17.11.2019 Views

Livro-Texto - Unidade I

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Orçamento Empresarial<br />

Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro<br />

Colaboradores: Prof. Santiago Valverde<br />

Prof. Alexandre Saramelli<br />

Prof. Maurício Felippe Manzalli


Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro<br />

Bacharel em Administração de Empresas, é especialista em Gestão de Negócios e mestre em Engenharia de<br />

Produção. Há dez anos atua como docente universitário, tendo ministrado aulas na Unicsul, Unisuz e, atualmente, na<br />

UNIP. Professor titular na Faculdade de Suzano, é coordenador das atividades práticas de gestão na mesma instituição.<br />

Na UNIP, atua como professor nos cursos de gestão, além de ser coordenador do curso de Logística na modalidade<br />

EaD. É também Consultor In Company do Senac-SP, nas áreas financeira e logística, atuando com controle financeiro,<br />

fluxo de caixa, contabilidade, contas a pagar, produção, compras, estoques, transporte etc.<br />

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)<br />

C376o<br />

Cavaleiro, Jean Carlos<br />

Orçamento empresarial / Jean Carlos Cavaleiro. – São Paulo:<br />

Editora Sol, 2012.<br />

176 p., il.<br />

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e<br />

Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-055/12, ISSN 1517-9230.<br />

1. Orçamento empresarial. 2. Administração. 3. Análise de<br />

endividamento. I. Título.<br />

CDU 658.15<br />

U502.77 – 19<br />

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou<br />

quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem<br />

permissão escrita da Universidade Paulista.


Prof. Dr. João Carlos Di Genio<br />

Reitor<br />

Prof. Fábio Romeu de Carvalho<br />

Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças<br />

Profa. Melânia Dalla Torre<br />

Vice-Reitora de <strong>Unidade</strong>s Universitárias<br />

Prof. Dr. Yugo Okida<br />

Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa<br />

Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez<br />

Vice-Reitora de Graduação<br />

Unip Interativa – EaD<br />

Profa. Elisabete Brihy<br />

Prof. Marcelo Souza<br />

Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar<br />

Prof. Ivan Daliberto Frugoli<br />

Material Didático – EaD<br />

Comissão editorial:<br />

Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)<br />

Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)<br />

Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)<br />

Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)<br />

Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)<br />

Apoio:<br />

Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD<br />

Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos<br />

Projeto gráfico:<br />

Prof. Alexandre Ponzetto<br />

Revisão:<br />

Michel Kahan Apt<br />

Amanda Casale


Sumário<br />

Orçamento Empresarial<br />

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7<br />

INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................8<br />

<strong>Unidade</strong> I<br />

1 ORÇAMENTO ........................................................................................................................................................9<br />

1.1 Conceito de orçamento...................................................................................................................... 10<br />

1.2 Planejamento..........................................................................................................................................12<br />

2 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DO ORÇAMENTO.........................................................................................19<br />

2.1 Objetivos do orçamento ....................................................................................................................22<br />

2.2 Funções do orçamento........................................................................................................................ 31<br />

<strong>Unidade</strong> II<br />

3 ORÇAMENTO DE VENDAS ............................................................................................................................38<br />

3.1 Orçamento de estoque........................................................................................................................45<br />

3.2 Orçamento dos custos da matéria-prima...................................................................................46<br />

3.3 Orçamento de fabricação...................................................................................................................48<br />

3.4 Orçamento – custos da mão de obra direta ............................................................................. 51<br />

3.5 Orçamento — custos indiretos de fabricação............................................................................53<br />

3.6 Orçamento dos custos dos produtos vendidos.........................................................................55<br />

4 ORÇAMENTO DE CUSTOS/DESPESAS ADMINISTRATIVAS................................................................64<br />

4.1 Orçamento das despesas....................................................................................................................65<br />

4.2 Projeção do demonstrativo do resultado....................................................................................68<br />

4.3 Orçamento de caixa............................................................................................................................. 70<br />

<strong>Unidade</strong> III<br />

5 ORÇAMENTO EMPRESARIAL........................................................................................................................77<br />

5.1 Política da empresa..............................................................................................................................77<br />

5.2 Orçamento de contas a receber......................................................................................................78<br />

5.3 Orçamento de pagamento de fornecedores..............................................................................79<br />

5.4 Técnica de montagem de orçamento........................................................................................... 81<br />

5.4.1 Aspectos preliminares............................................................................................................................ 81<br />

5.5 Projeção de índices e taxas de juros.............................................................................................. 81<br />

5.6 Aplicação das técnicas........................................................................................................................83


5.7 Orçamento de produção....................................................................................................................84<br />

6 INTERPRETAÇÃO DE DADOS SOBRE ATIVIDADES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS.................94<br />

6.1 Análise financeira da gestão operacional...................................................................................94<br />

6.1.1 Análise do retorno sobre o investimento.......................................................................................94<br />

<strong>Unidade</strong> IV<br />

7 CAIXA..................................................................................................................................................................115<br />

7.1 Ciclo de caixa........................................................................................................................................120<br />

7.2 Indicadores.............................................................................................................................................131<br />

8 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO..................................................................................................................155<br />

8.1 Sistemas de informação na gestão do capital de giro.........................................................161<br />

8.1.1 Desvantagens de um ERP.................................................................................................................. 162<br />

8.2 Áreas de aplicação de sistemas ERP nas empresas...............................................................162<br />

8.3 Utilização do ERP na gestão financeira.....................................................................................162


APRESENTAÇÃO<br />

Caro aluno,<br />

Você já deve ter se deparado com a situação de possuir um objetivo a ser alcançado, ter o recurso<br />

financeiro necessário para tal realização, mas, mesmo assim, não conseguir realizar o que tinha<br />

interesse. Já deve ter ouvido dizer também trabalhadores assalariados dizendo que o salário acaba antes<br />

de terminar o mês. Eu pergunto: por que essas situações acontecem? Será que isso ocorre somente na<br />

esfera pessoal? Ou acontece também com empresas?<br />

Com empresas, a ocorrência é bem maior e muito mais séria, pois não ter recursos para pagar<br />

fornecedores, funcionários ou investir no crescimento da empresa é como assinar a sentença de morte<br />

da empresa.<br />

Em ambas as situações, a palavra mágica que pode minimizar os problemas é orçamento, mas o que<br />

é isso?<br />

Para falar de orçamento, faz-se necessário entender a essência de uma empresa, como funciona sua<br />

dinâmica e seus fluxos operacionais. Assim, podemos enxergar uma empresa como no fluxo a seguir:<br />

Equipamentos<br />

Recebimento<br />

Máquinas<br />

Dinheiro Produção Venda<br />

Matéria-prima<br />

Mão de obra<br />

Figura 1 - Fluxos operacionais<br />

1. O embrião que dará origem à estrutura empresarial é o capital, chamado também de recurso<br />

financeiro. Vamos entender que, sem dinheiro, nada acontece.<br />

2. Com o dinheiro em mãos, é necessário agora adquirir outros recursos, como maquinário,<br />

matéria‐prima, mão de obra, tecnologia etc. Após isso, é chegado o momento para iniciar as<br />

operações.<br />

3. A próxima etapa é a produção, seja de bens ou serviços. Para se definir como, quando e quanto<br />

produzir, deve-se ter pensamentos estratégicos.<br />

4. Com os produtos prontos, vai-se para o mercado, onde serão entregues os itens solicitados, ou<br />

propriamente para a venda.<br />

5. Após a venda, organizam-se os meios de recebimento.<br />

6. Inicia-se o fluxo novamente.<br />

7


Assim, as técnicas de orçamento estabelecem as maneiras de atuar em cada uma dessas etapas,<br />

definindo, prazos, volumes e formas de investimento.<br />

Esta disciplina vai trazer para o aluno a percepção do fluxo do dinheiro pela organização,<br />

oferecendo condições para que ele compreenda que não pode ter nem mais, nem menos que o<br />

necessário.<br />

Como gestor financeiro, entender as técnicas de orçamento é essencial, pois é a disciplina que vai<br />

atuar com a gestão do capital existente na empresa, seja ele próprio ou de terceiros.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Esta disciplina objetiva trazer para o aluno a percepção do fluxo do dinheiro pela organização,<br />

oferecendo condições para que ele compreenda que não pode ter nem mais, nem menos que o necessário.<br />

Como gestor financeiro, entender as técnicas de orçamento é essencial, pois é a disciplina que vai<br />

atuar com a gestão do capital existente na empresa, seja ele próprio ou de terceiros.<br />

Ao final desta disciplina, o aluno deve estar preparado para planejar recursos das diversas áreas de<br />

uma organização, entender as etapas e os custos de cada uma das etapas produtivas. Deve reconhecer a<br />

devida importância da gestão de recursos financeiros e fazer da gestão de caixa da empresa uma fonte<br />

de lucro ao obter resultados positivos na aplicação correta desses recursos.<br />

8


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

<strong>Unidade</strong> I<br />

1 ORÇAMENTO<br />

Antes de conceituar orçamento, vamos entender sua importância de forma abrangente, indo<br />

além das paredes de uma organização. Vamos enxergar que todo tipo de realização, seja pessoal ou<br />

profissional, para que seja bem-sucedida, requer uma estrutura de planejamento, que seria pensar no<br />

que se quer, para quando se quer, como se quer e em que condições.<br />

Esse planejamento conduz as ações por caminhos que facilitam o alcance dos objetivos traçados.<br />

Quando nos referimos às organizações, essa preocupação é ainda maior devido ao cenário competitivo<br />

que vivemos hoje. Diante desse cenário, não existe espaço para erros, tentativas, improvisos por falta de<br />

recursos, seja qual forem estes: tecnológico, humano, financeiro ou material.<br />

Esta unidade tem como objetivo conceituar orçamento, fazer perceber que se trata de uma<br />

ferramenta importante para a consecução de um planejamento, dando maior sustentabilidade ao tripé<br />

do processo de gestão: planejar – executar – controlar. Podemos entender esse tripé como um ciclo que<br />

leva a uma sequência a ser seguida e que, neste caso, vai proporcionar maior possibilidade de sucesso.<br />

Planejar<br />

Controlar<br />

Executar<br />

Figura 2 - Tripé do processo de gestão<br />

Planejamento: é a etapa que estrutura a ideia a ser alcançada, pensando em pontos como:<br />

• O que pretende fazer?<br />

• Quanto pretende produzir ou comprar?<br />

• Para quando?<br />

• De quanto recurso financeiro – humano e estrutural – necessita?<br />

• Vai usar recursos próprios ou de terceiros?<br />

• Qual o resultado esperado?<br />

• Em quanto tempo espera esse resultado?<br />

Executar: nessa etapa, vamos colocar em prática tudo aquilo que foi planejado, é a etapa da ação, e<br />

se deve pensar em pontos como:<br />

9


<strong>Unidade</strong> I<br />

• Devem-se organizar os recursos adquiridos, como humanos, materiais e tecnológicos, de maneira<br />

lógica.<br />

• Iniciar processo produtivo ou executar serviços conforme planejado.<br />

Controlar: nessa etapa, devemos acompanhar se todas as etapas planejadas estão sendo seguidas da<br />

maneira como foram pensadas. Deve, por exemplo, verificar:<br />

• se a quantidade a ser produzida foi atendida;<br />

• se o consumo de matéria-prima está dentro do que foi planejado;<br />

• se o índice de defeitos está conforme o esperado;<br />

• se a produtividade/homem encontra-se como o previsto etc.<br />

Após pensarmos nesses pontos, já podemos considerar a porta de entrada para trabalhar com<br />

orçamento. Para responder a cada uma dessas questões apontadas, estaremos pensando na necessidade<br />

do capital preciso.<br />

1.1 Conceito de orçamento<br />

Pela importância citada anteriormente, você, aluno, já deve ter estruturado um conceito para o<br />

termo “orçamento”. Se não o fez, convido-o a pensar sobre isso.<br />

Para Matias (2008), orçamento é a projeção de receitas e gastos que uma organização elabora para<br />

um determinado período de tempo. Quando esse autor diz que é uma projeção, ele quer dizer que está<br />

olhando para o futuro. Por isso, para projetar, olhamos para o hoje, definimos onde queremos estar e<br />

pensamos “no que seria necessário” para alcançarmos tal ponto.<br />

Em uma empresa, por exemplo, podemos ter um histórico de vendas da seguinte maneira: janeiro –<br />

1.000 unidades de um item qualquer; fevereiro: 800 unidades. Podemos projetar o mês de março a partir<br />

dessa informação: pode ser por meio de média simples, ponderada ou qualquer outra forma, mas o<br />

importante é ver que, para projetar, foi necessário ter informações anteriores, quanto mais informação,<br />

melhor será a projeção; se as informações forem falhas, a projeção será falha. Quando as empresas<br />

investem em tecnologia de informação como ERP (Enterprise Resource Planning), é justamente para<br />

agilizar as projeções, deixando-as mais precisas.<br />

Saiba mais<br />

No link a seguir, é possível pesquisar sobre ERP e responder a perguntas<br />

como: o que é, qual seu papel, as vantagens e as desvantagens de utilizá-lo.<br />

<br />

10


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Receita: são os recursos que entram na empresa, mais especificamente “dinheiro”, que podem ser<br />

provenientes de vendas, que é o mais comum e o mais importante a ser projetado.<br />

Quando falamos em projetar receita de vendas, isso significa saber quantas unidades vamos vender,<br />

quanto vai entrar de dinheiro, quando e como, pois podemos vender à vista e a prazo, e essa projeção<br />

aponta qual a proporção de cada uma das formas de venda. Essa projeção é muito importante para<br />

uma organização, pois é a partir dessa projeção de entrada que vamos estruturar as projeções de saídas,<br />

assumir dívidas de acordo com o previsto de arrecadação; então, fica a pergunta: se a projeção de<br />

receita não se concretizar, como vamos honrar os compromissos assumidos?<br />

Gastos são as saídas para as mais diversas situações, tais como: compra de matéria-prima, mão de<br />

obra, transporte, gastos fixos em geral etc.<br />

Observação<br />

O mais importante é que se respeite um prazo, um período para a<br />

execução de um planejamento.<br />

O mesmo autor completa dizendo que o orçamento pode ser para o prazo de um ano, o que ele<br />

conceitua de orçamento de curto prazo. Mas pode ser também para um prazo superior a um ano, o que<br />

por ele é conceituado de planejamento estratégico.<br />

Para Welsch (1973), orçamento é um plano administrativo que abrange todas as fases das operações<br />

para um período futuro definido, desde a concepção da ideia até as várias etapas de execução, e tem o<br />

objetivo de quantificar o custo total do projeto.<br />

Trouxe essa definição de 1973 para vermos que o conceito não muda ao compararmos com as<br />

definições modernas e que pode ser aplicado em quaisquer situações. Nesse caso apresentado, num<br />

projeto, cuja natureza não importa, é fundamental que se saiba exatamente de quanto precisamos,<br />

em quanto tempo, para não corrermos o risco de iniciarmos um projeto e não termos recurso para<br />

concluirmos, situação que é muito comum em obras públicas, nas quais ou se abandona o projeto<br />

por falta de recurso, ou se triplica o valor gasto, fazendo ajustes de valores, que os políticos chamam<br />

elegantemente de aditivo. Uma empresa que precisa, por questão de sobrevivência, ser competitiva, não<br />

poderia jamais passar por isso.<br />

Outra visão importante é a de Zdanowicz (1989), que, mesmo sendo uma definição não atual, diz<br />

que orçamento é um instrumento de ação, é o elemento motor que auxilia a orientar o processo de<br />

tomada de decisão da empresa.<br />

O referido autor aponta aqui para a serventia do orçamento. Qual seu papel? Responde-se a questões<br />

do tipo:<br />

• Como e onde terá melhor custo/benefício?<br />

11


<strong>Unidade</strong> I<br />

• Qual o melhor caminho a seguir para alcançar objetivos, inclusive os financeiros?<br />

Essas questões podem ajudar a decidir, por exemplo, onde instalar uma unidade da empresa, levando<br />

em consideração o volume de vendas de cada região, os impostos locais, o custo de mão de obra etc.<br />

A intenção até aqui era direcionar o aluno na definição do que é um orçamento, para que serve e<br />

como devemos olhar para ele. O aluno deve agora pensar na definição que fez no início desta unidade<br />

e comparar com os conceitos aqui apresentados, a fim de verificar se sua definição ficou alinhada com<br />

esses conceitos.<br />

Agora, vamos falar um pouco de história, vamos ver a evolução que levou à necessidade de orçamento.<br />

Vimos que este é um planejamento, mas o que é um planejamento?<br />

1.2 Planejamento<br />

Foi definido há pouco como sendo a etapa em que se aponta o que, como e aonde se quer chegar a<br />

determinado período, mas é importante pensar na evolução e na origem do conceito de planejamento<br />

e estratégia. Vamos entender que planejar é traçar uma estratégia a ser seguida.<br />

Lembrete<br />

Lunks (2005) diz que: “A origem da palavra estratégia vem do termo<br />

grego strategos, que combina stratos (exército) com ag (liderar) e significa,<br />

literalmente, a função do general do exército”.<br />

Até o século XIX, o termo era utilizado pelos generais dos exércitos para determinar as ações ofensivas,<br />

que tinham como propósito alcançar a vitória sobre o inimigo. O livro mais famoso de estratégia e de<br />

guerra, escrito em torno do ano 500 a.C., é A arte da guerra, de Sun Tzu.<br />

Vejamos alguns trechos:<br />

[...] Aquele que ocupa o campo de batalha primeiro, e espera o inimigo, estará<br />

descansado, aquele que chega depois e se lança na batalha precipitadamente<br />

estará cansado.<br />

Assim um General competente movimenta o inimigo e não será manipulado<br />

por ele.<br />

Apresente uma vantagem aparente ao inimigo e ele virá até sua armadilha.<br />

Ameace-o com algum perigo e você poderá pará-lo.<br />

12<br />

[...] Para um inimigo cercado, você deverá deixar um caminho para a saída, e<br />

não pressione com muito vigor um inimigo que está acuado e desesperado<br />

em um canto sem saída.


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

[...] Nunca confie na probabilidade de o inimigo não estar vindo, mas<br />

dependa de sua própria prontidão para reconhecê-lo. Não espere que o<br />

inimigo não ataque, mas dependa de estar em uma posição em que não<br />

possa ser atacado.<br />

Após a segunda Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, em um cenário de<br />

crescimento, com aumento de competitividade, é que a palavra planejamento passou a ser utilizada no<br />

ambiente de negócios, tendo como objetivo obter vantagem competitiva.<br />

Saiba mais<br />

No site a seguir, pesquise sobre a Revolução Industrial, buscando<br />

conceitos, períodos, principais ocorrências e influência na história.<br />

<br />

Podemos apontar a evolução do planejamento em três fases a seguir:<br />

Primeira fase<br />

Fortaleceu-se na metade do século XX, antes da Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos da<br />

América, quando o planejamento financeiro, representado pelo orçamento, começou a ser amplamente<br />

utilizado. Em um primeiro momento, era simplesmente um controle do que foi gasto e de quanto sobrou<br />

em relação aos valores de entrada. Assim, o processo de planejamento financeiro resumia-se na decisão<br />

de “o que a empresa vai fazer”, “em que vai gastar”. Assim, para Lunkes (2003 apud Anthony), o principal<br />

dispositivo formal para fazer planos na empresa é o orçamento, que é uma demonstração dos planos<br />

em termos financeiros. Assim, o orçamento resumia-se ao registro dos gastos efetivados e das receitas<br />

obtidas.<br />

Segunda fase<br />

Após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1960, amplia-se o conceito de planejamento de<br />

longo prazo, que segundo Tavares (2000) é um planejamento que extrapola o contexto organizacional,<br />

pois, além de detalhar as necessidades internas da organização, propõe a avaliação do impacto das<br />

decisões que seriam tomadas hoje em longo prazo. E vamos entender como longo prazo um período<br />

que ultrapasse um ano. A ideia então era projetar tendências de forma que se possam enxergar as<br />

deficiências possíveis. O autor completa dizendo que não precisamos esperar o futuro, podemos criá-lo.<br />

Confirmando essa visão, Ackoff (1976) afirma que “o futuro pode ser melhorado por uma intervenção<br />

ativa no presente”.<br />

13


<strong>Unidade</strong> I<br />

Terceira fase<br />

A estratégia empresarial teve a chamada “idade de ouro” a partir da década de 1970. Os<br />

aprendizados da última grande guerra, a necessidade de recuperação do pós-guerra e as<br />

aprendizagens com acertos e erros da década de 1960 foram decisivos para o amadurecimento<br />

dos conceitos de estratégia. Tudo isso, somado à proliferação de escolas de administração de<br />

empresas e de consultorias estratégicas, reforçou de vez a aceitação das teorias de planejamento<br />

estratégico. A estratégia se reforçava como uma ciência, que tem técnica para ser realizada e para<br />

se obterem resultados. Assim, então, todo tipo de projeto requer antes planos de curto, médio e<br />

longo prazos, que se dividem em: estratégico, tático e operacional.<br />

Planejamento<br />

Estratégico<br />

Tático<br />

Operacional<br />

Figura 3<br />

Planejamento estratégico: normalmente, abrange prazos de cinco anos para cima. Envolve<br />

informações qualitativas, ou seja, não é guiado somente por números, é muito importante pensar na<br />

direção a ser seguida, devem-se pensar em pontos como:<br />

• Para onde a organização pretende ir?<br />

• Avaliar o ambiente dentro do qual vai operar.<br />

• Traçar uma estratégia para alcançar os objetivos pretendidos.<br />

Exemplos<br />

João, após trabalhar por muitos anos em uma fábrica de calçados, está entrando no setor como<br />

empresário. Quer montar uma fábrica e atuar com sua esposa. Em que João deveria pensar?<br />

• Em qual mercado (social, esporte, masculino, feminino, adulto, jovem ou infantil) quer<br />

atuar?<br />

• Qual classe (A, B, C, D ou E) quer atender? Caso se decida por atuar com clientes de classe A, vai<br />

vender um volume menor e com preços e margem de ganhos maiores por unidade; Se decidir<br />

atender as classes C, D e E, vai vender maior volume e com preço e margem de ganho unitário<br />

menores.<br />

• Qual participação de mercado pretende ter em determinado período?<br />

• Quanto vai investir para atender a esses objetivos?<br />

• Qual retorno é esperado?<br />

14


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Tudo isso, em longo prazo, vai direcionar as ações para o planejamento tático.<br />

Planejamento tático: é um plano de menor prazo que o estratégico. É aceito como tático o plano<br />

que oscile de três a cinco anos. Envolve tanto plano qualitativo, que é o gerencial, como quantitativo,<br />

que é embasado por números. Tem como objetivo orientar o plano operacional, avaliar o desempenho<br />

dos gerentes no sentido de apontar se estão cumprindo ou não os planos traçados. Define metas para<br />

alcançar os objetivos.<br />

Utilizaremos como exemplo a mesma situação citada anteriormente, agora com algumas<br />

definições. João quer atender às classes C, D e E – da Região Sudeste, tanto homens como mulheres<br />

adultos que busquem calçados para o dia a dia. Em pesquisa de mercado, obteve a informação<br />

de que o mercado vende um total de 20 milhões de pares de calçados nessa região por ano.<br />

Definiu-se, então, que em cinco anos ele deverá atender 10% desse mercado. No planejamento<br />

estratégico, somente estipulou o tamanho do mercado a atingir; agora, no planejamento tático,<br />

vamos quantificar isso. Em cinco anos, deve estar vendendo dois milhões de pares ao ano. Para tal<br />

atendimento, devemos ter maquinários suficientes, mão de obra que atenda a essa necessidade,<br />

estrutura logística adequada e capital o bastante para atender a essa demanda.<br />

Com esses números, estamos abrindo caminho para o planejamento operacional.<br />

Planejamento operacional: são planejamentos em prazos menores, o plano macro é desmembrado<br />

em planos normalmente de um ano. Inclui informações quantitativas, define operações do dia a dia,<br />

observando a avaliação do desempenho de cada departamento em relação aos passos para alcançar o<br />

desempenho macro esperado.<br />

A empresa do João citada anteriormente pretende vender dois milhões de pares por ano. Quantos<br />

pares seriam por semestre, trimestre, mês, dia etc.? Como fazer para atender a essas necessidades<br />

operacionais de produção?<br />

Cada dia trabalhado deve seguir metas parciais até atingir os resultados esperados. As decisões devem<br />

respeitar pontos específicos, por exemplo, se o objetivo da empresa for ter determinada lucratividade,<br />

se gastar mais que o planejado nas operações ou produzir menos do que o planejado, o custo unitário<br />

será maior e os lucros menores.<br />

Conceitualmente, o planejamento estratégico para Cunha (2000) é: processo que consiste na análise<br />

sistemática dos pontos fortes da empresa e das oportunidades e ameaças do meio ambiente. Essa<br />

análise tem o intuito de estabelecer objetivos, estratégias e ações que possibilitem um aumento da<br />

competitividade empresarial.<br />

15


<strong>Unidade</strong> I<br />

Cunha (2000) ainda aponta os seguintes passos para a elaboração do planejamento estratégico:<br />

Cultura e<br />

valores<br />

Relações<br />

de poder<br />

Oportunid.<br />

e ameaças<br />

Recursos<br />

Sensibilização<br />

Negócios / Missão<br />

Fatores-chave do sucesso<br />

Análise externa<br />

Análise interna<br />

Definição de objetivos e metas<br />

Definições de estratégia<br />

Implantação<br />

Controle<br />

Figura 4 - Passos para elaboração do planejamento estratégico<br />

Observando esses passos, o mesmo autor aponta um fluxo a ser seguido, pois, além do planejamento,<br />

deve haver controle das operações. Completando essa visão, Lunkes (2003) aponta para a seguinte<br />

estrutura:<br />

Missão/Visão<br />

Planejamento<br />

estratégico<br />

Estratégias Produtos,<br />

Serviços e Mercados<br />

Painel de<br />

desempenho<br />

• Balanced<br />

Scorecard<br />

Processo<br />

orçamentário<br />

Medidas de<br />

desempenho<br />

e controle das<br />

variações<br />

Figura 5<br />

Dica do professor: pesquise o significado de missão e visão. Verifique se é importante para os passos<br />

da empresa.<br />

O planejamento estratégico pode ser aplicado em qualquer situação. Esse plano criado deve ser<br />

avaliado, e uma ferramenta de avaliação é o BSC – Balanced Scorecard. Mas, o que é isso?<br />

16


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Saiba mais<br />

Mais informações a respeito do BSC podem ser encontradas na obra<br />

Balanced Scorecard. Conceitos e guia de implementação, de Ana Paula<br />

Paulino da Costa (São Paulo: Atlas, 2006).<br />

De acordo com Costa (2006), o BSC foi desenvolvido por professores da Universidade de<br />

Harvard, Robert Kaplan e David Norton, em 1992. Inicialmente, foi considerado uma ferramenta<br />

de avaliação de desempenho. Mais tarde, foi aceito e utilizado como uma metodologia de gestão<br />

estratégica.<br />

O BSC busca a maximização dos resultados, combinando indicadores financeiros e não<br />

financeiros, agrupados em quatro perspectivas: financeira, cliente, processos internos, crescimento<br />

e aprendizagem.<br />

Analogamente, o BSC é como os instrumentos na cabine de comando de um avião: fornece, de<br />

relance, informações completas aos gerentes (Kaplan e Norton, 1997). Assim, com base nas informações<br />

na cabine, os pilotos sabem o que e quando fazer.<br />

Transformando essas perspectivas em um diagrama, podemos ver conforme proposto por Norton e<br />

Kaplan (idem):<br />

Perspectiva do cliente<br />

“Como atender aos<br />

nossos clientes?”<br />

Versão do balanced scorecard<br />

Perspectiva financeira<br />

“Como atender aos<br />

nossos acionistas?”<br />

Visão<br />

e<br />

estratégia<br />

Perspectiva<br />

Processos internos<br />

“Quais processos<br />

comerciais são<br />

direcionadores de valor?”<br />

Perspectiva do aprendizado e crescimento<br />

“Somos capazes de<br />

apoiar a inovação,<br />

as mudanças e a<br />

melhoria?”<br />

Figura 6<br />

A respeito dessa visão, Lunkes (2003) propõe o seguinte modelo para facilitar a percepção e a<br />

criação:<br />

17


<strong>Unidade</strong> I<br />

Tabela 1<br />

Perspectiva<br />

“Para termos sucesso<br />

financeiro, como<br />

deveremos ser<br />

vistos por nossos<br />

acionistas?”<br />

Perspectiva<br />

“Para atingir<br />

nossa visão, como<br />

deveremos ser vistos<br />

por nossos clientes?”<br />

Perspectiva<br />

“Para satisfazer<br />

nossos acionistas<br />

e hóspedes, em<br />

quais processos de<br />

negócios deveremos<br />

nos sobressair?”<br />

Perspectiva<br />

“Para atingir<br />

nossa visão, como<br />

preservaremos nossa<br />

capacidade de mudar<br />

e melhorar?”<br />

Visão estratégica<br />

Financeira<br />

Objetivos Indicadores Metas Iniciativas<br />

Como quer<br />

ser visto?<br />

Como<br />

estamos<br />

sendo<br />

vistos pelos<br />

acionistas?<br />

O que pretende<br />

melhorar?<br />

Cliente<br />

Como vai fazer?<br />

Objetivos Indicadores Metas Iniciativas<br />

Como quer<br />

ser visto?<br />

Como<br />

estamos<br />

sendo<br />

vistos pelos<br />

acionistas?<br />

O que pretende<br />

melhorar?<br />

Processos internos<br />

Como vai fazer?<br />

Objetivos Indicadores Metas Iniciativas<br />

Em qual<br />

negócio<br />

queremos<br />

ser bons?<br />

Como<br />

estamos<br />

nesse<br />

negócio?<br />

Como queremos<br />

esse negócio?<br />

Aprendizado e crescimento<br />

Como vai fazer<br />

para atingir esse<br />

ponto?<br />

Objetivos Indicadores Metas Iniciativas<br />

Como<br />

queremos<br />

evoluir?<br />

Como<br />

estamos?<br />

Como queremos<br />

estar?<br />

Como vai fazer<br />

para atingir esse<br />

ponto?<br />

Estudo de caso<br />

A fábrica do João<br />

João trabalhava em uma fábrica de calçados. Seu grande sonho era um dia poder ter a sua própria<br />

fábrica. Com esse propósito foi guardando todo o dinheiro que lhe era possível. Até que, um dia, esse<br />

sonho tornou-se realidade.<br />

Ele comprou um prédio, maquinários, material para confecção dos sapatos e começou a trabalhar.<br />

Trabalhavam ele e sua esposa. Seguindo conselhos para ter variedade, confeccionaram um grande<br />

número de pares de sapatos, cada um diferente do outro. A ideia era produzir, vender, receber, comprar<br />

e começar novamente o fluxo.<br />

Ficou satisfeito e feliz com o resultado e partiu para a venda de seu produto de loja em loja.<br />

18


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

João, nessas andanças, voltava cada dia mais triste para casa. Isso porque, sempre que alguém<br />

gostava de um tipo de sapato solicitava uma dúzia deles e João não os tinha nessa quantidade. Ou, por<br />

vezes, queriam de outro modelo e João não o possuía, já que havia consumido toda a matéria-prima<br />

comprada – e esperava o retorno financeiro para comprar novamente.<br />

Ficou preocupado com isso e começou a conversar com sua esposa, sobre o que poderia estar errado.<br />

Ele havia pensado em tudo, tinha colocado toda a sua fé e seu entusiasmo naquele trabalho. O que<br />

será que ele precisava fazer? Ficou pensando dias e dias sobre isso, até que decidiu ir conversar com os<br />

alunos de Gestão Financeira da Unip Interativa. O que você diria para o João?<br />

Exemplo de aplicação<br />

Você, aluno, é o consultor dessa empresa e deve apontar os erros de planejamento do João. Como<br />

ele trabalhou seu orçamento? O problema dele foi falta de capital?<br />

Resposta esperada<br />

João não planejou as necessidades de mercado, quem era seu público, qual modelo seria aceito pelo<br />

mercado, qual a quantidade a ser vendida. Também não sabia o tamanho do mercado para estipular um<br />

market share e, assim, ter ideia de quanto produzir, quanta matéria-prima seria preciso, a necessidade<br />

de mão de obra e, dessa forma, verificar se realmente sobraria dinheiro para a compra do prédio, uma<br />

vez que grande parte do capital ficou imobilizado, faltando recursos para compor o capital de giro. João<br />

simplesmente gastou, não planejou como, quanto e quando gastar, questões fundamentais para um<br />

orçamento eficaz.<br />

2 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DO ORÇAMENTO<br />

Falamos há pouco dos conceitos e do papel da visão estratégica no processo de planejamento da<br />

empresa, mais precisamente no planejamento orçamentário. Vamos entender agora o pensamento<br />

orçamentário.<br />

O planejamento orçamentário evoluiu com o conceito de planejamento estratégico. A visão de que<br />

um planejamento deve ser estático não atende às necessidades empresariais, assim, o surgimento de<br />

novas técnicas foi inevitável. Mas é importante lembrar que os conceitos e objetivos do orçamento<br />

permanecem os mesmos.<br />

19


<strong>Unidade</strong> I<br />

Evolução dos processos orçamentários<br />

1919 1970 1980 2000<br />

Orçamento<br />

empresarial<br />

Proteção dos recursos<br />

baseada na estrutura<br />

organizacional e<br />

acompanhamento<br />

pelos departamentos<br />

Orçamento<br />

contínuo<br />

Renovação do<br />

período concluído e<br />

crécimo do mesmo<br />

período noturno.<br />

Orçamento da<br />

base zero<br />

Proteção dos<br />

recursos baseada<br />

em pacotes de<br />

decisão da estaca<br />

zero e com<br />

justificativa para<br />

todos os novos<br />

gastos.<br />

Orçamento<br />

flexível<br />

Proteção dos<br />

recursos para<br />

vários níveis de<br />

atividade<br />

Oeçamento por<br />

atividades<br />

Proteção dos<br />

recursos nas<br />

atividades<br />

por meio de<br />

direcionadores<br />

de custos.<br />

Beyound<br />

budgeting<br />

Proteção<br />

dos recursos<br />

de forma<br />

descentralizada<br />

e flexível, guiado<br />

por um conjunto<br />

de princípios.<br />

Figura 7 - Evolução dos processos orçamentários<br />

Orçamento empresarial ou original – as projeções das receitas e dos gastos são elaboradas<br />

uma única vez; normalmente, no final de um ano, são feitas para os próximos 12 meses. Em um<br />

modelo desses, a empresa estará envolvida no processo de orçamento uma única vez no ano,<br />

mesmo tendo o processo de controle durante todo o ano, verificando se o planejado foi concretizado<br />

pelo orçamento real.<br />

Orçamento contínuo – é realizado todo mês e não somente uma vez por ano. Nesse modelo,<br />

quando um mês termina, outro automaticamente é inserido no final do ciclo. A empresa estará<br />

envolvida no processo de orçamento todo mês, isso deixa o processo mais ágil e possibilita ajustes<br />

a cada período.<br />

Orçamento de base zero – não considera o passado como base de informações para justificar<br />

despesas futuras, como é feito nos outros planejamentos orçamentários.<br />

Esse modelo projeta receitas e despesas como se o estivesse fazendo pela primeira vez, e requer que<br />

todas as atividades sejam justificadas e priorizadas antes de decidir cada tipo de gasto.<br />

Como ponto negativo, podemos apontar que leva mais tempo para ser elaborado, mas tem como<br />

ponto positivo forçar melhorias contínuas no processo – pois deve ser justificada cada uma das etapas<br />

– e aumenta o envolvimento das pessoas no processo de planejamento.<br />

Orçamento flexível – tem como foco fazer a distinção entre gastos fixos e gastos variáveis. O<br />

orçamento para gastos fixos é feito da maneira tradicional, enquanto os gastos variáveis são atrelados<br />

ao volume de vendas.<br />

Carneiro e Matias (2011) propõem um modelo para explicar o orçamento flexível. Nesse modelo, o<br />

preço de vendas líquido unitário praticado é de R$ 31, e o gasto unitário variável é de R$ 21,80.<br />

20


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Tabela 2 - Modelo para orçamento flexível<br />

Quantidade vendida (unid.) 7.000 8.000 8.000<br />

Faturamento líquido ($) 217.000,00 248.000,00 279.000,00<br />

(-) Custo do produto vendido 99.190,00 113.360,00 127.530,00<br />

(-) Despesas variáveis 53.410,00 51.040,00 68.570,00<br />

(=) Resultado bruto 64.400,00 73.600,00 82.800,00<br />

(-) Gastos fixos de manufatura 37.000,00 37.000,00 37.000,00<br />

(-) Despesas administrativas 33.000,00 33.000,00 33.000,00<br />

(=) Resultado operacional -5.600,00 3.600,00 12.800,00<br />

Fonte: Carneiro e Matias (2011, p. 45).<br />

Veja que os gastos fixos ficaram estáveis, enquanto os gastos variáveis foram ajustados de acordo<br />

com o volume de vendas.<br />

Orçamento por atividade – utiliza o conceito de custeio baseado em atividade, permitindo maior<br />

detalhamento dos gastos. Nesse modelo, devem-se priorizar os gastos que agreguem maior valor ao<br />

cliente. Procura-se, assim, evitar gastos desordenados ou sem critérios.<br />

Um modelo de orçamento como esse exige integração entre as áreas da empresa, pois assim terá<br />

maior base para a classificação ABC. É indicado o uso de ERP, um modelo de software que integra as<br />

informações em uma única base de dados.<br />

Esse é um modelo de orçamento baseado em valor, que direciona a empresa para alcançar aquilo<br />

que realmente é importante para o negócio da empresa, ou seja, a lucratividade. Não podemos esquecer<br />

que o objetivo da gestão financeira é maximizar a lucratividade da empresa.<br />

De acordo com Carneiro e Matias (2011), para que uma empresa elabore um orçamento baseado em<br />

valor, é necessário:<br />

• definir suas metas de receitas e gastos levando em conta os direcionadores de valor;<br />

• ficar atento às estratégias de maximização de riquezas de curto prazo;<br />

• elaborar processos de controle por meio de metodologias que são utilizadas para avaliar empresas,<br />

como: contábil, patrimonial, fluxo de caixa descontado etc.<br />

Orçamento beyond budgeting – em tradução livre, “além do orçamento”, surgiu na Inglaterra,<br />

em 1998, como resposta aos modelos considerados incompletos de planejamento e controle. É<br />

considerado um novo tipo de modelo de organização empresarial. Pode ser implantado sem a<br />

projeção de receitas e gastos, que é o principal elemento do orçamento empresarial. Mas, como<br />

seria então a implantação?<br />

21


<strong>Unidade</strong> I<br />

22<br />

Carneiro e Matias (2011) propõem os seguintes elementos que compõem o beyond budgeting:<br />

• Metas: são negociadas entre a cúpula e os gestores de cada departamento e definidas por<br />

benchmarking interno e externo.<br />

• Planejamento de curto prazo: utiliza o planejamento estratégico como subsídio e o Balanced<br />

Scorecard como ferramenta.<br />

• Recursos: são disponibilizados conforme a necessidade do momento, e não disponibilizado no<br />

orçamento uma vez por ano.<br />

• Controle: como ferramenta de controle, comparam-se as informações com os concorrentes,<br />

tabelas externas de indicadores e indicadores do setor.<br />

• Motivação e recompensa: devem-se distribuir bônus e lucros conforme a estrutura e o desempenho<br />

de cada filial ou departamento, caso contrário, irá desmotivar ao invés de motivar.<br />

Um modelo de orçamento dessa espécie não pode ser aplicado em qualquer organização, fazem-se<br />

necessários alguns valores:<br />

• descentralização do poder decisório;<br />

• preocupação com as necessidades dos clientes;<br />

• participação efetiva dos funcionários no processo de planejamento.<br />

Falamos aqui da evolução e dos tipos de orçamentos existentes, mas é preciso reforçar que os<br />

objetivos são os mesmos, assim, vamos conhecer os objetivos do orçamento.<br />

2.1 Objetivos do orçamento<br />

Podemos dizer que o orçamento concretiza ou materializa os planos sob a forma de valores, é uma<br />

maneira de quantificar as necessidades para colocar determinado plano em prática. Assim, é um meio<br />

de assegurar a continuidade dos planos, fornecendo as medidas para avaliar o desempenho da empresa.<br />

Quando bem elaborado, permite acompanhar a estratégia, verificar se está dentro do planejado<br />

e, quando necessário, tomar ações corretivas. Sua execução contribui para assegurar a eficácia da<br />

organização e o comando que vai possibilitar a ampliação dos planos.<br />

Um orçamento bem elaborado deve permitir:<br />

I. Precisar os objetivos seguintes da organização<br />

Uma organização deve encerrar um período com o próximo já planejado, saber o que, quando e<br />

quanto vai fazer. Isso em todas as esferas, desde as vendas, passando pela contratação de mão de<br />

obra, sua qualificação, ampliação de produção etc. Em resumo, aquilo que a empresa pretende fazer no<br />

próximo ano deve ter recurso previsto no orçamento para sua execução.


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Se pegarmos como exemplo a fábrica do João, em um mês, ele montou a fábrica; no mês seguinte,<br />

deveria ter um plano de vendas; para atender essas vendas, tinha que ter um volume de matéria prima.<br />

Mas, como vimos, João não tinha esses recursos, impossibilitando sua atuação.<br />

Nesse mesmo cenário, em meses seguintes o orçamento do João deveria:<br />

• permitir ter recursos a investir em cada setor e/ou atividade;<br />

• ter reserva de recurso para renovação de ativos, devidamente planejada, saber quando trocar um<br />

maquinário, por exemplo;<br />

• programar antecipação de duplicatas, pois é uma forma de antecipar recursos das vendas a prazo;<br />

• prever postergação ou antecipação de exigíveis, distribuição de dividendos etc.<br />

Cada decisão terá um impacto que refletirá nos resultados da empresa, pois temos que enxergar que<br />

o resultado não acontece, ele é construído com planejamento, execução e controle, daí a importância<br />

de um orçamento.<br />

Exemplos de Aplicação<br />

O João, em sua fábrica, trabalhou esse ponto de que maneira?<br />

II. Elaborar os planos de curto prazo<br />

Um planejamento concreto constrói-se do longo prazo para o curto prazo. Do plano maior<br />

construímos os planos menores. Assim, um planejamento de longo prazo deve ser desmembrado em<br />

planos de curto prazo. Para chegar ao final de uma escada, temos que subir degrau por degrau. É de<br />

pequenas coisas que o todo será realizado, problemas no todo terão como causa o não cumprimento<br />

das partes.<br />

Voltando ao caso do João, vamos supor uma previsão de vendas de 120.000 pares de calçados no<br />

ano, e que ele trabalhe com dois modelos, social e esporte:<br />

Tabela 3<br />

Mês Previsão de vendas Mês Previsão de vendas<br />

Jan. 4.000 Jul. 7.000<br />

Fev. 13.000 Ago. 10.000<br />

Mar. 10.000 Set. 13.000<br />

Abr. 8.500 Out. 13.000<br />

Mai. 11.500 Nov. 10.000<br />

Jun. 13.000 Dez. 7.000<br />

Total 120.000<br />

23


<strong>Unidade</strong> I<br />

Veja que, aqui, já tivemos um desmembramento do plano macro.<br />

Vamos supor ainda que a capacidade de produção seja de 12.000 pares mensais, sendo 6.000 de<br />

cada modelo. Quando desmembramos os planos, isso facilita enxergar os gargalos, por exemplo, nos<br />

quatro meses marcados em cinza, não temos capacidade de produção, teríamos que fazer alguma coisa<br />

para atender à necessidade de vendas anuais. Caso contrário, teremos excesso de trabalho em um mês,<br />

incapacidade de produção em outros e ociosidade em outros.<br />

Como sugestão, ele poderia antecipar a produção, pois estaria equalizando a capacidade produtiva<br />

de cada um dos meses. Ainda seria possível antecipar a necessidade de capital para cada um dos meses,<br />

possibilitando assim buscar a fonte mais barata para ter os recursos.<br />

III. Estimar os recursos associados aos planos<br />

Prever as necessidades dos recursos é fundamental para que os planos saiam do papel. Não se<br />

pode permitir que um projeto seja interrompido por falta de recursos, seja ele humano, tecnológico,<br />

patrimonial ou financeiro. Para que isso não ocorra, é necessário conhecer as etapas que compõem o<br />

plano, isso facilita saber os recursos necessários em cada uma delas. É importante saber o que vamos<br />

usar, se há os recursos necessários disponíveis na hora que for necessário; se não estão disponíveis,<br />

como fazer para tê-los, quais as dificuldades de obtenção e quais os custos?<br />

Vejamos um exemplo:<br />

Objetivo do plano: ampliar a capacidade de produção de uma empresa. O que requer?<br />

Quadro 1<br />

Atividade Objetivo Responsável/custo Prazo<br />

Levantar necessidades de<br />

novas máquinas.<br />

Cotar preços de máquinas.<br />

Conhecer as necessidades<br />

de máquinas que<br />

atendam as necessidades<br />

de produção.<br />

Levantar preços que<br />

sejam considerados<br />

adequados.<br />

Interno na empresa, não<br />

envolveria custos, seria uma<br />

visão dos gerentes de compras,<br />

por exemplo, ou da engenharia<br />

de produção.<br />

Compras ou engenharia –<br />

depende da estrutura de<br />

empresa.<br />

A empresa define um<br />

prazo acordado por<br />

pessoas que tenham essa<br />

responsabilidade.<br />

Idem ao anterior.<br />

Efetuar compra de<br />

máquinas.<br />

Fechar negócio com<br />

parceiro que ofereça<br />

melhor relação custo<br />

benefício.<br />

Compras ou engenharia –<br />

depende da estrutura de<br />

empresa.<br />

A empresa define um<br />

prazo acordado por<br />

pessoas que tenham essa<br />

responsabilidade.<br />

Contratar mão de obra<br />

para operar.<br />

Treinar mão de obra.<br />

Captar material<br />

humano para operar o<br />

equipamento.<br />

Recursos Humanos.<br />

Por exemplo, 30 dias.<br />

Qualificar mão de obra. Recursos humanos. Por exemplo, 30 dias.<br />

Ampliar plano de compras<br />

de matéria-prima.<br />

Abastecer a empresa de<br />

mais material para iniciar<br />

as operações.<br />

Compras e/ou suprimentos.<br />

Estipular prazos de acordo<br />

com o início das operações.<br />

24


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Ampliar espaço de<br />

estoque para receber mais<br />

matéria-prima.<br />

Informar o setor<br />

financeiro para<br />

pagamento das compras<br />

adicionais; deve fazer<br />

reservas de acordo com as<br />

novas compras.<br />

Ampliar mecanismos de<br />

vendas.<br />

Contratar novos<br />

vendedores.<br />

Ampliar sistemas de<br />

entregas.<br />

Desenvolver políticas de<br />

cobrança.<br />

Preparar espaço para<br />

receber mais material.<br />

Fazer reserva de capital.<br />

Desenvolver novas áreas<br />

de vendas.<br />

Engenharia.<br />

Financeiro.<br />

Comercial.<br />

Deve acontecer antes de<br />

receber as compras feitas<br />

anteriormente.<br />

Definido seguindo planos<br />

citados.<br />

Deve ser estipulado de<br />

acordo com objetivos.<br />

Ampliar forças de vendas. Recursos humanos. Idem ao anterior.<br />

Aumentar capacidade de<br />

entrega.<br />

Minimizar os riscos de<br />

novas vendas.<br />

Logística.<br />

Crédito e cobrança.<br />

Antes que as vendas<br />

adicionais ocorram.<br />

Caro aluno, esse é somente um modelo sugestivo, onde se propõe o que se quer, qual o objetivo,<br />

quem é o responsável e quando deve ocorrer. Não podemos nos esquecer de que, na prática, em cada<br />

etapa, devemos estimar valores envolvidos e qual o fluxo de saída de caixa.<br />

IV. Estabelecer um plano de investimento<br />

Plano de investimento costuma ser confundido com o próprio orçamento. Essa é uma etapa do<br />

planejamento financeiro que destina valores a serem aplicados, os prazos de aplicação ou liberação de<br />

recursos. Esse plano terá como referência os objetivos traçados no planejamento estratégico.<br />

O plano de investimento cria uma forma de planejar as saídas de caixa ou captação dos recursos a<br />

serem investidos.<br />

Quadro 2<br />

Atividade Investimento Recursos<br />

Levantar necessidades de novas<br />

máquinas.<br />

Cotar preços de máquinas.<br />

Efetuar compra de máquinas.<br />

Contratar mão de obra para<br />

operar.<br />

Treinar mão de obra.<br />

Ampliar plano de compras de<br />

matéria-prima.<br />

Ampliar espaço de estoque para<br />

receber mais matéria-prima.<br />

Não envolve recurso.<br />

Não envolve recurso.<br />

Três máquinas<br />

R$ 1.000.000 cada, total de R$<br />

3.000.000.<br />

R$ 10.000 com agência de<br />

emprego.<br />

R$ 15.000 para consultoria<br />

especializada em treinamento.<br />

Não envolve recurso.<br />

R$ 20.000 com empresas de<br />

infraestrutura logística.<br />

Exemplo:<br />

20% na hora do pedido; 50%<br />

no recebimento e o restante em<br />

três vezes.<br />

Pagável quando o quadro<br />

estiver completo.<br />

Em três parcelas.<br />

50% na contratação e o<br />

restante na entrega do projeto<br />

pronto.<br />

25


<strong>Unidade</strong> I<br />

Informar o setor financeiro<br />

para pagamento das compras<br />

adicionais, devem-se fazer<br />

reservas de acordo com as<br />

novas compras.<br />

Ampliar mecanismos de vendas.<br />

Contratar novos vendedores.<br />

Ampliar sistemas de entregas.<br />

Desenvolver políticas de<br />

cobrança.<br />

Não envolve recurso.<br />

R$ 10.000 com pesquisa de<br />

mercado.<br />

R$ 10.000 com agência de<br />

emprego.<br />

R$ 50.000 na aquisição de<br />

veículos para entrega.<br />

R$ 10.000 treinando<br />

funcionários.<br />

Empresa de pesquisa –<br />

pagamento na hora da<br />

contratação.<br />

Quando o quadro estiver<br />

completo.<br />

Pagável em cinco anos (60<br />

parcelas de R$1.400).<br />

Pagável à vista.<br />

Assim, teremos uma ideia de quanto e como devemos investir.<br />

V. Desenvolver um plano de produção<br />

O plano de produção de uma empresa deve estar atrelado ao plano de vendas, funcionando em<br />

sincronia e principalmente seguindo um fluxo.<br />

A informação de vendas chega à empresa. O PCP recebe a informação, programa a produção para<br />

atender aos prazos acordados, verifica a disponibilidade de estoque, solicita compras quando necessário,<br />

verifica a mão de obra necessária, inicia a operação de produção e, por fim, faz entrega.<br />

A maneira de criar o fluxo depende dos objetivos da empresa, assim, o processo de produção pode ser<br />

estruturado de acordo com os objetivos de competitividade. A definição desses objetivos é direcionada<br />

pelo mercado e deve pensar em itens como:<br />

• produção puxada;<br />

• produção empurrada;<br />

• priorizar: qualidade, custo, flexibilidade e confiabilidade.<br />

Produção puxada – as vendas puxam as programações de produção, assim, deve-se vender primeiro<br />

e produzir depois. Quando se termina a produção, os itens são direcionados para entrega. A vantagem<br />

é que não temos estoques de acabados e podemos ter estoque de matéria-prima bem reduzido, pois<br />

podemos comprar de acordo com as programações de produção.<br />

Produção empurrada – nesse modelo de produção, fazem-se programações de produções de acordo<br />

com as capacidades instaladas e as possibilidades de mercado e se empurram as peças para as vendas;<br />

o foco é na produção: produz-se primeiro e fazem-se depois as entregas. Nesse modelo, há estoque de<br />

produtos acabados maiores e riscos de incertezas de mercado. Haverá ainda maior investimento em<br />

matéria-prima.<br />

26


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Entre os dois modelos, não é possível escolher o melhor, quem decide o modelo a ser aplicado<br />

é o mercado, pois há produtos aos quais este quer ter acesso imediatamente e não esperar para ser<br />

produzido.<br />

Essas definições darão um direcionamento para programar o que fazer, quando fazer, como fazer,<br />

com quais recursos fazer etc.<br />

Quanto aos aspectos de competitividade, deve-se enxergar no mercado o que o cliente de hoje<br />

solicita. Temos que entender que o cliente do hoje não compra o produto, o que menos importa para<br />

ele é o produto, pois, se não comprar em uma empresa, pode comprar em outra. A competitividade está<br />

cada vez maior em qualquer área. Assim, Slack (2003) aponta os fatores de competitividade:<br />

• Qualidade – é estruturar a produção para oferecer a qualidade solicitada pelo cliente. Aquele que<br />

compra qualidade é um cliente que tem nível de exigência apurada. Exemplo de empresas que<br />

vendem, acima de tudo, qualidade: Hugo Boss, Mercedes Benz, Brastemp, Apple etc.<br />

• Preço – quando a prioridade para o cliente é o preço, devemos ter estrutura que ofereça isso<br />

acima de tudo, Não é possível dizer que terá a melhor qualidade do mercado e o melhor preço ao<br />

mesmo tempo. É o caso de “comprar uma Ferrari ao preço de um Fusca”. Isso, na realidade, não é<br />

possível. Como exemplo de em uma empresa que foque no preço, podemos nos lembrar de uma<br />

empresa que tem o slogan “Nossos preços começam com zero”. Trata-se do Habib´s.<br />

• Confiabilidade – há empresas que devem prezar por algo alcançado no decorrer de uma vida, por<br />

exemplo, a marca Nestlè transmite segurança antes mesmo da qualidade. O mesmo acontece com<br />

Danone, Coca Cola: não compramos por serem os melhores, mas sim por os conhecermos.<br />

• Flexibilidade – é oferecer a possibilidade de adequação às necessidades dos clientes. Alguns<br />

clientes acham isso primordial. E isso pode se dar em várias possibilidades: entregar lotes maiores<br />

ou menores, mais sortidos, mudar algo na característica do produto etc.<br />

• Rapidez – é o tempo que o produto demora para chegar nas mãos do cliente. Por exemplo: não<br />

podemos dizer que o McDonald’s tem sua clientela por vender produtos da melhor qualidade,<br />

com itens de preços baixos etc., mas, sim, por ser rápido.<br />

Cada empresa deve entender a prioridade do seu mercado e se estruturar para atender a essas<br />

prioridades.<br />

Exemplo<br />

Primeiro cenário<br />

A Pizzaria Oba Oba iniciou suas operações com o nome de Pizzaria da Mama, mas mudou de nome<br />

por causa da necessidade de mercado, para se alinhar ao novo cenário. Para entender essa história,<br />

vamos pegá-la do início.<br />

27


<strong>Unidade</strong> I<br />

O sr. Genaro, que possui uma prática adquirida com sua mãe, fazia pizzas caseiras deliciosas, que<br />

sempre eram elogiadas por todos que frequentavam sua casa, tendo sua fama reconhecida até por seus<br />

vizinhos. Com o grande interesse despertado, o sr. Genaro resolveu abrir uma pizzaria no bairro.<br />

Inicialmente, não havia concorrentes na região. A pizzaria mais próxima ficava a cerca de 20 km.<br />

Assim, o sr. Genaro inaugurou a pizzaria e sua principal preocupação era oferecer a mesma qualidade da<br />

pizza elaborada em sua casa. Começou, então, oferecendo um cardápio com dez tipos de pizzas.<br />

O sr. Genaro fixava o preço que queria, pois sua fama no bairro era de que sua pizza era única no<br />

sabor e na qualidade.<br />

Nesse cenário, os clientes procuram 1) qualidade, 2) rapidez, 3) preço, 4) confiabilidade e 5)<br />

flexibilidade, não necessariamente nessa ordem de prioridade. Porém, as coisas mudam, e quando o<br />

cenário se modifica, a empresa deve mudar junto.<br />

Segundo cenário<br />

A pizzaria do sr. Genaro progrediu. O preço médio de suas pizzas era de<br />

R$ 40. Ele não tinha preocupação com os seus custos internos, pois sua margem no negócio era<br />

confortável.<br />

Com o seu sucesso, surge a concorrência: duas outras pizzarias no bairro. A primeira busca no<br />

preço o seu diferencial e passa oferecer pizzas a R$ 15. A segunda oferece um cardápio mais amplo de<br />

pizzas salgadas e doces por um preço médio de R$ 22. O sr. Genaro viu sua clientela diminuir. Apesar de<br />

reposicionar o seu preço em R$ 25, não conseguia recuperar a clientela. Em contrapartida, os seus dois<br />

concorrentes continuavam a crescer.<br />

O sr. Genaro, na presente situação de custos internos, não conseguiria acompanhar os R$ 15 de seu<br />

outro concorrente sem ficar no vermelho (despesa maior que a receita).<br />

O que você imagina que o cliente de agora quer em relação aos cinco pontos citados<br />

anteriormente?<br />

A reação de Genaro<br />

O sr. Genaro avaliou o seu negócio e decidiu não abrir mão da qualidade percebida pelo cliente: nada<br />

de reduzir azeitonas na pizza ou seu recheio. Decidiu racionalizar o seu custo de produção e, ao mesmo<br />

tempo, flexibilizá-la.<br />

Optou por modificar a sua produção, utilizando um processo em que a variedade pôde ser obtida<br />

alterando-se poucos itens e mantendo-se uma grande parte dos componentes comuns; desse modo,<br />

conseguiu racionalizar o uso dos mesmos produtos, concentrando os volumes de compras e negociação<br />

com os fornecedores para reduzir custo dos componentes da pizza.<br />

28


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

A pizzaria foi reformulada, de modo que os pizzaiolos trabalhassem com todos os materiais<br />

organizados à sua frente, para reduzir o tempo de processamento, e investiu em treinamento para<br />

reduzir o desperdício.<br />

O sr. Genaro passou a focar nos custos internos e na variedade de pizzas, introduziu o atendimento<br />

telefônico e a entrega delivery. Com as mudanças realizadas, conseguiu reduzir o preço médio para R$<br />

20, porém com maior margem, e com a variedade introduzida e o tempo de entrega da pizza quentinha<br />

em dez minutos, superou os concorrentes e os clientes voltaram a crescer na pizzaria.<br />

Exemplos de Aplicação<br />

O que você acha da reação da empresa?<br />

O contra-ataque do mercado<br />

Os concorrentes, com o crescimento da Pizzaria da Mama, passaram a atacá-la da seguinte forma:<br />

a que praticava o preço a R$ 15 passou a oferecer a entrega delivery e baixou o preço para R$ 12. Com<br />

isso, recuperou parte dos clientes perdidos, mas sua pizza não tinha a qualidade da Pizzaria da Mama.<br />

A concorrência ficou mais acirrada, outras pizzarias entraram na disputa de mercado, oferecendo<br />

pizzas com preços mais baixos ainda, o que fez com que muitas delas fossem quebrando com o passar<br />

do tempo.<br />

A outra pizzaria, que possuía um cardápio variado, buscou imitar a pizzaria do sr. Genaro, reduziu<br />

custos internos e reformulou o visual da pizzaria, transformando o local num ponto de encontro<br />

agradável, além de regularmente fazer promoções.<br />

O sr. Genaro passou então a investir num equipamento que produzia pizzas com espessuras finas<br />

e massa crocante. Continuou a diversificar, porém sempre alternando em torno de um tipo básico.<br />

Investiu no local e passou a ser ponto de referência para encontros nos finais de semana. Com o lugar<br />

sempre lotado, todos buscavam aquela massa crocante com um cardápio variado (doces, salgados, light,<br />

diet). Os clientes, que cresciam a cada semana, consideravam que a relação benefício/custo era superior<br />

na Pizzaria da Mama.<br />

Exemplos de Aplicação<br />

O que houve com o padrão de qualidade da pizza caseira da pizzaria da Mama?<br />

O que a pizzaria está oferecendo agora?<br />

29


<strong>Unidade</strong> I<br />

VI. Planejar as compras<br />

A partir das definições oferecidas anteriormente, torna-se mais fácil programar compras, que devem<br />

ser convergentes com a programação de produção, que, por sua vez, deve ser convergente com as<br />

necessidades de mercado. Um erro nessa definição afeta de forma ampla as condições financeiras de<br />

uma organização. O orçamento proporciona condições de se prepararem ou alavancarem recursos com<br />

antecedência e na proporção da necessidade da empresa.<br />

O planejamento de compras deve apontar: o que comprar? Quanto comprar? De quem comprar?<br />

Como pagar?<br />

VII. Prever a necessidade de mão de obra e prepará-la<br />

Prever a necessidade de mão de obra é apontar a necessidade de pessoas por etapa das operações.<br />

Devemos pensar em quantas pessoas, no perfil necessário e na qualificação desse grupo, tudo isso<br />

acarretará custos e deve ser previamente planejado.<br />

O não planejamento da mão de obra fará com que a empresa perceba, no meio de uma operação,<br />

que o número de pessoas é insuficiente e que não terá tempo hábil para selecionar as pessoas com o<br />

perfil necessário, o que faz com que, na maioria das vezes, contratemos qualquer funcionário, situação<br />

que compromete a eficiência da empresa.<br />

VIII. Ajustar o orçamento de produção<br />

A produtividade de uma empresa mede-se não somente pela quantidade, mas também pelo que se<br />

gasta e como se gasta para produzir. O processo de produção requer um planejamento antecipado para<br />

que não faltem recursos como matéria-prima, pessoas, manutenção durante o processo de produção<br />

de um período.<br />

IX. Estabelecer os orçamentos financeiros<br />

O objetivo dessa etapa é limitar e direcionar valores a serem gastos durante um determinado<br />

período. Esse é o centro de todo o planejamento. Qualquer projeto deve estar sob o crivo de uma análise<br />

financeira.<br />

X. Ajustar o orçamento global<br />

Uma visão holística de todo o gasto da organização é fundamental para que as partes ou departamentos<br />

consigam direcionar seus planejamentos específicos. O orçamento global busca dimensionar os gastos<br />

macro da organização e distribuí-los por área de acordo com os interesses da empresa.<br />

30


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Orçamento global – anual<br />

Orçamento por área (departamental, gerencial) – mensal<br />

Orçamento operacional – diário<br />

Figura 8<br />

Com essa visão, pode-se dizer que o orçamento deve:<br />

• assegurar o prosseguimento dos planos;<br />

• mensurar periodicamente em que medida os objetivos estão sendo atingidos;<br />

• analisar a economia, a eficiência e a eficácia dos gestores;<br />

• intervir para ratificar os planos;<br />

• reavaliar os objetivos e a estratégia da organização.<br />

2.2 Funções do orçamento<br />

O orçamento tem duas grandes funções, uma delas é a função gerencial, que visa construir<br />

conhecimento, buscar informações gerais pela empresa e transformar em ações e/ou tomada de decisão.<br />

É uma função que informa o que vai ser feito, como, por quem, com quais recursos e quando. Tudo isso<br />

será conseguido com a atividade de planejamento.<br />

Ainda na função gerencial, deve-se comunicar conhecimento, as informações ou os planos criados<br />

e eles devem estar ao alcance de todos. Assim, os planos devem ser traçados de maneira a atender às<br />

necessidades de toda a empresa.<br />

Outra função é a de controle, que deve direcionar as ações para que elas não fujam do planejado;<br />

deve ainda ser utilizada como maneira de avaliar desempenho, se há algum setor extrapolando os<br />

planos e quanto extrapolaram.<br />

Funções<br />

Orçamento<br />

Gerencial<br />

Controle<br />

Figura 9<br />

31


<strong>Unidade</strong> I<br />

Todo processo de uma organização deve seguir etapas, ou sequência de execução, para que haja<br />

um mínimo de segurança naquilo que está sendo realizado. Essas etapas podem ser chamadas de ciclo.<br />

No que se refere a ciclo orçamentário, podemos enxergar como representado na figura a seguir.<br />

Planejar desempenho<br />

como um todo<br />

Replanejamento<br />

Estabelecimento de um<br />

parâmetro de referência<br />

Análise dos planos, seguida,<br />

se necessário, das respectivas<br />

ações corretivas<br />

Figura 10<br />

Em cada uma das etapas, é necessário conhecer o que é, quem está envolvido etc. Na etapa de<br />

planejar desempenho, é importante envolver todas as subunidades da empresa, devendo haver<br />

concordância dos envolvidos; o desempenho citado são os limites e gastos acordados no todo e nas<br />

partes.<br />

Na etapa de estabelecer parâmetro de referência, devemos traçar expectativas específicas para<br />

que depois seja possível comparar os resultados reais.<br />

Observação<br />

Um processo de orçamento é uma previsão de gastos. Essa previsão pode<br />

concretizar-se ou não, então, um parâmetro de comparação é fundamental<br />

para saber se os planos foram bem estruturados ou não.<br />

Na etapa de análise do plano, devemos acompanhar se os planos realizados estão de acordo com<br />

as necessidades e, se preciso, fazer correções.<br />

Quando necessário, a etapa de replanejamento entra em cena, pois ajustes nem sempre significam<br />

refazer o planejamento, mas quando as mudanças são muitas, o replanejamento quer dizer repensar os<br />

planos traçados.<br />

Período de duração do orçamento<br />

O período de duração do orçamento não necessariamente é de um ano. Um orçamento pode ser<br />

preparado para qualquer período de tempo. São vários os fatores que influenciam na duração do período<br />

32


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

orçamentário, que incluem o tipo (processo), a natureza da organização, a necessidade de avaliação<br />

periódica e as condições do negócio.<br />

As empresas podem usar diferentes formas de organizar o orçamento e atribuir responsabilidades.<br />

Esse responsável pode ser um gerente, que coordena uma unidade e os esforços de todos os seus<br />

empregados.<br />

Assim, na forma tradicional, o orçamento é elaborado por departamento conforme a estrutura<br />

organizacional da empresa. Observe a figura a seguir para melhor entender as condições necessárias<br />

para a implantação de um orçamento.<br />

Os objetivos operacionais<br />

Contabilidade aberta e<br />

informatizada<br />

• Voltada para o aspecto<br />

gerencial;<br />

• possibilitar o controle<br />

orçamentário;<br />

• atender, além dos aspectos<br />

gerenciais, os legais,<br />

acionistas, etc.<br />

• Taxa interna de retorno;<br />

• participação no mercado global;<br />

• o controle ambiental;<br />

• a maximização do lucro, etc.<br />

Condições<br />

para<br />

implementação<br />

Estrutura organizacional<br />

• Níveis hierárquicos existentes;<br />

• interdependência dos órgãos<br />

subordinados;<br />

• linhas de comunicação ascendentes e<br />

descendentes;<br />

• delegação de autoridade e cobrança de<br />

responsabilidade.<br />

Análise dos fatores<br />

macroeconômicos<br />

•Situação geral da economia;<br />

• tendência da política governamental;<br />

• evolução do setor em que<br />

atua a empresa;<br />

• evolução do real em relação ao dólar;<br />

• mercado de trabalho;<br />

• tendência dos preços do produto,<br />

tendências da MP (preços, qualidade,<br />

riscos de fornecimento);<br />

• taxa de juros, entre outras.<br />

Figura 11<br />

Assim, Zdanowicz (1989) diz que, para um orçamento ser bem elaborado, a empresa deve no mínimo<br />

ter uma estrutura organizacional definida; possuir objetivos operacionais claros, como estipular taxa<br />

de retorno do capital; ter definido qual a participação de mercado que tem ou pretende ter; estar<br />

consciente sobre a política ambiental e, ainda, a lucratividade esperada.<br />

Quanto à estrutura organizacional, devemos conhecer a hierarquia existente, a interdependência<br />

das áreas, como são definidas as linhas de poder na empresa. E não se pode esquecer de considerar as<br />

questões macroeconômicas.<br />

33


<strong>Unidade</strong> I<br />

Lembrete<br />

O orçamento é baseado em pesquisa e análise que devem resultar em<br />

metas realistas que contribuirão para o crescimento e a rentabilidade da<br />

empresa. O sucesso do processo orçamentário depende diretamente da<br />

sua aceitação por todos os níveis da empresa. Deve ser uma ferramenta<br />

importante para avaliar o desempenho.<br />

Como aproveitar esta unidade:<br />

• Leia o livro-texto.<br />

• Assista aos vídeos no AVA.<br />

• Resolva os exemplos de aplicação propostos no decorrer da unidade.<br />

• Leias as dicas nos Saiba Mais.<br />

• Interaja no fórum.<br />

Resumo<br />

Esta unidade abordou a importância do orçamento e o papel do<br />

planejamento estratégico no processo de orçamento.<br />

O tripé que estrutura esse conceito é: planejar, executar e controlar.<br />

O pensamento estratégico passou por evolução no passar do tempo,<br />

utilizando hoje o BSC no processo orçamentário.<br />

Foi discutido ainda sobre a evolução do orçamento em si,<br />

apontando para os vários tipos de orçamento, as funções do<br />

orçamento em uma empresa para que ela consiga dar continuidade<br />

às suas operações.<br />

Para Matias (2008), orçamento é a projeção de receitas e gastos que<br />

uma organização elabora para um determinado período de tempo. E é essa<br />

visão que os alunos devem guardar para discutirmos tecnicamente como<br />

fazer cada etapa do orçamento.<br />

34


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

Questão 1<br />

Exercícios<br />

(Adaptado de UNIP/PSA 2012). Conforme Clóvis Luís Padoveze, em Controladoria estratégica e<br />

operacional (Editora Cengage, São Paulo, 2009, p. 197), “a base da Controladoria operacional é o processo<br />

de planejamento e controle orçamentário, também denominado planejamento e controle financeiro ou<br />

planejamento e controle de resultados. O orçamento é ferramenta de controle por excelência de todo o<br />

processo operacional da empresa, pois envolve todos os setores da companhia. [...]. Orçar significa processar<br />

todos os dados constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados previstos para<br />

o próximo exercício, considerando as alterações já definidas para o próximo exercício. Portanto, o orçamento<br />

não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais atuais, só que com os dados previstos”.<br />

Sobre o assunto, avalie as afirmativas.<br />

I – A elaboração de orçamento e o controle orçamentário proporcionam informações e condições para<br />

que gestores possam entender os resultados obtidos e conhecer as variações favoráveis e desfavoráveis<br />

dos eventos, em comparação ao que foi previsto.<br />

II – A elaboração de orçamento e o controle orçamentário têm como objetivo proporcionar<br />

informações e condições para que gestores possam buscar culpados por eventuais desvios cometidos<br />

por recursos humanos.<br />

III – A elaboração do orçamento e o controle orçamentário permitem que gestores tenham condições<br />

de questionar as variações em termos de causa e de efeito e permitem reprogramar o planejamento<br />

projetado para a empresa.<br />

IV – O orçamento nada mais é do que colocar na frente aquilo que está acontecendo hoje. Desta<br />

forma, apresenta‐se como a expressão quantitativa de um plano de ação e de ajuda à coordenação e à<br />

implementação de um plano.<br />

Está correto apenas o que se afirma em:<br />

a) I e II.<br />

b) I, III e IV.<br />

c) II, III e IV.<br />

d) I, II e III.<br />

e) II e III.<br />

35


<strong>Unidade</strong> I<br />

Resposta correta: alternativa B<br />

Análise das afirmativas:<br />

Afirmativa I: correta.<br />

Justificativa: tanto a elaboração de orçamento quanto o controle orçamentário procuram<br />

proporcionar condições de entendimento da forma com que resultados, financeiros ou produtivos,<br />

foram alcançados conforme o previsto.<br />

Afirmativa II: incorreta.<br />

Justificativa: tanto o orçamento quanto seu controle não devem ser utilizados como instrumentos<br />

de verificação de conduta de recursos humanos; as empresas, de forma geral, dispõem de diferentes<br />

instrumentos para tal finalidade.<br />

Afirmativa III: correta.<br />

Justificativa: o orçamento é um instrumento de controle de percurso financeiro ou produtivo. Serve<br />

de guia para posições futuras em que determinada empresa procura chegar, podendo ser revisto durante<br />

sua execução.<br />

Afirmativa IV: correta.<br />

Justificativa: o orçamento reflete hoje os gastos que acontecerão no futuro.<br />

Questão 2<br />

(BNDES/2009). A Cia. São Paulo S/A projetou suas vendas para o 1º. trimestre de 2010 com os valores<br />

apresentados a seguir:<br />

Previsão de vendas (em Reais)<br />

Itens Janeiro Fevereiro Março<br />

Vendas a prazo 22.000,00 32.000,00 24.000,00<br />

Vendas à vista 33.000,00 48.000,00 36.000,00<br />

Total de vendas 55.000,00 80.000,00 60.000,00<br />

Sabendo que o prazo concedido aos clientes é de 30 dias, a projeção da entrada de caixa para março<br />

de 2010, em Reais, é:<br />

a) 72.000,00.<br />

36<br />

b) 68.000,00.


ORÇAMENTO EMPRESARIAL<br />

c) 66.000,00.<br />

d) 48.000,00.<br />

e) 46.000,00.<br />

Resolução na plataforma.<br />

37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!