até que a segunda frota também decolou<br />
em busca da salvação dos soldados. Ora, ele<br />
ficou muito mais tenso, não conseguia admitir a<br />
si mesmo que, lá no fundo do seu coração, ele se<br />
sentia aliviado por não ter ido na segunda expedição.<br />
Por isso, sua vontade de treinar aumentou<br />
intensamente.<br />
John sentia que não era um soldado de verdade,<br />
tinha medo de que isso fosse real. A essa altura,<br />
ele já não conseguia mais evitar o pensamento<br />
da existência da hipótese de que um mal maior<br />
reinava lá fora, e os guerreiros mais temidos de<br />
Odyssey haviam sido pegos por esse mal. Se for-<br />
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mava uma batalha interna em John quando ele<br />
ouviu a notícia: apenas um homem voltou da segunda<br />
missão, e ele trouxe alguém com ele; um<br />
sobrevivente da primeira missão.<br />
A notícia foi revelada apenas aos soldados. Assim<br />
que recebeu a notícia, John começou a pensar no<br />
pânico que se passava lá fora, quando o pânico<br />
começou a adentrar sua mente, ele foi chamado.<br />
Durante o caminhar, suas pernas estavam quase<br />
trêmulas, mas ele sabia que não podia demonstrar<br />
sinal de fraqueza, foi então que entrou numa<br />
sala enorme com um número imenso de soldados.<br />
Assustado com a situação, John já esperou o<br />
que estava por vir, então prestou atenção no que<br />
foi dito a todos ali: “soldado, seu dever é servir<br />
a Odyssey. Sua honra hoje é salvar seu companheiro.<br />
Há um mal lá fora, um mal que nós ainda<br />
não conhecemos. Sinta-se honrado por ter a<br />
oportunidade de servir a seu propósito. Vocês<br />
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foram os primeiros a serem avisados sobre uma<br />
guerra. Sua missão hoje não é pacífica, você terá<br />
de lutar, terá de lutar por Odyssey e pela raça<br />
humana, portanto, esteja preparado para tudo,<br />
haja o que houver, resgate seus companheiros!”.<br />
Agora, as naves eram feitas para o piloto e o co-<br />
-piloto. O companheiro de John seria Will Harry,<br />
por pura coincidência, um amigo antigo de John.<br />
Tudo aconteceu de imediato e, John tinha medo,<br />
pois ainda achava não estar preparado.<br />
Chegou, enfim, o dia da decolagem. O medo tomava<br />
a mente de John, que estava de co-piloto.<br />
Quando sua nave decolou, ele ficou observando a<br />
visão de Odyssey diminuindo, era extraordinário,<br />
dava para ver a galáxia inteira quando se olhava<br />
pra trás. Na cabeça de John, se passou um filme,<br />
não só de sua vida, mas de todas as vidas, naquele<br />
momento ele conseguiu perceber o quão pequeno<br />
e insignificante era e, foi ali que ele entendeu do<br />
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que se tratava a missão, não era apenas de números,<br />
recursos ou espaço; se tratava daquilo que ele<br />
sentia ali, aquilo que expurgou dele sua vaidade,<br />
aquilo que fez ele se colocar em seu lugar enquanto<br />
se colocava no lugar de outrem, aquilo que não<br />
permitiu que ele tivesse mais medo de morrer,<br />
pois tal medo era um enorme sinal de vaidade,<br />
aquele sentimento era o que todos queriam sentir,<br />
mesmo que indiretamente, todos precisavam daquilo!<br />
Até que, de uma hora para a outra, a visão<br />
sumiu, a escuridão reinou, parecia mágica. Foi<br />
nesse momento que John olhou para frente e viu<br />
o enorme e assustador Império Pulsar, um retrato<br />
do medo e do mal que quase fez com que John<br />
esquecesse do que tinha sentido alguns segundos<br />
atrás. Ora, “quase” porquê o brilho das prisões de<br />
cristal iluminou a escuridão em meio à majestade<br />
do mal e lembrou a ele o motivo da <strong>Operação</strong><br />
<strong>Resgate</strong>, o motivo daquilo era a liberdade, tudo<br />
girava em torno da liberdade.<br />
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Ver aquelas vidas presas ali, com sinal de agonia<br />
e medo no rosto fez com que John pensasse como<br />
além de um ser humano novamente, fez com<br />
que ele pensasse como um soldado. Toda aquela<br />
expansão mental na vida de John foi o que o<br />
transformou, não apenas num soldado, aquilo o<br />
transformou em um Defensor da Liberdade, um<br />
defensor do direito de poder festejar com sua mulher<br />
e seu filho a sorte de voltar com vida da guerra,<br />
ao menos mais uma vez, um defensor do direito<br />
de sentir os melhores e os piores sentimentos,<br />
um defensor da vida. Então, a sincronia da lendária<br />
dupla, “John e Will”, começou quando os dois<br />
se olharam por um segundo, respiraram fundo,<br />
olharam para os cristais, e Will acelerou com força<br />
máxima quando disse: “em busca da liberdade!”.<br />
FIM<br />
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