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revista setembro e outubro5

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A liderança feminina e seus potenciais Por: Patrícia Lisboa, head trainer e hacker<br />

comportamental<br />

Ao longo da história do mundo<br />

ocidental, coube aos homens<br />

os papeis principais nas decisões<br />

de mercado, sejam os senhores<br />

feudais na Idade Média ou os donos<br />

das grandes fábricas que surgiram<br />

na Revolução Industrial.<br />

Por um longo período, mitificaram<br />

a ideia de que a mulher não<br />

teria as capacidades necessárias<br />

para ocupar cargos estratégicos<br />

e, por isso, elas acabaram sendo<br />

deixadas de lado em momentos<br />

de grandes decisões.<br />

Essa cultura ficou tão enraizada<br />

que se instalou entre as próprias<br />

mulheres, fazendo-as acreditar<br />

que cabia a elas somente funções<br />

coadjuvantes em vários cenários,<br />

principalmente na política e na<br />

economia.<br />

Nos últimos anos, esses paradigmas<br />

vêm sendo desconstruídos.<br />

Mulheres começaram a ocupar<br />

cargos políticos, assumiram direções<br />

de multinacionais e passaram<br />

a alterar as estatísticas.<br />

26<br />

O resultado desse protagonismo<br />

maior na estruturação da sociedade,<br />

atingiu impactos além dos<br />

sociais. Segundo estudo, realizado<br />

em 2018 pela empresa de consultoria<br />

estadunidense McKinsey<br />

& Company, companhias que<br />

possuem, pelo menos, uma mulher<br />

em seu time de executivos<br />

são mais lucrativas.<br />

A pesquisa sobre diversidade<br />

comparou os gêneros dos funcionários<br />

e os dados financeiros de<br />

700 empresas de capital aberto<br />

de seis países latino-americanos,<br />

sendo eles: Argentina, Brasil,<br />

Chile, Colômbia, Panamá e Peru.<br />

Só nas matrizes brasileiras foram<br />

analisadas 300 organizações.<br />

Este cenário mostrou que quando<br />

as mulheres ocupam cargos de<br />

liderança, as empresas têm 50% a<br />

mais chance de aumentar a rentabilidade<br />

e 22% de crescer a média<br />

da margem Ebitda (indicador<br />

financeiro que apresenta quanto<br />

uma empresa gera de recursos<br />

por meio de suas atividades operacionais,<br />

sem contar impostos e<br />

outros efeitos financeiros).<br />

E, 64% das instituições que possuíam<br />

mulheres em cargos executivos,<br />

entre 2014 e 2018, subiram<br />

a mediana da margem Ebitda em<br />

comparação com 43% que não<br />

possuíam mulheres nesse posto.<br />

Além de quebrar barreiras históricas,<br />

novas barreiras também<br />

estão sendo superadas. Durante<br />

muito tempo os campos automobilístico<br />

e tecnológico, por exemplo,<br />

foram definidos como campos<br />

masculinos.<br />

Mary Barra e Paula Belliza ilustram<br />

a desconstrução desse preconceito.<br />

A norte-americana Mary foi a<br />

primeira mulher a se tornar CEO<br />

de uma montadora global.<br />

Com treinamento especializado e<br />

muita dedicação, ela fez história<br />

na direção da General Motors.<br />

Em reconhecimento dos seus feitos,<br />

em abril de 2004 a executiva<br />

saiu na capa da Times, listada<br />

como uma das 100 pessoas mais<br />

influentes do mundo.<br />

Já na área da tecnologia, o destaque<br />

foi para a angolana Paula<br />

Bellizia.<br />

Em julho de 2015, ela assumiu a<br />

presidência da Microsoft Brasil.<br />

Após três anos e meio liderando<br />

com sucesso, foi promovida a vice-presidente<br />

de Vendas, Marketing<br />

e Operações da Microsoft<br />

América Latina.<br />

O triunfo da liderança feminina<br />

alcança, também, chefias de Estado,<br />

como é o caso da chanceler<br />

alemã Angela Merkel.<br />

Desde 2005 no cargo de líder do<br />

executivo do país.<br />

A Alemanha foi o principal PIB<br />

(Produto Interno Bruto) da Europa,<br />

variando entre a terceira e a<br />

quarta posição do mundo.<br />

O país hoje é a maior referência<br />

na produção de engenharia, sendo<br />

o principal produtor de turbinas<br />

eólicas e tecnologia de energia<br />

solar do mundo.<br />

Tantos nomes e os números mencionados<br />

comprovam como a<br />

mulher contribui para o crescimento<br />

e a inovação em qualquer<br />

área. Principalmente quando ela<br />

acredita em seu potencial, descobre<br />

o que pode ser aprimorado<br />

em si mesma independente de<br />

gênero e investe em seu desenvolvimento<br />

contínuo.

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