Jornal das Oficinas 171
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ANÍBAL VICENTE<br />
A ECOLUB É UMA MARCA CRIADA E REGISTADA PELA SOGILUB, SENDO<br />
CONSIDERADA, HOJE, UMA REFERÊNCIA NA REQUALIFICAÇÃO DE RESÍDUOS<br />
INDUSTRIAIS PERIGOSOS. NO FUNDO, É A IMAGEM VISÍVEL DA SOGILUB<br />
contribuem com mais de 42% do total<br />
recolhido, cujo valor absoluto representou,<br />
em 2019, cerca de 11.800<br />
tonela<strong>das</strong>.<br />
Como se está a processar o seu<br />
reaproveitamento/reutilização?<br />
O nosso objetivo é que a maior quantidade<br />
possível de óleo usado seja reprocessado,<br />
de modo a adquirir novamente<br />
as características exigíveis a um<br />
óleo lubrificante e ser reintroduzido<br />
no ciclo económico. Este processo de<br />
retorno do produto para reciclagem<br />
ou regeneração e novamente para o<br />
circuito comercial, designa-se por logística<br />
reversa ou inversa e é a etapa<br />
que permite fechar o ciclo do produto<br />
num processo integrado de circularidade<br />
que materializa os conceitos de<br />
Economia Circular. Como indicadores<br />
referentes a 2019, a Sogilub alcançou<br />
uma Taxa de Recolha de 100%, uma<br />
Taxa de Regeneração de 81% e uma<br />
Taxa de Reciclagem de 100%.<br />
Ainda existem oficinas que não<br />
procedem à entrega do óleo usado à<br />
Sogilub, depositando-o no oleão?<br />
Sim, as oficinas que funcionam ilegalmente,<br />
algumas à porta fechada. Embora<br />
seja nossa perceção que o número<br />
é cada vez menor. Por não estarem<br />
constituí<strong>das</strong> juridicamente, não tendo,<br />
por exemplo, número de identificação<br />
fiscal, não se podem, portanto, inscrever<br />
na APA, na plataforma SILiAmb,<br />
nem registar a informação anualmente<br />
no Mapa Integrado de Registo de<br />
Resíduos (MIRR), onde se enquadram<br />
todos os produtores de óleos<br />
usados (PrOU’s). Sem o registo nesta<br />
plataforma, não é possível efetuar a recolha<br />
de óleo lubrificante usado. Normalmente,<br />
o que fazem (e esperemos<br />
que o façam, pois, pelo menos assim,<br />
existe a garantia de que esse óleo usado<br />
não vai dar origem a sérios problemas<br />
ambientais), é depositá-lo num dos<br />
pontos de receção da rede “Do-It-Yourself”,<br />
que se destinam aos produtores<br />
particulares, cuja localização pode ser<br />
consultada na página da Sogilub, em<br />
www.sogilub.pt/pontosderecepcao/.<br />
Quantos oleões a Sogilub já colocou<br />
nas oficinas em Portugal?<br />
No total, considerando as várias fases<br />
deste projeto, que se iniciou em<br />
2013, e a rede “DIY”, já foram disponibilizados<br />
mais de 1.500 oleões.<br />
Quais as coimas (ambientais) para as<br />
oficinas que não cumpram a legislação<br />
a nível dos óleos usados?<br />
As contraordenações ambientais têm<br />
as suas molduras de coima, no artigo<br />
22.° da Lei-Quadro <strong>das</strong> Contraordenações<br />
Ambientais (Lei n.° 50/2006,<br />
de 29 de agosto). Para determinação<br />
da coima aplicável e tendo em conta<br />
a relevância dos direitos e interesses<br />
violados, as contraordenações classificam-se<br />
em leves, graves e muito<br />
graves. Assim, em função do grau de<br />
culpa, o montante <strong>das</strong> coimas aplica<strong>das</strong><br />
a uma pessoa coletiva, varia<br />
entre os nove mil e os dois milhões e<br />
meio de euros.<br />
Qual o futuro da atividade da Sogilub?<br />
O futuro da atividade da Sogilub depende<br />
sempre da renovação da sua<br />
licença e de alguma eventual alteração<br />
do seu âmbito. Embora se trate de<br />
um fluxo maduro, a nossa atividade<br />
encerra algumas características específicas,<br />
como, por exemplo, o facto de<br />
ser o único que presta um serviço de<br />
recolha porta a porta. Também o facto<br />
de se tratar de um resíduo perigoso,<br />
pois pode conter inúmeras substâncias<br />
nocivas, potencialmente indutoras<br />
de riscos graves para a saúde e para o<br />
ambiente, obriga a processos de armazenamento<br />
e de recolha em condições<br />
ambientalmente adequa<strong>das</strong>. Assim,<br />
será sempre nossa aposta a melhoria<br />
contínua dos processos e sistemas, a<br />
recolha e tratamento de dados, bem<br />
como a formação contínua de todos os<br />
intervenientes no sistema.<br />
Tem havido fiscalização às oficinas?<br />
De que forma é feita e com que<br />
consequências?<br />
Sim, a nossa perceção é de que as diferentes<br />
entidades responsáveis pela<br />
fiscalização têm exercido a sua função,<br />
até mesmo na vertente pedagógica,<br />
não me podendo, contudo, pronunciar<br />
para além disto, por não dispormos de<br />
dados quantitativos.<br />
O que acontecerá quando os veículos<br />
forem, maioritariamente, elétricos?<br />
Julgamos que ainda falta bastante<br />
tempo para que a maioria dos veículos<br />
sejam elétricos, tanto mais que, para<br />
alguns setores do transporte, como,<br />
por exemplo, o dos veículos pesados<br />
de mercadorias, não existem ainda<br />
soluções elétricas eficazes. Contudo, é<br />
evidente que uma maior penetração de<br />
veículos elétricos conduzirá a uma menor<br />
utilização de lubrificantes e, consequentemente,<br />
a um menor volume de<br />
lubrificantes auto no mercado, o que,<br />
aliás, já vem a acontecer há muito, devido<br />
ao alargamento do período de utilização<br />
dos lubrificantes, possível pela<br />
melhoria contínua da sua qualidade.<br />
Contudo, no que respeita à nossa atividade,<br />
há que ter em consideração os<br />
outros setores de atividade, que representam<br />
cerca de 60% do total de óleos<br />
usados recolhidos. l<br />
48 Fevereiro I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com