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agências<br />
Worldwi<strong>de</strong> Partners enxerga agora<br />
o melhor momento para expandir<br />
Nova parceira da Propeg, re<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte se contrapõe a mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
holdings e quer ampliar presença na América Latina, como na Argentina<br />
felipe turlão<br />
Os grupos internacionais <strong>de</strong><br />
agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
existem há bastante tempo,<br />
incluindo o Worldwi<strong>de</strong> Partners<br />
(WPI), que está no mercado<br />
há 82 anos e, recentemente,<br />
estabeleceu parceria com<br />
a Propeg. No momento, esta é<br />
a única empresa do Brasil que<br />
tem acordo com a re<strong>de</strong>, mas o<br />
CEO global John Harris espera<br />
ver novas parcerias no país<br />
e na América Latina. “O país<br />
atravessou uma transição que<br />
pareceu muito positiva e é a nona<br />
maior economia do mundo<br />
e sétimo maior mercado para<br />
a publicida<strong>de</strong>. É um mercado<br />
gran<strong>de</strong> e muito importante para<br />
clientes que temos no resto do<br />
mundo. Po<strong>de</strong>mos sentir isso especialmente<br />
em setores como<br />
B2B e pharma, além <strong>de</strong> ter uma<br />
esperança <strong>de</strong> maior colaboração<br />
regional”, avalia.<br />
Além do Brasil, a WPI opera<br />
regionalmente no México, Costa<br />
Rica e Colômbia, com planos <strong>de</strong><br />
atuar em breve na Argentina e<br />
Peru, entre outros. No passado,<br />
o grupo teve parceria com agências<br />
como Heads e The Group,<br />
e o brasileiro Fernando Guntovich<br />
chegou a ser chairman do<br />
WPI. Apesar da longevida<strong>de</strong>,<br />
o Worldwi<strong>de</strong> Partners acredita<br />
que este é o melhor momento<br />
para expandir a re<strong>de</strong> e fortalecer<br />
o negócio <strong>de</strong> agências. Harris<br />
cita o contexto <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> atingir resultados das<br />
holdings, e o mo<strong>de</strong>lo que acaba<br />
por “matar” marcas <strong>de</strong> agências<br />
tradicionais e talentos.<br />
Ao contrário do mo<strong>de</strong>lo dos<br />
grupos como WPP e Publicis,<br />
em que existe a aquisição do<br />
negócio, busca pelo controle da<br />
operação e cláusulas <strong>de</strong> earn-<br />
-out para os sócios, o mo<strong>de</strong>lo<br />
do WPI é <strong>de</strong> parceria estratégica<br />
em que suas agências divi<strong>de</strong>m<br />
o que têm <strong>de</strong> melhor, seja posição<br />
geográfica, i<strong>de</strong>ias ou práticas,<br />
sempre para buscar mais e<br />
melhores clientes em conjunto.<br />
Vitor Barros e John Harris: a<strong>de</strong>rir à WPI é uma forma <strong>de</strong> apostar na retomada da economia<br />
“Eu não tenho agências, e sim,<br />
elas que têm o WPI. Eu não sou<br />
o chefe”, brinca Harris, ao explicar<br />
o mo<strong>de</strong>lo.<br />
O apetite dos grupos <strong>de</strong><br />
agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ocorre<br />
em paralelo a uma redução <strong>de</strong><br />
movimentos <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s grupos. Um estudo da<br />
consultoria R3 reportado pelo<br />
Marketing Dive aponta que o<br />
valor das aquisições no setor <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> e marketing caiu<br />
15% em 2019, na comparação<br />
com o ano anterior. A quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> negócios feitos pelas<br />
gran<strong>de</strong>s holdings caiu para<br />
menos da meta<strong>de</strong>, ficando em<br />
US$ 6,53 bilhões, sendo que<br />
gran<strong>de</strong> parte correspon<strong>de</strong> à<br />
compra da Epsilon pelo Publicis,<br />
por US$ 4,2 bi. A Dentsu li<strong>de</strong>rou<br />
esse ranking com 12 transações<br />
ao todo no mundo.<br />
Para a Propeg, a<strong>de</strong>rir à WPI é<br />
uma forma <strong>de</strong> apostar na retomada<br />
da economia brasileira e<br />
um possível maior interesse das<br />
marcas globais no país. “Compartilhamos<br />
a visão do WPI e<br />
continuamos sendo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Sempre brigamos com<br />
esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> escala global,<br />
então, ou ven<strong>de</strong>mos a agência<br />
para alguém ou <strong>de</strong>vemos ter<br />
uma parceria pra trabalhar globalmente<br />
com as marcas. Outra<br />
vantagem é a colaboração com<br />
quem tem os mesmos problemas<br />
que nós, como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Se sou parte <strong>de</strong> uma<br />
holding, há sempre uma briga,<br />
com cada um fazendo sua parte<br />
e com os cortes <strong>de</strong> custos <strong>de</strong><br />
toda forma. E quando você segue<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, a sua marca<br />
não morre, mas ganha escala<br />
global. O que temos visto nos<br />
últimos anos no Brasil é diversas<br />
empresas morrendo da noite<br />
para o dia, e não é o que <strong>de</strong>sejamos”,<br />
resume Vitor Barros,<br />
CEO nacional da Propeg.<br />
O WPI diz ter mais <strong>de</strong> 65<br />
Alê Oliveira<br />
agências em 40 países, além <strong>de</strong><br />
115 escritórios, 6 mil funcionários<br />
e US$ 5 bilhões em faturamento<br />
anual. “Nosso mo<strong>de</strong>lo<br />
permite às agências ter mais escala<br />
e manter 100% <strong>de</strong> sua in<strong>de</strong>pendência.<br />
As marcas precisam<br />
<strong>de</strong> agências que sejam efetivas<br />
em escala global, mas com a<br />
personalida<strong>de</strong> local, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
a cultura e hábitos. As agências<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes possuem<br />
ainda velocida<strong>de</strong> e agilida<strong>de</strong>,<br />
com customização <strong>de</strong> soluções<br />
e sem sacrificar a criativida<strong>de</strong><br />
e os talentos. A obrigação <strong>de</strong>las<br />
é com os clientes, e não com os<br />
acionistas e cortar custos”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
Harris. Uma vantagem do<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> holding é a escala<br />
que permite eficiência na compra<br />
<strong>de</strong> mídia, mas o executivo<br />
prevê que com as consolidações<br />
a diferença para as in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
diminuirá. É em oportunida<strong>de</strong>s<br />
como essa que o WPI e suas<br />
agências preten<strong>de</strong>m surfar.<br />
jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27