04.10.2019 Views

RCIA - ED. 138 - JANEIRO 2017

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

LEMBRANÇAS<br />

Na Fonte,<br />

um duelo<br />

de titãs<br />

Há 50 anos, o Cruzeiro,<br />

vencedor da Taça Brasil de<br />

1966, fez amistoso com a<br />

Ferroviária no dia da entrega<br />

das faixas de Campeã da 1ª<br />

Divisão do Paulista ao time<br />

da cidade; o araraquarense<br />

Reinaldo Polito estava na<br />

arquibancada e nos conta<br />

como foi o jogo.<br />

Um dos maiores clubes do País e<br />

praticamente responsável por boa parte<br />

da torcida em Minas Gerais, o Cruzeiro<br />

jogou três vezes em Araraquara. As<br />

duas últimas foram contra o Palmeiras<br />

(2016 e 2012), que mandava jogos na<br />

Arena da Fonte por conta de impasses<br />

em seu estádio, o primeiro por punição<br />

do STJD e o outro por conta de um show<br />

nas dependências do Allianz Parque.<br />

Porém, a primeira vez que a equipe<br />

mineira pisou por aqui foi há cinco décadas,<br />

no dia 29 de janeiro de 1967;<br />

na Fonte Luminosa, os cruzeirenses entraram<br />

para a história da Ferroviária ao<br />

disputar um amistoso no qual as faixas<br />

de campeã da 1ª Divisão do Campeonato<br />

Paulista foram entregues ao time<br />

da cidade. O convite partiu da Prefeitura<br />

local.<br />

Para o jogo, a delegação recebeu<br />

12 milhões de cruzeiros novos, ficando<br />

hospedada na Estância Uirapuru.<br />

À época, o Cruzeiro era o campeão da<br />

Taça Brasil 1966 (equivalente ao Campeonato<br />

Brasileiro) com uma grande<br />

campanha: em 30 jogos, conseguiu 25<br />

vitórias, 4 empates e perdeu apenas<br />

uma vez.<br />

Neste dia, o Comendador Humberto<br />

D’Abronzo, rico empresário da Caninha<br />

Tatuzinho, veio de Piracicaba até Araraquara<br />

para entregar o troféu à equipe<br />

Antes do jogo, da esquerda para a direita: Dr. José Welington Pinto, Aldo Comito, Bazani (AFE), o árbitro<br />

da partida Juan de La Passion, Wilson Piazza (Cruzeiro) e o Comendador Humberto D’Abronzo, presidente<br />

do XV de Piracicaba, que a Ferroviária venceu um mês antes e ganhou acesso à Divisão Especial<br />

grená. E para a felicidade de todos os<br />

afeanos, a locomotiva brigou bravamente<br />

durante toda a partida, arrancando<br />

um empate em 2 a 2 com o esquadrão<br />

azul comandado pelo craque<br />

da seleção brasileira Tostão.<br />

O araraquarense Reinaldo Polito,<br />

mestre em ciências da comunicação,<br />

lembra com carinho deste dia. Ele estava<br />

no estádio, sentado ao lado do hoje<br />

comentarista do SporTV, Marco Antônio<br />

Rodrigues, que também é nascido em<br />

nossa cidade.<br />

“A Ferroviária dava uma enorme alegria<br />

a sua torcida, pois voltava à Divisão<br />

Especial depois de se sagrar campeã<br />

da Primeira Divisão em 1966. Eu, garotão,<br />

não perdi a oportunidade e compareci<br />

à Estância Uirapuru quase todos os<br />

dias para bater uma bola com Tostão,<br />

Evaldo e companhia”, revela.<br />

Polito completa. “A partida foi<br />

63<br />

realizada numa tarde de domingo<br />

bastante ensolarada. O estádio estava<br />

lotado com 24.870 torcedores, e<br />

uma renda, em dinheiro da época, de<br />

CR$ 37.680,00. Era uma grana preta”,<br />

avalia.<br />

BOLA ROLANDO<br />

A Ferrinha foi a campo com Machado,<br />

Belluomini, Fernando, Rossi e Joãozinho;<br />

Bebeto e Bazani; Passarinho, Maritaca,<br />

Téia e Pio. No decorrer do jogo,<br />

Maritaca deu lugar para Djair e Pulga<br />

entrou no lugar de Pio.<br />

Do outro lado, o elenco azul celeste,<br />

de grande reconhecimento nacional,<br />

era encabeçado pelo goleiro Raul,<br />

que se tornou comentarista esportivo.<br />

Depois vinham Pedro Paulo, Vavá, Procópio<br />

e Neco; Piazza e Dirceu Lopes;<br />

Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira.<br />

Cláudio, Zé Carlos e Wilson Almeida<br />

também participaram da partida.<br />

Logo aos 10 minutos do primeiro<br />

tempo, Tostão abriu o placar. “Fiquei<br />

arrepiado e morrendo de medo, pois<br />

tudo indicava que seria uma carnificina.<br />

Nossa faixa corria o risco de ser<br />

batizada com uma goleada”, conta<br />

Polito.<br />

Reinaldo Polito conheceu os craques do Cruzeiro<br />

na Estância Uirapuru, onde a delegação se<br />

hospedou<br />

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!