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profissão<br />
❙❙<br />
João Arthur Baeta Neves<br />
Brasil. “Sou apaixonado por tecnologia<br />
e inovação para corretores de seguros”,<br />
diz. Ele conta que, quando começou,<br />
estavam surgindo as primeiras corretoras<br />
online do mercado, com projetos<br />
audaciosos. “Como nosso trabalho é dar<br />
suporte, principalmente, aos pequenos e<br />
médios corretores, ficamos preocupados<br />
com o futuro do mercado, pois tudo<br />
levava a crer que estas corretoras online<br />
dominariam. Em 2012, criamos um sistema<br />
para inserir estes pequenos e médios<br />
corretores no mundo digital. Naquela<br />
época, os corretores em geral tinham<br />
bastante preconceito em captar clientes<br />
pela internet. Fizemos um trabalho árduo<br />
para colocar na cabeça deles que a<br />
internet veio para aumentar a carteira de<br />
clientes e não para tirar seus segurados”.<br />
Segundo ele, com o passar do tempo,<br />
os corretores começaram a entender que<br />
não basta ter um processo todo online se<br />
o atendimento e a consultoria não forem<br />
de qualidade. “Com isso, paralelamente<br />
ao suporte aos corretores, criei empresa<br />
de marketing digital, oferecendo estrutura<br />
para que os profissionais se apresentassem<br />
com profissionalismo na internet (site,<br />
identidade visual, video marketing, gestão<br />
de redes sociais, anúncios, leads etc)”<br />
Ele conta que, quando começou, os<br />
corretores de seguros tinham um pé atrás<br />
em relação aos clientes da internet e a<br />
grande maioria evitava este canal. Hoje<br />
já é diferente. “A maioria sabe que um<br />
dos principais canais de prospecção é<br />
justamente a internet. Obviamente, hoje<br />
a concorrência é maior. É muito raro um<br />
cliente renovar um seguro sem consultar<br />
valores na internet. Porém, por outro<br />
lado, a internet traz um mar sem fim para<br />
explorar novos clientes, novos nichos e<br />
novos ramos de seguros”.<br />
28<br />
A conectividade, para ele, foi certamente<br />
a maior transformação da<br />
sociedade e do setor, que impactou na<br />
profissão do corretor de seguros. “Talvez<br />
esteja mais difícil de manter condições<br />
de apólices por conta da concorrência,<br />
mas, por outro lado, está muito mais fácil<br />
de administrar a corretora e a carteira,<br />
pois existem dezenas de novas ferramentas<br />
que auxiliam o corretor, facilitando<br />
todos os processos”.<br />
Década de 2010<br />
Carlos Aguiar começou no ramo em<br />
2014, vindo do setor imobiliário. Iniciou<br />
atuando em agências Bradesco e, em<br />
2018, já com certa experiência e conhecimento<br />
do mercado, resolveu abrir sua<br />
própria corretora de seguros, a Aguiar<br />
Corretora de Seguros.<br />
“As mudanças estão acontecendo<br />
e estou inserido neste contexto, nessa<br />
‘turbulência’. A principal mudança que<br />
observo, além da tecnológica, é as companhias<br />
começarem a atuar em ramos<br />
que não tinham expertise, por exemplo na<br />
área financeira. Isso ainda gera certa desconfiança,<br />
tanto pelo cliente como pelo<br />
corretor. Mas acredito que o mercado vai<br />
selecionar quem ficará e onde atuará”.<br />
Aguiar analisa que o mercado está<br />
pensando muito em tecnologia, que beneficia<br />
principalmente os mais jovens,<br />
porém esquece um público que consome<br />
muito seguro, que são os idosos. “O maior<br />
impacto é para essa geração que, de certa<br />
forma, tem dificuldade no manuseio de<br />
ferramentas tecnológicas, como a mobile.<br />
Queremos simplificar, fazendo vistoria<br />
por aplicativo, mas pode dificultar bastante<br />
para esse consumidor. As companhias<br />
só veem que é econômico”.<br />
❙❙Duilly Cicarini<br />
❙❙<br />
Carlos Aguiar<br />
O mercado está em aprendizado para<br />
todos os envolvidos, segundo Aguiar. “São<br />
muitas mudanças, a maioria no setor tecnológico.<br />
É um processo contínuo e todos<br />
terão que fazer os seus ajustes”.<br />
Duilly Cicarini ingressou em seguros<br />
em 2014, vindo da área de telefonia, ao<br />
vislumbrar um mercado de oportunidades.<br />
“Após um período trabalhando<br />
como um corretor multiproduto, cheguei<br />
à conclusão de que teria mais destaque se<br />
me especializasse”. Em 2015, o mercado<br />
de seguro de bicicleta ainda era muito<br />
incipiente.“Como triatleta, havia muita<br />
identidade com o mercado e conhecia<br />
as necessidades do meu cliente, o que<br />
me fez criar a Velo Corretora no final de<br />
2015 e, desde então, nosso propósito foi<br />
nos tornarmos a principal referência neste<br />
segmento”.<br />
Antes de completar quatro anos,<br />
Cicarini lembra que o que era inovação<br />
em 2015, como automação de marketing,<br />
vendas por whatsapp, SEO, produção<br />
de conteúdo e jornada digital, hoje tem<br />
sido a norma. “Costumo dizer que um<br />
corretor que não adotou tudo isto já está<br />
em desvantagem e terá sua sobrevivência<br />
ameaçada no futuro, em que Inteligência<br />
Artificial (IA), aprendizado de máquina,<br />
Blockchain, chatbots e redes neurais são<br />
parte do vocabulário de quem pensa em<br />
inovação nos dias de hoje”.<br />
Segundo ele, enquanto muitos corretores<br />
reclamam das associações veiculares,<br />
seu olhar está voltada para o fenômeno<br />
das Insurtechs e Fintechs, que estão se<br />
tornando canais de distribuição atraentes<br />
para as seguradoras e entregam valor em<br />
vez de simplesmente intermediar. “Vejo as<br />
associações como um sintoma; um câncer<br />
instalado em um corpo envelhecido que<br />
tende à morte, no sentido de renascimento.