EMPREENDA REVISTA Ed. 31 - CAMILA FARANI - DEZ/19
Camila Farani - A mulher de negócios da nova geração Felipe Carvalho - Volta ao Mundo em busca de inovação
Camila Farani - A mulher de negócios da nova geração
Felipe Carvalho - Volta ao Mundo em busca de inovação
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GESTÃO E NEGÓCIOS<br />
DISNEY+, A PROVA QUE TODOS PRECISAM INOVAR<br />
Desde que Walt Disney era vivo, sua empresa desenvolveu<br />
técnicas diferenciadas para distribuir seus filmes<br />
e animações. Tais técnicas foram desenvolvidas para<br />
maximizar rentabilidade e alcance de obras primas da<br />
animação, que custaram milhões de Dólares para serem<br />
produzidas. Portanto não é de se admirar que a equipe<br />
de Walt sempre tentava tirar o máximo proveito das<br />
produções que ele desenvolvia com tanta maestria.<br />
Uma das primeiras técnicas utilizadas foi o “Disney<br />
Vault” (Cofre Disney em tradução livre). Lá pela década<br />
de 40, quando uma das únicas maneiras de se apreciar<br />
bons filmes eram as salas de cinema,<br />
a Disney lançava uma animação<br />
para apreciação do público e<br />
depois de algum tempo a retirava<br />
das salas de cinema. Por fim, depois<br />
de anos recolhida no “cofre”,<br />
a empresa relançava essa mesma<br />
animação para apreciação de uma<br />
nova geração de espectadores.<br />
Desta forma um mesmo filme era<br />
lançado inúmeras vezes.<br />
Quem, daqueles que foram crianças<br />
na década de 90, não lembra<br />
das fitas verdes dos filmes da Disney?<br />
Essa foi outra estratégia da<br />
empresa para distribuir suas produções.<br />
Todos os seus filmes clássicos<br />
foram lançados em fita VHS,<br />
não como uma simples fita, mas<br />
como um item de colecionador.<br />
A Disney abordava a necessidade<br />
das famílias de terem a magia Disney<br />
dentro de casa por meio de uma, ou todas, as suas<br />
produções neste formato. A venda destes itens foi um<br />
sucesso absoluto tanto em solo Americano como internacionalmente.<br />
Recentemente a Disney começou a assinar contratos<br />
com serviços de streaming como Netflix e Amazon Prime<br />
Video, no entanto, como já é parte da estratégia da<br />
empresa, ela não deixaria que outros explorassem seus<br />
produtos por muito tempo. Assim como aconteceu com<br />
a hotelaria e com os cruzeiros, a Disney decidiu investir<br />
em uma revolução interna. A empresa decidiu mudar<br />
drasticamente o modo como distribui seu conteúdo,<br />
que cresce absurdamente conforme adquire novos estúdios<br />
como Marvel, Lucas Film e Fox. Surgia assim o<br />
Disney+, o serviço de streaming da gigante do entretenimento.<br />
Por meses a empresa divulgou os novos conteúdos que<br />
seriam produzidos para esta nova plataforma. A comunidade<br />
de fãs da Disney já estava em polvorosa. Por fim,<br />
com um catálogo de filmes invejável, conteúdo exclusivo<br />
para a plataforma e milhões de pessoas literalmente<br />
famintas por esse novo serviço,<br />
em novembro de 20<strong>19</strong> foi lançado<br />
o Disney+ nos EUA e mais alguns<br />
países selecionados. O resultado?<br />
10 milhões de assinantes em menos<br />
de um dia, somente nos EUA.<br />
BRUNO GONÇALVES<br />
Especialista em metodologia<br />
Disney @uau.business<br />
Esse resultado estrondoso, de<br />
mais de US$100.000.000 (100 Milhões<br />
de Dólares) em 24 horas, nos<br />
mostra não só o poder construído<br />
pela Disney desde 1.923, mas também<br />
a sua capacidade de ser tradicional<br />
sem perder o senso urgente<br />
de inovar. A lição clara de todas as<br />
estratégias já desenvolvidas pela<br />
empresa do Mickey para distribuir<br />
seu conteúdo é a necessidade de<br />
nos adaptarmos aos tempos que<br />
vivemos. Vivemos em uma nova<br />
era, a era da experiência, a era da<br />
inovação.<br />
A Disney não decidiu e nem definiu o tempo em que ela<br />
se encontra, mas teve a capacidade de inovar<br />
para ser a melhor deste tempo.<br />
E nós? Como reagiremos a<br />
este novo mundo?