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ATUALIDADE Jantes para veículos pesados
SERVIÇO Verificação dos pneus pós-confinamento
A revista n.º 1
dos profissionais
revistadospneus.com
59
Junho 2020
ANO IX | 5 euros
Periodicidade: Trimestral
Entrevista Filipe Bandeira
Administrador da AB Tyres aborda as
principais marcas e o relançado clube
COVID-19
prova
de vida
Players do mercado adaptam negócio à nova realidade
Editorial
Diretor
João Vieira
joao.vieira@apcomunicacao.com
Editor executivo
Bruno Castanheira
bruno.castanheira@apcomunicacao.com
Redação
Jorge Flores
jorge.flores@apcomunicacao.com
Diretor comercial
Mário Carmo
mario.carmo@apcomunicacao.com
Gestor de clientes
Paulo Franco
paulo.franco@apcomunicacao.com
webmaster
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imagem e Multimédia
Catarina Gomes
Arte
Hélio Falcão
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e contabilidade
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Periodicidade
Trimestral
Assinaturas
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Nos termos legais em vigor, é totalmente
interdita a utilização ou a reprodução desta
publicação, no seu todo ou em parte, sem a
autorização prévia e por escrito da REVISTA
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CONSULTE O ESTATUTO EDITORIAL
NO SITE WWW.REVISTADOSPNEUS.COM
Prova de
resiliência
JOÃO VIEIRA, Diretor
A
grave crise, que resultou da
pandemia de Covid-19, está
a ter efeitos devastadores nas
empresas do setor dos pneus.
Apesar de o Governo ter autorizado
o funcionamento das casas de pneus
durante o período de confinamento, foram
muitas as empresas deste ramo que não conseguiram
manter as portas abertas, não só
devido à ausência de clientes, mas, também,
à falta de tesouraria para fazer face aos custos
fixos com ordenados, rendas e impostos.
Esta situação está a pôr à prova todo o setor
dos pneus, que rapidamente teve de adaptar-se
a uma nova realidade, principalmente no que
diz respeito ao relacionamento com o cliente,
que passou a ser, maioritariamente, através do
telefone e das redes sociais. A higienização
dos automóveis que entram nas oficinas, é
outro novo procedimento que passou a fazer
parte dos serviços de todas as empresas de
manutenção e reparação automóvel.
O setor não perdeu a sua capacidade de reação
e, por certo, as empresas irão reorganizar-
-se e adaptar-se à nova realidade, de modo a
poderem recomeçar a sua atividade dentro
da normalidade possível. Esta situação de
emergência dá-nos a possibilidade de pensar
no futuro e de sermos criativos, embora, neste
momento, a prioridade absoluta seja a segurança
das pessoas e as medidas de contenção
dos riscos. Apesar das dificuldades, o negócio
tem de continuar, porque a vida não para. O
setor tem de saber adaptar-se às mudanças
que o novo coronavírus trouxe ao funcionamento
das organizações, em particular, e à
sociedade, em geral.
Importa salientar que este é um setor composto
por todo o tipo de empresas, desde
fabricantes e distribuidores até empresários
em nome individual, passando por microempresas.
Está presente na nossa economia e
na nossa sociedade há mais de um século e,
desde sempre, assumiu o seu compromisso
para com o país, pelo que, neste momento
particularmente difícil, irá, também, contribuir
para que a pandemia seja ultrapassada rapidamente,
esperando, da parte do Governo, a
maior atenção para a situação crítica em que
se encontram muitas empresas.
Vivemos num momento em que a nossa capacidade
de superação está a ser colocada
à prova. Um momento em que as decisões
e ações que tomamos hoje, ditarão o nosso
futuro, enquanto pessoas e profissionais. Devemos,
hoje mais do que nunca, ser objetivos
e focados no que pretendemos e no que podemos
fazer, para que a nossa continuidade
seja possível. Sendo certo que os desafios que
se avizinham serão autênticas provas de fogo
à capacidade dos empresários em manterem
as suas empresas a produzir da forma mais
eficiente possível. Todos terão de tomar medidas
que, certamente, serão difíceis, mas, em
tempos de instabilidade, são as necessárias e
as que garantem a continuidade.
Numa fase em que já se assiste a uma profunda
alteração no mercado dos transportes e
em que os reflexos já se fazem sentir no setor
dos pneus, compete às empresas garantir que
esta atividade não para. Chegou o momento,
agora mais do que nunca, de, em conjunto, as
empresas garantirem que o setor ultrapassa
mais este enorme desafio, continuando a
prestar um serviço essencial para a mobilidade
das pessoas, tomando todas as medidas de
proteção necessárias.
Esta situação está a colocar à prova todo o setor,
mas a resiliência é dos valores fundamentais
destas empresas, que já ultrapassaram
outras crises e dificuldades. Por isso, devem
encarar o futuro com determinação e com
profundo sentido de responsabilidade. Uma
vez que a situação é incerta e difícil, o mais
importante é reforçar o espírito de equipa,
encorajarmo-nos mutuamente, mantermo-
-nos unidos e enfrentarmos juntos esta situação.
Para recomeçarmos ainda mais fortes e
competitivos. ♦
www.revistadospneus.com | 03
Produto estrela
Triangle OTR
Artilharia pesada
A Tiresur reforçou a oferta OTR da Triangle com nada menos do que 10 novos
modelos. Uma amplitude de gama digna de um grande produtor que só está
ao alcance de marcas premium. Ou não fosse a Triangle o quarto fabricante
mundial de pneus OTR/Engenharia Civil, estando presente em 165 países e sendo
reconhecida, a nível global, pela sua solidez e prestígio
Por: Bruno Castanheira
A
amplitude de gama da Triangle
está, de acordo com a Tiresur,
“à altura do segmento
premium”, oferecendo, no entanto,
“um preço muito mais competitivo”.
A Tiresur, na qualidade de distribuidor
exclusivo da marca para Espanha e Portugal,
tem vindo a ampliar a sua gama,
que está cada vez mais completa. Graças
ao elevado investimento da Triangle em
pesquisa e desenvolvimento (ou R&D na
sua sigla em inglês, de Research & Development),
bem como à constante conceção
e aperfeiçoamento dos seus produtos, o
fluxo de novos lançamentos de medidas e
modelos é quase contínuo, conseguindo a
Triangle ter pneus cada vez mais evoluídos
e com excelentes níveis de performance e
comportamento, inclusive em condições
de utilização extremas.
OFERTA VARIADA
O ano de 2020 tem sido marcado pelo lançamento
de grandes novidades, estando
todas elas já disponíveis, como se poderá
comprovar no catálogo da Triangle. Entre as
mais de 40 novas medidas, a Tiresur destaca
as seguintes: 26.5R25-TB598S ★★ L-4 T1 TL,
montado como equipamento de origem na
Caterpillar; 33.25R29-TB598S ★★ E-4 T2 TL,
pneu para o Volvo A60H dumper articulado
de 55 TM, sendo esta uma medida com disponibilidade
muito escassa noutros fabricantes;
35/65R33-TL535S+ ★★★ L-5 T2 TL e
35/65R33-TL535S+ ★★★ L-5 T1 TL, com dois
compostos diferentes, T1 mais resistente ao
corte e T2 para minas subterrâneas, muito resistente
ao calor; 750/65R25-TB598S ★★ E-4
T2 TL, para dumper articulado com utilização
em estrada; 29.5R25-TL559S+ ★★★ L-5 T1
TL, apto para trabalhos muito agressivos,
como, por exemplo, em pedreiras.
Também este ano, a marca já lançou 10 novos
modelos. A saber: C-1, L-4S, TB516 II,
TB822, TL516, TL557S, TL558, TL559, TL568
e TB599A. A amplitude de gama da Triangle
é, por isso, digna de um grande produtor,
estando apenas ao alcance de marcas
premium. Ou não fosse a Triangle o quarto
fabricante mundial de pneus OTR/Engenharia
Civil, estando presente em 165 países
e sendo reconhecida, a nível global, pela
sua solidez e prestígio. A oferta da Tiresur
em pneus OTR da Triangle cobre todas as
necessidades do mercado: radiais, convencionais,
grandes, menores dimensões, minas
subterrâneas ou de superfície, estrada ou
condições de utilização extremas. Todos os
tipos de utilização e tamanhos são propostos
com a melhor relação preço/qualidade do
mercado. ♦
04 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Equipamento do mês
CEMB DWA1100
Rapidez e precisão
O mais recente sistema de alinhamento de rodas CCD da CEMB responde pelo nome
de DWA1100. Disponível nas tipologias Standard, Truck e Hybrid, podendo qualquer
delas ser requisitada nas versões completa ou simplificada, este novo equipamento
inclui evoluídos componentes eletrónicos, software intuitivo, gráficos user-friendly e
banco de dados sempre atualizado. Os seus maiores trunfos são rapidez e precisão
Por: Bruno Castanheira
Comercializado pela Divisão
de Equipamento Oficinal, o
DWA1100 é o mais recente sistema
de alinhamento de rodas
CCD da CEMB, fabricante italiano sediado,
desde 1946, em Mandello del Lario, na
margem oriental do Lago Como. Ao fazer
uso de evoluídos componentes eletrónicos,
software intuitivo, gráficos user-friendly que
orientam o operador em todas as operações
de alinhamento e banco de dados constantemente
atualizado, que permite uma seleção
rápida dos diferentes veículos, este
novo equipamento assegura uma medição
rápida e precisa de todos os parâmetros de
alinhamento. Além do mais, conta com a
função “Audit” para identificação de problemas
de condução resultantes de medidas
não contempladas nas especificações,
oferecendo, assim, um suporte válido para
a venda de serviços de homologação. Os
detetores CCD de oito sensores, equipados
com baterias de longa duração, comunicam
com o computador utilizando uma frequência
de transmissão de 2,4 GHz, garantindo
uma comunicação estável e fiável durante
longos períodos. Nos casos em que existem
múltiplas instalações, estão disponíveis sete
canais de comunicação diferentes para evitar
problemas de interferências.
APP PARA CONTROLO REMOTO
Por comparação com o modelo antecessor
(DWA1000), o novo DWA1100 da CEMB dispõe
de “mobiliário” totalmente redesenhado,
que inclui gavetas e compartimento para
impressora e acessórios. Este novo sistema
de alinhamento de rodas CCD integra a mais
recente tecnologia que pode ser encontrada
no mercado. Prova disso, é o adaptador USB
wi-fi que integra, o facto de estar apto a receber
atualizações automáticas de software e
bases de dados e o recurso à nova app “CEMB
DWA” para controlo remoto do alinhamento
de rodas a partir de um smartphone ou tablet,
o que acaba por simplificar (ainda mais) a
tarefa do operador. Foi precisamente para
satisfazer as expectativas de operadores
cada vez mais exigentes e “conectados”
que a CEMB desenvolveu esta aplicação,
que permite controlar, remotamente, os
seus sistemas de alinhamento de rodas 3D
e CCD de última geração. A app “CEMB DWA”
permite ver, a partir de um smartphone ou
tablet, o monitor do sistema de alinhamento,
atuando como controlo remoto para operar
o software do equipamento.
Esta nova funcionalidade foi concebida para
oferecer ao operador a possibilidade de interagir
à distância com o seu próprio sistema
de alinhamento de rodas, simplificando as
operações e reduzindo o tempo de utilização
do equipamento. A app “CEMB DWA” é
gratuita e está disponível para download
em dispositivos com sistemas operativos
Android (a partir da versão 6.0) ou iOS (a
partir da versão 10.0), sendo ainda compatível
com todos os alinhamentos de rodas
3D e CCD requisitados a partir de janeiro de
2020 e fornecidos com adaptador wi-fi USB.
A terminar, refira-se que o novo sistema de
alinhamento de rodas CCD da CEMB está
disponível nas tipologias Standard (veículos
ligeiros), Truck (veículos pesados) e Hybrid
(veículos ligeiros e pesados), podendo
qualquer delas ser requisitada nas versões
completa ou simplificada (esta última sem
“mobiliário” nem computador). ♦
06 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Mercado
Setor
infetado
Os efeitos da pandemia de Covid-19 fizeram-se sentir (e de que maneira) no
setor dos pneus. Em abril de 2020, o mercado de pneus novos de substituição,
em Portugal, no segmento Consumer, caiu nada menos do que 74% face a igual
período do ano passado. Já no acumulado dos quatro primeiros meses
deste ano, a descida foi, ainda assim, mais suave: 22,3%
Por: Bruno Castanheira
De acordo com dados do Europool,
em abril de 2020, no que
ao mercado de pneus novos
de substituição disse respeito,
venderam-se, em Portugal, no segmento
Consumer (ligeiros de passageiros, comerciais
ligeiros e 4x4), apenas 64.646 unidades,
ou seja, menos 183.664 comparativamente
ao mês homólogo do ano anterior. O que,
na prática, traduziu-se numa queda vertiginosa
de 74%.
Na divisão por categorias, em abril de 2020,
o mercado nacional “absorveu” 52.393 pneus
radiais para veículos de passageiros (-75,6%
do que em abril de 2019, que registou
214.394), 6.353 pneus radiais para veículos
comerciais ligeiros (-67,7% do que em abril
de 2019, que registou 19.657) e 5.900 pneus
4x4 (-58,6% do que em abril de 2019, que
registou 14.259).
Analisando os segmentos, no quarto mês
deste ano, a maior fatia pertenceu aos pneus
premium, ainda que com apenas 29.705
(-73,8%, ou seja, menos 83.541 unidades
do que em igual período do ano transato),
seguindo-se os pneus mid, com 17.837
(-68,8%, ou seja, menos 39.347 unidades
do que em igual período do ano transato) e
os budget, com 17.100 (-78%, ou seja, menos
60.537 unidades do que em igual período
do ano transato).
Quanto à tipologia, em abril de 2020, foram
comercializados 21.576 pneus HRD, ou seja,
destinados a jantes de 17” para cima (-71%,
já que no mesmo mês de 2019 foram vendidas
74.495 unidades), 5.900 pneus SUV/4x4
(-58,6%, já que no mesmo mês de 2019 foram
vendidas 14.259 unidades), 7.040 pneus RFT
(-38,3%, já que no mesmo mês de 2019 foram
vendidas 11.508 unidades) e 346 pneus All
Season (-75,1%, já que no mesmo mês de
2019 foram vendidas 1.391 unidades).
Interessante é, também, analisar os diâmetros
das jantes. A maior fatia pertenceu às
de 15” (17.140 unidades em abril de 2020
contra 62.542 em abril de 2019), seguindo-
-se as de 16” (16.875 unidades em abril de
2020 contra 67.993 em abril de 2019), as
de 17” (10.549 unidades em abril de 2020
contra 47.887 em abril de 2019), as de 14”
(7.104 unidades em abril de 2020 contra
33.569 em abril de 2019) e as de 18” (6.548
unidades em abril de 2020 contra 17.544
em abril de 2019). ♦
08 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Europool
UNIDADES ABRIL 2019 ABRIL 2020 VARIAÇÃO
TOTAL 248.310 64.646 -74%
Passageiros 214.394 52.393 -75,6%
Comerciais 19.657 6.353 -67,7%
4x4 14.259 5.900 -58,6%
All Season 1.391 346 -75,1%
HRD 74.495 21.576 -71%
RFT 11.508 7.040 -38,8%
SUV/4x4 14.259 5.900 -58,6%
Budget 77.637 17.100 -78%
Mid 57.184 17.837 -68,8%
Premium 113.246 29.705 -73,8%
12” 15 14 -6,7%
13” 9.353 1.866 -80%
14” 33.569 7.104 -78,8%
15” 62.542 17.140 -72,6%
16” 67.993 16.875 -75,2%
17” 47.887 10.549 -78%
18” 17.544 6.548 -62,7%
19” 5.933 2.656 -55,2%
20” 1.801 1.317 -26,9%
21” 1.119 419 -62,6%
22” 203 87 -57,1%
23” 8 0 0,0%
UNIDADES JAN./ABR. 2019 JAN./ABR. 2020 VARIAÇÃO
TOTAL 988.873 768.604 -22,3%
Passageiros 855.747 648.678 -24,2%
Comerciais 76.922 65.082 -15,4%
4x4 56.204 54.844 -2,4%
All Season 6.374 4.079 -36%
HRD 274.150 245.321 -10,5%
RFT 50.277 52.102 +3,6%
SUV/4x4 56.204 54.844 -2,4%
Budget 273.553 226.355 -17,3%
Mid 256.683 169.883 -33,8%
Premium 455.583 370.199 -18,7%
12” 50 61 +22%
13” 40.767 24.077 -40,9%
14” 138.867 88.176 -36,5%
15” 265.552 196.916 -25,8%
16” 266.270 211.569 -20,5%
17” 166.130 132.576 -20,2%
18” 73.918 67.768 -8,3%
19” 73.919 25.405 +119,8%
20” 73.920 12.713 +150,5%
21” 73.921 5.214 +145,9%
22” 73.922 1.583 +183,9%
23” 73.923 62 +310%
Destaque
Covid-19
Pneus
terão de
reaprender a
“comunicar”
com o
consumidor
Há um antes e um depois da Covid-19. No setor dos pneus, nada será
igual por força da pandemia. Para os fabricantes auscultados pela Revista
dos Pneus, o primeiro elo da cadeia, a retoma passará, também, pela
reinvenção da forma de comunicar com o consumidor
Por: Jorge Flores
Enfrentar um inimigo desconhecido e invisível
obriga a uma grande capacidade de adaptação. E
criatividade. Depois do choque inicial, o mercado
de pneus começa a tentar reajustar o negócio e as
suas dinâmicas à pandemia de Covid-19. As incertezas ainda
são muitas. Mas a batalha trava-se, todos os dias. Segundo
os fabricantes do setor a operar em Portugal, nada ficará
como dantes. E quem pensar o contrário, estará a ver mal.
André Bettencourt, da Bridgestone, acredita que a recuperação
poderá já ter começado. “No entanto, falar em
retoma, julgo que só poderá fazer-se bastante mais tarde.
Junho e os meses que se seguirão serão a grande incógnita,
pois tudo dependerá da forma como o país consegue,
verdadeiramente, retomar a sua atividade ou se temos
de regressar todos novamente às nossas casas”, adianta.
O responsável vai mais longe e desenvolve: “Mesmo considerando
um cenário otimista, não nos parece acertado
falar em retoma num espaço temporal inferior a três meses,
pois, mesmo que os clientes retomem a sua atividade, a
compra de pneus e a manutenção automóvel poderão
não ser a prioridade para o consumidor. Retomar a dinâmica
do mesmo vai ser algo complicado de alcançar no
imediato. Como tal, a retoma será feita, no nosso entender,
sempre de uma forma gradual e em função da maneira
como o país se for comportando do ponto de vista social
e económico. Se as empresas não forem ajudadas, terão
de fazer cortes e as pessoas não terão empregos. Tudo
isso levará a que a retoma venha a basear-se naquilo que
www.revistadospneus.com | 11
Destaque
é a engrenagem da economia: riqueza gera
riqueza”, acrescenta André Bettencourt, que
encontra semelhanças entre a pandemia e
um cenário de pós-guerra: “O setor vai ter
de encontrar novas formas de recuperar a
dinâmica. E, para isso, vai ser, provavelmente,
muito importante repensar a forma do negócio,
mas, acima de tudo, de falar com o
consumidor. Poderemos estar no princípio
de uma nova forma de consumo de pneus.
Sairá a venda online de pneus mais forte?
Será a mobilidade do negócio um elemento
chave para poder ter novamente clientes a
mudar pneus e a fazer revisões aos automóveis?
O distanciamento social poderá ser,
aqui, o elemento chave para o qual haverá
de pensar em como não baixar os braços e
descobrir novas soluções. O futuro vai existir
para quem conseguir encontrar formas e
serviços que respondam a uma eventual
nova realidade”, preconiza.
REINVENTAR NEGÓCIO
A visão de Pedro Teixeira, da Continental,
não difere muito. “O setor automóvel tem
demonstrado, ao longo da sua história,
uma singular capacidade de adaptar-se e
reinventar-se. Acreditamos que, conforme
as medidas restritivas forem sendo levantadas,
o setor vá recuperando gradualmente.
O timing desta recuperação dependerá,
também, do sucesso no combate a esta
pandemia no nosso país, que tudo indica
será elevado e, consequentemente, poderá
permitir um retorno à normal atividade mais
rápido. Nesse sentido, temos estado a trabalhar
e a construir um plano estratégico
de arranque com um conjunto específico
de medidas e ações para que, no momento
que comecemos a experienciar no mercado
alguma recuperação, sejamos capazes, mais
uma vez, de estar na linha da frente no que
toca ao apoio aos nossos parceiros. O fator
crucial para a retoma económica será a confiança”,
sublinha o responsável, que acredita
no “otimismo e na resiliência do setor.
“Como país, tudo indica que tivemos a
capacidade de vencer a primeira batalha
desta ‘guerra’: garantir que a capacidade
máxima da nossa estrutura hospitalar
não colapsasse. Agora, temos pela frente
a segunda, igualmente importante, que
passa por restaurarmos os nossos níveis
de confiança, retomarmos cuidadosamente
a atividade económica no país e, passo a
passo, aumentarmos os níveis de mobilidade
individual e coletiva. Este aumento
será, definitivamente, o fator determinante
para voltarmos à normalidade da atividade
no setor, que queremos e esperamos que
seja o mais rapidamente possível”, diz.
Por sua vez, Alejandro Recasens, da Pirelli,
descreve a pandemia de forma apocalíptica.
“O mercado sofreu uma paragem sem precedentes
em todo o mundo, inclusive em
Portugal. Portanto, as previsões iniciais para
este ano estão descartadas. Certamente, haverá
um impacto significativo na confiança
do consumidor, que devemos recuperar gradualmente
à medida que a atividade económica
recomeçar. É difícil definir datas, porque
a evolução da pandemia é o que determina
o impacto real em cada território, mas devemos
incentivar a afluência aos pontos de
venda e consciencializar os clientes finais
de que, após muitas semanas de paragem,
será necessário efetuar uma revisão aos seus
veículos”, explica. E concretiza: “Em todas as
crises, surgem oportunidades. E esta paragem
serviu para descobrir a importância
do mundo digital e abriu algumas opções
de ferramentas que, no futuro, podem ser
usadas nos negócios do setor. Esta série de
inovações será uma importante ajuda para
os nossos planos de ação no momento de
reiniciar a atividade”.
CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
Nuno Ferreira, da Michelin, também é da
opinião de que não há tempo a perder. “O
reinício da atividade terá de começar antes
de a pandemia estar totalmente superada.
Mesmo que a situação não esteja totalmente
ultrapassada, um setor tão essencial como o
dos pneus não pode estar parado. O pneu é
um elemento básico para o funcionamento
das diversas atividades motoras da sociedade
e do bem-estar. Indubitavelmente, por
questões elementares de segurança sanitária,
deverá ser feita de forma progressiva”,
sublinha.
De acordo com o responsável, “no mês de
março, a evolução dos mercados demonstrou
os primeiros efeitos da crise sanitária,
mas ainda é demasiado cedo nesta fase para
tirar conclusões sobre os impactos a médio
prazo. Entre março e julho, teremos quebras
de mercado muito significativas, mais
pronunciadas nos segmentos de grande
consumo, mas, também, importantes nos
segmentos industriais que mantiveram parte
da atividade”.
O futuro? “A médio prazo, vai depender
muito do momento em que se reative a
economia e dos efeitos que esta crise tenha
na confiança do consumidor e nas taxas
de desemprego. É prematuro indicar
um valor, mas é evidente que afetará, de
forma negativa, os mercados em 2020”,
afirma Nuno Ferreira. “O mais importante
é transmitir uma mensagem de otimismo.
O pneu é um elemento fundamental nas
deslocações de bens, serviços e pessoas.
É um elemento importante na economia
de qualquer país. Na Michelin, respeitando
as instruções do Governo português e das
autoridades sanitárias, faremos tudo o que
for possível para abastecer a sociedade com
a gama de produtos que temos, apoiando
a progressiva recuperação da nossa economia”,
conclui. u
12 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
FABRICANTE
BKT
“A tecnologia tem um papel decisivo
neste período de travagem brusca”
Lucia Salmaso, da BKT Europe, defende que os meios tecnológicos da empresa são uma arma
poderosa para combater os enormes problemas criados pelo novo coronavírus no mercado dos
pneus
Para a BKT, neste contexto do novo
coronavírus, a prioridade máxima
“é a segurança dos seus colaboradores”,
garante Lucia Salmaso,
CEO da BKT Europe. “Continuamos, por
conseguinte, a seguir, escrupulosamente,
as orientações estabelecidas pelos diversos
países em que estamos representados, de
modo a minimizar os riscos decorrentes da
pandemia de Covid-19. Mas é claro que, ao
longo destes meses, foi, também, importante
a nossa capacidade de reação, que nos permitiu
reorganizar todos os procedimentos
internos e externos, de modo a poder recomeçar
imediatamente, em função das decisões
governamentais”, explica a mesma fonte.
“E assim foi”, continua. “No dia 27 de abril,
foi rapidamente retomada, embora parcialmente,
a produção de pneus em todas
as unidades da BKT na Índia, graças a um
esforço de colaboração entre a empresa
e os governos locais. Em simultâneo com
a reabertura da produção, a BKT pôde,
também, retomar o abastecimento de
matérias-primas e os envios para o estrangeiro,
destinados tanto ao segmento
de equipamento original como ao da reposição.
Graças ao grupo de trabalho, que
desenvolveu o plano operacional para a
segurança dos nossos colaboradores, e à
equipa da cadeia de abastecimento, que
se manteve em constante contacto com
os fornecedores de matérias-primas, a
produção foi retomada sem perder um
segundo. A sede, em Bombaim, adotou a
modalidade de smart working a partir do
lockdown imposto pelo governo indiano,
garantindo, assim, a continuidade do serviço
de assistência ao cliente e de apoio
às vendas”, sublinha a CEO.
“A mesma modalidade foi adotada, aqui,
na BKT Europe, para os nossos serviços de
logística, assistência técnica, marketing, assistência
ao cliente e apoio às vendas. Em
Itália, apesar de termos estado no epicentro
do ‘furacão’, mantivemo-nos em permanente
contacto com os clientes europeus
de equipamento original, gerindo cada caso
com a máxima pontualidade possível”, reforça
Lucia Salmaso.
IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA
A BKT recorreu a vários meios para manter
o contacto com os clientes. Quais? “Todos os
meios tecnológicos disponíveis, do clássico
telefonema às aplicações para videochamada
com vários utilizadores em simultâneo.
Promovemos, por exemplo, formações
técnicas e de aprofundamento para os
nossos distribuidores europeus, disponibilizando
módulos técnicos conduzidos ao
vivo pelos nossos engenheiros de campo.
Uma iniciativa que registou grande sucesso
e que demonstra a vontade que todos têm
de se manterem ativos e de aproveitarem a
mínima possibilidade que a situação proporcione”,
esclarece.
“Neste período de paragem, que impôs um
abrandamento ou até mesmo uma travagem
brusca em muitos setores de atividade,
a tecnologia pode desempenhar um papel
verdadeiramente decisivo, permitindo a
concretização de novas ideias e abordagens”,
assegura.
Lucia Salmaso, BKT Europe
www.revistadospneus.com | 13
Destaque
FABRICANTE
Bridgestone
“Demonstrámos o nosso espírito
de equipa perante este desafio”
André Bettencourt, da Bridgestone, diz que ninguém estava preparado mental, física, social
ou profissionalmente para a Covid-19. Mas garante que o espírito de equipa veio ao de cima
André Bettencourt,
Bridgestone
A
Covid-19 mudou as regras do
jogo. André Bettencourt, diretor
de marketing da Bridgestone Europe
NV/SA Sucursal em Portugal,
não tem quaisquer dúvidas acerca disso.
“Esta pandemia é, para todas as empresas,
algo de novo e para o qual não estávamos
preparados mental, física, social e profissionalmente.
Estivemos, desde o primeiro
momento, a acompanhar as decisões governamentais
e optámos, no dia 16 de março,
por enviar todos os colaboradores para casa,
garantindo a continuidade do negócio através
do teletrabalho. As exceções foram as
equipas de logística e contratos quilométricos”,
revela o responsável à Revista dos
Pneus. “Mantivemos o negócio, com todas as
operações em pleno desenvolvimento, quer
na receção de pedidos, quer nas entregas.
Tem sido para todos um grande desafio, mas,
ao mesmo tempo, uma grande demonstração
de espírito de equipa, em que aqueles
que estão em casa procuram manter a sua
atividade o melhor que podem, apoiando, à
distância, os colegas que ainda se mantêm
no terreno”, acrescenta.
A crise obrigou a mudanças. “Deixámos de ter
uma base para passar a ter várias localizações
a partir das quais cada um de nós operacionaliza
o negócio. Passámos a ter reuniões por
videoconferência, quando, na realidade, antes
tínhamos, em muitos casos, presencialmente.
Tivemos de repensar a forma de falar com os
clientes e apoiá-los à distância”, afirma André
Bettencourt, que acredita que o teletrabalho
cria, “acima de tudo, o desafio de manter um
equilíbrio entre a vida profissional e a vida
familiar. E, isso, nem sempre é fácil”, diz. E frisa:
“Não foi uma mudança tão grande do ponto
de vista técnico e tecnológico, porque, nesse
aspeto, a empresa já estava bem preparada.
O que mais mudou foi a forma de fazer o
negócio e a intensidade do mesmo. No resto,
a Bridgestone tem uma equipa sólida e com
larga experiência, em que cada um sabe o
que tem de fazer”, garante.
SEGURANÇA PRIORITÁRIA
O contacto com os clientes implicou várias
estratégias. “Do ponto de vista administrativo
e de vendas, mantemos contato com os
clientes de diferentes formas, dependendo,
também, dos recursos que os nossos clientes
têm. Os meios utilizados são, naturalmente,
todos digitais. Falamos muito pelo telefone,
mas, também, há casos em que temos videoconferências,
tanto no WhatsApp como
em plataformas, como é o caso do Microsoft
Teams”, diz. “Do ponto de vista da logística,
continuamos a ter em conta todas as precauções
necessárias, acautelando que os
motoristas da nossa transportadora estejam
munidos de máscaras e luvas. É mesmo uma
condição obrigatória. Quem não o fizer, pode
ver a receção da mercadoria recusada pelos
clientes”, sublinha.
André Bettencourt considera que ainda é
cedo para medir o “real impacto” da crise.
“Mas é algo que afetará, essencialmente, as
empresas cuja estrutura era já pouco sólida
ou aquelas que, ao longo dos anos, vieram a
reportar resultados francamente abaixo da
realidade. Em termos de apoio do Governo,
essas empresas não serão prioritárias e, isso,
infelizmente, poderá levar a alguns encerramentos”,
salienta.
14 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
FABRICANTE
Continental
“Temos de focar-nos no plano
estratégico definido para a nova fase”
Aceitar o contexto e preparar o plano estratégico definido pela empresa para a nova fase.
É esta a receita de Pedro Teixeira, da Continental, para enfrentar os efeitos da Covid-19
Pedro Teixeira, diretor-geral da Continental
Pneus Portugal, defende
que a “cautela e o resguardo” são
chaves para superar a crise pandémica.
“Adotámos o teletrabalho e todos
os nossos colaboradores estão, desde o início
da pandemia, a trabalhar à distância.
Como empresa socialmente responsável
que somos, temos vindo a apoiar todos
aqueles cujas funções são imprescindíveis
ao funcionamento do país e, durante o Estado
de Emergência, ativámos a nossa rede
para apoiar as empresas de transportes,
baseada nos seus parceiros da rede 360°
e na nossa rede ContiService, os quais
manifestaram a sua disponibilidade para
continuar a fornecer serviços e produtos
com o objetivo de ajudar a mobilidade de
ambulâncias, polícia, profissionais de saúde
e trabalhadores”, revela. “Desta forma, contribuímos
para a continuidade da mobilidade
dos portugueses, em especial dos que,
nesses dias, não puderam ficar em casa. E,
aqui, não podemos deixar de manifestar
publicamente o nosso agradecimento à
rede de parceiros que, a muito custo, tem
mantido a sua capacidade de resposta quase
inalterada. Agora, o país está numa nova
fase. Estamos lentamente a ‘desconfinar’ e
a retomar, cautelosamente, alguma normalidade.
Temos estado em contacto com os
nossos parceiros, apoiando-os, informando-
-os e encaminhando-os para as autoridades
competentes, de forma a garantir que estes
estejam a cumprir todos os requisitos, assegurando
as devidas condições de segurança
para colaboradores e clientes”, conta Pedro
Teixeira à Revista dos Pneus.
“Tendo em conta que integramos uma
estrutura com presença global, todos os
nossos colaboradores estão familiarizados
com as diversas ferramentas de trabalho à
distância. No seio da estrutura de direção
e das respetivas equipas, foram reforçados
os mecanismos de comunicação para que,
nestes momentos de grande incerteza e
constante mudança, a nossa capacidade de
adaptação, tomada de decisão e agilidade
continuem a ser uma mais-valia para os
nossos parceiros”, refere.
FOCADOS NA RETOMA
“O grande desafio, nesta fase, foi o desenvolvimento
de estratégias e de ferramentas
para estarmos ainda mais próximos (embora
fisicamente ausentes) dos nossos
parceiros, numa fase crítica da sua atividade,
prestando-lhes o máximo apoio e
colocando toda a nossa equipa à disposição
para responder às inúmeras solicitações”,
diz Pedro Teixeira, que prefere não avançar
com cenários. “Qualquer informação avançada
nesta fase, será sempre prematura.
A rapidez com que a realidade se altera,
torna muito difícil fazermos previsões com
alguma certeza. Até porque toda esta situação
que estamos a viver é inédita! A
atividade económica do país, fruto do Estado
de Emergência e de todas as restrições
ditadas em termos de deslocações, sofreu
uma desaceleração generalizada e a Continental
Pneus Portugal não foi exceção.
Não há como fugir deste contexto. Agora,
temos de focar-nos na retoma e no plano
estratégico que definimos para esta nova
fase”, assegura.
Pedro Teixeira, Continental
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Destaque
FABRICANTE
Michelin
“Contamos com a compreensão dos
clientes e com o profissionalismo das
nossas equipas”
A compreensão dos clientes, aliada à solidariedade, capacidade de adaptação e profissionalismo
das suas equipas, foram pontos chave para a Michelin superar a crise. Para Nuno Ferreira, é tempo
de agir
Nuno Ferreira, Michelin
Desde a primeira hora da crise
pandémica que a Michelin
teve como prioridade “garantir a
saúde e a segurança do pessoal”,
explica Nuno Ferreira, diretor operacional
e responsável de relações institucionais da
Michelin. “Já antes do Estado de Emergência,
foram tomadas uma série de medidas
preventivas”, completa. “A evolução dos
acontecimentos, juntamente com a falta
de algumas matérias-primas essenciais, fez
com que a Michelin parasse todas as atividades
industriais e utilizasse o teletrabalho
em todas as tarefas comerciais e serviços
onde foi possível”, revela. E acrescenta:
“A distribuição dos nossos produtos aos
clientes manteve-se, ainda que, em algumas
alturas, com pouca intensidade, com
o objetivo de garantir a manutenção dos
veículos dos serviços essenciais (agricultura,
transportes, forças de segurança, entidades
sanitárias, bombeiros), assim como de pessoas
que realizam diversas tarefas imprescindíveis
nesta situação sem precedentes”.
A empresa definiu um “pacote de medidas
preventivas”, com o objetivo de assegurar
um ambiente de trabalho em segurança total
para os seus colaboradores no momento
do retorno à atividade”, frisa ainda o responsável
da Michelin à Revista dos Pneus. “Estas
medidas são aplicadas de forma rigorosa,
respeitando e até ampliando as definidas
pelas autoridades sanitárias. Por outro lado,
esta situação e as medidas adotadas pelo
Governo, juntamente com o contexto internacional
existente, também afetaram
a atividade da Michelin em Portugal, mas
contamos, desde o primeiro momento, com
a compreensão dos nossos clientes e com a
solidariedade, capacidade de adaptação e
profissionalismo das nossas equipas. Para,
em regime de teletrabalho, continuar a
funcionar, a acompanhar e a responder
às necessidades dos clientes”, sublinha.
VIAS ALTERNATIVAS
Neste contexto, a digitalização teve um
papel crucial na atividade da Michelin.
“Permite-nos manter um contacto fluido
com os clientes e satisfazer as suas necessidades
em função da evolução dos
acontecimentos”, garante Nuno Ferreira.
“Estamos em permanente contacto com
os clientes, com o propósito de encontrar
fórmulas de colaboração, solidariedade
e apoio nesta situação sem precedentes.
Identificámos vias alternativas de apoio
ao nosso canal de distribuição: assessoria
económico-financeira, diferentes formações
online para aumentar o nível de conhecimento,
envio de material de proteção
individual, informações periódicas sobre as
medidas adotadas, otimização da carteira
de pedidos, assegurar um bom nível de
competitividade e ajudar os clientes a estarem
preparados para o futuro imediato”,
sublinha a mesma fonte à nossa revista.
Segundo Nuno Ferreira, “a evolução dos
distintos mercados de pneus demonstra
os primeiros efeitos da crise sanitária. Mas
é demasiado prematuro, nesta fase, tirar
conclusões”, defende.
16 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
FABRICANTE
Nokian Tyres
“O negócio de pneus pesados e técnicos
tem-se mantido”
João Oliveira, da Nokian Tyres, reconhece que a Covid-19 causou um forte abalo no setor dos
pneus, mas revela que os segmentos industriais, agrícolas, florestais e de camião têm compensado
as perdas
Em primeiro lugar, esta pandemia
criou uma disrupção no
paradigma existente na nossa
sociedade”, afirma João Oliveira,
iberian sales manager da Nokian Tyres. “Teremos
de repensar a nossa forma de atuar
como seres humanos, sobretudo quando
o nosso objetivo se centrava, unicamente,
no crescimento económico”. Então e os valores
humanos? “A principal preocupação
da Nokian Tyres, no início desta crise, foi
a proteção imediata dos colaboradores,
com o objetivo de termos zero infetados na
estrutura, objetivo esse que foi cumprido
à risca. Foram reforçados todos os sistemas
de comunicação online, foram criadas
ferramentas de chat internas e houve uma
dedicação reforçada do departamento de
Recursos Humanos em acompanhar mais
de perto todos os colaboradores, para que
não se perdesse a motivação”, revela.
Basicamente, foi o aumento do trabalho
à distância, que, curiosamente, era já um
procedimento comum. “Existe um projeto
piloto na Finlândia onde cada colaborador
pode trabalhar em qualquer ponto da empresa
ou mesmo a partir de casa. Quase
ninguém tem secretária ou ponto fixo de
trabalho. Todas as ferramentas informáticas
de que, hoje, tanto se fala, nós já as utilizamos
há algum tempo”, conta. E explica:
“Trabalhar a partir de casa é já uma rotina
para todos nós. A título de exemplo, todos
os meus colegas do customer service, do departamento
financeiro e da secção logística,
só para citar alguns, estão a trabalhar em
suas casas, com total acesso à empresa. A
principal mudança foi a impossibilidade de
viajarmos e de podermos visitar os clientes”,
sublinha.
SEGMENTOS ESTÁVEIS
João Oliveira explica que a Nokian Tyres
teve de readaptar-se a uma “nova normalidade”
para continuar a apoiar os clientes.
“Pela impossibilidade de visitá-los fisicamente,
restam os contactos através de
chamadas telefónicas, correio eletrónico,
WhatsApp. Esta foi uma questão bastante
discutida logo no início da pandemia. Era
necessário manter e reforçar o contacto
com os clientes. Sendo nós uma organização
relativamente pequena, todos os
clientes sentem que fazem parte de uma
família. Isto é como ligar todos os dias
para os meus amigos ou familiares para
perguntar-lhes como estão. O mais engraçado
é que é recíproco. Tanto ligamos nós,
como nos ligam eles”, refere o responsável
da Nokian Tyres.
“Ainda é cedo para avaliar o impacto real
nos resultados”, acrescenta. “Obviamente,
temos uma estimativa: será bastante negativa
com certeza. Os dados do Europool de
janeiro a março, comparados com período
homólogo, indicam em termos globais uma
queda de 4,9% em Portugal e 20,4% em
Espanha. Nem quero imaginar quando incluírem
abril. Isto é dramático. Claro que o
setor vai ser violentamente afetado. Para
contrabalançar um pouco este cenário
negativo, o negócio de pneus industriais,
agrícolas, florestais e de camião tem-se
mantido mais ou menos estável”, assegura.
João OLiveira, Nokian Tyres
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Destaque
FABRICANTE
Pirelli
“Paralisação mundial obrigou a uma
racionalização dos stocks ”
Alejandro Recasens, da Pirelli, não esconde o forte impacto da pandemia na empresa e explica
como esta procurou encontrar o mix ideal de stock como forma de proteção dos clientes
Alejandro Recasens, Pirelli
A
pandemia teve um forte impacto
em todas as empresas do setor
a nível mundial, forçando a um
confinamento geral sem precedentes”,
afirma Alejandro Recasens, diretor-
-geral da Pirelli Espanha e Portugal. “Esta
situação levou a uma consequente quebra
do volume de vendas, o que, por sua vez,
gerou impactos na liquidez nos lucros dos
negócios. A estes fatores, junta-se ainda a
incerteza – embora já se vislumbre além da
cortina - sobre o momento e as condições
do regresso à normalidade”, acrescenta.
“Neste contexto, “a Pirelli teve de adaptar
a sua atividade em todo o mundo, parando
as fábricas e readaptando os stocks. Paralelamente,
procedeu à ativação de planos
importantes, no que à responsabilidade
social diz respeito, para apoiar a luta contra
a Covid-19. A título de exemplo, a Pirelli converteu
fábricas para produzir máscaras, foi
cancelada a publicação do Calendário Pirelli
2021 e foi, também, doada uma quantia
de €100.000 euros para apoiar pesquisas
contra a doença. Além disso, foram realizados
donativos económicos a hospitais e
centros de investigação”, revela.
Segundo Alejandro Recasens, “o primeiro
impacto foi na atividade da própria empresa
em Espanha e Portugal”, diz. “Pouco antes
do confinamento e com foco e prioridade
na saúde dos trabalhadores e das suas famílias,
foi implementado o teletrabalho para a
equipa comercial e para aqueles que trabalham
nos escritórios, sendo que foram, também,
canceladas viagens e deslocações”,
revela. Mas não só. “A atividade da equipa
de logística em Espanha foi reconfigurada
para garantir a máxima higiene e segurança
no local de trabalho, além de ter sido garantida
a manutenção da distribuição de
pneus para o mercado ibérico. A paralisação
da atividade em muitas fábricas europeias
e mundiais da marca obrigou a fazer, além
disso, uma racionalização importante dos
stocks, tendo em vista o desconfinamento
e a retoma das operações das fábricas”, sublinha
o responsável à Revista dos Pneus.
APOIAR CLIENTES
O cuidado com quem prefere a Pirelli foi uma
prioridade. “Para começar, dentro desta relação
permanente com os clientes, foi avaliado,
em conjunto com todos os pontos de
venda, um plano tendo em vista um mix
ideal de stocks para quando chegar a hora
de voltar a arrancar com a atividade. Iremos,
também, analisar as promoções adiadas para
determinar o momento adequado para os
lançamentos, bem como os seus conteúdos,
com o objetivo de apoiar o sell-out e aumentar
o a afluência aos pontos de venda”, explica.
E acrescenta “A Pirelli continuará a dar todo
o apoio possível às oficinas durante a situação
que nos espera, na procura de uma
recuperação que confiamos que aconteça
o mais rápido possível”. Alejandro Recasens
não esconde os prejuízos “mais imediatos”
causados pela pandemia. “Referem-se à
queda geral das vendas e das margens. As
consequências futuras, como já apontámos
anteriormente, dependerão da duração das
medidas e de como ocorrerá o desconfinamento.
A relação entre os dois aspetos
também determinará a velocidade da recuperação
da situação atual”, conclui.
18 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
FABRICANTE
Yokohama
“Está na hora de sermos solidários
uns com os outros”
Victor Cañizares, da Yokohama, apela ao espírito de união e de solidariedade para superar a crise
do novo coronavírus. A ideia é levar o mercado a bom porto e não deixar ninguém pelo caminho
Antes de mais, num momento
difícil como aquele que se vive
um pouco por todo o mundo,
Victor Cañizares, board member
da Yokohama Iberia, opta por deixar as
suas “condolências a todas as famílias que
sofreram a perda de um ente querido”. E
acrescenta: “A Yokohama decidiu, desde o
início, manter as suas operações para suprir
a cadeia de valor, especialmente quando
estava a oferecer um serviço fundamental:
a distribuição de necessidades básicas e a
mobilidade das pessoas. Foi uma decisão
baseada, também, nas nossas possibilidades
de garantir a segurança dos colaboradores.
Em 2019, após um dos programas de RSE,
implementámos o teletrabalho como uma
medida para melhorar a reconciliação familiar,
um programa que nos permitiu enviar
colaboradores do escritório para casa uma
semana antes de ser decretado o Estado de
Emergência”, revela Victor Cañizares.
“De momento, todo o nosso pessoal
opera em regime de teletrabalho, exceto
a equipa do armazém, que segue as normas
de prevenção atuais da Covid-19, além
de ter adotado outras medidas adicionais”,
acrescenta. Em relação a números, “digamos
que estamos a faturar 10% da média
diária e, basicamente, nos segmentos dos
pneus comerciais e de camião, pois não
poderia ser de outra forma”. Em relação
a curto e médio prazos, “importa dizer
que, embora incerto, consideramos que a
abertura por fases da economia é a opção
mais provável. Se for mantida a estrutura
de negócios necessária e suficiente para
reconstruir a economia, para que haja mobilidade”,
adianta. “Vamos acreditar que um
condutor quererá prolongar a vida útil do
seu veículo. Vamos pensar num verão com
deslocações internas e, portanto, um aumento
na manutenção do automóvel. Ou
seja, uma maior procura pela substituição
de pneus e talvez menos no que diz respeito
ao equipamento original”, preconiza.
CHEGAR A BOM PORTO
Segundo Victor Cañizares, a Yokohama “está
a tomar medidas, desde o início”. E procura,
agora, reestruturar o “cronograma de pagamento
dos clientes que o propuseram e
precisaram. Continuamos e continuaremos
com as operações de distribuição para manter
o canal abastecido. Implementámos um
nível de preços líquidos na nossa plataforma
B2B. A equipa comercial está em constante
comunicação com o canal para descobrir as
suas necessidades e lidar com elas pessoalmente”,
assegura.
O responsável acredita que “está na hora de
sermos solidários uns com os outros e de tentarmos
chegar todos a bom porto. E quando
digo todos, não deixo ninguém para trás:
clientes, não clientes, concorrentes, fornecedores,
acionistas e, claro, as nossas equipa e
famílias”, afirma. “Apesar do risco, precisamos
de encerrar o confinamento. Mas ser solidários,
sociáveis. Em última análise, cívicos
e usar todas as ferramentas que estiverem
à nossa disposição para reduzir o risco de
infeção, com teletrabalho, videochamadas,
uso de máscaras FFP2, óculos de proteção,
luvas e gel desinfetante. Até que haja vacina
ou retrovirais eficazes, teremos de conviver
com a Covid-19. O nosso objetivo continua a
ser oferecer valor à sociedade a curto, médio
e longo prazos”, conclui Victor Cañizares.
Victor Cañizares, Yokohama
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Destaque
DISTRIBUIDOR
AB Tyres
“Estamos a travar uma batalha contra
um inimigo desconhecido”
Filipe Bandeira, da AB Tyres, descreve a Covid-19 como um inimigo invisível e desconhecido.
Mas garante que a empresa não se dá por vencida, aproveitando a crise para estreitar laços com
clientes
Filipe bandeira, aB Tyres
A
AB Tyres tem enfrentado a pandemia
sem receios. “Julgamos
que estamos a enfrentar esta
situação da mesma forma que
todos os players, ou seja, com as dificuldades
inerentes de quem está a combater
um inimigo invisível e imprevisível. No entanto,
estamos, também, a aproveitar para
renovar formas de trabalho e inovar através
da implementação de novas ferramentas
tecnológicas que nos permitam continuar
a estar presentes, de forma diferente, é
certo, no dia a dia dos nossos clientes, com
contributos positivos, incluindo a continuidade
do Clube AB Tyres, para ajudar a
melhorar a performance do negócio. Não
nos damos por vencidos. Pelo contrário,
continuamos com a atitude demonstrada
por um dos nossos lemas principais, que
é de manter e, se possível, melhorar, ‘a
proximidade com o cliente’. Tudo isto num
novo formato, completamente diferente
do anterior”, diz Filipe Bandeira.
O que mudou na atividade da empresa?
“Muitas coisas relacionadas com o nosso
método de trabalho e com a realidade antes
e pós-Covid-19. Mas, acima de tudo,
a nossa forma de pensar e agir. Sabemos
que estamos a travar mais uma batalha,
mas, agora, contra um inimigo desconhecido,
em que a palavra ‘resiliência’ é
a nossa forma de pensar como antídoto
para ganhar esta ‘guerra’. Um dos pontos
importantes, que, para nós, é crucial, é o
acompanhamento da equipa comercial,
que teve de ser ajustada”, explica Filipe
Bandeira à nossa revista.
DANOS COLATERAIS
A empresa do Grupo Alves Bandeira tem
conseguido contornar vários obstáculos.
“Na sequência de algumas alterações efetuadas,
em termos de método de trabalho
e, simultaneamente, na questão operacional,
temos conseguido, como se diz na
gíria, ‘levar água ao moinho’. No entanto,
os danos colaterais da falta de clientes, em
virtude do isolamento social, está a provocar
danos nunca antes vistos na atividade
dos nossos clientes, o que, por sua vez,
se reflete na nossa, com efeitos também
extremamente negativos”, reconhece.
“Acima de tudo, fazemos com que sejam
cumpridas, escrupulosamente, as
diretrizes emanadas no Plano Nacional
de Contingência do SNS. Paralelamente,
fazemos, também, com que essas mesmas
normas de segurança sejam cumpridas por
todos os intervenientes, ao longo de toda
a cadeia de fornecimento, ou seja, desde
o momento em que pneu é entregue no
nosso armazém até chegar ao cliente”,
adianta ainda Filipe Bandeira.
O administrador da AB Tyres considera
ser ainda um pouco “prematuro” fazer cálculos
sobre os prejuízos provocados pela
pandemia, com “segurança e exatidão”.
Mas, ainda assim, adianta que a crise, “no
imediato”, trouxe “quebras na faturação
superiores a 55%” E acrescenta: “Existem
ainda outros prejuízos colaterais, que
serão mais tarde objeto de avaliação e
contabilização”.
20 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
DISTRIBUIDOR
Dispnal
“A resposta à crise terá de ser imediata,
mas a recuperação será longa”
Rui Chorado, da Dispnal, considera que o setor terá de reagir, de imediato, para minimizar os
efeitos da crise pandémica. Mas alerta que a recuperação demorará, necessariamente, o seu tempo
Ninguém suspeitou que a situação
que estava a acontecer na Ásia
iria chegar ao ponto em que,
hoje, nos encontramos. A Dispnal
teve de adaptar a sua estrutura interna
e externa, impondo as medidas segurança
a todos os que a ela estão diretamente ligados,
como os seus colaboradores e clientes,
sem nunca perder o foco na capacidade
de resposta que tinha antes da pandemia”,
adianta Rui Chorado, administrador, à Revista
dos Pneus. “Foi uma mudança radical.
Teve de haver uma adaptação de toda a
equipa aos novos processos, mas sempre
com a dinâmica que existia antes do vírus,
por forma a garantir a receção do material
e, também, que as encomendas feitas, diariamente,
fossem despachadas e entregues
em tempo útil. De acordo com a estratégia
pensada e proposta a cada elemento, tudo
funcionou perfeitamente e de acordo com
as expectativas”, salienta o responsável.
Para que pudesse continuar a exercer
a sua atividade, durante este tempo de
pandemia, a Dispnal recorreu ao telefone
(teletrabalho), email, WhatsApp, Skype e
B2B. E nunca deixou de cuidar dos seus
parceiros e clientes. “O tipo de apoio depende.
Cada caso, é um caso. Devido à
concorrência e à oferta de imensas marcas,
o preço, já por si, fica saturante. Com a
existência de relações comerciais, algumas
até bastantes antigas, há uma adaptação
a ser estudada, porque somos, também,
distribuidores e não queremos deixar de
ser opção, tendo como objetivo sermos
competitivos”, afirma.
MARGENS MÍNIMAS
Quanto às consequências da crise provocada
pela Covid-19, Rui Chorado mostra-
-se prudente. “Até final de abril, claro que
existe ideia e números. Após esta data, só
o tempo e a análise feita mensalmente o
dirão. Esperamos conseguir minimizá-los
o máximo possível, dependendo da evolução
da pandemia, pois tudo vai alterando
à medida que os meses forem passando”,
reforça. O responsável da Dispnal é da
opinião que a retoma do setor “vai começar
de imediato, mas só o conjunto
do universo industrial e comercial, no
seu propósito, pode ditar os seus valores”,
preconiza.
“Penso, sinceramente, que a retoma será
lenta e cuidadosa, pois as divergências
no seio político da Europa são grandes.
Poderão existir algumas alterações, dependendo
da forma como cada empresa
vai adaptar a sua estrutura económica de
acordo com o seu lucro. As margens vão
ser mínimas e o crédito muito mais cuidadoso.
Porque os custos serão demasiados,
caso não exista uma política comercial
adaptada a cada empresa”, avisa. “A resposta
à crise tem de ser imediata, mas
temos de preparar-nos, pois a recuperação
vai ser longa. Para isso, é muito importante
cada um saber o que quer e pôr em funcionamento
as suas empresas, com objetivos
claros e medidas rápidas. Só se consegue
um bom trabalho com boas equipas e
unidas, por forma a resolver os inúmeros
problemas que irão surgir no dia a dia”,
garante Rui Chorado.
Rui Chorado, dispnal
www.revistadospneus.com | 21
Destaque
DISTRIBUIDOR
EUROMAIS
“Todos teremos de reinventar-nos
e de trabalhar de maneira diferente”
Para Manuel Félix, da EUROMAIS, a retoma do setor já está em curso, mas será, necessariamente,
lenta. Na sua perspetiva, todos os players terão de aprender a reinventar o seu negócio
Manuel Félix, Euromais
Desde o seu início que estamos
a enfrentar, com elevada seriedade,
esta situação, pois, para
além de termos conseguido
manter em pleno toda a nossa operação,
existe uma responsabilidade social implícita
e a proteção da saúde dos colaboradores
está primeiro”, conta Manuel Félix, administrador
da EUROMAIS, reconhecendo que
a pandemia alterou, em muito, o dia a dia
da empresa. “Procurámos manter intacta
a nossa atividade e a nossa operação, por
forma a satisfazer as necessidades dos
clientes e mantendo-nos em contacto com
eles. Naturalmente que devido às restrições
de movimentação, confinamento e afastamento,
tivemos de fazer um plano de
reestruturação de pessoal, nomeadamente
com recurso ao teletrabalho”, revela Manuel
Félix. “Reforçámos os contactos por telefone
e email, bem como através do nosso site e
nas redes sociais, com informação relevante
para as oficinas relativa às atualizações da
legislação e, bem recentemente, do Protocolo
Sanitário para o setor automóvel”,
refere.
Como forma de proteção sanitária, a EURO-
MAIS implementou várias medidas internas.
“Seguimos as indicações da DGS quanto às
práticas de higienização, confinamento e
afastamento. Não permitindo, por exemplo,
a entrada nas nossas instalações, bem
como o uso obrigatório de máscaras e luvas
aquando do pontual contacto com pessoal
do exterior, como é o caso das transportadoras
e de alguns clientes, obrigando,
também, os mesmos a usar esses equipamentos”,
explica o responsável.
RETOMA LENTA
Segundo Manuel Félix, os efeitos da Covid-19
no mercado estão longe de poder
ser calculados. “Ainda é cedo para fazer
essa contabilização, mas teremos o mesmo
efeito causado a todo o nosso setor (distribuidores
e retalho), quer em Portugal,
quer em Espanha”, lamenta. Mas acredita
que, a partir de maio, comece a “haver uma
retoma lenta e progressiva” que irá “até final
deste ano, estando dependentes das diretrizes
do Governo e da DGS”, diz. Contudo,
o pós-Covid-19 implicará, na sua opinião,
algumas alterações. “Pensamos que teremos
todos de repensar e reinventar o nosso
negócio, pois, necessariamente, vamos ter
todos de trabalhar de maneira diferente
para viver e lidar com esta nova realidade”.
E deixa um apelo aos vários intervenientes
do mercado: “Que todos olhem com espírito
crítico para o seu negócio e para as
mudanças que estão ou que podem vir a
acontecer no setor. Que sejam resilientes
e que tomem as decisões enérgicas para
permitir que enfrentemos o futuro de uma
forma realista, mas, ao mesmo tempo, com
algum otimismo”.
22 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
DISTRIBUIDOR
NEX Tyres
“2020 não conseguirá recuperar
para os níveis previstos”
Aldo Machado, da NEX Tyres, reconhece que o impacto da pandemia é brutal e que este será
um ano irrecuperável, tendo em conta os níveis previstos inicialmente. Reduzir os danos é, por isso,
a prioridade
A
NEX Tyres manteve a “totalidade”
dos seus recursos disponíveis
para os clientes durante a
crise provocada pela Covid-19,
“apesar dos condicionamentos existentes”,
diz Aldo Machado, country manager para
Portugal. “O quotidiano alterou-se radicalmente.
Com a rede comercial em casa,
com os escritórios vazios, apenas a estrutura
logística permaneceu ativa e, assim
mesmo, com diversos condicionalismos. É
uma época muito triste, mas a saúde de todos
sobrepõe-se a esse sentimento”, reforça.
Como está a necessidade de isolamento
social a afetar a atividade da NEX Tyres?
“Além do impacto interno, a redução de
vendas é dramática nos segmentos que se
destinam a não profissionais. Se excluirmos
as vendas realizadas nos segmentos
agroindustrial e pesados, os pneus para
ligeiros e veículos de duas rodas estão a
níveis nunca vistos anteriormente”, reconhece
Aldo Machado.
A NEX Tyres tem mantido a proximidade
com os clientes. “Com exceção do contacto
presencial/físico prestado pela equipa comercial,
todos os restantes meios estão a
operar a 100%, como o nosso B2B e call
center”, explica. O apoio tem sido grande.
“A primeira base de apoio foca-se na
manutenção da atividade a 100%, assim
como em assegurarmos que as condições
financeiras da própria empresa garantem
a continuidade da NEX Tyres como todos
a conhecem. A partir desse pressuposto,
estamos em condições de avaliar, casuisticamente,
as eventuais necessidades que
os clientes tenham, mas sempre com razoabilidade
e não colocando em causa a
atividade futura”, sublinha o responsável
da empresa.
ANO IRRECUPERÁVEL
A pandemia obrigou ainda a NEX Tyres a
colocar em prática várias medidas para
manter a atividade em segurança. “Internamente,
reduzimos a presença de pessoas
nos nossos serviços e, no caso logístico,
ainda que seja imprescindível para a nossa
atividade, foram implementadas escalas de
presença para reduzir o número de operadores
e, consequentemente, o risco de
contágio. No acesso às instalações, foram
introduzidos critérios de restrição apertados
e foram implementadas medidas de
autoproteção para os colaboradores que
se encontram no ativo”, esclarece Aldo
Machado.
Os efeitos nefastos da Covid-19 no mercado
são evidentes. E irrecuperáveis. “Neste
momento, calculamos os primeiros prejuízos.
2020 será um ano onde nunca conseguiremos
recuperar os níveis previstos.
Atualmente, a tarefa é minimizar o impacto
económico dentro da estrutura financeira e
garantir a continuidade da atividade, assim
como assegurar a manutenção dos postos
de trabalho”, adianta Aldo Machado.
Aldo Machado, NEX Tyres
www.revistadospneus.com | 23
Destaque
DISTRIBUIDOR
Pneurama
“Aproveitámos este período para
fazer melhorias”
José Azevedo da Mota, da Pneurama, revela que a empresa não perdeu tempo durante a
pandemia, aproveitando para melhorar vários processos operativos e apostar na digitalização
Na Pneurama, ativámos um plano
de contingência com medidas
de máxima prevenção de
higiene para evitar qualquer
contágio. Numa fase inicial, as equipas
comerciais estiverem em teletrabalho e,
nas nossas instalações, dividimos a equipa
em três grupos”, começa por explica José
Azevedo da Mota, administrador da Pneurama.
“Devido a um enorme esforço de
adaptação da equipa da Pneurama, conseguimos
manter a qualidade do nosso
serviço. O compromisso que assumimos
passa por ter um stock muito forte, o que
também nos permitiu satisfazer as necessidades
dos clientes. No entanto, devido ao
confinamento, tivemos uma enorme perda
de receita, principalmente em abril. Mas a
Pneurama não entrou em lay-off”, revela.
“Publicámos um comunicado, no início do
Estado de Emergência, com a seguinte mensagem:
‘Viver em segurança, mas continuar
a viver’. Entendemos que tanto o isolamento
social como o confinamento vão ter um
enorme impacto na vida da sociedade e
que temos de apreender a viver neste ‘novo
normal’ o mais rápido possível”, reforça o
responsável máximo da Pneurama.
liberdade de movimentos, continuámos a
contactar os clientes por telefone e email.
No entanto, começámos a fazer visitas
presenciais sempre que necessário, respeitando
todas as regras de higienização. Temos
stock de equipamento sanitário muito
completo e, se for preciso, compraremos
mais”, acrescenta José Azevedo da Mota.
De acordo com a mesma fonte, a Pneurama,
no início da crise sanitária, discutiu
boas praticas de segurança no seu comportamento.
“Neste momento, temos todos
bastante consciência do que devemos fazer
para nos protegermos e aos que nos são
próximos”, salienta José Azevedo da Mota,
que admite que os prejuízos causados pela
Covid-19 são avultados. “É possível dizer
que o mês de abril sofreu uma quebra de
volume de negócio muito anormal. No
entanto, também aproveitámos esse período
para efetuar melhorias nos nossos
processos operativos, na seleção de marcas
e gamas de produto que possam melhorar
a oferta da Pneurama. Arrancámos para
uma segunda fase do processo de digitalização,
que será muito importante no nosso
futuro”, remata.
José Azevedo da Mota,
Pneurama
RELAÇÕES FORTES
A empresa não mudou a estratégia em
relação aos seus parceiros. “Sendo o lema
da Pneurama ‘Construindo Relações Fortes’,
tínhamos sempre de dar prioridade ao
contacto com os clientes. Dito isto, numa
primeira fase, as equipas comerciais estavam
em contacto por telefone e email.
Numa segunda fase, em que houve maior
24 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
DISTRIBUIDOR
RS Contreras
“Ainda é cedo para fazer contas aos
efeitos da Covid-19”
José Enrique Carreiro, da RS Contreras, defende que o mercado nacional acabará por sair
“reforçado” da crise provocada pela Covid-19. Mas considera 2020 um ano perdido
José Enrique Carreiro, administrador
da RS Contreras, elenca duas
fases distintas na pandemia de
Covid-19. “Uma inicial, onde não
tínhamos nenhum tipo de perspetiva de
quanto tempo poderia durar a situação
de confinamento e, por conseguinte, com
uma incerteza e preocupação total; uma
segunda fase, a partir da segunda quinzena
de abril, onde já conseguimos sentir sinais
de reinício da atividade e começámos a ver
a luz ao fundo do túnel”, revela.
Muito mudou na atividade da empresa. “Em
primeiro lugar, a lógica e drástica diminuição
da atividade e do volume de negócios.
Por outro lado, tivemos de adaptar-nos a
uma nova realidade, com muitos dos colaboradores
em casa em regime de teletrabalho.
Tem sido uma experiência nova, mas
muito enriquecedora”, explica José Enrique
Carreiro à Revista dos Pneus, admitindo que
o negócio não passou ao lado da crise. “Evidentemente,
com as pessoas confinadas em
casa, sem poderem sair, a venda de pneus
ressentiu-se de forma significativa. Mesmo
com toda esta conjuntura, conseguimos
garantir a elevada qualidade do serviço que
prestamos na zona de Lisboa com as nossas
viaturas e mantivemos o serviço take away
no armazém durante toda a crise. O que
tem sido uma grande ajuda e suporte para
os nossos parceiros”, sublinha.
embora o facto de estar em casa em teletrabalho,
tem acompanhado, diariamente,
via telefónica e por outros meios digitais,
as necessidades e preocupações dos clientes.
O call center também tem estado em
grande nível”, afirma José Enrique Carreiro.
Neste momento complicado para o mercado,
a RS Contreras continua a apoiar os
clientes. “A nossa principal preocupação
foi manter a qualidade do serviço de entregas.
Temos assessorado os clientes em
questões legais, burocráticas e de apoio
financeiro. Os nossos parceiros têm sentido
que estamos cá para apoiá-los naquilo que
for preciso”, diz.
O responsável da RS Contreras é da opinião
de que ainda é “um pouco prematuro” tentar
apurar os prejuízos causados pelo novo
coronavírus no setor. Mas não esconde o
impacto. “O que posso adiantar é que 2020
vai ser um ano perdido para todos”, afirma.
Ainda assim, faz questão de transmitir uma
mensagem de tranquilidade e confiança.
“É verdade que atravessamos momentos
difíceis e de incerteza, mas com trabalho,
esforço e boa gestão, conseguiremos ultrapassar
esta difícil situação, saindo reforçados
e melhor preparados para o futuro”,
afirma.
MANTER A QUALIDADE
“O meio de comunicação principal de que
dispomos é a nossa web, pois continua a ser
o meio privilegiado pelos clientes. Também
destacaria a nossa rede comercial, que, pese
José Enrique Carreiro,
RS Contreras
www.revistadospneus.com | 25
Destaque
DISTRIBUIDOR
S. José Logística de Pneus
“A gama diversificada permitiu-nos
suportar melhor o abrandamento
de vendas”
A diversidade da gama da S. José Logística de Pneus tem “amortecido” o impacto do abrandamento
de vendas. Luís Aniceto acredita que a plataforma online é outro dos grandes trunfos
Luís Aniceto,
S. José Logística de Pneus
A
S. José Logística de Pneus
continua empenhada na importante
missão de garantir o
fornecimento aos profissionais
do setor, para que estes possam assegurar
os serviços mínimos”, conta Luís Aniceto,
administrador da empresa. “Como uma das
nossas características é a gama diversificada,
que vai desde o pneu de turismo ao
camião, além de todo o tipo de pneus para
fora de estrada, temos suportado melhor o
abrandamento de vendas, mais sentido no
mercado de pneus ligeiros, com vendas na
gama de camião e na gama agroindustrial,
já que sendo a logística e a agricultura, bem
como a produção de bens, são atividades
essenciais. Também aqui é importante continuar
a fornecer estes profissionais”, diz.
O novo coronavírus obrigou a empresa a
modificar algumas rotinas. “A S. José Logística
de Pneus adaptou-se rapidamente a
todas as alterações através da implementação
de um plano de contingência que visa
manter todas as atividades, reforçando a
segurança e a saúde dos colaboradores”,
adianta Luís Aniceto. “Atualmente, trabalhamos
com equipas distintas que permitem
garantir todas as necessidades do mercado.
E temos alguns colaboradores em regime
de teletrabalho”, acrescenta. “A S. José Logística
de Pneus continua a privilegiar o
canal online, através do seu portal de vendas,
o atendimento telefónico através do
call center e a comunicação por email”, diz.
Durante a pandemia, os clientes da empresa
não foram esquecidos. Antes pelo
contrário. “Reforçámos que continuamos
ao lado dos clientes e que os apoiamos
nas suas necessidades, que são de vária
ordem”, afirma o responsável.
AGIR PREVENTIVAMENTE
A S. José Logística de Pneus adotou ainda
boas práticas para conseguir manter a
sua atividade em segurança. “O primeiro
passo foi criar um plano de contingência,
apresentado a todos os colaboradores, no
sentido de alertá-los e sensibilizá-los para
a importância vital de manter uma atitude
preventiva, que foi, aliás, bem recebida entre
toda a equipa. As boas práticas ao nível
da higiene foram, desde logo, iniciadas.
Dispomos de gel desinfetante, máscaras
e viseiras. Para reforçar a segurança de
todos os nossos colaboradores, as instalações
deixaram de receber clientes ou
fornecedores. Privilegiámos, desde logo,
os canais digitais”, afirma o administrador
à Revista dos Pneus.
Quanto aos prejuízos causados, até ao
momento, pela Covid-19, Luís Aniceto reconhece
que “o mercado está a ressentir-se,
pois a circulação reduzida faz com que existam
menos pessoas na rua, menos veículos
a movimentar-se e investimentos suspensos,
o que está a fazer o negócio abrandar
colateralmente”. Mas deixa uma garantia:
“Estamos atentos e a agir preventivamente”.
26 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
DISTRIBUIDOR
Tiremaster
“O nosso setor terá uma retoma
mais rápida”
Rafael Louzán, da Tiremaster, fala numa queda da atividade da empresa superior a 50%,
mas acredita que o setor recuperará mais depressa do que outros. Uma mensagem de esperança
para o mercado
A
Tiremaster está a enfrentar a
pandemia de forma “prudente
e atenta a todas as recomendações
da DGS”, garante Rafael
Louzán, administrador. “De salientar,
desde já, o decréscimo de cerca de 50%
na atividade e a adoção das recomendações
da DGS (distanciamento social, uso
de máscara, lavagem frequente das mãos)”,
reforça a mesma fonte à Revista dos Pneus.
A Tiremaster atua em duas áreas distintas:
pesados e ligeiros. O comportamento de
ambas tem sido igual. “A nível de pesados
e mantendo a responsabilidade social que
caracteriza a Tiremaster, não deixámos de
dar prioridade ao atendimento das frotas
que abastecem os bens de primeira necessidade.
Nesta área de negócio, não se notou
um decréscimo muito evidente devido aos
serviços que prestamos. A nível de ligeiros,
a assistência que está a ser feita privilegia
o atendimento aos grupos considerados
prioritários que estão na linha da frente
no combate a esta pandemia”, sublinha
Rafael Louzán.
“Os meios utilizados para manter o contacto
com os clientes foram vários: telefone,
email, WhatsApp e redes sociais – Facebook,
Instagram e o nosso remodelado site www.
tiremaster.pt”, revela. De resto, o apoio aos
clientes tem sido uma preocupação da empresa.
“Em primeiro lugar, continuamos de
portas abertas para receber os clientes e
continuamos a oferecer a recolha e entrega
da viatura na casa do cliente. Mantemos
a manutenção dos parques dos clientes e
o nosso serviço de assistência móvel 365
dias”, frisa.
RETOMA RÁPIDA
A Covid-19 deixou marcas profundas na
empresa. “Com uma queda superior a 50%
na atividade, a queda de faturação é, também,
muito mais importante”, acrescenta
o responsável, que já encara o futuro e a
retoma do setor. “Com o levantamento do
Estado de Emergência, prevemos que, de
forma gradual, o setor comece a ir para
níveis que existiam antes da pandemia”, diz.
Segundo refere, “cremos, também, que o
nosso setor de atividade terá uma retoma
mais rápida do que os outros. O automóvel
particular continuará a ser o veículo de
eleição para as deslocações do dia a dia, em
detrimento dos transportes públicos. Não
prevemos grandes mudanças/alterações.
Poderá haver um decréscimo, mas nada de
significativo. A nível interpessoal, com o
distanciamento social será a única alteração
que prevemos que seja expressiva”, afirma
Rafael Louzán, que deixa uma mensagem
positiva ao mercado: “Todos juntos e cumprindo
as regras, conseguiremos combater
esta pandemia”.
Rafael Louzán, Tiremaster
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Destaque
DISTRIBUIDOR
Tiresur
“A partir de maio, poderemos atingir um
resultado de 80% da faturação”
Armando Lima Santos, responsável da Tiresur, acredita que o pico da crise pandémica já estará
ultrapassado. E prevê que, a partir de maio, a empresa possa alcançar 80% do seu valor de faturação
armando Lima SANTOS,
TireSur
No plano interno, como a maioria
das empresas e da sociedade,
tomámos várias decisões no
sentido de minimizar a possibilidade
de contágio. Tivemos de adaptar
o espaço físico do nosso escritório para
permitir trabalhar com as devidas normas
de distanciamento social e de proteção e
segurança entre colaboradores”, começa
por explicar Armando Lima Santos, diretor-
-geral da Tiresur. “Todas as posições cujas
tarefas podiam ser realizadas em home
office, passaram a ser realizadas em teletrabalho.
Também passámos a trabalhar
com máscaras, viseiras, barreiras de acrílico
entre postos de trabalho e na receção,
assim como passámos a dispor de vários
dispensadores de álcool gel em pontos estratégicos
da empresa, por forma a permitir
que, frequentemente, possamos proceder
à higienização das mãos.
Já em termos de negócio, “em março, o impacto
sentiu-se mais na segunda quinzena,
logo após a declaração do Estado de Emergência,
tendo, depois, o mês de abril sido
realmente difícil. Ainda assim, com números
interessantes tendo em conta o panorama
geral verificado no setor automóvel, que,
como se sabe, foi seriamente afetado. Em
maio, felizmente as coisas correram bem
melhor e o arranque do mês foi muito
positivo”, sublinha Armando Lima Santos.
E acrescenta: “Durante o Estado de Emergência,
não recorremos ao lay-off e aproveitámos
o menor movimento nas vendas
para organizar a nossa logística, assim como
para descarregar o máximo de mercadoria
possível, evitando, assim, custos e gastos
associados a paralisações e demoras”. Outra
área em que foi fundamental não “parar”,
foi o acompanhamento das cobranças e
o acompanhamento comercial, ainda que
feito à distância. Foi algo fundamental para
a empresa ter bons resultados e poucas
surpresas no capítulo dos recebimentos,
por exemplo.
PERSPETIVA OTIMISTA
A Tiresur tem “monitorizado, diariamente,
o impacto desta crise naquilo que são as
suas vendas, tanto em termos de faturação,
como em volumes de pneus vendidos e
margens brutas. “Dispomos de excelentes
ferramentas de análise que nos permitem, a
qualquer momento e literalmente no imediato,
fazer uma comparação muito completa
com o momento atual e o mesmo
período do ano passado. Ou, por exemplo,
com os meses imediatamente anteriores
à crise”, refere. “Em março, fruto de uma
excelente primeira quinzena, terminámos o
mês com uma quebra de cerca de 25% face
ao ano anterior. Em abril, apesar de tudo,
a nossa faturação ‘só’ caiu 40%. A partir de
maior, estou convencido que poderemos
atingir um resultado em torno a 80 a 85% da
faturação e margem bruta do ano passado”.
28 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
RECAUCHUTAGEM
Fedima Tyres
“Todos precisamos de todos para
conseguir ultrapassar estes tempos
difíceis”
Redefinir o negócio e otimizar recursos é a estratégia de Carlos Marques, da Fedima Tyres,
para enfrentar a pandemia. O responsável defende que todos os players são essenciais nesta luta
Sabemos que é em momentos
de crise que somos forçados a
tomar importantes decisões. Em
meados de março, decidimos suspender
a produção na nossa empresa. Esta
difícil decisão foi tomada com a consciência
de que a quarentena voluntária era a melhor
opção em termos de responsabilidade
social, tanto para os nossos colaboradores,
como para a nossa comunidade e país em
geral”, avança Carlos Marques, administrador
da Fedima Tyres. “Deste modo, temos
a consciência de dever cívico cumprido ao
ajudar a evitar um aumento exponencial
de casos de Covid-19 no nosso país”, acrescenta.
As rotinas da empresa tiveram de adaptar-se
aos novos tempos. Passo a passo.
E sempre em segurança. “Em meados de
abril, retomámos, gradualmente, a nossa
atividade, adotando as devidas precauções
de modo a evitar o contágio dos nossos
colaboradores. No mês de maio, voltámos
a visitar os clientes, pois a atividade de recolha
de carcaças para recauchutagem é
fundamental para o nosso negócio. Para
tal, fomos obrigados a pôr em prática um
plano de medidas de prevenção para evitar
o contágio nas diversas áreas operacionais
da empresa”, explica a mesma fonte.
transportadora, privilegiando os canais
de comunicação digitais. Desde o início
de maio, voltámos às visitas regulares aos
clientes”, refere. Segundo afirma, a pandemia
obriga a muitos cuidados. “Neste
momento, tem de imperar o bom senso.
Os tempos são difíceis para todos, de um
modo geral, não só para os clientes. São
difíceis para nós, são difíceis para os nossos
fornecedores, pelo que temos de gerir o
negócio com cautela de modo a não penalizar
as necessidades de tesouraria, que
serão fundamentais nos próximos tempos.
Ao mesmo tempo, continuar a assegurar
a preservação da atividade de todos os
players do mercado. Todos precisamos
de todos para conseguir ultrapassar estes
tempos de pandemia”, defende.
Para a Fedima Tyres, à semelhança de todo
o setor, os últimos meses foram extremamente
penalizantes. “Nos meses de março
e abril, as quebras de vendas rondaram os
60%. Relativamente a prejuízos, ainda é
cedo para os contabilizarmos, sendo que
a maior condicionante será a incerteza
na evolução desta pandemia. Contudo,
estamos a redefinir o nosso negócio com
base numa política de redução de custos
e otimização de recursos, de modo a evitar
ao máximo as perdas”, assegura.
REDEFINIR NEGÓCIO
Carlos Marques adianta que a Fedima
Tyres recorreu a vários meios para manter
o contacto com os clientes. “Durante
o período de encerramento da produção,
mantivemos sempre o armazém em funcionamento,
com envio de produtos por
Carlos MArques, Fedima Tyres
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Destaque
RECAUCHUTAGEM
Ramôa
“Uma empresa com 50 anos tem
responsabilidade de ultrapassar a
crise”
Joaquim Ramôa, da Recauchutagem Ramôa, revela que a Covid-19 provocou quedas de 40%
no negócio. Admite preocupação, mas garante que a experiência da empresa será determinante
Joaquim Ramôa,
Recauchutagem Ramôa
À
Revista dos Pneus, Joaquim
Ramôa, administrador da Recauchutagem
Ramôa, admite
que a Covid-19 mudou, “quase
tudo”, na atividade da empresa. Como
tem ela gerido a crise? “Naturalmente,
com preocupação, dada a gravidade da
pandemia, mas, simultaneamente, com
a responsabilidade que se exige a uma
organização com mais de 50 anos. Por
isso, também com a esperança de que
se trata de uma fase difícil que conseguiremos
ultrapassar”, assegura. “Tivemos a
necessidade de reajustar todos os processos,
divisão em equipas, trabalho por
turnos, redução de horários. Tivemos de
adotar todas as medidas de segurança
para colaboradores e clientes. Em suma,
tivemos de reinventar a nossa forma de
trabalhar”, conta.
Os meios utilizados pela Recauchutagem
Ramôa para manter o contacto com os
clientes? “Primordialmente, pelo telefone
ou digitalmente, através de email. As nossas
redes sociais são, também, uma forma
de irmos informando toda a atividade da
empresa”, adianta. “Fizemos um esforço
para mantermos as portas abertas. Encerrámos
apenas serviços secundários, como
foi o caso das lavagens (durante a fase de
isolamento). Mas os serviços essenciais
estiveram sempre ativos. Paralelamente,
fomos acompanhando os clientes, maioritariamente
por telefone e email. Temos,
também, reforçado o nosso conceito de
parceria, sendo sensíveis às dificuldades
financeiras acrescidas que os clientes passaram
a ter, procurando encontrar soluções
e apoiá-los nestes difíceis momentos”, explica
ainda Joaquim Ramôa.
ATUAR RÁPIDO
A Recauchutagem Ramôa tem ainda
vindo a implementar várias medidas de
segurança. “Sempre levámos a responsabilidade
social muito a sério e, nesta fase,
não fugiu à regra. Logo a 13 de março,
ainda o país estava a aperceber-se do real
problema e das formas de combate, já a
Recauchutagem Ramôa definia um plano
de atuação com regras de distanciamento
social e proteção individual. Criámos, também,
na altura, um serviço (pioneiro) de
atendimento prioritário a todos os veículos
ligados ao setor da saúde, reservando-lhes
um elevador e operadores. Investimos fortemente
em meios de proteção individual
e coletiva, bem como em tudo o que se
relaciona com a higienização de espaços”,
revela.
Joaquim Ramôa prefere não avançar, para
já, com números concretos. Mas reconhece
que o novo coronavírus infetou (e muito) o
negócio. “Ainda será cedo para se ter uma
noção real dos prejuízos causados, mas é
certo que, ao fim de um mês de isolamento
social, tivemos quebras superiores a 40%
de faturação, além de custos acrescidos
com investimento em meios de proteção
e higienização”, conclui.
30 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
REDE
ContiService
“Temos de perceber como estar mais
próximos dos clientes digitais”
Sandra Melo, responsável da ContiService no nosso país, entende que a crise obriga a procurar
formas de a rede estar próxima dos clientes, através das plataformas digitais existentes
A
ContiService, ”dentro daquilo
que são as limitações decorrentes
da Covid-19, manteve-se em
funcionamento durante todo o
Estado de Emergência”, explica Sandra Melo,
responsável da rede em Portugal. “Com um
enorme sentido de responsabilidade e até
mesmo com muito sacrifício pessoal, os
pontos de venda ContiService quiseram,
desde a primeira hora, estar disponíveis
para, prioritariamente, prestar apoio a todos
os que estavam na linha da frente no
combate à pandemia”, diz. No entanto, a
crise obrigou a ContiService a adaptar-se. “A
nossa rede implementou todas as medidas
de segurança sanitária e de acordo com as
normas oficiais para equipas de trabalho,
clientes e fornecedores, que passaram pela
utilização de equipamentos de proteção
individual, regras de distanciamento, ajuste
de horários de trabalho e de equipas, todas
como medida de prevenção”, afirma.
“Esta pandemia acelerou a utilização do
digital como meio preferencial de contacto
com consumidores, clientes, fornecedores...
De forma a encurtar o distanciamento social
imposto pelas medidas de prevenção e
de contenção do contágio”, adianta. “Mas,
obviamente, a rede de pontos de venda
tem uma implementação local muito forte
e a dinâmica de contacto telefónico manteve-a
próxima dos clientes, criando, aqui,
um contacto humanizado, que é um dos
pontos fortes da nossa rede: a proximidade
ao cliente”, refere. Já ao nível da “estrutura
central, estivemos, sempre em contacto
com os parceiros, com os nossos consultores
e com a equipa de vendas. Temos
vindo a partilhar com a rede informação e
a prestar todo o apoio para apoiá-los neste
momento”, explica.
PROXIMIDADE DIGITAL
Sandra Melo acredita que a atividade económica
do país, “fruto do Estado de Emergência
e de todas as restrições impostas,
sofreu uma desaceleração generalizada. E
o nosso setor não é exceção”. Contudo, “os
nossos esforços estão focados, sobretudo,
na retoma da atividade e na forma como
devemos atuar para nos ajustarmos a esta
nova realidade, que está em constante mutação”,
sublinha a responsável.
“Será parte integrante do nosso quotidiano
os protocolos sanitários, bem como
a segurança de equipas, clientes e fornecedores.
Mas, sobretudo, a preocupação
constante em fazer chegar, de forma clara
e inequívoca a consumidores e frotas, uma
mensagem de confiança sanitária. No nosso
entendimento, este será o motor que alavancará
a retoma económica. São enormes
os desafios que se colocam neste ‘novo normal’:
temos de perceber como podemos
estar mais próximos dos clientes, do novo
cliente ‘digital’. Continuar a estar, de forma
constante e consistente, nas plataformas
de comunicação digitais, ao mesmo tempo
que consolidamos, também, a digitalização
do negócio, que vai facilitar todos os
processos de orçamentação e vendas, bem
como perceber que novas áreas de negócio
podemos explorar”, remata.
Sandra Melo, ContiService
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Destaque
REDE
Euromaster
“A rede teve de reinventar a forma de
lidar com os clientes”
Para Vítor Soares, da Euromaster, a pandemia obrigou a rede a mudar a estratégia e a encontrar
novas formas de interagir com os clientes. Os meios digitais foram cruciais
Vítor Soares, Euromaster
A
segurança faz parte do ADN
da Euromaster. E, hoje mais do
que nunca, faz todo o sentido,
devido à expansão exponencial
da Covid-19 nos países em que operamos”,
afirma Vítor Soares, diretor da Euromaster
Portugal. “Tomámos medidas importantes
para proteger a saúde e a segurança de
clientes e colaboradores nas suas atividades
do dia a dia, tendo em conta que os centros
Euromaster, em Portugal, não encerraram
a sua atividade, prestando serviço a todos
os clientes e entidades públicas essenciais
ao controlo da pandemia e imprescindíveis
para assegurar a mobilidade de todas as
atividades, de modo a manter a vida quotidiana
dos portugueses”, refere.
O compromisso da Euromaster concentrou-
-se em vários princípios. “Não comprometer
a segurança de clientes e colaboradores. As
pessoas estão em primeiro lugar. Garantir
um apoio forte e confiável às entidades que
prestam serviços de emergência, assistência
médica e logística para permitir que elas
desempenhem as suas operações com eficiência
(veículos da polícia, ambulâncias,
prestadores de cuidados, transporte de
alimentos). Garantir um serviço mínimo
para a continuidade dos negócios dos clientes.
Preparar o processo de recuperação”,
acrescenta.
Os centros Euromaster tiveram necessidade
de “reinventar novas formas de lidar
com os clientes, receção e entrega dos
veículos, modo de trabalhar no veículo
e, sobretudo, destacamos as ofertas de
serviços inovadores que lançámos tendo
em conta o contexto que vivemos”, explica
Vítor Soares. “Além dos serviços que lançámos,
é importante referir, também, todos
os procedimentos que foram necessários
colocar em prática para cumprir com todos
os requisitos de segurança sanitária e
não comprometer a saúde pública. Desta
forma, podemos receber os clientes de
forma segura e estar tudo de acordo com
as normas estabelecidas e aconselhadas
pela DGS”, adianta.
REFORÇO DIGITAL
“Atualmente, os meios que utilizamos para
manter o contacto com os clientes são o
nosso site e página de Facebook. Também
meios de comunicação do setor têm sido
canais de comunicação para a Euromaster”,
adianta. “Além destes três meios, utilizamos
outras ferramentas de marketing digital
que nos permitem chegar até aos clientes.
Ainda assim, fomos prestando conselhos
de manutenção do veículo durante este
período de inatividade aos nossos seguidores
do Facebook”, revela Vítor Soares,
que ainda não fez contas aos danos globais
provocados pela pandemia. “De momento,
é muito difícil contabilizar os prejuízos causados
pela interrupção da normalidade da
atividade que se registava desde o início
do ano. Até ao dia 16 de março de 2020,
avizinhava-se melhor trimestre do que no
período homólogo de 2019. Pensamos que
somente no balanço final deste ano é que
se poderá ter uma verdadeira visão sobre
os prejuízos desta crise”, diz.
32 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Covid-19
REDE
First Stop
“Somos um setor essencial para o bom
funcionamento da sociedade”
Mário Mendes, da First Stop, conta que a rede de oficinas teve de adaptar-se a uma nova realidade
do mercado. Mas acredita que o setor é fundamental para a sociedade e que saberá reerguer-se
A
First Stop está a tomar “todas
as medidas necessárias para se
adaptar a uma nova realidade
de mercado”, adianta Mário
Mendes, responsável da rede, que considera
que “nenhum setor estava preparado
para uma realidade como a que estamos a
viver, pelo que temos atuado numa base
semanal”, refere. “Informação, adaptação,
persistência e ações imediatas têm sido a
realidade atual da nossa rede”, acrescenta.
Devido à pandemia, a atividade das oficinas
First Stop teve de mudar. “Toda a rede teve
de enfrentar a realidade de um mercado
que ‘parou’ de um dia para o outro. Em resumo,
a atividade das oficinas tem sido de
uma adaptação e reação a essa paragem,
com alterações profundas no método de
gestão e na forma processual dentro da
oficina, tendo em conta a nova realidade
social que vivemos”, explica.
A necessidade de isolamento social está “a
ter um forte impacto na atividade dos nossos
parceiros, com uma quebra acentuada de
afluência de veículos à oficina”. De forma a
manter o contacto com os clientes, a First
Stop reajustou a sua estratégia. “Todas as
bases de dados estão a ser utilizadas de
uma forma mais profunda. Novas formas de
negócio estão a ser implementadas, como,
por exemplo, a realização do serviço na
casa do cliente ou o serviço de recolha e
entrega da viatura higienizada de forma
gratuita”, sublinha Mário Mendes à Revista
dos Pneus.
A Covid-19 obrigou ainda a empresa a
implementar boas práticas para manter a
sua atividade em segurança. “Todos os processos
dentro das nossas oficinas tiveram
de sofrer uma alteração. Marcação no chão
que permite o distanciamento social obrigatório,
receções com acrílicos de proteção
no atendimento ao cliente, equipamentos
de proteção individual, como máscaras e
luvas de uso obrigatório, colocação de gel
desinfetante em várias áreas fundamentais
da oficina, rotação das equipas... Ou seja,
todas as medidas necessárias para que o
atendimento e o serviço sejam feitos em
segurança máxima para clientes e colaboradores”,
salienta Mário Mendes.
RESILIÊNCIA, PERSISTÊNCIA...
Mário Mendes já conseguiu “medir os prejuízos,
que foram, de certa forma, avultados.
Pensamos que ainda é cedo para fazer um
balanço final, pois existem muitos cenários
possíveis nos próximos tempos”, frisa
o responsável da First Stop. Perante este
horizonte incerto, deixa palavras de força
com uma mensagem de ânimo: “Resiliência,
persistência, adaptação e reinvenção.
Mas, acima de tudo, de coragem. Somos um
setor essencial para o bom funcionamento
da sociedade. Continuaremos a sê-lo no
futuro, tendo a consciência perfeita que
essa sociedade pode, eventualmente, não
ser a mesma, quer em termos humanos e
sociais, quer em termos de negócio”.
Mário Mendes, First Stop
www.revistadospneus.com | 33
34 | Revista dos Pneus | Outubro 2016
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Atualidade
A insustentável
leveza do ser
Será que existem razões válidas para se substituírem as tradicionais jantes de ferro por jantes
de liga leve em autocarros, camiões e semirreboques, só para citarmos três exemplos
de veículos pesados? Com a ajuda da Domingos & Morgado, a Revista dos Pneus revela-lhe
todas as vantagens inerentes à utilização de jantes de liga leve: redução de custos
operacionais, menor acumulação de calor, desgaste inferior, melhor comportamento
Por: Bruno Castanheira
36 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Jantes para veículos pesados
Neste artigo, dedicado às jantes
para veículos pesados, começamos
com duas perguntas. Será
que existem razões válidas para
se substituírem as tradicionais jantes de
ferro por jantes de liga leve em autocarros,
camiões e semirreboques? Qual a diferença
de peso entre uma jante de aço e uma jante
de alumínio forjada Speedline Truck? “Uma
roda Speedline Truck, de medida 11.75” x
22.5”, pesa 24 kg, enquanto uma roda em
aço com a mesma especificação pesa, em
média, cerca de 45 kg. Se tomarmos, para
efeitos de cálculo, uma combinação de trator
e atrelado, num total de 12 rodas, a tara
do conjunto poderá ser inferior em mais
de 240 kg”, começa por explicar Mário Leal,
diretor técnico da Domingos & Morgado.
Parece pouco? “Se pensarmos que representa
mais uma tonelada em mercadoria
transportada (combustíveis, cereais ou leite,
por exemplo), por cada quatro percursos, já
se começa a perceber porque é que praticamente
a totalidade dos conjuntos trator
e cisterna utilizam, exclusivamente, jantes
de liga leve. Para mais, estas ‘pagam-se a
si próprias’ em pouco tempo”, acrescenta
o responsável.
REDUÇÃO DE CUSTOS
E se não estivermos a falar de cisternas
ou transportes a granel, onde estas vantagens
são mais facilmente percetíveis,
mas de galeras ou porta-contentores? Será
que aí já não se justifica a utilização de
jantes de alumínio? “Antes pelo contrário.
A redução de peso do conjunto permitirá
sempre um sem-número de possibilidades
de poupança, dependendo da imaginação
do gestor da frota”, refere Mário Leal.
E dá um exemplo: “Se o gestor da frota aumentasse
a autonomia do trator, poderia
comprar gasóleo onde o preço fosse mais
conveniente. Ou não? Se o camião pudesse
evitar abastecer em Portugal, onde temos
dos combustíveis mais caros da Europa,
isso traduzir-se-ia numa poupança direta
no custo de operação, certo?”. Tal como
é prática comum em muitos operadores
mundiais, é possível aproveitar a redução
da tara do veículo para montar um reservatório
suplementar. Assim, com mais 200 ou
300 litros de combustível, a autonomia do
veículo aumenta exponencialmente, o que
permitirá que o abastecimento seja feito
nos países onde o gasóleo for mais barato.
Mais uma apreciável redução de custos na
operação da frota, portanto.
Analisemos, agora, outros aspetos de carácter
eminentemente menos comercial,
mas igualmente importantes, pois traduzem-se
em ganhos operacionais significativos.
Recorrendo, para tal, ao diretor técnico
da Domingos & Morgado. “É um facto bem
conhecido que o alumínio e as suas ligas
são melhores condutores térmicos do que
as ligas de aço, conseguindo dissipar duas
vezes e meia mais calor comparativamente
a uma roda equivalente em aço”. Muito bem.
E em que medida tal é benéfico? O nosso
interlocutor responde: “Ao dissipar mais
rapidamente o calor produzido pelo atrito
de rolamento e pela ação de travagem, as
jantes de liga leve permitem que a temperatura
do pneu baixe substancialmente, o
que se traduz num melhor comportamento
dinâmico, assim como num maior número
de quilómetros efetuados”. E acrescenta:
“Operando com uma temperatura mais
baixa, a longevidade da carcaça do pneu
aumenta bastante, permitindo uma utilização
mais longa, diminuindo, consideravelmente,
o custo por quilómetro do veículo”.
TEMPERATURA INFERIOR
Mas os benefícios das jantes de liga leve
face às jantes de ferro não se ficam por
aqui. Mário Leal afirma mesmo que “outra
vantagem da redução da temperatura de
funcionamento do conjunto jante/pneu,
prende-se com o desgaste de todos os componentes
mecânicos na sua periferia, que
sofrem particularmente com o aumento
da temperatura. É o caso de todas as articulações
lubrificadas, como, por exemplo,
ponteiras, casquilhos e caixa de direção”.
Temperaturas mais baixas significam ainda
menor desgaste do sistema de travagem,
sendo esta mais uma vantagem. E quanto
à duração da jante? Sabia que uma jante
de liga leve tem, em média, o dobro da
duração de uma jante equivalente em
aço? É verdade. “Outro ponto importante
é a ausência de soldaduras numa jante de
liga leve forjada. Não havendo necessidade
de juntar várias partes de uma roda, não há
necessidade de fazer cordões de soldadura,
que, ao terem uma elasticidade inferior ao
resto do aço, criam zonas de rutura e/ou
focos de corrosão da jante”, explica o diretor
técnico da Domingos & Morgado.
Há ainda outra vantagem na utilização
de jantes de alumínio em veículos pesados.
“Ao serem construídas a partir de um
único bloco de alumínio, sem junção de
partes e/ou soldaduras, as jantes forjadas
são conhecidas por manterem a sua forma
perfeitamente circular durante toda a vida
útil, contribuindo, por isso, para um menor
arrasto da roda, traduzindo-se não só num
consumo de combustível inferior, como,
também, numa maior preservação do pneu,
permitindo uns milhares de quilómetros
extra quando comparados com a montagem
equivalente em jantes de aço”, adianta
o responsável. Esperamos que este artigo,
só possível devido ao valioso contributo da
Domingos & Morgado, tenha servido para
elucidar alguns pontos sobre a utilização de
jantes de liga leve em autocarros, camiões e
semirreboques. Ou, pelo menos, que tenha
despertado a curiosidade dos profissionais
acerca deste tema. u
www.revistadospneus.com | 37
Entrevista
O
cliente é
a energia
que nos
move
Por: Bruno Castanheira
Criada em 2016, a AB Tyres iniciou
a sua atividade como distribuidor de
pneus nacional e internacional, apesar
de, em Portugal, já distribuir pneus há
mais de 20 anos como Alves Bandeira.
Depois, com o aumento da notoriedade
e a confiança do mercado, conseguiu
obter exclusividade para representar
e distribuir algumas marcas, sendo, hoje,
uma referência no setor. Filipe Bandeira,
o rosto da nova geração da empresa,
não hesita em revelar a motivação:
“O cliente é a energia que nos move”
Com apenas quatro anos e meio de história, mas com mais de
duas décadas de experiência acumulada, a AB Tyres é, hoje, uma
empresa de referência no setor dos pneus, tendo na gestão profissional,
na qualidade dos recursos humanos e na excelência
do serviço os seus fatores diferenciadores. Mas é, também, o constante foco
no cliente que torna este distribuidor único. Filipe Bandeira, administrador,
no tom ponderado e cordial que o caracteriza, concedeu-nos a entrevista
que, aqui, publicamos na íntegra.
Pode fazer-nos uma descrição histórica da AB Tyres, empresa do Grupo
Alves Bandeira?
O negócio de pneus, mesmo que ainda não sob a marca Alves Bandeira
Tyres (AB Tyres), nasceu antes da criação do Grupo Alves Bandeira, em 2014.
Podemos dizer que a AB Tyres é “filha” da Alves Bandeira (AB), empresa criada,
em 1975, pelo meu avô, Cassiano Alves Bandeira. Desde o seu início,
fruto do espírito empreendedor que caracterizava o meu avô,
a AB sempre comercializou diversos produtos, com especial
enfoque no segmento automóvel, tendo na comercialização
e distribuição de combustível o seu core business. Numa primeira
fase, o negócio dos pneus surgiu através do consumo
“interno” que a frota da própria empresa registava. No entanto,
o negócio foi evoluindo. E como já tínhamos presença no
mercado com outros produtos ligados ao setor automóvel,
fazia todo sentido complementar a nossa proposta de valor.
Por conseguinte, adicionar este produto ao nosso portefólio.
Em 2016, criámos a empresa AB Tyres. Iniciámos este projeto
como distribuidores a nível nacional, mas, também, internacional.
Depois, numa fase mais avançada, com o aumento
da notoriedade e confiança do mercado, conseguimos obter
a exclusividade para a representação e distribuição de
algumas marcas. Mais recentemente, iniciámos, também,
parcerias diretas com “as companhias”, ou seja, diretamente
com os próprios fabricantes/produtores de pneus. Com
Filipe Bandeira, Administrador da AB Tyres
apenas quatro anos e meio de história, somos,
hoje, uma empresa de referência no setor, que
aposta na gestão profissional, na qualidade dos
recursos humanos e na excelência do serviço
como fatores diferenciadores. Mas é o constante
foco no cliente que nos torna únicos.
Qual a importância da AB Tyres estar integrada
num dos maiores grupos económicos
de Portugal?
O Grupo Alves Bandeira é, efetivamente, dos
maiores operadores nos setores petrolífero e de
produtos auto em Portugal, sendo dos maiores
grupos económicos do nosso país. Constituído
por um universo de 16 empresas, emprega, hoje,
mais de 800 colaboradores e teve, em 2019, o seu
melhor ano, com uma faturação global superior
a 550 milhões de euros. O que é que isto nos
garante? Acima de tudo, enorme credibilidade
e solidez. Somos um grupo que tem na sustentabilidade
dos negócios a longo prazo um dos
seus fatores críticos de sucesso. Para além disso,
qualquer cliente do grupo tem acesso a uma
oferta de produtos e serviços complementares
(combustíveis, lubrificantes, pneu e seguros,
entre outros), com condições exclusivas, o que
lhe permite otimizar custos e, numa única proposta,
conseguir obter a resposta para as suas
necessidades. Neste contexto, com uma equipa
comercial composta por mais de 60 pessoas, conseguimos
aproveitar as sinergias dos negócios e
gerar um verdadeiro cross-selling, tendo sempre,
lá está, o cliente como foco central.
Quais considera terem sido os pontos altos
no percurso da AB Tyres e como analisa a
evolução da empresa ao longo do tempo a
nível nacional e internacional?
Felizmente, temos muitos pontos altos. Baixos
também existem, logicamente, mas o que queria
destacar são os muitos mais que ainda virão e
para os quais estamos a trabalhar. Não obstante,
gostaria de destacar a relação de confiança e proximidade
que temos vindo a criar com clientes
e fornecedores. Destaco 10 pontos marcantes e
determinantes para o sucesso da AB Tyres: construção
da nova sede com armazém na Mealhada;
lançamento do portal de vendas e gestão de
encomendas online; presença constante em feiras
internacionais do setor; obtenção de marcas
de distribuição exclusiva; início da operação no
Dubai; negociação direta com fornecedores e
fabricantes; lançamento do programa AB Partner
com Falken e, mais recentemente, com Davanti;
novo armazém em Lisboa; Convenção AB Partner);
Clube AB Tyres.
Quantos colaboradores tem, atualmente, a
AB Tyres e de que forma se desenrola a sua
atividade?
Hoje, contamos com cerca de 75 colaboradores,
tanto a nível nacional como internacional,
uma vez que, além de Portugal, temos, também,
escritórios no Dubai e uma equipa comercial a
trabalhar no desenvolvimento de mercados externos,
em especial Ásia, África e Médio Oriente,
para onde exportamos e distribuímos várias
marcas de pneus.
Entre as marcas representadas pela AB Tyres,
a Falken e a Davanti assumem especial protagonismo
e fazem parte do programa AB Partner.
Como analisa o percurso de ambas? Quais
as principais das vantagens destas marcas?
O programa AB Partner tem como objetivo
garantir um conjunto de vantagens exclusivas
e adicionais para os clientes que se tornem parceiros
Falken ou Davanti. Antes de mais, queria
destacar ambas as marcas pelos valores dos grupos
onde estão inseridas e pelas pessoas que
lá trabalham. Nos negócios, por vezes descobrimos
que as coisas não acontecem por acaso. E
a prova disso é o trabalho que temos vindo a
desenvolver com as marcas Falken e Davanti. Não
tenho duvidas que temos vindo a superar as expectativas
dos nossos parceiros, desenvolvendo
um conjunto de ações comerciais, de marketing,
de comunicação e de fidelização que vão para
além daquilo que as marcas pretendiam, sempre
alinhados com a estratégia de cada uma, que
se prende com qualidade de produto, equilíbrio
de preços ( não é uma marca que permite
flutuações de preços entre mercados), oferta
de gama, capacidade de stock, comunicação e
notoriedade, fidelização e, claro, confiança do
mercado na AB Tyres. Podemos dizer que a Falken
caminha no sentido de marca premium, pelo
investimento que faz no desenvolvimento dos
seus produtos, equipamentos de origem, testes
de vários pisos, aposta em formação, marketing,
brand awareness e pela evolução que teve, assim
como nós, em termos de organização. Podemos
dizer que é uma marca de grande nível e
de um potencial de crescimento enorme, que
salvaguarda o ganho financeiro da sua cadeia,
desde o produtor ao consumidor final. Trata-se
de uma marca que está inserida no segmento
quality. Ao longo destes cinco anos, temos feito
um trabalho de “construção de marca”. Diria que
espetacular, reconhecido por todos os operadores
desta área de negócio, inclusive pela concorrência.
Atualmente, estamos em condições de
afirmar que se trata de uma marca que regista
dos maiores volumes de vendas a nível nacional
neste mesmo segmento. Caso não seja mesmo
“líder de mercado”. Eis as vantagens da Falken:
gama com ampla cobertura de mercado (ao nível
de qualquer marca premium); aposta cada vez
mais ampla no OE (Original Equipment); dos
maiores produtores mundiais (top 5); melhor
relação preço/qualidade no mercado; gama de
RFT; performance da “etiqueta energética”; líder
de mercado no segmento quality.
No caso da Davanti, sendo de um grupo privado
e familiar, tal como a AB Tyres, os princípios de
negócios e valores são semelhantes. Por isso, o
“casamento” entre ambos surgiu facilmente. É
uma marca com uma qualidade excecional que
apresenta uma estratégia de implementação
e crescimento bem definida e clara. A Davanti
trabalha, exclusivamente, com os seus distribuidores,
respeitando a cadeia de distribuição,
que apoio no desenvolvimento da marca, não
se focando, exclusivamente, na componente
de preço, oferecendo uma gama e oferta muito
alargadas para uma marca budget, com pisos
próprios e que aposta no desenvolvimento
e qualidade do seu produto, fazendo os seus
testes nas “mesmas pistas” das marcas premium.
Pretendemos, com esta parceria com a Davanti,
oferecer ao cliente uma marca competitiva, de
qualidade, com uma gama alargada e completa,
com uma margem atrativa e um preço justo e
equilibrado. Para além disso, desde o início de
2020, temos, também, um programa de vantagens
exclusivas adicionais para parceiros que
integrem o projeto AB Partner com a marca
Davanti. Temos a Davanti em exclusivo para
Portugal desde setembro de 2018. Trata-se de
uma marca inserida no segmento budget. Ao
longo destes dois anos, temos, também, feito um
trabalho de “contrução de marca”, evolutivo, em
estreita ligação com o nosso fornecedor “dono
da marca”. Em termos de vendas, o resultado
tem sido surpreendentemente positivo, dada
a qualidade, entretanto evidenciada por esta
marca. Eis as vantagens da Davanti: proteção
geográfica com preço diferenciado; condições
de fornecimento privilegiadas; gama com ampla
cobertura de mercado; gama alargada com foco
nas medidas UHP (alta performance); etiqueta
energética com ótima performance; garantia de
vida do pneu; apoio com imagem e merchandising
da marca; investimento em comunicação e
notoriedade da marca; Patrocinador Oficial do
Everton Football Club.
No âmbito do programa AB Partner, quais
as principais vantagens para um parceiro
Falken? Quantos parceiros têm atualmente
e qual o objetivo de crescimento?
Desde o início do projeto Falken, sempre tivemos
como base a lógica de parceria e de proteção
de zona do nosso parceiro, o que nos permitiu
ganhar a sua confiança e também serviu para
que o cliente conseguisse proteger as suas margens,
nomeadamente nesta marca. As vantagens
exclusivas do parceiro Falken são condições de
fornecimento privilegiadas, proteção geográfica
com nível de preço diferenciado, garantia de
stock em todas as gamas, formação profissional
e de excelência, merchandising Falken, acesso a
experiências incríveis, comparticipação em material
de comunicação e imagem, fardamento e
publicidade, comunicação de marca (marketing
digital, embaixador Falken Filipe Albuquerque,
publicidade em revistas da especialidade, mais
de 50 outdoors, rolos térmicos para impressão,
postos de abastecimento AB, jogos Sport TV).
Atualmente, temos perto de 200 parceiros
www.revistadospneus.com | 39
Entrevista
Falken. O nosso objetivo é ter uma cobertura a
nível nacional (continente e ilhas), apostando
em ter um parceiro por concelho. Seguindo esse
princípio, o nosso objetivo situa-se nos 300 parceiros
para os próximos dois a três anos, sendo
este o número aproximado de concelhos que
existem a nível nacional. Tendo em conta a perspetiva
mencionada no ponto anterior, pretendemos
angariar mais cerca de 100 parceiros nos
próximos dois a três anos. Perspetivamos, com
isso, crescer em termos de volume de vendas na
ordem dos 35%, para, desta forma, consolidar
a marca Falken como “líder de mercado” neste
segmento.
No caso da Davanti, quais as principais vantagens
para os futuros parceiros? Sendo uma
rede recente, quantos parceiros tem atualmente
e qual o objetivo até final de 2020?
Tal como a Falken, a Davanti está inserida no
programa AB Partner e, por isso, apresenta, também,
um conjunto de vantagens exclusivas para
os seus parceiros, onde se destacam: condições
de fornecimento privilegiadas, proteção geográfica
na política de pricing, gama alargada
(com especial foco em medidas UHP, ou seja,
de alta performance), “etiqueta energética” com
excelente performance, apoio com imagem e
merchandising da marca, investimento em comunicação
e garantia de vida do pneu até 100%
do valor. Atualmente, temos 50 parceiros Davanti.
O nosso objetivo é atingir uma cobertura
nacional. Aqui, a estratégia passa não só pelas
grandes cidades, mas, também, por zonas onde
o rendimento médio não seja tão elevado, uma
vez que uma marca como a Davanti, que tem
preço/qualidade muito equilibrado, “encaixa”
perfeitamente no tipo de venda e perfil de
consumo. O mais importante nesta marca é o
ganho financeiro que ela pode gerar. O objetivo
não é crescer a qualquer custo, sem qualquer
estratégia de venda, mas, antes, vender bem e
com boa margem. Por isso, também temos uma
grande estabilidade de preços durante o ano.
Queremos que o nosso parceiro ganhe dinheiro.
Que sinta confiança na marca e que a aconselhe
aos clientes, com a certeza de que está a sugerir
uma marca de qualidade. Prova disso mesmo, é
a aposta da marca nas medidas UHP (jantes de
18” e superiores), que tem permitido aumentar a
sua reputação enquanto marca e a credibilidade
da qualidade do produto que dispõe. Queremos
chegar aos 150 parceiros em dois anos e crescer
50% em vendas.
A escolha de Filipe Albuquerque para embaixador
da Falken é um sinal claro da grande
aposta que a AB Tyres faz nesta marca...
A escolha do Filipe foi uma decisão clara do que
pretendemos para a marca Falken. E estamos
certos que esta parceria com um dos melhores
pilotos nacionais dos últimos anos nos permitirá
aumentar os níveis de notoriedade da marca e,
com isso, ajudar os nossos AB Partners a vender
(ainda) mais. O Filipe tem feito um grande trabalho
na divulgação da marca e na confiança que
passa para o cliente final. Queremos potenciar
esta relação e, uma vez passado este período de
pandemia, iniciaremos um conjunto de ações
programadas com os nossos parceiros.
O Clube AB Tyres, lançado em março, tem tido
enorme sucesso e só foi “travado” pelo novo
coronavírus. Agora, em junho, foi relançado.
Quais as principais vantagens do Clube AB
Tyres para os clientes?
Na verdade, o novo coronavírus não nos travou,
uma vez que o Clube AB Tyres, mesmo em abril
e maio, continuou a premiar os clientes. Agora,
em junho, fazemos um novo lançamento do
programa, onde voltamos com uma campanha
transversal a todas as marcas, com descontos até
€5. Lançámos o Clube AB Tyres, o novo programa
de fidelização, em março deste ano, tendo tido
um impacto e uma reação do mercado extremamente
positivas e acima das nossas expectativas.
Infelizmente, a meio de março, Portugal
confrontou-se com uma crise complicada e que
nos afetou a todos por igual, excetuando alguns
setores específicos. Por isso, decidimo-nos agora
por este relançamento. O Clube AB Tyres apresenta-se
como um programa único e inovador
no mercado que premeia todos os clientes, do
mais pequeno ao maior, do interior ao litoral do
país, abrindo a possibilidade a qualquer cliente
profissional de aceder a um conjunto de campanhas
e promoções mensais e de, no final do
ano, ganhar uma viagem para duas pessoas,
sem sorteio. Como funciona? Por cada euro em
compras, os clientes ganham pontos, sendo que
existem marcas que premeiam com mais pontos.
No entanto, contrariamente aos tradicionais
programas de pontos, estes não serão usados
pelo cliente para trocar por produtos ou serviços.
Serão a chave para, mensalmente, ter acesso a
um conjunto de descontos e ofertas incríveis. No
final do ano, o cliente pode ganhar uma viagem
para duas pessoas. Para mais detalhes, sugiro a
visita ao site www.clubeabtyres.pt.
Onde acredita que a AB Tyres faz a diferença
no setor da distribuição de pneus em Portugal?
Pelo foco constante no cliente. O cliente é a energia
que nos move. É isso que nos torna distintivos
e únicos. A isto, somam-se, obviamente, outros
fatores críticos para o sucesso de um distribuidor,
como são o sistema logístico de que dispomos
e a capacidade de armazenamento, além dos
canais de venda disponíveis ao cliente e o nível
de serviço. Apesar da evolução do online e de outras
plataformas de contacto, nunca descuramos
o acompanhamento e a relação com o cliente.
Para nós, os negócios fazem-se com pessoas.
E são essas pessoas que nos ajudam a crescer.
Somos um parceiro credível e de eleição porque
asseguramos e garantimos a continuidade de
fornecimento, tempo de resposta, variedade e
quantidade exata à necessidade de cada cliente.
Devido à nossa experiência e à confiança adquirida,
associadas à credibilidade que o Grupo Alves
Bandeira nos garante, tornámo-nos num dos
maiores grossistas e distribuidores do mercado
nacional. Somos, hoje, uma referência nacional
e internacional na oferta mais competitiva do
mercado. Distribuímos exclusividade e confiança.
Fruto de um crescimento sustentado do negócio
de pneus, a Alves Bandeira Tyres tem vindo a
assumir uma posição de referência no mercado
da distribuição dentro e fora do país. Como
resultado deste crescimento, conquistámos a
confiança de várias marcas internacionais, que
veem a Alves Bandeira Tyres como o parceiro
ideal para a distribuição dos seus produtos a nível
nacional e internacional. Atualmente, a Alves
Bandeira Tyres é representante oficial em Portugal
das marcas Falken, Davanti, Uniroyal, Fulda
Truck, Golden Crown Truck, Torque, Runway e
Aptany. Marcas que se destacam no mercado
pela excelente relação preço/qualidade. Esta
confiança foi, recentemente, reforçada devido à
Alves Bandeira Tyres ser distribuidora oficial de
algumas das principais marcas de pneus mundiais,
sendo vista como um parceiro estratégico
na distribuição dos seus produtos em Portugal.
Fruto destas parcerias, a Alves Bandeira Tyres
distribui, também, estas marcas para outros
países, nomeadamente em África, no Médio
Oriente e na Ásia.
Que desafios se colocam à atividade da AB
Tyres e o que se prevê que venha a ser o negócio
de pneus no futuro?
Os desafios surgem diariamente. E mesmo que
pensemos ou estejamos preparados, é sempre
preciso adaptação. Penso que o ponto importante
está aí: quem melhor se adaptar é que
vai evoluir melhor. A AB Tyres não é diferente.
Por isso, estamos a tentar pensar o futuro. Mas
é difícil fazer futurologia. O grande desafio no
negócio da distribuição de pneus é oferta,
preço competitivo, rotação de stocks, clientes
e recebimentos. Estes são os desafios, mesmo
que o negócio mude completamente. Por isso,
não podemos descurar os pilares da operação.
A estes desafios transversais, adicionamos o “sal
e a pimenta”, ou seja, a oferta de um serviço de
excelência suportado por uma relação de proximidade
e confiança. Sabemos que o mundo
está a seguir um rumo mais digital e o online
será, sem dúvida, um canal de venda. Sabemos
que o mundo está a seguir um rumo mais digital
e o online será, sem dúvida, um canal de
venda com cada vez maior expressão. Como
tal, o importante no futuro é arranjar um equilíbrio
para que consigamos potenciar tudo e ao
máximo. Por isso, estamos, também, atentos a
essa evolução e queremos fazer parte dela. O
futuro do negócio dos pneus tem vários veto-
40 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Filipe Bandeira
res: indústria automóvel, distribuição, retalho e,
agora, o online. Se, há uns anos, se pensava que
os distribuidores faziam pouco sentido, porque
as marcas vendiam diretamente no retalho e
ainda tinham as suas redes próprias, provou-se
que esses mesmos produtores não têm a capacidade
de uma empresa distribuidora, em que
esse trabalho é o seu foco e o seu dia a dia. E
temos assistido a uma mudança de estratégia
dos produtores para com os distribuidores e
que faz todo o sentido, que é usar a plataforma
e a base de trabalho de cada distribuidor. O
futuro do negócio passa pelos quatro pontos
que mencionei acima. Claro que com grande
influência de quem produz tanto automóveis
como pneus, mas penso que o contacto com o
consumidor final e com o distribuidor vai ter um
papel fulcral até mesmo no online em relação
aquilo que vão ser as plataformas B2C, que,
em Portugal, é um “tema” que não funciona
bem. O retalho clássico como o conhecemos
(especialista de pneus e oficinas) vai precisar (e
precisa) de ajuda para fazer face a grandes operadores
e grandes redes de centros auto. Penso
que podemos ter uma oportunidade também
aqui. Por último, dizer que tenho como visão
que as grandes marcas de pneus vão perder
alguma força, dada a nova geração que aí vem,
que é pouco ligada a emoções e laços. Assim, as
marcas poderão não ter tanta força como agora
se não trabalharem outras vertentes. Creio que
aí vai haver espaço para outras crescerem e
para se desenvolverem trabalhos e experiências
diferentes. Nos pneus, há uma particularidade:
mesmo que eles não tenham ar e que disponham
de tecnologia super avançada, é preciso
alguém que os produza, que tenha capacidade
para armazená-los, distribuí-los e montá-los ou
mantê-los. Só iremos assistir a uma alteração da
realidade atual quando houver grande modificação
no mundo e no consumo do automóvel
e das suas tecnologias.
A formação é outra das grandes apostas da
AB Tyres para 2020. Os quatro workshops
sobre marketing digital para os membros
do Clube AB Tyres são disso exemplo. Que
pode dizer-nos sobre esta formação e em
relação a outras ações previstas?
Achamos que a palavra parceria é muito mais
do que comprar e vender pneus. Por isso, queremos
ajudar os clientes a desenvolverem os
seus negócios na realidade de 2020. Queremos
dar acesso a ferramentas que, caso estivessem
sozinhos, não conseguiam ter, para, assim,
ajudar a potenciar e a fazer evoluir o negócio.
Esta primeira formação, realizada em parceria
com o especialista Luciano Larrosa, considerado
dos melhores profissionais do online, é muito
interessante, pois provém de uma área que
muitos clientes já usam ou que, pelo menos,
têm esse interesse. Muitos sabem que têm de
adaptar-se e evoluir com novas ferramentas.
Nós percebemos isso e lançámos a formação.
Até porque muitos clientes já usam social media
(e não só) para potenciarem o seu negócio,
mas ainda não sabem como tirar o máximo
proveito destas ferramentas.
Que mensagem de esperança gostaria de
deixar para o futuro?
Da AB Tyres, podem esperar um nível de compromisso
e foco no cliente cada vez maior.
Continuaremos a inovar e a oferecer ao mercado
a mais completa combinação de valor
assente numa equação equilibrada entre preço
e qualidade, onde o serviço de excelência e
a cultura de proximidade e relacionamento
serão a chave para que, juntos, consigamos
ultrapassar esta crise. Contem com a AB Tyres
nesta caminhada. u
www.revistadospneus.com | 41
Notícias
Empresas
Oficinas Vulco retomam atividade dando
prioridade às questões sanitárias
TruckFly: app da Michelin
ao serviço dos profissionais
A Michelin coloca à disposição dos profissionais do transporte a TruckFly,
uma aplicação colaborativa gratuita concebida para tornar mais fácil o dia
a dia dos camionistas, com informação detalhada e atualizada sobre zonas
de descanso e áreas de serviço. A Michelin esteve sempre ao lado dos profissionais
do transporte, mesmo nas situações mais difíceis. Agora, para além
de agradecer ao setor o seu trabalho para assegurar os bens de primeira
necessidade durante a situação provocada pela pandemia de Covid-19, a
Michelin quer acompanhar os camionistas no seu dia a dia com a TruckFly,
uma app gratuita que faz parte das muitas funcionalidades e serviços integrados
no programa de apoio ao setor Michelin&TuNegocio. A TruckFly
coloca à disposição dos transportadores informação detalhada e atualizada
relativa a serviços indispensáveis para facilitar as viagens. A aplicação, que
conta com uma das maiores bases de pontos de interesse da Europa, permite
poupar tempo e planificar as melhores paragens durante o itinerário,
localizando restaurantes, parques de estacionamento, estações de serviçio
ou áreas de descanso, incluindo preços e horários.
As oficinas Vulco prestam serviço aos clientes implementando
todas as medidas de segurança e higiene recomendadas pelas
autoridades, de modo a garantir a saúde de colaboradores e clientes.
Os clientes que recorram às oficinas Vulco, tanto em Portugal
como em Espanha, receberão um kit completo de desinfeção e
higienização do veículo, que inclui luvas, uma camurça e dois
desinfetantes em gel (oferta limitada ao stock existente). Margarita
Acuñas, diretora ibérica da Vulco, destaca que a prioridade da
rede “é, agora e sempre, a segurança de clientes e colaboradores.
É importante que os clientes confiem nos nossos serviços”. Para
tal, diz, “adaptámos a nossa forma de trabalhar. Implementámos
um controlo apertado dos processos de receção e entrega de
veículos e habilitámos as nossas oficinas para esse efeito. Continuamos
a trabalhar para oferecer, agora mais do que nunca, um
serviço de excelência”.
Revista dos Pneus realizou Webinar
“A reação do setor dos pneus à Covid-19”
A Revista dos Pneus, em parceria com a ACAP, realizou, no final de maio, um Webinar
subordinado ao tema “A reação do setor dos pneus à Covid-19”. Moderado por
João Vieira, diretor da Revista dos Pneus, esta inciativa contou com a participação
de representantes das Comissões Especializadas de Pneus da ACAP. A saber: Nuno
Ferreira, da Michelin, representou a CEPP (Comissão Especializada de Produtores de
Pneus da ACAP); Manuel Félix, da Euro
Tyre, representou a CEDP (Comissão Especializada
de Distribuidores de Pneus
da ACAP); Pedro Nascimento, da Pneu-
Impex, representou a CERP (Comissão
Especializada de Retalhistas de Pneus
da ACAP. Todos os intervenientes falaram
em nome das respetivas comissões da
ACAP e responderam às questões de João
Vieira sobre o impacto da pandemia de
Covid-19 no setor dos pneus. Os oradores
começaram por partilhar a sua experiência
de trabalhar durante o período de confinamento e realçaram a importância de
o Governo ter mantido as oficinas e distribuidores de pneus em funcionamento
durante o “Estado de Emergência”. Mais: anteciparam os efeitos que a pandemia
de Covid-19 está a ter nos vários players do mercado, nomeadamente produtores,
distribuidores e retalhistas. O impacto do isolamento social na atividade das oficinas,
foi outro dos temas abordados no Webinar, que terminou com uma antevisão da
retoma do setor e uma mensagem para o futuro. Pode ver o Webinar completo no
canal de YouTube da Revista dos Pneus.
Vipal Máquinas consolida-se no
mercado internacional de equipamentos
Quem está sempre ao lado dos parceiros e conhece, de perto, as
suas necessidades, como é o caso da Vipal Borrachas, tem condições
de criar as melhores soluções de mercado. Para mais, quando as
mesmas envolvem alta tecnologia e expertise. A Vipal Máquinas,
unidade da empresa responsável pelo desenvolvimento de equipamentos
destinados à recauchutagem de pneus, é um exemplo
disso. Desde o início das suas operações, em 2016, que a Vipal
Máquinas já comercializou para os parceiros de recauchutagem
a nível mundial 56 equipamentos, os quais tiveram como destino
países da América do Norte, América do Sul e Oceânia. Líder na
América Latina e um dos principais fabricantes mundiais de produtos
para recauchutagem de pneus, a Vipal vê no segmento de
máquinas a diversificação necessária para o aperfeiçoamento do
seu principal mercado: pneus recauchutados. A iniciativa faz parte
da visão da companhia, que passa por focar na competitividade
dos seus parceiros, distribuídos em mais de 90 países.
42 | Revista dos Pneus | Junho 2020
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toyo_revistadospneus_06.pdf 1 26/05/2020 15:10:38
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CM
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CMY
K
Notícias
Empresas
Continental oferece viseiras
aos parceiros de negócio
Comprometida com a saúde e a segurança de todos
os portugueses, bem como com o esforço que o setor
está a despender com o intuito de assegurar o cumprimento
de todas as recomendações da Direcção-Geral
de Saúde, a Continental está a oferecer mais três mil
viseiras de proteção individual a vários parceiros que
estiveram e continuam a estar na linha da frente no
combate à Covid-19. A distribuição das mais de três
mil viseiras contempla a rede Conti 360º, a rede ContiService
e os motoristas das frotas parceiras, surgindo
na sequência de outras medidas implementadas pela
Continental durante o Estado de Emergência no apoio
“aos heróis que estiveram sempre na linha da frente do
combate e que não puderam ficar em casa para que
o país continuasse a funcionar”, refere Pedro Teixeira,
diretor geral da Continental Pneus Portugal.
S. José Logística de Pneus perentória:
agricultura não pode parar
A agricultura apresenta-se como setor vital para garantir a produção e o abastecimento
da cadeia de distribuição de modo a continuar a alimentar toda a população.
Com esta responsabilidade maior, a agricultura não pode parar. A BKT, enquanto especialista
em pneus Off-Highway, continua a garantir o fornecimento de pneus a
todos os seus agentes em Portugal e Espanha, através do seu importador exclusivo,
S. José Logística de Pneus, que dispõe do maior stock de pneus agroindustriais da
Península Ibérica. Os tratores e todas as máquinas agrícolas necessitam de pneus
para realizar as suas operações diárias e, desta forma, a empresa de Cantanhede está
ao lado dos agricultores e de toda a comunidade rural, garantindo a continuação das
operações através do seu centro logístico, com distribuição para todo o país e Espanha.
“Deixamos, também, um apelo consciente às casas de pneus e oficinas para que,
de forma responsável e dentro das limitações que o estado atual impõe, continuem a
garantir a assistência a todos os equipamentos industriais para que a agricultura não
pare. Mesmo que a um ritmo desacelerado, a economia não pode parar e, enquanto
nos for possível, continuamos a assegurar qualquer necessidade”, disse a empresa.
Publireportagem
MINUTO VERDE VALORPNEU
WEBINAR VALORPNEU // CONHEÇA AS OBRIGAÇÕES
NO DOMÍNIO DA GESTÃO DE PNEUS USADOS
O
s resultados das auditorias a
comerciantes e distribuidores
realizadas pela Valorpneu,
dando cumprimento ao disposto na sua
licença, são claros. A entidade gestora
verificou que as constatações são quase
sempre as mesmas e estão relacionadas
com imprecisões no descritivo relativo ao
ecovalor que consta na fatura de venda dos
pneus comercializados e a não submissão
das medidas de autoproteção da instalação
para aprovação pela ANEPC - Autoridade
Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Neste sentido, a Valorpneu vai promover um
webinar, agendado para o próximo dia 25
de junho, com o objetivo de ajudar os
comerciantes e distribuidores a inteirar-se das suas
obrigações no domínio da gestão dos pneus usados. O
webinar terá como oradores a Eng.ª Dora Gervásio,
responsável da rede de recolha da Valorpneu, a Eng. ª
Mafalda Mota, chefe de divisão de fluxos específicos e
mercado de resíduos da Agência Portuguesa do
Ambiente e a Eng.ª Paula Costa, consultora na área de
ambiente e segurança. As auditorias que se têm vindo a
realizar, e que desde meados do mês de março têm sido
feitas remotamente devido à pandemia, estão neste
momento suspensas. Depois da realização deste
webinar, as auditorias retomarão.
44 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Competus_HP2_portekizce_A4_ilan_CS6.pdf 1 28.05.2020 15:15
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Largura do
rasto
Séries
Jante
Índice de
carga
Código de
velocidade
275 45 21 110 Y XL C B 1 72
295 25 21 107 Y XL *TBA
255 55 20 110 Y XL *TBA
265 50 20 111 Y XL *TBA
275 45 20 110 Y XL *TBA
255 45 20 105 W XL C B 2 71
245 45 20 103 Y XL *TBA
275 40 20 106 Y XL *TBA
255 55 19 111 Y XL *TBA
235 55 19 105 Y XL B B 1 72
225 55 19 99 V - C B 2 71
265 50 19 110 Y XL C B 2 72
255 50 19 107 Y XL *TBA
235 50 19 103 W XL C B 2 72
285 45 19 111 W XL C B 1 72
275 45 19 108 Y XL C B 2 72
245 45 19 102 W XL C B 1 72
225 45 19 96 W XL C B 2 71
265 60 18 110 V - C B 2 71
255 55 18 109 Y XL E B 2 73
255 55 18 109 Y XL *TBA
225 55 18 98 V - *TBA
225 50 18 95 Y XL *TBA
245 65 17 111 H XL C B 2 72
225 65 17 102 V - *TBA
215 65 17 99 V - *TBA
235 60 17 102 V - C B 2 71
215 60 17 100 V XL *TBA
215 65 16 102 V XL C B 2 71
235 60 16 100 V - *TBA
*Serão lançados novos tamanhos em 2019
XL
Notícias
Empresas
Caducidade dos pneus
Dispnal apresenta nova imagem
corporativa da Toyo Tires
A Toyo Tires Corporation, distribuída em Portugal pela Dispnal Pneus, anunciou
uma nova imagem corporativa para a marca Toyo Tires, que foi lançada no site.
“Uma paisagem inundada de deslumbrantes azuis do céu e do oceano evoca
uma sensação libertadora e refrescante na mente de muitos”. A nova declaração
da marca Toyo Tires, formulada em junho do ano passado (“Open Roads Await”),
expressa o espírito de fronteira do Grupo Toyo Tires, pavimentando novas relações
onde anteriormente não existiam. A nova imagem corporativa reflete, também,
o “espírito desafiante” do grupo, libertando o desejo de alcançar o infinito
de cor azul e para além dele. A cor da marca Toyo Tires é o azul e a identidade
da marca provém desta cor. A lógica por detrás desta nova imagem corporativa
é: “Refletindo-nos a nós próprios na cor azul, voltamos ao ponto de partida,
reexaminamo-nos e reafirmamos a nossa visão”. A nova imagem, lançada globalmente
no site, na publicidade digital e com a frase chave “Ignite your BLUE”, será
traduzida para 12 idiomas diferentes. Recorde-se que a Toyo Tires é distribuída
em Portugal pela Dispnal Pneus.
Os pneus são dos mais importantes elementos do automóvel,
uma vez que são os únicos que estabelecem o
contacto do veículo com a estrada. São muitas as dúvidas
que se colocam sobre a existência de legislação nacional
e/ou comunitária referente ao prazo de validade dos
pneus. A ACAP questionou organizações congéneres
europeias, bem como o próprio organismo nacional da
tutela (IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes),
tendo concluído a inexistência de legislação relacionada
com a validade ou prazo de caducidade dos pneus. Tem-
-se conhecimento da existência de uma Recomendação
do organismo de normalização E.T.R.T.O. (European Tire
and Rim Technical Organisation), que refere apenas que,
depois de cinco anos de utilização, os pneus deverão ser
inspecionados por um especialista, pelo menos, uma vez
por ano (cinco anos = tempo decorrido a partir da data da
primeira utilização). Esta recomendação refere que esta
inspeção não deve substituir as verificações periódicas
de manutenção (pressão de enchimento e do estado
geral do pneu, como nível de desgaste e deformações).
Por precaução, recomenda que, se os pneus não forem
substituídos dentro do prazo de 10 anos a partir da data
de fabrico (data anotada no flanco), deverá proceder-se
à sua substituição por outros novos, ainda que o nível
de desgaste não tenha alcançado o limite mínimo legal
permitido de 1,6 mm. Conclui-se, assim, que, atualmente,
não existe nenhuma norma, regulamento ou diretiva
relativa à caducidade dos pneus (limite entre a data de
fabrico, data de montagem e substituição).
TechnoMarketing Group
E-CUBE continua a dar nas vistas
O TechnoMarketing Group (TMG), sediado na Holanda, mantém-se ativo neste período
extremamente difícil para o negócio no setor dos pneus com o intuito de promover a
sua mais recente inovação: E-CUBE. Trata-se de uma revolucionária unidade de manutenção
móvel de pneus compacta, que já conquistou a atenção da indústria na Europa,
América do Norte e Sudeste Asiático em relação à forma imaginativa de ter lucro no setor
dos pneus. Ralph Dubbeldam, diretor-geral do TechnoMarketing Group, afirmou que “o
vírus fez com que muitos retalhistas globais de pneus passassem a oferecer ou aumentar
o serviço móvel, elevando a popularidade da nossa unidade E-CUBE devido a aspetos
relacionados com a segurança, incluindo a do técnico, que pode remover e substituir um
pneu a partir do interior do seu veículo de serviço, além da flexibilidade que tem para
oferecer outros serviços lucrativos, incluindo o carregamento de baterias e a recarga de
unidade de ar condicionado durante a visita ao cliente”. E acrescentou: “Outros produtos
inovadores nos quais o TMG está a trabalhar atualmente, incluem um elevador móvel de
novo estilo que limpa quatro rodas em segundos”.
46 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Bridgestone estabelece parceria
com Milestone para jogo RIDE4
A Bridgestone, empresa líder mundial em pneus e borracha,
anunciou uma parceria com a empresa italiana de desenvolvimento
de jogos Milestone para o mais recente título do
RIDE, uma das séries mais populares de videojogos. O RIDE4,
a melhor experiência competitiva em jogos para entusiastas
das duas rodas, será lançado, mundialmente, a 8 de outubro
de 2020 para a PlayStation 4, XBOX One e PC. Através desta
parceria, a Bridgestone procura consolidar a sua posição de
líder de mercado em pneus para motos, além de mostrar os
seus produtos e legado no mundo competitivo das corridas. E
tudo de uma forma inovadora e envolvente para os amantes
de motos e videojogos em todo o mundo.
Hankook Tire anunciou resultados
financeiros do primeiro trimestre
A Hankook Tire revelou que as suas vendas caíram devido à crise económica
global e reduziram o otimismo do consumidor causado pela propagação da
pandemia de Covid-19. O fabricante anunciou vendas globais consolidadas
de 1,4357 biliões de wons sul-coreanos (aproximadamente, 1.0905 milhões de
euros) e um lucro operacional de 105,8 biliões de wons sul-coreanos (aproximadamente,
80,4 milhões de euros). Os lucros da Hankook Tire caíram devido
à forte queda na procura de pneus causada pela desaceleração económica
global imposta pela pandemia de Covid-19 e à redução do otimismo do consumidor.
O novo coronavírus teve um impacto geral nos principais mercados
globais, incluindo a queda na procura de pneus para equipamento de origem
e de reposição, bem como a adaptação da atividade das instalações de produção
em todo o mundo. Apesar das consequências da Covid-19, os pneus
de elevadas prestações destinados a jantes de 18” e superiores representaram
33,7% das vendas de pneus de automóveis, um aumento de 2,7% em comparação
com o mesmo período do ano passado.
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Notícias
Empresas
Benjamin Hübner é novo diretor da gama
pneus agrícolas da Continental
Goodyear alarga iniciativa
#highwayhero a toda a Europa
A Goodyear lançou, através das redes sociais, um programa destinado a
prestar reconhecimento aos motoristas de camiões, gestores de frotas,
pessoal portuário, profissionais de logística, técnicos e montadores de
pneus que se mantiveram a dar apoio às indústrias essenciais e à sociedade
durante a pandemia de Covid-19. Com esta campanha, a empresa
pede aos seus seguidores europeus no Facebook que utilizem a
etiqueta #highwayhero para reconhecer os esforços permanentes dos
trabalhadores de transportes essenciais, pela sua dedicação e notável
desempenho em condições tão desafiantes. ”A equipa da Goodyear
agradece aos motoristas de camiões e às equipas de operações e manutenção
que se mantiveram a trabalhar em permanência para abastecer
os nossos supermercados, entregar material médico essencial e gerir a
procura crescente de compras online, enquanto a maior parte da Europa
se mantinha em casa para ‘achatar’ a curva da pandemia. Esta campanha
é uma forma simples de demonstrar o nosso agradecimento”, referiu
Gregory Boucharlat, vice-presidente da Unidade de Veículos Industriais da
Goodyear na Europa.
Euromaster e Michelin distribuem
material de prevenção para evitar contágio
Desde o início da pandemia de Covid-19 que a Euromaster tomou medidas de
prevenção que foram aplicadas nas oficinas, de modo a proteger não só os seus
colaboradores como, também, os clientes contra a propagação do novo coronavírus.
Uma das prioridades do Grupo Michelin é a prevenção da pandemia
para funcionários e clientes. Por esse motivo, foi lançada a produção de máscaras
faciais, viseiras e gel hidro alcoólico em vários centros e fábricas da Michelin na
Europa. Com o objetivo de apoiar o regresso dos
centros Euromaster à normalidade, foram enviadas
máscaras, viseiras e gel hidro alcoólico. Uma ação
coordenada pela Euromaster em parceria com a
Michelin. Esta ação permite aos centros Euromaster
estarem devidamente preparados para receber
maior fluxo de clientes após o levantamento do
Estado de Emergência. “Ressalvamos que, até aqui,
os centros Euromaster que laboraram durante o
Estado de Emergência garantiram que veículos de
emergência e de bens de primeira necessidade não
ficassem imobilizados. Os responsáveis dos centros
tomaram as devidas providências e cumpriram com os protocolos sanitários que
a Euromaster preconiza, para evitar o contágio. Juntos, pela segurança” pode
ler-se no comunicado emitido.
A Continental Commercial Specialty Tires tem, agora, um novo
diretor para a sua gama de pneus agrícolas. Chama-se Benjamin
Hübner, tem 30 anos e é responsável pelo desenvolvimento estratégico
do negócio de pneus agrícolas na interface de pesquisa
e desenvolvimento, vendas, gestão de qualidade e atendimento
ao cliente. Criado na herdade dos pais, Benjamin Hübner mantém
uma ligação muito próxima com o setor agrícola desde a infância.
Depois de concluir o bacharelato em Ciências Agrícolas na CAU
(Universidade de Kiel) e o mestrado em Marketing Sustentável
na Universidade de Ciências Aplicadas Fresenius, entrou para o
departamento de vendas e gestão de produtos da John Deere.
Em 2017, ingressou na Continental, onde foi responsável pelo desenvolvimento
e manutenção do portefólio de produtos da série
de correias de transmissão AGRIDUR. Neste novo cargo, sucede a
Thorsten Bublitz, que assumiu a direção internacional de contas na
divisão Commercial Specialty Tires da Continental no ano passado.
Euromaster lança serviço
Master Recolha & Entrega
O país encontra-se numa situação nunca antes vivida no que diz
respeito a manter um distanciamento social. E foi dessa necessidade
que surgiu o Master Recolha & Entrega, o novo serviço disponível
nas oficinas Euromaster. Para além do distanciamento social, sabe-se
que, nos dias que correm, o tempo é um bem escasso. Por isso, a
Euromaster quer ajudar os clientes a desfrutá-lo da melhor maneira.
Não só agora, em tempos de pandemia, como, também, quando
tudo regressar à normalidade. O serviço Master Recolha & Entrega
permite aos clientes aproveitarem o seu tempo da melhor forma,
sem terem de preocupar-se em arranjar tempo para ir à oficina. O
Master Recolha & Entrega é um serviço bastante simples e facilitador.
A Euromaster, recolhe o veículo na morada indicada pelo cliente,
realiza os serviços e devolve o veículo ao cliente devidamente higienizado.
Este serviço pode ser contratado através da loja online
Euromaster ou por telefone/email diretamente com o centro de
serviço escolhido.
48 | Revista dos Pneus | Junho 2020
CEMB apresenta nova app para controlo remoto
do alinhamento de rodas
Wilson Luís é o novo responsável
de negócio de Consumer na Goodyear
A Goodyear Iberia anunciou uma alteração importante na sua divisão
de Consumer em Portugal, efetiva desde o passado dia 1 de abril.
Wilson Luís, até à data KAM National Distribution, foi nomeado Consumer
National Manager para Portugal. Com esta alteração, Wilson
Luís torna-se no responsável máximo do negócio de Consumer no
país, cargo que reportará, diretamente, a Mario Recio, Sales General
Manager Consumer para a Iberia. “Estou muito satisfeito com esta
nova oportunidade dentro da Goodyear. Considero que todo o valor
que a empresa me conferiu ao longo destes anos, sobre o mercado
e as necessidades dos clientes em Portugal, contribuirá, de forma
muito positiva, para reforçar a implementação da estratégia de
Consumer”, afirmou Wilson Luís.
Para satisfazer as expectativas de utilizadores cada vez mais exigente e “conectados”,
a CEMB desenvolveu uma aplicação que permite controlar, remotamente,
os sistemas de alinhamento de rodas 3D e CCD de última geração. A app “CEMB
DWA” permite ver no smartphone ou tablet o monitor do alinhamento de rodas,
atuando como controlo remoto para operar so software do equipamento. Esta
nova funcionalidade foi concebida para oferecer ao operador a possibilidade
de interagir remotamente com o seu próprio sistema de alinhamento de rodas,
simplificando as operações e reduzindo o tempo de utilização do equipamento
da CEMB. A CEMB DWA App é gratuita e está disponível para download em
dispositivos com sistemas operativos Android (a partir da versão 6.0) ou iOS (a
partir da versão 10.0), sendo ainda compatível com todos os alinhamentos de
rodas 3D e CCD encomendados a partir de janeiro de 2020 e fornecidos com
adaptador wi-fi USB.
AF-an-revista-do-pneu-10,3x14cm_2020-05_por_euroc_alta.pdf 1 27/04/20 14:15
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Pirelli cria programa de formação digital
para força de vendas e revendedores
As propostas formativas da Pirelli não param, nem perante a situação
atual. Enquanto a Covid-19 obriga a uma paragem do setor dos
pneus, o fabricante italiano lança um novo pacote de iniciativas de
formação destinadas à sua força de vendas e aos seus revendedores.
Oficinas e colaboradores da Pirelli podem participar em sessões
online que complementam os programas já existentes (Tyrecampus
e Commercial Academy), com o objetivo de estabelecer uma nova
forma de trabalhar com os clientes, que, de certa forma, determinará
como o mercado de pneus funcionará no futuro. Esta iniciativa
consiste na criação de um email interativo que inclui, entre outros
elementos, conteúdo focado nas melhores estratégias comerciais
para manter a lealdade dos consumidores durante o período de
confinamento, como características, novidades da gama de pneus
Pirelli, atividades que destacam os valores da marca (sustentabilidade,
distribuição da borracha natural, relacionadas com a própria marca)
e novos processos para otimizar as vendas e o serviço de gestão.
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Notícias
Empresas
TECH Europe
FirstStop reforça informação
de serviços no seu site
Com a atual situação que o mercado oficinal atravessa,
as casas terão de efetuar um processo de adaptação do
seu negócio que permita uma resposta mais eficaz à
nova realidade social que o país vive. Hoje, as deslocações
às oficinas encontram-se muito condicionadas. E,
num futuro próximo, existe uma indefinição de como irá
evoluir este cenário. A FirstStop, dando resposta e em
conjunto com todos os parceiros da rede, proporciona
ao mercado a capacidade de continuar a dar assistência
ao automóvel com um serviço de recolha e entrega da
viatura ou através da realização da manutenção na
própria morada do cliente. Para além de uma panóplia
de ofertas de serviços em pneus e mecânica geral e
rápida, no site da FirstStop está, também, disponível a
informação de quais as oficinas da rede estão a funcionar
ou se encontram encerradas.
TOP
RUBBER AND
TIRE TECH
SOLUTION PROVIDERS
IN EUROPE
2020
Awarded By
TECHNOLOGY INSIGHTS
TECH Europe nomeada “Top Rubber
& Tire Tech Solution Providers in Europe”
A TECH Europe, principal produtor de materiais de reparação de pneus e soluções para serviços
de rodas, foi, recentemente, nomeada como um dos principais fornecedores de soluções tecnológicas
de borracha e pneus na Europa em 2020 pela “Manufacturing Technology Insights”. Tim
Verhaeghe, diretor-geral da TECH Europe, foi entrevistado pela publicação acima mencionada
para partilhar as inovações da TECH Europe, o legado da sua empresa-mãe, a TRC, e como
as operações globais da empresa se dedicam a fornecer soluções alinhadas com a visão da
TRC4R nas áreas da reparação, reutilização e reciclagem. Sediada em Johnstown, no Ohio, a
TRC está presente em Itália, China, Japão e Brasil, estando quer o Centro de Distribuição quer
o Centro de Excelência em Formação da TECH Europe sediadas em Turnhout, na Bélgica. “Com
este centro de distribuição evoluído, a TECH reforça o seu compromisso de dar resposta aos
diversos segmentos de mercado, incluindo viaturas de turismo, camiões, off-the-road (OTR)
e centros de serviços de pneus agrícolas”, afirmou Tim Verhaeghe.
Hankook avança na inovação
digital com recurso à IA
Recorrendo à Inteligência Artificial (IA) e à aprendizagem
através de sensores, a Hankook pretende automatizar
o processo de teste de pneus no futuro e avançar com
inovações digitais. A investigação e o desenvolvimento
serão particularmente beneficiados graças a uma parceria
estabelecida com a prestigiada Universidade Técnica
KAIST, na Coreia do Sul, no “Centro de Inovação
Digital HK-KAIST”. O resultado mais recente desta união
de esforços visa otimizar os complexos processos de
inspeção e, portanto, acelerar ainda mais o processo
de produção. Ao longo de todo o processo de teste de
pneus, recorrer-se-ão no futuro a especialistas particularmente
formados, assim como a novos sistemas, para
garantir a qualidade necessária do produto e, portanto,
a segurança do condutor.
Michelin e Enviro unem-se para
transformar pneus em matérias-primas
A parceria entre a Michelin e a Enviro industrializará em larga escala uma inovadora
tecnologia assente num processo de pirólise, através da qual se reciclam os pneus no
final da sua vida útil. Tanto para a indústria do pneu como para os consumidores, a reciclagem
é uma preocupação de topo. A cada ano, cerca de mil milhões de pneus chegam
ao final da sua vida. Graças a esta nova tecnologia para a respetiva reciclagem, os
pneus usados dão vida a novas matérias-primas de qualidade. A Enviro, start-up sueca
com 20 colaboradores, fundada em 2001, desenvolveu uma técnica para, através de
um processo de pirólise, modificar a composição química e física do material com que
é fabricado o pneu, ao mesmo tempo que garante um consumo energético mínimo.
A pirólise é uma tecnologia que consiste na decomposição química de um composto
orgânico a partir de um forte aumento da sua temperatura. O processo permite a
extração de novos produtos que, inicialmente, não estavam incluídos no composto
orgânico. Esta inovadora tecnologia permite obter, a partir de pneus usados, produtos
de alta qualidade, como carbono negro, óleo de pirólise, aço ou gás. Materiais que
podem ser reutilizados no ciclo de produção de diferentes setores industriais.
50 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Pirelli assegura manutenção de pneus
e veículos com segurança na rede Driver Center
A Pirelli, através da rede Driver Center, em Itália, e outras oficinas independentes
associadas em toda a Europa, lançou uma série de iniciativas para os
condutores que pretendam realizar serviços de manutenção aos seus veículos
em tempos de pandemia, com total segurança e garantia de distanciamento
social. Os pontos de venda da rede Driver distinguem-se pelo elevado nível
de atenção ao cliente e pela gestão, que dá prioridade máxima à saúde e
segurança de colaboradores e clientes. Tendo estes objetivos em mente, a
Pirelli recomendou às suas oficinas a adoção de novas medidas relacionadas
com a atendimento de clientes, organização e saneamento das suas instalações.
Todas as medidas são baseadas nas recentes recomendações de várias
instituições nacionais e internacionais. Os novos acordos com fornecedores
especializados também permitirão o acesso a equipamentos de proteção com
condições específicas, de acordo com as mais recentes medidas sanitárias.
Pontos de venda ContiService oferecem
check-up a pneus e baterias
Neste período de desconfinamento gradual, muitos portugueses têm
de regressar à estrada com as viaturas que estiveram bastante tempo
paradas, sendo importante que este regresso se faça com precaução.
Tendo em conta a segurança rodoviária de todos os automobilistas,
os pontos de venda ContiService estão a oferecer a todos os clientes
check-up aos pneus e diagnóstico ao estado da bateria, dois importantes
componentes do automóvel que podem ter sofrido algum tipo de alteração
durante o período em que estiveram inativos. “Depois de, durante o
Estado de Emergência, termos mantido a nossa rede em funcionamento
para apoiar todos aqueles que não podiam ficar em casa, nesta fase de
desconfinamento queremos ser um agente ativo e dinamizador na prevenção
e na promoção de uma mobilidade segura”, realça Sandra Melo,
responsável da rede ContiService em Portugal. Refira-se que as oficinas
que integram a rede da Continental cumprem um rigoroso protocolo
sanitário que garante a segurança de clientes e colaboradores, incluindo
a limitação de acesso do cliente a área da oficina, um mapeamento de
limpeza e desinfeção dos espaços comuns, entre outros.
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Pneus fiáveis num
mundo em constante
evolução
Campos enlamaçados, pastos escorregadios, terrenos montanhosos e estradas longas. Os pneus
Mitas trabalham com eficácia e fiabilidade em todas as condições. Equipados em vários tipos de
máquinas agrícolas e apto para numerosas aplicações, os pneus Mitas asseguram que os
agricultores profissionais consigam acompanhar o rápido desenvolvimento do mundo agrícola.
Mitas, pneus que trabalham duro desde 1932.
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Notícias
Produto
Pneurama lança novo pneu SUV
Lassa Competus H/P2
Representada no nosso país pela Pneurama, a Lassa Tyres, marca de origem
turca que dispõe de uma abrangente gama de pneus ligeiros, adicionou à
sua oferta o Competus H/P2. Face ao modelo antecessor, Competus H/P, este
novo pneu SUV, que conta com novo composto e nova construção, anuncia
melhor distribuição da pressão, o que resulta numa aderência superior, em
maior durabilidade do piso e na ausência de desgaste irregular. Sem comprometer
o desempenho em piso seco, o novo Competus H/P2 propõe um
desempenho melhorado em piso molhado e uma resistência ao rolamento
com vida útil aumentada. Concebido para utilização em estrada e desenvolvido
para os proprietários de SUV compactos, médios e de luxo que não abdicam
de uma condução de elevado desempenho, este novo pneu dispõe
de quatro ranhuras (nervuras) principais largas cuja função é escoar a água
rapidamente e otimizar o desempenho em piso molhado. O arrastamento
em águas superficiais foi alargado para a ranhura (nervura) principal e foi
aplicada uma lâmina em forma de “M”. O novo Lassa Competus H/P2 está
disponível em diversas medidas para jantes de 16” a 21” (larguras de secção
de 215 a 295 mm; séries 65 a 25; índices de velocidade H, V, W e Y). Relevantes
são, também, os resultados dos testes levados a cabo pela TÜV SÜD
(relatório n.° 713128383-2, de abril de 2018), que comprovam o melhor desempenho
do Competus H/P2 face à média dos concorrentes, tanto em piso
seco como em piso molhado (a entidade não revelou os opositores, apenas
que os testes foram realizados utilizando a medida 215/65 R16 102V). Dispondo
de classificação “B” na aderência em piso molhado, o Competus H/P2
exibe as letras “E”, “C” ou “B” no que diz respeito ao consumo de combustível.
Já o nível de ruído, varia entre 71 e 73 dB em função da medida, sendo visíveis
uma ou duas bandas sonoras na etiqueta.
Yokohama vai expandir
BluEarth-GT AE51
A marca japonesa anunciou que esta primavera vai expandir a
comercialização do BluEarth-GT AE51, pneu de alta gama que
promete um excelente desempenho geral. Este pneu, que pertence
à gama BluEarth da Yokohama, lançado no Japão em 2019,
expandir-se-á para a Europa, Ásia, Médio Oriente, América Latina,
Oceânia e África a partir desta primavera. Estará disponível em
66 medidas, que vão desde 245/35R19 93W a 155/65R14 75H. O
BluEarth-GT AE51 foi desenvolvido como um pneu de gama alta
para veículos sedan de gama média. Foi desenhado para oferecer
excelente rendimento geral, incluindo manobrabilidade superior,
conforto e características “amigas” do meio ambiente. O “GT”, parte
do nome deste produto, significa “Grand Touring”, sinónimo de
condução para grandes distâncias. Como tal, foi desenhado para
oferecer o rendimento de uma condução desportiva e estável,
apropriado para o seu nome. O BluEarth-GT AE51 também foi
projetado para proporcionar maior eficiência de combustível, ao
mesmo tempo que mantém uma tração superior em piso molhado.
BKT lança novo Liftmax LM 63 para
utilização em tratores industriais
O fabricante indiano BKT não para. O Liftmax LM 63, concebido
para colocação em tratores de utilização industrial ou logística,
utilizados em portos e aeroportos, é a combinação perfeita de
características extraordinárias: baixa resistência ao rolamento,
menos vibrações, excelente estabilidade e condução mais confortável.
Tudo isto, segundo a BKT, graças à lona de carcaça em aço
integral (All Steel), com lonas de cima em aço de várias camadas.
Entre as características do novo Liftmax LM 63, encontram-se,
também, a boa resistência aos furos e desgaste, bem como a
elevada produtividade graças à melhor quilometragem e ao menor
consumo de combustível. Tração, também não falta, sendo este
um elemento essencial em diversas utilizações, sobretudo nas
aplicações industriais, logísticas ou nos portos.
52 | Revista dos Pneus | Junho 2020
RM-4A+: o maior pneu jamais
fabricado pela Goodyear
Falken equipa de origem Audi A1
Citycarver com AZENIS FK510
O fabricante alemão de pneus, pertencente ao Grupo Sumitomo Rubber Industries
(SRI), representado em Portugal pela AB Tyres, obteve uma nova homologação
OEM para a Audi. Neste caso, trata-se do pneu de elevado desempenho
AZENIS FK510, na dimensão 205/55R17, que equipa de origem o novo
Audi A1 Citycarver. Desenvolvido, especialmente, para condução desportiva,
este pneu de alta tecnologia é anunciado como ideal para o utilitário com ares
de crossover da marca de Ingolstadt, um modelo que se sente como “peixe
na água” em qualquer ambiente, seja na cidade, em estradas secundárias, em
autoestrada ou em pisos de terra batida. O Falken AZENIS FK510, distribuído
em Portugal pela AB Tyres e que está no mercado desde 2016, tem sido
amplamente reconhecido, tanto em condução desportiva como em testes independentes,
onde obteve os melhores resultados. Recentemente, este pneu
UHP da Falken alcançou o terceiro lugar nos testes de verão realizados pela
Auto Bild, destacando-se pelo seu desempenho equilibrado em piso seco e
molhado, bem como pelo seu comportamento desportivo em piso seco.
De medida 59/80R63, o RM-4A+ é o pneu maior que a Goodyear
fabrica atualmente, sendo tão alto como um elefante e
pesando quase o mesmo do que o enorme mamífero terrestre.
Este gigantesco pneu do segmento OTR (Off The Road) foi
desenvolvido para carregar centenas de toneladas de pedras
e outros materiais igualmente pesados, fazendo parte de uma
gama que a Goodyear fabrica, especificamente, para trabalhos
em minas de carvão, pedras pesadas, ouro e cobre. O pneu é
comercializado em todo o mundo para mover as maiores e
mais pesadas máquinas de trabalho que operam habitualmente
em minas. Este enorme pneu, montado em jantes de 63”, tem
4,023 metros de diâmetro e é um metro mais alto do que um
cesto de basquetebol. Os seus 5.400 kg de peso contam com
tecnologias avançadas que lhe permite carregar um peso de
100.000 kg a velocidades de até 50 km/h.
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Notícias
Produto
Dunlop lançou Trailmax
Meridian para motos adventure
Com o lançamento do Trailmax Meridian, a Dunlop
declara “o advento de uma nova aventura’ para o
setor. Posicionando-se num patamar acima do Trail-
Smart MAX, o Trailmax Meridian foi desenvolvido em
função dos específicos e complexos requisitos das
motos adventure tecnicamente mais avançadas. Com
as vendas de motos para estrada/fora de estrada
a crescerem mais rapidamente do que a média do
mercado, casos das BMW GS, Honda Africa Twin,
Suzuki V-Strom e Triumph Tiger, os motociclistas
esperam maior versatilidade, tanto das suas motos
como dos respetivos pneus. A Dunlop tem particular
orgulho dos ganhos alcançados em termos de quilometragem
em condições de condução extrema.
O pneu Trailmax Meridian traseiro, testado com os
melhores concorrentes, evidenciou um ganho de
6% em quilometragem em condução em linha reta.
Goodride dispõe de nova gama
de pneus pesados
A Goodride, distribuída pela S. José Logística de Pneus, lançou uma gama completa de
três novos pneus premium, adaptáveis a todas as circunstâncias. Esta oferta inovadora
representa uma subida do nível da marca, apresentando pneus com níveis surpreendentes
de performance, segurança e resistência. Projetada com um conceito híbrido, a nova
gama, distribuída pela S. José Logística de Pneus, anuncia excelentes performances de
condução, tanto em longo curso como em percursos regionais. Aqui fica uma pequena
descrição dos modelos e características dos três novos pneus pesados da Goodride:
• MultiNavi S1 - destinado ao eixo direcional, destaca-se pelos quatro sulcos retos do piso, que
permitem uma excelente drenagem da água, baixo ruído, aderência superior em estradas molhadas
e com neve, bem como quilometragem elevada. Boa recauchutabilidade da carcaça.
• MultiDrive D1 - para aplicação no eixo de tração, garante maior quilometragem devido à profundidade
do piso, proporcionando maior vida útil do pneu. O padrão da banda de rodagem e
os blocos robustos do piso asseguram boa tração, tanto em superfícies secas como molhadas
ou cobertas de neve.
• MultiAp T1 - para aplicação em galeras, com um piso de quatro sulcos, proporciona excelente
expulsão de pedras, prevenindo, assim, cortes na ranhura do pneu. O design do ombro, largo e
sólido, garante longa quilometragem e o composto especial do piso proporciona baixo consumo
de combustível.
Piso VT560 da gama de tração
da Vipal tem de novas medidas
Com larguras de 210, 230 e 240 mm, o piso de tração
VT560 da Vipal é indicado para utilização mista
em estradas pavimentadas e não pavimentadas.
De modo a apresentar versatilidade de aplicação
e boa aderência em diferentes tipos de terreno, o
composto deste pneu foi otimizado para proporcionar
ótima resistência ao desgaste por abrasão. As
suas características de construção tornam o VT560
da Vipal ideal para aplicações altamente severas,
oferecendo elevado poder de tração e prevenindo
danos no pneu, prolongando a sua vida útil. Outro
aspeto diferenciador é a exclusiva tecnologia Eye
Control, indicador de desgaste que ajuda o utilizador
a identificar anomalias no pneu.
Alliance AGRI STAR II: parceiro
de confiança para o setor agrícola
A história do Alliance AGRI STAR II, lançado recentemente, começou a escrever-se após a
Agritechnica 2017. Inspirados nesta importante feira agrícola, os engenheiros do Alliance
Tire Group (ATG) passaram quase 24 meses a desenvolver um pneu de trator para satisfazer
todas as exigências modernas do setor agrícola. Durante a primeira fase do desenvolvimento,
foi realizada uma pesquisa minuciosa em várias regiões geográficas para identificar
os principais requisitos dos agricultores e revendedores de pneus. Numa segunda
fase, conceitos 3D deste pneu foram mostrados a grupos de agricultores e revendedores
para obter feedback sobre o projeto e a construção naqueles que seriam os pressupostos
do novo AGRI STAR II. Seguindo as sugestões dos agricultores, foram feitas algumas
modificações, incluindo nos ombros, que passaram a ser mais largos, um nariz de talão
especial e contornos da parede do talão, além de um número otimizado de talões. Parte
do “segredo” do AGRI STAR II deve-se às suas características particulares de construção.
Como a tecnologia Stratified Layer Technology (SLT), desenvolvida, exclusivamente, pelos
engenheiros do Alliance Tire Group (ATG).
54 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Falken Sincera SN110 anuncia
prestações premium
O novo Sincera SN110, da Falken, marca representada em Portugal pela AB
Tyres, promete novos padrões de desempenho em condução. Disponível
durante esta primavera, em diversas dimensões, o novo Sincera SN110 é, segundo
a Falken, um pneu ecológico: economiza energia graças à sua baixa
resistência ao rolamento e oferece excelente conforto em condução. Além
disso, este novo pneu contribui para uma resposta de direção muito direta
e uma curta distância de travagem, o que aumenta a segurança,
mantendo o desgaste reduzido. A tecnologia
de desenho NANO-4D do composto do piso oferece
maior vida útil e robustez ao Sincera SN110. No desenvolvimento
deste novo pneu, foram utilizados supercomputadores
para otimizar a mistura no nível das
nanopartículas através de simulações e extrapolações.
Deste modo, obteve-se um composto sob medida,
que assegura elevada aderência tanto em piso
húmido como seco, sempre com resistência à fricção.
Durante esta primavera, o novo Falken Sincera SN110
estará disponível em 49 dimensões, com códigos de
velocidade de “T” (190 km/h) a “H” (210 km/h) e jantes
de 14” a 16”, dando cobertura à grande maioria dos modelos
do segmento de veículos compactos.
Galaxy amplia gama de pneus
Yardmaster para empilhadores
São cinco as medidas adicionais em stock que ostentam a
classificação mais elevada da camada, introduzidas para dar
resposta às exigências atuais e de modo a complementar a série
comprovada de pneus de empilhadores Galaxy Yardmaster. Esta
linha de pneus diagonais é caracterizada por apresentar uma
carcaça forte e paredes laterais rígidas, que anunciam excelente
estabilidade e elevado conforto de condução durante operações
de elevação e mudança típicas para empilhadores de médio
porte. Máquinas que são, normalmente, utilizadas para cargas
e descargas, tarefas a realizar no chão de fábricas e operações
ao ar livre em superfícies moderadamente irregulares. A série
Yardmaster da Galaxy consiste numa oferta de valor que apresenta
um perfil ideal de pneu com piso plano suave, carcaça
forte, paredes laterais fortificadas e reforços do bloco de piso.
As medidas 21X8-9 (16 PR), 7.00-12, 7.00-15, 7.50-15 (todos os
14 PR) e 250-15 (20 PR) ampliam ainda mais a oferta. O perfil
do Galaxy Yardmaster foi desenvolvido, especificamente, para
capacidade de carga lateral, estabilidade e tração.
Maxam Tire aumenta gama
para aplicações portuárias
BFGoodrich Cross Control 2 para
eixos direcional e de tração
Os novos pneus BFGoodrich Cross Control 2, desenvolvidos para equipar os eixos
direcional e de tração dos camiões no segmento de utilização mista, destacam-se pela
sua motricidade e duração melhoradas, assim como pela sua robustez em qualquer
tipo de terreno. A nova geração de pneus BFGoodrich Cross Control 2 foi desenvolvida
para satisfazer as expectativas dos utilizadores europeus de camiões no segmento de
utilização mista (obras, construção e pedreiras), os quais valorizam, acima de tudo,
uma boa relação qualidade/preço, conjugada com uma garantia de mobilidade em
todo o tipo de terrenos e com o menor número possível de incidentes. Estes novos
pneus estão disponíveis nas duas medidas mais representativas do segmento, 315/80
R 22.5 e 13 R 22.5, com o modelo BFGoodrich Cross Control S2 para eixo direcional,
e o BFGoodrich Cross Control D2 para eixo de tração. O principal objetivo desta
renovação foi melhorar a duração, a resistência e a motricidade, para que os novos
pneus possam corresponder às exigências até nas obras mais duras, bem como ser a
referência em termos de performance no competitivo segmento das marcas quality.
A Maxam Tire anunciou a expansão da sua gama portuária,
dentro da oferta que disponibiliza de pneus especiais, através dos
modelos MS307 Portxtra Ind-3 e MS407 Portxtra Ind-4. Para dar
resposta aos requisitos de carga pesada em aplicações portuárias
e terminais, a nova série Portxtra recorre a um composto inovador
e a um piso com novo desenho para superar as exigências
das tarefas. A série Portxtra, da Maxam Tire, foi projetada para
oferecer aos clientes o mais elevado nível de produtividade e
mais horas de operação. A gama está disponível com dois tipos
específicos de piso (MS307 e MS407) para superar as necessidades
de cada aplicação portuária. O MS307 Portxtra Ind-3 foi desenvolvido
com um piso radial de aço, especificamente projetado
para aplicações portuárias que operam com cargas pesadas e
longos tempos de ciclo. Já o MS407 Portxtra Ind-4, apresenta
uma banda de rodagem estabilizada por correia profunda, que
fornece aos utilizadores elevados níveis de tração, maior vida
útil do piso e baixa acumulação de calor.
Serviço
Regresso à estrada
em segurança
Após um período em que a maioria dos veículos ficaram imobilizados devido às
limitações de circulação rodoviária impostas pelo Estado de Emergência, é importante
fazer uma verificação preliminar dos pneus para aferir se os mesmos estão em perfeitas
condições antes de a viatura regressar à estrada
56 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Verificação do estado dos pneus pós-confinamento
especial atenção ao estado dos pneus enquanto
elemento chave para a segurança.
A pressão de insuflação, a profundidade
da banda de rolamento e o estado geral
dos pneus são os três aspetos fundamentais
que devem ser vigiados para manter
o veículo em boas condições. Contudo, não
são os únicos.
PNEUS “QUADRADOS”
O ideal teria sido manter o veículo elevado
durante o longo período de inatividade,
para evitar que os pneus tivessem
de suportar peso excessivo. Porém, esta
solução é pouco viável para a maioria dos
condutores. Ainda assim, este é um aspeto
especialmente crítico devido ao seu peso
mais elevado, no caso dos cada vez mais
populares SUV e automóveis híbridos e
elétricos.
Ao não ser utilizado o veículo, ter todo
o seu peso assente sobre os pneus pode
fazer com que estes sofram deformações,
também conhecidas como “flat spots”.
Estas zonas planas que surgem na banda
de rolamento podem desequilibrar a roda,
fazendo com que a direção vibre e afete
o comportamento do veículo chegado o
momento de voltar à estrada. Para evitar
este problema, sempre que possível o veículo
deve ser movido regularmente, mesmo
que por curta distância. Caso os pneus
tenham recebido os cuidados adequados
durante a sua imobilização prolongada,
através dessas movimentações regulares,
essas pequenas zonas planas, provocadas
por alguns dias de paragem, geralmente
desaparecerão após, aproximadamente,
40 km de condução.
PROFUNDIDADE LEGAL: 1,6 MM
Ainda que os prazos para realizar a inspeção
ao veículo tenham sido suspensos
durante o período do Estado de Emergência,
a lei que rege a profundidade legal
mínima da banda de rolamento (1,6 mm)
manteve-se inalterada. A profundidade
da banda de rolamento desempenha um
papel essencial para ajudar o veículo a
“agarrar-se” à estrada, especialmente em
condições de humidade elevada ou chuva
repentina, como é habitual ocorrer na primavera.
Sem uma correta profundidade do
desenho da banda de rolamento, o veículo
será mais difícil de controlar e as distâncias
de travagem aumentarão. Um pneu que
seja utilizado com uma profundidade de
piso abaixo de 1,6 mm, é ilegal. E, caso as
autoridades o detetem, o condutor poderá
mesmo ser multado.
PRESSÕES DE INSUFLAÇÃO
Mesmo quando um veículo não circula, os
condutores devem prestar especial atenção
à pressão dos pneus. Para mantê-los sempre
no melhor estado, devem ser insuflados
regularmente, utilizando como medida a
pressão máxima recomendada pelo fabri-
Metade da população mundial
esteve, durante as últimas
semanas, confinada nas suas
casas, sem possibilidade de
viajar e com grandes limitações de movimentos
devido à propagação da pandemia
de Covid-19. Neste contexto, muitos automóveis
estiveram parados e sem utilização,
com os problemas que a falta de uso
acarreta. Agora que a população entrou na
segunda fase de desconfinamento, estando
as seguintes etapas previstas para as próximas
semanas, o regresso à estrada torna
necessário efetuar algumas tarefas básicas
de manutenção do veículo antes de este
voltar a circular, sendo fundamental prestar
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Serviço
cante do veículo. Esta informação pode ser
encontrada no manual do veículo, na porta
ou no interior da tampa de acesso ao bocal
do depósito de combustível.
Para realizar estas verificações e ajustá-las
em conformidade, os condutores devem
utilizar um medidor de pressão preciso,
prestando atenção à necessidade de ajustar
a pressão em função de cargas elevadas ou
ligeiras. Aquando da verificação e ajuste
das pressões, os condutores também devem
garantir que os seus pneus não têm
deformações, fissuras ou objetos alojados
na banda de rolamento. Caso algum destes
fatores esteja presente, o pneu deve ser
considerado inseguro até que seja inspecionado
por um profissional.
FATORES DO MEIO AMBIENTE
O ambiente em que o automóvel esteve
estacionado também pode influenciar a
performance dos pneus, dado que o composto
de borracha pode, igualmente, ser
afetado pelo clima e pela temperatura. A
superfície sobre a qual o veículo está estacionado
deve ser firme, razoavelmente
nivelada, bem drenada e limpa.
Os pneus não devem enfrentar temperaturas
extremamente elevadas ou baixas
durante longos períodos de tempo. De igual
modo, não deverão ser, permanentemente,
Verificação regular dos pneus
SENDO OS PNEUS O ÚNICO PONTO DE CONTACTO ENTRE O VEÍCULO E A ESTRADA,
OS COMPONENTES PRETOS DE BORRACHA COM UM BURACO NO MEIO DEVEM
SER VERIFICADOS REGULARMENTE, QUER O VEÍCULO ESTEJA EM FUNCIONAMENTO
OU IMOBILIZADO
1 Verificação dos pneus a olho nu: procurar possíveis protuberâncias ou deformações
derivadas da longa paragem. Deve, também, ser verificada a presença de danos, cortes ou
abrasões. Verificar os tampões das válvulas. São eles que impedem que a sujidade e a
humidade causem problemas. Substituir, se possível, os que estiverem em falta. Produtos
químicos e solventes industriais, incluindo óleos, gasolina e gasóleo, podem danificá-los
seriamente. Caso sejam detetados esses contaminantes nos pneus, removê-los com bastante
água e detergente neutro. Verificar o desgaste do piso. Se houver objetos cravados ou
embutidos, devem ser, cuidadosamente, removidos caso se trate de pedras.
2 Limpeza dos pneus: o próximo passo é limpar a fundo cada pneu. Pode ter-se acumulado
poeira ou outro tipo de sujidade e nenhum deles irá permitir que os pneus tenham o melhor
rendimento. Detergente, água e uma escova de pneu é tudo o que é preciso para remover a
sujidade.
3 Verificar a pressão dos pneus: incluindo o sobressalente e, de preferência, numa oficina
equipada com equipamentos específicos. Apesar de não terem sido usados, os pneus podem
ter perdido muito ar durante o período de inatividade do veículo. Conduzir com pneus com
nível de pressão inadequado, é perigoso. Portanto, dever ser verificada a pressão de cada
pneu, enchendo-os caso seja necessário. A pressão deve ser verificada a frio e, se estiver
abaixo de 20%, o pneu deve ser inspecionado visualmente quanto a possíveis danos.
4 Verificar se o desgaste da banda de rodagem respeita o mínimo legal (1,6 mm): esta
verificação pode ser realizada por qualquer pessoa que utilize as marcas localizadas nos
pneus. Consistem em pequenos elásticos existentes dentro dos canais longitudinais do pneu e
marcam o ponto em que a profundidade do piso atinge 1,6 mm. Cada pneu dispõe de seis
pontos de controlo facilmente identificados pelas iniciais TWI (Tread Wear Indicator), gravadas
no extremo do flanco.
expostos à luz solar direta ou sobre superfícies
absorventes de calor, como o asfalto
negro. Além de todas estas recomendações,
aconselha-se uma visita a uma oficina especializada,
para que, na mesma, possa ser
realizada uma verificação destes e de outros
fatores que podem afetar a performance
do pneu e a segurança do veículo após
o período excecional de imobilização das
últimas semanas. u
5 Vibrações: são transmitidas pelo volante durante a marcha do veículo e costumam ser uma
consequência direta de uma paragem prolongada deste. Se não desaparecerem depois de
alguns quilómetros, deve ser visitada uma oficina especializada o quanto antes.
6 Troca sazonal de pneus: dependendo da rotina, também devem ser equacionados pneus de
verão. O clima não é o mesmo desde que foi decretado o Estado de Emergência, em março.
Se, normalmente, forem usados pneus diferentes para as estações quente e fria, é hora de
fazer a alteração. Quando a temperatura exterior permanecer constantemente acima de 7°C
por mais de uma semana, será a altura certa para colocar pneus de verão. Poderá sempre
optar-se por pneus All Season, que permitem circular todo o ano sem ter de mudar de pneus.
Apesar de, em Portugal, ser habitual usarem-se apenas pneus de verão, em algumas zonas do
país há necessidade de utilizar pneus de inverno, que são menos eficazes no verão. Com os
pneus All Season, circula-se sem mudar de pneus, sempre com a máxima segurança durante
todo o ano.
58 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Verificação do estado dos pneus pós-confinamento
Pneus com falso redondo do tipo “flat spot”
SABE O QUE É O FALSO REDONDO OU FLAT SPOT? OS PNEUS TÊM “MEMÓRIA”. E, SE MANTIDOS NA MESMA POSIÇÃO DURANTE
UM LONGO TEMPO, SENDO CONSTITUÍDOS POR BORRACHA E MATERIAIS DE REFORÇO, EXISTE A POSSIBILIDADE DE ADOTAREM
DEFORMAÇÕES LOCALIZADAS NA ZONA DO PISO, QUE PODEM LEVAR A FENÓMENOS DE VIBRAÇÃO
Um falso redondo do tipo “flat spot” resulta da
deformação do pneu na zona de contacto
entre este e o solo, causada pela ação da
carga do veículo durante um estacionamento
prolongado. Os fatores principais que
influenciam um falso redondo do tipo “flat
spot” são o período de tempo em que os
pneus estão parados sob carga, o nível de
deflexão (pressão de enchimento vs carga), a
temperatura ambiente e a temperatura do
pneu. Quando o veículo inicia marcha após
paragem prolongada, os pneus com falsos
redondos do tipo “flat spot” podem repercutir
vibrações, ampliar frequências e originar
ruído. Na generalidade das situações, o pneu
recupera a sua forma original após rolarem
uma curta distância.
Temporário e semipermanente: os dois
tipos de falsos redondos do tipo “flat spot”
O “flat spot” temporário ocorre fruto da
combinação de uma condução a velocidades
elevadas imediatamente antes de um período
de paragem prolongada ou em temperaturas
ambiente elevadas. Este tipo de “flat spot”
desaparece normalmente depois de se
percorrer uma distância curta, já que os
pneus atingem a temperatura de utilização e
retomam a sua forma inicial. O “flat spot”
semipermanente ocorre quando o veículo está
estacionado durante um período que se
prolonga por várias semanas ou meses,
principalmente quando combinado com
elevadas temperaturas e/ou pressões de
enchimento baixas, que podem criar um “flat
spot” bastante acentuado.
Conselhos para evitar “flat spot”
temporários
Não conduzir com pneus que tenham pressão
insuficiente ou excessiva. Os pneus com
pressão desadequada são mais sensíveis a
“flat spot”. Aumentar a pressão de
enchimento dos pneus, de acordo com as
recomendações do fabricante do veículo, caso
a intenção seja percorrer longas distâncias a
velocidades elevadas com cargas pesadas.
Um ligeiro aumento (+0,2 bar) na pressão de
enchimento dos pneus, conduzirá a uma
temperatura mais baixa de utilização e,
consequentemente, a uma menor deflexão do
pneu, o que reduzirá a ocorrência de “flat
spot”. É fundamental não ultrapassar as
pressões de insuflação a frio recomendadas
pelo construtor do automóvel. Caso a intenção
seja ter o veículo estacionado durante um
longo período de tempo, poderão ser
aumentadas ligeiramente as pressões de
insuflação (+0,2 bar) para ajudar a reduzir a
deflexão e, consequentemente, as ocorrências
de “flat spot”. Se o “flat spot” se mantiver e a
vibração do veículo não desaparecer depois
de ser percorrida uma distância curta,
aconselha-se a visita a uma oficina para que
sejam efetuados os procedimentos de
verificação do estado dos pneus.
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Serviço
Novos desafios
para as oficinas
A preferência dos consumidores por jantes de maiores dimensões e mais estilizadas
continua a desencadear mudanças que estão a redefinir a forma como os serviços
de montagem e equilibragem são rentabilizados
Questionámos fabricantes de
equipamento quanto a tendências
dos consumidores na
montagem e equilibragem de
pneus que venham a influenciar as estratégias
empresariais e as aquisições de máquinas
dos retalhistas de pneus. Tentámos
saber mais também sobre a forma como os
retalhistas de pneus podem dar resposta às
tendências com impacto no mercado. Quem
está neste negócio há algum tempo, sabe
que o panorama da equilibragem de rodas
atual é diferente daquele que existia há apenas
alguns anos. Conseguimos identificar,
claramente, as três principais tendências no
que respeita aos consumidores no âmbito
da montagem e equilibragem de pneus.
A primeira tendência a que assistimos, é a
proliferação de jantes e pneus de grande diâmetro
em automóveis de passageiros mais
pequenos. Os retalhistas têm de estar prontos
com máquinas de pneus que consigam manusear,
de forma segura, uma variedade mais
ampla de tamanhos de jantes. A segunda
tendência que começamos a observar é que
as jantes mais vistosas já não são exclusivas
dos mercados da personalização e dos segmentos
de luxo. Os OEM estão a diferenciar
as suas jantes apostando na exclusividade
e na identificação com as marcas. O estilo é
60 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Montagem e equilibragem
na substituição de pesos, frequentemente
permitem um desequilíbrio estático residual
excessivo. A procura constante pela
maior poupança de combustível continuará
a aumentar a sensibilidade do veículo a vibrações,
o que conduzirá a um aumento nas
exigências quanto a tolerâncias de equilibragem
mais precisas na manutenção de rodas
no mercado do pós-venda. As inovações no
setor dos pneus, impulsionadas pela necessidade
de menor resistência ao rolamento,
vão agravar os desafios que o mercado do
pós-venda já enfrenta no âmbito da qualidade
de condução.
Os pneus não podem produzir vibrações
após saírem da oficina onde foram montados.
Dispor de bons equipamentos que
conseguem ajustar automaticamente o talão
e asseguram que os pneus assentam corretamente
nas jantes, reduzindo a força de
estrada e, por conseguinte, as vibrações, é
essencial. Os retalhistas de pneus procuram
equipamentos fáceis de utilizar que permitam
que os técnicos comecem a trabalhar
com pouca ou nenhuma formação. Há uma
procura cada vez maior por equipamentos
fáceis de utilizar e com vídeos de formação
no trabalho, animações e instruções simples.
Como sabemos, os retalhistas de pneus têm
de ter capacidade de manusear, de forma
segura e precisa, jantes maiores construídas
com materiais personalizados e diferentes
acabamentos de pintura. Alguns tipos de metais
e acabamentos podem tornar o manuseamento
destas jantes numa atividade delicada.
Se o manuseamento não for executado com
precisão, poderá tornar-se numa lição muito
dispendiosa. Um manuseamento adequado
requer técnicos com capacidade para manusear
jantes maiores e sistemas de fixação que
acomodem jantes sem danificá-las.
No passado, os tipos invulgares de jantes
encontravam-se, principalmente, em automóveis
de luxo. Mas o mercado está a tornar-se
cada vez mais diversificado. Os técnicos de
pneus tradicionais, se não estiverem equipados
corretamente, podem danificar jantes
revestidas e de liga leve mais macias. Também
podem arranhar ou riscar acabamentos, o que
implica uma reparação dispendiosa. As jantes
pintadas estão a tornar-se numa tendência
popular entre os construtores de automóveis.
Como tal, é provável que, dentro em breve,
as oficinas comecem a receber muitas destas
jantes com cores.
Para se manterem competitivos nos seus
mercados e manusearem com segurança
estas rodas, os retalhistas mais perspicacada
vez mais importante para proprietários
de veículos outrora vistos como meros utilitários.
Esta mudança está a ser impulsionada
pelos OEM e a sua resposta às exigências do
mercado significa que existe um mercado
mais vasto para jantes maiores e mais estilizadas.
E, isto, verifica-se inclusive nas jantes
dos veículos económicos. Para satisfazerem
estas novas exigências dos consumidores, os
fabricantes de automóveis começam, agora,
a oferecer jantes de alumínio e liga leve como
equipamento de série. Isto significa menor
utilização de pesos com mola e maior utilização
de pesos adesivos.
A terceira tendência que identificamos
é o facto de o mercado dos SUV estar a
crescer. É, por isso, previsível as oficinas
receberem mais combinações de pneus
e jantes de grande dimensão. Os pneus
dos SUV desgastam-se mais rapidamente
do que os dos automóveis de passageiros
“tradicionais” e requerem substituições mais
frequentes. O tamanho das jantes continua
a aumentar. Por exemplo, jantes de 22” são,
agora, equipamento de série em muitos
SUV. Esta realidade requer maior aptidão e
maior atenção ao detalhe durante a troca de
pneus para não danificar raios elevados ou
provocar fissuras no revestimento plástico.
SERVIÇO EXIGENTE
Prevenir a ocorrência de lesões nos técnicos
é uma preocupação fundamental. Está
a tornar-se cada vez mais difícil com os
conjuntos de pneus de grandes dimensões
que, agora, são equipamento de série nos
veículos. Estar dobrado e levantar rodas o
dia inteiro é um trabalho duro. Os técnicos
jovens e destemidos serão, um dia, mais
velhos. Portanto, têm de aprender com os
colegas que foram bem-sucedidos e com
aqueles que não foram bem-sucedidos e
sofreram lesões incapacitantes.
Para evitar lesões e reduzir riscos na oficina,
deve ser implementada a utilização de equipamento
de proteção individual por parte
dos funcionários e devem ser ensinados os
cuidados a ter ao levantar material quando o
peso dos conjuntos se aproxima ou excede
os 22 kg. Atualmente, muitos profissionais
que montam pneus e equilibram rodas já
têm à sua disposição elevadores de pneus
para ajudar a levantá-los desde o chão até à
altura de trabalho. É um bom investimento
para a oficina e para o bem-estar dos operadores.
Os elevadores de pneus nas máquinas de
equilibragem também permitem que o
operador melhore, em grande medida, a
centragem em rodas pesadas, ao anular os
efeitos da gravidade em conjugação com
cones de centragem e espaçadores. O responsável
da oficina deve formar todos os
operadores para que estes compreendam
a importância de validar se uma roda está
centrada antes de passar à equilibragem.
ATUALIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO
Atualmente, as máquinas de equilibragem
com computador equilibram uma roda
dinamicamente. Contudo, devido a arredondamentos
de peso e a pequenos erros
www.revistadospneus.com | 61
Serviço
Montagem e equilibragem
zes estão a complementar a sua oferta de
serviços relacionados com rodas com equipamentos
de montagem “sem contacto”.
Estes equipamentos sem contacto montam
tipicamente a jante no cubo central e não
no diâmetro exterior da jante. Isto significa
que a possibilidade de danos em superfícies
visíveis é reduzida. Além do mais, um equipamento
sem contacto utiliza ferramentas de
montagem e desmontagem que não entram
em contacto com a jante, reduzindo ainda
mais a possibilidade de danos dispendiosos.
A principal conclusão é que há no mercado
uma procura por jantes maiores e com estilos
mais invulgares.
JANTES COM MAIS QUALIDADE
Jantes com uma qualidade melhor permitem
uma equilibragem de rodas mais
rentável. Os pneus e as jantes das principais
marcas são construídos com uma
uniformidade muito superior. A respetiva
equilibragem exige menos peso e é mais
uniforme (ou seja, dispõe de menos excentricidade).
Em consequência, atualmente as
rodas são equilibradas principalmente para
corrigir a força estática. Os técnicos colocam
dois pesos para executar uma equilibragem
dinâmica, mas, na verdade, um único peso
pode, agora, ser suficiente para proporcionar
o mesmo equilíbrio dinâmico se for colocado
na localização exata. Tudo isto porque as
jantes são de melhor qualidade.
Isto pode ser comprovado. Durante a equilibragem,
poderá reparar-se que os dois pesos
de correção se situam, frequentemente, nos
mesmos quadrantes da jante. Ao mudar para
um modo estático, poderá verificar-se que a
maioria do desequilíbrio também é refletido
no modo estático. O facto é que a maioria
dos equipamentos de equilibragem está
desatualizada e tem de ser atualizada de
acordo com as jantes de melhor qualidade
que, atualmente, são equilibradas nas casas
de pneus.
As máquinas de equilibragem de rodas
mais recentes conseguem analisar a roda
e permitem que o operador coloque um
único peso, despendendo apenas 70% do
tempo numa única posição escolhida pelo
computador, obtendo uma equilibragem
dinâmica perfeita da roda. Isto permite uma
poupança de 33% em custos de mão de obra
em cada roda equilibrada. Trata-se de uma
poupança em custos de mão de obra numa
oficina de pneus comum que é suficiente
para efetuar o pagamento do aluguer da
máquina nova todos os meses.
BAIXO PERFIL E RUN FLAT
A montagem incorreta dos pneus está na
origem das reclamações que os clientes fazem
por sentirem vibrações. O desequilíbrio
estático residual excessivo está na origem da
maioria das reclamações relacionadas com
vibrações, assim como a utilização incorreta
de pesos. As máquinas de montagem e equilibragem
modernas estão concebidas para
responderem aos desafios dos conjuntos
de pneus e jantes modernos com placas
extratoras ajustáveis, algoritmos de equilibragem
e função de colocação de pesos
para rodas guiada por laser. Ao acelerar os
tempos de entrega, representa aumentos
de rentabilidade para as oficinas.
Os pneus de baixo perfil e Run Flat representam
desafios para a facilidade de utilização
e para as capacidades do equipamento
tradicional. Os novos equipamentos disponibilizam
ajudas e ferramentas eficazes,
como o sistema leverless. Os conjuntos de
maior dimensão são difíceis de manusear
fisicamente, o que justifica a utilização de
elevadores de pneus. Os novos conjuntos
também exigem precisão, podendo ser
suscetíveis a vibrações e danos durante a
intervenção.
As novas suspensões dos veículos têm uma
afinação mais exigente, o que representa
níveis de exigência quanto a perfeição no
serviço ainda mais elevados. Os equipamentos
mais avançados e as oficinas melhor
equipadas conseguem lidar melhor com
estes requisitos adicionais, com máquinas
de montagem e equilibragem precisas que
são eficientes na aplicação de pesos.
Os retalhistas de pneus bem-sucedidos conseguem
distanciar-se daquilo que é percecionado
como um mercado de produtos.
Aqueles que conseguirem destacar-se como
peritos em vibração e especialistas em pneus,
serão melhor sucedidos do que aqueles que
não o fizerem. Ter o equipamento correto
e pessoal formado é crucial. Mas expressar
isto aos clientes é, igualmente, importante.
As oficinas podem rentabilizar a tendência
dos SUV mantendo stock de tamanhos maiores
para estes veículos e certificando-se de
que os seus equipamentos estão atualizados
e em bom estado de manutenção para lidar
com estes conjuntos maiores e mais pesados.
À medida que as jantes OEM aumentam de
tamanho e complexidade, ter ferramentas
adequadas de montagem e equilibragem
é fundamental. Ter a capacidade de equilibrar
estas rodas grandes e pesadas sem
danos, evitando reclamações do cliente, é,
basicamente, um requisito no comércio de
pneus atual. Ao equipar a oficina para prestar
serviços a clientes com jantes e pneus de
grandes dimensões, a empresa poderá criar
novas fontes de receita e, também, novos
desafios. u
62 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Gestão
Necessidades
fundamentais
Embora existam muitas funcionalidades disponíveis nas atuais soluções de software
de gestão oficinal, o foco principal deve estar nos elementos básicos que permitem
melhorar a eficiência operacional geral e aumentar a fidelização dos clientes, o que terá
impacto direto nos resultados
64 | Revista dos Pneus | Junho 2020
Software oficinal
Apesar de muitas oficinas continuarem
a “manter as coisas
simples” e a gerir as operações
do dia a dia através de uma
série de quadros, pastas plásticas e notas
em post-its, na verdade, um sistema assim
aumenta a complexidade da gestão da empresa
e, frequentemente, limita a capacidade
de crescimento da mesma. Decidir qual o
melhor software de gestão oficinal para a
empresa de manutenção e reparação automóvel
pode ser difícil. Com tantas opções e
funcionalidades, não será, porventura, fácil
distinguir as “necessidades fundamentais”
das “necessidades acessórias” ao fazer-se
uma pesquisa sobre os atuais sistemas de
software de gestão oficinal.
Trata-se de uma decisão importante que
se revela única para a oficina e para as necessidades
desta. Escolher bem “ajudará” o
investimento a minimizar o caos na gestão
da oficina, melhorará o nível de serviço e
proporcionará uma visão mais nítida das
operações do negócio, de modo a que se
possa identificar mais facilmente áreas de
crescimento. Caso se escolha mal, aumentar-
-se-á a complexidade sem se obter o retorno
do investimento antecipado. Independentemente
do fornecedor que se escolha, existem
cinco funcionalidades essenciais que
a solução de gestão oficinal tem de reunir:
1. Recursos de ponto de venda;
2. Ferramentas digitais de inspeção;
3. Comunicação com os clientes e marketing;
4. Gestão de inventário e encomenda de
peças;
5. Formação e apoio.
NECESSIDADE N.° 1
Recursos de ponto de venda (POS – Point
Of Sale). Dispor de um sistema integrado
de POS pode ajudar a proteger uma oficina
contra o caos quando há muito movimento.
As funcionalidades do POS incluem:
l Criação de faturas;
l Agendamento de marcações;
l Gestão de ordens de trabalho;
l Cotações de preços rápidas com base em
tarifas de trabalhos específicos, pesquisas
de peças, inventário local e intervalos de
manutenção;
l Gestão da relação com os clientes (CRM);
l Processamento de cartões de crédito.
Os sistemas mais avançados vão para além
do básico e incluem rastreamento de inventário,
gestão de tempo e planificação dos
funcionários, integrações com software de
contabilidade, automatização de marketing
e gestão de programa de recompensas.
NECESSIDADE N.° 2
Ferramentas digitais de inspeção. A inspeção
digital é uma tecnologia relativamente
nova, mas em rápido crescimento. Infelizmente,
apenas um pequeno número de
oficinas estão, efetivamente, a utilizá-las
em seu proveito. A capacidade de apurar
e explicar o trabalho necessário não só aumenta
a confiança do consumidor através de
uma melhor comunicação, como, também,
proporciona informações acerca de manutenção
adicional e necessidades de serviços.
O que cria oportunidades mais consistentes
para as empresas de manutenção automóvel
que permitem que o relatório da inspeção
faça a venda para as mesmas.
As tecnologias podem variar, mas muitas
permitem a utilização de um tablet ou smartphone
por técnicos e assessores de serviço
para capturar imagens do veículo do cliente,
de modo a melhor explicar e fundamentar
o processo de reparação. Tal documentação
também serve como proteção contra
regressos baseados em informações falsas.
O software de gestão oficinal mais avançado
baseia-se na Inteligência Artificial (IA) para
disponibilizar recomendações mais precisas
a partir de conjuntos de dados do histórico
de reparações.
NECESSIDADE N.° 3
Comunicação com os clientes e marketing.
Os consumidores atuais têm preferências de
comunicação específicas, incluindo o telefone
de trabalho, o telemóvel, o telefone de casa,
email, mensagens de texto e mensagens instantâneas,
entre outras. Confiar nas chamadas
telefónicas já não é suficiente. O software de
gestão oficinal tem de tornar fácil a comunicação
com os clientes da forma como estes
preferem. Isto inclui comunicações de ordens
de reparação e de aprovações, bem como
mensagens de marketing.
Quando, eventualmente, for difícil contactar
por telefone um cliente muito ocupado
durante o horário de trabalho, pode ser-lhe
enviada uma mensagem de texto. Partilhar
informações sobre reparações recomendadas,
com links para o relatório detalhado da
inspeção digital, pode eliminar atrasos no
processo de reparação, aumentando o nível
de assistência ao cliente.
De acordo com algumas estatísticas, o
tempo que um cliente leva, em média, a
aprovar um serviço, é de uma hora e 17
minutos. Com um software integrado de
comunicação com os clientes, os tempos
médios de aprovação descem para 37 minutos.
Comparando isto com as taxas de
produtividade das áreas de reparação, dará
para constatar como aqueles 40 minutos
podem ter impacto no negócio.
NECESSIDADE N.° 4
Gestão de inventário e encomenda de
peças. As peças constituem mais de 30%
da ordem de reparação média, pelo que a
gestão de peças e do inventário continuam
a ser uma área importante da eficiência
www.revistadospneus.com | 65
Gestão
Software oficinal
operacional. Com a proliferação dos SKU e
múltiplas variações daquilo que parece ser
a mesma peça, automatizar o inventário da
oficina e o processo de encomenda de peças
com um sistema de software pode permitir
uma redução de custos, uma velocidade de
reparação e uma fiabilidade significativas.
Prestar mais atenção ao que está em stock
através de ferramentas digitais de gestão do
inventário também reduz a probabilidade
de diminuição deste e de furto por parte
dos colaboradores.
O requisito básico de um sistema de gestão
de peças e de inventário é garantir que
os técnicos têm todos os componentes
necessários para o trabalho a realizar. Um
sistema integrado permite que os proprietários
decidam melhor acerca do que ter
em stock, do que comprar e do que cobrar.
Alguns sistemas permitem controlar quantidades,
bem como a utilização de peças,
além de receber notificações para novas
encomendas, para que as peças certas estejam
sempre à mão para as reparações mais
comuns. A integração com os sistemas dos
fornecedores de peças aumenta a eficiência
dos fluxos de trabalho. A capacidade de
controlar encomendas, estados, custos e
outras informações, têm impacto na produtividade
das áreas de reparação.
NECESSIDADE N.° 5
Formação e apoio. A integração de um
novo sistema de software de gestão oficinal
gera uma parceria cara. E, como acontece
em qualquer união, é bom que, primeiro, os
intervenientes se conheçam mutuamente.
Uma vez convicta da escolha, quanto mais
cedo se der a transição e a adaptação ao
novo sistema, mais rapidamente a empresa
usufruirá das compensações do investimento.
Ao ponderar sobre os fornecedores
de software de gestão oficinal, o líder da
empresa deverá certificar-se de que tem
em conta o seguinte:
l Qual a integração do fornecedor e qual o
processo de orientação para a aprendizagem
do novo sistema? Quantas pessoas
são incluídas nessa formação?
l Como forma futuros colaboradores?
l Como é disponibilizada a formação (vídeos,
artigos, serviços de assistência,
conferências, pessoalmente nas suas
instalações) e quanto custa?
l Como pode ser contactado o fornecedor
de software se/quando ocorrer um problema?
Existe um serviço de assistência
ou um chat ao vivo? Qual o horário da
assistência? Qual o tempo médio de resposta?
Quem irá prestar auxílio?
l Como testar o software antes de se assumir
um compromisso?
A oficina deve certificar-se que tem acesso
a um modo de demonstração (ainda que
com funcionalidades limitadas) para confirmar
que a sua opção é a escolha certa.
Quanto melhor a equipa utilizar o software,
mais valor a tecnologia criará para a oficina.
Isto inclui a garantia de que os processos e
procedimentos são seguidos e que todos
os elementos da equipa têm a formação
adequada.
VANTAGENS EVIDENTES
Ao avaliar-se e escolher-se, cuidadosamente,
o software oficinal com os cinco
elementos básicos obrigatórios, irão, provavelmente,
ser experienciadas uma série
de vantagens. A saber:
l Aumento da eficiência do processo;
l Redução do tempo de tarefas rotineiras;
l Otimização da fiabilidade das ordens de
reparação e das encomendas de peças;
l Melhoria das comunicações da equipa;
l Obtenção de maior transparência para
melhor entendimento das operações e
rentabilidade;
l Melhoria das comunicações com clientes
e experiência global dos clientes;
l Aceleração do processo de reparação;
l Redução do caos, permitindo o crescimento;
l Aumento da qualidade das interações
com os clientes.
Embora existam muitas funcionalidades
disponíveis nas atuais soluções de gestão
oficinal, ficando com os elementos básicos
é mais provável que a empresa usufrua das
vantagens melhorando a eficiência operacional
geral e aumentando a fidelização
dos clientes, o que terá impacto direto nos
resultados. u
66 | Revista dos Pneus | Junho 2020
A LONG WAY
TOGETHER
ULTRAPASSANDO A LINHA DO HORIZONTE
A vasta carteira de produtos da BKT inclui gamas de pneus específicos, na vanguarda, para atender
os pedidos mais exigentes em múltiplos campos, tais como a agricultura, a construção e o OTR, bem
como aplicações de transporte e agroindustriais.
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JOSÉ ANICETO & IRMÃO, LDA
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