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edição de 15 de junho de 2020

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propmark.com.br<br />

ANO 55 - Nº 2799 - <strong>15</strong> <strong>de</strong> juNho <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ <strong>15</strong>,00<br />

Nesta edição <strong>de</strong> aniversário dos 55 anos<br />

do PROPMARK convidamos 55 profissionais<br />

renomados do mercado <strong>de</strong> comunicação<br />

para nos dizerem:<br />

DESIGNER PEDRO FABRA DA EBAC<br />

• Adriana Cacace (Flix Media) • Allan Barros (Pullse) • Ana Couto (Ana Couto) • André Gomes (MullenLowe)<br />

• André Kassu (CP+B) • Andrea Alvares (Natura) • Andrea Salinas (JCDecaux) • Antonio Manuel Teixeira (Folha)<br />

• Ariel Grunkraut (Burger King) • Boni (Re<strong>de</strong> Vanguarda) • Caio Barsotti (Cenp) • Claudia Fernan<strong>de</strong>s (Azul)<br />

• Dalton Pastore (ESPM) • David Laloum (Y&R) • Eduardo Alvarenga (Eletromidia Elemidia) • Eduardo<br />

Bicudo (DAN) • Eduardo Lorenzi (Publicis) • Eduardo Schaeffer (Globo) • Eduardo Simon (DPZ&T) • Erh<br />

Ray (BETC/Havas) • Fabio Coelho (Google) • Fernand Alphen (F.biz) • Fernando Taralli (VML) • Filipe<br />

Bartholomeu (AlmapBBDO) • Geraldo Azevedo (Execution) • Hugo Rodrigues (WMcCann) • Karina<br />

Ribeiro (Ogilvy) • Keka Morelle (Wun<strong>de</strong>rman Thompson) • Ligia Vulcano (BFerraz) • Loredana Sarcinella<br />

(Samsung) • Luiz Biagiotti (Clear Channel) • Luiza Trajano (Magalu) • Marcelo Rech (ANJ e RBS) • Marcelo<br />

Reis (Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>) • Marcia Esteves (Lew’Lara/TBWA) • Márcio Parizotto (Bra<strong>de</strong>sco) • Marcos<br />

Lacerda (HavasPlus) • Marcus Vinicius Chisco (CNN) • Marina Daineze (Vivo) • Mario D’Andrea (Abap e<br />

<strong>de</strong>ntsumcgarrybowen) • Melissa Vogel (Kantar) • Nelcina Tropardi (ABA e Heineken) • Nizan Guanaes (N I<strong>de</strong>ias)<br />

• Paschoal Fabra Neto (F&Q) • Paulo Pessoa (Estadão) • Paulo Samia (UOL) • Pipo Calazans (SunsetDDB)<br />

• Poliana Sousa (Coca-Cola) • Priscila Stoliar (SBT) • Rafael Davini (Exame) • Ricardo Dias (Ambev)<br />

• Rodolfo Medina (Artplan) • Sergio Gordilho (Africa) • Walter Zagari (Record TV) • Washington Olivetto<br />

luiz pONDé ANAlisA<br />

meRCADO NA pANDemiA<br />

Filósofo opina sobre<br />

o termo “novo normal”,<br />

fala do marketing<br />

<strong>de</strong> causa e comenta<br />

críticas ao capitalismo<br />

feitas pelos próprios<br />

publicitários. pág. 110<br />

DANielA CAChiCh fAlA<br />

sObRe legADO DA CRise<br />

CMO da PepsiCo analisa<br />

os aprendizados na relação<br />

com agências, consumidores<br />

e colaboradores.<br />

Ela <strong>de</strong>staca ainda a importância<br />

do propósito<br />

das marcas. pág. 100


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Medicina, resguardo e publicida<strong>de</strong><br />

Mais que nunca, temos <strong>de</strong> acreditar na ciência dos nossos doutores médicos<br />

para o combate a esse vírus estranho, que inclusive ameaça voltar logo<br />

mais em uma segunda onda. Nosso Butantã esforça-se para criar a vacina que<br />

evitaria novas contaminações, po<strong>de</strong>ndo inclusive <strong>de</strong>ter a segunda onda, mas isso<br />

ainda leva tempo. Enquanto a ciência se esforça para enfrentar e exterminar<br />

o inimigo cruel, que tomou conta do planeta e propõe retornar na tentativa <strong>de</strong><br />

completar o serviço inacabado, resta-nos o resguardo, comportamento que os<br />

cientistas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento do coronavírus não param <strong>de</strong> recomendar.<br />

Há uma arma que muito se usa entre nós em tempos alegres, que é a propaganda.<br />

O que temos visto <strong>de</strong>la, assinada por alguns poucos governos do nosso país,<br />

não é a verda<strong>de</strong>ira propaganda brasileira, <strong>de</strong>talhista e chamando o público para<br />

si. Ela tem passado quase batida, per<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> goleada para o bom e cansativo<br />

trabalho que a nossa mídia tem feito, esclarecendo a população sobre as recomendações<br />

a serem tomadas visando minimizar os efeitos do trágico vírus.<br />

Surpreen<strong>de</strong>ntemente, os anunciantes praticamente saíram da mídia, quando<br />

po<strong>de</strong>riam ajudar – e muito – as autorida<strong>de</strong>s no combate a esse estranho e <strong>de</strong>sconhecido<br />

inimigo. Pena que assim esteja ocorrendo, pois a força da propaganda<br />

no convencimento da população é indiscutível e os gran<strong>de</strong>s anunciantes,<br />

empenhando-se nessa batalha, ajudariam e muito as autorida<strong>de</strong>s no combate a<br />

essa primeira gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgraça mundial do século 21, através a nosso ver <strong>de</strong> dois<br />

ingredientes fundamentais: o esclarecimento com criativida<strong>de</strong> à população e a<br />

transmissão a esta <strong>de</strong> uma certa e muito necessária dose <strong>de</strong> otimismo, do que<br />

nos dias que se seguem, somente a propaganda é capaz.<br />

Para não sermos injustos, reconhecemos que há, aqui e ali, peças publicitárias<br />

com essa pertinência, mas muito pouco para o fim <strong>de</strong>stinado. Se por exemplo<br />

a recomendação científica maior é a do fique em casa, gran<strong>de</strong>s e criativas campanhas<br />

publicitárias <strong>de</strong> marcas famosas teriam mais sucesso nessa empreitada<br />

do que apelos <strong>de</strong> governantes que nem sempre são benquistos por boa parte da<br />

população, o que faz funcionarem ao contrário seus apelos.<br />

Na volta aos locais <strong>de</strong> trabalho nos próximos dias, com maiores recursos para a<br />

criação <strong>de</strong> peças e campanhas para os seus clientes-anunciantes e <strong>de</strong>stinadas<br />

ao gran<strong>de</strong> público, acreditamos que isso acabará acontecendo, <strong>de</strong>monstrando a<br />

força <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> que sempre se sobressai perante a maioria das <strong>de</strong>mais.<br />

***<br />

O PROPMARK comemora com esta edição 55 anos <strong>de</strong> circulação ininterrupta<br />

(a data correta é 21 <strong>de</strong> maio, mas estávamos no auge da pan<strong>de</strong>mia naquele<br />

momento), sendo um dos poucos no mundo a ter <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início e até<br />

aqui a mesma direção, um fato a nosso ver <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na sua<br />

credibilida<strong>de</strong>.<br />

Outro fato que a esse muito se assemelha é a presença até hoje na produção<br />

do jornal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a coleta <strong>de</strong> matérias <strong>de</strong> interesse jornalístico especializado,<br />

<strong>de</strong> companheiros que começaram conosco em maio <strong>de</strong> 1965, colaborando <strong>de</strong><br />

maneira <strong>de</strong>cisiva com o nosso respeitado slogan <strong>de</strong> um compromisso com a<br />

verda<strong>de</strong>. A história toda do PROPMARK é repleta <strong>de</strong> uma gigantesca luta para<br />

a sua sobrevivência, principalmente em tempos já <strong>de</strong> consagração do online,<br />

on<strong>de</strong> também ocupamos – e bem – nosso lugar.<br />

fissionais, nos primeiros anos do consagrado festival, ora em Cannes, ora<br />

em Veneza, ajudou a divulgar <strong>de</strong> forma ampla a todo o país, antevendo<br />

nesse festival o gran<strong>de</strong> evento que colaboraria – e muito – com o aperfeiçoamento<br />

não apenas da nossa publicida<strong>de</strong>, mas também <strong>de</strong> países<br />

vizinhos que passaram a acompanhar nossos passos anuais em direção<br />

a Cannes.<br />

Uma lida com atenção nesta edição comemorativa vai mostrar e/ou lembrar aos<br />

nossos leitores um sem-número <strong>de</strong> iniciativas tomadas pelo PROPMARK que<br />

ajudaram a colocar a propaganda brasileira entre as melhores do planeta.<br />

***<br />

Merece registro especial neste editorial a presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> empresas<br />

do mercado, através <strong>de</strong> anúncios comoventes e ao mesmo tempo <strong>de</strong> reconhecimento<br />

a um trabalho que não po<strong>de</strong> nunca se esgotar. Uma das perversida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sta profissão é a <strong>de</strong>, como os escoteiros, estar sempre alerta e isso tem<br />

se tornado uma marca in<strong>de</strong>lével nesta história <strong>de</strong> 55 anos.<br />

Ainda sobre os anúncios, que precisamos agra<strong>de</strong>cer a todos pelas dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> verba neste momento brasileiro tão complicado, um <strong>de</strong>staque<br />

muito especial às gran<strong>de</strong>s marcas aqui presentes, que só enaltecem o<br />

nosso trabalho. Vale aqui o tradicional ditado: “Dize-me com quem andas<br />

e te direis quem és”. Agra<strong>de</strong>cemos até comovidos a estes nossos apoiadores,<br />

que reconhecem no PROPMARK a importância <strong>de</strong> um jornalismo<br />

setorizado, livre <strong>de</strong> influências nefastas e <strong>de</strong> amarrações sempre prejudiciais<br />

ao livre exercício <strong>de</strong> bem informar.<br />

***<br />

Um <strong>de</strong>staque especial à nossa Redação, dirigida com competência, sabedoria<br />

e profissionalismo pela jornalista Kelly Dores, com um olho no impresso<br />

e outro no digital. Dentre tantas matérias excelentes para marcar esta edição<br />

especial, Kelly escolheu as seguintes, que em sua homenagem fazemos<br />

questão <strong>de</strong> relacionar:<br />

- Matéria especial: Executivos refletem sobre mudanças na comunicação. Edição<br />

comemorativa do jornal traz o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> 55 gran<strong>de</strong>s nomes do mercado<br />

sobre o momento e as expectativas pós-pan<strong>de</strong>mia. A i<strong>de</strong>ia foi convidar<br />

55 publicitários, em referência à ‘ida<strong>de</strong>’ da publicação, para fazer uma reflexão<br />

sobre o momento e o que esperar após a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19. O resultado é<br />

surpreen<strong>de</strong>nte. Muitos <strong>de</strong>les acreditam que o mundo será diferente daqui pra<br />

frente. Outros, porém, não acham que as coisas vão mudar tanto.<br />

- Matéria com um histórico e <strong>de</strong>staques sobre os últimos 55 anos da criativida<strong>de</strong><br />

brasileira.<br />

- Matéria sobre a aprovação pela Câmara Municipal da Medalha Anchieta a<br />

Armando Ferrentini, com <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s do mercado publicitário.<br />

- Entrevista com o filósofo Luiz Felipe Pondé, que analisa o mercado na pan<strong>de</strong>mia<br />

e reflete sobre termos como o “novo normal”.<br />

Ao folhear esta edição, o leitor se <strong>de</strong>parará com toda essa longa caminhada,<br />

contada pelos nossos jornalistas, por colaboradores e até mesmo por leitores,<br />

que se dispuseram a escrever um pouco sobre este tradicional especializado,<br />

partícipe <strong>de</strong> iniciativas que marcaram época, sendo que algumas <strong>de</strong>las prevalecem<br />

até os nossos dias.<br />

Muito provavelmente uma das mais importantes se refere ao Cannes<br />

Lions, ainda nos seus arbores, que a nossa diminuta <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> pro-<br />

- Entrevista com Daniela Cachich, CMO da PepsiCo, que fala sobre o legado que<br />

a crise vai <strong>de</strong>ixar para a propaganda.<br />

***<br />

Em uma edição esperançosa como esta, uma nota triste: o falecimento do nosso<br />

ex-diretor <strong>de</strong> Redação, Rafael Sampaio, vítima <strong>de</strong> infarto fulminante na madrugada<br />

do último dia 12. Nossos pêsames à família.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 3


Índice<br />

Profissionais escrevem<br />

sobre <strong>de</strong>safios do mercado<br />

Nesta edição especial <strong>de</strong> aniversário<br />

do PROPMARK, 55 gran<strong>de</strong>s nomes da<br />

propaganda, marketing e mídia refletem<br />

sobre as mudanças (ou não) do setor <strong>de</strong><br />

comunicação após a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19.<br />

caPa<br />

10<br />

Pixabay<br />

mercado<br />

agências boutiques <strong>de</strong><br />

Pr crescem na crise<br />

Empresas como VCRP Brasil, <strong>de</strong> Vinicius<br />

Cordoni, FirstCom e Suporte Comunicação<br />

afirmam que ganharam clientes durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia e enxergam um movimento <strong>de</strong><br />

migração <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s agências.<br />

Executivos dizem que cresceu a <strong>de</strong>manda das<br />

marcas por serviços <strong>de</strong> comunicação. pág. 88<br />

Produtoras<br />

Protocolo traz novas<br />

regras para produção<br />

Documento assinado pela Apro, Sindcine<br />

e Siaesp sugere gravações com até 20<br />

pessoas em estúdio e jornada máxima <strong>de</strong><br />

12 horas <strong>de</strong> trabalho. Objetivo é retomar<br />

gradativamente as ativida<strong>de</strong>s. pág. 108<br />

ProPmarK 55 anos<br />

Jornal acompanhou<br />

marcos da propaganda<br />

Há mais <strong>de</strong> meio século em circulação, o<br />

PROPMARK testemunhou a evolução da<br />

publicida<strong>de</strong> brasileira e a premiação <strong>de</strong> cases<br />

históricos como o anúncio Umbigo, para o<br />

Guaraná Antarctica, criado pela DM9, que<br />

ganhou GP <strong>de</strong> Press em Cannes. pág. 76<br />

mercado<br />

investimento em<br />

tecnologia aumenta<br />

Agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> estão investindo<br />

mais em automatização, capacitação e<br />

metodologias ágeis. “O novo normal da<br />

tecnologia representa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma melhor gestão operacional em busca<br />

<strong>de</strong> eficiência”, explica Jaqueline Travaglin,<br />

diretora-geral <strong>de</strong> operações da Y&R. pág. 82<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................6<br />

curtas ....................................................................8<br />

ProPmarK 55 anos ..........................................10<br />

mercado ..............................................................78<br />

We Love mKt ......................................................92<br />

storyteller ..........................................................94<br />

Quem Fez ............................................................96<br />

digital .................................................................98<br />

marcas .................................................................99<br />

agências .......................................................... 102<br />

mídia ................................................................ 103<br />

inspiração ....................................................... 104<br />

Beyond the Line ............................................. 106<br />

Produtoras ....................................................... 108<br />

entrevista ........................................................ 110<br />

arena do esporte ............................................ 112<br />

supercenas ...................................................... 113<br />

Última Página ................................................. 114<br />

4 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


conexões<br />

PROPMARK 55 anos<br />

O pioneirismo, a <strong>de</strong>terminação e<br />

o comprometimento <strong>de</strong> Armando<br />

Ferrentini com a publicida<strong>de</strong>,<br />

o jornalismo e a formação <strong>de</strong> profissionais<br />

da área <strong>de</strong> comunicação<br />

brasileira são um importante farol<br />

para nós todos da mídia, em especial<br />

em tempos como os atuais, <strong>de</strong><br />

dorinHo<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios. Ferrentini é um<br />

dos publishers mais completos e<br />

generosos que temos no país. Detém<br />

um conhecimento único <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 50 anos sobre propaganda,<br />

marketing e mídia, que compartilha<br />

conosco diariamente – no<br />

PROPMARK, e em outras frentes<br />

da qual participa –, contribuindo<br />

assim para o setor.<br />

Rafael Soriano<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Aner<br />

Estar à frente <strong>de</strong> um veículo <strong>de</strong> comunicação,<br />

por mais <strong>de</strong> meio século,<br />

é um privilégio <strong>de</strong> pouquíssimos<br />

empreen<strong>de</strong>dores e visionários.<br />

Somente com muita competência,<br />

dinamismo, responsabilida<strong>de</strong> e ética<br />

é possível merecer o reconhecimento<br />

e se tornar uma referência no<br />

mercado. Armando Ferrentini reúne<br />

todos esses atributos. Nesses 55<br />

anos, ele foi capaz <strong>de</strong> se adaptar às<br />

mudanças impostas pela transformação<br />

digital e <strong>de</strong> apresentar inovações<br />

que têm modificado o cenário<br />

dos negócios.<br />

Paulo Tonet Camargo<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Abert<br />

última Hora<br />

NEGÓCIO<br />

Com 40 milhões <strong>de</strong> clientes e há 20 anos atuando no mercado<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização, a Dotz <strong>de</strong>finiu na semana passada a Tech<br />

and Soul para coor<strong>de</strong>nar as suas ações <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong><br />

marketing. A <strong>de</strong>cisão foi feita por concorrência online da<br />

qual participaram a Wie<strong>de</strong>n + Keneddy e a F.biz. A agência<br />

dos sócios Claudio Kalim, Claudio Gora, Fernando Amino e<br />

Flavio Waiteman (foto acima) estará à frente <strong>de</strong> processos <strong>de</strong><br />

integração entre estratégia digital, dados e criativida<strong>de</strong>, como<br />

explica o comunicado oficial da conquista do negócio. Neste<br />

mês <strong>de</strong> <strong>junho</strong>, a agência anunciou Mitsubishi e Suzuki.<br />

PORTFÓLIO<br />

Profissionais consagrados e bem empregados em agências<br />

do mainstream estão engajados no propósito <strong>de</strong> ajudar<br />

companheiros <strong>de</strong> profissão a viralizar seus currículos/<br />

portfólios. A ação My Link is Your Link é li<strong>de</strong>rada pelo<br />

redator Rodrigo Rocha; Bernardo Tavares, redator sênior<br />

da David São Paulo; e André Mezzomo, diretor <strong>de</strong> arte<br />

sênior da FCB Brasil (todos na foto acima). A i<strong>de</strong>ia é<br />

simples: o portfólio <strong>de</strong> quem está empregado funciona<br />

como uma mídia para divulgar os <strong>de</strong> publicitários que<br />

estão fora do mercado <strong>de</strong> trabalho, que aumentou durante<br />

a crise sanitária da Covid-19.<br />

CONQUISTA<br />

A Neobrax, do ramo farmoquímico, é a nova conta da<br />

Flag Comunicação, agência que faz parte do grupo ECI.<br />

O escopo do trabalho engloba gestão das re<strong>de</strong>s sociais e<br />

criação das estratégias digitais.<br />

LIVE<br />

A ABA promove nesta quarta-feira (17) live com Loredana<br />

Sarcinella, da Samsung, e Cris Duclos, da Electrolux. Tema:<br />

Perspectivas – uma visão setorizada da inovação.<br />

6 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Governo Fe<strong>de</strong>ral recria Ministério<br />

das comunicações e <strong>de</strong>sloca secom<br />

Reprodução<br />

Festival <strong>de</strong> cannes revela <strong>de</strong>talhes<br />

da programação do Lions Live<br />

Alê Oliveira<br />

Fabio Wajngarten, ex-Secom, será secretário-executivo da nova pasta<br />

O presi<strong>de</strong>nte Jair Bolsonaro<br />

(sem partido) anunciou, na semana<br />

passada, que vai recriar o<br />

Ministério das Comunicações,<br />

a partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>smembramento<br />

do Ministério <strong>de</strong> Ciência,<br />

Tecnologia, Inovações e<br />

Comunicações. O <strong>de</strong>putado<br />

fe<strong>de</strong>ral Fabio Faria (PSD-RN),<br />

genro <strong>de</strong> Silvio Santos, será o<br />

titular da pasta. Com a <strong>de</strong>cisão,<br />

a Secretaria Especial <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Governo da Presidência da<br />

República (Secom) será incorporada<br />

ao novo ministério.<br />

Fabio wajngarten, que comandava<br />

a área, passará a ocupar o<br />

cargo <strong>de</strong> secretário-executivo<br />

da nova pasta.<br />

Devido à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, evento terá apenas programação virtual gratuita<br />

Dos dias 22 a 26 <strong>de</strong> <strong>junho</strong>,<br />

o Festival <strong>de</strong> Cannes promove<br />

o evento virtual gratuito<br />

Lions Live, que vai discutir o<br />

futuro da criativida<strong>de</strong>. Com<br />

apresentação da jornalista Tina<br />

Daheley, da BBC, o cronograma<br />

inclui i<strong>de</strong>ias originais e perspectivas<br />

<strong>de</strong> especialistas sobre<br />

o que virá a seguir, masterclasses<br />

e curtas-metragens. Estão<br />

confirmados nomes como o da<br />

diretora global <strong>de</strong> marketing e<br />

digital da unilever, Conny Braams,<br />

e do copresi<strong>de</strong>nte global<br />

da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen, Merlee<br />

Cruz-Jayme. O evento vai<br />

revelar ainda os vencedores do<br />

Lions Creativity Report, com as<br />

melhores agências da década.<br />

reABerturA <strong>de</strong> AgênCiAs eM Análise<br />

Hill+Knowlton regressA Ao BrAsil<br />

MerCAdo nA lutA ContrA o rACisMo<br />

Fotos: Divulgação<br />

O prefeito <strong>de</strong> São Paulo, Bruno Covas<br />

O protocolo apresentado pela Associação<br />

Brasileira das Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />

(Abap) para a reabertura do setor segue<br />

em análise pela Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo.<br />

O documento da Abap foi produzido com<br />

base na experiência <strong>de</strong> outros países e nas<br />

recomendações do próprio Governo do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo. Caso tudo seja aprovado,<br />

haverá a celebração <strong>de</strong> um termo <strong>de</strong><br />

compromisso com as entida<strong>de</strong>s e os estabelecimentos<br />

relativos po<strong>de</strong>rão retomar o<br />

atendimento presencial ao público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que se cumpram todas as exigências estabelecidas.<br />

Por enquanto, a quarentena no<br />

estado está prorrogada até <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong>.<br />

Eduardo Vieira, sócio-fundador do Grupo I<strong>de</strong>al<br />

O Grupo I<strong>de</strong>al e o WPP anunciam a volta<br />

da operação Hill+Knowlton ao Brasil. A<br />

marca, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser usada em 20<strong>15</strong>,<br />

após a fusão com a agência I<strong>de</strong>al, agora terá<br />

escritório próprio li<strong>de</strong>rado por Marco Antonio<br />

Sabino. Com a mudança, a H+K Brasil<br />

absorve o escritório da 1927 - que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />

existir - e algumas contas e profissionais da<br />

Ogilvy PR. “O mercado estava precisando <strong>de</strong><br />

um reforço em comunicação institucional e<br />

public affairs. Os segmentos têm uma gran<strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios. A agência atuará<br />

como uma consultoria personalizada, sênior<br />

e <strong>de</strong> prevenção e gestão <strong>de</strong> crises”, diz Eduardo<br />

Vieira, sócio-fundador do Grupo I<strong>de</strong>al.<br />

Arthur Sadoun, do Publicis, quer mudanças consistentes<br />

Em resposta aos protestos do movimento<br />

Black Lives Matter mundo afora, os grupos<br />

wPP e Publicis, por meio <strong>de</strong> seus lí<strong>de</strong>res,<br />

anunciaram na semana passada diretrizes<br />

na busca pela igualda<strong>de</strong> racial em suas agências.<br />

Arthur Sadoun, CEO do Publicis, divulgou<br />

no filme semanal voltado aos colaboradores<br />

que quer um compromisso <strong>de</strong> longo<br />

prazo contra o racismo. No próximo dia 17, a<br />

Publicis EUA vai promover um encontro virtual<br />

para discutir i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> mudanças. Já o<br />

WPP, durante seu encontro anual, anunciou<br />

um conselho global <strong>de</strong> inclusão para criar<br />

e monitorar que todas as agências sigam as<br />

novas diretrizes <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia<br />

Paraizo e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Felipe<br />

Turlão e Jéssica Oliveira<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 0<strong>15</strong>24-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 0<strong>15</strong>24-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

8 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Executivos refletem sobre<br />

mudanças na comunicação<br />

Edição comemorativa do jornal traz o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> 55 gran<strong>de</strong>s<br />

nomes do mercado sobre o momento e as expectativas pós-pan<strong>de</strong>mia<br />

Este projeto comemorativo ao aniversário<br />

<strong>de</strong> 55 anos do PROPMARK - fundado em<br />

21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1965 por Armando Ferrentini<br />

- dá voz aos profissionais do mercado <strong>de</strong><br />

comunicação, razão da existência <strong>de</strong>ste jornal.<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> convidar 55 executivos, em referência<br />

à ‘ida<strong>de</strong>’ da publicação, para fazer uma reflexão<br />

sobre o momento e o que esperar após a<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, surgiu <strong>de</strong> uma reunião<br />

<strong>de</strong> briefing com a F&Q Brasil, agência que criou<br />

pro brono a campanha “E agora?”, ponto <strong>de</strong><br />

partida para os textos solicitados aos convidados.<br />

Des<strong>de</strong> o início da crise, o PROPMARK vem<br />

trazendo semanalmente - e diariamente no<br />

seu site - matérias, discussões e análises <strong>de</strong> especialistas<br />

sobre os impactos nos negócios das<br />

agências, anunciantes e veículos. Por isso, consi<strong>de</strong>ramos<br />

que trazer uma edição especial com<br />

o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>stes gran<strong>de</strong>s nomes do mercado,<br />

todos retratados neste mosaico <strong>de</strong> fotos<br />

ao lado, po<strong>de</strong>ria ser mais enriquecedor.<br />

O resultado é surpreen<strong>de</strong>nte. Muitos <strong>de</strong>les<br />

acreditam que o mundo será diferente daqui<br />

pra frente. Outros, porém, não acham que as<br />

coisas vão mudar tanto. Para Hugo Rodrigues,<br />

chairman e CEO da WMcCann, por exemplo,<br />

é possível sonhar em construir um mundo<br />

melhor do que o que tínhamos antes da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte da Abap e<br />

CEO da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen, levanta dúvidas<br />

sobre as mudanças reais e fala o que realmente<br />

é preciso se transformar no mercado.<br />

Já Marcelo Reis, co-CEO e CCO da Leo Burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong>, afirma que “se tem uma categoria<br />

acostumada a respon<strong>de</strong>r bem à pressão e<br />

às mudanças <strong>de</strong> direção, é a nossa”. Por outro<br />

lado, Nizan Guanaes escreveu uma “Carta a<br />

quem está montando uma agência”, com conselhos<br />

certeiros.<br />

Para os anunciantes, o momento pe<strong>de</strong> inovação.<br />

“Temos <strong>de</strong> tirar <strong>de</strong>ste episódio uma lição,<br />

e cada um precisa <strong>de</strong>scobrir o seu propósito e<br />

o <strong>de</strong> sua empresa”, <strong>de</strong>staca Luiza Helena Trajano,<br />

do Magazine Luiza. Os veículos, por sua<br />

vez, ressaltam o papel do jornalismo para levar<br />

informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ao público, a força do<br />

digital e lembram que vão se sobressair as marcas<br />

que se comunicarem durante esse período<br />

<strong>de</strong>safiador para o mundo. Confira as opiniões<br />

<strong>de</strong> cada um nas próximas páginas e boa leitura!<br />

10 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Adriana Cacace<br />

Retomada vai <strong>de</strong>mandar adaptação<br />

A<br />

cultura, o entretenimento e o setor<br />

audiovisual foram duramente impactados<br />

pela pan<strong>de</strong>mia do novo<br />

coronavírus. Por consequência, a mídia cinema<br />

também. Ainda não é possível medir<br />

exatamente o tamanho <strong>de</strong>sse impacto, mas<br />

o fechamento das salas e a paralisação <strong>de</strong><br />

filmagens <strong>de</strong> novas produções, no Brasil e<br />

no mundo, indicam que seus efeitos não<br />

<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>saparecer rapidamente.<br />

Por outro lado, notícias como diminuição<br />

do número <strong>de</strong> novos casos e planejamento<br />

<strong>de</strong> retomada <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas,<br />

em alguns países que foram afetados<br />

primeiro, mostram que há luz no fim do<br />

túnel. No nosso mercado, estreias como<br />

a do novo 007 ou a <strong>de</strong> Mulher Maravilha<br />

1984, já com datas apontadas para ser realizadas<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> agosto, indicam que o<br />

segundo semestre será forte para o cinema,<br />

com concentração <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s lançamentos<br />

aguardados pelo público. Na FLIX<br />

Allan Barros<br />

seguimos trabalhando intensamente, oferecendo<br />

alternativas como pacotes digitais<br />

e no mundo dos games para quem quer<br />

anunciar já. Por outro lado, a <strong>de</strong>manda por<br />

projetos <strong>de</strong> longo prazo não caiu, o que <strong>de</strong>monstra<br />

forte confiança na mídia cinema.<br />

Acreditamos que a retomada vai <strong>de</strong>mandar<br />

<strong>de</strong> todos uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adaptação a um novo mundo, em que a solidarieda<strong>de</strong><br />

e a valorização por ativida<strong>de</strong>s<br />

coletivas que agora não são possíveis, como<br />

o próprio cinema, seguirão lado a lado da<br />

busca por um contato maior com as marcas<br />

e seus valores. A FLIX está se preparando<br />

para dar esses passos ao lado <strong>de</strong> anunciantes,<br />

agências e do público cinéfilo.<br />

adriana Cacace – diretora-geral<br />

e Latam da FLIX Media<br />

Divulgação<br />

Back to the Future<br />

Começo este texto lembrando do aniversário<br />

<strong>de</strong> 55 anos do PROPMARK.<br />

Amigos, que ano foi aquele? Estávamos<br />

em <strong>2020</strong>, ano em que completei 45,<br />

quando foi preciso amadurecer 10 anos em<br />

1 para sobreviver.<br />

Foi em <strong>2020</strong> que uma importante transformação<br />

se iniciou, a era do Relacionamento<br />

Digital. Marcas e negócios que resistiram<br />

ou não enten<strong>de</strong>ram a tempo essa<br />

transformação já não existem mais. Quem<br />

se lembra daquela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo que estava<br />

entre os lí<strong>de</strong>res há 20 anos? Aproximadamente<br />

30% das marcas lí<strong>de</strong>res não existiam<br />

ou eram muito pequenas em <strong>2020</strong>, mas se<br />

adaptaram rapidamente ao novo comportamento<br />

do consumidor no final daquela<br />

pan<strong>de</strong>mia.<br />

Nesta época, apren<strong>de</strong>mos que velocida<strong>de</strong><br />

era mais importante do que tamanho<br />

e ter propósito verda<strong>de</strong>iro era mais<br />

importante do que um discurso bonito.<br />

Ser transparente seria fundamental para<br />

todas as marcas, a solidarieda<strong>de</strong> seria vital<br />

e, principalmente, apren<strong>de</strong>mos que <strong>de</strong>senvolver<br />

projetos <strong>de</strong> forma colaborativa se<br />

tornaria regra para um negócio <strong>de</strong> sucesso.<br />

A pan<strong>de</strong>mia, na época, mostrou que o<br />

caminho era simples: Back to Basics! A solução<br />

estava na origem do nosso mercado:<br />

criativida<strong>de</strong>! O excesso do uso dos algoritmos<br />

levou todas as marcas a um mesmo<br />

território <strong>de</strong> comunicação, pasteurizando<br />

o posicionamento. Enten<strong>de</strong>mos que os<br />

dados não traduzem as emoções.<br />

As mudanças <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong><br />

<strong>2020</strong> foram um marco para nossa indústria.<br />

Apren<strong>de</strong>mos que toda a tecnologia, dados<br />

e informações real time disponíveis tinham<br />

<strong>de</strong> municiar a criativida<strong>de</strong> e não conduzi-la.<br />

Apren<strong>de</strong>mos que construir um resultado<br />

consistente para os nossos clientes <strong>de</strong>pendia<br />

diretamente dos índices <strong>de</strong> afetivida<strong>de</strong><br />

e lealda<strong>de</strong> conquistados pelas marcas. Ficou<br />

a lição <strong>de</strong> que sempre foi preciso existir<br />

um processo <strong>de</strong> cocriação e mais que<br />

isso: a responsabilida<strong>de</strong> criativa não nascia<br />

<strong>de</strong> apenas um <strong>de</strong>partamento, mas <strong>de</strong> todos<br />

os colaboradores.<br />

Po<strong>de</strong>ria escrever muito mais sobre o que<br />

aconteceu pós-Covid-19, mas tenho uma<br />

sugestão melhor: assista no seu App <strong>de</strong> informações<br />

preferido o hub do PROPMARK.<br />

Lá, você vai encontrar toda a história da<br />

propaganda e da comunicação brasileira.<br />

Parabéns, PROPMARK!<br />

allan Barros – CEO da Pullse<br />

Divulgação<br />

12 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


prOpmArk 55 ANOS<br />

Ana Couto<br />

O coletivo é global<br />

Vamos, sim, juntos. Vamos, sim, para<br />

um mundo diferente. Estamos em<br />

uma longa jornada <strong>de</strong> transformação.<br />

Desta vez, a crise é sem prece<strong>de</strong>ntes e<br />

maior que qualquer gestão <strong>de</strong> risco po<strong>de</strong>ria<br />

imaginar.<br />

É uma crise longa e, por conta disto,<br />

traz tempo suficiente para causar reflexão<br />

e transformação na or<strong>de</strong>m mundial e nas<br />

pessoas. Por outro lado, se olharmos os sinais,<br />

é uma crise anunciada, pois os dilemas<br />

já estavam postos.<br />

Nestes cem últimos anos da humanida<strong>de</strong><br />

vivemos tantas transformações. A revolução<br />

industrial trouxe melhoras incríveis<br />

para todos nós. Já não po<strong>de</strong>mos mais viver<br />

sem uma gela<strong>de</strong>ira. Precisávamos ven<strong>de</strong>r<br />

produtos e falar <strong>de</strong> suas performances.<br />

O marketing nasceu disso. E foi relevante.<br />

A revolução da tecnologia nos <strong>de</strong>ixou todos<br />

superconectados. Não po<strong>de</strong>mos viver<br />

sem nossos celulares. Veio o digital com<br />

tudo, mudando o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />

e mídia. Hoje, 70% da verba mundial vai<br />

para Google e Facebook, que metrificou e<br />

revolucionou com marketing programático.<br />

Veio <strong>2020</strong>, vivendo uma aceleração<br />

em um mo<strong>de</strong>lo VUCA <strong>de</strong>ssas mudanças.<br />

Nenhuma indústria, segmento ou país ficará<br />

igual. A pergunta é: vamos firmar um<br />

compromisso coletivo para sair melhor<br />

<strong>de</strong>ssa?<br />

O branding traz esse compromisso <strong>de</strong> gerar<br />

valor para o mundo baseado no propósito.<br />

São tempos propícios para inovar e para<br />

encarar os problemas.<br />

As organizações precisarão enten<strong>de</strong>r<br />

quais são os seus maiores talentos para servirem<br />

ao mundo. E enten<strong>de</strong>r também que o<br />

propósito é o fio condutor <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>m<br />

criar valor para o mundo.<br />

Estamos <strong>de</strong>stilando os dilemas acumulados<br />

<strong>de</strong>ste último século: crescimento<br />

econômico x sustentabilida<strong>de</strong>; relações humanas<br />

x produtivida<strong>de</strong>; individualida<strong>de</strong> x<br />

coletivo; escassez x abundância.<br />

E o que muda agora? O coronavírus nos<br />

forçou a olhar para <strong>de</strong>ntro e para perto.<br />

A relativizar a mobilida<strong>de</strong>. A relativizar o<br />

consumo. A relativizar a informação.<br />

O coletivo é global. Todos somos humanos<br />

e temos medo da morte.<br />

ANA COUTO – CEO e fundadora<br />

da agência Ana Couto<br />

Divulgação<br />

André Gomes<br />

Vivemos hoje sob vigilância<br />

São 55 anos respirando propaganda. 55<br />

anos dando voz ao mercado, fortalecendo<br />

a nossa indústria. Propaganda e<br />

PROPMARK são uma coisa só, indivisíveis.<br />

E, mais uma vez, o PROPMARK exerce<br />

papel fundamental num momento tão conturbado.<br />

O mundo precisou se adaptar <strong>de</strong> maneira<br />

drástica por conta <strong>de</strong> algo invisível e <strong>de</strong>sconhecido.<br />

Fomos obrigados a viver o excesso<br />

<strong>de</strong> informações que o agora exige. Mas a<br />

pan<strong>de</strong>mia nos trouxe um momento <strong>de</strong> reflexão<br />

do quanto a vida real é importante.<br />

Que sauda<strong>de</strong> daquela reunião presencial,<br />

do chope com os amigos, do Dia das Mães<br />

em família, <strong>de</strong> ver o Flamengo jogar no Maraca.<br />

Acho que iria feliz até a um show <strong>de</strong><br />

um estilo musical que não suporto.<br />

Vivemos hoje sob vigilância. Vigilância<br />

da família, dos amigos, do vizinho, do chefe<br />

e do estado. E quem gosta <strong>de</strong> vigilância?<br />

O conceito <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> foi alterado e<br />

sem que percebêssemos. Foi natural, necessário.<br />

Mas o fato é: nós estamos sob controle.<br />

É possível saber se o percentual a<strong>de</strong>quado<br />

<strong>de</strong> pessoas está ou não em casa. Mas até<br />

aí tudo bem, afinal, já estávamos acostumados<br />

com os GPS e cookies da vida.<br />

Mas o que dizer quando seu direito <strong>de</strong> ir<br />

e vir po<strong>de</strong> ser cerceado por um aplicativo<br />

que usa um QR co<strong>de</strong>?<br />

Que tal ter um drone sobrevoando a sua<br />

cabeça para dizer que você <strong>de</strong>ve voltar pra<br />

casa? Ou quem sabe o “veículo aéreo não<br />

tripulado” apenas querer saber aon<strong>de</strong> você<br />

vai todas as manhãs <strong>de</strong> sábado? Será que<br />

esse controle veio pra ficar?<br />

Eu realmente não sei. Mas sei que, quando<br />

tudo isso passar, todos vamos querer<br />

mais vento no rosto, mais sol na pele, mais<br />

grama na sola dos pés.<br />

Consumidores estarão ávidos por liberda<strong>de</strong>.<br />

Quem conseguir equilibrar tecnologia<br />

com experiências reais vai sair na frente.<br />

E todas essas gran<strong>de</strong>s transformações<br />

estarão muito bem contadas aqui no PROP-<br />

MARK.<br />

André Gomes – CEO<br />

da MullenLowe Brasil<br />

Divulgação<br />

14 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmArK 55 ANoS<br />

André Kassu<br />

Então, será um dia <strong>de</strong> sol<br />

Uma embalagem empoeirada do jogo<br />

“Cai Não Cai” será <strong>de</strong>scoberta nesta<br />

manhã. Não haverá mais as cores<br />

originais da embalagem.<br />

A poeira subirá a cada passada <strong>de</strong> mão<br />

acelerada <strong>de</strong> pequenas crianças com ares<br />

<strong>de</strong> arqueólogos. Excitamento e pó suspensos<br />

no ar pelo encontro <strong>de</strong> uma relíquia. Pequenas<br />

Lara Croft, Indiana Jones do sótão.<br />

Cansados <strong>de</strong> só <strong>de</strong>scobrirem vinis na arca<br />

perdida.<br />

Será uma manhã diferente pelo objeto<br />

analógico que <strong>de</strong>spertará lembranças ao<br />

chegar na sala. E assim será.<br />

Todos ao redor daquele brinquedo. Uma<br />

memória mais aguçada vai recordar que o<br />

jogo foi comprado na quarentena <strong>de</strong> <strong>2020</strong>.<br />

Quando éramos apenas uma pequena<br />

gran<strong>de</strong> família enclausurada nas trincheiras<br />

sombrias daquele ano. Essa memória<br />

<strong>de</strong>spertará todas as outras. Alguém há <strong>de</strong><br />

lembrar que naqueles dias rimos, em que<br />

colocávamos máscaras para secar no varal,<br />

havia um ritual <strong>de</strong> entrada na casa que parecia<br />

um banho <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrego <strong>de</strong> álcool em<br />

gel. Que havia ansieda<strong>de</strong>, medo, profecias<br />

sobre o futuro, sauda<strong>de</strong>s.<br />

Será um dia em que percorreremos os<br />

fatos da pan<strong>de</strong>mia. A empatia mostrada<br />

naquele momento por uns e a mesquinhez<br />

por tantos outros. Vamos colocar os pesos<br />

na balança e chegar à conclusão <strong>de</strong> que o<br />

ambiente externo acelerou a tecnologia,<br />

mas não mudou o padrão humano em alta<br />

velocida<strong>de</strong>. Não houve uma gran<strong>de</strong> melhora.<br />

Uma criança abrirá o “Cai não Cai”.<br />

Então, será dia <strong>de</strong> sol e barulho <strong>de</strong> bolinhas<br />

<strong>de</strong> gu<strong>de</strong> a cair. E seremos nós mesmos.<br />

André Kassu – sócio<br />

e CCO da CP+B<br />

Divulgação<br />

Andrea Alvares<br />

Consumo e propósito ainda<br />

mais conectados após a crise<br />

Sabemos que o caminho a ser trilhado<br />

após a crise não será simples ou rápido.<br />

Estamos vivendo o maior <strong>de</strong>safio<br />

contemporâneo da humanida<strong>de</strong>, já que a<br />

pan<strong>de</strong>mia tem extensão e profundida<strong>de</strong><br />

ímpares, que afetam os negócios, a socieda<strong>de</strong><br />

e nossa forma <strong>de</strong> viver <strong>de</strong> maneira<br />

inédita. Ao final da crise, teremos <strong>de</strong> levar<br />

aprendizados tão gran<strong>de</strong>s quanto ela. Será<br />

importante, portanto, transcen<strong>de</strong>r para<br />

evoluirmos em várias dimensões, indo<br />

além das relações comerciais entre consumidores<br />

e empresas, e dando escala a causas<br />

comuns em prol <strong>de</strong> uma transformação<br />

da socieda<strong>de</strong>.<br />

A única certeza que po<strong>de</strong>mos ter neste<br />

momento é que, para seguirmos, precisamos<br />

estabelecer novas maneiras <strong>de</strong> nos<br />

unirmos. Continuará sendo fundamental<br />

nutrir as relações. No consumo pós-pan<strong>de</strong>mia,<br />

a priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser pessoas e suas<br />

relações, não o consumo <strong>de</strong>sconectado<br />

do propósito e seu impacto. Essa reflexão<br />

culminará no aprofundamento <strong>de</strong> diversas<br />

práticas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o manejo <strong>de</strong> ingredientes<br />

e sua manufatura, até o nível <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />

carbono na atmosfera do planeta.<br />

Uma das crenças da Natura é que a vida<br />

é um enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> relações. Nada no<br />

universo existe por si só e tudo é inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

A comunicação, por sua vez,<br />

precisa se tornar ainda mais contun<strong>de</strong>nte<br />

e relevante, estimulando discussões pertinentes.<br />

A vida em primeiro lugar, <strong>de</strong>pois<br />

as coisas. Temos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agir e<br />

construir esse futuro melhor. Nossa imensa<br />

re<strong>de</strong>, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> pessoas conectadas<br />

por um propósito comum, nos dá<br />

a convicção <strong>de</strong> que é possível. Nós iremos<br />

tentar.<br />

Andrea Alvares –<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marca,<br />

inovação, internacionalização<br />

e sustentabilida<strong>de</strong> da Natura<br />

Divulgação<br />

16 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmArk 55 ANoS<br />

Andrea Salinas<br />

Voltar às ruas é voltar a viver<br />

Estamos passando pelo momento mais<br />

<strong>de</strong>safiador da história recente e estamos<br />

prestes a conhecer o que será o<br />

novo normal das pessoas em relação a tudo,<br />

à vida, às relações humanas e à nova jornada<br />

do consumidor pós-coronavírus, que<br />

mudará sua relação com a mídia, produtos<br />

e marcas. Hoje, neste exato momento, estamos<br />

todos reclusos, inclusive as marcas,<br />

e teremos <strong>de</strong> reapren<strong>de</strong>r como ‘andar’ nas<br />

ruas novamente em segurança.<br />

Durante a pan<strong>de</strong>mia, as ruas e o OOH<br />

ganharam novas funções e um novo significado<br />

em tempos <strong>de</strong> isolamento, mostrando<br />

seu papel e importância, como meio <strong>de</strong><br />

informação e comunicação <strong>de</strong> massa, ao<br />

apoiar e entregar milhões <strong>de</strong> mensagens<br />

<strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> prevenção e combate ao<br />

coronavírus, por exemplo, pois sabemos<br />

que muitas pessoas seguem circulando nas<br />

ruas, fazendo os trabalhos essenciais, mantendo<br />

o país funcionando, seja trabalhando<br />

nas fábricas, abastecendo os mercados, garantindo<br />

o transporte e limpeza ou tratando<br />

os pacientes nos hospitais. A mídia out of<br />

home (OOH) é a que continua no dia a dia<br />

<strong>de</strong>ssas pessoas, trazendo informações confiáveis,<br />

já que eles não estão o tempo todo<br />

com TV e internet ligadas, pois estão dirigindo,<br />

produzindo, cuidando.<br />

O OOH segue operando agora, se adaptando<br />

à nova audiência, em números ou<br />

em comportamentos, oferecendo serviços<br />

<strong>de</strong> proteção à Covid-19 adicionados à mídia,<br />

criando novos produtos, apoiando e<br />

auxiliando o po<strong>de</strong>r público, autorida<strong>de</strong>s e<br />

empresas privadas na sua missão <strong>de</strong> falar<br />

com o consumidor, mas talvez o maior momento<br />

do OOH ainda esteja por vir, e será<br />

quando as pessoas tanto esperam, a retomada<br />

das ruas. Ruas e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir e vir<br />

serão mais valorizados que nunca, e nesta<br />

hora o nosso papel será não só <strong>de</strong> informar<br />

e celebrar, mas também <strong>de</strong> trazer o normal<br />

<strong>de</strong> volta, ajudar as marcas neste aprendizado<br />

<strong>de</strong> falar nas ruas, seja com uma mensagem<br />

<strong>de</strong> conforto, <strong>de</strong> proteção ou apenas<br />

com uma campanha. Fazendo isto, OOH e<br />

marcas têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir o<br />

“novo normal” das ruas juntos, pois voltar<br />

às ruas é voltar a viver plenamente.<br />

Andrea Salinas – diretora<br />

<strong>de</strong> marketing e inovação<br />

da JCDecaux Brasil<br />

Divulgação<br />

Antonio Manuel Teixeira Men<strong>de</strong>s<br />

Ignorância e cura<br />

A<br />

Covid-19 é <strong>de</strong>vastadora. O Brasil neste<br />

momento é o epicentro da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Quanto tempo levaremos para<br />

achatar a curva, reduzir o número <strong>de</strong> mortos,<br />

retomarmos às relações sociais e por<br />

consequência a economia? Enquanto tivermos<br />

<strong>de</strong> discutir a economia como se esta<br />

pu<strong>de</strong>sse existir à parte da socieda<strong>de</strong>, num<br />

<strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong> sofismas, não teremos<br />

muitas respostas sobre o futuro. Muitos<br />

ainda confun<strong>de</strong>m causa e efeito, se culpa<br />

o efeito como se causa fosse: o que implo<strong>de</strong><br />

a economia é o vírus e a doença, não o<br />

isolamento social. Ainda assim per<strong>de</strong>mos<br />

tempo e vidas.<br />

Quando se <strong>de</strong>sconfia da ciência e a vida<br />

é apenas conceito aritmético, a tragédia já<br />

está posta. Quando isso vai passar (um dia<br />

passa) e quando as coisas voltarão ao seu<br />

normal? E que mudanças isso vai trazer?<br />

O que será melhor? Pior? Difícil qualquer<br />

previsão. Uma coisa é certa: não há melhor<br />

posicionamento para uma marca, neste momento,<br />

do que estar comprometida com a<br />

socieda<strong>de</strong> estrito senso. Nada po<strong>de</strong> ser mais<br />

importante do que a vida. A pior pan<strong>de</strong>mia<br />

é a da ignorância.<br />

Divulgação<br />

Antonio manuel Teixeira men<strong>de</strong>s<br />

– Superinten<strong>de</strong>nte da Folha<br />

<strong>de</strong> S.Paulo<br />

18 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


O Brasil tem hoje 5 milhões <strong>de</strong> empresas varejistas,<br />

a maior parte <strong>de</strong>las com faturamento <strong>de</strong> até<br />

5 milhões <strong>de</strong> reais ao ano. Desse total, apenas cerca<br />

<strong>de</strong> 50 mil ven<strong>de</strong>m seus produtos digitalmente.<br />

Digitalizar o varejo e os brasileiros faz parte<br />

da estratégia <strong>de</strong> negócio e do propósito do Magalu,<br />

e isso nunca se mostrou tão necessário<br />

quanto nestes tempos que estamos vivendo.<br />

Por isso, lançamos o Parceiro Magalu,<br />

uma plataforma que conecta pequenos varejistas<br />

ao comércio online <strong>de</strong> forma simples e segura.<br />

Para o Magalu, compartilhar o conhecimento<br />

<strong>de</strong> empresa mais digital do país com milhares<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores Brasil afora é o que faz<br />

diferença. Agora mais do que nunca.


propmark 55 aNoS<br />

Ariel Grunkraut<br />

Como será quando tudo isso passar?<br />

O<br />

ano era <strong>2020</strong> e a expectativa do mercado<br />

era imensa. Com a chegada do<br />

coronavírus, todos vimos o mundo<br />

mudar e, principalmente, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r novas formas <strong>de</strong> se relacionar,<br />

tudo isso em tempo real. A partir daí,<br />

as ruas já não são as mesmas, os restaurantes<br />

estão fechados e a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveu<br />

novos hábitos que, por sinal, são cada<br />

dia mais criativos.<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do mercado atual é,<br />

além <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r seu papel como marca<br />

na socieda<strong>de</strong>, tornar-se relevante em um<br />

cenário que tem um consumidor cada dia<br />

mais exigente. O <strong>de</strong>livery precisa ser mais<br />

rápido, o produto com a melhor qualida<strong>de</strong><br />

e o atendimento único. Aos poucos vamos<br />

enten<strong>de</strong>ndo que as estratégias mudaram e<br />

estão mais rápidas, mas o objetivo continua<br />

o mesmo: levar a melhor experiência para<br />

o cliente.<br />

Entre os legados da crise encontramos<br />

um avanço na revolução digital, que estava<br />

a caminho e já chegou. O senso <strong>de</strong> colaboração<br />

entre empresas e pessoas. Uma li<strong>de</strong>rança<br />

mais humana. O tempo ainda mais valioso.<br />

Vamos prestar ainda mais atenção ao<br />

que consumimos, seja em relação à questão<br />

da saudabilida<strong>de</strong> ou em relação ao papel <strong>de</strong><br />

uma marca na socieda<strong>de</strong>.<br />

Como será quando tudo isso passar? Sem<br />

dúvidas seremos uma versão melhor, mas<br />

muito próxima, do que sempre fomos: criativos<br />

e inovadores. Faz parte do nosso DNA<br />

e chegou a hora <strong>de</strong> colocar em prática.<br />

ariel Grunkraut – CMO<br />

do Burger King<br />

Divulgação<br />

José Bonifácio <strong>de</strong> Oliveira Sobrinho, o Boni<br />

Sonhar <strong>de</strong> novo<br />

O<br />

escritor mineiro Otto Lara Resen<strong>de</strong>,<br />

entre um scotch e outro, mandou<br />

uma frase feita para o carioca-pernambucano<br />

Nelson Rodrigues: “o homem<br />

é infeliz porque tem medo da morte”. De<br />

bate-pronto, Nelson retrucou: “Que isso?<br />

O homem é infeliz porque tem medo da<br />

vida”. Des<strong>de</strong> os relatos bíblicos até hoje, já<br />

passamos por gran<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>vastadoras pestes.<br />

Mas essa é a primeira vez em que uma<br />

pan<strong>de</strong>mia é exposta pela televisão, internet<br />

e telefonia móvel. Devido ao volume <strong>de</strong> informações<br />

alarmantes que recebemos, exibidas<br />

ao vivo e em cores, o medo da morte<br />

natural passou a ser o medo imediato da<br />

própria morte e, consequentemente, do<br />

<strong>de</strong>saparecimento prematuro <strong>de</strong> familiares<br />

e amigos queridos. Ao lidar com esses sentimentos<br />

complexos, a televisão tem tido<br />

uma atuação impecável em todo mundo.<br />

Semeou paz e solidarieda<strong>de</strong>, uniu o mundo<br />

com imagens e sons comoventes, e, o mais<br />

importante: controlou o medo no nível <strong>de</strong><br />

pressão necessário para reduzir a extensão<br />

do contágio sem transformá-lo em pânico.<br />

Não à toa, o Datafolha apontou a TV como<br />

o veículo mais confiável para acompanhar<br />

a pan<strong>de</strong>mia.<br />

Surpreendidos por essa situação inesperada<br />

e <strong>de</strong>vastadora – e impulsionados pelo<br />

medo –, muitos estão <strong>de</strong> joelhos prometendo<br />

que ficarão bonzinhos. O mundo po<strong>de</strong><br />

mudar, mas as características do ser humano,<br />

não. Partindo <strong>de</strong>ssa premissa, não haverá<br />

mudanças tão radicais, mas sim uma<br />

aceleração das tendências em curso. Com a<br />

elevação das vendas online, as lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento,<br />

as lojas <strong>de</strong> grife e os estoques<br />

para venda presencial serão eliminados da<br />

nossa rotina. A redução drástica <strong>de</strong> custos<br />

e a racionalização <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s<br />

serão priorida<strong>de</strong>. É a única maneira <strong>de</strong> sobreviver<br />

às perdas econômicas que não<br />

voltarão tão cedo aos mesmos patamares.<br />

Não há mais como retardar a automação e<br />

a robotização para baratear e, paralelamente,<br />

elevar a qualida<strong>de</strong> da produção. A indústria<br />

já vem há muito tempo nessa linha,<br />

mas esses conceitos terão <strong>de</strong> ser aplicados<br />

em serviços, no comércio, nos transportes<br />

e nos meios <strong>de</strong> comunicação. Tudo que for<br />

“tele” estará em alta. O treino forçado do<br />

distanciamento social nos ensinou gradativamente<br />

a abandonar os hábitos gregários.<br />

Atualmente, está mais do que provado que<br />

se po<strong>de</strong> fazer quase tudo a distância. Falar<br />

por imagem com amigos e parentes já<br />

é corriqueiro. Mas a telemedicina, na era<br />

5G, vai fazer cirurgias robóticas <strong>de</strong> um país<br />

para outro. As ativida<strong>de</strong>s presenciais serão<br />

substituídas com o rápido incremento <strong>de</strong><br />

alguns recursos virtuais já utilizados, tais<br />

Boni – CEO da Re<strong>de</strong> Vanguarda<br />

Divulgação<br />

como a educação a distância, as vi<strong>de</strong>oconferências,<br />

palestras, encontros, congressos<br />

e meetings <strong>de</strong> ciência, política, economia e<br />

<strong>de</strong> negociações comerciais, simplificando e<br />

dinamizando essas relações. O mercado se<br />

aquecerá com novos produtos, novos serviços,<br />

novas formas <strong>de</strong> promover e <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r,<br />

afetando <strong>de</strong> modo positivo as ativida<strong>de</strong>s do<br />

marketing, da publicida<strong>de</strong> e dos próprios<br />

meios <strong>de</strong> comunicação. E vamos todos sonhar<br />

<strong>de</strong> novo...<br />

20 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Caio Barsotti<br />

Vai passar, sim vai passar<br />

É<br />

um momento sem prece<strong>de</strong>ntes, com<br />

enormes <strong>de</strong>safios, mas vai passar,<br />

como tantas outras crises que já enfrentamos.<br />

Se haverá alterações em hábitos?<br />

Parece que sobre isso não há dúvidas.<br />

Quem sabe melhor ler estas mudanças e<br />

agir? Profissionais <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

Por isso, neste momento – com necessida<strong>de</strong><br />

urgente <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> vidas e recuperação<br />

da nossa economia, geração <strong>de</strong><br />

empregos e riqueza, fomento à inovação e<br />

abertura para o novo, entre tantos outros<br />

<strong>de</strong>safios –, a publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser<br />

alavanca, instrumento e estratégia, como<br />

sempre foi.<br />

O mo<strong>de</strong>lo consagrado <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

autorregulada no Brasil segue sendo um<br />

importante diferencial: beneficia mesmo<br />

quem nunca se interessou pelo tema, multiplicando<br />

oportunida<strong>de</strong>s, qualificando relações<br />

<strong>de</strong> consumo, financiando o jornalismo<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e fortalecendo a <strong>de</strong>mocracia.<br />

O mo<strong>de</strong>lo brasileiro <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, cuja<br />

promoção é a missão do Cenp, é um patrimônio<br />

da socieda<strong>de</strong>. Corrige as falhas<br />

<strong>de</strong> mercado, promove a transparência nos<br />

investimentos em publicida<strong>de</strong>, estimula<br />

a qualida<strong>de</strong> e inibe concorrências <strong>de</strong>sleais<br />

e predatórias, elevando assim o padrão<br />

da indústria da comunicação como um<br />

todo, com aumento do bem-estar da população.<br />

Não importa se no banner, no painel<br />

<strong>de</strong> parada <strong>de</strong> ônibus, no spot <strong>de</strong> rádio, no<br />

anúncio impresso, no comercial <strong>de</strong> TV ou<br />

quaisquer outras formas <strong>de</strong> ação publicitária,<br />

a autorregulação publicitária se aplica<br />

para benefício <strong>de</strong> todos.<br />

A socieda<strong>de</strong> valoriza a publicida<strong>de</strong> porque<br />

todos nos beneficiamos <strong>de</strong> seus frutos.<br />

Somos, como nunca fomos, todos por<br />

todos.<br />

Caio Barsotti –<br />

presi<strong>de</strong>nte-executivo do Cenp<br />

Divulgação<br />

Claudia Fernan<strong>de</strong>s<br />

Jornada do cliente terá<br />

novos comportamentos<br />

O<br />

que seremos e como seremos ainda<br />

é incerto, a única certeza que temos<br />

é que tudo será diferente. E esse<br />

“diferente” vai ser diferente para todo<br />

mundo, tanto para aqueles que foram mais<br />

quanto para quem foi menos impactado<br />

pela crise gerada pela pan<strong>de</strong>mia do novo<br />

coronavírus.<br />

Ser, aparecer e funcionar no mundo digital<br />

já não são mais opções para as empresas.<br />

O <strong>de</strong>safio está em como manter a<br />

proximida<strong>de</strong> e o “calor” da marca perto do<br />

consumidor, como abraçar este cliente a<br />

distância, mas fazendo com que ele se sinta<br />

próximo <strong>de</strong> nós?<br />

A aviação é um segmento essencial, pois<br />

o mundo precisa estar conectado, mas também<br />

o nosso setor sofrerá adaptações. A<br />

jornada do cliente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em<br />

que ele pensa em viajar até o <strong>de</strong>sembarque<br />

do avião, será pautada por novos comportamentos.<br />

Com isso, nós, marcas, vamos<br />

ter <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como encantar os nossos<br />

clientes, garantindo que eles se sintam confiantes<br />

e seguros. Teremos <strong>de</strong> refletir sobre<br />

como vamos manter os mesmos valores <strong>de</strong><br />

marca, mas agora com novos padrões, e<br />

ainda continuar proporcionando a melhor<br />

jornada da vida <strong>de</strong> nosso cliente.<br />

Vamos apren<strong>de</strong>r a sorrir com os olhos e<br />

buscar novas formas <strong>de</strong> nos comunicar e<br />

encantar nossos clientes.<br />

Claudia Fernan<strong>de</strong>s – diretora <strong>de</strong><br />

marketing e comunicação da Azul<br />

Divulgação<br />

22 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Dalton Pastore<br />

O que apren<strong>de</strong>r com o vírus<br />

Temos pensado muito sobre o futuro<br />

do marketing e da publicida<strong>de</strong>. E não<br />

é o vírus que está nos levando a refletir.<br />

O vírus não tem nenhum mérito.<br />

O que nos inspira a pensar, pesquisar,<br />

buscar tendências, analisar cenários é muito<br />

mais importante: é o sucesso profissional<br />

<strong>de</strong> nossos estudantes. É o fato <strong>de</strong> que o Brasil<br />

é um centro <strong>de</strong> excelência e <strong>de</strong> referência<br />

em marketing e publicida<strong>de</strong>. E a ESPM tem<br />

muito a ver com isso, o que aumenta a nossa<br />

responsabilida<strong>de</strong>.<br />

E queremos que ambos, nossos estudantes<br />

e o Brasil, continuem entre os melhores<br />

do mundo neste terreno.<br />

Enquanto houver gente fazendo coisas<br />

para ven<strong>de</strong>r e gente querendo coisas para<br />

comprar, vai haver marketing e vai haver<br />

publicida<strong>de</strong>.<br />

Mudou? Mudou! E ainda bem que muda<br />

e muda sempre.<br />

Era mais simples, ficou mais complexo.<br />

Era mais intuitivo, ficou mais técnico.<br />

O profissional que estamos preparando<br />

para 2025 vai chegar ao mercado com um<br />

largo e amplo repertório <strong>de</strong> competências<br />

técnicas que vão além do marketing e da<br />

comunicação: negócios e gestão, as bases<br />

da economia e das finanças, vão dominar<br />

a tecnologia atual e estar confortável com<br />

o que virá adiante, ser fluente em inglês.<br />

Mas também vai ter <strong>de</strong>senvolvido habilida<strong>de</strong>s<br />

humanas que serão cada vez mais fundamentais:<br />

vai apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r, estar<br />

preparado para apren<strong>de</strong>r sempre, trabalhar<br />

com seus pares e com pessoas <strong>de</strong> diferentes<br />

formações, vai saber se comunicar e se<br />

relacionar.<br />

E vamos continuar a usar a infraestrutura<br />

<strong>de</strong> nossos campi para que <strong>de</strong>senvolvam<br />

talentos e criativida<strong>de</strong>.<br />

E o vírus?<br />

Que fique com seu triste recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentor<br />

do maior volume <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong><br />

comunicação da história da humanida<strong>de</strong>.<br />

E se tiver alguma coisa a nos ensinar, que<br />

seja como evitar outro novo vírus.<br />

Dalton pastore – presi<strong>de</strong>nte<br />

da ESPM<br />

Divulgação<br />

David Laloum<br />

Humilda<strong>de</strong> como eixo<br />

O<br />

momento que passamos hoje me<br />

traz uma reflexão simples sobre nosso<br />

lugar no mundo e na socieda<strong>de</strong>.<br />

E também me leva a uma palavra simples:<br />

humilda<strong>de</strong>.<br />

Humilda<strong>de</strong> em nos dar conta que fazemos<br />

parte <strong>de</strong> um todo e a nossa inter<strong>de</strong>pendência<br />

é total: entre família, amigos,<br />

vizinhos, colegas, <strong>de</strong>sconhecidos e estrangeiros.<br />

Humilda<strong>de</strong> em pensar que não somos invencíveis.<br />

Humilda<strong>de</strong> em admitir que têm assuntos<br />

e fatos em cima dos quais po<strong>de</strong>mos pouco.<br />

Humilda<strong>de</strong> em observar as profissões<br />

essenciais, como o corpo médico, que se<br />

entregam para os outros. Sem limites. Sem<br />

medo. Sem contrapartida.<br />

Humilda<strong>de</strong> em enten<strong>de</strong>r que a corrida<br />

para ter sempre mais conquistas e vitórias<br />

po<strong>de</strong> parar <strong>de</strong> um dia para outro sem acabar<br />

com a nossa vida.<br />

Humilda<strong>de</strong> em recomeçar e reconstruir<br />

quase tudo do zero, apesar <strong>de</strong> ter acreditado<br />

que tínhamos quase chegado lá.<br />

Humilda<strong>de</strong> em observar o quanto nossa<br />

socieda<strong>de</strong> é disfuncional em muitos aspectos.<br />

E que sempre fomos agentes parciais<br />

<strong>de</strong>sse disfuncionamento.<br />

Humilda<strong>de</strong> em apren<strong>de</strong>r que somos responsáveis<br />

por ajudar os mais <strong>de</strong>sprotegidos,<br />

os mais vulneráveis.<br />

Humilda<strong>de</strong> em tentar contribuir e impactar<br />

<strong>de</strong> uma maneira positiva o nosso entorno<br />

pessoal, profissional, na nossa vida.<br />

Eu não acredito em novo normal, não<br />

acredito em rupturas, não acredito em sismos<br />

na humanida<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> a história<br />

ter trazido momentos-chave na nossa vida<br />

ou dos nossos pre<strong>de</strong>cessores.<br />

Eu acredito em evolução, em progresso.<br />

Em usar esses momentos para melhorar.<br />

E, para mim, o caminho possível hoje é<br />

tentar humil<strong>de</strong>mente melhorar.<br />

David Laloum – presi<strong>de</strong>nte da Y&R<br />

Divulgação<br />

24 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Eduardo Alvarenga<br />

Não é o momento para certezas<br />

Tenho uma gran<strong>de</strong> esperança <strong>de</strong> que<br />

este período <strong>de</strong> isolamento, reflexão<br />

e recriação forçada <strong>de</strong> nossas rotinas<br />

nos permita priorizar o real motivo da<br />

nossa existência, com a clara consciência<br />

<strong>de</strong> que este período tem se caracterizado<br />

por um intenso <strong>de</strong>senvolvimento intelectual<br />

que só terá valor se tivermos capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>, na volta, colocarmos em prática<br />

essas i<strong>de</strong>ias. Uma perda ainda maior seria<br />

sairmos <strong>de</strong>sta situação da mesma maneira<br />

que entramos. Vejo por aí muitas lives reverberando<br />

convicções cristalinas do que<br />

representa este momento, porém não acho<br />

que seja o momento para certezas, mas sim<br />

o espaço i<strong>de</strong>al para fazermos perguntas e<br />

tirarmos <strong>de</strong>baixo do tapete, sem medo, a<br />

vulnerabilida<strong>de</strong> e a sensibilida<strong>de</strong> que permitem<br />

construir relações mais verda<strong>de</strong>iras<br />

que tanto fazem falta na socieda<strong>de</strong> e nas<br />

nossas empresas.<br />

Acredito que uma das principais forças<br />

para sairmos <strong>de</strong>ssa crise virá através <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s marcas, com sua enorme capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mobilização, resiliência financeira,<br />

produtos e serviços essenciais para a socieda<strong>de</strong>.<br />

Elas po<strong>de</strong>m acelerar a retomada da<br />

economia e precisarão, mais do que nunca,<br />

se comunicar <strong>de</strong> maneira clara, criativa e direta<br />

para transformar este momento difícil<br />

em gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s. Há quem ficará<br />

pelo caminho, mas teremos o alinhamento<br />

dos planetas para a formação e a consolidação<br />

<strong>de</strong> negócios em vários segmentos.<br />

Consi<strong>de</strong>ro que temos à disposição um<br />

“acelerador digital” incrivelmente rico para<br />

experimentarmos i<strong>de</strong>ias, formatos e mo<strong>de</strong>los<br />

novos que po<strong>de</strong>rão fazer a diferença na<br />

longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossas companhias, mas<br />

sem esquecer que a experiência, o convívio<br />

e o abraço terão sempre papéis fundamentais<br />

na nossa realida<strong>de</strong>.<br />

Eduardo alvarenga – co-CEO<br />

da Eletromidia Elemidia<br />

Divulgação<br />

Eduardo Bicudo<br />

Esta crise vai passar<br />

“Avise a todos que <strong>de</strong>cidimos não participar<br />

da crise” – esta frase foi dita<br />

por Sam Walton (fundador do Walmart),<br />

em uma das diversas crises que<br />

enfrentou em sua trajetória <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor.<br />

É com esse posicionamento que <strong>de</strong>vemos<br />

enfrentar a crise. Nossa escolha <strong>de</strong>ve<br />

ser não se ren<strong>de</strong>r à mentalida<strong>de</strong> negativa,<br />

mas, sim, seguir cumprindo o papel da propaganda<br />

e da comunicação <strong>de</strong> construir<br />

autoestima e negócios saudáveis e <strong>de</strong> longo<br />

prazo.<br />

O nosso negócio move e estimula as<br />

pessoas a quererem progredir – e isto já é<br />

motivação para que sigamos adiante, apontando<br />

caminhos e tendências para o futuro.<br />

Esta crise, mesmo com suas particularida<strong>de</strong>s<br />

e incertezas, vai passar, e a esperança<br />

tem <strong>de</strong> ser o reforço do nosso compromisso.<br />

Divulgação<br />

Eduardo Bicudo – CEO da<br />

Dentsu Aegis Network Brasil<br />

26 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Parabéns, Propmark.<br />

55 anos <strong>de</strong> conteúdos da mais alta qualida<strong>de</strong>.<br />

Temos orgulho <strong>de</strong> fazer parte dos últimos TRÊS anos.<br />

TRÊS anos. Com olhar nos próximos 30.<br />

/execution_comunicacao<br />

/executioncomunicacao<br />

execution.com.br / (11) 3031-9225


propmark 55 aNoS<br />

Eduardo Schaeffer<br />

O início <strong>de</strong> uma nova jornada<br />

O<br />

que nos espera quando a pan<strong>de</strong>mia<br />

que hoje assola a humanida<strong>de</strong> estiver<br />

sob controle? Quando voltaremos<br />

à normalida<strong>de</strong> e, mais do que isso, que<br />

normalida<strong>de</strong> será essa? Questões que começam<br />

a ficar cada vez mais latentes na socieda<strong>de</strong>,<br />

previsões sobre os reais impactos<br />

da crise do novo coronavírus nas relações<br />

humanas, sejam elas pessoais ou profissionais.<br />

No entanto, olhando para o momento<br />

em que estamos e para tudo que já enfrentamos,<br />

conseguimos começar a vislumbrar<br />

uma possível rota, um horizonte para que<br />

saiamos fortalecidos ou, pelo menos, o menos<br />

machucado possível <strong>de</strong>sse período.<br />

Para o mercado publicitário e <strong>de</strong> comunicação,<br />

um ponto positivo a se <strong>de</strong>stacar<br />

é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação que as empresas<br />

<strong>de</strong>monstraram. Em pouquíssimo<br />

tempo foram feitos ajustes profundos nas<br />

estratégias <strong>de</strong> negócios, <strong>de</strong> comunicação e<br />

no dia a dia do trabalho. Movimentos facilitados<br />

pelo processo <strong>de</strong> transformação<br />

digital que o mercado, como um todo, já<br />

vinha passando, mas que foram bruscamente<br />

acelerados para adaptar a gestão<br />

<strong>de</strong> pessoas, entregas e resultados ao novo<br />

cenário econômico e social. Mais pessoas<br />

em casa, o crescimento do sentimento<br />

<strong>de</strong> impotência em relação à situação e<br />

as dúvidas que pairam sobre todos nesse<br />

momento exigiram gran<strong>de</strong>s mudanças no<br />

relacionamento entre marcas e pessoas. É<br />

preciso estar mais próximo em tempos <strong>de</strong><br />

isolamento social, e essa situação colocou<br />

novas perguntas na mesa na hora <strong>de</strong> discutir<br />

estratégias. Como meu consumidor está<br />

se sentindo? Do que ele realmente precisa<br />

nesse momento e como posso ajudá-lo a<br />

superar essa situação? Questões que colocaram<br />

à frente empresas que já haviam<br />

reconhecido a força <strong>de</strong> um relacionamento<br />

sólido com pessoas, baseado em transparência,<br />

troca e confiança.<br />

Entre esses pontos, acredito que a confiança<br />

ganhará ainda mais força. Em um<br />

ambiente em que a cooperação se faz necessária,<br />

em que o enfrentamento precisa<br />

ser conjunto, li<strong>de</strong>ranças baseadas apenas<br />

no sucesso individual passaram a ser questionadas.<br />

O olhar para o próximo e para as<br />

<strong>de</strong>mandas e necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>,<br />

como ponto <strong>de</strong> partida para ações, nunca<br />

foi tão importante para <strong>de</strong>terminar a relevância<br />

das marcas. Re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> valores<br />

que abre um novo caminho para diferentes<br />

setores da economia, que po<strong>de</strong>m se consolidar<br />

com base em seus propósitos e na<br />

credibilida<strong>de</strong> conquistada entre seus consumidores.<br />

Algo importante para se ter em<br />

mente, principalmente, entre os setores<br />

que <strong>de</strong>vem sair <strong>de</strong>sse período bastante machucados,<br />

seja pela interrupção das vendas,<br />

seja pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação<br />

<strong>de</strong> receitas.<br />

Acredito, ainda, que veremos uma aceleração<br />

na migração das experiências <strong>de</strong><br />

consumo para o consumo <strong>de</strong> experiência.<br />

Os processos <strong>de</strong> transformação digital<br />

ganharão ainda mais energia <strong>de</strong>ntro das<br />

companhias, afinal, também pelo isolamento<br />

social, o uso <strong>de</strong> dados e tecnologia<br />

foi essencial para compreen<strong>de</strong>r o comportamento<br />

do consumidor e para execução<br />

e otimização <strong>de</strong> jornadas personalizadas.<br />

Caminho sem volta que po<strong>de</strong> consolidar<br />

nossa migração da Era da Informação para<br />

a Era da Experiência, com os consumidores<br />

calibrando suas buscas do ter para o ser<br />

e, <strong>de</strong>ntro das empresas, com o crescimento<br />

do uso <strong>de</strong> insights, a partir <strong>de</strong> analytics<br />

preditivos, para geração <strong>de</strong> inteligência<br />

que nos aju<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminar ações.<br />

Eduardo Schaeffer – diretor <strong>de</strong> Negócios<br />

Integrados em Publicida<strong>de</strong> da Globo<br />

Divulgação<br />

Por fim, vejo uma revitalização na relação<br />

das pessoas com o conteúdo. Qualida<strong>de</strong>,<br />

credibilida<strong>de</strong> e confiança serão ainda<br />

mais importantes no momento da escolha.<br />

Na busca por informações confiáveis, contun<strong>de</strong>ntes<br />

e sólidas. Na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> histórias que emocionam e divertem.<br />

E na volta das competições esportivas<br />

que reforçam a paixão dos brasileiros por<br />

diferentes modalida<strong>de</strong>s. E, nesse cenário,<br />

o potencial <strong>de</strong> engajamento com o público,<br />

o conhecimento profundo dos interesses<br />

das pessoas e a capilarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />

serão ainda mais importantes para<br />

consolidar as pontes que ligam marcas e<br />

seus consumidores. Pontos fundamentais<br />

para a escolha <strong>de</strong> parceiros que aju<strong>de</strong>m os<br />

anunciantes a estarem presentes em todos<br />

os momentos das novas jornadas <strong>de</strong> consumo.<br />

Se a crise se mostrou tão imprevisível,<br />

escolher como sair <strong>de</strong>la já não precisa ser.<br />

28 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Somos educadores, comunicadores,<br />

inovadores, criativos. Acreditamos no<br />

conhecimento como ferramenta central<br />

na construção <strong>de</strong> um futuro melhor.<br />

Compreen<strong>de</strong>mos que não é suficiente ser<br />

a transformação em si, mas sim fornecer<br />

o conteúdo necessário para que daqui<br />

surjam indivíduos, grupos, parcerias<br />

e negócios transformadores.<br />

Foi <strong>de</strong> pessoas e parcerias assim,<br />

transformadoras, que nasceu a nossa<br />

história. Uma história escrita diariamente<br />

por milhares <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que compõem<br />

nossa cultura e socieda<strong>de</strong>. Uma história<br />

que não se conforma com limites.<br />

A ESPM, centro <strong>de</strong> excelência e<br />

referência brasileira no ensino superior<br />

nas áreas <strong>de</strong> Comunicação, Marketing,<br />

Consumo, Administração e Economia<br />

Criativa, parabeniza o Propmark<br />

por representar, há 55 anos, a força<br />

e a importância da indústria da<br />

comunicação no nosso País.<br />

#inusitu<strong>de</strong>


propmark 55 aNoS<br />

Eduardo Lorenzi<br />

Ficamos mais ágeis<br />

Lançar projeções sobre o futuro quando<br />

estamos no olho do furacão é um<br />

exercício arriscado. Vivemos uma<br />

situação limite que impacta na nossa visão<br />

sobre os fatos. E em um cenário assim<br />

qualquer previsão po<strong>de</strong> soar ingênua ou<br />

alarmista. Pon<strong>de</strong>ração feita, volto à proposta<br />

do PROPMARK para este espaço e<br />

lanço aqui uma reflexão sobre o mundo<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia, tentando me apoiar no que<br />

vivenciamos na quarentena e no que crises<br />

passadas nos ensinaram.<br />

Em um cenário macro, vemos a busca<br />

pela preservação do bem-estar social, um<br />

resgate do senso <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong> e uma<br />

tomada <strong>de</strong> consciência em relação à necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cooperação multilateral para<br />

enfrentar tempos tão <strong>de</strong>safiadores. E essas<br />

tendências repercutem diretamente no ambiente<br />

corporativo.<br />

Se as marcas já tinham a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

apresentar propósitos sólidos e <strong>de</strong> serem<br />

fiéis a eles, agora as causas rompem <strong>de</strong> vez<br />

as barreiras da concorrência. A cultura digital<br />

prospera e nos apresenta novas formas<br />

<strong>de</strong> trabalho. É o império da colaboração e<br />

da conectivida<strong>de</strong>. Ficamos mais ágeis, mais<br />

versáteis, mais inventivos para superar o<br />

isolamento social. Como agências, ressignificamos<br />

os nossos papéis e mostramos a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> adaptação imediata que temos<br />

às <strong>de</strong>mandas dos nossos clientes.<br />

Estaremos <strong>de</strong> olhos muito abertos para<br />

os efeitos da pan<strong>de</strong>mia. Eles chegaram com<br />

a mesma rapi<strong>de</strong>z que o vírus e vão permanecer<br />

entre nós por um bom tempo ou,<br />

em alguns casos, para sempre. Mas vamos<br />

acreditar que os dias difíceis passarão e tentar<br />

sair <strong>de</strong>les mantendo as boas práticas que<br />

exercitamos para superá-los, como pessoas<br />

e como profissionais.<br />

Eduardo Lorenzi – CEO da Publicis<br />

Divulgação<br />

Eduardo Simon<br />

Não se <strong>de</strong>sperdiça uma crise como essa<br />

Enquanto a China dá seus primeiros<br />

passos rumo à recuperação em meio<br />

à crise, os meus são guiados por um<br />

provérbio milenar vindo daquela mesma<br />

região: “Tempos difíceis geram pessoas<br />

fortes, e pessoas fortes geram tempos melhores”.<br />

É a essa certeza que me apego, e assim<br />

que tento pautar a caminhada do negócio<br />

que li<strong>de</strong>ro neste momento tão complexo. A<br />

história mostra como gran<strong>de</strong>s baques promoveram<br />

guinadas ainda maiores: a Guerra<br />

dos Cem Anos puxou o fim do regime feudal;<br />

a Gran<strong>de</strong> Depressão fez surgir o chamado<br />

New Deal e o estado <strong>de</strong> bem-estar social;<br />

o estouro da bolha da internet mudou a<br />

forma <strong>de</strong> encararmos a tecnologia e re<strong>de</strong>senhou<br />

completamente os negócios da web.<br />

Em comum, essas crises concretizaram<br />

e levaram a outra escala o que antes eram<br />

apenas medo; na prática, exigiram reinvenção.<br />

Já sabemos que, da porta para fora, os<br />

hábitos sociais mudarão. Impossível dizer<br />

se será o fim dos gran<strong>de</strong>s eventos aglomerados<br />

ou dos cumprimentos com beijinhos.<br />

Mas uma coisa é certa: lavaremos mais<br />

as mãos. Isso porque a pan<strong>de</strong>mia inaugurou<br />

um novo senso <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>:<br />

po<strong>de</strong>mos evitar que nós mesmos e muitos<br />

outros adoeçam simplesmente cuidando<br />

da própria saú<strong>de</strong>, seguindo claros protocolos<br />

<strong>de</strong> prevenção. Da porta para <strong>de</strong>ntro<br />

das empresas, uma <strong>de</strong>sejada atitu<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora,<br />

que encabeça ações <strong>de</strong> forma<br />

proativa, antecipa tendências, cuida do<br />

coletivo e recria oportunida<strong>de</strong>s, ajudará a<br />

forjar novas e <strong>de</strong>sejadas li<strong>de</strong>ranças. O pós-<br />

-Covid <strong>de</strong>mandará novos lí<strong>de</strong>res e novas<br />

posturas. Sobretudo no nosso mercado,<br />

que vai necessitar <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças dispostas<br />

a transformarem completamente os seus<br />

negócios, focar em pessoas e usar empatia<br />

como sua maior qualida<strong>de</strong>. Sem dúvida,<br />

vivemos o maior <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> nossa geração.<br />

Não o <strong>de</strong>sperdice.<br />

Eduardo Simon – CEO da DPZ&T<br />

Divulgação<br />

30 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Artplan,<br />

5ª do ranking.<br />

Como assim?<br />

- Entre as 5 melhores agências em new business.<br />

- 5ª maior agência em investimento <strong>de</strong> mídia (Kantar Ibope Media).<br />

- Consi<strong>de</strong>rada em 4º lugar a Agência do Ano, pelo mercado<br />

publicitário (Scopen 18/19).<br />

- Uma das agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes mais sexy da América Latina,<br />

pela revista Campaign US.<br />

- 5 vezes certificada pelo Great Place to Work.<br />

- Artplan Now realizando gestão real time <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas.<br />

- Destaques em Cannes, El Ojo, Effie e Colunistas 2019.<br />

- Creative Data potencializando as conversas na jornada do consumidor.<br />

- Artplan Go impulsionando o trabalho colaborativo e a cocriação com<br />

clientes e stakehol<strong>de</strong>rs.


propmark 55 aNoS<br />

Erh Ray<br />

As pessoas sempre serão o centro<br />

A<br />

meu ver, teremos pela frente pessoas<br />

e corporações com uma conscientização<br />

maior, inclusive porque empresas<br />

são feitas por pessoas, pensamentos<br />

i<strong>de</strong>ológicos, crenças e propósitos.<br />

Acredito que boa parte <strong>de</strong> nós sairá <strong>de</strong>sse<br />

período mais responsável com o próximo,<br />

ciente <strong>de</strong> sua realida<strong>de</strong> e do que realmente<br />

precisa para viver, pois percebeu que<br />

po<strong>de</strong>mos ser muito mais simples do que<br />

essa vida complexa que se <strong>de</strong>senhou nos<br />

últimos tempos. Seremos mais atualizados,<br />

mais conscientes e mais solidários.<br />

Sairemos <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia nos questionando<br />

mais e agiremos pensando mais. Só<br />

com dor e sofrimento as civilizações evoluíram,<br />

e pela primeira vez isso está acontecendo<br />

no Brasil. Espero que todos se reinventem<br />

nessa próxima etapa da vida, sendo<br />

mais generosos e criativos.<br />

Por isso, o mercado <strong>de</strong>ve seguir o mesmo<br />

caminho e nos próximos meses ou anos estará<br />

mais preparado para o mundo digital,<br />

se tornando mais visionário. Dentro <strong>de</strong>sse<br />

contexto, a propaganda vai, <strong>de</strong> alguma<br />

forma, enten<strong>de</strong>r que as pessoas, acima <strong>de</strong><br />

tudo, são o que realmente importa. Assim<br />

como na saú<strong>de</strong> e na comunicação, como<br />

um todo, as pessoas sempre serão o centro.<br />

Afinal, elas se tornaram canais e viraram<br />

mídias, e um exemplo disso são todas essas<br />

lives que estão sendo realizadas durante o<br />

isolamento, mostrando que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da mídia, o po<strong>de</strong>r das pessoas é<br />

maior que tudo.<br />

A vida será mais cuidada, terá um valor<br />

maior e será mais solidária. A economia vai<br />

se recuperar e, como em qualquer crise, há<br />

momentos bons e ruins, momentos <strong>de</strong> crescimento<br />

e queda, ocorre um ajuste e volta<br />

a crescer, e nós, com certeza, cresceremos<br />

novamente.<br />

Erh ray – sócio e CEO<br />

da BETC/Havas<br />

Divulgação<br />

Fabio Coelho<br />

Como a tecnologia po<strong>de</strong> ser útil<br />

para enten<strong>de</strong>r o “novo normal”<br />

Estamos vivendo uma necessida<strong>de</strong> generalizada<br />

<strong>de</strong> prever como será o cenário<br />

(e a nossa vida) quando a pan<strong>de</strong>mia<br />

da Covid-19 acabar. Muito mudou<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o novo coronavírus se alastrou<br />

globalmente: já passamos por uma fase<br />

<strong>de</strong> choque, que trouxe o medo não só do<br />

vírus, mas da perda <strong>de</strong> renda para muitos<br />

brasileiros. Além disso, aqueles que não<br />

per<strong>de</strong>ram o emprego, tiveram <strong>de</strong> se adaptar<br />

à nova realida<strong>de</strong> que envolve conciliar<br />

o trabalho em casa e a rotina doméstica.<br />

Empreen<strong>de</strong>dores tiveram <strong>de</strong> se reinventar.<br />

Continuamos mudando <strong>de</strong> papel ao longo<br />

do dia, mas agora sem mudar <strong>de</strong> cenário.<br />

Se engana, porém, quem acha que tudo<br />

parou. O mundo nunca mais será o mesmo,<br />

é verda<strong>de</strong>, porém as pessoas seguem sua<br />

jornada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. É lá que acontece a<br />

maior parte da ação e, ao ficarmos focados<br />

<strong>de</strong>mais em tentar enten<strong>de</strong>r o que vem <strong>de</strong>pois,<br />

estamos <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> observar o que<br />

está acontecendo agora. Nesse sentido, a<br />

tecnologia segue sendo a gran<strong>de</strong> aliada das<br />

marcas para adicionar mais camadas <strong>de</strong><br />

entendimento a um contexto complexo. É<br />

também fundamental para viabilizar o comércio,<br />

a logística e a entrega.<br />

A boa notícia é que o brasileiro se reinventa<br />

muito rápido e, em um curto espaço<br />

<strong>de</strong> tempo, temos acompanhado exemplos<br />

magníficos <strong>de</strong> marcas e agências que estão<br />

<strong>de</strong>senvolvendo soluções com estratégias<br />

baseadas em dados. Elas já perceberam<br />

que enten<strong>de</strong>r o consumidor e suas necessida<strong>de</strong>s<br />

é fundamental, principalmente, em<br />

momentos <strong>de</strong> incerteza como o <strong>de</strong> agora. Se<br />

o uso inteligente e estratégico <strong>de</strong> dados se<br />

tornar um legado positivo da comunicação<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia, acredito que estaremos melhor<br />

preparados para compreen<strong>de</strong>r e lidar<br />

com os <strong>de</strong>safios que virão.<br />

Fabio Coelho – presi<strong>de</strong>nte do<br />

Google Brasil e vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

da Google Inc<br />

Divulgação<br />

32 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Fernand Alphen<br />

É preciso <strong>de</strong>ixar fluir e adaptar-se<br />

Quando eu era criança, sempre que<br />

minha avó tinha <strong>de</strong> comentar uma<br />

boa novida<strong>de</strong>, acrescentava uma interjeição<br />

<strong>de</strong> aprovação: “Esta salada <strong>de</strong> batata<br />

é <strong>de</strong> antes da Guerra*!”, e eu, criança,<br />

ficava com nojo <strong>de</strong> comer uma batata tão<br />

velha. Meu avô, progressista, fazia o contrário.<br />

Para corrigir minhas preguiças, dizia:<br />

“Antes da Guerra, você já estaria com<br />

casa e família”. E eu não entendia o que<br />

isso tinha <strong>de</strong> tão ruim. Minha geração e as<br />

seguintes não sabem o que é o “antes” e o<br />

“<strong>de</strong>pois”. Nós sempre vivemos o “durante”.<br />

E o “durante” é um modo contínuo evolutivo.<br />

Sequer sabemos processar mudanças<br />

profundas na maneira como vivemos. No<br />

nosso “durante”, as mudanças são rampas<br />

previsíveis.<br />

Mas, e se um dia acordássemos raposas,<br />

como era comum acontecer nos romances<br />

do século 19? Ou baratas ou tigres?<br />

Esta pan<strong>de</strong>mia vai passar. E provavelmente,<br />

na nossa perspectiva <strong>de</strong> terráqueos,<br />

terá sido num piscar <strong>de</strong> olhos. Acordaremos,<br />

<strong>de</strong>pois da distopia, diferentes<br />

ou iguais. O mundo acordará diferente<br />

ou igual. E nenhum dos nossos grupos <strong>de</strong><br />

WhatsApp, dos mais catastrofistas aos mais<br />

niilistas, sabe prever absolutamente nada.<br />

Nenhuma consultoria sabe. Nem o Google,<br />

que tudo lê, tudo vê e tudo acha, sabe.<br />

Portanto, talvez seja mais simples <strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r. Precisamos fazer o que a nossa<br />

espécie sempre soube fazer melhor do que<br />

todas as outras: <strong>de</strong>ixar fluir e adaptar-se.<br />

Deixar fluir e, com os sentidos à flor da pele,<br />

usar da nossa divina inteligência para criar<br />

as condições <strong>de</strong> nossa sobrevivência. Como<br />

baratas ou tigres. Quando <strong>de</strong>spertarmos.<br />

Já, já.<br />

*Segunda Guerra Mundial<br />

Fernand alphen – co-CEO da F.biz<br />

Divulgação<br />

Fernando Taralli<br />

Sairemos da crise mais solidários<br />

Ainda é muito cedo para prever o<br />

mundo pós-Covid-19, principalmente<br />

no Brasil, on<strong>de</strong>, segundo as<br />

autorida<strong>de</strong>s médicas, estamos no auge da<br />

doença. Além dos efeitos <strong>de</strong>vastadores da<br />

pan<strong>de</strong>mia na saú<strong>de</strong> e na economia, temos<br />

ainda outro agravante: enfrentamos uma<br />

crise política simultaneamente. Temos<br />

hoje muito mais perguntas do que respostas.<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar, contudo, que muito<br />

provavelmente sairemos <strong>de</strong>ssa crise mais<br />

solidários, valorizando o coletivo, o trabalho<br />

colaborativo e categorias profissionais<br />

que até então eram pouco lembradas, como<br />

os profissionais da saú<strong>de</strong>, os motoristas<br />

<strong>de</strong> transporte público e os caminhoneiros,<br />

entre outras.<br />

Também é possível projetar algumas mudanças<br />

no âmbito macroeconômico, como<br />

o aumento dos investimentos na regionalização<br />

e na produção local e na digitalização<br />

acelerada do negócio dos clientes. A pan<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong>ixou claro que a concentração industrial<br />

em apenas um país, no caso a China,<br />

<strong>de</strong>ixa as economias mais vulneráveis.<br />

A esperada concentração da produção nos<br />

mercados internos po<strong>de</strong> representar oportunida<strong>de</strong>s<br />

para as empresas brasileiras, dos<br />

mais diversos segmentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />

Um outro impacto <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>ve<br />

ser o fortalecimento <strong>de</strong> movimentos voltados<br />

a sustentabilida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong> e inovação<br />

digital, uma tendência que já vinha<br />

crescendo, e ten<strong>de</strong> a ganhar ainda mais<br />

musculatura, com impacto no consumo<br />

e nos negócios. Nesse novo cenário pós-<br />

-pan<strong>de</strong>mia, as empresas que se sairão melhor<br />

serão aquelas que assumirem o protagonismo<br />

na construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

melhor, <strong>de</strong> fato, não apenas no discurso. A<br />

transformação digital também passa a ser<br />

uma priorida<strong>de</strong>, em todos os segmentos <strong>de</strong><br />

mercado. Estamos vendo que os bancos e<br />

as re<strong>de</strong>s varejistas, que já vinham investindo<br />

na digitalização, estão conseguindo se<br />

adaptar melhor à nova realida<strong>de</strong>.<br />

Entre as mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />

que, em minha opinião, vieram para ficar,<br />

<strong>de</strong>staco o crescimento do e-commerce,<br />

transformando as lojas físicas em “laboratórios”<br />

para ações <strong>de</strong> experiência, e o trabalho<br />

remoto, o qual tem se mostrado produtivo.<br />

Por essa razão, a tendência é que<br />

parcela significativa do mundo corporativo<br />

reduza espaços físicos e viagens internacionais<br />

<strong>de</strong> executivos.<br />

Fernando Taralli – CEO da VML<br />

Divulgação<br />

Para concluir, diria que, muito mais do<br />

que se reinventar, as marcas vão precisar<br />

reavaliar seus propósitos e valores. Para<br />

continuar sendo relevantes, as marcas precisam<br />

cada vez mais estar conectadas e<br />

adotar posturas críticas a atitu<strong>de</strong>s oportunistas.<br />

O marketing e a comunicação <strong>de</strong>verão<br />

colocar as pessoas no centro das atenções,<br />

<strong>de</strong> forma empática e genuína.<br />

34 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmArk 55 ANoS<br />

Filipe Bartholomeu<br />

Uma palavra chamada coragem<br />

As graves crises <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e econômica<br />

que abalam todo o mundo, em especial<br />

o Brasil, po<strong>de</strong>m apontar novos<br />

caminhos, antes não imaginados, para<br />

que possamos sobreviver <strong>de</strong>pois que tudo<br />

isso passar. Des<strong>de</strong> que a crise começou,<br />

fomos forçados, como socieda<strong>de</strong>, a acelerar<br />

transformações que estavam na pauta<br />

há muito tempo. E, como indústria, a olhar<br />

como factível o que antes parecia ser impossível.<br />

Esse olhar transformador <strong>de</strong> negócios é<br />

a gran<strong>de</strong> mola propulsora para a economia<br />

e, em especial, para a comunicação. Mesmo<br />

<strong>de</strong>ntro do que é a alma do nosso negócio,<br />

que é a criativida<strong>de</strong>, temos uma oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reinvenção. Acredito que a criativida<strong>de</strong><br />

vem <strong>de</strong> três palavras: vulnerabilida<strong>de</strong><br />

(a que melhor <strong>de</strong>fine o que estamos vivendo),<br />

coragem (para fazer diferente, para<br />

apostar no original) e cultura.<br />

Nossa indústria tem a cultura da criativida<strong>de</strong><br />

e, vulneráveis que estamos, teremos<br />

<strong>de</strong> lançar mão <strong>de</strong> coragem, se <strong>de</strong> fato quisermos<br />

encontrar novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Essa po<strong>de</strong> ser a revolução da criativida<strong>de</strong><br />

em nosso mercado e na socieda<strong>de</strong>.<br />

Estamos apren<strong>de</strong>ndo todos os dias em<br />

um mundo on<strong>de</strong> não há mais ex-alunos. Aliás,<br />

a resiliência é uma das gran<strong>de</strong>s lições <strong>de</strong><br />

toda essa história. E a gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> é que<br />

a maioria <strong>de</strong> nós não gosta <strong>de</strong> mudanças. A<br />

porrada que estamos levando da Covid-19 é<br />

essa: queremos controlar tudo e, nesse momento,<br />

além <strong>de</strong> não termos o controle, ainda<br />

precisamos nos adaptar ao totalmente<br />

inesperado. O fato é que temos uma gran<strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer diferente e apren<strong>de</strong>r<br />

com tudo o que estamos vivendo.<br />

Filipe Bartholomeu – CEO<br />

da AlmapBBDO<br />

Divulgação<br />

Geraldo Azevedo<br />

Após essa pan<strong>de</strong>mia, só vai sobrar<br />

o que for <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. E essencial<br />

A<br />

realida<strong>de</strong> da Covid-19 tem nos forçado<br />

a um isolamento sem prece<strong>de</strong>ntes<br />

e, com isso, nos levando a reavaliar<br />

nossos valores, nossas crenças, nosso<br />

modo <strong>de</strong> consumo e está expondo a verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> relação.<br />

Relações entre familiares, cônjuges, companheiros,<br />

amantes, filhos, vizinhos, amigos,<br />

parentes, namorados, enfim. Estamos<br />

todos nus, <strong>de</strong>spidos <strong>de</strong> nossas máscaras ou<br />

<strong>de</strong> nosso ego; sem aquele lugar familiar para<br />

fugir <strong>de</strong> nós mesmos ou, sem po<strong>de</strong>r fugir da<br />

nossa verda<strong>de</strong> que, exposta ao sol por tanto<br />

tempo, fica transparente para aqueles que<br />

estão ao nosso lado e para nós mesmos.<br />

A Covid-19 tem mostrado quem somos<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Tem mostrado a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cada um. Tem nos trazido para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

nós mesmos, mostrado nossos medos, escancarado<br />

a nossa essência.<br />

Tanto nas relações interpessoais como<br />

na relação com as marcas.<br />

E falando <strong>de</strong> marcas, não é diferente.<br />

Aquelas relações verda<strong>de</strong>iras, familiares,<br />

construídas sobre uma base <strong>de</strong> confiança,<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> respeito, <strong>de</strong> presença, vão<br />

ganhar relevância durante essa loucura e<br />

colherão os frutos no futuro.<br />

Marcas que têm verda<strong>de</strong>, transparência,<br />

atitu<strong>de</strong> e presença; que refletem essas qualida<strong>de</strong>s<br />

na sua comunicação <strong>de</strong> forma clara;<br />

on<strong>de</strong> marca e comunicação são uma coisa<br />

só. Essas são as marcas que vão prevalecer<br />

nessa nova realida<strong>de</strong> que está se <strong>de</strong>senhando.<br />

Já aquelas que foram construídas sobre<br />

falsas promessas, sem uma verda<strong>de</strong> fundamental,<br />

com uma comunicação que não<br />

reflita o seu DNA, ou que nos abandonaram<br />

no meio da pan<strong>de</strong>mia, terão problemas<br />

para navegar nessa nova realida<strong>de</strong>.<br />

Afinal, a frase <strong>de</strong> Lincoln nunca esteve<br />

mais oportuna: você po<strong>de</strong> enganar algumas<br />

pessoas o tempo todo ou todas as pessoas<br />

durante algum tempo, mas você não po<strong>de</strong><br />

enganar todas as pessoas o tempo todo.<br />

Geraldo Azevedo – CEO<br />

da Execution<br />

Divulgação<br />

36 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


pRopmaRK 55 aNoS<br />

Hugo Rodrigues<br />

Não chegue antes, chegue junto<br />

Antes <strong>de</strong> tudo, o mais importante: espero<br />

que você, sua família e amigos<br />

estejam todos seguros e saudáveis.<br />

Eu gosto muito <strong>de</strong> um pensamento que<br />

diz “quando todos gritam, é o mudo que se<br />

<strong>de</strong>staca”. Digo isso porque todos nós estamos<br />

sendo entupidos das mais diversas informações,<br />

principalmente agora, no meio<br />

<strong>de</strong> uma pan<strong>de</strong>mia, enfrentando um inimigo<br />

que coloca a morte <strong>de</strong> uma forma tão próxima,<br />

real e assustadora.<br />

É <strong>de</strong> se esperar que lí<strong>de</strong>res tenham as<br />

respostas para este momento. Mas não somos<br />

epi<strong>de</strong>miologistas, médicos ou economistas.<br />

Acredito que, mesmo competentíssimos,<br />

nem eles saibam ao certo o que será<br />

do futuro.<br />

Estamos todos vulneráveis, e expor essa<br />

vulnerabilida<strong>de</strong> com união, prudência, serenida<strong>de</strong><br />

e transparência já é um primeiro<br />

e gran<strong>de</strong> passo, até mesmo para sonharmos<br />

em construir um mundo melhor do que o<br />

que tínhamos antes da pan<strong>de</strong>mia (o que<br />

não é tão impossível, cá entre nós).<br />

Existe um fato que não po<strong>de</strong> ser esquecido<br />

em nenhum momento. Se não tivermos<br />

uma solução científica, mesmo com o fim<br />

da quarentena (como já ocorre em outros<br />

países), passaremos a viver um ciclo contínuo<br />

<strong>de</strong> alteração comportamental, <strong>de</strong>safiando<br />

vários conceitos.<br />

Assumir qualquer posicionamento mais<br />

contun<strong>de</strong>nte sobre como será o nosso mercado<br />

ou qualquer relação <strong>de</strong> consumo pós-<br />

-Covid po<strong>de</strong> ser perigoso, porque, mais do<br />

que novos consumidores com novas preferências,<br />

nós <strong>de</strong>vemos ter novos seres humanos<br />

com novas priorida<strong>de</strong>s.<br />

Precisaremos ter abertura entre nós para<br />

tratar os temas difíceis, para ouvir os outros<br />

<strong>de</strong> forma legítima. Não estaremos mais falando<br />

<strong>de</strong> mudar a cultura <strong>de</strong> uma empresa,<br />

<strong>de</strong> um mercado; teremos <strong>de</strong> trabalhar aceitando<br />

que a mudança existirá na cultura do<br />

mundo inteiro. Sentir-se confortável numa<br />

era <strong>de</strong>sconfortável, atuar reconhecendo<br />

a vulnerabilida<strong>de</strong> como algo constante e<br />

fazer da insegurança uma motivação para<br />

atingir a segurança.<br />

Até agora há pouco, a comunicação pre-<br />

Hugo Rodrigues – Chairman<br />

e CEO da WMcCann<br />

Divulgação<br />

cisava estar um passo à frente do consumidor<br />

para inspirá-lo. Mas, neste futuro <strong>de</strong> incertezas,<br />

conseguir acompanhar e reagir ao<br />

presente e às mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />

já será <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor.<br />

Karina Ribeiro<br />

E agora? Tudo mudou,<br />

mas a vida continua<br />

Divulgação<br />

E<br />

agora? Talvez seja a pergunta que muitos<br />

estão fazendo diante da pan<strong>de</strong>mia<br />

da Covid-19, que chegou provocando<br />

mudanças e questionamentos. Conforme os<br />

dias passam, surgem alguns aprendizados,<br />

mas ainda faltam respostas concretas para o<br />

que nos espera mais à frente, daqui a alguns<br />

dias, semanas ou meses.<br />

Os planos iniciais para <strong>2020</strong> já foram <strong>de</strong>ixados<br />

<strong>de</strong> lado, sendo substituídos por ações<br />

imediatas. E sabemos que muita coisa ainda<br />

vai mudar, por isso continuamos nos perguntando:<br />

como será? De que forma? Quando?<br />

No momento, tudo o que fazemos são suposições<br />

a partir <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que discutimos diariamente,<br />

com o <strong>de</strong>sejo e objetivo <strong>de</strong> garantir<br />

dias melhores pela frente.<br />

Apesar disso, e por mais contraditório que<br />

possa parecer, o momento também nos reserva<br />

oportunida<strong>de</strong>s. Oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisar a<br />

estrutura com a qual estávamos acostumados,<br />

seja em relação aos nossos relacionamentos<br />

interpessoais ou à forma como trabalhamos.<br />

Nunca foi tão importante, por exemplo,<br />

reforçar o valor da empatia e da inteligência<br />

emocional – pautas extremamente relevantes<br />

que talvez não fossem discutidas pela maioria,<br />

mas que agora se fazem urgentes e necessárias.<br />

Além disso, temas práticos, como a gestão<br />

do tempo, ganharam força com o home office.<br />

A sensação é que temos mais horas livres,<br />

já que não há gastos com <strong>de</strong>slocamentos. Por<br />

outro lado, estamos vivendo uma dinâmica<br />

que não foi programada e por isso mesmo<br />

nos <strong>de</strong>safia. Parece que todos os dias têm sido<br />

segundas-feiras e muitos profissionais têm<br />

trabalhado horas a mais, movidos pela gran<strong>de</strong><br />

mudança do cenário atual e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manter a roda girando.<br />

E o que vai resultar <strong>de</strong> todo esse processo?<br />

Acho que ainda é cedo para dizer com<br />

certeza o que nos espera, mas é fato que um<br />

“novo normal” <strong>de</strong>ve surgir. E ele está sendo<br />

moldado neste momento.<br />

Crises aceleram mudanças, e estamos vivendo<br />

isso exatamente agora. Acredito que<br />

nunca <strong>de</strong> fato a tecnologia foi vista e usada<br />

como um facilitador tão concreto e tangível<br />

em todas as esferas e setores, seja pelo nos-<br />

Karina Ribeiro – CMO<br />

da Ogilvy Brasil<br />

so mercado, que vem buscando novos jeitos<br />

remotos <strong>de</strong> produzir uma campanha ou participar<br />

<strong>de</strong> uma concorrência do início ao fim,<br />

ou pelas escolas com seus e-learnings, igrejas<br />

com lives <strong>de</strong> missas e festas <strong>de</strong> aniversário via<br />

vi<strong>de</strong>oconferências, entre outros exemplos.<br />

E o que vai ficar? Tudo aquilo que tiver facilitado<br />

a vida e feito a diferença pra melhor,<br />

vai permanecer.<br />

38 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propMarK 55 aNoS<br />

Keka Morelle<br />

O <strong>de</strong>spertar do coletivo<br />

Muito difícil prever quando você está<br />

no meio <strong>de</strong> um furacão on<strong>de</strong> vai<br />

parar quando ele acabar. Enquanto<br />

giramos tentamos enten<strong>de</strong>r se encontraremos<br />

o mundo igual. Se soubermos viver<br />

esse período, sairemos diferentes e com<br />

muitas lições aprendidas. Não vou trazer<br />

aqui mais dados daqueles que todos nós<br />

estamos recebendo e também não tenho<br />

a pretensão <strong>de</strong> afirmar o que está por vir.<br />

Minha intenção é dividir pensamentos que<br />

estão fazendo sentido para mim. Enten<strong>de</strong>r<br />

nossos sentimentos nesse momento é uma<br />

boa fonte <strong>de</strong> estudo.<br />

Tenho me proposto a viver com atenção<br />

e enten<strong>de</strong>r a chance que estamos tendo <strong>de</strong><br />

escolher como será o <strong>de</strong>pois, o que não terá<br />

mais espaço e com o que queremos seguir.<br />

No meu papel <strong>de</strong> direcionar um time<br />

criativo e na parceria <strong>de</strong> estar ao lado dos<br />

clientes tomando <strong>de</strong>cisões estratégicas tenho<br />

me colocado como aprendiz, tentando<br />

não dizer nem sim e nem não com tanta rapi<strong>de</strong>z.<br />

Estamos <strong>de</strong>senhando caminhos que<br />

nunca foram trilhados. Estamos vendo uma<br />

onda <strong>de</strong> discursos institucionais, as marcas<br />

estão vendo a força do seu valor, do seu<br />

papel social e colocando em prática seus<br />

discursos construídos por anos. Acredito<br />

que essa relevância da voz institucional<br />

das empresas <strong>de</strong>va continuar. Um diálogo<br />

Ligia Vulcano<br />

Voltaremos melhores<br />

importante foi aberto nesse momento, e as<br />

pessoas reconhecerão e serão fiéis àquelas<br />

empresas e pessoas que se conectaram com<br />

elas nesse período difícil. As relações verda<strong>de</strong>iras<br />

se constroem assim. O legado será<br />

o comprometimento com seus propósitos e<br />

com essa ligação criada nesse momento, e<br />

acredito que as pessoas vão cobrar coerência<br />

e verda<strong>de</strong> daqui para frente.<br />

“Eu sou eu e minha circunstância, e se<br />

não salvo a ela, não salvo a mim”. Ouvi a<br />

frase <strong>de</strong>sse filósofo José Ortega y Gasset em<br />

uma live sobre o quanto a filosofia está em<br />

alta. Acho que uma das gran<strong>de</strong>s lições é o<br />

<strong>de</strong>spertar do coletivo. Ou pelo menos vou<br />

gostar <strong>de</strong> contar essa história por esse viés.<br />

Vou adorar contar que o mundo passou por<br />

um período difícil, mas enten<strong>de</strong>u que precisava<br />

pensar <strong>de</strong> forma coletiva, com mais<br />

generosida<strong>de</strong>, amor e respeito.<br />

Aquele mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> concorrência antiga,<br />

em que cada um queria <strong>de</strong>struir o outro,<br />

<strong>de</strong>sejar o fim mesmo, vibrar com o insucesso,<br />

torcer para a catástrofe no terreno do<br />

vizinho, aquela competição <strong>de</strong>strutiva virou<br />

uma cafonice sem fim. O post da Netflix<br />

indicando que seus seguidores assistam<br />

Globoplay e Amazon Prime foi muito bem<br />

recebido e revela um comportamento a ser<br />

seguido. Uma aula <strong>de</strong> novos tempos. E por<br />

outro lado, Globo veiculando comerciais da<br />

Este ano vai ficar marcado para sempre.<br />

O ano em que o país parou <strong>de</strong>pois<br />

do Carnaval, em vez <strong>de</strong> começar.<br />

Certamente não estávamos preparados para<br />

essa mudança brusca em nossas rotinas,<br />

em nossas vidas e em nossos negócios.<br />

Vai passar, mas vai <strong>de</strong>ixar marcas por<br />

um bom tempo, algumas para sempre. Seremos<br />

mais cautelosos com tudo: com nossa<br />

saú<strong>de</strong>, com a higiene, com as interações<br />

sociais, com os gastos, com os investimentos,<br />

com as apostas nos negócios. Daremos<br />

mais importância ao planejamento financeiro,<br />

às verda<strong>de</strong>iras relações <strong>de</strong> parceria,<br />

às pessoas que continuaram por perto durante<br />

esse confinamento. Daremos mais<br />

valor aos abraços, ao valor construído para<br />

as nossas marcas, ao legado criado e <strong>de</strong>ixado<br />

por elas. A retomada da economia será<br />

lenta, mas po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong> maneira mais<br />

sólida. Apren<strong>de</strong>mos que é possível trabalhar<br />

remotamente e espero que não esqueçamos<br />

esse aprendizado e retornemos mais<br />

produtivos e mais felizes. As empresas e<br />

principalmente as agências precisaram<br />

se reinventar e muita criativida<strong>de</strong> brotou<br />

nesse período. Voltaremos melhores, mais<br />

criativos e mais eficientes. As agências e<br />

seus profissionais. Valorizaremos o tempo<br />

no escritório e o tempo com a família, com<br />

a certeza <strong>de</strong> que esse equilíbrio é vital. Tive<br />

medo, todos tivemos. Ainda temos. Mas<br />

sou do grupo que sempre olha a meta<strong>de</strong><br />

do copo cheio. Quando voltarmos para a<br />

convivência social, vejo as empresas com<br />

melhores processos, projetos incríveis que<br />

estavam adormecidos na rua, responsabilida<strong>de</strong><br />

social como priorida<strong>de</strong> e pessoas<br />

felizes pelo simples fato <strong>de</strong> estarem juntas<br />

porque escolheram estar.<br />

Ligia Vulcano – COO da BFerraz<br />

Keka Morelle – CCO da<br />

Wun<strong>de</strong>rman Thompson<br />

Divulgação<br />

Netflix e Amazon Prime. Obrigada por nos<br />

ensinarem que po<strong>de</strong>mos ser concorrentes<br />

e respeitosos, que o bom serviço é que vai<br />

fazer com que uma pessoa assista um ou<br />

outro, ou todos. Reconhecer que juntas as<br />

partes se fortalecem é ter a confiança que<br />

seu produto é tão bom que você po<strong>de</strong> elogiar<br />

o produto do seu concorrente.<br />

O coletivo é o assunto, a lição, o pedido,<br />

a urgência.<br />

Divulgação<br />

40 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Loredana Sarcinella<br />

Ao mundo, tempo. A nós, empatia<br />

O<br />

tempo não é exato. Ambíguo, o relógio<br />

que permeia a vivência humana<br />

não tem um ritmo certo. Não<br />

transcorre da mesma maneira para todos.<br />

Alguns esperam que ele passe mais rápido,<br />

enquanto outros anseiam que flua mais<br />

<strong>de</strong>vagar. E, em um cenário com tantas incertezas,<br />

questionamos se ele é pouco ou<br />

muito. Se é suficiente. Apesar <strong>de</strong> corrermos<br />

contra ele em busca <strong>de</strong> uma solução, é justamente<br />

o tempo um <strong>de</strong> nossos maiores<br />

aliados, permitindo a reflexão e que novos<br />

caminhos sejam traçados.<br />

Em uma era em que falamos tanto sobre<br />

conectivida<strong>de</strong>, nada será mais importante<br />

que a empatia. Ao enten<strong>de</strong>rmos a perspectiva<br />

do outro, ampliamos as nossas perspectivas,<br />

vemos o mundo <strong>de</strong> maneira diferente<br />

e acessamos uma parte <strong>de</strong> nós capaz <strong>de</strong> respeitar<br />

e tornar compreensível o sentimento<br />

alheio. Cada indivíduo vivencia a própria<br />

realida<strong>de</strong>. O momento atual, porém, conectou<br />

realida<strong>de</strong>s distintas, com uma angústia<br />

em comum.<br />

A empatia não é mais uma opção, mas<br />

sim uma obrigação que temos <strong>de</strong> cumprir.<br />

Em cada estratégia traçada pelos setores<br />

do mercado e pela socieda<strong>de</strong> para a retomada,<br />

o fator humano <strong>de</strong>ve ser primordial.<br />

As marcas <strong>de</strong>vem buscar ainda mais uma<br />

conexão direta com as pessoas. E a comunicação,<br />

uma das principais características<br />

humanas, será peça-chave para isso. A comunicação<br />

empática entrega uma comunicação<br />

autêntica, estabelecendo relações interpessoais<br />

valiosas e importantes serviços<br />

à socieda<strong>de</strong>.<br />

O tempo trará respostas ao mundo. E a<br />

empatia, sem dúvida, será fundamental em<br />

todas elas.<br />

Loredana Sarcinella – Diretora<br />

sênior <strong>de</strong> marketing da divisão<br />

<strong>de</strong> dispositivos da Samsung<br />

Divulgação<br />

Luiz Biagiotti<br />

O processo agora é <strong>de</strong> humanização<br />

A<br />

Covid-19 provocou impactos profundos<br />

em todas as esferas, readaptando<br />

e transformando a realida<strong>de</strong><br />

a nossa volta. Sofremos um gran<strong>de</strong> abalo<br />

econômico, com gran<strong>de</strong>s setores <strong>de</strong>sativados<br />

e parte do comércio parado. Ajustes<br />

são necessários.<br />

A recuperação e o crescimento sustentável<br />

acontecerão aos poucos. Muitas iniciativas<br />

já estão sendo tomadas, muitas<br />

empresas estão se reinventando, criando<br />

novos produtos, estabelecendo parcerias<br />

para virar o jogo. Neste processo, empresas<br />

e marcas estão revendo seus valores,<br />

posicionamentos e formas <strong>de</strong> atuação,<br />

enquanto novos hábitos estão sendo adotados<br />

pela socieda<strong>de</strong>. Essa readaptação<br />

vivida trouxe um novo momento para a<br />

comunicação, cujo movimento agora não<br />

é <strong>de</strong> incentivo ao consumo, mas <strong>de</strong> apoio<br />

ao consumo.<br />

A vida prossegue, continuamos com<br />

nossas necessida<strong>de</strong>s. Quando a circulação<br />

<strong>de</strong> pessoas pu<strong>de</strong>r ser reestabelecida nas cida<strong>de</strong>s<br />

tudo será diferente. A volta ao normal<br />

trará intensas reflexões sobre hábitos<br />

<strong>de</strong> consumo e as marcas precisam estar<br />

atentas. As ações <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>vem<br />

mostrar como as marcas po<strong>de</strong>m continuar<br />

sendo relevantes e para isso precisam se<br />

aproximar do lado afetivo das pessoas.<br />

Nos últimos <strong>de</strong>z anos a comunicação<br />

tem focado em resultados imediatos, <strong>de</strong><br />

conversão. Já hoje e daqui para frente será<br />

fundamental que companhias e marcas<br />

resgatem seus propósitos, algo que há muito<br />

já vem sendo falado, e sejam menos focadas<br />

no consumo.<br />

A hora é <strong>de</strong> retomar algo que vivemos<br />

nos anos 1980, quando as ações das marcas<br />

eram mais humanas, mais divertidas. O<br />

processo agora é <strong>de</strong> humanização. Diante<br />

<strong>de</strong> tudo que estamos vivendo, acredito que<br />

com o pós-coronavírus será <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios diferentes.<br />

Teremos uma nova realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mercado e <strong>de</strong> consumidores. Com isso, a<br />

mídia e os mais diversos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> comunicação<br />

voltam como protagonistas.<br />

O OOH, por mais que tenha sido impactado<br />

com o isolamento social, será o meio<br />

que vai abraçar a população. Por tudo que<br />

investimos nos últimos anos em tecnologia<br />

e inovação, a mídia exterior será protagonista<br />

nas ações das marcas para esse novo<br />

momento do consumidor, o momento que<br />

ele voltará às ruas ávido por novida<strong>de</strong>s.<br />

Luiz Biagiotti – diretor comercial<br />

nacional da Clear Channel<br />

Divulgação<br />

42 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Em um tempo<br />

em<br />

que<br />

estamos<br />

tão<br />

separados,<br />

é bom saber<br />

que<br />

existe<br />

um jornal que<br />

nos une .<br />

Homenagem da Propeg aos 55 anos da Propmark .


pRopMaRk 55 aNoS<br />

Luiza Helena Trajano<br />

Inovar, mais do que nunca<br />

O<br />

mundo certamente não será mais o<br />

mesmo após a pan<strong>de</strong>mia, e teremos<br />

profundas mudanças na socieda<strong>de</strong>.<br />

Profissionalmente, estamos apren<strong>de</strong>ndo<br />

que muitos trabalhos po<strong>de</strong>rão ser realizados<br />

<strong>de</strong> maneira remota, muitas reuniões<br />

terão um novo formato e o varejo passará<br />

por mudanças profundas. Sempre alertei<br />

em minhas palestras, especialmente aos<br />

pequenos e microempresários, por quem<br />

sou apaixonada, que os vejo como uma<br />

solução para o <strong>de</strong>semprego e que quem<br />

ainda não estava no mundo digital <strong>de</strong>veria<br />

acelerar esse processo, sob o risco <strong>de</strong> ficar<br />

para trás.<br />

As empresas que estão se saindo melhor<br />

neste cenário <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia são as que estavam<br />

com as suas operações digitais organizadas.<br />

Digital não é um site ou um aplicativo,<br />

é uma cultura, é pensar a forma simples<br />

<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r o seu cliente e minimizar processos.<br />

Empresas e profissionais estão passando<br />

por uma gran<strong>de</strong> revolução, transformando<br />

sua forma <strong>de</strong> agir, que levaria 5 anos,<br />

Marcelo Rech<br />

Desinformação mata<br />

Já virou lugar-comum dizer que o mundo<br />

nunca mais será o mesmo <strong>de</strong>pois da<br />

pan<strong>de</strong>mia do coronavírus. É verda<strong>de</strong>,<br />

mas é bem mais que isso. Vivemos neste<br />

momento um daqueles pontos <strong>de</strong> inflexão<br />

da história, comparável à queda <strong>de</strong> Constantinopla,<br />

ao fim da Segunda Guerra Mundial,<br />

à <strong>de</strong>rrubada do Muro <strong>de</strong> Berlim ou ao<br />

11 <strong>de</strong> Setembro.<br />

Neste <strong>2020</strong>, o mundo está fazendo uma<br />

curva acentuada com o freio <strong>de</strong> mão puxado<br />

e nós, em meio ao fogo da batalha,<br />

ainda não enxergamos tudo o que está por<br />

vir. Mas é possível fazer algumas apostas. A<br />

mais evi<strong>de</strong>nte é que todas as mudanças em<br />

estágio embrionário ganharam um empurrão<br />

violento para a frente. O trabalho remoto,<br />

por exemplo, será um novo normal.<br />

Nos congressos internacionais <strong>de</strong> jornalismo<br />

<strong>de</strong> 10 anos atrás falávamos <strong>de</strong> redações<br />

virtuais como se fosse coisa <strong>de</strong> ficção<br />

científica. Sem qualquer mapa estratégico,<br />

consultoria ou discussões infindáveis, eis<br />

que gran<strong>de</strong> parte dos jornalistas do planeta<br />

entrou <strong>de</strong> supetão em modo remoto,<br />

enquanto o jornalismo reconquistava atenção,<br />

audiência e respeito que não via há<br />

décadas.<br />

em 5 dias. Neste momento <strong>de</strong> quarentena,<br />

as pessoas estão tendo uma oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se reinventar, pensar e implementar alternativas,<br />

apren<strong>de</strong>r algo que não tinham<br />

pensado antes. Inovação é algo que precisa<br />

nascer <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada um neste momento.<br />

Reinventar sua profissão, seu negócio, sua<br />

fórmula.<br />

O que precisamos ter em mente é que está<br />

difícil, sofrido, mas este período vai passar.<br />

Temos <strong>de</strong> tirar <strong>de</strong>ste episódio uma lição, e<br />

cada um precisa <strong>de</strong>scobrir o seu propósito e<br />

o <strong>de</strong> sua empresa. As lições aprendidas por<br />

cada pessoa e por cada empresa após esse<br />

período vão construir um país melhor.<br />

Luiza Helena Trajano – Presi<strong>de</strong>nte<br />

do conselho <strong>de</strong> administração<br />

do Magazine Luiza<br />

Essa é outra mudança em marcha acelerada.<br />

Na hora do aperto, re<strong>de</strong>scobriu-se o<br />

valor e peso dos meios essenciais – jornais,<br />

rádios, TV e revistas, com suas <strong>de</strong>rivações<br />

digitais. É como se todos quisessem se assegurar<br />

<strong>de</strong> que estão consumindo informação<br />

técnica, não se contaminando com<br />

versões fantasiosas, <strong>de</strong>lirantes ou simplesmente<br />

a serviço <strong>de</strong> interesses ocultos que<br />

poluem o subterrâneo das re<strong>de</strong>s.<br />

O novo mundo pós-pan<strong>de</strong>mia será menos<br />

infestado <strong>de</strong> fake news e mais habitado<br />

por pessoas conscientes <strong>de</strong> que informação<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> salva e <strong>de</strong>sinformação mata.<br />

Só por isso já sairemos <strong>de</strong>sta curva da história<br />

melhor do que entramos.<br />

Marcelo Rech – Presi<strong>de</strong>nte da<br />

Associação Nacional <strong>de</strong> Jornais<br />

(ANJ) e vice-presi<strong>de</strong>nte editorial<br />

e institucional do Grupo RBS<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

44 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


pRopMaRk 55 aNoS<br />

Marcelo Reis<br />

Lidamos com crise <strong>de</strong> forma criativa<br />

De uma coisa eu tenho plena certeza:<br />

quem disser que tem absoluta certeza<br />

<strong>de</strong> como vai ser o amanhã certamente<br />

estará divagando. Este é o momento<br />

<strong>de</strong> saber dançar conforme a música, sentindo<br />

o ritmo, mas também a temperatura da<br />

socieda<strong>de</strong> durante e após a pan<strong>de</strong>mia.<br />

E se tem uma categoria acostumada a<br />

respon<strong>de</strong>r bem à pressão e às mudanças <strong>de</strong><br />

direção, é a nossa. Particularmente, tenho<br />

muito orgulho da nossa profundida<strong>de</strong> analítica,<br />

velocida<strong>de</strong> criativa e serieda<strong>de</strong> para<br />

com o resultado dos clientes e o impacto<br />

sociocultural. Somos um segmento profissional<br />

que abraça os problemas do segmento<br />

dos outros como nossos. Pois são. Acessamos<br />

cérebros pensantes em quase todos<br />

os estratos sociais para obter um olhar menos<br />

enviesado da realida<strong>de</strong> fora do nosso<br />

mundinho.<br />

Colocamos à disposição dos clientes escritores,<br />

<strong>de</strong>signers, artistas, cineastas, matemáticos,<br />

gênios da tecnologia, antropólogos,<br />

produtores, youtubers, atletas e lí<strong>de</strong>res<br />

espirituais. Já vi <strong>de</strong> tudo por on<strong>de</strong> trabalhei<br />

55 anos <strong>de</strong> PROPMARK!<br />

nos últimos 25 anos. A nossa nobre profissão,<br />

que até o início da pan<strong>de</strong>mia vivia seu<br />

auge criativo, chamando para o diálogo um<br />

consumidor multicanal, reforçou seu caráter<br />

vital consultivo perante os anunciantes.<br />

Estamos olhando todos os pontos <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong>talhadamente. Por exemplo,<br />

falar com os colaboradores que cuidam da<br />

produção das empresas nunca foi tão nevrálgico.<br />

Estamos com os clientes em uma<br />

jornada <strong>de</strong> cumplicida<strong>de</strong> para encontrar<br />

respostas juntos, como se fôssemos uma<br />

unida<strong>de</strong> indissociável. E lidamos com a crise<br />

<strong>de</strong> maneira absurdamente criativa, pois<br />

não é fácil surpreen<strong>de</strong>r quando a socieda<strong>de</strong><br />

está monotemática. Em tempos com tamanha<br />

instabilida<strong>de</strong> política, <strong>de</strong>sinformação,<br />

<strong>de</strong>semprego e perdas humanas, a publicida<strong>de</strong><br />

tem <strong>de</strong> retomar seu papel estratégico<br />

e os anunciantes precisam continuar sendo<br />

fonte <strong>de</strong> inspiração. Ajudamos a construir<br />

marcas, pensar o futuro, gerar renda, planejando<br />

com os gran<strong>de</strong>s lí<strong>de</strong>res da nossa<br />

indústria. O marketing empurra a economia<br />

para cima, e é crucial valorizarmos<br />

Parabéns a toda equipe PROPMARK que há anos compartilha<br />

conosco a boa missão <strong>de</strong> criar conteúdos, entreter e informar.<br />

Aqui na ViacomCBS estamos focados em continuar fazendo<br />

o nosso melhor para milhões <strong>de</strong> pessoas que contam com<br />

a gente para continuarem rindo, se divertindo e se emocionando.<br />

Termos vocês como parceiros nos enche <strong>de</strong> orgulho e nos dá energia<br />

para continuar criando momentos únicos para as nossas diversas<br />

comunida<strong>de</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das distâncias e dos meios.<br />

Marcelo Reis – Co-CEO e CCO<br />

da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

nossa ativida<strong>de</strong>. Só assim vamos levantar a<br />

cabeça e encontrar energia para remarmos<br />

todos na direção correta e mais solidária.<br />

Contem com a gente para<br />

enfrentarmos juntos qualquer <strong>de</strong>safio!<br />

ESTAMOS #JUNTOSADISTÂNCIA.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 45


propmark 55 aNoS<br />

Marcia Esteves<br />

O que vem <strong>de</strong>pois da Covid-19?<br />

Des<strong>de</strong> que o homem tem notícia <strong>de</strong> si<br />

mesmo, anda às voltas com questões<br />

fundamentais – e filosóficas – da existência:<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> viemos, quem somos, para<br />

on<strong>de</strong> vamos. Matéria-prima da filosofia, as<br />

respostas para essas perguntas são diversas<br />

e variadas, pensadas em todos os tempos,<br />

em todos os lugares e em todos os povos <strong>de</strong><br />

que se tem notícias. De Aristóteles a Buda,<br />

<strong>de</strong> Jesus a Nietzsche, a resposta final para estas<br />

questões nunca foi equacionada.<br />

Na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, Douglas Adams tratou<br />

do tema em seu Mochileiro da Galáxia, ao<br />

conceber um computador para respon<strong>de</strong>r<br />

qual o sentido da vida, do universo e tudo<br />

mais. Milhares e milhares <strong>de</strong> anos <strong>de</strong>pois, os<br />

personagens se reúnem para ouvir o computador<br />

com a resposta <strong>de</strong>finitiva da aflição<br />

filosófica.<br />

A resposta: “42”. A resposta, “<strong>de</strong>sconectada”<br />

<strong>de</strong> qualquer explicação razoável, talvez<br />

seja a mais pru<strong>de</strong>nte. Po<strong>de</strong>mos, a partir <strong>de</strong>la,<br />

arrumar a explicação que quisermos, da forma<br />

que melhor nos acalmar. A quarentena<br />

da Covid-19 nos faz voltar a essas questões<br />

fundamentais, <strong>de</strong> uma forma muito mais severa<br />

do que jamais pensamos.<br />

Na vida pré-Covid, isso não estava nem<br />

na lista <strong>de</strong> espera do “to do”. Era um tópico<br />

inexistente. No “durante” Covid, é a questão<br />

fundamental, e, na minha opinião, ao<br />

tentarmos respon<strong>de</strong>r a esta pergunta po<strong>de</strong>mos<br />

tentar respon<strong>de</strong>r qual será o nosso futuro<br />

como humanida<strong>de</strong>. No pós-Covid, será<br />

a pauta para qualquer ação.<br />

Isso me leva para o segundo ponto da reflexão.<br />

Você que me lê, <strong>de</strong> maneira generali-<br />

Márcio Parizotto<br />

zada, está fora dos limites da pobreza e tem<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer essa reflexão. Eu diria<br />

mais que isso: nós temos essa obrigação,<br />

na medida em que, para a gran<strong>de</strong> maioria,<br />

essa possibilida<strong>de</strong> é negada diante da cruelda<strong>de</strong><br />

da busca pela sobrevivência na base da<br />

pirâmi<strong>de</strong>, que ficou ainda maior.<br />

Hoje, com a pan<strong>de</strong>mia, alguém pegar Covid-19<br />

na Nicarágua, Berlim ou Moçambique<br />

vai implicar diretamente na minha saú<strong>de</strong>, na<br />

saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> meus familiares, na economia doméstica<br />

e na economia mundial. Com base<br />

nisso, eu quero viver <strong>de</strong>ntro da bolha do meu<br />

lar, do meu país, com as fronteiras fechadas<br />

para o outro – qualquer outro? Isso dará algum<br />

sentido à minha vida? É isso que eu quero<br />

para o futuro? E, assim, chegamos ao ponto<br />

final – para on<strong>de</strong> vamos e como vamos?<br />

Assim que a quarentena afrouxar, nosso primeiro<br />

passo será lidar com a questão da fobia:<br />

as pessoas terão medo <strong>de</strong> sair à rua? Eu<br />

terei medo <strong>de</strong> sair? O mundo externo, que já<br />

era tão violento, caberá novamente no espaço<br />

da minha mente? A primeira briga vai ser<br />

com a gente mesmo.<br />

Vencida a primeira batalha, que sempre é<br />

a interna, teremos <strong>de</strong> vencer a batalha para<br />

o outro, que é também a “minha” batalha. O<br />

conceito <strong>de</strong> que somos “todos um” nunca foi<br />

tão experimentado como está sendo agora.<br />

Se o morador do interior <strong>de</strong> qualquer estado<br />

do país estiver com Covid-19, a segunda, terceira,<br />

quarta ou quinta onda vai me atingir.<br />

Como evitar? Em menos <strong>de</strong> dois meses <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mia, construímos hospitais. Montadoras<br />

<strong>de</strong> veículos consertaram equipamentos<br />

hospitalares. Engenheiros construíram<br />

marcia Esteves – CEO<br />

da Lew’Lara/TBWA<br />

Divulgação<br />

ventiladores baratos e eficientes. Não foi tão<br />

difícil. Imagina o que a gente não po<strong>de</strong> fazer<br />

se isso for a or<strong>de</strong>m do dia, não só uma<br />

medida provisória para um problema específico?<br />

Imagine nossas campanhas, a força<br />

do mercado, utilizado nesse mesmo espírito<br />

<strong>de</strong> cooperação, e <strong>de</strong> que um mundo melhor<br />

é melhor para todos, não só para mim?<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Martin Luther King Jr.,<br />

“tenho um sonho <strong>de</strong> que um dia esta nação<br />

se erguerá e correspon<strong>de</strong>rá ao verda<strong>de</strong>iro<br />

significado <strong>de</strong> seu credo: ‘Consi<strong>de</strong>ramos<br />

essas verda<strong>de</strong>s manifestas: que todos os homens<br />

são criados iguais’”. É para isso que eu<br />

vim, e é esse lugar que quero construir – ontem,<br />

hoje e <strong>de</strong>pois da Covid-19.<br />

Não há mais espaço para alienaçãoDivulgação<br />

do uma valiosa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a comunicação<br />

li<strong>de</strong>rar um movimento para impulsionar<br />

a agenda <strong>de</strong> impacto positivo das<br />

empresas, que nesses momentos <strong>de</strong>ve antece<strong>de</strong>r<br />

a mensagem publicitária.<br />

Há um enorme potencial para as marcas<br />

serem mais colaborativas, com contribuições<br />

genuínas mirando o benefício coletivo<br />

que esse momento sui generis <strong>de</strong> nossas<br />

vidas está nos ensinando a valorizar.<br />

É hora também <strong>de</strong> reconhecermos a resiliência<br />

que todos, cada um em sua individualida<strong>de</strong><br />

e ativida<strong>de</strong>, têm em comum. O<br />

Bra<strong>de</strong>sco segue reapren<strong>de</strong>ndo e se reinventando,<br />

como todo mundo. Desenvolvendo<br />

soluções que minimamente suavizem os<br />

impactos da crise. E com uma mensagem<br />

que continua a oferecer o otimismo responsável<br />

que é parte do DNA da marca.<br />

Na profusão <strong>de</strong> incertezas que vivemos<br />

hoje, uma coisa é certa: o impacto<br />

na vida das pessoas e dos negócios<br />

é imenso. O momento nos ensina o quanto<br />

a sensibilida<strong>de</strong> e a empatia são importantes<br />

para tornar uma comunicação relevante.<br />

Enten<strong>de</strong>r o que as pessoas estão vivendo,<br />

respeitar suas angústias, inseguranças<br />

e incertezas, e ter a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar<br />

com elas, seja porque traz uma informação<br />

ou serviço essencial, ou com uma mensagem<br />

que traga valor porque gera i<strong>de</strong>ntificação<br />

naquilo que as toca.<br />

Não há mais espaço para alienação, projeção<br />

<strong>de</strong> falsas realida<strong>de</strong>s e oportunismo.<br />

Cabe a cada marca avaliar o seu papel <strong>de</strong>ntro<br />

do contexto, da socieda<strong>de</strong> e da vida das<br />

pessoas.<br />

E, mais importante, estamos vivencianmárcio<br />

parizotto – Diretor<br />

<strong>de</strong> marketing do Bra<strong>de</strong>sco<br />

48 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propMark 55 aNoS<br />

Marcos Lacerda<br />

As pessoas estão além dos negócios<br />

A<br />

Covid-19 levou vidas. Nada é mais<br />

triste que isso. Silenciou lares, ruas,<br />

escritórios, restaurantes, shoppings,<br />

estádios e arenas. Abafou sonhos. Além da<br />

tristeza e o receio da contaminação, há o<br />

medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o emprego: 6 em cada 10<br />

brasileiros afirmam ter esse medo. Empresas<br />

que fecharam portas apenas por um período,<br />

não vão mais reabri-las.<br />

O vírus freou a nossa velocida<strong>de</strong> insana<br />

<strong>de</strong> realização e foi capaz <strong>de</strong> nos colocar<br />

em uma espera forçada. Em tempos assim,<br />

mergulhamos em nossos pensamentos. A<br />

rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> todos em tudo impedia muitas<br />

vezes reflexões em busca <strong>de</strong> propósitos<br />

profundos e sinceros. No máximo admitíamos<br />

mudanças por fatores externos, quase<br />

nunca havia tempo para a transformação,<br />

que sempre parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora. Mas,<br />

o sofrimento nos coloca em contato com as<br />

emoções, provocando o entendimento do<br />

nosso papel no contexto e sistema atual, e<br />

sobre quem <strong>de</strong> fato somos.<br />

O novo agora se apresenta com muitas<br />

perguntas, mas também reforça verda<strong>de</strong>s.<br />

Vamos olhar para o nosso negócio. Empresas<br />

que acreditam e investiram no valor da<br />

construção <strong>de</strong> suas marcas estão próximas,<br />

Marcus Vinicius Chisco<br />

com mais credibilida<strong>de</strong> e intenção <strong>de</strong> compra<br />

confirmada. São aquelas que enten<strong>de</strong>m<br />

que produtos <strong>de</strong>vem trazer benefícios funcionais,<br />

pessoais e coletivos. Que querem<br />

ven<strong>de</strong>r, mas querem também que suas marcas<br />

se relacionem, engajem e <strong>de</strong>monstrem<br />

solidarieda<strong>de</strong>. A venda do hoje está associada<br />

a ações práticas para a construção do<br />

amanhã. Grupos <strong>de</strong> comunicação mudaram<br />

suas programações para informar; empresas<br />

substituíram promoções por doações; campanhas<br />

<strong>de</strong> varejo, que sempre gritavam “só<br />

hoje”, passaram a dialogar e abrir espaço<br />

para parcerias, empregos e novos formatos<br />

- e concorrentes unificaram a mensagem.<br />

São esses exemplos que me fazem acreditar<br />

que, além dos negócios, estão as pessoas.<br />

Empresas, áreas <strong>de</strong> marketing, marcas, produtos<br />

e agências no final são pessoas que,<br />

na hora da dor, usaram criativida<strong>de</strong> em prol<br />

da solidarieda<strong>de</strong> humana. Estou triste, mas<br />

também otimista com a possibilida<strong>de</strong> do<br />

resgate da ética, da empatia e da solidarieda<strong>de</strong>.<br />

E, sim, vamos juntos, hoje e sempre!<br />

Marcos Lacerda (MaLa) – head<br />

da HavasPlus<br />

Precisamos enxergar o melhor<br />

Divulgação<br />

Teremos uma lenta e gradativa recuperação<br />

da economia e é certo que<br />

aquele mundo que conhecíamos dará<br />

vez para um novo no qual as empresas<br />

terão um <strong>de</strong>safio ainda maior pela frente.<br />

Eu acredito que os anunciantes, as<br />

agências e os veículos entrarão em uma<br />

nova dinâmica. Os padrões estabelecidos<br />

antes serão repensados. Sairão na frente<br />

aquelas marcas que mesmo no período da<br />

pan<strong>de</strong>mia continuam a se comunicar com<br />

o público, estreitando laços <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong> e<br />

relacionamento mais próximos.<br />

Precisamos enxergar o melhor <strong>de</strong> cada<br />

momento e espero que possamos sair seres<br />

humanos com valores diferentes, mais<br />

preocupados com o próximo e com o sentimento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver e <strong>de</strong> doação mais latentes<br />

em cada um <strong>de</strong> nós.<br />

Divulgação<br />

Marcus Vinicius Chisco – Vicepresi<strong>de</strong>nte<br />

comercial da CNN Brasil<br />

50 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


A GENTE SABE COMO<br />

É DIFÍCIL PRODUZIR<br />

CONTEÚDO CONFIÁVEL<br />

POR TANTO TEMPO.<br />

PARABÉNS, PROPMARK.<br />

Da década <strong>de</strong> 60 até hoje, muita coisa mudou no negócio da comunicação,<br />

e o Propmark precisou se reinventar a cada nova mudança. Neste mês,<br />

em que ele completa 55 anos, a Exame, a Exame Aca<strong>de</strong>my, a Exame Research<br />

e a Exame Experience oferecem os parabéns. A gente sabe todo o trabalho<br />

que há por trás <strong>de</strong> quem está sempre revolucionando o seu mercado.<br />

O MELHOR INVESTIMENTO DO SEU TEMPO.


propMArk 55 ANoS<br />

Marina Daineze<br />

Tempo do essencial<br />

De repente, fomos confrontados com<br />

uma realida<strong>de</strong> inesperada, cheia <strong>de</strong><br />

restrições. Mas mantenho o otimismo.<br />

Acredito que teremos a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sair <strong>de</strong>ssa crise melhores do que entramos,<br />

como indivíduos e socieda<strong>de</strong>. O lugar<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> partimos não está mais lá – será<br />

impossível voltar a ele. Mas o tão falado<br />

“novo normal” tampouco existe. Nem se<br />

apresentará sozinho. Precisaremos criá-lo a<br />

partir das dificulda<strong>de</strong>s e possibilida<strong>de</strong>s que<br />

se apresentam.<br />

Por ora, entramos no “tempo do essencial”.<br />

Muito do que costumávamos fazer não<br />

tem mais sido possível. Por necessida<strong>de</strong> ou<br />

consciência, já estamos vivendo um ajuste<br />

em todas as esferas <strong>de</strong> nossa vida. Estamos<br />

diante <strong>de</strong> um questionamento inevitável <strong>de</strong><br />

quem somos e <strong>de</strong> nossos papéis como indivíduos,<br />

pais, colaboradores, cidadãos. Po<strong>de</strong>remos<br />

fazer novas escolhas, reforçar outras.<br />

Talvez sejamos mais pragmáticos: o que faz<br />

sentido ter? quem queremos ser? O que é<br />

importante <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>? Que impactos e contribuições<br />

reais temos no mundo?<br />

No universo das marcas e da propaganda,<br />

isso passa por enten<strong>de</strong>r qual a nossa relevância<br />

na socieda<strong>de</strong>. Estamos entrando na era<br />

da ação. O discurso é diretamente confrontado<br />

à prática. É inevitável que as marcas usem<br />

esse momento para refletir sobre suas crenças<br />

e missão. No caso da Vivo, reafirmamos o<br />

nosso propósito: Digitalizar para Aproximar.<br />

Sempre acreditamos que a conexão não é um<br />

fim, mas sim um meio para estarmos mais<br />

próximos uns aos outros. A tecnologia <strong>de</strong>ve<br />

ampliar possibilida<strong>de</strong>s e servir a uma vida<br />

melhor. E nossos serviços se revelaram agora<br />

mais essenciais do que nunca.<br />

Minha aposta é que sairemos da pan<strong>de</strong>mia<br />

mais capazes <strong>de</strong> cuidar uns dos outros,<br />

<strong>de</strong> pensar no coletivo, <strong>de</strong> ter empatia. Se<br />

há uma coisa essencial para todos, é o afeto.<br />

Para as empresas, isso abre espaço ao diálogo<br />

e à cooperação. Elas po<strong>de</strong>m levar otimismo,<br />

visão <strong>de</strong> futuro, conforto e inspiração para<br />

as pessoas. Marcas abertas a (re)pensar o<br />

seu propósito e olhar para o coletivo certamente<br />

terão mais sucesso nesse novo momento.<br />

Marina Daineze – diretora <strong>de</strong><br />

imagem e comunicação da Vivo<br />

Divulgação<br />

Mario D’Andrea<br />

Muita coisa vai mudar. Será?<br />

Não sei ler bola <strong>de</strong> cristal, não sou cartomante<br />

– adoraria ser.<br />

Não tenho o menor dom e nem<br />

afinida<strong>de</strong> para ser um Nostradamus.<br />

Mas acho que muita coisa não vai mudar<br />

não.<br />

Não vai mudar o fato que o po<strong>de</strong>r é do<br />

consumidor.<br />

Aliás, consumidor não, das pessoas.<br />

Não vai mudar em ninguém o <strong>de</strong>sejo por<br />

uma vida melhor.<br />

Ou o sonho <strong>de</strong> crescer, dar algo importante<br />

para sua família.<br />

Não vai mudar a alegria <strong>de</strong> ver e rever<br />

pessoas queridas.<br />

Nada disso vai mudar.<br />

Mas têm coisas que eu gostaria muito<br />

que mudassem na nossa ativida<strong>de</strong> e no nosso<br />

mercado.<br />

Menos excell e mais pensamento humano.<br />

Menos tempo investido em longas reuniões<br />

<strong>de</strong>scartáveis. Mais tempo para os lí<strong>de</strong>res<br />

interagirem com suas equipes, sentirem<br />

seus anseios e problemas.<br />

Menos “aqui na empresa somos uma família”<br />

e mais tempo para os profissionais<br />

estarem com suas verda<strong>de</strong>iras famílias.<br />

Menos “eu acho” e mais “vamos tentar”?<br />

Que fique claro que não se constrói uma<br />

marca forte e próxima do consumidor com<br />

uma comunicação fraca e fria.<br />

Que parem <strong>de</strong> pensar apenas em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico sem dar importância<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento social.<br />

Que não existe startup ou unicórnio que<br />

substitua o calor humano.<br />

E que todos entendam: não há empresa<br />

saudável numa socieda<strong>de</strong> doente.<br />

Mario D’Andrea – CEO<br />

da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen<br />

Divulgação<br />

52 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


NÃO É ÓTIMO PASSAR<br />

DOS 50 E SABER<br />

QUE O MERCADO<br />

PRECISA DA GENTE<br />

MAIS DO QUE NUNCA?<br />

Propaganda e marketing são terrenos férteis.<br />

Mas também muito instáveis. Todos nós que passamos<br />

dos 50 sabemos bem disso. A crise que vivemos hoje<br />

fez nosso terreno ficar mais movediço, mas <strong>de</strong>ixou<br />

algo muito claro: experiência nesta hora faz<br />

a diferença. Errar menos e acertar mais não é algo<br />

que se nasce sabendo. E tudo que precisamos agora,<br />

mais do que nunca, é acertar mais. Que bom, neste<br />

momento, po<strong>de</strong>r contar com um cinquentão como<br />

o PROPMARK, que sempre foi um farol pra todos nós.<br />

Que bom saber que no nosso mercado sempre vai<br />

haver futuro pra quem faz história.<br />

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propMark 55 aNoS<br />

Melissa Vogel<br />

Respeito, coerência e criativida<strong>de</strong><br />

A<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 mudou o nosso<br />

cotidiano. E, <strong>de</strong>ntro da realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada um, estamos tentando nos<br />

adaptar experimentando novas formas <strong>de</strong><br />

viver. O público está se transformando, os<br />

interesses estão mudando, a credibilida<strong>de</strong><br />

está sendo exigida e a indústria <strong>de</strong> mídia<br />

tem um papel importante neste cenário.<br />

O consumidor engajado e multiconectado<br />

está mais disponível e, em um período<br />

<strong>de</strong> incertezas, espera por verda<strong>de</strong>s. As plataformas<br />

<strong>de</strong> conteúdo e mídia tiveram <strong>de</strong> se<br />

reinventar para manter a atenção daquele<br />

que se pluga e <strong>de</strong>spluga com facilida<strong>de</strong> em<br />

busca do que é relevante diante da experimentação<br />

<strong>de</strong> uma explosão <strong>de</strong> consumo.<br />

O aumento do consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, nas<br />

suas mais diferentes telas, foi imediato <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início do isolamento. Através do aparelho<br />

<strong>de</strong> TV, no papel <strong>de</strong> tela central da casa,<br />

se consolidaram novos comportamentos <strong>de</strong><br />

consumo em todas as faixas etárias, inclusive<br />

entre os jovens. O aumento do tempo<br />

médio <strong>de</strong> audiência foi <strong>de</strong> 1h18 e, entre as<br />

pessoas <strong>de</strong> 12 a 17 anos, foi <strong>de</strong> 1h31.<br />

Nelcina Tropardi<br />

Mobilizando o marketing: AC-DC<br />

Estamos, no Brasil, enfrentando a<br />

maior crise sanitária da história mo<strong>de</strong>rna<br />

e ainda não temos respostas<br />

para meta<strong>de</strong> dos problemas que enfrentamos<br />

no dia a dia. Mas, se tem uma coisa<br />

que apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira semana<br />

<strong>de</strong>sse caos provocado pela Covid-19 é que<br />

nem a empresa mais organizada, com a máquina<br />

mais mo<strong>de</strong>rna e eficiente, com fluxo<br />

<strong>de</strong> caixa no azul, estava preparada para ver<br />

sua operação total ou parcialmente modificada.<br />

Mesmo assim, o nosso mercado não<br />

estagnou.<br />

No fim <strong>de</strong> março, segundo pesquisa, 135<br />

marcas veicularam campanhas sobre o coronavírus<br />

no país, representando mais <strong>de</strong><br />

20% dos filmes publicitários veiculados no<br />

período em questão. O volume <strong>de</strong> doações<br />

por parte das empresas não para <strong>de</strong> crescer.<br />

Profissionais têm <strong>de</strong>dicado seu tempo para<br />

ajudar pequenos empreen<strong>de</strong>dores e empresas.<br />

Outros estão a<strong>de</strong>quando sua linha<br />

<strong>de</strong> produção para algo que se faça útil nesse<br />

momento. Para on<strong>de</strong> se olha, há uma frente<br />

<strong>de</strong> combate ao vírus por parte das companhias<br />

e das pessoas, num movimento solidário<br />

sem prece<strong>de</strong>ntes neste século.<br />

Um estudo da Bloomberg, publicado no<br />

O novo momento do consumo <strong>de</strong> TV<br />

também impactou o comportamento do<br />

telespectador nas mídias sociais. As conversas<br />

no Twitter sobre conteúdo televiso<br />

cresceram sete vezes mais na comparação<br />

com os meses <strong>de</strong> março e abril do ano passado.<br />

Somente entre 1º e 26 <strong>de</strong> abril, o número<br />

<strong>de</strong> tweets sobre programação <strong>de</strong> TV<br />

foi <strong>de</strong> 67,7 milhões.<br />

De acordo com dados globais, quando<br />

questionadas o que esperam das marcas<br />

neste momento, apenas 8% das pessoas<br />

pensam que as marcas <strong>de</strong>vem parar <strong>de</strong><br />

anunciar. A maioria quer saber como as<br />

marcas estão atuando durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

e como seus esforços estão sendo direcionados<br />

para enfrentar este gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio.<br />

Nas Gran<strong>de</strong>s São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

o número total <strong>de</strong> inserções publicitárias<br />

com a temática Covid-19 na TV aberta cresceu<br />

gradativamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do isolamento<br />

social. Nos <strong>15</strong> principais mercados<br />

do país, 18% do total <strong>de</strong> inserções e 36% dos<br />

anunciantes falavam do assunto só na semana<br />

<strong>de</strong> 20 a 26 <strong>de</strong> abril. Seja para informar<br />

início <strong>de</strong> março, projetava perdas <strong>de</strong> US$<br />

2,7 trilhões em produção, equivalente ao<br />

PIB do Reino Unido. O Banco Mundial projeta<br />

queda <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5% no PIB do Brasil.<br />

Os números, assim como as estratégias <strong>de</strong><br />

contenção da disseminação da doença, ainda<br />

são incertos, mas todos já estão cientes<br />

<strong>de</strong> que haverá impacto, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Já passamos por<br />

situações críticas e o mundo encontrou seu<br />

caminho, não será diferente <strong>de</strong>ssa vez.<br />

Por outro lado, é importante ressaltar<br />

que, apesar <strong>de</strong> a pressão por resultados ser<br />

uma realida<strong>de</strong>, as empresas provavelmente<br />

passarão por uma profunda transformação.<br />

Mais do que nunca, a reputação <strong>de</strong>sempenhará<br />

um papel importante no futuro das<br />

corporações, pois os consumidores estão<br />

mais atentos do que nunca e, certamente,<br />

privilegiarão as marcas que se mobilizaram<br />

para nos ajudar a enfrentar a crise.<br />

O que vemos agora por toda parte gera<br />

orgulho. Estão todos mais centrados na<br />

prestação <strong>de</strong> serviço à comunida<strong>de</strong> ou produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo por parte das marcas<br />

para manter a sanida<strong>de</strong> mental em momento<br />

<strong>de</strong> distanciamento social. Essa é a melhor<br />

estratégia <strong>de</strong> marketing e visibilida<strong>de</strong><br />

Melissa Vogel – CEO<br />

da Kantar Ibope Media<br />

Divulgação<br />

ou divertir, anunciantes <strong>de</strong>vem se conectar<br />

com seus consumidores, <strong>de</strong> formas criativas<br />

e engajadas, mas sem esquecer o mais<br />

importante neste momento: o contexto, a<br />

coerência e o respeito pelas pessoas.<br />

Divulgação<br />

Nelcina Tropardi –<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />

e Assuntos Corporativos da<br />

Heineken e presi<strong>de</strong>nte da ABA<br />

que se po<strong>de</strong> ter no momento. Aliás, é a única<br />

possível. Ainda não é possível mensurar<br />

o resultado <strong>de</strong>sta crise, mas o que ficará é<br />

a certeza <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos e seremos mais<br />

solidários. Para a humanida<strong>de</strong>, existirá um<br />

antes e um <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia. E o que<br />

po<strong>de</strong>mos torcer e trabalhar neste momento<br />

é para que ele seja melhor.<br />

54 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


propmark 55 aNoS<br />

Nizan Guanaes<br />

Carta a quem está montando uma agência<br />

O<br />

mundo está mudando tanto. E com<br />

essa pan<strong>de</strong>mia seremos empurrados<br />

para a era <strong>de</strong> Aquário. Resistir a isso<br />

antes da Covid-19 era inútil. Agora, será<br />

mortal.<br />

A propaganda brasileira é uma das mais<br />

criativas do mundo. Mas o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

das agências está exaurido. Como diz<br />

a minha professora em Harvard: “this dog<br />

doesn’t hunt”.<br />

O que possibilitou a DPZ, a DM9, a Almap<br />

e a Africa foi um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />

Esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio em dólar e euro<br />

vive sérios problemas, imagina em real.<br />

Eu evito ficar falando isso (falo a pedido<br />

do amigo Armando) para não parecer um<br />

chato. Mas tenho certeza que aquele jovem<br />

redator que eu já fui se pergunta, por que os<br />

melhores trabalhos não são aprovados? Por<br />

que o dono da agência não peita o cliente?<br />

Por que ele trabalha muito, vira tanta noite<br />

e fim <strong>de</strong> semana e ganha menos?<br />

Por causa do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />

Agência <strong>de</strong> propaganda hoje tem margens<br />

apertadas, custos altos e prazos <strong>de</strong> pagamentos<br />

vergonhosos. Portanto, você que<br />

vai começar uma agência hoje não po<strong>de</strong> e<br />

não <strong>de</strong>ve repetir o mo<strong>de</strong>lo empresarial da<br />

DPZ ou da DM9 <strong>de</strong> outrora.<br />

Na era do celular, não dá para insistir em<br />

ser telefone. Você tem <strong>de</strong> tentar ganhar o<br />

Grand Prix <strong>de</strong> Gestão.<br />

O gran<strong>de</strong> layout é o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> custos e<br />

<strong>de</strong> processos da agência. As empresas hoje<br />

precisam ser leves. Quem tem custo, tem<br />

medo. Só a leveza vai te dar liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dizer não ao cliente que não quer te pagar.<br />

Ainda que você esteja fazendo um gran<strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Sendo leve, você não tem <strong>de</strong> entrar em<br />

concorrências ridículas e <strong>de</strong>srespeitosas.<br />

Por outro lado, a propaganda precisa<br />

acompanhar os tempos. É fácil ver em outros<br />

setores que, se esses setores não mudarem,<br />

vão ficar para trás. Tudo está mudando.<br />

Por que o nosso setor seria diferente?<br />

Este é o mundo da estratégia. O planejamento<br />

é mais importante que a criação. E<br />

esse planejamento precisa pensar em negócio.<br />

Está faltando Zé Luiz Ma<strong>de</strong>ira nessa indústria.<br />

Cadê o novo Júlio Ribeiro? Eu vejo<br />

poucos.<br />

Vejo pouco hoje as agências <strong>de</strong> propaganda<br />

em matérias no Valor, na Exame, no<br />

Brazil Journal. Talvez você não goste <strong>de</strong> ler<br />

isso, mas isso é um fato.<br />

O dinheiro está no negócio, na estratégia,<br />

no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer um produto e um serviço<br />

ven<strong>de</strong>rem. Eu estou sendo um chato, mas<br />

sou um chato convidado.<br />

Sem apetite para reinventar o negócio,<br />

sem apreço pela administração da agência,<br />

sem Luiz Lara para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a indústria,<br />

não há oxigênio (vulgo dinheiro) para<br />

a criação audaciosa e criativa. Um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> negócio e uma estrutura <strong>de</strong> custos condizentes<br />

com esses tempos, claro, com o<br />

setor retomando o papel <strong>de</strong> estrategista do<br />

cliente.<br />

Os publicitários precisam voltar a serem<br />

vistos no Valor, no Lauro Jardim, no Samor.<br />

É como empresário e fonte que eles<br />

darão condição do negócio da propaganda<br />

ser protagonista no país. Eu não vi gran<strong>de</strong>s<br />

mobilizações da indústria nessa pan<strong>de</strong>mia.<br />

Faltou o Luiz Lara e o Dalton Pastore. Eu sei<br />

que você está dizendo esse cara é um chato,<br />

um mala, mas eu sou chato convidado. Foi<br />

o Armando que me chamou.<br />

Agora, a última chatice.<br />

A propaganda brasileira está a cara <strong>de</strong><br />

Cannes. Falta filme brasileiro como Pergunta<br />

lá no Posto Ipiranga, Bombril e Havaianas.<br />

Sabe aquele que gringo não enten<strong>de</strong>?<br />

Porque isso se chama barreira <strong>de</strong> entrada.<br />

Quando gringo não sabe fazer, ele vai<br />

precisar <strong>de</strong> você. Se você faz filme com a<br />

cara <strong>de</strong>le, ele só nacionaliza o filme.<br />

Eu amo você, jovem redator. Eu fui você.<br />

Eu compartilho do seu sonho.<br />

Por favor siga os meus conselhos e seja<br />

feliz, realizado e próspero como o Marcello<br />

Serpa.<br />

Nizan Guanaes – criador<br />

da N I<strong>de</strong>ias<br />

Divulgação<br />

56 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


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ProPmark 55 aNoS<br />

Paschoal Fabra Neto<br />

“E agora?”<br />

Muito se fala sobre o futuro da nossa<br />

socieda<strong>de</strong> nesses tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia,<br />

alguns dos artigos que leio,<br />

infelizmente, se baseiam na “Achologia”.<br />

Entendo que o amanhã tem infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />

mas o foco aqui não é o futuro, é<br />

o “agora”, e, mais especificamente, o “agora”<br />

na nossa indústria <strong>de</strong> comunicação.<br />

Tentei <strong>de</strong> forma intuitiva e racional tirar<br />

todo o “achismo” que cerca essa discussão,<br />

analisando tendências e sobretudo trabalhando<br />

com fatos.<br />

Algumas perguntas vêm à minha cabeça:<br />

será que nós vamos consumir do mesmo<br />

jeito que consumíamos antes? Será que<br />

precisamos <strong>de</strong> uma estrutura física inchada<br />

com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar como estamos<br />

bem instalados? Será possível ter a mesma<br />

produtivida<strong>de</strong> encontrando um equilíbrio<br />

entre o encontro presencial e o home<br />

office? Será que, como agência, continuaremos<br />

a participar <strong>de</strong> concorrências que são<br />

aviltantes?<br />

Apesar <strong>de</strong> não ter todas as respostas do<br />

que vai ser o pós-crise, me recuso a entrar<br />

no “achismo”, e me baseio nesse curto, mas<br />

potente, período que vivemos trabalhando<br />

<strong>de</strong> casa, consumindo <strong>de</strong> outras maneiras<br />

e criando novos tipos <strong>de</strong> relações. A partir<br />

<strong>de</strong>sses fatos aceleramos o processo <strong>de</strong> mutação<br />

aqui na F&Q Brasil.<br />

Vamos a eles.<br />

Sabemos que, para sobreviver, as empresas<br />

precisam continuar produzindo e as<br />

pessoas continuar consumindo. Fato.<br />

Estamos sendo obrigados a viver o presente<br />

e a reconhecer nossas reais priorida<strong>de</strong>s,<br />

como saú<strong>de</strong>, bem-estar e segurança;<br />

junto aos nossos clientes, colaboradores e,<br />

principalmente, os consumidores das marcas<br />

que trabalhamos.<br />

As empresas que não enten<strong>de</strong>rem essa<br />

lógica ficarão no passado. Não é mais só<br />

sobre ven<strong>de</strong>r, mas se conectar com o consumidor<br />

<strong>de</strong> um modo mais humano e verda<strong>de</strong>iro,<br />

aproveitando seu espaço e reconhecimento<br />

para disseminar informações<br />

que contribuam para a solução <strong>de</strong>sta e das<br />

crises que virão. Fato.<br />

A sustentabilida<strong>de</strong> nunca se fez tão necessária<br />

diante do momento atual. Esse é<br />

um tema que entrou no “mar vermelho”, ou<br />

seja, na vala comum <strong>de</strong> uma fala vaga adotada<br />

por algumas empresas. Temos urgência<br />

que o discurso se torne ação. A indústria<br />

criativa <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r que tem responsabilida<strong>de</strong><br />

social e ambiental, impulsionando<br />

novos meios e tecnologias para facilitar as<br />

relações interpessoais do consumidor. Devemos<br />

criar estratégias que tornem nosso<br />

ambiente seguro, amenizando o medo e a<br />

ansieda<strong>de</strong> a que estamos expostos. Fato.<br />

Estando privados <strong>de</strong> nos locomover em<br />

gran<strong>de</strong>s distâncias, a proximida<strong>de</strong> e a conveniência<br />

se tornarão uma valiosa moeda<br />

<strong>de</strong> troca, estimulando os mercados locais e<br />

os aplicativos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery. Fato.<br />

Baixe aí o CompreAquiApp e me fale se já<br />

não é um novo mundo do bem que começa<br />

a se apresentar.<br />

Sem dúvida, antes da pan<strong>de</strong>mia, já estávamos<br />

vivendo uma mudança dos paradigmas<br />

da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo.<br />

A crise acelerou esse processo, repito, a<br />

crise acelerou esse processo nos forçando a<br />

pensar mais sobre o coletivo do que sobre o<br />

individual. Fato.<br />

Essa velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação dos<br />

i<strong>de</strong>ais das empresas <strong>de</strong>ve encontrar um<br />

propósito para a comunida<strong>de</strong>, comunicando<br />

com o momento presente <strong>de</strong> maneira<br />

verda<strong>de</strong>ira. Essa será a tarefa da indústria<br />

criativa. A partir <strong>de</strong> agora, o bem coletivo<br />

<strong>de</strong>ve ser o centro da comunicação, criando<br />

uma relação <strong>de</strong> consumo mais consciente e<br />

transparente que assegure o bem-estar do<br />

consumidor.<br />

Quanto mais próximos estivermos <strong>de</strong>ssa<br />

sensação <strong>de</strong> segurança novamente, mais<br />

próximos estaremos da retomada <strong>de</strong> crescimento<br />

do mercado.<br />

Em resumo, isto se chama “Fatologia”.<br />

Paschoal Fabra Neto – Partner<br />

e CEO-CCO inovação/tecnologia<br />

da F&Q Brasil-Grupo M&C Saatchi<br />

Divulgação<br />

58 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Em tempos <strong>de</strong><br />

distanciamento,<br />

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ProPmark 55 aNoS<br />

Paulo Pessoa<br />

O momento é <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong><br />

Em poucos dias, fomos surpreendidos<br />

com as notícias da Covid-19 e com<br />

isso “convidados ou forçados” a experienciar<br />

uma nova maneira <strong>de</strong> viver. Um<br />

acontecimento jamais visto e/ou vivido por<br />

essa geração, impactando toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

É natural que momentos <strong>de</strong> transição<br />

gerem insegurança e ansieda<strong>de</strong>, tanto nas<br />

empresas como nas pessoas. Ainda estamos<br />

no processo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como a engrenagem<br />

vai girar e continuamos a testar<br />

novos formatos, linguagens, maneiras.<br />

É esperado que o mundo se transforme e<br />

se torne um lugar ainda mais compartilhado.<br />

Quando olhamos para todos os acontecimentos,<br />

é fácil <strong>de</strong> visualizar o caminho.<br />

O jornalismo e as marcas são os protagonistas<br />

nessa caminhada, mas eles não estão<br />

sozinhos. Só ganham <strong>de</strong>staque ao se posicionar<br />

ao lado <strong>de</strong> ações sociais e individuais<br />

que buscam transformar e informar a socieda<strong>de</strong>.<br />

Nesse sentido, o Estadão está batendo<br />

recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> audiência<br />

em suas várias plataformas, ao informar<br />

sobre a pan<strong>de</strong>mia, seus impactos e repercussões,<br />

mundiais e locais.<br />

O mercado publicitário é o reflexo das<br />

novas <strong>de</strong>scobertas e, assim como a vida,<br />

nunca mais será o mesmo. É preciso se reinventar.<br />

O projeto <strong>de</strong> transformação, que o<br />

Estadão vem <strong>de</strong>senvolvendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017<br />

em todas as áreas, se tornou ainda mais<br />

importante e relevante. O momento é <strong>de</strong><br />

maior proximida<strong>de</strong> com os clientes, <strong>de</strong> profundo<br />

conhecimento dos seus <strong>de</strong>safios e <strong>de</strong><br />

busca incessante pela diferenciação e inovação.<br />

Estando juntos <strong>de</strong>senhando novas<br />

formas <strong>de</strong> comunicar agora, nos permitirá<br />

sair mais fortes e preparados para o novo<br />

“normal” que nos espera.<br />

Paulo Pessoa – Diretor-executivo<br />

comercial no Estadão<br />

Divulugação<br />

Paulo Samia<br />

Mídias digitais sairão fortalecidas<br />

Daqui a mil anos, este momento que<br />

estamos passando será lembrado<br />

como um marco da humanida<strong>de</strong>,<br />

similar a outros acontecimentos que moldaram<br />

a história, como a peste negra, a<br />

gripe espanhola ou as gran<strong>de</strong>s guerras<br />

mundiais. A história do mundo po<strong>de</strong>rá ser<br />

dividida entre antes e <strong>de</strong>pois da epi<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> Covid-19.<br />

Na esfera social, as relações vão mudar<br />

completamente. O jeito “latino” <strong>de</strong> ser do<br />

brasileiro, privilegiando o contato físico,<br />

vai necessariamente ter <strong>de</strong> mudar, e vamos<br />

nos tornar mais cautelosos. Isso <strong>de</strong> certa<br />

forma será o reflexo positivo, pois, na média,<br />

os hábitos sanitários da população vão<br />

melhorar, o que vai inclusive ajudar a diminuir<br />

o risco <strong>de</strong> novas pan<strong>de</strong>mias no futuro.<br />

Na esfera econômica, se sobressairão<br />

aquelas que são mais resilientes e adaptáveis<br />

aos novos hábitos <strong>de</strong> consumo, principalmente<br />

aos canais digitais, pois este período<br />

<strong>de</strong> isolamento social obrigou muitos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios a se reinventarem, e<br />

aqueles que melhor se adaptarem à economia<br />

digital sairão beneficiados.<br />

O mercado publicitário, sem dúvida nenhuma,<br />

também será impactado. Este momento<br />

<strong>de</strong> isolamento social privilegiou a<br />

área <strong>de</strong> mídias digitais, e, sem dúvida nenhuma,<br />

ela sairá fortalecida e mais bem<br />

posicionada. Mas, além disso, as marcas<br />

passarão a priorizar veículos e campanhas<br />

que falem <strong>de</strong> forma mais direta com seu público.<br />

Formatos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content serão<br />

mais valorizados, e a mídia digital, com sua<br />

resposta rápida e direcionada, representará<br />

uma parcela maior da verba publicitária.<br />

Paulo Samia – CEO do UOL<br />

Conteúdo e Serviços<br />

Divulgação<br />

60 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


O melhor jeito <strong>de</strong> homenagear<br />

um dos nossos mais<br />

importantes parceiros?<br />

Anunciando em um dos<br />

mais importantes veículos.<br />

A Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes<br />

parabeniza o Propmark e seu fundador,<br />

Armando Ferrentini, por mais um ano<br />

<strong>de</strong> história. Ao todo, já são 55 anos<br />

ininterruptos cobrindo o mercado <strong>de</strong><br />

comunicação com excelência exemplar.<br />

É uma gran<strong>de</strong> alegria e orgulho po<strong>de</strong>r<br />

contar com a parceria <strong>de</strong> um veículo<br />

<strong>de</strong> tamanha gran<strong>de</strong>za, comandado por<br />

um profissional tão gabaritado e com<br />

uma trajetória que se confun<strong>de</strong> com<br />

a própria história da propaganda brasileira.<br />

Que possamos continuar essa caminhada<br />

juntos por anos e anos para transformar e<br />

fortalecer a nossa indústria da comunicação.


ProPmark 55 aNoS<br />

Pipo Calazans<br />

Coronavírus e novo normal<br />

O<br />

mundo já vinha em um processo <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> transformação, mas a Covid-19<br />

traz uma mudança radical dos<br />

valores e hábitos da socieda<strong>de</strong>.<br />

Do dia para noite, nos isolamos em casa<br />

e fomos obrigados a mudar nossa relação<br />

com o consumo, o trabalho e as pessoas ao<br />

nosso redor.<br />

Estamos entrando na era do “novo normal”<br />

e essas novas necessida<strong>de</strong>s, priorida<strong>de</strong>s<br />

e comportamentos criam novos <strong>de</strong>safios<br />

para as marcas, que passam a ter <strong>de</strong><br />

rever o seu papel em nossas vidas. O propósito<br />

da marca passa a ser mais importante –<br />

e agora colocado à prova – do que nunca. A<br />

narrativa passa a não convencer se não tiver<br />

ação. As marcas continuarão precisando <strong>de</strong><br />

ajuda e <strong>de</strong> muita criativida<strong>de</strong> para serem<br />

relevantes nesse cenário novo e complexo.<br />

E é aqui que eu vejo o maior <strong>de</strong>safio e oportunida<strong>de</strong><br />

para as agências.<br />

Além do <strong>de</strong>safio financeiro que enfrentaremos<br />

no curto prazo, fruto da crise que<br />

nos espera na próxima esquina, precisamos<br />

rever a nossa atuação. Precisamos romper<br />

Poliana Sousa<br />

Estamos nessa juntos<br />

com o mo<strong>de</strong>lo que nos trouxe até aqui.<br />

O que funcionava até ontem, hoje já não<br />

funciona mais. E mudar requer coragem.<br />

Coragem para quebrar o retrovisor e olhar<br />

pra frente. Coragem para errar, apren<strong>de</strong>r,<br />

errar outros erros e reapren<strong>de</strong>r novamente.<br />

Coragem para não ter a solução na ponta<br />

da língua, mas para se conectar com quem<br />

po<strong>de</strong> ajudar a resolver. Coragem pra ser<br />

vulnerável, mas obcecado por mover-se.<br />

E rápido.<br />

O novo normal será um ambiente que,<br />

embora diferente do passado, não é menos<br />

rico em possibilida<strong>de</strong>s para quem tiver apetite<br />

<strong>de</strong> mudança.<br />

O<br />

mundo está em transformação e as<br />

pessoas são agentes diretos nesse<br />

movimento. O isolamento social nos<br />

impulsiona à adaptação e isso se reflete<br />

no comportamento humano. Percebemos<br />

que fazemos muitas coisas que não conseguíamos<br />

antes por falta <strong>de</strong> tempo ou oportunida<strong>de</strong>.<br />

Pessoas que po<strong>de</strong>m estar em home office<br />

<strong>de</strong>scobriram que dá para gastar menos tempo<br />

em <strong>de</strong>slocamento e conviver mais com<br />

a família. O mesmo com os aprendizados a<br />

distância. Será que as coisas voltarão a ser<br />

como antes? Improvável. Por mais difícil<br />

que seja, estamos nos adaptando a um cenário<br />

em constante mudança.<br />

Ninguém sabe como será o amanhã. Viveremos<br />

um novo tempo pautado no que<br />

estamos apren<strong>de</strong>ndo agora. Teremos <strong>de</strong><br />

nos acostumar a replanejar. Vamos precisar<br />

testar, avaliar, apren<strong>de</strong>r, e não mais esperar<br />

acontecer. Este seria o maior erro que po<strong>de</strong>ríamos<br />

cometer - como profissionais <strong>de</strong><br />

marketing e também como pessoas. O valor<br />

que acredito que <strong>de</strong>veremos ter é o <strong>de</strong><br />

abrir novos caminhos, acelerar as formas <strong>de</strong><br />

como vamos apren<strong>de</strong>r e ajustar a construção<br />

<strong>de</strong> nossas jornadas. Se isso já era evi<strong>de</strong>nte<br />

no pós-internet, a vida <strong>de</strong>pois da Covid-19<br />

traz essa <strong>de</strong>manda para quem quer<br />

performar.<br />

Isso é uma forma <strong>de</strong> vermos as marcas<br />

também. Muitas estão tomando atitu<strong>de</strong>s<br />

brilhantes, com novas maneiras <strong>de</strong> se conectar<br />

e, mesmo diante da crise, continuam<br />

gerando engajamento. Na Coca-Cola vamos<br />

manter esse nível <strong>de</strong> conexão, aumentando<br />

a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empatia. Precisamos acreditar<br />

que vamos, juntos, passar por essa crise e<br />

sair mais fortes e unidos do que entramos.<br />

Poliana Sousa – Vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> marketing da Coca-Cola Brasil<br />

Pipo Calazans – copresi<strong>de</strong>nte<br />

e CEO (chief executive officer)<br />

da SunsetDDB<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

62 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


ProPmark 55 aNoS<br />

Priscila Stoliar<br />

Caíram as máscaras.<br />

Resta saber quais voltarão<br />

Fiz uma reflexão para além dos <strong>de</strong>safios<br />

que esta pan<strong>de</strong>mia nos colocou. Sim,<br />

nunca estivemos tão vulneráveis, e<br />

esta condição acabou nos <strong>de</strong>ixando também<br />

mais livres, mesmo que trancados em<br />

nossos lares, para exercermos e mostrarmos<br />

o nosso lado mais humano, genuíno e flexível.<br />

Aquela frase clichê <strong>de</strong> Alwin Toffler: “...<br />

apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>sapren<strong>de</strong>r e reapren<strong>de</strong>r” – eu<br />

ainda acrescentaria: “em tão pouco tempo”<br />

– nunca fez tanto sentido.<br />

Ao mesmo tempo que a máscara virou o<br />

símbolo <strong>de</strong> proteção humana neste momento,<br />

também <strong>de</strong>ixamos “cair” inúmeras <strong>de</strong>las<br />

que nos protegiam antes da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Estava, esses dias, brincando com a equipe<br />

perguntando se eles ainda estavam me<br />

reconhecendo. Quase morena – sim, com<br />

cinco <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> raiz –, sem nada <strong>de</strong> maquiagem,<br />

muitas vezes <strong>de</strong> moleton e, nessa última<br />

reunião, usando boné – isso mesmo,<br />

boné. Afinal, quem nunca malhou, ficou<br />

com o cabelo daquele jeito e foi chamado<br />

para um call antes do horário combinado?<br />

De maridos atravessando <strong>de</strong> cueca no fundo<br />

da sala, a filhos gritando: “Manhê, já<br />

acabei, po<strong>de</strong> vir me limpar”, nesses quase<br />

dois meses confinados eu passei a conhecer<br />

muito mais a minha equipe – e eles a mim<br />

– do que todos esses anos que estivemos<br />

juntos, “ao vivo”. E, confesso, a vida como<br />

ela é, sem máscaras, é muito interessante.<br />

Mas tenho constantemente me perguntado:<br />

quais máscaras vão voltar após tudo isso realmente<br />

passar?<br />

É surpreen<strong>de</strong>nte ver, através dos resultados<br />

<strong>de</strong> pesquisas recentes, que, mesmo<br />

nesse momento tão atípico, consumidores<br />

esperam atuação das marcas, ou seja, eles<br />

querem saber o que as marcas estão fazendo,<br />

como estão agindo e o que têm para falar<br />

<strong>de</strong>sse momento. Só que, mais do que nunca,<br />

as marcas precisarão gerar uma transformação<br />

real na socieda<strong>de</strong>, e sobreviverão aquelas<br />

que conseguirem transmitir valores que<br />

se conectem com os anseios das pessoas.<br />

Estamos assistindo ao tão falado marketing<br />

social – que já quase virou uma moda entre<br />

as marcas – ser colocado em “xeque” se<br />

utilizado <strong>de</strong> maneira oportunista. Definitivamente,<br />

as marcas mais humanas – <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

– serão valorizadas e sairão mais fortes<br />

<strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia.<br />

E foi <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta lógica que passamos a<br />

expressar a real essência do nosso negócio,<br />

contribuindo com o que <strong>de</strong> fato faz parte do<br />

território <strong>de</strong> cada marca, seja entretendo,<br />

passando informação, ensinando, abrindo<br />

uma linha <strong>de</strong> produção, um canal <strong>de</strong> doação,<br />

alavancando o voluntariado, homenageando<br />

e incentivando quem está na linha<br />

<strong>de</strong> frente da pan<strong>de</strong>mia, enfim, extrapolando<br />

a nossa criativida<strong>de</strong> e mantendo a mente<br />

aberta para contribuir <strong>de</strong> uma maneira real.<br />

Parece até que apertamos ao mesmo tempo<br />

um botão <strong>de</strong> “pause”, <strong>de</strong>ixando metas e<br />

projeções <strong>de</strong> lado, e outro <strong>de</strong> forward, acelerando<br />

nosso agir em várias frentes e criando<br />

novos hábitos. E, à medida que novos<br />

hábitos se formam, experiências antigas se<br />

transformarão. A pan<strong>de</strong>mia está sendo uma<br />

verda<strong>de</strong>ira escola, e é em tempos <strong>de</strong> crises e<br />

<strong>de</strong>safios que gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias aparecem.<br />

Testamos novos mo<strong>de</strong>los, experimentamos<br />

o que “tinha para hoje”, abrimos a<br />

câmera para os nossos lares, <strong>de</strong>ixamos as<br />

superproduções <strong>de</strong> lado, unimos força com<br />

“concorrentes”, tiramos do papel i<strong>de</strong>ias que<br />

talvez levariam meses para serem aprovadas,<br />

forçamos uma transformação digital<br />

(pois sem ela ficaríamos paralisados) e<br />

Priscila Stoliar – Head <strong>de</strong><br />

marketing do SBT<br />

Divulgação<br />

realmente enten<strong>de</strong>mos que sem ciência,<br />

educação e informação séria a humanida<strong>de</strong><br />

não sai do lugar, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />

fatores econômicos. Mas e aí, quando tudo<br />

voltar ao normal, o que vai ser? Não tenho<br />

i<strong>de</strong>ia, mas, com certeza, como diz Lulu Santos:<br />

“nada do que foi será <strong>de</strong> novo do jeito<br />

que já foi um dia”. Acredito que vamos viver<br />

um “novo normal”, e certamente isso vale<br />

também para a indústria da comunicação.<br />

Uma coisa é certa nesse cenário <strong>de</strong> incertezas:<br />

vamos sair diferentes quando tudo isso<br />

acabar.<br />

O meu <strong>de</strong>sejo é que a gente restaure o<br />

que é preciso e consoli<strong>de</strong> os novos aprendizados.<br />

Se fizermos direito, essa será a<br />

verda<strong>de</strong>ira revolução do nosso século. Que<br />

a gente realmente entenda, como disse o<br />

autor Yuval Harari em entrevista recente,<br />

que “nesta crise nosso maior inimigo não é<br />

o vírus, é o nosso ódio, a nossa ganância e<br />

ignorância”.<br />

64 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


2M<br />

Propmark, parabÉns pelos 55 anos.<br />

De longe, uma homenagem dos amigos da F&Q BRASIL.


pRopmaRk 55 aNoS<br />

Rafael Davini<br />

Tudo que é novo requer ajustes<br />

Há muito mais incertezas do que afirmações<br />

para o que enfrentaremos<br />

à nossa frente. Esta pan<strong>de</strong>mia trará<br />

mudanças drásticas na maneira como<br />

interagimos, trabalhamos, socializamos.<br />

Tem ficado muito claro na intensida<strong>de</strong> que<br />

todos nós estamos trabalhando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

o afastamento social foi <strong>de</strong>cretado, bem<br />

como na maneira que os processos estão<br />

se adaptando a uma realida<strong>de</strong> distinta<br />

àquela que havíamos visto em nossa existência.<br />

Vivemos um regime <strong>de</strong> guerra, <strong>de</strong><br />

fato mundial, com inimigo único que colocou<br />

o mundo <strong>de</strong> joelhos. Isso jamais foi<br />

visto na história, a mesma que vai contar<br />

<strong>de</strong> maneira exemplar tudo pelo que estamos<br />

passando e sinceramente espero que<br />

sirva <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aprendizado para gerações<br />

que virão.<br />

As marcas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu respectivo papel<br />

na socieda<strong>de</strong>, estão reagindo com uma<br />

velocida<strong>de</strong> jamais vista no passado, pois a<br />

sobrevivência <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente<br />

da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adaptar a uma situação<br />

não encontrada em nenhum livro ou manual<br />

<strong>de</strong> melhores condutas. Ao contrário,<br />

as novas condutas estão sendo construídas<br />

em pleno andamento da crise, o que dificulta<br />

ainda mais a expectativa <strong>de</strong> melhora<br />

a curto prazo, pois tudo que é novo requer<br />

ajustes, os ajustes <strong>de</strong>mandam tempo, esse<br />

justamente é o que não temos encontrado.<br />

O mercado <strong>de</strong> propaganda, que já vem<br />

se digladiando na busca <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

negócio sustentável, po<strong>de</strong>, ao meu ver, ganhar<br />

vida, trazendo à tona discussões <strong>de</strong><br />

caminhos para a ativida<strong>de</strong> ser vibrante para<br />

todas as partes envolvidas, construindo valores<br />

e resultados, quase que um recomeço.<br />

Tenho um ensinamento na vida que é dizer<br />

das oportunida<strong>de</strong>s que sempre trazem<br />

oportunida<strong>de</strong>s em crises, pois o diálogo<br />

aberto e sincero na busca <strong>de</strong> encontrar uma<br />

solução factível para os envolvidos é a priorida<strong>de</strong><br />

comum. Creio que isso ocorrerá com<br />

a nossa indústria no período que passamos<br />

agora e no pós.<br />

Rafael Davini – Vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

comercial da Exame<br />

Divulgação<br />

Ricardo Dias<br />

Mudança asap<br />

Fomos pegos <strong>de</strong> surpresa. A verda<strong>de</strong> é<br />

que o mundo inteiro está apren<strong>de</strong>ndo<br />

a lidar com essa nova realida<strong>de</strong><br />

para a qual nenhum <strong>de</strong> nós estava preparado.<br />

Diante <strong>de</strong>ste novo cenário, tivemos<br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e reapren<strong>de</strong>r muitas coisas.<br />

Marcas se <strong>de</strong>pararam com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

o seu papel na socieda<strong>de</strong>, enquanto<br />

consumidores passaram a se adaptar a novos<br />

hábitos.<br />

Ainda é cedo para falar sobre aprendizados,<br />

mas acredito que a colaboração e a agilida<strong>de</strong><br />

são a chave para a solução. Essa será<br />

a gran<strong>de</strong> lição que a pan<strong>de</strong>mia vai nos trazer<br />

enquanto socieda<strong>de</strong>. Tenho convicção<br />

que vamos sair <strong>de</strong>ssa crise muito melhores,<br />

com uma nova percepção sobre o mundo e<br />

as nossas relações comerciais e sociais.<br />

Diante <strong>de</strong> tantas incertezas, a crise acelerou<br />

as mudanças nos negócios. Os squads,<br />

com times multifuncionais, se tornaram<br />

uma realida<strong>de</strong> imediata e assumir riscos<br />

na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões hoje é mais do que<br />

uma necessida<strong>de</strong>. A ousadia e o erro nunca<br />

foram tão abraçados pelas companhias. Estamos<br />

vulneráveis e esse é o momento <strong>de</strong><br />

acolher aqueles que se arriscam.<br />

Na comunicação, precisamos interagir<br />

com as novas ferramentas <strong>de</strong> forma criativa<br />

e inovadora. Temos <strong>de</strong> propor novas experiências<br />

que atendam às necessida<strong>de</strong>s dos<br />

consumidores e ressignificar o nosso papel,<br />

nosso compromisso com a socieda<strong>de</strong>.<br />

É um momento <strong>de</strong> reflexão, autocrítica<br />

e responsabilida<strong>de</strong>. Temos <strong>de</strong> dar luz a<br />

temas importantes e colocar em prática<br />

i<strong>de</strong>ias que realmente façam a diferença.<br />

Porque, quando tudo isso passar, ainda restará<br />

o propósito, a razão <strong>de</strong> existir, não só<br />

das marcas como também da socieda<strong>de</strong>. E<br />

eu acredito que seremos melhores profissionais,<br />

apresentando propostas cada vez<br />

mais orgânicas e intrínsecas à socieda<strong>de</strong>,<br />

que por sua vez também estará diferente e<br />

mais evoluída.<br />

Ricardo Dias – Vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> marketing da Ambev<br />

Divulgação<br />

66 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


HOJE VAMOS TIRAR A MÁSCARA<br />

SÓ UM MINUTINHO PARA ASSOPRAR AS VELINHAS.<br />

>> Parabéns pra você, Propmark!


propmark 55 aNoS<br />

Rodolfo Medina<br />

A reinvenção seguirá<br />

O<br />

mundo já está diferente e, logicamente,<br />

o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />

também. Esse momento está trazendo<br />

muitos aprendizados para todos,<br />

incluindo o modo <strong>de</strong> trabalhar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

processo até a entrega, passando pelos novos<br />

canais e novas maneiras <strong>de</strong> impactar o<br />

público.<br />

As marcas estão, cada vez mais, reinventando<br />

os seus papéis com um olhar mais<br />

empático, e com atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cunho social.<br />

Um caminho que já era possível <strong>de</strong> observar,<br />

mas que ganhou uma otimização neste<br />

novo cenário.<br />

A reinvenção dos negócios, que também<br />

já era uma realida<strong>de</strong>, passa a ganhar uma<br />

agilida<strong>de</strong> sem prece<strong>de</strong>ntes e faz com que as<br />

agências ganhem ainda mais relevância na<br />

relação com seus clientes, afinal, algo que<br />

nunca vai mudar é a força <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia po<strong>de</strong>rosa<br />

no centro <strong>de</strong> qualquer estratégia.<br />

I<strong>de</strong>ias que impactem positivamente a<br />

vida das pessoas e <strong>de</strong>ixem legado <strong>de</strong> transformação<br />

social. A reinvenção seguirá conforme<br />

os novos hábitos se manifestarem.<br />

Como tudo é novo, vamos <strong>de</strong>scobrir juntos,<br />

usando os dados e a criativida<strong>de</strong> como a<br />

melhor forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbravar este cenário<br />

que vive em constante transformação.<br />

rodolfo medina – presi<strong>de</strong>nte<br />

e CEO do Grupo Artplan<br />

Divulgação<br />

Sergio Gordilho<br />

Segunda chance<br />

Quarentena sempre significou isolamento.<br />

Mas o conceito <strong>de</strong> isolamento<br />

não prevalece na era da digitalização.<br />

Estamos <strong>de</strong> quarentena, mas<br />

seguimos juntos graças às plataformas <strong>de</strong><br />

comunicação, que não param <strong>de</strong> evoluir. E<br />

juntos, digitalmente, estamos re<strong>de</strong>scobrindo<br />

o real valor do nosso trabalho.<br />

Os times das agências seguem mais<br />

próximos do que nunca, mas <strong>de</strong> formas<br />

diferentes. E esse diferente está fazendo<br />

a maior diferença. Há muito falamos da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar a nossa indústria.<br />

E, justiça seja feita, mudanças estavam<br />

em curso, mas talvez mais pela pressão <strong>de</strong><br />

fora do que <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro. Talvez mais lentamente<br />

do que a necessida<strong>de</strong> do mercado,<br />

do mundo.<br />

Não mais. Em poucas semanas <strong>de</strong> quarentena,<br />

estamos reapren<strong>de</strong>ndo a trabalhar,<br />

a criar, a entregar.<br />

O tremendo sucesso da nossa reputação<br />

criativa foi construído sob os alicerces da<br />

observação, da inspiração, da intuição e<br />

do mais puro suor do talento humano <strong>de</strong><br />

tantos gran<strong>de</strong>s criadores premiados, admirados<br />

e cobiçados pelo mundo. Nossa<br />

propaganda apren<strong>de</strong>u a entregar valor aos<br />

clientes e às marcas e era bem remunerada<br />

por esse trabalho fundamental. Um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> negócios que funcionava como uma máquina<br />

muito bem calibrada. Mas esquecemos<br />

que toda máquina, mesmo a criativa,<br />

precisa, <strong>de</strong> tempos em tempos, <strong>de</strong> atualizações<br />

e upgra<strong>de</strong>s.<br />

Este é o nosso dilema. Nossa indústria,<br />

até então uma máquina eficiente, foi ficando<br />

fria, repetitiva e acomodada. Quando<br />

todos sabemos que a força da nossa criativida<strong>de</strong><br />

necessita do impacto do frescor da<br />

originalida<strong>de</strong>.<br />

A evolução da comunicação já estava implodindo<br />

o mo<strong>de</strong>lo, mas essa terrível pan<strong>de</strong>mia<br />

acelerou o processo. E, por mais dolorosa<br />

que ela seja, é possível ver que toda<br />

essa <strong>de</strong>struição causada pelo vírus po<strong>de</strong>, no<br />

nosso setor, pavimentar <strong>de</strong> vez o caminho<br />

que já estávamos tentativamente trilhando.<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios estão sendo finalmente<br />

revistos em profundida<strong>de</strong>. Mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> trabalho também. O que não muda é a<br />

necessida<strong>de</strong> perene e atemporal <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>.<br />

E isso nós temos <strong>de</strong> sobra.<br />

Fora do ambiente físico da agência, mas<br />

totalmente <strong>de</strong>ntro do ambiente criativo e<br />

produtivo da agência, já conseguimos, cada<br />

um da sua tela, enxergar melhor os erros<br />

daquele mo<strong>de</strong>lo antigo. E os acertos também.<br />

Não existe caminho fácil. Existe caminho<br />

certo. E é certo que temos a chance <strong>de</strong><br />

acertar <strong>de</strong> novo. Temos a chance <strong>de</strong> voltar a<br />

sermos próximos, protagonistas, provocativos<br />

e ficarmos ainda mais produtivos.<br />

Assim, dos sombrios legados <strong>de</strong>ssa terrível<br />

pan<strong>de</strong>mia que abate a humanida<strong>de</strong>,<br />

Sergio Gordilho – Copresi<strong>de</strong>nte<br />

e CCO da Africa<br />

Divulgação<br />

pelo menos ela po<strong>de</strong> ter nos dado uma segunda<br />

chance. De voltarmos mais solidários,<br />

mais humanos. E, no nosso admirável<br />

mundo da propaganda, <strong>de</strong> entrarmos numa<br />

nova era <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>.<br />

68 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


prOpmark 55 aNOS<br />

Walter Zagari<br />

Agentes <strong>de</strong> um mundo melhor<br />

O<br />

mundo está <strong>de</strong> mudança! E qual o<br />

nosso papel nesse contexto? De reinvenção<br />

e <strong>de</strong> rea<strong>de</strong>quação aos novos<br />

tempos, seja em nossa vida pessoal ou<br />

profissional. De acordo com a história da<br />

humanida<strong>de</strong>, mudanças que levariam décadas<br />

ou anos para serem implementadas<br />

estão sendo a nós impostas numa velocida<strong>de</strong><br />

sem prece<strong>de</strong>ntes.<br />

Essa realida<strong>de</strong> nos faz repensar e nos impõe<br />

novas atitu<strong>de</strong>s, novos formatos <strong>de</strong> vida,<br />

novas formas <strong>de</strong> relacionamento e a adoção<br />

<strong>de</strong> novos princípios e valores. E, nesse<br />

contexto, qual é o papel das organizações,<br />

dos consumidores, do mercado <strong>de</strong> comunicação<br />

e do governo? Os cidadãos, também<br />

consumidores, serão muito mais exigentes<br />

em relação à qualida<strong>de</strong> e à transparência <strong>de</strong><br />

tudo o que fará parte <strong>de</strong> suas vidas e ao impacto<br />

que terão no meio ambiente.<br />

Seja no consumo <strong>de</strong> uma informação,<br />

na aquisição <strong>de</strong> um produto ou serviço, da<br />

forma como serão impactados por uma propaganda<br />

ou então pela forma como serão<br />

governados. Após proximadamente quatro<br />

meses <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, vale uma retrospectiva<br />

dos nossos valores: somos os mesmos? O<br />

que mudamos? O que buscamos? Ficamos<br />

mais seletivos? Nos preocupamos mais com<br />

o próximo? Estamos preparados para encarar<br />

situações semelhantes a essa? São questões<br />

que nós, humanos, fazemos para testar<br />

o nosso nível <strong>de</strong> amadurecimento.<br />

Essa mesma reflexão vale para os diversos<br />

setores da economia. O que <strong>de</strong>verá ser<br />

feito pelas máquinas pública e privada para<br />

termos uma socieda<strong>de</strong> consciente, menos<br />

vulnerável e preparada para lidar com situações<br />

<strong>de</strong>sconhecidas? Que esse momento<br />

nos sirva <strong>de</strong> aprendizado e nos permita sermos<br />

agentes <strong>de</strong> um mundo melhor, preparados<br />

para lidar com adversida<strong>de</strong>s.<br />

Walter Zagari – vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

comercial do Grupo Record<br />

Divulgação<br />

Washington Olivetto<br />

As semanas <strong>de</strong> três dias<br />

A<br />

tragédia do coronavírus inventou a<br />

semana <strong>de</strong> três dias: ontem, hoje e<br />

amanhã. Nessas semanas mais curtas<br />

e mais tensas, fiz muitas coisas aqui<br />

em Londres. Cozinhei, lavei, passei. Bebi<br />

vinho, li muitos livros, me irritei com as<br />

notícias sobre a política brasileira, assisti<br />

diversos filmes e me emocionei com os documentários<br />

Quincy, sobre o Quincy Jones,<br />

e Birth of The Cool, sobre o Miles Davis.<br />

Escrevi coisas que não sei se vão servir<br />

para alguma coisa algum dia e criei podcasts<br />

que pretendo gravar até <strong>de</strong>zembro, se<br />

o mundo continuar existindo.<br />

Fora isso tudo, atendi a diversas solicitações<br />

da mídia brasileira. Dei entrevistas<br />

para o Fernando Scheller, do Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong><br />

Economia do Estadão; para Bruna Calmon,<br />

do Reclame; gravei o Provoca, da TV Cultura,<br />

com o Marcelo Tas; escrevi um artigo a<br />

pedido das meninas do Clube <strong>de</strong> Criação<br />

que acabou sendo reproduzido também no<br />

Brazil Journal, do Geraldo Samor; fiz uma<br />

live no Glamurama, da Joyce Pascowitch;<br />

respondi perguntas do Paulo Bonfá para<br />

o talk show Totalmente Excelente, não fugi<br />

das questões do Renato Pezzotti, do UOL,<br />

e do Paulo Macedo, do PROPMARK; discuti<br />

os efeitos dos adiamentos da final da Champions<br />

League, em Istambul; e das Olimpíadas<br />

<strong>de</strong> Tóquio, com o Lucas Bonini; e falei<br />

para o programa Empresários <strong>de</strong> Sucesso, da<br />

BandNews.<br />

Em todos esses momentos, convivi com<br />

uma mesma pergunta: o que vai acontecer<br />

com a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois da Covid-19?<br />

Procurei respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> acordo com a linguagem<br />

e as características <strong>de</strong> cada veículo.<br />

Acho que me saí bem. Mas existe algo que<br />

eu não contei pra ninguém anteriormente,<br />

mas conto para vocês agora.<br />

Nesses dias <strong>de</strong> quarentena, troquei i<strong>de</strong>ias<br />

por telefone com amigos que dirigem agências<br />

na Inglaterra e em outros países da Europa,<br />

e todos me disseram a mesma coisa.<br />

As agências tiveram muito trabalho nesse<br />

período, mas os clientes só quiseram falar<br />

com quem manda. Nada <strong>de</strong> segundos<br />

escalões. E a maioria dos clientes preferiu<br />

ser atendida pelos criativos.<br />

As conclusões que chegamos nessas conversas<br />

foram que, <strong>de</strong>pois do coronavírus, as<br />

agências vão diminuir <strong>de</strong> tamanho.<br />

Tanto no número <strong>de</strong> pessoas, quanto no<br />

espaço físico, porque os gran<strong>de</strong>s escritórios<br />

vão per<strong>de</strong>r a razão <strong>de</strong> ser, com as agências<br />

tendo menos gente contratada e mais gente<br />

trabalhando em casa.<br />

Washington Olivetto – direto<br />

<strong>de</strong> Londres<br />

Divulgação<br />

Por outro lado, dois tipos <strong>de</strong> profissionais<br />

saem valorizados <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia: os<br />

profissionais <strong>de</strong> criação e os profissionais<br />

<strong>de</strong> finanças.<br />

A razão é óbvia: os acionistas das agências<br />

vão fingir que o ano <strong>de</strong> <strong>2020</strong> não existiu,<br />

mas, em 2021, vão querer resultados.<br />

Coisa que só quem sabe criar o produto final<br />

e controlar o dinheiro é capaz <strong>de</strong> fazer.<br />

70 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Reinaldo Sordi<br />

Quem abraça a<br />

amiza<strong>de</strong>, acha a<br />

felicida<strong>de</strong><br />

Armando,<br />

a nossa homenagem aos 55 anos do Propmark<br />

Todo Mundo Precisa <strong>de</strong> Um Amigo,<br />

Vem cá, olha prá mim<br />

Que eu tenho por você a maior<br />

simpatia<br />

Vem cá, olha prá mim<br />

E acen<strong>de</strong> um sorriso na fisionomia<br />

Vem cá, eu te ensino a caminhar<br />

Prá ver sua vida melhorar<br />

Vem cá, junto <strong>de</strong> mim<br />

Presta muita atenção nisto que<br />

eu te digo<br />

Todo mundo precisa <strong>de</strong> um<br />

amigo<br />

Vem cá, olha prá mim<br />

Vem levar no peito a canção que<br />

eu estou cantando<br />

Vem cá, perto <strong>de</strong> mim<br />

Você vai notar que tudo já tá<br />

melhorando<br />

Vem cá, voa com os pés no chão<br />

Que eu quero alegrar seu coração<br />

Por isso volta a emoção<br />

E canta este refrão<br />

Todo mundo precisa <strong>de</strong> um<br />

amigo<br />

Quem abraça a amiza<strong>de</strong><br />

Acha a felicida<strong>de</strong><br />

Encontra o melhor <strong>de</strong>sta vida<br />

afastando o perigo<br />

Todo mundo precisa <strong>de</strong> um<br />

amigo<br />

Zé Rodrix<br />

Letra da música “Todo Mundo Precisa <strong>de</strong> Um Amigo”, criada pelo Zé Rodrix para o Clube dos 100 Amigos em 1998<br />

Alberto Niccoli<br />

Alceu Gandini<br />

Alfredo Luis dos Santos<br />

Álvaro Almeida<br />

Angelo Franzão<br />

Antoninho Rossini<br />

Antonio Calil Cury<br />

Antonio Toledano<br />

Armando Ferrentini<br />

Caio Barsotti<br />

Carlos Alberto Nanô<br />

Cicero Azevedo<br />

Cláudio Pereira<br />

Cláudio Santos<br />

Cláudio Venâncio<br />

Edney Narchi<br />

Eduardo Aidar<br />

Enio Vergeiro<br />

Francisco Carlos Marin<br />

Geraldo Leite<br />

Hiran Castelo Branco<br />

Ivan Marques<br />

João <strong>de</strong> Simoni<br />

José Alves<br />

José Carlos <strong>de</strong> Salles Neto<br />

José Francisco Queiroz<br />

José Luis Franchini<br />

José Mauricio Pires Alves<br />

Julio Cesar Ferreira<br />

Loy Barjas<br />

Luiz Casali<br />

Luiz Fernando Rios<br />

Luiz Lara<br />

Nelson Gomes<br />

Octavio Florisbal<br />

Orlando Marques<br />

Oscar Colucci<br />

Oscar Mattos<br />

Otto <strong>de</strong> Barros Vidal Jr<br />

Paulo Chueiri<br />

Paulo Gomes<br />

Paulo Gregoraci<br />

Persio Pisani<br />

Rafael Davini<br />

Renato Pereira<br />

Ricardo Côrte Real<br />

Sergio Dantino<br />

Silvio Fernan<strong>de</strong>s<br />

Toninho Izidoro<br />

Toninho Rosa<br />

Wagner Yoshihara


ProPMArk 55 ANoS<br />

Câmara <strong>de</strong> SP homenageará Armando<br />

Ferrentini com a Medalha Anchieta<br />

A<br />

comemoração dos 55 anos <strong>de</strong> existência do PROP-<br />

MARK é motivo <strong>de</strong> muita festivida<strong>de</strong>! Afinal, a ativida<strong>de</strong><br />

publicitária integra a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> crescimento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento dos países <strong>de</strong> livre mercado. O<br />

que seria das indústrias e empresas sem canais para<br />

comunicar e divulgar o fruto dos seus esforços? Trata-se<br />

<strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>-meio, que opera como um elo promovendo<br />

e facilitando a comercialização <strong>de</strong> produtos e serviços. E mais, em<br />

todos os sentidos: aproximando famílias na realização dos seus<br />

sonhos <strong>de</strong> consumo. O PROPMARK nasceu para cumprir a função<br />

<strong>de</strong> projetar o relacionamento<br />

entre anunciantes, agências<br />

<strong>de</strong> propaganda, veículos <strong>de</strong><br />

comunicação, fornecedores e<br />

profissionais das diversas ativida<strong>de</strong>s<br />

do setor. Esse veículo,<br />

que agora comemora 55 anos,<br />

é fruto <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>alista combativo<br />

e ferrenho <strong>de</strong>fensor das<br />

relações entre a indústria da<br />

comunicação junto ao mercado<br />

consumidor. Advogado,<br />

publicitário e jornalista, Armando<br />

Ferrentini está sempre<br />

pronto para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as causas<br />

justas do setor.<br />

Foi <strong>de</strong>le a iniciativa pioneira<br />

<strong>de</strong> criar a coluna semanal, no<br />

Diário Popular, que se transformou<br />

no nosso PROPMARK,<br />

com vida própria. Armando<br />

venceu obstáculos e se dispôs<br />

a continuar batalhando para<br />

que a comunicação recebesse<br />

respeito e credibilida<strong>de</strong>. É<br />

por causa <strong>de</strong>ssa trajetória <strong>de</strong><br />

trabalho e realizações que Ferrentini,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado,<br />

já vinha sendo cogitado para<br />

receber a Medalha Anchieta,<br />

láurea oferecida pela Câmara<br />

Municipal para os filhos ilustres<br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Esta é uma edição especial<br />

comemorativa dos 55 anos do<br />

PROPMARK. Nas suas páginas<br />

o tema está narrado com<br />

precisão, dada a qualida<strong>de</strong><br />

editorial <strong>de</strong>ste semanário.<br />

Mas, como jornalista e ex-<br />

-diretor <strong>de</strong> redação do então Asterisco e mais tar<strong>de</strong> Propaganda<br />

& Marketing, circulando junto com a Gazeta Esportiva e <strong>de</strong>pois<br />

na Folha da Tar<strong>de</strong>, permito-me registrar lembranças e fatos sobre<br />

a figura <strong>de</strong> Armando Ferrentini. Aliás, tenho a impressão que<br />

posso até ser redundante porque nesta edição há manifestações<br />

<strong>de</strong> nomes importantes do mundo da comunicação sobre Ferrentini,<br />

com mais pertinência do que eu. A única diferença é que,<br />

ao longo <strong>de</strong> quatro décadas ou mais, tivemos uma convivência<br />

<strong>de</strong> cama e mesa. Cama, porque dormíamos pouco e trabalhávamos<br />

muito. Mesa, porque na <strong>de</strong>le se discutiam pautas, apuravam<br />

Antoninho Rossini, especial para o pRopmARk<br />

Armando Ferrentini, fundador do PROPMARK há 55 anos, dirige o jornal até os dias <strong>de</strong> hoje<br />

-se informações do mercado e planejava-se cada nova edição, semanalmente.<br />

Era tarefa <strong>de</strong> leão (o meu signo). A título <strong>de</strong> registro<br />

e confissão seguem apenas alguns exemplos <strong>de</strong>ssa tarefa: o atual<br />

governador João Doria, também ele profissional <strong>de</strong> marketing e<br />

jornalista, residia na Itália nos idos dos anos <strong>de</strong> 1970 e escrevia<br />

para o semanário. Sua coluna era uma das últimas a serem recebidas<br />

na redação e sempre problemáticas porque chegavam via<br />

telex (imagina só!) e com falhas datilográficas porque o teclado<br />

da máquina italiana tinha algumas incompatibilida<strong>de</strong>s com o do<br />

Brasil – as dúvidas eram esclarecidas via telefone, mesmo consi<strong>de</strong>rando-se<br />

o fuso horário.<br />

Outro exemplo: preparar a coluna<br />

do genial Carlito Maia, da<br />

inesquecível Agência Magaldi,<br />

Maia & Prosperi, era outra<br />

proeza a ser enfrentada regularmente.<br />

As i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Carlito<br />

Maia eram brilhantes, só que<br />

<strong>de</strong>mandava atenção redobrada<br />

para enten<strong>de</strong>r e retratar<br />

fielmente seu pensamento<br />

transformado em linhas impressas.<br />

Outra questão emblemática<br />

era a presença na<br />

redação, no 46º minuto do<br />

segundo tempo do fechamento<br />

da edição, <strong>de</strong> Oswaldo Castilho<br />

(já falecido). Na época,<br />

como diretor comercial, sua<br />

presença às sextas-feiras à<br />

noite na redação era indício<br />

<strong>de</strong> alguma emergência. Po<strong>de</strong>ria<br />

indicar que um anúncio<br />

entraria, ou, que algum “cairia”<br />

da edição em fechamento.<br />

Isso significava reformatar páginas<br />

inteiras... Nessas horas<br />

me estressava e fazia sentido.<br />

Eu, recém-saído da função <strong>de</strong><br />

repórter <strong>de</strong> polícia, fui cuidar<br />

<strong>de</strong> propaganda e marketing.<br />

No início não soava bem, mais<br />

para mim do que para o Armando,<br />

que insistia para que<br />

todos os meus cacoetes como<br />

sons <strong>de</strong> sirenas <strong>de</strong> viaturas<br />

policiais e <strong>de</strong> ambulâncias,<br />

tiroteios e entreveros <strong>de</strong> rua<br />

fossem <strong>de</strong>letados <strong>de</strong> vez da<br />

minha atenção. Havia época<br />

que tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar tudo para o alto e o fazia sem nenhum<br />

pudor! Ferrentini, <strong>de</strong> origem italiana como eu, mas, mais vivido<br />

no mundo dos negócios, dava tempo ao tempo – ele acreditava<br />

em mim e sabia acalmar a minha “fera” interior. O fato é que nessa<br />

nova função que ocupava não havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espreitar tiroteios<br />

e nem correr risco <strong>de</strong> bala perdida.<br />

Os anos foram se passando. Nossos filhos foram crescendo e nós<br />

fomos nos transformando. Ele, um chefe exigente até sexta-feira,<br />

quando o Ca<strong>de</strong>rno era finalizado e impresso. Depois, aos sábados<br />

e domingos, erámos (como somos até hoje) amigos. Saíamos com<br />

72 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


as nossas famílias para assistir a shows, jantares em restaurante<br />

da moda ou apenas comer pizza e tomar chope. Quanto a mim,<br />

não sei. Quanto ao Armando, este sim, é dotado <strong>de</strong> duas virtu<strong>de</strong>s<br />

distintas. Uma <strong>de</strong>las era e continua sendo a <strong>de</strong> trabalhar adoidado<br />

visando gerar resultados para o jornal, sem consi<strong>de</strong>rar nem tempo<br />

e nem espaço - um verda<strong>de</strong>iro furacão. A outra era a sua visão <strong>de</strong><br />

futuro. Ouvia relatos dos seus projetos, da sua batalha incansável<br />

em querer mais, produzir mais, enfim, enten<strong>de</strong>r melhor os fatos.<br />

Nesse mais <strong>de</strong> meio século <strong>de</strong> convivência sempre observei no<br />

Armando os eloquentes espíritos <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor e humanitário.<br />

Testemunhei algumas reuniões nas quais <strong>de</strong>fendia pessoas e<br />

causas com muita garra, simplesmente por acreditar nelas.<br />

Não tenho sombra <strong>de</strong> dúvida <strong>de</strong> que é <strong>de</strong>le a primazia <strong>de</strong> ter<br />

participado e estimulado, <strong>de</strong> forma pioneira, o Festival da Screen<br />

Advertising World Associação - Sawa, o atual Festival Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions, por um período realizado em<br />

Veneza e posteriormente transferido para Cannes, on<strong>de</strong> se encontra<br />

até hoje. Seus esforços e iniciativas ajudaram que o Brasil<br />

conquistasse a representativida<strong>de</strong> que tem junto ao mercado<br />

publicitário mundial. Acompanhei essa trajetória in loc durante<br />

anos seguidos. Para não ficar apenas com a minha impressão,<br />

eis o que disse, em longo <strong>de</strong>poimento no início dos anos <strong>de</strong> 1970,<br />

Luis Antonio Ribeiro Pinto, <strong>de</strong>legado brasileiro junto à Sawa: “O<br />

Ferrentini foi nosso companheiro e parceiro ininterruptamente<br />

(....). Acho que o Armando, mais<br />

do que ninguém, é o maior testemunho da nossa<br />

incansável trajetória durante 30 anos em Cannes,<br />

período em que vimos a publicida<strong>de</strong> brasileira ser<br />

elevada a nível internacional e estar entre as melhores<br />

do mundo”.<br />

Também é <strong>de</strong>le e <strong>de</strong> outros amigos, <strong>de</strong>ntre eles<br />

Elóy Simões, Cícero Silveira, Alberto Madia e Roberto<br />

Simões, a iniciativa <strong>de</strong> criar uma homenagem<br />

aos melhores da propaganda. Assim, nasceu a<br />

Associação Brasileira dos Colunistas <strong>de</strong> Marketing<br />

e Propaganda (Abracomp), que se transformou numa láurea <strong>de</strong>sejada<br />

por profissionais do mercado publicitário <strong>de</strong> todo o Brasil e já<br />

conta com décadas <strong>de</strong> existência. Por on<strong>de</strong> Armando passa <strong>de</strong>ixa<br />

a sua marca. Vi<strong>de</strong> seu apoio à Associação dos Profissionais <strong>de</strong> Propaganda<br />

(APP). O piano que se encontra numa das suas salas foi<br />

oferecido por ele, afora sua atuação sempre presente em reuniões<br />

e divulgação dos eventos da entida<strong>de</strong>. Que o diga o seu atual presi<strong>de</strong>nte,<br />

Ênio Vergeiro!<br />

O mesmo se po<strong>de</strong>ria dizer sobre os áureos tempos da Associação<br />

Brasileira dos Dirigentes <strong>de</strong> Venda do Brasil (ADVB), on<strong>de</strong> foi<br />

presi<strong>de</strong>nte. Ou, então, como interventor na Fe<strong>de</strong>ração Paulista <strong>de</strong><br />

Futebol por curto espaço <strong>de</strong> tempo, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sanear a<br />

entida<strong>de</strong> que passava por momentos críticos. Enfim, essas são as<br />

marcas do Armando<br />

MedAlhA ANChietA PArA FerreNtiNi<br />

Quem <strong>de</strong>screve melhor o perfil <strong>de</strong> Armando é o vereador e ex-<br />

-publicitário Dalton Silvano. Ele propôs e já foi aprovada pelos<br />

vereados da Câmara Municipal <strong>de</strong> São Paulo a homenagem <strong>de</strong> entrega<br />

da “Medalha Anchieta” a Armando Ferrentini. Essa comenda<br />

é entregue a pessoas nascidas em São Paulo, que promoveram<br />

realizações em favor da comunida<strong>de</strong> paulistana, em qualquer ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> interesse público. A solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega da comenda<br />

a Armando Ferrentini ocorrerá ainda este ano, em data a ser <strong>de</strong>finida<br />

pela Câmara Municipal.<br />

O vereador Dalton Silvano, justificou seu projeto <strong>de</strong> lei apresentando<br />

o seguinte argumento:<br />

“Armando Crisóstomo Ferrentini nasceu no dia 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />

1943, no bairro do Brás, filho <strong>de</strong> Armando Ferrentini e dona Ignez<br />

Panini Ferrentini. Formado em direito pela Universida<strong>de</strong> Mackenzie,<br />

sua vocação sempre esteve voltada à Comunicação Social.<br />

Tornou-se o primeiro jornalista da imprensa paulista especializado<br />

em marketing e propaganda. Apesar <strong>de</strong> sua formação acadêmica<br />

ser em direito, bacharelado pela Universida<strong>de</strong> Mackenzie, a<br />

vocação jornalística nasceu no antigo jornal Diário Popular.<br />

Em 1965, Armando Ferrentini, como é mais conhecido, estreava<br />

o Ca<strong>de</strong>rno Asteriscos no mesmo Diário Popular, com notícias voltadas<br />

exclusivamente ao mercado publicitário. Ainda na década<br />

<strong>de</strong> 1960, Ferrentini assumiu a diretoria comercial do mesmo Diário<br />

Popular e jamais abandonou sua veia jornalística pela publicida<strong>de</strong>.<br />

Juntamente com dois parceiros publicitários – Elóy Simões<br />

e Cícero Silveira –, Ferrentini criou o mais tradicional e importante<br />

troféu da Propaganda brasileira, em 1968, o Prêmio Colunistas,<br />

que, até hoje, <strong>de</strong>staca os melhores da publicida<strong>de</strong> nacional.<br />

Ferrentini foi repórter esportivo também e em 1966 cobriu a<br />

Copa do Mundo na Inglaterra. Palmeirense <strong>de</strong> berço, em 1971 assumiu<br />

a diretoria <strong>de</strong> propaganda da Socieda<strong>de</strong> Esportiva Palmeiras.<br />

Ainda na área <strong>de</strong> Esportes, foi interventor da Fe<strong>de</strong>ração Paulista<br />

<strong>de</strong> Futebol em 1979.<br />

Naquele mesmo ano, Armando Ferrentini assumiu a presidência<br />

da ADVB (Associação dos Dirigentes <strong>de</strong> Vendas do Brasil). Em<br />

sua trajetória profissional e empresarial, criou a Editora Referência<br />

(on<strong>de</strong> é sócio majoritário) responsável pelas revistas Propaganda,<br />

Marketing e pelo Ca<strong>de</strong>rno Propaganda & Marketing, hoje<br />

<strong>de</strong>nominado PROPMARK.<br />

Ferrentini foi pioneiro também na criação <strong>de</strong> instituições importantes<br />

do mercado publicitário, como o Prêmio Marketing<br />

Best, a Semana Internacional <strong>de</strong> Criação, o Prêmio Veículos <strong>de</strong> Comunicação<br />

e fundou a ainda a Associação Brasileira dos Colunistas<br />

<strong>de</strong> Marketing e Propaganda (Abracomp).<br />

Sua trajetória <strong>de</strong> trabalho inclui também o ensino universitário.<br />

Palestrante voluntário sobre o que mais conhece na vida profissional.<br />

Armando Ferrentini é, ainda, presi<strong>de</strong>nte do Conselho Deliberativo<br />

da ESPM.<br />

Indiscutível a contribuição profissional, social e<br />

“sempre observei<br />

no ArmAndo<br />

os eloquentes<br />

espíritos <strong>de</strong><br />

empreen<strong>de</strong>dor e<br />

humAnitário”<br />

<strong>de</strong> vanguarda <strong>de</strong>sse jornalista ao fortalecimento e<br />

engran<strong>de</strong>cimento da propaganda brasileira, inclusive<br />

em nível internacional com apoio e cobertura<br />

ininterruptas há mais <strong>de</strong> três décadas do principal<br />

festival internacional da propaganda, o Festival <strong>de</strong><br />

Cannes, realizado anualmente na França.<br />

Inquestionável também a contribuição <strong>de</strong> Armando<br />

Ferrentini para o negócio da propaganda<br />

paulista, que <strong>de</strong>tém hoje mais <strong>de</strong> 70% das verbas<br />

publicitárias do país e on<strong>de</strong> se concentram as<br />

maiores e melhores agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Brasil, muitas originárias<br />

<strong>de</strong> jovens que tiveram incentivo e apoio <strong>de</strong>sse jornalista e<br />

dos veículos especializados que edita e dirige até hoje.<br />

A história <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>dicação, respeito e <strong>de</strong>fesa da propaganda<br />

paulistana, paulista e brasileira justificam esta nossa propositura<br />

em homenagem a um dos gran<strong>de</strong>s filhos <strong>de</strong>sta nossa cida<strong>de</strong> por<br />

tudo que tem feito por ela e por uma gama imensa <strong>de</strong> trabalhadores<br />

que fazem da propaganda <strong>de</strong> São Paulo uma das melhores do<br />

mundo.”<br />

Confira na página a seguir as manifestações <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />

da indústria da comunicação sobre os 55 anos do PROPMARK.<br />

Divulgação<br />

Dalton Silvano: “Ferrentini jamais abandonou sua veia jornalística pela publicida<strong>de</strong>”<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 73


ProPMArk 55 ANoS<br />

atuação do jornalista<br />

“A Armando Ferrentini<br />

em 55 anos ininterruptos <strong>de</strong><br />

publicação do PROPMARK<br />

não tem paralelo na imprensa<br />

nacional. Neste espaço<br />

jornalístico e empresarial,<br />

Armando conquistou o respeito e<br />

a admiração do mercado, pois, além <strong>de</strong><br />

acompanhar todas as transformações<br />

da nossa indústria da comunicação,<br />

<strong>de</strong>senvolveu as principais premiações <strong>de</strong><br />

reconhecimento do talento e melhores<br />

práticas da publicida<strong>de</strong>. Nesse contexto<br />

assumiu ainda <strong>de</strong>stacado papel à frente<br />

do Conselho Deliberativo da ESPM, que se<br />

tornou uma referência internacional na<br />

preparação <strong>de</strong> profissionais em todas as<br />

áreas do setor. Armando Ferrentini merece<br />

essa justa homenagem”.<br />

João Saad - presi<strong>de</strong>nte do Grupo Ban<strong>de</strong>irantes.<br />

uito bom po<strong>de</strong>r<br />

“Mcomemorar os 55<br />

anos <strong>de</strong> um veículo tão<br />

importante para o mercado<br />

publicitário. Quando leio os<br />

editoriais assinados pelo nosso<br />

querido Armando Ferrentini,<br />

que consi<strong>de</strong>ro ser um gentleman,<br />

vejo quanta experiência ele e sua equipe<br />

acumularam ao longo do tempo. Não seria<br />

nada fácil manter um veículo relevante por<br />

tanto tempo, não fosse a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus<br />

profissionais e uma li<strong>de</strong>rança forte. Temos<br />

muita gratidão por tudo que produziram,<br />

pela influência positiva que exercem e <strong>de</strong>sejo<br />

que continuem vivos e vencendo todas as<br />

barreiras e <strong>de</strong>safios que este país nos impõe!<br />

Parabéns querido Armando e equipe,<br />

celebrem muito essa data!”.<br />

José rS Maciel – Vice-presi<strong>de</strong>nte do SBT<br />

NJ)<br />

rmando Ferrentini é o<br />

“A documentarista <strong>de</strong> tudo<br />

que aconteceu no mercado<br />

brasileiro <strong>de</strong> comunicação<br />

através <strong>de</strong> seu PROPMARK,<br />

condutor e incentivador <strong>de</strong><br />

todas as boas iniciativas e<br />

melhores práticas que nosso tra<strong>de</strong><br />

exigiu. Armando, diga-se, sempre esteve à<br />

frente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s iniciativas e entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> classe, particularmente a APP Brasil,<br />

on<strong>de</strong> é associado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963 e, sempre,<br />

generosa e gratuitamente, abriu espaço<br />

para a divulgação do propósito da entida<strong>de</strong>.<br />

É um enorme privilégio para mim estar ao<br />

lado <strong>de</strong>le, que o tenho como exemplo <strong>de</strong><br />

profissional ético”.<br />

Ênio Vergeiro - presi<strong>de</strong>nte da APP<br />

e CEO da Q&A<br />

ão é qualquer mercado<br />

“Nque po<strong>de</strong> ter um<br />

Armando Ferrentini em<br />

atuação por 55 anos. Um<br />

privilégio da propaganda<br />

brasileira. Como publicitário<br />

sempre tive no PROPMARK uma fonte<br />

importante <strong>de</strong> informação e atualização.<br />

Enquanto estive na presidência da Fenapro<br />

e, agora, na presidência da CNCom, pu<strong>de</strong><br />

perceber que é mais que isso: o Armando,<br />

suas publicações e artigos são ferramentas<br />

po<strong>de</strong>rosas para <strong>de</strong>fesa, discussão e evolução<br />

<strong>de</strong> nosso negócio”.<br />

Gláucio Bin<strong>de</strong>r - presi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional <strong>de</strong> Comunicação Social e sócio da<br />

agência Bin<strong>de</strong>r<br />

uma gran<strong>de</strong> alegria<br />

“É po<strong>de</strong>r homenagear<br />

este mestre <strong>de</strong> todos nós,<br />

cuja atuação ao longo<br />

dos anos reconheceu e<br />

transformou, <strong>de</strong> forma<br />

sempre generosa, a realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tantos profissionais <strong>de</strong> nosso<br />

ecossistema, por meio <strong>de</strong> uma cobertura<br />

exemplar e comprometida com a verda<strong>de</strong>, e<br />

<strong>de</strong> prêmios como Marketing Best, Marketing<br />

Citzen e outros. São 55 anos <strong>de</strong> tradição,<br />

ética, respeito ao público e a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> representar, <strong>de</strong> forma transparente e<br />

justa, o impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marketing<br />

na socieda<strong>de</strong> e nos negócios. Obrigada,<br />

Armando Ferrentini, por trazer em seu<br />

DNA à história da propaganda e marketing<br />

no Brasil, e por empregá-la a favor do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da nossa ativida<strong>de</strong>, do<br />

nosso mercado e do nosso país”.<br />

Sandra Martinelli - presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />

m nome do<br />

“EGAN – Grupo <strong>de</strong><br />

Atendimentos e Negócios,<br />

quero <strong>de</strong>sejar feliz<br />

aniversário para uma das<br />

pessoas mais importantes<br />

do nosso mercado: Armando<br />

Ferrentini. O Armando Ferrentini<br />

inspira gerações com o propósito da<br />

boa comunicação. Boa comunicação e<br />

informação relevante, com assuntos tão<br />

necessários no contexto em que estamos<br />

vivendo. Obrigada, Armando. Parabéns!”.<br />

Cris Pereira - Chief business officer da<br />

SunsetDDB e presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong><br />

Atendimento e Negócio<br />

ntre tantos jornalistas<br />

“Eimportantes e<br />

comprometidos com o<br />

ofício <strong>de</strong> bem informar<br />

que conhecemos, um <strong>de</strong>les<br />

vem narrando há mais <strong>de</strong><br />

meio século a história da<br />

publicida<strong>de</strong> e do marketing,<br />

suas glórias e <strong>de</strong>sditas. Trata-se <strong>de</strong> um<br />

jovem repórter, atento, sagaz e boa gente,<br />

que acumula essas funções com as <strong>de</strong> um<br />

veterano publisher, equilibrado, responsável<br />

e imune às tentações <strong>de</strong> competir, em termos<br />

<strong>de</strong> letalida<strong>de</strong>, com a gran<strong>de</strong> imprensa.<br />

Seu veículo conseguiu granjear prestígio e<br />

conquistar credibilida<strong>de</strong>, sem dissimular<br />

a condição <strong>de</strong> pertencer ao tra<strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>scortina, critica e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>. Parabéns e<br />

obrigado, Armando Ferrentini. Você é nossa<br />

fonte – não na acepção jornalística do termo<br />

–, mas em seu sentido figurado: manancial<br />

on<strong>de</strong> o mercado publicitário sacia a se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

informação”.<br />

Gilberto leifert - sócio-diretor da Freeman<br />

Comunicação e ex-presi<strong>de</strong>nte do Conar<br />

anos ininterruptos<br />

“55 <strong>de</strong> publicação,<br />

do hoje PROPMARK.<br />

Somente um guerreiro<br />

obcecado e entusiasta<br />

<strong>de</strong> nosso mercado <strong>de</strong><br />

comunicação como o<br />

Armando para realizar esse feito.<br />

Empreen<strong>de</strong>dor, profissional e um gran<strong>de</strong><br />

entusiasta <strong>de</strong> nosso ofício!<br />

Salve Armando!!!”.<br />

roberto Mesquita - presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

do Grupo O Estado <strong>de</strong> S.Paulo<br />

rmando Ferrentini<br />

“A é uma das maiores<br />

referências do que a paixão<br />

por um ofício po<strong>de</strong> fazer.<br />

E o quanto isso po<strong>de</strong><br />

contagiar todos a sua volta<br />

e legiões <strong>de</strong> jovens que estão<br />

todos os dias <strong>de</strong>cidindo o que<br />

querem fazer <strong>de</strong> suas vidas profissionais.<br />

Um abração, parabéns, e muito obrigado<br />

pelos seus 55 anos ininterruptos à frente do<br />

PROPMARK!”.<br />

Márcio oliveira - Head of client services e<br />

business <strong>de</strong>velopment – R/GA<br />

história da<br />

“A propaganda no Brasil<br />

não existiria sem a figura do<br />

Armando Ferrentini e seu<br />

PROPMARK! São 55 anos <strong>de</strong><br />

batalha, incansáveis, para<br />

que nosso mercado atingisse o<br />

nível <strong>de</strong> excelência profissional,<br />

criativa e técnica, que se tornou a nossa<br />

profissão! Parabéns Armandão. Avante<br />

Palestra!”.<br />

duílio Malfatti - diretor <strong>de</strong> marketing do<br />

Governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

alar o que do<br />

“FArmando?<br />

Enciclopédia da<br />

propaganda, gran<strong>de</strong><br />

contador <strong>de</strong> histórias do<br />

setor, produzindo leitura<br />

obrigatória do segmento há<br />

mais <strong>de</strong> meio século. Que a vida<br />

lhe dê outros 55 anos felizes e saudáveis,<br />

realizando, realizando e realizando”.<br />

Antônio Fadiga - CEO da agência Artplan<br />

ão posso <strong>de</strong>ixar<br />

“N<strong>de</strong> homenagear<br />

o gran<strong>de</strong> jornalista<br />

Armando Ferrentini,<br />

principalmente agora<br />

que tantos colegas seus<br />

estão sofrendo “bullying”. O<br />

Ferrentini encarna o jornalismo<br />

em sua forma mais raiz — o lobo solitário<br />

que começou pequeno, enfrentando<br />

preconceitos e foi crescendo através <strong>de</strong> seu<br />

texto que exaltava os bons e fustigava os<br />

maus. Ferrentini também usou seu talento<br />

<strong>de</strong> escrever para fazer crescer eventos<br />

profissionais. Ao Armando, apesar <strong>de</strong> sua<br />

indiscutível origem italiana, as coisas nunca<br />

terminam em pizza”.<br />

roberto duailibi - fundador da DPZ<br />

74 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


PROPMARK 55 ANOS<br />

Fotos: Divulgação e Reprodução<br />

Frame da campanha 100, criada pela F/Nazca Saatchi & Saatchi, que com esse trabalho para a Leica assegurou o primeiro Grand Prix da área Film Lions <strong>de</strong> Cannes para o Brasil<br />

Criativida<strong>de</strong> faz a diferença para<br />

sucesso da propaganda brasileira<br />

Nomes do passado pavimentaram caminho para profissionais como<br />

Nizan Guanaes, Marcello Serpa, Joanna Monteiro e Washington Olivetto<br />

Paulo Macedo<br />

Para um veículo <strong>de</strong> comunicação<br />

chegar ao ano 55 significa<br />

que teve a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> escrever a partir do marco<br />

zero a sua trajetória com informação.<br />

Ter o privilégio <strong>de</strong><br />

acompanhar a evolução da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira e dar voz<br />

aos profissionais que atuam no<br />

segmento e aperfeiçoam a ativida<strong>de</strong><br />

é um ativo que o PROP-<br />

MARK carrega na sua essência.<br />

O primeiro passo foi a coluna<br />

Asteriscos, assinada por Armando<br />

Ferrentini, no extinto<br />

Diário Popular. Nesse ano <strong>de</strong><br />

1965 foi lançada a TV Globo, no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, e sancionada<br />

a Lei 4.680, que reconheceu a<br />

publicida<strong>de</strong> como negócio. O<br />

ambiente legal permeou todo<br />

esse período, como a implantação<br />

do Conar, em 1980, para dar<br />

atenção à ética <strong>de</strong> conteúdo.<br />

E do Cenp, do compliance comercial.<br />

Mas é a criativida<strong>de</strong> que dá o<br />

tom <strong>de</strong>sse período à propaganda<br />

do país, que é a ferramenta<br />

Primeiro Sutiã é um dos trabalhos mais marcantes da carreira <strong>de</strong> Washington Olivetto<br />

“Foram premiadas<br />

campanhas que<br />

apostam na<br />

criativida<strong>de</strong>”<br />

do marketing que ativa a performance<br />

<strong>de</strong> marcas, produtos<br />

e serviços. A simplicida<strong>de</strong> dos<br />

anúncios e filmes fez frente às<br />

gran<strong>de</strong>s produções globais. O<br />

Festival <strong>de</strong> Cannes serviu <strong>de</strong><br />

parâmetro para a qualida<strong>de</strong> da<br />

produção nacional. Ferrentini<br />

passou a cobrir o evento no início<br />

dos anos 1970. Os três primeiros<br />

Leões foram conquistados<br />

em 1971: um <strong>de</strong> prata com<br />

o comercial O Nobre, da agência<br />

Ribeiro/Mihanovitch para a<br />

Swift; Overturn, da Lince para a<br />

Cofap; e The Big Class of Satisfaction,<br />

da Hot Shop para a Lacta.<br />

Ferrentini era o único jornalista<br />

brasileiro presente.<br />

A premiação foi divisora <strong>de</strong><br />

águas. A partir <strong>de</strong> então o mercado<br />

brasileiro ganhou <strong>de</strong>staque<br />

e passou a estar no radar<br />

dos gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> comunicação.<br />

Alex Periscinoto, que era<br />

sócio da Almap, foi o primeiro<br />

jurado brasileiro do Festival<br />

Internacional do Filme Publicitário,<br />

hoje Cannes Lions, em<br />

1973. Repetiu a dose em 1974,<br />

ano que o país ganhou o primeiro<br />

Leão <strong>de</strong> ouro com o filme<br />

Homem com mais <strong>de</strong> quarenta<br />

anos, da DPZ para o CNP (Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Propaganda),<br />

criação conjunta <strong>de</strong> Francesc<br />

Petit e Washington Olivetto.<br />

O Palais <strong>de</strong>s Festivals <strong>de</strong><br />

Cannes viu Olivetto receber no<br />

seu palco principal mais <strong>de</strong> 50<br />

Leões. Entre eles com o filme<br />

76 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Hitler, para a Folha <strong>de</strong> S.Paulo,<br />

e Primeiro Sutiã, para a Valisère.<br />

Olivetto absorveu o conceito<br />

da criativida<strong>de</strong> como asset<br />

<strong>de</strong> diferenciação. E foi benchmark.<br />

Sua opção garantiu que<br />

a i<strong>de</strong>ia fosse protagonista. As<br />

ações longevas da W/Brasil para<br />

Bombril, Unibanco e Cofap, por<br />

exemplo, endossam o código<br />

51, o da boa i<strong>de</strong>ia.<br />

A a<strong>de</strong>são das agências brasileiras<br />

à criativida<strong>de</strong> vai além<br />

da necessida<strong>de</strong> da oferta <strong>de</strong> um<br />

produto diferenciador. Ela é<br />

uma característica. Na década<br />

<strong>de</strong> 1920, as Casas Pernambucanas<br />

fazia ativações nos cinemas<br />

e na porteira das fazendas.<br />

Abraão Medina plantou a semente<br />

do live marketing na década<br />

<strong>de</strong> 1960 com a <strong>de</strong>coração<br />

patrocinada do Carnaval carioca.<br />

E influenciou a Artplan, do<br />

seu filho Roberto Medina, a ter<br />

o primeiro evento-proprietário<br />

nacional: o Rock in Rio. A<br />

agência também criou a árvore<br />

instalada na Lagoa Rodrigo <strong>de</strong><br />

Freitas, no Rio, com chancela<br />

original do Bra<strong>de</strong>sco. Se o projeto<br />

tivesse sido inscrito em<br />

Cannes com o <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong><br />

Fearless po<strong>de</strong>ria ter conquistado<br />

prêmios importantes.<br />

A geração <strong>de</strong> Olivetto, Nizan<br />

Guanaes, Marcello Serpa, Fabio<br />

Fernan<strong>de</strong>s, Alexandre Gama,<br />

Ana Carmem Longobardi, João<br />

Daniel Tikhomiroff, Neil Ferreira,<br />

Erh Ray e José Henrique<br />

Borghi sedimentou <strong>de</strong>finitivamente<br />

o caminho para a criativida<strong>de</strong><br />

multidisciplinar contemplada<br />

pelas novas gerações.<br />

Por exemplo, Anselmo Ramos,<br />

hoje sócio da Gut, li<strong>de</strong>rou a<br />

equipe que construiu o case<br />

Retratos da Real Beleza, para<br />

Dove, que ajudou a Ogilvy Brasil<br />

a ganhar o prêmio <strong>de</strong> Agência<br />

do Ano no Cannes Lions<br />

<strong>de</strong> 2013. A dupla que <strong>de</strong>senvolveu<br />

a ação foi Hugo Veiga e<br />

Diego Machado, hoje gestores<br />

Fotos: Divulgação e Reprodução<br />

A premiada campanha Retratos da Real Beleza, da Ogilvy para Dove, teve criação da dupla criativa Diego Machado e Hugo Veiga<br />

da AKQA, que fez barulho em<br />

Cannes/2019 com a conquista<br />

do GP <strong>de</strong> Entertainment for<br />

Music com o case Bluesman,<br />

para Baco Exu do Blues. E Joanna<br />

Monteiro, que com o GP <strong>de</strong><br />

Mobile para Nivea com Anúncio<br />

Protetor, e 17 Leões em 2014,<br />

estabeleceu um novo patamar<br />

para a FCB Brasil.<br />

Além da Ogilvy, a F/Nazca<br />

S&S, a AlmapBBDO e a DM9 foram<br />

distinguidas como Agência<br />

do Ano em Cannes. A F/Nazca<br />

também ganhou o primeiro GP<br />

da área Film Lions com o documentário<br />

Leica 100, criação <strong>de</strong><br />

Edu Lima e Fábio Fernan<strong>de</strong>s,<br />

com colaboração direta dos diretores<br />

Jones + Tino, da Stink.<br />

Mas Guanaes e Serpa (à época<br />

na DM9) fizeram história com<br />

o anúncio Umbigo, para o Guaraná<br />

Antarctica, eleito pelo júri<br />

para o GP <strong>de</strong> Press em 1993.<br />

Na AlmapBBDO, Luiz Sanches<br />

<strong>de</strong>u sequência ao trabalho<br />

iniciado por Periscinoto e<br />

Serpa. Sanches foi o CCO da<br />

campanha Endless Stories, para<br />

Getty Images, Leão <strong>de</strong> ouro em<br />

2018, ano que foi presi<strong>de</strong>nte do<br />

júri <strong>de</strong> filme. “Foram premiadas<br />

campanhas que apostam na<br />

“É a nossa<br />

geração <strong>de</strong> ouro,<br />

que por sua vez<br />

teve caminho<br />

pavimentado pelos<br />

pioneiros ”<br />

criativida<strong>de</strong>, que mostram ser<br />

possível ter conteúdo inovador<br />

e impactante”, disse Sanches<br />

na coletiva oficial do Cannes<br />

Lions. A AlmapBBDO, além dos<br />

prêmios, <strong>de</strong>senvolveu cases<br />

como o <strong>de</strong> Havaianas, que se<br />

tornou marca internacional no<br />

país das commodities.<br />

O elenco <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s nomes<br />

da publicida<strong>de</strong> brasileira é extenso.<br />

Marcio Moreira abriu<br />

as portas para o exterior como<br />

CCO global da McCann Erickson,<br />

hoje comum para os brasileiros<br />

como PJ Pereira, da Pereira<br />

& O’Dell, que obteve três<br />

GPs em Cannes com o projeto<br />

The Beauty Insi<strong>de</strong>, para Intel/<br />

Toshiba.<br />

Bonita camisa, Fernandinho,<br />

título da campanha da Talent<br />

para a US Top, é um exemplo<br />

<strong>de</strong>ssa simplicida<strong>de</strong> que inspira.<br />

Até hoje. O publicitário Gustavo<br />

Bastos, filho <strong>de</strong>ssa geração e<br />

CCO da 11:21, afirma: “É a nossa<br />

geração <strong>de</strong> ouro, que por sua<br />

vez teve caminho pavimentado<br />

pelos pioneiros Luiz Macedo,<br />

Petrônio Correia, Geraldo Alonso,<br />

Roberto Duailibi, Francesc<br />

Petit, Jose Zaragoza e Caio Domingues”,<br />

finalizou.<br />

Havaianas ganhou projeção no mercado internacional com trabalho da AlmapBBDO<br />

Sutileza da campanha umbigo, para o Guaraná Antarctica Diet, impressionou Cannes<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 77


Mercado<br />

Magalu, Netflix e iFood são as marcas<br />

mais transformadoras na pan<strong>de</strong>mia<br />

Estudo da HSR Specialist Researchers avaliou quesitos como relevância,<br />

visibilida<strong>de</strong>, inovação, power of voice e ações voltadas à socieda<strong>de</strong><br />

FELIPE TURLÃO<br />

Diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

testemunharmos mudanças<br />

radicais <strong>de</strong> comportamento<br />

dos consumidores por conta da<br />

pan<strong>de</strong>mia, a HSR Specialist Researchers<br />

tem realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

24 <strong>de</strong> março a série <strong>de</strong> pesquisas<br />

Marcas Transformadoras,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

as empresas mais capazes <strong>de</strong><br />

construir relevância para o consumidor<br />

e a força <strong>de</strong>sse ativo no<br />

longo prazo.<br />

Até o momento, já foram realizadas<br />

18 mil entrevistas, em<br />

<strong>de</strong>z medições semanais, com<br />

pessoas das classes A, B e C em<br />

todas as regiões do Brasil. A li<strong>de</strong>rança<br />

cabe à Magazine Luiza,<br />

com um índice <strong>de</strong> transformação<br />

médio <strong>de</strong> 241 - em escala<br />

que vai até 300. Na sequência<br />

estão Netflix (233) e iFood (171)<br />

- veja ranking na página ao lado.<br />

O indicador foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

a partir <strong>de</strong> atributos <strong>de</strong> imagem<br />

que buscam alinhar a relevância<br />

<strong>de</strong> cada marca, visibilida<strong>de</strong><br />

e power of voice nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Alguns dos critérios<br />

envolvem, por exemplo, se as<br />

marcas fizeram ações voltadas à<br />

socieda<strong>de</strong>, se investiram na segurança<br />

<strong>de</strong> seus consumidores<br />

e funcionários, se oferecem soluções<br />

diferenciadas ou se inovaram<br />

no período <strong>de</strong> crise, além<br />

<strong>de</strong> terem sido justas e éticas em<br />

suas relações.<br />

“Quando começamos esse<br />

levantamento era um ranking<br />

<strong>de</strong> lembrança <strong>de</strong> marcas que<br />

se <strong>de</strong>stacam nesse momento<br />

<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Mas enten<strong>de</strong>mos<br />

que po<strong>de</strong>ríamos ter um<br />

indicador mais po<strong>de</strong>roso, que<br />

era essa construção <strong>de</strong> marca<br />

transformadora. A lembrança<br />

está incluída, mas também buscamos<br />

atributos alinhados com<br />

a transformação e a inovação,<br />

além <strong>de</strong> ações para socieda<strong>de</strong>,<br />

que agregam valor”, explica Valéria<br />

Rodrigues, sócia-diretora<br />

da HSR Specialist Researchers.<br />

Segundo ela, o indicador<br />

Valeria Rodrigues: “Buscamos atributos alinhados com a transformação e a inovação”<br />

Marcas Transformadoras seguirá<br />

existindo após o fim da<br />

pan<strong>de</strong>mia. “As marcas precisam<br />

estar preparadas, pois vai surgir<br />

um outro consumidor, mais<br />

exigente em relação à postura<br />

<strong>de</strong>las. Essas empresas, <strong>de</strong> alguma<br />

maneira, estão agindo <strong>de</strong><br />

forma consistente em todo seu<br />

ecossistema, com consumidores,<br />

fornecedores, funcionários<br />

e socieda<strong>de</strong>. Até agora, vimos<br />

marcas muito focadas no indivíduo<br />

e todas suas ações eram<br />

voltadas a eles enquanto consumidores.<br />

Isso não vai mais bastar.<br />

Essa nova forma <strong>de</strong> se encarar<br />

as marcas po<strong>de</strong> nos abrir<br />

a palavra sustentabilida<strong>de</strong> para<br />

uma compreensão mais ampla”,<br />

avalia. Outro componente<br />

essencial para o futuro das<br />

empresas é inovação. “Estamos<br />

sendo colocados em posições<br />

<strong>de</strong> repensar negócios, formas<br />

como compramos e como nos<br />

“até agora,<br />

vimos marcas<br />

muito focadas<br />

no indivíduo”<br />

relacionamos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa”,<br />

<strong>de</strong>staca Valeria.<br />

Lí<strong>de</strong>res<br />

Tanto Magazine Luiza como<br />

Netflix se consolidaram com<br />

uma distância <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 60<br />

pontos em relação ao terceiro<br />

lugar, o que <strong>de</strong>monstra a consistência<br />

em ambas as gestões<br />

<strong>de</strong> marca ao longo <strong>de</strong> suas existências,<br />

segundo a HSR. “Fomos<br />

investigar e percebemos que a<br />

Magazine Luiza, logo no começo<br />

da pan<strong>de</strong>mia, passou a ter<br />

ações que se preocupavam com<br />

todo o ecossistema, com consu-<br />

Fotos: Divulgação e Unsplash<br />

midor, funcionários, comunida<strong>de</strong>.<br />

Foram ações robustas como<br />

abrir a plataforma para pequeno<br />

comerciante e autônomos fazerem<br />

suas vendas, campanhas<br />

contra violência doméstica ou<br />

colocar a Luiza Trajano à frente<br />

como porta-voz, e li<strong>de</strong>rança faz<br />

diferença. Sem contar que as<br />

ações não são <strong>de</strong> empresa oportunista<br />

que faz isso apenas para<br />

ganhar visibilida<strong>de</strong>, mas que<br />

tem como parte do DNA”, diz a<br />

executiva.<br />

Netflix e iFood ficaram na<br />

segunda e terceira colocação,<br />

respectivamente, sendo que as<br />

ações das marcas estão inseridas<br />

no cotidiano das pessoas,<br />

cujos serviços ganharam muita<br />

relevância durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

- entretenimento indoor e serviços<br />

<strong>de</strong> entrega.<br />

A Netflix teve maior <strong>de</strong>staque<br />

entre os jovens, já que<br />

é uma marca conhecida por<br />

78 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


comunicar-se nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

com uma persona que utiliza<br />

ironia, bom humor e transparência.<br />

“Eles atuaram bem<br />

em diversas frentes. Tiveram<br />

iniciativas como fundo para<br />

o setor audiovisual, em US$ 5<br />

milhões. Ganharam também<br />

muita pontuação pela forma<br />

que atuaram nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

como no caso em que fizeram<br />

uma série <strong>de</strong> tweets com a linguagem<br />

humana habitual que<br />

eles têm para indicar séries e<br />

filmes da concorrência. Isso é<br />

positivo, pois mostra que eles<br />

estão cuidando dos consumidores.<br />

Também passaram a informar<br />

que alguns aspectos das<br />

produções po<strong>de</strong>riam ter atraso<br />

para preservar a saú<strong>de</strong> dos dubladores”,<br />

explicou Valéria.<br />

“Netflix realizou ajustes na<br />

qualida<strong>de</strong> da transmissão para<br />

não sobrecarregar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

internet em um momento em<br />

que muitas pessoas estão usando<br />

ao mesmo tempo. Assim<br />

po<strong>de</strong> continuar a oferecer uma<br />

boa experiência para o usuário,<br />

evitando quedas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong><br />

e travamento nos filmes”, lembra<br />

Karina Milaré, sócia-diretora<br />

da HSR.<br />

as 10 Marcas Mais traNsForMadoras<br />

Posição íNdice eMPresa<br />

1º 241 Magazine Luiza<br />

2º 233 Netflix<br />

3º 170 iFood<br />

4º 163 Natura<br />

5º <strong>15</strong>1 Ambev<br />

6º 147 O Boticário<br />

7º 144 Nestlé<br />

8º 134 Lojas Americanas<br />

9º 126 Mercado Livre<br />

10º 124 Samsung<br />

“ifood foi uma das<br />

primeiras marcas<br />

a terem ações na<br />

tv mostrando<br />

precaução<br />

com seus<br />

stakehol<strong>de</strong>rs”<br />

Fonte: HSR Specialist Researchers<br />

“Já iFood foi uma das primeiras<br />

marcas a terem ações<br />

na TV mostrando precaução<br />

com seus stakehol<strong>de</strong>rs, com a<br />

proteção ao consumidor e entregador.<br />

E ações para pequenos<br />

restaurantes, para manter<br />

o ecossistema funcionando.<br />

Eles foram rápidos e isso ficou<br />

na cabeça das pessoas”,<br />

avalia. Segundo a HSR, uma<br />

das iniciativas da empresa que<br />

contou pontos foi comunicar o<br />

fundo <strong>de</strong> auxílio aos pequenos<br />

restaurantes, incentivando o<br />

consumo <strong>de</strong> bairro. A propaganda<br />

recente da empresa<br />

mostra todo o ecossistema <strong>de</strong><br />

seu negócio, com uso <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />

no processo e ações <strong>de</strong><br />

solidarieda<strong>de</strong>. “Uma entrega<br />

leva a outra. Por isso, a nossa<br />

entrega será continuar pensando<br />

formas para que todos se<br />

entreguem ainda mais”.<br />

As marcas mais bem pontuadas<br />

conquistaram índices muito<br />

altos em inovação e soluções aos<br />

consumidores em momentos<br />

<strong>de</strong> crise e <strong>de</strong>monstram o legado<br />

que as organizações terão daqui<br />

pra frente, na retomada da economia<br />

e mostrando caminhos<br />

para lidar com o novo perfil do<br />

consumidor após o período <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> isolamento social. “Nesse<br />

sentido, as marcas precisam<br />

fazer uma leitura minuciosa do<br />

cenário para ir ao encontro das<br />

necessida<strong>de</strong>s emergentes. A<br />

valorização do indivíduo, foco<br />

atual das empresas, não será suficiente<br />

para as marcas se manterem<br />

relevantes e admiradas.<br />

Essa equação passa a ter outras<br />

<strong>de</strong>mandas, como postura voltada<br />

à socieda<strong>de</strong>, sustentabilida<strong>de</strong><br />

econômica e visão <strong>de</strong> longo<br />

prazo, entre outros aspectos”,<br />

reforça Valéria.<br />

O cliente Original<br />

sabe o que estamos<br />

fazendo por ele.<br />

E agora você<br />

também vai saber.<br />

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jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 79


O mundo mudou.<br />

E as ruas não serão mais as mesmas.<br />

Mas sempre estaremos um passo à frente,<br />

reapren<strong>de</strong>remos a andar pelas ruas seguros e<br />

sem medo do novo, porque somos observadores<br />

do normal e pensadores do transformacional.<br />

Nos <strong>de</strong>safiamos o tempo todo para<br />

transformar o comum em bem comum.<br />

Um novo pensamento sobre o abrigo <strong>de</strong> ônibus<br />

se transformou em milhões <strong>de</strong> telas, icônicas,<br />

estáticas, digitais e interativas no mundo todo.<br />

Transformamos a maneira como as pessoas veem<br />

o OOH, trouxemos experiências para que todos<br />

possam sentir e viver o tão <strong>de</strong>sejado fora <strong>de</strong> casa.<br />

O que era intuição virou metodologia, dados em<br />

tempo real com métrica global. Ressignificamos<br />

a forma e a entrega do Out of Home, possibilitando<br />

que inúmeras indústrias transformassem seu uso<br />

em resultados.<br />

Transformamos um pensamento em um segmento.<br />

Nossa história virou sinônimo <strong>de</strong> resultado, inovação<br />

e credibilida<strong>de</strong>.<br />

E por isso queremos ser seu guia e sua companhia<br />

na volta às ruas, dando um passo <strong>de</strong> cada vez,<br />

pensando juntos novos caminhos e novas formas<br />

<strong>de</strong> se comunicar.<br />

Nós fazemos e pensamos o OOH <strong>de</strong> hoje,<br />

para construirmos os novos caminhos do amanhã.<br />

Para a JCDecaux, pensar OOH é estar<br />

um passo à frente, lá fora e com você.<br />

Conheça mais sobre o nosso pensamento<br />

e os nossos novos produtos para a retomada em:<br />

jc<strong>de</strong>caux.com.br/OOHThinkers<br />

Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Mobiliário Urbano | Metrô <strong>de</strong> São Paulo | GRU Airport e Aeroporto <strong>de</strong> Brasília<br />

Métricas Globais | Pesquisas | Integração Mobile & Digital | Programática | Experiências | Resultados


MERCADO<br />

Fotos: Divulgação<br />

Ale Alves, da CL, observa maior redução <strong>de</strong> tempo O executivo Marcos Yamamura é diretor da DPZ&T Felipe Rodrigues é diretor da Wun<strong>de</strong>rman Thompson<br />

Transformação tecnológica é vetor<br />

para o novo normal na propaganda<br />

Agências agregam aprendizados que trouxeram visão multidisciplar<br />

na fase home office, além <strong>de</strong> customização, inovação e tempo menor<br />

ral casada com a transformação<br />

processual, <strong>de</strong>ixando para trás<br />

antigos costumes com times<br />

mais enxutos, multidisciplinares<br />

e colaborativos. Atuando<br />

<strong>de</strong> forma mais eficiente e com<br />

maior foco na saudabilida<strong>de</strong><br />

financeira dos projetos e da<br />

agência. Para esse formato ser<br />

viável a tecnologia é um dos<br />

principais pilares, viabilizando<br />

a automação e a mensuração<br />

dos processos e entregas. Trazendo<br />

agilida<strong>de</strong> e dados para a<br />

melhora contínua dos processos<br />

operacionais das empresas,<br />

gerando conhecimento e capacitação<br />

organizacional”, acrescentou<br />

a executiva da Y&R.<br />

A interrupção do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

negócios ao qual as agências se<br />

acostumaram, nas palavras <strong>de</strong><br />

Marcos Yamamura, diretor <strong>de</strong><br />

projetos & operações da DPZ&T,<br />

sinaliza mudanças, assim como<br />

está ocorrendo no consumo e<br />

comportamento das pessoas.<br />

“Em vez <strong>de</strong> olhar para o passado,<br />

será fundamental reconstruir<br />

o futuro”, pon<strong>de</strong>ra Yamamura,<br />

que diz mais. “Criamos<br />

“A inovAção, nesse<br />

sentido, será<br />

no processo dA<br />

trAnsformAção<br />

culturAl<br />

cAsAdA com A<br />

trAnsformAção<br />

processuAl”<br />

uma cultura <strong>de</strong> gestão com<br />

ferramentas ágeis <strong>de</strong> workflow<br />

customizadas que visam planejamento,<br />

visibilida<strong>de</strong>, controle<br />

e colaboração entre os times e,<br />

principalmente, nos permite<br />

realizar mudanças <strong>de</strong> rota em<br />

tempo real. O fluxo organizacional<br />

<strong>de</strong>ssas ferramentas gera<br />

uma massa <strong>de</strong> dados histórica<br />

que garante obtenção <strong>de</strong> diagnósticos,<br />

insights e feedbacks<br />

tanto para as <strong>de</strong>cisões do dia a<br />

dia como para evoluirmos continuamente<br />

com nossa operação.<br />

Assim, é possível atuar <strong>de</strong><br />

maneira preditiva em relação<br />

Paulo Macedo<br />

Vários segmentos econômicos<br />

tiveram <strong>de</strong> se adaptar.<br />

O bancário, <strong>de</strong> acordo com estudo<br />

consolidado pela Tememos/The<br />

Economist, mostra<br />

que 66% dos executivos ouvidos<br />

acreditam que a inteligência<br />

artifical será recorrente no<br />

meio até 2025. Na região Latam,<br />

a pesquisa esclarece que o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agências bancárias<br />

“estará morto” nesse período.<br />

Acostumada à inovação, a publicida<strong>de</strong><br />

ligou o radar imediatamente<br />

à chegada da crise.<br />

“Com a obrigatorieda<strong>de</strong> da<br />

transformação digital em todos<br />

os setores, o novo normal da<br />

tecnologia representa oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma melhor gestão operacional<br />

em busca <strong>de</strong> eficiência<br />

e produtivida<strong>de</strong>”, explica Jaqueline<br />

Travaglin, diretora-geral <strong>de</strong><br />

operações da Y&R Brasil.<br />

A Y&R está investindo em<br />

automatização, capacitação e<br />

metodologias ágeis. “A inovação,<br />

nesse sentido, será no processo<br />

da transformação cultuà<br />

alocação futura <strong>de</strong> recursos,<br />

redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> terceiros,<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> gargalos e estimativa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas X receitas,<br />

além <strong>de</strong> focar na rentabilida<strong>de</strong>.<br />

Tudo isso protege o nosso<br />

negócio e o <strong>de</strong> nossos clientes,<br />

que, por sua vez, têm uma entrega<br />

com mais agilida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>.”<br />

Qual é o novo normal da tecnologia<br />

que orienta processos<br />

e projetos <strong>de</strong> inovação? Quem<br />

respon<strong>de</strong> é Ale Alves, CEO da<br />

agência CL. “Um exemplo <strong>de</strong>sse<br />

novo comportamento foi<br />

a campanha que acabamos<br />

<strong>de</strong> lançar para o projeto Coral<br />

Vivo, inspirado no Mês do Meio<br />

Ambiente. Foram duas semanas<br />

para colocar um projeto <strong>de</strong><br />

30 dias no ar. O que antes tomaria<br />

um tempo gran<strong>de</strong> da agência<br />

e do cliente foi resolvido na<br />

meta<strong>de</strong> do tempo e com uma<br />

equipe reduzida.”<br />

Por outro lado, segundo Alex<br />

Espinosa, sócio e head <strong>de</strong> estratégia,<br />

inovação e pesquisa<br />

da CBA B+G, a tecnologia vai<br />

continuar sendo facilitadora <strong>de</strong><br />

82 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


processos. “Graças a ela, hoje<br />

usamos sete ferramentas diferentes,<br />

que vão do streaming<br />

e plataformas <strong>de</strong> cocriação à<br />

inteligência artificial para <strong>de</strong>senvolver<br />

estratégia, criação e<br />

até implementação <strong>de</strong> projetos<br />

<strong>de</strong> inovação. Isso se intensifica<br />

ainda mais no momento que<br />

estamos, com a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> distanciamento social. Graças<br />

às diferentes ferramentas<br />

e opções trazidas pela tecnologia,<br />

processos que antes eram<br />

obrigatoriamente presenciais e<br />

físicos pu<strong>de</strong>ram ser recriados<br />

e adaptados ao universo digital<br />

tendo resultados semelhantes –<br />

e às vezes até superiores”, <strong>de</strong>staca<br />

Espinoza.<br />

Os aprendizados nesse primeiro<br />

semestre <strong>de</strong> <strong>2020</strong> já são<br />

catalisadores. A a<strong>de</strong>rência à<br />

tecnologia interferiu na forma<br />

<strong>de</strong> se relacionar e trabalhar.<br />

“Muitas empresas estão revendo<br />

seus mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio,<br />

seus produtos e suas estratégias<br />

para se manterem ativas.<br />

É interessante ver empresas antes<br />

‘não tão digitais’ buscando<br />

soluções <strong>de</strong> automação, data<br />

analytics e adotando princípios<br />

ágeis para se reinventar. Como<br />

essa energia <strong>de</strong> mudança tem<br />

<strong>de</strong> ser muito bem direcionada<br />

Alex Espinosa é sócio e head <strong>de</strong> inovação da agência CBA B+G<br />

para evitar o gasto <strong>de</strong>snecessário<br />

<strong>de</strong> esforço e acelerar o time<br />

to market <strong>de</strong>stes novos produtos,<br />

estas iniciativas precisam<br />

ser muito bem embasadas em<br />

dados e validadas por processos<br />

e metodologias que aju<strong>de</strong>m<br />

a <strong>de</strong>finir melhor os caminhos<br />

que esse produto precisam seguir<br />

para terem sucesso”, esclarece<br />

Felipe Rodrigues, diretor<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da Wun<strong>de</strong>rman Thompson.<br />

O universo do novo normal<br />

pelo viés tecnológico po<strong>de</strong> ser<br />

medido pela a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> pessoas<br />

nunca expostas à internet. Por<br />

exemplo, para receber benefícios<br />

do governo, foi acelerada<br />

a a<strong>de</strong>são ao aplicativo da Caixa.<br />

A inclusão digital, porém,<br />

será necessária no Brasil. Por<br />

isso mesmo, a pesquisa da Tememos/The<br />

Economist enfatiza<br />

que o caminho dos bancos<br />

rumo à tecnologia é natural.<br />

Nas agências, como na AlmapBBDO,<br />

também. “Estamos<br />

tendo acesso a mais novida<strong>de</strong>s<br />

e trocando ainda mais experiências<br />

com escritórios da re<strong>de</strong><br />

BBDO, com produtoras, veícu-<br />

Jaqueline Travaglin é diretora-geral <strong>de</strong> operações da Y&R Brasil<br />

los e clientes. Na AlmapBBDO, a<br />

inovação precisa estar a serviço<br />

da criativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> resultados.<br />

Estamos evoluindo projetos relacionados<br />

a assistente <strong>de</strong> voz;<br />

inteligência <strong>de</strong> produção; ferramentas<br />

<strong>de</strong> automação para gerar<br />

gran<strong>de</strong> escala e personalização<br />

nas entregas <strong>de</strong> comunicação<br />

digital. Quanto mais ágeis conseguimos<br />

ser em testes e aprendizados,<br />

mais otimizamos os resultados.<br />

Criativida<strong>de</strong> é buscar<br />

inovação em tudo”, finaliza Rodrigo<br />

Falcão, diretor <strong>de</strong> produção<br />

digital da AlmapBBDO.<br />

A KALLAS TEM ORGULHO<br />

DE SER BRASILEIRA<br />

E DE FAZER PARTE DO<br />

DIA A DIA DOS NORDESTINOS<br />

3° METRÔ<br />

16 MUNICÍPIOS<br />

85 ESTAÇÕES<br />

655 MIL<br />

DO BRASIL<br />

(RECIFE - EM VOLUME<br />

DE PASSAGEIROS)<br />

4 CAPITAIS: NATAL /<br />

RECIFE / JOÃO PESSOA /<br />

MACEIÓ + 12 MUNICÍPIOS<br />

(ÁREAS METROPLITANAS)<br />

METRÔ E VLT<br />

MÉDIA DE<br />

PASSAGEIROS<br />

POR DIA<br />

A Kallas trouxe uma nova forma <strong>de</strong> comercializar mídia nos trilhos<br />

da CBTU no Nor<strong>de</strong>ste, com mais conhecimento, criativida<strong>de</strong><br />

e administração, através do conceito master <strong>de</strong> mídia.<br />

Kallas Mídia OOH, 41 anos <strong>de</strong> muitas projetos marcantes em mídia exterior, agora<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento do novo e vitorioso projeto <strong>de</strong> adoção dos trilhos da CBTU.<br />

kallas.com.br<br />

/kallasmidia<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 83


♡ PARABÉNS, PROPMARK<br />

POR SEUS 55 ANOS VERDADEIRAMENTE<br />

EXEMPLARES.


Na vida e na propaganda, diga sempre a verda<strong>de</strong>.<br />

CONCORDA?


MERCADO<br />

Makers promove CMO Insights para<br />

<strong>de</strong>bater transformação pós-Covid-19<br />

Evento, que será realizado no YouTube entre segunda (<strong>15</strong>) e sexta (19), terá<br />

a participação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas no país<br />

i<strong>de</strong>ia é promover um encontro<br />

<strong>de</strong> pessoas que es-<br />

A<br />

tão comandando as transformações<br />

<strong>de</strong> hoje para o mundo<br />

<strong>de</strong> amanhã. A <strong>de</strong>finição é <strong>de</strong><br />

Thiego Goularte, criador da<br />

plataforma Makers, que já conta<br />

com 70 li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing<br />

das principais marcas<br />

estabelecidas no país. A partir<br />

<strong>de</strong>sta segunda-feira (<strong>15</strong>), até o<br />

dia 19, acontece o CMO Insights<br />

<strong>2020</strong> no Makers TV (YouTube).<br />

“O tema central é uma discussão<br />

aberta e construtiva sobre o<br />

mundo pós-pan<strong>de</strong>mia e da nova<br />

configuração <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong><br />

que se <strong>de</strong>senha. Nossa i<strong>de</strong>ia é<br />

promover um encontro <strong>de</strong> pessoas<br />

que estão comandando as<br />

transformações <strong>de</strong> hoje para o<br />

mundo <strong>de</strong> amanhã”, esclarece<br />

Goularte.<br />

O CMO, nas palavras <strong>de</strong> Goularte,<br />

tem papel primordial<br />

nas relações das marcas com<br />

os consumidores. “É função<br />

<strong>de</strong>les ter a sensibilida<strong>de</strong> sobre<br />

comportamentos humanos e,<br />

sobretudo, o entendimento <strong>de</strong><br />

que hoje as pessoas não compram<br />

apenas produtos e serviços,<br />

elas compram histórias,<br />

posicionamentos e impacto social.<br />

Há cada vez menos espaço<br />

para marcas que não possuem<br />

propósitos claros e não se posicionam<br />

sobre temas relevantes<br />

para a vida das pessoas.”<br />

Goularte esclarece que o<br />

profissional <strong>de</strong> marketing precisa<br />

estar atento para o fato <strong>de</strong><br />

que o consumidor mudou. “E a<br />

forma <strong>de</strong> se relacionar com ele<br />

também passa por transformar<br />

o jeito <strong>de</strong> fazer marketing e comunicação.<br />

Dados, tecnologia,<br />

processos e uma série <strong>de</strong> nomenclaturas<br />

que falamos atualmente<br />

não fazem sentido se<br />

não enten<strong>de</strong>rmos <strong>de</strong> pessoas.<br />

Marketing é falar com pessoas,<br />

se relacionar com elas e criar<br />

uma relação genuína. Você só<br />

consegue fazer isso quando se<br />

permite enxergar o mundo pela<br />

lente do seu público.”<br />

O mindset foi alterado. “O<br />

O executivoThiego Goularte li<strong>de</strong>ra 70 profissionais que integram a plataforma Makers<br />

profissional <strong>de</strong> marketing precisa<br />

estar por <strong>de</strong>ntro dos assuntos<br />

que impactem os negócios<br />

e, principalmente, a vida das<br />

pessoas. Pois, são eles os catalisadores<br />

que flutuam entre o<br />

mundo externo e a vida <strong>de</strong>ntro<br />

das companhias. Pensar em<br />

vendas, tecnologia e inovação<br />

é um ativo que tomou bastante<br />

espaço no dia a dia do CMO,<br />

mas pensar em economia, impacto<br />

social e propósito é importantíssimo<br />

para estabelecer<br />

um diálogo franco com seus<br />

li<strong>de</strong>rados e até mesmo com seu<br />

Divulgação<br />

“Não há<br />

mais espaço<br />

para marcas<br />

iNcoereNtes”<br />

cliente. Dentro das empresas<br />

sempre houve perspectivas diferentes<br />

sobre o protagonismo<br />

do marketing”.<br />

Goularte acrescenta: “À medida<br />

que a tecnologia entrega<br />

dados mais relevantes sobre o<br />

seu público, o marketing centraliza<br />

o principal elo entre os<br />

clientes e a marca. E é a partir<br />

<strong>de</strong>le que nascem novas abordagens,<br />

canais <strong>de</strong> comunicação,<br />

formatos <strong>de</strong> vendas e, por<br />

que não, produtos e serviços.<br />

O olhar é que as empresas existem<br />

porque existem pessoas. E<br />

elas precisam estar no centro<br />

das ações. Seu consumidor sabe<br />

quem é você, sabe o seu tom <strong>de</strong><br />

voz e a forma que se relaciona<br />

com o mundo. Não há mais espaço<br />

para marcas incoerentes.”<br />

A publicida<strong>de</strong> ainda é a principal<br />

aliada do marketing, mas<br />

vive momento <strong>de</strong> ressignificação.<br />

“A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra hoje<br />

é multicanal e o entendimento<br />

da jornada do seu cliente passa<br />

por esquecer conceitos preestabelecidos<br />

da publicida<strong>de</strong><br />

tradicional. Nunca houve uma<br />

separação do que é on e do que<br />

é off. Muitas marcas já enten<strong>de</strong>ram<br />

que do outro lado há uma<br />

pessoa que assiste uma série<br />

e mexe no celular ao mesmo<br />

tempo. A publicida<strong>de</strong>, cada vez<br />

mais, terá um papel fundamental<br />

para que o relacionamento<br />

entre marcas e consumidores<br />

gere experiências <strong>de</strong> compras<br />

melhores, personalizadas e<br />

adaptadas a cada momento.<br />

Os dados e as informações <strong>de</strong><br />

performance municiam as áreas<br />

criativas na concepção <strong>de</strong><br />

campanhas. Com isso, otimiza-<br />

-se verbas <strong>de</strong> mídias e cria-se<br />

assets mais personalizados aos<br />

clientes”, <strong>de</strong>staca Goularte.<br />

Entre os nomes confirmados<br />

para os <strong>de</strong>bates estão Silvana<br />

Balbo, CMO do Carrefour; Ilca<br />

Sierra, CMO da Via Varejo; Fernando<br />

Vilela, CMO e Growth da<br />

Rappi; Felipe Cerchiari, diretor<br />

<strong>de</strong> inovação da Ambev, e Paulo<br />

Correa, CEO da C&A.<br />

86 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


por um<br />

RINO COM<br />

Desrespeito à natureza, corrupção, preconceito.<br />

Os meteoros <strong>de</strong> hoje têm outros nomes,<br />

mas o estrago que po<strong>de</strong>m fazer continua o mesmo.<br />

Um meteoro acabou com os dinossauros na Pré-História.<br />

Hoje, vários meteoros ameaçam não só os dinossauros<br />

contemporâneos, mas todos nós.<br />

A campanha POR UM MUNDO MAIS LIMPO nasceu para fazer um alerta<br />

e ajudar a mudar comportamentos nada saudáveis para o planeta.<br />

Se a sua marca se i<strong>de</strong>ntifica com essa campanha, junte-se a ela.<br />

E aju<strong>de</strong>-nos a levantar essa ban<strong>de</strong>ira.<br />

Entre em contato com a gente pelos e-mails:<br />

hirancastellobranco@gmail.com<br />

luizvalente@uol.com.br


mercado<br />

agências boutiques <strong>de</strong> relações<br />

públicas crescem durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

Profissionais da área ganham protagonismo neste momento em que as<br />

empresas precisam estar mais próximas da mídia e dos consumidores<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Fotos: Divulgação<br />

Além da preocupação com<br />

o cenário socioeconômico<br />

que assola o país e o mundo,<br />

muitas empresas também<br />

procuram enten<strong>de</strong>r qual a<br />

melhor forma <strong>de</strong> se comunicar<br />

durante a crise provocada<br />

pela Covid-19. A busca<br />

por uma maior efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

suas ações, sem parecer oportunista,<br />

faz com que alguns<br />

executivos passem a direcionar<br />

mais investimentos para<br />

a área <strong>de</strong> comunicação e relações<br />

públicas.<br />

“Sentimos que a crise trouxe<br />

um maior interesse das<br />

marcas em serviços <strong>de</strong> RP para<br />

ações <strong>de</strong> comunicação que as<br />

aju<strong>de</strong>m a se posicionar corretamente<br />

durante a crise, ser<br />

mais transparentes e divulgar<br />

via multicanais como estão<br />

reagindo à crise, mudanças <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los que fizeram, projetos<br />

Katia e Renata, da Suporte Comunicação: “Proximida<strong>de</strong> com o cliente fez diferença”<br />

sociais para combater a pan<strong>de</strong>mia<br />

etc. Percebemos uma diversificação<br />

na <strong>de</strong>manda para incluir em nossas ações<br />

“As mArcAs sAbem<br />

outras frentes que permitem uma comunicação<br />

mais direta com os stakehol<strong>de</strong>rs”, que serão lembrAdAs<br />

comenta Luis Claudio Allan, fundador e<br />

por suAs Atitu<strong>de</strong>s<br />

CEO da FirstCom Comunicação.<br />

nesse período”<br />

Ainda segundo o executivo, é possível<br />

observar na atual conjuntura um movimento<br />

<strong>de</strong> migração <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

agências para escritórios mais<br />

boutiques, on<strong>de</strong> o cliente passa<br />

a encontrar um atendimento<br />

mais personalizado e com<br />

honorários mais acessíveis.<br />

“Em vez <strong>de</strong> cortar totalmente<br />

a verba para RP, acredito<br />

na tendência <strong>de</strong> um maior<br />

interesse por trabalhar com<br />

agências que têm donos e profissionais<br />

mais seniors atuando<br />

na linha <strong>de</strong> frente. É muito<br />

arriscado neste momento <strong>de</strong>ixar<br />

a imagem da marca sendo<br />

cuidada por equipes com<br />

pouca experiência em gestão<br />

<strong>de</strong> crise e dificilmente uma<br />

gran<strong>de</strong> agência consegue entregar<br />

a mesma seniorida<strong>de</strong><br />

para toda sua carteira. Alguns<br />

clientes antigos voltaram a Vinicius Cordoni, da VCRP: “O cliente precisa da agência 24 horas por dia”<br />

nos procurar para ajudá-los a <strong>de</strong>senhar<br />

uma estratégia <strong>de</strong> RP especialmente<br />

para o período da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Registramos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março,<br />

quando foi <strong>de</strong>cretada a quarentena,<br />

um crescimento <strong>de</strong> 25% no faturamento”,<br />

diz.<br />

Já para Katia Blasques, sócia da<br />

Suporte Comunicação, as agências<br />

boutiques <strong>de</strong> relações públicas<br />

não necessariamente são<br />

mais procuradas pelos clientes<br />

neste momento, mas com certeza<br />

mais ouvidas. “As agências <strong>de</strong> RP<br />

trafegam por todas as áreas das<br />

companhias, são extremamente<br />

ágeis e versáteis, conhecem profundamente<br />

o cliente e o mercado<br />

no qual atuam. Percebemos que<br />

clientes com pouco fôlego paralisaram.<br />

Por outro lado, marcas com<br />

estruturas mais sólidas aceleram<br />

a presença online e ofereceram<br />

serviços diferenciados durante o<br />

isolamento, como venda <strong>de</strong> vouchers,<br />

entretenimento online e<br />

ajuda direta <strong>de</strong> combate ao vírus.<br />

Em todas estas iniciativas a criativida<strong>de</strong><br />

e proximida<strong>de</strong> com o cliente fez<br />

diferença”, analisa.<br />

Outra agência que colhe bons frutos<br />

nesta quarentena é a VCRP Brasil, que<br />

revela que ganhou 10 novos clientes no<br />

último mês. “Além <strong>de</strong> não <strong>de</strong>mitir ninguém,<br />

contratamos mais cinco pessoas.<br />

Vínhamos em uma crescente tanto <strong>de</strong><br />

faturamento quanto <strong>de</strong> carteira. Até agora<br />

crescemos 35% em número <strong>de</strong><br />

clientes e 75% em faturamento.<br />

Houve uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s contas, migrando <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

agências. Sentimos também<br />

que o segmento <strong>de</strong> telemedicina<br />

e empresas voltadas ao universo<br />

da saú<strong>de</strong> impulsionaram todas as<br />

suas estratégias. Dos últimos 20<br />

novos clientes da agência, 50%<br />

eram atendidos pelas big agências.<br />

A pan<strong>de</strong>mia veio para mostrar<br />

que não existe mais o CEO, o comercial,<br />

o atendimento. O cliente<br />

contratou a expertise da agência e<br />

precisa <strong>de</strong>la 24 horas por dia”, observa<br />

Vinicius Cordoni, fundador<br />

e CEO e da VCRP Brasil.<br />

ProTaGoNISmo<br />

Segundo o estudo Impactos da<br />

88 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Covid-19 no investimento <strong>de</strong> mídia do<br />

Brasil, realizado pela Nielsen e com o<br />

IAB, um terço dos anunciantes vai aumentar<br />

o investimento em mídia orgânica,<br />

o que faz com que a área <strong>de</strong> relações<br />

públicas ganhe mais protagonismo<br />

neste momento em que as empresas<br />

precisam estar mais próxima <strong>de</strong> seus<br />

consumidores.<br />

“O protagonismo não vem <strong>de</strong> hoje,<br />

mas, <strong>de</strong> fato, acelerou. Talvez muitas<br />

empresas tenham uma percepção maior<br />

hoje. Sentimos aqui muitos clientes que<br />

cortaram outras <strong>de</strong>spesas, mas mantiveram<br />

o PR pelo entendimento, pois em<br />

um momento <strong>de</strong> crise, é superimportante.<br />

As marcas sabem que serão lembradas<br />

por suas atitu<strong>de</strong>s nesse período<br />

e estão cada vez mais preocupadas com<br />

isso. Muitas reduziram investimento<br />

em mídia paga e mantiveram todas suas<br />

fichas na orgânica. Elas, agora, não estão<br />

preocupadas apenas em ven<strong>de</strong>r<br />

seus produtos, estão olhando atributos<br />

do PR que antes talvez não fossem tão<br />

claros, como gerenciamento <strong>de</strong> crise,<br />

employer branding, treinamento <strong>de</strong> discurso<br />

e conteúdo educativo, entre outros”,<br />

ressalta Cordoni.<br />

As marcas que <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> cuidar da Luis Claudio Allan, da FirstCom: “Crise trouxe mais interesse por RP”<br />

sua imagem durante a pan<strong>de</strong>mia po<strong>de</strong>m<br />

pagar um preço alto quando a economia<br />

retomar. Allan relembra que no início da<br />

quarentena alguns empresários <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram<br />

o fim do isolamento para preservar a<br />

economia em <strong>de</strong>trimento da preservação<br />

<strong>de</strong> vidas e foram duramente criticados<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais e na imprensa.<br />

“Mais do que a perda <strong>de</strong> receita e clientes<br />

em <strong>de</strong>corrência da queda da economia,<br />

a pior crise que uma empresa po<strong>de</strong><br />

enfrentar neste momento é a <strong>de</strong> imagem.<br />

É fundamental pensar muito bem as<br />

ações <strong>de</strong> comunicação antes <strong>de</strong> colocá-las<br />

na rua. O maior risco é soar oportunista e<br />

não ser percebida como uma marca que<br />

tem uma visão social legítima, autêntica,<br />

preocupada em fazer o bem, colocando a<br />

vida em primeiro lugar. Entendo que <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> contar com o apoio <strong>de</strong> uma agência<br />

<strong>de</strong> RP neste momento po<strong>de</strong> ser um tiro<br />

no pé, já que a imagem é o principal ativo<br />

<strong>de</strong> qualquer negócio e não se comunicar<br />

a<strong>de</strong>quadamente com seus stakehol<strong>de</strong>rs<br />

certamente vai tornar ainda mais difícil<br />

a retomada das ativida<strong>de</strong>s após o fim do<br />

isolamento”, avalia.<br />

PÓS-PaN<strong>de</strong>mIa<br />

Está comprovado que a comunicação<br />

é ainda mais fundamental neste momento.<br />

Afinal, muitos consumidores <strong>de</strong>vem<br />

separar as empresas socialmente responsáveis<br />

que contribuem para a construção<br />

<strong>de</strong> uma nova economia mais humana, das<br />

que têm apenas o lucro como o principal<br />

objetivo.<br />

“Acredito que a principal lição é que as<br />

marcas não po<strong>de</strong>m mais abrir mão <strong>de</strong> uma<br />

comunicação humanizada. Os consumidores<br />

ten<strong>de</strong>m a se relacionar e comprar<br />

produtos e serviços <strong>de</strong> empresas que<br />

construam uma imagem focada no social.<br />

Esta é a hora <strong>de</strong> mostrar quem, <strong>de</strong><br />

fato, tem e pratica uma visão social autêntica,<br />

o que po<strong>de</strong>rá pesar positivamente<br />

na balança frente a uma nova geração<br />

<strong>de</strong> consumidores que se engaja e dá<br />

muito mais valor àqueles legitimamente<br />

preocupados com seu papel social em<br />

sobreposição ao balanço financeiro, um<br />

quesito cada vez mais levado em conta<br />

também pelos acionistas”, diz Allan.<br />

Para Renata Grabert, sócia da Suporte<br />

Comunicação, a primeira e principal<br />

lição é que a comunicação é essencial.<br />

“Agências com competências<br />

diferentes <strong>de</strong>vem se unir por projetos<br />

visando entregar as melhores soluções<br />

e resultados para os clientes. Olhando<br />

para as marcas, as que são autênticas,<br />

sócio-responsáveis e encabeçam iniciativas<br />

reais são as que <strong>de</strong>ixarão um<br />

legado para o mercado e para a nossa<br />

indústria. Consumo e consumidores<br />

não serão os mesmos. Ven<strong>de</strong>r será<br />

consequência, não causa. E, relações<br />

públicas continuarão a consolidar marcas<br />

e sobretudo construir reputações”,<br />

finaliza.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 89


mErcado<br />

“Trouxemos<br />

a lógica <strong>de</strong><br />

serviços <strong>de</strong><br />

experiência”<br />

Flaviano Faleiro, hoje diretor-executivo<br />

da Accenture Interactive para América<br />

Latina, tem compromisso marcado<br />

para setembro, quando vai assumir<br />

oficialmente o mesmo cargo na operação<br />

<strong>de</strong> mercados emergentes e será responsável<br />

pela empresa em regiões que incluem Ásia,<br />

Oriente Médio, África, Oceania e a própria<br />

América Latina. Sua meta será levar o mo<strong>de</strong>lo<br />

implementado pela empresa na região nos<br />

últimos anos, agregando talentos, fazendo<br />

aquisições e outras iniciativas para ter uma<br />

oferta <strong>de</strong> serviços completa. Hoje, a operação<br />

da Accenture Interactive na América Latina tem<br />

1.200 pessoas, seis vezes mais que há poucos<br />

anos. Nesta entrevista, o executivo explica<br />

como foi compondo o negócio a partir <strong>de</strong><br />

talentos como Eco Moliterno e agências como<br />

Ad Dialeto e New Content.<br />

Flaviano Faleiro: “Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> nossa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> transformação está ao redor da aceleração <strong>de</strong> v<br />

Felipe Turlão<br />

EmErgEnTEs<br />

Estou indo para esse cargo<br />

nos mercados emergentes<br />

para repetir o crescimento<br />

da operação na América Latina,<br />

que tinha 200 pessoas<br />

e hoje somos 1.200, com um<br />

crescimento acelerado, mas<br />

mantendo os mesmos princípios<br />

<strong>de</strong> atuação, com foco em<br />

business experience. Nosso<br />

negócio é como nos conectamos<br />

com nossos clientes, socieda<strong>de</strong><br />

e funcionários para<br />

criar as melhores experiências<br />

do mercado na intersecção <strong>de</strong><br />

inovação e propósito.<br />

PilarEs<br />

Des<strong>de</strong> março, a Accenture<br />

Interactive está atuando globalmente<br />

com quatro pilares.<br />

O <strong>de</strong>sign experience, o build<br />

experience, o communicate<br />

experience e o run experience.<br />

O serviço tradicional das agências<br />

correspon<strong>de</strong> a apenas um<br />

pilar, o <strong>de</strong> comunicação. Em<br />

<strong>de</strong>sign experience, fizemos<br />

uma aquisição há sete anos,<br />

da Fjord, com sete escritórios.<br />

Também adquirimos talentos<br />

que estavam na Huge, quando<br />

esta fechou a sua operação no<br />

Brasil. E há sete meses, compramos<br />

a Insitum. Gran<strong>de</strong> parte<br />

do crescimento <strong>de</strong>ssa área<br />

foi construindo capacida<strong>de</strong>s<br />

em cima do nosso propósito e<br />

ir ao mercado para dizer que<br />

construímos experiências. Em<br />

três anos, essa área foi <strong>de</strong> <strong>15</strong><br />

para 350 funcionários.<br />

“fomos buscar<br />

sempre o<br />

melhor para<br />

ter conteúdo<br />

e narrativa”<br />

ExPEriEncE<br />

No build experience, que é<br />

a construção da experiência,<br />

sendo que 60% a 870% <strong>de</strong>la<br />

é feita no digital, temos 300<br />

especialistas em tecnologia<br />

para pensar em marketplace<br />

<strong>de</strong> e-commerce, ou plataforma<br />

martec. Essa área é o coração<br />

da Accenture, <strong>de</strong>dicada ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento mais ágil <strong>de</strong><br />

construção <strong>de</strong> experiência. Já<br />

em communicate experience<br />

temos a li<strong>de</strong>rança do Eco Moliterno<br />

e do Giovanni Rivetti,<br />

em um time que foi composto<br />

por três movimentos. O primeiro<br />

foi trazer o time do Eco,<br />

que era <strong>de</strong> seis a <strong>de</strong>z pessoas<br />

com foco em brand strategy<br />

e criação. Em um segundo<br />

movimento, tivemos a aquisição<br />

da AdDialeto, com seu<br />

conhecimento sobre marca,<br />

branding e comunicação. E<br />

o terceiro foi a vinda da New<br />

Content.<br />

misTura<br />

Assim, fomos buscar sempre<br />

o melhor para ter conteúdo<br />

e narrativa que produza engajamento<br />

<strong>de</strong> clientes <strong>de</strong>ntro das<br />

plataformas, juntando o brand<br />

awareness com o Eco, a consi<strong>de</strong>ração<br />

e engajamento com<br />

a New Content e a conversão<br />

com a AdDialeto. Esse pilar <strong>de</strong><br />

comunicação é bem parecido<br />

com o escopo <strong>de</strong> uma agência<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, mas com o suporte<br />

<strong>de</strong> um arsenal <strong>de</strong> tecnologia<br />

e analytics para conectar<br />

<strong>de</strong>sign, conteúdo, tecnologia<br />

90 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

endas em canais digitais”<br />

e dados. O outro pilar é o run<br />

experience. Já que <strong>de</strong>senhamos,<br />

construímos e comunicamos,<br />

também po<strong>de</strong>mos<br />

rodar essa operação <strong>de</strong> conteúdo,<br />

mídia e e-commerce<br />

para o cliente. Depen<strong>de</strong>ndo da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um, temos<br />

times especializados, por<br />

exemplo, em webmail, criação<br />

<strong>de</strong> conteúdos mais táticos. A<br />

i<strong>de</strong>ia é entregar uma operação<br />

que alavanca a experiência.<br />

Não somos um conjunto<br />

<strong>de</strong> empresas, mas trouxemos<br />

a lógica <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> experiência.<br />

Trabalhamos quase<br />

como squads multiskills no<br />

<strong>de</strong>senho das soluções.<br />

Mo<strong>de</strong>lo<br />

Em nosso mo<strong>de</strong>lo comercial,<br />

a remuneração em gran<strong>de</strong><br />

parte é em cima <strong>de</strong> formas<br />

flexíveis sobre mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> experiência.<br />

O que chamamos <strong>de</strong><br />

experiência é o que temos<br />

visto em transformação em<br />

setores como o transporte,<br />

se comparar a forma como<br />

acessávamos táxis ou bancos<br />

antes, e agora. São gran<strong>de</strong>s<br />

projetos que ajudam na reinvenção<br />

<strong>de</strong> serviços financeiros,<br />

healthcare, aviação e varejo,<br />

entre outros. Temos mil<br />

pessoas dos quatro pilares<br />

trabalhando juntas <strong>de</strong> forma<br />

integrada.<br />

Maturida<strong>de</strong><br />

A melhor <strong>de</strong>finição é que<br />

estamos na meta<strong>de</strong> da subida.<br />

Todas as capabilities e skills<br />

estão sendo transformadas<br />

pela tecnologia e inovação.<br />

Estamos tentando enten<strong>de</strong>r<br />

qual vai ser o conteúdo, criativida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>sign do futuro,<br />

para continuarmos evoluindo.<br />

CresCiMento<br />

Buscamos ampliar a equipe<br />

para áreas do mercado que estão<br />

em crescimento, como planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia, por meio<br />

<strong>de</strong> contratações. Também<br />

estamos contratando os melhores<br />

talentos em martech.<br />

Quando olhamos para aquisições,<br />

pensamos nos clientes,<br />

como os sete da New Content<br />

que também estavam no nosso<br />

portfólio já. Agora, vamos<br />

continuar olhando para tecnologia,<br />

marketing e dados para<br />

aquisições, especialmente as<br />

empresas relevantes. Temos<br />

feito uma aquisição gran<strong>de</strong><br />

por ano, mas já chegamos a<br />

ter três. Enxergamos áreas <strong>de</strong><br />

crescimento em martech, caucadas<br />

em cima <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s plataformas.<br />

Estão surgindo novas<br />

tecnologias e precisamos<br />

ficar conectados com elas.<br />

estágios<br />

A estrutura da Accenture<br />

que vou cuidar é <strong>de</strong> mercados<br />

em crescimento, o que contempla<br />

América Latina, África<br />

do Sul, Oriente Médio, Oceania,<br />

Japão, China e outros países<br />

da Ásia. O primeiro <strong>de</strong>safio<br />

será criar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> operação<br />

completas, o que fizemos<br />

na América Latina, nessas<br />

outras regiões. Cada mercado<br />

tem um estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e a i<strong>de</strong>ia é replicar.<br />

transforMação<br />

Vamos acelerar a agenda<br />

omnichannel, e vemos indústrias<br />

mais avançadas como<br />

bancos, healtcare, varejo e<br />

viagens. E on<strong>de</strong> tínhamos bastante<br />

foco, para ser honesto.<br />

Agora, há ondas <strong>de</strong> indústrias<br />

“TER O DAVID<br />

DROGA junTO<br />

cOm A AccEnTuRE<br />

InTERAcTIVE<br />

nOs TROuxE<br />

umA GRAnDE<br />

DIfEREncIAçãO<br />

nO pIlAR DE<br />

cOmunIcAçãO”<br />

que estão sendo obrigadas a<br />

se transformar, porque os canais<br />

físicos estão fechados e a<br />

estratégia <strong>de</strong> vendas precisou<br />

ser repensada. Gran<strong>de</strong> parte<br />

<strong>de</strong> nossa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> transformação<br />

está ao redor da aceleração<br />

<strong>de</strong> vendas em canais<br />

digitais. As indústrias mais<br />

tradicionais sofrem porque<br />

os produtos não foram <strong>de</strong>senhados<br />

para o mundo digital.<br />

Então, tivemos muita <strong>de</strong>manda<br />

<strong>de</strong> recompor serviços antes<br />

vendidos no mundo físico. Na<br />

Europa, temos visto muito <strong>de</strong>mandas<br />

por digitalização da<br />

experiência dos eventos físicos.<br />

Gran<strong>de</strong>s marcas na Itália<br />

estão pensando em lançamentos<br />

<strong>de</strong> moda em cada estação<br />

e precisam <strong>de</strong>ssa experiência<br />

no digital. Há um novo normal,<br />

com clientes que nunca<br />

tinham comprado através <strong>de</strong><br />

e-commerce e gostaram. Algumas<br />

experiências não vão<br />

voltar a ser o que eram antes.<br />

Nós nos preparamos há cinco<br />

anos para isso, sempre apostando<br />

nessas gran<strong>de</strong>s experiências<br />

no mundo digital.<br />

Cases<br />

Temos a parceria com a Kimberly<br />

Clark, que é pautada em<br />

branding e ativações que, além<br />

<strong>de</strong> gerar awareness e conexão<br />

legítima com o consumidor<br />

atual, têm foco em trazer resultados<br />

<strong>de</strong> negócio. A combinação<br />

<strong>de</strong> estratégica com<br />

inovação, conteúdo, canais e<br />

formatos é o que <strong>de</strong>monstra<br />

os propósitos das nossas marcas,<br />

como a campanha do Dia<br />

do Abraço Huggies. Com Pag<br />

Seguro, a Accenture Interactive<br />

é a agência <strong>de</strong> branding,<br />

responsável pelo posicionamento<br />

end-to-end <strong>de</strong> marca e<br />

produtos. Adquirimos recentemente<br />

a posição <strong>de</strong> Agency<br />

of Record para a marca XP,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter participado <strong>de</strong><br />

uma concorrência com outras<br />

11 agências. Seremos responsáveis<br />

pelas campanhas <strong>de</strong><br />

construção <strong>de</strong> marca, produtos<br />

e serviços, brand building<br />

e brand activation, pelos<br />

próximos três anos. A nossa<br />

estreia será em breve, com<br />

a campanha Expert, uma importante<br />

iniciativa da marca.<br />

Em conjunto com a XP, estamos<br />

trabalhando na transformação<br />

da experiência <strong>de</strong> um<br />

gran<strong>de</strong> evento físico para o<br />

digital, impulsionado pela Covid-19.<br />

surpresa<br />

Resumo essa experiência<br />

em aprendizado, com a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ter a experiência<br />

única do ponto <strong>de</strong> vista cultural.<br />

Não é surpresa que muito<br />

da inovação aconteça na Ásia<br />

e eu estarei lá pelos próximos<br />

três anos pelo menos. Foi uma<br />

surpresa, trouxe um senso<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, e<br />

acredito que isso abrirá portas<br />

para brasileiros na operação.<br />

São quase 14 países diferentes<br />

para cuidar, cada um com uma<br />

cultura. Também acredito que<br />

será possível trazer boas experiências<br />

para o mercado brasileiro.<br />

Já temos no país mais <strong>de</strong><br />

um cliente que dividimos com<br />

a Droga5, por exemplo.<br />

droga5<br />

Não tem nada <strong>de</strong>finido sobre<br />

uma presença da agência<br />

no Brasil. É mais uma vonta<strong>de</strong><br />

dos clientes <strong>de</strong> ter a Droga5<br />

aqui. Mas o que eu digo é<br />

que, nesse momento, há um<br />

caminho para a expansão e<br />

o Brasil, certamente, é um<br />

mercado importante. Mesmo<br />

assim, hoje, já existe um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> colaboração. O David<br />

Droga já <strong>de</strong>clarou que escolheu<br />

a Interactive para manter<br />

sua relevância, pois o mundo<br />

está migrando para empresas<br />

que criam as melhores experiências<br />

para conectar marcas e<br />

propósitos com o consumidor.<br />

Tê-lo junto com a Accenture<br />

Interactive nos trouxe uma<br />

gran<strong>de</strong> diferenciação no pilar<br />

<strong>de</strong> comunicação, ficamos em<br />

outro patamar.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 91


we<br />

mkt<br />

Josh Hild/Unsplash<br />

Play it again,<br />

Armando<br />

“You must remember this,<br />

A kiss is still a kiss”<br />

Herman Hupfeld<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

filme é Casablanca. A música é cantada<br />

O no filme por Dooley Wilson. Composta<br />

por Herman Hupfeld, em 1931. Humphrey<br />

Bogart e Ingrid Bergman. Ingrid vira-se para<br />

Dooley no piano, e diz: Play it again... No<br />

segundo semestre <strong>de</strong> 1971, o saudoso amigo<br />

Oswaldo Loureiro Assef agenda um almoço<br />

com o Armando Ferrentini no Baiuca<br />

da Praça Roosevelt. Nos tempos <strong>de</strong> almoços<br />

on<strong>de</strong> os irmãos Peixoto encarregavam-<br />

-se da trilha musical. Armando me convida<br />

para escrever um artigo semanal sobre<br />

marketing no Asterisco, ca<strong>de</strong>rno dominical<br />

que cobria o território da propaganda.<br />

Propaganda que ingressava em sua fase<br />

dois, com o florescimento da televisão, e<br />

preparando-se para ingressar mais adiante<br />

em seus anos <strong>de</strong> ouro – 1980/2010. No ano<br />

que vem, a coluna completa 50 anos ininterruptos.<br />

Não conheço outra coluna sobre<br />

marketing tão longeva em todo o mundo. E<br />

isso só se tornou possível pela visão <strong>de</strong>le,<br />

Armando Ferrentini.<br />

Com o passar dos anos, Asterisco virou<br />

Ca<strong>de</strong>rno Propaganda e Marketing, mudou<br />

<strong>de</strong> jornais on<strong>de</strong> era encartado, e hoje tem<br />

vida própria e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Assim, e<br />

ao comemorarmos os 55 anos da iniciativa<br />

enlouquecida <strong>de</strong> um jovem jornalista e<br />

bacharel <strong>de</strong> direito, nada mais justo que dizermos,<br />

a história da propaganda brasileira<br />

divi<strong>de</strong>-se AC/DC – Antes do Ca<strong>de</strong>rno, e <strong>de</strong>pois<br />

do Ca<strong>de</strong>rno. Hoje, PROPMARK. Os primeiros<br />

anos do Armando e seu Asterisco na<br />

época não foram fáceis. De repente, passou<br />

a existir uma publicação semanal cobrindo,<br />

registrando e documentando tudo o<br />

que era realizado na publicida<strong>de</strong> brasileira<br />

na época. E as principais agências incomodaram-se<br />

e, num célebre almoço, supostamente<br />

em nome das principais agências,<br />

um dos empresários da publicida<strong>de</strong> disse<br />

ao Armando que “Brasília” estava profundamente<br />

incomodada com a cobertura<br />

que a sua publicação fazia da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira, muito especialmente e a partir<br />

da criação do Prêmio Colunistas... E assim<br />

se passaram 55 anos. Com o lastro das manifestações<br />

pioneiras, mais a referência estética<br />

imposta pela DPZ, o planejamento e<br />

criativida<strong>de</strong> da Almap, e o nascimento <strong>de</strong><br />

uma plataforma <strong>de</strong> comunicação espetacular<br />

com as digitais do Boni, a Globo, começa<br />

a era <strong>de</strong> ouro da propaganda brasileira:<br />

1980/2010. Prêmios, prosperida<strong>de</strong>, valorização<br />

dos profissionais. Em 2009, Bob<br />

Garfield, editor <strong>de</strong> Advertising Age, lança<br />

seu livro The Chaos Scenario e dá início à<br />

contagem regressiva: “Talvez você esteja<br />

muito ocupado mexendo com o seu smartphone<br />

para perceber, mas as estruturas<br />

dos meios <strong>de</strong> comunicação em massa que<br />

<strong>de</strong>finiram seus vínculos com o mundo<br />

estão pegando fogo... Existe um renascimento<br />

dramático do marketing e da comunicação<br />

semelhante ao fim da era Glacial,<br />

que produziu um número exponencialmente<br />

maior <strong>de</strong> espécies mais <strong>de</strong>senvolvidas<br />

do que as que até então prosperavam<br />

no planeta...”.<br />

É isso, amigos. Assim se passaram mais<br />

<strong>de</strong> cinco décadas. E agora, chegou a hora<br />

<strong>de</strong> renascer. O mesmo Armando, a mesma<br />

Editora Referência e o mesmo PROP-<br />

MARK preparam-se para os próximos 55<br />

anos. E vamos trabalhar juntos, todos nós,<br />

no planejamento das próximas décadas do<br />

PROPMARK. A instituição, não por acaso,<br />

a Referência, o ponto <strong>de</strong> encontro dos<br />

que acreditam que a marca não é uma das<br />

mais importantes proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empresas,<br />

produtos, pessoas: é a única. Próximas<br />

décadas com a mesma energia, coragem,<br />

competência, importância <strong>de</strong> sempre, e<br />

sob velha e vencedora direção. Claro, <strong>de</strong>vidamente<br />

renovada. No editorial com que<br />

fecha seus 54 anos, o da semana passada,<br />

Armando Ferrentini noticia uma espécie<br />

<strong>de</strong> jogar das toalhas: “Globo e SBT criam<br />

soluções self-service para a compra <strong>de</strong><br />

anúncios...”, <strong>de</strong> certa forma, ren<strong>de</strong>ndo-se<br />

aos novos tempos, e referenciando-se no<br />

Google, Facebook e <strong>de</strong>mais Bigtechs... Isso<br />

posto, querido amigo <strong>de</strong> quase 50 anos, faça<br />

<strong>de</strong> novo; mais e melhor. Playt it again,<br />

Armando!<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

92 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


STORYTELLER<br />

Contém uma<br />

furtiva lágrima<br />

No meu caso, o recolhimento me fez<br />

passar por uma experiência maravilhosa.<br />

Refugiei-me na década <strong>de</strong> 1950<br />

NordWood Themes/Unsplash<br />

LULA VIEIRA<br />

São vários os lugares on<strong>de</strong> os confinados pela<br />

pan<strong>de</strong>mia se escon<strong>de</strong>m do vírus. A gran<strong>de</strong><br />

maioria trancou-se em casa, muitas vezes vocacionada<br />

para curtos períodos <strong>de</strong> tempo. Ninguém<br />

em seu juízo perfeito montaria uma casa<br />

pensando ficar nela meses, com raras e curtas<br />

saídas para aten<strong>de</strong>r urgências como comprar<br />

comida. Os poucos proprietários <strong>de</strong> casa <strong>de</strong><br />

campo ou <strong>de</strong> praia estão suportando sem gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sespero viver num espaço limitado, dividido<br />

com as mesmas pessoas sem po<strong>de</strong>r sair<br />

para, metaforicamente, ir até o bar da esquina.<br />

Mesmo pais amorosos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> semanas a fio,<br />

sentem <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> esganar os graciosos filhotes,<br />

cuja guarda era dividida com professores,<br />

amigos e esportes. Muita gente que eu conheço<br />

<strong>de</strong>scobriu o quanto o conjunto formado por<br />

cônjuge e filhos po<strong>de</strong> tornar a vida insuportável.<br />

Note-se, por favor, minha preocupação em<br />

ser justo. Na frase anterior eu usei uma palavra<br />

unissex (cônjuge) ao me referir ao martírio <strong>de</strong><br />

uma convivência forçada tanto para os homens<br />

quanto para as mulheres.<br />

Some-se ao drama da falta <strong>de</strong> espaço a ausência<br />

quase total <strong>de</strong> pessoas encarregadas<br />

<strong>de</strong> um sem-número <strong>de</strong> tarefas que, muitas vezes,<br />

a gente nem sabia que existiam. Essas tarefas<br />

vão do tirar o pó dos móveis ao martírio<br />

<strong>de</strong> lavar pratos, jogar lixo na lixeira, limpar<br />

privadas e mais uma porção <strong>de</strong> providências<br />

que não tínhamos consciência <strong>de</strong> que existiam.<br />

Até mesmo cozinhar para o dia a dia se<br />

mostra um trabalho muito sofisticado para<br />

quem tem <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas do passadio<br />

<strong>de</strong> uma família. Um prato especial para<br />

o fim <strong>de</strong> semana é uma coisa. O arroz, feijão,<br />

carne ou peixe mais sobremesa sem se repetir<br />

exige uma sofisticação que pouca gente tem.<br />

Aproveitar os restinhos, criando outros pratos,<br />

já é o estado da arte. Só os privilegiados<br />

são dotados <strong>de</strong>sta capacida<strong>de</strong>: transformar<br />

em iguaria o que seria, para os sem talento,<br />

nada mais do que lixo. No meu caso, o recolhimento<br />

me fez passar por uma experiência<br />

maravilhosa. Refugiei-me na década <strong>de</strong> 1950.<br />

Não, querida leitora, estimado leitor, se é que<br />

eu os tenho, a quarentena não me <strong>de</strong>ixou<br />

mais louco do que sempre fui. Estou sóbrio<br />

e razoavelmente normal. Mas, tirando este<br />

computador e alguns eletrodomésticos, tudo<br />

o mais que me cerca é <strong>de</strong> outras eras. Acontece<br />

que na fazenda <strong>de</strong> parentes <strong>de</strong> minha nora<br />

há um atelier <strong>de</strong> pintura e uma espécie <strong>de</strong> refúgio<br />

que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o falecimento da matriarca,<br />

não era usado. Estava tudo exatamente como<br />

ela <strong>de</strong>ixou. Um vi<strong>de</strong>otape U-Matic, máquina<br />

<strong>de</strong> escrever, TV à válvula, computador <strong>de</strong><br />

disquete e ventilador Arno. E uma coleção <strong>de</strong><br />

revistas, todas já <strong>de</strong>saparecidas, como Programa,<br />

do Jornal do Brasil, Planeta, Domingo<br />

(também do Jornal do Brasil), Manchete, Fatos<br />

e Fotos. Algumas registram a inauguração<br />

da TV Manchete, a programação da SSTV (SS<br />

<strong>de</strong> Silvio Santos) e até uma lista dos vi<strong>de</strong>ocassetes<br />

mais retirados das locadoras. Entre<br />

as revistas, Programa apresenta a lista dos<br />

10 melhores restaurantes do Rio, todos hoje<br />

abertos só na sauda<strong>de</strong>, como Antiquárius, Le<br />

Saint Honoré, Quadrifoglio, Clube Gourmet e<br />

Le Bec Fin.<br />

Outra revista abre espaço para a emocionante<br />

vitória <strong>de</strong> Airton Senna no Gran<strong>de</strong> Prêmio<br />

da Bélgica. Numa Veja <strong>de</strong> 1986 encontro<br />

a notícia que na África do Sul, a TV estatal,<br />

por um erro qualquer, transmitiu um filme<br />

pornográfico no horário do principal noticioso.<br />

E, num país ainda às voltas com a segregação<br />

racial, as cenas <strong>de</strong> sexo explícito<br />

eram entre um negro e uma loura. Não fiquei<br />

sabendo como a história acabou. O único registro<br />

que encontrei foi outra notícia sobre o<br />

fato. Desta vez foi registrando que o principal<br />

jornal do país, Star, publicou na primeira página<br />

uma foto da cena polêmica. Na mesma<br />

edição o preso político mais famoso ganha a<br />

liberda<strong>de</strong>. Nelson Man<strong>de</strong>la. E, para coroar,<br />

nas Páginas Amarelas <strong>de</strong> uma velha Veja,<br />

leio uma entrevista com o novo ministro da<br />

Cultura, dr. Celso Furtado. Na abertura da<br />

matéria, a revista informa que o novo ministro,<br />

para assumir seu posto, teve <strong>de</strong> fechar o<br />

seu apartamento em Bruxelas, cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

ele – segundo as próprias palavras – se sentia<br />

em casa. Furtei-me, durante a leitura, <strong>de</strong><br />

fazer comparações com os dias <strong>de</strong> hoje. Mas<br />

confesso que, numa casa on<strong>de</strong> ainda existem<br />

jornais e revistas comemorando a assinatura<br />

da Constituição, on<strong>de</strong> se encontram revistas<br />

4 Rodas eufóricas com lançamentos <strong>de</strong> carros<br />

com <strong>de</strong>signs brasileiros, tive muitas sauda<strong>de</strong>s<br />

daqueles tempos. Dos carros, dos cassetes,<br />

dos eletrodomésticos? Não. Até que não. Mas<br />

uma enorme sauda<strong>de</strong> dos tempos que a gente<br />

achava que este era um país que estava no caminho<br />

para dar certo.<br />

***<br />

Juntamente com as justas comemorações<br />

pelo aniversário <strong>de</strong>ste jornal, o colunista aqui<br />

aproveita para festejar suas várias décadas <strong>de</strong><br />

presença nestas páginas. Quero muito agra<strong>de</strong>cer<br />

aos fiéis leitores que me acompanham.<br />

Saibam que tê-los é um dos gran<strong>de</strong>s orgulhos<br />

<strong>de</strong> minha vida.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira.luvi@gmail.com<br />

94 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


quEm fEz<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

PODCAST<br />

Embaixador e garoto-propaganda do Banco<br />

Pan, Rodrigo Faro está <strong>de</strong> volta às novelas,<br />

mas em storytelling sonoro do anunciante<br />

composto por cinco episódios. Ele é o narrador<br />

do conteúdo. Conta a história do encontro<br />

entre o motorista <strong>de</strong> aplicativo Jefferson e a<br />

aspirante a cantora Vanessa. O conteúdo po<strong>de</strong><br />

ser acessado no podcast da marca no Spotify.<br />

In hoUse<br />

BANCO PAN<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Meu amor <strong>de</strong> Carnaval; direção <strong>de</strong> criação:<br />

Tatiane Ribeiro; criação: Eduardo Mergener;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Jacarandá Trilhas; direção <strong>de</strong><br />

voz: Fernando Lauletta; estúdio: Casa Locomotiva;<br />

ilustração: Benson Chin, Breno Ferreira e Shun<br />

Izumi; aprovação: Vivian Wertheimer.<br />

DEFESA<br />

O Fórum <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>ranças Yanomami e<br />

Ye’kwana, por meio <strong>de</strong> várias organizações,<br />

está empenhado em alertar sobre o perigo<br />

da contaminação das tribos indígenas por<br />

garimpeiros. A i<strong>de</strong>ia é pressionar autorida<strong>de</strong>s<br />

para fazer com que o território fique<br />

imune à presença <strong>de</strong> invasores que, na verda<strong>de</strong>,<br />

são vetores do contágio da Covid-19.<br />

wIe<strong>de</strong>n + KennedY<br />

YANOMAMI<br />

Título: <strong>2020</strong>; produto: Campanha Fora Garimpo,<br />

Fora Covid; ECDs: Eduardo Lima e Renato<br />

Simões; redator: Bruno Pereira; diretores <strong>de</strong><br />

arte: Ana Blanes e Fabiano Higashi; produção:<br />

Joint; som: Satélite Áudio; aprovação: Bruno<br />

Weis, Jurandir Craveiro e Marcos Wesley.<br />

OPORTUNIDADE<br />

Já que a varanda dos apartamentos passou<br />

a ser área VIP, por que não um drone levar<br />

uma mensagem promocional? Foi o que a<br />

Domino’s Pizza colocou em prática no bairro<br />

<strong>de</strong> Pinheiros (SP). O projeto funcionou como<br />

brinca<strong>de</strong>irinha que foi viralizada com fôlego<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. O código <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto,<br />

porém, continua valendo.<br />

GUT<br />

DOMINO’S<br />

Título: Dromino’s; ECD: Bruno Brux; criação: Rainor<br />

Marinho, Murilo Santos, Catharina Mendonça e<br />

Bernardo San<strong>de</strong>; produção: Sugarcane Filmes; direção:<br />

Igor Selingar<strong>de</strong>; social: Douglas Coelho e<br />

Bárbara Reis; head <strong>de</strong> produção: Mariane Goebel;<br />

aprovação: Edwin Junior.<br />

96 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


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Digital<br />

Mutant expan<strong>de</strong> com aquisições<br />

e planeja crescer 35% em <strong>2020</strong><br />

Companhia com foco em performance estima que investimentos no<br />

Brasil po<strong>de</strong>m alcançar R$ 200 milhões; empresa adquiriu Tekoa e Zoly<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Mutant, empresa <strong>de</strong> gestão<br />

A <strong>de</strong> experiência do consumidor<br />

com foco em performance,<br />

projeta crescimento <strong>de</strong> 35%<br />

em <strong>2020</strong>.<br />

Para isso a empresa, com faturamento<br />

anual da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

R$ 800 milhões, comprou nos<br />

últimos meses duas empresas:<br />

em maio, a Tekoa, especializada<br />

em <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> serviço e performance;<br />

e em março, a Zoly,<br />

consultoria <strong>de</strong> marketing e data<br />

business.<br />

Estruturada nas áreas <strong>de</strong><br />

aceleração <strong>de</strong> jornada do consumidor,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

softwares, insights <strong>de</strong> performance<br />

e plataformas omnichanel,<br />

a empresa tem entre seus<br />

principais clientes Vivo, Claro,<br />

Sky, Banco Pan e Serasa.<br />

Des<strong>de</strong> 2016 a companhia tem<br />

uma área específica <strong>de</strong> M&A,<br />

integralmente <strong>de</strong>dicada a isso.<br />

Após as recentes aquisições, há<br />

mais 14 empresas no radar.<br />

Além da conquista <strong>de</strong> novos<br />

clientes e agressiva estratégia<br />

<strong>de</strong> compras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013 o grupo,<br />

único na América Latina<br />

a contar com aporte do fundo<br />

inglês <strong>de</strong> private equity Permira,<br />

incorporou nove empresas<br />

ao seu portifólio, incluindo a<br />

Tekoa e a Zoly.<br />

Alexandre Bichir Almeida,<br />

CEO da Mutant, comenta a estratégia.<br />

“Temos uma área <strong>de</strong><br />

fusões e aquisições muito ativa<br />

e sempre atenta às novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Estamos analisando<br />

outras empresas, das quais<br />

quatro em etapa bem avançada<br />

no processo <strong>de</strong> aquisição.<br />

Temos ainda duas frentes adicionais<br />

<strong>de</strong> expansão, a aceleradora<br />

<strong>de</strong> empresas Mutant Garage<br />

e a Mutant Innovation Labs,<br />

<strong>de</strong>dicada ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

interno <strong>de</strong> novos produtos e<br />

serviços.”<br />

Atualmente, a Mutant é composta<br />

por Mutant; Interaxa<br />

(plataformas e sistemas); Dextra<br />

e Cinq (ambas <strong>de</strong>dicadas a<br />

Guilherme Almeida: “Pense gran<strong>de</strong>, comece pequeno e escale rápido”<br />

Divulgação<br />

“ObservamOs<br />

um aumentO<br />

significativO<br />

nOs canais <strong>de</strong><br />

atendimentO<br />

e <strong>de</strong> cOmpra”<br />

transformação digital); Zoly e<br />

Tekoa. Essas duas últimas se integrarão,<br />

passando a operar sob<br />

a marca Zoly, e serão li<strong>de</strong>radas<br />

pelos co-CEOs Fabio Sayeg e<br />

Danilo Fernan<strong>de</strong>s, tendo na posição<br />

<strong>de</strong> COO Marco Casarotto,<br />

até então lí<strong>de</strong>r da Tekoa, cuja<br />

marca <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> existir.<br />

As duas aquisições realizadas<br />

em <strong>2020</strong>, somadas às possíveis<br />

novas aquisições e investimentos<br />

previstos para este ano,<br />

apresentam um valor total <strong>de</strong><br />

R$ 200 milhões.<br />

Guilherme Almeida, head<br />

<strong>de</strong> marketing e marcas da Mutant,<br />

reforça que o customer<br />

experience é uma disciplina<br />

ampla e a empresa tem observado<br />

um novo comportamento,<br />

com maior relevância das<br />

interações <strong>de</strong> atendimento e<br />

comportamento <strong>de</strong> compras<br />

em plataformas digitais. “Observamos<br />

um aumento significativo<br />

nos canais <strong>de</strong> atendimento<br />

e <strong>de</strong> compra. Alguns<br />

dos nossos aprendizados são:<br />

pense gran<strong>de</strong>, comece pequeno<br />

e escale rápido: é necessário<br />

tomar riscos e corrigir rápido;<br />

entenda o cliente através<br />

da análise <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> performance:<br />

data is king; e inove<br />

sem medo: gran<strong>de</strong>s riscos,<br />

gran<strong>de</strong>s retornos. As mudanças<br />

ocorrem <strong>de</strong> maneira muito<br />

acelerada”, diz.<br />

De acordo com ele, a Mutant<br />

sempre teve e tem apetite por<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> parcerias centradas<br />

em performance e soluções<br />

criativas com objetivo <strong>de</strong> “atravessar<br />

<strong>de</strong>safios, contribuindo<br />

objetivamente para uma mudança<br />

positiva no mundo”. “A<br />

Mutant fortalece, abre portas<br />

e facilita o crescimento <strong>de</strong>ssas<br />

empresas”, afirma.<br />

De olho no futuro<br />

Parte da empresa, o Mila<br />

(Mutant Innovation Labs) está<br />

sempre disseminando, promovendo<br />

e capacitando i<strong>de</strong>ias e<br />

projetos que nascem por iniciativa<br />

dos 3.200 colaboradores.<br />

São mais <strong>de</strong> 20 projetos acontecendo,<br />

dos quais sete <strong>de</strong>les já<br />

estão sendo aplicados em clientes<br />

e oferecidos ao mercado.<br />

Em <strong>2020</strong> e no ano anterior,<br />

por meio do Mutant Garage<br />

(projeto <strong>de</strong> aceleração <strong>de</strong> empresas<br />

do mercado), Almeida<br />

conta que foram analisadas<br />

mais <strong>de</strong> mil iniciativas, das<br />

quais para quatro <strong>de</strong>las foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidas prove of concept.<br />

“Após confirmação <strong>de</strong><br />

viabilida<strong>de</strong> econômica, se tornaram<br />

empresas parcerias e/ ou<br />

investidas, compondo o portfólio<br />

da Mutant”, diz.<br />

98 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


mARCAs<br />

Creme <strong>de</strong> leite Nestlé volta à mídia<br />

após 19 anos com filme da Publicis<br />

Anunciante traz o conceito Põe Cremosida<strong>de</strong> Nisso, reforçando atributos<br />

do produto, como seu sabor, além da tradição - está há 80 anos no Brasil<br />

retorno da marca creme<br />

O <strong>de</strong> leite Nestlé à mídia é<br />

marcado por um plano multiplataforma<br />

com inserções<br />

diárias em TV paga e mídias<br />

digitais. Após 19 anos sem<br />

anunciar, a marca agora traz<br />

comunicação assinada pela<br />

Publicis, com o conceito Põe<br />

Cremosida<strong>de</strong> Nisso. A campanha<br />

reforça os seus atributos,<br />

como sabor, além da tradição<br />

- o produto está no Brasil há<br />

mais <strong>de</strong> 80 anos.<br />

Com produção da Sentimental<br />

Filmes e direção <strong>de</strong> Mau e<br />

Lu, o projeto mostra o po<strong>de</strong>r<br />

transformador que adicionar<br />

creme <strong>de</strong> leite Nestlé tem sobre<br />

receitas práticas, como carne<br />

moída, macarrão ou lasanha.<br />

Cada filme explora recursos <strong>de</strong><br />

cor e appetite appeal.<br />

Red Bull projeta documentário<br />

a céu aberto na Avenida Paulista<br />

Ação no icônico prédio com grafite <strong>de</strong> Oscar Niemeyer foi criada pela<br />

DPZ&T; exposição para moradores divulgou filme <strong>de</strong> skatistas brasileiros<br />

região da Avenida Paulista,<br />

em São Paulo, recebeu a<br />

A<br />

pré-estreia do documentário Sonhos<br />

Concretos: o Skate Encontra<br />

Niemeyer, bran<strong>de</strong>d content da<br />

Red Bull com dois dos principais<br />

skatistas brasileiros. A produção<br />

trouxe o registro <strong>de</strong> Pedro Barros<br />

e Murilo Peres fazendo manobras<br />

nas tradicionais curvas<br />

<strong>de</strong> concreto das obras do arquiteto<br />

Oscar Niemeyer.<br />

O projeto está em cartaz na<br />

plataforma <strong>de</strong> streaming da<br />

marca, a Red Bull TV, mas para<br />

promover o lançamento, a capital<br />

paulista recebeu uma projeção<br />

ao ar livre com o conteúdo<br />

na semana passada. I<strong>de</strong>alizada<br />

pela agência DPZ&T, a ação se<br />

inspirou em um cenário que re-<br />

Nova campanha reforça versatilida<strong>de</strong> em receitas além do tradicional estrogonofe<br />

Empena com grafite feito pelo artista Eduardo Kobra recebeu projeção em São Paulo<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

“Mesmo presente em 90%<br />

dos lares brasileiros, hoje creme<br />

<strong>de</strong> leite é utilizado principalmente<br />

em duas receitas: o<br />

estrogonofe e a mousse. Nossa<br />

intenção é ressaltar sua versatilida<strong>de</strong>.<br />

Queremos mostrar que<br />

sua cremosida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> transformar,<br />

sem complicar, o cardápio<br />

do dia a dia”, explica Stephanie<br />

Arnesen, da Nestlé.<br />

A campanha é só o primeiro<br />

passo da retomada da marca.<br />

A Nestlé apresenta ainda a<br />

mudança <strong>de</strong> suas embalagens,<br />

agora mais mo<strong>de</strong>rnas e educativas,<br />

para ajudar o consumidor<br />

a escolher a versão i<strong>de</strong>al para<br />

cada tipo <strong>de</strong> prato.<br />

Todas as receitas divulgadas<br />

na campanha e também nas<br />

embalagens estão disponíveis<br />

na plataforma digital da marca.<br />

mete ao arquiteto: a empena do<br />

Shopping Pátio Paulista, la<strong>de</strong>ada<br />

pelo retrato <strong>de</strong> Niemeyer grafitado<br />

pelo artista Eduardo Kobra.<br />

Em tempo <strong>de</strong> quarentena<br />

e respeito ao isolamento social,<br />

a projeção foi feita a 52 metros<br />

<strong>de</strong> altura, à vista dos prédios<br />

da região. A agência YOUP, <strong>de</strong><br />

marketing esportivo, foi responsável<br />

pela viabilização do<br />

screening e o engajamento dos<br />

moradores locais.<br />

“A gente queria colocar o Pedro<br />

Barros e o Murilo Peres pra<br />

andar nas obras do Niemeyer,<br />

para todo mundo ver, mas <strong>de</strong><br />

um jeito único para galera que<br />

está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa nessa quarentena”,<br />

disse Rodrigo Vezzá,<br />

diretor <strong>de</strong> criação da DPZ&T.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 99


mArcAs<br />

“A palavra impossível<br />

ficou mais distante<br />

do meu vocabulário”<br />

“se o meu capital<br />

intelectual<br />

po<strong>de</strong> ser<br />

compartilhado,<br />

essa é uma outra<br />

forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

a li<strong>de</strong>rança”<br />

Apan<strong>de</strong>mia da Covid-19 abalou as<br />

estruturas do marketing, sempre<br />

muito bem alicerçado em estudos e no<br />

comportamento do consumidor. Com um<br />

cenário novo, as marcas precisaram trabalhar com<br />

o que tinham em mãos, ou seja, mudanças diárias.<br />

Foi no meio <strong>de</strong> tudo isso que Daniela Cachich,<br />

CMO da PepsiCo, compreen<strong>de</strong>u que a colaboração<br />

<strong>de</strong> seus fornecedores e colaboradores seria ainda<br />

mais fundamental. Assim como o propósito<br />

<strong>de</strong> suas marcas. As campanhas precisaram ser<br />

repensadas, bem como os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> produção,<br />

que ganharam mais agilida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong>.<br />

Na entrevista a seguir, a executiva fala sobre<br />

os aprendizados que ficaram da experiência.<br />

Danúbia Paraizo<br />

IncertezAs<br />

A tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão passou<br />

a ter menos elementos em<br />

mãos, porque tudo que a gente<br />

sabia sobre o consumidor era<br />

baseado no contexto <strong>de</strong> vida<br />

antes da Covid-19. Mesmo que<br />

a gente queira ter informações<br />

mais consistentes, muita coisa<br />

está sendo construída. Tem<br />

uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão com<br />

base no que está acontecendo<br />

semana a semana. Uma gran<strong>de</strong><br />

pergunta que a gente faz é<br />

sobre as mudanças do comportamento<br />

do consumidor,<br />

como ele vai se relacionar com<br />

as marcas e o varejo. Por outro<br />

lado, quando você tem uma<br />

marca com posicionamento<br />

consistente, coerente ao longo<br />

dos anos, que faz um trabalho<br />

sério sobre verda<strong>de</strong>, temos o<br />

benefício <strong>de</strong> um consumidor<br />

que enten<strong>de</strong> o que a marca está<br />

propondo e a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> transformar o discurso em<br />

ação. Fica mais fácil a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão porque existe muita<br />

verda<strong>de</strong> e coerência na relação.<br />

Além do oportunIsmo<br />

Não são todas marcas que<br />

têm propósito claro, que trazem<br />

impacto social. Mas o<br />

consumidor enten<strong>de</strong> muito<br />

bem quando é forçado ou não.<br />

Quando olho para a PepsiCo,<br />

muitas coisas foram pensadas<br />

sob a ótica da companhia. Doamos,<br />

por exemplo, mais <strong>de</strong> 130<br />

mil toneladas <strong>de</strong> alimentos,<br />

em parceria com o World Food<br />

Bank e o Mesa Brasil. Quando<br />

você toma uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir<br />

quais marcas vão fazer o<br />

quê, algumas ações estiveram<br />

<strong>de</strong>ntro do guarda-chuva da<br />

companhia, enquanto outras<br />

tiveram ações ligadas ao posicionamento<br />

<strong>de</strong> cada marca. A<br />

eQlibri fez um trabalho muito<br />

bonito com as mulheres, Cheetos<br />

já vinha com uma parceria<br />

sólida com a Anitta e conseguimos<br />

estendê-la para o Dia<br />

das Mães, on<strong>de</strong> ela fez uma<br />

live com objetivo <strong>de</strong> conseguir<br />

o maior número <strong>de</strong> doações<br />

para o projeto Mães da Favela,<br />

em parceria com a Cufa. Ficou<br />

claro i<strong>de</strong>ntificar quais são as<br />

marcas em que iríamos continuar<br />

fazendo um trabalho<br />

individualizado. E, por outro<br />

lado, quais seriam as doações<br />

que faríamos em conjunto enquanto<br />

PepsiCo, como Toddy e<br />

Quaker, entre outras.<br />

confIAnçA<br />

Tem uma questão muito<br />

forte <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>. Qual é<br />

a autorida<strong>de</strong> moral da marca<br />

para falar sobre aquilo? O que<br />

você tem feito nos últimos anos<br />

naquele território? Que pessoas<br />

você está impactando positivamente<br />

como marca para que<br />

nesse momento você possa<br />

falar a respeito? É importante<br />

que, se nunca falou, entenda<br />

como você vai começar a falar.<br />

Isso precisa ter uma longevida<strong>de</strong>,<br />

não po<strong>de</strong> fazer e interromper,<br />

porque não é sobre<br />

uma campanha, é sobre<br />

realmente impactar<br />

positivamente<br />

as pessoas. Isso<br />

aconteceu nesse<br />

momento, algumas<br />

marcas<br />

têm feito um<br />

Daniela Cachich: “Não são todas as<br />

marcas que têm um propósito claro”<br />

Divulgação<br />

100 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


trabalho consistente e outras, a<br />

gente olha e se questiona. Isso<br />

ficou muito claro para o consumidor.<br />

Ação<br />

A marca eQlibri, por exemplo,<br />

tem um trabalho <strong>de</strong> anos<br />

baseado em se posicionar<br />

como um snack com menos<br />

sódio, e mais elementos naturais,<br />

como a tapioca, o coco e a<br />

chia. Ao mesmo tempo, é uma<br />

marca que faz um trabalho<br />

forte <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento da<br />

mulher, não à toa temos como<br />

parceiros projetos muito relevantes<br />

para po<strong>de</strong>r impactar<br />

positivamente mulheres em<br />

situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>.<br />

Neste momento <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia,<br />

nos associamos ao Movimento<br />

Free Free, que junto com o<br />

Ministério Público fez chegar<br />

cestas básicas para mulheres<br />

em comunida<strong>de</strong>s. A gente fez<br />

também um trabalho muito sério<br />

<strong>de</strong> retomar a autoestima <strong>de</strong><br />

vítimas que sofreram violência<br />

doméstica. É uma marca que<br />

já vinha falando da questão<br />

da mulher e, no momento da<br />

pan<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong>cidimos primeiro<br />

partir para a prática. Como<br />

transformar o marketing <strong>de</strong><br />

propósito em prática. Não ficamos<br />

parados imaginando o que<br />

iria acontecer, porque mostra o<br />

que a marca é. E agora fizemos<br />

o lançamento da pipoca eQlibri<br />

porque traz uma mensagem<br />

forte do quanto a mulher está<br />

se ressignificando, estourando,<br />

<strong>de</strong>scobrindo seu máximo<br />

potencial na pan<strong>de</strong>mia.<br />

crIAção ressIgnIfIcAdA<br />

Aprendi com tudo que a<br />

gente está passando que a<br />

palavra impossível saiu <strong>de</strong><br />

moda, ficou mais distante do<br />

meu vocabulário. Passamos por<br />

diferentes situações, no caso da<br />

pipoca eQlibri, já estava tudo<br />

pronto e filmado, redondo para<br />

ser lançado em março, mas a<br />

gente segurou e está lançando<br />

agora. Passamos por situações<br />

em que a i<strong>de</strong>ia criativa estava<br />

aprovada, como Lay’s. O Daniel<br />

Alves (jogador do São Paulo)<br />

estava contratado, ia fazer a<br />

gravação e veio a pan<strong>de</strong>mia. E<br />

obviamente, iríamos colocar<br />

muita gente em risco e não fazia<br />

sentido continuar o mo<strong>de</strong>lo<br />

tradicional <strong>de</strong> gravação. Foi<br />

muito interessante ver que a<br />

melhor coisa foi aceitar o lugar<br />

que a gente estava e conversar.<br />

Conversamos com a AlmapBB-<br />

DO, Dani Alves e <strong>de</strong>cidimos<br />

que ele mesmo se gravaria em<br />

casa. Quando a gente mostra as<br />

vulnerabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r<br />

controlar tudo, vi uma união<br />

“é uma lógica<br />

não pautada<br />

no volume <strong>de</strong><br />

investimento. isso<br />

não <strong>de</strong>veria mais<br />

ser impeditivo”<br />

muito forte entre todos. Fazia<br />

sentido lançar Lay’s com tazos<br />

naquele momento, o consumidor<br />

estava <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, seria<br />

uma maneira <strong>de</strong> se divertir, ter<br />

algo diferente nas mãos. Decidimos<br />

seguir, fazendo como<br />

nunca antes e aceitar que não<br />

ficaria tão perfeito. Mas, na verda<strong>de</strong>,<br />

ficou incrível. Apren<strong>de</strong>mos<br />

que produções po<strong>de</strong>m ser<br />

mais simples, ágeis, mais baratas,<br />

mas não é uma questão <strong>de</strong><br />

baratear a produção, mas o entendimento<br />

<strong>de</strong> que há produções<br />

que po<strong>de</strong>m ser menores,<br />

mas mantendo características<br />

mais humanas e <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>.<br />

Todo mundo apren<strong>de</strong>u no<br />

processo.<br />

novAs mAneIrAs<br />

Isso tudo mostra para o mercado<br />

que não existe o formato<br />

que caiba a todos. Ou aquela<br />

i<strong>de</strong>ia que precisa sempre ter<br />

um investimento enorme, com<br />

número x <strong>de</strong> pessoas na equipe,<br />

como se apenas isso fosse o<br />

obrigatório para entregar uma<br />

campanha. A gente está vendo<br />

que não. Passamos por diferentes<br />

situações e marcas, para<br />

cada uma exigiu uma nova<br />

abordagem. Para eQlibri, precisamos<br />

<strong>de</strong> muita resiliência<br />

e paciência para esperar para<br />

lançar a campanha mais tar<strong>de</strong>.<br />

Lay’s <strong>de</strong>mandou adaptabilida<strong>de</strong><br />

em um mo<strong>de</strong>lo muito diferente<br />

<strong>de</strong> produção. Estamos<br />

em um período muito difícil,<br />

estamos falando <strong>de</strong> um lugar<br />

<strong>de</strong> privilégio no Brasil por po<strong>de</strong>r<br />

trabalhar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa,<br />

mas há um legado <strong>de</strong>ssa situação<br />

complicada e triste que é<br />

o aprendizado <strong>de</strong> trabalhar <strong>de</strong><br />

outras maneiras. Colocamos as<br />

pessoas num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mais<br />

agilida<strong>de</strong>, mais colaboração.<br />

AprendIzAdos<br />

Vai mudar bastante a forma<br />

como a gente toma <strong>de</strong>cisões<br />

e investe em ações. Do nosso<br />

lado, enquanto anunciante, as<br />

ações não <strong>de</strong>vem ser pautadas<br />

no tamanho do investimento<br />

que a gente tem, mas em qual<br />

impacto queremos gerar. Vamos<br />

achar um jeito <strong>de</strong> fazer<br />

isso acontecer <strong>de</strong> forma agilizada.<br />

Quando a gente brifa uma<br />

agência, a primeira pergunta<br />

que é feita é qual investimento<br />

temos. Mas vai mudar essa<br />

ótica. A pergunta é o que a<br />

marca precisa e <strong>de</strong>seja fazer e<br />

<strong>de</strong>pois enten<strong>de</strong>r qual o investimento<br />

isso vai <strong>de</strong>mandar. É<br />

uma lógica não pautada no volume<br />

<strong>de</strong> investimento. Isso não<br />

<strong>de</strong>veria mais ser impeditivo<br />

para que gran<strong>de</strong>s ações sejam<br />

colocadas na rua.<br />

InvestImentos<br />

Em tudo que está indo para<br />

a rua hoje, as campanhas estão<br />

custando 50% menos. Isso<br />

significa que po<strong>de</strong>mos colocar<br />

duas vezes mais trabalhos do<br />

que a gente vinha colocando<br />

uma vez que eu mantenho o<br />

investimento. O que muda é a<br />

questão do progress over perfection.<br />

A gente precisa impactar<br />

as pessoas, não dá para ficar<br />

esperando a perfeição. Quando<br />

vemos formas <strong>de</strong> se relacionar<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse confinamento,<br />

não tem o aspecto publicitário<br />

irretocável, mas aspectos<br />

humanos, pessoas achando<br />

maneiras <strong>de</strong> se relacionar <strong>de</strong><br />

uma forma menos produzida.<br />

Isso traz para o nosso mercado<br />

um olhar <strong>de</strong> não buscar a<br />

perfeição, mas fazer com que<br />

as coisas aconteçam <strong>de</strong> uma<br />

forma mais rápida, insights<br />

com muito impacto. O nível <strong>de</strong><br />

investimento não po<strong>de</strong> ser o<br />

tamanho da ambição. Precisa<br />

ser pautado pelo impacto que a<br />

marca quer gerar na socieda<strong>de</strong>.<br />

Vi neste período ações incríveis<br />

que <strong>de</strong>morariam um ano<br />

e meio serem realizadas em<br />

três semanas porque o nível <strong>de</strong><br />

colaboração foi altíssimo. No<br />

caso da PepsiCo, a gente não<br />

diminuiu o investimento, não<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> fazer campanha. No<br />

da eQlibri, por exemplo, precisamos<br />

congelar em <strong>de</strong>terminado<br />

momento, mas retomamos.<br />

Não <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> investir o que<br />

estava alocado para a campanha.<br />

Não é uma questão <strong>de</strong> não<br />

investir mais. É conseguir fazer<br />

o dobro <strong>de</strong> campanhas porque<br />

estamos sendo mais otimizados,<br />

mais inteligentes, conseguindo<br />

pensar em alternativas<br />

que antes eram consi<strong>de</strong>radas<br />

impossíveis.<br />

HumAnIzAção<br />

O olhar com o meu time no<br />

dia a dia mudou. A primeira<br />

coisa reforçada foi a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

que o negócio é sobre pessoas.<br />

Sempre pensamos assim, mas<br />

agora, se tornou significativo<br />

começar uma reunião perguntando<br />

como as pessoas estão.<br />

Não era algo que a gente fazia o<br />

tempo inteiro. Hoje existe esse<br />

processo <strong>de</strong> conexão. Tem um<br />

olhar importante sobre os indivíduos,<br />

porque são eles que<br />

criam, que movem a empresa.<br />

Depois, a reflexão <strong>de</strong> como a<br />

gente consegue transformar<br />

o conhecimento em algo que<br />

possa ajudar as outras pessoas.<br />

compArtIlHAmento<br />

Estou participando <strong>de</strong> várias<br />

lives porque se eu pu<strong>de</strong>r<br />

compartilhar conhecimento e<br />

aquilo pu<strong>de</strong>r ajudar alguém a<br />

apren<strong>de</strong>r, empreen<strong>de</strong>r, já estarei<br />

contribuindo. É o momento<br />

<strong>de</strong> compartilhar. Temos visto<br />

diversas marcas se unindo, até<br />

concorrentes enten<strong>de</strong>ndo que<br />

o coletivo é o mais importante.<br />

As pessoas vão continuar se<br />

relacionando com as marcas,<br />

talvez <strong>de</strong> outras formas mais<br />

simples no pós-Covid. Elas vão<br />

estar muito mais conectadas às<br />

marcas, ao que elas acreditam,<br />

iniciativas que esão fazendo,<br />

qual é o seu papel. Não será<br />

apenas sobre comprar produtos<br />

ou serviços. Mas esse<br />

papel <strong>de</strong> compartilhar conhecimento<br />

vai ganhar espaço.<br />

A PepsiCo é uma das maiores<br />

empresas do mundo, temos<br />

muito conhecimento,<br />

é óbvio que algumas coisas são<br />

sigilosas no sentido <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>,<br />

mas há uma série<br />

<strong>de</strong> melhores práticas que<br />

po<strong>de</strong>m ser compartilhadas. Há<br />

ainda nosso papel <strong>de</strong> apoiar as<br />

mulheres, mostrando como<br />

elas po<strong>de</strong>m, neste momento,<br />

conseguir uma outra forma<br />

<strong>de</strong> renda, fazer alianças.<br />

Tudo isso é muito forte e,<br />

como lí<strong>de</strong>r da indústria, a gente<br />

tem <strong>de</strong> fazer esse papel, que<br />

é sobre o impacto do nosso trabalho,<br />

mas também o impacto<br />

<strong>de</strong> compartilhar conhecimento.<br />

Eu recebo diversas mensagens<br />

<strong>de</strong>pois das lives que<br />

participo <strong>de</strong> mulheres agra<strong>de</strong>cidas,<br />

dizendo que vão tentar<br />

aplicar as i<strong>de</strong>ias no seu negócio.<br />

Isso é interessante porque<br />

muitas pessoas não vão ter<br />

dinheiro para pagar e fazer um<br />

curso, participar <strong>de</strong> um evento<br />

online, estão <strong>de</strong>scapitalizadas,<br />

e, se o meu capital intelectual<br />

po<strong>de</strong> ser compartilhado, essa é<br />

uma outra forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

a li<strong>de</strong>rança.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 101


AgênciAs<br />

Audaz <strong>de</strong>staca bons resultados com<br />

medidas para atravessar pan<strong>de</strong>mia<br />

Alexandre Bassora, fundador e diretor-geral<br />

<strong>de</strong> criação, fala da boa aceitação <strong>de</strong> novos<br />

projetos com 76% <strong>de</strong> retorno positivo<br />

Fotos: Divulgação<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Em três meses <strong>de</strong> home<br />

office, a Audaz adotou diversas<br />

medidas para evitar<br />

efeitos negativos à agência e<br />

aos seus colaboradores. Com<br />

operações em Americana (SP)<br />

e São Paulo, e comprometida<br />

com o Movimento Não Demita,<br />

a agência afirma que não<br />

houve <strong>de</strong>missões e a equipe<br />

<strong>de</strong> relações humanas acompanha<br />

e mensura o comportamento<br />

e o humor do time. “Há<br />

psicólogos apoiando a equipe<br />

em sessões online semanalmente,<br />

com atenção extra aos<br />

que mais precisam”, <strong>de</strong>talha<br />

Alexandre Bassora, fundador<br />

e diretor-geral <strong>de</strong> criação da<br />

Audaz.<br />

Nos negócios, a agência<br />

criou mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> propostas<br />

num formato novo <strong>de</strong> trabalho.<br />

Segundo o executivo, há<br />

um índice <strong>de</strong> 76% <strong>de</strong> aprovação.<br />

“Novos projetos, que chamamos<br />

<strong>de</strong> success purpose,<br />

ou seja, baseados na estratégia<br />

apresentada ao cliente e com<br />

briefing gerado por nós, não<br />

foram <strong>de</strong>mandados. Muitas<br />

<strong>de</strong>ssas apresentações foram<br />

novos negócios <strong>de</strong>ntro dos<br />

clientes”, conta.<br />

Neste contexto, algumas<br />

áreas da agência ganharam<br />

mais <strong>de</strong>staque. A maioria dos<br />

trabalhos foi reconfigurada e<br />

se concentra nos meios online.<br />

Bassora cita as equipes <strong>de</strong><br />

conteúdo, <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>,<br />

projetos <strong>de</strong> presença digital<br />

e vendas online (diferente <strong>de</strong><br />

comércio eletrônico), <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

<strong>de</strong> UX e UI, <strong>de</strong><br />

mídia performance. “Temos<br />

contratado e acionado empresas<br />

parceiras para conseguirmos<br />

aten<strong>de</strong>r a todas as <strong>de</strong>mandas”,<br />

comenta.<br />

Em sua visão o bom <strong>de</strong>sempenho<br />

é resultado da soma <strong>de</strong><br />

seis pontos: intensida<strong>de</strong>, ve-<br />

Alexandre Bassora: or<strong>de</strong>m é pessoas, <strong>de</strong>spesas, novos negócios<br />

locida<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong>, novida<strong>de</strong>,<br />

otimismo e atitu<strong>de</strong>s positivas.<br />

“Cuidar das pessoas da<br />

agência, rever, cortar ou negociar<br />

amigavelmente todas<br />

as <strong>de</strong>spesas fixas possíveis e<br />

com fornecedores, além <strong>de</strong> -<br />

e principalmente - construir<br />

oportunida<strong>de</strong>s e projetos.<br />

Nesta or<strong>de</strong>m: pessoas, <strong>de</strong>spesas,<br />

novos negócios.”<br />

LADO OTiMisTA<br />

Durante esse período, o foco<br />

tem sido reverberar na comunicação<br />

as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> impactos<br />

positivos. O cliente Avery<br />

Dennison, uma empresa <strong>de</strong><br />

materiais autoa<strong>de</strong>sivos para<br />

rótulos e comunicação visual,<br />

financiou a produção <strong>de</strong> 700<br />

máscaras-escudo para instituições<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como a Universida<strong>de</strong><br />

Estadual <strong>de</strong> Campinas<br />

(Unicamp), a Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Campinas e o Hospital<br />

Emílio Ribas. Outro exemplo<br />

foi com o Grupo Fleury, que<br />

“Precisamos<br />

suPortar as<br />

equiPes <strong>de</strong><br />

marketing local<br />

com informações e<br />

cenários locais”<br />

<strong>de</strong>senvolveu um teste da Covid-19<br />

para cida<strong>de</strong>s sem laboratórios.<br />

Em artigo recente, o publicitário<br />

escreveu que “mudar<br />

é diferente <strong>de</strong> parar” e que as<br />

marcas “não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar que<br />

os seus produtos e propósitos<br />

percam o lugar conquistado<br />

com muito trabalho e investimento<br />

na memória dos consumidores”.<br />

Essa mensagem,<br />

O cliente Avery Dennison financiou 700 máscaras-escudo<br />

explica, é passada na prática<br />

em atitu<strong>de</strong>s, como estar ainda<br />

mais próximo do cliente, sentir<br />

as suas dores para <strong>de</strong>pois<br />

propor soluções. “Os clientes<br />

com headquarters na Europa<br />

ou América, por exemplo, tomam<br />

<strong>de</strong>cisões naturalmente<br />

com viés no cenário <strong>de</strong> seus<br />

mercados. Precisamos suportar<br />

as equipes <strong>de</strong> marketing<br />

local com informações e cenários<br />

locais, para ajustes <strong>de</strong> rota<br />

às <strong>de</strong>terminações”, diz.<br />

Para ele, a pan<strong>de</strong>mia acelerou<br />

um futuro que aconteceria<br />

fracionado no tempo. “Temos<br />

<strong>de</strong> rever os reais valores <strong>de</strong><br />

nossas vidas. Enten<strong>de</strong>r quais<br />

são as marcas e empresas que,<br />

<strong>de</strong> fato, fazem diferença para o<br />

mundo, não apenas oferecem<br />

e propagam aquilo que têm<br />

para ven<strong>de</strong>r ou servir. Vivemos<br />

uma revisão <strong>de</strong> valores e<br />

formatos necessários nos negócios<br />

e na propaganda”, conclui<br />

Bassora.<br />

102 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


mídia<br />

NEOOH assume comercialização<br />

<strong>de</strong> 13 terminais urbanos em SP<br />

Empresa venceu concorrência e fará o planejamento <strong>de</strong> mídia OOH da<br />

Praça Unitah, que interliga estações das linhas vermelha e azul do metrô<br />

Empresa <strong>de</strong> out of home, a<br />

NEOOH venceu concorrência<br />

para gerenciar e comercializar<br />

os espaços publicitários em<br />

13 terminais urbanos <strong>de</strong> ônibus<br />

<strong>de</strong> São Paulo, que fazem a interligação<br />

às estações das linhas<br />

vermelha e azul do metrô. Os<br />

terminais passam por reforma<br />

e integram o novo projeto Praça<br />

Unitah, que oferece opções<br />

<strong>de</strong> lazer, gastronomia, conveniência<br />

e serviços, e impactam<br />

mais <strong>de</strong> 1,5 milhão <strong>de</strong> pessoas<br />

por dia. “A Praça Unitah é um<br />

projeto inovador, que muda<br />

completamente o conceito <strong>de</strong><br />

terminais urbanos da cida<strong>de</strong>.<br />

Inspirado nos centros <strong>de</strong> convivência<br />

<strong>de</strong> maior sucesso ao<br />

redor do mundo, o projeto vai<br />

transformar o hábito dos usuários<br />

<strong>de</strong> transporte público <strong>de</strong><br />

São Paulo”, diz Luiz Fernando<br />

Ferraz Bueno, presi<strong>de</strong>nte da<br />

Unitah Empreendimentos. “A<br />

presença da NEOOH na Praça<br />

Unitah vai muito além da exploração<br />

<strong>de</strong> mídia, focando a<br />

melhor interativida<strong>de</strong> possível<br />

das pessoas com a comunicação.<br />

Estamos levando para lá os<br />

equipamentos mais inovadores<br />

que temos em tecnologia e impacto”,<br />

reforça Leonardo Chebly,<br />

CEO da NEOOH.<br />

Os novos terminais <strong>de</strong> ônibus vão oferecer opções <strong>de</strong> conveniência e serviços<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 103


inspiração<br />

Baaahs, a ovelha homossexual<br />

“Acredito na inspiração que vem da ação. Em vez <strong>de</strong> esperar ficar<br />

inspirado para começar a trabalhar, eu prefiro começar o trabalho logo”<br />

FELIPE ANGHINONI<br />

Especial para o PROPMARK<br />

Eu já estava há três dias sem tomar banho.<br />

Sem dormir, há 31 horas.<br />

Cansado <strong>de</strong> vagar sem rumo pelo <strong>de</strong>serto,<br />

<strong>de</strong>cidi que já era uma boa hora para voltar<br />

para casa.<br />

Mas minha bicicleta cor-<strong>de</strong>-rosa com<br />

asas <strong>de</strong> dragão tinha sido roubada.<br />

Por sorte, Baaahs, a ovelha homossexual<br />

<strong>de</strong> 12 metros, estava pronta para a partida.<br />

Pedi uma carona.<br />

Dentro da ovelha, open-bar <strong>de</strong> New Amsterdam,<br />

um drink à base <strong>de</strong> gin e eletrólitos.<br />

Para você per<strong>de</strong>r a classe enquanto repõe<br />

os sais minerais.<br />

Desembarco em frente à Flybrary, a biblioteca<br />

da cida<strong>de</strong> em forma <strong>de</strong> cabeça humana,<br />

com seis metros <strong>de</strong> altura.<br />

Um DJ toca para uma pequena plateia<br />

dançar. Sinto o cheiro inconfundível do<br />

Palo Santo que uma velhinha hippie sopra<br />

em minha direção.<br />

Ela me pergunta: “O que você veio buscar<br />

aqui?”<br />

A resposta é tão clichê que falo com um<br />

pouco <strong>de</strong> vergonha: inspiração. Ela rebate<br />

<strong>de</strong> bate-pronto, como se já esperasse a minha<br />

resposta:<br />

“Você tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar<br />

suas i<strong>de</strong>ias em realida<strong>de</strong>. Isso <strong>de</strong>veria ser<br />

inspiração o suficiente.”<br />

Essa história é verda<strong>de</strong>ira e aconteceu<br />

na manhã do dia 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2019,<br />

em Black Rock City. Todos os anos, os habitantes<br />

<strong>de</strong>ssa cida<strong>de</strong> organizam o Burning<br />

Man. Uma celebração à criativida<strong>de</strong> humana,<br />

reunindo o onírico, o utópico e o psicodélico.<br />

É realizada no meio do <strong>de</strong>serto, sem wi-<br />

-fi, sem eletricida<strong>de</strong>, sem dinheiro.<br />

Sem dúvida, a maior concentração <strong>de</strong><br />

pessoas inspiradas e inspiradoras do mundo.<br />

Faço parte da cultura burner <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013.<br />

Como cidadão, participo da construção,<br />

montagem e <strong>de</strong>smontagem da cida<strong>de</strong>. O<br />

trabalho braçal <strong>de</strong> produção me ensinou<br />

que a arte <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais da execução<br />

do que a concepção.<br />

Confesso que sempre tive uma relação<br />

conflituosa com a clássica visão da inspiração<br />

milagrosa. Aquele sopro divino que<br />

surge magicamente para <strong>de</strong>spertar nossa<br />

produção criativa. Acho que essa visão induz<br />

à passivida<strong>de</strong>.<br />

Já vi muita gente talentosa ficar completamente<br />

paralisada esperando a inspiração<br />

chegar. Gente com “banco <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias”, “projetos<br />

futuros” cheios <strong>de</strong> post-its na pare<strong>de</strong><br />

que só precisa <strong>de</strong> mais um cigarrinho, um<br />

xixizinho, um cafezinho e respon<strong>de</strong>r uma<br />

coisinha no WhatsApp antes <strong>de</strong> sentar para<br />

criar.<br />

Sonhos inspirados sofrendo na burocracia<br />

da procrastinação.<br />

Sabe quando você enche o pulmão <strong>de</strong> ar<br />

antes <strong>de</strong> começar a fazer alguma coisa im-<br />

portante? Isso que é, literalmente, inspiração<br />

para mim.<br />

Acredito na inspiração que vem da ação.<br />

Em vez <strong>de</strong> esperar ficar inspirado para começar<br />

a trabalhar, eu prefiro começar o trabalho<br />

logo.<br />

Mesmo sem entusiasmo. Mesmo com a<br />

i<strong>de</strong>ia ruim. O processo se prontifica a apresentar<br />

insights inspiradores ao longo do caminho.<br />

A inspiração chega mais rápido quando<br />

eu também procuro por ela.<br />

Você já tem um superpo<strong>de</strong>r incrível que<br />

parece mágica: pegar uma i<strong>de</strong>ia abstrata,<br />

tirá-la <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da cabeça e materializá-la<br />

bem na sua frente, no mundo real. Chama-<br />

-se criação.<br />

Como disse a velhinha hippie, você tem a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar i<strong>de</strong>ias em realida<strong>de</strong>.<br />

Você cria o mundo.<br />

O que po<strong>de</strong> ser mais inspirador que isso?<br />

Nesse exato momento, há uma enorme<br />

comunida<strong>de</strong> criando um mundo bem diferente:<br />

sem wi-fi, eletricida<strong>de</strong> ou dinheiro,<br />

com bicicletas rosas e asas <strong>de</strong> dragão, ovelhas<br />

homossexuais <strong>de</strong> 12 metros <strong>de</strong> comprimento<br />

e drinks à base <strong>de</strong> gin e eletrólitos.<br />

Saber que eu também posso criar esse<br />

mundo é toda a inspiração que eu preciso.<br />

Para conversar sobre inspiração, Burning<br />

Man e Baaahs, a ovelha homossexual, me<br />

acione no Instagram: @fanghinoni.<br />

Felipe Anghinoni é professor, fundador<br />

da Perestroika e burner<br />

104 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


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eyond the line<br />

Matthieu Joannon/Unsplash<br />

Uma das histórias<br />

dos 55 anos<br />

Era um coquetel superanimado,<br />

com gente interessante e a<br />

criativida<strong>de</strong> dominando o ambiente<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Cursando engenharia, recém-chegado do interior<br />

<strong>de</strong> São Paulo, acompanhei um amigo<br />

numa festa <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> prêmios. Confesso<br />

que fui mais pela boca-livre – naquela ida<strong>de</strong> era<br />

o que mais importava rsrsrs –, mas o que vi por<br />

lá foi talvez uma das primeiras influências para<br />

eu mudar radicalmente o rumo da minha vida<br />

profissional.<br />

Era um coquetel superanimado, com gente<br />

interessante e a criativida<strong>de</strong> dominando o ambiente.<br />

Era a entrega <strong>de</strong> prêmios <strong>de</strong> mais um<br />

Colunistas. Virei para meu amigo e disse: “Um<br />

dia estarei aí, recebendo um prêmio”. Isso foi lá<br />

no início dos anos 1980.<br />

Precisamos tomar cuidado com o que <strong>de</strong>sejamos...<br />

Muitos anos <strong>de</strong>pois, eu era um dos<br />

jurados do Colunistas, do qual tenho a honra<br />

<strong>de</strong> participar até hoje, tendo cumprido a minha<br />

previsão <strong>de</strong> estar naquele palco muitas vezes,<br />

entregando prêmios para os mais criativos do<br />

Brasil.<br />

Mas também tive meu momento <strong>de</strong> receber<br />

troféu, em 2009, quando fui homenageado por<br />

ter coor<strong>de</strong>nado o primeiro conteúdo Promo do<br />

Cannes Lions Festival <strong>de</strong> 2008, quando fui um<br />

dos palestrantes do maior festival <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />

do mundo. Foi o acaso que me levou da engenharia<br />

para o marketing.<br />

Mas posso dizer que o PROPMARK fez parte<br />

<strong>de</strong>ssa história <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início e esteve presente<br />

na minha vida profissional, inspirando, informando,<br />

educando...<br />

Por exemplo, quando estive pela primeira<br />

vez no Cannes Festival (há uns 20 anos!), pela<br />

DPZ. O nosso anfitrião maior na Riviera Francesa<br />

foi Armando Ferrentini e a equipe do<br />

PROPMARK, que organizou as melhores recepções<br />

e passeios paralelos ao festival.<br />

O tempo passou e quis o <strong>de</strong>stino que meu<br />

envolvimento fosse ainda mais rico, quando,<br />

há aproximadamente <strong>15</strong> anos, passei a colaborar<br />

ativamente com o jornal, sendo um dos seus<br />

colunistas regulares.<br />

De lá para cá, tenho uma gostosa “obrigação”<br />

<strong>de</strong> escrever um texto interessante por semana<br />

nesse histórico veículo. Acredite, não é fácil ge-<br />

rar um texto minimamente interessante todas<br />

as semanas do ano. São quase 4 mil caracteres<br />

que, às vezes, teimam em não se concatenar na<br />

nossa cabeça. Mas essa “obrigação” é um catalisador<br />

do conhecimento e <strong>de</strong> organização <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias em relação ao mercado.<br />

Uma tarefa que cumpro semanalmente, nesses<br />

mais <strong>de</strong> <strong>15</strong> anos, honrado e agra<strong>de</strong>cido pela<br />

oportunida<strong>de</strong>. E aqui estarei até que me expulsem<br />

rsrsrs.<br />

Pois bem, em mais da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses 55 anos<br />

<strong>de</strong> história, eu tive o PROPMARK como pano <strong>de</strong><br />

fundo da minha carreira profissional. E quantos<br />

perrengues vivemos juntos. Teve Plano Cruzado<br />

(1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989),<br />

Plano Collor (1990) e Plano Real (1993).<br />

Cada um <strong>de</strong>sses planos econômicos exigiu<br />

daqueles que tinham negócios ou que trabalhavam<br />

uma resiliência e força <strong>de</strong> superação<br />

realmente especiais, <strong>de</strong> tal modo que todos<br />

fomos ficando mais fortes. Sobrevivemos à inflação<br />

mensal <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> inimagináveis 80%,<br />

em 1990.<br />

E lá esteve o PROPMARK, superando todas<br />

as adversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser um veículo especializado<br />

em propaganda e marketing.<br />

Hoje, já com poucos cabelos, olho para trás<br />

e cresce a minha admiração por Armando e os<br />

tantos profissionais que ele conseguiu atrair ao<br />

longo do tempo para continuar cobrindo o setor<br />

e gerando informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que baliza<br />

o mercado com tanta proprieda<strong>de</strong>.<br />

Superando adversida<strong>de</strong>s, mas também comemorando<br />

momentos importantes do nosso<br />

mercado, que é admirado internacionalmente.<br />

Conquistas que o PROPMARK não só testemunhou,<br />

mas influenciou.<br />

Só me resta agra<strong>de</strong>cer muito, não só como<br />

um ator <strong>de</strong>sse mercado, mas, também, como<br />

um participante ativo <strong>de</strong>ssa história, mo<strong>de</strong>stamente<br />

colaborando com meus textos semanais<br />

<strong>de</strong>sta coluna.<br />

Muito obrigado, Armando, por ajudar a <strong>de</strong>senvolver<br />

esse mercado cheio <strong>de</strong> altos e baixos<br />

nesses longos 55 anos. E, mais importante, por<br />

me <strong>de</strong>ixar fazer parte <strong>de</strong>ssa história. Longa vida<br />

ao PROPMARK!<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

106 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


A Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />

completará 100 anos<br />

<strong>de</strong> jornalismo crítico<br />

e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Hoje, parabeniza o<br />

Propmark pelos seus<br />

55 anos <strong>de</strong> história com um<br />

conteúdo relevante para o<br />

mercado publicitário.<br />

PARABÉNS, PROPMARK


produtoras<br />

Flexibilização do isolamento social<br />

traz novos horizontes ao audiovisual<br />

Protocolo assinado pela Apro, Sindcine e Siaesp sugere produções com<br />

até 20 pessoas em estúdio e jornada máxima <strong>de</strong> 12 horas <strong>de</strong> trabalho<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

indústria audiovisual, que<br />

A gera milhares <strong>de</strong> empregos<br />

formais e informais em todo<br />

o país, foi bastante afetada<br />

pela pan<strong>de</strong>mia causada pela<br />

Covid-19. Sem a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> realizar produções externas<br />

nos últimos três meses, as<br />

empresas precisaram se reinventar<br />

e apostar em novos formatos.<br />

Porém, com o início da<br />

flexibilização do isolamento<br />

social na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

novos horizontes <strong>de</strong>vem surgir<br />

para estes profissionais.<br />

Entida<strong>de</strong>s do setor se reuniram<br />

no último dia 11 para apresentar<br />

e assinar o protocolo <strong>de</strong><br />

segurança e saú<strong>de</strong> no trabalho<br />

do audiovisual e, assim, retomar<br />

gradativamente as ativida<strong>de</strong>s<br />

da categoria. O evento<br />

virtual, que foi transmitido<br />

da Fiesp, contou com a participação<br />

<strong>de</strong> André Sturm, cineasta<br />

e produtor; Marianna Souza,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Apro (Associação<br />

Brasileira da Produção <strong>de</strong><br />

Obras Audiovisuais); Simoni<br />

<strong>de</strong> Mendonça, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Siaesp (Sindicato da Indústria<br />

Audiovisual do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo); e Sonia Santana, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Sindcine (Sindicato<br />

dos Trabalhadores da Indústria<br />

Cinematográfica e do Audiovisual).<br />

“O maior <strong>de</strong>safio foi encontrar<br />

meios e soluções <strong>de</strong> planejar<br />

uma retomada que fosse<br />

segura, viável e responsável.<br />

Este foi o foco <strong>de</strong> todas as entida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong> diversos estados, que<br />

participaram da construção <strong>de</strong>ste<br />

protocolo”, comenta Simoni<br />

<strong>de</strong> Mendonça, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Siaesp.<br />

A presi<strong>de</strong>nte do Sindcine, Sonia<br />

Santana, reforça que o documento<br />

é vivo e po<strong>de</strong>, a cada<br />

momento, com a obtenção <strong>de</strong><br />

novos dados, ser modificado,<br />

ampliado, suavizado ou, até<br />

mesmo, endurecido. “A gente<br />

espera que não seja necessário<br />

endurecer, que todos tenham<br />

Protocolo assinado por entida<strong>de</strong>s do setor visa levar segurança e saú<strong>de</strong> aos profissionais do audiovisual<br />

“A gente esperA<br />

que não sejA<br />

necessário<br />

endurecer e<br />

todos tenhAm<br />

<strong>de</strong>ntro do set<br />

umA Atitu<strong>de</strong><br />

responsável”<br />

<strong>de</strong>ntro do set uma atitu<strong>de</strong> responsável.<br />

Nós não po<strong>de</strong>mos<br />

banalizar em nenhum momento<br />

a segurança. Então, observamos<br />

aqui um protocolo que tem<br />

um início para um posicionamento<br />

nacional, com ressalvas<br />

às diferenças regionais <strong>de</strong> cada<br />

local”, afirma.<br />

O protocolo apresenta três<br />

fases <strong>de</strong> abertura. A primeira,<br />

que já vem acontecendo, é a<br />

fase remota, com a produção <strong>de</strong><br />

filmes e campanhas pequenas<br />

<strong>de</strong>ntro da casa <strong>de</strong> atores. A segunda,<br />

que <strong>de</strong>ve ser concedida<br />

imediatamente após a liberação<br />

do protocolo, prevê a produção<br />

com equipes <strong>de</strong>ntro do set <strong>de</strong><br />

filmagens com até 20 pessoas.<br />

Já a terceira fase contempla as<br />

produções maiores, que ainda<br />

estão sendo estudadas e vão<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos resultados das<br />

fases anteriores.<br />

“A produção é sempre a fase<br />

mais complexa, pois é on<strong>de</strong> a<br />

i<strong>de</strong>ia se torna realida<strong>de</strong>. A primeira<br />

já vem aten<strong>de</strong>ndo à publicida<strong>de</strong><br />

e a segunda terá um<br />

protocolo mais rígido, pois será<br />

necessário um controle maior<br />

<strong>de</strong> acesso e testagem. Com a<br />

produção <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> conteúdo<br />

mais longas, <strong>de</strong>finimos<br />

uma jornada máxima <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong> 12 horas aos profissionais<br />

envolvidos, com intervalo para<br />

as refeições. Teremos <strong>de</strong> buscar<br />

Jacob Owens/Unsplash<br />

o equilíbrio entre as agências,<br />

os criativos e as produtoras<br />

para enten<strong>de</strong>r que os tempos<br />

e as condições <strong>de</strong> trabalho não<br />

serão iguais. O planejamento<br />

<strong>de</strong>ve ser ainda mais assertivo”,<br />

ressalta Sonia.<br />

Já Marianna Souza, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Apro, revela que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

março a entida<strong>de</strong> vem observando<br />

como outros países<br />

estão lidando com a situação<br />

para trazer essa realida<strong>de</strong> para<br />

o mercado brasileiro. “Trabalhamos<br />

<strong>de</strong> perto com outros<br />

estados como, por exemplo,<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, Santa Catarina e<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. O protocolo<br />

também traz não só orientações<br />

sobre as filmagens em locações<br />

privadas, como em locações<br />

públicas. No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

já estão liberadas as locações<br />

públicas, mas, em São Paulo,<br />

ainda aguardamos uma resposta<br />

da Prefeitura para saber<br />

quando será possível retomar<br />

as ativida<strong>de</strong>s”, diz.<br />

108 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


ANUNCIE NO ESPECIAL: RESERVA 16/6 - MATERIAL 18/6 - CIRCULAÇÃO 22/6<br />

COMERCIAL@EDITORAREFERENCIA.COM.BR<br />

55 ANOS. DE VIDA.


ENtrEvIsta<br />

LUIZ FELIPE PONDÉ<br />

professor, filósofo e escritor<br />

PUbLIcItárIOs<br />

PrEcIsam<br />

OLhar maIs<br />

Para a<br />

rEaLIDaDE<br />

Nelson Rodrigues dizia que toda<br />

unanimida<strong>de</strong> é burra. Eis aí algo que<br />

o entrevistado especial da edição <strong>de</strong><br />

aniversário não é: unânime. Há quem<br />

ame, há quem o<strong>de</strong>ie, mas uma coisa é certa:<br />

Luiz Felipe Pondé se tornou uma das referências<br />

brasileiras quando o assunto é filosofia.<br />

Doutor da disciplina pela USP e Paris VIII, possui<br />

pós-doutorado pelas Universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Tel Aviv<br />

(Israel) e Giessen (Alemanha). Abaixo, Pondé<br />

discorre sobre marketing, publicida<strong>de</strong>, vida<br />

e todos os pormenores entre eles.<br />

leonardo araujo<br />

Há um termo nesse meio publicitário<br />

que vem ganhando muito espaço,<br />

mas nem todo mundo gosta, que é o<br />

“novo normal”. O que você acha <strong>de</strong>ssa<br />

expressão?<br />

Eu não gosto da expressão.<br />

Acho ela muito inconsistente.<br />

Apesar <strong>de</strong> que eu entendo a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que existam algumas coisas<br />

que po<strong>de</strong>m mudar no cotidiano e<br />

já mudaram. Mas eu não sei quanto<br />

tempo elas vão durar. Não <strong>de</strong>ve<br />

ser muito tempo. Por exemplo, faz<br />

parte do novo normal a <strong>de</strong>cisão<br />

da Comunida<strong>de</strong> Europeia <strong>de</strong> que<br />

brasileiro não entra lá até acabar<br />

a pan<strong>de</strong>mia? Isso é uma situação<br />

que a gente está passando, mas<br />

que, na verda<strong>de</strong>, é o velho normal.<br />

A expressão “velho normal”<br />

é mais verda<strong>de</strong>ira do que o “novo<br />

normal”. “Novo normal” é um<br />

truque <strong>de</strong> marketing para empacotar<br />

para presente o que está<br />

acontecendo. Estou pegando este<br />

exemplo da União Europeia. Isso é<br />

uma prática muito comum na história.<br />

As medidas sanitárias são<br />

sempre medidas violentas. É claro<br />

que guardando as diferenças, mas<br />

basicamente o que o mundo sempre<br />

fez foi cercar, como a China<br />

fez com Wuhan no começo, você<br />

cerca o polo da pan<strong>de</strong>mia e <strong>de</strong>ixa<br />

as pessoas lá <strong>de</strong>ntro. Faziam isso<br />

na peste, fizeram isso na Gripe Espanhola,<br />

em Buenos Aires nas favelas,<br />

em Bogotá e agora a Comunida<strong>de</strong><br />

Europeia fez com o Brasil.<br />

Não há nada <strong>de</strong> novo normal nisso.<br />

A humanida<strong>de</strong> já teve várias<br />

epi<strong>de</strong>mias na história, muito piores<br />

que essa. Não com a propaganda,<br />

marketing e o jornalismo que<br />

essa tem, mas muito piores. É claro,<br />

se há algo <strong>de</strong> novo, temos mais<br />

trabalho home office, que no Brasil<br />

tinha menos e em outros países<br />

tinha mais. Mas isso po<strong>de</strong> mudar<br />

o cotidiano <strong>de</strong> algumas empresas.<br />

Isso é algo que foi assimilado.<br />

Eu diria que, principalmente,<br />

qualquer coisa <strong>de</strong> mais ou menos<br />

novo está mais associado a um<br />

uso maior <strong>de</strong> tecnologias remotas<br />

para alguns eventos, processos <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> conteúdo e trabalho.<br />

Mas novo normal é, por enquanto,<br />

não po<strong>de</strong>r beijar na boca com<br />

muita facilida<strong>de</strong>. Acho a expressão<br />

muito vazia. Estamos vivendo<br />

o velho normal. O mundo sempre<br />

foi violento com pan<strong>de</strong>mias. Agora<br />

está até um pouco menos.<br />

Há uma reabertura <strong>de</strong> shoppings em<br />

muitas partes do Brasil. Há filas <strong>de</strong><br />

pessoas nas entradas. Você acha que<br />

as pessoas utilizam as compras como<br />

um escape para a ansieda<strong>de</strong>? E qual a<br />

responsabilida<strong>de</strong> das marcas nisso?<br />

A principal responsabilida<strong>de</strong><br />

das marcas é ficarem financeiramente<br />

saudáveis para pagar salário<br />

para quem trabalha com elas.<br />

Essa é a primeira responsabilida<strong>de</strong><br />

das marcas. Ser responsável pela<br />

manutenção da ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

que gera riquezas. Em segundo<br />

lugar, acho que as marcas têm<br />

uma responsabilida<strong>de</strong> do ponto<br />

<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> agregar valor para ela,<br />

<strong>de</strong> serem cuidadosas nessa realização<br />

da ca<strong>de</strong>ia produtiva. Agora,<br />

criar condições <strong>de</strong> trabalho para<br />

os funcionários, para as lojas, <strong>de</strong><br />

repente aumentar o número <strong>de</strong><br />

funcionários para que eles trabalhem<br />

menos tempo e fiquem<br />

menos tempo <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />

viciado, observar máscaras,<br />

distanciamento marcado no solo,<br />

número <strong>de</strong> clientes... Vai ser cansativo,<br />

mas não tem muito como<br />

não ser assim nesse momento <strong>de</strong><br />

retorno. Acho que as marcas também<br />

são responsáveis por investir<br />

muito em histórias falsas. Falar <strong>de</strong><br />

um Brasil que é mais alocado nos<br />

Jardins - usando como metáfora.<br />

Não criar narrativas extremamente<br />

<strong>de</strong>scoladas da realida<strong>de</strong> com famílias<br />

lindas Doriana na quarentena<br />

feliz, quando todo mundo sabe<br />

que tem muita gente morrendo <strong>de</strong><br />

medo, casal se separando... Não<br />

precisa fazer propaganda da <strong>de</strong>sgraça,<br />

mas as marcas <strong>de</strong>vem pegar<br />

um pouco mais leve na mentira. A<br />

vida está muito estressante e muita<br />

mentira faz com que as pessoas<br />

se sintam muito bobas.<br />

Com os recentes protestos envolvendo<br />

a questão racial, muitas marcas<br />

<strong>de</strong>cidiram entrar nessa conversa.<br />

Você acredita em marcas que queiram<br />

salvar o mundo e combater o racismo?<br />

As marcas po<strong>de</strong>m, sim, fazer<br />

conteúdos que sejam inclusivos<br />

com relação a populações que são<br />

objetos <strong>de</strong> exclusão. Faz parte, as<br />

marcas são produtoras <strong>de</strong> imaginários,<br />

não é? Agora, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> as<br />

marcas salvarem o mundo é uma<br />

farsa. As marcas querem sobreviver,<br />

ganhar dinheiro, ter lucro e<br />

elas po<strong>de</strong>m brincar com essas coisas<br />

na Dinamarca, mas na América<br />

Latina e na África aí complica<br />

um pouco.<br />

Mas elas têm uma responsabilida<strong>de</strong>,<br />

certo? Elas tiram muito do público e<br />

precisam dar algo em troca, certo?<br />

Sim, como toda elite <strong>de</strong>ve dar<br />

algo em troca. Porque se você não<br />

cuidar dos pobres eles vão cuidar<br />

<strong>de</strong> você. Isso é <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século 19,<br />

enten<strong>de</strong>u? Muita <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

social po<strong>de</strong> gerar <strong>de</strong>sorganização<br />

social ao longo do tempo. Então,<br />

eu acho que, como toda elite - e<br />

as marcas são parte da elite -,<br />

elas têm responsabilida<strong>de</strong> pela<br />

socieda<strong>de</strong>. O que eu quis dizer é<br />

que elas conseguem exercer essa<br />

responsabilida<strong>de</strong> na medida que<br />

mantêm a saú<strong>de</strong> financeira. O<br />

modo como elas agem num país<br />

da Escandinávia não é a mesma<br />

linguagem ou olhar que elas precisam<br />

ter na América Latina.<br />

Você já disse que o “jovem é um poço<br />

<strong>de</strong> moralismo”. Essa lógica se aplica<br />

à publicida<strong>de</strong>? Até porque ela é feita<br />

por jovens, em sua maioria. A publicida<strong>de</strong><br />

é moralista?<br />

Atualmente, sem dúvida. Tem<br />

uma piada quando entrei na Folha<br />

que eu escutava, há uns 12 ou<br />

13 anos, que os jornalistas faziam<br />

consigo mesmos que era o seguinte:<br />

“jornalistas e publicitários vão<br />

para o inferno, mas o jornalista<br />

não sabe”. Agora, o publicitário<br />

também não sabe. Ele quer ir para<br />

o céu. Ele quer ensinar as pessoas<br />

a serem legais e, se o publicitário<br />

sempre correu o risco <strong>de</strong> esquecer<br />

o produto do cliente, agora<br />

ele corre cada vez mais. Penso<br />

isso porque dou aula no curso <strong>de</strong><br />

comunicação social há 25 anos e<br />

uma das habilitações é publicida<strong>de</strong><br />

e propaganda. Vejo isso a olhos<br />

vistos na sala <strong>de</strong> aula. Os jovens<br />

chegam à faculda<strong>de</strong> cada vez mais<br />

moralistas, já vêm da escola, da<br />

família, as re<strong>de</strong>s sociais têm uma<br />

vocação fascista, <strong>de</strong> ser agressiva<br />

e <strong>de</strong> linchar posições, como<br />

110 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


todo mundo sabe. Então, os jovens<br />

estão solitários porque normalmente<br />

têm poucos irmãos ou<br />

nenhum. Os pais projetam sobre<br />

eles muitas expectativas. Eles têm<br />

<strong>de</strong> saber mandarim, precisam ter<br />

comida vegana, não po<strong>de</strong>m sentir<br />

ciúmes... Os jovens são <strong>de</strong>positários<br />

<strong>de</strong> toda a expectativa <strong>de</strong> santida<strong>de</strong><br />

falsa. E eles são moralistas,<br />

sim. E puritanos. E não é só a minha<br />

opinião. Eu vejo isso dando<br />

aula há 25 anos. Vejo essa diferença<br />

com as meninas que trabalham<br />

comigo e são formadas há cerca <strong>de</strong><br />

cinco ou seis anos para meninas e<br />

meninos que agora estão com 18<br />

anos na faculda<strong>de</strong>. Claramente<br />

é diferente. Linguagem, extremamente<br />

politicamente correto,<br />

obcecado por uma séria <strong>de</strong> pautas<br />

absolutamente restritivas da<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> você enten<strong>de</strong>r o<br />

mundo, sabe?<br />

Talvez um <strong>de</strong>scolamento da realida<strong>de</strong><br />

dos alunos?<br />

Sim, mas um <strong>de</strong>scolamento da<br />

realida<strong>de</strong> que exige <strong>de</strong>les que sejam<br />

santos. E aí, quando vai para<br />

a publicida<strong>de</strong>, ela fica cada vez<br />

mais boba, neste sentido.<br />

Você disse que publicitários <strong>de</strong>cidiram<br />

que merecem o céu. Você acha<br />

que estão fazendo por merecer?<br />

Escrevi o Guia Politicamente<br />

Incorreto da Filosofia em 2011.<br />

Agora, no fim do ano passado,<br />

saiu uma edição nova com outro<br />

título, pois mudou <strong>de</strong> editora.<br />

Tive <strong>de</strong> reler o livro, fazer ajustes,<br />

fiz uma nova introdução, mas, <strong>de</strong><br />

todos os textos, o único que tive<br />

<strong>de</strong> mexer foi no <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

O que mudou?<br />

Durante muitos anos - e ainda<br />

hoje - tenho a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

participar <strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

via agências para discutir<br />

comportamento, nos últimos<br />

tempos pu<strong>de</strong> gravar ví<strong>de</strong>os discutindo<br />

pautas para que eles usem<br />

nas reuniões, então eu tenho um<br />

percurso que aprendi muito que<br />

é discutir comportamento com a<br />

intenção <strong>de</strong> criar publicida<strong>de</strong> para<br />

<strong>de</strong>terminados públicos. Aprendi<br />

muito com isso, em planejamento<br />

estratégico, especificamente.<br />

Percebo, talvez há uns três, quatro<br />

anos, uma piora muito gran<strong>de</strong><br />

na discussão por conta justamente<br />

<strong>de</strong>ssa característica <strong>de</strong> querer<br />

ir para o céu. Então, inclusive,<br />

no capítulo sobre publicida<strong>de</strong> eu<br />

“As mArcAs<br />

<strong>de</strong>vem pegAr<br />

um pouco<br />

mAis leve nA<br />

mentirA”<br />

Divulgação<br />

dizia que um dos ambientes que<br />

eu encontrava pessoas mais inteligentes<br />

para discutir socieda<strong>de</strong><br />

era em reuniões <strong>de</strong> agências <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>. Não é mais. Eu achava<br />

que era acima do nível porque<br />

os publicitários tinham uma intenção<br />

muito técnica <strong>de</strong> saber o<br />

que as pessoas querem para po<strong>de</strong>r<br />

acessar. Ou eles tinham uma<br />

intenção muito clara <strong>de</strong> preparar<br />

o <strong>de</strong>sejo para daqui dois anos,<br />

tecnicamente falando. Hoje não.<br />

A publicida<strong>de</strong> quer pregar causas<br />

e neste universo ela se tornou banal<br />

como qualquer pregação em<br />

qualquer igrejinha.<br />

O setor precisa ouvir mais o consumidor?<br />

Estudar mais sua realida<strong>de</strong>?<br />

Precisa sair do <strong>de</strong>lírio do politicamente<br />

incorreto e querer enten<strong>de</strong>r<br />

o que <strong>de</strong> fato se passa no<br />

mundo. Pelo seguinte, o publicitário<br />

tem um problema: se ele não<br />

ven<strong>de</strong>r, ele per<strong>de</strong> a conta. A i<strong>de</strong>ia<br />

do marketing <strong>de</strong> causa também<br />

agrega valor às marcas. Quando<br />

eu falei que elas pensam que<br />

o mundo todo é a Dinamaraca,<br />

elas precisam tomar cuidado. Uma<br />

prova que elas têm <strong>de</strong> tomar cuidado:<br />

veja que o Brasil elegeu o<br />

Bolsonaro.<br />

Você já falou dos ricos contra o capitalismo.<br />

Há uma parcela <strong>de</strong> publicitários<br />

que costuma falar mal do capitalismo.<br />

Isso é contraditório? Você percebe<br />

isso entre seus alunos?<br />

Quando você está falando com<br />

jovens <strong>de</strong> classe média para cima,<br />

isso é marketing. Xingar o capitalismo<br />

é um assunto que garante<br />

lugar em muitos jantares inteligentes.<br />

Publicitário é o tipo mais<br />

comum nos jantares inteligentes.<br />

Agora, é claro que, principalmente<br />

para gran<strong>de</strong>s publicitários, que<br />

ganham muito dinheiro com ele,<br />

xingar o capitalismo é cuspir no<br />

prato que comeu.<br />

“A<br />

publicidA<strong>de</strong><br />

quer pregAr<br />

cAusAs<br />

e neste<br />

universo elA<br />

se tornou<br />

bAnAl”<br />

Se pu<strong>de</strong>sse dar um conselho aos profissionais<br />

<strong>de</strong> propaganda e marketing<br />

neste mundo pandêmico, qual seria?<br />

Aconselharia a ler um livro que<br />

acabou <strong>de</strong> sair no Brasil chamado<br />

A Violência e a História da Desigualda<strong>de</strong>:<br />

da Ida<strong>de</strong> da Pedra ao Século<br />

XXI. É <strong>de</strong> um autor austríaco<br />

radicado nos Estados Unidos chamado<br />

Walter Schei<strong>de</strong>l. Com esse<br />

conselho quero dizer o seguinte:<br />

os publicitários precisam olhar<br />

para a realida<strong>de</strong> mais do que para<br />

a imaginação <strong>de</strong>les <strong>de</strong> como o<br />

mundo <strong>de</strong>via ser. Caso não façam,<br />

é mais ou menos como se um piloto<br />

<strong>de</strong> avião quisesse pilotar sem<br />

levar em conta a verda<strong>de</strong>ira previsão<br />

da meteorologia.<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 111


aRena do esPoRte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Reprodução/ Instagram<br />

Retomada<br />

Depois <strong>de</strong> um hiato <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três meses sem jogos <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, a<br />

Premier League anunciou seu retorno para a próxima quarta-feira (17). As disputas entre<br />

Sheffield United x Aston Villa e Manchester City x Arsenal po<strong>de</strong>rão ser acompanhadas no<br />

Brasil pelos canais ESPN e também no digital pelo serviço <strong>de</strong> streaming DAZN. O Campeonato<br />

Inglês seguirá os protocolos da Bun<strong>de</strong>sliga, torneio alemão que retomou as ativida<strong>de</strong>s<br />

em 16 <strong>de</strong> maio. A entrada no estádio será limitada a 300 pessoas, inclusos os jogadores,<br />

equipe técnica e profissionais da imprensa. Ainda não há previsão para a abertura dos<br />

portões aos torcedores. A marca <strong>de</strong> snacks Cadbury, Coca-Cola, Barclays e Budweiser são<br />

os patrocinadores oficiais da liga inglesa.<br />

Play<br />

A Pesquisa Game Brasil <strong>2020</strong> revelou que o mercado tem se fortalecido no país. O público<br />

cresceu 7,1% em relação ao ano anterior, sendo os adultos <strong>de</strong> 25 a 34 anos a principal faixa<br />

etária (33,6% do total). O levantamento também apontou as marcas preferidas pelos gamers<br />

em diversas categorias, evi<strong>de</strong>nciando oportunida<strong>de</strong>s para ativações. Entre os snacks,<br />

por exemplo, figuram Ruffles, Doritos e Cheetos, respectivamente. No segmento telefonia,<br />

<strong>de</strong>staque para Vivo, Claro e TIM. Entre os refrigerantes, Guaraná, Coca-Cola e Fanta.<br />

Jovem 1<br />

Uma das re<strong>de</strong>s sociais que mais crescem mundo afora, principalmente entre os mais jovens,<br />

o Tik Tok é o novo ponto <strong>de</strong> encontro dos torcedores do futebol brasileiro no digital.<br />

Segundo levantamento do Ibope Repucom, 32 dos 50 maiores clubes nacionais criam conteúdos<br />

para a plataforma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os curtos atualmente. O Flamengo li<strong>de</strong>ra o ranking com<br />

pouco mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> fãs, seguido por Corinthians (270 mil) e São Paulo (149 mil).<br />

Diante da popularida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> social, a consultoria passa a contabilizá-la em sua pesquisa<br />

mensal sobre o <strong>de</strong>sempenho dos clubes em ambiente digital.<br />

Jovem 2<br />

Ao todo, os 50 clubes somam 1,9 milhão <strong>de</strong> inscrições<br />

em suas contas oficiais no Tik Tok até dia 1º <strong>de</strong><br />

<strong>junho</strong>. Alguns times da Série B também têm bom<br />

<strong>de</strong>sempenho na re<strong>de</strong> social. O Cruzeiro, por exemplo,<br />

soma 101.800 fãs, à frente do Santos, com 35<br />

mil. Chama a atenção a não presença do Palmeiras<br />

na plataforma. O clube é o quarto maior do Brasil em<br />

ambiente digital, com pouco mais <strong>de</strong> 11 milhões <strong>de</strong><br />

inscritos. “As características do Tik Tok se apresentam<br />

como oportunida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos clubes em frentes consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>safiadoras:<br />

a construção e a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> uma base jovem <strong>de</strong><br />

torcedores, a efetiva exploração do prestígio dos<br />

atletas como força <strong>de</strong> influência e a expansão e<br />

internacionalização <strong>de</strong> suas marcas, sobretudo no<br />

mercado asiático e chinês (on<strong>de</strong> as <strong>de</strong>mais plataformas<br />

sociais não possuem presença)”, explica José<br />

Colagrossi, diretor-executivo do Ibope Repucom.<br />

Inovação<br />

O retorno dos jogos da LaLiga na semana<br />

passada foi marcado por novos recursos<br />

tecnológicos durante as transmissões. A<br />

organização do Campeonato Espanhol<br />

preparou um áudio <strong>de</strong> torcedores recriado<br />

digitalmente, além da virtualização das<br />

arquibancadas e novos ângulos <strong>de</strong> câmera,<br />

num momento em que as partidas estão<br />

sendo feitas sem a presença do público.<br />

Para essas transmissões, as arquibancadas<br />

estão sendo virtualizadas com imagens em<br />

escala <strong>de</strong> torcedores sentados, usando as<br />

cores do clube em casa. Já o áudio ficou<br />

por conta <strong>de</strong> uma parceria com EA Sports<br />

FIFA. No projeto Sounds of the Stands, a<br />

biblioteca <strong>de</strong> áudio gravada em estádios<br />

reais foi usada e adaptada para ser inserida<br />

em tempo real <strong>de</strong> acordo com o fluxo do<br />

jogo, em momentos como um gol ou falta,<br />

por exemplo. A LaLiga é transmitida pelos<br />

canais ESPN e Fox Sports no Brasil.<br />

CoRReRIa<br />

O calendário <strong>de</strong> lançamentos da Asics<br />

não sofreu impactos com a pan<strong>de</strong>mia da<br />

Covid-19. A marca apresenta neste sábado<br />

(13) o mo<strong>de</strong>lo Novablast. Pela primeira vez<br />

na história, a companhia esportiva faz o kickoff<br />

em