Jornal das Oficinas 168
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VEÍCULOS<br />
ELÉTRICOS<br />
AS OFICINAS INDEPENDENTES TÊM VINDO A GANHAR CONSCIÊNCIA DE<br />
QUE O CONSUMIDOR CONTINUA A RECORRER ÀS MARCAS PARA EFETUAR A<br />
MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DOS SEUS VEÍCULOS ELÉTRICOS<br />
AS MARCAS RECOMENDAM<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> perguntou a várias marcas<br />
de automóveis presentes em Portugal qual<br />
era a principal recomendação que fariam a<br />
um cliente que quisesse adquirir um elétrico.<br />
Apenas algumas aceitaram o nosso desafio. Para<br />
a Hyundai, a mudança de paradigma existente<br />
na sociedade faz com que o cliente comece<br />
a valorizar mais critérios, como segurança,<br />
ecologia, conectividade e eficiência, em<br />
detrimento da potência, design e até do preço.<br />
Por isso, Jorge Costa recomenda “que os clientes<br />
procurem perceber, junto <strong>das</strong> marcas, qual é a<br />
melhor solução para si em função do tipo de<br />
utilização que darão à viatura”. Já Vasco Figueira,<br />
não hesita e a única recomendação que faz é:<br />
“Tirem o máximo partido dos vossos veículos<br />
elétricos como fariam com um veículo equipado<br />
com motor de combustão interna”. Para Ricardo<br />
Oliveira, em partilhar, e para a Renault, em geral,<br />
também é importante desmistificar e “encarar<br />
um automóvel elétrico como encaramos um<br />
automóvel de outro segmento”.<br />
Já a Renault, encontra-se abaixo na<br />
média, com 4,5%. A liderar a percentagem<br />
de ven<strong>das</strong> de veículos elétricos<br />
estão as marcas Jaguar e Land Rover,<br />
com 57% e 51%, respetivamente.<br />
Se verificarmos a rede de carregamento<br />
para veículos elétricos existente<br />
em Portugal, podemos concluir<br />
que existem ainda algumas lacunas<br />
a resolver. Por isso, quisemos perceber<br />
se as marcas consideram que a<br />
dificuldade de carregamento poderá<br />
ser uma condicionante para a aquisição<br />
de automóveis deste segmento.<br />
Ricardo Oliveira, diretor de comunicação<br />
e imagem da Renault, confirma<br />
que “a dificuldade de acesso a<br />
pontos de carregamento ou os tempos<br />
de carregamento, fazem parte<br />
<strong>das</strong> condicionantes e <strong>das</strong> ideias pré-<br />
-concebi<strong>das</strong> em torno deste tipo de<br />
mobilidade”. Para Vasco Figueira,<br />
fleet manager da Jaguar Land Rover<br />
Portugal, “o desafio já não reside nos<br />
carregadores privados, mas sim nas<br />
redes ou infraestruturas de carregadores<br />
rápidos nas vias interurbanas.<br />
É verdade que avançámos muito nesse<br />
aspeto, se bem que ainda temos<br />
um longo caminho pela frente. Por<br />
isso, é importante ter carregadores<br />
domésticos e veículos com maior autonomia”.<br />
João Trincheiras, corporate communications<br />
manager do BMW Group<br />
Portugal, considera, por seu turno,<br />
que “os consumidores dispõem de<br />
perfis muito específicos e definidos,<br />
o que faz com que procurem uma<br />
oferta personalizada. A mobilidade<br />
elétrica é uma <strong>das</strong> tendências da próxima<br />
década que não pode, por isso,<br />
ser ignorada quando pensamos em<br />
novos compradores ou, inclusive, em<br />
novas aquisições por parte de clientes<br />
atuais”. As marcas têm vindo a<br />
tentar preencher as lacunas da rede<br />
de carregamento, considerando sempre<br />
o perfil de cada consumidor. Por<br />
isso, é recorrente adaptarem os seus<br />
modelos para disporem <strong>das</strong> maiores<br />
autonomias ou adaptar a velocidade<br />
de carregamento, podendo, também,<br />
apostar em diferentes modelos<br />
orientados para um estilo de vida<br />
mais citadino ou para viagens mais<br />
longas.<br />
Para preencher estas lacunas, a Mercedes-Benz,<br />
após a comercialização<br />
do smart elétrico, aposta agora no<br />
lançamento de uma gama com maior<br />
autonomia. Também a Hyundai tem<br />
vindo a fazer este esforço, apostando<br />
nas unidades de carregamento rápido,<br />
como, por exemplo, “o KAUAI<br />
Electric, que, em apenas 54 minutos,<br />
carrega 80% da sua bateria”, afirma<br />
Jorge Costa, diretor de ven<strong>das</strong> e logística<br />
da Hyundai Portugal. Sobre<br />
a questão da manutenção, as marcas<br />
confirmam que os proprietários continuam<br />
a realizar a revisão e manutenção<br />
<strong>das</strong> suas viaturas elétricas no<br />
canal oficial, atribuindo esta opção<br />
à falta de conhecimento que ainda<br />
existe nas oficinas independentes.<br />
Vasco Figueira alerta para as diferenças<br />
entre um veículo de combustão e<br />
uma viatura elétrica: “No caso dos<br />
elétricos, é muito importante conhecer,<br />
a fundo, o veículo e as suas características<br />
técnicas. As baterias não<br />
podem, sob pretexto algum, serem<br />
manusea<strong>das</strong> por pessoas não autoriza<strong>das</strong>.<br />
É uma questão de segurança,<br />
quer para os colaboradores da oficina,<br />
quer para o cliente”. l<br />
10 Novembro I 2019 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com