NOSSOS PASSOS
1
Paróquia São Francisco de Paula - Ordem dos Mínimos
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Arquidiocese do Rio de Janeiro - Vicariato de Jacarepaguá - 1º Região Pastoral
Ano XV - 246
Dezembro/ 2019
O Natal Cristão
Católico
2 DEZEMBRO/ JUNHO/ 2019
NOSSOS PASSOS
3
Diretor:
Frei Evelio de Jesús Muñoz
Conselheiros:
Gilberto Rezende
Haroldo da Costa S.
Departamento de Comunicação e Marketing:
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Jornalista Responsável:
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2.000 Exemplares
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De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
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A Revista Nossos Passos é uma publicação da Paróquia
São Francisco de Paula e respeita a liberdade de expressão.
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Ed. Setembro/ 2019
NOTÍCIAS
MATÉRIA DE CAPA
ARTIGO
SUMÁRIO
Igreja de São Francisco, no Chile, é alvo de profanação
p. 06
Feministas atacaram e atearam fogo em cruz histórica
p. 07
O Natal Cristão Católico
p. 08
Decisão e virtude na República
p. 10
Entre a sobremesa e o cafezinho
p. 12
Como peregrinar à Terra Santa ajuda a fortalecer a fé
dos cristãos?
p. 15
Thor, São Bonifácio e a origem da árvore de Natal
p. 17
Papa Francisco adverte que o presépio é um sinal de
nossa fé que não deve se perder
p. 19
Hoje a Igreja celebra São Nicolau, padroeiro das
crianças
p. 21
A Carta de São Judas: uma resposta à atual crise da
Igreja
p. 23
In Lumine Tuo
p.29
4 DEZEMBRO/ 2019
EDITORIAL
Menssagem de Natal
Nesse momento de paz, onde todas
as pessoas se abraçam, se entendem,
se cumprimentam e buscam por novos
sonhos, para tentar descobrir a razão de
serem feliz de verdade.
Neste momento onde Deus se faz
presente em cada oração, cada família,
em todos os lares, eu também gostaria
de expressar o meu carinho para todos
vocês.
Quero desejar que os seus passos
nunca estejam sós, estejam sempre
amparados pelos querubins e arcanjos
que têm a missão de caminhar com você
segurando firme em suas mãos, para que os
seus pés nunca venham a tropeçar no meio
do caminho, quero desejar que Cristo Jesus
habite o seio de sua família e conforte-lhes
em todos os momentos.
Que neste Natal você possa sentir
a presença de Deus, da paz, do amor e do
perdão.
Feliz Natal, na paz de Deus, que
sempre pode todas as coisas, pois para o
Senhor nada é impossível.
Desejo a todos da nossa querida Paróquia
um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.
EXPEDIENTE
PAROQUIAL
Pároco:
Frei Evelio de Jesús Muñoz
Padres:
Frei Zezinho - Vigário (Pe. José Antônio de Lima)
Frei Dino (Pe. Costantino Mandarino)
Igreja Santa Teresinha
Praça Desembargador Araújo Jorge, s/n
Largo da Barra
Capela São Pedro - Ilha da Gigóia
R. Dr. Sebastião de Aquino, nº 90 A
HORÁRIOS DAS MÍSSAS
Paróquia São Francisco de Paula:
De Segunda a sexta-feira: 7h30m e 19h.
Sábado: 17h (crianças) e 19h.
Domingo: 7h30; 10h; 17h e 19h (jovens).
Barramares:
Quarto domingo do mês, às 17h.
Capela São Pedro (Ilha da Gigóia)
Domingo, às 9h.
Santa Teresinha:
Domingo às 19h30h
GRUPOS DE ORAÇÃO
Paróquia São Francisco de Paula
Quarta-feira, às 15h: quinta-feira, às 20h.
TERÇO DOS HOMENS
Santa Teresinha
Toda terça-feira do mês, às 20h
ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Paróquia São Francisco de Paula:
Quinta-feira, o dia todo.
Santa Teresinha
Primeira quinta-feira do mês, às 20h.
NA PARÓQUIA
Confissões:
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 11h e das 15h às 17h:
Domingo, antes das missas.
Hora Santa Vocacional
Primeira sexta-feira do mês, às 17h30m.
Inscrições para batizados:
Segunda-feira, das 18h30m às 19h30m:
Quinta-feira, das 15 às 17h
Ambulatório Médico
De seg a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13 às 17h
Assistência Jurídica
Quarta-feira, às 15h
Frei Evelio de Jesús Muñoz
Pároco
Assistência Psicológica
Quarta-feira, das 9 às 11h
Mediação Comunitária
Terças e sextas-feiras das 9h às 12h e das 14h às 20h.
NOSSOS PASSOS
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos muitos participantes de nossa
Comunidade Paroquial que, voluntariamente
comprometidos, empenham-se em fazer a sua partilha
em favor das atividades pastorais desta comunidade.
Tenham todos a perfeita consciência de que, com
seu gesto, contribuem para fazer acontecer, em nossa
Paróquia, os benfazejos efeitos da Divina Providência.
A todos os membros desta abençoada comunidade
enviamos abraços fraternos dos agentes da Pastoral
do Dízimo, acompanhados de sinceros votos de Feliz
Natal e venturoso ano novo.
6 DEZEMBRO/ 2019
NOTÍCIAS
Igreja de São Francisco, no Chile, é alvo de profanação
A Igreja de São Francisco, em Valdívia, no Chile,
foi profanada e vandalizada nesta quarta-feira,
13. A informação foi confirmada pelo Vigário
Geral da diocese, Dom Nelson R. Huaiquimil. Em
declaração, o bispo descreve a tristeza dos fiéis pelo
ato profano e pede aos chilenos que se unam em
oração pela justiça e paz no país que enfrenta sérios
problemas sociais e políticos.
“Estamos profundamente tristes com a destruição
que o Templo de São Francisco de Valdivia sofreu,
sabemos que o mais importante em todas as
situações são sempre as pessoas, e lá vivem cinco
irmãos dehonianos, pessoas consagradas ao serviço
da comunidade. Eles estão bem, mas experimentam
um estado natural de desamparo e dor. Dói-nos o
fato de terem entrado no templo e o Santíssimo
Sacramento ter sido profanado, destruído as
imagens sagradas, destruído o mobiliário e
causado danos gerais a essa parte do patrimônio,
que pertence a todos os valdivianos”
A Igreja, patrimônio histórico do país, foi
construída entre 1586 e 1628 e é o edifício mais
antigo da cidade, tendo resistido a três grandes
terremotos.
Na declaração, o vigário geral afirma compartilhar
a legítima busca por justiça e paz empreendida por
tantos chilenos em todo o país. Ele destaca as “belas
manifestações que devem nos encher de esperança;
no entanto, é chocante ver mortos e feridos e muitas
pessoas que sofreram destruição e danos por causa
da violência”.
Por fim, ele convida todos “a se unirem à oração
e à busca do bem, a todos aqueles que sofreram
violência e causam violência de diferentes tipos”,
exortando-os a se olharem “não como inimigos,
mas como aqueles que são capazes de construir
juntos a família humana que todos esperamos ”.
A crise política e social pela qual o Chile está
passando é acompanhada de manifestações
violentas que já causaram vários danos aos locais
de culto. Os Bispos do país já expressaram sua
tristeza “pelo ataque às igrejas e locais de oração
sem respeito a Deus e àqueles que acreditam nele”,
lembrando que “as igrejas e outros locais de culto
são sagrados”.
No último domingo, 10, o Santuário de Maria
Auxiliadora, em Talca, foi invadido, as imagens
sacras foram destruídas e queimadas junto com os
bancos da Igreja.Também no domingo, 10, durante
manifestação em Viña del Mar, no litoral do país,
foi invadida a Paróquia de Santa Maria dos Anjos,
em Reñaca.
Foram alvo também de vandalismo a Paróquia da
Assunção, em Santiago, a Catedral de Valparaíso e
a Paróquia de Santa Teresa dos Andes, em Punta
Arenas. Há relato de que outras igrejas foram
apedrejadas e sofreram algum tipo de ataque.
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Fonte:
https://www.acidigital.com/noticias/libertam-cinco-cristaos-que-ficaram-injustamente-presos-durante-11-anos-73702
NOSSOS PASSOS
7
Feministas atacaram e atearam fogo em cruz histórica
O Arcebispo de Salta (Argentina), Dom Mario
Cargnello, expressou em 4 de dezembro sua
perplexidade com o ataque cometido no dia
anterior por um grupo de feministas contra a
Cruz do Congresso Eucarístico Nacional de
1974, em cuja base atearam fogo.
A cruz do Congresso Eucarístico Nacional
foi erguida em setembro de 1974, ao pé da
colina de São Bernardo, em Paseo Güemes,
na esquina da passagem Del Milagro, no
centro da cidade.
Um grupo de mulheres, que em 3 de dezembro
afirmaram que se manifestavam contra a
violência de gênero, tentou incendiar a cruz
histórica que mede 16 metros de altura e 9
metros de largura.
Elas replicaram a performance “El violador
eres tú” (O abusador é você), uma música
criada pelas feministas chilenas denominadas
“Las Tesis” no contexto das manifestações
sociais do país. O ataque à cruz foi rechaçado
nas redes sociais.
“Não é fácil refletir sobre um acontecimento
que é absurdo e nos deixa perplexos. O que
significa? Que mensagem nos transmite? O
que se pretende?”, questionou Dom Cargnello.
“Essa Cruz foi plantada como um chamado
à unidade de todos os argentinos. Levantado
no alto sobre a terra, o Senhor Jesus nos atrai
para Ele. Ele nos reconcilia com Deus em um
só corpo por meio da Cruz. Por isso, a Cruz
se tornou um sinal da aspiração profunda
do Povo de Salta de ser um povo fraterno,
justo, acolhedor, pacífico e pacificador”,
acrescentou.
“Encomendamos ao Senhor, que nos exorta
da Cruz proclamando a força vivificante do
amor, as pessoas que tentaram queimar esse
sinal abençoado. Que Ele, pela ação de Seu
Espírito, permita-lhes que abram suas mentes
e corações à Sua Verdade amorosa, que nos
liberta e nos torna capazes de fraternidade”.
Da mesma forma, o Arcebispo de Salta pediu
àqueles que “alimentam atitudes hostis, que
às vezes se tornam muito perigosas, que
reflitam e creiam na força do amor que vence
o ódio, da unidade que nos ajuda a ser mais
humanos”, finalizou o comunicado.
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Fonte:
https://www.acidigital.com/noticias/feministas-atacaram-e-
-atearam-fogo-em-cruz-historica-25561
8 DEZEMBRO/ 2019
O Natal Cristão
Católico
O
enunciado deste artigo, por si só, já diz muito.
Para os que querem ser cristão “este muito” é o
óbvio: o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Além de um fato histórico para a humanidade é O
acontecimento da realidade cristã, o fato que renova a
criação do homem, que realiza as promessas de Deus
feitas aos patriarcas, que traz a Salvação para o homem
e que chegará à sua plenitude na Paixão, Morte e Ressurreição
de Jesus Cristo. Como diz São Leão Magno,
papa, Sermões Séc. V: “Hoje, amados filhos, nasceu o
nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza
no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando
o temor da morte, enche-nos de alegria com a
promessa da eternidade” 1 .
Serão abordados aqui, dois pontos em relação a
nossa vida atual de cristão, a saber:
Primeiro, a entrega total de amor do Verbo de
Deus para a salvação do homem. O nascimento de
Jesus Cristo nos chama a atentarmos ao nascimento
e renovação de Cristo em nós mesmos, nos chama à
conversão, ao agir de boa vontade por amor a Cristo
e à salvação do próximo. Um agir de coração puro
que aqui podemos entender, também, como a pureza
de escolher Cristo e negar o mundo e em tudo fazer
apenas com os olhos voltados para Ele, não nos deixemos
misturar com as coisas do mundo e, sim, sempre
preferir as coisas do alto, as coisas de Deus. Quando
Cristo nasce em nosso coração, nosso olhar muda,
nossa natureza corrompida pelo pecado ganha o toque
da graça divina. Coisa mais poderosa e amorosa foi o
Verbo de Deus se tornar carne (homem) na pessoa de
Jesus Cristo, foi uma inteira entrega de amor assumir
a vida humana e todos os nossos pecados para a nossa
salvação. Podemos concluir que o Natal Cristão traz
alegria e vida que deve ser vivida em comunidade (a
Igreja) e na esperança de alcançar a vida eterna, a intimidade
com Cristo que devemos procurar viver desde
esta vida na terra, a isto São João Paulo II:
Ao recordar que o “Verbo Se fez carne”, isto é,
que o Filho de Deus Se fez homem, devemos
tomar consciência do grande que se torna
todo o homem através deste mistério; isto
é, através da Encarnação do Filho de Deus!
Cristo, efetivamente, foi concebido no seio de
Maria e fez-Se homem para revelar o amor
eterno do Criador e Pai, assim como para
manifestar a dignidade de cada um de nós 2 .
O segundo ponto é a resposta de amor do
homem para se apropriar da salvação recebida. Ao
olhar para o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo
NOSSOS PASSOS
notamos a obra de redenção que foi o Verbo de Deus
se tornar um homem e nos toca sensivelmente esta
realidade divina visível. Deus é visível e real, é um
exemplo de como devemos agir como homens criados
à imagem e semelhança de Deus. Devemos tomar a
atitude de amar Deus, de amar Jesus Cristo. Desejar
uma vida de intimidade com Deus que renova todas
as coisas. Depois de decidirmos amar Jesus Cristo
como colocaremos isto em prática? Vivendo como
Ele mesmo nos ensinou, seguir seus mandamentos,
viver verdadeiramente os sacramentos, sobretudo a
Eucaristia e a Penitência, e a vida de oração íntima e
pessoal (conf. Mt 6, 6) 3 , a isto diz Raniero Cantalamessa:
Neste itinerário exemplar de fé há um
ponto que devemos sublinhar com força
e tornar nosso neste dia: a decisão de ir a
Belém – Vamos até Belém, disseram uns
aos outros pastores. E nós, também, neste
Natal, digamos uns aos outros: Voltemos a
Belém! Voltemos à simplicidade e à pureza
das origens; descubramos o berço em que
nascemos. Afastamo-nos demais de Belém;
nossa fé se sobrecarregou de raciocínios
complicados e por vezes obscuros que destoam
daquele “menino do presépio”; nossa Igreja se
tornou pesada como uma matrona curvada
pelos anos e pelos objetos que carrega 4 .
Em síntese, o nascimento de Nosso Senhor
Jesus Cristo nos dá o amor e espera uma resposta
livre e verdadeira a esse chamado de amor. Um ato de
conversão, uma resposta ao toque de Deus em nós,
que nos renova, assim como o Verbo de Deus renovou
todas as coisas ao tocar a terra na pessoa de Jesus
Cristo. Entendamos aqui o sentido desta renovação
não como uma modernização, como quem é do
mundo sempre entendeu. Entendamos o sentido desta
renovação com a pureza de espírito que a graça divina
nos dá, como uma restauração que tira o desgaste de
uma obra prima que ficou exposta às intempéries. Nós,
cristãos, somos essa obra prima de Deus exposta às
intempéries da vida, mas renovados em Jesus Cristo.
Decidamos ser de Cristo e não do mundo (conf. 1Jo 2,
15-17) 5 . Quando nos aproximamos de Jesus Cristo, Ele
se aproxima ainda mais de nós.
Por fim, desejemos conseguir fazer da nossa
vida uma oblação a Deus, unidos intimamente a Jesus
Cristo, assim como diz S. Nicolau de Flue na seguinte
oração:
Meu Senhor e meu Deus, tirai-me tudo o que me
afasta de vós.
Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo o que me
aproxima de vós.
Meu Senhor e meu Deus, desprendei-me de
mim mesmo para doar-me por inteiro a vós 6 .
Referências:
[1] Liturgia da Horas. Natal e Advento. São Paulo: Editora
Paulus. Vol. I, p. 362.
[2] São João Paulo II, Alocução na recitação do Angelus,
Santuário de Jasna Góra, 5-VI-1979.
[3] Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora
ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê no lugar oculto, te
recompensará.
[4] Cantalamessa, Raniero. O Verbo ser faz carne / Raniero
Cantalamessa; tradução de [Cornélio Dall’Alba]. – São Paulo:
Editora Ave Maria, 2012. 896 p. 246
[5] Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém
ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que
há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida – não procede do Pai, mas do
mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas
quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.
[6] Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola.
N. 226.
9
10 DEZEMBRO/ 2019
Decisão e virtude na
República.
Dr. Roberto Wanderley Nogueira
Juiz Federal
Professor de Direito da UFPE
Há decisões judiciárias que assumem o
mesmo perfil das falácias: militância política
disfarçada de ativismo judicial. A virtude
intrínseca de um ato judicial, todavia, reside
no seu caráter jurídico, a dizer, estar de acordo
com a Ordem Jurídica, com a Constituição.
Caso contrário, não passará de uma nulidade.
Com efeito, muito pior do que tudo o que
se tem observado no Congresso Nacional sobre
matérias que interessam de perto à magistratura,
mas que em grande medida já se encontra
disciplinada na LOMAN (Lei Orgânica da
Magistratura Nacional), salvo alguma ou outra
variável de menor monta, nada obstante o vício
de sua origem, são as teratologias perpetradas
pelos eleitos da classe política, a exemplo do que
se passou na violação direta da Constituição
Federal, consistente na declaração de que não
há crime na prática de certos tipos de aborto.
No Brasil toda forma artificial de interrupção
da gravidez é ilícita, muito embora em duas
hipóteses não se puna a conduta, devido ao
enorme drama pessoal pelo qual as gestantes
têm de passar. Nada obstante, não há licença
para matar nascituro no Brasil.
Realmente, nada pode ser mais estranho
e esotérico, menos alopoiético que decisões
que tais, tiradas à margem da Ordem Jurídica.
Consubstanciais ao escárnio da vida, importam
em clara violência contra a Constituição Federal
que todos têm de cumprir e as autoridades têm
de fazer observar.
Isso teria de ser submetido, aí sim, ao
crivo das responsabilizações que o Congresso
Nacional, em não se tratando de cláusula
pétrea (imutável, sequer por meio de
revisão constitucional), agora cogita para a
magistratura e para o ministério público, sem
dúvida alguma. A Suprema Corte de um país
não pode ser fonte de proselitismo ideológico
ou de experimentalismo algum. Trata-se apenas
da última cidadela interna para a consecução
dos direitos individuais e coletivos, sobretudo
quando fundamentais.
A vida humana, objeto incondicional de
proteção constitucional entre nós, é o primeiro
desses direitos fundamentais que se tem
relativizado mundo afora - e por aqui não parece
NOSSOS PASSOS
diferente, ainda que sem correspondência legal
- por alguma razão que ninguém sabe ao certo
precisar no contexto de certos modismos de
ocasião inteiramente descolados da natureza
mesma das coisas. Trata-se de um cenário de
absurdos que denunciam uma certa decadência
do sistema do poder político privado de
racionalidade, mas prenhe de manigâncias e de
jogos de poder.
Outrossim, uma Suprema Corte é sempre
órgão constituído, produto de uma criação
convencional (normativa), e não encarna,
por isso mesmo, o poder Constituinte de um
Estado soberano, fonte criadora do Direito
Positivo como ferramenta de garantia da paz
social.
O manejo em foco que, no Brasil, já
vem repercutindo negativamente na Câmara
dos Deputados e na consciência humana
das pessoas com espírito elevado, traduz um
exercício que revela falta de consciência dos
próprios limites. Esse risco, naturalmente,
é proporcional ao formato de como são
compostos os quadros da Suprema Corte
em nosso país, que deve ser urgentemente
reorientado sem prejuízo de outras implicações
para os que forem encontrados em falta
funcional ou crime de responsabilidade por
atentarem frontalmente contra a Constituição
da República, nada obstante a imunidade
judiciária, que não pode servir de pretexto
às impunidades tampouco. A República
brasileira vive um teste de resistência no
momento, sobre saber se as suas instituições
de fato funcionam ou se atuam apenas como
mera fachada.
Com efeito, no sistema republicano
não pode haver exercício de autoridade sem
11
a contrapartida da responsabilização pelos
excessos ou desvios perpetrados, porque os
agentes políticos não substituem o Estado.
Representam-no.
Ao fim, pode-se dizer que se as virtudes da
firmeza e da fortaleza, que são virtudes éticas
da República, acolhem, todavia, bandeiras de
luta mentecapta, primitiva ou fisiológica, de
nada adiantam, porque não seriam aplicadas
como ferramentas edificantes da sociedade,
senão como argumento de manutenção de
privilégios que mais não se reconhecem como
válidos na contemporaneidade, à vista do que
se passa nos humores dos intérpretes da norma.
É preciso saber onde se pretende aplicar tanta
firmeza e tanta fortaleza para se avaliar se vale
a pena fazê-lo.
Como dito, firmeza e fortaleza,
isoladamente, não dizem coisa alguma
aos representados. São virtudes neutras e
neutralidade alguma impulsiona os ideais dos
grupamentos humanos. É preciso arte para
falar muito e não dizer nada.
Portanto, de acordo com a Teoria Política,
as virtudes republicanas só se prestam às
finalidades para as quais são concebidas se forem
consubstanciais aos valores da sociedade para a
qual deve estar a serviço. Caso o fenômeno não
se materialize a contento, a solução é alternar
o exercício do poder em todas as instâncias e
esferas nas quais o funcionamento republicano
claudique ou deixe de realizar as suas finalidades
públicas.
_____________________________________
Referências:
https://blogdosilvinhosilva.blogspot.com/2019/12/decisao-e-virtude-na-republica.html
12 DEZEMBRO/ 2019
Entre a
sobremesa e o
cafezinho
Renata Quiroga
Psicanalista
Coordenadora do Serviço Social em Psicologia, em Psicopedagogia,
em Psicanálise da Paróquia São Francisco de Paula.
família constitui-se em um sistema de alta complexidade
organizacional. Crenças e valores pró-
A
prios articulam-se com o objetivo de manter a sobrevivência
de seus membros e de sua própria instituição.
A condição intrínseca à própria história do homem
revela-se por ser a unidade social mais primária da
qual pertence a espécie humana.
Sob a perspectiva histórica, o homem sedentário
já organizava-se em grupos pelo matrimônio ou a
partir de um ancestral. Unidos por laços sanguíneos
e vivendo à sombra do patriarca, os clãs sustentavam
a identidade cultural e patrimonial de seus
agrupamentos sociais.
Desde sempre, a família ofereceu ao sujeito
espaço para socialização, exercício de cidadania e
desenvolvimento individual determinados por suas
características e dinâmicas. Das primeiras formações
até a atualidade, houve diversas transformações
no semblante da instituição família. As mudanças
foram multi determinadas por questões pertinentes
aos próprios membros ou alterações nos contextos
políticos e sociais.
Cada período de transição sócio-política e do
próprio ciclo vital, consegue exercer no grupo familiar
pressão capaz de convocá-lo à adaptação. Este ajuste
faz-se necessário à garantia do desenvolvimento
psicossocial dos indivíduos pertencentes ao
agrupamento.
Dessa forma, a estrutura familiar é definida,
intrinsecamente, na relação com o momento
histórico no qual está mergulhada a sociedade que lhe
organiza. Mudanças externas impactam importante
efeito nos grupos familiares. Aliado a isso, a família é
peça fundamental para formação e determinação do
funcionamento psíquico e comportamento de seus
membros.
O percurso da família através dos tempos é a
base da construção do indivíduo sob a perspectiva do
desenvolvimento humano. A família pré-moderna
ou extensa, refere-se ao formato familiar existente
entre os séculos XVI e XVIII. Neste, co-habitavam
no espaço físico, não somente o casal parental, mas
também pais, filhos, netos e agregados.
O predomínio do comando era patriarcal.
O pai possuía poder quase absoluto e autoridade
indubitável, homens e mulheres viviam em ampla
desigualdade. No contexto deste período, pela
NOSSOS PASSOS
perspectiva religiosa, Deus era soberano; no espaço
político a soberania era do Rei e; no universo
familiar o pai era supremo. Dessa forma Deus/pai/
rei constituía-se em uma tríade de poder contínuo
na qual cada figura apoiava-se no poderio da outra.
A figura feminina era restrita à procriação e
ao trabalho doméstico, tendo na ordem social uma
imagem totalmente desvalorizada e submissa ao
poder masculino vertical.
As crianças eram consideradas mini-adultos,
recebiam educação através de atividades domésticas,
em função de não frequentarem as escolas.
O espaço familiar fornecia extrema importância
aos idosos, considerados os guardiões da sabedoria e
da memória. Estes tinham a função de transmitir, de
forma viva, os saberes e valores da historia familiar.
A família moderna passou a questionar a
problemática do patriarcado, fazendo com que a
figura soberana do pai desse lugar à uma paternidade
ética. Torna-se uma família mais restrita, sem a
participação de avós e outros membros no convívio
em um mesmo ambiente.
13
Como herança da Revolução Francesa e da
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
(1789), a família nuclear experiência o fim da relação
hierárquica entre homens e mulheres. Contudo, em
uma tentativa de recuperação do poder, o patriarcado
enfatiza a competição entre os sexos: O exercício da
maternidade e cuidados com o lar como funções
principais da mulher versus a posição clássica
masculina de comando familiar, fundamentam uma
nova questão ético-política.
A idealização da riqueza saiu da expansão
territorial do passado à procura de qualidade de vida.
A busca de excelentes condições de saúde e educação
formam o novo paradigma de prosperidade dos povos.
Nesse cenário os novos arranjos e papéis
são desenhados: pelo idoso como símbolo de
improdutividade, destinando-se a ele um lugar
marginalizado pela associação à morte social; pela
criança como representante do futuro e, portanto alvo
14 DEZEMBRO/ 2019
de grande investimento médico e pedagógico; pelo
homem ainda como detentor do domínio do mercado
de trabalho e gestão do espaço público e; pela mulher
como a responsável pelo investimento doméstico de
zelar pelas crianças.
Nos tempos modernos, esse novo formato
familiar viveu a chegada, de outras figuras femininas:
a infanticida em seu estado puerperal que abandona
ou mata seus filhos; a ninfomaníaca e sua inesgotável
volúpia e; a prostituta.
A psicanálise freudiana via nesse panorama o
imaginário daquelas mulheres que não passavam suas
fantasias às experiências e moviam-se em direção
à produção de neuroses. A Histeria e a melancolia
ganharam força e montaram as peças desse quebracabeças
do ideário feminino no início do século XX.
O movimento feminista que retirou as
mulheres de um lugar circunscrito à maternidade
e as lançou em outras conquistas, produziu grandes
transformações sociais para o mundo contemporâneo.
O casamento dissociou-se da ideia de eterno e não é
mais a base da família; novas conjugações das figuras
parentais trouxe aos filhos um outro olhar sobre
as representatividades da autoridade; surgiram as
famílias mono parentais, nas quais os filhos ficam
sob os cuidados de somente um dos pais; e as família
handicapé definidas pela incompletude funcional e
entrega da educação dos filhos para as instituições de
ensino.
O idoso resgata certa parte de sua colocação
na sociedade que vê na terceira idade alvo de ações
sociais e políticas públicas ligadas ao lazer e ao esporte.
A contemporaneidade assiste a busca da mãe
por alocar-se existencialmente diferente de outras
épocas. Ocorre uma afetação na subjetividade infantil
como desinvestimentos narcísicos e aumento da
tirania infanto-juvenil, a exemplo do bullying.
A família diminuiu sua robustez no viés
da autoridade, surgiram patologias psicológicas
como síndromes do pânico, melancolia, transtornos
compulsivos de abuso álcool e drogas e outras
relacionadas a transtornos alimentares.
maravilha tecnológica, as relações interpessoais
sofreram seus danos com a intermediação midiática
da empatia. A paisagem do espaço de convivência
é bastante semelhante em diversos lugares: todos
refletidos sobre a tela do celular e outros dispositivos
eletrônicos.
Não há retrocesso possível para o mundo na
palma das mãos. Seria, inclusive, uma grande perda
para a humanidade caso voltássemos aos processos
arcaicos de comunicação e desenvolvimento
tecnocientífico.
Contudo, nos sítios de convivência, a
interlocução é, na maioria das vezes, intervencionada
por representações gráficas cuja função é comunicar
uma ideia, emoção ou sentimento. Não só os
conhecidos emojis funcionam como doublé do
corpo emocional do sujeito. Curtidas, seguidores e
outros jargões das redes sociais cumprem o papel
de transmitir a fruição relacional dos indivíduos da
contemporaneidade.
A grande questão que esta forma de relação
convoca para questionamento fala sobre a distância
e pouca nitidez entre as pessoas. Enquanto, se está
em um show no qual a grande parte filma o que está
acontecendo ao vivo, corremos o risco de sermos
o hard disk(HD) externo de nosso próprio celular.
Nossa memória não vai registrar o amalgamento
dos fatos e suas respectivas emoções; vai sequer,
rever o que se viveu, ao vivo e a cores, em seu post
social.
A tecnologia e sua genialidade aproximaram os
universos e distanciaram os diálogos. O Iluminismo
nos trouxe o gigantismo da mecanização que hoje
tão bem é representado pelas redes sociais… a vida
alheia que nos alheia à vida.
Qualquer que seja a forma familiar vigente, a
representatividade simbólica da mesa do jantar deve
ser reinventada sob o entendimento de se resgatar a
dialética entre seus membros. Iluminar as relações
pela via da palavra pode ser uma boa ideia para
acontecer entre a sobremesa e o cafezinho.
Além da soma de tantas transformações,
a atualidade é bastante definida pela presença da
tecnologia da comunicação. A despeito de toda
A conversa une, esclarece, aproxima e acolhe a
todos, com o objetivo de fazermos a caminhada das
mãos dadas sobre o trilho da solidariedade.
NOSSOS PASSOS
15
Como peregrinar à Terra
Santa ajuda a fortalecer a
fé dos cristãos?
Por David Ramos
Pe. Juan Solana, diretor do Pontifício Instituto Notre
Dame, em Jerusalém, e do Centro Magdala,
na terra de Maria Madalena, destacou que, quando
um cristão peregrina “à Terra Santa, dimensiona e
contextualiza a pessoa, a vida e os ensinamentos de
Jesus”.
Em diálogo com ACI Prensa – agência em
espanhol do Grupo ACI – o sacerdote mexicano disse
que “a fé dos cristãos se baseia em ensinamentos: o que
minha mãe me ensinou, o que aprendi no catecismo, o
que aprendi na escola ou na paróquia”.
Para muitas pessoas, disse, esses ensinamentos
podem ser confundidos com “contos bonitos e
inspiradores”. “E muitas vezes, perde-se a dimensão
da realidade”, acrescentou.
O sacerdote recordou que, anos atrás, “vieram
dois peregrinos italianos, fundamentalmente católicos
de origem. Entraram aqui (no Instituto) Notre Dame
depois de terem feito a Via Dolorosa, e os dois me
disseram, com lágrimas nos olhos: Padre è vero, Padre
é verdade. O que aprendemos como contos bonitos,
edificantes, é verdade, é uma história verdadeira e
Jesus Cristo é uma pessoa verdadeira”.
“Posso levá-lo ao Monte Arbel, que é um
monte que amo muito, fica ao lado de Magdala
e, a partir daí, mostrar quase todos os elementos
que Jesus Cristo menciona em seus ensinamentos
do Evangelho. Fala sobre os pássaros, as flores, o
semeador, o campo de trigo, o joio, o pescador,
os barcos. Tudo o que Jesus Cristo menciona no
Evangelho, eu posso lhe mostrar daquele lugar”.
“Passar dessa dimensão do ensinamento bonito
de uma criança de Primeira Comunhão para o
realismo de uma história verdadeira é muito
importante para a nossa fé”, destacou.
O sacerdote, membro dos Legionários de Cristo,
lembrou que São João Paulo II, perto do final de seu
pontificado, encomendou à congregação mexicana o
Pontifício Instituto Notre Dame em Jerusalém, “que é
uma casa de peregrinos em Jerusalém”.
“Assim que chegamos, pouco tempo depois,
percebemos que Jerusalém e seus arredores eram
apenas uma parte da peregrinação, na Judeia. A
outra parte fica ao norte, na Galileia, onde fica
Nazaré, o mar da Galileia, o monte Tabor, Caná,
Cafarnaum”.
“Já estávamos em Jerusalém, em Notre Dame,
faltava o complemento, a outra perna para poder
caminhar e essa outra perna foi pensar em uma casa
de peregrinos na Galileia”, disse, explicando assim
como decidiram começar os trabalhos para o que
é hoje o Centro Magdala, na cidade de Santa Maria
Madalena.
“No começo, não sabíamos onde seria feito.
Com o tempo, soube que um terreno em Magdala
estava à venda; era um hotel antigo e abandonado,
chamado Hawaii Beach. Quando me disseram
que estava à venda, fui visitá-lo, adorei o local e
pudemos realizar a compra e planejar a casa dos
peregrinos em Magdala”, afirmou.
16 DEZEMBRO/ 2019
O Centro Magdala foi inaugurado em 24 de
novembro e contou com a presença de convidados
importantes. Entre eles, estava o Administrador
Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom
Pierbattista Pizzaballa.
Dom Pizzaballa disse à ACI Prensa, que a terra
de Maria Madalena “nos recorda, antes de tudo, a
misericórdia de Deus através de Jesus, e também
a importância de nos tornarmos testemunhas do
Ressuscitado”.
“A vida cristã é uma vida de anunciar que Cristo
é o Senhor, e Magdala é um dos lugares para anunciar
isso”, assinalou.
O Administrador Apostólico do Patriarcado
Latino de Jerusalém indicou que as obras arqueológicas
realizadas pela Universidade Anáhuac do México neste
centro de peregrinos, localizado em uma região onde
foram encontradas uma sinagoga e uma cidade do século
I, “é muito importante porque testemunha que o que
acreditamos é uma história que podemos tocar, não é
apenas uma narrativa que alguém inventou, é algo real”.
“E as pedras são as primeiras testemunhas,
através delas podemos realmente acreditar que Jesus
esteve aqui e o que está escrito nos Evangelhos é
verdade”, disse.
Pe. Solana enfatizou que a Terra Santa
“é como um laboratório de muitas coisas,
um laboratório religioso, ecumênico, social,
político, tecnológico. A Terra Santa está em
uma encruzilhada, inclusive de continentes,
geográfica, muito importante. Sempre teve essa
importância”.
“Aqui se encontram pessoas de muitas
religiões, de muitos grupos. Haverá pelo menos
12 ou 15 grupos cristãos diferentes, o judaísmo
que também está dividido em muitos grupos,
nem todos são iguais, nem todos pensam o
mesmo. O Islã é a mesma coisa, existem os dois
grandes grupos do Islã ”, disse.
Embora na Terra Santa exista “um diálogo
religioso um pouco mais formal, entre líderes,
entre pensadores, uma discussão ecumênica
e inter-religiosa”, Pe. Solana destacou que na
região “existe uma dimensão ecumênica e interreligiosa
do dia a dia. As pessoas se conhecem,
são vizinhos, trabalham juntos, têm amigos, é
normal, com muita espontaneidade”.
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Referência
https://www.acidigital.com/noticias/como-peregrinar-a-terrasanta-ajuda-a-fortalecer-a-fe-dos-cristaos-25428
NOSSOS PASSOS
17
Thor, São Bonifácio e
a origem da árvore de
Natal
Quando pensamos em um santo, talvez em um
primeiro momento não consideramos que
essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um
martelo ou que derrube árvores como os carvalhos.
Entretanto, existe um santo assim, conhecido como
São Bonifácio.
Este santo nasceu na Inglaterra por volta
do ano 680. Bonifácio ingressou em um mosteiro
beneditino antes de ser enviado pelo Papa
para evangelizar os territórios que pertencem
a atual a Alemanha. Primeiro foi como um
sacerdote e depois eventualmente como bispo.
Sob a proteção do grande Charles Martel
(conhecido como Carlos Magno), Bonifácio viajou
por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que
já tinham abraçado o cristianismo e levou a luz
de Cristo àqueles que ainda não o conheciam.
A respeito deste santo, o Papa Bento XVI disse no
ano 2009 que “seu incansável trabalho, seu dom para
a organização e seu caráter flexível, amigável e forte”
foram fundamentais para o sucesso das suas viagens.
O escritor Henry Van Dyke o descreveu assim,
em 1897, em seu livro The First Christmas Tree, (A
primeira árvore de natal): “Que pessoa tão boa! Que
boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma
lança e forte como um cajado de carvalho. Seu rosto
ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada
pelo sol e pelo o vento. Seus olhos cinzas, limpos e
amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das
suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes
aos quais enfrentou”.
Aproximadamente no ano 723, Bonifácio viajou
com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa
Saxônia. Ele conhecia uma comunidade de pagãos
perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam
um sacrifício humano (onde a vítima normalmente
era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base
de um carvalho o qual consideravam sagrado e
que era conhecido como “O Carvalho do Trovão”.
Bonifácio, acatando o conselho de um irmão
bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não
somente a fim de salvar a vítima, mas também
para mostrar àqueles pagãos que ele não seria
18 DEZEMBRO/ 2019
derrubado por um raio lançado por Thor.
O Santo e seus companheiros chegaram à aldeia
na véspera de Natal, bem a tempo para interromper
o sacrifício. Com seu báculo de bispo na mão,
Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam
reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse:
“Aqui está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de
Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.
O verdugo levantou um martelo para matar
o pequeno menino que tinha sido entregue para o
sacrifício. Mas, o Bispo estendeu seu báculo para
impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande
martelo de pedra e salvou a vida deste menino.
Logo, dizem que Bonifácio disse ao povo:
“Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta
noite, a não ser que piedade se derrame do peito de
uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo,
o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele
é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio,
mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua vinda,
o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem
chamaram em vão, é a morte. No profundo das
sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre.
Desta forma, a partir de agora vocês começarão a
viver. Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá
sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la”.
a árvore, inclusive as suas raízes. A árvore
caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.
Depois deste acontecimento, o Santo construiu
uma capela com a madeira do carvalho, mas esta história
foi muito além das destruições da poderosa árvore.
O “Apóstolo da Alemanha” continuou pregando
ao povo alemão que estava assombrado e não podia
acreditar que o assassino do Carvalho de Thor não
tivesse sido ferido por seu deus. Bonifácio olhou mais
à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno
abeto e disse: “Esta pequena árvore, este pequeno
filho do bosque, será sua árvore santa esta noite. Esta
é a madeira da paz…É o sinal de uma vida sem fim,
porque suas folhas são sempre verdes. Olhem como
as pontas estão dirigidas para o céu. Terá que chamálo
a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno
dela, não no bosque selvagem, mas em seus lares;
ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas,
mas presentes amorosos e gestos de bondade”.
Desta forma, os alemães começaram uma
nova tradição nessa noite, a qual foi estendida
até os nossos dias. Ao trazer um abeto a seus
lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao
celebrar o nascimento do Salvador, o Apóstolo
da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o
que hoje conhecemos como a árvore de Natal.
Então, Bonifácio pegou um machado que
estava perto dele e, segundo a tradição, quando o
brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande
rajada de vento atingiu o bosque e derrubou
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Referência
https://www.acidigital.com/noticias/thor-sao-bonifacio-e-aorigem-da-arvore-de-natal-74529
NOSSOS PASSOS
Papa Francisco adverte
19
que o presépio é um
sinal de nossa fé que
não deve se perder
Papa Francisco disse que o presépio de Natal é “um
O sinal simples e admirável da nossa fé e que não
deve ser perdido”, porque é “uma maneira genuína de
comunicar o Evangelho, num mundo que às vezes parece
ter medo de recordar o que é realmente o Natal”.
Assim indicou o Santo Padre, quando recebeu em
audiência, em 5 de dezembro, as delegações das regiões
italianas de Trento e Veneto, que, neste ano, doaram a
árvore de Natal e os presépios da Praça de São Pedro e
da Sala Paulo VI do Vaticano
Em seu discurso, o Pontífice recordou que em 1º
de dezembro visitou a cidade de Greccio para visitar o
local onde São Francisco fez o primeiro presépio e onde
publicou a Carta Apostólica Admirabile signum.
Sobre o presépio, o Santo Padre enfatizou que “é
sinal simples e admirável da nossa fé e que não deve ser
perdido, pelo contrário, é bonito que seja transmitido
de pais para filhos, de avós para netos”.
“É uma maneira genuína de comunicar o
Evangelho, num mundo que às vezes parece ter medo
de recordar o que é realmente o Natal, e cancela os sinais
cristãos para manter somente os de um imaginário
banal e comercial”, advertiu o Papa.
Além disso, o Papa Francisco expressou seu
afeto pelos povos das províncias de Trento, Vicenza e
Treviso, em particular de algumas localidades situadas
nos territórios das dioceses de Trento, Pádua e Vittorio
Veneto e recordou que essas áreas da Itália sofreram
uma forte tempestade no outono passado “que devastou
muitas áreas das três províncias do Veneto”.
“O encontro de hoje me dá a oportunidade
de renovar meu incentivo para as suas populações,
que no ano passado sofreram uma catástrofe natural
Por Mercedes de la Torre
devastadora, que destruiu florestas inteiras. Trata-se de
eventos que assustam, são sinais de alarme que a criação
envia, e que nos pedem para tomar imediatamente
decisões eficazes para preservar a nossa casa comum”,
afirmou.
Além disso, o Pontífice destacou que nesta noite
se acenderão as luzes que enfeitam a árvore de Natal
na Praça de São Pedro que permanecerá junto com o
presépio até o final das festas natalinas e “ambos serão
admirados por numerosos peregrinos de todo o mundo”,
por isso agradeceu “por estes presentes e também pelas
árvores menores destinadas a outros locais do Vaticano”.
“Gostei muito de saber que, para substituir as
plantas removidas, serão plantados 40 abetos que
reintegrarão as florestas severamente danificadas pela
tempestade de 2018”, afirmou.
Sobre o abeto vermelho doado, o Papa explicou
que “representa um sinal de esperança especialmente
para as vossas florestas, de modo que possam ser
depuradas e dar início, assim, à obra de reflorestamento”.
Por outro lado, sobre o presépio, o Pontífice
enfatizou que está feito “quase inteiramente de madeira
e composto por elementos arquitetônicos característicos
da tradição de Trento que ajudarão os visitantes a
saborearem a riqueza espiritual do Natal do Senhor” e
acrescentou que “os troncos de madeira, provenientes
das regiões atingidas pelas tempestades, que servem de
pano de fundo à paisagem, ressaltam a precariedade da
Sagrada Família naquela noite em Belém”.
Ao concluir seu discurso pronunciado na Sala
Paulo VI do Vaticano, o Santo Padre contemplou
brevemente “o presépio artístico de Conegliano, que
20 DEZEMBRO/ 2019
também ajudará a contemplar a humilde gruta onde o
Salvador nasceu” e desejou-lhes de coração “a todos os
habitantes dessas regiões, que passem o Natal do Senhor
com serenidade e fraternidade”.
vítimas do temporal de outubro e novembro de 2018 que
devastou várias áreas de Triveneto. Como recordação
desse desastre, serão incluídos alguns pedaços de
madeira provenientes das áreas afetadas pela inundação.
“Que a Virgem Maria, que acolheu o Filho de
Deus na debilidade da natureza humana, ajude-nos a
contemplá-lo no rosto dos que sofrem e que nos sustente
em nosso compromisso de ser solidários com as pessoas
mais frágeis”.
SOBRE O PRESÉPIO E A ÁRVORE DE NATAL
DESTE ANO
O presépio provém da localidade de Scurelle, na
província italiana de Trento, enquanto a árvore, um
abeto vermelho de 26 metros de altura e 70 centímetros
de diâmetro, provém do Planalto de Asiago.
A inauguração da iluminação do presépio e
da árvore aconteceu hoje, 5 de dezembro, com uma
cerimônia presidida pelo Cardeal Giuseppe Bertello,
presidente da Governatorato do Estado da Cidade
do Vaticano, e pelo Bispo Fernando Vérgez Alzaga,
secretário-geral.
O presépio colocado na Praça de São Pedro é feito
quase inteiramente de madeira. É composto por dois
elementos arquitetônicos característicos da tradição
trentina.
É composto por cerca de 20 figuras de tamanho
natural (cerca de 1 metro e 80 centímetros) de madeira
policromada. A Sagrada Família ficará embaixo da
estrutura maior.
Ao redor da cena central, haverá um espaço para
os demais personagens: os Reis Magos, os pastores, os
animais, os objetos e as plantas.
Além disso, haverá uma memória especial para as
O abeto vermelho, que será usado como árvore de
Natal, provém de florestas do território dos municípios
italianos de Rotzo, Pedescala e San Pietro. A superfície
florestal se estende por uma área de mais de 1.880
hectares, na qual se encontra a maior parte das espécies
de abeto vermelho, abeto branco e outros exemplares
autóctones.
Como de costume, para cada árvore extraída
para ser usada como árvore de Natal, serão plantados
40 abetos, uma medida que visa contribuir para a
restauração ecológica dessas florestas seriamente
danificadas pela tempestade de 2018.
O segundo presépio colocado dentro da Sala Paulo
VI é um conjunto de esculturas procedente da localidade
italiana de Conegliano, na província de Treviso.
A estrutura recordará as construções geométricas
de inspiração gótica, com arcos ogivais que se cruzam em
uma disposição radial. Junto ao presépio estará presente
um capitel que representa a célebre obra “Madona com
Bambino”, do pintor renascentista Cima da Conegliano.
As figuras que serão introduzidas no presépio têm
um tamanho de 125 centímetros e estarão vestidas com
trajes típicos da tradição Veneto.
A árvore e o presépio estarão expostos na Praça
de São Pedro, no Vaticano, até a conclusão do Natal, que
coincide com a festa do Batismo do Senhor, no domingo,
12 de janeiro de 2020.
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Referência:
https://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-adverte-
-que-o-presepio-e-um-sinal-de-nossa-fe-que-nao-deve-se-
-perder-48356
NOSSOS PASSOS
21
Hoje a Igreja celebra São
Nicolau, padroeiro das
crianças
Seria um pecado não repartir muito, sendo que
Deus nos dá tanto, costumava dizer São Nicolau,
padroeiro das crianças, das moças solteiras, dos
marinheiros, dos viajantes e da Rússia, Grécia e Turquia.
Um azeite milagroso brota de seus restos, que
serviu para a cura dos doentes. Sua festa se celebra
neste dia 6 de dezembro.
Por se tratar de um santo dos primeiros séculos,
pouco se sabe com exatidão a respeito dele, salvo que
nasceu na Licia (atual a Turquia), em uma família muito
rica. Tinha um tio Bispo que o ordenou sacerdote.
Seus pais morreram ajudando os doentes de
uma epidemia e deixaram uma fortuna para Nicolau.
Entretanto, o jovem decidiu reparti-la entre os pobres
e tornar-se monge. Mais tarde, peregrinou ao Egito e à
Palestina, onde conheceu a Terra Santa.
Ao retornar, chegou à cidade de Mira, na Turquia,
onde os bispos e sacerdotes discutiam no templo
sobre quem devia ser eleito novo Bispo da cidade. Ao
final, decidiram que seria o próximo sacerdote que
ingressasse no recinto. Nesse momento, São Nicolau
entrou e foi eleito Prelado por aclamação de todos.
Mas, teve início uma perseguição promovida
pelo imperador Diocleciano contra os cristãos e ele
foi preso, sendo libertado apenas quando o imperador
Constantino subiu ao trono.
“Graças aos ensinamentos de Nicolau, a
metrópole de Mira foi a única que não se contaminou
com a heresia ariana, a qual rechaçou firmemente,
como se fosse um veneno mortal”, dizia São Metódio.
O arianismo negava a divindade de Jesus Cristo. Dessa
forma, São Nicolau combateu incansavelmente o
paganismo.
Defensor da justiça, salvou três jovens de ser
executados, vítimas de um suborno do governador
Eustácio, que logo se arrependeu ao ser repreendido
por São Nicolau.
Três oficiais foram testemunhas destes fatos e,
posteriormente, quando estavam em perigo de morte,
rezaram a São Nicolau. O santo apareceu em sonhos
a Constantino e lhe ordenou que os libertasse porque
eram inocentes.
Após os soldados dizerem ao imperador que
tinham invocado São Nicolau, ele os libertou, com
uma carta ao Bispo, em que lhe pedia que rezasse pela
paz no mundo.
O santo é patrono dos marinheiros porque,
em meio a uma tempestade, alguns marinheiros
começaram a clamar: “Oh Deus, pelas orações de nosso
bom Bispo Nicolau, nos salve”. Nesse momento, contase,
apareceu São Nicolau sobre o navio, abençoou o mar
e este se acalmou. Em seguida, o Bispo desapareceu.
22 DEZEMBRO/ 2019
Segundo o costume do Oriente, os marinheiros
do mar Egeu e do Jônico têm uma “estrela de São
Nicolau” e desejam boa viagem dizendo: “Que São
Nicolau leve seu leme”.
Narra-se também que três meninos foram
assassinados e jogados em um barril de sal. Mas, pela
oração de São Nicolau, os infantes voltaram para a
vida. Por isso, é padroeiro das crianças e costuma ser
representado com três pequenos ao seu lado.
Outra lenda narra que na Diocese de Mira havia
um vizinho em extrema pobreza que decidiu expor
suas três filhas virgens à prostituição para que todos
eles pudessem sobreviver.
São Nicolau, procurando evitar que isto
acontecesse e na escuridão da noite, jogou pela
chaminé da casa daquele homem uma bolsa com
moedas de ouro. Com o dinheiro, a filha mais velha
se casou.
Quis o santo fazer o mesmo em benefício das
outras duas, mas na segunda ocasião, depois de atirar
a bolsa sobre a parede do pátio da casa, acabou sendo
descoberto pelo pai das jovens, que lhe agradeceu por
sua caridade.
São Nicolau partiu para a Casa do Pai em 6 de
dezembro, mas não sabe com exatidão se foi no ano
345 ou 352. Mais tarde, sua devoção aumentou e
foram reportados inúmeros milagres.
No século VI, o imperador Justiniano construiu
uma Igreja em Constantinopla (hoje Istambul) em sua
honra e o santo se tornou popular em todo o mundo.
São Nicolau é patrono da Rússia, Grécia e
Turquia. Além disso, é honrado em cidades da Itália,
Holanda, Suíça, Alemanha, Áustria e Bélgica.
Em 1087 seus ossos foram resgatados de Mira,
que já estava sob domínio dos muçulmanos, e levados
para Bari, na costa da Itália. Por isso, é chamado São
Nicolau de Mira ou São Nicolau de Bari. Suas relíquias
repousam na Igreja de “San Nicola de Bari”, na Itália.
De seus restos mortais brota um azeite conhecido
como o “Manna di S. Nicola”. Em Mira, dizia-se que “o
venerável corpo do bispo, embalsamado no azeite da
virtude, suava uma suave mirra que lhe preservava da
corrupção e curava os doentes, para glória daquele que
tinha glorificado Jesus Cristo, nosso verdadeiro Deus”.
Sua figura bondosa e caridosa passou a ser
associada em muitos lugares a figura do Papai Noel
nos países latinos, que traz presentes para as crianças
na Noite de Natal. Na Alemanha, é Nikolaus, e nos
países anglo-saxões, Santa Claus. Neste período, este
simbolismo deve remeter a São Nicolau e, assim,
recordar a todos do amor e caridade para com as
crianças e os mais pobres, além da alegria de servir a
Deus.
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Referência:
https://www.acidigital.com/noticias/hoje-a-igreja-celebra-sao-
-nicolau-padroeiro-das-criancas-11585
NOSSOS PASSOS
23
A Carta de São Judas: uma
resposta à atual crise da Igreja
Por Eric Sammons
Tradução: Equipe FratresInUnum.
Nos dias atuais, muitos católicos estão
desesperados para ouvir palavras de encorajamento
e orientação por parte dos bispos, sucessores dos
Apóstolos. Mas, e se eu lhe disser que essas palavras
já nos foram dirigidas por um dos doze Apóstolos?
A Carta de São Judas é escrita pelo mais
desconhecido dos autores do Novo Testamento. A
carta em si também é pouco conhecida, escondida
no Novo Testamento entre as três cartas do apóstolo
João e seu livro do Apocalipse. Ela nunca é incluída
nas leituras de domingo nos calendários da Forma
Ordinária ou da Extraordinária, e é incluída apenas
uma vez a cada dois anos nas leituras dos dias da
semana na Forma Ordinária (mais precisamente, no
sábado da 8.a Semana do Tempo Comum, no ano
par). Portanto, você está perdoado se não estiver
familiarizado com essa epístola.
Apesar disso, a breve Carta de São Judas parece
ter sido escrita hoje por um bispo preocupado,
abordando a crise atual da Igreja. E, em certo sentido,
podemos dizer que é sim, pois toda a Escritura é
atemporal, e o Espírito Santo a inspira de tal maneira
que é sempre aplicável aos nossos tempos. Podemos
ver que esse mistério é abundantemente claro no
caso da Carta de São Judas.
Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de
Tiago, aos eleitos bem-amados em Deus Pai
e reservados para Jesus Cristo. Que a
misericórdia, a paz e o amor se realizem em
vós copiosamente. Caríssimos, estando eu
muito preocupado em vos escrever a respeito
da nossa comum salvação, senti a
necessidade de dirigir-vos esta carta para
exortar-vos a lutar pela fé, confiada de uma
vez para sempre aos santos. Pois certos
homens ímpios se introduziram
furtivamente entre nós, os quais desde
muito tempo estão destinados para este
julgamento; eles transformam a graça de
nosso Deus em libertinagem e negam Jesus
Cristo, nosso único Mestre e Senhor (1,
1-4).
Nessa breve carta, São Judas não perde tempo,
vai logo ao que interessa. Parece que ele originalmente
queria escrever uma carta mais teológica, porém, em
vez disso, as circunstâncias exigiam que ele exortasse
seu público a “lutar pela fé” contra os “homens
ímpios”. Essa fé não é fruto de uma invenção; antes, foi
“confiada” à Igreja. Em outras palavras, não podemos
mudar ou moldar a fé à nossa própria imagem, mas
devemos lutar para proteger o depósito revelado da
fé.
24 DEZEMBRO/ 2019
Essa também é a luta de hoje. Certas forças
estão oprimindo a Igreja, exigindo a rejeição dos
ensinamentos que nos foram revelados, e somos
chamados a lutar pela fé contra elas.
É importante ressaltar que o perigo contra
o qual São Judas está advertindo não vem de fora
da Igreja, mas de seu interior. São os membros da
Igreja que obtiveram a admissão “furtivamente”
(mas que estão “destinados para… julgamento”)
que representam o evidente perigo dos dias atuais.
Como eles se tornaram perigosos? Transformando
“a graça de nosso Deus em libertinagem”. Em outras
palavras, eles ostentam a misericórdia de Deus a fim
de justificar todas as formas de imoralidade (isso lhe
soa familiar?). Ao fazer isso, eles “negam Jesus Cristo,
nosso único Mestre e Senhor”.
Quisera trazer-vos à memória, embora
saibais todas estas coisas: o Senhor, depois
de ter salvo o povo da terra do Egito, fez
em seguida perecer os incrédulos. Os anjos
que não tinham guardado a digni dade de
sua classe, mas abandonado os seus tronos,
Ele os guardou com laços eternos nas
trevas para o julgamento do Grande Dia.
Da mesma forma, Sodoma, Gomor ra e as
cidades circunvizinhas, que praticaram as
mesmas impurezas e se entregaram a vícios
contra a natureza, jazem lá como exemplo,
sofrendo a pena do fogo eterno (Jd 1, 5-7).
Como nos diz o Eclesiastes, “não há nada de
novo sob o sol” (Ecl 1, 9). Ao longo da história da
salvação, até que o Senhor volte, haverá aqueles
que o negam e procuram enfraquecer o seu povo.
No entanto, o que São Judas quer deixar claro aos
seus leitores é que Deus irá intervir. E a intervenção
divina será contundente: aqueles que se opõem a Ele
enfrentarão a “pena do fogo eterno”.
Embora, em nossos dias, muitas pessoas recuem
diante dessa linguagem, deve ser um conforto, para
aqueles que são fiéis a Deus, saber que a justiça
chegará, no devido tempo, àqueles que o rejeitaram.
Assim também estes homens, em seu
louco desvario, contaminam igualmente
a carne, rejeitam a autoridade divina e
maldizem os que estão na glória (Jd 1, 8).
Os homens ímpios que se infiltraram na Igreja
“contaminam a carne”. Essa é uma referência clara
à imoralidade sexual, que está sempre em voga,
embora haja momentos — como o de São Judas e o
nosso — em que ela está difundida na cultura. Hoje,
tal imoralidade se manifesta na homossexualidade
generalizada entre o clero, incluindo crimes horríveis
de abuso cometidos por muitos padres e até bispos.
Da mesma forma, os ímpios “rejeitam a
autoridade”. Outra tradução pode ser “escarnecer” ou
“desprezar” a autoridade. Ou seja, eles não respeitam
a autoridade de Deus ou de seus ministros. E nos casos
em que são os próprios ministros, eles desprezam a
autoridade que lhes foi confiada por Deus e abusam
de seus desígnios — assim como também abusam da
autoridade divina. Os bispos atuais que falham em
seu dever de defender e promover a fé estão rejeitando
a própria autoridade, e serão cobrados por isso.
Esses homens ímpios também “maldizem
os que estão na glória”. Não se contentam apenas
em apoiar a imoralidade; mas também zombam e
insultam aqueles que são fiéis a Deus. Talvez eles os
chamem de “rígidos” por aderir aos mandamentos
de Deus?
Ora, quando o arcanjo Miguel discutia
com o demônio e lhe disputava o corpo de
Moisés, não ousou fulminar contra ele uma
sentença de execração, mas disse somente:
“Que o próprio Senhor te repreenda” (Jd 1, 9).
Como podemos resistir a esses ímpios?
Voltando-se para o Senhor. São Miguel Arcanjo, que
lutou contra o diabo, não confiou em seu próprio
NOSSOS PASSOS
poder — por mais considerável que fosse — para
derrotar Satanás, mas primeiro pediu ao Senhor que
o repreendesse. Da mesma forma, ao enfrentar os
homens ímpios na Igreja, nosso primeiro passo não
deve ser recorrer às redes sociais para discutir com
eles, mas apelar à oração e à mortificação, pedindo o
auxílio do Senhor. Porém, lembre-se de que, no final,
São Miguel lutou contra Satanás; então, a oração e a
mortificação não são o último passo, mas o primeiro,
na luta contra nossos inimigos.
Estes, porém, falam mal do que ignoram.
Encontram eles a sua perdição naquilo
que não conhecem, senão de um modo
natural, à maneira dos animais destituídos
de razão. Ai deles, porque andaram pelo
caminho de Caim, e por amor do lucro
caíram no erro de Balaão e pereceram
na revolta de Coré (Jd 1, 10-11).
Os ímpios “falam mal do que ignoram”. Eles
desconhecem a beleza de mortificar a carne; e não
entendem a liberdade que resulta da submissão à
autoridade espiritual legítima; por isso, criticam.
Hoje, vemos isso nos constantes insultos e
condenações contra práticas e devoções mantidas
pelos católicos há séculos, como se essas coisas que
antes eram enaltecidas pela Igreja agora pudessem
ser rejeitadas por eles.
Qual é o erro de Balaão referido por São Judas?
No Apocalipse, São João nos diz que Balaão instigou
os filhos de Israel a “comer alimentos sacrificados
a ídolos e praticar a imoralidade” (Ap 2, 14). Tais
ações continuam a ser feitas hoje, com a tolerância
e, talvez, até com a participação de membros da
alta hierarquia da Igreja, como, por exemplo, na
idolatria pagã realizada no Sínodo da Amazônia e
na imoralidade sexual desenfreada entre os clérigos.
Tais erros não se limitaram a Balaão. São Judas diz
ainda que os ímpios serão como Coré, que se rebelou
contra Moisés e foi consumido pelo fogo divino (Cf.
Nm 16, 1–40).
Esses fazem escândalos nos vossos ágapes.
Banqueteiam-se convosco despudoradamente
e se saciam a si mesmos. São nuvens
sem água, que os ventos levam! Árvores
de fim de outono, sem fruto, duas vezes
mortas, desarrai gadas! (Jd 1, 12-13).
Quando esta carta foi escrita, o “ágape” era
25
uma refeição comunitária entre os cristãos, que
provavelmente ocorria ao final da celebração da
Eucaristia. São Judas está justamente condenando
aqueles que eram altamente despudorados durante
os Mistérios Sagrados. Infelizmente, o despudor
é comum na liturgia de hoje, com o sacrifício da
Missa tornando-se um momento em que se contam
piadas, tratando as rubricas com desinteresse e até
hostilidade, ou seja, um desrespeito geral pelos
mistérios celebrados.
Também Henoc, que foi o oitavo
patriarca depois de Adão, profetizou a
respeito deles, dizendo: Eis que veio o
Senhor entre milhares de seus santos,
para julgar a todos e confundir a todos os
ímpios por causa das obras de impiedade
que praticaram, e por causa de todas
as palavras injuriosas que eles, ímpios,
têm proferido contra Deus. Estes são
murmuradores descontentes, homens que
vivem segundo as suas paixões, cuja boca
profere palavras soberbas e que admiram
os demais por interesse (Jd 1, 14-16).
Embora possa não parecer, o Senhor irá
“julgar” todos os que se opõem a Ele. Nenhum ato
de impiedade será esquecido, e todos receberão
sua justa recompensa. Quando vemos corrupção e
imoralidade em todos os níveis da Igreja, tenhamos
presente que Deus não está cego para isso.
A descrição de São Judas sobre os vícios nos
quais estão afundados os inimigos de seu tempo
parece-nos bastante familiar:
“murmuradores descontentes”: aqueles
que se queixam dos ensinamentos
“difíceis” da Igreja, querendo relativizar
os mandamentos divinos a fim
de satisfazer os prazeres terrenos.
“homens que vivem segundo as suas
paixões”: basta olharmos para a
homossexualidade predominante no clero.
“cuja boca profere palavras soberbas”:
embora rejeitem a lei natural e a revelação
divina, eles falam em linguagem teológica
de forma fluente e sem escrúpulos.
“admiram os demais por interesse”:
26 DEZEMBRO/ 2019
são favoráveis aos poderosos deste
mundo, ansiosos para serem aceitos por
eles. Em quantos coquetéis um bispo
comum atende a políticos pró-aborto
sem dizer uma palavra de repreensão?
Mas vós, caríssimos, lembrai-vos das
palavras que vos foram preditas pelos
apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo,
os quais vos diziam: “No fim dos tempos
virão impostores, que viverão segundo
as suas ímpias paixões (Jd 1, 17-18);
Em tempos de crise, pode parecer que o Senhor
esqueceu-se de seu povo. No entanto, Jesus Cristo
advertiu que esses tempos de provação chegariam.
Quando vemos clérigos e prelados zombando do
catolicismo tradicional e abraçando os costumes
mundanos, podemos saber que este não é um caso de
Deus nos abandonando, mas um tempo de provações
e tribulações.
[…] homens que semeiam a
discórdia, homens sensuais que
não têm o Espírito (Jd 1, 19).
Se há uma coisa verdadeira sobre a situação
atual da Igreja, é que ela está dividida. Ao zombar
das verdades de fé e práticas tradicionais, os inimigos
de Deus estabelecem divisões na “unidade” da
Igreja. Eles tratam aqueles que são fiéis ao depósito
da fé como marginais, indignos de serem ouvidos,
dividindo, pois, profundamente a Igreja.
Mas vós, caríssimos, edificai-vos mutuamente
sobre o fundamento da vossa
santíssima fé. Orai no Espírito Santo.
Conservai-vos no amor de Deus,
aguardando a misericórdia de nosso Senhor
Jesus Cristo, para a vida eterna (Jd 1, 20-21).
Novamente, São Judas volta a tratar sobre o que
podemos fazer diante da heresia e da corrupção na
Igreja: “edificai-vos mutua mente sobre o fundamento
da vossa santíssima fé” através da oração e do amor de
Deus. A situação pode parecer desesperadora, porém,
com Deus ao nosso lado, sempre há esperança.
Para com uns exercei a vossa misericórdia,
repreendendo-os, e salvai-os, arrebatandoos
do fogo. Dos demais tende compaixão,
repassada de temor, detestando até a
túnica manchada pela carne (Jd 1, 22-23).
Embora existam os “homens ímpios” que
rejeitam os ensinamentos da Igreja, há também
muitas pessoas que são influenciadas por eles e
acabam questionando a própria fé. Junto a essas
pobres pessoas, precisamos agir para amenizar
suas dúvidas a fim de que possam ser salvas. Os
católicos comuns não são os “homens ímpios”
sobre os quais São Judas está advertindo — mas
são aqueles que precisamos salvar da miséria
causada pelos ímpios.
Àquele que é poderoso para nos preservar
de toda queda e nos apresentar diante
de sua glória, imaculados e cheios de
alegria, ao Deus único, Salvador nosso,
por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam
dadas glória, magni ficência, império e
poder desde antes de todos os tempos,
agora e para sempre. Amém. (Jd 1, 24-25).
Por fim, em todas as coisas — incluindo as
provações — devemos dar glória a Deus. Na crise
atual da Igreja, Deus permitiu, com sua vontade
condescendente, que a corrupção e a heresia
ocorressem de forma desenfreada. Mas devemos
lembrar-nos de duas coisas: i) essa não é uma situação
nova, pois os fiéis sempre estiveram em prontidão
contra os lobos que estão dentro do rebanho; ii)
mesmo nessa situação, Deus deve ser glorificado,
por termos a oportunidade de amadurecer a nossa
fé através de provações e tribulações.
Nos tempos difíceis de hoje, podemos
encontrar, na Carta de São Judas, conselhos que nos
guiarão enquanto lutamos pela fé contra os homens
ímpios, regozijando-nos porque, através dessas
provações e pela graça de Deus, podemos crescer
em santidade.
São Judas, rogai por nós!
_____________________________________
Referência
https://fratresinunum.com/2019/12/04/a-carta-de-sao-judas-uma-resposta-a-atual-crise-da-igreja/
NOSSOS PASSOS
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28 29 DEZEMBRO/ 2019
In Lumine Tuo
Por Orlando Fedeli
In lumine tuo, videbimus lumen (Sl 36,10). Na tua
luz, veremos a luz. Estas palavras que a Santa Igreja
aplica propriamente a Jesus Cristo, Senhor Nosso,
podem ser também analogicamente referidas à Idade
Média. Porque, à luz dessa época, que marcou o
apogeu da Cristandade, pode-se contemplar a luz da
verdade católica, o “lumen Christi”.
“Idade Média, idade das trevas”. É o que
dizem os pseudo-eruditos dos subúrbios da cultura,
julgando-a uma era de ignorância e de fanatismo.
Entretanto, foi a pretensa idade das trevas e da
ignorância que fundou as universidades. Sorbonne,
Colônia, Oxford, Bolonha, eis alguns dos grandes
centros culturais que iluminaram a história.
A Idade Média, “idade das trevas”, era
apaixonada pela luz. E foi essa paixão que construiu
as catedrais góticas. Que é o estilo gótico senão uma
sede insaciável de luz do Sol e da luz do céu? Que é
ele senão a potência da luz unida à posia da pedra?
NOSSOS PASSOS
Georges Duby, em seu livro Le temps des
cathédrales, afirma que o gótico nasceu da teologia
da luz. Suger, abade de Saint Denis, quis fazer de sua
abadia uma obra arquitetônica que exprimisse na
pedra a teologia da luz, conforme está exposta na
obra do pseudo-Dionísio.
Segundo este autor, Deus é luz e cada criatura é
um reflexo da luz divina. O universo seria como uma
cascata de luzes hierarquicamente ordenadas.
A inteligência pode ascender essa escala de
reflexos até chegar à luz inefável da Divindade, pois
o criado conduz ao incriado. Deus, Luz absoluta, é
mais ou menos velado e revelado por cada criatura.
Essa é a chave para compreender o gótico, arte
de luminosidade e de irradiação progressiva. Os
mesmos princípios com que a teologia escolástica
reconhece no universo a luz de Deus, são aplicados
na arquitetura gótica. E assim, a catedral gótica é a
luz da teologia escolástica encarnada na poesia da
pedra, diz Duby.
Do estilo clássico ao românico, do românico
para o gótico, há um movimento contínuo da noite
enluarada para a aurora, e da aurora para a luz.
Todos os especialistas concordam com isto.
“A catedral é ordenada para captar a luz e guardála
como algo transformado, de imaterial, como se
pensava que ela fosse, nesta matéria muito rara e sutil
que é um vitral sob uma abóboda muito alta” (F.Cali
e S.Moulinier, L’Ordre Ogval).
Os vitrais, essa maravilha que a Idade Média
criou para “enobrecer a luz de Deus, para conferir-lhe
as irisações da ametista ou do rubi, para emprestarlhe
as cores das virtudes celestes” na feliz expressão
de Georges Duby, revelavam a insatisfação medieval
com o mundo atual, tornado menos brilhante pelo
pecado de Adão.
É a “saudade” da luz do paraíso original que
fez a Idade Média abrir as grandes janelas ogivais de
suas catedrais para que a luz do sol penetrasse, aos
borbotões e colorida, até o tabernáculo, onde está,
humílimo na sagrada hóstia, o Sol dos anjos.
A Idade Média não foi na História apenas um
vitral luminoso, ela foi também uma página dourada
de iluminura.
29
No silêncio das abadias, pela mão paciente dos
monges, ela copiava com letras de ouro os livros do
passado, adornando as páginas de sabedoria e ciência
com a luz da beleza. Sim, foi a idade das trevas que
criou os livros de iluminuras, cheios de luz, de graça,
de vida e de alegria.
Luz e alegria vêm sempre unidas. E a Idade
Média, enamorada pela luz, fez da tristeza o oitavo
vício capital. É de espantar que ela tenha esculpido
nos portais de Reims os anjos do sorriso?
Era essa paixão pela luz que fazia os poetas
medievais cantarem o brilho, o sol, a claridade,
deliciando-se com o colorido do universo.
Dante, supremo poeta da Idade Média,
relacionou a glória celestial com a luz, e o inferno
com o tenebroso.
“Per letiziar là su folgor s’aequista,
si come riso qui; ma giù s’abbuia
l’ombra di fuor come la mente
à trista” (Par.IX,70-72)
(Ali pelo fulgor vê-se a alegria
Tal pelo riso aqui, e tal, no inferno
pela sombra a tristeza que crucia”. (A
Divina Comédia, trad. Cristiano Martins)
E a Idade Média ilumina toda a História com
uma tríplice luz: a luz da verdade, a da justiça e a da
beleza.
Luz da Verdade, que ela produziu pela
Escolástica. Foi o tempo das universidades.
Luz da justiça que brilha em seus santos
inumeráveis como as estrelas do firmamento. Foi o
tempo das abadias.
Luz da beleza de sua arte incomparável. Foi o
tempo das catedrais.
E porque vivia inebriada de luz, a “idade das
trevas” é o esplendor da História e dela se pode dizer:
“In lumine tuo, videbimus lumen”.
_____________________________________
“In Lumine Tuo”
MONTFORT Associação Cultural, Online, 08/12/2019
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/arte/inlumine/
NOSSOS PASSOS
30 DEZEMBRO/ OUTUBRO/ 2019
2 Luisa Mannarino Mantuano
3 Cláudia Regina Teixeira Rodrigues
3 Josefa da Guia Felix da Costa
4 Giselda Atem Ribeiro
4 Vera Joana Gabriel Gussen
5 Gislaine Secco Mathias
6 Laura Sportitsch Moura
7 Josias de Almeida Guimarães
7 Paulo Antonio de Souza Cruz
7 Teresinha Ferreira
9 Edmundo Pereira Teles
9 Rubinaldo Evaristo de Souza
10 Maria Letícia Pompeu Sá
11 Gabriella Pellizzi Tostes
11 Sidney Fernandes Eiras
13 Antonio Eleilson de Sousa Carvalho
13 Jarbas Borges Alves
13 Regina Maria de Sousa Cunha
15 Paulo Eduardo da Silva
16 Abigail Cardoso de Sá
17 Manuel Antonio Gonçalves Filho
17 Pompéa Dutra Brazil
18 Ladjane E. P. Costa
19 Ana Lucia Garcia Schatsbarg
19 Fortunato Esperato Feijóo
22 Maria Teresa M. Alexandre
23 João Batista Martins
23 Mauri Simões de Almeida
24 Mônica Duffles Andrade Donato
25 Maria Pereira dos Santos de Lima
27 Abdalla Akil Filho
27 Maria Janete Portela
28 Carlos Alberto Santanna
28 Maria do Carmo Abreu de Souza
29 Maria de Lourdes Leal Mattos
30 Francisco Wanderley Baptista
31 Natália Sampaio Santos Dias
Oração do Dizimista
Recebei, Senhor, a minha oferta.
Ela representa a minha gratidão e
o meu reconhecimento, pois, o que
tenho eu o recebi de Vós.
Amém!
NOSSOS PASSOS
31
32 DEZEMBRO/ 2019