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propmark.com.br<br />
ANO 55 - Nº 2799 - <strong>15</strong> <strong>de</strong> juNho <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ <strong>15</strong>,00<br />
Nesta edição <strong>de</strong> aniversário dos 55 anos<br />
do PROPMARK convidamos 55 profissionais<br />
renomados do mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
para nos dizerem:<br />
DESIGNER PEDRO FABRA DA EBAC<br />
• Adriana Cacace (Flix Media) • Allan Barros (Pullse) • Ana Couto (Ana Couto) • André Gomes (MullenLowe)<br />
• André Kassu (CP+B) • Andrea Alvares (Natura) • Andrea Salinas (JCDecaux) • Antonio Manuel Teixeira (Folha)<br />
• Ariel Grunkraut (Burger King) • Boni (Re<strong>de</strong> Vanguarda) • Caio Barsotti (Cenp) • Claudia Fernan<strong>de</strong>s (Azul)<br />
• Dalton Pastore (ESPM) • David Laloum (Y&R) • Eduardo Alvarenga (Eletromidia Elemidia) • Eduardo<br />
Bicudo (DAN) • Eduardo Lorenzi (Publicis) • Eduardo Schaeffer (Globo) • Eduardo Simon (DPZ&T) • Erh<br />
Ray (BETC/Havas) • Fabio Coelho (Google) • Fernand Alphen (F.biz) • Fernando Taralli (VML) • Filipe<br />
Bartholomeu (AlmapBBDO) • Geraldo Azevedo (Execution) • Hugo Rodrigues (WMcCann) • Karina<br />
Ribeiro (Ogilvy) • Keka Morelle (Wun<strong>de</strong>rman Thompson) • Ligia Vulcano (BFerraz) • Loredana Sarcinella<br />
(Samsung) • Luiz Biagiotti (Clear Channel) • Luiza Trajano (Magalu) • Marcelo Rech (ANJ e RBS) • Marcelo<br />
Reis (Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>) • Marcia Esteves (Lew’Lara/TBWA) • Márcio Parizotto (Bra<strong>de</strong>sco) • Marcos<br />
Lacerda (HavasPlus) • Marcus Vinicius Chisco (CNN) • Marina Daineze (Vivo) • Mario D’Andrea (Abap e<br />
<strong>de</strong>ntsumcgarrybowen) • Melissa Vogel (Kantar) • Nelcina Tropardi (ABA e Heineken) • Nizan Guanaes (N I<strong>de</strong>ias)<br />
• Paschoal Fabra Neto (F&Q) • Paulo Pessoa (Estadão) • Paulo Samia (UOL) • Pipo Calazans (SunsetDDB)<br />
• Poliana Sousa (Coca-Cola) • Priscila Stoliar (SBT) • Rafael Davini (Exame) • Ricardo Dias (Ambev)<br />
• Rodolfo Medina (Artplan) • Sergio Gordilho (Africa) • Walter Zagari (Record TV) • Washington Olivetto<br />
luiz pONDé ANAlisA<br />
meRCADO NA pANDemiA<br />
Filósofo opina sobre<br />
o termo “novo normal”,<br />
fala do marketing<br />
<strong>de</strong> causa e comenta<br />
críticas ao capitalismo<br />
feitas pelos próprios<br />
publicitários. pág. 110<br />
DANielA CAChiCh fAlA<br />
sObRe legADO DA CRise<br />
CMO da PepsiCo analisa<br />
os aprendizados na relação<br />
com agências, consumidores<br />
e colaboradores.<br />
Ela <strong>de</strong>staca ainda a importância<br />
do propósito<br />
das marcas. pág. 100
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Medicina, resguardo e publicida<strong>de</strong><br />
Mais que nunca, temos <strong>de</strong> acreditar na ciência dos nossos doutores médicos<br />
para o combate a esse vírus estranho, que inclusive ameaça voltar logo<br />
mais em uma segunda onda. Nosso Butantã esforça-se para criar a vacina que<br />
evitaria novas contaminações, po<strong>de</strong>ndo inclusive <strong>de</strong>ter a segunda onda, mas isso<br />
ainda leva tempo. Enquanto a ciência se esforça para enfrentar e exterminar<br />
o inimigo cruel, que tomou conta do planeta e propõe retornar na tentativa <strong>de</strong><br />
completar o serviço inacabado, resta-nos o resguardo, comportamento que os<br />
cientistas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento do coronavírus não param <strong>de</strong> recomendar.<br />
Há uma arma que muito se usa entre nós em tempos alegres, que é a propaganda.<br />
O que temos visto <strong>de</strong>la, assinada por alguns poucos governos do nosso país,<br />
não é a verda<strong>de</strong>ira propaganda brasileira, <strong>de</strong>talhista e chamando o público para<br />
si. Ela tem passado quase batida, per<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> goleada para o bom e cansativo<br />
trabalho que a nossa mídia tem feito, esclarecendo a população sobre as recomendações<br />
a serem tomadas visando minimizar os efeitos do trágico vírus.<br />
Surpreen<strong>de</strong>ntemente, os anunciantes praticamente saíram da mídia, quando<br />
po<strong>de</strong>riam ajudar – e muito – as autorida<strong>de</strong>s no combate a esse estranho e <strong>de</strong>sconhecido<br />
inimigo. Pena que assim esteja ocorrendo, pois a força da propaganda<br />
no convencimento da população é indiscutível e os gran<strong>de</strong>s anunciantes,<br />
empenhando-se nessa batalha, ajudariam e muito as autorida<strong>de</strong>s no combate a<br />
essa primeira gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgraça mundial do século 21, através a nosso ver <strong>de</strong> dois<br />
ingredientes fundamentais: o esclarecimento com criativida<strong>de</strong> à população e a<br />
transmissão a esta <strong>de</strong> uma certa e muito necessária dose <strong>de</strong> otimismo, do que<br />
nos dias que se seguem, somente a propaganda é capaz.<br />
Para não sermos injustos, reconhecemos que há, aqui e ali, peças publicitárias<br />
com essa pertinência, mas muito pouco para o fim <strong>de</strong>stinado. Se por exemplo<br />
a recomendação científica maior é a do fique em casa, gran<strong>de</strong>s e criativas campanhas<br />
publicitárias <strong>de</strong> marcas famosas teriam mais sucesso nessa empreitada<br />
do que apelos <strong>de</strong> governantes que nem sempre são benquistos por boa parte da<br />
população, o que faz funcionarem ao contrário seus apelos.<br />
Na volta aos locais <strong>de</strong> trabalho nos próximos dias, com maiores recursos para a<br />
criação <strong>de</strong> peças e campanhas para os seus clientes-anunciantes e <strong>de</strong>stinadas<br />
ao gran<strong>de</strong> público, acreditamos que isso acabará acontecendo, <strong>de</strong>monstrando a<br />
força <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> que sempre se sobressai perante a maioria das <strong>de</strong>mais.<br />
***<br />
O PROPMARK comemora com esta edição 55 anos <strong>de</strong> circulação ininterrupta<br />
(a data correta é 21 <strong>de</strong> maio, mas estávamos no auge da pan<strong>de</strong>mia naquele<br />
momento), sendo um dos poucos no mundo a ter <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início e até<br />
aqui a mesma direção, um fato a nosso ver <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na sua<br />
credibilida<strong>de</strong>.<br />
Outro fato que a esse muito se assemelha é a presença até hoje na produção<br />
do jornal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a coleta <strong>de</strong> matérias <strong>de</strong> interesse jornalístico especializado,<br />
<strong>de</strong> companheiros que começaram conosco em maio <strong>de</strong> 1965, colaborando <strong>de</strong><br />
maneira <strong>de</strong>cisiva com o nosso respeitado slogan <strong>de</strong> um compromisso com a<br />
verda<strong>de</strong>. A história toda do PROPMARK é repleta <strong>de</strong> uma gigantesca luta para<br />
a sua sobrevivência, principalmente em tempos já <strong>de</strong> consagração do online,<br />
on<strong>de</strong> também ocupamos – e bem – nosso lugar.<br />
fissionais, nos primeiros anos do consagrado festival, ora em Cannes, ora<br />
em Veneza, ajudou a divulgar <strong>de</strong> forma ampla a todo o país, antevendo<br />
nesse festival o gran<strong>de</strong> evento que colaboraria – e muito – com o aperfeiçoamento<br />
não apenas da nossa publicida<strong>de</strong>, mas também <strong>de</strong> países<br />
vizinhos que passaram a acompanhar nossos passos anuais em direção<br />
a Cannes.<br />
Uma lida com atenção nesta edição comemorativa vai mostrar e/ou lembrar aos<br />
nossos leitores um sem-número <strong>de</strong> iniciativas tomadas pelo PROPMARK que<br />
ajudaram a colocar a propaganda brasileira entre as melhores do planeta.<br />
***<br />
Merece registro especial neste editorial a presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> empresas<br />
do mercado, através <strong>de</strong> anúncios comoventes e ao mesmo tempo <strong>de</strong> reconhecimento<br />
a um trabalho que não po<strong>de</strong> nunca se esgotar. Uma das perversida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sta profissão é a <strong>de</strong>, como os escoteiros, estar sempre alerta e isso tem<br />
se tornado uma marca in<strong>de</strong>lével nesta história <strong>de</strong> 55 anos.<br />
Ainda sobre os anúncios, que precisamos agra<strong>de</strong>cer a todos pelas dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> verba neste momento brasileiro tão complicado, um <strong>de</strong>staque<br />
muito especial às gran<strong>de</strong>s marcas aqui presentes, que só enaltecem o<br />
nosso trabalho. Vale aqui o tradicional ditado: “Dize-me com quem andas<br />
e te direis quem és”. Agra<strong>de</strong>cemos até comovidos a estes nossos apoiadores,<br />
que reconhecem no PROPMARK a importância <strong>de</strong> um jornalismo<br />
setorizado, livre <strong>de</strong> influências nefastas e <strong>de</strong> amarrações sempre prejudiciais<br />
ao livre exercício <strong>de</strong> bem informar.<br />
***<br />
Um <strong>de</strong>staque especial à nossa Redação, dirigida com competência, sabedoria<br />
e profissionalismo pela jornalista Kelly Dores, com um olho no impresso<br />
e outro no digital. Dentre tantas matérias excelentes para marcar esta edição<br />
especial, Kelly escolheu as seguintes, que em sua homenagem fazemos<br />
questão <strong>de</strong> relacionar:<br />
- Matéria especial: Executivos refletem sobre mudanças na comunicação. Edição<br />
comemorativa do jornal traz o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> 55 gran<strong>de</strong>s nomes do mercado<br />
sobre o momento e as expectativas pós-pan<strong>de</strong>mia. A i<strong>de</strong>ia foi convidar<br />
55 publicitários, em referência à ‘ida<strong>de</strong>’ da publicação, para fazer uma reflexão<br />
sobre o momento e o que esperar após a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19. O resultado é<br />
surpreen<strong>de</strong>nte. Muitos <strong>de</strong>les acreditam que o mundo será diferente daqui pra<br />
frente. Outros, porém, não acham que as coisas vão mudar tanto.<br />
- Matéria com um histórico e <strong>de</strong>staques sobre os últimos 55 anos da criativida<strong>de</strong><br />
brasileira.<br />
- Matéria sobre a aprovação pela Câmara Municipal da Medalha Anchieta a<br />
Armando Ferrentini, com <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s do mercado publicitário.<br />
- Entrevista com o filósofo Luiz Felipe Pondé, que analisa o mercado na pan<strong>de</strong>mia<br />
e reflete sobre termos como o “novo normal”.<br />
Ao folhear esta edição, o leitor se <strong>de</strong>parará com toda essa longa caminhada,<br />
contada pelos nossos jornalistas, por colaboradores e até mesmo por leitores,<br />
que se dispuseram a escrever um pouco sobre este tradicional especializado,<br />
partícipe <strong>de</strong> iniciativas que marcaram época, sendo que algumas <strong>de</strong>las prevalecem<br />
até os nossos dias.<br />
Muito provavelmente uma das mais importantes se refere ao Cannes<br />
Lions, ainda nos seus arbores, que a nossa diminuta <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> pro-<br />
- Entrevista com Daniela Cachich, CMO da PepsiCo, que fala sobre o legado que<br />
a crise vai <strong>de</strong>ixar para a propaganda.<br />
***<br />
Em uma edição esperançosa como esta, uma nota triste: o falecimento do nosso<br />
ex-diretor <strong>de</strong> Redação, Rafael Sampaio, vítima <strong>de</strong> infarto fulminante na madrugada<br />
do último dia 12. Nossos pêsames à família.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 3
Índice<br />
Profissionais escrevem<br />
sobre <strong>de</strong>safios do mercado<br />
Nesta edição especial <strong>de</strong> aniversário<br />
do PROPMARK, 55 gran<strong>de</strong>s nomes da<br />
propaganda, marketing e mídia refletem<br />
sobre as mudanças (ou não) do setor <strong>de</strong><br />
comunicação após a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19.<br />
caPa<br />
10<br />
Pixabay<br />
mercado<br />
agências boutiques <strong>de</strong><br />
Pr crescem na crise<br />
Empresas como VCRP Brasil, <strong>de</strong> Vinicius<br />
Cordoni, FirstCom e Suporte Comunicação<br />
afirmam que ganharam clientes durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia e enxergam um movimento <strong>de</strong><br />
migração <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s agências.<br />
Executivos dizem que cresceu a <strong>de</strong>manda das<br />
marcas por serviços <strong>de</strong> comunicação. pág. 88<br />
Produtoras<br />
Protocolo traz novas<br />
regras para produção<br />
Documento assinado pela Apro, Sindcine<br />
e Siaesp sugere gravações com até 20<br />
pessoas em estúdio e jornada máxima <strong>de</strong><br />
12 horas <strong>de</strong> trabalho. Objetivo é retomar<br />
gradativamente as ativida<strong>de</strong>s. pág. 108<br />
ProPmarK 55 anos<br />
Jornal acompanhou<br />
marcos da propaganda<br />
Há mais <strong>de</strong> meio século em circulação, o<br />
PROPMARK testemunhou a evolução da<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira e a premiação <strong>de</strong> cases<br />
históricos como o anúncio Umbigo, para o<br />
Guaraná Antarctica, criado pela DM9, que<br />
ganhou GP <strong>de</strong> Press em Cannes. pág. 76<br />
mercado<br />
investimento em<br />
tecnologia aumenta<br />
Agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> estão investindo<br />
mais em automatização, capacitação e<br />
metodologias ágeis. “O novo normal da<br />
tecnologia representa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma melhor gestão operacional em busca<br />
<strong>de</strong> eficiência”, explica Jaqueline Travaglin,<br />
diretora-geral <strong>de</strong> operações da Y&R. pág. 82<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................6<br />
curtas ....................................................................8<br />
ProPmarK 55 anos ..........................................10<br />
mercado ..............................................................78<br />
We Love mKt ......................................................92<br />
storyteller ..........................................................94<br />
Quem Fez ............................................................96<br />
digital .................................................................98<br />
marcas .................................................................99<br />
agências .......................................................... 102<br />
mídia ................................................................ 103<br />
inspiração ....................................................... 104<br />
Beyond the Line ............................................. 106<br />
Produtoras ....................................................... 108<br />
entrevista ........................................................ 110<br />
arena do esporte ............................................ 112<br />
supercenas ...................................................... 113<br />
Última Página ................................................. 114<br />
4 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
conexões<br />
PROPMARK 55 anos<br />
O pioneirismo, a <strong>de</strong>terminação e<br />
o comprometimento <strong>de</strong> Armando<br />
Ferrentini com a publicida<strong>de</strong>,<br />
o jornalismo e a formação <strong>de</strong> profissionais<br />
da área <strong>de</strong> comunicação<br />
brasileira são um importante farol<br />
para nós todos da mídia, em especial<br />
em tempos como os atuais, <strong>de</strong><br />
dorinHo<br />
gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios. Ferrentini é um<br />
dos publishers mais completos e<br />
generosos que temos no país. Detém<br />
um conhecimento único <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 50 anos sobre propaganda,<br />
marketing e mídia, que compartilha<br />
conosco diariamente – no<br />
PROPMARK, e em outras frentes<br />
da qual participa –, contribuindo<br />
assim para o setor.<br />
Rafael Soriano<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Aner<br />
Estar à frente <strong>de</strong> um veículo <strong>de</strong> comunicação,<br />
por mais <strong>de</strong> meio século,<br />
é um privilégio <strong>de</strong> pouquíssimos<br />
empreen<strong>de</strong>dores e visionários.<br />
Somente com muita competência,<br />
dinamismo, responsabilida<strong>de</strong> e ética<br />
é possível merecer o reconhecimento<br />
e se tornar uma referência no<br />
mercado. Armando Ferrentini reúne<br />
todos esses atributos. Nesses 55<br />
anos, ele foi capaz <strong>de</strong> se adaptar às<br />
mudanças impostas pela transformação<br />
digital e <strong>de</strong> apresentar inovações<br />
que têm modificado o cenário<br />
dos negócios.<br />
Paulo Tonet Camargo<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Abert<br />
última Hora<br />
NEGÓCIO<br />
Com 40 milhões <strong>de</strong> clientes e há 20 anos atuando no mercado<br />
<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização, a Dotz <strong>de</strong>finiu na semana passada a Tech<br />
and Soul para coor<strong>de</strong>nar as suas ações <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong><br />
marketing. A <strong>de</strong>cisão foi feita por concorrência online da<br />
qual participaram a Wie<strong>de</strong>n + Keneddy e a F.biz. A agência<br />
dos sócios Claudio Kalim, Claudio Gora, Fernando Amino e<br />
Flavio Waiteman (foto acima) estará à frente <strong>de</strong> processos <strong>de</strong><br />
integração entre estratégia digital, dados e criativida<strong>de</strong>, como<br />
explica o comunicado oficial da conquista do negócio. Neste<br />
mês <strong>de</strong> <strong>junho</strong>, a agência anunciou Mitsubishi e Suzuki.<br />
PORTFÓLIO<br />
Profissionais consagrados e bem empregados em agências<br />
do mainstream estão engajados no propósito <strong>de</strong> ajudar<br />
companheiros <strong>de</strong> profissão a viralizar seus currículos/<br />
portfólios. A ação My Link is Your Link é li<strong>de</strong>rada pelo<br />
redator Rodrigo Rocha; Bernardo Tavares, redator sênior<br />
da David São Paulo; e André Mezzomo, diretor <strong>de</strong> arte<br />
sênior da FCB Brasil (todos na foto acima). A i<strong>de</strong>ia é<br />
simples: o portfólio <strong>de</strong> quem está empregado funciona<br />
como uma mídia para divulgar os <strong>de</strong> publicitários que<br />
estão fora do mercado <strong>de</strong> trabalho, que aumentou durante<br />
a crise sanitária da Covid-19.<br />
CONQUISTA<br />
A Neobrax, do ramo farmoquímico, é a nova conta da<br />
Flag Comunicação, agência que faz parte do grupo ECI.<br />
O escopo do trabalho engloba gestão das re<strong>de</strong>s sociais e<br />
criação das estratégias digitais.<br />
LIVE<br />
A ABA promove nesta quarta-feira (17) live com Loredana<br />
Sarcinella, da Samsung, e Cris Duclos, da Electrolux. Tema:<br />
Perspectivas – uma visão setorizada da inovação.<br />
6 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Governo Fe<strong>de</strong>ral recria Ministério<br />
das comunicações e <strong>de</strong>sloca secom<br />
Reprodução<br />
Festival <strong>de</strong> cannes revela <strong>de</strong>talhes<br />
da programação do Lions Live<br />
Alê Oliveira<br />
Fabio Wajngarten, ex-Secom, será secretário-executivo da nova pasta<br />
O presi<strong>de</strong>nte Jair Bolsonaro<br />
(sem partido) anunciou, na semana<br />
passada, que vai recriar o<br />
Ministério das Comunicações,<br />
a partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>smembramento<br />
do Ministério <strong>de</strong> Ciência,<br />
Tecnologia, Inovações e<br />
Comunicações. O <strong>de</strong>putado<br />
fe<strong>de</strong>ral Fabio Faria (PSD-RN),<br />
genro <strong>de</strong> Silvio Santos, será o<br />
titular da pasta. Com a <strong>de</strong>cisão,<br />
a Secretaria Especial <strong>de</strong> Comunicação<br />
Social da Secretaria<br />
<strong>de</strong> Governo da Presidência da<br />
República (Secom) será incorporada<br />
ao novo ministério.<br />
Fabio wajngarten, que comandava<br />
a área, passará a ocupar o<br />
cargo <strong>de</strong> secretário-executivo<br />
da nova pasta.<br />
Devido à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, evento terá apenas programação virtual gratuita<br />
Dos dias 22 a 26 <strong>de</strong> <strong>junho</strong>,<br />
o Festival <strong>de</strong> Cannes promove<br />
o evento virtual gratuito<br />
Lions Live, que vai discutir o<br />
futuro da criativida<strong>de</strong>. Com<br />
apresentação da jornalista Tina<br />
Daheley, da BBC, o cronograma<br />
inclui i<strong>de</strong>ias originais e perspectivas<br />
<strong>de</strong> especialistas sobre<br />
o que virá a seguir, masterclasses<br />
e curtas-metragens. Estão<br />
confirmados nomes como o da<br />
diretora global <strong>de</strong> marketing e<br />
digital da unilever, Conny Braams,<br />
e do copresi<strong>de</strong>nte global<br />
da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen, Merlee<br />
Cruz-Jayme. O evento vai<br />
revelar ainda os vencedores do<br />
Lions Creativity Report, com as<br />
melhores agências da década.<br />
reABerturA <strong>de</strong> AgênCiAs eM Análise<br />
Hill+Knowlton regressA Ao BrAsil<br />
MerCAdo nA lutA ContrA o rACisMo<br />
Fotos: Divulgação<br />
O prefeito <strong>de</strong> São Paulo, Bruno Covas<br />
O protocolo apresentado pela Associação<br />
Brasileira das Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
(Abap) para a reabertura do setor segue<br />
em análise pela Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo.<br />
O documento da Abap foi produzido com<br />
base na experiência <strong>de</strong> outros países e nas<br />
recomendações do próprio Governo do<br />
Estado <strong>de</strong> São Paulo. Caso tudo seja aprovado,<br />
haverá a celebração <strong>de</strong> um termo <strong>de</strong><br />
compromisso com as entida<strong>de</strong>s e os estabelecimentos<br />
relativos po<strong>de</strong>rão retomar o<br />
atendimento presencial ao público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que se cumpram todas as exigências estabelecidas.<br />
Por enquanto, a quarentena no<br />
estado está prorrogada até <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong>.<br />
Eduardo Vieira, sócio-fundador do Grupo I<strong>de</strong>al<br />
O Grupo I<strong>de</strong>al e o WPP anunciam a volta<br />
da operação Hill+Knowlton ao Brasil. A<br />
marca, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser usada em 20<strong>15</strong>,<br />
após a fusão com a agência I<strong>de</strong>al, agora terá<br />
escritório próprio li<strong>de</strong>rado por Marco Antonio<br />
Sabino. Com a mudança, a H+K Brasil<br />
absorve o escritório da 1927 - que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />
existir - e algumas contas e profissionais da<br />
Ogilvy PR. “O mercado estava precisando <strong>de</strong><br />
um reforço em comunicação institucional e<br />
public affairs. Os segmentos têm uma gran<strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios. A agência atuará<br />
como uma consultoria personalizada, sênior<br />
e <strong>de</strong> prevenção e gestão <strong>de</strong> crises”, diz Eduardo<br />
Vieira, sócio-fundador do Grupo I<strong>de</strong>al.<br />
Arthur Sadoun, do Publicis, quer mudanças consistentes<br />
Em resposta aos protestos do movimento<br />
Black Lives Matter mundo afora, os grupos<br />
wPP e Publicis, por meio <strong>de</strong> seus lí<strong>de</strong>res,<br />
anunciaram na semana passada diretrizes<br />
na busca pela igualda<strong>de</strong> racial em suas agências.<br />
Arthur Sadoun, CEO do Publicis, divulgou<br />
no filme semanal voltado aos colaboradores<br />
que quer um compromisso <strong>de</strong> longo<br />
prazo contra o racismo. No próximo dia 17, a<br />
Publicis EUA vai promover um encontro virtual<br />
para discutir i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> mudanças. Já o<br />
WPP, durante seu encontro anual, anunciou<br />
um conselho global <strong>de</strong> inclusão para criar<br />
e monitorar que todas as agências sigam as<br />
novas diretrizes <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />
res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia<br />
Paraizo e Leonardo Araujo<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Felipe<br />
Turlão e Jéssica Oliveira<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />
Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
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CEP: 0<strong>15</strong>24-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
8 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Executivos refletem sobre<br />
mudanças na comunicação<br />
Edição comemorativa do jornal traz o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> 55 gran<strong>de</strong>s<br />
nomes do mercado sobre o momento e as expectativas pós-pan<strong>de</strong>mia<br />
Este projeto comemorativo ao aniversário<br />
<strong>de</strong> 55 anos do PROPMARK - fundado em<br />
21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1965 por Armando Ferrentini<br />
- dá voz aos profissionais do mercado <strong>de</strong><br />
comunicação, razão da existência <strong>de</strong>ste jornal.<br />
A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> convidar 55 executivos, em referência<br />
à ‘ida<strong>de</strong>’ da publicação, para fazer uma reflexão<br />
sobre o momento e o que esperar após a<br />
pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, surgiu <strong>de</strong> uma reunião<br />
<strong>de</strong> briefing com a F&Q Brasil, agência que criou<br />
pro brono a campanha “E agora?”, ponto <strong>de</strong><br />
partida para os textos solicitados aos convidados.<br />
Des<strong>de</strong> o início da crise, o PROPMARK vem<br />
trazendo semanalmente - e diariamente no<br />
seu site - matérias, discussões e análises <strong>de</strong> especialistas<br />
sobre os impactos nos negócios das<br />
agências, anunciantes e veículos. Por isso, consi<strong>de</strong>ramos<br />
que trazer uma edição especial com<br />
o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>stes gran<strong>de</strong>s nomes do mercado,<br />
todos retratados neste mosaico <strong>de</strong> fotos<br />
ao lado, po<strong>de</strong>ria ser mais enriquecedor.<br />
O resultado é surpreen<strong>de</strong>nte. Muitos <strong>de</strong>les<br />
acreditam que o mundo será diferente daqui<br />
pra frente. Outros, porém, não acham que as<br />
coisas vão mudar tanto. Para Hugo Rodrigues,<br />
chairman e CEO da WMcCann, por exemplo,<br />
é possível sonhar em construir um mundo<br />
melhor do que o que tínhamos antes da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte da Abap e<br />
CEO da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen, levanta dúvidas<br />
sobre as mudanças reais e fala o que realmente<br />
é preciso se transformar no mercado.<br />
Já Marcelo Reis, co-CEO e CCO da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong>, afirma que “se tem uma categoria<br />
acostumada a respon<strong>de</strong>r bem à pressão e<br />
às mudanças <strong>de</strong> direção, é a nossa”. Por outro<br />
lado, Nizan Guanaes escreveu uma “Carta a<br />
quem está montando uma agência”, com conselhos<br />
certeiros.<br />
Para os anunciantes, o momento pe<strong>de</strong> inovação.<br />
“Temos <strong>de</strong> tirar <strong>de</strong>ste episódio uma lição,<br />
e cada um precisa <strong>de</strong>scobrir o seu propósito e<br />
o <strong>de</strong> sua empresa”, <strong>de</strong>staca Luiza Helena Trajano,<br />
do Magazine Luiza. Os veículos, por sua<br />
vez, ressaltam o papel do jornalismo para levar<br />
informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ao público, a força do<br />
digital e lembram que vão se sobressair as marcas<br />
que se comunicarem durante esse período<br />
<strong>de</strong>safiador para o mundo. Confira as opiniões<br />
<strong>de</strong> cada um nas próximas páginas e boa leitura!<br />
10 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Adriana Cacace<br />
Retomada vai <strong>de</strong>mandar adaptação<br />
A<br />
cultura, o entretenimento e o setor<br />
audiovisual foram duramente impactados<br />
pela pan<strong>de</strong>mia do novo<br />
coronavírus. Por consequência, a mídia cinema<br />
também. Ainda não é possível medir<br />
exatamente o tamanho <strong>de</strong>sse impacto, mas<br />
o fechamento das salas e a paralisação <strong>de</strong><br />
filmagens <strong>de</strong> novas produções, no Brasil e<br />
no mundo, indicam que seus efeitos não<br />
<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>saparecer rapidamente.<br />
Por outro lado, notícias como diminuição<br />
do número <strong>de</strong> novos casos e planejamento<br />
<strong>de</strong> retomada <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas,<br />
em alguns países que foram afetados<br />
primeiro, mostram que há luz no fim do<br />
túnel. No nosso mercado, estreias como<br />
a do novo 007 ou a <strong>de</strong> Mulher Maravilha<br />
1984, já com datas apontadas para ser realizadas<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> agosto, indicam que o<br />
segundo semestre será forte para o cinema,<br />
com concentração <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s lançamentos<br />
aguardados pelo público. Na FLIX<br />
Allan Barros<br />
seguimos trabalhando intensamente, oferecendo<br />
alternativas como pacotes digitais<br />
e no mundo dos games para quem quer<br />
anunciar já. Por outro lado, a <strong>de</strong>manda por<br />
projetos <strong>de</strong> longo prazo não caiu, o que <strong>de</strong>monstra<br />
forte confiança na mídia cinema.<br />
Acreditamos que a retomada vai <strong>de</strong>mandar<br />
<strong>de</strong> todos uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
adaptação a um novo mundo, em que a solidarieda<strong>de</strong><br />
e a valorização por ativida<strong>de</strong>s<br />
coletivas que agora não são possíveis, como<br />
o próprio cinema, seguirão lado a lado da<br />
busca por um contato maior com as marcas<br />
e seus valores. A FLIX está se preparando<br />
para dar esses passos ao lado <strong>de</strong> anunciantes,<br />
agências e do público cinéfilo.<br />
adriana Cacace – diretora-geral<br />
e Latam da FLIX Media<br />
Divulgação<br />
Back to the Future<br />
Começo este texto lembrando do aniversário<br />
<strong>de</strong> 55 anos do PROPMARK.<br />
Amigos, que ano foi aquele? Estávamos<br />
em <strong>2020</strong>, ano em que completei 45,<br />
quando foi preciso amadurecer 10 anos em<br />
1 para sobreviver.<br />
Foi em <strong>2020</strong> que uma importante transformação<br />
se iniciou, a era do Relacionamento<br />
Digital. Marcas e negócios que resistiram<br />
ou não enten<strong>de</strong>ram a tempo essa<br />
transformação já não existem mais. Quem<br />
se lembra daquela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo que estava<br />
entre os lí<strong>de</strong>res há 20 anos? Aproximadamente<br />
30% das marcas lí<strong>de</strong>res não existiam<br />
ou eram muito pequenas em <strong>2020</strong>, mas se<br />
adaptaram rapidamente ao novo comportamento<br />
do consumidor no final daquela<br />
pan<strong>de</strong>mia.<br />
Nesta época, apren<strong>de</strong>mos que velocida<strong>de</strong><br />
era mais importante do que tamanho<br />
e ter propósito verda<strong>de</strong>iro era mais<br />
importante do que um discurso bonito.<br />
Ser transparente seria fundamental para<br />
todas as marcas, a solidarieda<strong>de</strong> seria vital<br />
e, principalmente, apren<strong>de</strong>mos que <strong>de</strong>senvolver<br />
projetos <strong>de</strong> forma colaborativa se<br />
tornaria regra para um negócio <strong>de</strong> sucesso.<br />
A pan<strong>de</strong>mia, na época, mostrou que o<br />
caminho era simples: Back to Basics! A solução<br />
estava na origem do nosso mercado:<br />
criativida<strong>de</strong>! O excesso do uso dos algoritmos<br />
levou todas as marcas a um mesmo<br />
território <strong>de</strong> comunicação, pasteurizando<br />
o posicionamento. Enten<strong>de</strong>mos que os<br />
dados não traduzem as emoções.<br />
As mudanças <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong><br />
<strong>2020</strong> foram um marco para nossa indústria.<br />
Apren<strong>de</strong>mos que toda a tecnologia, dados<br />
e informações real time disponíveis tinham<br />
<strong>de</strong> municiar a criativida<strong>de</strong> e não conduzi-la.<br />
Apren<strong>de</strong>mos que construir um resultado<br />
consistente para os nossos clientes <strong>de</strong>pendia<br />
diretamente dos índices <strong>de</strong> afetivida<strong>de</strong><br />
e lealda<strong>de</strong> conquistados pelas marcas. Ficou<br />
a lição <strong>de</strong> que sempre foi preciso existir<br />
um processo <strong>de</strong> cocriação e mais que<br />
isso: a responsabilida<strong>de</strong> criativa não nascia<br />
<strong>de</strong> apenas um <strong>de</strong>partamento, mas <strong>de</strong> todos<br />
os colaboradores.<br />
Po<strong>de</strong>ria escrever muito mais sobre o que<br />
aconteceu pós-Covid-19, mas tenho uma<br />
sugestão melhor: assista no seu App <strong>de</strong> informações<br />
preferido o hub do PROPMARK.<br />
Lá, você vai encontrar toda a história da<br />
propaganda e da comunicação brasileira.<br />
Parabéns, PROPMARK!<br />
allan Barros – CEO da Pullse<br />
Divulgação<br />
12 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
prOpmArk 55 ANOS<br />
Ana Couto<br />
O coletivo é global<br />
Vamos, sim, juntos. Vamos, sim, para<br />
um mundo diferente. Estamos em<br />
uma longa jornada <strong>de</strong> transformação.<br />
Desta vez, a crise é sem prece<strong>de</strong>ntes e<br />
maior que qualquer gestão <strong>de</strong> risco po<strong>de</strong>ria<br />
imaginar.<br />
É uma crise longa e, por conta disto,<br />
traz tempo suficiente para causar reflexão<br />
e transformação na or<strong>de</strong>m mundial e nas<br />
pessoas. Por outro lado, se olharmos os sinais,<br />
é uma crise anunciada, pois os dilemas<br />
já estavam postos.<br />
Nestes cem últimos anos da humanida<strong>de</strong><br />
vivemos tantas transformações. A revolução<br />
industrial trouxe melhoras incríveis<br />
para todos nós. Já não po<strong>de</strong>mos mais viver<br />
sem uma gela<strong>de</strong>ira. Precisávamos ven<strong>de</strong>r<br />
produtos e falar <strong>de</strong> suas performances.<br />
O marketing nasceu disso. E foi relevante.<br />
A revolução da tecnologia nos <strong>de</strong>ixou todos<br />
superconectados. Não po<strong>de</strong>mos viver<br />
sem nossos celulares. Veio o digital com<br />
tudo, mudando o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
e mídia. Hoje, 70% da verba mundial vai<br />
para Google e Facebook, que metrificou e<br />
revolucionou com marketing programático.<br />
Veio <strong>2020</strong>, vivendo uma aceleração<br />
em um mo<strong>de</strong>lo VUCA <strong>de</strong>ssas mudanças.<br />
Nenhuma indústria, segmento ou país ficará<br />
igual. A pergunta é: vamos firmar um<br />
compromisso coletivo para sair melhor<br />
<strong>de</strong>ssa?<br />
O branding traz esse compromisso <strong>de</strong> gerar<br />
valor para o mundo baseado no propósito.<br />
São tempos propícios para inovar e para<br />
encarar os problemas.<br />
As organizações precisarão enten<strong>de</strong>r<br />
quais são os seus maiores talentos para servirem<br />
ao mundo. E enten<strong>de</strong>r também que o<br />
propósito é o fio condutor <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>m<br />
criar valor para o mundo.<br />
Estamos <strong>de</strong>stilando os dilemas acumulados<br />
<strong>de</strong>ste último século: crescimento<br />
econômico x sustentabilida<strong>de</strong>; relações humanas<br />
x produtivida<strong>de</strong>; individualida<strong>de</strong> x<br />
coletivo; escassez x abundância.<br />
E o que muda agora? O coronavírus nos<br />
forçou a olhar para <strong>de</strong>ntro e para perto.<br />
A relativizar a mobilida<strong>de</strong>. A relativizar o<br />
consumo. A relativizar a informação.<br />
O coletivo é global. Todos somos humanos<br />
e temos medo da morte.<br />
ANA COUTO – CEO e fundadora<br />
da agência Ana Couto<br />
Divulgação<br />
André Gomes<br />
Vivemos hoje sob vigilância<br />
São 55 anos respirando propaganda. 55<br />
anos dando voz ao mercado, fortalecendo<br />
a nossa indústria. Propaganda e<br />
PROPMARK são uma coisa só, indivisíveis.<br />
E, mais uma vez, o PROPMARK exerce<br />
papel fundamental num momento tão conturbado.<br />
O mundo precisou se adaptar <strong>de</strong> maneira<br />
drástica por conta <strong>de</strong> algo invisível e <strong>de</strong>sconhecido.<br />
Fomos obrigados a viver o excesso<br />
<strong>de</strong> informações que o agora exige. Mas a<br />
pan<strong>de</strong>mia nos trouxe um momento <strong>de</strong> reflexão<br />
do quanto a vida real é importante.<br />
Que sauda<strong>de</strong> daquela reunião presencial,<br />
do chope com os amigos, do Dia das Mães<br />
em família, <strong>de</strong> ver o Flamengo jogar no Maraca.<br />
Acho que iria feliz até a um show <strong>de</strong><br />
um estilo musical que não suporto.<br />
Vivemos hoje sob vigilância. Vigilância<br />
da família, dos amigos, do vizinho, do chefe<br />
e do estado. E quem gosta <strong>de</strong> vigilância?<br />
O conceito <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> foi alterado e<br />
sem que percebêssemos. Foi natural, necessário.<br />
Mas o fato é: nós estamos sob controle.<br />
É possível saber se o percentual a<strong>de</strong>quado<br />
<strong>de</strong> pessoas está ou não em casa. Mas até<br />
aí tudo bem, afinal, já estávamos acostumados<br />
com os GPS e cookies da vida.<br />
Mas o que dizer quando seu direito <strong>de</strong> ir<br />
e vir po<strong>de</strong> ser cerceado por um aplicativo<br />
que usa um QR co<strong>de</strong>?<br />
Que tal ter um drone sobrevoando a sua<br />
cabeça para dizer que você <strong>de</strong>ve voltar pra<br />
casa? Ou quem sabe o “veículo aéreo não<br />
tripulado” apenas querer saber aon<strong>de</strong> você<br />
vai todas as manhãs <strong>de</strong> sábado? Será que<br />
esse controle veio pra ficar?<br />
Eu realmente não sei. Mas sei que, quando<br />
tudo isso passar, todos vamos querer<br />
mais vento no rosto, mais sol na pele, mais<br />
grama na sola dos pés.<br />
Consumidores estarão ávidos por liberda<strong>de</strong>.<br />
Quem conseguir equilibrar tecnologia<br />
com experiências reais vai sair na frente.<br />
E todas essas gran<strong>de</strong>s transformações<br />
estarão muito bem contadas aqui no PROP-<br />
MARK.<br />
André Gomes – CEO<br />
da MullenLowe Brasil<br />
Divulgação<br />
14 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmArK 55 ANoS<br />
André Kassu<br />
Então, será um dia <strong>de</strong> sol<br />
Uma embalagem empoeirada do jogo<br />
“Cai Não Cai” será <strong>de</strong>scoberta nesta<br />
manhã. Não haverá mais as cores<br />
originais da embalagem.<br />
A poeira subirá a cada passada <strong>de</strong> mão<br />
acelerada <strong>de</strong> pequenas crianças com ares<br />
<strong>de</strong> arqueólogos. Excitamento e pó suspensos<br />
no ar pelo encontro <strong>de</strong> uma relíquia. Pequenas<br />
Lara Croft, Indiana Jones do sótão.<br />
Cansados <strong>de</strong> só <strong>de</strong>scobrirem vinis na arca<br />
perdida.<br />
Será uma manhã diferente pelo objeto<br />
analógico que <strong>de</strong>spertará lembranças ao<br />
chegar na sala. E assim será.<br />
Todos ao redor daquele brinquedo. Uma<br />
memória mais aguçada vai recordar que o<br />
jogo foi comprado na quarentena <strong>de</strong> <strong>2020</strong>.<br />
Quando éramos apenas uma pequena<br />
gran<strong>de</strong> família enclausurada nas trincheiras<br />
sombrias daquele ano. Essa memória<br />
<strong>de</strong>spertará todas as outras. Alguém há <strong>de</strong><br />
lembrar que naqueles dias rimos, em que<br />
colocávamos máscaras para secar no varal,<br />
havia um ritual <strong>de</strong> entrada na casa que parecia<br />
um banho <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrego <strong>de</strong> álcool em<br />
gel. Que havia ansieda<strong>de</strong>, medo, profecias<br />
sobre o futuro, sauda<strong>de</strong>s.<br />
Será um dia em que percorreremos os<br />
fatos da pan<strong>de</strong>mia. A empatia mostrada<br />
naquele momento por uns e a mesquinhez<br />
por tantos outros. Vamos colocar os pesos<br />
na balança e chegar à conclusão <strong>de</strong> que o<br />
ambiente externo acelerou a tecnologia,<br />
mas não mudou o padrão humano em alta<br />
velocida<strong>de</strong>. Não houve uma gran<strong>de</strong> melhora.<br />
Uma criança abrirá o “Cai não Cai”.<br />
Então, será dia <strong>de</strong> sol e barulho <strong>de</strong> bolinhas<br />
<strong>de</strong> gu<strong>de</strong> a cair. E seremos nós mesmos.<br />
André Kassu – sócio<br />
e CCO da CP+B<br />
Divulgação<br />
Andrea Alvares<br />
Consumo e propósito ainda<br />
mais conectados após a crise<br />
Sabemos que o caminho a ser trilhado<br />
após a crise não será simples ou rápido.<br />
Estamos vivendo o maior <strong>de</strong>safio<br />
contemporâneo da humanida<strong>de</strong>, já que a<br />
pan<strong>de</strong>mia tem extensão e profundida<strong>de</strong><br />
ímpares, que afetam os negócios, a socieda<strong>de</strong><br />
e nossa forma <strong>de</strong> viver <strong>de</strong> maneira<br />
inédita. Ao final da crise, teremos <strong>de</strong> levar<br />
aprendizados tão gran<strong>de</strong>s quanto ela. Será<br />
importante, portanto, transcen<strong>de</strong>r para<br />
evoluirmos em várias dimensões, indo<br />
além das relações comerciais entre consumidores<br />
e empresas, e dando escala a causas<br />
comuns em prol <strong>de</strong> uma transformação<br />
da socieda<strong>de</strong>.<br />
A única certeza que po<strong>de</strong>mos ter neste<br />
momento é que, para seguirmos, precisamos<br />
estabelecer novas maneiras <strong>de</strong> nos<br />
unirmos. Continuará sendo fundamental<br />
nutrir as relações. No consumo pós-pan<strong>de</strong>mia,<br />
a priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser pessoas e suas<br />
relações, não o consumo <strong>de</strong>sconectado<br />
do propósito e seu impacto. Essa reflexão<br />
culminará no aprofundamento <strong>de</strong> diversas<br />
práticas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o manejo <strong>de</strong> ingredientes<br />
e sua manufatura, até o nível <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />
carbono na atmosfera do planeta.<br />
Uma das crenças da Natura é que a vida<br />
é um enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> relações. Nada no<br />
universo existe por si só e tudo é inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />
A comunicação, por sua vez,<br />
precisa se tornar ainda mais contun<strong>de</strong>nte<br />
e relevante, estimulando discussões pertinentes.<br />
A vida em primeiro lugar, <strong>de</strong>pois<br />
as coisas. Temos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agir e<br />
construir esse futuro melhor. Nossa imensa<br />
re<strong>de</strong>, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> pessoas conectadas<br />
por um propósito comum, nos dá<br />
a convicção <strong>de</strong> que é possível. Nós iremos<br />
tentar.<br />
Andrea Alvares –<br />
Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marca,<br />
inovação, internacionalização<br />
e sustentabilida<strong>de</strong> da Natura<br />
Divulgação<br />
16 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmArk 55 ANoS<br />
Andrea Salinas<br />
Voltar às ruas é voltar a viver<br />
Estamos passando pelo momento mais<br />
<strong>de</strong>safiador da história recente e estamos<br />
prestes a conhecer o que será o<br />
novo normal das pessoas em relação a tudo,<br />
à vida, às relações humanas e à nova jornada<br />
do consumidor pós-coronavírus, que<br />
mudará sua relação com a mídia, produtos<br />
e marcas. Hoje, neste exato momento, estamos<br />
todos reclusos, inclusive as marcas,<br />
e teremos <strong>de</strong> reapren<strong>de</strong>r como ‘andar’ nas<br />
ruas novamente em segurança.<br />
Durante a pan<strong>de</strong>mia, as ruas e o OOH<br />
ganharam novas funções e um novo significado<br />
em tempos <strong>de</strong> isolamento, mostrando<br />
seu papel e importância, como meio <strong>de</strong><br />
informação e comunicação <strong>de</strong> massa, ao<br />
apoiar e entregar milhões <strong>de</strong> mensagens<br />
<strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> prevenção e combate ao<br />
coronavírus, por exemplo, pois sabemos<br />
que muitas pessoas seguem circulando nas<br />
ruas, fazendo os trabalhos essenciais, mantendo<br />
o país funcionando, seja trabalhando<br />
nas fábricas, abastecendo os mercados, garantindo<br />
o transporte e limpeza ou tratando<br />
os pacientes nos hospitais. A mídia out of<br />
home (OOH) é a que continua no dia a dia<br />
<strong>de</strong>ssas pessoas, trazendo informações confiáveis,<br />
já que eles não estão o tempo todo<br />
com TV e internet ligadas, pois estão dirigindo,<br />
produzindo, cuidando.<br />
O OOH segue operando agora, se adaptando<br />
à nova audiência, em números ou<br />
em comportamentos, oferecendo serviços<br />
<strong>de</strong> proteção à Covid-19 adicionados à mídia,<br />
criando novos produtos, apoiando e<br />
auxiliando o po<strong>de</strong>r público, autorida<strong>de</strong>s e<br />
empresas privadas na sua missão <strong>de</strong> falar<br />
com o consumidor, mas talvez o maior momento<br />
do OOH ainda esteja por vir, e será<br />
quando as pessoas tanto esperam, a retomada<br />
das ruas. Ruas e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir e vir<br />
serão mais valorizados que nunca, e nesta<br />
hora o nosso papel será não só <strong>de</strong> informar<br />
e celebrar, mas também <strong>de</strong> trazer o normal<br />
<strong>de</strong> volta, ajudar as marcas neste aprendizado<br />
<strong>de</strong> falar nas ruas, seja com uma mensagem<br />
<strong>de</strong> conforto, <strong>de</strong> proteção ou apenas<br />
com uma campanha. Fazendo isto, OOH e<br />
marcas têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir o<br />
“novo normal” das ruas juntos, pois voltar<br />
às ruas é voltar a viver plenamente.<br />
Andrea Salinas – diretora<br />
<strong>de</strong> marketing e inovação<br />
da JCDecaux Brasil<br />
Divulgação<br />
Antonio Manuel Teixeira Men<strong>de</strong>s<br />
Ignorância e cura<br />
A<br />
Covid-19 é <strong>de</strong>vastadora. O Brasil neste<br />
momento é o epicentro da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Quanto tempo levaremos para<br />
achatar a curva, reduzir o número <strong>de</strong> mortos,<br />
retomarmos às relações sociais e por<br />
consequência a economia? Enquanto tivermos<br />
<strong>de</strong> discutir a economia como se esta<br />
pu<strong>de</strong>sse existir à parte da socieda<strong>de</strong>, num<br />
<strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong> sofismas, não teremos<br />
muitas respostas sobre o futuro. Muitos<br />
ainda confun<strong>de</strong>m causa e efeito, se culpa<br />
o efeito como se causa fosse: o que implo<strong>de</strong><br />
a economia é o vírus e a doença, não o<br />
isolamento social. Ainda assim per<strong>de</strong>mos<br />
tempo e vidas.<br />
Quando se <strong>de</strong>sconfia da ciência e a vida<br />
é apenas conceito aritmético, a tragédia já<br />
está posta. Quando isso vai passar (um dia<br />
passa) e quando as coisas voltarão ao seu<br />
normal? E que mudanças isso vai trazer?<br />
O que será melhor? Pior? Difícil qualquer<br />
previsão. Uma coisa é certa: não há melhor<br />
posicionamento para uma marca, neste momento,<br />
do que estar comprometida com a<br />
socieda<strong>de</strong> estrito senso. Nada po<strong>de</strong> ser mais<br />
importante do que a vida. A pior pan<strong>de</strong>mia<br />
é a da ignorância.<br />
Divulgação<br />
Antonio manuel Teixeira men<strong>de</strong>s<br />
– Superinten<strong>de</strong>nte da Folha<br />
<strong>de</strong> S.Paulo<br />
18 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
O Brasil tem hoje 5 milhões <strong>de</strong> empresas varejistas,<br />
a maior parte <strong>de</strong>las com faturamento <strong>de</strong> até<br />
5 milhões <strong>de</strong> reais ao ano. Desse total, apenas cerca<br />
<strong>de</strong> 50 mil ven<strong>de</strong>m seus produtos digitalmente.<br />
Digitalizar o varejo e os brasileiros faz parte<br />
da estratégia <strong>de</strong> negócio e do propósito do Magalu,<br />
e isso nunca se mostrou tão necessário<br />
quanto nestes tempos que estamos vivendo.<br />
Por isso, lançamos o Parceiro Magalu,<br />
uma plataforma que conecta pequenos varejistas<br />
ao comércio online <strong>de</strong> forma simples e segura.<br />
Para o Magalu, compartilhar o conhecimento<br />
<strong>de</strong> empresa mais digital do país com milhares<br />
<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores Brasil afora é o que faz<br />
diferença. Agora mais do que nunca.
propmark 55 aNoS<br />
Ariel Grunkraut<br />
Como será quando tudo isso passar?<br />
O<br />
ano era <strong>2020</strong> e a expectativa do mercado<br />
era imensa. Com a chegada do<br />
coronavírus, todos vimos o mundo<br />
mudar e, principalmente, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r novas formas <strong>de</strong> se relacionar,<br />
tudo isso em tempo real. A partir daí,<br />
as ruas já não são as mesmas, os restaurantes<br />
estão fechados e a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveu<br />
novos hábitos que, por sinal, são cada<br />
dia mais criativos.<br />
O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do mercado atual é,<br />
além <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r seu papel como marca<br />
na socieda<strong>de</strong>, tornar-se relevante em um<br />
cenário que tem um consumidor cada dia<br />
mais exigente. O <strong>de</strong>livery precisa ser mais<br />
rápido, o produto com a melhor qualida<strong>de</strong><br />
e o atendimento único. Aos poucos vamos<br />
enten<strong>de</strong>ndo que as estratégias mudaram e<br />
estão mais rápidas, mas o objetivo continua<br />
o mesmo: levar a melhor experiência para<br />
o cliente.<br />
Entre os legados da crise encontramos<br />
um avanço na revolução digital, que estava<br />
a caminho e já chegou. O senso <strong>de</strong> colaboração<br />
entre empresas e pessoas. Uma li<strong>de</strong>rança<br />
mais humana. O tempo ainda mais valioso.<br />
Vamos prestar ainda mais atenção ao<br />
que consumimos, seja em relação à questão<br />
da saudabilida<strong>de</strong> ou em relação ao papel <strong>de</strong><br />
uma marca na socieda<strong>de</strong>.<br />
Como será quando tudo isso passar? Sem<br />
dúvidas seremos uma versão melhor, mas<br />
muito próxima, do que sempre fomos: criativos<br />
e inovadores. Faz parte do nosso DNA<br />
e chegou a hora <strong>de</strong> colocar em prática.<br />
ariel Grunkraut – CMO<br />
do Burger King<br />
Divulgação<br />
José Bonifácio <strong>de</strong> Oliveira Sobrinho, o Boni<br />
Sonhar <strong>de</strong> novo<br />
O<br />
escritor mineiro Otto Lara Resen<strong>de</strong>,<br />
entre um scotch e outro, mandou<br />
uma frase feita para o carioca-pernambucano<br />
Nelson Rodrigues: “o homem<br />
é infeliz porque tem medo da morte”. De<br />
bate-pronto, Nelson retrucou: “Que isso?<br />
O homem é infeliz porque tem medo da<br />
vida”. Des<strong>de</strong> os relatos bíblicos até hoje, já<br />
passamos por gran<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>vastadoras pestes.<br />
Mas essa é a primeira vez em que uma<br />
pan<strong>de</strong>mia é exposta pela televisão, internet<br />
e telefonia móvel. Devido ao volume <strong>de</strong> informações<br />
alarmantes que recebemos, exibidas<br />
ao vivo e em cores, o medo da morte<br />
natural passou a ser o medo imediato da<br />
própria morte e, consequentemente, do<br />
<strong>de</strong>saparecimento prematuro <strong>de</strong> familiares<br />
e amigos queridos. Ao lidar com esses sentimentos<br />
complexos, a televisão tem tido<br />
uma atuação impecável em todo mundo.<br />
Semeou paz e solidarieda<strong>de</strong>, uniu o mundo<br />
com imagens e sons comoventes, e, o mais<br />
importante: controlou o medo no nível <strong>de</strong><br />
pressão necessário para reduzir a extensão<br />
do contágio sem transformá-lo em pânico.<br />
Não à toa, o Datafolha apontou a TV como<br />
o veículo mais confiável para acompanhar<br />
a pan<strong>de</strong>mia.<br />
Surpreendidos por essa situação inesperada<br />
e <strong>de</strong>vastadora – e impulsionados pelo<br />
medo –, muitos estão <strong>de</strong> joelhos prometendo<br />
que ficarão bonzinhos. O mundo po<strong>de</strong><br />
mudar, mas as características do ser humano,<br />
não. Partindo <strong>de</strong>ssa premissa, não haverá<br />
mudanças tão radicais, mas sim uma<br />
aceleração das tendências em curso. Com a<br />
elevação das vendas online, as lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento,<br />
as lojas <strong>de</strong> grife e os estoques<br />
para venda presencial serão eliminados da<br />
nossa rotina. A redução drástica <strong>de</strong> custos<br />
e a racionalização <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s<br />
serão priorida<strong>de</strong>. É a única maneira <strong>de</strong> sobreviver<br />
às perdas econômicas que não<br />
voltarão tão cedo aos mesmos patamares.<br />
Não há mais como retardar a automação e<br />
a robotização para baratear e, paralelamente,<br />
elevar a qualida<strong>de</strong> da produção. A indústria<br />
já vem há muito tempo nessa linha,<br />
mas esses conceitos terão <strong>de</strong> ser aplicados<br />
em serviços, no comércio, nos transportes<br />
e nos meios <strong>de</strong> comunicação. Tudo que for<br />
“tele” estará em alta. O treino forçado do<br />
distanciamento social nos ensinou gradativamente<br />
a abandonar os hábitos gregários.<br />
Atualmente, está mais do que provado que<br />
se po<strong>de</strong> fazer quase tudo a distância. Falar<br />
por imagem com amigos e parentes já<br />
é corriqueiro. Mas a telemedicina, na era<br />
5G, vai fazer cirurgias robóticas <strong>de</strong> um país<br />
para outro. As ativida<strong>de</strong>s presenciais serão<br />
substituídas com o rápido incremento <strong>de</strong><br />
alguns recursos virtuais já utilizados, tais<br />
Boni – CEO da Re<strong>de</strong> Vanguarda<br />
Divulgação<br />
como a educação a distância, as vi<strong>de</strong>oconferências,<br />
palestras, encontros, congressos<br />
e meetings <strong>de</strong> ciência, política, economia e<br />
<strong>de</strong> negociações comerciais, simplificando e<br />
dinamizando essas relações. O mercado se<br />
aquecerá com novos produtos, novos serviços,<br />
novas formas <strong>de</strong> promover e <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r,<br />
afetando <strong>de</strong> modo positivo as ativida<strong>de</strong>s do<br />
marketing, da publicida<strong>de</strong> e dos próprios<br />
meios <strong>de</strong> comunicação. E vamos todos sonhar<br />
<strong>de</strong> novo...<br />
20 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Caio Barsotti<br />
Vai passar, sim vai passar<br />
É<br />
um momento sem prece<strong>de</strong>ntes, com<br />
enormes <strong>de</strong>safios, mas vai passar,<br />
como tantas outras crises que já enfrentamos.<br />
Se haverá alterações em hábitos?<br />
Parece que sobre isso não há dúvidas.<br />
Quem sabe melhor ler estas mudanças e<br />
agir? Profissionais <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
Por isso, neste momento – com necessida<strong>de</strong><br />
urgente <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> vidas e recuperação<br />
da nossa economia, geração <strong>de</strong><br />
empregos e riqueza, fomento à inovação e<br />
abertura para o novo, entre tantos outros<br />
<strong>de</strong>safios –, a publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser<br />
alavanca, instrumento e estratégia, como<br />
sempre foi.<br />
O mo<strong>de</strong>lo consagrado <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
autorregulada no Brasil segue sendo um<br />
importante diferencial: beneficia mesmo<br />
quem nunca se interessou pelo tema, multiplicando<br />
oportunida<strong>de</strong>s, qualificando relações<br />
<strong>de</strong> consumo, financiando o jornalismo<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e fortalecendo a <strong>de</strong>mocracia.<br />
O mo<strong>de</strong>lo brasileiro <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, cuja<br />
promoção é a missão do Cenp, é um patrimônio<br />
da socieda<strong>de</strong>. Corrige as falhas<br />
<strong>de</strong> mercado, promove a transparência nos<br />
investimentos em publicida<strong>de</strong>, estimula<br />
a qualida<strong>de</strong> e inibe concorrências <strong>de</strong>sleais<br />
e predatórias, elevando assim o padrão<br />
da indústria da comunicação como um<br />
todo, com aumento do bem-estar da população.<br />
Não importa se no banner, no painel<br />
<strong>de</strong> parada <strong>de</strong> ônibus, no spot <strong>de</strong> rádio, no<br />
anúncio impresso, no comercial <strong>de</strong> TV ou<br />
quaisquer outras formas <strong>de</strong> ação publicitária,<br />
a autorregulação publicitária se aplica<br />
para benefício <strong>de</strong> todos.<br />
A socieda<strong>de</strong> valoriza a publicida<strong>de</strong> porque<br />
todos nos beneficiamos <strong>de</strong> seus frutos.<br />
Somos, como nunca fomos, todos por<br />
todos.<br />
Caio Barsotti –<br />
presi<strong>de</strong>nte-executivo do Cenp<br />
Divulgação<br />
Claudia Fernan<strong>de</strong>s<br />
Jornada do cliente terá<br />
novos comportamentos<br />
O<br />
que seremos e como seremos ainda<br />
é incerto, a única certeza que temos<br />
é que tudo será diferente. E esse<br />
“diferente” vai ser diferente para todo<br />
mundo, tanto para aqueles que foram mais<br />
quanto para quem foi menos impactado<br />
pela crise gerada pela pan<strong>de</strong>mia do novo<br />
coronavírus.<br />
Ser, aparecer e funcionar no mundo digital<br />
já não são mais opções para as empresas.<br />
O <strong>de</strong>safio está em como manter a<br />
proximida<strong>de</strong> e o “calor” da marca perto do<br />
consumidor, como abraçar este cliente a<br />
distância, mas fazendo com que ele se sinta<br />
próximo <strong>de</strong> nós?<br />
A aviação é um segmento essencial, pois<br />
o mundo precisa estar conectado, mas também<br />
o nosso setor sofrerá adaptações. A<br />
jornada do cliente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em<br />
que ele pensa em viajar até o <strong>de</strong>sembarque<br />
do avião, será pautada por novos comportamentos.<br />
Com isso, nós, marcas, vamos<br />
ter <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como encantar os nossos<br />
clientes, garantindo que eles se sintam confiantes<br />
e seguros. Teremos <strong>de</strong> refletir sobre<br />
como vamos manter os mesmos valores <strong>de</strong><br />
marca, mas agora com novos padrões, e<br />
ainda continuar proporcionando a melhor<br />
jornada da vida <strong>de</strong> nosso cliente.<br />
Vamos apren<strong>de</strong>r a sorrir com os olhos e<br />
buscar novas formas <strong>de</strong> nos comunicar e<br />
encantar nossos clientes.<br />
Claudia Fernan<strong>de</strong>s – diretora <strong>de</strong><br />
marketing e comunicação da Azul<br />
Divulgação<br />
22 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Dalton Pastore<br />
O que apren<strong>de</strong>r com o vírus<br />
Temos pensado muito sobre o futuro<br />
do marketing e da publicida<strong>de</strong>. E não<br />
é o vírus que está nos levando a refletir.<br />
O vírus não tem nenhum mérito.<br />
O que nos inspira a pensar, pesquisar,<br />
buscar tendências, analisar cenários é muito<br />
mais importante: é o sucesso profissional<br />
<strong>de</strong> nossos estudantes. É o fato <strong>de</strong> que o Brasil<br />
é um centro <strong>de</strong> excelência e <strong>de</strong> referência<br />
em marketing e publicida<strong>de</strong>. E a ESPM tem<br />
muito a ver com isso, o que aumenta a nossa<br />
responsabilida<strong>de</strong>.<br />
E queremos que ambos, nossos estudantes<br />
e o Brasil, continuem entre os melhores<br />
do mundo neste terreno.<br />
Enquanto houver gente fazendo coisas<br />
para ven<strong>de</strong>r e gente querendo coisas para<br />
comprar, vai haver marketing e vai haver<br />
publicida<strong>de</strong>.<br />
Mudou? Mudou! E ainda bem que muda<br />
e muda sempre.<br />
Era mais simples, ficou mais complexo.<br />
Era mais intuitivo, ficou mais técnico.<br />
O profissional que estamos preparando<br />
para 2025 vai chegar ao mercado com um<br />
largo e amplo repertório <strong>de</strong> competências<br />
técnicas que vão além do marketing e da<br />
comunicação: negócios e gestão, as bases<br />
da economia e das finanças, vão dominar<br />
a tecnologia atual e estar confortável com<br />
o que virá adiante, ser fluente em inglês.<br />
Mas também vai ter <strong>de</strong>senvolvido habilida<strong>de</strong>s<br />
humanas que serão cada vez mais fundamentais:<br />
vai apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r, estar<br />
preparado para apren<strong>de</strong>r sempre, trabalhar<br />
com seus pares e com pessoas <strong>de</strong> diferentes<br />
formações, vai saber se comunicar e se<br />
relacionar.<br />
E vamos continuar a usar a infraestrutura<br />
<strong>de</strong> nossos campi para que <strong>de</strong>senvolvam<br />
talentos e criativida<strong>de</strong>.<br />
E o vírus?<br />
Que fique com seu triste recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentor<br />
do maior volume <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong><br />
comunicação da história da humanida<strong>de</strong>.<br />
E se tiver alguma coisa a nos ensinar, que<br />
seja como evitar outro novo vírus.<br />
Dalton pastore – presi<strong>de</strong>nte<br />
da ESPM<br />
Divulgação<br />
David Laloum<br />
Humilda<strong>de</strong> como eixo<br />
O<br />
momento que passamos hoje me<br />
traz uma reflexão simples sobre nosso<br />
lugar no mundo e na socieda<strong>de</strong>.<br />
E também me leva a uma palavra simples:<br />
humilda<strong>de</strong>.<br />
Humilda<strong>de</strong> em nos dar conta que fazemos<br />
parte <strong>de</strong> um todo e a nossa inter<strong>de</strong>pendência<br />
é total: entre família, amigos,<br />
vizinhos, colegas, <strong>de</strong>sconhecidos e estrangeiros.<br />
Humilda<strong>de</strong> em pensar que não somos invencíveis.<br />
Humilda<strong>de</strong> em admitir que têm assuntos<br />
e fatos em cima dos quais po<strong>de</strong>mos pouco.<br />
Humilda<strong>de</strong> em observar as profissões<br />
essenciais, como o corpo médico, que se<br />
entregam para os outros. Sem limites. Sem<br />
medo. Sem contrapartida.<br />
Humilda<strong>de</strong> em enten<strong>de</strong>r que a corrida<br />
para ter sempre mais conquistas e vitórias<br />
po<strong>de</strong> parar <strong>de</strong> um dia para outro sem acabar<br />
com a nossa vida.<br />
Humilda<strong>de</strong> em recomeçar e reconstruir<br />
quase tudo do zero, apesar <strong>de</strong> ter acreditado<br />
que tínhamos quase chegado lá.<br />
Humilda<strong>de</strong> em observar o quanto nossa<br />
socieda<strong>de</strong> é disfuncional em muitos aspectos.<br />
E que sempre fomos agentes parciais<br />
<strong>de</strong>sse disfuncionamento.<br />
Humilda<strong>de</strong> em apren<strong>de</strong>r que somos responsáveis<br />
por ajudar os mais <strong>de</strong>sprotegidos,<br />
os mais vulneráveis.<br />
Humilda<strong>de</strong> em tentar contribuir e impactar<br />
<strong>de</strong> uma maneira positiva o nosso entorno<br />
pessoal, profissional, na nossa vida.<br />
Eu não acredito em novo normal, não<br />
acredito em rupturas, não acredito em sismos<br />
na humanida<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> a história<br />
ter trazido momentos-chave na nossa vida<br />
ou dos nossos pre<strong>de</strong>cessores.<br />
Eu acredito em evolução, em progresso.<br />
Em usar esses momentos para melhorar.<br />
E, para mim, o caminho possível hoje é<br />
tentar humil<strong>de</strong>mente melhorar.<br />
David Laloum – presi<strong>de</strong>nte da Y&R<br />
Divulgação<br />
24 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Eduardo Alvarenga<br />
Não é o momento para certezas<br />
Tenho uma gran<strong>de</strong> esperança <strong>de</strong> que<br />
este período <strong>de</strong> isolamento, reflexão<br />
e recriação forçada <strong>de</strong> nossas rotinas<br />
nos permita priorizar o real motivo da<br />
nossa existência, com a clara consciência<br />
<strong>de</strong> que este período tem se caracterizado<br />
por um intenso <strong>de</strong>senvolvimento intelectual<br />
que só terá valor se tivermos capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>, na volta, colocarmos em prática<br />
essas i<strong>de</strong>ias. Uma perda ainda maior seria<br />
sairmos <strong>de</strong>sta situação da mesma maneira<br />
que entramos. Vejo por aí muitas lives reverberando<br />
convicções cristalinas do que<br />
representa este momento, porém não acho<br />
que seja o momento para certezas, mas sim<br />
o espaço i<strong>de</strong>al para fazermos perguntas e<br />
tirarmos <strong>de</strong>baixo do tapete, sem medo, a<br />
vulnerabilida<strong>de</strong> e a sensibilida<strong>de</strong> que permitem<br />
construir relações mais verda<strong>de</strong>iras<br />
que tanto fazem falta na socieda<strong>de</strong> e nas<br />
nossas empresas.<br />
Acredito que uma das principais forças<br />
para sairmos <strong>de</strong>ssa crise virá através <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s marcas, com sua enorme capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> mobilização, resiliência financeira,<br />
produtos e serviços essenciais para a socieda<strong>de</strong>.<br />
Elas po<strong>de</strong>m acelerar a retomada da<br />
economia e precisarão, mais do que nunca,<br />
se comunicar <strong>de</strong> maneira clara, criativa e direta<br />
para transformar este momento difícil<br />
em gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s. Há quem ficará<br />
pelo caminho, mas teremos o alinhamento<br />
dos planetas para a formação e a consolidação<br />
<strong>de</strong> negócios em vários segmentos.<br />
Consi<strong>de</strong>ro que temos à disposição um<br />
“acelerador digital” incrivelmente rico para<br />
experimentarmos i<strong>de</strong>ias, formatos e mo<strong>de</strong>los<br />
novos que po<strong>de</strong>rão fazer a diferença na<br />
longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossas companhias, mas<br />
sem esquecer que a experiência, o convívio<br />
e o abraço terão sempre papéis fundamentais<br />
na nossa realida<strong>de</strong>.<br />
Eduardo alvarenga – co-CEO<br />
da Eletromidia Elemidia<br />
Divulgação<br />
Eduardo Bicudo<br />
Esta crise vai passar<br />
“Avise a todos que <strong>de</strong>cidimos não participar<br />
da crise” – esta frase foi dita<br />
por Sam Walton (fundador do Walmart),<br />
em uma das diversas crises que<br />
enfrentou em sua trajetória <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor.<br />
É com esse posicionamento que <strong>de</strong>vemos<br />
enfrentar a crise. Nossa escolha <strong>de</strong>ve<br />
ser não se ren<strong>de</strong>r à mentalida<strong>de</strong> negativa,<br />
mas, sim, seguir cumprindo o papel da propaganda<br />
e da comunicação <strong>de</strong> construir<br />
autoestima e negócios saudáveis e <strong>de</strong> longo<br />
prazo.<br />
O nosso negócio move e estimula as<br />
pessoas a quererem progredir – e isto já é<br />
motivação para que sigamos adiante, apontando<br />
caminhos e tendências para o futuro.<br />
Esta crise, mesmo com suas particularida<strong>de</strong>s<br />
e incertezas, vai passar, e a esperança<br />
tem <strong>de</strong> ser o reforço do nosso compromisso.<br />
Divulgação<br />
Eduardo Bicudo – CEO da<br />
Dentsu Aegis Network Brasil<br />
26 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Parabéns, Propmark.<br />
55 anos <strong>de</strong> conteúdos da mais alta qualida<strong>de</strong>.<br />
Temos orgulho <strong>de</strong> fazer parte dos últimos TRÊS anos.<br />
TRÊS anos. Com olhar nos próximos 30.<br />
/execution_comunicacao<br />
/executioncomunicacao<br />
execution.com.br / (11) 3031-9225
propmark 55 aNoS<br />
Eduardo Schaeffer<br />
O início <strong>de</strong> uma nova jornada<br />
O<br />
que nos espera quando a pan<strong>de</strong>mia<br />
que hoje assola a humanida<strong>de</strong> estiver<br />
sob controle? Quando voltaremos<br />
à normalida<strong>de</strong> e, mais do que isso, que<br />
normalida<strong>de</strong> será essa? Questões que começam<br />
a ficar cada vez mais latentes na socieda<strong>de</strong>,<br />
previsões sobre os reais impactos<br />
da crise do novo coronavírus nas relações<br />
humanas, sejam elas pessoais ou profissionais.<br />
No entanto, olhando para o momento<br />
em que estamos e para tudo que já enfrentamos,<br />
conseguimos começar a vislumbrar<br />
uma possível rota, um horizonte para que<br />
saiamos fortalecidos ou, pelo menos, o menos<br />
machucado possível <strong>de</strong>sse período.<br />
Para o mercado publicitário e <strong>de</strong> comunicação,<br />
um ponto positivo a se <strong>de</strong>stacar<br />
é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação que as empresas<br />
<strong>de</strong>monstraram. Em pouquíssimo<br />
tempo foram feitos ajustes profundos nas<br />
estratégias <strong>de</strong> negócios, <strong>de</strong> comunicação e<br />
no dia a dia do trabalho. Movimentos facilitados<br />
pelo processo <strong>de</strong> transformação<br />
digital que o mercado, como um todo, já<br />
vinha passando, mas que foram bruscamente<br />
acelerados para adaptar a gestão<br />
<strong>de</strong> pessoas, entregas e resultados ao novo<br />
cenário econômico e social. Mais pessoas<br />
em casa, o crescimento do sentimento<br />
<strong>de</strong> impotência em relação à situação e<br />
as dúvidas que pairam sobre todos nesse<br />
momento exigiram gran<strong>de</strong>s mudanças no<br />
relacionamento entre marcas e pessoas. É<br />
preciso estar mais próximo em tempos <strong>de</strong><br />
isolamento social, e essa situação colocou<br />
novas perguntas na mesa na hora <strong>de</strong> discutir<br />
estratégias. Como meu consumidor está<br />
se sentindo? Do que ele realmente precisa<br />
nesse momento e como posso ajudá-lo a<br />
superar essa situação? Questões que colocaram<br />
à frente empresas que já haviam<br />
reconhecido a força <strong>de</strong> um relacionamento<br />
sólido com pessoas, baseado em transparência,<br />
troca e confiança.<br />
Entre esses pontos, acredito que a confiança<br />
ganhará ainda mais força. Em um<br />
ambiente em que a cooperação se faz necessária,<br />
em que o enfrentamento precisa<br />
ser conjunto, li<strong>de</strong>ranças baseadas apenas<br />
no sucesso individual passaram a ser questionadas.<br />
O olhar para o próximo e para as<br />
<strong>de</strong>mandas e necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>,<br />
como ponto <strong>de</strong> partida para ações, nunca<br />
foi tão importante para <strong>de</strong>terminar a relevância<br />
das marcas. Re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> valores<br />
que abre um novo caminho para diferentes<br />
setores da economia, que po<strong>de</strong>m se consolidar<br />
com base em seus propósitos e na<br />
credibilida<strong>de</strong> conquistada entre seus consumidores.<br />
Algo importante para se ter em<br />
mente, principalmente, entre os setores<br />
que <strong>de</strong>vem sair <strong>de</strong>sse período bastante machucados,<br />
seja pela interrupção das vendas,<br />
seja pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação<br />
<strong>de</strong> receitas.<br />
Acredito, ainda, que veremos uma aceleração<br />
na migração das experiências <strong>de</strong><br />
consumo para o consumo <strong>de</strong> experiência.<br />
Os processos <strong>de</strong> transformação digital<br />
ganharão ainda mais energia <strong>de</strong>ntro das<br />
companhias, afinal, também pelo isolamento<br />
social, o uso <strong>de</strong> dados e tecnologia<br />
foi essencial para compreen<strong>de</strong>r o comportamento<br />
do consumidor e para execução<br />
e otimização <strong>de</strong> jornadas personalizadas.<br />
Caminho sem volta que po<strong>de</strong> consolidar<br />
nossa migração da Era da Informação para<br />
a Era da Experiência, com os consumidores<br />
calibrando suas buscas do ter para o ser<br />
e, <strong>de</strong>ntro das empresas, com o crescimento<br />
do uso <strong>de</strong> insights, a partir <strong>de</strong> analytics<br />
preditivos, para geração <strong>de</strong> inteligência<br />
que nos aju<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminar ações.<br />
Eduardo Schaeffer – diretor <strong>de</strong> Negócios<br />
Integrados em Publicida<strong>de</strong> da Globo<br />
Divulgação<br />
Por fim, vejo uma revitalização na relação<br />
das pessoas com o conteúdo. Qualida<strong>de</strong>,<br />
credibilida<strong>de</strong> e confiança serão ainda<br />
mais importantes no momento da escolha.<br />
Na busca por informações confiáveis, contun<strong>de</strong>ntes<br />
e sólidas. Na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> histórias que emocionam e divertem.<br />
E na volta das competições esportivas<br />
que reforçam a paixão dos brasileiros por<br />
diferentes modalida<strong>de</strong>s. E, nesse cenário,<br />
o potencial <strong>de</strong> engajamento com o público,<br />
o conhecimento profundo dos interesses<br />
das pessoas e a capilarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />
serão ainda mais importantes para<br />
consolidar as pontes que ligam marcas e<br />
seus consumidores. Pontos fundamentais<br />
para a escolha <strong>de</strong> parceiros que aju<strong>de</strong>m os<br />
anunciantes a estarem presentes em todos<br />
os momentos das novas jornadas <strong>de</strong> consumo.<br />
Se a crise se mostrou tão imprevisível,<br />
escolher como sair <strong>de</strong>la já não precisa ser.<br />
28 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Somos educadores, comunicadores,<br />
inovadores, criativos. Acreditamos no<br />
conhecimento como ferramenta central<br />
na construção <strong>de</strong> um futuro melhor.<br />
Compreen<strong>de</strong>mos que não é suficiente ser<br />
a transformação em si, mas sim fornecer<br />
o conteúdo necessário para que daqui<br />
surjam indivíduos, grupos, parcerias<br />
e negócios transformadores.<br />
Foi <strong>de</strong> pessoas e parcerias assim,<br />
transformadoras, que nasceu a nossa<br />
história. Uma história escrita diariamente<br />
por milhares <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que compõem<br />
nossa cultura e socieda<strong>de</strong>. Uma história<br />
que não se conforma com limites.<br />
A ESPM, centro <strong>de</strong> excelência e<br />
referência brasileira no ensino superior<br />
nas áreas <strong>de</strong> Comunicação, Marketing,<br />
Consumo, Administração e Economia<br />
Criativa, parabeniza o Propmark<br />
por representar, há 55 anos, a força<br />
e a importância da indústria da<br />
comunicação no nosso País.<br />
#inusitu<strong>de</strong>
propmark 55 aNoS<br />
Eduardo Lorenzi<br />
Ficamos mais ágeis<br />
Lançar projeções sobre o futuro quando<br />
estamos no olho do furacão é um<br />
exercício arriscado. Vivemos uma<br />
situação limite que impacta na nossa visão<br />
sobre os fatos. E em um cenário assim<br />
qualquer previsão po<strong>de</strong> soar ingênua ou<br />
alarmista. Pon<strong>de</strong>ração feita, volto à proposta<br />
do PROPMARK para este espaço e<br />
lanço aqui uma reflexão sobre o mundo<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia, tentando me apoiar no que<br />
vivenciamos na quarentena e no que crises<br />
passadas nos ensinaram.<br />
Em um cenário macro, vemos a busca<br />
pela preservação do bem-estar social, um<br />
resgate do senso <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong> e uma<br />
tomada <strong>de</strong> consciência em relação à necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cooperação multilateral para<br />
enfrentar tempos tão <strong>de</strong>safiadores. E essas<br />
tendências repercutem diretamente no ambiente<br />
corporativo.<br />
Se as marcas já tinham a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
apresentar propósitos sólidos e <strong>de</strong> serem<br />
fiéis a eles, agora as causas rompem <strong>de</strong> vez<br />
as barreiras da concorrência. A cultura digital<br />
prospera e nos apresenta novas formas<br />
<strong>de</strong> trabalho. É o império da colaboração e<br />
da conectivida<strong>de</strong>. Ficamos mais ágeis, mais<br />
versáteis, mais inventivos para superar o<br />
isolamento social. Como agências, ressignificamos<br />
os nossos papéis e mostramos a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> adaptação imediata que temos<br />
às <strong>de</strong>mandas dos nossos clientes.<br />
Estaremos <strong>de</strong> olhos muito abertos para<br />
os efeitos da pan<strong>de</strong>mia. Eles chegaram com<br />
a mesma rapi<strong>de</strong>z que o vírus e vão permanecer<br />
entre nós por um bom tempo ou,<br />
em alguns casos, para sempre. Mas vamos<br />
acreditar que os dias difíceis passarão e tentar<br />
sair <strong>de</strong>les mantendo as boas práticas que<br />
exercitamos para superá-los, como pessoas<br />
e como profissionais.<br />
Eduardo Lorenzi – CEO da Publicis<br />
Divulgação<br />
Eduardo Simon<br />
Não se <strong>de</strong>sperdiça uma crise como essa<br />
Enquanto a China dá seus primeiros<br />
passos rumo à recuperação em meio<br />
à crise, os meus são guiados por um<br />
provérbio milenar vindo daquela mesma<br />
região: “Tempos difíceis geram pessoas<br />
fortes, e pessoas fortes geram tempos melhores”.<br />
É a essa certeza que me apego, e assim<br />
que tento pautar a caminhada do negócio<br />
que li<strong>de</strong>ro neste momento tão complexo. A<br />
história mostra como gran<strong>de</strong>s baques promoveram<br />
guinadas ainda maiores: a Guerra<br />
dos Cem Anos puxou o fim do regime feudal;<br />
a Gran<strong>de</strong> Depressão fez surgir o chamado<br />
New Deal e o estado <strong>de</strong> bem-estar social;<br />
o estouro da bolha da internet mudou a<br />
forma <strong>de</strong> encararmos a tecnologia e re<strong>de</strong>senhou<br />
completamente os negócios da web.<br />
Em comum, essas crises concretizaram<br />
e levaram a outra escala o que antes eram<br />
apenas medo; na prática, exigiram reinvenção.<br />
Já sabemos que, da porta para fora, os<br />
hábitos sociais mudarão. Impossível dizer<br />
se será o fim dos gran<strong>de</strong>s eventos aglomerados<br />
ou dos cumprimentos com beijinhos.<br />
Mas uma coisa é certa: lavaremos mais<br />
as mãos. Isso porque a pan<strong>de</strong>mia inaugurou<br />
um novo senso <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>:<br />
po<strong>de</strong>mos evitar que nós mesmos e muitos<br />
outros adoeçam simplesmente cuidando<br />
da própria saú<strong>de</strong>, seguindo claros protocolos<br />
<strong>de</strong> prevenção. Da porta para <strong>de</strong>ntro<br />
das empresas, uma <strong>de</strong>sejada atitu<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora,<br />
que encabeça ações <strong>de</strong> forma<br />
proativa, antecipa tendências, cuida do<br />
coletivo e recria oportunida<strong>de</strong>s, ajudará a<br />
forjar novas e <strong>de</strong>sejadas li<strong>de</strong>ranças. O pós-<br />
-Covid <strong>de</strong>mandará novos lí<strong>de</strong>res e novas<br />
posturas. Sobretudo no nosso mercado,<br />
que vai necessitar <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças dispostas<br />
a transformarem completamente os seus<br />
negócios, focar em pessoas e usar empatia<br />
como sua maior qualida<strong>de</strong>. Sem dúvida,<br />
vivemos o maior <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> nossa geração.<br />
Não o <strong>de</strong>sperdice.<br />
Eduardo Simon – CEO da DPZ&T<br />
Divulgação<br />
30 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Artplan,<br />
5ª do ranking.<br />
Como assim?<br />
- Entre as 5 melhores agências em new business.<br />
- 5ª maior agência em investimento <strong>de</strong> mídia (Kantar Ibope Media).<br />
- Consi<strong>de</strong>rada em 4º lugar a Agência do Ano, pelo mercado<br />
publicitário (Scopen 18/19).<br />
- Uma das agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes mais sexy da América Latina,<br />
pela revista Campaign US.<br />
- 5 vezes certificada pelo Great Place to Work.<br />
- Artplan Now realizando gestão real time <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas.<br />
- Destaques em Cannes, El Ojo, Effie e Colunistas 2019.<br />
- Creative Data potencializando as conversas na jornada do consumidor.<br />
- Artplan Go impulsionando o trabalho colaborativo e a cocriação com<br />
clientes e stakehol<strong>de</strong>rs.
propmark 55 aNoS<br />
Erh Ray<br />
As pessoas sempre serão o centro<br />
A<br />
meu ver, teremos pela frente pessoas<br />
e corporações com uma conscientização<br />
maior, inclusive porque empresas<br />
são feitas por pessoas, pensamentos<br />
i<strong>de</strong>ológicos, crenças e propósitos.<br />
Acredito que boa parte <strong>de</strong> nós sairá <strong>de</strong>sse<br />
período mais responsável com o próximo,<br />
ciente <strong>de</strong> sua realida<strong>de</strong> e do que realmente<br />
precisa para viver, pois percebeu que<br />
po<strong>de</strong>mos ser muito mais simples do que<br />
essa vida complexa que se <strong>de</strong>senhou nos<br />
últimos tempos. Seremos mais atualizados,<br />
mais conscientes e mais solidários.<br />
Sairemos <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia nos questionando<br />
mais e agiremos pensando mais. Só<br />
com dor e sofrimento as civilizações evoluíram,<br />
e pela primeira vez isso está acontecendo<br />
no Brasil. Espero que todos se reinventem<br />
nessa próxima etapa da vida, sendo<br />
mais generosos e criativos.<br />
Por isso, o mercado <strong>de</strong>ve seguir o mesmo<br />
caminho e nos próximos meses ou anos estará<br />
mais preparado para o mundo digital,<br />
se tornando mais visionário. Dentro <strong>de</strong>sse<br />
contexto, a propaganda vai, <strong>de</strong> alguma<br />
forma, enten<strong>de</strong>r que as pessoas, acima <strong>de</strong><br />
tudo, são o que realmente importa. Assim<br />
como na saú<strong>de</strong> e na comunicação, como<br />
um todo, as pessoas sempre serão o centro.<br />
Afinal, elas se tornaram canais e viraram<br />
mídias, e um exemplo disso são todas essas<br />
lives que estão sendo realizadas durante o<br />
isolamento, mostrando que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da mídia, o po<strong>de</strong>r das pessoas é<br />
maior que tudo.<br />
A vida será mais cuidada, terá um valor<br />
maior e será mais solidária. A economia vai<br />
se recuperar e, como em qualquer crise, há<br />
momentos bons e ruins, momentos <strong>de</strong> crescimento<br />
e queda, ocorre um ajuste e volta<br />
a crescer, e nós, com certeza, cresceremos<br />
novamente.<br />
Erh ray – sócio e CEO<br />
da BETC/Havas<br />
Divulgação<br />
Fabio Coelho<br />
Como a tecnologia po<strong>de</strong> ser útil<br />
para enten<strong>de</strong>r o “novo normal”<br />
Estamos vivendo uma necessida<strong>de</strong> generalizada<br />
<strong>de</strong> prever como será o cenário<br />
(e a nossa vida) quando a pan<strong>de</strong>mia<br />
da Covid-19 acabar. Muito mudou<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o novo coronavírus se alastrou<br />
globalmente: já passamos por uma fase<br />
<strong>de</strong> choque, que trouxe o medo não só do<br />
vírus, mas da perda <strong>de</strong> renda para muitos<br />
brasileiros. Além disso, aqueles que não<br />
per<strong>de</strong>ram o emprego, tiveram <strong>de</strong> se adaptar<br />
à nova realida<strong>de</strong> que envolve conciliar<br />
o trabalho em casa e a rotina doméstica.<br />
Empreen<strong>de</strong>dores tiveram <strong>de</strong> se reinventar.<br />
Continuamos mudando <strong>de</strong> papel ao longo<br />
do dia, mas agora sem mudar <strong>de</strong> cenário.<br />
Se engana, porém, quem acha que tudo<br />
parou. O mundo nunca mais será o mesmo,<br />
é verda<strong>de</strong>, porém as pessoas seguem sua<br />
jornada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. É lá que acontece a<br />
maior parte da ação e, ao ficarmos focados<br />
<strong>de</strong>mais em tentar enten<strong>de</strong>r o que vem <strong>de</strong>pois,<br />
estamos <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> observar o que<br />
está acontecendo agora. Nesse sentido, a<br />
tecnologia segue sendo a gran<strong>de</strong> aliada das<br />
marcas para adicionar mais camadas <strong>de</strong><br />
entendimento a um contexto complexo. É<br />
também fundamental para viabilizar o comércio,<br />
a logística e a entrega.<br />
A boa notícia é que o brasileiro se reinventa<br />
muito rápido e, em um curto espaço<br />
<strong>de</strong> tempo, temos acompanhado exemplos<br />
magníficos <strong>de</strong> marcas e agências que estão<br />
<strong>de</strong>senvolvendo soluções com estratégias<br />
baseadas em dados. Elas já perceberam<br />
que enten<strong>de</strong>r o consumidor e suas necessida<strong>de</strong>s<br />
é fundamental, principalmente, em<br />
momentos <strong>de</strong> incerteza como o <strong>de</strong> agora. Se<br />
o uso inteligente e estratégico <strong>de</strong> dados se<br />
tornar um legado positivo da comunicação<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia, acredito que estaremos melhor<br />
preparados para compreen<strong>de</strong>r e lidar<br />
com os <strong>de</strong>safios que virão.<br />
Fabio Coelho – presi<strong>de</strong>nte do<br />
Google Brasil e vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
da Google Inc<br />
Divulgação<br />
32 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Fernand Alphen<br />
É preciso <strong>de</strong>ixar fluir e adaptar-se<br />
Quando eu era criança, sempre que<br />
minha avó tinha <strong>de</strong> comentar uma<br />
boa novida<strong>de</strong>, acrescentava uma interjeição<br />
<strong>de</strong> aprovação: “Esta salada <strong>de</strong> batata<br />
é <strong>de</strong> antes da Guerra*!”, e eu, criança,<br />
ficava com nojo <strong>de</strong> comer uma batata tão<br />
velha. Meu avô, progressista, fazia o contrário.<br />
Para corrigir minhas preguiças, dizia:<br />
“Antes da Guerra, você já estaria com<br />
casa e família”. E eu não entendia o que<br />
isso tinha <strong>de</strong> tão ruim. Minha geração e as<br />
seguintes não sabem o que é o “antes” e o<br />
“<strong>de</strong>pois”. Nós sempre vivemos o “durante”.<br />
E o “durante” é um modo contínuo evolutivo.<br />
Sequer sabemos processar mudanças<br />
profundas na maneira como vivemos. No<br />
nosso “durante”, as mudanças são rampas<br />
previsíveis.<br />
Mas, e se um dia acordássemos raposas,<br />
como era comum acontecer nos romances<br />
do século 19? Ou baratas ou tigres?<br />
Esta pan<strong>de</strong>mia vai passar. E provavelmente,<br />
na nossa perspectiva <strong>de</strong> terráqueos,<br />
terá sido num piscar <strong>de</strong> olhos. Acordaremos,<br />
<strong>de</strong>pois da distopia, diferentes<br />
ou iguais. O mundo acordará diferente<br />
ou igual. E nenhum dos nossos grupos <strong>de</strong><br />
WhatsApp, dos mais catastrofistas aos mais<br />
niilistas, sabe prever absolutamente nada.<br />
Nenhuma consultoria sabe. Nem o Google,<br />
que tudo lê, tudo vê e tudo acha, sabe.<br />
Portanto, talvez seja mais simples <strong>de</strong><br />
respon<strong>de</strong>r. Precisamos fazer o que a nossa<br />
espécie sempre soube fazer melhor do que<br />
todas as outras: <strong>de</strong>ixar fluir e adaptar-se.<br />
Deixar fluir e, com os sentidos à flor da pele,<br />
usar da nossa divina inteligência para criar<br />
as condições <strong>de</strong> nossa sobrevivência. Como<br />
baratas ou tigres. Quando <strong>de</strong>spertarmos.<br />
Já, já.<br />
*Segunda Guerra Mundial<br />
Fernand alphen – co-CEO da F.biz<br />
Divulgação<br />
Fernando Taralli<br />
Sairemos da crise mais solidários<br />
Ainda é muito cedo para prever o<br />
mundo pós-Covid-19, principalmente<br />
no Brasil, on<strong>de</strong>, segundo as<br />
autorida<strong>de</strong>s médicas, estamos no auge da<br />
doença. Além dos efeitos <strong>de</strong>vastadores da<br />
pan<strong>de</strong>mia na saú<strong>de</strong> e na economia, temos<br />
ainda outro agravante: enfrentamos uma<br />
crise política simultaneamente. Temos<br />
hoje muito mais perguntas do que respostas.<br />
Po<strong>de</strong>mos afirmar, contudo, que muito<br />
provavelmente sairemos <strong>de</strong>ssa crise mais<br />
solidários, valorizando o coletivo, o trabalho<br />
colaborativo e categorias profissionais<br />
que até então eram pouco lembradas, como<br />
os profissionais da saú<strong>de</strong>, os motoristas<br />
<strong>de</strong> transporte público e os caminhoneiros,<br />
entre outras.<br />
Também é possível projetar algumas mudanças<br />
no âmbito macroeconômico, como<br />
o aumento dos investimentos na regionalização<br />
e na produção local e na digitalização<br />
acelerada do negócio dos clientes. A pan<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong>ixou claro que a concentração industrial<br />
em apenas um país, no caso a China,<br />
<strong>de</strong>ixa as economias mais vulneráveis.<br />
A esperada concentração da produção nos<br />
mercados internos po<strong>de</strong> representar oportunida<strong>de</strong>s<br />
para as empresas brasileiras, dos<br />
mais diversos segmentos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />
Um outro impacto <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>ve<br />
ser o fortalecimento <strong>de</strong> movimentos voltados<br />
a sustentabilida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong> e inovação<br />
digital, uma tendência que já vinha<br />
crescendo, e ten<strong>de</strong> a ganhar ainda mais<br />
musculatura, com impacto no consumo<br />
e nos negócios. Nesse novo cenário pós-<br />
-pan<strong>de</strong>mia, as empresas que se sairão melhor<br />
serão aquelas que assumirem o protagonismo<br />
na construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />
melhor, <strong>de</strong> fato, não apenas no discurso. A<br />
transformação digital também passa a ser<br />
uma priorida<strong>de</strong>, em todos os segmentos <strong>de</strong><br />
mercado. Estamos vendo que os bancos e<br />
as re<strong>de</strong>s varejistas, que já vinham investindo<br />
na digitalização, estão conseguindo se<br />
adaptar melhor à nova realida<strong>de</strong>.<br />
Entre as mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />
que, em minha opinião, vieram para ficar,<br />
<strong>de</strong>staco o crescimento do e-commerce,<br />
transformando as lojas físicas em “laboratórios”<br />
para ações <strong>de</strong> experiência, e o trabalho<br />
remoto, o qual tem se mostrado produtivo.<br />
Por essa razão, a tendência é que<br />
parcela significativa do mundo corporativo<br />
reduza espaços físicos e viagens internacionais<br />
<strong>de</strong> executivos.<br />
Fernando Taralli – CEO da VML<br />
Divulgação<br />
Para concluir, diria que, muito mais do<br />
que se reinventar, as marcas vão precisar<br />
reavaliar seus propósitos e valores. Para<br />
continuar sendo relevantes, as marcas precisam<br />
cada vez mais estar conectadas e<br />
adotar posturas críticas a atitu<strong>de</strong>s oportunistas.<br />
O marketing e a comunicação <strong>de</strong>verão<br />
colocar as pessoas no centro das atenções,<br />
<strong>de</strong> forma empática e genuína.<br />
34 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmArk 55 ANoS<br />
Filipe Bartholomeu<br />
Uma palavra chamada coragem<br />
As graves crises <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e econômica<br />
que abalam todo o mundo, em especial<br />
o Brasil, po<strong>de</strong>m apontar novos<br />
caminhos, antes não imaginados, para<br />
que possamos sobreviver <strong>de</strong>pois que tudo<br />
isso passar. Des<strong>de</strong> que a crise começou,<br />
fomos forçados, como socieda<strong>de</strong>, a acelerar<br />
transformações que estavam na pauta<br />
há muito tempo. E, como indústria, a olhar<br />
como factível o que antes parecia ser impossível.<br />
Esse olhar transformador <strong>de</strong> negócios é<br />
a gran<strong>de</strong> mola propulsora para a economia<br />
e, em especial, para a comunicação. Mesmo<br />
<strong>de</strong>ntro do que é a alma do nosso negócio,<br />
que é a criativida<strong>de</strong>, temos uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reinvenção. Acredito que a criativida<strong>de</strong><br />
vem <strong>de</strong> três palavras: vulnerabilida<strong>de</strong><br />
(a que melhor <strong>de</strong>fine o que estamos vivendo),<br />
coragem (para fazer diferente, para<br />
apostar no original) e cultura.<br />
Nossa indústria tem a cultura da criativida<strong>de</strong><br />
e, vulneráveis que estamos, teremos<br />
<strong>de</strong> lançar mão <strong>de</strong> coragem, se <strong>de</strong> fato quisermos<br />
encontrar novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Essa po<strong>de</strong> ser a revolução da criativida<strong>de</strong><br />
em nosso mercado e na socieda<strong>de</strong>.<br />
Estamos apren<strong>de</strong>ndo todos os dias em<br />
um mundo on<strong>de</strong> não há mais ex-alunos. Aliás,<br />
a resiliência é uma das gran<strong>de</strong>s lições <strong>de</strong><br />
toda essa história. E a gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> é que<br />
a maioria <strong>de</strong> nós não gosta <strong>de</strong> mudanças. A<br />
porrada que estamos levando da Covid-19 é<br />
essa: queremos controlar tudo e, nesse momento,<br />
além <strong>de</strong> não termos o controle, ainda<br />
precisamos nos adaptar ao totalmente<br />
inesperado. O fato é que temos uma gran<strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer diferente e apren<strong>de</strong>r<br />
com tudo o que estamos vivendo.<br />
Filipe Bartholomeu – CEO<br />
da AlmapBBDO<br />
Divulgação<br />
Geraldo Azevedo<br />
Após essa pan<strong>de</strong>mia, só vai sobrar<br />
o que for <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. E essencial<br />
A<br />
realida<strong>de</strong> da Covid-19 tem nos forçado<br />
a um isolamento sem prece<strong>de</strong>ntes<br />
e, com isso, nos levando a reavaliar<br />
nossos valores, nossas crenças, nosso<br />
modo <strong>de</strong> consumo e está expondo a verda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> relação.<br />
Relações entre familiares, cônjuges, companheiros,<br />
amantes, filhos, vizinhos, amigos,<br />
parentes, namorados, enfim. Estamos<br />
todos nus, <strong>de</strong>spidos <strong>de</strong> nossas máscaras ou<br />
<strong>de</strong> nosso ego; sem aquele lugar familiar para<br />
fugir <strong>de</strong> nós mesmos ou, sem po<strong>de</strong>r fugir da<br />
nossa verda<strong>de</strong> que, exposta ao sol por tanto<br />
tempo, fica transparente para aqueles que<br />
estão ao nosso lado e para nós mesmos.<br />
A Covid-19 tem mostrado quem somos<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Tem mostrado a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cada um. Tem nos trazido para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
nós mesmos, mostrado nossos medos, escancarado<br />
a nossa essência.<br />
Tanto nas relações interpessoais como<br />
na relação com as marcas.<br />
E falando <strong>de</strong> marcas, não é diferente.<br />
Aquelas relações verda<strong>de</strong>iras, familiares,<br />
construídas sobre uma base <strong>de</strong> confiança,<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> respeito, <strong>de</strong> presença, vão<br />
ganhar relevância durante essa loucura e<br />
colherão os frutos no futuro.<br />
Marcas que têm verda<strong>de</strong>, transparência,<br />
atitu<strong>de</strong> e presença; que refletem essas qualida<strong>de</strong>s<br />
na sua comunicação <strong>de</strong> forma clara;<br />
on<strong>de</strong> marca e comunicação são uma coisa<br />
só. Essas são as marcas que vão prevalecer<br />
nessa nova realida<strong>de</strong> que está se <strong>de</strong>senhando.<br />
Já aquelas que foram construídas sobre<br />
falsas promessas, sem uma verda<strong>de</strong> fundamental,<br />
com uma comunicação que não<br />
reflita o seu DNA, ou que nos abandonaram<br />
no meio da pan<strong>de</strong>mia, terão problemas<br />
para navegar nessa nova realida<strong>de</strong>.<br />
Afinal, a frase <strong>de</strong> Lincoln nunca esteve<br />
mais oportuna: você po<strong>de</strong> enganar algumas<br />
pessoas o tempo todo ou todas as pessoas<br />
durante algum tempo, mas você não po<strong>de</strong><br />
enganar todas as pessoas o tempo todo.<br />
Geraldo Azevedo – CEO<br />
da Execution<br />
Divulgação<br />
36 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
pRopmaRK 55 aNoS<br />
Hugo Rodrigues<br />
Não chegue antes, chegue junto<br />
Antes <strong>de</strong> tudo, o mais importante: espero<br />
que você, sua família e amigos<br />
estejam todos seguros e saudáveis.<br />
Eu gosto muito <strong>de</strong> um pensamento que<br />
diz “quando todos gritam, é o mudo que se<br />
<strong>de</strong>staca”. Digo isso porque todos nós estamos<br />
sendo entupidos das mais diversas informações,<br />
principalmente agora, no meio<br />
<strong>de</strong> uma pan<strong>de</strong>mia, enfrentando um inimigo<br />
que coloca a morte <strong>de</strong> uma forma tão próxima,<br />
real e assustadora.<br />
É <strong>de</strong> se esperar que lí<strong>de</strong>res tenham as<br />
respostas para este momento. Mas não somos<br />
epi<strong>de</strong>miologistas, médicos ou economistas.<br />
Acredito que, mesmo competentíssimos,<br />
nem eles saibam ao certo o que será<br />
do futuro.<br />
Estamos todos vulneráveis, e expor essa<br />
vulnerabilida<strong>de</strong> com união, prudência, serenida<strong>de</strong><br />
e transparência já é um primeiro<br />
e gran<strong>de</strong> passo, até mesmo para sonharmos<br />
em construir um mundo melhor do que o<br />
que tínhamos antes da pan<strong>de</strong>mia (o que<br />
não é tão impossível, cá entre nós).<br />
Existe um fato que não po<strong>de</strong> ser esquecido<br />
em nenhum momento. Se não tivermos<br />
uma solução científica, mesmo com o fim<br />
da quarentena (como já ocorre em outros<br />
países), passaremos a viver um ciclo contínuo<br />
<strong>de</strong> alteração comportamental, <strong>de</strong>safiando<br />
vários conceitos.<br />
Assumir qualquer posicionamento mais<br />
contun<strong>de</strong>nte sobre como será o nosso mercado<br />
ou qualquer relação <strong>de</strong> consumo pós-<br />
-Covid po<strong>de</strong> ser perigoso, porque, mais do<br />
que novos consumidores com novas preferências,<br />
nós <strong>de</strong>vemos ter novos seres humanos<br />
com novas priorida<strong>de</strong>s.<br />
Precisaremos ter abertura entre nós para<br />
tratar os temas difíceis, para ouvir os outros<br />
<strong>de</strong> forma legítima. Não estaremos mais falando<br />
<strong>de</strong> mudar a cultura <strong>de</strong> uma empresa,<br />
<strong>de</strong> um mercado; teremos <strong>de</strong> trabalhar aceitando<br />
que a mudança existirá na cultura do<br />
mundo inteiro. Sentir-se confortável numa<br />
era <strong>de</strong>sconfortável, atuar reconhecendo<br />
a vulnerabilida<strong>de</strong> como algo constante e<br />
fazer da insegurança uma motivação para<br />
atingir a segurança.<br />
Até agora há pouco, a comunicação pre-<br />
Hugo Rodrigues – Chairman<br />
e CEO da WMcCann<br />
Divulgação<br />
cisava estar um passo à frente do consumidor<br />
para inspirá-lo. Mas, neste futuro <strong>de</strong> incertezas,<br />
conseguir acompanhar e reagir ao<br />
presente e às mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />
já será <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor.<br />
Karina Ribeiro<br />
E agora? Tudo mudou,<br />
mas a vida continua<br />
Divulgação<br />
E<br />
agora? Talvez seja a pergunta que muitos<br />
estão fazendo diante da pan<strong>de</strong>mia<br />
da Covid-19, que chegou provocando<br />
mudanças e questionamentos. Conforme os<br />
dias passam, surgem alguns aprendizados,<br />
mas ainda faltam respostas concretas para o<br />
que nos espera mais à frente, daqui a alguns<br />
dias, semanas ou meses.<br />
Os planos iniciais para <strong>2020</strong> já foram <strong>de</strong>ixados<br />
<strong>de</strong> lado, sendo substituídos por ações<br />
imediatas. E sabemos que muita coisa ainda<br />
vai mudar, por isso continuamos nos perguntando:<br />
como será? De que forma? Quando?<br />
No momento, tudo o que fazemos são suposições<br />
a partir <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que discutimos diariamente,<br />
com o <strong>de</strong>sejo e objetivo <strong>de</strong> garantir<br />
dias melhores pela frente.<br />
Apesar disso, e por mais contraditório que<br />
possa parecer, o momento também nos reserva<br />
oportunida<strong>de</strong>s. Oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisar a<br />
estrutura com a qual estávamos acostumados,<br />
seja em relação aos nossos relacionamentos<br />
interpessoais ou à forma como trabalhamos.<br />
Nunca foi tão importante, por exemplo,<br />
reforçar o valor da empatia e da inteligência<br />
emocional – pautas extremamente relevantes<br />
que talvez não fossem discutidas pela maioria,<br />
mas que agora se fazem urgentes e necessárias.<br />
Além disso, temas práticos, como a gestão<br />
do tempo, ganharam força com o home office.<br />
A sensação é que temos mais horas livres,<br />
já que não há gastos com <strong>de</strong>slocamentos. Por<br />
outro lado, estamos vivendo uma dinâmica<br />
que não foi programada e por isso mesmo<br />
nos <strong>de</strong>safia. Parece que todos os dias têm sido<br />
segundas-feiras e muitos profissionais têm<br />
trabalhado horas a mais, movidos pela gran<strong>de</strong><br />
mudança do cenário atual e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manter a roda girando.<br />
E o que vai resultar <strong>de</strong> todo esse processo?<br />
Acho que ainda é cedo para dizer com<br />
certeza o que nos espera, mas é fato que um<br />
“novo normal” <strong>de</strong>ve surgir. E ele está sendo<br />
moldado neste momento.<br />
Crises aceleram mudanças, e estamos vivendo<br />
isso exatamente agora. Acredito que<br />
nunca <strong>de</strong> fato a tecnologia foi vista e usada<br />
como um facilitador tão concreto e tangível<br />
em todas as esferas e setores, seja pelo nos-<br />
Karina Ribeiro – CMO<br />
da Ogilvy Brasil<br />
so mercado, que vem buscando novos jeitos<br />
remotos <strong>de</strong> produzir uma campanha ou participar<br />
<strong>de</strong> uma concorrência do início ao fim,<br />
ou pelas escolas com seus e-learnings, igrejas<br />
com lives <strong>de</strong> missas e festas <strong>de</strong> aniversário via<br />
vi<strong>de</strong>oconferências, entre outros exemplos.<br />
E o que vai ficar? Tudo aquilo que tiver facilitado<br />
a vida e feito a diferença pra melhor,<br />
vai permanecer.<br />
38 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propMarK 55 aNoS<br />
Keka Morelle<br />
O <strong>de</strong>spertar do coletivo<br />
Muito difícil prever quando você está<br />
no meio <strong>de</strong> um furacão on<strong>de</strong> vai<br />
parar quando ele acabar. Enquanto<br />
giramos tentamos enten<strong>de</strong>r se encontraremos<br />
o mundo igual. Se soubermos viver<br />
esse período, sairemos diferentes e com<br />
muitas lições aprendidas. Não vou trazer<br />
aqui mais dados daqueles que todos nós<br />
estamos recebendo e também não tenho<br />
a pretensão <strong>de</strong> afirmar o que está por vir.<br />
Minha intenção é dividir pensamentos que<br />
estão fazendo sentido para mim. Enten<strong>de</strong>r<br />
nossos sentimentos nesse momento é uma<br />
boa fonte <strong>de</strong> estudo.<br />
Tenho me proposto a viver com atenção<br />
e enten<strong>de</strong>r a chance que estamos tendo <strong>de</strong><br />
escolher como será o <strong>de</strong>pois, o que não terá<br />
mais espaço e com o que queremos seguir.<br />
No meu papel <strong>de</strong> direcionar um time<br />
criativo e na parceria <strong>de</strong> estar ao lado dos<br />
clientes tomando <strong>de</strong>cisões estratégicas tenho<br />
me colocado como aprendiz, tentando<br />
não dizer nem sim e nem não com tanta rapi<strong>de</strong>z.<br />
Estamos <strong>de</strong>senhando caminhos que<br />
nunca foram trilhados. Estamos vendo uma<br />
onda <strong>de</strong> discursos institucionais, as marcas<br />
estão vendo a força do seu valor, do seu<br />
papel social e colocando em prática seus<br />
discursos construídos por anos. Acredito<br />
que essa relevância da voz institucional<br />
das empresas <strong>de</strong>va continuar. Um diálogo<br />
Ligia Vulcano<br />
Voltaremos melhores<br />
importante foi aberto nesse momento, e as<br />
pessoas reconhecerão e serão fiéis àquelas<br />
empresas e pessoas que se conectaram com<br />
elas nesse período difícil. As relações verda<strong>de</strong>iras<br />
se constroem assim. O legado será<br />
o comprometimento com seus propósitos e<br />
com essa ligação criada nesse momento, e<br />
acredito que as pessoas vão cobrar coerência<br />
e verda<strong>de</strong> daqui para frente.<br />
“Eu sou eu e minha circunstância, e se<br />
não salvo a ela, não salvo a mim”. Ouvi a<br />
frase <strong>de</strong>sse filósofo José Ortega y Gasset em<br />
uma live sobre o quanto a filosofia está em<br />
alta. Acho que uma das gran<strong>de</strong>s lições é o<br />
<strong>de</strong>spertar do coletivo. Ou pelo menos vou<br />
gostar <strong>de</strong> contar essa história por esse viés.<br />
Vou adorar contar que o mundo passou por<br />
um período difícil, mas enten<strong>de</strong>u que precisava<br />
pensar <strong>de</strong> forma coletiva, com mais<br />
generosida<strong>de</strong>, amor e respeito.<br />
Aquele mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> concorrência antiga,<br />
em que cada um queria <strong>de</strong>struir o outro,<br />
<strong>de</strong>sejar o fim mesmo, vibrar com o insucesso,<br />
torcer para a catástrofe no terreno do<br />
vizinho, aquela competição <strong>de</strong>strutiva virou<br />
uma cafonice sem fim. O post da Netflix<br />
indicando que seus seguidores assistam<br />
Globoplay e Amazon Prime foi muito bem<br />
recebido e revela um comportamento a ser<br />
seguido. Uma aula <strong>de</strong> novos tempos. E por<br />
outro lado, Globo veiculando comerciais da<br />
Este ano vai ficar marcado para sempre.<br />
O ano em que o país parou <strong>de</strong>pois<br />
do Carnaval, em vez <strong>de</strong> começar.<br />
Certamente não estávamos preparados para<br />
essa mudança brusca em nossas rotinas,<br />
em nossas vidas e em nossos negócios.<br />
Vai passar, mas vai <strong>de</strong>ixar marcas por<br />
um bom tempo, algumas para sempre. Seremos<br />
mais cautelosos com tudo: com nossa<br />
saú<strong>de</strong>, com a higiene, com as interações<br />
sociais, com os gastos, com os investimentos,<br />
com as apostas nos negócios. Daremos<br />
mais importância ao planejamento financeiro,<br />
às verda<strong>de</strong>iras relações <strong>de</strong> parceria,<br />
às pessoas que continuaram por perto durante<br />
esse confinamento. Daremos mais<br />
valor aos abraços, ao valor construído para<br />
as nossas marcas, ao legado criado e <strong>de</strong>ixado<br />
por elas. A retomada da economia será<br />
lenta, mas po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong> maneira mais<br />
sólida. Apren<strong>de</strong>mos que é possível trabalhar<br />
remotamente e espero que não esqueçamos<br />
esse aprendizado e retornemos mais<br />
produtivos e mais felizes. As empresas e<br />
principalmente as agências precisaram<br />
se reinventar e muita criativida<strong>de</strong> brotou<br />
nesse período. Voltaremos melhores, mais<br />
criativos e mais eficientes. As agências e<br />
seus profissionais. Valorizaremos o tempo<br />
no escritório e o tempo com a família, com<br />
a certeza <strong>de</strong> que esse equilíbrio é vital. Tive<br />
medo, todos tivemos. Ainda temos. Mas<br />
sou do grupo que sempre olha a meta<strong>de</strong><br />
do copo cheio. Quando voltarmos para a<br />
convivência social, vejo as empresas com<br />
melhores processos, projetos incríveis que<br />
estavam adormecidos na rua, responsabilida<strong>de</strong><br />
social como priorida<strong>de</strong> e pessoas<br />
felizes pelo simples fato <strong>de</strong> estarem juntas<br />
porque escolheram estar.<br />
Ligia Vulcano – COO da BFerraz<br />
Keka Morelle – CCO da<br />
Wun<strong>de</strong>rman Thompson<br />
Divulgação<br />
Netflix e Amazon Prime. Obrigada por nos<br />
ensinarem que po<strong>de</strong>mos ser concorrentes<br />
e respeitosos, que o bom serviço é que vai<br />
fazer com que uma pessoa assista um ou<br />
outro, ou todos. Reconhecer que juntas as<br />
partes se fortalecem é ter a confiança que<br />
seu produto é tão bom que você po<strong>de</strong> elogiar<br />
o produto do seu concorrente.<br />
O coletivo é o assunto, a lição, o pedido,<br />
a urgência.<br />
Divulgação<br />
40 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Loredana Sarcinella<br />
Ao mundo, tempo. A nós, empatia<br />
O<br />
tempo não é exato. Ambíguo, o relógio<br />
que permeia a vivência humana<br />
não tem um ritmo certo. Não<br />
transcorre da mesma maneira para todos.<br />
Alguns esperam que ele passe mais rápido,<br />
enquanto outros anseiam que flua mais<br />
<strong>de</strong>vagar. E, em um cenário com tantas incertezas,<br />
questionamos se ele é pouco ou<br />
muito. Se é suficiente. Apesar <strong>de</strong> corrermos<br />
contra ele em busca <strong>de</strong> uma solução, é justamente<br />
o tempo um <strong>de</strong> nossos maiores<br />
aliados, permitindo a reflexão e que novos<br />
caminhos sejam traçados.<br />
Em uma era em que falamos tanto sobre<br />
conectivida<strong>de</strong>, nada será mais importante<br />
que a empatia. Ao enten<strong>de</strong>rmos a perspectiva<br />
do outro, ampliamos as nossas perspectivas,<br />
vemos o mundo <strong>de</strong> maneira diferente<br />
e acessamos uma parte <strong>de</strong> nós capaz <strong>de</strong> respeitar<br />
e tornar compreensível o sentimento<br />
alheio. Cada indivíduo vivencia a própria<br />
realida<strong>de</strong>. O momento atual, porém, conectou<br />
realida<strong>de</strong>s distintas, com uma angústia<br />
em comum.<br />
A empatia não é mais uma opção, mas<br />
sim uma obrigação que temos <strong>de</strong> cumprir.<br />
Em cada estratégia traçada pelos setores<br />
do mercado e pela socieda<strong>de</strong> para a retomada,<br />
o fator humano <strong>de</strong>ve ser primordial.<br />
As marcas <strong>de</strong>vem buscar ainda mais uma<br />
conexão direta com as pessoas. E a comunicação,<br />
uma das principais características<br />
humanas, será peça-chave para isso. A comunicação<br />
empática entrega uma comunicação<br />
autêntica, estabelecendo relações interpessoais<br />
valiosas e importantes serviços<br />
à socieda<strong>de</strong>.<br />
O tempo trará respostas ao mundo. E a<br />
empatia, sem dúvida, será fundamental em<br />
todas elas.<br />
Loredana Sarcinella – Diretora<br />
sênior <strong>de</strong> marketing da divisão<br />
<strong>de</strong> dispositivos da Samsung<br />
Divulgação<br />
Luiz Biagiotti<br />
O processo agora é <strong>de</strong> humanização<br />
A<br />
Covid-19 provocou impactos profundos<br />
em todas as esferas, readaptando<br />
e transformando a realida<strong>de</strong><br />
a nossa volta. Sofremos um gran<strong>de</strong> abalo<br />
econômico, com gran<strong>de</strong>s setores <strong>de</strong>sativados<br />
e parte do comércio parado. Ajustes<br />
são necessários.<br />
A recuperação e o crescimento sustentável<br />
acontecerão aos poucos. Muitas iniciativas<br />
já estão sendo tomadas, muitas<br />
empresas estão se reinventando, criando<br />
novos produtos, estabelecendo parcerias<br />
para virar o jogo. Neste processo, empresas<br />
e marcas estão revendo seus valores,<br />
posicionamentos e formas <strong>de</strong> atuação,<br />
enquanto novos hábitos estão sendo adotados<br />
pela socieda<strong>de</strong>. Essa readaptação<br />
vivida trouxe um novo momento para a<br />
comunicação, cujo movimento agora não<br />
é <strong>de</strong> incentivo ao consumo, mas <strong>de</strong> apoio<br />
ao consumo.<br />
A vida prossegue, continuamos com<br />
nossas necessida<strong>de</strong>s. Quando a circulação<br />
<strong>de</strong> pessoas pu<strong>de</strong>r ser reestabelecida nas cida<strong>de</strong>s<br />
tudo será diferente. A volta ao normal<br />
trará intensas reflexões sobre hábitos<br />
<strong>de</strong> consumo e as marcas precisam estar<br />
atentas. As ações <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>vem<br />
mostrar como as marcas po<strong>de</strong>m continuar<br />
sendo relevantes e para isso precisam se<br />
aproximar do lado afetivo das pessoas.<br />
Nos últimos <strong>de</strong>z anos a comunicação<br />
tem focado em resultados imediatos, <strong>de</strong><br />
conversão. Já hoje e daqui para frente será<br />
fundamental que companhias e marcas<br />
resgatem seus propósitos, algo que há muito<br />
já vem sendo falado, e sejam menos focadas<br />
no consumo.<br />
A hora é <strong>de</strong> retomar algo que vivemos<br />
nos anos 1980, quando as ações das marcas<br />
eram mais humanas, mais divertidas. O<br />
processo agora é <strong>de</strong> humanização. Diante<br />
<strong>de</strong> tudo que estamos vivendo, acredito que<br />
com o pós-coronavírus será <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios diferentes.<br />
Teremos uma nova realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mercado e <strong>de</strong> consumidores. Com isso, a<br />
mídia e os mais diversos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> comunicação<br />
voltam como protagonistas.<br />
O OOH, por mais que tenha sido impactado<br />
com o isolamento social, será o meio<br />
que vai abraçar a população. Por tudo que<br />
investimos nos últimos anos em tecnologia<br />
e inovação, a mídia exterior será protagonista<br />
nas ações das marcas para esse novo<br />
momento do consumidor, o momento que<br />
ele voltará às ruas ávido por novida<strong>de</strong>s.<br />
Luiz Biagiotti – diretor comercial<br />
nacional da Clear Channel<br />
Divulgação<br />
42 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Em um tempo<br />
em<br />
que<br />
estamos<br />
tão<br />
separados,<br />
é bom saber<br />
que<br />
existe<br />
um jornal que<br />
nos une .<br />
Homenagem da Propeg aos 55 anos da Propmark .
pRopMaRk 55 aNoS<br />
Luiza Helena Trajano<br />
Inovar, mais do que nunca<br />
O<br />
mundo certamente não será mais o<br />
mesmo após a pan<strong>de</strong>mia, e teremos<br />
profundas mudanças na socieda<strong>de</strong>.<br />
Profissionalmente, estamos apren<strong>de</strong>ndo<br />
que muitos trabalhos po<strong>de</strong>rão ser realizados<br />
<strong>de</strong> maneira remota, muitas reuniões<br />
terão um novo formato e o varejo passará<br />
por mudanças profundas. Sempre alertei<br />
em minhas palestras, especialmente aos<br />
pequenos e microempresários, por quem<br />
sou apaixonada, que os vejo como uma<br />
solução para o <strong>de</strong>semprego e que quem<br />
ainda não estava no mundo digital <strong>de</strong>veria<br />
acelerar esse processo, sob o risco <strong>de</strong> ficar<br />
para trás.<br />
As empresas que estão se saindo melhor<br />
neste cenário <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia são as que estavam<br />
com as suas operações digitais organizadas.<br />
Digital não é um site ou um aplicativo,<br />
é uma cultura, é pensar a forma simples<br />
<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r o seu cliente e minimizar processos.<br />
Empresas e profissionais estão passando<br />
por uma gran<strong>de</strong> revolução, transformando<br />
sua forma <strong>de</strong> agir, que levaria 5 anos,<br />
Marcelo Rech<br />
Desinformação mata<br />
Já virou lugar-comum dizer que o mundo<br />
nunca mais será o mesmo <strong>de</strong>pois da<br />
pan<strong>de</strong>mia do coronavírus. É verda<strong>de</strong>,<br />
mas é bem mais que isso. Vivemos neste<br />
momento um daqueles pontos <strong>de</strong> inflexão<br />
da história, comparável à queda <strong>de</strong> Constantinopla,<br />
ao fim da Segunda Guerra Mundial,<br />
à <strong>de</strong>rrubada do Muro <strong>de</strong> Berlim ou ao<br />
11 <strong>de</strong> Setembro.<br />
Neste <strong>2020</strong>, o mundo está fazendo uma<br />
curva acentuada com o freio <strong>de</strong> mão puxado<br />
e nós, em meio ao fogo da batalha,<br />
ainda não enxergamos tudo o que está por<br />
vir. Mas é possível fazer algumas apostas. A<br />
mais evi<strong>de</strong>nte é que todas as mudanças em<br />
estágio embrionário ganharam um empurrão<br />
violento para a frente. O trabalho remoto,<br />
por exemplo, será um novo normal.<br />
Nos congressos internacionais <strong>de</strong> jornalismo<br />
<strong>de</strong> 10 anos atrás falávamos <strong>de</strong> redações<br />
virtuais como se fosse coisa <strong>de</strong> ficção<br />
científica. Sem qualquer mapa estratégico,<br />
consultoria ou discussões infindáveis, eis<br />
que gran<strong>de</strong> parte dos jornalistas do planeta<br />
entrou <strong>de</strong> supetão em modo remoto,<br />
enquanto o jornalismo reconquistava atenção,<br />
audiência e respeito que não via há<br />
décadas.<br />
em 5 dias. Neste momento <strong>de</strong> quarentena,<br />
as pessoas estão tendo uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se reinventar, pensar e implementar alternativas,<br />
apren<strong>de</strong>r algo que não tinham<br />
pensado antes. Inovação é algo que precisa<br />
nascer <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada um neste momento.<br />
Reinventar sua profissão, seu negócio, sua<br />
fórmula.<br />
O que precisamos ter em mente é que está<br />
difícil, sofrido, mas este período vai passar.<br />
Temos <strong>de</strong> tirar <strong>de</strong>ste episódio uma lição, e<br />
cada um precisa <strong>de</strong>scobrir o seu propósito e<br />
o <strong>de</strong> sua empresa. As lições aprendidas por<br />
cada pessoa e por cada empresa após esse<br />
período vão construir um país melhor.<br />
Luiza Helena Trajano – Presi<strong>de</strong>nte<br />
do conselho <strong>de</strong> administração<br />
do Magazine Luiza<br />
Essa é outra mudança em marcha acelerada.<br />
Na hora do aperto, re<strong>de</strong>scobriu-se o<br />
valor e peso dos meios essenciais – jornais,<br />
rádios, TV e revistas, com suas <strong>de</strong>rivações<br />
digitais. É como se todos quisessem se assegurar<br />
<strong>de</strong> que estão consumindo informação<br />
técnica, não se contaminando com<br />
versões fantasiosas, <strong>de</strong>lirantes ou simplesmente<br />
a serviço <strong>de</strong> interesses ocultos que<br />
poluem o subterrâneo das re<strong>de</strong>s.<br />
O novo mundo pós-pan<strong>de</strong>mia será menos<br />
infestado <strong>de</strong> fake news e mais habitado<br />
por pessoas conscientes <strong>de</strong> que informação<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> salva e <strong>de</strong>sinformação mata.<br />
Só por isso já sairemos <strong>de</strong>sta curva da história<br />
melhor do que entramos.<br />
Marcelo Rech – Presi<strong>de</strong>nte da<br />
Associação Nacional <strong>de</strong> Jornais<br />
(ANJ) e vice-presi<strong>de</strong>nte editorial<br />
e institucional do Grupo RBS<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
44 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
pRopMaRk 55 aNoS<br />
Marcelo Reis<br />
Lidamos com crise <strong>de</strong> forma criativa<br />
De uma coisa eu tenho plena certeza:<br />
quem disser que tem absoluta certeza<br />
<strong>de</strong> como vai ser o amanhã certamente<br />
estará divagando. Este é o momento<br />
<strong>de</strong> saber dançar conforme a música, sentindo<br />
o ritmo, mas também a temperatura da<br />
socieda<strong>de</strong> durante e após a pan<strong>de</strong>mia.<br />
E se tem uma categoria acostumada a<br />
respon<strong>de</strong>r bem à pressão e às mudanças <strong>de</strong><br />
direção, é a nossa. Particularmente, tenho<br />
muito orgulho da nossa profundida<strong>de</strong> analítica,<br />
velocida<strong>de</strong> criativa e serieda<strong>de</strong> para<br />
com o resultado dos clientes e o impacto<br />
sociocultural. Somos um segmento profissional<br />
que abraça os problemas do segmento<br />
dos outros como nossos. Pois são. Acessamos<br />
cérebros pensantes em quase todos<br />
os estratos sociais para obter um olhar menos<br />
enviesado da realida<strong>de</strong> fora do nosso<br />
mundinho.<br />
Colocamos à disposição dos clientes escritores,<br />
<strong>de</strong>signers, artistas, cineastas, matemáticos,<br />
gênios da tecnologia, antropólogos,<br />
produtores, youtubers, atletas e lí<strong>de</strong>res<br />
espirituais. Já vi <strong>de</strong> tudo por on<strong>de</strong> trabalhei<br />
55 anos <strong>de</strong> PROPMARK!<br />
nos últimos 25 anos. A nossa nobre profissão,<br />
que até o início da pan<strong>de</strong>mia vivia seu<br />
auge criativo, chamando para o diálogo um<br />
consumidor multicanal, reforçou seu caráter<br />
vital consultivo perante os anunciantes.<br />
Estamos olhando todos os pontos <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong>talhadamente. Por exemplo,<br />
falar com os colaboradores que cuidam da<br />
produção das empresas nunca foi tão nevrálgico.<br />
Estamos com os clientes em uma<br />
jornada <strong>de</strong> cumplicida<strong>de</strong> para encontrar<br />
respostas juntos, como se fôssemos uma<br />
unida<strong>de</strong> indissociável. E lidamos com a crise<br />
<strong>de</strong> maneira absurdamente criativa, pois<br />
não é fácil surpreen<strong>de</strong>r quando a socieda<strong>de</strong><br />
está monotemática. Em tempos com tamanha<br />
instabilida<strong>de</strong> política, <strong>de</strong>sinformação,<br />
<strong>de</strong>semprego e perdas humanas, a publicida<strong>de</strong><br />
tem <strong>de</strong> retomar seu papel estratégico<br />
e os anunciantes precisam continuar sendo<br />
fonte <strong>de</strong> inspiração. Ajudamos a construir<br />
marcas, pensar o futuro, gerar renda, planejando<br />
com os gran<strong>de</strong>s lí<strong>de</strong>res da nossa<br />
indústria. O marketing empurra a economia<br />
para cima, e é crucial valorizarmos<br />
Parabéns a toda equipe PROPMARK que há anos compartilha<br />
conosco a boa missão <strong>de</strong> criar conteúdos, entreter e informar.<br />
Aqui na ViacomCBS estamos focados em continuar fazendo<br />
o nosso melhor para milhões <strong>de</strong> pessoas que contam com<br />
a gente para continuarem rindo, se divertindo e se emocionando.<br />
Termos vocês como parceiros nos enche <strong>de</strong> orgulho e nos dá energia<br />
para continuar criando momentos únicos para as nossas diversas<br />
comunida<strong>de</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das distâncias e dos meios.<br />
Marcelo Reis – Co-CEO e CCO<br />
da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
Divulgação<br />
nossa ativida<strong>de</strong>. Só assim vamos levantar a<br />
cabeça e encontrar energia para remarmos<br />
todos na direção correta e mais solidária.<br />
Contem com a gente para<br />
enfrentarmos juntos qualquer <strong>de</strong>safio!<br />
ESTAMOS #JUNTOSADISTÂNCIA.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 45
propmark 55 aNoS<br />
Marcia Esteves<br />
O que vem <strong>de</strong>pois da Covid-19?<br />
Des<strong>de</strong> que o homem tem notícia <strong>de</strong> si<br />
mesmo, anda às voltas com questões<br />
fundamentais – e filosóficas – da existência:<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> viemos, quem somos, para<br />
on<strong>de</strong> vamos. Matéria-prima da filosofia, as<br />
respostas para essas perguntas são diversas<br />
e variadas, pensadas em todos os tempos,<br />
em todos os lugares e em todos os povos <strong>de</strong><br />
que se tem notícias. De Aristóteles a Buda,<br />
<strong>de</strong> Jesus a Nietzsche, a resposta final para estas<br />
questões nunca foi equacionada.<br />
Na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, Douglas Adams tratou<br />
do tema em seu Mochileiro da Galáxia, ao<br />
conceber um computador para respon<strong>de</strong>r<br />
qual o sentido da vida, do universo e tudo<br />
mais. Milhares e milhares <strong>de</strong> anos <strong>de</strong>pois, os<br />
personagens se reúnem para ouvir o computador<br />
com a resposta <strong>de</strong>finitiva da aflição<br />
filosófica.<br />
A resposta: “42”. A resposta, “<strong>de</strong>sconectada”<br />
<strong>de</strong> qualquer explicação razoável, talvez<br />
seja a mais pru<strong>de</strong>nte. Po<strong>de</strong>mos, a partir <strong>de</strong>la,<br />
arrumar a explicação que quisermos, da forma<br />
que melhor nos acalmar. A quarentena<br />
da Covid-19 nos faz voltar a essas questões<br />
fundamentais, <strong>de</strong> uma forma muito mais severa<br />
do que jamais pensamos.<br />
Na vida pré-Covid, isso não estava nem<br />
na lista <strong>de</strong> espera do “to do”. Era um tópico<br />
inexistente. No “durante” Covid, é a questão<br />
fundamental, e, na minha opinião, ao<br />
tentarmos respon<strong>de</strong>r a esta pergunta po<strong>de</strong>mos<br />
tentar respon<strong>de</strong>r qual será o nosso futuro<br />
como humanida<strong>de</strong>. No pós-Covid, será<br />
a pauta para qualquer ação.<br />
Isso me leva para o segundo ponto da reflexão.<br />
Você que me lê, <strong>de</strong> maneira generali-<br />
Márcio Parizotto<br />
zada, está fora dos limites da pobreza e tem<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer essa reflexão. Eu diria<br />
mais que isso: nós temos essa obrigação,<br />
na medida em que, para a gran<strong>de</strong> maioria,<br />
essa possibilida<strong>de</strong> é negada diante da cruelda<strong>de</strong><br />
da busca pela sobrevivência na base da<br />
pirâmi<strong>de</strong>, que ficou ainda maior.<br />
Hoje, com a pan<strong>de</strong>mia, alguém pegar Covid-19<br />
na Nicarágua, Berlim ou Moçambique<br />
vai implicar diretamente na minha saú<strong>de</strong>, na<br />
saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> meus familiares, na economia doméstica<br />
e na economia mundial. Com base<br />
nisso, eu quero viver <strong>de</strong>ntro da bolha do meu<br />
lar, do meu país, com as fronteiras fechadas<br />
para o outro – qualquer outro? Isso dará algum<br />
sentido à minha vida? É isso que eu quero<br />
para o futuro? E, assim, chegamos ao ponto<br />
final – para on<strong>de</strong> vamos e como vamos?<br />
Assim que a quarentena afrouxar, nosso primeiro<br />
passo será lidar com a questão da fobia:<br />
as pessoas terão medo <strong>de</strong> sair à rua? Eu<br />
terei medo <strong>de</strong> sair? O mundo externo, que já<br />
era tão violento, caberá novamente no espaço<br />
da minha mente? A primeira briga vai ser<br />
com a gente mesmo.<br />
Vencida a primeira batalha, que sempre é<br />
a interna, teremos <strong>de</strong> vencer a batalha para<br />
o outro, que é também a “minha” batalha. O<br />
conceito <strong>de</strong> que somos “todos um” nunca foi<br />
tão experimentado como está sendo agora.<br />
Se o morador do interior <strong>de</strong> qualquer estado<br />
do país estiver com Covid-19, a segunda, terceira,<br />
quarta ou quinta onda vai me atingir.<br />
Como evitar? Em menos <strong>de</strong> dois meses <strong>de</strong><br />
pan<strong>de</strong>mia, construímos hospitais. Montadoras<br />
<strong>de</strong> veículos consertaram equipamentos<br />
hospitalares. Engenheiros construíram<br />
marcia Esteves – CEO<br />
da Lew’Lara/TBWA<br />
Divulgação<br />
ventiladores baratos e eficientes. Não foi tão<br />
difícil. Imagina o que a gente não po<strong>de</strong> fazer<br />
se isso for a or<strong>de</strong>m do dia, não só uma<br />
medida provisória para um problema específico?<br />
Imagine nossas campanhas, a força<br />
do mercado, utilizado nesse mesmo espírito<br />
<strong>de</strong> cooperação, e <strong>de</strong> que um mundo melhor<br />
é melhor para todos, não só para mim?<br />
Nas palavras <strong>de</strong> Martin Luther King Jr.,<br />
“tenho um sonho <strong>de</strong> que um dia esta nação<br />
se erguerá e correspon<strong>de</strong>rá ao verda<strong>de</strong>iro<br />
significado <strong>de</strong> seu credo: ‘Consi<strong>de</strong>ramos<br />
essas verda<strong>de</strong>s manifestas: que todos os homens<br />
são criados iguais’”. É para isso que eu<br />
vim, e é esse lugar que quero construir – ontem,<br />
hoje e <strong>de</strong>pois da Covid-19.<br />
Não há mais espaço para alienaçãoDivulgação<br />
do uma valiosa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a comunicação<br />
li<strong>de</strong>rar um movimento para impulsionar<br />
a agenda <strong>de</strong> impacto positivo das<br />
empresas, que nesses momentos <strong>de</strong>ve antece<strong>de</strong>r<br />
a mensagem publicitária.<br />
Há um enorme potencial para as marcas<br />
serem mais colaborativas, com contribuições<br />
genuínas mirando o benefício coletivo<br />
que esse momento sui generis <strong>de</strong> nossas<br />
vidas está nos ensinando a valorizar.<br />
É hora também <strong>de</strong> reconhecermos a resiliência<br />
que todos, cada um em sua individualida<strong>de</strong><br />
e ativida<strong>de</strong>, têm em comum. O<br />
Bra<strong>de</strong>sco segue reapren<strong>de</strong>ndo e se reinventando,<br />
como todo mundo. Desenvolvendo<br />
soluções que minimamente suavizem os<br />
impactos da crise. E com uma mensagem<br />
que continua a oferecer o otimismo responsável<br />
que é parte do DNA da marca.<br />
Na profusão <strong>de</strong> incertezas que vivemos<br />
hoje, uma coisa é certa: o impacto<br />
na vida das pessoas e dos negócios<br />
é imenso. O momento nos ensina o quanto<br />
a sensibilida<strong>de</strong> e a empatia são importantes<br />
para tornar uma comunicação relevante.<br />
Enten<strong>de</strong>r o que as pessoas estão vivendo,<br />
respeitar suas angústias, inseguranças<br />
e incertezas, e ter a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar<br />
com elas, seja porque traz uma informação<br />
ou serviço essencial, ou com uma mensagem<br />
que traga valor porque gera i<strong>de</strong>ntificação<br />
naquilo que as toca.<br />
Não há mais espaço para alienação, projeção<br />
<strong>de</strong> falsas realida<strong>de</strong>s e oportunismo.<br />
Cabe a cada marca avaliar o seu papel <strong>de</strong>ntro<br />
do contexto, da socieda<strong>de</strong> e da vida das<br />
pessoas.<br />
E, mais importante, estamos vivencianmárcio<br />
parizotto – Diretor<br />
<strong>de</strong> marketing do Bra<strong>de</strong>sco<br />
48 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propMark 55 aNoS<br />
Marcos Lacerda<br />
As pessoas estão além dos negócios<br />
A<br />
Covid-19 levou vidas. Nada é mais<br />
triste que isso. Silenciou lares, ruas,<br />
escritórios, restaurantes, shoppings,<br />
estádios e arenas. Abafou sonhos. Além da<br />
tristeza e o receio da contaminação, há o<br />
medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o emprego: 6 em cada 10<br />
brasileiros afirmam ter esse medo. Empresas<br />
que fecharam portas apenas por um período,<br />
não vão mais reabri-las.<br />
O vírus freou a nossa velocida<strong>de</strong> insana<br />
<strong>de</strong> realização e foi capaz <strong>de</strong> nos colocar<br />
em uma espera forçada. Em tempos assim,<br />
mergulhamos em nossos pensamentos. A<br />
rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> todos em tudo impedia muitas<br />
vezes reflexões em busca <strong>de</strong> propósitos<br />
profundos e sinceros. No máximo admitíamos<br />
mudanças por fatores externos, quase<br />
nunca havia tempo para a transformação,<br />
que sempre parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora. Mas,<br />
o sofrimento nos coloca em contato com as<br />
emoções, provocando o entendimento do<br />
nosso papel no contexto e sistema atual, e<br />
sobre quem <strong>de</strong> fato somos.<br />
O novo agora se apresenta com muitas<br />
perguntas, mas também reforça verda<strong>de</strong>s.<br />
Vamos olhar para o nosso negócio. Empresas<br />
que acreditam e investiram no valor da<br />
construção <strong>de</strong> suas marcas estão próximas,<br />
Marcus Vinicius Chisco<br />
com mais credibilida<strong>de</strong> e intenção <strong>de</strong> compra<br />
confirmada. São aquelas que enten<strong>de</strong>m<br />
que produtos <strong>de</strong>vem trazer benefícios funcionais,<br />
pessoais e coletivos. Que querem<br />
ven<strong>de</strong>r, mas querem também que suas marcas<br />
se relacionem, engajem e <strong>de</strong>monstrem<br />
solidarieda<strong>de</strong>. A venda do hoje está associada<br />
a ações práticas para a construção do<br />
amanhã. Grupos <strong>de</strong> comunicação mudaram<br />
suas programações para informar; empresas<br />
substituíram promoções por doações; campanhas<br />
<strong>de</strong> varejo, que sempre gritavam “só<br />
hoje”, passaram a dialogar e abrir espaço<br />
para parcerias, empregos e novos formatos<br />
- e concorrentes unificaram a mensagem.<br />
São esses exemplos que me fazem acreditar<br />
que, além dos negócios, estão as pessoas.<br />
Empresas, áreas <strong>de</strong> marketing, marcas, produtos<br />
e agências no final são pessoas que,<br />
na hora da dor, usaram criativida<strong>de</strong> em prol<br />
da solidarieda<strong>de</strong> humana. Estou triste, mas<br />
também otimista com a possibilida<strong>de</strong> do<br />
resgate da ética, da empatia e da solidarieda<strong>de</strong>.<br />
E, sim, vamos juntos, hoje e sempre!<br />
Marcos Lacerda (MaLa) – head<br />
da HavasPlus<br />
Precisamos enxergar o melhor<br />
Divulgação<br />
Teremos uma lenta e gradativa recuperação<br />
da economia e é certo que<br />
aquele mundo que conhecíamos dará<br />
vez para um novo no qual as empresas<br />
terão um <strong>de</strong>safio ainda maior pela frente.<br />
Eu acredito que os anunciantes, as<br />
agências e os veículos entrarão em uma<br />
nova dinâmica. Os padrões estabelecidos<br />
antes serão repensados. Sairão na frente<br />
aquelas marcas que mesmo no período da<br />
pan<strong>de</strong>mia continuam a se comunicar com<br />
o público, estreitando laços <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong> e<br />
relacionamento mais próximos.<br />
Precisamos enxergar o melhor <strong>de</strong> cada<br />
momento e espero que possamos sair seres<br />
humanos com valores diferentes, mais<br />
preocupados com o próximo e com o sentimento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver e <strong>de</strong> doação mais latentes<br />
em cada um <strong>de</strong> nós.<br />
Divulgação<br />
Marcus Vinicius Chisco – Vicepresi<strong>de</strong>nte<br />
comercial da CNN Brasil<br />
50 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
A GENTE SABE COMO<br />
É DIFÍCIL PRODUZIR<br />
CONTEÚDO CONFIÁVEL<br />
POR TANTO TEMPO.<br />
PARABÉNS, PROPMARK.<br />
Da década <strong>de</strong> 60 até hoje, muita coisa mudou no negócio da comunicação,<br />
e o Propmark precisou se reinventar a cada nova mudança. Neste mês,<br />
em que ele completa 55 anos, a Exame, a Exame Aca<strong>de</strong>my, a Exame Research<br />
e a Exame Experience oferecem os parabéns. A gente sabe todo o trabalho<br />
que há por trás <strong>de</strong> quem está sempre revolucionando o seu mercado.<br />
O MELHOR INVESTIMENTO DO SEU TEMPO.
propMArk 55 ANoS<br />
Marina Daineze<br />
Tempo do essencial<br />
De repente, fomos confrontados com<br />
uma realida<strong>de</strong> inesperada, cheia <strong>de</strong><br />
restrições. Mas mantenho o otimismo.<br />
Acredito que teremos a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sair <strong>de</strong>ssa crise melhores do que entramos,<br />
como indivíduos e socieda<strong>de</strong>. O lugar<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> partimos não está mais lá – será<br />
impossível voltar a ele. Mas o tão falado<br />
“novo normal” tampouco existe. Nem se<br />
apresentará sozinho. Precisaremos criá-lo a<br />
partir das dificulda<strong>de</strong>s e possibilida<strong>de</strong>s que<br />
se apresentam.<br />
Por ora, entramos no “tempo do essencial”.<br />
Muito do que costumávamos fazer não<br />
tem mais sido possível. Por necessida<strong>de</strong> ou<br />
consciência, já estamos vivendo um ajuste<br />
em todas as esferas <strong>de</strong> nossa vida. Estamos<br />
diante <strong>de</strong> um questionamento inevitável <strong>de</strong><br />
quem somos e <strong>de</strong> nossos papéis como indivíduos,<br />
pais, colaboradores, cidadãos. Po<strong>de</strong>remos<br />
fazer novas escolhas, reforçar outras.<br />
Talvez sejamos mais pragmáticos: o que faz<br />
sentido ter? quem queremos ser? O que é<br />
importante <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>? Que impactos e contribuições<br />
reais temos no mundo?<br />
No universo das marcas e da propaganda,<br />
isso passa por enten<strong>de</strong>r qual a nossa relevância<br />
na socieda<strong>de</strong>. Estamos entrando na era<br />
da ação. O discurso é diretamente confrontado<br />
à prática. É inevitável que as marcas usem<br />
esse momento para refletir sobre suas crenças<br />
e missão. No caso da Vivo, reafirmamos o<br />
nosso propósito: Digitalizar para Aproximar.<br />
Sempre acreditamos que a conexão não é um<br />
fim, mas sim um meio para estarmos mais<br />
próximos uns aos outros. A tecnologia <strong>de</strong>ve<br />
ampliar possibilida<strong>de</strong>s e servir a uma vida<br />
melhor. E nossos serviços se revelaram agora<br />
mais essenciais do que nunca.<br />
Minha aposta é que sairemos da pan<strong>de</strong>mia<br />
mais capazes <strong>de</strong> cuidar uns dos outros,<br />
<strong>de</strong> pensar no coletivo, <strong>de</strong> ter empatia. Se<br />
há uma coisa essencial para todos, é o afeto.<br />
Para as empresas, isso abre espaço ao diálogo<br />
e à cooperação. Elas po<strong>de</strong>m levar otimismo,<br />
visão <strong>de</strong> futuro, conforto e inspiração para<br />
as pessoas. Marcas abertas a (re)pensar o<br />
seu propósito e olhar para o coletivo certamente<br />
terão mais sucesso nesse novo momento.<br />
Marina Daineze – diretora <strong>de</strong><br />
imagem e comunicação da Vivo<br />
Divulgação<br />
Mario D’Andrea<br />
Muita coisa vai mudar. Será?<br />
Não sei ler bola <strong>de</strong> cristal, não sou cartomante<br />
– adoraria ser.<br />
Não tenho o menor dom e nem<br />
afinida<strong>de</strong> para ser um Nostradamus.<br />
Mas acho que muita coisa não vai mudar<br />
não.<br />
Não vai mudar o fato que o po<strong>de</strong>r é do<br />
consumidor.<br />
Aliás, consumidor não, das pessoas.<br />
Não vai mudar em ninguém o <strong>de</strong>sejo por<br />
uma vida melhor.<br />
Ou o sonho <strong>de</strong> crescer, dar algo importante<br />
para sua família.<br />
Não vai mudar a alegria <strong>de</strong> ver e rever<br />
pessoas queridas.<br />
Nada disso vai mudar.<br />
Mas têm coisas que eu gostaria muito<br />
que mudassem na nossa ativida<strong>de</strong> e no nosso<br />
mercado.<br />
Menos excell e mais pensamento humano.<br />
Menos tempo investido em longas reuniões<br />
<strong>de</strong>scartáveis. Mais tempo para os lí<strong>de</strong>res<br />
interagirem com suas equipes, sentirem<br />
seus anseios e problemas.<br />
Menos “aqui na empresa somos uma família”<br />
e mais tempo para os profissionais<br />
estarem com suas verda<strong>de</strong>iras famílias.<br />
Menos “eu acho” e mais “vamos tentar”?<br />
Que fique claro que não se constrói uma<br />
marca forte e próxima do consumidor com<br />
uma comunicação fraca e fria.<br />
Que parem <strong>de</strong> pensar apenas em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico sem dar importância<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento social.<br />
Que não existe startup ou unicórnio que<br />
substitua o calor humano.<br />
E que todos entendam: não há empresa<br />
saudável numa socieda<strong>de</strong> doente.<br />
Mario D’Andrea – CEO<br />
da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen<br />
Divulgação<br />
52 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
NÃO É ÓTIMO PASSAR<br />
DOS 50 E SABER<br />
QUE O MERCADO<br />
PRECISA DA GENTE<br />
MAIS DO QUE NUNCA?<br />
Propaganda e marketing são terrenos férteis.<br />
Mas também muito instáveis. Todos nós que passamos<br />
dos 50 sabemos bem disso. A crise que vivemos hoje<br />
fez nosso terreno ficar mais movediço, mas <strong>de</strong>ixou<br />
algo muito claro: experiência nesta hora faz<br />
a diferença. Errar menos e acertar mais não é algo<br />
que se nasce sabendo. E tudo que precisamos agora,<br />
mais do que nunca, é acertar mais. Que bom, neste<br />
momento, po<strong>de</strong>r contar com um cinquentão como<br />
o PROPMARK, que sempre foi um farol pra todos nós.<br />
Que bom saber que no nosso mercado sempre vai<br />
haver futuro pra quem faz história.<br />
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propMark 55 aNoS<br />
Melissa Vogel<br />
Respeito, coerência e criativida<strong>de</strong><br />
A<br />
pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 mudou o nosso<br />
cotidiano. E, <strong>de</strong>ntro da realida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cada um, estamos tentando nos<br />
adaptar experimentando novas formas <strong>de</strong><br />
viver. O público está se transformando, os<br />
interesses estão mudando, a credibilida<strong>de</strong><br />
está sendo exigida e a indústria <strong>de</strong> mídia<br />
tem um papel importante neste cenário.<br />
O consumidor engajado e multiconectado<br />
está mais disponível e, em um período<br />
<strong>de</strong> incertezas, espera por verda<strong>de</strong>s. As plataformas<br />
<strong>de</strong> conteúdo e mídia tiveram <strong>de</strong> se<br />
reinventar para manter a atenção daquele<br />
que se pluga e <strong>de</strong>spluga com facilida<strong>de</strong> em<br />
busca do que é relevante diante da experimentação<br />
<strong>de</strong> uma explosão <strong>de</strong> consumo.<br />
O aumento do consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, nas<br />
suas mais diferentes telas, foi imediato <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início do isolamento. Através do aparelho<br />
<strong>de</strong> TV, no papel <strong>de</strong> tela central da casa,<br />
se consolidaram novos comportamentos <strong>de</strong><br />
consumo em todas as faixas etárias, inclusive<br />
entre os jovens. O aumento do tempo<br />
médio <strong>de</strong> audiência foi <strong>de</strong> 1h18 e, entre as<br />
pessoas <strong>de</strong> 12 a 17 anos, foi <strong>de</strong> 1h31.<br />
Nelcina Tropardi<br />
Mobilizando o marketing: AC-DC<br />
Estamos, no Brasil, enfrentando a<br />
maior crise sanitária da história mo<strong>de</strong>rna<br />
e ainda não temos respostas<br />
para meta<strong>de</strong> dos problemas que enfrentamos<br />
no dia a dia. Mas, se tem uma coisa<br />
que apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira semana<br />
<strong>de</strong>sse caos provocado pela Covid-19 é que<br />
nem a empresa mais organizada, com a máquina<br />
mais mo<strong>de</strong>rna e eficiente, com fluxo<br />
<strong>de</strong> caixa no azul, estava preparada para ver<br />
sua operação total ou parcialmente modificada.<br />
Mesmo assim, o nosso mercado não<br />
estagnou.<br />
No fim <strong>de</strong> março, segundo pesquisa, 135<br />
marcas veicularam campanhas sobre o coronavírus<br />
no país, representando mais <strong>de</strong><br />
20% dos filmes publicitários veiculados no<br />
período em questão. O volume <strong>de</strong> doações<br />
por parte das empresas não para <strong>de</strong> crescer.<br />
Profissionais têm <strong>de</strong>dicado seu tempo para<br />
ajudar pequenos empreen<strong>de</strong>dores e empresas.<br />
Outros estão a<strong>de</strong>quando sua linha<br />
<strong>de</strong> produção para algo que se faça útil nesse<br />
momento. Para on<strong>de</strong> se olha, há uma frente<br />
<strong>de</strong> combate ao vírus por parte das companhias<br />
e das pessoas, num movimento solidário<br />
sem prece<strong>de</strong>ntes neste século.<br />
Um estudo da Bloomberg, publicado no<br />
O novo momento do consumo <strong>de</strong> TV<br />
também impactou o comportamento do<br />
telespectador nas mídias sociais. As conversas<br />
no Twitter sobre conteúdo televiso<br />
cresceram sete vezes mais na comparação<br />
com os meses <strong>de</strong> março e abril do ano passado.<br />
Somente entre 1º e 26 <strong>de</strong> abril, o número<br />
<strong>de</strong> tweets sobre programação <strong>de</strong> TV<br />
foi <strong>de</strong> 67,7 milhões.<br />
De acordo com dados globais, quando<br />
questionadas o que esperam das marcas<br />
neste momento, apenas 8% das pessoas<br />
pensam que as marcas <strong>de</strong>vem parar <strong>de</strong><br />
anunciar. A maioria quer saber como as<br />
marcas estão atuando durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
e como seus esforços estão sendo direcionados<br />
para enfrentar este gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio.<br />
Nas Gran<strong>de</strong>s São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
o número total <strong>de</strong> inserções publicitárias<br />
com a temática Covid-19 na TV aberta cresceu<br />
gradativamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do isolamento<br />
social. Nos <strong>15</strong> principais mercados<br />
do país, 18% do total <strong>de</strong> inserções e 36% dos<br />
anunciantes falavam do assunto só na semana<br />
<strong>de</strong> 20 a 26 <strong>de</strong> abril. Seja para informar<br />
início <strong>de</strong> março, projetava perdas <strong>de</strong> US$<br />
2,7 trilhões em produção, equivalente ao<br />
PIB do Reino Unido. O Banco Mundial projeta<br />
queda <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5% no PIB do Brasil.<br />
Os números, assim como as estratégias <strong>de</strong><br />
contenção da disseminação da doença, ainda<br />
são incertos, mas todos já estão cientes<br />
<strong>de</strong> que haverá impacto, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Já passamos por<br />
situações críticas e o mundo encontrou seu<br />
caminho, não será diferente <strong>de</strong>ssa vez.<br />
Por outro lado, é importante ressaltar<br />
que, apesar <strong>de</strong> a pressão por resultados ser<br />
uma realida<strong>de</strong>, as empresas provavelmente<br />
passarão por uma profunda transformação.<br />
Mais do que nunca, a reputação <strong>de</strong>sempenhará<br />
um papel importante no futuro das<br />
corporações, pois os consumidores estão<br />
mais atentos do que nunca e, certamente,<br />
privilegiarão as marcas que se mobilizaram<br />
para nos ajudar a enfrentar a crise.<br />
O que vemos agora por toda parte gera<br />
orgulho. Estão todos mais centrados na<br />
prestação <strong>de</strong> serviço à comunida<strong>de</strong> ou produção<br />
<strong>de</strong> conteúdo por parte das marcas<br />
para manter a sanida<strong>de</strong> mental em momento<br />
<strong>de</strong> distanciamento social. Essa é a melhor<br />
estratégia <strong>de</strong> marketing e visibilida<strong>de</strong><br />
Melissa Vogel – CEO<br />
da Kantar Ibope Media<br />
Divulgação<br />
ou divertir, anunciantes <strong>de</strong>vem se conectar<br />
com seus consumidores, <strong>de</strong> formas criativas<br />
e engajadas, mas sem esquecer o mais<br />
importante neste momento: o contexto, a<br />
coerência e o respeito pelas pessoas.<br />
Divulgação<br />
Nelcina Tropardi –<br />
Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />
e Assuntos Corporativos da<br />
Heineken e presi<strong>de</strong>nte da ABA<br />
que se po<strong>de</strong> ter no momento. Aliás, é a única<br />
possível. Ainda não é possível mensurar<br />
o resultado <strong>de</strong>sta crise, mas o que ficará é<br />
a certeza <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>mos e seremos mais<br />
solidários. Para a humanida<strong>de</strong>, existirá um<br />
antes e um <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia. E o que<br />
po<strong>de</strong>mos torcer e trabalhar neste momento<br />
é para que ele seja melhor.<br />
54 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
propmark 55 aNoS<br />
Nizan Guanaes<br />
Carta a quem está montando uma agência<br />
O<br />
mundo está mudando tanto. E com<br />
essa pan<strong>de</strong>mia seremos empurrados<br />
para a era <strong>de</strong> Aquário. Resistir a isso<br />
antes da Covid-19 era inútil. Agora, será<br />
mortal.<br />
A propaganda brasileira é uma das mais<br />
criativas do mundo. Mas o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
das agências está exaurido. Como diz<br />
a minha professora em Harvard: “this dog<br />
doesn’t hunt”.<br />
O que possibilitou a DPZ, a DM9, a Almap<br />
e a Africa foi um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />
Esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio em dólar e euro<br />
vive sérios problemas, imagina em real.<br />
Eu evito ficar falando isso (falo a pedido<br />
do amigo Armando) para não parecer um<br />
chato. Mas tenho certeza que aquele jovem<br />
redator que eu já fui se pergunta, por que os<br />
melhores trabalhos não são aprovados? Por<br />
que o dono da agência não peita o cliente?<br />
Por que ele trabalha muito, vira tanta noite<br />
e fim <strong>de</strong> semana e ganha menos?<br />
Por causa do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />
Agência <strong>de</strong> propaganda hoje tem margens<br />
apertadas, custos altos e prazos <strong>de</strong> pagamentos<br />
vergonhosos. Portanto, você que<br />
vai começar uma agência hoje não po<strong>de</strong> e<br />
não <strong>de</strong>ve repetir o mo<strong>de</strong>lo empresarial da<br />
DPZ ou da DM9 <strong>de</strong> outrora.<br />
Na era do celular, não dá para insistir em<br />
ser telefone. Você tem <strong>de</strong> tentar ganhar o<br />
Grand Prix <strong>de</strong> Gestão.<br />
O gran<strong>de</strong> layout é o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> custos e<br />
<strong>de</strong> processos da agência. As empresas hoje<br />
precisam ser leves. Quem tem custo, tem<br />
medo. Só a leveza vai te dar liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dizer não ao cliente que não quer te pagar.<br />
Ainda que você esteja fazendo um gran<strong>de</strong><br />
trabalho.<br />
Sendo leve, você não tem <strong>de</strong> entrar em<br />
concorrências ridículas e <strong>de</strong>srespeitosas.<br />
Por outro lado, a propaganda precisa<br />
acompanhar os tempos. É fácil ver em outros<br />
setores que, se esses setores não mudarem,<br />
vão ficar para trás. Tudo está mudando.<br />
Por que o nosso setor seria diferente?<br />
Este é o mundo da estratégia. O planejamento<br />
é mais importante que a criação. E<br />
esse planejamento precisa pensar em negócio.<br />
Está faltando Zé Luiz Ma<strong>de</strong>ira nessa indústria.<br />
Cadê o novo Júlio Ribeiro? Eu vejo<br />
poucos.<br />
Vejo pouco hoje as agências <strong>de</strong> propaganda<br />
em matérias no Valor, na Exame, no<br />
Brazil Journal. Talvez você não goste <strong>de</strong> ler<br />
isso, mas isso é um fato.<br />
O dinheiro está no negócio, na estratégia,<br />
no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer um produto e um serviço<br />
ven<strong>de</strong>rem. Eu estou sendo um chato, mas<br />
sou um chato convidado.<br />
Sem apetite para reinventar o negócio,<br />
sem apreço pela administração da agência,<br />
sem Luiz Lara para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a indústria,<br />
não há oxigênio (vulgo dinheiro) para<br />
a criação audaciosa e criativa. Um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócio e uma estrutura <strong>de</strong> custos condizentes<br />
com esses tempos, claro, com o<br />
setor retomando o papel <strong>de</strong> estrategista do<br />
cliente.<br />
Os publicitários precisam voltar a serem<br />
vistos no Valor, no Lauro Jardim, no Samor.<br />
É como empresário e fonte que eles<br />
darão condição do negócio da propaganda<br />
ser protagonista no país. Eu não vi gran<strong>de</strong>s<br />
mobilizações da indústria nessa pan<strong>de</strong>mia.<br />
Faltou o Luiz Lara e o Dalton Pastore. Eu sei<br />
que você está dizendo esse cara é um chato,<br />
um mala, mas eu sou chato convidado. Foi<br />
o Armando que me chamou.<br />
Agora, a última chatice.<br />
A propaganda brasileira está a cara <strong>de</strong><br />
Cannes. Falta filme brasileiro como Pergunta<br />
lá no Posto Ipiranga, Bombril e Havaianas.<br />
Sabe aquele que gringo não enten<strong>de</strong>?<br />
Porque isso se chama barreira <strong>de</strong> entrada.<br />
Quando gringo não sabe fazer, ele vai<br />
precisar <strong>de</strong> você. Se você faz filme com a<br />
cara <strong>de</strong>le, ele só nacionaliza o filme.<br />
Eu amo você, jovem redator. Eu fui você.<br />
Eu compartilho do seu sonho.<br />
Por favor siga os meus conselhos e seja<br />
feliz, realizado e próspero como o Marcello<br />
Serpa.<br />
Nizan Guanaes – criador<br />
da N I<strong>de</strong>ias<br />
Divulgação<br />
56 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
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ProPmark 55 aNoS<br />
Paschoal Fabra Neto<br />
“E agora?”<br />
Muito se fala sobre o futuro da nossa<br />
socieda<strong>de</strong> nesses tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia,<br />
alguns dos artigos que leio,<br />
infelizmente, se baseiam na “Achologia”.<br />
Entendo que o amanhã tem infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />
mas o foco aqui não é o futuro, é<br />
o “agora”, e, mais especificamente, o “agora”<br />
na nossa indústria <strong>de</strong> comunicação.<br />
Tentei <strong>de</strong> forma intuitiva e racional tirar<br />
todo o “achismo” que cerca essa discussão,<br />
analisando tendências e sobretudo trabalhando<br />
com fatos.<br />
Algumas perguntas vêm à minha cabeça:<br />
será que nós vamos consumir do mesmo<br />
jeito que consumíamos antes? Será que<br />
precisamos <strong>de</strong> uma estrutura física inchada<br />
com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar como estamos<br />
bem instalados? Será possível ter a mesma<br />
produtivida<strong>de</strong> encontrando um equilíbrio<br />
entre o encontro presencial e o home<br />
office? Será que, como agência, continuaremos<br />
a participar <strong>de</strong> concorrências que são<br />
aviltantes?<br />
Apesar <strong>de</strong> não ter todas as respostas do<br />
que vai ser o pós-crise, me recuso a entrar<br />
no “achismo”, e me baseio nesse curto, mas<br />
potente, período que vivemos trabalhando<br />
<strong>de</strong> casa, consumindo <strong>de</strong> outras maneiras<br />
e criando novos tipos <strong>de</strong> relações. A partir<br />
<strong>de</strong>sses fatos aceleramos o processo <strong>de</strong> mutação<br />
aqui na F&Q Brasil.<br />
Vamos a eles.<br />
Sabemos que, para sobreviver, as empresas<br />
precisam continuar produzindo e as<br />
pessoas continuar consumindo. Fato.<br />
Estamos sendo obrigados a viver o presente<br />
e a reconhecer nossas reais priorida<strong>de</strong>s,<br />
como saú<strong>de</strong>, bem-estar e segurança;<br />
junto aos nossos clientes, colaboradores e,<br />
principalmente, os consumidores das marcas<br />
que trabalhamos.<br />
As empresas que não enten<strong>de</strong>rem essa<br />
lógica ficarão no passado. Não é mais só<br />
sobre ven<strong>de</strong>r, mas se conectar com o consumidor<br />
<strong>de</strong> um modo mais humano e verda<strong>de</strong>iro,<br />
aproveitando seu espaço e reconhecimento<br />
para disseminar informações<br />
que contribuam para a solução <strong>de</strong>sta e das<br />
crises que virão. Fato.<br />
A sustentabilida<strong>de</strong> nunca se fez tão necessária<br />
diante do momento atual. Esse é<br />
um tema que entrou no “mar vermelho”, ou<br />
seja, na vala comum <strong>de</strong> uma fala vaga adotada<br />
por algumas empresas. Temos urgência<br />
que o discurso se torne ação. A indústria<br />
criativa <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r que tem responsabilida<strong>de</strong><br />
social e ambiental, impulsionando<br />
novos meios e tecnologias para facilitar as<br />
relações interpessoais do consumidor. Devemos<br />
criar estratégias que tornem nosso<br />
ambiente seguro, amenizando o medo e a<br />
ansieda<strong>de</strong> a que estamos expostos. Fato.<br />
Estando privados <strong>de</strong> nos locomover em<br />
gran<strong>de</strong>s distâncias, a proximida<strong>de</strong> e a conveniência<br />
se tornarão uma valiosa moeda<br />
<strong>de</strong> troca, estimulando os mercados locais e<br />
os aplicativos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery. Fato.<br />
Baixe aí o CompreAquiApp e me fale se já<br />
não é um novo mundo do bem que começa<br />
a se apresentar.<br />
Sem dúvida, antes da pan<strong>de</strong>mia, já estávamos<br />
vivendo uma mudança dos paradigmas<br />
da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo.<br />
A crise acelerou esse processo, repito, a<br />
crise acelerou esse processo nos forçando a<br />
pensar mais sobre o coletivo do que sobre o<br />
individual. Fato.<br />
Essa velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação dos<br />
i<strong>de</strong>ais das empresas <strong>de</strong>ve encontrar um<br />
propósito para a comunida<strong>de</strong>, comunicando<br />
com o momento presente <strong>de</strong> maneira<br />
verda<strong>de</strong>ira. Essa será a tarefa da indústria<br />
criativa. A partir <strong>de</strong> agora, o bem coletivo<br />
<strong>de</strong>ve ser o centro da comunicação, criando<br />
uma relação <strong>de</strong> consumo mais consciente e<br />
transparente que assegure o bem-estar do<br />
consumidor.<br />
Quanto mais próximos estivermos <strong>de</strong>ssa<br />
sensação <strong>de</strong> segurança novamente, mais<br />
próximos estaremos da retomada <strong>de</strong> crescimento<br />
do mercado.<br />
Em resumo, isto se chama “Fatologia”.<br />
Paschoal Fabra Neto – Partner<br />
e CEO-CCO inovação/tecnologia<br />
da F&Q Brasil-Grupo M&C Saatchi<br />
Divulgação<br />
58 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Em tempos <strong>de</strong><br />
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ProPmark 55 aNoS<br />
Paulo Pessoa<br />
O momento é <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong><br />
Em poucos dias, fomos surpreendidos<br />
com as notícias da Covid-19 e com<br />
isso “convidados ou forçados” a experienciar<br />
uma nova maneira <strong>de</strong> viver. Um<br />
acontecimento jamais visto e/ou vivido por<br />
essa geração, impactando toda a socieda<strong>de</strong>.<br />
É natural que momentos <strong>de</strong> transição<br />
gerem insegurança e ansieda<strong>de</strong>, tanto nas<br />
empresas como nas pessoas. Ainda estamos<br />
no processo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como a engrenagem<br />
vai girar e continuamos a testar<br />
novos formatos, linguagens, maneiras.<br />
É esperado que o mundo se transforme e<br />
se torne um lugar ainda mais compartilhado.<br />
Quando olhamos para todos os acontecimentos,<br />
é fácil <strong>de</strong> visualizar o caminho.<br />
O jornalismo e as marcas são os protagonistas<br />
nessa caminhada, mas eles não estão<br />
sozinhos. Só ganham <strong>de</strong>staque ao se posicionar<br />
ao lado <strong>de</strong> ações sociais e individuais<br />
que buscam transformar e informar a socieda<strong>de</strong>.<br />
Nesse sentido, o Estadão está batendo<br />
recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> audiência<br />
em suas várias plataformas, ao informar<br />
sobre a pan<strong>de</strong>mia, seus impactos e repercussões,<br />
mundiais e locais.<br />
O mercado publicitário é o reflexo das<br />
novas <strong>de</strong>scobertas e, assim como a vida,<br />
nunca mais será o mesmo. É preciso se reinventar.<br />
O projeto <strong>de</strong> transformação, que o<br />
Estadão vem <strong>de</strong>senvolvendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017<br />
em todas as áreas, se tornou ainda mais<br />
importante e relevante. O momento é <strong>de</strong><br />
maior proximida<strong>de</strong> com os clientes, <strong>de</strong> profundo<br />
conhecimento dos seus <strong>de</strong>safios e <strong>de</strong><br />
busca incessante pela diferenciação e inovação.<br />
Estando juntos <strong>de</strong>senhando novas<br />
formas <strong>de</strong> comunicar agora, nos permitirá<br />
sair mais fortes e preparados para o novo<br />
“normal” que nos espera.<br />
Paulo Pessoa – Diretor-executivo<br />
comercial no Estadão<br />
Divulugação<br />
Paulo Samia<br />
Mídias digitais sairão fortalecidas<br />
Daqui a mil anos, este momento que<br />
estamos passando será lembrado<br />
como um marco da humanida<strong>de</strong>,<br />
similar a outros acontecimentos que moldaram<br />
a história, como a peste negra, a<br />
gripe espanhola ou as gran<strong>de</strong>s guerras<br />
mundiais. A história do mundo po<strong>de</strong>rá ser<br />
dividida entre antes e <strong>de</strong>pois da epi<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong> Covid-19.<br />
Na esfera social, as relações vão mudar<br />
completamente. O jeito “latino” <strong>de</strong> ser do<br />
brasileiro, privilegiando o contato físico,<br />
vai necessariamente ter <strong>de</strong> mudar, e vamos<br />
nos tornar mais cautelosos. Isso <strong>de</strong> certa<br />
forma será o reflexo positivo, pois, na média,<br />
os hábitos sanitários da população vão<br />
melhorar, o que vai inclusive ajudar a diminuir<br />
o risco <strong>de</strong> novas pan<strong>de</strong>mias no futuro.<br />
Na esfera econômica, se sobressairão<br />
aquelas que são mais resilientes e adaptáveis<br />
aos novos hábitos <strong>de</strong> consumo, principalmente<br />
aos canais digitais, pois este período<br />
<strong>de</strong> isolamento social obrigou muitos<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios a se reinventarem, e<br />
aqueles que melhor se adaptarem à economia<br />
digital sairão beneficiados.<br />
O mercado publicitário, sem dúvida nenhuma,<br />
também será impactado. Este momento<br />
<strong>de</strong> isolamento social privilegiou a<br />
área <strong>de</strong> mídias digitais, e, sem dúvida nenhuma,<br />
ela sairá fortalecida e mais bem<br />
posicionada. Mas, além disso, as marcas<br />
passarão a priorizar veículos e campanhas<br />
que falem <strong>de</strong> forma mais direta com seu público.<br />
Formatos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content serão<br />
mais valorizados, e a mídia digital, com sua<br />
resposta rápida e direcionada, representará<br />
uma parcela maior da verba publicitária.<br />
Paulo Samia – CEO do UOL<br />
Conteúdo e Serviços<br />
Divulgação<br />
60 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
O melhor jeito <strong>de</strong> homenagear<br />
um dos nossos mais<br />
importantes parceiros?<br />
Anunciando em um dos<br />
mais importantes veículos.<br />
A Associação Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes<br />
parabeniza o Propmark e seu fundador,<br />
Armando Ferrentini, por mais um ano<br />
<strong>de</strong> história. Ao todo, já são 55 anos<br />
ininterruptos cobrindo o mercado <strong>de</strong><br />
comunicação com excelência exemplar.<br />
É uma gran<strong>de</strong> alegria e orgulho po<strong>de</strong>r<br />
contar com a parceria <strong>de</strong> um veículo<br />
<strong>de</strong> tamanha gran<strong>de</strong>za, comandado por<br />
um profissional tão gabaritado e com<br />
uma trajetória que se confun<strong>de</strong> com<br />
a própria história da propaganda brasileira.<br />
Que possamos continuar essa caminhada<br />
juntos por anos e anos para transformar e<br />
fortalecer a nossa indústria da comunicação.
ProPmark 55 aNoS<br />
Pipo Calazans<br />
Coronavírus e novo normal<br />
O<br />
mundo já vinha em um processo <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> transformação, mas a Covid-19<br />
traz uma mudança radical dos<br />
valores e hábitos da socieda<strong>de</strong>.<br />
Do dia para noite, nos isolamos em casa<br />
e fomos obrigados a mudar nossa relação<br />
com o consumo, o trabalho e as pessoas ao<br />
nosso redor.<br />
Estamos entrando na era do “novo normal”<br />
e essas novas necessida<strong>de</strong>s, priorida<strong>de</strong>s<br />
e comportamentos criam novos <strong>de</strong>safios<br />
para as marcas, que passam a ter <strong>de</strong><br />
rever o seu papel em nossas vidas. O propósito<br />
da marca passa a ser mais importante –<br />
e agora colocado à prova – do que nunca. A<br />
narrativa passa a não convencer se não tiver<br />
ação. As marcas continuarão precisando <strong>de</strong><br />
ajuda e <strong>de</strong> muita criativida<strong>de</strong> para serem<br />
relevantes nesse cenário novo e complexo.<br />
E é aqui que eu vejo o maior <strong>de</strong>safio e oportunida<strong>de</strong><br />
para as agências.<br />
Além do <strong>de</strong>safio financeiro que enfrentaremos<br />
no curto prazo, fruto da crise que<br />
nos espera na próxima esquina, precisamos<br />
rever a nossa atuação. Precisamos romper<br />
Poliana Sousa<br />
Estamos nessa juntos<br />
com o mo<strong>de</strong>lo que nos trouxe até aqui.<br />
O que funcionava até ontem, hoje já não<br />
funciona mais. E mudar requer coragem.<br />
Coragem para quebrar o retrovisor e olhar<br />
pra frente. Coragem para errar, apren<strong>de</strong>r,<br />
errar outros erros e reapren<strong>de</strong>r novamente.<br />
Coragem para não ter a solução na ponta<br />
da língua, mas para se conectar com quem<br />
po<strong>de</strong> ajudar a resolver. Coragem pra ser<br />
vulnerável, mas obcecado por mover-se.<br />
E rápido.<br />
O novo normal será um ambiente que,<br />
embora diferente do passado, não é menos<br />
rico em possibilida<strong>de</strong>s para quem tiver apetite<br />
<strong>de</strong> mudança.<br />
O<br />
mundo está em transformação e as<br />
pessoas são agentes diretos nesse<br />
movimento. O isolamento social nos<br />
impulsiona à adaptação e isso se reflete<br />
no comportamento humano. Percebemos<br />
que fazemos muitas coisas que não conseguíamos<br />
antes por falta <strong>de</strong> tempo ou oportunida<strong>de</strong>.<br />
Pessoas que po<strong>de</strong>m estar em home office<br />
<strong>de</strong>scobriram que dá para gastar menos tempo<br />
em <strong>de</strong>slocamento e conviver mais com<br />
a família. O mesmo com os aprendizados a<br />
distância. Será que as coisas voltarão a ser<br />
como antes? Improvável. Por mais difícil<br />
que seja, estamos nos adaptando a um cenário<br />
em constante mudança.<br />
Ninguém sabe como será o amanhã. Viveremos<br />
um novo tempo pautado no que<br />
estamos apren<strong>de</strong>ndo agora. Teremos <strong>de</strong><br />
nos acostumar a replanejar. Vamos precisar<br />
testar, avaliar, apren<strong>de</strong>r, e não mais esperar<br />
acontecer. Este seria o maior erro que po<strong>de</strong>ríamos<br />
cometer - como profissionais <strong>de</strong><br />
marketing e também como pessoas. O valor<br />
que acredito que <strong>de</strong>veremos ter é o <strong>de</strong><br />
abrir novos caminhos, acelerar as formas <strong>de</strong><br />
como vamos apren<strong>de</strong>r e ajustar a construção<br />
<strong>de</strong> nossas jornadas. Se isso já era evi<strong>de</strong>nte<br />
no pós-internet, a vida <strong>de</strong>pois da Covid-19<br />
traz essa <strong>de</strong>manda para quem quer<br />
performar.<br />
Isso é uma forma <strong>de</strong> vermos as marcas<br />
também. Muitas estão tomando atitu<strong>de</strong>s<br />
brilhantes, com novas maneiras <strong>de</strong> se conectar<br />
e, mesmo diante da crise, continuam<br />
gerando engajamento. Na Coca-Cola vamos<br />
manter esse nível <strong>de</strong> conexão, aumentando<br />
a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empatia. Precisamos acreditar<br />
que vamos, juntos, passar por essa crise e<br />
sair mais fortes e unidos do que entramos.<br />
Poliana Sousa – Vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> marketing da Coca-Cola Brasil<br />
Pipo Calazans – copresi<strong>de</strong>nte<br />
e CEO (chief executive officer)<br />
da SunsetDDB<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
62 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
ProPmark 55 aNoS<br />
Priscila Stoliar<br />
Caíram as máscaras.<br />
Resta saber quais voltarão<br />
Fiz uma reflexão para além dos <strong>de</strong>safios<br />
que esta pan<strong>de</strong>mia nos colocou. Sim,<br />
nunca estivemos tão vulneráveis, e<br />
esta condição acabou nos <strong>de</strong>ixando também<br />
mais livres, mesmo que trancados em<br />
nossos lares, para exercermos e mostrarmos<br />
o nosso lado mais humano, genuíno e flexível.<br />
Aquela frase clichê <strong>de</strong> Alwin Toffler: “...<br />
apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>sapren<strong>de</strong>r e reapren<strong>de</strong>r” – eu<br />
ainda acrescentaria: “em tão pouco tempo”<br />
– nunca fez tanto sentido.<br />
Ao mesmo tempo que a máscara virou o<br />
símbolo <strong>de</strong> proteção humana neste momento,<br />
também <strong>de</strong>ixamos “cair” inúmeras <strong>de</strong>las<br />
que nos protegiam antes da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Estava, esses dias, brincando com a equipe<br />
perguntando se eles ainda estavam me<br />
reconhecendo. Quase morena – sim, com<br />
cinco <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> raiz –, sem nada <strong>de</strong> maquiagem,<br />
muitas vezes <strong>de</strong> moleton e, nessa última<br />
reunião, usando boné – isso mesmo,<br />
boné. Afinal, quem nunca malhou, ficou<br />
com o cabelo daquele jeito e foi chamado<br />
para um call antes do horário combinado?<br />
De maridos atravessando <strong>de</strong> cueca no fundo<br />
da sala, a filhos gritando: “Manhê, já<br />
acabei, po<strong>de</strong> vir me limpar”, nesses quase<br />
dois meses confinados eu passei a conhecer<br />
muito mais a minha equipe – e eles a mim<br />
– do que todos esses anos que estivemos<br />
juntos, “ao vivo”. E, confesso, a vida como<br />
ela é, sem máscaras, é muito interessante.<br />
Mas tenho constantemente me perguntado:<br />
quais máscaras vão voltar após tudo isso realmente<br />
passar?<br />
É surpreen<strong>de</strong>nte ver, através dos resultados<br />
<strong>de</strong> pesquisas recentes, que, mesmo<br />
nesse momento tão atípico, consumidores<br />
esperam atuação das marcas, ou seja, eles<br />
querem saber o que as marcas estão fazendo,<br />
como estão agindo e o que têm para falar<br />
<strong>de</strong>sse momento. Só que, mais do que nunca,<br />
as marcas precisarão gerar uma transformação<br />
real na socieda<strong>de</strong>, e sobreviverão aquelas<br />
que conseguirem transmitir valores que<br />
se conectem com os anseios das pessoas.<br />
Estamos assistindo ao tão falado marketing<br />
social – que já quase virou uma moda entre<br />
as marcas – ser colocado em “xeque” se<br />
utilizado <strong>de</strong> maneira oportunista. Definitivamente,<br />
as marcas mais humanas – <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
– serão valorizadas e sairão mais fortes<br />
<strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia.<br />
E foi <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta lógica que passamos a<br />
expressar a real essência do nosso negócio,<br />
contribuindo com o que <strong>de</strong> fato faz parte do<br />
território <strong>de</strong> cada marca, seja entretendo,<br />
passando informação, ensinando, abrindo<br />
uma linha <strong>de</strong> produção, um canal <strong>de</strong> doação,<br />
alavancando o voluntariado, homenageando<br />
e incentivando quem está na linha<br />
<strong>de</strong> frente da pan<strong>de</strong>mia, enfim, extrapolando<br />
a nossa criativida<strong>de</strong> e mantendo a mente<br />
aberta para contribuir <strong>de</strong> uma maneira real.<br />
Parece até que apertamos ao mesmo tempo<br />
um botão <strong>de</strong> “pause”, <strong>de</strong>ixando metas e<br />
projeções <strong>de</strong> lado, e outro <strong>de</strong> forward, acelerando<br />
nosso agir em várias frentes e criando<br />
novos hábitos. E, à medida que novos<br />
hábitos se formam, experiências antigas se<br />
transformarão. A pan<strong>de</strong>mia está sendo uma<br />
verda<strong>de</strong>ira escola, e é em tempos <strong>de</strong> crises e<br />
<strong>de</strong>safios que gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias aparecem.<br />
Testamos novos mo<strong>de</strong>los, experimentamos<br />
o que “tinha para hoje”, abrimos a<br />
câmera para os nossos lares, <strong>de</strong>ixamos as<br />
superproduções <strong>de</strong> lado, unimos força com<br />
“concorrentes”, tiramos do papel i<strong>de</strong>ias que<br />
talvez levariam meses para serem aprovadas,<br />
forçamos uma transformação digital<br />
(pois sem ela ficaríamos paralisados) e<br />
Priscila Stoliar – Head <strong>de</strong><br />
marketing do SBT<br />
Divulgação<br />
realmente enten<strong>de</strong>mos que sem ciência,<br />
educação e informação séria a humanida<strong>de</strong><br />
não sai do lugar, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />
fatores econômicos. Mas e aí, quando tudo<br />
voltar ao normal, o que vai ser? Não tenho<br />
i<strong>de</strong>ia, mas, com certeza, como diz Lulu Santos:<br />
“nada do que foi será <strong>de</strong> novo do jeito<br />
que já foi um dia”. Acredito que vamos viver<br />
um “novo normal”, e certamente isso vale<br />
também para a indústria da comunicação.<br />
Uma coisa é certa nesse cenário <strong>de</strong> incertezas:<br />
vamos sair diferentes quando tudo isso<br />
acabar.<br />
O meu <strong>de</strong>sejo é que a gente restaure o<br />
que é preciso e consoli<strong>de</strong> os novos aprendizados.<br />
Se fizermos direito, essa será a<br />
verda<strong>de</strong>ira revolução do nosso século. Que<br />
a gente realmente entenda, como disse o<br />
autor Yuval Harari em entrevista recente,<br />
que “nesta crise nosso maior inimigo não é<br />
o vírus, é o nosso ódio, a nossa ganância e<br />
ignorância”.<br />
64 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
2M<br />
Propmark, parabÉns pelos 55 anos.<br />
De longe, uma homenagem dos amigos da F&Q BRASIL.
pRopmaRk 55 aNoS<br />
Rafael Davini<br />
Tudo que é novo requer ajustes<br />
Há muito mais incertezas do que afirmações<br />
para o que enfrentaremos<br />
à nossa frente. Esta pan<strong>de</strong>mia trará<br />
mudanças drásticas na maneira como<br />
interagimos, trabalhamos, socializamos.<br />
Tem ficado muito claro na intensida<strong>de</strong> que<br />
todos nós estamos trabalhando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
o afastamento social foi <strong>de</strong>cretado, bem<br />
como na maneira que os processos estão<br />
se adaptando a uma realida<strong>de</strong> distinta<br />
àquela que havíamos visto em nossa existência.<br />
Vivemos um regime <strong>de</strong> guerra, <strong>de</strong><br />
fato mundial, com inimigo único que colocou<br />
o mundo <strong>de</strong> joelhos. Isso jamais foi<br />
visto na história, a mesma que vai contar<br />
<strong>de</strong> maneira exemplar tudo pelo que estamos<br />
passando e sinceramente espero que<br />
sirva <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aprendizado para gerações<br />
que virão.<br />
As marcas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu respectivo papel<br />
na socieda<strong>de</strong>, estão reagindo com uma<br />
velocida<strong>de</strong> jamais vista no passado, pois a<br />
sobrevivência <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente<br />
da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adaptar a uma situação<br />
não encontrada em nenhum livro ou manual<br />
<strong>de</strong> melhores condutas. Ao contrário,<br />
as novas condutas estão sendo construídas<br />
em pleno andamento da crise, o que dificulta<br />
ainda mais a expectativa <strong>de</strong> melhora<br />
a curto prazo, pois tudo que é novo requer<br />
ajustes, os ajustes <strong>de</strong>mandam tempo, esse<br />
justamente é o que não temos encontrado.<br />
O mercado <strong>de</strong> propaganda, que já vem<br />
se digladiando na busca <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
negócio sustentável, po<strong>de</strong>, ao meu ver, ganhar<br />
vida, trazendo à tona discussões <strong>de</strong><br />
caminhos para a ativida<strong>de</strong> ser vibrante para<br />
todas as partes envolvidas, construindo valores<br />
e resultados, quase que um recomeço.<br />
Tenho um ensinamento na vida que é dizer<br />
das oportunida<strong>de</strong>s que sempre trazem<br />
oportunida<strong>de</strong>s em crises, pois o diálogo<br />
aberto e sincero na busca <strong>de</strong> encontrar uma<br />
solução factível para os envolvidos é a priorida<strong>de</strong><br />
comum. Creio que isso ocorrerá com<br />
a nossa indústria no período que passamos<br />
agora e no pós.<br />
Rafael Davini – Vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
comercial da Exame<br />
Divulgação<br />
Ricardo Dias<br />
Mudança asap<br />
Fomos pegos <strong>de</strong> surpresa. A verda<strong>de</strong> é<br />
que o mundo inteiro está apren<strong>de</strong>ndo<br />
a lidar com essa nova realida<strong>de</strong><br />
para a qual nenhum <strong>de</strong> nós estava preparado.<br />
Diante <strong>de</strong>ste novo cenário, tivemos<br />
<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e reapren<strong>de</strong>r muitas coisas.<br />
Marcas se <strong>de</strong>pararam com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
o seu papel na socieda<strong>de</strong>, enquanto<br />
consumidores passaram a se adaptar a novos<br />
hábitos.<br />
Ainda é cedo para falar sobre aprendizados,<br />
mas acredito que a colaboração e a agilida<strong>de</strong><br />
são a chave para a solução. Essa será<br />
a gran<strong>de</strong> lição que a pan<strong>de</strong>mia vai nos trazer<br />
enquanto socieda<strong>de</strong>. Tenho convicção<br />
que vamos sair <strong>de</strong>ssa crise muito melhores,<br />
com uma nova percepção sobre o mundo e<br />
as nossas relações comerciais e sociais.<br />
Diante <strong>de</strong> tantas incertezas, a crise acelerou<br />
as mudanças nos negócios. Os squads,<br />
com times multifuncionais, se tornaram<br />
uma realida<strong>de</strong> imediata e assumir riscos<br />
na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões hoje é mais do que<br />
uma necessida<strong>de</strong>. A ousadia e o erro nunca<br />
foram tão abraçados pelas companhias. Estamos<br />
vulneráveis e esse é o momento <strong>de</strong><br />
acolher aqueles que se arriscam.<br />
Na comunicação, precisamos interagir<br />
com as novas ferramentas <strong>de</strong> forma criativa<br />
e inovadora. Temos <strong>de</strong> propor novas experiências<br />
que atendam às necessida<strong>de</strong>s dos<br />
consumidores e ressignificar o nosso papel,<br />
nosso compromisso com a socieda<strong>de</strong>.<br />
É um momento <strong>de</strong> reflexão, autocrítica<br />
e responsabilida<strong>de</strong>. Temos <strong>de</strong> dar luz a<br />
temas importantes e colocar em prática<br />
i<strong>de</strong>ias que realmente façam a diferença.<br />
Porque, quando tudo isso passar, ainda restará<br />
o propósito, a razão <strong>de</strong> existir, não só<br />
das marcas como também da socieda<strong>de</strong>. E<br />
eu acredito que seremos melhores profissionais,<br />
apresentando propostas cada vez<br />
mais orgânicas e intrínsecas à socieda<strong>de</strong>,<br />
que por sua vez também estará diferente e<br />
mais evoluída.<br />
Ricardo Dias – Vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> marketing da Ambev<br />
Divulgação<br />
66 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
HOJE VAMOS TIRAR A MÁSCARA<br />
SÓ UM MINUTINHO PARA ASSOPRAR AS VELINHAS.<br />
>> Parabéns pra você, Propmark!
propmark 55 aNoS<br />
Rodolfo Medina<br />
A reinvenção seguirá<br />
O<br />
mundo já está diferente e, logicamente,<br />
o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
também. Esse momento está trazendo<br />
muitos aprendizados para todos,<br />
incluindo o modo <strong>de</strong> trabalhar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
processo até a entrega, passando pelos novos<br />
canais e novas maneiras <strong>de</strong> impactar o<br />
público.<br />
As marcas estão, cada vez mais, reinventando<br />
os seus papéis com um olhar mais<br />
empático, e com atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cunho social.<br />
Um caminho que já era possível <strong>de</strong> observar,<br />
mas que ganhou uma otimização neste<br />
novo cenário.<br />
A reinvenção dos negócios, que também<br />
já era uma realida<strong>de</strong>, passa a ganhar uma<br />
agilida<strong>de</strong> sem prece<strong>de</strong>ntes e faz com que as<br />
agências ganhem ainda mais relevância na<br />
relação com seus clientes, afinal, algo que<br />
nunca vai mudar é a força <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia po<strong>de</strong>rosa<br />
no centro <strong>de</strong> qualquer estratégia.<br />
I<strong>de</strong>ias que impactem positivamente a<br />
vida das pessoas e <strong>de</strong>ixem legado <strong>de</strong> transformação<br />
social. A reinvenção seguirá conforme<br />
os novos hábitos se manifestarem.<br />
Como tudo é novo, vamos <strong>de</strong>scobrir juntos,<br />
usando os dados e a criativida<strong>de</strong> como a<br />
melhor forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbravar este cenário<br />
que vive em constante transformação.<br />
rodolfo medina – presi<strong>de</strong>nte<br />
e CEO do Grupo Artplan<br />
Divulgação<br />
Sergio Gordilho<br />
Segunda chance<br />
Quarentena sempre significou isolamento.<br />
Mas o conceito <strong>de</strong> isolamento<br />
não prevalece na era da digitalização.<br />
Estamos <strong>de</strong> quarentena, mas<br />
seguimos juntos graças às plataformas <strong>de</strong><br />
comunicação, que não param <strong>de</strong> evoluir. E<br />
juntos, digitalmente, estamos re<strong>de</strong>scobrindo<br />
o real valor do nosso trabalho.<br />
Os times das agências seguem mais<br />
próximos do que nunca, mas <strong>de</strong> formas<br />
diferentes. E esse diferente está fazendo<br />
a maior diferença. Há muito falamos da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar a nossa indústria.<br />
E, justiça seja feita, mudanças estavam<br />
em curso, mas talvez mais pela pressão <strong>de</strong><br />
fora do que <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro. Talvez mais lentamente<br />
do que a necessida<strong>de</strong> do mercado,<br />
do mundo.<br />
Não mais. Em poucas semanas <strong>de</strong> quarentena,<br />
estamos reapren<strong>de</strong>ndo a trabalhar,<br />
a criar, a entregar.<br />
O tremendo sucesso da nossa reputação<br />
criativa foi construído sob os alicerces da<br />
observação, da inspiração, da intuição e<br />
do mais puro suor do talento humano <strong>de</strong><br />
tantos gran<strong>de</strong>s criadores premiados, admirados<br />
e cobiçados pelo mundo. Nossa<br />
propaganda apren<strong>de</strong>u a entregar valor aos<br />
clientes e às marcas e era bem remunerada<br />
por esse trabalho fundamental. Um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócios que funcionava como uma máquina<br />
muito bem calibrada. Mas esquecemos<br />
que toda máquina, mesmo a criativa,<br />
precisa, <strong>de</strong> tempos em tempos, <strong>de</strong> atualizações<br />
e upgra<strong>de</strong>s.<br />
Este é o nosso dilema. Nossa indústria,<br />
até então uma máquina eficiente, foi ficando<br />
fria, repetitiva e acomodada. Quando<br />
todos sabemos que a força da nossa criativida<strong>de</strong><br />
necessita do impacto do frescor da<br />
originalida<strong>de</strong>.<br />
A evolução da comunicação já estava implodindo<br />
o mo<strong>de</strong>lo, mas essa terrível pan<strong>de</strong>mia<br />
acelerou o processo. E, por mais dolorosa<br />
que ela seja, é possível ver que toda<br />
essa <strong>de</strong>struição causada pelo vírus po<strong>de</strong>, no<br />
nosso setor, pavimentar <strong>de</strong> vez o caminho<br />
que já estávamos tentativamente trilhando.<br />
Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios estão sendo finalmente<br />
revistos em profundida<strong>de</strong>. Mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> trabalho também. O que não muda é a<br />
necessida<strong>de</strong> perene e atemporal <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>.<br />
E isso nós temos <strong>de</strong> sobra.<br />
Fora do ambiente físico da agência, mas<br />
totalmente <strong>de</strong>ntro do ambiente criativo e<br />
produtivo da agência, já conseguimos, cada<br />
um da sua tela, enxergar melhor os erros<br />
daquele mo<strong>de</strong>lo antigo. E os acertos também.<br />
Não existe caminho fácil. Existe caminho<br />
certo. E é certo que temos a chance <strong>de</strong><br />
acertar <strong>de</strong> novo. Temos a chance <strong>de</strong> voltar a<br />
sermos próximos, protagonistas, provocativos<br />
e ficarmos ainda mais produtivos.<br />
Assim, dos sombrios legados <strong>de</strong>ssa terrível<br />
pan<strong>de</strong>mia que abate a humanida<strong>de</strong>,<br />
Sergio Gordilho – Copresi<strong>de</strong>nte<br />
e CCO da Africa<br />
Divulgação<br />
pelo menos ela po<strong>de</strong> ter nos dado uma segunda<br />
chance. De voltarmos mais solidários,<br />
mais humanos. E, no nosso admirável<br />
mundo da propaganda, <strong>de</strong> entrarmos numa<br />
nova era <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>.<br />
68 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
prOpmark 55 aNOS<br />
Walter Zagari<br />
Agentes <strong>de</strong> um mundo melhor<br />
O<br />
mundo está <strong>de</strong> mudança! E qual o<br />
nosso papel nesse contexto? De reinvenção<br />
e <strong>de</strong> rea<strong>de</strong>quação aos novos<br />
tempos, seja em nossa vida pessoal ou<br />
profissional. De acordo com a história da<br />
humanida<strong>de</strong>, mudanças que levariam décadas<br />
ou anos para serem implementadas<br />
estão sendo a nós impostas numa velocida<strong>de</strong><br />
sem prece<strong>de</strong>ntes.<br />
Essa realida<strong>de</strong> nos faz repensar e nos impõe<br />
novas atitu<strong>de</strong>s, novos formatos <strong>de</strong> vida,<br />
novas formas <strong>de</strong> relacionamento e a adoção<br />
<strong>de</strong> novos princípios e valores. E, nesse<br />
contexto, qual é o papel das organizações,<br />
dos consumidores, do mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
e do governo? Os cidadãos, também<br />
consumidores, serão muito mais exigentes<br />
em relação à qualida<strong>de</strong> e à transparência <strong>de</strong><br />
tudo o que fará parte <strong>de</strong> suas vidas e ao impacto<br />
que terão no meio ambiente.<br />
Seja no consumo <strong>de</strong> uma informação,<br />
na aquisição <strong>de</strong> um produto ou serviço, da<br />
forma como serão impactados por uma propaganda<br />
ou então pela forma como serão<br />
governados. Após proximadamente quatro<br />
meses <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, vale uma retrospectiva<br />
dos nossos valores: somos os mesmos? O<br />
que mudamos? O que buscamos? Ficamos<br />
mais seletivos? Nos preocupamos mais com<br />
o próximo? Estamos preparados para encarar<br />
situações semelhantes a essa? São questões<br />
que nós, humanos, fazemos para testar<br />
o nosso nível <strong>de</strong> amadurecimento.<br />
Essa mesma reflexão vale para os diversos<br />
setores da economia. O que <strong>de</strong>verá ser<br />
feito pelas máquinas pública e privada para<br />
termos uma socieda<strong>de</strong> consciente, menos<br />
vulnerável e preparada para lidar com situações<br />
<strong>de</strong>sconhecidas? Que esse momento<br />
nos sirva <strong>de</strong> aprendizado e nos permita sermos<br />
agentes <strong>de</strong> um mundo melhor, preparados<br />
para lidar com adversida<strong>de</strong>s.<br />
Walter Zagari – vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
comercial do Grupo Record<br />
Divulgação<br />
Washington Olivetto<br />
As semanas <strong>de</strong> três dias<br />
A<br />
tragédia do coronavírus inventou a<br />
semana <strong>de</strong> três dias: ontem, hoje e<br />
amanhã. Nessas semanas mais curtas<br />
e mais tensas, fiz muitas coisas aqui<br />
em Londres. Cozinhei, lavei, passei. Bebi<br />
vinho, li muitos livros, me irritei com as<br />
notícias sobre a política brasileira, assisti<br />
diversos filmes e me emocionei com os documentários<br />
Quincy, sobre o Quincy Jones,<br />
e Birth of The Cool, sobre o Miles Davis.<br />
Escrevi coisas que não sei se vão servir<br />
para alguma coisa algum dia e criei podcasts<br />
que pretendo gravar até <strong>de</strong>zembro, se<br />
o mundo continuar existindo.<br />
Fora isso tudo, atendi a diversas solicitações<br />
da mídia brasileira. Dei entrevistas<br />
para o Fernando Scheller, do Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong><br />
Economia do Estadão; para Bruna Calmon,<br />
do Reclame; gravei o Provoca, da TV Cultura,<br />
com o Marcelo Tas; escrevi um artigo a<br />
pedido das meninas do Clube <strong>de</strong> Criação<br />
que acabou sendo reproduzido também no<br />
Brazil Journal, do Geraldo Samor; fiz uma<br />
live no Glamurama, da Joyce Pascowitch;<br />
respondi perguntas do Paulo Bonfá para<br />
o talk show Totalmente Excelente, não fugi<br />
das questões do Renato Pezzotti, do UOL,<br />
e do Paulo Macedo, do PROPMARK; discuti<br />
os efeitos dos adiamentos da final da Champions<br />
League, em Istambul; e das Olimpíadas<br />
<strong>de</strong> Tóquio, com o Lucas Bonini; e falei<br />
para o programa Empresários <strong>de</strong> Sucesso, da<br />
BandNews.<br />
Em todos esses momentos, convivi com<br />
uma mesma pergunta: o que vai acontecer<br />
com a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois da Covid-19?<br />
Procurei respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> acordo com a linguagem<br />
e as características <strong>de</strong> cada veículo.<br />
Acho que me saí bem. Mas existe algo que<br />
eu não contei pra ninguém anteriormente,<br />
mas conto para vocês agora.<br />
Nesses dias <strong>de</strong> quarentena, troquei i<strong>de</strong>ias<br />
por telefone com amigos que dirigem agências<br />
na Inglaterra e em outros países da Europa,<br />
e todos me disseram a mesma coisa.<br />
As agências tiveram muito trabalho nesse<br />
período, mas os clientes só quiseram falar<br />
com quem manda. Nada <strong>de</strong> segundos<br />
escalões. E a maioria dos clientes preferiu<br />
ser atendida pelos criativos.<br />
As conclusões que chegamos nessas conversas<br />
foram que, <strong>de</strong>pois do coronavírus, as<br />
agências vão diminuir <strong>de</strong> tamanho.<br />
Tanto no número <strong>de</strong> pessoas, quanto no<br />
espaço físico, porque os gran<strong>de</strong>s escritórios<br />
vão per<strong>de</strong>r a razão <strong>de</strong> ser, com as agências<br />
tendo menos gente contratada e mais gente<br />
trabalhando em casa.<br />
Washington Olivetto – direto<br />
<strong>de</strong> Londres<br />
Divulgação<br />
Por outro lado, dois tipos <strong>de</strong> profissionais<br />
saem valorizados <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia: os<br />
profissionais <strong>de</strong> criação e os profissionais<br />
<strong>de</strong> finanças.<br />
A razão é óbvia: os acionistas das agências<br />
vão fingir que o ano <strong>de</strong> <strong>2020</strong> não existiu,<br />
mas, em 2021, vão querer resultados.<br />
Coisa que só quem sabe criar o produto final<br />
e controlar o dinheiro é capaz <strong>de</strong> fazer.<br />
70 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Reinaldo Sordi<br />
Quem abraça a<br />
amiza<strong>de</strong>, acha a<br />
felicida<strong>de</strong><br />
Armando,<br />
a nossa homenagem aos 55 anos do Propmark<br />
Todo Mundo Precisa <strong>de</strong> Um Amigo,<br />
Vem cá, olha prá mim<br />
Que eu tenho por você a maior<br />
simpatia<br />
Vem cá, olha prá mim<br />
E acen<strong>de</strong> um sorriso na fisionomia<br />
Vem cá, eu te ensino a caminhar<br />
Prá ver sua vida melhorar<br />
Vem cá, junto <strong>de</strong> mim<br />
Presta muita atenção nisto que<br />
eu te digo<br />
Todo mundo precisa <strong>de</strong> um<br />
amigo<br />
Vem cá, olha prá mim<br />
Vem levar no peito a canção que<br />
eu estou cantando<br />
Vem cá, perto <strong>de</strong> mim<br />
Você vai notar que tudo já tá<br />
melhorando<br />
Vem cá, voa com os pés no chão<br />
Que eu quero alegrar seu coração<br />
Por isso volta a emoção<br />
E canta este refrão<br />
Todo mundo precisa <strong>de</strong> um<br />
amigo<br />
Quem abraça a amiza<strong>de</strong><br />
Acha a felicida<strong>de</strong><br />
Encontra o melhor <strong>de</strong>sta vida<br />
afastando o perigo<br />
Todo mundo precisa <strong>de</strong> um<br />
amigo<br />
Zé Rodrix<br />
Letra da música “Todo Mundo Precisa <strong>de</strong> Um Amigo”, criada pelo Zé Rodrix para o Clube dos 100 Amigos em 1998<br />
Alberto Niccoli<br />
Alceu Gandini<br />
Alfredo Luis dos Santos<br />
Álvaro Almeida<br />
Angelo Franzão<br />
Antoninho Rossini<br />
Antonio Calil Cury<br />
Antonio Toledano<br />
Armando Ferrentini<br />
Caio Barsotti<br />
Carlos Alberto Nanô<br />
Cicero Azevedo<br />
Cláudio Pereira<br />
Cláudio Santos<br />
Cláudio Venâncio<br />
Edney Narchi<br />
Eduardo Aidar<br />
Enio Vergeiro<br />
Francisco Carlos Marin<br />
Geraldo Leite<br />
Hiran Castelo Branco<br />
Ivan Marques<br />
João <strong>de</strong> Simoni<br />
José Alves<br />
José Carlos <strong>de</strong> Salles Neto<br />
José Francisco Queiroz<br />
José Luis Franchini<br />
José Mauricio Pires Alves<br />
Julio Cesar Ferreira<br />
Loy Barjas<br />
Luiz Casali<br />
Luiz Fernando Rios<br />
Luiz Lara<br />
Nelson Gomes<br />
Octavio Florisbal<br />
Orlando Marques<br />
Oscar Colucci<br />
Oscar Mattos<br />
Otto <strong>de</strong> Barros Vidal Jr<br />
Paulo Chueiri<br />
Paulo Gomes<br />
Paulo Gregoraci<br />
Persio Pisani<br />
Rafael Davini<br />
Renato Pereira<br />
Ricardo Côrte Real<br />
Sergio Dantino<br />
Silvio Fernan<strong>de</strong>s<br />
Toninho Izidoro<br />
Toninho Rosa<br />
Wagner Yoshihara
ProPMArk 55 ANoS<br />
Câmara <strong>de</strong> SP homenageará Armando<br />
Ferrentini com a Medalha Anchieta<br />
A<br />
comemoração dos 55 anos <strong>de</strong> existência do PROP-<br />
MARK é motivo <strong>de</strong> muita festivida<strong>de</strong>! Afinal, a ativida<strong>de</strong><br />
publicitária integra a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> crescimento<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento dos países <strong>de</strong> livre mercado. O<br />
que seria das indústrias e empresas sem canais para<br />
comunicar e divulgar o fruto dos seus esforços? Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>-meio, que opera como um elo promovendo<br />
e facilitando a comercialização <strong>de</strong> produtos e serviços. E mais, em<br />
todos os sentidos: aproximando famílias na realização dos seus<br />
sonhos <strong>de</strong> consumo. O PROPMARK nasceu para cumprir a função<br />
<strong>de</strong> projetar o relacionamento<br />
entre anunciantes, agências<br />
<strong>de</strong> propaganda, veículos <strong>de</strong><br />
comunicação, fornecedores e<br />
profissionais das diversas ativida<strong>de</strong>s<br />
do setor. Esse veículo,<br />
que agora comemora 55 anos,<br />
é fruto <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>alista combativo<br />
e ferrenho <strong>de</strong>fensor das<br />
relações entre a indústria da<br />
comunicação junto ao mercado<br />
consumidor. Advogado,<br />
publicitário e jornalista, Armando<br />
Ferrentini está sempre<br />
pronto para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as causas<br />
justas do setor.<br />
Foi <strong>de</strong>le a iniciativa pioneira<br />
<strong>de</strong> criar a coluna semanal, no<br />
Diário Popular, que se transformou<br />
no nosso PROPMARK,<br />
com vida própria. Armando<br />
venceu obstáculos e se dispôs<br />
a continuar batalhando para<br />
que a comunicação recebesse<br />
respeito e credibilida<strong>de</strong>. É<br />
por causa <strong>de</strong>ssa trajetória <strong>de</strong><br />
trabalho e realizações que Ferrentini,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado,<br />
já vinha sendo cogitado para<br />
receber a Medalha Anchieta,<br />
láurea oferecida pela Câmara<br />
Municipal para os filhos ilustres<br />
<strong>de</strong> São Paulo.<br />
Esta é uma edição especial<br />
comemorativa dos 55 anos do<br />
PROPMARK. Nas suas páginas<br />
o tema está narrado com<br />
precisão, dada a qualida<strong>de</strong><br />
editorial <strong>de</strong>ste semanário.<br />
Mas, como jornalista e ex-<br />
-diretor <strong>de</strong> redação do então Asterisco e mais tar<strong>de</strong> Propaganda<br />
& Marketing, circulando junto com a Gazeta Esportiva e <strong>de</strong>pois<br />
na Folha da Tar<strong>de</strong>, permito-me registrar lembranças e fatos sobre<br />
a figura <strong>de</strong> Armando Ferrentini. Aliás, tenho a impressão que<br />
posso até ser redundante porque nesta edição há manifestações<br />
<strong>de</strong> nomes importantes do mundo da comunicação sobre Ferrentini,<br />
com mais pertinência do que eu. A única diferença é que,<br />
ao longo <strong>de</strong> quatro décadas ou mais, tivemos uma convivência<br />
<strong>de</strong> cama e mesa. Cama, porque dormíamos pouco e trabalhávamos<br />
muito. Mesa, porque na <strong>de</strong>le se discutiam pautas, apuravam<br />
Antoninho Rossini, especial para o pRopmARk<br />
Armando Ferrentini, fundador do PROPMARK há 55 anos, dirige o jornal até os dias <strong>de</strong> hoje<br />
-se informações do mercado e planejava-se cada nova edição, semanalmente.<br />
Era tarefa <strong>de</strong> leão (o meu signo). A título <strong>de</strong> registro<br />
e confissão seguem apenas alguns exemplos <strong>de</strong>ssa tarefa: o atual<br />
governador João Doria, também ele profissional <strong>de</strong> marketing e<br />
jornalista, residia na Itália nos idos dos anos <strong>de</strong> 1970 e escrevia<br />
para o semanário. Sua coluna era uma das últimas a serem recebidas<br />
na redação e sempre problemáticas porque chegavam via<br />
telex (imagina só!) e com falhas datilográficas porque o teclado<br />
da máquina italiana tinha algumas incompatibilida<strong>de</strong>s com o do<br />
Brasil – as dúvidas eram esclarecidas via telefone, mesmo consi<strong>de</strong>rando-se<br />
o fuso horário.<br />
Outro exemplo: preparar a coluna<br />
do genial Carlito Maia, da<br />
inesquecível Agência Magaldi,<br />
Maia & Prosperi, era outra<br />
proeza a ser enfrentada regularmente.<br />
As i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Carlito<br />
Maia eram brilhantes, só que<br />
<strong>de</strong>mandava atenção redobrada<br />
para enten<strong>de</strong>r e retratar<br />
fielmente seu pensamento<br />
transformado em linhas impressas.<br />
Outra questão emblemática<br />
era a presença na<br />
redação, no 46º minuto do<br />
segundo tempo do fechamento<br />
da edição, <strong>de</strong> Oswaldo Castilho<br />
(já falecido). Na época,<br />
como diretor comercial, sua<br />
presença às sextas-feiras à<br />
noite na redação era indício<br />
<strong>de</strong> alguma emergência. Po<strong>de</strong>ria<br />
indicar que um anúncio<br />
entraria, ou, que algum “cairia”<br />
da edição em fechamento.<br />
Isso significava reformatar páginas<br />
inteiras... Nessas horas<br />
me estressava e fazia sentido.<br />
Eu, recém-saído da função <strong>de</strong><br />
repórter <strong>de</strong> polícia, fui cuidar<br />
<strong>de</strong> propaganda e marketing.<br />
No início não soava bem, mais<br />
para mim do que para o Armando,<br />
que insistia para que<br />
todos os meus cacoetes como<br />
sons <strong>de</strong> sirenas <strong>de</strong> viaturas<br />
policiais e <strong>de</strong> ambulâncias,<br />
tiroteios e entreveros <strong>de</strong> rua<br />
fossem <strong>de</strong>letados <strong>de</strong> vez da<br />
minha atenção. Havia época<br />
que tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar tudo para o alto e o fazia sem nenhum<br />
pudor! Ferrentini, <strong>de</strong> origem italiana como eu, mas, mais vivido<br />
no mundo dos negócios, dava tempo ao tempo – ele acreditava<br />
em mim e sabia acalmar a minha “fera” interior. O fato é que nessa<br />
nova função que ocupava não havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espreitar tiroteios<br />
e nem correr risco <strong>de</strong> bala perdida.<br />
Os anos foram se passando. Nossos filhos foram crescendo e nós<br />
fomos nos transformando. Ele, um chefe exigente até sexta-feira,<br />
quando o Ca<strong>de</strong>rno era finalizado e impresso. Depois, aos sábados<br />
e domingos, erámos (como somos até hoje) amigos. Saíamos com<br />
72 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
as nossas famílias para assistir a shows, jantares em restaurante<br />
da moda ou apenas comer pizza e tomar chope. Quanto a mim,<br />
não sei. Quanto ao Armando, este sim, é dotado <strong>de</strong> duas virtu<strong>de</strong>s<br />
distintas. Uma <strong>de</strong>las era e continua sendo a <strong>de</strong> trabalhar adoidado<br />
visando gerar resultados para o jornal, sem consi<strong>de</strong>rar nem tempo<br />
e nem espaço - um verda<strong>de</strong>iro furacão. A outra era a sua visão <strong>de</strong><br />
futuro. Ouvia relatos dos seus projetos, da sua batalha incansável<br />
em querer mais, produzir mais, enfim, enten<strong>de</strong>r melhor os fatos.<br />
Nesse mais <strong>de</strong> meio século <strong>de</strong> convivência sempre observei no<br />
Armando os eloquentes espíritos <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor e humanitário.<br />
Testemunhei algumas reuniões nas quais <strong>de</strong>fendia pessoas e<br />
causas com muita garra, simplesmente por acreditar nelas.<br />
Não tenho sombra <strong>de</strong> dúvida <strong>de</strong> que é <strong>de</strong>le a primazia <strong>de</strong> ter<br />
participado e estimulado, <strong>de</strong> forma pioneira, o Festival da Screen<br />
Advertising World Associação - Sawa, o atual Festival Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions, por um período realizado em<br />
Veneza e posteriormente transferido para Cannes, on<strong>de</strong> se encontra<br />
até hoje. Seus esforços e iniciativas ajudaram que o Brasil<br />
conquistasse a representativida<strong>de</strong> que tem junto ao mercado<br />
publicitário mundial. Acompanhei essa trajetória in loc durante<br />
anos seguidos. Para não ficar apenas com a minha impressão,<br />
eis o que disse, em longo <strong>de</strong>poimento no início dos anos <strong>de</strong> 1970,<br />
Luis Antonio Ribeiro Pinto, <strong>de</strong>legado brasileiro junto à Sawa: “O<br />
Ferrentini foi nosso companheiro e parceiro ininterruptamente<br />
(....). Acho que o Armando, mais<br />
do que ninguém, é o maior testemunho da nossa<br />
incansável trajetória durante 30 anos em Cannes,<br />
período em que vimos a publicida<strong>de</strong> brasileira ser<br />
elevada a nível internacional e estar entre as melhores<br />
do mundo”.<br />
Também é <strong>de</strong>le e <strong>de</strong> outros amigos, <strong>de</strong>ntre eles<br />
Elóy Simões, Cícero Silveira, Alberto Madia e Roberto<br />
Simões, a iniciativa <strong>de</strong> criar uma homenagem<br />
aos melhores da propaganda. Assim, nasceu a<br />
Associação Brasileira dos Colunistas <strong>de</strong> Marketing<br />
e Propaganda (Abracomp), que se transformou numa láurea <strong>de</strong>sejada<br />
por profissionais do mercado publicitário <strong>de</strong> todo o Brasil e já<br />
conta com décadas <strong>de</strong> existência. Por on<strong>de</strong> Armando passa <strong>de</strong>ixa<br />
a sua marca. Vi<strong>de</strong> seu apoio à Associação dos Profissionais <strong>de</strong> Propaganda<br />
(APP). O piano que se encontra numa das suas salas foi<br />
oferecido por ele, afora sua atuação sempre presente em reuniões<br />
e divulgação dos eventos da entida<strong>de</strong>. Que o diga o seu atual presi<strong>de</strong>nte,<br />
Ênio Vergeiro!<br />
O mesmo se po<strong>de</strong>ria dizer sobre os áureos tempos da Associação<br />
Brasileira dos Dirigentes <strong>de</strong> Venda do Brasil (ADVB), on<strong>de</strong> foi<br />
presi<strong>de</strong>nte. Ou, então, como interventor na Fe<strong>de</strong>ração Paulista <strong>de</strong><br />
Futebol por curto espaço <strong>de</strong> tempo, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sanear a<br />
entida<strong>de</strong> que passava por momentos críticos. Enfim, essas são as<br />
marcas do Armando<br />
MedAlhA ANChietA PArA FerreNtiNi<br />
Quem <strong>de</strong>screve melhor o perfil <strong>de</strong> Armando é o vereador e ex-<br />
-publicitário Dalton Silvano. Ele propôs e já foi aprovada pelos<br />
vereados da Câmara Municipal <strong>de</strong> São Paulo a homenagem <strong>de</strong> entrega<br />
da “Medalha Anchieta” a Armando Ferrentini. Essa comenda<br />
é entregue a pessoas nascidas em São Paulo, que promoveram<br />
realizações em favor da comunida<strong>de</strong> paulistana, em qualquer ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> interesse público. A solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega da comenda<br />
a Armando Ferrentini ocorrerá ainda este ano, em data a ser <strong>de</strong>finida<br />
pela Câmara Municipal.<br />
O vereador Dalton Silvano, justificou seu projeto <strong>de</strong> lei apresentando<br />
o seguinte argumento:<br />
“Armando Crisóstomo Ferrentini nasceu no dia 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />
1943, no bairro do Brás, filho <strong>de</strong> Armando Ferrentini e dona Ignez<br />
Panini Ferrentini. Formado em direito pela Universida<strong>de</strong> Mackenzie,<br />
sua vocação sempre esteve voltada à Comunicação Social.<br />
Tornou-se o primeiro jornalista da imprensa paulista especializado<br />
em marketing e propaganda. Apesar <strong>de</strong> sua formação acadêmica<br />
ser em direito, bacharelado pela Universida<strong>de</strong> Mackenzie, a<br />
vocação jornalística nasceu no antigo jornal Diário Popular.<br />
Em 1965, Armando Ferrentini, como é mais conhecido, estreava<br />
o Ca<strong>de</strong>rno Asteriscos no mesmo Diário Popular, com notícias voltadas<br />
exclusivamente ao mercado publicitário. Ainda na década<br />
<strong>de</strong> 1960, Ferrentini assumiu a diretoria comercial do mesmo Diário<br />
Popular e jamais abandonou sua veia jornalística pela publicida<strong>de</strong>.<br />
Juntamente com dois parceiros publicitários – Elóy Simões<br />
e Cícero Silveira –, Ferrentini criou o mais tradicional e importante<br />
troféu da Propaganda brasileira, em 1968, o Prêmio Colunistas,<br />
que, até hoje, <strong>de</strong>staca os melhores da publicida<strong>de</strong> nacional.<br />
Ferrentini foi repórter esportivo também e em 1966 cobriu a<br />
Copa do Mundo na Inglaterra. Palmeirense <strong>de</strong> berço, em 1971 assumiu<br />
a diretoria <strong>de</strong> propaganda da Socieda<strong>de</strong> Esportiva Palmeiras.<br />
Ainda na área <strong>de</strong> Esportes, foi interventor da Fe<strong>de</strong>ração Paulista<br />
<strong>de</strong> Futebol em 1979.<br />
Naquele mesmo ano, Armando Ferrentini assumiu a presidência<br />
da ADVB (Associação dos Dirigentes <strong>de</strong> Vendas do Brasil). Em<br />
sua trajetória profissional e empresarial, criou a Editora Referência<br />
(on<strong>de</strong> é sócio majoritário) responsável pelas revistas Propaganda,<br />
Marketing e pelo Ca<strong>de</strong>rno Propaganda & Marketing, hoje<br />
<strong>de</strong>nominado PROPMARK.<br />
Ferrentini foi pioneiro também na criação <strong>de</strong> instituições importantes<br />
do mercado publicitário, como o Prêmio Marketing<br />
Best, a Semana Internacional <strong>de</strong> Criação, o Prêmio Veículos <strong>de</strong> Comunicação<br />
e fundou a ainda a Associação Brasileira dos Colunistas<br />
<strong>de</strong> Marketing e Propaganda (Abracomp).<br />
Sua trajetória <strong>de</strong> trabalho inclui também o ensino universitário.<br />
Palestrante voluntário sobre o que mais conhece na vida profissional.<br />
Armando Ferrentini é, ainda, presi<strong>de</strong>nte do Conselho Deliberativo<br />
da ESPM.<br />
Indiscutível a contribuição profissional, social e<br />
“sempre observei<br />
no ArmAndo<br />
os eloquentes<br />
espíritos <strong>de</strong><br />
empreen<strong>de</strong>dor e<br />
humAnitário”<br />
<strong>de</strong> vanguarda <strong>de</strong>sse jornalista ao fortalecimento e<br />
engran<strong>de</strong>cimento da propaganda brasileira, inclusive<br />
em nível internacional com apoio e cobertura<br />
ininterruptas há mais <strong>de</strong> três décadas do principal<br />
festival internacional da propaganda, o Festival <strong>de</strong><br />
Cannes, realizado anualmente na França.<br />
Inquestionável também a contribuição <strong>de</strong> Armando<br />
Ferrentini para o negócio da propaganda<br />
paulista, que <strong>de</strong>tém hoje mais <strong>de</strong> 70% das verbas<br />
publicitárias do país e on<strong>de</strong> se concentram as<br />
maiores e melhores agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Brasil, muitas originárias<br />
<strong>de</strong> jovens que tiveram incentivo e apoio <strong>de</strong>sse jornalista e<br />
dos veículos especializados que edita e dirige até hoje.<br />
A história <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>dicação, respeito e <strong>de</strong>fesa da propaganda<br />
paulistana, paulista e brasileira justificam esta nossa propositura<br />
em homenagem a um dos gran<strong>de</strong>s filhos <strong>de</strong>sta nossa cida<strong>de</strong> por<br />
tudo que tem feito por ela e por uma gama imensa <strong>de</strong> trabalhadores<br />
que fazem da propaganda <strong>de</strong> São Paulo uma das melhores do<br />
mundo.”<br />
Confira na página a seguir as manifestações <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />
da indústria da comunicação sobre os 55 anos do PROPMARK.<br />
Divulgação<br />
Dalton Silvano: “Ferrentini jamais abandonou sua veia jornalística pela publicida<strong>de</strong>”<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 73
ProPMArk 55 ANoS<br />
atuação do jornalista<br />
“A Armando Ferrentini<br />
em 55 anos ininterruptos <strong>de</strong><br />
publicação do PROPMARK<br />
não tem paralelo na imprensa<br />
nacional. Neste espaço<br />
jornalístico e empresarial,<br />
Armando conquistou o respeito e<br />
a admiração do mercado, pois, além <strong>de</strong><br />
acompanhar todas as transformações<br />
da nossa indústria da comunicação,<br />
<strong>de</strong>senvolveu as principais premiações <strong>de</strong><br />
reconhecimento do talento e melhores<br />
práticas da publicida<strong>de</strong>. Nesse contexto<br />
assumiu ainda <strong>de</strong>stacado papel à frente<br />
do Conselho Deliberativo da ESPM, que se<br />
tornou uma referência internacional na<br />
preparação <strong>de</strong> profissionais em todas as<br />
áreas do setor. Armando Ferrentini merece<br />
essa justa homenagem”.<br />
João Saad - presi<strong>de</strong>nte do Grupo Ban<strong>de</strong>irantes.<br />
uito bom po<strong>de</strong>r<br />
“Mcomemorar os 55<br />
anos <strong>de</strong> um veículo tão<br />
importante para o mercado<br />
publicitário. Quando leio os<br />
editoriais assinados pelo nosso<br />
querido Armando Ferrentini,<br />
que consi<strong>de</strong>ro ser um gentleman,<br />
vejo quanta experiência ele e sua equipe<br />
acumularam ao longo do tempo. Não seria<br />
nada fácil manter um veículo relevante por<br />
tanto tempo, não fosse a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus<br />
profissionais e uma li<strong>de</strong>rança forte. Temos<br />
muita gratidão por tudo que produziram,<br />
pela influência positiva que exercem e <strong>de</strong>sejo<br />
que continuem vivos e vencendo todas as<br />
barreiras e <strong>de</strong>safios que este país nos impõe!<br />
Parabéns querido Armando e equipe,<br />
celebrem muito essa data!”.<br />
José rS Maciel – Vice-presi<strong>de</strong>nte do SBT<br />
NJ)<br />
rmando Ferrentini é o<br />
“A documentarista <strong>de</strong> tudo<br />
que aconteceu no mercado<br />
brasileiro <strong>de</strong> comunicação<br />
através <strong>de</strong> seu PROPMARK,<br />
condutor e incentivador <strong>de</strong><br />
todas as boas iniciativas e<br />
melhores práticas que nosso tra<strong>de</strong><br />
exigiu. Armando, diga-se, sempre esteve à<br />
frente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s iniciativas e entida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> classe, particularmente a APP Brasil,<br />
on<strong>de</strong> é associado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963 e, sempre,<br />
generosa e gratuitamente, abriu espaço<br />
para a divulgação do propósito da entida<strong>de</strong>.<br />
É um enorme privilégio para mim estar ao<br />
lado <strong>de</strong>le, que o tenho como exemplo <strong>de</strong><br />
profissional ético”.<br />
Ênio Vergeiro - presi<strong>de</strong>nte da APP<br />
e CEO da Q&A<br />
ão é qualquer mercado<br />
“Nque po<strong>de</strong> ter um<br />
Armando Ferrentini em<br />
atuação por 55 anos. Um<br />
privilégio da propaganda<br />
brasileira. Como publicitário<br />
sempre tive no PROPMARK uma fonte<br />
importante <strong>de</strong> informação e atualização.<br />
Enquanto estive na presidência da Fenapro<br />
e, agora, na presidência da CNCom, pu<strong>de</strong><br />
perceber que é mais que isso: o Armando,<br />
suas publicações e artigos são ferramentas<br />
po<strong>de</strong>rosas para <strong>de</strong>fesa, discussão e evolução<br />
<strong>de</strong> nosso negócio”.<br />
Gláucio Bin<strong>de</strong>r - presi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional <strong>de</strong> Comunicação Social e sócio da<br />
agência Bin<strong>de</strong>r<br />
uma gran<strong>de</strong> alegria<br />
“É po<strong>de</strong>r homenagear<br />
este mestre <strong>de</strong> todos nós,<br />
cuja atuação ao longo<br />
dos anos reconheceu e<br />
transformou, <strong>de</strong> forma<br />
sempre generosa, a realida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> tantos profissionais <strong>de</strong> nosso<br />
ecossistema, por meio <strong>de</strong> uma cobertura<br />
exemplar e comprometida com a verda<strong>de</strong>, e<br />
<strong>de</strong> prêmios como Marketing Best, Marketing<br />
Citzen e outros. São 55 anos <strong>de</strong> tradição,<br />
ética, respeito ao público e a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> representar, <strong>de</strong> forma transparente e<br />
justa, o impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marketing<br />
na socieda<strong>de</strong> e nos negócios. Obrigada,<br />
Armando Ferrentini, por trazer em seu<br />
DNA à história da propaganda e marketing<br />
no Brasil, e por empregá-la a favor do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da nossa ativida<strong>de</strong>, do<br />
nosso mercado e do nosso país”.<br />
Sandra Martinelli - presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />
m nome do<br />
“EGAN – Grupo <strong>de</strong><br />
Atendimentos e Negócios,<br />
quero <strong>de</strong>sejar feliz<br />
aniversário para uma das<br />
pessoas mais importantes<br />
do nosso mercado: Armando<br />
Ferrentini. O Armando Ferrentini<br />
inspira gerações com o propósito da<br />
boa comunicação. Boa comunicação e<br />
informação relevante, com assuntos tão<br />
necessários no contexto em que estamos<br />
vivendo. Obrigada, Armando. Parabéns!”.<br />
Cris Pereira - Chief business officer da<br />
SunsetDDB e presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong><br />
Atendimento e Negócio<br />
ntre tantos jornalistas<br />
“Eimportantes e<br />
comprometidos com o<br />
ofício <strong>de</strong> bem informar<br />
que conhecemos, um <strong>de</strong>les<br />
vem narrando há mais <strong>de</strong><br />
meio século a história da<br />
publicida<strong>de</strong> e do marketing,<br />
suas glórias e <strong>de</strong>sditas. Trata-se <strong>de</strong> um<br />
jovem repórter, atento, sagaz e boa gente,<br />
que acumula essas funções com as <strong>de</strong> um<br />
veterano publisher, equilibrado, responsável<br />
e imune às tentações <strong>de</strong> competir, em termos<br />
<strong>de</strong> letalida<strong>de</strong>, com a gran<strong>de</strong> imprensa.<br />
Seu veículo conseguiu granjear prestígio e<br />
conquistar credibilida<strong>de</strong>, sem dissimular<br />
a condição <strong>de</strong> pertencer ao tra<strong>de</strong> que<br />
<strong>de</strong>scortina, critica e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>. Parabéns e<br />
obrigado, Armando Ferrentini. Você é nossa<br />
fonte – não na acepção jornalística do termo<br />
–, mas em seu sentido figurado: manancial<br />
on<strong>de</strong> o mercado publicitário sacia a se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
informação”.<br />
Gilberto leifert - sócio-diretor da Freeman<br />
Comunicação e ex-presi<strong>de</strong>nte do Conar<br />
anos ininterruptos<br />
“55 <strong>de</strong> publicação,<br />
do hoje PROPMARK.<br />
Somente um guerreiro<br />
obcecado e entusiasta<br />
<strong>de</strong> nosso mercado <strong>de</strong><br />
comunicação como o<br />
Armando para realizar esse feito.<br />
Empreen<strong>de</strong>dor, profissional e um gran<strong>de</strong><br />
entusiasta <strong>de</strong> nosso ofício!<br />
Salve Armando!!!”.<br />
roberto Mesquita - presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
do Grupo O Estado <strong>de</strong> S.Paulo<br />
rmando Ferrentini<br />
“A é uma das maiores<br />
referências do que a paixão<br />
por um ofício po<strong>de</strong> fazer.<br />
E o quanto isso po<strong>de</strong><br />
contagiar todos a sua volta<br />
e legiões <strong>de</strong> jovens que estão<br />
todos os dias <strong>de</strong>cidindo o que<br />
querem fazer <strong>de</strong> suas vidas profissionais.<br />
Um abração, parabéns, e muito obrigado<br />
pelos seus 55 anos ininterruptos à frente do<br />
PROPMARK!”.<br />
Márcio oliveira - Head of client services e<br />
business <strong>de</strong>velopment – R/GA<br />
história da<br />
“A propaganda no Brasil<br />
não existiria sem a figura do<br />
Armando Ferrentini e seu<br />
PROPMARK! São 55 anos <strong>de</strong><br />
batalha, incansáveis, para<br />
que nosso mercado atingisse o<br />
nível <strong>de</strong> excelência profissional,<br />
criativa e técnica, que se tornou a nossa<br />
profissão! Parabéns Armandão. Avante<br />
Palestra!”.<br />
duílio Malfatti - diretor <strong>de</strong> marketing do<br />
Governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />
alar o que do<br />
“FArmando?<br />
Enciclopédia da<br />
propaganda, gran<strong>de</strong><br />
contador <strong>de</strong> histórias do<br />
setor, produzindo leitura<br />
obrigatória do segmento há<br />
mais <strong>de</strong> meio século. Que a vida<br />
lhe dê outros 55 anos felizes e saudáveis,<br />
realizando, realizando e realizando”.<br />
Antônio Fadiga - CEO da agência Artplan<br />
ão posso <strong>de</strong>ixar<br />
“N<strong>de</strong> homenagear<br />
o gran<strong>de</strong> jornalista<br />
Armando Ferrentini,<br />
principalmente agora<br />
que tantos colegas seus<br />
estão sofrendo “bullying”. O<br />
Ferrentini encarna o jornalismo<br />
em sua forma mais raiz — o lobo solitário<br />
que começou pequeno, enfrentando<br />
preconceitos e foi crescendo através <strong>de</strong> seu<br />
texto que exaltava os bons e fustigava os<br />
maus. Ferrentini também usou seu talento<br />
<strong>de</strong> escrever para fazer crescer eventos<br />
profissionais. Ao Armando, apesar <strong>de</strong> sua<br />
indiscutível origem italiana, as coisas nunca<br />
terminam em pizza”.<br />
roberto duailibi - fundador da DPZ<br />
74 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
PROPMARK 55 ANOS<br />
Fotos: Divulgação e Reprodução<br />
Frame da campanha 100, criada pela F/Nazca Saatchi & Saatchi, que com esse trabalho para a Leica assegurou o primeiro Grand Prix da área Film Lions <strong>de</strong> Cannes para o Brasil<br />
Criativida<strong>de</strong> faz a diferença para<br />
sucesso da propaganda brasileira<br />
Nomes do passado pavimentaram caminho para profissionais como<br />
Nizan Guanaes, Marcello Serpa, Joanna Monteiro e Washington Olivetto<br />
Paulo Macedo<br />
Para um veículo <strong>de</strong> comunicação<br />
chegar ao ano 55 significa<br />
que teve a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escrever a partir do marco<br />
zero a sua trajetória com informação.<br />
Ter o privilégio <strong>de</strong><br />
acompanhar a evolução da publicida<strong>de</strong><br />
brasileira e dar voz<br />
aos profissionais que atuam no<br />
segmento e aperfeiçoam a ativida<strong>de</strong><br />
é um ativo que o PROP-<br />
MARK carrega na sua essência.<br />
O primeiro passo foi a coluna<br />
Asteriscos, assinada por Armando<br />
Ferrentini, no extinto<br />
Diário Popular. Nesse ano <strong>de</strong><br />
1965 foi lançada a TV Globo, no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, e sancionada<br />
a Lei 4.680, que reconheceu a<br />
publicida<strong>de</strong> como negócio. O<br />
ambiente legal permeou todo<br />
esse período, como a implantação<br />
do Conar, em 1980, para dar<br />
atenção à ética <strong>de</strong> conteúdo.<br />
E do Cenp, do compliance comercial.<br />
Mas é a criativida<strong>de</strong> que dá o<br />
tom <strong>de</strong>sse período à propaganda<br />
do país, que é a ferramenta<br />
Primeiro Sutiã é um dos trabalhos mais marcantes da carreira <strong>de</strong> Washington Olivetto<br />
“Foram premiadas<br />
campanhas que<br />
apostam na<br />
criativida<strong>de</strong>”<br />
do marketing que ativa a performance<br />
<strong>de</strong> marcas, produtos<br />
e serviços. A simplicida<strong>de</strong> dos<br />
anúncios e filmes fez frente às<br />
gran<strong>de</strong>s produções globais. O<br />
Festival <strong>de</strong> Cannes serviu <strong>de</strong><br />
parâmetro para a qualida<strong>de</strong> da<br />
produção nacional. Ferrentini<br />
passou a cobrir o evento no início<br />
dos anos 1970. Os três primeiros<br />
Leões foram conquistados<br />
em 1971: um <strong>de</strong> prata com<br />
o comercial O Nobre, da agência<br />
Ribeiro/Mihanovitch para a<br />
Swift; Overturn, da Lince para a<br />
Cofap; e The Big Class of Satisfaction,<br />
da Hot Shop para a Lacta.<br />
Ferrentini era o único jornalista<br />
brasileiro presente.<br />
A premiação foi divisora <strong>de</strong><br />
águas. A partir <strong>de</strong> então o mercado<br />
brasileiro ganhou <strong>de</strong>staque<br />
e passou a estar no radar<br />
dos gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> comunicação.<br />
Alex Periscinoto, que era<br />
sócio da Almap, foi o primeiro<br />
jurado brasileiro do Festival<br />
Internacional do Filme Publicitário,<br />
hoje Cannes Lions, em<br />
1973. Repetiu a dose em 1974,<br />
ano que o país ganhou o primeiro<br />
Leão <strong>de</strong> ouro com o filme<br />
Homem com mais <strong>de</strong> quarenta<br />
anos, da DPZ para o CNP (Conselho<br />
Nacional <strong>de</strong> Propaganda),<br />
criação conjunta <strong>de</strong> Francesc<br />
Petit e Washington Olivetto.<br />
O Palais <strong>de</strong>s Festivals <strong>de</strong><br />
Cannes viu Olivetto receber no<br />
seu palco principal mais <strong>de</strong> 50<br />
Leões. Entre eles com o filme<br />
76 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Hitler, para a Folha <strong>de</strong> S.Paulo,<br />
e Primeiro Sutiã, para a Valisère.<br />
Olivetto absorveu o conceito<br />
da criativida<strong>de</strong> como asset<br />
<strong>de</strong> diferenciação. E foi benchmark.<br />
Sua opção garantiu que<br />
a i<strong>de</strong>ia fosse protagonista. As<br />
ações longevas da W/Brasil para<br />
Bombril, Unibanco e Cofap, por<br />
exemplo, endossam o código<br />
51, o da boa i<strong>de</strong>ia.<br />
A a<strong>de</strong>são das agências brasileiras<br />
à criativida<strong>de</strong> vai além<br />
da necessida<strong>de</strong> da oferta <strong>de</strong> um<br />
produto diferenciador. Ela é<br />
uma característica. Na década<br />
<strong>de</strong> 1920, as Casas Pernambucanas<br />
fazia ativações nos cinemas<br />
e na porteira das fazendas.<br />
Abraão Medina plantou a semente<br />
do live marketing na década<br />
<strong>de</strong> 1960 com a <strong>de</strong>coração<br />
patrocinada do Carnaval carioca.<br />
E influenciou a Artplan, do<br />
seu filho Roberto Medina, a ter<br />
o primeiro evento-proprietário<br />
nacional: o Rock in Rio. A<br />
agência também criou a árvore<br />
instalada na Lagoa Rodrigo <strong>de</strong><br />
Freitas, no Rio, com chancela<br />
original do Bra<strong>de</strong>sco. Se o projeto<br />
tivesse sido inscrito em<br />
Cannes com o <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong><br />
Fearless po<strong>de</strong>ria ter conquistado<br />
prêmios importantes.<br />
A geração <strong>de</strong> Olivetto, Nizan<br />
Guanaes, Marcello Serpa, Fabio<br />
Fernan<strong>de</strong>s, Alexandre Gama,<br />
Ana Carmem Longobardi, João<br />
Daniel Tikhomiroff, Neil Ferreira,<br />
Erh Ray e José Henrique<br />
Borghi sedimentou <strong>de</strong>finitivamente<br />
o caminho para a criativida<strong>de</strong><br />
multidisciplinar contemplada<br />
pelas novas gerações.<br />
Por exemplo, Anselmo Ramos,<br />
hoje sócio da Gut, li<strong>de</strong>rou a<br />
equipe que construiu o case<br />
Retratos da Real Beleza, para<br />
Dove, que ajudou a Ogilvy Brasil<br />
a ganhar o prêmio <strong>de</strong> Agência<br />
do Ano no Cannes Lions<br />
<strong>de</strong> 2013. A dupla que <strong>de</strong>senvolveu<br />
a ação foi Hugo Veiga e<br />
Diego Machado, hoje gestores<br />
Fotos: Divulgação e Reprodução<br />
A premiada campanha Retratos da Real Beleza, da Ogilvy para Dove, teve criação da dupla criativa Diego Machado e Hugo Veiga<br />
da AKQA, que fez barulho em<br />
Cannes/2019 com a conquista<br />
do GP <strong>de</strong> Entertainment for<br />
Music com o case Bluesman,<br />
para Baco Exu do Blues. E Joanna<br />
Monteiro, que com o GP <strong>de</strong><br />
Mobile para Nivea com Anúncio<br />
Protetor, e 17 Leões em 2014,<br />
estabeleceu um novo patamar<br />
para a FCB Brasil.<br />
Além da Ogilvy, a F/Nazca<br />
S&S, a AlmapBBDO e a DM9 foram<br />
distinguidas como Agência<br />
do Ano em Cannes. A F/Nazca<br />
também ganhou o primeiro GP<br />
da área Film Lions com o documentário<br />
Leica 100, criação <strong>de</strong><br />
Edu Lima e Fábio Fernan<strong>de</strong>s,<br />
com colaboração direta dos diretores<br />
Jones + Tino, da Stink.<br />
Mas Guanaes e Serpa (à época<br />
na DM9) fizeram história com<br />
o anúncio Umbigo, para o Guaraná<br />
Antarctica, eleito pelo júri<br />
para o GP <strong>de</strong> Press em 1993.<br />
Na AlmapBBDO, Luiz Sanches<br />
<strong>de</strong>u sequência ao trabalho<br />
iniciado por Periscinoto e<br />
Serpa. Sanches foi o CCO da<br />
campanha Endless Stories, para<br />
Getty Images, Leão <strong>de</strong> ouro em<br />
2018, ano que foi presi<strong>de</strong>nte do<br />
júri <strong>de</strong> filme. “Foram premiadas<br />
campanhas que apostam na<br />
“É a nossa<br />
geração <strong>de</strong> ouro,<br />
que por sua vez<br />
teve caminho<br />
pavimentado pelos<br />
pioneiros ”<br />
criativida<strong>de</strong>, que mostram ser<br />
possível ter conteúdo inovador<br />
e impactante”, disse Sanches<br />
na coletiva oficial do Cannes<br />
Lions. A AlmapBBDO, além dos<br />
prêmios, <strong>de</strong>senvolveu cases<br />
como o <strong>de</strong> Havaianas, que se<br />
tornou marca internacional no<br />
país das commodities.<br />
O elenco <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s nomes<br />
da publicida<strong>de</strong> brasileira é extenso.<br />
Marcio Moreira abriu<br />
as portas para o exterior como<br />
CCO global da McCann Erickson,<br />
hoje comum para os brasileiros<br />
como PJ Pereira, da Pereira<br />
& O’Dell, que obteve três<br />
GPs em Cannes com o projeto<br />
The Beauty Insi<strong>de</strong>, para Intel/<br />
Toshiba.<br />
Bonita camisa, Fernandinho,<br />
título da campanha da Talent<br />
para a US Top, é um exemplo<br />
<strong>de</strong>ssa simplicida<strong>de</strong> que inspira.<br />
Até hoje. O publicitário Gustavo<br />
Bastos, filho <strong>de</strong>ssa geração e<br />
CCO da 11:21, afirma: “É a nossa<br />
geração <strong>de</strong> ouro, que por sua<br />
vez teve caminho pavimentado<br />
pelos pioneiros Luiz Macedo,<br />
Petrônio Correia, Geraldo Alonso,<br />
Roberto Duailibi, Francesc<br />
Petit, Jose Zaragoza e Caio Domingues”,<br />
finalizou.<br />
Havaianas ganhou projeção no mercado internacional com trabalho da AlmapBBDO<br />
Sutileza da campanha umbigo, para o Guaraná Antarctica Diet, impressionou Cannes<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 77
Mercado<br />
Magalu, Netflix e iFood são as marcas<br />
mais transformadoras na pan<strong>de</strong>mia<br />
Estudo da HSR Specialist Researchers avaliou quesitos como relevância,<br />
visibilida<strong>de</strong>, inovação, power of voice e ações voltadas à socieda<strong>de</strong><br />
FELIPE TURLÃO<br />
Diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
testemunharmos mudanças<br />
radicais <strong>de</strong> comportamento<br />
dos consumidores por conta da<br />
pan<strong>de</strong>mia, a HSR Specialist Researchers<br />
tem realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
24 <strong>de</strong> março a série <strong>de</strong> pesquisas<br />
Marcas Transformadoras,<br />
com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />
as empresas mais capazes <strong>de</strong><br />
construir relevância para o consumidor<br />
e a força <strong>de</strong>sse ativo no<br />
longo prazo.<br />
Até o momento, já foram realizadas<br />
18 mil entrevistas, em<br />
<strong>de</strong>z medições semanais, com<br />
pessoas das classes A, B e C em<br />
todas as regiões do Brasil. A li<strong>de</strong>rança<br />
cabe à Magazine Luiza,<br />
com um índice <strong>de</strong> transformação<br />
médio <strong>de</strong> 241 - em escala<br />
que vai até 300. Na sequência<br />
estão Netflix (233) e iFood (171)<br />
- veja ranking na página ao lado.<br />
O indicador foi <strong>de</strong>senvolvido<br />
a partir <strong>de</strong> atributos <strong>de</strong> imagem<br />
que buscam alinhar a relevância<br />
<strong>de</strong> cada marca, visibilida<strong>de</strong><br />
e power of voice nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Alguns dos critérios<br />
envolvem, por exemplo, se as<br />
marcas fizeram ações voltadas à<br />
socieda<strong>de</strong>, se investiram na segurança<br />
<strong>de</strong> seus consumidores<br />
e funcionários, se oferecem soluções<br />
diferenciadas ou se inovaram<br />
no período <strong>de</strong> crise, além<br />
<strong>de</strong> terem sido justas e éticas em<br />
suas relações.<br />
“Quando começamos esse<br />
levantamento era um ranking<br />
<strong>de</strong> lembrança <strong>de</strong> marcas que<br />
se <strong>de</strong>stacam nesse momento<br />
<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Mas enten<strong>de</strong>mos<br />
que po<strong>de</strong>ríamos ter um<br />
indicador mais po<strong>de</strong>roso, que<br />
era essa construção <strong>de</strong> marca<br />
transformadora. A lembrança<br />
está incluída, mas também buscamos<br />
atributos alinhados com<br />
a transformação e a inovação,<br />
além <strong>de</strong> ações para socieda<strong>de</strong>,<br />
que agregam valor”, explica Valéria<br />
Rodrigues, sócia-diretora<br />
da HSR Specialist Researchers.<br />
Segundo ela, o indicador<br />
Valeria Rodrigues: “Buscamos atributos alinhados com a transformação e a inovação”<br />
Marcas Transformadoras seguirá<br />
existindo após o fim da<br />
pan<strong>de</strong>mia. “As marcas precisam<br />
estar preparadas, pois vai surgir<br />
um outro consumidor, mais<br />
exigente em relação à postura<br />
<strong>de</strong>las. Essas empresas, <strong>de</strong> alguma<br />
maneira, estão agindo <strong>de</strong><br />
forma consistente em todo seu<br />
ecossistema, com consumidores,<br />
fornecedores, funcionários<br />
e socieda<strong>de</strong>. Até agora, vimos<br />
marcas muito focadas no indivíduo<br />
e todas suas ações eram<br />
voltadas a eles enquanto consumidores.<br />
Isso não vai mais bastar.<br />
Essa nova forma <strong>de</strong> se encarar<br />
as marcas po<strong>de</strong> nos abrir<br />
a palavra sustentabilida<strong>de</strong> para<br />
uma compreensão mais ampla”,<br />
avalia. Outro componente<br />
essencial para o futuro das<br />
empresas é inovação. “Estamos<br />
sendo colocados em posições<br />
<strong>de</strong> repensar negócios, formas<br />
como compramos e como nos<br />
“até agora,<br />
vimos marcas<br />
muito focadas<br />
no indivíduo”<br />
relacionamos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa”,<br />
<strong>de</strong>staca Valeria.<br />
Lí<strong>de</strong>res<br />
Tanto Magazine Luiza como<br />
Netflix se consolidaram com<br />
uma distância <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 60<br />
pontos em relação ao terceiro<br />
lugar, o que <strong>de</strong>monstra a consistência<br />
em ambas as gestões<br />
<strong>de</strong> marca ao longo <strong>de</strong> suas existências,<br />
segundo a HSR. “Fomos<br />
investigar e percebemos que a<br />
Magazine Luiza, logo no começo<br />
da pan<strong>de</strong>mia, passou a ter<br />
ações que se preocupavam com<br />
todo o ecossistema, com consu-<br />
Fotos: Divulgação e Unsplash<br />
midor, funcionários, comunida<strong>de</strong>.<br />
Foram ações robustas como<br />
abrir a plataforma para pequeno<br />
comerciante e autônomos fazerem<br />
suas vendas, campanhas<br />
contra violência doméstica ou<br />
colocar a Luiza Trajano à frente<br />
como porta-voz, e li<strong>de</strong>rança faz<br />
diferença. Sem contar que as<br />
ações não são <strong>de</strong> empresa oportunista<br />
que faz isso apenas para<br />
ganhar visibilida<strong>de</strong>, mas que<br />
tem como parte do DNA”, diz a<br />
executiva.<br />
Netflix e iFood ficaram na<br />
segunda e terceira colocação,<br />
respectivamente, sendo que as<br />
ações das marcas estão inseridas<br />
no cotidiano das pessoas,<br />
cujos serviços ganharam muita<br />
relevância durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
- entretenimento indoor e serviços<br />
<strong>de</strong> entrega.<br />
A Netflix teve maior <strong>de</strong>staque<br />
entre os jovens, já que<br />
é uma marca conhecida por<br />
78 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
comunicar-se nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
com uma persona que utiliza<br />
ironia, bom humor e transparência.<br />
“Eles atuaram bem<br />
em diversas frentes. Tiveram<br />
iniciativas como fundo para<br />
o setor audiovisual, em US$ 5<br />
milhões. Ganharam também<br />
muita pontuação pela forma<br />
que atuaram nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
como no caso em que fizeram<br />
uma série <strong>de</strong> tweets com a linguagem<br />
humana habitual que<br />
eles têm para indicar séries e<br />
filmes da concorrência. Isso é<br />
positivo, pois mostra que eles<br />
estão cuidando dos consumidores.<br />
Também passaram a informar<br />
que alguns aspectos das<br />
produções po<strong>de</strong>riam ter atraso<br />
para preservar a saú<strong>de</strong> dos dubladores”,<br />
explicou Valéria.<br />
“Netflix realizou ajustes na<br />
qualida<strong>de</strong> da transmissão para<br />
não sobrecarregar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
internet em um momento em<br />
que muitas pessoas estão usando<br />
ao mesmo tempo. Assim<br />
po<strong>de</strong> continuar a oferecer uma<br />
boa experiência para o usuário,<br />
evitando quedas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong><br />
e travamento nos filmes”, lembra<br />
Karina Milaré, sócia-diretora<br />
da HSR.<br />
as 10 Marcas Mais traNsForMadoras<br />
Posição íNdice eMPresa<br />
1º 241 Magazine Luiza<br />
2º 233 Netflix<br />
3º 170 iFood<br />
4º 163 Natura<br />
5º <strong>15</strong>1 Ambev<br />
6º 147 O Boticário<br />
7º 144 Nestlé<br />
8º 134 Lojas Americanas<br />
9º 126 Mercado Livre<br />
10º 124 Samsung<br />
“ifood foi uma das<br />
primeiras marcas<br />
a terem ações na<br />
tv mostrando<br />
precaução<br />
com seus<br />
stakehol<strong>de</strong>rs”<br />
Fonte: HSR Specialist Researchers<br />
“Já iFood foi uma das primeiras<br />
marcas a terem ações<br />
na TV mostrando precaução<br />
com seus stakehol<strong>de</strong>rs, com a<br />
proteção ao consumidor e entregador.<br />
E ações para pequenos<br />
restaurantes, para manter<br />
o ecossistema funcionando.<br />
Eles foram rápidos e isso ficou<br />
na cabeça das pessoas”,<br />
avalia. Segundo a HSR, uma<br />
das iniciativas da empresa que<br />
contou pontos foi comunicar o<br />
fundo <strong>de</strong> auxílio aos pequenos<br />
restaurantes, incentivando o<br />
consumo <strong>de</strong> bairro. A propaganda<br />
recente da empresa<br />
mostra todo o ecossistema <strong>de</strong><br />
seu negócio, com uso <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
no processo e ações <strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong>. “Uma entrega<br />
leva a outra. Por isso, a nossa<br />
entrega será continuar pensando<br />
formas para que todos se<br />
entreguem ainda mais”.<br />
As marcas mais bem pontuadas<br />
conquistaram índices muito<br />
altos em inovação e soluções aos<br />
consumidores em momentos<br />
<strong>de</strong> crise e <strong>de</strong>monstram o legado<br />
que as organizações terão daqui<br />
pra frente, na retomada da economia<br />
e mostrando caminhos<br />
para lidar com o novo perfil do<br />
consumidor após o período <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> isolamento social. “Nesse<br />
sentido, as marcas precisam<br />
fazer uma leitura minuciosa do<br />
cenário para ir ao encontro das<br />
necessida<strong>de</strong>s emergentes. A<br />
valorização do indivíduo, foco<br />
atual das empresas, não será suficiente<br />
para as marcas se manterem<br />
relevantes e admiradas.<br />
Essa equação passa a ter outras<br />
<strong>de</strong>mandas, como postura voltada<br />
à socieda<strong>de</strong>, sustentabilida<strong>de</strong><br />
econômica e visão <strong>de</strong> longo<br />
prazo, entre outros aspectos”,<br />
reforça Valéria.<br />
O cliente Original<br />
sabe o que estamos<br />
fazendo por ele.<br />
E agora você<br />
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jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 79
O mundo mudou.<br />
E as ruas não serão mais as mesmas.<br />
Mas sempre estaremos um passo à frente,<br />
reapren<strong>de</strong>remos a andar pelas ruas seguros e<br />
sem medo do novo, porque somos observadores<br />
do normal e pensadores do transformacional.<br />
Nos <strong>de</strong>safiamos o tempo todo para<br />
transformar o comum em bem comum.<br />
Um novo pensamento sobre o abrigo <strong>de</strong> ônibus<br />
se transformou em milhões <strong>de</strong> telas, icônicas,<br />
estáticas, digitais e interativas no mundo todo.<br />
Transformamos a maneira como as pessoas veem<br />
o OOH, trouxemos experiências para que todos<br />
possam sentir e viver o tão <strong>de</strong>sejado fora <strong>de</strong> casa.<br />
O que era intuição virou metodologia, dados em<br />
tempo real com métrica global. Ressignificamos<br />
a forma e a entrega do Out of Home, possibilitando<br />
que inúmeras indústrias transformassem seu uso<br />
em resultados.<br />
Transformamos um pensamento em um segmento.<br />
Nossa história virou sinônimo <strong>de</strong> resultado, inovação<br />
e credibilida<strong>de</strong>.<br />
E por isso queremos ser seu guia e sua companhia<br />
na volta às ruas, dando um passo <strong>de</strong> cada vez,<br />
pensando juntos novos caminhos e novas formas<br />
<strong>de</strong> se comunicar.<br />
Nós fazemos e pensamos o OOH <strong>de</strong> hoje,<br />
para construirmos os novos caminhos do amanhã.<br />
Para a JCDecaux, pensar OOH é estar<br />
um passo à frente, lá fora e com você.<br />
Conheça mais sobre o nosso pensamento<br />
e os nossos novos produtos para a retomada em:<br />
jc<strong>de</strong>caux.com.br/OOHThinkers<br />
Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Mobiliário Urbano | Metrô <strong>de</strong> São Paulo | GRU Airport e Aeroporto <strong>de</strong> Brasília<br />
Métricas Globais | Pesquisas | Integração Mobile & Digital | Programática | Experiências | Resultados
MERCADO<br />
Fotos: Divulgação<br />
Ale Alves, da CL, observa maior redução <strong>de</strong> tempo O executivo Marcos Yamamura é diretor da DPZ&T Felipe Rodrigues é diretor da Wun<strong>de</strong>rman Thompson<br />
Transformação tecnológica é vetor<br />
para o novo normal na propaganda<br />
Agências agregam aprendizados que trouxeram visão multidisciplar<br />
na fase home office, além <strong>de</strong> customização, inovação e tempo menor<br />
ral casada com a transformação<br />
processual, <strong>de</strong>ixando para trás<br />
antigos costumes com times<br />
mais enxutos, multidisciplinares<br />
e colaborativos. Atuando<br />
<strong>de</strong> forma mais eficiente e com<br />
maior foco na saudabilida<strong>de</strong><br />
financeira dos projetos e da<br />
agência. Para esse formato ser<br />
viável a tecnologia é um dos<br />
principais pilares, viabilizando<br />
a automação e a mensuração<br />
dos processos e entregas. Trazendo<br />
agilida<strong>de</strong> e dados para a<br />
melhora contínua dos processos<br />
operacionais das empresas,<br />
gerando conhecimento e capacitação<br />
organizacional”, acrescentou<br />
a executiva da Y&R.<br />
A interrupção do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
negócios ao qual as agências se<br />
acostumaram, nas palavras <strong>de</strong><br />
Marcos Yamamura, diretor <strong>de</strong><br />
projetos & operações da DPZ&T,<br />
sinaliza mudanças, assim como<br />
está ocorrendo no consumo e<br />
comportamento das pessoas.<br />
“Em vez <strong>de</strong> olhar para o passado,<br />
será fundamental reconstruir<br />
o futuro”, pon<strong>de</strong>ra Yamamura,<br />
que diz mais. “Criamos<br />
“A inovAção, nesse<br />
sentido, será<br />
no processo dA<br />
trAnsformAção<br />
culturAl<br />
cAsAdA com A<br />
trAnsformAção<br />
processuAl”<br />
uma cultura <strong>de</strong> gestão com<br />
ferramentas ágeis <strong>de</strong> workflow<br />
customizadas que visam planejamento,<br />
visibilida<strong>de</strong>, controle<br />
e colaboração entre os times e,<br />
principalmente, nos permite<br />
realizar mudanças <strong>de</strong> rota em<br />
tempo real. O fluxo organizacional<br />
<strong>de</strong>ssas ferramentas gera<br />
uma massa <strong>de</strong> dados histórica<br />
que garante obtenção <strong>de</strong> diagnósticos,<br />
insights e feedbacks<br />
tanto para as <strong>de</strong>cisões do dia a<br />
dia como para evoluirmos continuamente<br />
com nossa operação.<br />
Assim, é possível atuar <strong>de</strong><br />
maneira preditiva em relação<br />
Paulo Macedo<br />
Vários segmentos econômicos<br />
tiveram <strong>de</strong> se adaptar.<br />
O bancário, <strong>de</strong> acordo com estudo<br />
consolidado pela Tememos/The<br />
Economist, mostra<br />
que 66% dos executivos ouvidos<br />
acreditam que a inteligência<br />
artifical será recorrente no<br />
meio até 2025. Na região Latam,<br />
a pesquisa esclarece que o<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agências bancárias<br />
“estará morto” nesse período.<br />
Acostumada à inovação, a publicida<strong>de</strong><br />
ligou o radar imediatamente<br />
à chegada da crise.<br />
“Com a obrigatorieda<strong>de</strong> da<br />
transformação digital em todos<br />
os setores, o novo normal da<br />
tecnologia representa oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uma melhor gestão operacional<br />
em busca <strong>de</strong> eficiência<br />
e produtivida<strong>de</strong>”, explica Jaqueline<br />
Travaglin, diretora-geral <strong>de</strong><br />
operações da Y&R Brasil.<br />
A Y&R está investindo em<br />
automatização, capacitação e<br />
metodologias ágeis. “A inovação,<br />
nesse sentido, será no processo<br />
da transformação cultuà<br />
alocação futura <strong>de</strong> recursos,<br />
redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> terceiros,<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> gargalos e estimativa<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas X receitas,<br />
além <strong>de</strong> focar na rentabilida<strong>de</strong>.<br />
Tudo isso protege o nosso<br />
negócio e o <strong>de</strong> nossos clientes,<br />
que, por sua vez, têm uma entrega<br />
com mais agilida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>.”<br />
Qual é o novo normal da tecnologia<br />
que orienta processos<br />
e projetos <strong>de</strong> inovação? Quem<br />
respon<strong>de</strong> é Ale Alves, CEO da<br />
agência CL. “Um exemplo <strong>de</strong>sse<br />
novo comportamento foi<br />
a campanha que acabamos<br />
<strong>de</strong> lançar para o projeto Coral<br />
Vivo, inspirado no Mês do Meio<br />
Ambiente. Foram duas semanas<br />
para colocar um projeto <strong>de</strong><br />
30 dias no ar. O que antes tomaria<br />
um tempo gran<strong>de</strong> da agência<br />
e do cliente foi resolvido na<br />
meta<strong>de</strong> do tempo e com uma<br />
equipe reduzida.”<br />
Por outro lado, segundo Alex<br />
Espinosa, sócio e head <strong>de</strong> estratégia,<br />
inovação e pesquisa<br />
da CBA B+G, a tecnologia vai<br />
continuar sendo facilitadora <strong>de</strong><br />
82 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
processos. “Graças a ela, hoje<br />
usamos sete ferramentas diferentes,<br />
que vão do streaming<br />
e plataformas <strong>de</strong> cocriação à<br />
inteligência artificial para <strong>de</strong>senvolver<br />
estratégia, criação e<br />
até implementação <strong>de</strong> projetos<br />
<strong>de</strong> inovação. Isso se intensifica<br />
ainda mais no momento que<br />
estamos, com a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> distanciamento social. Graças<br />
às diferentes ferramentas<br />
e opções trazidas pela tecnologia,<br />
processos que antes eram<br />
obrigatoriamente presenciais e<br />
físicos pu<strong>de</strong>ram ser recriados<br />
e adaptados ao universo digital<br />
tendo resultados semelhantes –<br />
e às vezes até superiores”, <strong>de</strong>staca<br />
Espinoza.<br />
Os aprendizados nesse primeiro<br />
semestre <strong>de</strong> <strong>2020</strong> já são<br />
catalisadores. A a<strong>de</strong>rência à<br />
tecnologia interferiu na forma<br />
<strong>de</strong> se relacionar e trabalhar.<br />
“Muitas empresas estão revendo<br />
seus mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio,<br />
seus produtos e suas estratégias<br />
para se manterem ativas.<br />
É interessante ver empresas antes<br />
‘não tão digitais’ buscando<br />
soluções <strong>de</strong> automação, data<br />
analytics e adotando princípios<br />
ágeis para se reinventar. Como<br />
essa energia <strong>de</strong> mudança tem<br />
<strong>de</strong> ser muito bem direcionada<br />
Alex Espinosa é sócio e head <strong>de</strong> inovação da agência CBA B+G<br />
para evitar o gasto <strong>de</strong>snecessário<br />
<strong>de</strong> esforço e acelerar o time<br />
to market <strong>de</strong>stes novos produtos,<br />
estas iniciativas precisam<br />
ser muito bem embasadas em<br />
dados e validadas por processos<br />
e metodologias que aju<strong>de</strong>m<br />
a <strong>de</strong>finir melhor os caminhos<br />
que esse produto precisam seguir<br />
para terem sucesso”, esclarece<br />
Felipe Rodrigues, diretor<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da Wun<strong>de</strong>rman Thompson.<br />
O universo do novo normal<br />
pelo viés tecnológico po<strong>de</strong> ser<br />
medido pela a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> pessoas<br />
nunca expostas à internet. Por<br />
exemplo, para receber benefícios<br />
do governo, foi acelerada<br />
a a<strong>de</strong>são ao aplicativo da Caixa.<br />
A inclusão digital, porém,<br />
será necessária no Brasil. Por<br />
isso mesmo, a pesquisa da Tememos/The<br />
Economist enfatiza<br />
que o caminho dos bancos<br />
rumo à tecnologia é natural.<br />
Nas agências, como na AlmapBBDO,<br />
também. “Estamos<br />
tendo acesso a mais novida<strong>de</strong>s<br />
e trocando ainda mais experiências<br />
com escritórios da re<strong>de</strong><br />
BBDO, com produtoras, veícu-<br />
Jaqueline Travaglin é diretora-geral <strong>de</strong> operações da Y&R Brasil<br />
los e clientes. Na AlmapBBDO, a<br />
inovação precisa estar a serviço<br />
da criativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> resultados.<br />
Estamos evoluindo projetos relacionados<br />
a assistente <strong>de</strong> voz;<br />
inteligência <strong>de</strong> produção; ferramentas<br />
<strong>de</strong> automação para gerar<br />
gran<strong>de</strong> escala e personalização<br />
nas entregas <strong>de</strong> comunicação<br />
digital. Quanto mais ágeis conseguimos<br />
ser em testes e aprendizados,<br />
mais otimizamos os resultados.<br />
Criativida<strong>de</strong> é buscar<br />
inovação em tudo”, finaliza Rodrigo<br />
Falcão, diretor <strong>de</strong> produção<br />
digital da AlmapBBDO.<br />
A KALLAS TEM ORGULHO<br />
DE SER BRASILEIRA<br />
E DE FAZER PARTE DO<br />
DIA A DIA DOS NORDESTINOS<br />
3° METRÔ<br />
16 MUNICÍPIOS<br />
85 ESTAÇÕES<br />
655 MIL<br />
DO BRASIL<br />
(RECIFE - EM VOLUME<br />
DE PASSAGEIROS)<br />
4 CAPITAIS: NATAL /<br />
RECIFE / JOÃO PESSOA /<br />
MACEIÓ + 12 MUNICÍPIOS<br />
(ÁREAS METROPLITANAS)<br />
METRÔ E VLT<br />
MÉDIA DE<br />
PASSAGEIROS<br />
POR DIA<br />
A Kallas trouxe uma nova forma <strong>de</strong> comercializar mídia nos trilhos<br />
da CBTU no Nor<strong>de</strong>ste, com mais conhecimento, criativida<strong>de</strong><br />
e administração, através do conceito master <strong>de</strong> mídia.<br />
Kallas Mídia OOH, 41 anos <strong>de</strong> muitas projetos marcantes em mídia exterior, agora<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento do novo e vitorioso projeto <strong>de</strong> adoção dos trilhos da CBTU.<br />
kallas.com.br<br />
/kallasmidia<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 83
♡ PARABÉNS, PROPMARK<br />
POR SEUS 55 ANOS VERDADEIRAMENTE<br />
EXEMPLARES.
Na vida e na propaganda, diga sempre a verda<strong>de</strong>.<br />
CONCORDA?
MERCADO<br />
Makers promove CMO Insights para<br />
<strong>de</strong>bater transformação pós-Covid-19<br />
Evento, que será realizado no YouTube entre segunda (<strong>15</strong>) e sexta (19), terá<br />
a participação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas no país<br />
i<strong>de</strong>ia é promover um encontro<br />
<strong>de</strong> pessoas que es-<br />
A<br />
tão comandando as transformações<br />
<strong>de</strong> hoje para o mundo<br />
<strong>de</strong> amanhã. A <strong>de</strong>finição é <strong>de</strong><br />
Thiego Goularte, criador da<br />
plataforma Makers, que já conta<br />
com 70 li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing<br />
das principais marcas<br />
estabelecidas no país. A partir<br />
<strong>de</strong>sta segunda-feira (<strong>15</strong>), até o<br />
dia 19, acontece o CMO Insights<br />
<strong>2020</strong> no Makers TV (YouTube).<br />
“O tema central é uma discussão<br />
aberta e construtiva sobre o<br />
mundo pós-pan<strong>de</strong>mia e da nova<br />
configuração <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong><br />
que se <strong>de</strong>senha. Nossa i<strong>de</strong>ia é<br />
promover um encontro <strong>de</strong> pessoas<br />
que estão comandando as<br />
transformações <strong>de</strong> hoje para o<br />
mundo <strong>de</strong> amanhã”, esclarece<br />
Goularte.<br />
O CMO, nas palavras <strong>de</strong> Goularte,<br />
tem papel primordial<br />
nas relações das marcas com<br />
os consumidores. “É função<br />
<strong>de</strong>les ter a sensibilida<strong>de</strong> sobre<br />
comportamentos humanos e,<br />
sobretudo, o entendimento <strong>de</strong><br />
que hoje as pessoas não compram<br />
apenas produtos e serviços,<br />
elas compram histórias,<br />
posicionamentos e impacto social.<br />
Há cada vez menos espaço<br />
para marcas que não possuem<br />
propósitos claros e não se posicionam<br />
sobre temas relevantes<br />
para a vida das pessoas.”<br />
Goularte esclarece que o<br />
profissional <strong>de</strong> marketing precisa<br />
estar atento para o fato <strong>de</strong><br />
que o consumidor mudou. “E a<br />
forma <strong>de</strong> se relacionar com ele<br />
também passa por transformar<br />
o jeito <strong>de</strong> fazer marketing e comunicação.<br />
Dados, tecnologia,<br />
processos e uma série <strong>de</strong> nomenclaturas<br />
que falamos atualmente<br />
não fazem sentido se<br />
não enten<strong>de</strong>rmos <strong>de</strong> pessoas.<br />
Marketing é falar com pessoas,<br />
se relacionar com elas e criar<br />
uma relação genuína. Você só<br />
consegue fazer isso quando se<br />
permite enxergar o mundo pela<br />
lente do seu público.”<br />
O mindset foi alterado. “O<br />
O executivoThiego Goularte li<strong>de</strong>ra 70 profissionais que integram a plataforma Makers<br />
profissional <strong>de</strong> marketing precisa<br />
estar por <strong>de</strong>ntro dos assuntos<br />
que impactem os negócios<br />
e, principalmente, a vida das<br />
pessoas. Pois, são eles os catalisadores<br />
que flutuam entre o<br />
mundo externo e a vida <strong>de</strong>ntro<br />
das companhias. Pensar em<br />
vendas, tecnologia e inovação<br />
é um ativo que tomou bastante<br />
espaço no dia a dia do CMO,<br />
mas pensar em economia, impacto<br />
social e propósito é importantíssimo<br />
para estabelecer<br />
um diálogo franco com seus<br />
li<strong>de</strong>rados e até mesmo com seu<br />
Divulgação<br />
“Não há<br />
mais espaço<br />
para marcas<br />
iNcoereNtes”<br />
cliente. Dentro das empresas<br />
sempre houve perspectivas diferentes<br />
sobre o protagonismo<br />
do marketing”.<br />
Goularte acrescenta: “À medida<br />
que a tecnologia entrega<br />
dados mais relevantes sobre o<br />
seu público, o marketing centraliza<br />
o principal elo entre os<br />
clientes e a marca. E é a partir<br />
<strong>de</strong>le que nascem novas abordagens,<br />
canais <strong>de</strong> comunicação,<br />
formatos <strong>de</strong> vendas e, por<br />
que não, produtos e serviços.<br />
O olhar é que as empresas existem<br />
porque existem pessoas. E<br />
elas precisam estar no centro<br />
das ações. Seu consumidor sabe<br />
quem é você, sabe o seu tom <strong>de</strong><br />
voz e a forma que se relaciona<br />
com o mundo. Não há mais espaço<br />
para marcas incoerentes.”<br />
A publicida<strong>de</strong> ainda é a principal<br />
aliada do marketing, mas<br />
vive momento <strong>de</strong> ressignificação.<br />
“A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra hoje<br />
é multicanal e o entendimento<br />
da jornada do seu cliente passa<br />
por esquecer conceitos preestabelecidos<br />
da publicida<strong>de</strong><br />
tradicional. Nunca houve uma<br />
separação do que é on e do que<br />
é off. Muitas marcas já enten<strong>de</strong>ram<br />
que do outro lado há uma<br />
pessoa que assiste uma série<br />
e mexe no celular ao mesmo<br />
tempo. A publicida<strong>de</strong>, cada vez<br />
mais, terá um papel fundamental<br />
para que o relacionamento<br />
entre marcas e consumidores<br />
gere experiências <strong>de</strong> compras<br />
melhores, personalizadas e<br />
adaptadas a cada momento.<br />
Os dados e as informações <strong>de</strong><br />
performance municiam as áreas<br />
criativas na concepção <strong>de</strong><br />
campanhas. Com isso, otimiza-<br />
-se verbas <strong>de</strong> mídias e cria-se<br />
assets mais personalizados aos<br />
clientes”, <strong>de</strong>staca Goularte.<br />
Entre os nomes confirmados<br />
para os <strong>de</strong>bates estão Silvana<br />
Balbo, CMO do Carrefour; Ilca<br />
Sierra, CMO da Via Varejo; Fernando<br />
Vilela, CMO e Growth da<br />
Rappi; Felipe Cerchiari, diretor<br />
<strong>de</strong> inovação da Ambev, e Paulo<br />
Correa, CEO da C&A.<br />
86 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
por um<br />
RINO COM<br />
Desrespeito à natureza, corrupção, preconceito.<br />
Os meteoros <strong>de</strong> hoje têm outros nomes,<br />
mas o estrago que po<strong>de</strong>m fazer continua o mesmo.<br />
Um meteoro acabou com os dinossauros na Pré-História.<br />
Hoje, vários meteoros ameaçam não só os dinossauros<br />
contemporâneos, mas todos nós.<br />
A campanha POR UM MUNDO MAIS LIMPO nasceu para fazer um alerta<br />
e ajudar a mudar comportamentos nada saudáveis para o planeta.<br />
Se a sua marca se i<strong>de</strong>ntifica com essa campanha, junte-se a ela.<br />
E aju<strong>de</strong>-nos a levantar essa ban<strong>de</strong>ira.<br />
Entre em contato com a gente pelos e-mails:<br />
hirancastellobranco@gmail.com<br />
luizvalente@uol.com.br
mercado<br />
agências boutiques <strong>de</strong> relações<br />
públicas crescem durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
Profissionais da área ganham protagonismo neste momento em que as<br />
empresas precisam estar mais próximas da mídia e dos consumidores<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Fotos: Divulgação<br />
Além da preocupação com<br />
o cenário socioeconômico<br />
que assola o país e o mundo,<br />
muitas empresas também<br />
procuram enten<strong>de</strong>r qual a<br />
melhor forma <strong>de</strong> se comunicar<br />
durante a crise provocada<br />
pela Covid-19. A busca<br />
por uma maior efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
suas ações, sem parecer oportunista,<br />
faz com que alguns<br />
executivos passem a direcionar<br />
mais investimentos para<br />
a área <strong>de</strong> comunicação e relações<br />
públicas.<br />
“Sentimos que a crise trouxe<br />
um maior interesse das<br />
marcas em serviços <strong>de</strong> RP para<br />
ações <strong>de</strong> comunicação que as<br />
aju<strong>de</strong>m a se posicionar corretamente<br />
durante a crise, ser<br />
mais transparentes e divulgar<br />
via multicanais como estão<br />
reagindo à crise, mudanças <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>los que fizeram, projetos<br />
Katia e Renata, da Suporte Comunicação: “Proximida<strong>de</strong> com o cliente fez diferença”<br />
sociais para combater a pan<strong>de</strong>mia<br />
etc. Percebemos uma diversificação<br />
na <strong>de</strong>manda para incluir em nossas ações<br />
“As mArcAs sAbem<br />
outras frentes que permitem uma comunicação<br />
mais direta com os stakehol<strong>de</strong>rs”, que serão lembrAdAs<br />
comenta Luis Claudio Allan, fundador e<br />
por suAs Atitu<strong>de</strong>s<br />
CEO da FirstCom Comunicação.<br />
nesse período”<br />
Ainda segundo o executivo, é possível<br />
observar na atual conjuntura um movimento<br />
<strong>de</strong> migração <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
agências para escritórios mais<br />
boutiques, on<strong>de</strong> o cliente passa<br />
a encontrar um atendimento<br />
mais personalizado e com<br />
honorários mais acessíveis.<br />
“Em vez <strong>de</strong> cortar totalmente<br />
a verba para RP, acredito<br />
na tendência <strong>de</strong> um maior<br />
interesse por trabalhar com<br />
agências que têm donos e profissionais<br />
mais seniors atuando<br />
na linha <strong>de</strong> frente. É muito<br />
arriscado neste momento <strong>de</strong>ixar<br />
a imagem da marca sendo<br />
cuidada por equipes com<br />
pouca experiência em gestão<br />
<strong>de</strong> crise e dificilmente uma<br />
gran<strong>de</strong> agência consegue entregar<br />
a mesma seniorida<strong>de</strong><br />
para toda sua carteira. Alguns<br />
clientes antigos voltaram a Vinicius Cordoni, da VCRP: “O cliente precisa da agência 24 horas por dia”<br />
nos procurar para ajudá-los a <strong>de</strong>senhar<br />
uma estratégia <strong>de</strong> RP especialmente<br />
para o período da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Registramos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março,<br />
quando foi <strong>de</strong>cretada a quarentena,<br />
um crescimento <strong>de</strong> 25% no faturamento”,<br />
diz.<br />
Já para Katia Blasques, sócia da<br />
Suporte Comunicação, as agências<br />
boutiques <strong>de</strong> relações públicas<br />
não necessariamente são<br />
mais procuradas pelos clientes<br />
neste momento, mas com certeza<br />
mais ouvidas. “As agências <strong>de</strong> RP<br />
trafegam por todas as áreas das<br />
companhias, são extremamente<br />
ágeis e versáteis, conhecem profundamente<br />
o cliente e o mercado<br />
no qual atuam. Percebemos que<br />
clientes com pouco fôlego paralisaram.<br />
Por outro lado, marcas com<br />
estruturas mais sólidas aceleram<br />
a presença online e ofereceram<br />
serviços diferenciados durante o<br />
isolamento, como venda <strong>de</strong> vouchers,<br />
entretenimento online e<br />
ajuda direta <strong>de</strong> combate ao vírus.<br />
Em todas estas iniciativas a criativida<strong>de</strong><br />
e proximida<strong>de</strong> com o cliente fez<br />
diferença”, analisa.<br />
Outra agência que colhe bons frutos<br />
nesta quarentena é a VCRP Brasil, que<br />
revela que ganhou 10 novos clientes no<br />
último mês. “Além <strong>de</strong> não <strong>de</strong>mitir ninguém,<br />
contratamos mais cinco pessoas.<br />
Vínhamos em uma crescente tanto <strong>de</strong><br />
faturamento quanto <strong>de</strong> carteira. Até agora<br />
crescemos 35% em número <strong>de</strong><br />
clientes e 75% em faturamento.<br />
Houve uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s contas, migrando <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
agências. Sentimos também<br />
que o segmento <strong>de</strong> telemedicina<br />
e empresas voltadas ao universo<br />
da saú<strong>de</strong> impulsionaram todas as<br />
suas estratégias. Dos últimos 20<br />
novos clientes da agência, 50%<br />
eram atendidos pelas big agências.<br />
A pan<strong>de</strong>mia veio para mostrar<br />
que não existe mais o CEO, o comercial,<br />
o atendimento. O cliente<br />
contratou a expertise da agência e<br />
precisa <strong>de</strong>la 24 horas por dia”, observa<br />
Vinicius Cordoni, fundador<br />
e CEO e da VCRP Brasil.<br />
ProTaGoNISmo<br />
Segundo o estudo Impactos da<br />
88 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Covid-19 no investimento <strong>de</strong> mídia do<br />
Brasil, realizado pela Nielsen e com o<br />
IAB, um terço dos anunciantes vai aumentar<br />
o investimento em mídia orgânica,<br />
o que faz com que a área <strong>de</strong> relações<br />
públicas ganhe mais protagonismo<br />
neste momento em que as empresas<br />
precisam estar mais próxima <strong>de</strong> seus<br />
consumidores.<br />
“O protagonismo não vem <strong>de</strong> hoje,<br />
mas, <strong>de</strong> fato, acelerou. Talvez muitas<br />
empresas tenham uma percepção maior<br />
hoje. Sentimos aqui muitos clientes que<br />
cortaram outras <strong>de</strong>spesas, mas mantiveram<br />
o PR pelo entendimento, pois em<br />
um momento <strong>de</strong> crise, é superimportante.<br />
As marcas sabem que serão lembradas<br />
por suas atitu<strong>de</strong>s nesse período<br />
e estão cada vez mais preocupadas com<br />
isso. Muitas reduziram investimento<br />
em mídia paga e mantiveram todas suas<br />
fichas na orgânica. Elas, agora, não estão<br />
preocupadas apenas em ven<strong>de</strong>r<br />
seus produtos, estão olhando atributos<br />
do PR que antes talvez não fossem tão<br />
claros, como gerenciamento <strong>de</strong> crise,<br />
employer branding, treinamento <strong>de</strong> discurso<br />
e conteúdo educativo, entre outros”,<br />
ressalta Cordoni.<br />
As marcas que <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> cuidar da Luis Claudio Allan, da FirstCom: “Crise trouxe mais interesse por RP”<br />
sua imagem durante a pan<strong>de</strong>mia po<strong>de</strong>m<br />
pagar um preço alto quando a economia<br />
retomar. Allan relembra que no início da<br />
quarentena alguns empresários <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram<br />
o fim do isolamento para preservar a<br />
economia em <strong>de</strong>trimento da preservação<br />
<strong>de</strong> vidas e foram duramente criticados<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais e na imprensa.<br />
“Mais do que a perda <strong>de</strong> receita e clientes<br />
em <strong>de</strong>corrência da queda da economia,<br />
a pior crise que uma empresa po<strong>de</strong><br />
enfrentar neste momento é a <strong>de</strong> imagem.<br />
É fundamental pensar muito bem as<br />
ações <strong>de</strong> comunicação antes <strong>de</strong> colocá-las<br />
na rua. O maior risco é soar oportunista e<br />
não ser percebida como uma marca que<br />
tem uma visão social legítima, autêntica,<br />
preocupada em fazer o bem, colocando a<br />
vida em primeiro lugar. Entendo que <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> contar com o apoio <strong>de</strong> uma agência<br />
<strong>de</strong> RP neste momento po<strong>de</strong> ser um tiro<br />
no pé, já que a imagem é o principal ativo<br />
<strong>de</strong> qualquer negócio e não se comunicar<br />
a<strong>de</strong>quadamente com seus stakehol<strong>de</strong>rs<br />
certamente vai tornar ainda mais difícil<br />
a retomada das ativida<strong>de</strong>s após o fim do<br />
isolamento”, avalia.<br />
PÓS-PaN<strong>de</strong>mIa<br />
Está comprovado que a comunicação<br />
é ainda mais fundamental neste momento.<br />
Afinal, muitos consumidores <strong>de</strong>vem<br />
separar as empresas socialmente responsáveis<br />
que contribuem para a construção<br />
<strong>de</strong> uma nova economia mais humana, das<br />
que têm apenas o lucro como o principal<br />
objetivo.<br />
“Acredito que a principal lição é que as<br />
marcas não po<strong>de</strong>m mais abrir mão <strong>de</strong> uma<br />
comunicação humanizada. Os consumidores<br />
ten<strong>de</strong>m a se relacionar e comprar<br />
produtos e serviços <strong>de</strong> empresas que<br />
construam uma imagem focada no social.<br />
Esta é a hora <strong>de</strong> mostrar quem, <strong>de</strong><br />
fato, tem e pratica uma visão social autêntica,<br />
o que po<strong>de</strong>rá pesar positivamente<br />
na balança frente a uma nova geração<br />
<strong>de</strong> consumidores que se engaja e dá<br />
muito mais valor àqueles legitimamente<br />
preocupados com seu papel social em<br />
sobreposição ao balanço financeiro, um<br />
quesito cada vez mais levado em conta<br />
também pelos acionistas”, diz Allan.<br />
Para Renata Grabert, sócia da Suporte<br />
Comunicação, a primeira e principal<br />
lição é que a comunicação é essencial.<br />
“Agências com competências<br />
diferentes <strong>de</strong>vem se unir por projetos<br />
visando entregar as melhores soluções<br />
e resultados para os clientes. Olhando<br />
para as marcas, as que são autênticas,<br />
sócio-responsáveis e encabeçam iniciativas<br />
reais são as que <strong>de</strong>ixarão um<br />
legado para o mercado e para a nossa<br />
indústria. Consumo e consumidores<br />
não serão os mesmos. Ven<strong>de</strong>r será<br />
consequência, não causa. E, relações<br />
públicas continuarão a consolidar marcas<br />
e sobretudo construir reputações”,<br />
finaliza.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 89
mErcado<br />
“Trouxemos<br />
a lógica <strong>de</strong><br />
serviços <strong>de</strong><br />
experiência”<br />
Flaviano Faleiro, hoje diretor-executivo<br />
da Accenture Interactive para América<br />
Latina, tem compromisso marcado<br />
para setembro, quando vai assumir<br />
oficialmente o mesmo cargo na operação<br />
<strong>de</strong> mercados emergentes e será responsável<br />
pela empresa em regiões que incluem Ásia,<br />
Oriente Médio, África, Oceania e a própria<br />
América Latina. Sua meta será levar o mo<strong>de</strong>lo<br />
implementado pela empresa na região nos<br />
últimos anos, agregando talentos, fazendo<br />
aquisições e outras iniciativas para ter uma<br />
oferta <strong>de</strong> serviços completa. Hoje, a operação<br />
da Accenture Interactive na América Latina tem<br />
1.200 pessoas, seis vezes mais que há poucos<br />
anos. Nesta entrevista, o executivo explica<br />
como foi compondo o negócio a partir <strong>de</strong><br />
talentos como Eco Moliterno e agências como<br />
Ad Dialeto e New Content.<br />
Flaviano Faleiro: “Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> nossa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> transformação está ao redor da aceleração <strong>de</strong> v<br />
Felipe Turlão<br />
EmErgEnTEs<br />
Estou indo para esse cargo<br />
nos mercados emergentes<br />
para repetir o crescimento<br />
da operação na América Latina,<br />
que tinha 200 pessoas<br />
e hoje somos 1.200, com um<br />
crescimento acelerado, mas<br />
mantendo os mesmos princípios<br />
<strong>de</strong> atuação, com foco em<br />
business experience. Nosso<br />
negócio é como nos conectamos<br />
com nossos clientes, socieda<strong>de</strong><br />
e funcionários para<br />
criar as melhores experiências<br />
do mercado na intersecção <strong>de</strong><br />
inovação e propósito.<br />
PilarEs<br />
Des<strong>de</strong> março, a Accenture<br />
Interactive está atuando globalmente<br />
com quatro pilares.<br />
O <strong>de</strong>sign experience, o build<br />
experience, o communicate<br />
experience e o run experience.<br />
O serviço tradicional das agências<br />
correspon<strong>de</strong> a apenas um<br />
pilar, o <strong>de</strong> comunicação. Em<br />
<strong>de</strong>sign experience, fizemos<br />
uma aquisição há sete anos,<br />
da Fjord, com sete escritórios.<br />
Também adquirimos talentos<br />
que estavam na Huge, quando<br />
esta fechou a sua operação no<br />
Brasil. E há sete meses, compramos<br />
a Insitum. Gran<strong>de</strong> parte<br />
do crescimento <strong>de</strong>ssa área<br />
foi construindo capacida<strong>de</strong>s<br />
em cima do nosso propósito e<br />
ir ao mercado para dizer que<br />
construímos experiências. Em<br />
três anos, essa área foi <strong>de</strong> <strong>15</strong><br />
para 350 funcionários.<br />
“fomos buscar<br />
sempre o<br />
melhor para<br />
ter conteúdo<br />
e narrativa”<br />
ExPEriEncE<br />
No build experience, que é<br />
a construção da experiência,<br />
sendo que 60% a 870% <strong>de</strong>la<br />
é feita no digital, temos 300<br />
especialistas em tecnologia<br />
para pensar em marketplace<br />
<strong>de</strong> e-commerce, ou plataforma<br />
martec. Essa área é o coração<br />
da Accenture, <strong>de</strong>dicada ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento mais ágil <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> experiência. Já<br />
em communicate experience<br />
temos a li<strong>de</strong>rança do Eco Moliterno<br />
e do Giovanni Rivetti,<br />
em um time que foi composto<br />
por três movimentos. O primeiro<br />
foi trazer o time do Eco,<br />
que era <strong>de</strong> seis a <strong>de</strong>z pessoas<br />
com foco em brand strategy<br />
e criação. Em um segundo<br />
movimento, tivemos a aquisição<br />
da AdDialeto, com seu<br />
conhecimento sobre marca,<br />
branding e comunicação. E<br />
o terceiro foi a vinda da New<br />
Content.<br />
misTura<br />
Assim, fomos buscar sempre<br />
o melhor para ter conteúdo<br />
e narrativa que produza engajamento<br />
<strong>de</strong> clientes <strong>de</strong>ntro das<br />
plataformas, juntando o brand<br />
awareness com o Eco, a consi<strong>de</strong>ração<br />
e engajamento com<br />
a New Content e a conversão<br />
com a AdDialeto. Esse pilar <strong>de</strong><br />
comunicação é bem parecido<br />
com o escopo <strong>de</strong> uma agência<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, mas com o suporte<br />
<strong>de</strong> um arsenal <strong>de</strong> tecnologia<br />
e analytics para conectar<br />
<strong>de</strong>sign, conteúdo, tecnologia<br />
90 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
endas em canais digitais”<br />
e dados. O outro pilar é o run<br />
experience. Já que <strong>de</strong>senhamos,<br />
construímos e comunicamos,<br />
também po<strong>de</strong>mos<br />
rodar essa operação <strong>de</strong> conteúdo,<br />
mídia e e-commerce<br />
para o cliente. Depen<strong>de</strong>ndo da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um, temos<br />
times especializados, por<br />
exemplo, em webmail, criação<br />
<strong>de</strong> conteúdos mais táticos. A<br />
i<strong>de</strong>ia é entregar uma operação<br />
que alavanca a experiência.<br />
Não somos um conjunto<br />
<strong>de</strong> empresas, mas trouxemos<br />
a lógica <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> experiência.<br />
Trabalhamos quase<br />
como squads multiskills no<br />
<strong>de</strong>senho das soluções.<br />
Mo<strong>de</strong>lo<br />
Em nosso mo<strong>de</strong>lo comercial,<br />
a remuneração em gran<strong>de</strong><br />
parte é em cima <strong>de</strong> formas<br />
flexíveis sobre mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> experiência.<br />
O que chamamos <strong>de</strong><br />
experiência é o que temos<br />
visto em transformação em<br />
setores como o transporte,<br />
se comparar a forma como<br />
acessávamos táxis ou bancos<br />
antes, e agora. São gran<strong>de</strong>s<br />
projetos que ajudam na reinvenção<br />
<strong>de</strong> serviços financeiros,<br />
healthcare, aviação e varejo,<br />
entre outros. Temos mil<br />
pessoas dos quatro pilares<br />
trabalhando juntas <strong>de</strong> forma<br />
integrada.<br />
Maturida<strong>de</strong><br />
A melhor <strong>de</strong>finição é que<br />
estamos na meta<strong>de</strong> da subida.<br />
Todas as capabilities e skills<br />
estão sendo transformadas<br />
pela tecnologia e inovação.<br />
Estamos tentando enten<strong>de</strong>r<br />
qual vai ser o conteúdo, criativida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong>sign do futuro,<br />
para continuarmos evoluindo.<br />
CresCiMento<br />
Buscamos ampliar a equipe<br />
para áreas do mercado que estão<br />
em crescimento, como planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia, por meio<br />
<strong>de</strong> contratações. Também<br />
estamos contratando os melhores<br />
talentos em martech.<br />
Quando olhamos para aquisições,<br />
pensamos nos clientes,<br />
como os sete da New Content<br />
que também estavam no nosso<br />
portfólio já. Agora, vamos<br />
continuar olhando para tecnologia,<br />
marketing e dados para<br />
aquisições, especialmente as<br />
empresas relevantes. Temos<br />
feito uma aquisição gran<strong>de</strong><br />
por ano, mas já chegamos a<br />
ter três. Enxergamos áreas <strong>de</strong><br />
crescimento em martech, caucadas<br />
em cima <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s plataformas.<br />
Estão surgindo novas<br />
tecnologias e precisamos<br />
ficar conectados com elas.<br />
estágios<br />
A estrutura da Accenture<br />
que vou cuidar é <strong>de</strong> mercados<br />
em crescimento, o que contempla<br />
América Latina, África<br />
do Sul, Oriente Médio, Oceania,<br />
Japão, China e outros países<br />
da Ásia. O primeiro <strong>de</strong>safio<br />
será criar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> operação<br />
completas, o que fizemos<br />
na América Latina, nessas<br />
outras regiões. Cada mercado<br />
tem um estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e a i<strong>de</strong>ia é replicar.<br />
transforMação<br />
Vamos acelerar a agenda<br />
omnichannel, e vemos indústrias<br />
mais avançadas como<br />
bancos, healtcare, varejo e<br />
viagens. E on<strong>de</strong> tínhamos bastante<br />
foco, para ser honesto.<br />
Agora, há ondas <strong>de</strong> indústrias<br />
“TER O DAVID<br />
DROGA junTO<br />
cOm A AccEnTuRE<br />
InTERAcTIVE<br />
nOs TROuxE<br />
umA GRAnDE<br />
DIfEREncIAçãO<br />
nO pIlAR DE<br />
cOmunIcAçãO”<br />
que estão sendo obrigadas a<br />
se transformar, porque os canais<br />
físicos estão fechados e a<br />
estratégia <strong>de</strong> vendas precisou<br />
ser repensada. Gran<strong>de</strong> parte<br />
<strong>de</strong> nossa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> transformação<br />
está ao redor da aceleração<br />
<strong>de</strong> vendas em canais<br />
digitais. As indústrias mais<br />
tradicionais sofrem porque<br />
os produtos não foram <strong>de</strong>senhados<br />
para o mundo digital.<br />
Então, tivemos muita <strong>de</strong>manda<br />
<strong>de</strong> recompor serviços antes<br />
vendidos no mundo físico. Na<br />
Europa, temos visto muito <strong>de</strong>mandas<br />
por digitalização da<br />
experiência dos eventos físicos.<br />
Gran<strong>de</strong>s marcas na Itália<br />
estão pensando em lançamentos<br />
<strong>de</strong> moda em cada estação<br />
e precisam <strong>de</strong>ssa experiência<br />
no digital. Há um novo normal,<br />
com clientes que nunca<br />
tinham comprado através <strong>de</strong><br />
e-commerce e gostaram. Algumas<br />
experiências não vão<br />
voltar a ser o que eram antes.<br />
Nós nos preparamos há cinco<br />
anos para isso, sempre apostando<br />
nessas gran<strong>de</strong>s experiências<br />
no mundo digital.<br />
Cases<br />
Temos a parceria com a Kimberly<br />
Clark, que é pautada em<br />
branding e ativações que, além<br />
<strong>de</strong> gerar awareness e conexão<br />
legítima com o consumidor<br />
atual, têm foco em trazer resultados<br />
<strong>de</strong> negócio. A combinação<br />
<strong>de</strong> estratégica com<br />
inovação, conteúdo, canais e<br />
formatos é o que <strong>de</strong>monstra<br />
os propósitos das nossas marcas,<br />
como a campanha do Dia<br />
do Abraço Huggies. Com Pag<br />
Seguro, a Accenture Interactive<br />
é a agência <strong>de</strong> branding,<br />
responsável pelo posicionamento<br />
end-to-end <strong>de</strong> marca e<br />
produtos. Adquirimos recentemente<br />
a posição <strong>de</strong> Agency<br />
of Record para a marca XP,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter participado <strong>de</strong><br />
uma concorrência com outras<br />
11 agências. Seremos responsáveis<br />
pelas campanhas <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> marca, produtos<br />
e serviços, brand building<br />
e brand activation, pelos<br />
próximos três anos. A nossa<br />
estreia será em breve, com<br />
a campanha Expert, uma importante<br />
iniciativa da marca.<br />
Em conjunto com a XP, estamos<br />
trabalhando na transformação<br />
da experiência <strong>de</strong> um<br />
gran<strong>de</strong> evento físico para o<br />
digital, impulsionado pela Covid-19.<br />
surpresa<br />
Resumo essa experiência<br />
em aprendizado, com a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter a experiência<br />
única do ponto <strong>de</strong> vista cultural.<br />
Não é surpresa que muito<br />
da inovação aconteça na Ásia<br />
e eu estarei lá pelos próximos<br />
três anos pelo menos. Foi uma<br />
surpresa, trouxe um senso<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, e<br />
acredito que isso abrirá portas<br />
para brasileiros na operação.<br />
São quase 14 países diferentes<br />
para cuidar, cada um com uma<br />
cultura. Também acredito que<br />
será possível trazer boas experiências<br />
para o mercado brasileiro.<br />
Já temos no país mais <strong>de</strong><br />
um cliente que dividimos com<br />
a Droga5, por exemplo.<br />
droga5<br />
Não tem nada <strong>de</strong>finido sobre<br />
uma presença da agência<br />
no Brasil. É mais uma vonta<strong>de</strong><br />
dos clientes <strong>de</strong> ter a Droga5<br />
aqui. Mas o que eu digo é<br />
que, nesse momento, há um<br />
caminho para a expansão e<br />
o Brasil, certamente, é um<br />
mercado importante. Mesmo<br />
assim, hoje, já existe um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> colaboração. O David<br />
Droga já <strong>de</strong>clarou que escolheu<br />
a Interactive para manter<br />
sua relevância, pois o mundo<br />
está migrando para empresas<br />
que criam as melhores experiências<br />
para conectar marcas e<br />
propósitos com o consumidor.<br />
Tê-lo junto com a Accenture<br />
Interactive nos trouxe uma<br />
gran<strong>de</strong> diferenciação no pilar<br />
<strong>de</strong> comunicação, ficamos em<br />
outro patamar.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 91
we<br />
mkt<br />
Josh Hild/Unsplash<br />
Play it again,<br />
Armando<br />
“You must remember this,<br />
A kiss is still a kiss”<br />
Herman Hupfeld<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
filme é Casablanca. A música é cantada<br />
O no filme por Dooley Wilson. Composta<br />
por Herman Hupfeld, em 1931. Humphrey<br />
Bogart e Ingrid Bergman. Ingrid vira-se para<br />
Dooley no piano, e diz: Play it again... No<br />
segundo semestre <strong>de</strong> 1971, o saudoso amigo<br />
Oswaldo Loureiro Assef agenda um almoço<br />
com o Armando Ferrentini no Baiuca<br />
da Praça Roosevelt. Nos tempos <strong>de</strong> almoços<br />
on<strong>de</strong> os irmãos Peixoto encarregavam-<br />
-se da trilha musical. Armando me convida<br />
para escrever um artigo semanal sobre<br />
marketing no Asterisco, ca<strong>de</strong>rno dominical<br />
que cobria o território da propaganda.<br />
Propaganda que ingressava em sua fase<br />
dois, com o florescimento da televisão, e<br />
preparando-se para ingressar mais adiante<br />
em seus anos <strong>de</strong> ouro – 1980/2010. No ano<br />
que vem, a coluna completa 50 anos ininterruptos.<br />
Não conheço outra coluna sobre<br />
marketing tão longeva em todo o mundo. E<br />
isso só se tornou possível pela visão <strong>de</strong>le,<br />
Armando Ferrentini.<br />
Com o passar dos anos, Asterisco virou<br />
Ca<strong>de</strong>rno Propaganda e Marketing, mudou<br />
<strong>de</strong> jornais on<strong>de</strong> era encartado, e hoje tem<br />
vida própria e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Assim, e<br />
ao comemorarmos os 55 anos da iniciativa<br />
enlouquecida <strong>de</strong> um jovem jornalista e<br />
bacharel <strong>de</strong> direito, nada mais justo que dizermos,<br />
a história da propaganda brasileira<br />
divi<strong>de</strong>-se AC/DC – Antes do Ca<strong>de</strong>rno, e <strong>de</strong>pois<br />
do Ca<strong>de</strong>rno. Hoje, PROPMARK. Os primeiros<br />
anos do Armando e seu Asterisco na<br />
época não foram fáceis. De repente, passou<br />
a existir uma publicação semanal cobrindo,<br />
registrando e documentando tudo o<br />
que era realizado na publicida<strong>de</strong> brasileira<br />
na época. E as principais agências incomodaram-se<br />
e, num célebre almoço, supostamente<br />
em nome das principais agências,<br />
um dos empresários da publicida<strong>de</strong> disse<br />
ao Armando que “Brasília” estava profundamente<br />
incomodada com a cobertura<br />
que a sua publicação fazia da publicida<strong>de</strong><br />
brasileira, muito especialmente e a partir<br />
da criação do Prêmio Colunistas... E assim<br />
se passaram 55 anos. Com o lastro das manifestações<br />
pioneiras, mais a referência estética<br />
imposta pela DPZ, o planejamento e<br />
criativida<strong>de</strong> da Almap, e o nascimento <strong>de</strong><br />
uma plataforma <strong>de</strong> comunicação espetacular<br />
com as digitais do Boni, a Globo, começa<br />
a era <strong>de</strong> ouro da propaganda brasileira:<br />
1980/2010. Prêmios, prosperida<strong>de</strong>, valorização<br />
dos profissionais. Em 2009, Bob<br />
Garfield, editor <strong>de</strong> Advertising Age, lança<br />
seu livro The Chaos Scenario e dá início à<br />
contagem regressiva: “Talvez você esteja<br />
muito ocupado mexendo com o seu smartphone<br />
para perceber, mas as estruturas<br />
dos meios <strong>de</strong> comunicação em massa que<br />
<strong>de</strong>finiram seus vínculos com o mundo<br />
estão pegando fogo... Existe um renascimento<br />
dramático do marketing e da comunicação<br />
semelhante ao fim da era Glacial,<br />
que produziu um número exponencialmente<br />
maior <strong>de</strong> espécies mais <strong>de</strong>senvolvidas<br />
do que as que até então prosperavam<br />
no planeta...”.<br />
É isso, amigos. Assim se passaram mais<br />
<strong>de</strong> cinco décadas. E agora, chegou a hora<br />
<strong>de</strong> renascer. O mesmo Armando, a mesma<br />
Editora Referência e o mesmo PROP-<br />
MARK preparam-se para os próximos 55<br />
anos. E vamos trabalhar juntos, todos nós,<br />
no planejamento das próximas décadas do<br />
PROPMARK. A instituição, não por acaso,<br />
a Referência, o ponto <strong>de</strong> encontro dos<br />
que acreditam que a marca não é uma das<br />
mais importantes proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empresas,<br />
produtos, pessoas: é a única. Próximas<br />
décadas com a mesma energia, coragem,<br />
competência, importância <strong>de</strong> sempre, e<br />
sob velha e vencedora direção. Claro, <strong>de</strong>vidamente<br />
renovada. No editorial com que<br />
fecha seus 54 anos, o da semana passada,<br />
Armando Ferrentini noticia uma espécie<br />
<strong>de</strong> jogar das toalhas: “Globo e SBT criam<br />
soluções self-service para a compra <strong>de</strong><br />
anúncios...”, <strong>de</strong> certa forma, ren<strong>de</strong>ndo-se<br />
aos novos tempos, e referenciando-se no<br />
Google, Facebook e <strong>de</strong>mais Bigtechs... Isso<br />
posto, querido amigo <strong>de</strong> quase 50 anos, faça<br />
<strong>de</strong> novo; mais e melhor. Playt it again,<br />
Armando!<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
92 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
STORYTELLER<br />
Contém uma<br />
furtiva lágrima<br />
No meu caso, o recolhimento me fez<br />
passar por uma experiência maravilhosa.<br />
Refugiei-me na década <strong>de</strong> 1950<br />
NordWood Themes/Unsplash<br />
LULA VIEIRA<br />
São vários os lugares on<strong>de</strong> os confinados pela<br />
pan<strong>de</strong>mia se escon<strong>de</strong>m do vírus. A gran<strong>de</strong><br />
maioria trancou-se em casa, muitas vezes vocacionada<br />
para curtos períodos <strong>de</strong> tempo. Ninguém<br />
em seu juízo perfeito montaria uma casa<br />
pensando ficar nela meses, com raras e curtas<br />
saídas para aten<strong>de</strong>r urgências como comprar<br />
comida. Os poucos proprietários <strong>de</strong> casa <strong>de</strong><br />
campo ou <strong>de</strong> praia estão suportando sem gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sespero viver num espaço limitado, dividido<br />
com as mesmas pessoas sem po<strong>de</strong>r sair<br />
para, metaforicamente, ir até o bar da esquina.<br />
Mesmo pais amorosos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> semanas a fio,<br />
sentem <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> esganar os graciosos filhotes,<br />
cuja guarda era dividida com professores,<br />
amigos e esportes. Muita gente que eu conheço<br />
<strong>de</strong>scobriu o quanto o conjunto formado por<br />
cônjuge e filhos po<strong>de</strong> tornar a vida insuportável.<br />
Note-se, por favor, minha preocupação em<br />
ser justo. Na frase anterior eu usei uma palavra<br />
unissex (cônjuge) ao me referir ao martírio <strong>de</strong><br />
uma convivência forçada tanto para os homens<br />
quanto para as mulheres.<br />
Some-se ao drama da falta <strong>de</strong> espaço a ausência<br />
quase total <strong>de</strong> pessoas encarregadas<br />
<strong>de</strong> um sem-número <strong>de</strong> tarefas que, muitas vezes,<br />
a gente nem sabia que existiam. Essas tarefas<br />
vão do tirar o pó dos móveis ao martírio<br />
<strong>de</strong> lavar pratos, jogar lixo na lixeira, limpar<br />
privadas e mais uma porção <strong>de</strong> providências<br />
que não tínhamos consciência <strong>de</strong> que existiam.<br />
Até mesmo cozinhar para o dia a dia se<br />
mostra um trabalho muito sofisticado para<br />
quem tem <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas do passadio<br />
<strong>de</strong> uma família. Um prato especial para<br />
o fim <strong>de</strong> semana é uma coisa. O arroz, feijão,<br />
carne ou peixe mais sobremesa sem se repetir<br />
exige uma sofisticação que pouca gente tem.<br />
Aproveitar os restinhos, criando outros pratos,<br />
já é o estado da arte. Só os privilegiados<br />
são dotados <strong>de</strong>sta capacida<strong>de</strong>: transformar<br />
em iguaria o que seria, para os sem talento,<br />
nada mais do que lixo. No meu caso, o recolhimento<br />
me fez passar por uma experiência<br />
maravilhosa. Refugiei-me na década <strong>de</strong> 1950.<br />
Não, querida leitora, estimado leitor, se é que<br />
eu os tenho, a quarentena não me <strong>de</strong>ixou<br />
mais louco do que sempre fui. Estou sóbrio<br />
e razoavelmente normal. Mas, tirando este<br />
computador e alguns eletrodomésticos, tudo<br />
o mais que me cerca é <strong>de</strong> outras eras. Acontece<br />
que na fazenda <strong>de</strong> parentes <strong>de</strong> minha nora<br />
há um atelier <strong>de</strong> pintura e uma espécie <strong>de</strong> refúgio<br />
que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o falecimento da matriarca,<br />
não era usado. Estava tudo exatamente como<br />
ela <strong>de</strong>ixou. Um vi<strong>de</strong>otape U-Matic, máquina<br />
<strong>de</strong> escrever, TV à válvula, computador <strong>de</strong><br />
disquete e ventilador Arno. E uma coleção <strong>de</strong><br />
revistas, todas já <strong>de</strong>saparecidas, como Programa,<br />
do Jornal do Brasil, Planeta, Domingo<br />
(também do Jornal do Brasil), Manchete, Fatos<br />
e Fotos. Algumas registram a inauguração<br />
da TV Manchete, a programação da SSTV (SS<br />
<strong>de</strong> Silvio Santos) e até uma lista dos vi<strong>de</strong>ocassetes<br />
mais retirados das locadoras. Entre<br />
as revistas, Programa apresenta a lista dos<br />
10 melhores restaurantes do Rio, todos hoje<br />
abertos só na sauda<strong>de</strong>, como Antiquárius, Le<br />
Saint Honoré, Quadrifoglio, Clube Gourmet e<br />
Le Bec Fin.<br />
Outra revista abre espaço para a emocionante<br />
vitória <strong>de</strong> Airton Senna no Gran<strong>de</strong> Prêmio<br />
da Bélgica. Numa Veja <strong>de</strong> 1986 encontro<br />
a notícia que na África do Sul, a TV estatal,<br />
por um erro qualquer, transmitiu um filme<br />
pornográfico no horário do principal noticioso.<br />
E, num país ainda às voltas com a segregação<br />
racial, as cenas <strong>de</strong> sexo explícito<br />
eram entre um negro e uma loura. Não fiquei<br />
sabendo como a história acabou. O único registro<br />
que encontrei foi outra notícia sobre o<br />
fato. Desta vez foi registrando que o principal<br />
jornal do país, Star, publicou na primeira página<br />
uma foto da cena polêmica. Na mesma<br />
edição o preso político mais famoso ganha a<br />
liberda<strong>de</strong>. Nelson Man<strong>de</strong>la. E, para coroar,<br />
nas Páginas Amarelas <strong>de</strong> uma velha Veja,<br />
leio uma entrevista com o novo ministro da<br />
Cultura, dr. Celso Furtado. Na abertura da<br />
matéria, a revista informa que o novo ministro,<br />
para assumir seu posto, teve <strong>de</strong> fechar o<br />
seu apartamento em Bruxelas, cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
ele – segundo as próprias palavras – se sentia<br />
em casa. Furtei-me, durante a leitura, <strong>de</strong><br />
fazer comparações com os dias <strong>de</strong> hoje. Mas<br />
confesso que, numa casa on<strong>de</strong> ainda existem<br />
jornais e revistas comemorando a assinatura<br />
da Constituição, on<strong>de</strong> se encontram revistas<br />
4 Rodas eufóricas com lançamentos <strong>de</strong> carros<br />
com <strong>de</strong>signs brasileiros, tive muitas sauda<strong>de</strong>s<br />
daqueles tempos. Dos carros, dos cassetes,<br />
dos eletrodomésticos? Não. Até que não. Mas<br />
uma enorme sauda<strong>de</strong> dos tempos que a gente<br />
achava que este era um país que estava no caminho<br />
para dar certo.<br />
***<br />
Juntamente com as justas comemorações<br />
pelo aniversário <strong>de</strong>ste jornal, o colunista aqui<br />
aproveita para festejar suas várias décadas <strong>de</strong><br />
presença nestas páginas. Quero muito agra<strong>de</strong>cer<br />
aos fiéis leitores que me acompanham.<br />
Saibam que tê-los é um dos gran<strong>de</strong>s orgulhos<br />
<strong>de</strong> minha vida.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira.luvi@gmail.com<br />
94 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
quEm fEz<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
PODCAST<br />
Embaixador e garoto-propaganda do Banco<br />
Pan, Rodrigo Faro está <strong>de</strong> volta às novelas,<br />
mas em storytelling sonoro do anunciante<br />
composto por cinco episódios. Ele é o narrador<br />
do conteúdo. Conta a história do encontro<br />
entre o motorista <strong>de</strong> aplicativo Jefferson e a<br />
aspirante a cantora Vanessa. O conteúdo po<strong>de</strong><br />
ser acessado no podcast da marca no Spotify.<br />
In hoUse<br />
BANCO PAN<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Meu amor <strong>de</strong> Carnaval; direção <strong>de</strong> criação:<br />
Tatiane Ribeiro; criação: Eduardo Mergener;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Jacarandá Trilhas; direção <strong>de</strong><br />
voz: Fernando Lauletta; estúdio: Casa Locomotiva;<br />
ilustração: Benson Chin, Breno Ferreira e Shun<br />
Izumi; aprovação: Vivian Wertheimer.<br />
DEFESA<br />
O Fórum <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>ranças Yanomami e<br />
Ye’kwana, por meio <strong>de</strong> várias organizações,<br />
está empenhado em alertar sobre o perigo<br />
da contaminação das tribos indígenas por<br />
garimpeiros. A i<strong>de</strong>ia é pressionar autorida<strong>de</strong>s<br />
para fazer com que o território fique<br />
imune à presença <strong>de</strong> invasores que, na verda<strong>de</strong>,<br />
são vetores do contágio da Covid-19.<br />
wIe<strong>de</strong>n + KennedY<br />
YANOMAMI<br />
Título: <strong>2020</strong>; produto: Campanha Fora Garimpo,<br />
Fora Covid; ECDs: Eduardo Lima e Renato<br />
Simões; redator: Bruno Pereira; diretores <strong>de</strong><br />
arte: Ana Blanes e Fabiano Higashi; produção:<br />
Joint; som: Satélite Áudio; aprovação: Bruno<br />
Weis, Jurandir Craveiro e Marcos Wesley.<br />
OPORTUNIDADE<br />
Já que a varanda dos apartamentos passou<br />
a ser área VIP, por que não um drone levar<br />
uma mensagem promocional? Foi o que a<br />
Domino’s Pizza colocou em prática no bairro<br />
<strong>de</strong> Pinheiros (SP). O projeto funcionou como<br />
brinca<strong>de</strong>irinha que foi viralizada com fôlego<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. O código <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto,<br />
porém, continua valendo.<br />
GUT<br />
DOMINO’S<br />
Título: Dromino’s; ECD: Bruno Brux; criação: Rainor<br />
Marinho, Murilo Santos, Catharina Mendonça e<br />
Bernardo San<strong>de</strong>; produção: Sugarcane Filmes; direção:<br />
Igor Selingar<strong>de</strong>; social: Douglas Coelho e<br />
Bárbara Reis; head <strong>de</strong> produção: Mariane Goebel;<br />
aprovação: Edwin Junior.<br />
96 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Novas coNtas, agêNcias, prêmios<br />
e teNdêNcias do mercado<br />
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Digital<br />
Mutant expan<strong>de</strong> com aquisições<br />
e planeja crescer 35% em <strong>2020</strong><br />
Companhia com foco em performance estima que investimentos no<br />
Brasil po<strong>de</strong>m alcançar R$ 200 milhões; empresa adquiriu Tekoa e Zoly<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Mutant, empresa <strong>de</strong> gestão<br />
A <strong>de</strong> experiência do consumidor<br />
com foco em performance,<br />
projeta crescimento <strong>de</strong> 35%<br />
em <strong>2020</strong>.<br />
Para isso a empresa, com faturamento<br />
anual da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
R$ 800 milhões, comprou nos<br />
últimos meses duas empresas:<br />
em maio, a Tekoa, especializada<br />
em <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> serviço e performance;<br />
e em março, a Zoly,<br />
consultoria <strong>de</strong> marketing e data<br />
business.<br />
Estruturada nas áreas <strong>de</strong><br />
aceleração <strong>de</strong> jornada do consumidor,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
softwares, insights <strong>de</strong> performance<br />
e plataformas omnichanel,<br />
a empresa tem entre seus<br />
principais clientes Vivo, Claro,<br />
Sky, Banco Pan e Serasa.<br />
Des<strong>de</strong> 2016 a companhia tem<br />
uma área específica <strong>de</strong> M&A,<br />
integralmente <strong>de</strong>dicada a isso.<br />
Após as recentes aquisições, há<br />
mais 14 empresas no radar.<br />
Além da conquista <strong>de</strong> novos<br />
clientes e agressiva estratégia<br />
<strong>de</strong> compras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013 o grupo,<br />
único na América Latina<br />
a contar com aporte do fundo<br />
inglês <strong>de</strong> private equity Permira,<br />
incorporou nove empresas<br />
ao seu portifólio, incluindo a<br />
Tekoa e a Zoly.<br />
Alexandre Bichir Almeida,<br />
CEO da Mutant, comenta a estratégia.<br />
“Temos uma área <strong>de</strong><br />
fusões e aquisições muito ativa<br />
e sempre atenta às novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Estamos analisando<br />
outras empresas, das quais<br />
quatro em etapa bem avançada<br />
no processo <strong>de</strong> aquisição.<br />
Temos ainda duas frentes adicionais<br />
<strong>de</strong> expansão, a aceleradora<br />
<strong>de</strong> empresas Mutant Garage<br />
e a Mutant Innovation Labs,<br />
<strong>de</strong>dicada ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
interno <strong>de</strong> novos produtos e<br />
serviços.”<br />
Atualmente, a Mutant é composta<br />
por Mutant; Interaxa<br />
(plataformas e sistemas); Dextra<br />
e Cinq (ambas <strong>de</strong>dicadas a<br />
Guilherme Almeida: “Pense gran<strong>de</strong>, comece pequeno e escale rápido”<br />
Divulgação<br />
“ObservamOs<br />
um aumentO<br />
significativO<br />
nOs canais <strong>de</strong><br />
atendimentO<br />
e <strong>de</strong> cOmpra”<br />
transformação digital); Zoly e<br />
Tekoa. Essas duas últimas se integrarão,<br />
passando a operar sob<br />
a marca Zoly, e serão li<strong>de</strong>radas<br />
pelos co-CEOs Fabio Sayeg e<br />
Danilo Fernan<strong>de</strong>s, tendo na posição<br />
<strong>de</strong> COO Marco Casarotto,<br />
até então lí<strong>de</strong>r da Tekoa, cuja<br />
marca <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> existir.<br />
As duas aquisições realizadas<br />
em <strong>2020</strong>, somadas às possíveis<br />
novas aquisições e investimentos<br />
previstos para este ano,<br />
apresentam um valor total <strong>de</strong><br />
R$ 200 milhões.<br />
Guilherme Almeida, head<br />
<strong>de</strong> marketing e marcas da Mutant,<br />
reforça que o customer<br />
experience é uma disciplina<br />
ampla e a empresa tem observado<br />
um novo comportamento,<br />
com maior relevância das<br />
interações <strong>de</strong> atendimento e<br />
comportamento <strong>de</strong> compras<br />
em plataformas digitais. “Observamos<br />
um aumento significativo<br />
nos canais <strong>de</strong> atendimento<br />
e <strong>de</strong> compra. Alguns<br />
dos nossos aprendizados são:<br />
pense gran<strong>de</strong>, comece pequeno<br />
e escale rápido: é necessário<br />
tomar riscos e corrigir rápido;<br />
entenda o cliente através<br />
da análise <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> performance:<br />
data is king; e inove<br />
sem medo: gran<strong>de</strong>s riscos,<br />
gran<strong>de</strong>s retornos. As mudanças<br />
ocorrem <strong>de</strong> maneira muito<br />
acelerada”, diz.<br />
De acordo com ele, a Mutant<br />
sempre teve e tem apetite por<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> parcerias centradas<br />
em performance e soluções<br />
criativas com objetivo <strong>de</strong> “atravessar<br />
<strong>de</strong>safios, contribuindo<br />
objetivamente para uma mudança<br />
positiva no mundo”. “A<br />
Mutant fortalece, abre portas<br />
e facilita o crescimento <strong>de</strong>ssas<br />
empresas”, afirma.<br />
De olho no futuro<br />
Parte da empresa, o Mila<br />
(Mutant Innovation Labs) está<br />
sempre disseminando, promovendo<br />
e capacitando i<strong>de</strong>ias e<br />
projetos que nascem por iniciativa<br />
dos 3.200 colaboradores.<br />
São mais <strong>de</strong> 20 projetos acontecendo,<br />
dos quais sete <strong>de</strong>les já<br />
estão sendo aplicados em clientes<br />
e oferecidos ao mercado.<br />
Em <strong>2020</strong> e no ano anterior,<br />
por meio do Mutant Garage<br />
(projeto <strong>de</strong> aceleração <strong>de</strong> empresas<br />
do mercado), Almeida<br />
conta que foram analisadas<br />
mais <strong>de</strong> mil iniciativas, das<br />
quais para quatro <strong>de</strong>las foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidas prove of concept.<br />
“Após confirmação <strong>de</strong><br />
viabilida<strong>de</strong> econômica, se tornaram<br />
empresas parcerias e/ ou<br />
investidas, compondo o portfólio<br />
da Mutant”, diz.<br />
98 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
mARCAs<br />
Creme <strong>de</strong> leite Nestlé volta à mídia<br />
após 19 anos com filme da Publicis<br />
Anunciante traz o conceito Põe Cremosida<strong>de</strong> Nisso, reforçando atributos<br />
do produto, como seu sabor, além da tradição - está há 80 anos no Brasil<br />
retorno da marca creme<br />
O <strong>de</strong> leite Nestlé à mídia é<br />
marcado por um plano multiplataforma<br />
com inserções<br />
diárias em TV paga e mídias<br />
digitais. Após 19 anos sem<br />
anunciar, a marca agora traz<br />
comunicação assinada pela<br />
Publicis, com o conceito Põe<br />
Cremosida<strong>de</strong> Nisso. A campanha<br />
reforça os seus atributos,<br />
como sabor, além da tradição<br />
- o produto está no Brasil há<br />
mais <strong>de</strong> 80 anos.<br />
Com produção da Sentimental<br />
Filmes e direção <strong>de</strong> Mau e<br />
Lu, o projeto mostra o po<strong>de</strong>r<br />
transformador que adicionar<br />
creme <strong>de</strong> leite Nestlé tem sobre<br />
receitas práticas, como carne<br />
moída, macarrão ou lasanha.<br />
Cada filme explora recursos <strong>de</strong><br />
cor e appetite appeal.<br />
Red Bull projeta documentário<br />
a céu aberto na Avenida Paulista<br />
Ação no icônico prédio com grafite <strong>de</strong> Oscar Niemeyer foi criada pela<br />
DPZ&T; exposição para moradores divulgou filme <strong>de</strong> skatistas brasileiros<br />
região da Avenida Paulista,<br />
em São Paulo, recebeu a<br />
A<br />
pré-estreia do documentário Sonhos<br />
Concretos: o Skate Encontra<br />
Niemeyer, bran<strong>de</strong>d content da<br />
Red Bull com dois dos principais<br />
skatistas brasileiros. A produção<br />
trouxe o registro <strong>de</strong> Pedro Barros<br />
e Murilo Peres fazendo manobras<br />
nas tradicionais curvas<br />
<strong>de</strong> concreto das obras do arquiteto<br />
Oscar Niemeyer.<br />
O projeto está em cartaz na<br />
plataforma <strong>de</strong> streaming da<br />
marca, a Red Bull TV, mas para<br />
promover o lançamento, a capital<br />
paulista recebeu uma projeção<br />
ao ar livre com o conteúdo<br />
na semana passada. I<strong>de</strong>alizada<br />
pela agência DPZ&T, a ação se<br />
inspirou em um cenário que re-<br />
Nova campanha reforça versatilida<strong>de</strong> em receitas além do tradicional estrogonofe<br />
Empena com grafite feito pelo artista Eduardo Kobra recebeu projeção em São Paulo<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
“Mesmo presente em 90%<br />
dos lares brasileiros, hoje creme<br />
<strong>de</strong> leite é utilizado principalmente<br />
em duas receitas: o<br />
estrogonofe e a mousse. Nossa<br />
intenção é ressaltar sua versatilida<strong>de</strong>.<br />
Queremos mostrar que<br />
sua cremosida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> transformar,<br />
sem complicar, o cardápio<br />
do dia a dia”, explica Stephanie<br />
Arnesen, da Nestlé.<br />
A campanha é só o primeiro<br />
passo da retomada da marca.<br />
A Nestlé apresenta ainda a<br />
mudança <strong>de</strong> suas embalagens,<br />
agora mais mo<strong>de</strong>rnas e educativas,<br />
para ajudar o consumidor<br />
a escolher a versão i<strong>de</strong>al para<br />
cada tipo <strong>de</strong> prato.<br />
Todas as receitas divulgadas<br />
na campanha e também nas<br />
embalagens estão disponíveis<br />
na plataforma digital da marca.<br />
mete ao arquiteto: a empena do<br />
Shopping Pátio Paulista, la<strong>de</strong>ada<br />
pelo retrato <strong>de</strong> Niemeyer grafitado<br />
pelo artista Eduardo Kobra.<br />
Em tempo <strong>de</strong> quarentena<br />
e respeito ao isolamento social,<br />
a projeção foi feita a 52 metros<br />
<strong>de</strong> altura, à vista dos prédios<br />
da região. A agência YOUP, <strong>de</strong><br />
marketing esportivo, foi responsável<br />
pela viabilização do<br />
screening e o engajamento dos<br />
moradores locais.<br />
“A gente queria colocar o Pedro<br />
Barros e o Murilo Peres pra<br />
andar nas obras do Niemeyer,<br />
para todo mundo ver, mas <strong>de</strong><br />
um jeito único para galera que<br />
está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa nessa quarentena”,<br />
disse Rodrigo Vezzá,<br />
diretor <strong>de</strong> criação da DPZ&T.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 99
mArcAs<br />
“A palavra impossível<br />
ficou mais distante<br />
do meu vocabulário”<br />
“se o meu capital<br />
intelectual<br />
po<strong>de</strong> ser<br />
compartilhado,<br />
essa é uma outra<br />
forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
a li<strong>de</strong>rança”<br />
Apan<strong>de</strong>mia da Covid-19 abalou as<br />
estruturas do marketing, sempre<br />
muito bem alicerçado em estudos e no<br />
comportamento do consumidor. Com um<br />
cenário novo, as marcas precisaram trabalhar com<br />
o que tinham em mãos, ou seja, mudanças diárias.<br />
Foi no meio <strong>de</strong> tudo isso que Daniela Cachich,<br />
CMO da PepsiCo, compreen<strong>de</strong>u que a colaboração<br />
<strong>de</strong> seus fornecedores e colaboradores seria ainda<br />
mais fundamental. Assim como o propósito<br />
<strong>de</strong> suas marcas. As campanhas precisaram ser<br />
repensadas, bem como os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> produção,<br />
que ganharam mais agilida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong>.<br />
Na entrevista a seguir, a executiva fala sobre<br />
os aprendizados que ficaram da experiência.<br />
Danúbia Paraizo<br />
IncertezAs<br />
A tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão passou<br />
a ter menos elementos em<br />
mãos, porque tudo que a gente<br />
sabia sobre o consumidor era<br />
baseado no contexto <strong>de</strong> vida<br />
antes da Covid-19. Mesmo que<br />
a gente queira ter informações<br />
mais consistentes, muita coisa<br />
está sendo construída. Tem<br />
uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão com<br />
base no que está acontecendo<br />
semana a semana. Uma gran<strong>de</strong><br />
pergunta que a gente faz é<br />
sobre as mudanças do comportamento<br />
do consumidor,<br />
como ele vai se relacionar com<br />
as marcas e o varejo. Por outro<br />
lado, quando você tem uma<br />
marca com posicionamento<br />
consistente, coerente ao longo<br />
dos anos, que faz um trabalho<br />
sério sobre verda<strong>de</strong>, temos o<br />
benefício <strong>de</strong> um consumidor<br />
que enten<strong>de</strong> o que a marca está<br />
propondo e a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> transformar o discurso em<br />
ação. Fica mais fácil a tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão porque existe muita<br />
verda<strong>de</strong> e coerência na relação.<br />
Além do oportunIsmo<br />
Não são todas marcas que<br />
têm propósito claro, que trazem<br />
impacto social. Mas o<br />
consumidor enten<strong>de</strong> muito<br />
bem quando é forçado ou não.<br />
Quando olho para a PepsiCo,<br />
muitas coisas foram pensadas<br />
sob a ótica da companhia. Doamos,<br />
por exemplo, mais <strong>de</strong> 130<br />
mil toneladas <strong>de</strong> alimentos,<br />
em parceria com o World Food<br />
Bank e o Mesa Brasil. Quando<br />
você toma uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir<br />
quais marcas vão fazer o<br />
quê, algumas ações estiveram<br />
<strong>de</strong>ntro do guarda-chuva da<br />
companhia, enquanto outras<br />
tiveram ações ligadas ao posicionamento<br />
<strong>de</strong> cada marca. A<br />
eQlibri fez um trabalho muito<br />
bonito com as mulheres, Cheetos<br />
já vinha com uma parceria<br />
sólida com a Anitta e conseguimos<br />
estendê-la para o Dia<br />
das Mães, on<strong>de</strong> ela fez uma<br />
live com objetivo <strong>de</strong> conseguir<br />
o maior número <strong>de</strong> doações<br />
para o projeto Mães da Favela,<br />
em parceria com a Cufa. Ficou<br />
claro i<strong>de</strong>ntificar quais são as<br />
marcas em que iríamos continuar<br />
fazendo um trabalho<br />
individualizado. E, por outro<br />
lado, quais seriam as doações<br />
que faríamos em conjunto enquanto<br />
PepsiCo, como Toddy e<br />
Quaker, entre outras.<br />
confIAnçA<br />
Tem uma questão muito<br />
forte <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>. Qual é<br />
a autorida<strong>de</strong> moral da marca<br />
para falar sobre aquilo? O que<br />
você tem feito nos últimos anos<br />
naquele território? Que pessoas<br />
você está impactando positivamente<br />
como marca para que<br />
nesse momento você possa<br />
falar a respeito? É importante<br />
que, se nunca falou, entenda<br />
como você vai começar a falar.<br />
Isso precisa ter uma longevida<strong>de</strong>,<br />
não po<strong>de</strong> fazer e interromper,<br />
porque não é sobre<br />
uma campanha, é sobre<br />
realmente impactar<br />
positivamente<br />
as pessoas. Isso<br />
aconteceu nesse<br />
momento, algumas<br />
marcas<br />
têm feito um<br />
Daniela Cachich: “Não são todas as<br />
marcas que têm um propósito claro”<br />
Divulgação<br />
100 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
trabalho consistente e outras, a<br />
gente olha e se questiona. Isso<br />
ficou muito claro para o consumidor.<br />
Ação<br />
A marca eQlibri, por exemplo,<br />
tem um trabalho <strong>de</strong> anos<br />
baseado em se posicionar<br />
como um snack com menos<br />
sódio, e mais elementos naturais,<br />
como a tapioca, o coco e a<br />
chia. Ao mesmo tempo, é uma<br />
marca que faz um trabalho<br />
forte <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento da<br />
mulher, não à toa temos como<br />
parceiros projetos muito relevantes<br />
para po<strong>de</strong>r impactar<br />
positivamente mulheres em<br />
situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>.<br />
Neste momento <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia,<br />
nos associamos ao Movimento<br />
Free Free, que junto com o<br />
Ministério Público fez chegar<br />
cestas básicas para mulheres<br />
em comunida<strong>de</strong>s. A gente fez<br />
também um trabalho muito sério<br />
<strong>de</strong> retomar a autoestima <strong>de</strong><br />
vítimas que sofreram violência<br />
doméstica. É uma marca que<br />
já vinha falando da questão<br />
da mulher e, no momento da<br />
pan<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong>cidimos primeiro<br />
partir para a prática. Como<br />
transformar o marketing <strong>de</strong><br />
propósito em prática. Não ficamos<br />
parados imaginando o que<br />
iria acontecer, porque mostra o<br />
que a marca é. E agora fizemos<br />
o lançamento da pipoca eQlibri<br />
porque traz uma mensagem<br />
forte do quanto a mulher está<br />
se ressignificando, estourando,<br />
<strong>de</strong>scobrindo seu máximo<br />
potencial na pan<strong>de</strong>mia.<br />
crIAção ressIgnIfIcAdA<br />
Aprendi com tudo que a<br />
gente está passando que a<br />
palavra impossível saiu <strong>de</strong><br />
moda, ficou mais distante do<br />
meu vocabulário. Passamos por<br />
diferentes situações, no caso da<br />
pipoca eQlibri, já estava tudo<br />
pronto e filmado, redondo para<br />
ser lançado em março, mas a<br />
gente segurou e está lançando<br />
agora. Passamos por situações<br />
em que a i<strong>de</strong>ia criativa estava<br />
aprovada, como Lay’s. O Daniel<br />
Alves (jogador do São Paulo)<br />
estava contratado, ia fazer a<br />
gravação e veio a pan<strong>de</strong>mia. E<br />
obviamente, iríamos colocar<br />
muita gente em risco e não fazia<br />
sentido continuar o mo<strong>de</strong>lo<br />
tradicional <strong>de</strong> gravação. Foi<br />
muito interessante ver que a<br />
melhor coisa foi aceitar o lugar<br />
que a gente estava e conversar.<br />
Conversamos com a AlmapBB-<br />
DO, Dani Alves e <strong>de</strong>cidimos<br />
que ele mesmo se gravaria em<br />
casa. Quando a gente mostra as<br />
vulnerabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r<br />
controlar tudo, vi uma união<br />
“é uma lógica<br />
não pautada<br />
no volume <strong>de</strong><br />
investimento. isso<br />
não <strong>de</strong>veria mais<br />
ser impeditivo”<br />
muito forte entre todos. Fazia<br />
sentido lançar Lay’s com tazos<br />
naquele momento, o consumidor<br />
estava <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, seria<br />
uma maneira <strong>de</strong> se divertir, ter<br />
algo diferente nas mãos. Decidimos<br />
seguir, fazendo como<br />
nunca antes e aceitar que não<br />
ficaria tão perfeito. Mas, na verda<strong>de</strong>,<br />
ficou incrível. Apren<strong>de</strong>mos<br />
que produções po<strong>de</strong>m ser<br />
mais simples, ágeis, mais baratas,<br />
mas não é uma questão <strong>de</strong><br />
baratear a produção, mas o entendimento<br />
<strong>de</strong> que há produções<br />
que po<strong>de</strong>m ser menores,<br />
mas mantendo características<br />
mais humanas e <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>.<br />
Todo mundo apren<strong>de</strong>u no<br />
processo.<br />
novAs mAneIrAs<br />
Isso tudo mostra para o mercado<br />
que não existe o formato<br />
que caiba a todos. Ou aquela<br />
i<strong>de</strong>ia que precisa sempre ter<br />
um investimento enorme, com<br />
número x <strong>de</strong> pessoas na equipe,<br />
como se apenas isso fosse o<br />
obrigatório para entregar uma<br />
campanha. A gente está vendo<br />
que não. Passamos por diferentes<br />
situações e marcas, para<br />
cada uma exigiu uma nova<br />
abordagem. Para eQlibri, precisamos<br />
<strong>de</strong> muita resiliência<br />
e paciência para esperar para<br />
lançar a campanha mais tar<strong>de</strong>.<br />
Lay’s <strong>de</strong>mandou adaptabilida<strong>de</strong><br />
em um mo<strong>de</strong>lo muito diferente<br />
<strong>de</strong> produção. Estamos<br />
em um período muito difícil,<br />
estamos falando <strong>de</strong> um lugar<br />
<strong>de</strong> privilégio no Brasil por po<strong>de</strong>r<br />
trabalhar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa,<br />
mas há um legado <strong>de</strong>ssa situação<br />
complicada e triste que é<br />
o aprendizado <strong>de</strong> trabalhar <strong>de</strong><br />
outras maneiras. Colocamos as<br />
pessoas num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mais<br />
agilida<strong>de</strong>, mais colaboração.<br />
AprendIzAdos<br />
Vai mudar bastante a forma<br />
como a gente toma <strong>de</strong>cisões<br />
e investe em ações. Do nosso<br />
lado, enquanto anunciante, as<br />
ações não <strong>de</strong>vem ser pautadas<br />
no tamanho do investimento<br />
que a gente tem, mas em qual<br />
impacto queremos gerar. Vamos<br />
achar um jeito <strong>de</strong> fazer<br />
isso acontecer <strong>de</strong> forma agilizada.<br />
Quando a gente brifa uma<br />
agência, a primeira pergunta<br />
que é feita é qual investimento<br />
temos. Mas vai mudar essa<br />
ótica. A pergunta é o que a<br />
marca precisa e <strong>de</strong>seja fazer e<br />
<strong>de</strong>pois enten<strong>de</strong>r qual o investimento<br />
isso vai <strong>de</strong>mandar. É<br />
uma lógica não pautada no volume<br />
<strong>de</strong> investimento. Isso não<br />
<strong>de</strong>veria mais ser impeditivo<br />
para que gran<strong>de</strong>s ações sejam<br />
colocadas na rua.<br />
InvestImentos<br />
Em tudo que está indo para<br />
a rua hoje, as campanhas estão<br />
custando 50% menos. Isso<br />
significa que po<strong>de</strong>mos colocar<br />
duas vezes mais trabalhos do<br />
que a gente vinha colocando<br />
uma vez que eu mantenho o<br />
investimento. O que muda é a<br />
questão do progress over perfection.<br />
A gente precisa impactar<br />
as pessoas, não dá para ficar<br />
esperando a perfeição. Quando<br />
vemos formas <strong>de</strong> se relacionar<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse confinamento,<br />
não tem o aspecto publicitário<br />
irretocável, mas aspectos<br />
humanos, pessoas achando<br />
maneiras <strong>de</strong> se relacionar <strong>de</strong><br />
uma forma menos produzida.<br />
Isso traz para o nosso mercado<br />
um olhar <strong>de</strong> não buscar a<br />
perfeição, mas fazer com que<br />
as coisas aconteçam <strong>de</strong> uma<br />
forma mais rápida, insights<br />
com muito impacto. O nível <strong>de</strong><br />
investimento não po<strong>de</strong> ser o<br />
tamanho da ambição. Precisa<br />
ser pautado pelo impacto que a<br />
marca quer gerar na socieda<strong>de</strong>.<br />
Vi neste período ações incríveis<br />
que <strong>de</strong>morariam um ano<br />
e meio serem realizadas em<br />
três semanas porque o nível <strong>de</strong><br />
colaboração foi altíssimo. No<br />
caso da PepsiCo, a gente não<br />
diminuiu o investimento, não<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> fazer campanha. No<br />
da eQlibri, por exemplo, precisamos<br />
congelar em <strong>de</strong>terminado<br />
momento, mas retomamos.<br />
Não <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> investir o que<br />
estava alocado para a campanha.<br />
Não é uma questão <strong>de</strong> não<br />
investir mais. É conseguir fazer<br />
o dobro <strong>de</strong> campanhas porque<br />
estamos sendo mais otimizados,<br />
mais inteligentes, conseguindo<br />
pensar em alternativas<br />
que antes eram consi<strong>de</strong>radas<br />
impossíveis.<br />
HumAnIzAção<br />
O olhar com o meu time no<br />
dia a dia mudou. A primeira<br />
coisa reforçada foi a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
que o negócio é sobre pessoas.<br />
Sempre pensamos assim, mas<br />
agora, se tornou significativo<br />
começar uma reunião perguntando<br />
como as pessoas estão.<br />
Não era algo que a gente fazia o<br />
tempo inteiro. Hoje existe esse<br />
processo <strong>de</strong> conexão. Tem um<br />
olhar importante sobre os indivíduos,<br />
porque são eles que<br />
criam, que movem a empresa.<br />
Depois, a reflexão <strong>de</strong> como a<br />
gente consegue transformar<br />
o conhecimento em algo que<br />
possa ajudar as outras pessoas.<br />
compArtIlHAmento<br />
Estou participando <strong>de</strong> várias<br />
lives porque se eu pu<strong>de</strong>r<br />
compartilhar conhecimento e<br />
aquilo pu<strong>de</strong>r ajudar alguém a<br />
apren<strong>de</strong>r, empreen<strong>de</strong>r, já estarei<br />
contribuindo. É o momento<br />
<strong>de</strong> compartilhar. Temos visto<br />
diversas marcas se unindo, até<br />
concorrentes enten<strong>de</strong>ndo que<br />
o coletivo é o mais importante.<br />
As pessoas vão continuar se<br />
relacionando com as marcas,<br />
talvez <strong>de</strong> outras formas mais<br />
simples no pós-Covid. Elas vão<br />
estar muito mais conectadas às<br />
marcas, ao que elas acreditam,<br />
iniciativas que esão fazendo,<br />
qual é o seu papel. Não será<br />
apenas sobre comprar produtos<br />
ou serviços. Mas esse<br />
papel <strong>de</strong> compartilhar conhecimento<br />
vai ganhar espaço.<br />
A PepsiCo é uma das maiores<br />
empresas do mundo, temos<br />
muito conhecimento,<br />
é óbvio que algumas coisas são<br />
sigilosas no sentido <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>,<br />
mas há uma série<br />
<strong>de</strong> melhores práticas que<br />
po<strong>de</strong>m ser compartilhadas. Há<br />
ainda nosso papel <strong>de</strong> apoiar as<br />
mulheres, mostrando como<br />
elas po<strong>de</strong>m, neste momento,<br />
conseguir uma outra forma<br />
<strong>de</strong> renda, fazer alianças.<br />
Tudo isso é muito forte e,<br />
como lí<strong>de</strong>r da indústria, a gente<br />
tem <strong>de</strong> fazer esse papel, que<br />
é sobre o impacto do nosso trabalho,<br />
mas também o impacto<br />
<strong>de</strong> compartilhar conhecimento.<br />
Eu recebo diversas mensagens<br />
<strong>de</strong>pois das lives que<br />
participo <strong>de</strong> mulheres agra<strong>de</strong>cidas,<br />
dizendo que vão tentar<br />
aplicar as i<strong>de</strong>ias no seu negócio.<br />
Isso é interessante porque<br />
muitas pessoas não vão ter<br />
dinheiro para pagar e fazer um<br />
curso, participar <strong>de</strong> um evento<br />
online, estão <strong>de</strong>scapitalizadas,<br />
e, se o meu capital intelectual<br />
po<strong>de</strong> ser compartilhado, essa é<br />
uma outra forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
a li<strong>de</strong>rança.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 101
AgênciAs<br />
Audaz <strong>de</strong>staca bons resultados com<br />
medidas para atravessar pan<strong>de</strong>mia<br />
Alexandre Bassora, fundador e diretor-geral<br />
<strong>de</strong> criação, fala da boa aceitação <strong>de</strong> novos<br />
projetos com 76% <strong>de</strong> retorno positivo<br />
Fotos: Divulgação<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Em três meses <strong>de</strong> home<br />
office, a Audaz adotou diversas<br />
medidas para evitar<br />
efeitos negativos à agência e<br />
aos seus colaboradores. Com<br />
operações em Americana (SP)<br />
e São Paulo, e comprometida<br />
com o Movimento Não Demita,<br />
a agência afirma que não<br />
houve <strong>de</strong>missões e a equipe<br />
<strong>de</strong> relações humanas acompanha<br />
e mensura o comportamento<br />
e o humor do time. “Há<br />
psicólogos apoiando a equipe<br />
em sessões online semanalmente,<br />
com atenção extra aos<br />
que mais precisam”, <strong>de</strong>talha<br />
Alexandre Bassora, fundador<br />
e diretor-geral <strong>de</strong> criação da<br />
Audaz.<br />
Nos negócios, a agência<br />
criou mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> propostas<br />
num formato novo <strong>de</strong> trabalho.<br />
Segundo o executivo, há<br />
um índice <strong>de</strong> 76% <strong>de</strong> aprovação.<br />
“Novos projetos, que chamamos<br />
<strong>de</strong> success purpose,<br />
ou seja, baseados na estratégia<br />
apresentada ao cliente e com<br />
briefing gerado por nós, não<br />
foram <strong>de</strong>mandados. Muitas<br />
<strong>de</strong>ssas apresentações foram<br />
novos negócios <strong>de</strong>ntro dos<br />
clientes”, conta.<br />
Neste contexto, algumas<br />
áreas da agência ganharam<br />
mais <strong>de</strong>staque. A maioria dos<br />
trabalhos foi reconfigurada e<br />
se concentra nos meios online.<br />
Bassora cita as equipes <strong>de</strong><br />
conteúdo, <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>,<br />
projetos <strong>de</strong> presença digital<br />
e vendas online (diferente <strong>de</strong><br />
comércio eletrônico), <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
<strong>de</strong> UX e UI, <strong>de</strong><br />
mídia performance. “Temos<br />
contratado e acionado empresas<br />
parceiras para conseguirmos<br />
aten<strong>de</strong>r a todas as <strong>de</strong>mandas”,<br />
comenta.<br />
Em sua visão o bom <strong>de</strong>sempenho<br />
é resultado da soma <strong>de</strong><br />
seis pontos: intensida<strong>de</strong>, ve-<br />
Alexandre Bassora: or<strong>de</strong>m é pessoas, <strong>de</strong>spesas, novos negócios<br />
locida<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong>, novida<strong>de</strong>,<br />
otimismo e atitu<strong>de</strong>s positivas.<br />
“Cuidar das pessoas da<br />
agência, rever, cortar ou negociar<br />
amigavelmente todas<br />
as <strong>de</strong>spesas fixas possíveis e<br />
com fornecedores, além <strong>de</strong> -<br />
e principalmente - construir<br />
oportunida<strong>de</strong>s e projetos.<br />
Nesta or<strong>de</strong>m: pessoas, <strong>de</strong>spesas,<br />
novos negócios.”<br />
LADO OTiMisTA<br />
Durante esse período, o foco<br />
tem sido reverberar na comunicação<br />
as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> impactos<br />
positivos. O cliente Avery<br />
Dennison, uma empresa <strong>de</strong><br />
materiais autoa<strong>de</strong>sivos para<br />
rótulos e comunicação visual,<br />
financiou a produção <strong>de</strong> 700<br />
máscaras-escudo para instituições<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como a Universida<strong>de</strong><br />
Estadual <strong>de</strong> Campinas<br />
(Unicamp), a Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Campinas e o Hospital<br />
Emílio Ribas. Outro exemplo<br />
foi com o Grupo Fleury, que<br />
“Precisamos<br />
suPortar as<br />
equiPes <strong>de</strong><br />
marketing local<br />
com informações e<br />
cenários locais”<br />
<strong>de</strong>senvolveu um teste da Covid-19<br />
para cida<strong>de</strong>s sem laboratórios.<br />
Em artigo recente, o publicitário<br />
escreveu que “mudar<br />
é diferente <strong>de</strong> parar” e que as<br />
marcas “não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar que<br />
os seus produtos e propósitos<br />
percam o lugar conquistado<br />
com muito trabalho e investimento<br />
na memória dos consumidores”.<br />
Essa mensagem,<br />
O cliente Avery Dennison financiou 700 máscaras-escudo<br />
explica, é passada na prática<br />
em atitu<strong>de</strong>s, como estar ainda<br />
mais próximo do cliente, sentir<br />
as suas dores para <strong>de</strong>pois<br />
propor soluções. “Os clientes<br />
com headquarters na Europa<br />
ou América, por exemplo, tomam<br />
<strong>de</strong>cisões naturalmente<br />
com viés no cenário <strong>de</strong> seus<br />
mercados. Precisamos suportar<br />
as equipes <strong>de</strong> marketing<br />
local com informações e cenários<br />
locais, para ajustes <strong>de</strong> rota<br />
às <strong>de</strong>terminações”, diz.<br />
Para ele, a pan<strong>de</strong>mia acelerou<br />
um futuro que aconteceria<br />
fracionado no tempo. “Temos<br />
<strong>de</strong> rever os reais valores <strong>de</strong><br />
nossas vidas. Enten<strong>de</strong>r quais<br />
são as marcas e empresas que,<br />
<strong>de</strong> fato, fazem diferença para o<br />
mundo, não apenas oferecem<br />
e propagam aquilo que têm<br />
para ven<strong>de</strong>r ou servir. Vivemos<br />
uma revisão <strong>de</strong> valores e<br />
formatos necessários nos negócios<br />
e na propaganda”, conclui<br />
Bassora.<br />
102 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
mídia<br />
NEOOH assume comercialização<br />
<strong>de</strong> 13 terminais urbanos em SP<br />
Empresa venceu concorrência e fará o planejamento <strong>de</strong> mídia OOH da<br />
Praça Unitah, que interliga estações das linhas vermelha e azul do metrô<br />
Empresa <strong>de</strong> out of home, a<br />
NEOOH venceu concorrência<br />
para gerenciar e comercializar<br />
os espaços publicitários em<br />
13 terminais urbanos <strong>de</strong> ônibus<br />
<strong>de</strong> São Paulo, que fazem a interligação<br />
às estações das linhas<br />
vermelha e azul do metrô. Os<br />
terminais passam por reforma<br />
e integram o novo projeto Praça<br />
Unitah, que oferece opções<br />
<strong>de</strong> lazer, gastronomia, conveniência<br />
e serviços, e impactam<br />
mais <strong>de</strong> 1,5 milhão <strong>de</strong> pessoas<br />
por dia. “A Praça Unitah é um<br />
projeto inovador, que muda<br />
completamente o conceito <strong>de</strong><br />
terminais urbanos da cida<strong>de</strong>.<br />
Inspirado nos centros <strong>de</strong> convivência<br />
<strong>de</strong> maior sucesso ao<br />
redor do mundo, o projeto vai<br />
transformar o hábito dos usuários<br />
<strong>de</strong> transporte público <strong>de</strong><br />
São Paulo”, diz Luiz Fernando<br />
Ferraz Bueno, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Unitah Empreendimentos. “A<br />
presença da NEOOH na Praça<br />
Unitah vai muito além da exploração<br />
<strong>de</strong> mídia, focando a<br />
melhor interativida<strong>de</strong> possível<br />
das pessoas com a comunicação.<br />
Estamos levando para lá os<br />
equipamentos mais inovadores<br />
que temos em tecnologia e impacto”,<br />
reforça Leonardo Chebly,<br />
CEO da NEOOH.<br />
Os novos terminais <strong>de</strong> ônibus vão oferecer opções <strong>de</strong> conveniência e serviços<br />
Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 103
inspiração<br />
Baaahs, a ovelha homossexual<br />
“Acredito na inspiração que vem da ação. Em vez <strong>de</strong> esperar ficar<br />
inspirado para começar a trabalhar, eu prefiro começar o trabalho logo”<br />
FELIPE ANGHINONI<br />
Especial para o PROPMARK<br />
Eu já estava há três dias sem tomar banho.<br />
Sem dormir, há 31 horas.<br />
Cansado <strong>de</strong> vagar sem rumo pelo <strong>de</strong>serto,<br />
<strong>de</strong>cidi que já era uma boa hora para voltar<br />
para casa.<br />
Mas minha bicicleta cor-<strong>de</strong>-rosa com<br />
asas <strong>de</strong> dragão tinha sido roubada.<br />
Por sorte, Baaahs, a ovelha homossexual<br />
<strong>de</strong> 12 metros, estava pronta para a partida.<br />
Pedi uma carona.<br />
Dentro da ovelha, open-bar <strong>de</strong> New Amsterdam,<br />
um drink à base <strong>de</strong> gin e eletrólitos.<br />
Para você per<strong>de</strong>r a classe enquanto repõe<br />
os sais minerais.<br />
Desembarco em frente à Flybrary, a biblioteca<br />
da cida<strong>de</strong> em forma <strong>de</strong> cabeça humana,<br />
com seis metros <strong>de</strong> altura.<br />
Um DJ toca para uma pequena plateia<br />
dançar. Sinto o cheiro inconfundível do<br />
Palo Santo que uma velhinha hippie sopra<br />
em minha direção.<br />
Ela me pergunta: “O que você veio buscar<br />
aqui?”<br />
A resposta é tão clichê que falo com um<br />
pouco <strong>de</strong> vergonha: inspiração. Ela rebate<br />
<strong>de</strong> bate-pronto, como se já esperasse a minha<br />
resposta:<br />
“Você tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar<br />
suas i<strong>de</strong>ias em realida<strong>de</strong>. Isso <strong>de</strong>veria ser<br />
inspiração o suficiente.”<br />
Essa história é verda<strong>de</strong>ira e aconteceu<br />
na manhã do dia 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2019,<br />
em Black Rock City. Todos os anos, os habitantes<br />
<strong>de</strong>ssa cida<strong>de</strong> organizam o Burning<br />
Man. Uma celebração à criativida<strong>de</strong> humana,<br />
reunindo o onírico, o utópico e o psicodélico.<br />
É realizada no meio do <strong>de</strong>serto, sem wi-<br />
-fi, sem eletricida<strong>de</strong>, sem dinheiro.<br />
Sem dúvida, a maior concentração <strong>de</strong><br />
pessoas inspiradas e inspiradoras do mundo.<br />
Faço parte da cultura burner <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013.<br />
Como cidadão, participo da construção,<br />
montagem e <strong>de</strong>smontagem da cida<strong>de</strong>. O<br />
trabalho braçal <strong>de</strong> produção me ensinou<br />
que a arte <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais da execução<br />
do que a concepção.<br />
Confesso que sempre tive uma relação<br />
conflituosa com a clássica visão da inspiração<br />
milagrosa. Aquele sopro divino que<br />
surge magicamente para <strong>de</strong>spertar nossa<br />
produção criativa. Acho que essa visão induz<br />
à passivida<strong>de</strong>.<br />
Já vi muita gente talentosa ficar completamente<br />
paralisada esperando a inspiração<br />
chegar. Gente com “banco <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias”, “projetos<br />
futuros” cheios <strong>de</strong> post-its na pare<strong>de</strong><br />
que só precisa <strong>de</strong> mais um cigarrinho, um<br />
xixizinho, um cafezinho e respon<strong>de</strong>r uma<br />
coisinha no WhatsApp antes <strong>de</strong> sentar para<br />
criar.<br />
Sonhos inspirados sofrendo na burocracia<br />
da procrastinação.<br />
Sabe quando você enche o pulmão <strong>de</strong> ar<br />
antes <strong>de</strong> começar a fazer alguma coisa im-<br />
portante? Isso que é, literalmente, inspiração<br />
para mim.<br />
Acredito na inspiração que vem da ação.<br />
Em vez <strong>de</strong> esperar ficar inspirado para começar<br />
a trabalhar, eu prefiro começar o trabalho<br />
logo.<br />
Mesmo sem entusiasmo. Mesmo com a<br />
i<strong>de</strong>ia ruim. O processo se prontifica a apresentar<br />
insights inspiradores ao longo do caminho.<br />
A inspiração chega mais rápido quando<br />
eu também procuro por ela.<br />
Você já tem um superpo<strong>de</strong>r incrível que<br />
parece mágica: pegar uma i<strong>de</strong>ia abstrata,<br />
tirá-la <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da cabeça e materializá-la<br />
bem na sua frente, no mundo real. Chama-<br />
-se criação.<br />
Como disse a velhinha hippie, você tem a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar i<strong>de</strong>ias em realida<strong>de</strong>.<br />
Você cria o mundo.<br />
O que po<strong>de</strong> ser mais inspirador que isso?<br />
Nesse exato momento, há uma enorme<br />
comunida<strong>de</strong> criando um mundo bem diferente:<br />
sem wi-fi, eletricida<strong>de</strong> ou dinheiro,<br />
com bicicletas rosas e asas <strong>de</strong> dragão, ovelhas<br />
homossexuais <strong>de</strong> 12 metros <strong>de</strong> comprimento<br />
e drinks à base <strong>de</strong> gin e eletrólitos.<br />
Saber que eu também posso criar esse<br />
mundo é toda a inspiração que eu preciso.<br />
Para conversar sobre inspiração, Burning<br />
Man e Baaahs, a ovelha homossexual, me<br />
acione no Instagram: @fanghinoni.<br />
Felipe Anghinoni é professor, fundador<br />
da Perestroika e burner<br />
104 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
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eyond the line<br />
Matthieu Joannon/Unsplash<br />
Uma das histórias<br />
dos 55 anos<br />
Era um coquetel superanimado,<br />
com gente interessante e a<br />
criativida<strong>de</strong> dominando o ambiente<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Cursando engenharia, recém-chegado do interior<br />
<strong>de</strong> São Paulo, acompanhei um amigo<br />
numa festa <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> prêmios. Confesso<br />
que fui mais pela boca-livre – naquela ida<strong>de</strong> era<br />
o que mais importava rsrsrs –, mas o que vi por<br />
lá foi talvez uma das primeiras influências para<br />
eu mudar radicalmente o rumo da minha vida<br />
profissional.<br />
Era um coquetel superanimado, com gente<br />
interessante e a criativida<strong>de</strong> dominando o ambiente.<br />
Era a entrega <strong>de</strong> prêmios <strong>de</strong> mais um<br />
Colunistas. Virei para meu amigo e disse: “Um<br />
dia estarei aí, recebendo um prêmio”. Isso foi lá<br />
no início dos anos 1980.<br />
Precisamos tomar cuidado com o que <strong>de</strong>sejamos...<br />
Muitos anos <strong>de</strong>pois, eu era um dos<br />
jurados do Colunistas, do qual tenho a honra<br />
<strong>de</strong> participar até hoje, tendo cumprido a minha<br />
previsão <strong>de</strong> estar naquele palco muitas vezes,<br />
entregando prêmios para os mais criativos do<br />
Brasil.<br />
Mas também tive meu momento <strong>de</strong> receber<br />
troféu, em 2009, quando fui homenageado por<br />
ter coor<strong>de</strong>nado o primeiro conteúdo Promo do<br />
Cannes Lions Festival <strong>de</strong> 2008, quando fui um<br />
dos palestrantes do maior festival <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
do mundo. Foi o acaso que me levou da engenharia<br />
para o marketing.<br />
Mas posso dizer que o PROPMARK fez parte<br />
<strong>de</strong>ssa história <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início e esteve presente<br />
na minha vida profissional, inspirando, informando,<br />
educando...<br />
Por exemplo, quando estive pela primeira<br />
vez no Cannes Festival (há uns 20 anos!), pela<br />
DPZ. O nosso anfitrião maior na Riviera Francesa<br />
foi Armando Ferrentini e a equipe do<br />
PROPMARK, que organizou as melhores recepções<br />
e passeios paralelos ao festival.<br />
O tempo passou e quis o <strong>de</strong>stino que meu<br />
envolvimento fosse ainda mais rico, quando,<br />
há aproximadamente <strong>15</strong> anos, passei a colaborar<br />
ativamente com o jornal, sendo um dos seus<br />
colunistas regulares.<br />
De lá para cá, tenho uma gostosa “obrigação”<br />
<strong>de</strong> escrever um texto interessante por semana<br />
nesse histórico veículo. Acredite, não é fácil ge-<br />
rar um texto minimamente interessante todas<br />
as semanas do ano. São quase 4 mil caracteres<br />
que, às vezes, teimam em não se concatenar na<br />
nossa cabeça. Mas essa “obrigação” é um catalisador<br />
do conhecimento e <strong>de</strong> organização <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ias em relação ao mercado.<br />
Uma tarefa que cumpro semanalmente, nesses<br />
mais <strong>de</strong> <strong>15</strong> anos, honrado e agra<strong>de</strong>cido pela<br />
oportunida<strong>de</strong>. E aqui estarei até que me expulsem<br />
rsrsrs.<br />
Pois bem, em mais da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses 55 anos<br />
<strong>de</strong> história, eu tive o PROPMARK como pano <strong>de</strong><br />
fundo da minha carreira profissional. E quantos<br />
perrengues vivemos juntos. Teve Plano Cruzado<br />
(1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989),<br />
Plano Collor (1990) e Plano Real (1993).<br />
Cada um <strong>de</strong>sses planos econômicos exigiu<br />
daqueles que tinham negócios ou que trabalhavam<br />
uma resiliência e força <strong>de</strong> superação<br />
realmente especiais, <strong>de</strong> tal modo que todos<br />
fomos ficando mais fortes. Sobrevivemos à inflação<br />
mensal <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> inimagináveis 80%,<br />
em 1990.<br />
E lá esteve o PROPMARK, superando todas<br />
as adversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser um veículo especializado<br />
em propaganda e marketing.<br />
Hoje, já com poucos cabelos, olho para trás<br />
e cresce a minha admiração por Armando e os<br />
tantos profissionais que ele conseguiu atrair ao<br />
longo do tempo para continuar cobrindo o setor<br />
e gerando informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que baliza<br />
o mercado com tanta proprieda<strong>de</strong>.<br />
Superando adversida<strong>de</strong>s, mas também comemorando<br />
momentos importantes do nosso<br />
mercado, que é admirado internacionalmente.<br />
Conquistas que o PROPMARK não só testemunhou,<br />
mas influenciou.<br />
Só me resta agra<strong>de</strong>cer muito, não só como<br />
um ator <strong>de</strong>sse mercado, mas, também, como<br />
um participante ativo <strong>de</strong>ssa história, mo<strong>de</strong>stamente<br />
colaborando com meus textos semanais<br />
<strong>de</strong>sta coluna.<br />
Muito obrigado, Armando, por ajudar a <strong>de</strong>senvolver<br />
esse mercado cheio <strong>de</strong> altos e baixos<br />
nesses longos 55 anos. E, mais importante, por<br />
me <strong>de</strong>ixar fazer parte <strong>de</strong>ssa história. Longa vida<br />
ao PROPMARK!<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
106 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
A Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />
completará 100 anos<br />
<strong>de</strong> jornalismo crítico<br />
e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />
Hoje, parabeniza o<br />
Propmark pelos seus<br />
55 anos <strong>de</strong> história com um<br />
conteúdo relevante para o<br />
mercado publicitário.<br />
PARABÉNS, PROPMARK
produtoras<br />
Flexibilização do isolamento social<br />
traz novos horizontes ao audiovisual<br />
Protocolo assinado pela Apro, Sindcine e Siaesp sugere produções com<br />
até 20 pessoas em estúdio e jornada máxima <strong>de</strong> 12 horas <strong>de</strong> trabalho<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
indústria audiovisual, que<br />
A gera milhares <strong>de</strong> empregos<br />
formais e informais em todo<br />
o país, foi bastante afetada<br />
pela pan<strong>de</strong>mia causada pela<br />
Covid-19. Sem a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> realizar produções externas<br />
nos últimos três meses, as<br />
empresas precisaram se reinventar<br />
e apostar em novos formatos.<br />
Porém, com o início da<br />
flexibilização do isolamento<br />
social na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />
novos horizontes <strong>de</strong>vem surgir<br />
para estes profissionais.<br />
Entida<strong>de</strong>s do setor se reuniram<br />
no último dia 11 para apresentar<br />
e assinar o protocolo <strong>de</strong><br />
segurança e saú<strong>de</strong> no trabalho<br />
do audiovisual e, assim, retomar<br />
gradativamente as ativida<strong>de</strong>s<br />
da categoria. O evento<br />
virtual, que foi transmitido<br />
da Fiesp, contou com a participação<br />
<strong>de</strong> André Sturm, cineasta<br />
e produtor; Marianna Souza,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Apro (Associação<br />
Brasileira da Produção <strong>de</strong><br />
Obras Audiovisuais); Simoni<br />
<strong>de</strong> Mendonça, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Siaesp (Sindicato da Indústria<br />
Audiovisual do Estado <strong>de</strong> São<br />
Paulo); e Sonia Santana, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Sindcine (Sindicato<br />
dos Trabalhadores da Indústria<br />
Cinematográfica e do Audiovisual).<br />
“O maior <strong>de</strong>safio foi encontrar<br />
meios e soluções <strong>de</strong> planejar<br />
uma retomada que fosse<br />
segura, viável e responsável.<br />
Este foi o foco <strong>de</strong> todas as entida<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong> diversos estados, que<br />
participaram da construção <strong>de</strong>ste<br />
protocolo”, comenta Simoni<br />
<strong>de</strong> Mendonça, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Siaesp.<br />
A presi<strong>de</strong>nte do Sindcine, Sonia<br />
Santana, reforça que o documento<br />
é vivo e po<strong>de</strong>, a cada<br />
momento, com a obtenção <strong>de</strong><br />
novos dados, ser modificado,<br />
ampliado, suavizado ou, até<br />
mesmo, endurecido. “A gente<br />
espera que não seja necessário<br />
endurecer, que todos tenham<br />
Protocolo assinado por entida<strong>de</strong>s do setor visa levar segurança e saú<strong>de</strong> aos profissionais do audiovisual<br />
“A gente esperA<br />
que não sejA<br />
necessário<br />
endurecer e<br />
todos tenhAm<br />
<strong>de</strong>ntro do set<br />
umA Atitu<strong>de</strong><br />
responsável”<br />
<strong>de</strong>ntro do set uma atitu<strong>de</strong> responsável.<br />
Nós não po<strong>de</strong>mos<br />
banalizar em nenhum momento<br />
a segurança. Então, observamos<br />
aqui um protocolo que tem<br />
um início para um posicionamento<br />
nacional, com ressalvas<br />
às diferenças regionais <strong>de</strong> cada<br />
local”, afirma.<br />
O protocolo apresenta três<br />
fases <strong>de</strong> abertura. A primeira,<br />
que já vem acontecendo, é a<br />
fase remota, com a produção <strong>de</strong><br />
filmes e campanhas pequenas<br />
<strong>de</strong>ntro da casa <strong>de</strong> atores. A segunda,<br />
que <strong>de</strong>ve ser concedida<br />
imediatamente após a liberação<br />
do protocolo, prevê a produção<br />
com equipes <strong>de</strong>ntro do set <strong>de</strong><br />
filmagens com até 20 pessoas.<br />
Já a terceira fase contempla as<br />
produções maiores, que ainda<br />
estão sendo estudadas e vão<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos resultados das<br />
fases anteriores.<br />
“A produção é sempre a fase<br />
mais complexa, pois é on<strong>de</strong> a<br />
i<strong>de</strong>ia se torna realida<strong>de</strong>. A primeira<br />
já vem aten<strong>de</strong>ndo à publicida<strong>de</strong><br />
e a segunda terá um<br />
protocolo mais rígido, pois será<br />
necessário um controle maior<br />
<strong>de</strong> acesso e testagem. Com a<br />
produção <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> conteúdo<br />
mais longas, <strong>de</strong>finimos<br />
uma jornada máxima <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>de</strong> 12 horas aos profissionais<br />
envolvidos, com intervalo para<br />
as refeições. Teremos <strong>de</strong> buscar<br />
Jacob Owens/Unsplash<br />
o equilíbrio entre as agências,<br />
os criativos e as produtoras<br />
para enten<strong>de</strong>r que os tempos<br />
e as condições <strong>de</strong> trabalho não<br />
serão iguais. O planejamento<br />
<strong>de</strong>ve ser ainda mais assertivo”,<br />
ressalta Sonia.<br />
Já Marianna Souza, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Apro, revela que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
março a entida<strong>de</strong> vem observando<br />
como outros países<br />
estão lidando com a situação<br />
para trazer essa realida<strong>de</strong> para<br />
o mercado brasileiro. “Trabalhamos<br />
<strong>de</strong> perto com outros<br />
estados como, por exemplo,<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, Santa Catarina e<br />
Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. O protocolo<br />
também traz não só orientações<br />
sobre as filmagens em locações<br />
privadas, como em locações<br />
públicas. No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
já estão liberadas as locações<br />
públicas, mas, em São Paulo,<br />
ainda aguardamos uma resposta<br />
da Prefeitura para saber<br />
quando será possível retomar<br />
as ativida<strong>de</strong>s”, diz.<br />
108 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
ANUNCIE NO ESPECIAL: RESERVA 16/6 - MATERIAL 18/6 - CIRCULAÇÃO 22/6<br />
COMERCIAL@EDITORAREFERENCIA.COM.BR<br />
55 ANOS. DE VIDA.
ENtrEvIsta<br />
LUIZ FELIPE PONDÉ<br />
professor, filósofo e escritor<br />
PUbLIcItárIOs<br />
PrEcIsam<br />
OLhar maIs<br />
Para a<br />
rEaLIDaDE<br />
Nelson Rodrigues dizia que toda<br />
unanimida<strong>de</strong> é burra. Eis aí algo que<br />
o entrevistado especial da edição <strong>de</strong><br />
aniversário não é: unânime. Há quem<br />
ame, há quem o<strong>de</strong>ie, mas uma coisa é certa:<br />
Luiz Felipe Pondé se tornou uma das referências<br />
brasileiras quando o assunto é filosofia.<br />
Doutor da disciplina pela USP e Paris VIII, possui<br />
pós-doutorado pelas Universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Tel Aviv<br />
(Israel) e Giessen (Alemanha). Abaixo, Pondé<br />
discorre sobre marketing, publicida<strong>de</strong>, vida<br />
e todos os pormenores entre eles.<br />
leonardo araujo<br />
Há um termo nesse meio publicitário<br />
que vem ganhando muito espaço,<br />
mas nem todo mundo gosta, que é o<br />
“novo normal”. O que você acha <strong>de</strong>ssa<br />
expressão?<br />
Eu não gosto da expressão.<br />
Acho ela muito inconsistente.<br />
Apesar <strong>de</strong> que eu entendo a i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> que existam algumas coisas<br />
que po<strong>de</strong>m mudar no cotidiano e<br />
já mudaram. Mas eu não sei quanto<br />
tempo elas vão durar. Não <strong>de</strong>ve<br />
ser muito tempo. Por exemplo, faz<br />
parte do novo normal a <strong>de</strong>cisão<br />
da Comunida<strong>de</strong> Europeia <strong>de</strong> que<br />
brasileiro não entra lá até acabar<br />
a pan<strong>de</strong>mia? Isso é uma situação<br />
que a gente está passando, mas<br />
que, na verda<strong>de</strong>, é o velho normal.<br />
A expressão “velho normal”<br />
é mais verda<strong>de</strong>ira do que o “novo<br />
normal”. “Novo normal” é um<br />
truque <strong>de</strong> marketing para empacotar<br />
para presente o que está<br />
acontecendo. Estou pegando este<br />
exemplo da União Europeia. Isso é<br />
uma prática muito comum na história.<br />
As medidas sanitárias são<br />
sempre medidas violentas. É claro<br />
que guardando as diferenças, mas<br />
basicamente o que o mundo sempre<br />
fez foi cercar, como a China<br />
fez com Wuhan no começo, você<br />
cerca o polo da pan<strong>de</strong>mia e <strong>de</strong>ixa<br />
as pessoas lá <strong>de</strong>ntro. Faziam isso<br />
na peste, fizeram isso na Gripe Espanhola,<br />
em Buenos Aires nas favelas,<br />
em Bogotá e agora a Comunida<strong>de</strong><br />
Europeia fez com o Brasil.<br />
Não há nada <strong>de</strong> novo normal nisso.<br />
A humanida<strong>de</strong> já teve várias<br />
epi<strong>de</strong>mias na história, muito piores<br />
que essa. Não com a propaganda,<br />
marketing e o jornalismo que<br />
essa tem, mas muito piores. É claro,<br />
se há algo <strong>de</strong> novo, temos mais<br />
trabalho home office, que no Brasil<br />
tinha menos e em outros países<br />
tinha mais. Mas isso po<strong>de</strong> mudar<br />
o cotidiano <strong>de</strong> algumas empresas.<br />
Isso é algo que foi assimilado.<br />
Eu diria que, principalmente,<br />
qualquer coisa <strong>de</strong> mais ou menos<br />
novo está mais associado a um<br />
uso maior <strong>de</strong> tecnologias remotas<br />
para alguns eventos, processos <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> conteúdo e trabalho.<br />
Mas novo normal é, por enquanto,<br />
não po<strong>de</strong>r beijar na boca com<br />
muita facilida<strong>de</strong>. Acho a expressão<br />
muito vazia. Estamos vivendo<br />
o velho normal. O mundo sempre<br />
foi violento com pan<strong>de</strong>mias. Agora<br />
está até um pouco menos.<br />
Há uma reabertura <strong>de</strong> shoppings em<br />
muitas partes do Brasil. Há filas <strong>de</strong><br />
pessoas nas entradas. Você acha que<br />
as pessoas utilizam as compras como<br />
um escape para a ansieda<strong>de</strong>? E qual a<br />
responsabilida<strong>de</strong> das marcas nisso?<br />
A principal responsabilida<strong>de</strong><br />
das marcas é ficarem financeiramente<br />
saudáveis para pagar salário<br />
para quem trabalha com elas.<br />
Essa é a primeira responsabilida<strong>de</strong><br />
das marcas. Ser responsável pela<br />
manutenção da ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />
que gera riquezas. Em segundo<br />
lugar, acho que as marcas têm<br />
uma responsabilida<strong>de</strong> do ponto<br />
<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> agregar valor para ela,<br />
<strong>de</strong> serem cuidadosas nessa realização<br />
da ca<strong>de</strong>ia produtiva. Agora,<br />
criar condições <strong>de</strong> trabalho para<br />
os funcionários, para as lojas, <strong>de</strong><br />
repente aumentar o número <strong>de</strong><br />
funcionários para que eles trabalhem<br />
menos tempo e fiquem<br />
menos tempo <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />
viciado, observar máscaras,<br />
distanciamento marcado no solo,<br />
número <strong>de</strong> clientes... Vai ser cansativo,<br />
mas não tem muito como<br />
não ser assim nesse momento <strong>de</strong><br />
retorno. Acho que as marcas também<br />
são responsáveis por investir<br />
muito em histórias falsas. Falar <strong>de</strong><br />
um Brasil que é mais alocado nos<br />
Jardins - usando como metáfora.<br />
Não criar narrativas extremamente<br />
<strong>de</strong>scoladas da realida<strong>de</strong> com famílias<br />
lindas Doriana na quarentena<br />
feliz, quando todo mundo sabe<br />
que tem muita gente morrendo <strong>de</strong><br />
medo, casal se separando... Não<br />
precisa fazer propaganda da <strong>de</strong>sgraça,<br />
mas as marcas <strong>de</strong>vem pegar<br />
um pouco mais leve na mentira. A<br />
vida está muito estressante e muita<br />
mentira faz com que as pessoas<br />
se sintam muito bobas.<br />
Com os recentes protestos envolvendo<br />
a questão racial, muitas marcas<br />
<strong>de</strong>cidiram entrar nessa conversa.<br />
Você acredita em marcas que queiram<br />
salvar o mundo e combater o racismo?<br />
As marcas po<strong>de</strong>m, sim, fazer<br />
conteúdos que sejam inclusivos<br />
com relação a populações que são<br />
objetos <strong>de</strong> exclusão. Faz parte, as<br />
marcas são produtoras <strong>de</strong> imaginários,<br />
não é? Agora, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> as<br />
marcas salvarem o mundo é uma<br />
farsa. As marcas querem sobreviver,<br />
ganhar dinheiro, ter lucro e<br />
elas po<strong>de</strong>m brincar com essas coisas<br />
na Dinamarca, mas na América<br />
Latina e na África aí complica<br />
um pouco.<br />
Mas elas têm uma responsabilida<strong>de</strong>,<br />
certo? Elas tiram muito do público e<br />
precisam dar algo em troca, certo?<br />
Sim, como toda elite <strong>de</strong>ve dar<br />
algo em troca. Porque se você não<br />
cuidar dos pobres eles vão cuidar<br />
<strong>de</strong> você. Isso é <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século 19,<br />
enten<strong>de</strong>u? Muita <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />
social po<strong>de</strong> gerar <strong>de</strong>sorganização<br />
social ao longo do tempo. Então,<br />
eu acho que, como toda elite - e<br />
as marcas são parte da elite -,<br />
elas têm responsabilida<strong>de</strong> pela<br />
socieda<strong>de</strong>. O que eu quis dizer é<br />
que elas conseguem exercer essa<br />
responsabilida<strong>de</strong> na medida que<br />
mantêm a saú<strong>de</strong> financeira. O<br />
modo como elas agem num país<br />
da Escandinávia não é a mesma<br />
linguagem ou olhar que elas precisam<br />
ter na América Latina.<br />
Você já disse que o “jovem é um poço<br />
<strong>de</strong> moralismo”. Essa lógica se aplica<br />
à publicida<strong>de</strong>? Até porque ela é feita<br />
por jovens, em sua maioria. A publicida<strong>de</strong><br />
é moralista?<br />
Atualmente, sem dúvida. Tem<br />
uma piada quando entrei na Folha<br />
que eu escutava, há uns 12 ou<br />
13 anos, que os jornalistas faziam<br />
consigo mesmos que era o seguinte:<br />
“jornalistas e publicitários vão<br />
para o inferno, mas o jornalista<br />
não sabe”. Agora, o publicitário<br />
também não sabe. Ele quer ir para<br />
o céu. Ele quer ensinar as pessoas<br />
a serem legais e, se o publicitário<br />
sempre correu o risco <strong>de</strong> esquecer<br />
o produto do cliente, agora<br />
ele corre cada vez mais. Penso<br />
isso porque dou aula no curso <strong>de</strong><br />
comunicação social há 25 anos e<br />
uma das habilitações é publicida<strong>de</strong><br />
e propaganda. Vejo isso a olhos<br />
vistos na sala <strong>de</strong> aula. Os jovens<br />
chegam à faculda<strong>de</strong> cada vez mais<br />
moralistas, já vêm da escola, da<br />
família, as re<strong>de</strong>s sociais têm uma<br />
vocação fascista, <strong>de</strong> ser agressiva<br />
e <strong>de</strong> linchar posições, como<br />
110 <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
todo mundo sabe. Então, os jovens<br />
estão solitários porque normalmente<br />
têm poucos irmãos ou<br />
nenhum. Os pais projetam sobre<br />
eles muitas expectativas. Eles têm<br />
<strong>de</strong> saber mandarim, precisam ter<br />
comida vegana, não po<strong>de</strong>m sentir<br />
ciúmes... Os jovens são <strong>de</strong>positários<br />
<strong>de</strong> toda a expectativa <strong>de</strong> santida<strong>de</strong><br />
falsa. E eles são moralistas,<br />
sim. E puritanos. E não é só a minha<br />
opinião. Eu vejo isso dando<br />
aula há 25 anos. Vejo essa diferença<br />
com as meninas que trabalham<br />
comigo e são formadas há cerca <strong>de</strong><br />
cinco ou seis anos para meninas e<br />
meninos que agora estão com 18<br />
anos na faculda<strong>de</strong>. Claramente<br />
é diferente. Linguagem, extremamente<br />
politicamente correto,<br />
obcecado por uma séria <strong>de</strong> pautas<br />
absolutamente restritivas da<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> você enten<strong>de</strong>r o<br />
mundo, sabe?<br />
Talvez um <strong>de</strong>scolamento da realida<strong>de</strong><br />
dos alunos?<br />
Sim, mas um <strong>de</strong>scolamento da<br />
realida<strong>de</strong> que exige <strong>de</strong>les que sejam<br />
santos. E aí, quando vai para<br />
a publicida<strong>de</strong>, ela fica cada vez<br />
mais boba, neste sentido.<br />
Você disse que publicitários <strong>de</strong>cidiram<br />
que merecem o céu. Você acha<br />
que estão fazendo por merecer?<br />
Escrevi o Guia Politicamente<br />
Incorreto da Filosofia em 2011.<br />
Agora, no fim do ano passado,<br />
saiu uma edição nova com outro<br />
título, pois mudou <strong>de</strong> editora.<br />
Tive <strong>de</strong> reler o livro, fazer ajustes,<br />
fiz uma nova introdução, mas, <strong>de</strong><br />
todos os textos, o único que tive<br />
<strong>de</strong> mexer foi no <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
O que mudou?<br />
Durante muitos anos - e ainda<br />
hoje - tenho a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
participar <strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
via agências para discutir<br />
comportamento, nos últimos<br />
tempos pu<strong>de</strong> gravar ví<strong>de</strong>os discutindo<br />
pautas para que eles usem<br />
nas reuniões, então eu tenho um<br />
percurso que aprendi muito que<br />
é discutir comportamento com a<br />
intenção <strong>de</strong> criar publicida<strong>de</strong> para<br />
<strong>de</strong>terminados públicos. Aprendi<br />
muito com isso, em planejamento<br />
estratégico, especificamente.<br />
Percebo, talvez há uns três, quatro<br />
anos, uma piora muito gran<strong>de</strong><br />
na discussão por conta justamente<br />
<strong>de</strong>ssa característica <strong>de</strong> querer<br />
ir para o céu. Então, inclusive,<br />
no capítulo sobre publicida<strong>de</strong> eu<br />
“As mArcAs<br />
<strong>de</strong>vem pegAr<br />
um pouco<br />
mAis leve nA<br />
mentirA”<br />
Divulgação<br />
dizia que um dos ambientes que<br />
eu encontrava pessoas mais inteligentes<br />
para discutir socieda<strong>de</strong><br />
era em reuniões <strong>de</strong> agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>. Não é mais. Eu achava<br />
que era acima do nível porque<br />
os publicitários tinham uma intenção<br />
muito técnica <strong>de</strong> saber o<br />
que as pessoas querem para po<strong>de</strong>r<br />
acessar. Ou eles tinham uma<br />
intenção muito clara <strong>de</strong> preparar<br />
o <strong>de</strong>sejo para daqui dois anos,<br />
tecnicamente falando. Hoje não.<br />
A publicida<strong>de</strong> quer pregar causas<br />
e neste universo ela se tornou banal<br />
como qualquer pregação em<br />
qualquer igrejinha.<br />
O setor precisa ouvir mais o consumidor?<br />
Estudar mais sua realida<strong>de</strong>?<br />
Precisa sair do <strong>de</strong>lírio do politicamente<br />
incorreto e querer enten<strong>de</strong>r<br />
o que <strong>de</strong> fato se passa no<br />
mundo. Pelo seguinte, o publicitário<br />
tem um problema: se ele não<br />
ven<strong>de</strong>r, ele per<strong>de</strong> a conta. A i<strong>de</strong>ia<br />
do marketing <strong>de</strong> causa também<br />
agrega valor às marcas. Quando<br />
eu falei que elas pensam que<br />
o mundo todo é a Dinamaraca,<br />
elas precisam tomar cuidado. Uma<br />
prova que elas têm <strong>de</strong> tomar cuidado:<br />
veja que o Brasil elegeu o<br />
Bolsonaro.<br />
Você já falou dos ricos contra o capitalismo.<br />
Há uma parcela <strong>de</strong> publicitários<br />
que costuma falar mal do capitalismo.<br />
Isso é contraditório? Você percebe<br />
isso entre seus alunos?<br />
Quando você está falando com<br />
jovens <strong>de</strong> classe média para cima,<br />
isso é marketing. Xingar o capitalismo<br />
é um assunto que garante<br />
lugar em muitos jantares inteligentes.<br />
Publicitário é o tipo mais<br />
comum nos jantares inteligentes.<br />
Agora, é claro que, principalmente<br />
para gran<strong>de</strong>s publicitários, que<br />
ganham muito dinheiro com ele,<br />
xingar o capitalismo é cuspir no<br />
prato que comeu.<br />
“A<br />
publicidA<strong>de</strong><br />
quer pregAr<br />
cAusAs<br />
e neste<br />
universo elA<br />
se tornou<br />
bAnAl”<br />
Se pu<strong>de</strong>sse dar um conselho aos profissionais<br />
<strong>de</strong> propaganda e marketing<br />
neste mundo pandêmico, qual seria?<br />
Aconselharia a ler um livro que<br />
acabou <strong>de</strong> sair no Brasil chamado<br />
A Violência e a História da Desigualda<strong>de</strong>:<br />
da Ida<strong>de</strong> da Pedra ao Século<br />
XXI. É <strong>de</strong> um autor austríaco<br />
radicado nos Estados Unidos chamado<br />
Walter Schei<strong>de</strong>l. Com esse<br />
conselho quero dizer o seguinte:<br />
os publicitários precisam olhar<br />
para a realida<strong>de</strong> mais do que para<br />
a imaginação <strong>de</strong>les <strong>de</strong> como o<br />
mundo <strong>de</strong>via ser. Caso não façam,<br />
é mais ou menos como se um piloto<br />
<strong>de</strong> avião quisesse pilotar sem<br />
levar em conta a verda<strong>de</strong>ira previsão<br />
da meteorologia.<br />
jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 111
aRena do esPoRte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Reprodução/ Instagram<br />
Retomada<br />
Depois <strong>de</strong> um hiato <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três meses sem jogos <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, a<br />
Premier League anunciou seu retorno para a próxima quarta-feira (17). As disputas entre<br />
Sheffield United x Aston Villa e Manchester City x Arsenal po<strong>de</strong>rão ser acompanhadas no<br />
Brasil pelos canais ESPN e também no digital pelo serviço <strong>de</strong> streaming DAZN. O Campeonato<br />
Inglês seguirá os protocolos da Bun<strong>de</strong>sliga, torneio alemão que retomou as ativida<strong>de</strong>s<br />
em 16 <strong>de</strong> maio. A entrada no estádio será limitada a 300 pessoas, inclusos os jogadores,<br />
equipe técnica e profissionais da imprensa. Ainda não há previsão para a abertura dos<br />
portões aos torcedores. A marca <strong>de</strong> snacks Cadbury, Coca-Cola, Barclays e Budweiser são<br />
os patrocinadores oficiais da liga inglesa.<br />
Play<br />
A Pesquisa Game Brasil <strong>2020</strong> revelou que o mercado tem se fortalecido no país. O público<br />
cresceu 7,1% em relação ao ano anterior, sendo os adultos <strong>de</strong> 25 a 34 anos a principal faixa<br />
etária (33,6% do total). O levantamento também apontou as marcas preferidas pelos gamers<br />
em diversas categorias, evi<strong>de</strong>nciando oportunida<strong>de</strong>s para ativações. Entre os snacks,<br />
por exemplo, figuram Ruffles, Doritos e Cheetos, respectivamente. No segmento telefonia,<br />
<strong>de</strong>staque para Vivo, Claro e TIM. Entre os refrigerantes, Guaraná, Coca-Cola e Fanta.<br />
Jovem 1<br />
Uma das re<strong>de</strong>s sociais que mais crescem mundo afora, principalmente entre os mais jovens,<br />
o Tik Tok é o novo ponto <strong>de</strong> encontro dos torcedores do futebol brasileiro no digital.<br />
Segundo levantamento do Ibope Repucom, 32 dos 50 maiores clubes nacionais criam conteúdos<br />
para a plataforma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os curtos atualmente. O Flamengo li<strong>de</strong>ra o ranking com<br />
pouco mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> fãs, seguido por Corinthians (270 mil) e São Paulo (149 mil).<br />
Diante da popularida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> social, a consultoria passa a contabilizá-la em sua pesquisa<br />
mensal sobre o <strong>de</strong>sempenho dos clubes em ambiente digital.<br />
Jovem 2<br />
Ao todo, os 50 clubes somam 1,9 milhão <strong>de</strong> inscrições<br />
em suas contas oficiais no Tik Tok até dia 1º <strong>de</strong><br />
<strong>junho</strong>. Alguns times da Série B também têm bom<br />
<strong>de</strong>sempenho na re<strong>de</strong> social. O Cruzeiro, por exemplo,<br />
soma 101.800 fãs, à frente do Santos, com 35<br />
mil. Chama a atenção a não presença do Palmeiras<br />
na plataforma. O clube é o quarto maior do Brasil em<br />
ambiente digital, com pouco mais <strong>de</strong> 11 milhões <strong>de</strong><br />
inscritos. “As características do Tik Tok se apresentam<br />
como oportunida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
dos clubes em frentes consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>safiadoras:<br />
a construção e a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> uma base jovem <strong>de</strong><br />
torcedores, a efetiva exploração do prestígio dos<br />
atletas como força <strong>de</strong> influência e a expansão e<br />
internacionalização <strong>de</strong> suas marcas, sobretudo no<br />
mercado asiático e chinês (on<strong>de</strong> as <strong>de</strong>mais plataformas<br />
sociais não possuem presença)”, explica José<br />
Colagrossi, diretor-executivo do Ibope Repucom.<br />
Inovação<br />
O retorno dos jogos da LaLiga na semana<br />
passada foi marcado por novos recursos<br />
tecnológicos durante as transmissões. A<br />
organização do Campeonato Espanhol<br />
preparou um áudio <strong>de</strong> torcedores recriado<br />
digitalmente, além da virtualização das<br />
arquibancadas e novos ângulos <strong>de</strong> câmera,<br />
num momento em que as partidas estão<br />
sendo feitas sem a presença do público.<br />
Para essas transmissões, as arquibancadas<br />
estão sendo virtualizadas com imagens em<br />
escala <strong>de</strong> torcedores sentados, usando as<br />
cores do clube em casa. Já o áudio ficou<br />
por conta <strong>de</strong> uma parceria com EA Sports<br />
FIFA. No projeto Sounds of the Stands, a<br />
biblioteca <strong>de</strong> áudio gravada em estádios<br />
reais foi usada e adaptada para ser inserida<br />
em tempo real <strong>de</strong> acordo com o fluxo do<br />
jogo, em momentos como um gol ou falta,<br />
por exemplo. A LaLiga é transmitida pelos<br />
canais ESPN e Fox Sports no Brasil.<br />
CoRReRIa<br />
O calendário <strong>de</strong> lançamentos da Asics<br />
não sofreu impactos com a pan<strong>de</strong>mia da<br />
Covid-19. A marca apresenta neste sábado<br />
(13) o mo<strong>de</strong>lo Novablast. Pela primeira vez<br />
na história, a companhia esportiva faz o kickoff<br />
em