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SCMedia News | Revista | Novembro 2019

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<strong>Novembro</strong>’19<br />

4,60€ Mensal<br />

PPG Dyrup<br />

As novas cores da logística<br />

5<br />

DOIS CORVOS<br />

A CATEDRAL<br />

DA CERVEJA<br />

ARTESANAL<br />

SEAT CONTROLA 16<br />

MILHÕES<br />

DE PEÇAS<br />

PROCUREMENT<br />

CONFERÊNCIA<br />

JUNTOU 200<br />

PROFISSIONAIS<br />

NOVAS PROFISSÕES<br />

ATÉ 2030


dora.assis@supplychainmagazine.pt<br />

Dora Assis<br />

EDITORIAL<br />

TODO O TEMPO É POUCO<br />

«Mude mas comece devagar, porque a direcção é mais importante que a velocidade»<br />

Clarice Lispector<br />

Todos os meses, edição após edição,<br />

encontramo-nos nesta página. Os budistas<br />

chamam-lhe a “roda da vida”. Contudo, em<br />

boa verdade, o nosso papel como órgão de<br />

informação nunca se resumiu à revista e ao longo<br />

de 365 dias foram múltiplas as iniciativas que<br />

desenvolvemos a pensar em Si. Porquê? Porque<br />

estamos cientes da importância das conferências<br />

como ferramentas de crescimento e actualização<br />

pessoal e profissional. Em primeiro lugar, estas<br />

iniciativas levam-no a sair da sua zona de<br />

conforto, o que por si só já é positivo, mas trazemlhe<br />

sobretudo a oportunidade única de olhar para<br />

o seu trabalho, para os seus projectos, para as<br />

suas operações, para as suas pessoas e para a sua<br />

empresa por um prisma completamente diferente.<br />

Um bom evento, uma boa conferência, não se<br />

esgota no momento, no dia, nem é suposto. Dálhe<br />

ideias e experiências duradoras, memoráveis,<br />

a que voltará mais tarde no seu dia-a-dia.<br />

Na era digital, estas iniciativas são o passaporte<br />

para o olhos nos olhos e para o networking<br />

com especialistas, influenciadores de decisão e<br />

também com os seus pares. São oportunidades<br />

únicas para colocar questões, partilhar ideias e<br />

participar em discussões com quem também tem<br />

as suas preocupações e motivações, mas saberes<br />

e experiências diferentes. Podíamos ainda falar da<br />

oportunidade única de conhecer casos de sucesso,<br />

contados na primeira pessoa, ou da importância<br />

estratégica do benchmarking... É que foram tantos<br />

os projectos que desenvolvemos este ano!<br />

Mês após mês, conferência após conferência,<br />

edição após edição, eis-nos chegados ao<br />

último mês do ano que traz sempre a mesma<br />

exclamação:<br />

- Já!? O ano já está a chegar ao fim?<br />

É a pressa, a urgência com que vivemos, as<br />

metas que nos impomos, tudo aquilo para que<br />

o dia-a-dia nos solicita, empurra ou puxa, que<br />

gera este sentimento de que os segundos, os<br />

minutos, as horas, os dias, parecem fugir-nos e<br />

que o tempo escasseia para o tanto que ainda<br />

está por fazer. É que por aqui estamos sempre<br />

a fervilhar de ideias, de projectos e iniciativas,<br />

oportunidades que não queremos deixar escapar.<br />

Porque a vida é demasiado rápida, porque o hoje<br />

e o agora são a única realidade que temos, a única<br />

de que podemos desfrutar e porque para quem se<br />

movimenta na cadeia de abastecimento há ainda<br />

tanto, mas tanto, por fazer, dizer e partilhar.<br />

Dezembro chega à velocidade e voracidade<br />

com que vivemos e é nesta altura que lavamos<br />

os cestos, peneiramos a “wish” e a “to do list” que<br />

fizemos em Janeiro e pesamos o que resultou do<br />

garimpo deste ano. Até ao último dia do ano ainda<br />

é vindima e, acredite, 2020 será ano de grande<br />

colheita. Vamos continuar a ser o elo fundamental<br />

na cadeia que alimenta as suas paixões de<br />

conhecimento, satisfazendo as suas necessidades<br />

de informação. Porque somos SCM? Porque por si<br />

Somos Capazes do Melhor. ;-)


4<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

#18 #40<br />

#52<br />

ÍNDICE<br />

FACTOS & NÚMEROS<br />

Parlamento Europeu pede redução de<br />

emissões mais ambiciosa 6<br />

LOGÍSTICA<br />

A catedral da cerveja artesanal 8<br />

Intermarché cadeia de abastecimento<br />

colaborativa 18<br />

Sagres exporta para o mundo mexilhão<br />

biológico 22<br />

SEAT controla 16 milhões de peças<br />

diariamente 26<br />

PROCUREMENT<br />

Procurement conferência reúne 200<br />

profissionais de compras 30<br />

A cultura do “eu compro, tu vendes”<br />

ainda predomina 40<br />

INTRALOGÍSTICA<br />

As novas cores da logística na<br />

PPG Dyrup 45<br />

A marcha dos sapatos vermelhos 52<br />

Prós e contras das paletes de madeira e<br />

plástico 57<br />

TECNOLOGIAS<br />

GEFCO investe em optimização do espaço<br />

durante o transporte 60


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 5<br />

TRANSPORTE<br />

CARREIRA<br />

#60 #68<br />

Transporte de mercadoria por tubos<br />

subterrâneos 65<br />

Logic testa entregas com emissões<br />

zero 68<br />

Novas profissões até 2030 70<br />

O MUNDO É REDONDO<br />

Crítica do livro Through the Language<br />

Glass, Guy Deutscher 74<br />

»» Nota da Redacção:<br />

Na edição nº4, no artigo “Um incentivo ao e-commerce” (pág.22),<br />

onde é referido “A vice-presidente da ACEPI, Manuela Paula (...)”,<br />

deverá ler-se “O vice-presidente Manuel Paula (...)”. Pelo lapso, as<br />

nossas desculpas ao visado e aos leitores.<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Propriedade_<br />

SC Media Unipessoal, Lda.<br />

Al. Júlio Dinis, nº68 - São Francisco<br />

2890-307 Alcochete<br />

T: 210 499 074<br />

NPC_<br />

514707143<br />

Capital Social_<br />

100,00€<br />

Participações Sociais_<br />

Susana Silva<br />

Administração_<br />

Filipe Barros<br />

Sede, Administração e Redacção_<br />

Al. Júlio Dinis, nº68 - São Francisco<br />

2890-307 Alcochete<br />

T: 210 499 074<br />

Registo na ERC n.º _<br />

127322<br />

Depósito Legal n.º _<br />

458604/19<br />

Directora _<br />

Dora Assis<br />

Redacção_<br />

Ana Paiva, Fábio Santos<br />

Design e Fotografia_<br />

Alexandra Santos<br />

Projecto Gráfico_<br />

Maria João Carvalho<br />

Paginação_<br />

Alexandra Santos<br />

Circulação & Eventos_<br />

Inês Ferreira<br />

Direcção Comercial_<br />

Filipe Barros<br />

Sales & Marketing_<br />

Margarida Matildes<br />

Impressão_<br />

VASP DPS<br />

MLP – Quinta do Grajal,<br />

Venda Seca<br />

2739-511 Agualva Cacém<br />

Tiragem_<br />

3 mil exemplares<br />

Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos<br />

seus autores.<br />

Interdita a reprodução de textos e imagens sem<br />

autorização expressa.<br />

Esta revista é escrita respeitando a grafia anterior<br />

ao Acordo Ortográfico.


6 NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

FACTOS<br />

& NÚMEROS<br />

PARLAMENTO EUROPEU<br />

PEDE REDUÇÃO DE EMISSÕES MAIS<br />

AMBICIOSA<br />

Emissões do sector dos transportes em 2017<br />

Como parte do total das emissões de gases com efeito de estufa da<br />

UE [excluindo utilização dos solos e desflorestação]<br />

Emissões gasosas<br />

Fonte: Agência Ambiental Europeia (<strong>2019</strong>)<br />

*Energia, agricultura, processos industriais e utilização de produtos e gestão de resíduos


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 7<br />

Apesar dos transportes aéreo e marítimo<br />

de mercadorias contribuírem, cada um,<br />

com menos de 3,5% do total das<br />

emissões de gases com efeito de estufa,<br />

têm sido as duas fontes poluidoras que mais<br />

rapidamente cresceram nos últimos anos.<br />

Numa resolução adoptada em antecipação<br />

da cimeira do COP25, o Parlamento Europeu<br />

pediu uma redução mais ambiciosa das<br />

emissões do sector da aviação e do<br />

transporte marítimo de mercadorias.<br />

As emissões do sector da aviação<br />

internacional e do transporte marítimo<br />

de bens cresceram cerca de 130% e 32%,<br />

respectivamente, nas últimas duas décadas.<br />

Este foi o crescimento mais acelerado de<br />

todo o sector dos transportes – e o único<br />

no qual as emissões continuam a aumentar desde<br />

1990.<br />

Apesar das melhorias no que diz respeito ao<br />

consumo de combustíveis fósseis, as missões dos<br />

aviões devem ser sete a dez vezes mais elevadas<br />

em 2050 do que eram em 1990. Já as emissões<br />

provenientes do transporte marítimo de mercadorias<br />

devem subir entre 50 a 250%<br />

As emissões de gases com efeito de estufa,<br />

provenientes destes dois sectores, devem-se,<br />

em grande medida, ao crescimento das trocas<br />

comerciais. O número de passageiros nos aviões na<br />

União Europeia triplicou desde 1993 e o volume do<br />

transporte marítimo internacional de mercadorias<br />

também aumentou significativamente nos últimos<br />

20 anos. A União Europeia também está a trabalhar<br />

com a Organização da Aviação Civil Internacional<br />

para implementar medidas comerciais globais,<br />

conhecidas como Corsia, através das quais os aviões<br />

possam contrabalançar as suas emissões com o<br />

investimento em projectos sustentáveis, como é o<br />

caso de algumas iniciativas de reflorestação. •


8<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

LOGÍSTICA<br />

Dois Corvos investe<br />

200 mil euros em nova<br />

fábrica<br />

Texto: Ana Paiva<br />

Fotografia: Alexandra Santos<br />

A CATEDRAL DA CERVEJA ARTESANAL<br />

Coŝmő uơmő tƙrƄajłeċcýtƙoŝ eċmő cýrƄeċsƌcýeċnœdĄoŝ, a Doŝiİsƌ CoŝrƄvƽoŝsƌ tƙeċmő vƽiİnœdĄoŝ a afiǟrƄmőarƄ-sƌeċ nœoŝ mőeċrƄcýadĄoŝ dĄa cýeċrƄvƽeċjła<br />

artesanal portuguesa. Começou a ser feita em casa, em ambiente familiar, e actualmente<br />

já é exportada para destinos europeus. A prova do seu sucesso é a nova fábrica, no Braço de<br />

Prata, onde foram investidos 200 mil euros com o objectivo de duplicar a produção.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 9<br />

um homem sábio aquele que inventou<br />

a cerveja”, já afirmava Platão. Neste caso<br />

“Era<br />

não foi só um homem, mas sim o casal<br />

Susana Cascais e Scott Steffens, que deu asas<br />

ao sonho de uma vida: criar um negócio de<br />

cerveja artesanal em Portugal, a ‘Dois Corvos’.<br />

O nome assenta-lhes na perfeição: duas<br />

pessoas com a ambição de criar um negócio<br />

pela paixão do produto, com um vínculo<br />

afectivo à cidade de Lisboa, neste caso, os<br />

corvos, símbolo representado na bandeira.<br />

Susana Cascais trabalhou no Estados Unidos<br />

da América (EUA) durante 10 anos onde<br />

observou aquele que é o mercado das cervejas<br />

artesanais, apesar de só agora o trabalhar bem<br />

de perto. Em 2012, no regresso a Portugal, o<br />

casal depara-se com um mercado pouco ou<br />

nada desenvolvido nesta área, um dos motivos<br />

que impulsionou à criação do negócio.<br />

Em 2013 começaram por fazer cerveja em<br />

casa para a família e amigos e, com o bom<br />

feedback que iam obtendo, ganharam um<br />

“grande incentivo emocional” para arrancar com<br />

o negócio. No entanto, dado à lacuna existente<br />

no mercado português, o casal sentiu-se<br />

limitado nas suas escolhas.<br />

De acordo com Susana Cascais, o mercado<br />

americano “completamente implantado,<br />

maduro e estabelecido” encontra-se entre “30<br />

a 40 anos à frente do português”. A grande<br />

diferença prende-se pela escolha existente nos<br />

pontos de venda, que é o que falta em Portugal.<br />

Apesar do “deserto” apontado pela gerente<br />

em relação a este mercado a nível nacional,<br />

a Dois Corvos passou do sonho à realidade. Já<br />

não é feita em casa e degustada por família e<br />

amigos, mas sim produzida a uma escala muito<br />

maior, num espaço com todas as condições.


10<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

DESDE A CERVEJA HOME-MADE<br />

ATÉ À NOVA FÁBRICA<br />

Com pequenos passos a empresa tem<br />

chegado longe. Uma longa jornada que<br />

começou pela criação de cervejas em casa<br />

desde os anos 90, e agora uma nova fábrica.<br />

Um amor já antigo que começa a dar os seus<br />

frutos.<br />

Em 2014, a Dois Corvos instalou-se em<br />

Marvila, adquiriu o equipamento necessário<br />

e, um ano depois, produziram e lançaram as<br />

primeiras cervejas. No Verão de 2015, abriram<br />

as portas do Tap Room, o primeiro espaço deste<br />

tipo em Portugal, que consiste numa extensão<br />

da fábrica onde é possível degustar as cervejas<br />

ali criadas.<br />

Através de um investimento de 200 mil euros,<br />

a Dois Corvos mudou-se para uma nova fábrica<br />

no Braço de Prata, a 1.500 metros do Tap<br />

Room, que mantém o normal funcionamento.<br />

O novo espaço integra zona de produção,<br />

fermentação, engarrafamento, rotulagem,<br />

embarrilamento e armazenamento. Uma parte<br />

deste valor destina-se à área da logística,<br />

embora ainda esteja em curso, nomeadamente<br />

uma zona de acondicionamento e manutenção<br />

a frio, bem como embalamento do produto final<br />

e equipamentos.<br />

Com esta aposta, Susana Cascais refere<br />

que a grande mais-valia é “aumentar<br />

substancialmente a nossa capacidade de<br />

produção, o que é fundamental para darmos<br />

resposta aos pedidos que temos internamente


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 11<br />

no mercado nacional e para fora do mercado<br />

português”. Outra vantagem é a qualidade<br />

do produto final que, com as maquinarias<br />

e equipamentos, proporcionarão mais<br />

estabilidade à cerveja, prolongando o seu<br />

tempo de vida.<br />

No próximo ano será ainda montada a<br />

câmara de frio, que faz parte do projecto de<br />

investimento agora em curso. A cerveja deve<br />

estar conservada numa temperatura fresca<br />

e protegida da luz para manter a sua total<br />

integridade, portanto, este é claramente<br />

um dos objectivos da Dois Corvos, “não é<br />

necessariamente obrigatório que isso aconteça,<br />

o produto não fica comprometido, mas as<br />

qualidades organoléticas da cerveja mantêm-se<br />

durante mais tempo quando conservadas em<br />

frio”.<br />

Esta é a última fase da cadeia antes da<br />

cerveja ser distribuída aos clientes. Como<br />

nada começa pelo fim, analisemos a cadeia de<br />

abastecimento da Dois Corvos desde o início.<br />

Na fábrica do Braço de Prata, a cerveja<br />

é produzida, fermentada, engarrafada ou<br />

embarrilada, e rotulada. Esta é a parte do<br />

packaging. De seguida é ali conservada e<br />

mantida até ao momento em que é distribuída.<br />

A Dois Corvos trabalha directamente<br />

com alguns clientes, por isso, asseguram a<br />

entrega através de transporte próprio. Com<br />

outros clientes, é realizada por distribuidores<br />

que recolhem o produto na fábrica. Neste<br />

caso as quantidades são diferentes, “nós<br />

podemos entregar em quantidades menores<br />

enquanto que o distribuidor já levará uma<br />

parte substancialmente maior e depois é o<br />

distribuidor que faz a entrega à sua carteira<br />

de clientes, aos seus pontos de venda”,<br />

afirma a co-fundadora. Com certos clientes,<br />

a Dois Corvos consegue controlar desde a<br />

produção até ao local de consumo, noutros


12<br />

OUTUBRO NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

<strong>2019</strong>


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 13<br />

casos consegue fazê-lo até<br />

à distribuição. A partir daí<br />

deixam de ter contacto com o<br />

resto da cadeia.<br />

Uma vez que mudaram<br />

agora de instalações graças<br />

ao forte crescimento que<br />

têm registado, procurámos saber<br />

se a sustentabilidade é uma<br />

preocupação para a Dois Corvos e,<br />

nas palavras de Susana Cascais, “é, e<br />

será sempre”.<br />

Além de uma parte do projecto ter uma<br />

componente de eficiência energética, a parte<br />

da reciclagem dos materiais é onde a questão<br />

do ambiente se revela mais importante. Não<br />

só em relação aos tipos de materiais que são<br />

utilizados a jusante, na parte do embalamento,<br />

mas também nos produtos que resultam da<br />

produção, como é o caso do grão da cerveja. A<br />

Dois Corvos trabalha com alguns agricultores<br />

que utilizam esse grão na actividade agrícola,<br />

de forma a ganhar uma segunda vida.<br />

“É difícil implementar muitas medidas<br />

em simultâneo, mas temos sempre essa<br />

preocupação e cada vez que estamos a expandir<br />

ou a aperfeiçoar alguns aspectos do processo de<br />

fabrico, temos sempre a questão do ambiente e<br />

da sustentabilidade em consideração”, salienta<br />

a gerente.<br />

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14<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

EXPORTAÇÃO: DESAFIOS E<br />

OPORTUNIDADES<br />

A Dois Corvos, além de estar a compor o seu<br />

negócio a nível nacional, está também a ganhar<br />

expressão além-fronteiras. Estão presentes em<br />

mais de 13 países europeus, onde pretendem<br />

expandir a oferta da gama nos mercados<br />

onde já exportam, como é o caso de França,<br />

Itália, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Espanha<br />

e Áustria, e apostar em mercados com grande<br />

potencial de consumo, embora tenham uma<br />

presença menos acentuada, como o Reino<br />

Unido e Alemanha.<br />

Contudo, existe um desafio inerente em<br />

relação ao Reino Unido chamado brexit, “é um<br />

dos mercados de exportação que tínhamos<br />

enquanto objectivo e neste momento estamos a<br />

tentar perceber até que ponto isso é viável e de<br />

que maneira é viável... Viável será seguramente,<br />

mas exequível é algo que ainda temos de<br />

avaliar”, refere.<br />

Além disso poderá ter um grande impacto<br />

não só na cadeia de distribuição de produto<br />

acabado, mas também a nível de matériasprimas,<br />

uma vez que a Dois Corvos as vai buscar<br />

“<br />

AUMENTAR SUBSTANCIALMENTE<br />

A NOSSA CAPACIDADE<br />

DE PRODUÇÃO, O QUE É<br />

FUNDAMENTAL PARA DARMOS<br />

RESPOSTA AOS PEDIDOS QUE<br />

TEMOS INTERNAMENTE NO<br />

MERCADO NACIONAL E PARA<br />

FORA DO MERCADO PORTUGUÊS<br />


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 15


16<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

ao Reino Unido. A co-fundadora afirma que “é<br />

algo que terá seguramente impacto, mas não<br />

sabemos qual”.<br />

Apesar de pretenderem assegurar, de<br />

forma regular, a sua presença na Europa, a<br />

internacionalização também faz parte dos<br />

objectivos da empresa a longo prazo. Já<br />

existem alguns contactos nos EUA e China,<br />

mas será uma meta para alcançar no futuro,<br />

“não cremos ainda que estejamos em posição<br />

de o fazer. É uma abordagem que vamos<br />

fazendo com calma e com a segurança que<br />

vamos tendo nas condições que estamos a<br />

criar, mas sim, faz parte da nossa estratégia ter<br />

uma percentagem das vendas alocadas fora de<br />

Portugal”, explica.<br />

Ainda assim, juntam forças visando a<br />

criação do melhor produto para enviar para<br />

os mercados europeus e, para isso, há normas<br />

que devem ser respeitadas em relação ao<br />

transporte. No Verão, as cervejas são levadas<br />

em camiões refrigerados. Já no Outono/Inverno<br />

não existe essa necessidade pelo facto da<br />

temperatura exterior ser mais baixa, permitindo<br />

manter as cervejas frescas. No entanto, Susana<br />

Cascais confessa que era preferível se toda a<br />

cadeia de distribuição fosse refrigerada, mas<br />

ainda não é possível.<br />

A Dois Corvos tem vindo a afirmar-se no<br />

mercado da cerveja artesanal a nível nacional<br />

e internacional, embora ainda haja muitas<br />

arestas por limar no mercado português. Tem<br />

produzido o seu caminho, fermentando-o<br />

com alma, engarrafando-o com sucesso e<br />

distribuindo-o com eficácia, superando os<br />

desafios. É a prova de que com dedicação, o<br />

sonho de criar um negócio de cervejas, que<br />

começou em casa, se tornou realidade, agora<br />

com uma nova fábrica e a promessa de sucesso<br />

contínuo. •<br />

“<br />

É DIFÍCIL IMPLEMENTAR MUITAS MEDIDAS EM SIMULTÂNEO, MAS TEMOS SEMPRE ESSA<br />

PREOCUPAÇÃO, E CADA VEZ QUE ESTAMOS A EXPANDIR OU A APERFEIÇOAR ALGUNS<br />

ASPECTOS DO PROCESSO DE FABRICO, TEMOS SEMPRE A QUESTÃO DO AMBIENTE E DA<br />

SUSTENTABILIDADE EM CONSIDERAÇÃO<br />


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 17


18<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

LOGÍSTICA<br />

Intermarché aposta<br />

na visibilidade<br />

CADEIA DE ABASTECIMENTO<br />

MAIS INTERLIGADA E<br />

COLABORATIVA<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Fotografia: Intermarché<br />

Texto: Jim Dempsey, Director Panasonic<br />

Fonte: Supply Chain Brain<br />

A marca do Grupo Os Mosqueteiros, Intermarché, investiu numa das soluções da tecnológica<br />

Zeċtƙeċsƌ pƁarƄa mőeċlňhīoŝrƄarƄ a vƽiİsƌiİbüiİlňiİdĄadĄeċ dĄa sƌuơa cýadĄeċiİa eċ oŝbütƙeċrƄ uơmőa mőaiİoŝrƄ eċfiǟcýiİêĐnœcýiİa nœasƌ sƌuơasƌ<br />

operações na cadeia de abastecimento em Portugal. A solução escolhida fora a ZetesZeus,<br />

tendo por base um sistema cloud de visibilidade da supply chain, que irá permitir à francesa<br />

obter uma visão global em tempo real dos dados críticos da operação.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 19<br />

Com esta recente aposta na sua supply<br />

chain, o Intermarché irá obter um controlo<br />

mais rigoroso e uma maior dinâmica na sua<br />

capacidade de planeamento, o que se torna<br />

crucial para uma entidade que conta com 250<br />

lojas espalhadas por Portugal, e uma rede de<br />

1.250 fornecedores que abastece apenas três<br />

centros de distribuição distintos.<br />

A ZetesZeus recolhe os dados dos sistemas<br />

de fornecedores externos, integra-os e<br />

uniformiza-os de forma a poder fornecer<br />

informações exactas relativas ao cumprimento<br />

do serviço de cada encomenda. Outras<br />

vantagens são, por um lado, que com esta<br />

transparência resultante, o Intermarché terá<br />

uma melhoria ao nível da rastreabilidade<br />

dos seus produtos, e por outro irá também<br />

verificar uma redução no desperdício das suas<br />

operações.<br />

“<br />

DISPOR DE VISIBILIDADE TOTAL<br />

DAS NOSSAS OPERAÇÕES DA<br />

CADEIA DE ABASTECIMENTO, NÃO<br />

SÓ VAI MELHORAR A FORMA COMO<br />

TRABALHAMOS E INTERAGIMOS<br />

COM OS NOSSOS PARCEIROS, MAS<br />

TAMBÉM CERTIFICAR-SE DE QUE OS<br />

NOSSOS CLIENTES PODEM CONFIAR<br />

NO INTERMARCHÉ PARA UM<br />

SERVIÇO LÍDER DE MERCADO<br />

”<br />

VISIBILIDADE EM TEMPO REAL<br />

Ao interligar os dados dos diferentes<br />

sistemas, o retalhista obtém uma visibilidade<br />

em tempo real de todos os eventos críticos<br />

da sua supply chain, indo desde a criação da<br />

encomenda até à sua recepção no centro de<br />

distribuição, cumprimento do serviço associado<br />

e desempenho dos diferentes actores da<br />

cadeia, como fornecedores, transportadores ou<br />

operadores logísticos.<br />

Deste modo, o Intermarché passa a ter<br />

acesso, a qualquer momento, a informação<br />

actualizada de toda a cadeia, disponível e<br />

partilhada em dashboards de fácil leitura,<br />

substituindo os relatórios mensais partilhados<br />

por e-mail. Além disso, poderá monitorizar<br />

outras informações como discrepâncias nas<br />

encomendas, permanência do produto e<br />

tempos em trânsito, bem como expedição de<br />

entrada e saída até à entrega final.<br />

No caso de ocorrerem situações pontuais<br />

o sistema emitirá alertas de modo a que as<br />

equipas da cadeia de abastecimento possam<br />

responder mais facilmente e tentar minimizar<br />

o impacto nas suas operações. A tecnológica<br />

também garante existir um acesso seguro<br />

via internet para garantir a disponibilidade<br />

constante dos dados críticos da operação,<br />

seja de modo fixo ou portátil, através de um<br />

smartphone.<br />

Também os fornecedores passarão a<br />

beneficiar desta mesma visão filtrada, nos seus<br />

dados e poderão ver em tempo real o que está<br />

a acontecer ao longo da cadeia.


20<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

PROTECÇÃO PARA A CADEIA DE<br />

ABASTECIMENTO<br />

A ZetesZeus irá ajudar a retalhista a proteger<br />

a sua cadeia de abastecimento, especialmente<br />

na área alimentar de frescos. Segundo explica<br />

Jorge Rafael, administrador responsável pela<br />

logística e cadeia de abastecimento do Grupo<br />

Os Mosqueteiros, “a solução ZetesZeus vai<br />

também ajudar-nos a proteger a nossa cadeia<br />

de abastecimento de alimentos frescos,<br />

garantindo que mantemos os nossos valores<br />

de fornecer aos nossos clientes acesso aos<br />

produtos de melhor qualidade, quando e<br />

onde necessitarem de uma forma muito mais<br />

eficiente e, ao mesmo tempo, remover o<br />

desperdício das nossas operações”.<br />

“<br />

NO EXIGENTE ACTUAL AMBIENTE<br />

OMNICANAL, A COLABORAÇÃO DE<br />

FORNECEDORES QUE TRABALHAM<br />

COM A DEVIDA VISIBILIDADE,<br />

TRANSPARÊNCIA E EFICIÊNCIA,<br />

TORNOU-SE UMA NECESSIDADE<br />

PARA OS RETALHISTAS QUE<br />

PRETENDAM MANTER O SEU<br />

COMPROMISSO COM OS CLIENTES<br />

”<br />

FOCO NO CLIENTE FINAL<br />

Um investimento em toda a cadeia, mas<br />

com o foco posto no cliente final. Jorge Rafael<br />

explica que “dispor de visibilidade total das<br />

nossas operações da cadeia de abastecimento,<br />

não só vai melhorar a forma como trabalhamos<br />

e interagimos com os nossos parceiros, mas<br />

também certificar-se de que os nossos clientes<br />

podem confiar no Intermarché para um serviço<br />

líder de mercado”.<br />

Por sua vez, Rui Castilho, country manager da<br />

Zetes em Portugal, considera que “no exigente<br />

actual ambiente omnicanal, a colaboração<br />

de fornecedores que trabalham com a devida<br />

visibilidade, transparência e eficiência, tornouse<br />

uma necessidade para os retalhistas que<br />

pretendam manter o seu compromisso com os<br />

clientes”.<br />

O responsável da tecnológica mostra-se<br />

ainda satisfeito pela confiança depositada<br />

na Zetes para o desenvolvimento da solução<br />

que irá “ajudá-los a atingir os seus objectivos<br />

e obter uma cadeia de abastecimento mais<br />

interligada e colaborativa”.<br />

O administrador do Grupo Os Mosqueteiros<br />

avança ainda que “prevemos a realização<br />

de um piloto com dois dos nossos principais<br />

fornecedores e acreditamos que trará<br />

benefícios significativos”. •


AÉREO MARÍTIMO TERRESTRE<br />

<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 21


22<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

FINISTERRA QUER<br />

PRODUZIR 5.000<br />

TONELADAS DE<br />

MEXILHÃO E<br />

GANHAR NOVOS<br />

MERCADOS<br />

LOGÍSTICA<br />

Sagres exporta para o<br />

mundo<br />

mexilhão biológico<br />

A Finisterra é um projecto de produção aquícola<br />

de bivalves, em Sagres, em mar aberto. Tem como<br />

objectivo a produção anual de 3.000 a 5.000 toneladas<br />

de mexilhão fresco, com calibres de menos de 25<br />

peças por quilo, para exportação. A produção, essa, é<br />

biológica e conta com o apoio do Mar 2020.<br />

Texto: Dora Assis


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 23<br />

Finisterra é um projecto que ganhou vida<br />

em 2010, pela mão dos irmãos Manuel e<br />

Lourenço Pinto Ribeiro. O objectivo é virem<br />

a comercializar mexilhão nos mercados da<br />

União Europeia, que valorizem devidamente<br />

a qualidade do produto e também todas as<br />

certificações obtidas, graças à qualidade e ao<br />

processo de produção biológica da empresa.<br />

Mas a ambição dos dois irmãos não se<br />

fica por aí. Outro dos objectivos delineados<br />

pela dupla é pasteurizar e embalar produtos<br />

refrigerados, a partir da sua produção de<br />

mexilhão fresco, com uma shelf-life de pelo<br />

menos 60 dias, de forma a poderem ter<br />

acesso à totalidade dos mercados europeus e<br />

internacionais.<br />

“<br />

OUTRO DOS OBJECTIVOS<br />

DELINEADOS PELA DUPLA<br />

DE IRMÃOS É PASTEURIZAR<br />

E EMBALAR PRODUTOS<br />

REFRIGERADOS, A PARTIR DA<br />

SUA PRODUÇÃO DE MEXILHÃO<br />

FRESCO, COM UMA SHELF-LIFE<br />

DE PELO MENOS 60 DIAS, DE<br />

FORMA A PODEREM TER ACESSO<br />

À TOTALIDADE DOS MERCADOS<br />

EUROPEUS E INTERNACIONAIS<br />

”<br />

PRODUÇÃO EM MAR ABERTO<br />

Para que estes objectivos sejam atingidos na<br />

totalidade, a Finisterra recorreu ao Mar 2020,<br />

apresentando duas candidaturas distintas, uma<br />

pelo quadro da Produção de Aquicultura e a<br />

outra pelo da Transformação Industrial dos<br />

Produtos de Aquicultura.<br />

Uma passa pela instalação da quarta<br />

quadrícula de produção em mar aberto, na área<br />

da licença de utilização de recursos hídricos<br />

detida pela Finisterra nas águas de Sagres,<br />

e pela construção da terceira embarcação<br />

especializada para ter os meios necessários<br />

para poderem assim cultivar e extrair mais de<br />

4.000 toneladas de mexilhão fresco por ano.<br />

Quanto à segunda candidatura ao Programa<br />

Mar 2020, esta diz respeito a uma eventual<br />

construção de uma unidade nova, dedicada à<br />

transformação (pasteurização) do mexilhão<br />

fresco de forma a mantê-lo em excelentes<br />

condições de consumo humano durante pelo<br />

menos 60 dias.


24<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

A IMPORTÂNCIA DA<br />

DIFERENCIAÇÃO<br />

Desta forma a Finisterra conseguirá que<br />

grande parte do valor acrescentado do<br />

produto permaneça associado à empresa e<br />

a Portugal, o que não poderá acontecer se<br />

a grande maioria do produto for vendido a<br />

granel, embalado, distribuído e comercializado<br />

internacionalmente por empresas terceiras que<br />

irão assumir naturalmente como sendo delas<br />

um produto nacional.<br />

“<br />

JAPÃO, DUBAI, BRASIL,<br />

AMÉRICA DO NORTE E CHINA,<br />

MERCADOS NOS QUAIS OS<br />

PRODUTOS DA MAIS ALTA<br />

QUALIDADE SÃO TAMBÉM<br />

DEVIDAMENTE APRECIADOS<br />

E VALORIZADOS, PODERÃO<br />

ESTAR NO HORIZONTE<br />


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 25<br />

Com esta capacidade de pasteurização,<br />

além de conseguir maior valor acrescentado<br />

na venda, a empresa, instalada na parte mais<br />

ocidental de Portugal Continental, chegará à<br />

generalidade dos mercados da União Europeia<br />

e mais longe. Japão, Dubai, Brasil, América<br />

do Norte e China, mercados nos quais os<br />

produtos da mais alta qualidade são também<br />

devidamente apreciados e valorizados poderão<br />

estar no horizonte.<br />

A escolha do local de produção de bivalves<br />

não foi feita ao acaso. As águas de Sagres estão<br />

classificadas pelo IPMA como zona “A”, onde os<br />

bivalves são próprios para consumo humano<br />

sem necessidade de depuração.<br />

A Finisterra está também licenciada<br />

para cultivar outras espécies de bivalves,<br />

nomeadamente ostras e vieiras, nas suas<br />

“<br />

A FINISTERRA ESTÁ TAMBÉM<br />

LICENCIADA PARA CULTIVAR<br />

OUTRAS ESPÉCIES DE BIVALVES,<br />

NOMEADAMENTE OSTRAS E<br />

VIEIRAS, NAS SUAS QUADRÍCULAS<br />

DE PRODUÇÃO<br />

”<br />

quadrículas de produção.<br />

Em terra, tem instalações com uma<br />

capacidade instalada para depurar até 20<br />

toneladas/dia de bivalves oriundos de águas<br />

classificadas pelo IPMA como “B”, no seu Centro<br />

de Depuração e Expedição, situado no Porto da<br />

Baleeira, em Sagres. •<br />

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30JAN20<br />

PALÁCIO MARQUESES DA PRAIA, LOURES<br />

PROMOTORES :<br />

ORGANIZAÇÃO:


26<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

LOGÍSTICA<br />

SEAT controla 16 milhões<br />

de peças diariamente<br />

PARECE UM AEROPORTO,<br />

MAS É PARA CARROS<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Fotos: SEAT<br />

O centro logístico da SEAT em Martorell implementou um sistema de videowall que permite<br />

gerir diariamente mais de 16 milhões de peças em tempo real. Em constante actualização, a<br />

SEAT ToŝwƾeċrƄ CoŝnœtƙrƄoŝlň dĄiİsƌpƁõżeċ eċmő tƙeċmőpƁoŝ rƄeċalň nœúƢmőeċrƄoŝsƌ, gĤrƄáfiǟcýoŝsƌ, mőapƁasƌ cýoŝmő iİtƙiİnœeċrƄárƄiİoŝsƌ, cýóŞdĄiİgĤoŝsƌ,<br />

entre outras informações cruciais para a gestão desta grande quantidade de peças, num<br />

sistema visual dividido em diferentes ecrãs, semelhante a um aeroporto.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 27<br />

Esta é a primeira vez que a SEAT tem<br />

monitorização em tempo real nos fluxos de<br />

materiais, alertas de operações de trânsito<br />

e de consumo de materiais, e apesar do<br />

grande número de intervenientes na cadeia,<br />

o projecto foi desenvolvido em apenas 26<br />

semanas.<br />

O sistema funcionará através de uma<br />

aplicação móvel que monitoriza a localização<br />

exacta e em tempo real de cada uma das mais<br />

de 16 milhões de peças que movimentam<br />

diariamente, bem como as necessidades para<br />

a produção dos seus veículos. Deste modo, a<br />

SEAT passa a ter disponível um sistema que<br />

lhe permite responder a eventuais disrupções<br />

através de uma visibilidade que vai desde o Tier<br />

1 ao ponto final de consumo.<br />

A aposta na monitorização da sua cadeia de<br />

abastecimento vai trazer diversas vantagens<br />

para a multinacional espanhola, que passará de<br />

um processo manual para uma automatização<br />

que lhe irá poupar horas e contactos morosos,<br />

segundo explica David Castilla, supply chain<br />

project, management na SEAT: “a informação<br />

que nos levava horas para chegar e muitos<br />

telefonemas, agora vamos ver actualizada em<br />

segundos”.<br />

200 MIL DADOS-CHAVE<br />

DIARIAMENTE<br />

Cada veículo necessita de uma determinada<br />

quantidade específica de peças, e na hora da<br />

montagem não podem faltar componentes,<br />

pelo que é importante saber onde cada<br />

encomenda se encontra e qual o stock<br />

existente para poder agir pro-activamente. De<br />

modo a compreender a situação de produção,<br />

locais críticos e como responder rapidamente<br />

no caso de haver algum atraso ao longo da<br />

cadeia, existe a necessidade de processar uma<br />

grande quantidade de informação.<br />

“A INFORMAÇÃO QUE NOS LEVAVA<br />

HORAS PARA CHEGAR E MUITOS<br />

TELEFONEMAS, AGORA VAMOS VER<br />

ACTUALIZADA EM SEGUNDOS”<br />

Neste sentido, David Castilla também<br />

comenta que “procuramos controlar tudo o<br />

que é possível, desde stocks de fornecedores<br />

a eventos de linhas de produção, centros de<br />

transporte e logística”.<br />

Os 200 mil dados-chave da cadeia de<br />

abastecimento da SEAT que passam todos os<br />

dias pelo sistema são utilizados para trazer<br />

visibilidade à cadeia, o que se transmite numa<br />

satisfação adicional para os seus clientes.<br />

“Depois de 26 semanas demos um grande<br />

salto uma vez que os nossos clientes vão<br />

beneficiar ao conhecer todas as informações<br />

importantes sobre o estado dos seus veículos e<br />

prazos de entrega”, comenta Christian Vollmer,<br />

vice-presidente de Produção e Logística da<br />

SEAT, mostrando-se satisfeito com esta aposta<br />

tecnológica que lhes permitirá obter uma<br />

maior produtividade. “Este projecto pioneiro<br />

da SEAT demonstra a capacidade da equipa de<br />

logística e produção para o desenvolvimento<br />

da transformação digital dos nossos processos”,<br />

acrescenta.


28<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

UM FUTURO MALEÁVEL QUE<br />

CHEGA MAIS DEPRESSA<br />

A empresa avança ainda que futuramente<br />

tencionam usar as informações para reduzir<br />

os prazos de entrega dos pedidos, e Enric<br />

Martí, chefe de Logística da SEAT, explica que<br />

nos planos está também a possibilidade de o<br />

cliente fazer alterações nas suas encomendas<br />

ao longo da produção, sendo que este poderá<br />

alterar, por exemplo, a cor do seu veículo,<br />

antes de este ter chegado à fase de pintura, ou<br />

para montar peças específicas. “Este processo<br />

permitirá conhecer melhor o que os clientes<br />

realmente querem e transformar a cadeia de<br />

abastecimento para adaptá-la e direccioná-la<br />

ao que necessitam”, comenta o responsável.<br />

E já que entrámos no tema das cores, à SEAT<br />

também não escapou a cor “verde”. Como<br />

aposta na sustentabilidade e ecologia, entre<br />

os objectivos está também a optimização das<br />

rotas de transporte de materiais, feita através<br />

da criação de uma aplicação que geolocaliza os<br />

transportadores e permite interagir em tempo<br />

real.<br />

Esta aplicação inclui a primeira ETA<br />

(Estimated Time of Arrival) preditiva, e<br />

futuramente evoluir para situações preditivas<br />

mais avançadas, que envolvem ferramentas<br />

de previsão do clima para optimizar ainda<br />

mais as rotas e encurtar os tempos de viagem,<br />

enquanto melhoram a segurança dos produtos.<br />

“Nesta fase, fomos capazes de antecipar


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong><br />

29<br />

as necessidades da linha<br />

com bastante antecedência.<br />

O benefício directo é para o<br />

cliente, pois vamos garantir o<br />

prazo de entrega sabendo com<br />

certeza que as peças do seu<br />

carro estarão na data prevista<br />

de fabricação”, conclui David<br />

Castilla. •<br />

“PROCURAMOS CONTROLAR<br />

TUDO O QUE É POSSÍVEL,<br />

DESDE STOCKS DE<br />

FORNECEDORES A EVENTOS<br />

DE LINHAS DE PRODUÇÃO,<br />

CENTROS DE TRANSPORTE E<br />

LOGÍSTICA”<br />

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SMART<br />

LOGISTICS &<br />

PACKAGING<br />

12-14<br />

FEBRUARY<br />

2020<br />

BARCELONA<br />

European Intralogistics Summit 2020 National Congress of Packaging 4.0<br />

LOGISTIC<br />

ROBOTICS<br />

FORKLIFTS<br />

& ACCESORIES<br />

STORAGE<br />

PALLETS<br />

& CONTAINERS<br />

MACHINERY<br />

& COMPONENTS<br />

PACKAGING<br />

& MATERIALS<br />

LABELING<br />

& CODING<br />

FINAL<br />

PACKAGING<br />

SECTORS REPRESENTED<br />

FOOD INDUSTRY, BEVERAGES, DISTRIBUTION, PHARMA & COSMETICS, AUTOMOTIVE, TEXTILE, ELECTRONICS, TRANSPORT, RETAIL/NOON-FOOD.<br />

EXHIBIT AT PICK&PACK<br />

www.pickpackexpo.com<br />

Supporting Partner:<br />

An event of:


30<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

NOVA SBE RECEBEU<br />

200 PROFISSIONAIS<br />

DE PROCUREMENT<br />

No passado dia 25 de Outubro duas centenas<br />

dĄeċ pƁrƄoŝfiǟsƌsƌiİoŝnœaiİsƌ dĄoŝ sƌeċcýtƙoŝrƄ dĄasƌ cýoŝmőpƁrƄasƌ eċ<br />

procurement voltaram à escola. As portas da<br />

Noŝvƽa SBE abürƄiİrƄamő-sƌeċ pƁarƄa rƄeċcýeċbüeċrƄ a 5ª eċdĄiİçĀãùoŝ<br />

dĄa PrƄoŝcýuơrƄeċmőeċnœtƙ CoŝnœfģeċrƄêĐnœcýiİa, oŝnœdĄeċ fģoŝrƄamő<br />

dĄeċbüatƙiİdĄoŝsƌ vƽárƄiİoŝsƌ tƙeċmőasƌ sƌoŝbürƄeċ asƌ “TeċnœdĄêĐnœcýiİasƌ,<br />

CoŝmőpƁeċtƙêĐnœcýiİasƌ eċ Noŝvƽasƌ FrƄoŝnœtƙeċiİrƄasƌ: Da<br />

Informação à Criação de Valor”.<br />

PROCUREMENT<br />

Procurement<br />

Conferência<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Fotos: Alexandra Santos


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 31<br />

A<br />

nós juntaram-se 21 oradores, profissionais<br />

da área, com muita experiência e claro,<br />

também muito para partilhar. Entre<br />

tecnologias 4.0, sustentabilidade, desafios<br />

actuais e próximos e comparação entre<br />

diferentes realidades internacionais, foi um<br />

dia que trouxe a debate as mais diversas áreas<br />

de actuação, directa e indirecta, de todo o<br />

processo de procurement, que embora para<br />

muitos ainda seja visto como compras, a<br />

verdade é que para elas ocorrerem existe um<br />

planeamento estratégico e rigoroso por detrás.<br />

Porque começar pelo início é demasiado<br />

banal e nada camoniano, a distribuição<br />

farmacêutica foi a primeira a actuar.<br />

Miguel Silvestre, presidente do Conselho<br />

de Administração da Plural Cooperativa<br />

Farmacêutica, começou por contextualizar o<br />

universo em que vivem dentro da cadeia, como<br />

actuam e como é feito o procurement dentro da<br />

empresa.<br />

Trabalhando directamente como elo de<br />

ligação entre a indústria e clientes como<br />

farmácias, hospitais, unidades de saúde e<br />

clínicas, a Plural tem a responsabilidade<br />

de conseguir abastecer diversas entidades<br />

com medicamentos, mas não só. Destaca a<br />

importância da logística inversa para este<br />

universo, especialmente devido a questões de<br />

rastreamento de produtos envolvendo saúde<br />

pública.<br />

As compras da Plural são centralizadas, é<br />

uma das estratégias adaptadas para garantir<br />

o abastecimento facilitado e a um custo mais<br />

baixo, mas aponta que nem sempre é possível<br />

negociar: “muitas vezes trabalhamos com<br />

fornecedores exclusivos que têm preços fixos,<br />

e não temos possibilidade de negociar, então<br />

temos de criar novas formas de agregar valor e<br />

obter ganhos para o cliente e o fornecedor”.<br />

Nesses casos de exclusividade, o responsável<br />

aponta que é importante estabelecer uma<br />

comunicação e relação constantes com estes<br />

fornecedores. Defende que o contacto diário<br />

e reuniões presenciais permitem reforçar o<br />

commitment entre as partes.<br />

Em termos de conclusão, Miguel Silvestre<br />

explica que não se podem concentrar apenas<br />

no produto, e que existe um conjunto de<br />

serviços associados que permitem potenciar a<br />

negociação e/ou os ganhos, entre os quais se<br />

encontra a digitalização.<br />

PEDRO ROCHA, DANIEL SILVA, LUÍS FERREIRA


32<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

JOÃO PEDRO MENDES [EDP valor]<br />

Mantendo-se no digital, Javier Iglesias,<br />

director Global Non-Trade Procurement<br />

Integration and Operations da Adidas,<br />

explica que por todo o mundo têm cerca de<br />

oito plataformas de sourcing diferentes, e<br />

que pretendem conciliar tudo numa única<br />

solução que lhes permita responder a todas<br />

as necessidades. A migração para uma única<br />

plataforma global de procurement é uma das<br />

estratégias apontadas pelo responsável que<br />

irá permitir à empresa benefícios ao nível da<br />

integração das plataformas, mas acima de tudo<br />

apostar no “value beyond savings”.<br />

Tal como disse João Pedro Mendes, supplier<br />

relationship manager na Unidade Procurement<br />

Global da EDP Valor (UPG), durante a sua<br />

intervenção sobre sustentabilidade: “só<br />

conseguimos gerir bem se conseguirmos ver<br />

bem… Se conseguirmos monitorizar bem”.<br />

O responsável da divisão de procurement da<br />

EDP ressalva a importância da sustentabilidade<br />

enquanto tema na ordem do dia. O<br />

posicionamento da UPG passa pelos ganhos<br />

e eficiência, sustentabilidade na cadeia de<br />

fornecimento, uma base de fornecedores sólida<br />

e uma performance contratual, sendo uma das<br />

preocupações da empresa a criação de retorno<br />

económico, social e ambiental na cadeia de<br />

valor.<br />

Entre os objectivos macro na implementação<br />

da sustentabilidade na cadeia de fornecimento,<br />

João Pedro Mendes destaca três:<br />

- Deċsƌeċnœvƽoŝlňvƽiİmőeċnœtƙoŝ eċ iİmőpƁlňeċmőeċnœtƙaçĀãùoŝ dĄeċ uơmő<br />

processo único e transversal;<br />

- Geċsƌtƙãùoŝ eċ mőoŝnœiİtƙoŝrƄiİzǎaçĀãùoŝ;<br />

- ApƁrƄeċnœdĄiİzǎagĤeċmő eċ mőeċlňhīoŝrƄiİa cýoŝnœtƙíIJnœuơa.<br />

MIGUEL SILVESTRE [Plural Cooperativa Farmacêutica]


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 33<br />

MAIS TEMPO<br />

PARA O SEU


34<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

O responsável explica que têm uma gestão<br />

complexa de fornecedores, e que catalogam os<br />

contratos tendo em conta o risco associado.<br />

Entre as áreas de actuação da UPG<br />

encontram-se a identificação destes riscos<br />

relacionados com critérios de sustentabilidade;<br />

a incorporação de conceitos de sustentabilidade<br />

na organização; o registo, selecção, habilitação<br />

e qualificação; aprendizagem e melhoria<br />

contínua e a monitorização e gestão contratual.<br />

Laura Raposo, directora de compras públicas<br />

nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde<br />

(SPMS), também nos falou do tema da gestão<br />

contratual, mas na visão do privado. Utilizando<br />

a plataforma da Vortal, o sistema de gestão<br />

virtual do contrato torna-se uma ferramenta<br />

útil para o SPMS, e destaca a importância da<br />

utilização de tecnologias como a Inteligência<br />

Artificial e o Machine Learning para a análise e<br />

gestão.<br />

De forma a melhorar ainda mais as<br />

ferramentas disponíveis, a directora revela que<br />

se encontram a trabalhar na integração dos<br />

sistemas internos e na plataforma da Vortal,<br />

para que os fornecedores apenas tenham de<br />

inserir os seus dados uma única vez.<br />

“<br />

TENHO 6 PESSOAS E 600<br />

CONTRATOS. SE NÃO FOSSE A<br />

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NÃO<br />

SEI COMO ME SAFAVA<br />

- LAURA RAPOSO<br />

”<br />

Segue-se Fernando Afonso, director de<br />

Compras e Logística dos CTT, que explica<br />

como é feito o procurement nos CTT, a nível<br />

de desafios e respostas. Segundo conta, a<br />

organização dos CTT, a nível do procurement,<br />

passa por planeamento, sourcing, gestão de<br />

compras, gestão de contratos e logística, e<br />

aponta que têm várias funções para perceber<br />

as necessidades da empresa.<br />

Entre os vários desafios dos CTT, o director<br />

destaca o registo, avaliação e qualificação de<br />

fornecedores, sourcing, contratos e criação de<br />

encomendas. “Temos algumas limitações que<br />

constituem desafios”, e explica-os.<br />

A nível de fornecedores, não existe um<br />

canal único de entrada, e a informação dos<br />

mesmos encontra-se dispersa, e para a sua<br />

qualificação é necessário conhecê-los – o que,<br />

processo a processo, gera uma grande carga<br />

administrativa, o mesmo problema apontado<br />

em termos de sourcing.<br />

Fernando Afonso [CTT]<br />

A nível de contratos, Fernando Afonso aponta<br />

que existe muita informação descentralizada<br />

no ERP actual, pelo que se encontram a<br />

implementar SAP Ariba com a Softinsa de<br />

forma faseada. O director destaca ainda a<br />

importância de envolver as pessoas desde o<br />

início do processo, de modo a não só estarem<br />

preparados para a mudança, mas a fazerem<br />

parte dela.<br />

Mas de modo a conhecermos melhor a<br />

relação com os fornecedores, José Mogadouro,<br />

especialista de soluções de gestão de risco


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 35<br />

da Informa DB, apresentou um estudo que<br />

revela a visão 360º da supply chain, e dá a<br />

conhecer quem compra, o que compra, em que<br />

sectores e mercados e como paga, tendo ainda<br />

apresentado o risco associado e os níveis de<br />

compliance.<br />

“<br />

CONHECIMENTO<br />

360 É CONHECER<br />

RISCOS DE<br />

MERCADO,<br />

SECTORIAIS,<br />

FAILURE,<br />

DELINQUENCY E<br />

COMPLIANCE<br />

- JOSÉ MOGADOURO<br />

”<br />

O risco é sempre um desafio, e foi<br />

precisamente esse tema, Procurement<br />

Challenge, que se debateu no painel que se<br />

seguiu, composto por Pedro Bobião, regional<br />

manager iberia da Bureau Van Dijk, João Bento<br />

Casimiro, procurement director da Fidelidade,<br />

e Fátima Moura, directora de compras da Luís<br />

Simões Logística Integrada.<br />

Este painel veio responder a<br />

perguntas que nos chegaram por<br />

e-mail por parte dos inscritos. A<br />

primeira questão era relativa à<br />

formação das pessoas, e embora<br />

os oradores reconhecessem a<br />

grande importância da formação<br />

das pessoas e da valorização das<br />

suas Soft Skills, admitiram que, na<br />

prática, não acontece<br />

PUB<br />

A Formação de Executivos<br />

tem um novo horizonte.<br />

Do qual todos fazemos parte.<br />

Sabemos o que queremos ser: pioneiros do futuro, numa<br />

comunidade determinada a impactar e transformar o agora.<br />

Junte-se a nós. O próximo capítulo desta história é consigo.<br />

exed.novasbe.pt/oproximocapitulo


36<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

“o politicamente correcto”, como caracteriza<br />

João Casimiro.<br />

Impossível seria evitar o tema “valor vs preço<br />

vs custo” numa conferência de procurement,<br />

e quando se lançou a pergunta sobre onde<br />

se situa o preço na relação com o fornecedor,<br />

Fátima Moura desmistificou logo a ideia de<br />

existir tal coisa: “depende. Depende do que<br />

estamos a comprar”. Explica que embora o<br />

preço seja sempre importante, existem outras<br />

vertentes, e considera que este se torna menos<br />

importante nas áreas de estratégia, onde não<br />

se olha tanto para a poupança e sim para o<br />

investimento.<br />

Nesse mesmo sentido, João Bento Casimiro<br />

afirma que “temos de olhar para o TCO”, o Total<br />

Cost of Ownership.<br />

“<br />

É IMPORTANTE MUDAR<br />

A NOSSA MANEIRA DE<br />

PENSAR RELATIVAMENTE AO<br />

PROCUREMENT<br />

- PEDRO BOBIÃO<br />

”<br />

PEDRO BOBIÃO, JOÃO CASIMIRO, FÁTIMA MOURA<br />

Sobre as ferramentas disponíveis para<br />

esta área, os oradores não escondem que<br />

gostariam de ter melhores e mais abrangentes,<br />

mas explicam que as actuais já são bastante<br />

completas. Enquanto problemas apontados, a<br />

actualização e a escolha são as mais difíceis.<br />

A última pergunta do painel era sobre a<br />

avaliação dos fornecedores, e enquanto Fátima<br />

Moura comenta que essa análise é feita apenas<br />

nas áreas mais críticas, João Bento Casimiro e<br />

Pedro Bobião explicam que é muito feita “com<br />

base na fé”, e que acreditam que as pessoas<br />

cumpram. Para o responsável da Bureau Van<br />

Dijk, “isto é validar”, acrescentando que tem de<br />

haver também um trabalho manual para esse<br />

efeito. “Mapeiem e façam os vossos scorings”,<br />

recomenda Pedro Bobião.<br />

Durante a tarde também foi possível assistir a<br />

uma apresentação de Supply Chain Intelligence,<br />

por parte de Luís Madureira, managing partner<br />

da UBERBRANDS, e Nelson Silva, area business<br />

manager do Know-Center GmbH. Procurando<br />

mostrar como poderia a Supply Chain<br />

Intelligence ser a solução para o Single Source<br />

Procurement, os oradores explicaram como<br />

é possível descomplexificar a supply chain<br />

através deste método.<br />

Seguidamente juntámo-nos a, Frederico<br />

Viana, head of supply chain management<br />

& procurement na Siemens, Nelson Pinto<br />

Magalhães, head of corporate iberia da<br />

VORTAL Connecting Business e Sérgio<br />

Rodrigues, director de Infraestruturas e<br />

Logística da Manvia, que sob a moderação de<br />

Gonçalo Botelho de Sousa, senior manager da<br />

Capgemini, debateram sobre como “Maximizar<br />

Benefícios e Oportunidades”, começando por<br />

lançar desde logo a pergunta sobre quais os<br />

desafios e tendências que as empresas estão<br />

a enfrentar nos dias de hoje e por apresentar<br />

algumas ideias em que se encontram a<br />

trabalhar. Os oradores também destacaram que<br />

a principal vantagem da tecnologia é poupar<br />

tempo e que os profissionais de compras devem<br />

ter sempre em conta o TCO.<br />

Quase a terminar o dia, houve ainda uma<br />

intervenção internacional. A representar<br />

empresas internacionais pela Europa estiveram<br />

dois portugueses: Daniel Mendes da Silva, head


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 37<br />

of procurement EU da Amazon e Pedro Hugo<br />

Rocha, global procurement director center of<br />

excellence do Grupo Campari. Sob a moderação<br />

do professor assistente da Universidade de<br />

Coimbra, Luís Ferreira, os oradores compararam<br />

com o caso português.<br />

Pedro Hugo Rocha conta com uma carreira<br />

em procurement com mais de 20 anos, e<br />

explica que foi aprendendo com o tempo:<br />

“aprendi compras fazendo compras”. Pela sua<br />

experiência, os desafios da supply chain que<br />

enfrenta são idênticos aos de Portugal.<br />

O responsável de compras em Itália explica<br />

que fazem relatórios por geografia, de modo<br />

“<br />

TEMOS DE SER OS CEO’S DAS NOSSAS<br />

CATEGORIAS<br />

- PEDRO HUGO ROCHA<br />

”<br />

a conseguirem definir uma estratégia regional<br />

melhor e mais específica para cada localidade.<br />

Por sua vez, Daniel Silva explica que ao<br />

contrário do apontado no painel de João<br />

Casimiro, quando entrevista alguém não o faz<br />

com base nas suas capacidades técnicas, mas<br />

sim pelas suas soft e leadership skills.<br />

“<br />

QUANDO ENTREVISTO ALGUÉM NÃO<br />

TENHO POR BASE AS COMPETÊNCIAS<br />

TÉCNICAS E SIM AS LEADERSHIP<br />

SKILLS E SOFT SKILLS<br />

- DANIEL SILVA<br />

”<br />

Na Amazon não têm como objectivo principal<br />

a poupança, segundo explica, mantêm o<br />

foco nas pessoas e procuram fazer bem,<br />

embora revele que nem sempre se encontrem<br />

preparados quando assumem que o vão fazer,<br />

mas que procuram fazer eficazmente.<br />

Pedro Hugo Rocha revela que a cada 18<br />

meses a Campari compra uma empresa<br />

relevante, e isso abre-lhes novas portas e<br />

horizontes de mercado. “Estamos habituados a<br />

lidar com determinados fornecedores, mas cada<br />

vez mais temos de apostar em soluções LEAN, e<br />

iremos investir em startups”, explica.<br />

Para terminar o dia, Pedro Caldeira, invited<br />

professor da Nova SBE, Filipe de Almeida Jandi,<br />

business executive do Mercado Eletrônico e<br />

João Barroso, director dos Serviços Partilhados<br />

da Administração Pública (eSPap) debateram<br />

os “Desafios & Insights” dos temas votados<br />

pelo público. Através de uma aplicação<br />

móvel, os temas que o público queria ouvir<br />

foram sendo revelados em tempo real:<br />

“Transformação Digital”, “Sustentabilidade<br />

e Procurement Socialmente Responsável” e<br />

“Análise de Tendências de Mercado e Produtos<br />

Alternativos”.<br />

Com as incertezas do agora muito presentes,<br />

e as do amanhã ainda mais, neste dia falouse<br />

muito do risco e dos desafios que se<br />

aproximavam. Mas o que é o risco neste<br />

sector, afinal? Os profissionais de procurement<br />

lidam com ele todos os dias, e é ele que cria a<br />

diferença.<br />

Sabe-se, portanto, que um profissional de<br />

procurement sabe o significado de “Preço”. Mas<br />

também que um bom profissional conhece mais<br />

além, lidando ainda com o termo “Valor”. Mas<br />

o verdadeiro profissional de procurement tem<br />

o seu TCO sempre presente, pelo que sabe o<br />

que é “Custo”. Este profissional é o que distribui<br />

bem a sua equação de modo a criar valor,<br />

resultado do melhor preço ao menor custo. Ou<br />

como explicou Sérgio Rodrigues: “falamos do<br />

preço e do valor, mas temos de olhar também<br />

para o custo”. •


38<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

O QUE FAZEMOS<br />

COM ALMA<br />

NÃO CONHECE<br />

LIMITES<br />

Fundada em 5 de janeiro de 1995, a ARTEFITA é uma empresa global,<br />

detentora de um forte know-how e uma vasta experiência na resposta aos<br />

mercados mais exigentes, incluindo o sector da Logística e Transportes.<br />

Contamos com 85 colaboradores altamente preparados e dedicados, 100%<br />

focados na satisfação ao cliente a quem transmitem a confiança de que a<br />

sua necessidade, problema de mercado, ou nova ideia vai ser respondida ou<br />

concretizada, com competência e qualidade.<br />

Exportamos mais de 85% do nosso volume de negócios, para mais de<br />

30 países, sendo a França, Escandinávia e EUA os nossos principais<br />

mercados. Somos ainda a maior empresa exportadora do sector das<br />

Passamanarias, sendo responsáveis por 35% das suas exportações, e<br />

estamos no Top 500 das empresas de Aveiro, no Top 700 das empresas<br />

exportadoras da região Norte e no Top 1500 das empresas exportadoras<br />

nacionais.<br />

Em <strong>2019</strong> voltamos a crescer, atingindo um volume de negócios de 7 milhões<br />

de euros.<br />

Quem procura a ARTEFITA encontra reconhecida competência técnica e a<br />

certeza do cumprimento regulamentar e normativo. Primamos por<br />

desenvolver soluções simples indo ao encontro das necessidades dos<br />

nossos clientes, mesmo as mais complexas e exigentes. A qualidade dos<br />

nossos produtos fala por nós – KNOT Strap Solutions, ARCTIC Insulated<br />

Solutions e ARTEFITA® Narrow Fabrics With Soul – porque o que fazemos<br />

com alma não conhece limites.<br />

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<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 39<br />

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40<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

OUTUBRO <strong>2019</strong><br />

PROCUREMENT<br />

Balanço do<br />

sector de compras<br />

A CULTURA DO<br />

‘EU COMPRO,<br />

TU VENDES’<br />

AINDA<br />

PREDOMINA<br />

O que está a acontecer actualmente no sector das compras? Quais os desafios<br />

e oportunidades que enfrentam estes profissionais? E, afinal, em que ponto se<br />

posiciona a área em relação à digitalização? O impacto é positivo ou negativo<br />

para as práticas do sector? O que é necessário para tornar a área de compras mais<br />

eficiente? A resposta a estas e outras questões foram o foco da conversa com<br />

Daniel Silva, head of procurement EU na Amazon, na sua passagem por Lisboa.<br />

Texto: Ana Paiva<br />

Fotos: Alexandra Santos


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 41<br />

O<br />

mundo está em constante alteração e<br />

o procurement não é a excepção que<br />

confirma a regra. Há vários temas a<br />

marcar a actualidade do sector, em Portugal<br />

e em outros países da Europa. A tecnologia,<br />

nomeadamente o impacto da digitalização é<br />

um deles. Além disso, o que é necessário para<br />

tornar a área de compras mais eficiente? Uma<br />

coisa é certa, ainda há muito trabalho por<br />

fazer.<br />

“<br />

SE EU TENHO UM CUSTO PARA<br />

GERIR DE 50 MIL MILHÕES DE<br />

DÓLARES VERSUS 2 MIL MILHÕES<br />

DE DÓLARES E ALCANÇAR EM<br />

AMBAS AS EMPRESAS X POR<br />

CENTO DE POUPANÇAS, O VALOR/<br />

RETORNO EM VALOR ABSOLUTO É<br />

MAIOR NUMA GRANDE EMPRESA,<br />

O QUE PERMITE INVESTIR NA<br />

MINHA ORGANIZAÇÃO NA ÁREA<br />

DE COMPRAS PARA CRIAR OUTRAS<br />

CAPACIDADES<br />

“<br />

Daniel Silva, head of procurement EU na<br />

Amazon, esteve em Lisboa para participar na<br />

Procurement Conferência (ver página 30), onde<br />

partilhou com os profissionais nacionais a sua<br />

visão do actual estado desta área. À margem<br />

do evento conversámos com ele, procurando<br />

aprofundar a perspectiva de quem tem<br />

desenvolvido a carreira além-fronteiras, em<br />

multinacionais, contactando com mercados em<br />

diferentes estágios de evolução e maturidade.<br />

Já passou por empresas como Sonae MC,<br />

Accenture Strategy - Espanha, McKinsey &<br />

Company - Praga e agora Amazon Europe,<br />

estando há 13 anos a viver e trabalhar no<br />

estrangeiro. Afirma que em Portugal existe<br />

talento e ambições semelhantes. Aponta que a<br />

grande diferença se prende com o investimento<br />

por parte das empresas na função de compras,<br />

que está directamente relacionado com o<br />

retorno do investimento: “se eu tenho um<br />

custo para gerir de 50 mil milhões de dólares<br />

versus 2 mil milhões de dólares e alcançar em<br />

ambas as empresas x por cento de poupanças,<br />

o valor/retorno em valor absoluto é maior<br />

numa grande empresa, o que permite investir<br />

na minha organização na área de compras para<br />

criar outras capacidades”.<br />

De acordo com a sua experiência,<br />

Daniel Silva refere que muitas empresas<br />

internacionais, à parte de quererem garantir<br />

compliance no processo e poupanças querem<br />

sobretudo impulsionar o procurement como<br />

uma função estratégica de negócio. “O foco na<br />

estratégia está orientado a diminuir riscos na<br />

operação, garantir capacidade de crescimento,<br />

desenvolvimento de fornecedores, inovação<br />

em produtos e serviços que possam gerar<br />

receita, assim como um enabler para acções<br />

de sustentabilidade e responsabilidade social”.<br />

E claro que em muitas destas empresas<br />

é habitual existir a função de CPO (Chief<br />

Procurement Officer), uma função-chave e<br />

estratégica do negócio.<br />

Ainda no que diz respeito às diferenças,<br />

Daniel dá alguns exemplos. Há uns anos, o<br />

foco estava mais direccionado para a parte<br />

administrativa. Em 2007 deu-se a crise<br />

económica e o objectivo era reduzir os custos<br />

de forma a criar valor no profit and loss (P&L)<br />

e agora estamos perante uma transformação<br />

em termos de valor, risco, qualidade,<br />

capacidade e performance, embora na sua<br />

opinião esta última fase esteja em processo<br />

de amadurecimento, com diferentes níveis,<br />

dependendo da indústria e geografia.


42<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

SUPERAR DESAFIOS...<br />

Independentemente do país, os desafios<br />

e oportunidades que o sector enfrenta são<br />

globais, apesar de alguns serem específicos<br />

para cada indústria ou categoria de compras.<br />

Em primeiro lugar, a capacidade de medir<br />

o valor da função à parte das poupanças. De<br />

seguida, encontrar o talento adequado para<br />

conseguir capitalizar todo o valor da função<br />

juntamente com a tecnologia apropriada.<br />

Em terceiro, ajudar a tornar a empresa num<br />

cliente de escolha e contribuir para a sua<br />

reputação e branding. Gerir stakeholders,<br />

internos e externos, e, por fim, potenciar a<br />

sustentabilidade e responsabilidade social do<br />

negócio. Estes são os desafios e oportunidades<br />

apontados por este head of procurement.<br />

Acredita ainda que existe muito trabalho<br />

a fazer na parte do desenvolvimento, já que<br />

no seu entender a cultura do ‘eu compro, tu<br />

vendes’ ainda predomina. A vantagem é que se<br />

podem estabelecer parcerias, ou seja, tornar<br />

o fornecedor parte da supply chain da sua<br />

organização e, em conjunto, trabalharem rumo<br />

à melhoria contínua.<br />

Enquanto oportunidade poderá estar também<br />

a digitalização, para quem é a favor, como é o<br />

caso de Daniel Silva. Este é um tema que tem<br />

gerado controvérsia no sector, já que há muitos<br />

profissionais que não acreditam no recurso à<br />

tecnologia como vantagem.<br />

...AGARRAR OPORTUNIDADES<br />

O nosso interlocutor aponta três elementos<br />

que beneficiam significativamente da<br />

tecnologia. Processo&Compliance, em que se<br />

deve implementar processos automatizados de<br />

forma a libertar recursos que estão dedicados<br />

a funções mais transaccionais, para se focarem<br />

em actividades de valor acrescentado, mas<br />

também como um apoio ao compliance das<br />

políticas da empresa através da constante<br />

monitorização de dados e transacções. “Por<br />

exemplo, se eu tenho alguém que tem de fazer<br />

um compliance check de uma ordem de compra,<br />

que significa verificar 3/4 passos, porque é que<br />

não temos um algoritmo automatizado que<br />

realiza isto?”, questiona.<br />

Quando estamos a falar em milhões de<br />

transacções, a empresa fica a ganhar com esta<br />

produtividade. Desta forma, estes recursos<br />

podem ser aplicados nas tarefas de valor<br />

acrescentado que, de acordo com Daniel Silva,<br />

“muitas vezes não são totalmente cobertas”.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong><br />

43<br />

Depois, o Driver de Velocidade, apoiado em<br />

ferramentas que aceleram projectos, bem como<br />

a comunicação entre stakeholders internos,<br />

externos e fornecedores.<br />

Por fim, o Apoio à Decisão, que vai além dos<br />

ERP’s. Existe tecnologia mais avançada que<br />

permite ter acesso a um amplo número de<br />

dados monitorizados e cruzados com processos<br />

de Machine Learning ou Inteligência Artificial,<br />

que facilitam e agilizam a tomada de decisão<br />

por parte dos responsáveis.<br />

“Se queremos crescer, atirar pessoas apenas<br />

para um processo não é eficiente e não é<br />

sustentável”, confessa. A digitalização e os<br />

dados têm o poder de identificar e medir outros<br />

elementos para a actividade do sector.<br />

E porque tudo tem que ver com eficiência<br />

de processos, de que forma se pode optimizar<br />

mais esta área? Segundo o profissional,<br />

este factor está sempre condicionado pelo<br />

numerador e denominador da função,<br />

que pode variar consoante a indústria. No<br />

entanto, aborda o desafio do procurement<br />

em táctico e estratégico. Do ponto de vista<br />

táctico, o caminho passa pela optimização,<br />

automatização de processos, dados,<br />

transparência e visibilidade. Por sua vez, a<br />

nível estratégico, deve-se maximizar o retorno<br />

da função de compras, que não assenta<br />

exclusivamente nos savings, mas em processos<br />

de colaboração com outras empresas e<br />

fornecedores, induzindo inovação e garantindo<br />

um crescimento sustentável com baixos níveis<br />

de risco para o negócio.<br />

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44<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

“<br />

ver as compras como um<br />

departamento de valor<br />

acrescentado para a<br />

empresa, quer fora da parte<br />

administrativa, quer fora<br />

da parte de savings, e focar<br />

em áreas como qualidade,<br />

capacity planning, risco,<br />

flexibilidade, velocidade,<br />

etc.<br />

“<br />

É importante “ver as compras como um<br />

departamento de valor acrescentado para a<br />

empresa, quer fora da parte administrativa,<br />

quer fora da parte de savings, e colocar o foco<br />

em áreas como qualidade, capacity planning,<br />

risco, flexibilidade, velocidade, etc.”, reforça.<br />

Esta é a visão de um profissional de<br />

procurement que nos mostrou em que pé se<br />

encontra o sector de compras. Ainda há muito<br />

por fazer, muito por aperfeiçoar e sobretudo<br />

muito por assimilar. Será que a digitalização<br />

se integrará totalmente no procurement?<br />

Será que os desafios serão ultrapassados e<br />

as oportunidades devidamente aproveitadas?<br />

Estaremos atentos ao futuro para descobrir. •


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 45<br />

INTRALOGÍSTICA<br />

PPG Dyrup<br />

AS NOVAS CORES<br />

DA LOGÍSTICA<br />

Texto: Dora Assis<br />

Fotos: Alexandra Santos<br />

Foi em 2012 que a<br />

Dyrup foi comprada<br />

pelo grupo PPG.<br />

Sabemos todos que<br />

nem sempre são<br />

fáceis as integrações<br />

de empresas e,<br />

cýoŝmő fģrƄeċqƃuơêĐnœcýiİa,<br />

as reestruturações<br />

rƄeċvƽeċlňamő-sƌeċ iİnœeċvƽiİtƙávƽeċiİsƌ<br />

qƃuơanœdĄoŝ tƙoŝdĄoŝsƌ tƙêĐmő<br />

que “falar a mesma<br />

língua”. Hoje, a PPG<br />

Dyrup tem uma<br />

nœoŝvƽa fiǟlňoŝsƌoŝfiǟa, uơmőa<br />

nova forma de estar<br />

no mercado, novos<br />

produtos...<br />

E novas são também as<br />

cores com que se pinta<br />

a logística.


46<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong> <strong>2019</strong><br />

A<br />

aquisição da Dyrup por parte do<br />

grupo PPG foi efectiva em 2012<br />

e logo aí as mudanças fizeramse<br />

sentir. “A PPG tem uma enorme<br />

preocupação ao nível do ambiente,<br />

saúde e segurança pelo que ao<br />

longo do tempo foram sendo<br />

feitos grandes investimentos nesse<br />

campo, na fábrica, mas também<br />

nos armazéns de Lisboa e na Maia”,<br />

lembra Marco Castanheira, logistics<br />

manager architectural coatings<br />

EMEA.<br />

Além da adopção de um<br />

novo layout no armazém que<br />

permitisse eliminar o picking em<br />

altura e também reduzir o risco<br />

envolvido nas tarefas de picking<br />

o responsável de logística refere,<br />

entre outros, a implementação de<br />

um sistema de segurança para os<br />

cais da Central Logística para as<br />

operações de carga e descarga.<br />

Além dos investimentos<br />

realizados em consonância<br />

com a prioridade da PPG em<br />

todo o mundo em termos da<br />

segurança dos seus colaboradores<br />

e de terceiros dentro das suas<br />

instalações, o foco da mudança<br />

esteve claramente direccionado<br />

para os aspectos tecnológicos e<br />

sistemas de informação.<br />

FOCO NOS RESULTADOS<br />

Toda esta reorganização coincidiu com a crise económica de<br />

2011/2012 e com a consequente desaceleração na actividade do<br />

sector da construção, e muito mudou. No mercado e na PPG Dyrup.<br />

Diminuição de stocks e muito foco nos resultados, sintetizam bem<br />

a estratégia que tem vindo a ser ali implementada. “Temos metas<br />

claras de redução da complexidade e posso dar-lhe um exemplo”,<br />

diz Marco Castanheira: “reduzimos 25% dos nossos produtos<br />

activos e sem perder a nossa identidade”.<br />

Uma peça-chave em todo este processo de mudança e na<br />

intralogística da PPG Dyrup passou pela adopção de uma solução<br />

completa e integrada: o SAP Extended Warehouse Management<br />

(SAP EWM).<br />

A fábrica, com 60 anos, está estrategicamente localizada ao lado<br />

do armazém. Os produtos acabados são conduzidos através de um<br />

túnel subterrâneo até um elevador que os faz chegar ao armazém,<br />

onde, depois de darem entrada, são conduzidos num tapete para<br />

aquela que vai ser a sua localização no armazém, e no controlo e<br />

gestão de todas as tarefas do armazém está o SAP EWM.<br />

Marco Castanheira faz uma retrospectiva de todo o<br />

projecto e trabalho de implementação do EWM e salienta<br />

que foi fundamental e “muito importante o trabalho inicial de<br />

parametrização. Para cada SKU que temos em armazém, todos<br />

eles quando chegam ao armazém têm uma estratégia de inbound,<br />

ou seja, o sistema define onde vai ser arrumado de acordo com<br />

a dimensão, classificação, peso para determinados racks, atribui<br />

o lugar de picking, códigos de verificação e também a estratégia<br />

de outbound; há uma sequência que foi determinada. Quando a<br />

encomenda chega por EDI, o sistema vai agir em conformidade<br />

com a estratégia que está definida para o circuito de do produto.<br />

Ao preparar uma palete, as sequências de picking podem ter<br />

diferentes critérios, como o peso”, detalha o nosso interlocutor.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 47<br />

OS MELHORES DA EUROPA<br />

“Neste momento estamos a trabalhar com stocks<br />

reduzidos, facto que não tem a ver com o EWM, mas sim<br />

com outra ferramenta SAP adoptada no Planeamento,<br />

o APO, que permite um planeamento mais flexível e<br />

rigoroso”. Perante a gestão de stocks mais exigente<br />

reduzimos o DOI em 50% (days of inventory) e é com<br />

visível satisfação que Marco Castanheira diz que “neste<br />

indicador somos o melhor da Europa”.<br />

Dentro do armazém há uma análise ABC que é feita<br />

regularmente aos produtos para que o flow de picking<br />

esteja sempre optimizado. Mas também aqui o SAP EWM<br />

vai dar aqui uma ajuda como salienta Marco Castanheira,<br />

“a nova versão já vai ter incorporada essa função, como<br />

forma de auxiliar o manager de logística, sugerindo ao<br />

longo do tempo eventuais mudanças de localização<br />

de acordo com a rotatividade dos produtos e melhoria<br />

contínua”.<br />

Antes de todas as mudanças introduzidas na<br />

intralogística do armazém estavam definidos cais de<br />

entrada e cais de saída, como é normal. “Neste momento<br />

isso não existe. Com a reorganização de tarefas e com<br />

o EWM, a flexibilidade é grande e conseguimos utilizar<br />

os cais para multi-tarefas, como expedição, entradas ou<br />

até para recolhas feitas pelos próprios clientes”, realça o<br />

responsável de logística.<br />

Além do centro logístico de Lisboa, o fabricante de<br />

tintas e revestimentos dispõe também de um armazém<br />

na Maia. “O nosso armazém da Maia é mais pequeno,<br />

funciona apenas com um turno e está mais vocacionado<br />

para o abastecimento da indústria. Tem muita actividade<br />

de tintagem e também dá resposta às pequenas urgências<br />

em que o cliente profissional vai directamente ao armazém<br />

levantar os produtos”, explica-nos.<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Fotos: Vortal


48 NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

PROXIMIDADE E PARCERIA<br />

Em termos de clientes, a PPG Dyrup trabalha<br />

com produtos para as grandes superfícies e<br />

também a gama profissional. Falando sobre as<br />

operações de expedição e transporte, Marco<br />

Castanheira conta-nos que o parceiro é a<br />

Santos e Vale, responsável por grande parte<br />

desta operação.<br />

O transportador fornece um serviço<br />

logístico in-house com uma equipa residente<br />

no armazém da PPG Dyrup e como detalha<br />

o responsável de logística “nós fazemos<br />

o picking, deixamos a palete no cais e as<br />

pessoas residentes do nosso transportador,<br />

que entretanto já recebeu no seu sistema a<br />

informação, tratam da conferência, packing,<br />

guias... e esta é uma parceria que tem<br />

apresentado óptimos resultados”.<br />

A relação com os transportadores é de<br />

grande proximidade e verdadeira parceria, pois<br />

“são eles a nossa cara e cartão de visita junto<br />

dos nossos clientes”, lembra o responsável de<br />

logística da PPG Dyrup. Em síntese: níveis de<br />

serviço elevados e feedback muito positivo por<br />

parte dos clientes. Que mais pode querer um<br />

director de logística?<br />

Dentro do armazém da PPG Dyrup, outra<br />

área muito importante e que não é descurada é<br />

a dos equipamentos de movimentação, sendo<br />

que se revela fundamental do ponto de vista<br />

da segurança e dos níveis de produtividade e,<br />

por isso, o forte investimento realizado pela<br />

empresa nesse âmbito.<br />

Neste momento, estão em fase de renovação<br />

da frota de equipamentos para movimentação<br />

de mercadorias. O fornecedor é a Empigest,<br />

e também com este fornecedor de serviços<br />

Marco considera “fundamental a relação de<br />

proximidade e confiança”.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 49<br />

FAZER MAIS COM MENOS<br />

Voltando ao EWM e aos ganhos e alterações<br />

que trouxe às operações, Marco Castanheira<br />

esclarece que “o EWM, o que nos permitiu, foi<br />

fazer mais com menos. Temos equipas mais<br />

reduzidas e conseguimos expedir o mesmo<br />

volume ou até mais do que anteriormente e<br />

com melhores níveis de serviço”. Há pequenos<br />

detalhes que simplificam tudo. “Na operação<br />

acabamos por não ter tempos mortos,<br />

nem zonas cinzentas. Cada operador sabe<br />

exactamente o que tem que fazer mas também<br />

tudo o que está a acontecer e, do ponto de vista<br />

operacional, um coordenador por turno agora é<br />

mais do que suficiente”.<br />

Marco Castanheira acrescenta que “o sistema<br />

é rigoroso, ‘quadrado’ mas proporciona-nos<br />

enorme eficácia e eficiência nos processos<br />

e sobretudo contribui de forma positiva<br />

para a polivalência na equipa”. E enquanto<br />

por ali andamos percebe-se que no chão de<br />

armazém todos trabalham de forma integrada,<br />

harmoniosa e têm uma visão global do que está<br />

a acontecer. “Ainda recentemente estive no<br />

armazém da Maia a fazer inventário. Ao longo<br />

de um ano tivemos uma quebra 60% inferior ao<br />

ano anterior, o que é um resultado muitíssimo<br />

bom face ao volume movimentado anualmente.<br />

Estabilizada que está agora toda a<br />

reorganização desencadeada, Marco<br />

Castanheira é um manager de logística<br />

satisfeito mas com o focus na melhoria<br />

contínua. Actualmente tem uma equipa estável,<br />

em constante formação e em sintonia com<br />

as novas exigências e regras funcionais e de<br />

operação da PPG Dyrup. Por outro lado, o<br />

projecto português de implementação do EWM,<br />

pioneiro no mundo PPG, vai ser replicado em<br />

França onde Marco foi driver e influencer.


50<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

B.I. DA PPG<br />

Recentemente, a PPG foi reconhecida pela Fortune como a 4.ª empresa mais admirada na sua<br />

indústria e está posicionada em #191 no ranking da Fortune 500.<br />

O grupo opera em mais de 70 países, conta com mais de 47.000 colaboradores em todo o mundo<br />

e em Portugal representa um conjunto de marcas de elevada notoriedade – a marca Dyrup para<br />

os sectores da construção, arquitectura e design de interiores e as marcas Bondex e Xylophene no<br />

tratamento, protecção e decoração de madeiras e líderes destacados nesse segmento de actuação.<br />

Em Portugal, a empresa está também presente no sector de tintas de protecção e marítima<br />

através da marca PPG Protective & Marine Coatings, de elevado know-how e expertise e que<br />

actua na produção e distribuição de estruturas industriais e marítimas, garantindo durabilidade e<br />

desempenho estético em diversos sectores: marítimo, petroquímicos, construção civil, energia e<br />

exploração mineira.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 51<br />

Terreno Industrial<br />

ZONA INDUSTRIAL DE LINHÓ (SINTRA)<br />

85.000 m 2<br />

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- Zona Industrial da Beloura<br />

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terreno.landlog@gmail.com


52<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

INTRALOGÍSTICA<br />

Linde Material Handling<br />

A MARCHA DOS<br />

SAPATOS VERMELHOS<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Fotos: Fábio Santos & Linde<br />

A Linde Material Handling promoveu os seus novos equipamentos e soluções de segurança<br />

num evento que decorreu entre os dias 4 e 8 de <strong>Novembro</strong> em Berlim, onde também<br />

eċsƌtƙiİvƽeċmőoŝsƌ pƁrƄeċsƌeċnœtƙeċsƌ. O Muơlňtƙiİ-lňauơnœcýhī rƄeċcýeċbüeċuơ cýeċrƄcýa dĄeċ 2.500 pƁeċsƌsƌoŝasƌ aoŝ lňoŝnœgĤoŝ dĄoŝsƌ cýiİnœcýoŝ dĄiİasƌ<br />

dĄeċ eċvƽeċnœtƙoŝ, eċ tƙoŝdĄasƌ eċlňasƌ rƄeċcýeċbüeċrƄamő uơmő pƁarƄ dĄeċ tƙéČnœiİsƌ dĄeċ sƌeċgĤuơrƄanœçĀa dĄeċ arƄmőazǎéČmő vƽeċrƄmőeċlňhīoŝ-vƽiİvƽoŝsƌ,<br />

da cor da empresa. Era impossível não reparar na enchente vermelha de milhares de ténis<br />

qƃuơeċ, qƃuơeċrƄ nœoŝ eċsƌpƁaçĀoŝ dĄoŝ eċvƽeċnœtƙoŝ cýoŝmőoŝ pƁoŝrƄ tƙoŝdĄa a cýiİdĄadĄeċ, dĄiİarƄiİamőeċnœtƙeċ dĄeċsƌfiǟlňoŝuơ.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 53<br />

(“à frente”, em português) foi o<br />

mote em que a Linde Material Handling<br />

“Ahead”<br />

baseou o seu evento de apresentação<br />

dos equipamentos que irão ser brevemente<br />

disponibilizados ao mercado. Dias antes das<br />

celebrações dos 30 anos da queda do muro de<br />

Berlim, a capital alemã recebeu diariamente<br />

cerca de 500 pessoas de várias partes do<br />

mundo onde a marca está representada, para<br />

assistirem ao Multi-launch.<br />

Em destaque esteve a nova gama de<br />

empilhadores Linde H20-H35, da série 1202,<br />

os novos equipamentos para intralogística<br />

que consolidam as mais recentes soluções<br />

tecnológicas da empresa, com um grande foco<br />

nas operações e, em especial, nas pessoas. Para<br />

a Linde, “estar à frente” é assegurar que são<br />

cumpridos cinco parâmetros:<br />

1. Segurança<br />

Investir na segurança das pessoas é uma das<br />

prioridades da empresa. Nas demonstrações<br />

explicaram que pretendem criar uma<br />

ferramenta que garanta a segurança do<br />

operador, pelo que procuram pensar nos<br />

empilhadores na vertente do próprio utilizador.<br />

Sistemas de detecção de peões, iluminação,<br />

redução de velocidade, estabilidade em<br />

pisos irregulares e iluminação de garfos são<br />

algumas das apostas na vertente operacional<br />

que tencionam garantir “um ambiente de zero<br />

acidentes”.<br />

Durante as demonstrações do V08-02<br />

pudemos inclusive assistir a um sistema de<br />

elevação de plataforma e garfos que funcionam<br />

apenas quando apertados dois botões em locais<br />

opostos da parte traseira do elevador. Esta<br />

função garante que o operador tenha as mãos<br />

livres e esteja concentrado nesta operação de<br />

modo a ser feita com segurança.<br />

Já no ano passado, no evento World Of<br />

Material Handling (WoMH), em Mannheim,<br />

a Linde tinha apresentado algumas destas<br />

soluções e revelado a sua preocupação<br />

crescente na segurança dos operadores.<br />

2. Eficiência<br />

Os empilhadores não só devem ser seguros,<br />

mas também exercer devidamente a sua<br />

função, e como tal, apresentaram melhorias a<br />

nível dos garfos, aceleração e velocidade com<br />

ou sem carga, ou o próprio tamanho do chassis.<br />

“Gosto sempre de comparar esta situação<br />

com uma cirurgia. O cirurgião tira apenas<br />

uma ferramenta específica para uma função<br />

concreta. E os nossos cirurgiões são claramente<br />

os operadores de armazém”, comenta Georg<br />

Kranefeld, senior director product management<br />

industrial trucks – Warehouse.<br />

3. User-friendly<br />

A aposta passa também por fazer todas as<br />

suas funções de uma forma fácil e prática. A<br />

ergonomia é uma preocupação da empresa,<br />

pelo que apostaram no conforto do operador,<br />

como por exemplo um encosto para as costas<br />

(no caso dos empilhadores em pé), um piso<br />

amortecido para reduzir as vibrações do<br />

veículo ou o próprio volante ajustável e mais<br />

semelhante ao dos carros, para o condutor se<br />

sentir mais confortável e facilitar a adaptação.


54<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

4. Versatilidade<br />

A Linde tem disponível uma vasta gama<br />

que responde a diferentes tipos de operações,<br />

com várias capacidades de carga, procurando<br />

ajustar-se às necessidades de cada empresa.<br />

Com um portefólio de mais de 70 modelos<br />

diversas opções de equipamento e soluções<br />

customizadas, afirmam que “não existe desafio<br />

que não consigamos resolver”.<br />

A empresa adianta ainda que os novos<br />

modelos vêm com o sistema de conectividade<br />

de fábrica, pelo que já não existe a opção de<br />

personalização por parte do cliente: agora é um<br />

sistema incluído.<br />

5. Confiabilidade<br />

Segundo explicam, o design robusto não<br />

é apenas por questões de segurança, mas<br />

também de durabilidade. A longa experiência<br />

da Linde no sector permite-lhe desenvolver<br />

soluções para maximizar a produtividade do<br />

cliente durante as suas operações, para além<br />

de que segue padrões de qualidade rigorosos<br />

da empresa, sendo exemplo disso os pontos<br />

anteriores.<br />

Reunidas estas cinco condições, a Linde<br />

Material Handling apresentou-se como estando<br />

“ahead”.<br />

O responsável da Linde revelou que a nova<br />

gama foi desenvolvida graças à cooperação<br />

com os clientes. A empresa procurou saber<br />

junto dos destinatários quais as necessidades<br />

que tinham para criar um empilhador capaz<br />

de responder às suas necessidades conjuntas,<br />

e quase mil motoristas e gestores de frota<br />

de 26 países avaliaram os equipamentos<br />

durante várias horas para manifestarem as<br />

suas opiniões. No final, o resultado foi “o<br />

melhor empilhador que a Linde alguma vez<br />

desenvolveu, e irei mesmo mais longe: este é<br />

o melhor empilhador contrabalançado alguma<br />

vez visto”, defende. “Ouvimos atentamente<br />

os nossos clientes e transmitimos os seus<br />

comentários aos nossos engenheiros de<br />

desenvolvimento” - Stefan Prokosch.<br />

Stefan Prokosch, product management<br />

counterbalance da Linde Material Handling,<br />

explica que a nova gama de empilhadores foi<br />

criada do zero: “não é uma versão melhorada<br />

de uma série anterior. Fizemo-lo inteiramente<br />

novo. Começou com uma folha de papel<br />

branca”. Têm menos 20% de componentes<br />

que as séries anteriores, e foi redesenhado<br />

até em termos de parafusos. Explica que “não<br />

queríamos apenas criar um novo empilhador.<br />

Queríamos criar um empilhador que permitisse<br />

criar valor para os nossos clientes”.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 55<br />

OLHAR 360º<br />

Literal e simbolicamente, ter uma visão<br />

360º é uma mais-valia para a segurança e<br />

operabilidade dos equipamentos. Numa aposta<br />

na melhoria da visão dos operadores, nesta<br />

nova gama de empilhadores a Linde reduziu<br />

o tamanho dos pilares A, que com o perfil<br />

assimétrico externo e interno do mastro resulta<br />

em melhorias na visualização da carga. O tecto<br />

de vidro reforçado também permite uma visão<br />

da carga a alturas maiores com segurança, e<br />

em conjunto com as suas portas envidraçadas<br />

resulta numa visão panorâmica que melhorou<br />

em 23% a visibilidade do operador, quando<br />

comparado com o modelo anterior.<br />

ILUMINAÇÃO<br />

Tanto em termos de segurança como de<br />

visibilidade, foi feita uma aposta na iluminação<br />

do veículo. No mastro, o sistema VertiLight e<br />

as faixas LED contribuem para uma iluminação<br />

não ofuscante, contando ainda com sistemas<br />

de iluminação de segurança, como o Linde<br />

BlueSpot, que projecta um feixe de luz e alerta<br />

os peões em locais de menor visibilidade de<br />

que o um empilhador se está a aproximar.<br />

AVISOS E ASSISTÊNCIAS<br />

De forma a melhorar a experiência do<br />

operador, o sistema Linde Safety Guard detecta<br />

se existem obstáculos ao redor do veículo<br />

com os quais exista a possibilidade de colidir e<br />

emite um alerta, podendo o operador ver onde<br />

se encontra o problema através de um painel<br />

luminoso.<br />

Por sua vez, o Linde Safety Pilot permite ao<br />

operador perceber a inclinação dos garfos e<br />

peso que se encontram a suportar. Dependendo<br />

do perigo que possa representar, o sistema<br />

alerta o operador para que este saiba se está a<br />

enfrentar uma situação crítica, e caso a carga<br />

se aproxime do limite de capacidade, o sistema<br />

Linde Load Assist também emite um alerta.<br />

ESTABILIDADE<br />

A aposta nestes novos equipamentos passou<br />

também pela sua estabilidade. Durante as<br />

demonstrações, foi possível ver o desempenho<br />

dos novos empilhadores a operar em situações<br />

de terreno dificultado, como pequenas<br />

lombas, terra, brita, areia ou mesmo lençóis de<br />

água, mesmo quando operava à retaguarda,<br />

mantendo-se estável e não apresentando<br />

dificuldades.


56<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

Também foi feita uma aposta na estabilidade<br />

do mastro, com cilindros basculantes<br />

suspensos e uma estrutura de suporte de carga,<br />

procurando reduzir o balanço da carga durante<br />

as movimentações.<br />

ERGONOMIA<br />

Os novos equipamentos foram desenvolvidos<br />

a pensar no utilizador, pois defendem que<br />

uma maior ergonomia leva a uma maior<br />

produtividade. Desde o próprio volante, que<br />

se assemelha ao de um carro para facilitar a<br />

formação, adaptação e controlo do empilhador,<br />

ao maior espaço disponível da cabine, conforto<br />

dos bancos e apoios, ou mesmo um piso antivibração<br />

para operações em pé que desgastam<br />

os seus utilizadores quando utilizados por<br />

muito tempo consecutivamente, as novas<br />

ofertas da linde foram desenhadas para serem<br />

user-friendly, confortáveis, práticas e eficientes.<br />

CONECTIVIDADE<br />

Como foi explicado anteriormente, os<br />

equipamentos da Linde tinham uma opção de<br />

conectividade que, nesta nova gama, passam<br />

a estar definidos de fábrica e deixa de ser uma<br />

opção do cliente, sendo uma oferta adicional.<br />

Connect Cloud agora vem com um sistema<br />

de comunicação de dados GPRS incluído,<br />

completamente livre de custos, e Thomas<br />

Köbeler, product owner Connect Cloud<br />

explica que esta Cloud “é a base para guiar<br />

várias soluções e inovações digitais, e já nos<br />

encontramos a trabalhar em várias”.<br />

Explica que os custos de manutenção<br />

dos equipamentos foram reduzidos em 5%,<br />

e que investiram na manutenção preditiva<br />

como forma de tentar antecipar possíveis<br />

necessidades de reparação do veículo.<br />

Ambicionam que no futuro consigam fazer<br />

serviços remotos através desta aposta na<br />

conectividade, e como tal “seremos capazes<br />

de consertar um equipamento antes que ele<br />

avarie”.<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

“Atribuímos grande importância à<br />

optimização do consumo de energia e ao<br />

aumento da capacidade de movimentação, ao<br />

mesmo tempo que reduzimos as emissões”,<br />

explica Stefan Prokosch. Durante a sua<br />

apresentação, o responsável defendeu ainda<br />

que os empilhadores da Linde “são até<br />

30% mais económicos do que dos nossos<br />

concorrentes e são também claramente<br />

superiores no que diz respeito à capacidade de<br />

movimentação”, o que os torna mais rentáveis<br />

ao longo da sua vida útil e, ao mesmo tempo,<br />

mais ecológicos em termos de recursos e de<br />

gases emitidos.<br />

“Acredito que podemos todos concordar<br />

que, para nós, a Linde é mais que apenas uma<br />

empresa. Significa algo. E todos nós o sentimos<br />

quando vemos um empilhador da Linde”,<br />

defende Christophe Lautray, CSO and Member<br />

of the Board da Linde. “Sentimo-lo quando<br />

calçamos os nossos sapatos de segurança”,<br />

acrecenta, explicando que a ideia dos sapatos<br />

surgiu quando, no ano passado, no decorrer<br />

do World of Material Handling (WoMH), os<br />

disponibilizaram por razões de segurança, e<br />

“tornaram-se um símbolo de união”.<br />

“Colegas de todo o mundo ligaram e<br />

perguntaram se poderiam ter um par destes<br />

sapatos, mas infelizmente não tínhamos pares<br />

suficientes para dar”, explica, mas agora, cerca<br />

de um ano e meio depois, já tiveram, e foi<br />

assim que decidiram marcar o dia dos seus<br />

participantes: com uma pegada de segurança. •


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 57<br />

INTRALOGÍSTICA<br />

Prós e contras das<br />

paletes de madeira e<br />

plástico<br />

PALETES DE MADEIRA<br />

OU DE PLÁSTICO?<br />

Se tem um negócio ligado à área da logística, provavelmente utiliza paletes de madeira<br />

para transportar as suas mercadorias, certo? Certamente optou por este material por ser<br />

o tradicional e não ter conhecimento de qualquer outro. Sabia que existem paletes de<br />

plástico? É verdade. No entanto, sabendo o peso deste material no nosso planeta, decidimos<br />

apƁrƄeċsƌeċnœtƙarƄ-lňhīeċ oŝsƌ pƁrƄóŞsƌ eċ cýoŝnœtƙrƄasƌ dĄeċ amőbüasƌ asƌ oŝpƁçĀõżeċsƌ, pƁarƄa tƙeċrƄ uơmőa nœoŝçĀãùoŝ dĄoŝ qƃuơeċ mőeċlňhīoŝrƄ sƌeċ<br />

adapta ao seu negócio.<br />

Fonte: Simplexity. Intralogistics Insights<br />

De acordo com o Fraunhofer Institute for<br />

Material Flow and Logistics IML, cerca<br />

de 550 milhões de europaletes circulam<br />

por toda a Europa, e nem todas são feitas de<br />

madeira. Existem algumas alternativas aos<br />

materiais tradicionais.<br />

A europalete é a número um no mundo, pois<br />

os sistemas de fluxo de materiais padronizados<br />

são inimagináveis sem ela. As suas dimensões<br />

definidas com precisão simplificam o<br />

carregamento, armazenamento e picking para<br />

diversos tipos de mercadorias. Além disso,<br />

pode ser trocada entre empresas. Contudo,<br />

há casos em que a palete de madeira tem as<br />

suas limitações, e é aqui que entra o plástico,<br />

que tem as suas vantagens e desvantagens.<br />

A pioneira é o quarto de palete da CHEP, um<br />

dos pilares do retalho alimentar. É leve e fácil<br />

de limpar, mas não se encontra numa posição<br />

capaz de derrubar a palete de madeira, como se<br />

pode verificar através de uma comparação entre<br />

os prós e os contras.


58<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

Paletes de madeira<br />

Vantagens<br />

• Baixo custo e fácil de fabricar: preço<br />

desde 15 euros;<br />

• Amiga do ambiente: 100% reutilizável/<br />

reciclável;<br />

• Prática: pode ser elevada dos quatro<br />

lados através de um empilhador ou<br />

porta-paletes;<br />

• Manutenção simples;<br />

• Fácil de trocar, devido à ampla<br />

circulação.<br />

Desvantagens<br />

• Relativamente pesada (20 a 26 kg);<br />

• O seu peso da tara (diferença entre<br />

peso total e peso líquido da carga) não<br />

pode ser determinado de forma exacta,<br />

pois a palete pode absorver água;<br />

• Não é limpa facilmente;<br />

• Susceptível à humidade, mofo e danos<br />

originados por traças;<br />

• Requer manutenção devido a<br />

deformações, produção de serragem e<br />

corrosão de parafusos;<br />

• Menor tempo de vida: normalmente é<br />

substituída após 2/3 anos.<br />

Paletes de plástico<br />

Vantagens<br />

• Laváveis, limpas e higiénicas;<br />

• Baixo e consistente peso de tara (12 a<br />

25 kg);<br />

• Não está sujeita a mofo ou danos<br />

causados por pragas;<br />

• A sua forma mantém-se a mesma sem<br />

estar sujeita a deformações;<br />

• Tempo de vida maior: mais de 10 anos;<br />

• Reciclável até 80%.<br />

Desvantagens<br />

• Maior custo devido ao processo de<br />

fabrico mais complexo: desde 25 euros;<br />

• Tem uma pegada de CO2 relativamente<br />

pobre.<br />

Em suma, há argumentos a favor e contra ambas as opções. Contudo, as paletes de madeira estão<br />

melhor posicionadas neste ranking, uma vez que têm uma pegada ecológica mais positiva e são<br />

mais baratas. No seu negócio poderá avaliar qual a melhor opção, analisando rigorosamente os prós<br />

e contras. •


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 59<br />

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TECNOLOGIAS<br />

Digitalização da<br />

GEFCO<br />

GEFCO investe em<br />

optimização do espaço<br />

durante o transporte<br />

No dia 23 de Outubro decorreu em Paris, na<br />

sede da Techstars, parceira da GEFCO, uma<br />

cýoŝnœfģeċrƄêĐnœcýiİa dĄeċ iİmőpƁrƄeċnœsƌa cýoŝmő jłoŝrƄnœalňiİsƌtƙasƌ dĄeċ<br />

várias partes do mundo para a apresentação<br />

dĄasƌ nœoŝvƽasƌ sƌoŝlňuơçĀõżeċsƌ “fiǟgĤiİtƙaiİsƌ”* dĄoŝ GrƄuơpƁoŝ<br />

GEFCO: a ChīrƄoŝnœoŝtƙrƄuơcýkŅ eċ a MoŝvƽeċeċcýarƄ,<br />

sendo que a primeira está directamente<br />

relacionada com a área da logística em<br />

termos de soluções de transporte.<br />

Texto: Fábio Santos<br />

Fotos: GEFCO e Chronotruck<br />

*TRADUÇÃO ADAPTADA DE “PHYGITAL SOLUTIONS”<br />

(ENG)/”SOLUTIONS PHYGITALES” (FR)


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 61<br />

Segundo a mitologia grega, “Chronos” era<br />

o Deus do tempo. Segundo a digitalização<br />

da francesa GEFCO, é a solução que<br />

permite aos seus utilizadores poupar tempo. A<br />

Chronotruck é a mais recente solução que vem<br />

complementar a oferta da líder europeia de<br />

Finished Vehicle Logistics (FVL), procurando<br />

optimizar ao máximo o transporte de<br />

mercadorias através do uso de tecnologias 4.0.<br />

A Chronotruck foi comprada pelo Grupo<br />

GEFCO em Julho deste ano, mas só agora, após<br />

alguns meses de testes, foi apresentada a<br />

nova solução, vindo responder a um problema<br />

que muitas vezes afecta não só os clientes da<br />

GEFCO, mas também muitos transportadores: a<br />

movimentação com carga vazia.<br />

A nova solução da GEFCO funciona no<br />

formato de digital road freight marketplace,<br />

conectando em tempo real os expedidores e<br />

os transportadores. Através do seu algoritmo,<br />

a Chronotruck consegue ser um poderoso<br />

preditivo diferenciador das restantes soluções<br />

de mercado.<br />

Rodolphe Allard, CEO da Chronotruck,<br />

explica que desenvolveram esta solução<br />

“para os expedidores e transportadores que<br />

procuram soluções rápidas de transporte e de<br />

baixo custo. O nosso serviço reduz as viagens<br />

de carga vazia e limita a pegada ecológica<br />

dos transportadores, enquanto permite que<br />

pequenas empresas de transporte cheguem a<br />

grandes clientes”.<br />

“Os expedidores podem seleccionar um<br />

transportador para qualquer carga geral que<br />

tenham, desde 50 quilogramas a 28 toneladas,<br />

ao preço e momento certos. A Chronotruck<br />

oferece acesso aos transportadores próximos<br />

e um portefólio de serviços digitalizados,<br />

incluindo quotas de preço instantâneas,<br />

geo-tracking, prova de entrega e e-invoicing”,<br />

explica o CEO, revelando ainda que no caso dos<br />

transportadores “a plataforma digital oferece<br />

uma oportunidade de optimizar fluxos e operar<br />

camiões na sua capacidade máxima ao incluir<br />

cargas próximas”.<br />

A plataforma foi lançada 2016 em França, e<br />

hoje conta com mais de 7 mil transportadores<br />

e 9 mil expedidores inscritos, tendo anunciado<br />

que pretende expandir-se para novas<br />

localizações já a partir de 2020, referindo a<br />

Polónia e a Bélgica como primeiras expansões<br />

no primeiro trimestre do ano. Ainda no próximo<br />

ano, no segundo semestre, tencionam chegar a<br />

outras localizações da Europa, entre as quais se<br />

encontra Portugal. Embora ainda não estejam<br />

directamente presentes no país, o CEO da<br />

Chronotruck revela ainda que a plataforma já<br />

conta com inscritos portugueses.


62<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

Emmanuel Arnauld [executive vice-president]<br />

A GÉNESE DA PARCERIA<br />

Emmanuel Arnauld, executive vice-president,<br />

Sales and Marketing da GEFCO, explica-nos que<br />

aquela zona de Paris era tradicionalmente um<br />

espaço de artesãos, muito reactiva ao mercado<br />

da moda, mas que com a evolução dos tempos<br />

se foi tornando num local onde as startups se<br />

foram instalando.<br />

“Existem muitos edifícios nesta área<br />

que hospedam empresas, e elas criam um<br />

ecossistema local, então as pessoas conhecem-<br />

-se”, conta o responsável, “elas encontramse<br />

informalmente ou em eventos, captando<br />

investidores de empresas corporativas,<br />

especialistas em IT, ou mesmo pessoas que têm<br />

uma ideia, mas não sabem como a implementar,<br />

e foi aí que encontrámos quem conhecesse a<br />

Chronotruck e nos falou sobre ela”.<br />

Explica que neste ambiente envolvente com<br />

startups é normal existirem empresas que farão<br />

a diferença ao negócio umas das outras, e que<br />

“talvez apenas numa em cada 100 reuniões<br />

vejamos que existe uma ligação entre os<br />

nossos serviços, e foi assim que encontrámos a<br />

Chronotruck”.<br />

O Rodolphe Allard explica que primeiramente<br />

acordaram sobre uma parceria comercial, mas<br />

que depois a GEFCO mostrou-se interessada<br />

em tornar-se shareholder da tecnológica. “Foi<br />

o único grupo que tinha exactamente a mesma<br />

visão que nós”, destaca.<br />

DATA ANALYTICS, IA, MAS ACIMA<br />

DE TUDO UM BOM ALGORITMO<br />

Emmanuel Arnauld afirma que “a Chronotruck<br />

foi a única que vimos que já tinha esta<br />

tecnologia de inteligência artificial e algoritmos<br />

implementados. Outros falavam disso, mas<br />

não o concretizavam. A Chronotruck está a<br />

trabalhar nisso”.<br />

Rodolphe Allard explica que a diferença<br />

da Chronotruck passa por ter um sistema de<br />

Machine Learning a analisar os seus dados,<br />

com base em quatro algoritmos, e que isso o<br />

torna num poderoso preditivo diferenciador das<br />

restantes soluções presentes no mercado:<br />

» 1 – Matching<br />

De modo a encontrar o melhor transporte<br />

para cada pedido de expedição.<br />

» 2 – Dynamic Pricing<br />

Para oferecer os melhores preços para cada<br />

solicitação.<br />

» 3 – Simplexity<br />

De forma a determinar a complexidade de<br />

cada pedido e as acções necessárias para<br />

maximizar as hipóteses de sucesso.<br />

» 4 – Dispatching<br />

Para enviar pedidos sequencialmente aos<br />

transportadores selecionados e optimizar as<br />

correspondências.<br />

O CEO também revela que neste momento se<br />

encontram a trabalhar com dados dos últimos<br />

três anos da GEFCO de modo a melhorar o seu<br />

algoritmo. “No início só tínhamos os registos


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 63<br />

históricos da nossa plataforma, aprendíamos<br />

em cada transporte que fazíamos, mas<br />

consideramos que uma maior quantidade de<br />

informação será melhor para o nosso algoritmo,<br />

para aprender mais e mais”, acrescenta o CEO.<br />

GRANDES E PEQUENOS PARA<br />

ATINGIR A CARGA COMPLETA<br />

Emmanuel Arnaud explica que “a GEFCO é<br />

um grande operador logístico internacional.<br />

Como tal, o nosso portefólio de clientes é<br />

constituído por milhares de clientes, alguns<br />

dos quais com larga escala e, por outro lado,<br />

pequenos clientes, que estão, de certa forma, a<br />

complementar as suas actividades”.<br />

“Precisamos de ambas [empresas pequenas<br />

e grandes], porque a rentabilidade é criada<br />

através de fluxos regulares de grandes<br />

volumes, mas também de fluxos que<br />

complementam a carga e acrescentam a última<br />

palete no camião”, comenta o responsável da<br />

GEFCO.<br />

Apesar disso, faz questão de esclarecer que<br />

não se trata de “canibalizar os fluxos existentes<br />

da GEFCO”. Explica que se trata de um mercado<br />

diferente, para o qual os seus clientes não<br />

estavam a conseguir encontrar solução dentro<br />

da oferta existente da GEFCO. “É cooperação”,<br />

afirma, “o que verificámos foi que estas<br />

empresas pequenas são mais tentadoras<br />

hoje, porque elas são mais ágeis e menos<br />

comprometidas”.<br />

Segundo explica Emmanuel Arnaud,<br />

colocaram-se também noutro prato da balança:<br />

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64<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

“em vez de nos colocarmos na posição de<br />

perder clientes, nós queríamos ser os primeiros<br />

na posição de adquirir novos, e estimular<br />

aqueles que já estão connosco de uma nova<br />

forma, no novo canal de vendas: do físico para<br />

o digital”. Defende que “os comportamentos<br />

digitais dos consumidores guiam a nossa<br />

estratégia e a nossa oferta de serviços<br />

dedicados aos mercados B2B e B2B2C, referindo<br />

que se encontram a combinar o seu know-how<br />

da rede física com as suas digital skills para<br />

promover novos serviços figitais.<br />

Emmanuel Arnaud considera este novo<br />

serviço como “uma forma de melhorar<br />

o índice de satisfação do nosso cliente,<br />

e também uma maneira de captar mais<br />

contactos e oportunidades, que anteriormente<br />

negligenciámos por não estarmos devidamente<br />

equipados. Hoje, temos a ferramenta para<br />

responder com um preço e uma solução<br />

imediata”.<br />

Rodolphe Allard comenta que “para a GEFCO<br />

não há problema algum que mantenhamos a<br />

nossa mente aberta e a nossa forma de gerir<br />

a empresa, o que é muito gratificante porque<br />

trabalhamos com este nicho”.<br />

ENTRADA NO GRUPO GEFCO<br />

A maior diferença sentida passa pela forma<br />

de agir entre as empresas e as startups.<br />

Emmanuel Arnaud explica que “trabalhar com<br />

uma startup é uma atitude completamente<br />

diferente”, pois enquanto GEFCO têm os<br />

seus processos de tomada de decisão bem<br />

estabelecidos, e isso envolve validações, “o<br />

que é normal para empresas internacionais”,<br />

comenta. “As startups são mais sobre testar<br />

por si mesmas. Numa manhã vêem que têm um<br />

problema, ao longo do dia decidem corrigi-lo<br />

e no dia seguinte já têm resultados”, comenta,<br />

ilustrando assim a agilidade deste modelo<br />

empresarial. “Isto poderia demorar dias ou<br />

semanas para ser feito na GEFCO”.<br />

Emmanuel Arnaud explica que, quando<br />

reuniram primeiramente com Rodolphe, este<br />

acreditava mesmo que uma parceria com um<br />

actor significativo no mercado lhes abriria de<br />

imediato uma porta para chegar à Europa, e<br />

para fora dela, podendo ainda aceder a uma<br />

base de dados de milhares de empresas de<br />

transporte, preços de mercado e experiência<br />

de fluxos… E tudo isso já está inserido nos<br />

sistemas da GEFCO.<br />

O responsável da GEFCO explica que<br />

na primeira reunião após a integração da<br />

Chronotruck no grupo, começou logo a<br />

tradução da plataforma. Chamámos a equipa de<br />

marketing, planeámos e vimos que em Agosto<br />

teríamos tempo para traduzir para cada país<br />

listado”, revelando que num mês traduziram<br />

o site da Chronotruck para português, polaco,<br />

espanhol, italiano e alemão, e que isso foi um<br />

grande acelerador para o negócio.<br />

“Acreditamos que é tudo sobre a experiência<br />

de consumidor. Se hoje um cliente for ao<br />

website da Chronotruck e tiver uma má<br />

experiência nunca mais irá voltar. Preferimos<br />

ter o devido tempo de preparação antes<br />

de dizermos que estamos prontos” explica,<br />

salientando que “uma grande história acabou<br />

de começar”. •


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 65<br />

TRANSPORTE<br />

Transporte de<br />

mercadoria por tubos<br />

subterrâneos<br />

DISTRIBUIÇÃO POR<br />

TUBOS EM VEZ DE<br />

CAMIÕES<br />

Texto: Ana Paiva<br />

Fotos: Website Smart City Loop<br />

Haverá alguma empresa ligada ao sector<br />

da logística que não pretenda ter uma<br />

solução de transporte que inclua menos<br />

trânsito, atrasos, custos e CO2 no planeta?<br />

Não. Para sorte dessas empresas está a ser<br />

desenvolvida uma medida que proporciona<br />

todos estas vantagens.


66<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

Conhece a Smart City Loop? Trata-se de uma<br />

startup de origem alemã que está a inovar<br />

o método do transporte de mercadorias<br />

com um projecto a ser criado para a empresa<br />

Four Parx.<br />

A startup está a desenvolver um estudo que<br />

visa o transporte de mercadorias através de<br />

tubos subterrâneos, colocados a cerca de dez<br />

metros abaixo do solo, desde periferia até ao<br />

interior das cidades. Sim, tubos subterrâneos.<br />

O projecto consiste na criação de tubos<br />

com um diâmetro de 2,80 metros no subsolo<br />

que possam ser utilizados para transportar<br />

as entregas de paletes, nomeadamente<br />

cerca de 5.000 que podem ser transportadas<br />

em dois turnos diariamente, desde centros<br />

de fornecimento de bens localizados nas<br />

periferias, até micro-centros de distribuição no<br />

centro das cidades. Após este trajecto, os bens<br />

são encaminhados até ao destino final através<br />

de bicicletas eléctricas, quando possível, ou<br />

camiões a hidrogénio.<br />

O transporte é realizado de forma autónoma,<br />

eléctrica e completamente automática,<br />

independentemente do congestionamento<br />

urbano e das condições climáticas.<br />

Do ponto de vista ambiental é uma<br />

mais-valia, uma vez que reduz as viagens<br />

realizadas por camiões, resultando numa<br />

redução significativa de CO2. A partir de uma<br />

pespectiva logística, este projecto apresentase<br />

como uma solução viável e mais benéfica<br />

para resolver problemas de ‘penúltima milha’,<br />

em complemento com a última milha, tendo<br />

em conta que contribui para a diminuição do<br />

tráfego.<br />

Este conceito inovador pode tanto servir<br />

para entregas via comércio electrónico, como<br />

para os sistemas de entregas<br />

tradicionais.<br />

Sabemos o que está a pensar.<br />

Se o produto transportado se<br />

tratar de comida ou bebida,<br />

chega ao destino em perfeitas<br />

condições para ser consumido?<br />

A resposta é sim. De forma a<br />

garantir que bens mais sensíveis<br />

como estes mantenham a sua<br />

total integridade, os tubos terão<br />

temperatura regulada, entre 14 e<br />

18 graus.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 67<br />

Está a ser realizado um estudo de viabilidade<br />

na cidade de Hamburgo, Alemanha. Será<br />

colocado um tubo no distrito de Wilhelmsburg<br />

para Altona, implicando a travessia do rio Elba,<br />

o que significa que os tubos serão enterrados a<br />

uma profundidade de 25 a 30 metros.<br />

Projectos como este provam que é possível<br />

juntar num mesmo projecto conceitos como<br />

‘sustentabilidade”, ‘eficiência’ e ‘inovação’,<br />

acrescentando valor à distribuição que,<br />

aparentemente, pode ser repensada para<br />

alcançar melhores resultados. No entanto,<br />

esta é uma hipótese em estudo. Teremos de<br />

aguardar pelos próximos capítulos. •<br />

Benefícios:<br />

» Bom para o ambiente;<br />

» Fácil implementação em sistemas de<br />

tráfego tradicionais e conceitos de logística;<br />

» Economiza espaço;<br />

» Rentabilidade significativa;<br />

» Autónomo e expansível;<br />

» Redução de congestionamentos,<br />

acidentes, emissões de ar, ruído e CO2.<br />

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68<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

Texto: Dora Assis<br />

Fotos: Nissan<br />

TRANSPORTE<br />

Logic testa entregas<br />

com emissões zero<br />

O DESAFIO DA LOGÍSTICA URBANA<br />

Aoŝ abürƄiİgĤoŝ dĄeċ uơmő pƁrƄoŝtƙoŝcýoŝlňoŝ cýoŝmő a Niİsƌsƌanœ, a LoŝgĤiİcý tƙeċvƽeċ aoŝ sƌeċuơ sƌeċrƄvƽiİçĀoŝ, dĄuơrƄanœtƙeċ tƙrƄêĐsƌ mőeċsƌeċsƌ,<br />

uơmő vƽeċíIJcýuơlňoŝ cýoŝmőeċrƄcýiİalň eċlňéČcýtƙrƄiİcýoŝ eċ-NV200. A vƽiİatƙuơrƄa pƁeċrƄcýoŝrƄrƄeċuơ mőaiİsƌ dĄeċ dĄeċzǎ mőiİlň qƃuơiİlňóŞmőeċtƙrƄoŝsƌ,<br />

efectuou 880 entregas e transportou mais de 22 toneladas de encomendas. A operação<br />

superou as expectativas do operador logístico.<br />

Foi em Junho que o projecto-piloto arrancou.<br />

O operador logístico Logic iniciou um teste<br />

em condições reais de utilização com um<br />

veículo comercial eléctrico nas operações<br />

de distribuição de última milha em centros<br />

urbanos.<br />

A operação envolveu não apenas entregas<br />

de pequenos artigos, mas também grandes<br />

volumes ou mesmo paletes com materiais<br />

de construção e bricolage. No âmbito deste<br />

projecto, a Nissan e-NV200 realizou as mesmas<br />

rotas e os mesmos serviços que os veículos<br />

diesel.<br />

“Enquanto referência na logística integrada<br />

e nas entregas ao domicílio, a Logic pretende<br />

contribuir activamente para as soluções da<br />

mobilidade urbana, colocando as pessoas<br />

e as cidades no centro dos seus projectos<br />

de desenvolvimento”, afirma Isabel Viçoso,<br />

administradora da Logic.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 69<br />

O furgão e-NV200 oferece um volume útil de<br />

carga de 4,2 m3 e uma capacidade de carga de<br />

742 kg. O seu compartimento de carga permite<br />

transportar até duas europaletes.<br />

Este modelo vem equipado com uma bateria<br />

de 40 kWh e um motor eléctrico de 80 kW<br />

(107 cv). Nos novos ciclos combinado e urbano<br />

WLTP, a marca anuncia uma autonomia entre<br />

200 e 300 quilómetros.<br />

UMA MAIOR AUTONOMIA<br />

Com este projecto-piloto, em média, o Nissan<br />

e-NV200 percorreu cerca de 130 quilómetros<br />

por dia, tendo sido efectuadas 16 entregas.<br />

Aliás, em períodos particularmente exigentes,<br />

chegou a realizar 24 entregas diárias e a<br />

percorrer 230 km com uma só carga de bateria.<br />

Por esse motivo, não foi necessário realizar<br />

nenhuma carga rápida na rede pública, uma<br />

vez que a autonomia de 301 km anunciada pelo<br />

fabricante automóvel superou os requisitos da<br />

operação da Logic. O carregamento do veículo<br />

era efectuado durante a noite numa wallbox<br />

instalada na empresa.<br />

As entregas na última milha são duplamente<br />

desafiantes. “Com este teste, percebemos, e<br />

foi uma agradável surpresa, que conseguiamos<br />

reduzir 4,5 toneladas/ano nas emissões de CO2,<br />

o que faz uma grande diferença na diminuição<br />

da pegada ecológica da Logic”, afirma a<br />

administradora da Logic.<br />

“Além disso, esta experiência demonstrou<br />

que conseguíamos uma poupança efectiva<br />

de 4.500 euros nos custos de utilização com<br />

a Nissan e-NV200, tanto nos gastos com<br />

combustível, como nas manutenções e até nos<br />

tempos de imobilização. Não tenho dúvidas<br />

nenhumas que este vai ser mesmo o futuro<br />

para este tipo de entregas”.<br />

MOBILIDADE ACRESCIDA<br />

Em termos operacionais, o veículo comercial<br />

também superou as expectativas. “Este teste<br />

foi uma revelação a todos os níveis. Não só foi a<br />

primeira vez que utilizei um comercial eléctrico<br />

nas minhas funções, como fiquei quase de<br />

imediato rendido às suas virtudes, em especial<br />

ao conforto e silêncio de funcionamento, mas<br />

também à mobilidade acrescida que oferece<br />

em ambiente urbano”, afirma Jorge Lemos,<br />

colaborador da Logic.<br />

“As dimensões compactas, aliadas à boa<br />

capacidade de carga, tornam o Nissan e-NV200<br />

especialmente adaptado às entregas nas<br />

cidades. Nas zonas de Alfama, Mouraria ou<br />

Bairro Alto, por exemplo, nós conseguimos<br />

fazer entregas à porta que, com outro<br />

comercial, seriam impossíveis. E, para o tipo de<br />

entregas que fazemos (last mile), a autonomia<br />

do e-NV200 é 100% viável, até porque a<br />

capacidade do Nissan de regenerar energia é<br />

incrível. Sem dúvida que é o tipo de automóvel<br />

que gostaria de utilizar daqui para o futuro”,<br />

acrescenta.<br />

O director-geral da Nissan, por sua vez,<br />

sublinha que a parceria com este prestador de<br />

serviços logísticos foi muito importante “para<br />

provar que a Nissan e-NV200 é perfeitamente<br />

adequada para uma empresa de entregas com<br />

estas características”. O responsável sublinha<br />

que um dos desafios que inicialmente se<br />

colocava era a autonomia. “Como pudemos<br />

observar ao longo do teste com a Logic, os<br />

301 km anunciados revelaram ser mais do<br />

que suficientes para as tarefas que lhe foram<br />

exigidas e nunca colocaram qualquer tipo<br />

de constrangimento à empresa. Outro ponto<br />

importante é saber que o teste foi feito em<br />

condições reais de utilização e resultaram numa<br />

poupança significativa para a empresa”. •


70 NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

CARREIRA<br />

Novas profissões<br />

até 2030<br />

SABE QUAIS SÃO AS<br />

PROFISSÕES DO FUTURO?<br />

Texto: Ana Paiva & Dora Assis<br />

O tƙeċmőpƁoŝ pƁasƌsƌa eċ asƌ nœeċcýeċsƌsƌiİdĄadĄeċsƌ vƽãùoŝ-sƌeċ alňtƙeċrƄanœdĄoŝ. Noŝ mőuơnœdĄoŝ dĄoŝ tƙrƄabüalňhīoŝ, eċsƌtƙa éČ uơmőa<br />

premissa muito importante. Como estamos perante uma era em que a tecnologia reina<br />

gĤrƄanœdĄeċ pƁarƄtƙeċ dĄoŝ tƙeċrƄrƄiİtƙóŞrƄiİoŝ, iİmőpƁoŝrƄtƙa eċsƌtƙarƄmőoŝsƌ pƁrƄeċpƁarƄadĄoŝsƌ pƁarƄa lňiİdĄarƄ cýoŝmő eċlňa, mőanœuơsƌeċá-lňa eċ,<br />

pƁrƄiİnœcýiİpƁalňmőeċnœtƙeċ, tƙiİrƄarƄ pƁarƄtƙiİdĄoŝ dĄeċlňa. Há-qƃuơeċ eċxǃiİsƌtƙiİrƄ mőaiİsƌ eċsƌpƁeċcýiİalňiİzǎaçĀõżeċsƌ nœeċsƌtƙa árƄeċa, pƁoŝrƄ iİsƌsƌoŝ,<br />

tƙoŝmőeċ nœoŝtƙa dĄasƌ pƁrƄóŞxǃiİmőasƌ pƁrƄoŝfiǟsƌsƌõżeċsƌ dĄoŝ fģuơtƙuơrƄoŝ qƃuơeċ vƽêĐmő dĄarƄ rƄeċsƌpƁoŝsƌtƙa a alňgĤuơmőasƌ nœeċcýeċsƌsƌiİdĄadĄeċsƌ<br />

de ‘hoje’ e, cada vez mais, do ‘amanhã’.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong><br />

71<br />

De acordo com o Fórum Económico Mundial,<br />

até 2030, muitas das competências que<br />

os funcionários trazem para as empresas<br />

hoje, terão mudado. De facto, vários estudos<br />

revelam que, até 2030, entre 75% e 85% das<br />

profissões mais procuradas ainda não existam<br />

hoje. A Adecco fez a sua análise e divulgou<br />

alguns dos que são os possíveis empregos do<br />

futuro e alguns conselhos de como se manter<br />

competitivo.<br />

O trabalho, tal como o conhecemos hoje,<br />

sofrerá uma grande mudança em menos de<br />

uma década. Aconselha a Adecco que se for<br />

uma pessoa activa profissionalmente, deve ser<br />

proactivo em relação à reciclagem dos seus<br />

conhecimentos e começar a trabalhar para o<br />

seu futuro. Caso esteja ainda a estudar, analise<br />

a área em que se quer especializar para ajustar-<br />

-se ao máximo às profissões do futuro.<br />

A análise do Big Data, da Internet das Coisas,<br />

da Realidade Virtual, da Realidade Aumentada,<br />

da Inteligência Artificial e a capacidade de<br />

resolver problemas complexos, exigirá mão-de-<br />

-obra qualificada com formação especializada e<br />

uma base muito prática. Aqueles que optam por<br />

carreiras STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia<br />

e Matemática) terão sucesso. Ou seja, buscam-<br />

-se perfis que integrem conhecimento<br />

científico, tecnológico, matemático e de<br />

engenharia.<br />

As salas de aula devem começar a preparar<br />

alunos para combinar essas quatro disciplinas.<br />

Assim, devem submeter-se a um método<br />

educacional que enfatize o uso de material<br />

tecnológico. Além disso, o trabalho em equipa<br />

será incentivado e intensificado.<br />

Conheça as seis principais profissões que irão<br />

emergir num futuro cada vez mais próximo,<br />

marcando assim a década seguinte.<br />

ESPECIALISTAS EM CLIMA E MEIO<br />

AMBIENTE:<br />

> Devemos cuidar dos recursos naturais. Não há<br />

planeta B. Novos negócios serão projectados,<br />

tais como controladores da pegada de carbono,<br />

agricultores verticais de culturas hidropónicas,<br />

forças de segurança contra ecodelinquentes…


72<br />

NOVEMBRO <strong>2019</strong><br />

PILOTO E CONTROLADOR AÉREO DE<br />

DRONES:<br />

> Actualmente usamos drones para tarefas<br />

de pesquisa e manutenção, estamos a dar os<br />

primeiros passos no uso comercial com tarefas<br />

de distribuição e transporte… o que abre uma<br />

ampla gama de possibilidades para uso futuro.<br />

ESPECIALISTAS EM IMPRESSÃO 3D:<br />

> A gestão de impressoras 3D não será<br />

exclusiva do mundo da construção e<br />

arquitectura ou indústria. Os avanços na<br />

medicina beneficiarão da ajuda de profissionais<br />

de impressão 3D.<br />

“<br />

A ANÁLISE DO BIG DATA, DA INTERNET<br />

DAS COISAS, DA REALIDADE VIRTUAL,<br />

DA REALIDADE AUMENTADA,<br />

DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />

E A CAPACIDADE DE RESOLVER<br />

PROBLEMAS COMPLEXOS, EXIGIRÁ<br />

MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA COM<br />

FORMAÇÃO ESPECIALIZADA E UMA<br />

BASE MUITO PRÁTICA<br />

ESPECIALISTAS EM TRÁFEGO<br />

AUTOMATIZADO E VEÍCULOS SEM<br />

”<br />

MOTORISTA:<br />

> Engenheiros especializados capazes de<br />

projectar veículos de nanotubo de carbono<br />

leve ou modelos básicos de transporte, como<br />

bicicletas sem pedais, assim como criadores<br />

de experiência para viajantes. O mundo<br />

dos transportes passará por uma grande<br />

transformação.


<strong>SCMedia</strong> <strong>News</strong> 73<br />

INTÉRPRETES DE BIG DATA:<br />

> Existem actualmente mais de 5,5 milhões de<br />

máquinas interconectadas. Até 2030, espera-se<br />

que existam mais de 50 milhões. Controlar tudo<br />

isso exigirá especialistas multidisciplinares<br />

com capacidade de trabalhar em equipa e com<br />

conhecimento na análise de Big Data.<br />

ESPECIALISTAS EM<br />

CRIPTOMOEDAS:<br />

> Dos aspectos legais à segurança através<br />

de investidores ou credores, o mundo das<br />

criptomoedas irá assumir uma elevada<br />

importância no futuro próximo.<br />

»» Haverá uma grande variedade na oferta de emprego no futuro. No entanto, não precisará<br />

esperar algumas décadas para começar a evoluir. Mudar de carreira profissional e conseguir obter<br />

outras oportunidades é, seguramente, um desafio emocionante, mas que também pode acarretar<br />

múltiplas dificuldades. Se já percebeu que a sua carreira precisa de uma nova abordagem de 2020<br />

em diante, é hora de começar a planear os próximos passos, para iniciar o ano em grande. •


74<br />

O MUNDO É REDONDO, por Cláudia Brito<br />

Through the Language Glass,<br />

Guy Deutscher<br />

Arrow Books, 2011 edition<br />

Onde quer que existam humanos, existe linguagem. A linguagem é a capacidade que mais nos diferencia<br />

dos outros animais, ao ter-nos permitido gerar cultura(s), ou seja, o que um indivíduo aprende durante<br />

a vida pode ser passado à geração seguinte, num acumular exponencial de memórias e capacidades<br />

práticas. Ao mesmo tempo que os seres humanos criaram a linguagem, esta também modela a nossa<br />

percepção do mundo, expandindo-a ou limitando-a, em função da língua que falamos.<br />

» O livro “Through the Language Glass”<br />

(“Através do Espelho da Linguagem”) de Guy<br />

Deutscher é escrito quase como um romance<br />

policial, cheio de suspense, em que a própria<br />

escrita é uma personagem. Os jogos de<br />

palavras, as histórias paralelas com mensagens<br />

inesperadas e as viragens do argumento ilustram<br />

como a linguagem é mais do que um meio, é um<br />

fim em si mesma.<br />

» A partir da grande controvérsia iniciada no<br />

final do século XIX sobre a ausência da cor azul<br />

no léxico da língua grega no tempo de Homero,<br />

e da hipótese inicial de que os gregos desse<br />

tempo não tinham capacidade anatómica de<br />

distinguir essa cor, Guy Deutscher leva-nos na<br />

viagem da descoberta de que afinal a natureza<br />

não determina a linguagem. A ciência actual<br />

permite-nos afirmar que os gregos antigos<br />

viam o azul tão bem como nós, não só porque<br />

a anatomia humana está fixa há mais de dez<br />

mil anos,mas também a partir do estudo<br />

antropológico de povos remotos actuais com<br />

línguas igualmente isentas de azul. Conclui-se<br />

que qualquer pensamento pode ser expresso em<br />

qualquer língua, mas as pessoas dão nomes às<br />

coisas sobre as quais sentem a necessidade de<br />

falar.<br />

» Se a linguagem não define a capacidade<br />

cognitiva dos respectivos povos, como se<br />

pensava há 150 anos, tem, contudo, influência<br />

no nosso pensamento, ao determinar o que<br />

deve e o que não deve ser dito. A linguagem<br />

é limitada pela experiência e impacta a<br />

memória, a atenção, as associações e as nossas<br />

capacidades. Hábitos da linguagem criam<br />

hábitos da mente, definindo categorias e padrões<br />

reconhecidos por algoritmos processados pelo<br />

nosso cérebro, obrigando-nos a estar mais<br />

atentos a uns aspectos da realidade do que a<br />

outros. Existe ainda a evidência científica que o<br />

cérebro filtra através das palavras aquilo que os<br />

nossos sentidos percepcionam, uma banana é<br />

evidentemente mais amarela do que uma laranja<br />

da mesma cor.<br />

» No fim, como no príncipio, comunicamos<br />

e pensamos porque temos linguagem. A<br />

linguagem espelha o que nos vai na mente e é<br />

uma lente através da qual vemos o mundo.<br />

UM POUCO MAIS DE SOL - EU ERA BRASA,<br />

UM POUCO MAIS DE AZUL - EU ERA ALÉM. (...)<br />

-MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO<br />

Guy Deutscher tem uma licenciatura em matemática e<br />

um doutoramento em linguística pela Universidade de<br />

Cambridge. Existem cerca de 7000 línguas no mundo<br />

actualmente, 20% das quais faladas por menos de 1000<br />

pessoas e a desaparecer a um ritmo acelerado. Apenas<br />

23 línguas são faladas por mais de 50% da população<br />

mundial.


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construídos à medida,<br />

realizados nas<br />

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empresa, nos horários<br />

que forem mais<br />

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Procurement eficiente<br />

Seleção e avaliação de fornecedores<br />

O essencial da Gestão Logística e da Cadeia de Abastecimento<br />

Libertar e maximizar o potencial das equipas logísticas<br />

através da liderança eficaz<br />

Lean Logistics<br />

Gestão de Processos<br />

Facility Management<br />

Esta é uma oportunidade<br />

para reciclar<br />

conhecimentos, ampliar<br />

outros e alargar horizontes<br />

profissionais.<br />

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Gestão de Rotas<br />

Gerir com sucesso a sua frota<br />

Como minimizar os custos de transporte<br />

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Marcação de reuniões no Sector Transitário<br />

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Formação Air & Sea - Vertente Comercial<br />

Formação em Transporte Aéreo - Vertente Comercial<br />

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