edição de 3 de fevereiro de 2020

Mídia
Quem completa 20 anos com versão
digital e eventos proprietários
Publicação da Editora Globo teve sua edição impressa encerrada em
2017 e busca se reinventar para conquistar novos públicos e anunciantes
Alisson Fernández
Que atire a primeira pedra
quem nunca ficou curioso
em conhecer as intimidades do
mundo das celebridades. Há 20
anos - completados agora em
2020 - a revista Quem, que pertence
à Editora Globo, possui entre
as suas missões trazer aos leitores
as histórias e curiosidades
do universo dos famosos.
“A Quem nasceu em um momento
de transformação do jornalismo.
Já nos primeiros 10 anos
de publicação sofremos muitas
mudanças. Apesar de termos
completado duas décadas, somos
uma marca que sempre olhou
para o digital e se reinventou
inúmeras vezes. Sem dúvidas, a
Quem é uma marca mutável que
conseguiu se manter relevante
em cenários bastante adversos”,
comenta Danilo Saraiva, editor-
-chefe da Quem.
Com o avanço do digital, que
mudou a forma de o público consumir
este tipo de conteúdo, a
marca apostou em novas frentes.
Afinal, em uma conjuntura onde
celebridades possuem os próprios
canais de conteúdo, a publicação
precisava trazer alguns
diferenciais.
“Em julho de 2017, decidimos
encerrar a versão impressa da revista
e passamos a ter uma operação
100% digital e de eventos.
Então, apostamos neste passo
mais corajoso, que trouxe uma
audiência maior, projeção e rentabilidade
para a marca”, revela
Saraiva.
Ainda segundo o jornalista,
que coordenou a transição do
impresso para o digital, com um
processo mais real-time de informações,
os profissionais da publicação
foram reeducados para
entender que a revista vivia um
novo momento.
“A nossa primeira percepção
foi a de que o público mudou. Ele
rejuvenesceu. Com isso, percebemos
que muitas das personalidades
que trazíamos não eram exatamente
o que eles queriam ler.
Então, começamos a apostar em
novos personagens. Crescemos
57% no ano em que mudamos
para o digital”, diz.
Mas engana-se quem acha que
a mudança afetou a relação com
os anunciantes. Com a criação de
novos produtos, a marca conseguiu
aumentar o número de patrocinadores.
“Trabalhamos muito para que
a nossa relação não mudasse. Na
época da transição, fomos até
as agências e anunciantes para
conversar e informar que não
estávamos voltando um passo e,
sim, dando um para frente com
mais coragem. Então, criamos
novos produtos e passamos a
realizar minieventos para reforçar
a presença da marca. É claro
que os números de crescimento
também ajudaram a atrair os
anunciantes. Talvez, tenhamos
perdido alguns no meio do caminho,
mas recuperamos todos. Podemos
dizer, com tranquilidade,
que hoje temos uma quantidade
maior de anunciantes do que na
época do impresso”.
Há uma década a marca começou
a apostar em eventos, com a
“CresCemos 57%
no ano em que
mudamos para
o digital”
Fotos: Divulgação
A primeira capa da edição impressa trazia o ator Reynaldo Gianecchini; Larissa Manoela, sucesso entre os jovens, estrela a capa digital
realização de camarotes no Carnaval
de Salvador. Um deles, aliás,
em parceria com a cantora Ivete
Sangalo. Depois, seguiu para a
cidade do Rio de Janeiro e, com a
grande repercussão, entendeu a
oportunidade de realizar outros
projetos durante o ano.
“Passamos a intensificar os
eventos. Já temos três grandes:
Quem on Stage, Camarote Quem
e Baile da Bruxa. Para o Carnaval
deste ano, em parceria com
o jornal O Globo, voltamos para
a Marquês do Sapucaí, no Rio de
Janeiro. Teremos dois temas, o
Globo vai trabalhar com Rio, eu te
amo e a gente com Quem 20 anos.
Cada um contando a sua história
e reverberando em todas as redes
sociais”, ressalta.
Para 2020, Saraiva revela que
um quarto projeto em parceria
com a revista Galileu deve nascer
depois do Carnaval. “Não posso
falar muito sobre o evento, pois
ele ainda está em processo de
produção. Será algo bem bacana
e aberto ao público”, finaliza.
Confira também o vídeo da
entrevista no site do PROPMARK
18 3 de fevereiro de 2020 - jornal propmark