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<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>107</strong> - Jun/Jul<br />
EDITORIAL<br />
Chegamos à <strong>107</strong>ª edição da <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, cuidadosamente elaborada trazendo a maior gama de assuntos<br />
referentes ao setor de controle de qualidade industrial.<br />
A pandemia de covid-19 permanece, e a atenção do mundo segue voltada para as novas descobertas e às ações<br />
que precisam ser realizadas para resolvê-la o quanto antes. O momento continua pedindo força, resiliência e que<br />
mantenhamos a rede de apoio que possibilitará passar por esse período difícil.<br />
Faz-se também necessário ressaltar a importância do controle de qualidade dos processos industriais, da<br />
instrumentação analítica e da divulgação de informação científica de qualidade.<br />
Sempre junto com vocês e cumprindo a nossa função, trazemos em nossa edição <strong>107</strong>, as melhores inovações e<br />
soluções em instrumentação analítica, pesquisa e controle de qualidade industrial, reunindo as maiores empresas do<br />
ramo e um rico conteúdo. Agradecemos a todos que colaboraram com essa edição, e a todos os leitores.<br />
*A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> é viva e dinâmica, acessando-a em nosso site, você poderá clicar nos links disponibilizados nela<br />
e melhorar a sua experiência com os materiais que lhe interessem. Sua experiência com a revista não termina aí. Nosso<br />
site e nossas redes sociais estão sempre trazendo materiais atualizados.<br />
Boa leitura a todos!<br />
JOÃO GABRIEL DE ALMEIDA<br />
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Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
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Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: Newslab <strong>Ed</strong>itora<br />
Conselho <strong>Ed</strong>itorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />
Jornalista Responsável: João Gabriel de Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
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Impressão: Gráfica Mundo | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>107</strong> - Jun/Jul<br />
ÍNDICE<br />
01<br />
06<br />
<strong>Ed</strong>itorial<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
Artigo 1<br />
08<br />
Determinação e Quantificação dos Metais<br />
Pesados Chumbo e Cobre em Sombras em<br />
Pó de Maquiagem por Espectrometria de<br />
Absorção Atômica com Chama<br />
Autores: Jussiara S. da Silva, Camilla D. F. Carvalho,<br />
Sérgio S. Henrique Júnior, Andréa A. R. Alves<br />
Artigo 2<br />
16<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Produção e Análise da Geléia Mãe<br />
em Vinagres Industrias<br />
Autores: Juliete Martins Dutra, Rogério Favareto,<br />
Letícia Fleury Viana,Bruna Maria Andrade Braga.<br />
21<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
30<br />
Logística Laboratorial<br />
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />
Espectrometria de Massa<br />
Microbiologia<br />
Metrologia<br />
Em Foco
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>107</strong> - Jun/Jul<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
Ansell 03<br />
Arena Técnica 39<br />
Greiner 33<br />
Nova Analitica 17<br />
BCQ<br />
4ªCAPA<br />
Prime Cargo<br />
3ªCAPA<br />
Bio Scie<br />
2ªCAPA<br />
Sartorius 11<br />
CMS 05<br />
Veolia 37<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />
4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Conselho <strong>Ed</strong>itorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta <strong>Ed</strong>ição:<br />
<strong>Ed</strong>uardo Pimenta Almeida de Melo, Luciano Nascimento, Anastasiia Melnyk, Oliveira ML, Pereira AS, Rodrigues KM, França RF, Assis IB, Arena Técnica,<br />
Oscar Vega Bustillos, Américo Tristão, Claudio Kiyoshi Hirai.
<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>107</strong> - Jun/Jul<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />
autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />
editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />
educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />
levarão em consideração para publicação toda<br />
e qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação e o<br />
controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />
pelos revisores.<br />
Os autores deverão informar todo e qualquer<br />
conflito de interesse existente, em particular<br />
aqueles de natureza financeira relativo<br />
a companhias interessadas ou envolvidas em<br />
produtos ou processos que estejam relacionados<br />
com a contribuição e o manuscrito<br />
apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />
de compromisso assinado por todos os autores,<br />
atestando a originalidade do artigo, bem<br />
como a participação de todos os envolvidos.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />
mas com Abstract detalhado em inglês.<br />
O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />
palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />
As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />
ser enviadas na forma original, para<br />
uma perfeita reprodução. Se o autor preferir<br />
mandá-las por e-mail, pedimos que a resolução<br />
do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />
extensão em TIF ou JPG.<br />
Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />
por e-mail, ordenados em título, nome<br />
e sobrenomes completos dos autores e nome<br />
da instituição onde o estudo foi realizado.<br />
Além disso, o nome do autor correspondente,<br />
com endereço completo fone/fax e e-mail<br />
também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />
palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />
(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />
Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
As referências deverão constar no texto com o<br />
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da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />
As identificações completas de cada referência<br />
citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />
com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />
seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />
siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />
artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />
página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />
de contribuições ainda não publicadas<br />
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Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />
vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />
disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />
média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />
em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />
A/C: João Gabriel de Almeida – redação<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />
Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/
Agenda<br />
agenda<br />
Em função da pandemia do Covid-19, e acompanhando os<br />
desdobramentos da crise, decretos e posicionamentos dos<br />
governos, os eventos presenciais agendados para o período<br />
Junho/Julho estão cancelados.<br />
Comprometidos em não propagar informações equivocadas,<br />
não haverá seção Agenda na <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> <strong>Ed</strong> <strong>107</strong> e<br />
recomendamos que os interessados em participar de eventos<br />
consultem os sites dos eventos que estariam programados para<br />
esse período para se informar sobre possíveis novas datas e<br />
também sobre apresentações digitais como webinars e outras<br />
alternativas que estão sendo oferecidas pelas empresas.<br />
Mantenha-se informado em nosso site e em nossas redes sociais.<br />
Agradecemos a compreensão de todos,<br />
Equipe <strong>Analytica</strong>.<br />
Para novidades na área de instrumentação analítica, controle de<br />
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Artigo 1<br />
Autores:<br />
Jussiara S. da Silva a , Camilla D. F. Carvalho b , Sérgio S. Henrique Júnior b , Andréa A. R. Alves a *<br />
a<br />
Universidade Federal Fluminense, UFF, Polo de Volta Redonda, Campus Aterrado, Departamento de Química. RJ - Brasil.<br />
b<br />
Instituto Federal de <strong>Ed</strong>ucação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Coordenação de Segurança e<br />
Administração de Ambientes Tecnológicos, Campus Nilópolis - RJ - Brasil.<br />
Determinação e Quantificação dos Metais Pesados<br />
Chumbo e Cobre em Sombras em Pó de Maquiagem por<br />
Espectrometria de Absorção Atômica com Chama<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Resumo<br />
Evidências arqueológicas registram o uso de cosméticos para embelezamento<br />
e higiene pessoal desde 4000 anos antes de Cristo (a.C.).<br />
O uso desses produtos cresceu ao longo dos séculos, ganhando forças<br />
com as inovações do mercado. A Resolução RDC nº. 211, de 14 de julho<br />
de 2005, definem os cosméticos como sendo preparações constituídas<br />
por produtos naturais ou sintéticos de uso externo em diversas partes<br />
do corpo humano. Os cosméticos estão sujeitos a apresentarem quantidades<br />
pequenas de metais pesados, como o chumbo (Pb) e o cobre<br />
(Cu), por isso, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />
(ANVISA) é o órgão responsável por legislar a quantidade máxima de<br />
metais pesados permitidos em cosméticos nacionais. Para tanto, o presente<br />
trabalho tem como objetivo determinar e quantificar os metais<br />
pesados chumbo e cobre no cosmético de sombras em pó de maquiagem.<br />
A análise foi realizada no espectrômetro de absorção atômica em<br />
chama que forneceu a concentração dos analitos nas três amostras de<br />
maquiagem, denominadas como: A, B e C. Os Limite de Detecção (LD)<br />
e Limite de Quantificação (LQ) foram importantes para determinar a<br />
concentração de cada metal. Para o Cu, o LD foi 0,09 mg L-1 e o LQ 0,29<br />
mg L-1; e para o Pb, 0,33 mg L-1 e 1,01 mg L-1, respectivamente. A<br />
amostra B se destacou em ambos os métodos e metais, pois apresentou<br />
concentrações acima do LD e LQ da curva de calibração, resultando<br />
0,83 % de Cu na amostra total pelo método 1 e 1,95 % pelo método 2<br />
e para o Pb, resultou em 5,12 % da amostra total pelo o método 2. Já<br />
a amostra C, apresentou concentração acima do LQ apenas para o Cu<br />
e pelo método 2, foi registrado pelo aparelho 0,49 % desse metal em<br />
toda a amostra. Todas as amostras estão dentro dos valores máximos<br />
de Cu e Pb permitidos pela legislação vigente, a ANVISA.<br />
Palavras-chave: Cosmético facial. Metais Pesados. Espectrometria.<br />
Absorção Atômica.<br />
Abstract<br />
Archaeological evidence records the use of cosmetics for beautification<br />
and personal hygiene since 4000 years before Christ (b.C.).<br />
The use of these products has grown over the centuries, gaining<br />
strength with market innovations. RDC Resolution no. 211, of July<br />
14, 2005, defines cosmetics as preparations consisting of natural<br />
or synthetic products for external use in different parts of the<br />
human body. Cosmetics are subject to small amounts of heavy<br />
metals, such as lead and copper, so in Brazil, the National Health<br />
Surveillance Agency (ANVISA) is the body responsible for legislating<br />
the maximum amount of heavy metals allowed in national<br />
cosmetics. To this end, the present work aims to determine and<br />
quantify the heavy metals lead and copper in the cosmetic powder<br />
eye shadow. The analysis was performed on the flame atomic<br />
absorption spectrometer that provided the concentration of the<br />
analyses in the three makeup samples, named as: A, B and C. The<br />
Limit of Detection (LD) and Limit of Quantification (LQ) were important<br />
to determine the concentration of each metal. For Cu, LD<br />
was 0.09 mg L-1 and LQ 0.29 mg L-1; and for Pb, 0.33 mg L-1 and<br />
1.01 mg L-1, respectively. Sample B stood out in both methods<br />
and metals, as it presented concentrations above the LD and LQ of<br />
the calibration curve, resulting in 0.83 % of Cu in the total sample<br />
by method 1 and 1.95 % by method 2 and for Pb, resulting in 5.12<br />
% of the total sample by method 2. However, sample C, presented<br />
a concentration above the LQ only for Cu and by method 2, 0.49 %<br />
of this metal was registered by the apparatus in the entire sample.<br />
All samples are within the maximum values of Cu and Pb allowed<br />
by current legislation, ANVISA.<br />
Keywords: Facial Cosmetic. Heavy Metals. Spectrometry. Atomic<br />
Absorption.
Introdução<br />
Evidências arqueológicas registram o uso de<br />
cosméticos para embelezamento e higiene<br />
pessoal desde 4.000 anos antes de Cristo (a.C.).<br />
Muitas pessoas produziam seus cosméticos em<br />
casa para o uso pessoal. Mortes por intoxicação<br />
eram comuns entre atores e pintores, pois muitos<br />
dos pigmentos minerais continham chumbo<br />
(Pb) ou mercúrio (Hg) em sua composição. Na<br />
era moderna, cresceu consideravelmente o reconhecimento<br />
do benefício da higiene pessoal<br />
e do embelezamento. Somente no século XIX,<br />
foi lançado o primeiro cosmético comercial, o<br />
sabonete em barra, e no século XX, o primeiro<br />
cosmético facial, o batom. No final do século<br />
XX, as maquiagens trouxeram inovações com<br />
aspectos multifuncionais e até o momento<br />
pesquisas avançam na direção da manipulação<br />
genética para o melhoramento da estética. 1<br />
A Câmara Técnica de Cosméticos (CATEC) da<br />
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI-<br />
SA) foi instituída pela Portaria nº 485, de 7 de<br />
julho de 2004 cuja finalidade é prestar consultoria<br />
e assessoramento, além de emitir parecer<br />
técnico relacionado a produtos de higiene<br />
pessoal, cosméticos e perfumes.2,3 A Câmara<br />
adota uma definição e classificação de grupo,<br />
referente a Resolução RDC Nº 211, de 14 de julho<br />
de 2005, para cosméticos e perfumes. 4<br />
Além das diversas características encontradas<br />
nos produtos de cosméticos faciais, a coloração se<br />
destaca, pois, é atribuída a adição de pigmentos,<br />
que podem ser minerais ou orgânicos, contendo<br />
em suas formulações, como impurezas, diversos<br />
metais indesejáveis, entre eles o chumbo (Pb) e<br />
o cobre (Cu). 5 O Pb é bioacumulativo, isto é, acumula-se<br />
progressivamente na cadeia alimentar<br />
e não é eliminado com o tempo. Pode afetar o<br />
sistema circulatório e o nervoso, gerar alterações<br />
neurológicas e do sistema reprodutor, além da<br />
disfunção renal, é tóxico e cancerígeno. 6 Já o Cu<br />
é fundamental ao metabolismo em baixas concentrações,<br />
no entanto o uso excessivo pode gerar<br />
acúmulo no organismo. Esse metal é preocupante<br />
em elevadas concentrações, uma vez que pode<br />
causar sérios danos como irritação e corrosão da<br />
mucosa, problemas hepáticos e renais. 7-8<br />
Relatos da última década, referem-se à<br />
presença de vários metais em produtos cosméticos<br />
faciais.9 De acordo com as normas da<br />
ANVISA, Resolução Nº 79/2000 e com base<br />
na Lei 6360/1976, são permitidos somente<br />
corantes inorgânicos insolúveis em água. Para<br />
os corantes inorgânicos existem limites de<br />
concentrações: o Pb são 20 ppm (mg L -1 ) e o<br />
Cu, 100 ppm (mg L -1 ). 10<br />
Em Sainio et al (2000) determinaram Pb em<br />
amostras de sombra de olho por espectrometria<br />
de absorção atômica em forno de grafite. A concentração<br />
encontrada de Pb foi acima do permitido<br />
pela legislação brasileira. 11 Em Omolaoye<br />
et al (2010), teve como objetivo determinar alguns<br />
metais, entre eles o Pb e o Cu em amostras<br />
de sombra de olho importadas da China através<br />
do espectrofotômetro de absorção atômica em<br />
chama. Como resultado, duas marcas apresentaram<br />
teores de Pb superiores a legislação. 12<br />
O trabalho desenvolvido por Guekezian et al<br />
(2018), tratou as amostras de sombra de maquiagem<br />
em pó por espectrofotometria de absorção<br />
atômica em chama para quatro metais<br />
incluindo o Pb, que estava abaixo do limite de<br />
concentração estabelecido pela ANVISA. 13<br />
A técnica por espectrometria de absorção atômica<br />
(EAA) se destaca dentre os trabalhos realizados<br />
para amostras em produtos cosméticos.<br />
Os pontos positivos para esta técnica são: determinação<br />
de baixas concentrações de metais e<br />
semimetais, pois possui alta sensibilidade, boa<br />
seletividade, requer pouco volume de amostra<br />
e é possível obter limites de detecção para a<br />
maioria dos elementos em concentrações na<br />
ordem de mg g -1 , µg g -1 e até pg g -1 ). Já as desvantagens<br />
são: erros sistemáticos e aleatórios<br />
que podem afetar negativamente a exatidão e<br />
precisão dos resultados bem como o desempenho<br />
das técnicas analíticas em questão. 14<br />
De posse do exposto, realizar um trabalho que<br />
busque determinar e quantificar metais pesados<br />
utilizando uma técnica de fácil acesso, com<br />
foco no chumbo e no cobre em sombras em pó<br />
de maquiagem, é de grande importância tanto<br />
em caráter industrial, como para o controle do<br />
que é oferecido ao consumidor final.<br />
Materiais e Métodos<br />
Para a metodologia do Trabalho, inicialmente<br />
separou-se as três amostras de sombras em pó<br />
de maquiagem, denominadas como A, B e C,<br />
que foram adquiridas no comércio local que, a<br />
priori, são autorizados pela ANVISA (possuem<br />
no rótulo essa informação).<br />
Os reagentes foram HNO3 concentrado 54 %<br />
(da Alphatec e código: 7697-37-2), H2O2 20 %<br />
(do laboratório UFF/Campus Volta Redonda),<br />
água destilada (do laboratório UFF/Campus<br />
Volta Redonda), padrão de cobre (Cu) e chumbo<br />
(Pb) (Dinâmica e lote: 1024-025, do laboratório<br />
de pesquisa IFRJ/Campus Nilópolis). Balão de<br />
fundo redondo, béqueres, pipetas volumétricas<br />
e graduadas, balão volumétrico, funil e papel filtro<br />
qualitativo. Balança analítica de precisão de 4<br />
casas decimais (da Bioscale), manta térmica (da<br />
Casalabor 250), banho sônico (da Unique USC<br />
– 14009), água deionizada (do laboratório de<br />
pesquisa IFRJ/Campus Nilópolis) e o espectrômetro<br />
de absorção atômica atomizado em chama<br />
(da Perkin Elmer, modelo: PinAAcle 900T).<br />
Parte Experimental<br />
Preparação da Amostra<br />
Digestão por suspensão - Método 1 (Adaptado<br />
- GUEKEZIAN, 2018): Para cada amostra (A,<br />
B e C), pesou-se 250 mg de sombra e adicionou-se<br />
15 mL de HNO3 concentrado (54 %) em<br />
um béquer de 50 mL, em seguida, banho sônico<br />
por 15 minutos. Após esfriamento, as amostras<br />
foram filtradas com auxílio de um funil e papel<br />
de filtro qualitativo e transferidas para balões<br />
volumétricos de 25 mL completando-se o volume<br />
com HNO3 concentrado (54 %). 13<br />
Digestão ácida – Método 2 (Adaptado -<br />
GUEKEZIAN, 2018): Para cada amostra (A, B e<br />
C), pesou-se 200 mg da sombra e adicionou-<br />
-se 5 mL de H2O destilada, 2 mL de H2O2 20<br />
% e 0,2 mL de HNO3 concentrado (54 %) em<br />
um balão de fundo redondo de 250 mL. O sistema<br />
foi aquecido em manta térmica, evitando<br />
ebulição. Repetindo-se por 6 vezes as adições<br />
de 2 mL de H2O2 20 % e 0,2 mL de HNO3<br />
concentrado (54 %) com intervalo de 5 minutos,<br />
totalizando 7 adições. Após esfriamento,<br />
as amostras foram filtradas e transferidas para<br />
balões volumétricos de 100 mL completando-<br />
-se o volume com H2O destilada. 13<br />
Após as digestões (1 e 2), os elementos Pb<br />
e Cu foram determinados através da espectrometria<br />
de absorção atômica por atomização<br />
em chama de ar-acetileno, da Perkin Elmer<br />
PinAAcle 900T. As condições de uso para os<br />
metais Pb e Cu do aparelho para a técnica foram:<br />
lâmpadas de catodo oco (LDO) do metal,<br />
chama oxidante e o comprimento de onda de<br />
283,3 e 324,7 respectivamente.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
9
Artigo 1<br />
Autores:<br />
Jussiara S. da Silva, Camilla D. F. Carvalho, Sérgio S. Henrique Júnior, Andréa A. R. Alves<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Análises Estatísticas<br />
Alguns aparelhos de análise-traço determinam<br />
após a leitura, a concentração real do<br />
analito na amostra, como o caso do aparelho<br />
de espectrômetro de absorção atômica em<br />
chama (EAA) utilizado neste trabalho. Para<br />
as análises dessa técnica, é esperado que as<br />
concentrações lidas estejam dentro da faixa da<br />
curva de calibração a partir das concentrações<br />
dos padrões de Pb e Cu. Com os dados de concentração<br />
detectados pelo aparelho, pode-se<br />
observar se as amostras de sombras em pó de<br />
maquiagem têm resíduos dos metais analisados<br />
e se estão dentro dos valores máximos<br />
permitidos pela legislação vigente. Para isso,<br />
existem os limites de detecção (LD) e quantificação<br />
(LQ) que foram realizadas segundo<br />
normas do INMETRO (2016) e são importantes<br />
para a análise das curvas analíticas e determinantes<br />
para a detecção da concentração de<br />
resíduos dos metais.<br />
O LD de um procedimento analítico individual<br />
é a menor quantidade de analito na<br />
amostra que pode ser detectada, mas não necessariamente<br />
quantificada sob as condições<br />
estabelecidas para o ensaio. O limite pode ser<br />
estimado pela Equação 1. 15<br />
Equação 1: LD = 3,3 s b<br />
O LQ de um procedimento analítico individual<br />
é a menor quantidade do analito na amostra<br />
que pode ser quantitativamente determinada<br />
com precisão e exatidão aceitáveis. O limite<br />
pode ser estimado pela Equação 2. 15<br />
Equação 2:<br />
LD = 10 s b<br />
Legenda – Equação 1 e 2:<br />
s: desvio padrão da resposta do branco (quando o branco<br />
não gera sinal, pode-se adotar para o valor de “s” o desvio<br />
padrão do menor nível da curva analítica);<br />
b: inclinação (coeficiente angular) da curva analítica (a<br />
inclinação “b” pode ser estimada por meio da curva analítica<br />
do analito construída na avaliação da linearidade).<br />
Resultados e Discussão<br />
A digestão ácida é considerada a mais<br />
eficaz dentre os dois métodos, pois garante<br />
a maior atomização (processo no qual uma<br />
amostra é convertida em átomos ou íons<br />
na fase gasosa) das amostras de sombras<br />
de maquiagem, isto é, consegue remover o<br />
analito da amostra e deixá-lo mais disponível<br />
para a atomização. A análise no EAA levou<br />
questão de segundos (3-10 segundos)<br />
e a leitura foi realizada em triplicata. Foi<br />
gerado um material para auxílio das análises<br />
e tabulação dos resultados. As amostras<br />
de sombra de maquiagem A, B e C foram<br />
digeridas pelos métodos 1 e 2 e pôde-se<br />
observar a aparência de cada solução e que<br />
por digestão ácida, a solução adquiriu coloração<br />
mais clara e limpa, aspecto desejável<br />
para análise no EAA.<br />
Assim, observou-se: no método 1, amostra<br />
de sombra de maquiagem A: a solução<br />
apresentou cor muito próxima da cor anterior<br />
ao tratamento e observou-se que antes<br />
do aquecimento em banho sônico, nada<br />
ocorreu, no entanto após os 15 minutos de<br />
digestão, resultou em uma solução de aparência<br />
turva e brilhosa e com menos amostra<br />
de sombra de maquiagem no fundo do<br />
béquer. Após a filtração, a cor dessa solução<br />
permaneceu clara e a solução homogênea<br />
até a leitura no EAA. As amostras de sombras<br />
de maquiagem B e C apresentaram<br />
comportamento muito similar à amostra<br />
A. O mesmo procedimento foi realizado em<br />
ambas as amostras e todas com aparência<br />
turva e brilhosa antes da filtração, porém a<br />
cor da amostra de sombra B se destacou,<br />
pois mudou totalmente após o aquecimento.<br />
Já a amostra C, permaneceu com a sua<br />
colação antes e após a digestão. Acredita-<br />
-se que pela mudança total da coloração da<br />
amostra de sombra B, os metais estivessem<br />
mais dispostos em solução devido a quebra<br />
das ligações de seus compostos orgânicos<br />
devido ao aumento da temperatura. Essa<br />
diferença de visual pode ter ocorrido pela<br />
distinta composição química das sombras<br />
em pó de maquiagem.<br />
Pelo método 2, as amostras A, B e C sofreram<br />
modificação aparente. Ao longo da adição<br />
de H2O2 e HNO3, as soluções apresentaram<br />
excitação e mudança de cor em intervalos de<br />
tempo até atingir sua coloração final: a amostra<br />
A, que inicialmente apresentou coloração<br />
clara, e após a digestão sua aparência mudou<br />
para transparente. Já a amostra de sombra B,<br />
mudou totalmente para coloração mais escura.<br />
E a amostra C, mudou da sua cor clara para<br />
transparente. Todas as 3 amostras mudaram<br />
de cor e além disso, apresentaram aparência<br />
mais nítida, pouquíssimo corpo de fundo<br />
(amostras das sombras) no béquer e nenhum<br />
brilho após a digestão e antes da filtração, aspectos<br />
que não ocorreram no método 1 antes<br />
da filtração.<br />
Cobre<br />
A técnica de absorção atômica é muito eficiente<br />
para se determinar este elemento, inclusive<br />
é um elemento usado para se otimizar<br />
os equipamentos. 14<br />
A curva de calibração para a determinação<br />
de Cu compreendeu a faixa de 0,00 a 4,00 mg<br />
L-1, com os seguintes pontos: 0,00; 0,10; 0,20;<br />
0,50; 1,00; 2,00; 4,00 mg L -1 . Faria (2017) utilizou-se<br />
para a curva de calibração do metal Cu<br />
a faixa de 0,1 a 2,5 mg L-1, para determinação<br />
do elemento em cosméticos batom e sombras<br />
de maquiagem por espectrometria de absorção<br />
atômica em chama.9 As absorbâncias e as<br />
concentrações obtidas estão representadas na<br />
Tabela 1.<br />
15 Instituto Nacional De Metrologia, Qualidade E Tecnologia. Orientação sobre Validação de Métodos<br />
Analíticos DOQ-CGCRE-008. Coordenação Geral de Acreditação 2016, 5, 13-16. [Link]<br />
16 Skoog, West, Holler, Crouch. Fundamentos de Química Analítica, 8a ed., Thomson: Norte<br />
Americana, 2006.<br />
Tabela 1: Dados para a curva de calibração do Cu através da análise no EAA em chama. Fonte:<br />
Autores.<br />
Concentração<br />
Inserida<br />
ID Sinal<br />
DPR<br />
(mg L -1 ) (Abs)<br />
(mg/L) (mg/L) (%)<br />
(%)<br />
Branco 0,000 0,00 0,00 0,00 0,62<br />
0,10 0,005 0,10 0,12 23,00 8,22<br />
0,20 0,007 0,20 0,19 2,50 17,10<br />
0,50 0,018 0,50 0,48 2,80 2,46<br />
1,00 0,043 1,00 1,11 11,40 3,00<br />
2,00 0,085 2,00 2,20 10,20 1,97<br />
4,00 0,148 4,00 3,85 3,73 1,41<br />
Legenda:<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração Tabela inserida: 1: Dados Concentração para padrão a curva inserida de Cu calibração para leitura no do aparelho. Cu através da<br />
Concentração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
DPR<br />
análise<br />
(%): Desvio<br />
no<br />
padrão<br />
EAA<br />
relativo<br />
em chama.<br />
em porcentagem.<br />
NA: Cálculo não aplicado, pois a concentração inserida e calculada é zero.<br />
Fonte: Autores.<br />
Concentração<br />
Calculada<br />
Erro<br />
Relativo<br />
Tabela 2: Dados como sinal, concentração e DPR % das sombras A, B e C, em relação ao método 1,<br />
para o Cu através da análise no EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
Legenda:<br />
Sinal Concentração DPR<br />
Sombras<br />
(Abs) (mg L<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg -1 ) (%)<br />
L-1, no EAA.<br />
A 0,004 0,09 0,05<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
B 0,032 0,83 0,06<br />
Concentração inserida: Concentração padrão inserida de Cu para leitura no<br />
C 0,001 0,03 0,14<br />
aparelho. Concentração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo<br />
com a concentração inserida. DPR (%): Desvio padrão relativo em porcentagem.<br />
NA: Cálculo não aplicado, pois a concentração inserida e calculada é zero.<br />
Legenda:<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração inserida: Concentração padrão inserida de Cu para leitura no aparelho.<br />
Concentração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
DPR (%): Desvio padrão relativo em porcentagem.<br />
Tabela 3: Dados como sinal, concentração e DPR% das sombras A, B e C, em relação ao método 2,<br />
para o Cu através da análise no EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
Sombras<br />
Sinal<br />
(Abs)<br />
Concentração<br />
(mg L -1 )<br />
DPR<br />
%
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Artigo 1<br />
Autores:<br />
Jussiara S. da Silva, Camilla D. F. Carvalho, Sérgio S. Henrique Júnior, Andréa A. R. Alves<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Tabela 3: Dados como sinal, concentração e DPR% das sombras A, B e C, em relação ao mé<br />
para o Cu através da análise no EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
O erro relativo está associado à média das medidas<br />
entre a concentração inserida e calculada.<br />
Vale ressaltar que tanto os erros sistemáticos<br />
quanto os erros aleatórios, contidos em dados<br />
analíticos, podem ser devidos a causas instrumentais,<br />
do método e pessoais.16 Visto que os<br />
padrões já estavam preparados para análise,<br />
os erros acima de 5 % podem ser atribuídos a<br />
essas causas. Contudo, isso não afeta os resultados<br />
calculados às amostras reais, pois a curva de<br />
calibração foi feita sob a concentração calculada<br />
dos padrões pelo mesmo medidor, ou seja, o<br />
aparelho, pois este fornece as concentrações<br />
reais. Logicamente, é comum haver esse desvio:<br />
um aparelho é muito mais sensível em detecção<br />
e cálculos em comparação ao homem quando<br />
faz o mesmo. Tal justificativa sobre os erros<br />
é análoga ao outro metal (Pb) estudado em<br />
amostras neste trabalho.<br />
tuto Nacional De Metrologia, Qualidade E Tecnologia. Orientação sobre Validação de Métodos<br />
cos DOQ-CGCRE-008. Coordenação Geral de Acreditação 2016, 5, 13-16. [Link]<br />
og, West, Holler, Crouch. Fundamentos de Química Analítica, 8a ed., Thomson: Norte<br />
cana, 2006.<br />
Através das equações 1 e 2, foi possível calcular<br />
os valores de LD e LQ, que resultou em 0,09 mg<br />
L -1 Concentração<br />
e 0,29 mg L -1 Concentração Erro<br />
Inserida , respectivamente. Calculada O Relativo intervalo<br />
(mg/L) (mg/L) (%)<br />
entre LD e LQ é considerada a zona de detecção<br />
qualitativa e semi-quantitativa. No início da zona<br />
de detecção quantitativa, é usado o LQ sendo o<br />
valor mínimo de concentração, onde se reporta<br />
os valores numéricos (IUPAC, 2011). Sabendo-se<br />
disso e de acordo com a Tabela 1, pode observar a<br />
zona de detecção. A Tabela 2 compreende os resultados<br />
obtidos após análise no EAA, indicando<br />
as concentrações reais do Cu nas amostras A, B e C<br />
e suas respectivas absorbâncias.<br />
1: Dados para a curva de calibração do Cu através da análise no EAA em chama. Fonte:<br />
s.<br />
ID Sinal<br />
(mg L -1 ) (Abs)<br />
Branco 0,000 0,00 0,00 0,00 0,62<br />
0,10 0,005 0,10 0,12 23,00 8,22<br />
0,20 0,007 0,20 0,19 2,50 17,10<br />
0,50 0,018 0,50 0,48 2,80 2,46<br />
1,00 0,043 1,00 1,11 11,40 3,00<br />
2,00 0,085 2,00 2,20 10,20 1,97<br />
4,00 0,148 4,00 3,85 3,73 1,41<br />
:<br />
tificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
bs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
tração inserida: Concentração padrão inserida de Cu para leitura no aparelho.<br />
tração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
): Desvio padrão relativo em porcentagem.<br />
lculo não aplicado, pois a concentração inserida e calculada é zero.<br />
2: Dados como sinal, concentração e DPR % das sombras A, B e C, em relação ao método 1,<br />
Cu através da análise no EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
Sombras<br />
Sinal<br />
(Abs)<br />
Concentração<br />
(mg L -1 )<br />
DPR<br />
(%)<br />
A 0,004 0,09 0,05<br />
B 0,032 0,83 0,06<br />
C 0,001 0,03 0,14<br />
:<br />
tificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
bs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
tração inserida: Concentração padrão inserida de Cu para leitura no aparelho.<br />
tração calculada: Concentração EAA em lida chama. pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
): Desvio padrão relativo em porcentagem.<br />
Tabela 2: Dados como sinal, concentração e DPR % das sombras<br />
A, B e C, em relação ao método 1, para o Cu através da análise no<br />
Fonte: Autores.<br />
3: Dados como sinal, Legenda: concentração e DPR% das sombras A, B e C, em relação ao método 2,<br />
Cu através da análise no ID: EAA Identificação em chama. das concentrações Fonte: inseridas Autores. para leitura em mg L-1, no EAA.<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração Sinal inserida: Concentração Concentração padrão inserida de Cu DPR<br />
Sombras<br />
para leitura no<br />
(Abs) (mg L<br />
aparelho. Concentração calculada: Concentração -1 )<br />
%<br />
lida pelo aparelho de acordo<br />
A com a concentração 0,005 inserida. DPR (%): 0,07 Desvio padrão relativo em 4,10 porcentagem.<br />
É possível observar que todos os pontos<br />
de concentração calculada de Cu nas amostras<br />
A, B e C estão dentro da curva de calibração<br />
(concentração versus absorbância).<br />
Porém apenas a concentração da amostra B<br />
está acima dos LD e LQ. Portanto é possível<br />
determinar e quantificar (concentração<br />
já calculada pelo aparelho) o analito na<br />
amostra B e assim comparar ao valor permitido<br />
pela ANVISA, segundo a Resolução<br />
Nº 79/2000. Já os pontos A e C estão abaixo<br />
dos limites, porém não significa que o<br />
elemento não esteja presente nas amostras,<br />
apenas que para este método, não é possível<br />
determinar e quantificar o Cu, indicando<br />
provável erro do método e/ou operacionais<br />
e pessoais. Como já foi dito, o método 1 é<br />
considerado o menos eficaz se comparado<br />
ao 2, porém mesmo assim foi possível fazer<br />
a abertura da amostra, mesmo que parcialmente,<br />
já que ela apresentou sinal analítico<br />
do elemento químico dentro da faixa de<br />
trabalho.<br />
A mesma faixa de trabalho da curva de<br />
DPR<br />
(%) calibração, de 0 a 4,0 mg L -1 foi usada para<br />
o método 2 e, portanto, o LD e o LQ (mesmos<br />
valores) foram usados para analisar o<br />
comportamento das amostras submetidas<br />
a esse método. Os resultados de concentração<br />
de Cu foram melhores, comparados<br />
ao método 1, isso pode ser observado pelos<br />
mesmos valores de LD e LQ (0,09 mg L -1 e<br />
0,29 mg L -1 , respectivamente) que comportou<br />
mais um ponto de concentração<br />
(amostra C). Os resultados foram diferentes<br />
de um método (1) para o outro (2), aumentando<br />
as concentrações nas amostras de B e<br />
C, diminuindo da amostra A. As amostras<br />
possuem composições individuais e, portanto,<br />
podem reagir diferentemente quando<br />
colocadas em ambiente sob as mesmas<br />
ou diferentes condições. A Tabela 3 compreende<br />
os resultados obtidos após análise<br />
no EAA, indicando as concentrações reais<br />
do Cu nas amostras A, B e C e suas respectivas<br />
absorbâncias.<br />
Sombras<br />
Sinal<br />
Concentração DPR<br />
(mg L -1 )<br />
%<br />
(Abs)<br />
A 0,005 0,07 4,10<br />
B 0,075 1,95 6,79<br />
C 0,018 0,49 4,25<br />
Tabela 3: Dados como sinal, concentração e DPR% das sombras<br />
A, B e C, em relação ao método 2, para o Cu através da análise<br />
no EAA em chama.<br />
Fonte: Autores.<br />
Tabela 6: Porcentagem total dos metais Cu e Pb presentes nas amostras das sombras analisad<br />
do EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
Sombras<br />
Método 1<br />
Cu (%)<br />
Método 2<br />
Cu (%)<br />
É possível observar que todos os pontos<br />
de concentração calculada de Cu nas<br />
amostras A, B e C, estão dentro da faixa linear<br />
de trabalho. Esse método se destacou<br />
por resultar em concentrações calculadas<br />
de duas amostras acima dos LD e LQ. Portanto<br />
foi possível determinar e quantificar<br />
(registrar a concentração já calculada pelo<br />
aparelho) o analito na amostra B e C, e então<br />
comparar ao valor permitido pela AN-<br />
VISA, segundo a Resolução Nº 79/2000. A<br />
amostra A está abaixo dos limites, porém<br />
não significa que o elemento não esteja<br />
presente nas amostras, apenas que para<br />
este método, não foi possível quantificar o<br />
Cu, indicando provável erro do método e/<br />
ou operacionais e pessoais.<br />
Chumbo<br />
O espectrômetro de absorção atômica em<br />
chama e em forno grafite são os métodos<br />
mais utilizados para determinação desse<br />
elemento. 14<br />
A calibração da curva para a determinação<br />
de Pb abrange a faixa de 0,00 a 8,00<br />
mg L -1 , visto que são as concentrações utilizadas<br />
corriqueiramente nas análises do<br />
laboratório, com os seguintes pontos em<br />
mg L -1 : 0,00; 1,00; 2,00; 4,00; 8,00. As absorbâncias<br />
obtidas estão apresentadas na<br />
Tabela 4 e é possível observar que houve<br />
uma boa linearidade, significando elevada<br />
confiabilidade dos resultados.<br />
Método 2<br />
Pb (%)<br />
A < LQ < LQ < LQ<br />
B 0,83 1,95 5,12<br />
C < LQ 0,49 < LQ
Imagem Ilustrativa<br />
B 0,075 1,95 6,79<br />
C 0,018 0,49 4,25<br />
Tabela 4: Dados para a curva de calibração do Pb através da análise no EAA em chama. Fonte:<br />
Autores.<br />
Concentração<br />
Inserida<br />
(mg L -1 )<br />
Concentração<br />
ID Sinal médio<br />
Erro DPR<br />
(mg L -1 Calculada<br />
) (Abs)<br />
Autores.<br />
(mg L -1 Relativo (%)<br />
)<br />
(%)<br />
Branco 0,000 0,00 0,00 0,00 0,62<br />
1,00 0,006 1,00 0,82 17,30 18,03<br />
2,00 0,012 2,00 1,72 13,90 15,56<br />
4,00 0,022 4,00 3,15 2,800 9,16<br />
8,00 0,039 8,00 5,73 21,12 1,68<br />
Legenda:<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração inserida: Concentração padrão inserida de Pb para leitura no aparelho.<br />
Concentração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
DPR (%): Desvio padrão relativo em porcentagem<br />
O LD e o LQ foram calculados usando<br />
o desvio padrão do branco, sua leitura<br />
foi realizada em triplicada e duas vezes<br />
seguidas, Método resultando 1 Método no 2 valor Método de 2 0,0007.<br />
Sombras Cu (%) Cu (%) Pb (%)<br />
E o<br />
A<br />
coeficiente<br />
< LQ<br />
angular<br />
< LQ<br />
da curva<br />
< LQ<br />
de calibração<br />
do Pb, 0,007. O cálculo de LD e LQ<br />
Legenda:<br />
resultou em 0,33 mg L -1 e 1,01 mg L -1 ,<br />
respectivamente.<br />
Devido a resultados inconsistentes como<br />
sinal analítico (absorbância) e DPR elevado<br />
por possíveis erros atrelados, optou-se<br />
por descartar os resultados obtidos pelo<br />
espectrômetro de absorção atômica em<br />
chama (EAA), referentes ao método 1 e<br />
não os representar aqui neste artigo. Lembrando<br />
que foram realizados dois métodos<br />
para melhores resultados da análise,<br />
destacando-se o método 2. Vale ressaltar<br />
que cada metal reage diferentemente em<br />
condições de preparos a que são submetidos.<br />
Não foi possível melhorar os resultados<br />
do método 1 devido ao tempo e<br />
disponibilidade do laboratório.<br />
No método 2, por digestão ácida, os resultados<br />
de concentração de Pb foram significativamente<br />
melhores se comparados<br />
ao método 1 (não registrado no Trabalho<br />
como já justificado). As concentrações<br />
calculadas pelo aparelho de absorção<br />
atômica para o analito nas amostras A, B<br />
e C, foram<br />
Concentração<br />
registradas dentro<br />
Concentração<br />
da faixa de<br />
Inserida Calculada<br />
trabalho da curva (mg L de calibração para o Pb,<br />
-1 ) (mg L -1 )<br />
que é de 0 a 8,0 mg L -1 , e os valores de LD<br />
e LQ foram usados para analisar o comportamento<br />
das amostras submetidas ao<br />
método 2. Na Tabela 5 estão os resultados<br />
obtidos após análise no EAA, indicando as<br />
concentrações reais do Pb nas amostras A,<br />
B e C e suas respectivas absorbâncias.<br />
ID Sinal médio<br />
Erro<br />
(mg L -1 ) (Abs)<br />
Relativo<br />
(%)<br />
Tabela 4: Dados para a curva de calibração do Branco Pb através da 0,000 0,00 0,00 0,00 0,62<br />
1,00 0,006 1,00 0,82 17,30 18,03<br />
análise no EAA em chama.<br />
2,00 0,012 2,00 1,72 13,90 15,56<br />
Fonte: Autores.<br />
4,00 0,022 4,00 3,15 2,800 9,16<br />
8,00 0,039 8,00 5,73 21,12 1,68<br />
Legenda:<br />
Legenda:<br />
ID: Identificação das concentrações Concentração inseridas para leitura em mg L-1, no EAA.<br />
Sinal<br />
DPR<br />
Sinal (Abs):<br />
ID<br />
Absorbância<br />
Calculada ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L<br />
(Abs) lida para uma dada concentração.<br />
, no EAA.<br />
(mg L -1 (%)<br />
) Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração A inserida: 0,001 Concentração 0,27 padrão inserida Concentração 3,42 de Pb para inserida: leitura no Concentração padrão inserida de Pb para leitura no aparelho.<br />
aparelho. B Concentração 0,005 calculada: Concentração 1,02 lida Concentração 20,48 pelo aparelho calculada: de acordo Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
com a concentração inserida. DPR (%): Desvio padrão DPR relativo (%): em Desvio porcentagem padrão relativo em porcentagem<br />
Tabela 5: Dados como qualidade, sinal, concentração e DPR % das sombras A, B e C, em relação ao<br />
método 2, para o Pb através da análise no EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
C 0,0004 0,07 44,18<br />
Legenda:<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração inserida: Concentração padrão inserida de Pb para leitura no aparelho.<br />
Concentração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
DPR (%): Desvio padrão relativo em porcentagem.<br />
Tabela 6: Porcentagem total dos metais Cu e Pb presentes nas amostras das sombras analisadas através<br />
do EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
B 0,075 1,95 6,79<br />
C 0,018 0,49 4,25<br />
Tabela 4: Dados para a curva de calibração do Pb através da análise no EAA em chama. Fonte:<br />
Tabela 5: Dados como qualidade, sinal, concentração e DPR %<br />
das sombras A, B e C, em relação ao método 2, para o Pb através da<br />
análise no EAA em chama.<br />
Fonte: Autores.<br />
tra na faixa de µ g L -1 , pg L -1 e ng L -1 .16<br />
De qualquer forma, o aparelho detectou<br />
DPR<br />
sinal (%) e registrou concentração do analito e<br />
todos dentro da faixa de trabalho.<br />
Verificação entre os Resultados Obtidos<br />
e os Permitidos pela Legislação Vigente<br />
Após as leituras, foi realizado um simples<br />
cálculo utilizando os valores das concentrações<br />
encontradas em cada amostra pela análise no<br />
EAA a fim de se observar a quantidade, em<br />
porcentagem, da amostra total: considerando<br />
que 100% é a quantidade total permitida<br />
pela legislação e<br />
Sinal<br />
Concentração<br />
Sombras os valores máximos (mg L permitidos<br />
para o Pb e o Cu em mg L -1 (ppm) são,<br />
-1 )<br />
(Abs)<br />
respectivamente, 20 e 100 (apresentados na<br />
introdução deste trabalho). A Tabela 6 apresenta<br />
a concentração total (em porcentagem)<br />
dos metais presentes nas amostras A, B e C,<br />
respectivamente, 20 e 100.<br />
Tabela 5: Dados como qualidade, sinal, concentração e DPR % das sombras A, B e C, em relação ao<br />
método 2, para o Pb através da análise no EAA em chama. Fonte: Tabela Autores. 3: Dados como sinal, concentração e DPR% das sombras A, B e C, em relação ao m<br />
para o Cu através da análise no EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
Concentração<br />
Sinal<br />
DPR<br />
ID<br />
Calculada<br />
(Abs)<br />
(mg L -1 (%)<br />
)<br />
A 0,001 0,27 3,42<br />
B 0,005 1,02 20,48<br />
C 0,0004 0,07 44,18<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L -1 , no EAA.<br />
Sinal (Abs): Absorbância lida para uma dada concentração.<br />
Concentração inserida: Concentração padrão inserida de Pb para leitura no aparelho.<br />
Concentração calculada: Concentração lida pelo aparelho de acordo com a concentração inserida.<br />
DPR (%): Desvio padrão relativo em porcentagem.<br />
Legenda:<br />
ID: Identificação das concentrações inseridas para leitura em mg L-1, no EAA.<br />
Tabela 6: Porcentagem Sinal total (Abs): dos Absorbância metais lida Cu para e uma Pb dada presentes concentração. nas amostras das sombras analisadas através<br />
Concentração inserida: Concentração padrão inserida<br />
Tabela<br />
de Pb para<br />
6:<br />
leitura<br />
Porcentagem<br />
no<br />
total dos metais Cu e Pb presentes nas amostras das sombras analis<br />
do EAA em chama. Fonte: Autores.<br />
aparelho. Concentração calculada: Concentração lida do pelo EAA aparelho em de acordo chama. Fonte: Autores.<br />
com a concentração Método inserida. DPR 1 (%): Desvio Método padrão relativo 2 em porcentagem. Método 2<br />
Sombras Cu (%) Cu (%) Pb (%)<br />
Método 1 Método 2 Método 2<br />
Sombras Cu (%) Cu (%) Pb (%)<br />
A Apenas a < LQ concentração < LQ da amostra < LQ B<br />
A < LQ < LQ < LQ<br />
B 0,83 1,95 5,12<br />
está acima dos LD e LQ. Portanto é possível<br />
quantificar (registrar a concentração<br />
já calculada pelo aparelho) o analito na<br />
amostra e então comparar ao valor permitido<br />
pela ANVISA, segundo a Resolução<br />
Nº 79/2000. Já as amostras A e C estão<br />
abaixo dos limites, porém não significa<br />
que o elemento não esteja presente nas<br />
amostras de sombra em pó de maquiagem,<br />
apenas que não foi possível determinar<br />
e quantificar o Pb por essa técnica<br />
e/ou método. Também pode ser explicado<br />
pelo fato do elemento ser mais volátil e é<br />
melhor analisado em aparelhos com alta<br />
sensibilidade de detecção e quantificação<br />
como no espectrômetro de absorção atômica<br />
em forno grafite, que trata de amos-<br />
Tabela 6: Porcentagem total dos metais Cu e Pb presentes nas<br />
amostras das sombras analisadas através do EAA em chama.<br />
Fonte: Autores.<br />
Legenda:<br />
< LQ = Valores abaixo do Limite de Quantificação.<br />
DPR<br />
%<br />
A 0,005 0,07 4,10<br />
B 0,075 1,95 6,79<br />
C 0,018 0,49 4,25<br />
C < LQ 0,49 < LQ<br />
Embora todas as amostras tenham sido<br />
detectadas, pois estão dentro da faixa de<br />
trabalho da curva de calibração, nem todas<br />
foram quantificadas (valores acima de<br />
LQ). A amostra de sombra de maquiagem<br />
A teve todas as suas concentrações abaixo<br />
do LQ para os metais Pb e Cu em ambos<br />
os métodos. A amostra B de maquiagem<br />
se destacou dentre as demais, indicando<br />
suas concentrações acima do LQ, possibi-<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
13
Artigo 1<br />
Imagem Ilustrativa<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
litando a verificação da concentração com<br />
a estabelecida pela ANVISA. Neste caso,<br />
para o método 1 de Cu, a concentração<br />
calculada é 0,83 mg L -1 e para o método<br />
2, é de 1,95 mg L -1 . A legislação permite<br />
100 mg L -1 , portanto está dentro do valor<br />
permitido. Para os teores de Pb, a legislação<br />
permite 20 mg L -1 como sendo o valor<br />
máximo, e a concentração do analito presente<br />
na amostra B foi calculada em 1,02<br />
mg L -1 , também está dentro do permitido.<br />
A amostra de sombra C, considerada a de<br />
melhor qualidade (devido ao valor comercial),<br />
apresentou concentração de Cu dentro<br />
dos valores aceitáveis, de 0,49 mg L -1 .<br />
Apesar das amostras não terem apresentado<br />
valores acima do limite permitido<br />
pela legislação, a ANVISA, não significa<br />
que a preocupação e atenção devam diminuir<br />
para produtos de cosméticos que<br />
costumam apresentar concentrações traços<br />
de metais. Como já citado, o excesso<br />
desses metais traz malefícios ao organismo<br />
humano, principalmente considerando<br />
que seu consumo e exposição podem<br />
advir de outros produtos e objetos.<br />
4. Conclusão<br />
Conclui-se que foi possível determinar e<br />
quantificar os metais chumbo e cobre em<br />
amostras de sombras em pó de maquiagem<br />
através da análise de espectrometria<br />
de absorção atômica com chama (EAA) e<br />
verificar os resultados detectados com os<br />
valores permitidos pela legislação vigente<br />
RDC Nº 79/2000 para cosméticos usados<br />
na região dos olhos, que limita o uso em<br />
até 20 ppm (mg L-¹) para o chumbo e 100<br />
ppm (mg L-¹) para o cobre.<br />
As amostras foram tratadas por meio de<br />
dois métodos: por suspenção e digestão<br />
ácida, denominados como métodos 1 e<br />
2, respectivamente. Os resultados obtidos<br />
mostraram que o método por digestão<br />
ácida foi mais eficiente para analisar os<br />
metais chumbo e cobre no espectrômetro<br />
de absorção atômica em chama, que apresentou<br />
melhores resultados.<br />
Como resultado do trabalho, a amostra<br />
A (qualidade baixa) apresentou concentração<br />
abaixo do LQ em todos os métodos<br />
para todos os metais, portanto não<br />
foi possível quantificar os metais nessa<br />
amostra. A amostra B (qualidade média)<br />
se destacou em ambos os métodos<br />
e metais, pois apresentou concentrações<br />
acima do LQ, resultando 0,83 % de cobre<br />
na amostra total pelo método 1 e 1,95<br />
% pelo método 2 e para o chumbo, resultou<br />
em 5,12 % da amostra total pelo<br />
o método 2. Já a amostra C (qualidade<br />
alta), apresentou concentração acima do<br />
LQ apenas para o cobre e pelo método 2,<br />
foi registrado pelo aparelho 0,49 % desse<br />
metal em toda a amostra.<br />
Todas apresentaram concentração dos<br />
metais em estudo abaixo dos limites permitidos<br />
pela ANVISA, o que é uma boa informação<br />
para quem faz uso diariamente<br />
desses produtos analisados, porém mesmo<br />
assim é possível observar e concluir<br />
que as empresas de cosméticos ainda<br />
fazem uso dos metais pesados, mesmo<br />
que as concentrações sejam baixas, o que<br />
é preocupante para os consumidores que<br />
fazem uso diário destes produtos.<br />
Agradecimentos<br />
As autoras agradecem ao IFRJ – Instituto<br />
Federal do Rio de Janeiro de Nilópolis<br />
pela oportunidade de realizar as análises<br />
em seu laboratório. Ao Laboratório<br />
de Química Analítica da Universidade<br />
Federal Fluminense de Volta Redonda e<br />
seus técnicos pela disposição de tempo<br />
e materiais.<br />
Referências Bibliográficas<br />
1 Pereira, L. G. Cosméticos e Formulações. 1a. ed., Biblioteca<br />
Nacional: Mococa, 2014.<br />
2 Brambilla, R. Legislação Sanitária Aplicada. CRQ-IV<br />
Região 2010. [Link]<br />
3 Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.<br />
Câmara Técnica dos Cosméticos. Disponível em:. Acesso em: 30/10/2019.<br />
4 Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.<br />
Disponível em: .<br />
Acesso em 30/10/2019.<br />
5 Augusto, A. S.; Dissertação de Mestrado, Universidade<br />
Federal de São Carlos, 2014. [Link]<br />
6 O’malley, G. F., O’malley, R. Manual MSD. Disponível<br />
em: .Acesso em 27/10/2019.<br />
7 Faria, L. V. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal<br />
de Juiz de Fora, 2017. [Link]<br />
8 Lima, V. F.; Merçon, F. Metais Pesados no Ensino da Química.<br />
<strong>Revista</strong> Química Nova na Escola 2011, 33, 4, 201. [Link]<br />
9 Volpe, M. G.; Nazzaro, M.; Coppola, R.; Rapuano, F.;<br />
Aquino, R. P. Determination and Assessments of Selected<br />
Heavy Metals in Eye Shadow Cosmetics from China, Italy,<br />
and USA. Microchemical Journal, 2012, 101, 65. [CrossRef]<br />
10 Agência Nacional De Vigilância Sanitária. RDC nº<br />
79, de 28 de agosto de 2000. Disponível em: . Acesso em: 30/10/2019<br />
11 Sainio, E. L.; Jolanki, R.; Hakala, E.; Kanerva, L. Metals<br />
and Arsenic in Eye Shadows. Contact Dermatitis 2000, 42,1,<br />
5-10. [CrossRef] [PubMed]<br />
12 Omolaoye, J.; Uzairu, A.; Gimba, C. E. Heavy Metal Assessment<br />
of Some Ceramic Products Imported Into Nigeria<br />
From China. Archives of Applied Science Research 2010. 2,<br />
5, 120-125. [Link]<br />
13 Guekezian, M.; Júnior J. M. L. Determinação de Metais<br />
Potencialmente Tóxicos – Cádmio, Chumbo, Crômio e Níquel<br />
Em Cosméticos por Espectrometria Atômica. <strong>Revista</strong> Mackenzie<br />
de Engenharia e Computação 2018, 18, 1, 83-106. [Link]<br />
14 Penha, J. G.; Dissertação de Mestrado, Universidade<br />
Federal de Lavras, 2017. [Link]<br />
15 Instituto Nacional De Metrologia, Qualidade E Tecnologia.<br />
Orientação sobre Validação de Métodos Analíticos<br />
DOQ-CGCRE-008. Coordenação Geral de Acreditação 2016,<br />
5, 13-16. [Link]<br />
16 Skoog, West, Holler, Crouch. Fundamentos de Química<br />
Analítica, 8a ed., Thomson: Norte Americana, 2006.
Autores:<br />
Jussiara S. da Silva, Camilla D. F. Carvalho, Sérgio S. Henrique Júnior, Andréa A. R. Alves<br />
DECLARAÇÃO<br />
Eu, Andréa Aparecida Ribeiro Alves, declaro que as tabelas contidas no manuscrito<br />
“Determinação e Quantificação dos Metais Pesados Chumbo e Cobre em Sombras<br />
em Pó de Maquiagem por Espectrometria de Absorção Atômica com Chama” são<br />
de autoria dos autores do referido artigo. Declaro ainda, que não há conflito de<br />
interesses, nem de natureza financeira nem de natureza ética.<br />
Complemento Normativo - Artigo 1<br />
Referente ao artigo 1<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
Determinação e Quantificação dos Metais Pesados Chumbo e Cobre em Sombras em Pó<br />
de Maquiagem por Espectrometria de Absorção Atômica com Chama<br />
ABNT NBR 16160<br />
Bisnaga de alumínio para produtos cosméticos - Requisitos e métodos de ensaio<br />
Norma publicada em: 03/2013. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Cosméticos. Artigos de higiene pessoal.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=196481<br />
ABNT NBR 16276<br />
Cremes protetores de segurança contra agentes químicos - Requisitos e métodos de ensaio<br />
Norma publicada em: 11/2018. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Cosméticos. Artigos de higiene pessoal.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=408959<br />
ABNT NBR ISO 21149<br />
Cosméticos - Microbiologia - Contagem e detecção de bactérias mesófilas aeróbicas<br />
Norma publicada em: 06/2008. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Outras normas relacionadas a microbiologia.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1213<br />
ABNT NBR ISO 22717<br />
Cosméticos - Microbiologia - Detecção de Pseudomonas aeruginosa<br />
Norma publicada em: 01/2020. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia de Cosméticos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=436245<br />
ISO 22718<br />
Cosmetics - Microbiology - Detection of Staphylococcus aureus<br />
Norma publicada em: 12/2015. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia de Cosméticos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/68313.html<br />
ISO 18415<br />
Cosmetics - Microbiology - Detection of specified and non-specified microorganisms<br />
Norma publicada em: 06/2017. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia de Cosméticos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/72238.html<br />
ABNT NBR ISO 21150<br />
Cosméticos - Microbiologia - Detecção de Escherichia coli<br />
Norma publicada em: 01/2020. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia de Cosméticos<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: DETERMINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS PESADOS CHUMBO E COBRE EM SOMBRAS EM PÓ DE<br />
MAQUIAGEM POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=436244<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
15
Artigo 2<br />
Autores:<br />
Juliete Martins Dutra¹<br />
Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde, Rio Verde,Goiás.¹<br />
ju.dutraeng@gmail.com<br />
Rogério Favareto¹<br />
rogerio.favareto@ifgoiano.edu.br<br />
Letícia Fleury Viana¹<br />
leticia.viana@ifgoiano.edu.br<br />
Bruna Maria Andrade Braga¹<br />
andradebragab@gmail.com<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Produção e Análise da Geléia Mãe<br />
em Vinagres Industrias<br />
Resumo<br />
A geleia mãe vinagre é uma cultura de bactérias acéticas que se encontra<br />
em vinagres durante o processo de fermentação, sendo uma<br />
película que se forma na superfície dos vinagres que possuem grandes<br />
quantidades de nutrientes, ela é usada para fabricação de vinagre e<br />
produção de bebidas probiótica, onde o álcool é a fonte de alimento<br />
das bactérias acéticas que o secretam em forma de ácido acético, sendo<br />
uma bebida ácida com grandes benefícios para a saúde e para os<br />
alimentos por auxiliar na conservação devido alterar o pH durante o armazenamento.<br />
Dentre os vinagres produzidos podemos avaliar como<br />
vinagres fracos aqueles que possuem acidez e pH indesejáveis que favorecem<br />
a contaminação microbiana, esse possivelmente contém acidez<br />
abaixo de 4,0% de acético, através desses vinagres não conseguimos<br />
produzir a geléia mãe. Esse estudo obteve como principal objetivo<br />
o cultivo da geléia mãe através de diferentes vinagres industriais para<br />
visualização dos microrganismos existentes e a caracterização do vinagre<br />
estudado. Através da conclusão da pesquisa observamos que os 6<br />
vinagres analisados, apenas 3 conseguiram produzir a geléia mãe e se<br />
reproduzirem no meio, aumentando sua acidez; entre os vinagres que<br />
não atingiram o objetivo do trabalho tiveram crescimento da Anguilula<br />
(Anguillula aceti) se tornando o meio perfeito para se reproduzirem e<br />
evitam que as bactérias acéticas se reproduzissem.<br />
Abstract<br />
Vinegar mother jelly is a culture of acetic bacteria that is found<br />
in vinegars during the fermentation process, being a film that<br />
forms on the surface of vinegars that have large amounts of<br />
nutrients, it is used for making vinegar and producing probiotic<br />
drinks, where alcohol is the food source of the acetic bacteria that<br />
secrete it in the form of acetic acid, being an acidic drink with<br />
great health and food benefits o it helps with conservation due<br />
to changing the pH during storage. Among the produced vinegars<br />
we can evaluate as weak vinegars those that have undesirable<br />
acidity and pH that favor microbial contamination, this possibly<br />
contains acidity below 4.0% acetic, through these vinegars we<br />
are unable to produce the mother jelly. This study had as main<br />
objective the cultivation of the mother jelly through different industrial<br />
vinegars to visualize the existing microorganisms and the<br />
characterization of the studied vinegar. Through the conclusion<br />
of the research we observed that the 6 vinegars analyzed, only 3<br />
managed to produce the mother jelly and reproduce in the middle,<br />
increasing its acidity; among the vinegars that did not reach the<br />
objective of the work they had growth of the Anguilula (Anguillula<br />
aceti) becoming the perfect way to reproduce and prevent the<br />
acetic bacteria from reproducing.<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Palavras-chave: vinagre; sabores; ácido; geléia mãe.<br />
Keywords: vinegar; flavors; acid; mother jelly.
Artigo 2<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Resumo<br />
O vinagre é uma bebida ácida oriunda da<br />
ação de bactérias acéticas através do etanol,<br />
sendo bastante utilizada como condimento,<br />
conservante, produto de limpeza<br />
e medicamento. Dados históricos relatam<br />
que o vinho e o vinagre foram os primeiros<br />
produtos de fermentação espontânea utilizados<br />
pelo homem BARBOSA et al. (2019).<br />
É utilizado em todo o mundo na manipulação<br />
de alimentos por conter grandes características<br />
sensoriais que realçam o sabor<br />
dos alimentos, sendo utilizado em conservas,<br />
ele altera o pH dos alimentos devido<br />
ter um meio ácido preservando por mais<br />
tempo DOS SANTOS et al. (2019); sua ação<br />
como agente de limpeza consegue retirar<br />
gorduras e mau odores de superfícies eliminando<br />
grande parte de microrganismos<br />
presentes naquele ambiente por não sobreviverem<br />
a meios ácidos SOUZA (2017);<br />
sendo o queridinho das europeias ele evita<br />
o acúmulo de gorduras corporal permitindo<br />
a perca de peso acionando genes que controlam<br />
a liberação de enzimas quebrando<br />
moléculas de gordura OLIVEIRA (2016).<br />
Vários sabores já estão sendo comercializados<br />
e ganham mercado estrangeiro, cada<br />
um com uma função diferente da outra,<br />
são diferenciados por vários tipos (vinagre<br />
branco destilado, vinagre de vinho tinto,<br />
vinagre de vinho branco, vinagre de maça,<br />
vinagre de arroz, vinagre de malte, vinagre<br />
balsâmico) existem vários outros tipos de<br />
vinagres, já que grande maioria das frutas<br />
podem ser fermentadas para produção deste<br />
condimento ZUCCHELLO (2016).<br />
A legislação brasileira exige que o produto<br />
obtido da fermentação acética deve conter<br />
uma acidez volátil mínima em ácido acético<br />
de 4,0% já em países estrangeiros essa taxa<br />
mínima é de 0,6 % (SILVA, 2004).<br />
Para produção de vinagre se utiliza bactérias<br />
do gênero Acetobacter que são gram-negativas,<br />
aeróbicas e sua forma são de bastonetes<br />
VENQUIARUTO et al. (2017); através da ação<br />
de bactérias em meio líquido podemos observar<br />
o surgimento de um biofilme que se forma<br />
na superfície, essa camada que se forma<br />
é constituída por várias bactérias do gênero<br />
Acetobacter, através delas podemos produzir<br />
vários outros tipos de bebidas, desde o vinagre<br />
a bebidas probióticos com alimentação de<br />
chá que auxiliam no fortalecimento do sistema<br />
imunológico e melhora o funcionamento<br />
intestinal, transformando a geléia mãe em<br />
Kombucha ZUBAIDAH et al. (2019).<br />
As bactérias do gênero Acetobacter através<br />
da capacidade de oxidação das moléculas de<br />
etanol e do ácido acético a CO2 e H2O formam<br />
película na superfície da cultura do vinagre,<br />
sendo chamada de “geleia mãe do vinagre”,<br />
essas películas se constituem em várias espécies<br />
do gênero Acetobacter, de acordo com a<br />
espécie podem ser delgadas, espessas, contínuas<br />
ou em ilhas, se apresentam em bastonetes<br />
elipsoidais, retos ou ligeiramente curvos,<br />
podendo variar de acordo com a idade em<br />
gram-negativas quando jovens e gram-variáveis<br />
as células mais velhas (PINHEIRO,2015).<br />
Diante dos dados apresentados, esse estudo<br />
obteve como principal objetivo o cultivo<br />
da geléia mãe através de diferentes vinagres<br />
para visualização dos microrganismos<br />
existentes e a caracterização do vinagre<br />
através da geléia.<br />
Materiais e Métodos<br />
Foram selecionados 6 tipos de vinagres de<br />
marcas e sabores diferentes obtidos em supermercados<br />
na cidade de Rio Verde em Goiás,<br />
sendo (vinagre de limão com acidez a 4,0<br />
%, maçã 4,0%, vinho tinto 4,0%, balsâmico<br />
6,0%, álcool aromatizado com alho 4,0% e<br />
vinagre de vinho branco com 6,0%).<br />
Para a cultura das bactérias acéticas utilizou-se<br />
6 becker de 1 L cada e adicionado<br />
350 ml de vinagre, 150 ml de álcool, 400<br />
ml de água, 1 gm de acetozim como nutriente<br />
e 35 ml de suco fermentado de caju<br />
do cerrado a cada 7 dias. Os beckeres foram<br />
selados com tecido para proteger as amostras<br />
de insetos.<br />
Parte Experimental<br />
O estudo foi realizado no Laboratório de<br />
cultura de tecidos vegetais por um período<br />
de 30 dia, sob temperatura controlada<br />
de 32 °C em BOD. Para análise de acidez<br />
foi utilizado uma solução de hidróxido de<br />
sódio 0,1 N e 3 gostas de fenolftaleína a<br />
1% para titulação de 1 ml da amostra do<br />
vinagre em becker através de uma pipeta<br />
de 10 ml. Foi utilizado o cálculo a seguir<br />
para definição da acidez volátil do vinagre:<br />
Acidez volatil (g de acido acético) = N x F<br />
Onde:<br />
N= volume de solução de hidróxido de sódio<br />
gastos na titulação (ml)<br />
F= fator de diluição (0,6)<br />
A visualização das bactérias foi através da<br />
placa de Neubauer.<br />
Resultados e Discussão<br />
• Analises físico-químicas<br />
Após 7 dias de fermentação foi analisado<br />
a acidez das amostras demonstrado na<br />
(tabela 1).<br />
Tabela 1. Acidez inicial dos diferentes tipos de vinagres e<br />
sua acidez após 7 dias de início de processo.<br />
Observa-se que após 7 dias a acidez caiu devido<br />
a adição de água e etanol que diluiu a concentração<br />
de ácido acético de cada amostra.
Autores:<br />
Juliete Martins Dutra, Rogério Favareto,<br />
Letícia Fleury Viana, Bruna Maria Andrade Braga<br />
Imagem Ilustrativa<br />
A amostra de Álcool aromatizado com alho e<br />
Vinho tinto tiveram uma queda acima de 50 %<br />
da sua acidez referente ao início do processo.<br />
As bactérias acéticas como todos os microrganismos<br />
possuem suas necessidades nutritivas<br />
para exercerem suas atividades metabólicas,<br />
elas exigem de nutrição como fontes<br />
de energia e nutrientes para a produção da<br />
geléia mãe PEREZ (2016). O vinagre balsâmico<br />
sendo um vinagre rico em nutrientes<br />
para essas bactérias produziu um filme na<br />
superfície do vinagre, já os outros vinagres<br />
não se observaram nenhuma alteração e<br />
foram alimentados com 30 ml de suco fermentado<br />
de caju do cerrado a cada 7 dias até<br />
completar 30 dias de observação.<br />
Após completar 30 dias de observação,<br />
as amostras foram analisadas novamente<br />
quanto a sua acidez como apresenta na (tabela<br />
2) a seguir.<br />
Tabela 2. Comparação da acidez após 30 dias de observação<br />
nas amostras de vinagre.<br />
A amostras de vinagre de limão com 1,56 % de<br />
acidez teve uma queda de quase 50% referente<br />
a primeira semana, já a amostra de álcool aromatizado<br />
com alho 2,04 % e vinho branco com<br />
2,40 % tiveram um aumento de acidez referente<br />
a primeira semana, porém todas essas amostras<br />
apresentaram uma contaminação microbiana<br />
como apresentado na (Figura 1) da amostra do<br />
vinho branco. Já as outras amostras tiveram um<br />
aumento da acidez de 40% referente a primeira<br />
semana conseguindo visualizar a película de<br />
bactérias acéticas submersa da amostra de vinagre<br />
balsâmico.<br />
Figura 1. Amostra com contaminação que ocorrem em vinagre.<br />
A contaminação em vinagres ocorre devido ao<br />
pH e a acidez baixa caracterizados como vinagres<br />
fracos, se tornando o meio perfeito para a<br />
Anguilula do vinagre (Anguillula aceti) que sobrevive<br />
a meios ácidos, essa bactéria causa odores<br />
desagradáveis e aspecto indesejável, embora<br />
não seja prejudicial à saúde, ela atrapalhar<br />
a produção de vinagre estragando conservas,<br />
deteriorando e alterando o sabor dos alimentos<br />
PRISACARU e OROIAN (2018).<br />
• Análises microbiológicas<br />
Durante as análises obtidas pela visualização<br />
em microscópio em diferentes lentes (4X, 10X,<br />
40X e 100X) através da placa de Neubauer<br />
pode se observar que o meio não conteve<br />
contaminação, sendo visualizadas apenas microrganismos<br />
com formato de bastonetes com<br />
apresentado a seguir na (Figura 2) na geleia<br />
mãe do vinagre Balsâmico, vinagre de Maçã e<br />
no vinagre de Vinho tinto.<br />
Figura 2. Amostra da geléia mãe em lentes (4X, 10X, 40X e 100X).<br />
Ao observar a amostra da geléia mãe do vinagre<br />
Balsâmico na lente 100XR/1,25 Imersão<br />
∞/ 0,17 com melhor resolução, podemos visualizar<br />
que algumas bactérias estão se multiplicando<br />
e em constante movimento.<br />
Sua reprodução acontece por brotamento,<br />
sendo uma reprodução assexuada onde uma<br />
única célula se divide em duas, formando genes<br />
com DNA idênticos que facilita a produção<br />
de ácido para produção de vinagre WAN et al.<br />
(2017).<br />
Na geléia mãe do vinagre de maçã e Vinho<br />
Tinto na (Figura 2) observa-se que ouve poucas<br />
bactérias, isso ocorreu porque diferente da<br />
amostra do vinagre Balsâmico por não possui<br />
tantos nutrientes podemos relacionar isso com<br />
a acidez final para vinagre perante a Legislação<br />
Brasileira que exige acidez acima de 4,0%,<br />
observando a quantidade de geléia mãe que<br />
se produziu durante 30 dias nas placas petri.<br />
Conclusão<br />
Através dos resultados apresentados na análise<br />
de acidez e pela visualização na placa de<br />
Neubauer podemos concluir que o vinagre<br />
balsâmico é o mais indicado para produção da<br />
geléia mãe, por ser produzido do suco não fermentado,<br />
ele contém nutrientes essenciais para<br />
bactérias acéticas que se reproduziram, estando<br />
em um grande número de células, isso ocorreu<br />
porque ele estava com maior teor acético.<br />
Os outros 3 vinagres, devido a acidez estar<br />
muito baixa pela diluição em água e álcool,<br />
obtiveram contaminação por Anguillula aceti.<br />
Agradecimentos<br />
Ao Instituto Federal Goiano- Campus Rio<br />
Verde por me fornecer todo o material disponível<br />
para realização do estudo e aos meus<br />
orientadores, Professor Rogério Favareto e<br />
Letícia Fleury Viana por me orientar em meus<br />
estudos.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
19
Artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autores:<br />
Juliete Martins Dutra, Rogério Favareto,<br />
Letícia Fleury Viana, Bruna Maria Andrade Braga<br />
Referências bibliográficas<br />
Barbosa, A. C. C., Mizrahi, D., Vinagre, C., &<br />
Flores, A. A. V. Invasive sun corals and sea temperature<br />
increase pose independent threats to<br />
the brain brain coral, Mussismilia hispida, in<br />
Southeastern Brazil. In: Abstracts book. 2019. p.<br />
Newfoundland: 2019. 7.<br />
DOS REIS PAULO, R., RIBEIRO, E. M. P., MEDEIROS, M.<br />
F., & CARDOSo, M. C.MODELAGEM NA EDUCAÇÃO<br />
MATEMÁTICA: PRODUÇÃO ARTESANAL DE VINAGRE<br />
DE JAMBOLÃO. In: VII CONGRESSO INTERNACIONAL<br />
DE ENSINO DE MATEMÁTICA-2017. 2017.<br />
DOS SANTOS, T. G., VASCONCELOS, M. D. F. M., DE<br />
OLIVEIRA MELO, F., DOS SANTOS, A. M., & PAGANI,<br />
A. A. C. DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO<br />
DE VINAGRE DE ALCOOL INCORPORADO COM MI-<br />
CROCÁPSULAS DE WASABI (WASABIA JAPONICA).<br />
In: 10th International Symposium on Technological<br />
Innovation. 2019.<br />
OLIVEIRA, Helder Fernandes de. Potencial de sanificação<br />
de instrumentos reciprocantes associados<br />
com hipoclorito de sódio 2, 5% e vinagre de maçã<br />
em canais radiculares infectados. 2016.<br />
PEREZ, Florencia Sainz. Selection and optimization<br />
of acetic acid bacteria for d-gluconic acid<br />
production. 2016. Tese de Doutorado. Universitat<br />
Rovira i Virgili.<br />
PINHEIRO, Ana Paula Guedes. Preparo e características<br />
de produtos oriundos da fermentação<br />
alcóolica e acética do cupuaçu “Theobroma grandiflorum<br />
SCHUM”. 2015.<br />
PRISACARU, Ancuta Elena; OROIAN, Mircea<br />
Adrian. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO VINAGRE<br />
OBTIDO NO CASO DA BANANA. GeoConferência<br />
Científica Multidisciplinar Internacional: SGEM:<br />
Geologia de Topografia e Gerenciamento de Ecologia<br />
de Mineração , v. 18, p. 259-264, 2018.<br />
SILVA, M. E. D. (2004). Estudos cinéticos da fermentação<br />
alcoólica da produção de vinho e da<br />
fermentação acética da produção de vinagre de<br />
vinho de caju.<br />
SOBRENOME, A.B.; SOBRENOME, A.; SOBRENOME,<br />
M.C. Título do trabalho: normas para submissão<br />
de trabalhos. <strong>Revista</strong> Brasileira de Pós-Graduação,<br />
v. 10, n. 4, p. 59-69. 2019.<br />
SOUZA, Thayana Salgado de. Ação do vinagre de<br />
maçã na estrutura dentinária humana e bovina,<br />
isoladamente ou em associação. 2016.<br />
VENQUIARUTO, L. D., DALLAGO, R. M., ZANATTA,<br />
R. C., NONNEMACHER, F., da SILVA, R. M. G., &<br />
KRAUSE, J. C. Qualidade de vinagres artesanais da<br />
Fronteira Noroeste Gaúcha: Teor de ácido acético.<br />
Vivências (URI Erechim), v. 13, p. 230, 2017.<br />
Wan, KH, Yu, C., Park, S., Hammonds, AS, Booth,<br />
BW e Celniker, SE. Sequência genômica completa<br />
da linhagem BDGP5 do Oregon-R-modENCODE<br />
de Acetobacter pomorum, uma bactéria de ácido<br />
acético encontrada no intestino de Drosophila<br />
melanogaster. Genome Announc. , v. 5, n. 48, p.<br />
e01333-17, 2017.<br />
Zubaidah, E., Afgani, C. A., Kalsum, U., Srianta, I.,<br />
& Blanc, P. J. Comparison of in vivo antidiabetes<br />
activity of snake fruit Kombucha, black tea Kombucha<br />
and metformin. Biocatalysis and agricultural<br />
biotechnology, v. 17, p. 465-469, 2019.<br />
ZUCCHELLO, Rodrigo Christ. Produção de vinagre<br />
gourmet a base de mirtilo e mel de abelhas meliponas.<br />
2016. Trabalho de Conclusão de Curso.<br />
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.<br />
Complemento Normativo - Artigo 2<br />
Referente ao artigo 2<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
Produção e Análise da Geléia Mãe em Vinagres Industrias<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
ABNT NBR 15947<br />
Produtos alimentícios - Método de triagem microbiológica de<br />
alimentos irradiados utilizandoprocedimentos LAL/GNB<br />
Norma publicada em: 05/2011. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia dos Alimentos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: PRODUÇÃO E ANÁLISE DA GELÉIA MÃE EM VINAGRES INDUSTRIAS<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=87103<br />
ISO 5495<br />
Sensory analysis — Methodology — Paired comparison test<br />
Norma publicada em: 11/2005. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Análise Sensorial.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: PRODUÇÃO E ANÁLISE DA GELÉIA MÃE EM VINAGRES INDUSTRIAS<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/31621.html<br />
ISO 4120<br />
Sensory analysis — Methodology — Triangle test<br />
Norma publicada em: 06/2004. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Análise Sensorial.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: PRODUÇÃO E ANÁLISE DA GELÉIA MÃE EM VINAGRES INDUSTRIAS<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/33495.html
Logística Laboratorial<br />
Em meio a pandemia o Grupo Prime Cargo<br />
Realiza força tarefa para entrega de equipamentos hospitalares<br />
A solidariedade e a empatia são as principais<br />
armas do povo brasileiro na luta contra a Covid-19.<br />
É com a empatia que as pessoas escolhem<br />
deixar de ver seus amigos e familiares durante<br />
o período de isolamento social, e escolhem<br />
ficar em casa, quando possível. É a solidariedade<br />
que faz nos movimentarmos para fazer doações<br />
de alimentos e materiais de proteção individual,<br />
como máscaras, luvas e álcool em gel.<br />
Henry David, historiador e filósofo do século<br />
19 define esse tipo de ação como “um milagre<br />
de olharmos com os olhos do outro”, assim, se<br />
prontificando e dedicando para resolvermos<br />
problemas alheios a nós.<br />
O Grupo Prime Cargo acredita na união entre<br />
pessoas, instituições governamentais e empresas<br />
para nos tornarmos mais fortes durante este<br />
período atípico. É aquela velha história de cada<br />
ajuda faz a diferença no mundo. É por isso que<br />
a empresa se propôs a auxiliar na montagem<br />
do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara,<br />
localizado em Maricá, município pertencente ao<br />
Estado do Rio de Janeiro.<br />
Para garantir a entrega dos 150 leitos hospitalares,<br />
todos de alta tecnologia, o município de<br />
Maricá contou com o serviço logístico de produtos<br />
sensíveis da Grupo Prime Cargo.<br />
A operação contou com o uso de seis veículos,<br />
sendo eles uma carreta e cinco caminhões<br />
truck. Tendo como origem a Matriz em<br />
Barueri – SP, todos os equipamentos foram<br />
entregues, com o máximo de segurança e<br />
qualidade, diretamente no Hospital Municipal<br />
Dr. Ernesto Che Guevara.<br />
“Estamos muito felizes de ter contribuído<br />
com um projeto tão importante para a população<br />
Maricaense”, acrescentou Sr. Wilson<br />
Santos,CEO Grupo Prime Cargo<br />
Por possuir uma densidade populacional baixa<br />
para os padrões brasileiros, com apenas 161 mil<br />
habitantes, a cidade não possuía uma grande<br />
infraestrutura em saúde. Assim, durante a pandemia<br />
do coronavírus, foi necessário criar um<br />
Hospital destinado ao atendimento exclusivo de<br />
pacientes infectados pela Covid-19.<br />
É estimado que o Hospital realize cerca de 25<br />
mil atendimentos diários, tanto de moradores de<br />
Maricá, quanto de municípios vizinhos. Para isso<br />
ser possível, foi necessária uma verdadeira força-<br />
-tarefa para a entrega dos materiais hospitalares.<br />
Entre em contato para saber mais:<br />
E-mail: comercial@primecargo.com.br<br />
Tel.: 0800 591 4110<br />
Tel.: 11 4280-9110 | 11 97335-4472<br />
UNIDADES:<br />
- Barueri/SP<br />
- Rio de Janeiro/RJ<br />
- Campinas/SP<br />
- Goiânia/GO<br />
- Contagem/MG<br />
- Porto Alegre/RS<br />
- Itajaí/SC<br />
- Recife/PE<br />
- Salvador/BA<br />
- Fortaleza/CE<br />
Wilson Santos | Diretor Comercial no Grupo Prime Cargo<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
21
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />
Desenvolvimento de Metodologias Analíticas<br />
Utilizando a Técnica de HPLC<br />
Por Ingrid Ferreira Costa, Carlos <strong>Ed</strong>uardo Rodrigues Costa<br />
A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, em<br />
inglês High Perfomance Liquid Chromatography<br />
(HPLC), é uma técnica analítica instrumental comumente<br />
utilizada com o propósito de separar<br />
compostos químicos presentes em uma mistura<br />
simples ou complexa, além de ser aplicada em<br />
análises qualitativas e quantitativas. Além disso,<br />
o caráter do ensaio depende das características<br />
físico-químicas dos analitos de interesse e do<br />
detector hifenado ao equipamento.<br />
capacidade de responder a sua pergunta ou se<br />
existe a necessidade de utilizar um conjunto de<br />
equipamentos para ter uma resposta conclusiva.<br />
Avalie, também e a partir das características<br />
físico-químicas, quais são os consumíveis que<br />
serão utilizados e que possuem disponibilidade<br />
no laboratório, como será o preparo da amostra,<br />
e principalmente, faça pesquisas em bancos de<br />
dados para conhecer os métodos que já foram<br />
consolidados.<br />
Atualmente, o desenvolvimento analítico<br />
estar vinculado aos conceitos de Qualidade<br />
Baseada no Projeto, em inglês Quality by<br />
Design (QbD). Essa ferramenta propõe que<br />
as metodologias analíticas devem ser desenvolvidas<br />
sistematicamente e com fundamentação<br />
técnico-científica para que os riscos<br />
sejam gerenciados ainda durante as etapas<br />
de desenvolvimento.<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Os princípios, vantagens e limitações da técnica<br />
utilizada; a área de concentração do estudo; e<br />
o funcionamento tecnológico do equipamento;<br />
são conhecimentos primordiais no desenvolvimento<br />
de uma metodologia analítica, sendo<br />
que, assegura que aquele método possui uma<br />
validação científica.<br />
Seja qual for o propósito da sua análise, exploratória<br />
ou conclusiva, o primeiro passo da<br />
construção do método é fazer uma observação<br />
empírica. As informações físico-químicas e estruturais<br />
conhecidas dos analitos de interesse<br />
permitem realizar uma listagem dos modos<br />
prováveis para se trabalhar com aquela amostra,<br />
até mesmo para buscar embasamentos em métodos<br />
existentes. Entretanto, caso não tenham<br />
em mãos nenhum dado para ser utilizado como<br />
parâmetro, o recomendado é que realizem análises<br />
de via-úmida para que testes de “tentativas<br />
e erros” não sejam feitos.<br />
Partindo desta observação, faça perguntas<br />
objetivas, como: “O que é necessário conhecer<br />
dessa amostra?” Ou, “É preciso fazer uma<br />
análise qualitativa ou quantitativa?”. Feito isto,<br />
comece a instigar hipóteses técnico-científicas,<br />
verifique se aquele equipamento possui a<br />
Por conseguinte, faça os experimentos<br />
com base nas suas hipóteses. Claro que,<br />
não serão todas as possibilidades que apresentarão<br />
resultados satisfatórios, por isso, é<br />
importante salientar que uma análise crítica<br />
deve ser realizada para filtrar qual das alternativas<br />
responde, de forma mais conclusiva,<br />
a pergunta realizada.<br />
Testes de “tentativas e erros” não devem ser<br />
realizados, porque se os conhecimentos técnico-científicos<br />
não forem aplicados para o<br />
desenvolvimento de metodologias em análises<br />
instrumentais, as chances são grandes de danificar<br />
o equipamento, perder tempo e desperdiçar<br />
consumíveis. Sobretudo, devido à falta de propor<br />
problemas e colocar à prova as hipóteses científicas.<br />
A confiabilidade e qualidade analítica possuem<br />
um impacto significativo, direto e decisivo,<br />
nos processos de desenvolvimento, na produção,<br />
e no controle de qualidade das matérias-primas<br />
e dos produtos. Os métodos analíticos permitem<br />
avaliar a conformidade dos resultados de identificação<br />
e quantificação dos analitos de interesse,<br />
assim como também, as impurezas e a estabilidade<br />
dos compostos químicos.<br />
O Planejamento de Experimentos, em inglês<br />
Design of Experiments (DoE), é uma<br />
ferramenta que contribui para identificar<br />
problemas que podem ocorrer na fase experimental,<br />
e por isso, podem afetar a qualidade<br />
dos seus resultados analíticos. Desta forma,<br />
precisa-se fazer uma análise sistemática de<br />
multivariáveis para otimizar o tempo gasto<br />
em experimentos e os custos, aliados com a<br />
assertividade técnica e o gerenciamento de<br />
riscos.<br />
Os critérios que devem ser utilizados para<br />
desenvolver as metodologias cromatográficas,<br />
utilizando a técnica de HPLC, serão discutidos<br />
a seguir. Contudo, ressalta-se que todos<br />
os fatores pré-cromatográficos devem ser<br />
avaliados e definidos para garantir o sucesso<br />
analítico: preparo das amostras, escolha do<br />
diluente, métodos de extração e purificação,<br />
nível de concentração analítica de interesse,<br />
entre outros.<br />
1. Fase Normal ou Fase Reversa - Estudo das<br />
características físico-químicas da amostra e<br />
do analito pelo mecanismo de separação e/<br />
ou pelo tipo de fase estacionária e sua interação<br />
com a amostra.
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />
2. Sistema de Detecção – Os exemplos mais<br />
comuns são a Espectroscopia no Ultravioleta-Visível,<br />
Espectrometria de Massas, Fluorescência,<br />
Índice de Refração, Dispersão de Luz por Evaporação<br />
“Light Scattering” – ELSD, Detector de Aerosol<br />
Carregado – CAD, entre outros. A escolha<br />
deve ser baseada nas características moleculares<br />
dos analitos e vinculadas ao propósito da metodologia,<br />
seja qualitativa ou quantitativa.<br />
3. Coluna (Fase Estacionária) - Sua escolha<br />
depende das características físico-químicas dos<br />
analitos, da fase móvel, da complexidade da<br />
matriz analítica, do mecanismo de separação<br />
(líquido-líquido, líquido-sólido, troca iônica,<br />
exclusão, afinidade ou quiralidade) e das interações<br />
desejadas entre este fatores para pesquisa<br />
e definição do recheio/fase estacionária mais<br />
adequada ao método proposto. Além do tipo de<br />
recheio, as dimensões da coluna, tamanho de<br />
partícula (quando aplicável) e porosidade, por<br />
exemplo.<br />
4. Fase Móvel – A seleção deve ser feita<br />
analisando as interações dos analitos com a<br />
fase estacionária, polaridade, pH, força de diluição<br />
e outras características físico-químicas<br />
que irão auxiliar no processo de separação. O<br />
emprego de Solução Tampão pode resultar<br />
em melhor eficiência analítica (simetria do<br />
sinal analítico, fator cauda, resolução entre<br />
sinais, reprodutibilidade).<br />
5. Modificadores Orgânicos – São solventes<br />
orgânicos polares utilizados com o propósito de<br />
otimizar o método a partir da redução do tempo<br />
da corrida cromatográfica e do aumento a seletividade.<br />
Comumente utilizado, quando um dos<br />
parâmetros físico-químicos utilizado para separação<br />
é a polaridade.<br />
6. Pareadores Iônicos - Usados quando precisa-se<br />
modular o fator de retenção dos analitos<br />
de interesse com a fase estacionária com o<br />
propósito de solucionar o problema da falta de<br />
simetria dos picos de interesse. Entretanto, deve-se<br />
avaliar os potenciais impactos do emprego<br />
de pareadores iônicos na fase móvel e na coluna<br />
cromatográfica.<br />
Outras configurações do equipamento e análises<br />
preliminares que fazem parte do desenvolvimento<br />
de métodos, também são imprescindíveis<br />
para configuração correta do equipamento,<br />
como a seleção do fluxo, o modo de eluição (isocrático<br />
ou gradiente), volume de injeção, seletividade<br />
e avaliação do perfil cromatográfico.<br />
A validação do método deve ser uma etapa<br />
posterior ao desenvolvimento, principalmente,<br />
para comprovar cientificamente que a pergunta<br />
realizada durante o desenvolvimento foi respondida<br />
adequadamente, confiabilidade, robustez e<br />
atestar a adequabilidade do método ao que foi<br />
proposto.<br />
Desta maneira, o setor de P&D analítico envolve<br />
estudos, avaliações e otimizações de<br />
vários parâmetros e fatores analíticos, desde o<br />
levantamento de hipóteses científicas e busca<br />
de referências em bancos de dados, até o preparo<br />
de amostras, configuração e adequação do<br />
sistema cromatográfico e estudos in sílico, desde<br />
que todas as etapas sejam fundamentadas em<br />
conhecimentos científicos.<br />
Referências<br />
BLYSTONE, Robert V.; BLODGETT, Kevin. WWW:<br />
the scientific method. Cbe—life Sciences<br />
<strong>Ed</strong>ucation, [s.l.], v. 5, n. 1, p. 7-11, mar. 2006.<br />
American Society for Cell Biology (ASCB). http://<br />
dx.doi.org/10.1187/cbe.05-12-0134.<br />
DOLAN, John W.; SNYDER, Lloyd R.. Method<br />
development in liquid chromatography. Liquid<br />
Chromatography, [s.l.], p. 375-388, 2017. Elsevier.<br />
http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-12-<br />
805393-5.00014-2.<br />
LAKKA, Narasimha S.; KUPPAN, Chandrasekar.<br />
Principles of Chromatography Method Development.<br />
Dna Sequencing - Molecular Analysis Tools<br />
[working Title], [s.l.], 26 out. 2019. IntechOpen.<br />
http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.89501.<br />
Ingrid Ferreira Costa<br />
Mestranda em Ciências Farmacêuticas (UNIFESP) atuando na linha de pesquisa de Desenvolvimento e Inovação Farmacêutica focado no<br />
estudo metabolômico de microrganismos e plantas medicinais. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas (UNIFESP e FASB).<br />
CEO da Biochemie Consultoria, Empreendedora Científica, Especialista em P&D, sobretudo, em executar investigações analíticas e<br />
know-how em desenvolver novas metodologias analíticas.<br />
E-mail: cif.ingrid@gmail.com<br />
Carlos <strong>Ed</strong>uardo Rodrigues Costa<br />
Graduado em Farmácia – Habilitação Industrial pela UFMG, com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui<br />
mais de 15 anos de experiência na gestão de laboratórios analíticos (Controle de Qualidade, Estabilidade e Desenvolvimento e Validação<br />
Analítica). Já atuou como gestor das áreas de Desenvolvimento Farmacêutico e Validação de Processos de na Indústria Farmacêutica.<br />
Atualmente, atua como gestor de Controle de Qualidade (Físico-químico, Microbiológico, Embalagem, Estabilidade e P&D Analítico),<br />
P&D Farmacêutico e Validação de Processos. Interessa-se por gestão de pessoas e projetos, EAD, Análise Instrumental<br />
E-mail: cif.ingrid@gmail.com<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
23
Espectrometria de Massa<br />
Processamento de dados na<br />
espectrometria de massas<br />
Por Oscar Vega Bustillos*<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
As principais partes do espectrômetro de massas<br />
(MS) já foram descritas na revista ANALYTI-<br />
CA (<strong>Ed</strong>ição 96 de Agosto de 2018), estas são:<br />
“Fonte de íons”, “Analisador de massas”, “Detector<br />
de íons” e os periféricos “Sistema de vácuo”,<br />
“Sistema de introdução da amostra” e “Processamento<br />
de dados”. O tema que exploraremos<br />
nesta edição é o processamento de dados na<br />
espectrometria de massas.<br />
O sistema de processamento de dados na MS<br />
tem como objetivo coletar e armazenar os dados<br />
dos íons discriminados com relação a razão m/z<br />
do analisador de massas. Por meio destes dados<br />
o processador criará um espectro de massas,<br />
desenhando uma imagem em coordenadas cartesianas<br />
bidimensional, onde na abscissa, eixo x,<br />
denotará os íons discriminados pelo analisador<br />
segundo à sua razão m/z e na ordenada, eixo y,<br />
denotará a abundância, a intensidade ou número<br />
de íons que atingiu o coletor de íons numa<br />
determinada razão m/z.<br />
No início da espectrometria de massas, J.J.<br />
Thomson concebeu como detector de íons,<br />
imagens parabólicas em placas fotográficas<br />
(ANALYTICA <strong>Ed</strong>ição 103). F.W. Aston também<br />
utilizou como detector de íons, linhas em placas<br />
fotográficas, para registrar os isótopos dos<br />
elementos, mas foi A.J. Dempster e A.O. Near<br />
que utilizaram o copo de Faraday como contador<br />
de íons que registraram em papel, criando o<br />
espectro de massas que até hoje é representado.<br />
Todos eles tiveram que achar meios para processar<br />
os dados de seus espectrômetros de massas.<br />
Thomson e Aston utilizavam meios óticos para<br />
quantificar os íons nas placas fotográficas, mesmo<br />
assim descobriram a maioria dos isótopos<br />
da tabela periódica. Near utilizou o registro do<br />
espectro de massas, em papel milimetrado. Para<br />
quantificar a intensidade iônica do espectro, ele<br />
calculou a área, em milímetros quadrados, de<br />
cada pico de massas utilizando a ajuda do papel<br />
milimetrado. A Figura 1(A) apresenta o gráfico<br />
de um espectro de massas do Selênio identificando<br />
os íons detectados obtidos no espectrômetro<br />
de massas MS-2 da Metropolitan Vickers.<br />
Vários espectros foram plotados num só gráfico<br />
com o objetivo de economizar papel. Alias, a<br />
qualidade do papel milimetrado descrevia a precisão<br />
das análises.<br />
Em sua evolução o processador dos dados de<br />
massas foi adquirindo requinte analítico. Primeiramente<br />
um registrador com um motor mecânico<br />
de passos, dando a velocidade do papel<br />
milimetrado, com uma pena de tinta desenhava<br />
o espectro de massas. Logo, a Hewlett Packard<br />
comercializou o primeiro plotador x-y com<br />
penas coloridas, desenhando um espectro de<br />
massas a cada 90 segundos (Figura 1B). Mesmo<br />
assim, precisava utilizar o papel milimetrado<br />
para quantificar os íons detectados.<br />
Com o advento dos computadores digitais, os<br />
espectrômetros de massas foram adaptando-se<br />
aos novos processadores de dados na espectrometria<br />
de massas. Foram projetados hardwares<br />
para converter os sinais analógicos do coletor de<br />
íons em dados digitais, onde um computador e<br />
softwares dedicados podem processar os dados<br />
e criar um espectro de massas digitalmente.<br />
Graças a este desenvolvimento o GC/MS e LC/MS<br />
puderam ter seus dados manipulados, de forma<br />
que os milhares de espectros de massas gerados<br />
pelo MS possam produzir o cromatograma final<br />
dos analitos detectados (Figura 2). Assim como<br />
também podem ser comparados os espectros<br />
de massas analisados pelo MS com um banco<br />
de dados constituído com milhares de espectros<br />
de massas padronizados, como os padrões<br />
de espectros de massas da NIST. Obtendo-se,<br />
assim, o analito procurado, inclusive dando uma<br />
porcentagem de acerto do analito em questão.<br />
Hoje os computadores são componentes obrigatórios<br />
de todo sistema moderno de espectrometria<br />
de massas. Com a rápida evolução da<br />
informática, introduzindo conceitos e filosofias<br />
de integração de sistemas, como a Internet e a<br />
Indústria 4.0, pode ser observado a ampla adaptação<br />
do MS nos processos analíticos, fazendo<br />
a manipulação de dados em Nuvem e participando<br />
de ideias conhecidas como Big Data.<br />
Essa área de desenvolvimento permite ampliar o<br />
quadro de pessoal envolvido em várias atividades,<br />
como técnicos e profissionais da Tecnologia<br />
da Informação (TI) e Inteligência Artificial (IA).<br />
Esses conceitos envolvem a chamada convergência<br />
digital que é fundamental nos processos<br />
de inclusão em redes de computadores. Portanto,<br />
a criação de uma Eletrônica Dedicada, conhecida<br />
como Eletrônica Embarcada, ao MS é hoje<br />
um modelo tecnológico que exige profissionais<br />
qualificados neste setor, onde já existe um déficit<br />
de especialistas em TI na área de MS.<br />
O computador tem duas funções principais<br />
no MS: A primeira é o controle do analisador,<br />
inclusive da aquisição de dados e a segunda é<br />
a manipulação dos dados armazenados. Isto é,<br />
controla a maioria das funções de operação do<br />
MS, inclusive periféricos como GC, LC e outros.<br />
Controla a ação de ligar e desligar do analisador,<br />
controla o sistema de vácuo, verificando<br />
eventuais vazamentos, inclusive detecta o local<br />
de vazamento funcionando no modo “Leak Detector”<br />
auxiliando a sua manutenção, otimiza<br />
todos os parâmetros elétricos e eletrônicos da<br />
fonte de íons por meio da emissão de elétrons<br />
do filamento, otimiza o analisador obtendo<br />
maior resolução das massas e otimiza o detector<br />
medindo a corrente elétrica do multiplicador de<br />
elétrons. Este é um conceito presente nas teorias<br />
de manutenção, como a Manutenção Para Produtividade<br />
Total. Nesta filosofia de manutenção,<br />
são desenvolvidas as ideias fundamentais como<br />
a Manutenção Corretiva, Preventiva e Preditiva.<br />
Tudo isso só é possível por causa dos sistemas<br />
de TI e AI moderno. Na Figura 3 apresenta um<br />
esquema como o sistema de processamento de<br />
dados opera, num espectrômetro de massas.
Espectrometria de Massa<br />
tem seu custo pelo desenvolvimento. Portanto<br />
o analista de espectrometria de massas tem que<br />
ter habilidade nos diferentes “softwares” disponibilizados<br />
junto com os analisadores de massas.<br />
Habilidade exclusiva para professionais com alto<br />
nível de instrução.<br />
(A)<br />
Figura 1: (A) Os espectros de massas do Selênio eram desenhados num papel milimetrado para posterior detecção e quantificação<br />
dos analitos. (B) “Ploter” da HP modelo 7221A.<br />
Fonte: Laboratório do espectrômetro de massas MS-2 IEA (IPEN).<br />
Para calibrar o espectrômetro de massas quadrupolar<br />
é utilizado um padrão interno de PFTBA<br />
perfluorotributylamine C12F27N. Este composto<br />
padrão gera um espectro de massas com uma<br />
ampla variedade de íons, m/z: 69, 100, 131,<br />
201, 284, 484 e 614 (Figura 4) que afere a escala<br />
de massas do analisador. O computador calibra<br />
o analisador por meio das massas deste padrão e<br />
armazena na memoria para posterior utilização<br />
nas análises de rotina. O espectrômetro de massas<br />
é análogo a um sistema métrico, periodicamente<br />
tem que ser calibrado. Um espectrômetro<br />
de massas descalibrado analisa massas erradas.<br />
O computador realiza tarefas mais complexas<br />
tais como, tomada de decisão necessária durante<br />
a aquisição de dados. Um exemplo desta tarefa é<br />
desligar a aquisição de dados quando a contagem<br />
total de íons, “Total Ion Current - TIC” de um espectro<br />
de massas ultrapassa os limites permitidos pelo MS,<br />
esta tarefa é acionada para proteger o filamento da<br />
fonte de íons e evitar o efeito memória.<br />
O computador guarda na memória os dados coletados<br />
numa determinada análise para posterior<br />
avaliação do analista. Aliás é um software separado<br />
ao de aquisição de dados. Várias técnicas analíticas<br />
podem ser efetuadas utilizando os espectros de<br />
massas guardados na memória do computador tais<br />
como curvas analíticas para validação das análises.<br />
(B)<br />
Utilização do modo “scan” ou varredura de todos os<br />
íons analisados ou selecionando só um ou vários<br />
íons que o analista está à procura do analito específico.<br />
Outra técnica muito prática na procura do<br />
analito é a subtração do ruído iônico, denominado<br />
“Background Subtract” ou mensurar a relação Sinal/<br />
Ruido ou “Signal/Noise” muito utilizada na quantificação<br />
dos analitos.<br />
A combinação de avanços no desenho de novos<br />
instrumentos e hardware eletrônicos possibilitou<br />
um aumentou nas taxas de produção de íons e de<br />
aquisição de dados, em particular no espectrômetro<br />
de massas Tempo de Vôo ou “Time Of Flight –<br />
TOF”. Espectros de massas, com uma unidade de<br />
resolução em 0,5s encontrado nos instrumentos<br />
quadrupolo, em comparação com a coleção de<br />
dados de um sistema TOF, que podem ser produzidos<br />
em torno de 10.000 conjuntos de dados<br />
gerados em 0,5s com resoluções de até 60.000.<br />
O tamanho dos arquivos de dados vem aumentado<br />
ultimamente, especialmente para dados de<br />
LC-TOF/TOF. Graças a este desenvolvimento, a área<br />
das ômicas podem ser exploradas, estas são proteômica,<br />
metabolômica, pretrolômica entre outras.<br />
A quantidade de dados acumulados nestas<br />
áreas, levaram vários institutos a desenvolver softwares<br />
para produzir pacotes sofisticados na manipulação<br />
de dados como Mascot, Sequest, Mass<br />
Matrix entre outros, disponíveis na Internet, mas<br />
Figura 2: Construção do cromatograma do GC a partir dos<br />
espectros de massas coletados no MS. Cada analito detectado<br />
no GC num determinado Tempo de Retenção (em minutos)<br />
é gerado pela soma de todos os íons dos espectros de<br />
massas nesse intervalo de tempo, construído pelo sistema de<br />
processamento de dados do MS.<br />
Fonte: Desenhado pelo autor.<br />
Figura 3: Processamento de dados na espectrometria de<br />
massas. O analisador MS é controlado pelo computador (Sistema<br />
de dados), este calibra, ajusta, monitora e coleta os dados<br />
das análises do MS. Depois de coletar todas as análises, o sistema<br />
Pós-análises processa os dados coletados, qualificando<br />
e quantificando os analitos inclusive com ajuda da Internet.<br />
Fonte: Desenhado pelo autor.<br />
Figura 4: Espectro de massas do padrão de PFTBA perfluorotri-n-butylamine<br />
utilizado para calibrar o analisador de<br />
quadrupo do espectrômetro de massas.<br />
Fonte: Espectro da NIST<br />
Referências bibliográficas 1) E. Hoffman e V. Stroobant.<br />
“Mass spectrometry”. <strong>Ed</strong>it. Wiley. 2007. 2) M. Gross<br />
and R. Caprioli. “The development of mass spectrometry”.<br />
<strong>Ed</strong>it. Elsevier Science Ltd. England. 2016.<br />
*Oscar Vega Bustillos<br />
Pesquisador do Centro de Química e Meio Ambiente CQMA do Instituto de Pesquisas<br />
Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP.<br />
Tel.: 55 11 3133-9343 E-mail: ovega@ipen.br - Site: www.vegascience.blogspot.com.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
25
Microbiologia<br />
Teste de Esterilidade para Produtos<br />
de Terapia Celular e Produtos de Curto Prazo de Validade<br />
A Farmacopéia dos Estados Unidos da América<br />
publicou o capítulo que trata dos testes<br />
rápidos microbiológicos para a liberação dos<br />
produtos de vida útil curtos, que se baseiam na<br />
análise de risco.<br />
IX assegurar que os resultados ou medições<br />
fora dos limites aceitáveis sejam investigados;<br />
X implementar e registrar as ações corretivas<br />
e preventivas, quando resultados ou medições<br />
c) testes microbiológicos, neste caso deve-se<br />
seguir o disposto no art. 49 desta Resolução;e<br />
Art. 49 Os testes microbiológicos para detecção<br />
de contaminação bacteriana (aeróbica e anaeró-<br />
A ANVISA publicou a RESOLUÇÃO - RDC Nº 214,<br />
DE 7 DE FEVEREIRO DE 2018 que dispõe sobre as<br />
Boas Práticas em Células Humanas para uso terapêutico<br />
e pesquisa clínica, e dá outras providências.<br />
se apresentarem fora dos limites aceitáveis e<br />
determinar o impacto deste desvio na qualidade<br />
e segurança do produto;<br />
XIII – assegurar que as reclamações e de-<br />
bica) e fúngica, e quando couber, contaminação<br />
por micoplasma, devem ser feitos, no mínimo,<br />
em amostras do produto pós processamento e<br />
antes da criopreservação, antes ou após a adição<br />
de crioprotetores.<br />
Objetivo<br />
Art. 2° Ficam padronizadas as Boas Práticas<br />
em Células Humanas para Uso Terapêutico e em<br />
pesquisa clínica, por meio do estabelecimento<br />
de requisitos técnico-sanitários mínimos relacionados<br />
ao ciclo produtivo de células e Produtos<br />
de Terapias Avançadas, com vistas à segurança<br />
e à qualidade destes produtos. Células ou Produtos<br />
de Terapias Avançadas que não atendam<br />
ao disposto nesta Resolução são desqualificados<br />
para Uso Terapêutico e em pesquisa clínica. O<br />
controle de qualidade deve, no mínimo:<br />
voluções de células e Produtos de Terapias<br />
Avançadas relacionadas à qualidade sejam<br />
registradas, investigadas e, quando necessário,<br />
que as ações corretivas e preventivas<br />
sejam implementadas.<br />
Art. 44 O Centro de Processamento Celular<br />
deve realizar controle microbiológico de seus<br />
Ambientes e dos equipamentos que necessitem<br />
desse controle, incluindo da incubadora de CO2<br />
destinada ao cultivo de células e Produtos de Terapias<br />
Avançadas para fins de Uso Terapêutico ou<br />
pesquisa clínica, a intervalos de tempo definidos<br />
Art. 50 Em caso de necessidade do Uso Terapêutico<br />
das células anteriormente à obtenção<br />
dos resultados das análises microbiológicas do<br />
produto, o fornecimento do material biológico<br />
poderá ocorrer mediante o registro da justificativa<br />
formal realizada pelo profissional responsável<br />
pela sua disponibilização.<br />
§ 1° Logo que disponíveis, os resultados de que<br />
trata o caput deste artigo devem ser registrados<br />
e comunicados ao profissional responsável pelo<br />
paciente Receptor.<br />
I definir os parâmetros de análise e métodos<br />
analíticos para materiais, reagentes, produtos<br />
para diagnóstico in vitro, células e Produtos de<br />
Terapias Avançadas, e controles em processo;<br />
pelo Centro de Processamento Celular, de acordo<br />
com seu fluxo de trabalho.<br />
§ 1° O controle microbiológico dos Ambientes<br />
Limpos é obrigatório e deve ser realizado, pelo<br />
No caso dos testes de esterilidade dos produtos<br />
para a terapia celular, é impraticável a demora da<br />
resposta do teste tradicional de 14 dias devido<br />
curto prazo de validade deste tipo de produto.<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
II definir os procedimentos de amostragem;<br />
III definir os procedimentos para monitoramento<br />
ambiental;<br />
menos, durante a condição “em operação”.<br />
§ 2º Os Ambientes não devem ser contaminados<br />
pelos métodos de amostragem utilizados.<br />
Estes produtos são preparados para utilização<br />
imediata, os quais são administrados ao paciente<br />
antes do término do período de incubação.
Microbiologia<br />
Os produtos injetáveis para administração<br />
imediata, incluem, produtos para terapia celular<br />
e genética, produtos manipulados injetáveis,<br />
nutrição parenteral, radiofármacos injetáveis<br />
de meia vida curta dentre outros, sendo inviável<br />
aguardar os 14 dias do teste de esterilidade<br />
tradicional, em vista da urgência e da meia vida<br />
curta dos produtos.<br />
Há décadas a indústria de equipamentos vem<br />
trabalhando no desenvolvimento de equipamentos<br />
que permitam a detecção rápida da contaminação<br />
microbiana dos produtos injetáveis,<br />
inúmeros equipamento foram desenvolvidos e já<br />
foram reirado o mercado, após a impraticabilidade<br />
da validação da metodologia analítica da esterilidade,<br />
assim sendo a escolha do equipamento e a<br />
validação do método analítico deve observar:<br />
• Capacidade do equipamento detectar a presença<br />
de contaminação microbiana em tempo<br />
real ou em menos de 24 horas, preferencialmente<br />
antes da administração do medicamento.<br />
• Capacidade de detectar menos de 100 Unidades<br />
Formadoras de Colônias, neste ponto o protocolo<br />
de validação é importantíssimo, estabelecer<br />
como as amostras serão contaminadas. Devem<br />
simular uma contaminação real do produto.<br />
• Capacidade de detectar uma ampla gama de espécies<br />
microbianas, inclusive as de crescimento lento.<br />
• Tamanho da amostra, devem observar os<br />
critérios compendiais ou caso não seja possível<br />
representar o lote produzido (início, meio e final<br />
da produção).<br />
• Disponibilidade de padrões de referência.<br />
• Baixos níveis de falso negativos e positivos.<br />
• Robustez e confiabilidade no equipamento e<br />
reagentes.<br />
• Simplicidade na preparação da amostra.<br />
Nos casos onde a espera pelo resultado final<br />
do teste de esterilidade é impraticável , a Análise<br />
de Risco deve levar em conta, os critérios das<br />
Boas Práticas de Fabricação e Controle, tais como<br />
o monitoramento ambiental, o treinamento<br />
dos colaboradores, os critérios de seleção dos<br />
fornecedores de insumos, o conhecimento da<br />
biocarga dos mesmos, a análise da tendência<br />
dos monitoramento ambiental e finalmente os<br />
testes de esterilidade que podem utilizar os testes<br />
tradicionais , e os testes rápidos .<br />
Abaixo a tabela dos riscos que cada produto<br />
injetável representa para o paciente;<br />
Existem situações que o tamanho da amostra<br />
tem que ser reduzido devido a exigência<br />
da técnica ou a necessidade de se preservar o<br />
produto que pode ser individualizado como no<br />
caso da terapia celular ou genética e em caso<br />
de quimioterápicos e nutrição parenteral.<br />
Neste caso os planos de amostragem não<br />
são adequados, visto que a amostragem de<br />
grandes volumes pode afetar a necessidade<br />
para o paciente.<br />
Nestes casos a validação da metodologia<br />
rápida é muito difícil visto que a terapia é<br />
individualizada.<br />
Baseado na análise de risco podemos liberar<br />
o produto e realizar as análises pelo método<br />
tradicional e pelo método rápido.<br />
Referências Bibliográficas:<br />
1. A RESOLUÇÃO - RDC Nº 214, DE 7 DE FE-<br />
VEREIRO DE 2018 que dispõe sobre as Boas<br />
Práticas em Células Humanas para uso terapêutico<br />
e pesquisa clínica, e dá outras providências.<br />
2. United States Pharmcopoeia USP 43,<br />
capítulo Rapid Microbial Tests for<br />
Release of Sterile Short-Life Products: a A<br />
Risk-Based Approach.<br />
Claudio Kiyoshi Hirai<br />
Farmacêutico bioquímico, diretor científico da BCQ consultoria e qualidade, membro da American<br />
Society of Microbiology e membro do CTT de microbiologia da Farmacopeia Brasileira.<br />
Telefone: 11 5083-5444 - E-mail: claudio@bcq.com.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
27
Metrologia<br />
Em tempos de pandemia<br />
Ainda não é bem conhecida como foi a pri-<br />
federal inicialmente nega a gravidade, de-<br />
O período em que vivemos, além de todas<br />
meira infecção. Provavelmente a partir de<br />
pois minimiza e volta-se contra políticas de<br />
as incertezas, também assiste a manifesta-<br />
contatos com animais silvestres, como aliás<br />
contenção de governos estaduais e munici-<br />
ções preocupantes de negação da ciência.<br />
têm sido muitas das infecções de humanos<br />
pais. As orientações confusas confundem a<br />
Não basta encontrarmos vacinas quando<br />
ao longo dos tempos. Dessa vez começou<br />
população e superamos a marca de 1 mi-<br />
ouvimos em muitos lugares vozes contrárias<br />
na China. Como mais uma dessas levas de<br />
lhão de infectados (números oficiais, pois<br />
ao uso de vacinas. Inclusive percebe-se a<br />
infecções que tivemos e temos tido. Mas<br />
estima-se altíssima subnotificação, dada a<br />
diminuição da cobertura vacinal no Brasil<br />
não parecia ser muito complicada, pois os<br />
baixa testagem da população).<br />
e em outras partes do mundo, o que per-<br />
efeitos na maior parte das pessoas não eram<br />
mitiu a ressurgimento de doenças até então<br />
muito fortes. Mais intensos nos idosos.<br />
Em tempos tão difíceis, onde a previsão do<br />
erradicadas, como o sarampo. Nunca a afir-<br />
Como sempre. Mais uma gripe…<br />
futuro imediato torna-se um desafio, a me-<br />
mação da ciência e de seus métodos foi tão<br />
trologia e seus princípios básicos devem ser<br />
importante.<br />
Mas essa enfermidade, diferente das ante-<br />
guias necessários para minimizar sofrimen-<br />
riores, tem um tempo razoável de incuba-<br />
tos e orientar ações.<br />
As ações imediatas têm se concentrado na<br />
ção e alta transmissibilidade. De repente<br />
busca por medicamentos e nas ações de<br />
o mundo começa a se deparar com uma<br />
Num primeiro plano, as estimativas de ce-<br />
prevenção e suporte aos mais enfermos.<br />
expansão inimaginada. Cresce exponen-<br />
nários futuros, sejam imediatos, sejam de<br />
Mas é necessário termos uma estimativa<br />
cialmente o número de casos e as mortes se<br />
médio prazo, exigem domínio de ferramen-<br />
clara do número de infectados. E por isso<br />
avolumam. Sistemas de saúde entram em<br />
tas estatísticas e a compreensão das incer-<br />
os testes são tão necessários. Os diversos<br />
colapso. Alguns governos percebem o peri-<br />
tezas inerentes envolvidas nessas previsões.<br />
níveis de governos tem buscado aumentar<br />
go iminente e impõe medidas de restrição<br />
Medidas de isolamento têm se mostrado,<br />
os testes. No Brasil, para cada infectado no-<br />
de movimento e isolamento social. Outros<br />
efetivamente, como as ações mais eficazes.<br />
tificado, pouco mais de duas pessoas foram<br />
não o fazem a tempo, e suas populações pa-<br />
Mas a superação da dinâmica de expansão<br />
testadas. Nos países com alta incidência<br />
gam um alto preço. No Brasil, impera uma<br />
virá com a descoberta de medicamentos e<br />
de infectados, os níveis de testagem por<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
situação contraditória, em que o governo<br />
com a descoberta de vacina.<br />
milhão de habitantes são de 10 a 15 vezes
Metrologia<br />
maiores do que aqui. Os testes devem ser<br />
feitos por pessoal treinado e requerem cuidados.<br />
Contudo, testes rápidos estão sendo<br />
comercializados até mesmo em farmácias e<br />
aplicados por pessoal não especializado e<br />
sem equipamentos de proteção. Mas muitos<br />
desses testes têm resultados falso negativo<br />
em porcentagem altíssima. O grande risco é<br />
que o resultado negativo possa levar a uma<br />
pessoa infectada a relaxar em medidas de<br />
cuidado e tornar-se um transmissor eficaz<br />
da doença.<br />
A busca por medicamentos deve ser feita<br />
de acordo com protocolos bem definidos<br />
e com as devidas cautelas. Muitos medicamentos<br />
surgem como candidatos a<br />
atenuar os efeitos ou mesmo curar a CO-<br />
VID-19. Diante da tragédia, apressam-se<br />
em afirmações duvidosas e muitas notícias<br />
falsas. Assim, as instituições científicas são<br />
os norteadores necessários aos órgãos de<br />
gestão da saúde.<br />
Junto à testagem, tem sido divulgado o<br />
uso de oxímetros para medição do nível de<br />
oxigenação. A COVID-19, assim como outras<br />
síndromes respiratórias agudas, apresenta<br />
níveis baixos de oxigenação. Contudo, nesses<br />
tempos de pandemia, de tudo se oferece<br />
e se compra. Oxímetros devem ter selo do<br />
Inmetro e Anvisa e seguir os regulamentos<br />
metrológicos. O uso de instrumentos não<br />
certificados podem trazer sérias complicações.<br />
Pois novamente, indicações erradas ou<br />
equipamentos sem calibração podem levar<br />
a decisões equivocadas.<br />
Ao mesmo tempo, há um esforço grande<br />
em produção de equipamentos de proteção<br />
individual e de respiradores. Depois de<br />
certa controvérsia, acredita-se que o uso<br />
de máscaras tem eficácia como barreira<br />
protetora à disseminação do vírus. Mas de<br />
novo, existem máscaras e máscaras. E usos<br />
e usos. Máscaras de produção domésticas<br />
tem eficácia mais reduzida e devem ser<br />
usadas com o devido cuidado. Na construção<br />
de respiradores também devem<br />
ser observados princípios metrológicos<br />
básicos. Saber se o equipamento produz<br />
ventilação em volume e pressão adequados<br />
requer que sejam feitas medições com<br />
instrumentos calibrados e em instalações<br />
com competência certificada. Caso contrário,<br />
estaremos, mais uma vez, colocando<br />
em risco a vida de pessoas, por não obediência<br />
a princípios básicos.<br />
O melhor remédio contra a atual situação<br />
é a ciência. Ciência nos informa sobre que<br />
medidas e por onde devemos caminhar. Nos<br />
alerta contra possíveis erros e nos prepara<br />
para enfrentar esse terrível inimigo. A metrologia,<br />
como ciência transversal e base de<br />
outras áreas do conhecimento, deverá ser a<br />
garantia da qualidade de processos e produtos<br />
que são oferecidos à população, par<br />
que possamos atravessar de forma menos<br />
dolorosa esse momento.<br />
Américo Tristão Bernardes<br />
Presidente da Sociedade Brasileira de Metrologia, Engenheiro Eletricista, Doutor em Física<br />
e Professor da Universidade Federal de Ouro Preto.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
29
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Em Foco<br />
COMO DETERMINAR OS VALORES DOS ENSAIOS PARA PADRÕES DE<br />
REFERÊNCIA MIKROMOL.<br />
perda por secagem (LOD) não são realizados,<br />
pois a técnica não é tão precisa<br />
quanto a determinação combinada de<br />
água e solventes residuais.<br />
Além da pureza orgânica, a água e os<br />
solventes residuais devem ser identificados<br />
para calcular com precisão o ensaio<br />
através da abordagem do balanço de<br />
massa. Os IRSs qualitativos podem ser<br />
usados, sob certas condições, para fins<br />
quantitativos, mas essa abordagem leva<br />
à superestimação de impurezas nas APIs<br />
Os valores dos ensaios para padrões de<br />
referência da Mikromol são obtidos por<br />
meio da cromatografia líquida de alta<br />
performance com matriz de fotodíodos<br />
(HPLC-PDA) ou outra técnica cromatográfica,<br />
além de conteúdo volátil (água<br />
e solvente residual). Para calcular o valor<br />
do ensaio (procedimento conhecido<br />
como o método 100%), utiliza-se a<br />
A HPLC é a técnica mais utilizada para<br />
avaliar a pureza orgânica e a cromatografia<br />
em fase gasosa (GC) é usada<br />
apenas quando a HPLC não é aplicável.<br />
A água é determinada pela titulação de<br />
Karl Fischer e os solventes residuais são<br />
estimados pelo uso da ressonância magnética<br />
nuclear de prótons (1H-RMN),<br />
que é uma técnica poderosa tão precisa<br />
e FDFs, o que, provavelmente, causará<br />
maiores custos do que as despesas de um<br />
IRS quantitativo. Contudo, um IRS quantitativo<br />
idealmente produzido sob um<br />
sistema de qualidade (ISO 17034: 2016)<br />
é adequado para todas as aplicações.<br />
equação a seguir.: quanto a determinação pelas técnicas<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
31
Em Foco<br />
PCR: SAIBA MAIS SOBRE A TÉCNICA E COMO MELHORAR<br />
SEUS RESULTADOS<br />
Metodologia se popularizou como uma das principais técnicas de análise para diagnóstico de COVID-19<br />
os), até consumíveis plásticos utilizados como<br />
tubos, placas, tampas e selos.<br />
O uso de materiais impróprios pode interferir<br />
liberando inibidores ou contaminantes na<br />
reação. Por isso, é sempre importante utilizar<br />
materiais confeccionados em plástico homogêneo<br />
e com paredes finas para a melhor<br />
transferência térmica, com certificação de<br />
esterilidade e livres de contaminantes como<br />
DNases, RNases e materiais genéticos.<br />
Reconhecida com o Prêmio Nobel de Química<br />
em 1994, a técnica de Reação em Cadeia de Polimerase<br />
(PCR) proporcionou avanços na pesquisa<br />
científica, principalmente em biologia molecular.<br />
A técnica trouxe benefícios que impulsionaram o<br />
sequenciamento genético para testes de paternidade<br />
e investigações forenses, expressão gênica<br />
em sistemas recombinantes, além do diagnóstico<br />
de doenças e testes de novos medicamentos.<br />
Existem diferentes formas da aplicação<br />
de PCR, entre elas, três se destacam:<br />
PCR Convencional<br />
Consiste na replicação de sequências específicas<br />
de DNA utilizando equipamentos termocicladores.<br />
Para realizar a reação acrescentam-se<br />
às amostras de material genético sequências<br />
iniciadoras complementares (também conhecidas<br />
como primers), desoxirribonucleotídeos e<br />
DNA-polimerase termo resistente.<br />
das em DNA complementar (cDNA) através<br />
da atividade da enzima transcriptase reversa.<br />
Em seguida, os cDNAs recém-sintetizados são<br />
amplificados através dos mesmos procedimentos<br />
descritos na PCR convencional.<br />
Uma vez que a técnica de RT-PCR permite<br />
amplificar amostras de RNA, sua aplicação é<br />
muito utilizada para detecção de doenças genéticas,<br />
patógenos virais e bacterianos.<br />
qPCR<br />
A técnica de PCR quantitativa (qPCR) utiliza os<br />
princípios básicos da PCR com o diferencial que<br />
permite a quantificação do material amplificado<br />
em tempo real. Termocicladores especializados<br />
são capazes de fornecer condições ideias de<br />
temperatura para a amplificação, bem como de<br />
detectar os sinais emitidos por reagentes específicos<br />
à medida que o DNA é amplificado.<br />
A Greiner Bio-One entrega ao mercado materiais<br />
que possibilitam um alto padrão de<br />
qualidade para biologia molecular com materiais<br />
livres de DNase, RNase, DNA humano, não<br />
pirogênicos e não citotóxicos.<br />
Referências:<br />
Zaha, A.; Ferreira, H. B.; Passaglia, L. M. P - Organizadores. Biologia molecular<br />
básica. 5ª ed. Artmed, 2014.<br />
Alberts B.; Johnson A.; Lewis J.; Raff M.; Roberts K.; Walter P. Biologia<br />
molecular da célula. 5ª ed. Artmed, 2010.<br />
Garibyan, L.; Avashia, N. Research Techniques Made Simple: Polymerase<br />
Chain Reaction (PCR), Journal of Investigative Dermatology, 133(3): e6, 2013.<br />
Bustin, S., Benes, V., Nolan, T., & Pfaffl, M. Quantitative real-time RT-PCR<br />
– a perspective, Journal of Molecular Endocrinology, 34(3), 597-601, 2005.<br />
32<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
Através da variação cíclica de temperaturas<br />
realizada pelo termociclador ocorre a desnaturação<br />
das fitas complementares de DNA, o anelamento<br />
de primers com suas regiões específicas<br />
de cada fita e a replicação do fragmento pela<br />
enzima DNA-polimerase. Após realizar um determinado<br />
número de ciclos, obtém-se milhares<br />
de cópias da sequência gênica de interesse.<br />
RT-PCR<br />
Na Polimerase por Transcriptase Reversa<br />
(RT-PCR) as moléculas de RNA são converti-<br />
A grande vantagem dessa aplicação é a rapidez<br />
na obtenção dos resultados. Além disso, é amplamente<br />
utilizada em associação à RT-PCR (qRT-PCR<br />
ou RT-qPCR), principalmente na área diagnóstica.<br />
Para melhores resultados<br />
Como as técnicas de PCR demandam o uso<br />
de altas temperaturas, a realização dessas reações<br />
requer atenção especial na seleção dos<br />
materiais que são utilizados. Esses cuidados<br />
devem envolver desde a seleção dos reagentes<br />
(enzimas polimerases, primers e nucleotíde-<br />
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Em Foco<br />
NEM TODAS AS ROUPAS PARA SALAS LIMPAS SÃO IGUAIS!<br />
É essencial que qualquer ambiente de<br />
sala limpa no qual haja pessoas trabalhando<br />
exija um meio de garantir que o ar<br />
não seja comprometido pela contaminação<br />
gerada por essas pessoas. É um fato bem<br />
estabelecido que as pessoas são a principal<br />
fonte de contaminação viável e inviável<br />
em uma sala limpa, com o usuário médio<br />
dispersando milhões de partículas (ou<br />
seja, pele, cabelo, transpiração) de seus<br />
corpos a cada minuto. Um evento de contaminação<br />
em uma sala limpa pode levar<br />
a paralisações caras, aumento dos custos<br />
de produção, recalls de produtos e, no pior<br />
cenário, mortes. Em média, um fabricante<br />
de produtos farmacêuticos gasta cerca de 2<br />
milhões de euros por ano para resolver as<br />
ocorrências de contaminação1. Para reduzir<br />
o impacto da contaminação das pessoas na<br />
sala limpa e minimizar o risco de eventos<br />
de contaminação, roupas especiais devem<br />
ser usadas juntamente com outros itens,<br />
tais como luvas, óculos e máscaras faciais.<br />
A finalidade de todas as roupas para salas<br />
limpas é proteger o produto fabricado contra<br />
a contaminação causada pelo usuário. E<br />
seu uso deve proporcionar conforto durante<br />
períodos longos.<br />
Existem duas opções de vestuário para<br />
salas limpas, as quais são projetadas especificamente<br />
para reduzir a contaminação,<br />
tanto a geração de partículas do vestuário<br />
quanto a passagem de partículas do usuário<br />
pelo tecido. Sem essas roupas, a sala<br />
limpa ficaria fora da especificação quase<br />
imediatamente. Isso aumentaria significativamente<br />
o risco de contaminação e, sem<br />
dúvida, comprometeria os produtos fabricados<br />
dentro dela.<br />
Roupas reutilizáveis ou de uso único?<br />
A primeira opção é um sistema de vestuário<br />
reutilizável composto por uma<br />
roupa feita de tecido sintético chamado<br />
poliéster monofilamento e um serviço de<br />
lavanderia especializado associado. Normalmente,<br />
esse serviço é fornecido como<br />
um acordo all-inclusive, no qual o cliente<br />
terá um contrato de aluguel completo<br />
com o fornecedor das roupas e serviços<br />
associados. As roupas têm uma fabricação<br />
especial para garantir que a peça em<br />
si não gere contaminação e a lavanderia<br />
utiliza um ciclo especial de descontaminação<br />
com água purificada para remover a<br />
contaminação superficial das roupas. Em<br />
seguida, as roupas devem ser secas em<br />
secadoras especiais equipadas com filtros<br />
HEPA, para evitar o retorno da contaminação<br />
durante o ciclo de secagem. As roupas<br />
lavadas são então embaladas hermeticamente<br />
em sacos antes da entrega ao<br />
cliente. Quando forem necessárias roupas<br />
esterilizadas, a esterilização ocorrerá antes<br />
da entrega ao cliente.<br />
A segunda opção são as roupas de uso único,<br />
que muitas vezes são a escolha mais confiável.<br />
São fabricadas com tecidos não tecidos<br />
especiais revestidos de PE que não geram<br />
contaminação, além de minimizar a passagem<br />
de contaminação através do tecido pela<br />
utilização de costuras encapsuladas e uma aba<br />
adesiva que cobre o zíper. As roupas de uso<br />
único são projetadas para serem usadas uma<br />
única vez, tanto em aplicações esterilizadas<br />
quanto não esterilizadas, excluindo a exigência<br />
de que sejam reprocessadas. Seu desempenho<br />
consistente para evitar a contaminação<br />
é uma grande vantagem, mas o tempo que<br />
leva para serem colocadas de forma asséptica<br />
pode levar a atalhos, que podem resultar na<br />
contaminação. Um novo conceito de design<br />
usando uma técnica totalmente asséptica para<br />
eliminar o risco de contaminação cruzada é o<br />
inovador design drop down. Esse método de<br />
fácil colocação “sobre a cabeça” permite que<br />
a peça use simplesmente a gravidade para<br />
largar a peça sobre o corpo do operador. Em<br />
seguida, enquanto segura as abas de liberação<br />
rápida estrategicamente colocadas na parte<br />
externa da peça, o operador fecha a peça em<br />
um movimento fluido. Esse design único e<br />
sistema inovador de abas de liberação rápida<br />
significa que o usuário não toca a superfície<br />
externa da peça em nenhum momento durante<br />
a colocação, que pode ser feita na metade<br />
do tempo levado para vestir um macacão de<br />
proteção padrão.<br />
34<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020
Em Foco<br />
Novidade!<br />
Com 80% de variações em ambientes de fabricação<br />
de produtos farmacêuticos até o erro<br />
humano2 e 10% das roupas contaminadas durante<br />
a colocação toda semana3, a necessidade<br />
de um novo design de vestuário de colocação<br />
fácil e rápida existe há muito tempo! Muitos<br />
erros de colocação também ocorrem por causa<br />
da forma como as roupas de uso único são<br />
embaladas, com o operador tendo que aprender<br />
a desdobrar a peça sem tocar na superfície<br />
As manchas vermelhas mostram a contaminação cruzada por vestir uma roupa para salass limpas padrão, em comparação a<br />
nenhuma contaminação cruzada em uma roupa drop down BioClean-D<br />
externa, o que não é fácil! Uma vez desdobrada,<br />
o problema da superfície externa da peça tocar o<br />
chão ou o corpo do operador se torna o próximo<br />
grande risco de contaminação. As roupas de uso<br />
único foram embaladas de várias maneiras diferentes<br />
para tentar superar isso e eliminar esses<br />
problemas de colocação, mas ainda assim não<br />
resolvem totalmente o risco de contaminação.<br />
O design drop down permite que a peça seja<br />
dobrada assepticamente para garantir que o<br />
operador a tire da embalagem apenas tocando<br />
o interior da peça, tornando todo o processo de<br />
colocação muito mais simples e fácil. Isso resulta<br />
em maior produtividade devido à redução do<br />
tempo de troca das roupas, do risco de contaminação<br />
cruzada, pois o operador em nenhum<br />
momento toca o exterior da peça durante a colocação,<br />
do desperdício e dos custos decorrentes<br />
da colocação errada!<br />
Ambos os sistemas fornecerão proteção; no<br />
entanto, se, por exemplo, uma empresa tiver<br />
um uso irregular ou períodos em que a sala<br />
limpa não esteja ocupada, então a opção de<br />
uso único pode ser mais econômica porque o<br />
cliente só pagará pelo que realmente usa. Com<br />
um serviço de aluguel de vestuário reutilizável,<br />
geralmente há um custo fixo semanal que se<br />
aplica se as roupas são usadas ou não.<br />
Se o tamanho do usuário mudar, isso refletirá<br />
em aumentos significativos de custos<br />
com um contrato de aluguel reutilizável. Com<br />
roupas de uso único, é simplesmente um caso<br />
de ajustar as quantidades de cada tamanho<br />
necessário.<br />
As roupas para salas limpas não são iguais.<br />
aceitáveis para alcançar o mesmo objetivo<br />
(proteger sua sala limpa contra contaminação<br />
das pessoas), a sua escolha dependerá de qual<br />
opção se encaixa melhor nos seus requisitos<br />
de sala limpa.<br />
1.Encontro da PDA no meio-oeste<br />
dos EUA em 2012, estudo de dados de<br />
monitoramento ambiental de 1.235<br />
locais de fabricação de medicamentos<br />
via parenteral<br />
2.Reducing Human Error on the Manufacturing<br />
Floor, Ginette M. Collazo,<br />
PhD. junho de 2010<br />
3.http://www.cleanroomtechnology.<br />
com/technical/article_page/Don-<br />
Então, qual opção você escolhe?<br />
Embora ambas as opções sejam alternativas<br />
ning_by_design/55600 July 2010<br />
É preciso considerar qual desses dois sistemas<br />
alternativos de vestuário seria o mais<br />
adequado, e há muitas e variadas razões pelas<br />
quais um seria escolhido em vez do outro.<br />
Saiba mais em:<br />
https://www.ansell.com/br/pt/life-sciences/brands/brand-detail/bioclean<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
35
Em Foco<br />
DUAS RECOMENDAÇÕES FUNDAMENTAIS NA PURIFICAÇÃO DE<br />
ÁGUA DO LABORATÓRIO<br />
36<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Jun/Jul 2020<br />
A água da sua torneira já passou por várias<br />
etapas de purificação para mantê-lo<br />
seguro e ainda assim contém vários tipos<br />
de impurezas, como microrganismos, sais<br />
(a razão pela qual você seria eletrocutado se<br />
deixasse cair um secador de cabelos na banheira)<br />
e compostos orgânicos. De repente,<br />
a água que é pura o suficiente para beber<br />
pode não ser tão pura quanto você pensava.<br />
No laboratório, a água é, talvez, o reagente<br />
mais importante (e sua posição como solvente<br />
universal significa que provavelmente também<br />
está presente em muitos outros reagentes que<br />
você usa). As impurezas, por outro lado, geralmente<br />
são seus inimigos. Você deve utilizar<br />
água, com diferentes níveis de pureza, para diferentes<br />
aplicações, para evitar problemas causados<br />
por contaminantes (enquanto minimiza<br />
o custo financeiro). O pré-tratamento da água é<br />
uma ótima maneira de obter muita água suficiente<br />
para uma ampla variedade de aplicações<br />
de baixa pureza, e você pode usá-la em etapas<br />
adicionais de purificação para as aplicações mais<br />
exigentes. O tipo de pureza necessária depende<br />
da aplicação para a qual a água é destinada, e<br />
você pode economizar dinheiro ao escolher o<br />
tipo certo. Continue lendo para descobrir mais<br />
sobre essas duas táticas de redução de custos.<br />
Recomendação 1: Realize o pré-tratamento<br />
da sua água para reduzir custos<br />
Vamos supor que a água chegou até a torneira.<br />
Ele saiu do oceano ou de lençóis freáticos, passou<br />
através de modernas instalações de tratamento<br />
de água e por uma extensa rede de tubulações.<br />
Você pode pegar uma pequena amostra dessa<br />
água e purificá-la até níveis elevados de pureza,<br />
mas uma opção mais econômica e eficiente<br />
é começar com um pré-tratamento, que leva<br />
grandes quantidades de água a um nível de<br />
pureza que já é apropriado para alguns usos,<br />
como a preparação de reagentes. Isso permite<br />
que você aproveite as vantagens econômicas<br />
de escala e evita que você utilize uma água<br />
mais cara, para aplicações menos nobres, como<br />
limpeza de materiais, por exemplo. Você pode<br />
usar essa água como precursora para níveis mais<br />
elevados de purificação. Para pré-tratar a água,<br />
você passa grandes volumes através de filtros<br />
de profundidade, que removem partículas de<br />
tamanho nominal. Outra tecnologia é o carvão<br />
ativado (CA), que é relativamente barato (e você<br />
verá nas mochilas de muitos caminhantes hoje<br />
em dia para emergências) e pode usá-lo para<br />
remover cloro, cloramina e produtos orgânicos.<br />
Recomendação 2: Escolha uma opção<br />
de tratamento de água com base em suas<br />
necessidades<br />
Após o pré-tratamento da água, você tem várias<br />
tecnologias que podem ser aplicadas para<br />
remover diferentes impurezas. A escolha depende<br />
da aplicação na qual a água será utilizada:<br />
∙ Osmose reversa (OR) – utiliza membranas<br />
semi-permeáveis para remover mais de 95%<br />
dos contaminantes iônicos e orgânicos. Gases<br />
dissolvidos não são removidos.<br />
∙ Troca iônica (DI) - cartuchos ou cilindros contendo<br />
resina (pequenas esferas porosas). Eles<br />
precisam de substituição regular, mas são relativamente<br />
baratos. Outros contaminantes, como<br />
bactérias, permanecem.<br />
∙ Eletrodeionização (EDI) - combina as características<br />
da OR e da troca iônica.<br />
∙ Filtração - filtros mais finos do que aqueles<br />
usados no pré-tratamento. Removem colóides,<br />
bactérias e partículas e, com os melhores filtros,<br />
pode-se remover RNAse, DNAse, endotoxinas e<br />
produtos orgânicos.<br />
∙ Foto-oxidação por lâmpada ultravioleta (UV).<br />
∙ Destilação - remove os contaminantes que<br />
não evaporam com água.<br />
∙ Desgaseificação - utiliza uma membrana<br />
hidrofóbica e uma fonte de vácuo para remover<br />
gases como CO2 e O2.<br />
∙ Filtros de ventilação - são instalados nos reservatórios<br />
para evitar que contaminantes entrem<br />
na água armazenada.<br />
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