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Revista Apólice #248

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profissão<br />

❙❙<br />

João Arthur Baeta Neves<br />

Brasil. “Sou apaixonado por tecnologia<br />

e inovação para corretores de seguros”,<br />

diz. Ele conta que, quando começou,<br />

estavam surgindo as primeiras corretoras<br />

online do mercado, com projetos<br />

audaciosos. “Como nosso trabalho é dar<br />

suporte, principalmente, aos pequenos e<br />

médios corretores, ficamos preocupados<br />

com o futuro do mercado, pois tudo<br />

levava a crer que estas corretoras online<br />

dominariam. Em 2012, criamos um sistema<br />

para inserir estes pequenos e médios<br />

corretores no mundo digital. Naquela<br />

época, os corretores em geral tinham<br />

bastante preconceito em captar clientes<br />

pela internet. Fizemos um trabalho árduo<br />

para colocar na cabeça deles que a<br />

internet veio para aumentar a carteira de<br />

clientes e não para tirar seus segurados”.<br />

Segundo ele, com o passar do tempo,<br />

os corretores começaram a entender que<br />

não basta ter um processo todo online se<br />

o atendimento e a consultoria não forem<br />

de qualidade. “Com isso, paralelamente<br />

ao suporte aos corretores, criei empresa<br />

de marketing digital, oferecendo estrutura<br />

para que os profissionais se apresentassem<br />

com profissionalismo na internet (site,<br />

identidade visual, video marketing, gestão<br />

de redes sociais, anúncios, leads etc)”<br />

Ele conta que, quando começou, os<br />

corretores de seguros tinham um pé atrás<br />

em relação aos clientes da internet e a<br />

grande maioria evitava este canal. Hoje<br />

já é diferente. “A maioria sabe que um<br />

dos principais canais de prospecção é<br />

justamente a internet. Obviamente, hoje<br />

a concorrência é maior. É muito raro um<br />

cliente renovar um seguro sem consultar<br />

valores na internet. Porém, por outro<br />

lado, a internet traz um mar sem fim para<br />

explorar novos clientes, novos nichos e<br />

novos ramos de seguros”.<br />

28<br />

A conectividade, para ele, foi certamente<br />

a maior transformação da<br />

sociedade e do setor, que impactou na<br />

profissão do corretor de seguros. “Talvez<br />

esteja mais difícil de manter condições<br />

de apólices por conta da concorrência,<br />

mas, por outro lado, está muito mais fácil<br />

de administrar a corretora e a carteira,<br />

pois existem dezenas de novas ferramentas<br />

que auxiliam o corretor, facilitando<br />

todos os processos”.<br />

Década de 2010<br />

Carlos Aguiar começou no ramo em<br />

2014, vindo do setor imobiliário. Iniciou<br />

atuando em agências Bradesco e, em<br />

2018, já com certa experiência e conhecimento<br />

do mercado, resolveu abrir sua<br />

própria corretora de seguros, a Aguiar<br />

Corretora de Seguros.<br />

“As mudanças estão acontecendo<br />

e estou inserido neste contexto, nessa<br />

‘turbulência’. A principal mudança que<br />

observo, além da tecnológica, é as companhias<br />

começarem a atuar em ramos<br />

que não tinham expertise, por exemplo na<br />

área financeira. Isso ainda gera certa desconfiança,<br />

tanto pelo cliente como pelo<br />

corretor. Mas acredito que o mercado vai<br />

selecionar quem ficará e onde atuará”.<br />

Aguiar analisa que o mercado está<br />

pensando muito em tecnologia, que beneficia<br />

principalmente os mais jovens,<br />

porém esquece um público que consome<br />

muito seguro, que são os idosos. “O maior<br />

impacto é para essa geração que, de certa<br />

forma, tem dificuldade no manuseio de<br />

ferramentas tecnológicas, como a mobile.<br />

Queremos simplificar, fazendo vistoria<br />

por aplicativo, mas pode dificultar bastante<br />

para esse consumidor. As companhias<br />

só veem que é econômico”.<br />

❙❙Duilly Cicarini<br />

❙❙<br />

Carlos Aguiar<br />

O mercado está em aprendizado para<br />

todos os envolvidos, segundo Aguiar. “São<br />

muitas mudanças, a maioria no setor tecnológico.<br />

É um processo contínuo e todos<br />

terão que fazer os seus ajustes”.<br />

Duilly Cicarini ingressou em seguros<br />

em 2014, vindo da área de telefonia, ao<br />

vislumbrar um mercado de oportunidades.<br />

“Após um período trabalhando<br />

como um corretor multiproduto, cheguei<br />

à conclusão de que teria mais destaque se<br />

me especializasse”. Em 2015, o mercado<br />

de seguro de bicicleta ainda era muito<br />

incipiente.“Como triatleta, havia muita<br />

identidade com o mercado e conhecia<br />

as necessidades do meu cliente, o que<br />

me fez criar a Velo Corretora no final de<br />

2015 e, desde então, nosso propósito foi<br />

nos tornarmos a principal referência neste<br />

segmento”.<br />

Antes de completar quatro anos,<br />

Cicarini lembra que o que era inovação<br />

em 2015, como automação de marketing,<br />

vendas por whatsapp, SEO, produção<br />

de conteúdo e jornada digital, hoje tem<br />

sido a norma. “Costumo dizer que um<br />

corretor que não adotou tudo isto já está<br />

em desvantagem e terá sua sobrevivência<br />

ameaçada no futuro, em que Inteligência<br />

Artificial (IA), aprendizado de máquina,<br />

Blockchain, chatbots e redes neurais são<br />

parte do vocabulário de quem pensa em<br />

inovação nos dias de hoje”.<br />

Segundo ele, enquanto muitos corretores<br />

reclamam das associações veiculares,<br />

seu olhar está voltada para o fenômeno<br />

das Insurtechs e Fintechs, que estão se<br />

tornando canais de distribuição atraentes<br />

para as seguradoras e entregam valor em<br />

vez de simplesmente intermediar. “Vejo as<br />

associações como um sintoma; um câncer<br />

instalado em um corpo envelhecido que<br />

tende à morte, no sentido de renascimento.

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