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nº <strong>94</strong> - <strong>Junho</strong>/<strong>Julho</strong> - 2020 - ano 17<br />
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&<br />
<br />
Conheça o<br />
MARANHÃO<br />
Miolo <strong>do</strong> boi, integrante responsável pelo movimento <strong>do</strong> boi.
02
Í<br />
ndice<br />
Outras matérias:<br />
MP<strong>94</strong>8- pág 36<br />
Matsuda pág 38<br />
35<br />
Presente e Futuro <strong>do</strong><br />
Turismo em São Paulo<br />
04<br />
São Luís <strong>do</strong> Maranhão<br />
Tropeirismo<br />
32 no Brasil<br />
Expediente<br />
Diretor responsável:<br />
José Carlos Reis de Souza<br />
Departamento Jurídico:<br />
Dr. Luis Antonio Ravani<br />
Jornalista Responsável:<br />
Camões Filho - MTB 18411<br />
Editoração:<br />
Letícia Casoni Peres<br />
Tiragem: 5.000 exemplares<br />
Distribuição gratuita e dirigida<br />
Publicação Bimestral<br />
Contato<br />
Revista <strong>Empresas</strong> <strong>do</strong> <strong>Vale</strong><br />
CNPJ: 12.530.626/0001-99<br />
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Dpto. Comercial<br />
(12) 99787-6329<br />
Editorial<br />
José Carlos Reis de Souza<br />
Diretor Responsável<br />
O mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong> vem<br />
enfrentan<strong>do</strong> uma pandemia devi<strong>do</strong> a<br />
COVID-19, e um <strong>do</strong>s setores mais afeta<strong>do</strong><br />
é o turismo, com um prejuízo estima<strong>do</strong><br />
próximo a US$ 750 bilhões. No Brasil<br />
está cogitada uma restrição da receita<br />
superior a R$ 170 bilhões no turismo<br />
interno e externo, onde a exclusão de<br />
milhões de empregos e o fechamento<br />
de milhões de empresas. Porém, nós<br />
acreditamos que passa<strong>do</strong> a pandemia,<br />
as viagens voltarão de forma graduada<br />
com roteiros de menor duração, com<br />
viagens <strong>do</strong>mésticas regionais, em<br />
seguida as internacionais, fomenta<strong>do</strong><br />
a rede hoteleira com hospedagens,<br />
locações de veículos, eventos, reuniões,<br />
receptivos, entre outros. Nesta edição<br />
apresentamos uma matéria especial<br />
sobre pontos turísticos de São Luis <strong>do</strong><br />
Maranhão. A Importância <strong>do</strong>s Tropeiros<br />
no Brasil, e comentários: <strong>do</strong> secretário<br />
de Turismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />
Vinicius Lummertz e Bruno Omori,<br />
Presidente <strong>do</strong> IDT-CEMA: Instituto de<br />
Desenvolvimento, Turismo, Cultura,<br />
Esporte e Meio Ambiente.<br />
Apoio:<br />
As fotos de divulgação foram cedidas pelas<br />
empresas e/ou pessoas mencionadas nos textos.<br />
Não é permitida a reprodução sem autorização<br />
expressa <strong>do</strong>s autores, por escrito. Os textos,<br />
informações e anúncios publicitários são de inteira<br />
e exclusiva responsabilidade <strong>do</strong>s autores e empresas<br />
anunciantes.<br />
03
Tambor de Crioula no Centro Histórico de São Luís (Foto Agência São Luís).<br />
SÃO LUÍS<br />
CONHEÇA AS BELEZAS DE SÃO LUÍS (MA)<br />
Por: José Carlos Reis de Souza<br />
04
HISTÓRIA<br />
São Luís é a capital <strong>do</strong> Maranhão fundada por<br />
franceses no dia 08 de setembro de 1612. Poucos<br />
anos depois foi invadida por holandeses em 1641<br />
e por fim, colonizada pelos portugueses em 1644.<br />
Seu nome é uma homenagem ao Rei da França<br />
Luís XIII. Mas foram os portugueses que marcaram<br />
presença, deixan<strong>do</strong> no Centro Histórico centenas de<br />
prédios coloniais, muitos deles ostentan<strong>do</strong> em suas<br />
fachadas azulejos portugueses colori<strong>do</strong>s. A escolha<br />
<strong>do</strong> revestimento atendia às condições climáticas <strong>do</strong><br />
lugar, mas teve outro fator curioso que contribuiu<br />
para que os azulejos virassem febre na cidade. Os<br />
azulejos serviam de lastros que eram coloca<strong>do</strong>s<br />
estrategicamente no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s navios e davam<br />
estabilidade às embarcações que iam e voltavam<br />
<strong>do</strong> Brasil para Portugal. São Luís é considera<strong>do</strong> uma<br />
ilha encantada cheia de histórias, mitos e magias<br />
que misturam culturas européias e africanas num<br />
caldeirão de festas populares e fé. Conhecida como<br />
a cidade <strong>do</strong>s azulejos e considera<strong>do</strong> Patrimônio<br />
da Humanidade. O traça<strong>do</strong> de suas ruas, becos<br />
e ladeiras foram projeta<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> normas e<br />
leis renascentistas medievais, e sua arquitetura foi<br />
inspirada ao gosto e a beleza <strong>do</strong> conjunto e detalhe<br />
históricos coloniais.<br />
O perío<strong>do</strong> de urbanização da cidade ocorreu<br />
no fim <strong>do</strong> século XVIII com a construção de aterros,<br />
pavimentação de ruas e o Cais da Sagração,<br />
estimula<strong>do</strong> pelas exportações de algodão e açúcar,<br />
através da primeira região portuária no bairro Praia<br />
Grande, estabelecen<strong>do</strong> movimento comercial<br />
da região, com armazéns, lojas e residências<br />
<strong>do</strong>s grandes comerciantes portugueses que<br />
exportavam e importavam o que a Europa produzia.<br />
A Praia Grande era o coração comercial da cidade<br />
e da província. As janelas, os balcões trabalha<strong>do</strong>s<br />
em serralherias, as portas com bandeiras de ferro,<br />
as fachadas em azulejos, e o colori<strong>do</strong> natural <strong>do</strong>s<br />
tons fortes com pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> ocre, vermelho e<br />
amarelo das portas e telha<strong>do</strong>s de barro, identificam<br />
os valores patrimoniais <strong>do</strong> acervo da arquitetura<br />
tradicional lusitana. São Luís produz um conjunto<br />
arquitetônico urbanístico com mais de cinco mil<br />
imóveis históricos, com destaque para a arquitetura<br />
colonial. A industrialização têxtil a<strong>do</strong>tada no final <strong>do</strong><br />
século XIX trouxe novas repercussões ao contexto<br />
urbano da cidade, amplian<strong>do</strong> a área de ruas<br />
pavimentadas e proporcionan<strong>do</strong> o embelezamento<br />
de praças e construções ao gosto clássico. Na<br />
virada <strong>do</strong> século a representação da cidade colonial<br />
passou a conviver com as de Manchester <strong>do</strong> Norte,<br />
refletin<strong>do</strong> os investimentos da elite econômica,<br />
em face da inviabilidade agro-exporta<strong>do</strong>ra das<br />
sucessivas leis abolicionista. O parque fabril<br />
instala<strong>do</strong> na cidade, que havia feito <strong>do</strong> Maranhão<br />
o segun<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> mais industrializa<strong>do</strong> <strong>do</strong> país, não<br />
teria resisti<strong>do</strong> ao endividamento. Hoje, a maioria das<br />
fábricas está em esta<strong>do</strong> de ruínas ou transformadas<br />
em escolas e centro de venda de artesanato. São<br />
Luís é uma cidade em uma ilha que apresenta<br />
uma paisagem cultural composta de elementos<br />
naturais, e de costumes trazi<strong>do</strong>s por imigrantes.<br />
Valores miscigena<strong>do</strong>s por brancos europeus, negros<br />
africanos, árabes e índios. Traduzi<strong>do</strong>s pela beleza<br />
artesã, pela rica culinária e pelas manifestações<br />
folclóricas e literárias. Uma harmoniosa herança<br />
cultural lega<strong>do</strong>s de uma geração de intelectuais, em<br />
que se destacaram românticos poetas, romanistas<br />
e escritores, filólogos, historia<strong>do</strong>res e jornalistas.<br />
Homens de letras e pensamentos que contribuíram<br />
para o culto uma sociedade instruída, e que<br />
renderam a São Luís mais um codinome, “Athenas<br />
Brasileira”. As igrejas e monumentos religiosos são<br />
notáveis por seus aspectos construtivos e por sua<br />
ornamentação. Suas edificações datam e guardam<br />
Prévia <strong>do</strong> São João de To<strong>do</strong>s, Boi <strong>do</strong> Maiobão. Foto Handson Chagas.
passagens históricas <strong>do</strong> início da colonização e<br />
quase inaltera<strong>do</strong>. Atualmente, a capital maranhense<br />
tem um forte setor industrial por conta de grandes<br />
corporações e empresas de diversas áreas que se<br />
instalaram na cidade pela sua privilegiada posição<br />
geográfica entre as regiões Norte e Nordeste <strong>do</strong><br />
país. Seu litoral estrategicamente localiza<strong>do</strong> bem<br />
mais próximo a de grandes centros importa<strong>do</strong>res de<br />
produtos brasileiros como Europa e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />
permitin<strong>do</strong> a economia de combustível e redução<br />
no prazo de entrega de merca<strong>do</strong>rias provenientes<br />
<strong>do</strong> Brasil pelo Porto de Itaqui, o segun<strong>do</strong> mais<br />
profun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e um <strong>do</strong>s mais movimenta<strong>do</strong>s<br />
e bem estrutura<strong>do</strong>s para o comércio exterior no<br />
país. Em 1997 a cidade recebeu o titulo de cidade<br />
Patrimônio da Humanidade.<br />
CASA DO MARANHÃO<br />
A Casa <strong>do</strong> Maranhão é um museu folclórico que funciona no antigo Prédio da Alfândega data<strong>do</strong> de 1873<br />
e restaura<strong>do</strong> em 2014. Está localizada no centro histórico da cidade de São Luís <strong>do</strong> Maranhão. O espaço foi<br />
inaugura<strong>do</strong> em 2002 e conta com um acervo forma<strong>do</strong> por: vestimentas, painéis e instrumentos musicais,<br />
contan<strong>do</strong> a história das principais manifestações culturais e religiosas <strong>do</strong> Maranhão, como: as festas<br />
<strong>do</strong> Bumba meu boi, reiza<strong>do</strong>, as caixeiras (senhoras devotas que cantam e tocam caixa acompanhan<strong>do</strong><br />
todas as etapas da cerimônia) da Festa <strong>do</strong> Divino Espírito Santo, Tambor de Crioula, Tambor de Mina e o<br />
reggae. Além de exposições sobre lendas, azulejos, embarcações, gastronomia e fatos históricos, como<br />
a tentativa de instalação da França Equinocial . Endereço: Rua <strong>do</strong> Trapiche, s/n - Telefone: (98) 3218-9955<br />
CENTRO DE CULTURA POPULAR DOMINGOS VIEIRA FILHO<br />
06<br />
O Centro de Cultura Popular Domingos Viera Filho recebeu o nome de um grande advoga<strong>do</strong>, escritor e<br />
coleciona<strong>do</strong>r de objetos, que hoje pertencem ao acervo da casa. O Centro também é conheci<strong>do</strong> como a Casa de<br />
Festa, nome mais carinhoso para o lugar que guarda o<br />
mais importante acervo da cultura popular <strong>do</strong> Maranhão<br />
relacionadas a cultos afros maranhense, como: Festa <strong>do</strong><br />
Divino Espírito Santo, Bumba meu boi, tambor de crioula<br />
e outros ritos e folgue<strong>do</strong>s como carnaval e natal. Tu<strong>do</strong><br />
que encanta: festas, teatro, música e danças. O espaço<br />
recebe através de agendamento, alunos da escola pública<br />
estadual, municipal e particular. Além <strong>do</strong> fluxo de turistas<br />
nacionais como internacionais. O local também tem a<br />
Galeria Zelinda Lima, onde mantém exposição temporária,<br />
a Biblioteca Roldão Lima, especializada em Cultura<br />
Popular e o Auditório Rosa Mochel, com capacidade para<br />
86 lugares.<br />
Endereço: Rua <strong>do</strong> Giz, 205/221 – Praia Grande – São Luís (MA)<br />
Visitação: Terça a sába<strong>do</strong> 9:00h às 18:00h / Domingo 9:00h às<br />
13:30h.<br />
Foto Douglas Junior.
Visão da fachada <strong>do</strong> CEPRAMA -Foto Douglas Junior.<br />
CEPRAMA - CENTRO DE PROMOÇÃO ARTESANAL<br />
D0 MARANHÃO<br />
O CEPRAMA ocupa 3 mil m² da antiga Companhia de Fiação e Teci<strong>do</strong>s de Cânhamo, localiza<strong>do</strong> à Rua<br />
São Pantaleão, 1332, no bairro da Madre Deus, em São Luís (MA). Nele funciona uma feira permanente<br />
de artesanatos típicos, onde o Centro histórico é retrata<strong>do</strong> de forma poética nos quadros de óleo sobre<br />
tela. A arte está em to<strong>do</strong>s os lugares, como: pinturas; azulejaria; madeira; cerâmica (produzidas na cidade<br />
de Rosário); jóias, peças feitas com palha de buriti, palmeiras típicas de regiões alagadas, como Lençóis<br />
Maranhense; especiarias; recicla<strong>do</strong>s (materiais retira<strong>do</strong>s das ruas); tu<strong>do</strong> feito pelas mãos talentosas <strong>do</strong>s<br />
artesãos locais. Outro detalhe importante são as rendas de bilros, onde a artesã tece a renda sobre o rebolo<br />
(uma espécie de almofada arre<strong>do</strong>ndada, na qual se fixa um cartão com o desenho que se pretende fazer,<br />
que ao terminar, o resulta<strong>do</strong> é uma renda fina, delicada e encanta<strong>do</strong>ra. Um ótimo lugar para comprar<br />
presentes para amigos e familiares.<br />
“A arte está em to<strong>do</strong>s os lugares, como: pinturas; azulejaria; madeira;<br />
cerâmica (produzidas na cidade de Rosário); jóias, peças feitas com<br />
palha de buriti, palmeiras típicas de regiões alagadas, como Lençóis<br />
Maranhense; especiarias; recicla<strong>do</strong>s (materiais retira<strong>do</strong>s das ruas); tu<strong>do</strong><br />
feito pelas mãos talentosas <strong>do</strong>s artesãos locais. “<br />
Artesã com seus trabalhos, no CEPRAMA - Foto Douglas Junior.<br />
Artesão com seus trabalhos, no CEPRAMA - Foto Douglas Junior.
CATEDRAL DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO<br />
A Catedral de São Luís <strong>do</strong> Maranhão (Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória), Instalada desde o início <strong>do</strong> século<br />
XVII, foi utilizada como Sé, pois era uma antiga igreja jesuíta construída a partir de 1690 pela Companhia de Jesus,<br />
com mão de obra indígena, ajudada pelos mora<strong>do</strong>res que forneceram os meios de transporte para material e<br />
inaugurada em 30/07/1699. Com<br />
a expulsão <strong>do</strong>s jesuítas em 1759,<br />
os bens da Companhia de Jesus<br />
passaram à coroa em 1761 à<br />
Fazenda Nacional e o Colégio e<br />
Igreja de Nossa Senhora da Luz<br />
foram destina<strong>do</strong>s a servir de<br />
Paço Episcopal e Catedral, com a<br />
invocação de Nossa Senhora da<br />
Vitória. Uma reforma urbanística<br />
ordenada pelo governa<strong>do</strong>r<br />
Joaquim de Melo e Póvoas (1758-<br />
1760), a antiga Sé foi demolida<br />
para arejar o largo em frente ao<br />
Palácio <strong>do</strong>s Governa<strong>do</strong>res. Os<br />
edifícios jesuítas que estavam<br />
desocupa<strong>do</strong>s, ganharam novos<br />
usos: o colégio passou a ser o<br />
Palácio <strong>do</strong>s Bispos e a Igreja da<br />
Companhia tornou-se a catedral<br />
da cidade. A fachada da catedral<br />
foi alterada no início <strong>do</strong> século<br />
Catedral de São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).<br />
XX quan<strong>do</strong> ganhou duas torres.<br />
Em 1921/22 foi elevada a sede de<br />
arquidiocese. O destaque da catedral é o retábulo em talha <strong>do</strong>urada no altar-mor, desenha<strong>do</strong> pelo padre jesuíta<br />
João Felipe Betten<strong>do</strong>rff e executa<strong>do</strong> pelo entalha<strong>do</strong>r português Manuel Manços, auxilia<strong>do</strong> por entalha<strong>do</strong>res<br />
maranhenses liga<strong>do</strong>s à Companhia de Jesus final <strong>do</strong> século XVII, que resultou desta especial parceria um <strong>do</strong>s mais<br />
belos trabalhos de talha de to<strong>do</strong> o país. É um tesouro da arte barroca brasileira representan<strong>do</strong> a melhor talha hoje<br />
existente em São Luis e tombada pelo IPHAN em 1954.<br />
08<br />
Catedral de São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).
Catedral de São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).
Fonte <strong>do</strong> Ribeirão (foto Douglas Junior).<br />
FONTE DO RIBEIRÃO<br />
A Fonte <strong>do</strong> Ribeirão é um <strong>do</strong>s pontos turísticos mais populares de São Luís, e atrai curiosos de to<strong>do</strong> o país.<br />
Está localizada próximo à Rua <strong>do</strong>s Afoga<strong>do</strong>s e Rua <strong>do</strong> Sol. As galerias da fonte eram utilizadas pelos frades para<br />
se deslocarem entre as igrejas mais antigas de São Luís que serviam de comunicação entre eles, além de fugas<br />
<strong>do</strong>s escravos e tráfego de pedras preciosas e ouro. Porém, <strong>do</strong> ponto histórico são lendas e não há comprovação,<br />
continuan<strong>do</strong> no campo lendário. A fonte construída no século XVIII utilizan<strong>do</strong> tecnologia inova<strong>do</strong>ra de<br />
canalização da época, através de galerias e canais desse lençol subterrâneo, no senti<strong>do</strong> de melhorar o saneamento<br />
e propiciar a população uma melhor qualidade de água. Hoje em dia ela não cumpre mais esse papel. O piso é<br />
revesti<strong>do</strong> com pedras de cantaria (blocos de rocha bruta). Em sua fachada estão várias carrancas com biqueiras<br />
de água, símbolo pagão e religioso decoran<strong>do</strong>, como uma pomba simbolizan<strong>do</strong> o Espírito Santo, e no topo uma<br />
réplica da estátua de Netuno Deus <strong>do</strong> mar, pois, a original está guardada no Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico<br />
e Artístico Nacional. Das crendices que cercam o lugar, a lenda da serpente é a mais famosa, a cabeça está em<br />
baixo da fonte e a cauda em baixo da Igreja <strong>do</strong> Carmo. E no dia em que ela despertar de seu sono, irá destruir a<br />
Ilha de São Luís.<br />
10<br />
“A fonte construída no<br />
século XVIII utilizan<strong>do</strong><br />
tecnologia inova<strong>do</strong>ra<br />
de canalização da<br />
época, através de<br />
galerias e canais desse<br />
lençol subterrâneo, no<br />
senti<strong>do</strong> de melhorar o<br />
saneamento e propiciar<br />
a população uma melhor<br />
qualidade de água.”<br />
Fonte <strong>do</strong> Ribeirão (foto Douglas Junior).
Fonte das Pedras em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (fotos Douglas Junior)<br />
FONTE DAS PEDRAS<br />
Passean<strong>do</strong> pelo Centro Histórico de São Luís em meio às arvores imponentes em contato direto com a natureza, o<br />
visitante encontra um espaço público agradável, areja<strong>do</strong> e calmo, a Fonte das Pedras, uma fonte d’água que serviu de<br />
acampamento para o comandante português Jerônimo de Albuquerque e suas tropas antes de expulsar os franceses <strong>do</strong><br />
Maranhão, comanda<strong>do</strong> por Daniel de La Touche, em 31 de outubro de 1615. Mas foram os holandeses que canalizaram<br />
as águas e construíram a fonte no século XVII. Durante o governo de Bernar<strong>do</strong> da Silveira Pinto da Fonseca, perío<strong>do</strong> de<br />
1819 a 1822, a fonte foi reconstruída com as características atuais: frontão de alvenaria, calçamento, galerias subterrâneas,<br />
bicas e carrancas em lioz português. Em 1832, o engenheiro maranhense José Joaquim Lopes traçou a forma atual da<br />
fachada em estilo colonial português, e um tanque para escoamento das águas das bicas.<br />
MUSEU CASA DE NHOZINHO<br />
O museu Casa de Nhozinho, inaugura<strong>do</strong><br />
em 2002, está aloja<strong>do</strong> em um <strong>do</strong>s mais<br />
imponentes casarões coloniais de quatro<br />
andares com a fachada de azulejos, construí<strong>do</strong><br />
no início <strong>do</strong> século XIX. O espaço é uma<br />
homenagem ao artesão maranhense Antônio<br />
Bruno Pinto Nogueira, nasci<strong>do</strong> na cidade de<br />
Cururupu (MA) - (1904-1974), que ao longo da<br />
vida foi conheci<strong>do</strong> como “Nhozinho”, um <strong>do</strong>s<br />
mais importantes artesãos, mestre na talha<br />
de buriti e um <strong>do</strong>s primeiros a representar a<br />
festa <strong>do</strong> Bumba meu boi. Era porta<strong>do</strong>r de uma<br />
<strong>do</strong>ença degenerativa e cego de um olho, e<br />
trabalhou até os 70 anos quan<strong>do</strong> faleceu. No<br />
acervo estão inúmeras obras de Nhozinho,<br />
com destaque para as delicadas miniaturas<br />
de personagens <strong>do</strong> Bumba Meu Boi, além das<br />
mulheres rendeiras, bonecos gigantes e das<br />
ferramentas utilizadas. Também estão expostos<br />
objetos e artefatos <strong>do</strong> cotidiano regional que<br />
revelam os costumes e a forma de viver <strong>do</strong><br />
povo maranhense, como: ferro de engomar<br />
a carvão; fogão a carvão; carro de boi; pilões;<br />
vasos de cerâmica; teares de rede; utensílios de<br />
pesca; plumárias indígenas; brinque<strong>do</strong>s que<br />
imitam bichos; casa da farinha, entre outros.<br />
Visão interna <strong>do</strong> Museu Casa de Nhozinho (foto Douglas Junior).<br />
Visão interna <strong>do</strong> Museu Casa de Nhozinho (foto Douglas Junior).<br />
Endereço: Rua Portugal, 185 - Centro Histórico (Praia<br />
Grande)<br />
Telefone: (98) 3218-9953
PALÁCIO<br />
DOS LEÕES<br />
São 3 mil m² de pura história, o<br />
Palácio <strong>do</strong>s Leões é um <strong>do</strong>s maiores<br />
símbolos maranhense, que guarda<br />
segre<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s séculos XVI ao XX,<br />
localiza<strong>do</strong> no Centro Histórico, na<br />
área tombada pela UNESCO como<br />
Patrimônio da Humanidade. A<br />
construção faz parte da identidade<br />
cultural <strong>do</strong> Maranhão. O Palácio <strong>do</strong>s<br />
Leões, remonta ao ano de 1612, os<br />
franceses ergueram um forte por<br />
conta da localização privilegiada na<br />
ponta de um roche<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> e de<br />
frente para o mar, sob o coman<strong>do</strong><br />
de Daniel de La Touche e a<br />
proteção da rainha da França, este<br />
forte recebeu o nome de São Luís.<br />
Em 1776, o governa<strong>do</strong>r Joaquim<br />
de Melo determinou a demolição<br />
<strong>do</strong> velho palácio e a construção de<br />
um novo edifício com paredes de<br />
pedra e cal. Nessa época já existia<br />
a residência <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res,<br />
que durante o império passou por<br />
diversas reformas. Entre 1990 e<br />
2000 o palácio sofreu outra grande<br />
reforma, conservan<strong>do</strong> os traços<br />
arquitetônicos neoclássica. Hoje é<br />
a sede <strong>do</strong> executivo estadual, mas<br />
o prédio é aberto para visitação, na<br />
entrada principal está à imponente<br />
escadaria que dá acesso aos cinco<br />
salões nobres que os visitantes<br />
podem apreciar. O acervo tem mais<br />
de mil peças, entre móveis; vasos;<br />
castiçais; lustres de cristais baccarat;<br />
porcelanas; tapetes franceses<br />
e um piano alemão com teclas<br />
de marfim e ébano, cada objeto<br />
contan<strong>do</strong> sua história. Também<br />
estão preserva<strong>do</strong>s objetos<br />
religiosos que pertenceu a Capela<br />
<strong>do</strong> Bom Jesus <strong>do</strong>s Navegantes <strong>do</strong><br />
século XVIII. Além <strong>do</strong>s valiosos<br />
quadros pinta<strong>do</strong>s a óleo de<br />
renoma<strong>do</strong>s nomes como, Giovanni<br />
Battista Felice Castagneto e Victor<br />
Meirelles de Lima. Muitos vieram<br />
da coleção particular <strong>do</strong> escritor<br />
maranhense Artur Nabantino<br />
Gonçalves de Azeve<strong>do</strong>. As visitas<br />
podem ser feitas em grupos ou<br />
individualmente, de terça-feira a<br />
sexta-feira, das 9:00h às 12:00h e<br />
das 14:00h às 17:00h e aos sába<strong>do</strong>s<br />
e <strong>do</strong>mingos, das 9:00h às 12:00h.<br />
Palácio <strong>do</strong>s Leões, em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).<br />
Palácio <strong>do</strong>s Leões, em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).<br />
Palácio <strong>do</strong>s Leões, em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).<br />
12
TEATRO ARTHUR<br />
AZEVEDO<br />
Em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII os jesuítas<br />
cumpriram a missão de catequizar por meio<br />
<strong>do</strong> teatro. A ideia era que por meio das<br />
histórias contadas, a população aprendesse<br />
a se comportar na sociedade e a lidar com a<br />
família real. Mas como não existiam espaços<br />
físicos, tu<strong>do</strong> era feito ao ar livre. Em 1771, o<br />
rei de Portugal D. José I emitiu um alvará<br />
incentivan<strong>do</strong> casas de espetáculos nas colônias<br />
portuguesas. Mas em São Luís teve quem não<br />
gostasse <strong>do</strong> local escolhi<strong>do</strong> para a edificação<br />
<strong>do</strong> teatro. Com a sentença favorável aos padres<br />
carmelitas, o Teatro começou a ser construí<strong>do</strong><br />
em 1816. Em 01/07/1817 nascia o Teatro União,<br />
uma referência em relação à coroa portuguesa,<br />
um empreendimento de <strong>do</strong>is comerciantes<br />
portugueses, Eleutério Lopes da Silva Varela e<br />
Estevão Gonçalves que exploravam o comércio<br />
no Maranhão. Com recursos próprios pagaram<br />
o projeto e a obra com estilo neoclássico e<br />
arquitetônico nas formas geométricas, como<br />
triângulos, círculos e retângulos. Esse momento<br />
revela que a sociedade maranhense daquele<br />
perío<strong>do</strong> fazia jus a quarta cidade mais importante<br />
<strong>do</strong> Brasil na parte de importação, urbanização e<br />
no número de casarões. A edificação <strong>do</strong> Teatro<br />
União permitiu a expansão das artes cênicas<br />
no Maranhão. A Companhia Dramática Varella<br />
e Braga que atuou durante o ano de 1819<br />
teve o seu corpo de baile aumenta<strong>do</strong> com a<br />
concentração de vários artistas, como Lebasait<br />
Maria, Pirulito, San Martin, Carolina Ceral e o<br />
Fachada <strong>do</strong> Teatro Arthur Azeve<strong>do</strong>, em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto<br />
Douglas Junior).<br />
cenógrafo Antonio Raimun<strong>do</strong> Braule. Em 1852,<br />
30 anos após a Independência <strong>do</strong> Brasil, o espaço<br />
ganhou um novo nome, Teatro São Luís e <strong>do</strong>is<br />
anos depois serviria de berço para o nascimento<br />
de uma diva da dramaturgia Apollonia Pinto<br />
Glória, filha de uma atriz portuguesa que entrou<br />
em trabalho de parto em pleno teatro. Uma<br />
das grandes atrizes <strong>do</strong> teatro brasileiro, que aos<br />
<strong>do</strong>ze anos já encantava platéias com a peça<br />
“A Cigana de Paris”. Na década de 1920, Arthur<br />
Azeve<strong>do</strong> aclama<strong>do</strong> por muitos como o príncipe<br />
<strong>do</strong>s teatrólogos brasileiros foi o último a ser<br />
homenagea<strong>do</strong> com a terceira e última mudança<br />
<strong>do</strong> teatro. Ao longo de sua história na década<br />
de 1930, o teatro era o centro cultural da cidade,<br />
mas a dramaturgia não era mais a sua principal<br />
arte, foi o cinema que invadiu o palco. O Teatro<br />
Arthur Azeve<strong>do</strong> passou estruturalmente por<br />
altos e baixos, com grandes platéias e outros<br />
longos perío<strong>do</strong>s em reformas, e o segun<strong>do</strong> mais<br />
antigo em funcionamento no país, atrás apenas<br />
<strong>do</strong> Teatro Municipal de Ouro Preto (MG). Na<br />
década de 1960 o governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> pôs fim ao<br />
contrato com a empresa cinematográfica que o<br />
havia arrenda<strong>do</strong>.
MUSEU HISTÓRICO<br />
E ARTÍSTICO DO<br />
MARANHÃO<br />
Foi durante o apogeu da aristocracia rural<br />
de 1836 que o coronel Joaquim Gomes de<br />
Souza considera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais importantes<br />
matemáticos da história científica <strong>do</strong> Brasil e<br />
proprietário de fazendas de algodão da Região<br />
<strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Itapecuru man<strong>do</strong>u construir o Solar<br />
Gomes de Souza seguin<strong>do</strong> a arquitetura colonial<br />
da época. Atualmente o local abriga o Museu<br />
Histórico e Artístico <strong>do</strong> Maranhão, que preserva<br />
a história <strong>do</strong> povo maranhense. Seu acervo é<br />
composto por aproximadamente 10 mil peças,<br />
dentre elas estão mobiliários; porcelanas; cristais;<br />
pinturas; esculturas; gravuras e arte sacra, que<br />
reconstituem os ambientes das ricas residências<br />
<strong>do</strong>s séculos XVIII e XIX. O uso e requinte da elite<br />
maranhense <strong>do</strong> século XIX podem ser percebi<strong>do</strong>s<br />
em to<strong>do</strong>s os objetos da casa. O espaço é dividi<strong>do</strong><br />
em três coleções: “Coleção de Casa de Época”,<br />
“Coleção de Arte Sacra” e “Coleção de Artes<br />
Visuais”. O visitante quan<strong>do</strong> entra na casa tem a<br />
sensação de voltar no tempo.<br />
Visão externa <strong>do</strong> jardim <strong>do</strong> Museu Histórico e Artístico <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas<br />
Junior).<br />
Endereço: Rua <strong>do</strong> Sol, 302, Centro, São Luís (MA)<br />
Visitação: Terça a sába<strong>do</strong>, das 9:00h às 17h30h - Domingo 9:00h às 13:00h<br />
Telefone: (98)3232-8897/3221-4368/3221-4588//3222-5760/3232-8585/3232-87<strong>94</strong><br />
As visitas podem ser agendadas por telefone ou pelo sistema Circuito de Visita<br />
Cultural.<br />
MERCADO DAS TULHAS<br />
Merca<strong>do</strong> das Tulhas (foto Douglas Junior).<br />
Artesanatos no Merca<strong>do</strong> das Tulhas (foto<br />
Douglas Junior).<br />
Fachada <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> das Tulhas.<br />
Quem visita o Centro Histórico de São Luís, não pode deixar de conhecer o Merca<strong>do</strong> das Tulhas, também<br />
conheci<strong>do</strong> como Casa das Tulhas, um <strong>do</strong>s pontos mais movimenta<strong>do</strong>s e pitorescos, localiza<strong>do</strong> em um<br />
quarteirão repleto de casarões. Construí<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> século XIX no ano de 1820 para servir de depósito<br />
de merca<strong>do</strong>rias de lavra<strong>do</strong>res para serem comercializa<strong>do</strong>s. Entre 1855 e 1861, a Companhia Confiança<br />
Maranhense incorporou o Merca<strong>do</strong> das Tulhas, demolin<strong>do</strong> o prédio e construin<strong>do</strong> em seu lugar o Merca<strong>do</strong><br />
da Praia Grande. Em 1895, o controle foi repassa<strong>do</strong> para a Câmara Municipal de São Luís. Ocupan<strong>do</strong> uma<br />
edificação retangular, com quatro entradas, sen<strong>do</strong> a principal na Rua da Estrela. Na parte interna, dezenas de<br />
quiosques, bancadas e barracas comercializam produtos típicos da região, como: camarões secos; farinha;<br />
castanhas; ervas; <strong>do</strong>ces; licores; cachaças regionais; temperos; panelas de ferro e de alumínio, entre outros. A<br />
parte externa é dedicada às lojas especializadas em artesanatos e vestuários, O Merca<strong>do</strong> das Tulhas, também<br />
é ponto de encontro de artistas, jornalistas, estudantes e aqueles que curtem uma noitada.<br />
“Construí<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> século XIX no ano de 1820 para servir de depósito de merca<strong>do</strong>rias<br />
de lavra<strong>do</strong>res para serem comercializa<strong>do</strong>s.”<br />
14
Forte Santo Antônio da Barra, em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).<br />
FORTE SANTO ANTÔNIO DA BARRA<br />
MONUMENTO HISTÓRICO-ARQUITETÔNICO MILITAR DO MARANHÃO<br />
O Forte Santo Antônio da Barra construí<strong>do</strong> (de madeira) no século XVII pelos franceses e localiza<strong>do</strong><br />
na Ponta d’Areia de frente para a Baía de São Marcos, cuja finalidade era proteger a cidade contra<br />
invasores e proteção <strong>do</strong> acesso ao porto na navegação costeira, contra possíveis ataques pelo mar.<br />
No início <strong>do</strong> ano de 1600 existiam moradias e um entreposto comercial <strong>do</strong>s franceses. Mas foi com<br />
a chegada <strong>do</strong>s portugueses que começaram a criar uma base avançada <strong>do</strong> forte estrutura<strong>do</strong> com<br />
pedras. Na sua arquitetura militar havia uma muralha feita de pedra lavada e chão de pedra de cantaria.<br />
O local foi sede <strong>do</strong> grupamento e salvamento <strong>do</strong> Corpo de Bombeiros <strong>do</strong> Maranhão na década<br />
de 1990. Nas salas, antes ocupadas pelos militares, hoje se encontra o “Museu de Embarcações”,<br />
uma homenagem aos mestres carpinteiros naval com réplicas de 18 embarcações tradicionais<br />
maranhenses feitas por alunos <strong>do</strong> Estaleiro Escola. Elas falam das atividades da sobrevivência da<br />
cultura maranhense, como a pesca, o transporte <strong>do</strong> babaçu, transporte de pessoas por vários rios<br />
e o conhecimento naval. Outro espaço <strong>do</strong> Forte Santo Antônio é o Museu de Imagem e Som, que<br />
trás um acervo digital com a história da cultura popular, que vai desde carnaval até as tradicionais<br />
festas juninas, além de grandes nomes da música e poesia maranhense. O museu proporciona ao<br />
visitante o uso de óculos 3D ou fone de ouvi<strong>do</strong>, individualmente posiciona<strong>do</strong> confortavelmente em<br />
sua cadeira, ten<strong>do</strong> acesso a cultura maranhense, que é vasto.<br />
Aberto: terça a sexta-feira, das 10:00h às 19:00h / sába<strong>do</strong> e <strong>do</strong>mingo e feria<strong>do</strong>, das 10:00h às 20:00h<br />
Visão <strong>do</strong>s canhões <strong>do</strong> Forte Santo Antônio da Barra, em São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior) .
Igreja Nossa Senhora <strong>do</strong> Desterro, no Centro Histórico de São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).<br />
IGREJA NOSSA SENHORA DO DESTERRO<br />
A história começa no início <strong>do</strong> século XVII por volta <strong>do</strong> ano de 1618. O mapa mais antigo que foi deixa<strong>do</strong><br />
pelos holandeses em 1641 já registrava a ermida de São José, mas não com a configuração atual. Sabe-se que<br />
era a construção de uma pequena capela religiosa coberta de palha, depois consagrada a Nossa Senhora <strong>do</strong><br />
Desterro, com a porta voltada para o mar e não para a Rua da Palma, como é hoje em dia, localizada no Aterro<br />
<strong>do</strong> Bacanga. Conta a historia, que a primeira transformação pela qual passou o templo católico foi com a invasão<br />
holandesa, que destruiu a capela de palha e tu<strong>do</strong> o que encontrou pela frente. Após a derrota <strong>do</strong>s holandeses,<br />
os frades mercedários João Cerveira e Marcos da Natividade obtiveram em 1654, autorização para construir a<br />
Igreja e o Convento das Mercês no local onde ficava a capela <strong>do</strong> Desterro. A segunda igreja feita no local caiu em<br />
1832. Um negro chama<strong>do</strong> José Lé, que morava na região e era devoto a São José, se ofereceu para reconstruí-la.<br />
Apesar de receber pouca ajuda, conseguiu deixar as paredes mestras prontas, antes de falecer. O escrivão José<br />
Antônio Furta<strong>do</strong> de Queixo, que também morava próximo, conseguiu terminar a construção em 1839 com a<br />
ajuda de ações e esmolas, sen<strong>do</strong> uma soma de resistência, esforço e fé. Com a morte <strong>do</strong> escrivão, a igreja foi<br />
novamente aban<strong>do</strong>nada e muitos de seus objetos sagra<strong>do</strong>s foram rouba<strong>do</strong>s. Durante muito tempo, alguns<br />
pesquisa<strong>do</strong>res falavam de uma arquitetura estilo bizantina por conta <strong>do</strong> frontal que se assemelha a bulbo. Os<br />
altares que também passaram por várias transformações, têm uma mistura de estilos desde os arcos romanos,<br />
um pouco <strong>do</strong> barroco e o rococó. A riqueza histórica, a beleza <strong>do</strong>s nichos e imagens sacras é marcante. Fora da<br />
igreja a arquitetura <strong>do</strong>s casarios mantém o estilo colonial com suas portas e janelas meio muradas. A Igreja mais<br />
antiga da cidade é um orgulho para os são luizenses, que lutam e trabalham para preservá-la. Além de fazer<br />
parte <strong>do</strong> IPHAN - Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.<br />
16
CONVENTO E IGREJA NOSSA SENHORA DO CARMO<br />
“O turismo religioso em São Luís <strong>do</strong> Maranhão é uma boa opção, e um desses lugares<br />
é a Igreja de Nossa Senhora <strong>do</strong> Carmo, unificada ao convento pertencente à Ordem <strong>do</strong>s<br />
Capuchinhos, um <strong>do</strong>s templos católicos mais importantes da cidade e tomba<strong>do</strong>s pelo IPHAN<br />
desde 1955.”<br />
A história <strong>do</strong> convento e da Igreja Nossa Senhora <strong>do</strong> Carmo, data <strong>do</strong> ano de 1627 quan<strong>do</strong> o<br />
governa<strong>do</strong>r Francisco Coelho de Carvalho man<strong>do</strong>u erguer em terreno aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, onde havia uma<br />
capela com invocação a Santa Bárbara, conhecida por muito tempo como “Carmo Velho”, está ligada<br />
a lutas da cidade, entre elas, durante a invasão holandesa (1640-1644), que sofreu depredações além<br />
de danificarem suas torres, permanecen<strong>do</strong> assim durante muito tempo, já que a cidade não tinha<br />
condições de reformá-la, o que aconteceu no século XVIII, com as mudanças socioeconômicas de São<br />
Luís, com a implantação da Companhia de Comércio e com a introdução <strong>do</strong> trabalho escravo negro.<br />
Em 1808, as duas torres da igreja foram erguidas. O convento serviu de abrigo para mulheres e crianças,<br />
além de quartel militar para os portugueses e abrigou diversos órgãos, incluin<strong>do</strong> o Corpo de Artilharia<br />
Imperial e o Corpo Policial de Segurança Pública. Em 27/10/1814, o convento obteve autorização para<br />
sediar aulas de ciências humanas e morais, e teologia aos religiosos da ordem, além de aulas gratuitas<br />
de latim e teórica aos jovens, que duraram até após o perío<strong>do</strong> da independência. Com a Proclamação<br />
da República, as igrejas foram progressivamente aban<strong>do</strong>nadas, o que levou à saída <strong>do</strong>s carmelitas e à<br />
aquisição <strong>do</strong> convento e da igreja <strong>do</strong> Carmo pelos capuchinhos em 18<strong>94</strong>. A igreja tem estilo barroco,<br />
com fachada simétrica, suas duas torres laterais de linha simples encimadas por cruzes de ferro, e entre<br />
elas, um frontão triangular clássico, também encima<strong>do</strong> por uma cruz. No centro da fachada, há três<br />
janelas com balcão de ferro e abaixo destas, a entrada principal da igreja. O conjunto foi reforma<strong>do</strong><br />
em 1<strong>94</strong>3, quan<strong>do</strong> a escadaria frontal da igreja foi substituída por um adro com duas escadas laterais e<br />
parte <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> convento demolida, reduzin<strong>do</strong> o número de janelas. Atualmente, o convento<br />
conta com <strong>do</strong>is pavimentos e no andar superior, sete janelas voltadas para o Largo <strong>do</strong> Carmo. Com as<br />
reformas durante o século XX, o conjunto sofreu descaracterizações e ganhou novos espaços, como um<br />
anexo ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> convento e outro à esquerda da igreja. Seu altar-mor não é original.<br />
Endereço: Rua <strong>do</strong> Egito, 102 - Centro, São Luís (MA) / Contato: (98) 98705-2612<br />
Convento e Igreja N. S. <strong>do</strong> Carmo, no Centro Histórico de São Luís <strong>do</strong> Maranhão (foto Douglas Junior).
Brincante <strong>do</strong> Bumba meu boi (foto Teo<strong>do</strong>ro Freire).<br />
BUMBA MEU BOI<br />
“As cores se misturam em um ambiente festivo, alegórico e popular. A música<br />
envolve diversos instrumentos como: violão, cavaquinho, pandeiro, chocalho,<br />
triângulo, zabumba, matraca, entre outros.”<br />
O primeiro registro <strong>do</strong> Bumba meu boi,<br />
também chama<strong>do</strong> de Boi Bumbá no Brasil<br />
aconteceu em Pernambuco. O espetáculo de<br />
cores e ritmos, o Bumba meu boi é uma dança<br />
tradicional brasileira típica das regiões <strong>do</strong><br />
Norte e Nordeste. Em 2012 foi incluí<strong>do</strong> na lista<br />
de Patrimônio Cultural <strong>do</strong> Brasil pelo (IPHAN)<br />
Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico<br />
Nacional. Mas é no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão<br />
que a festa <strong>do</strong> Bumba meu boi tem maior<br />
representatividade na comemoração aos santos<br />
populares, que tem origens indefinidas, mas<br />
com elementos culturais africanos e europeus,<br />
introduzi<strong>do</strong>s principalmente por meio da<br />
religiosidade. Durante a festa contém danças,<br />
músicas, desfiles e representação teatral. As<br />
cores se misturam em um ambiente festivo,<br />
alegórico e popular. A música envolve diversos<br />
instrumentos como: violão, cavaquinho,<br />
pandeiro, chocalho, triângulo, zabumba,<br />
matraca, entre outros. O compasso chama<strong>do</strong> de<br />
“toada”, um estilo de cantiga simples e regional,<br />
formada por estrofes e rimas. Na apresentação<br />
teatral o boi é o personagem principal, mas<br />
também estão presentes o fazendeiro, o<br />
vaqueiro e sua mulher. Essa encenação de<br />
divertimento é caracterizada pela união <strong>do</strong><br />
humor, da sátira, <strong>do</strong> drama e da tragédia.<br />
Enquanto a história <strong>do</strong> boi é declamada por um<br />
narra<strong>do</strong>r, os personagens dançam. O enre<strong>do</strong><br />
é em torno da morte e ressurreição <strong>do</strong> boi,<br />
ten<strong>do</strong> como destaque a fragilidade humana,<br />
em detrimento da força bruta <strong>do</strong> animal. Nas<br />
comunidades que praticam a brincadeira,<br />
as celebrações e o trabalho em torno das<br />
festas que duram praticamente o ano inteiro,<br />
um <strong>do</strong>s desafios é preparar o couro <strong>do</strong> boi,<br />
revestimento de camurça belamente decora<strong>do</strong><br />
com canutilhos que recobrem o corpo <strong>do</strong><br />
animal, pois é de bom tom que este seja<br />
renova<strong>do</strong> a cada temporada. Mas é durante<br />
os festejos juninos que ele reina absoluto,<br />
arrastan<strong>do</strong> multidões e encantan<strong>do</strong> quem<br />
assiste pela primeira vez suas apresentações.<br />
No Bumba meu boi <strong>do</strong> Maranhão a variedade<br />
de sotaques ou ritmos, dentre eles: Sotaque de<br />
Zabumba; Sotaque da Orquestra; Sotaque de<br />
Pindaré; Sotaque de Costa de Mão e Sotaque<br />
da Ilha ou Matraca, que fazem a diferença. Em<br />
to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>, é mais de quatrocentos grupos<br />
de Bumba meu boi encantan<strong>do</strong> quem assiste a<br />
essa bela demonstração popular.<br />
18
Pandeirões sen<strong>do</strong> aqueci<strong>do</strong>s.<br />
Bumba meu boi.
GASTRONOMIA MARANHENSE<br />
O Maranhão é um Esta<strong>do</strong> litorâneo nordestino, localiza<strong>do</strong> no oeste da região, em divisa com o Piauí e Tocantins<br />
e Pará. Rico em belezas naturais e cultura. Sua culinária é caracterizada pelos sabores regionais e pela riqueza<br />
de temperos <strong>do</strong> Nordeste. Com muita tradição e iguarias, a culinária maranhense é uma das mais consagradas<br />
culinárias brasileiras, representan<strong>do</strong> bem a região nordestina, como: Moqueca de peixe, Arroz de Cuxá com<br />
acompanhamentos, Sururu ao leite de coco entre outros<br />
Moqueca de peixe.<br />
Vatapá.<br />
Beiju de folha molha<strong>do</strong>.<br />
CAROLINA (MA)<br />
Conhecida como a cidade das águas, abre novos caminhos para o turismo, revela fragmentos da<br />
memória de um povo com o primeiro museu <strong>do</strong> município, um lugar para conservação e valorização<br />
de uma história de quase <strong>do</strong>is séculos. É na cidade, onde história e natureza se confundem.<br />
Carolina é um lugar tranquilo, cerca<strong>do</strong> de<br />
montanhas, rios e cachoeiras. Conhecida no Brasil<br />
e no exterior pelo turismo de aventura. Também<br />
revela em casarões que estão preserva<strong>do</strong>s, uma<br />
história cheia de detalhes que pode ser visualiza<strong>do</strong><br />
por quem visita a região. O Museu Histórico de<br />
Carolina foi construí<strong>do</strong> no mesmo local onde<br />
existiram as ruínas de um <strong>do</strong>s antigos casarões<br />
da cidade, preservan<strong>do</strong> os traços da arquitetura<br />
original. Em suas salas estão os primeiros anos da<br />
história revela<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>cumentos, fotografias,<br />
relíquias, fragmentos e peças <strong>do</strong>adas pela<br />
comunidade, que agora fazem parte <strong>do</strong> acervo <strong>do</strong><br />
museu. Um trabalho de quase 10 anos de pesquisa,<br />
além de informar aos turistas, preservan<strong>do</strong> para as<br />
futuras gerações a memória de uma das cidades<br />
mais antigas <strong>do</strong> Sul <strong>do</strong> Maranhão. Seus casarios<br />
em estilo colonial é uma herança <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong>s<br />
coronéis, que imitavam a arquitetura das cidades<br />
mais antigas, como São Luís e Belém. Carolina<br />
também fez parte de um <strong>do</strong>s capítulos marcante<br />
da história política <strong>do</strong> país. Na década de 1920 o<br />
movimento conheci<strong>do</strong> Coluna Preste, contrário<br />
à Republica Velha, percorreu mais de 25 mil km<br />
para tentar fazer uma revolução no país, e o Sul <strong>do</strong><br />
Maranhão entrou no roteiro da história. A Coluna<br />
Preste passou por Carolina em 1925 liderada por<br />
Juarez Távora, um <strong>do</strong>s principais alia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> principal<br />
comunista Carlos Prestes.<br />
São mais de 200 anos de tradição. Os primeiros<br />
habitantes chegaram em 1809, lidera<strong>do</strong> pelo<br />
sertanista Elias Barros e Manoel Coelho Paredes,<br />
20<br />
Casarios <strong>do</strong> Centro Histórico de Carolina (MA), foto Jhonatha<br />
Conection (MA).<br />
Centro Histórico da cidade de Carolina (MA), foto Jhonatha Conection<br />
(MA).
envia<strong>do</strong>s pela província <strong>do</strong> Pará com a missão<br />
de explorar as margens <strong>do</strong> rio Tocantins,<br />
construin<strong>do</strong> currais para a criação de ga<strong>do</strong>. Mas<br />
a ocupação enfrentou a resistência <strong>do</strong>s índios.<br />
Em 1810 aban<strong>do</strong>naram o local por pressão de<br />
Pinto Magalhães, sob a alegação de que as terras<br />
pertenciam ao príncipe. Com isto, Pinto Magalhães<br />
tomou conta <strong>do</strong> lugar e lhe deu nome de São Pedro<br />
de Alcântara, onde ficou até 1816 quan<strong>do</strong> deixou<br />
o povoa<strong>do</strong> da<strong>do</strong> a sua decadência. Em 1820, Elias<br />
Ferreira Barros vin<strong>do</strong> de Belém e ven<strong>do</strong> a situação<br />
<strong>do</strong> lugar, novamente ali se fixou conseguin<strong>do</strong> erguer<br />
o povoa<strong>do</strong>. Em 1823, o deputa<strong>do</strong> padre Camargo<br />
Gleury, em memória da primeira imperatriz, deu<br />
ao novo povoa<strong>do</strong> o nome de Carolina. No dia<br />
25/10/1831, o povoa<strong>do</strong> foi eleva<strong>do</strong> à categoria de<br />
vila com a denominação de Carolina. Daí em diante,<br />
os governos <strong>do</strong> Maranhão e Goiás viveram em<br />
constante litígio pela posse da vila até 1854, quan<strong>do</strong><br />
pelo decreto nº 773, de 23 de agosto, a questão foi<br />
encerrada, reincorporan<strong>do</strong>-se o discuti<strong>do</strong> vilarejo<br />
ao território maranhense, com a denominação de<br />
Carolina. Em 1859 foi eleva<strong>do</strong> à condição de cidade<br />
e sede municipal.<br />
Igreja Matriz de São Pedro, na cidade de Carolina (MA).<br />
PARQUE CHAPADA DAS MESAS<br />
Poço Azul na Chapada das Mesas - Carolina (MA).<br />
Cria<strong>do</strong> em 12/12/2005, o Parque Chapada<br />
das Mesas com 159.952 hectares, é uma reserva<br />
biológica protegida <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> brasileiro e rica<br />
em diversas espécies de animais, aves e plantas.<br />
Localiza<strong>do</strong> nos municípios de Carolina, Riachão,<br />
Estreito e Imperatriz, no Centro-Sul <strong>do</strong> Maranhão.<br />
A grande atração são as cachoeiras de São Romão,<br />
e da Prata, onde o visitante pode praticar rappel<br />
e canionismo. Outras atrações como o trekking<br />
até o Morro das Figuras, onde se encontram<br />
inscrições rupestres. E as trilhas ecológicas que<br />
levam até o Morro <strong>do</strong> Chapéu, um <strong>do</strong>s pontos<br />
mais alto da Chapada das mesas, com uma subida<br />
de 365 metros em rocha arenítica, exigin<strong>do</strong><br />
preparo físico e habilidade, cachoeiras, mirantes e<br />
passeios fluviais.<br />
Localização: BR 230 em direção a Estreito, Km 26<br />
Cachoeira de São Romão, na Chapada das Mesas - Carolina (MA).<br />
Cachoeira da Prata, na Chapada das Mesas - Carolina (MA).
Cachoeira <strong>do</strong> Refresco, no Complexo Pedra Caída - Carolina (MA), foto, Jhonatha Conection.<br />
COMPLEXO TURÍSTICO PEDRA CAÍDA<br />
Outro ponto turístico, o "Complexo Turístico Pedra Caída", particular e administra<strong>do</strong> pela empresa PIPES.<br />
Distante 36 km <strong>do</strong> centro de Carolina e a 6 km da entrada <strong>do</strong> "Parque Nacional da Chapada das Mesas". São 12<br />
mil hectares destina<strong>do</strong>s exclusivamente ao turismo de aventura, com esportes radicais de rapel e tirolesa. Tem<br />
uma área com 25 quedas d'água catalogadas e 23 rios. Para visitar este santuário, é preciso fazer um percurso<br />
por uma passarela de madeira com objetivo de preservar o bioma <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>. A primeira parada depois de uma<br />
caminhada de 400 m está a Cachoeira <strong>do</strong> Refresco, com um paredão de 54 metros de altura descen<strong>do</strong> água.<br />
Seguin<strong>do</strong> passeio pelo deck até o final, ainda tem que descer uma escada. Depois de atravessar um cânion com<br />
fendas de 50 m de altura dentro <strong>do</strong> santuário com água até a cintura chega-se à Cachoeira <strong>do</strong> Santuário com<br />
46 m de altura e uma piscina com 1,5 m de profundidade. O Complexo Turístico Pedra Caída, conta com um<br />
teleférico que sobe em torno de 20 minutos até o ponto mais alto <strong>do</strong> complexo a 398 metros de altura. Podese<br />
voltar pelo próprio teleférico ou por uma trilha de 860 metros em zigue-zague. Outras opções são as duas<br />
tirolesas de 1400/1200 metros, que partem <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de uma pirâmide de vidro, e sobrevoam a região. Para esse<br />
passeio não levem bolsas, usem tênis que não deslizem ou sapatilhas apropriadas para molhar. Levem água,<br />
roupa e capa protetora para celulares.<br />
Endereço: Rod. BR-010 S/N Zona Rural, Carolina - MA - Telefone: (99) 3531-2318.<br />
22<br />
Passarela de acesso à Cachoeira <strong>do</strong> Refresco, no Complexo Pedra Caída foto Jhonatha Conection.
Cachoeira <strong>do</strong> Santuário - Complexo Pedra Caída, na cidade de Carolina (MA), foto Jhonatha Conectio.
Ponte ro<strong>do</strong>viária sobre o rio Tocantins em Imperatriz (MA).<br />
IMPERATRIZ (MA)<br />
“A atração principal <strong>do</strong>s turistas, mora<strong>do</strong>res de Imperatriz e da região Tocantina são as<br />
praias de água <strong>do</strong>ce que se formam às margens e ao meio <strong>do</strong> rio Tocantins. As praias <strong>do</strong><br />
Cacau, da Sumaúma, <strong>do</strong> Meio, da Belinha e <strong>do</strong> Setor Agrícola são as mais procuradas pelo<br />
público.”<br />
24<br />
A cidade de Imperatriz, inicialmente com o nome de Povoação de Santa Teresa <strong>do</strong> Tocantins, fundada no dia<br />
16 de julho de 1852 por Frei Manuel Procópio <strong>do</strong> Coração de Maria. Quatro anos depois, em 27 de agosto de<br />
1856, passou a se chamar Vila de Imperatriz em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, denominação que se<br />
reduziu, aos poucos, até “Imperatriz”. Porém! Somente em 22 de abril de 1924 foi elevada à categoria de cidade.<br />
Localizada na Região Sul <strong>do</strong> Maranhão, a cerca de 636 km da capital São Luís. Imperatriz é banhada pelo rio<br />
Tocantins, um <strong>do</strong>s mais importantes <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Brasil. A cidade, até a década de 1950 era pouco acessível ao<br />
restante <strong>do</strong> país, porém, com a construção da Ro<strong>do</strong>via 010 Belém-Brasília, em 1958, no governo <strong>do</strong> presidente<br />
Juscelino Kubitschek, a cidade passou a vivenciar um notável crescimento econômico e populacional, no qual<br />
caracteriza o município hoje como a segunda cidade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. No perío<strong>do</strong> de veraneio que vai de maio a<br />
agosto, A atração principal <strong>do</strong>s turistas, mora<strong>do</strong>res de Imperatriz e da região Tocantina são as praias de água<br />
<strong>do</strong>ce que se formam às margens e ao meio <strong>do</strong> rio Tocantins. As praias <strong>do</strong> Cacau, da Sumaúma, <strong>do</strong> Meio, da<br />
Belinha e <strong>do</strong> Setor Agrícola são as mais procuradas pelo público. No mês de junho ocorre à famosa “Festa Junina”,<br />
uma grande manifestação cultural da Região Nordeste. Os brincantes da dança, como grupos de escolas, igrejas<br />
e equipes particulares de quadrilhas se preparam vários meses de antecedência para fazerem bonito durante a<br />
festa, que se dividem entre arraiais, concursos e festivais.
BEIRA-RIO / IMPERATRIZ (MA)<br />
A famosa Avenida João de Deus conhecida como Beira-Rio,<br />
teve sua estrutura criada em 19<strong>94</strong>, é local de encontro para<br />
turistas e residentes que moram às margens <strong>do</strong> rio Tocantins e<br />
proporciona à comunidade e visitantes, diversão e lazer ao ar<br />
livre. Já foi palco para circos, trios elétricos e cantores da música<br />
brasileira. Quiosques, barracas de comidas típicas, peixarias e<br />
bares se dividem dentro e fora <strong>do</strong> espaço da Beira-Rio. Pessoas<br />
de diversas idades são atraídas para a orla, principalmente aos<br />
finais de semana, a fim de se deliciarem com a culinária regional e<br />
apreciarem a vista <strong>do</strong> rio Tocantins.<br />
Beira Rio - Imperatriz (MA), foto Jhonatha<br />
Conection.<br />
Beira Rio - Imperatriz (MA), foto Jhonatha<br />
Conection.<br />
CATEDRAL NOSSA SENHORA DE<br />
FÁTIMA - IMPERATRIZ (MA)<br />
“Em 1953, Frei Epifânio<br />
uni<strong>do</strong> com a população<br />
local, construiu uma<br />
capela feita de palha<br />
para a realização das<br />
celebrações eucarísticas.<br />
Com recursos vin<strong>do</strong>s<br />
da Itália e ajuda da<br />
comunidade construiu<br />
uma igreja maior feita<br />
de tijolos, e no alto da<br />
torre havia um sino que<br />
chamava a população<br />
para a missa. ”<br />
Com o crescimento da cidade de Imperatriz no final da década de 1950,<br />
o missionário Frei Epifânio solicitou um terreno ao então prefeito Simplício<br />
Moreira para a construção da Capela de Nossa Senhora de Fátima. Em<br />
1953, Frei Epifânio uni<strong>do</strong> com a população local, construiu uma capela<br />
feita de palha para a realização das celebrações eucarísticas. Com recursos<br />
vin<strong>do</strong>s da Itália e ajuda da comunidade construiu uma igreja maior feita de<br />
tijolos, e no alto da torre havia um sino que chamava a população para a<br />
missa. Em 15/08/1964 foi coloca<strong>do</strong> no local a pedra fundamental de uma<br />
nova igreja, a atual Catedral Nossa Senhora de Fátima, que ficou pronta<br />
após três anos. No ano de 1982, a paróquia passou a ser administrada<br />
pelos Padres diocesanos. No ano de 1987 a Paróquia Nossa Senhora de<br />
Fátima passou a ser sede da diocese, receben<strong>do</strong> o titulo de Catedral Nossa<br />
Senhora de Fátima.<br />
Endereço: Praça de Fátima - Centro, Imperatriz (MA) - Telefone: (99) 3525-4004<br />
Catedral Nossa Senhora de Fátima - Imperatriz (MA), foto Jhonathas Conection.
Igreja Santa Teresa D’Ávila - Imperatriz (MA), foto Jhonatha Conection.<br />
IGREJA SANTA TERESA D’ÁVILA<br />
IMPERATRIZ (MA)<br />
Quan<strong>do</strong> Frei Manoel Procópio <strong>do</strong> Coração de Maria chegou à cidade de Imperatriz, trazia<br />
consigo uma imagem de sua devoção, Santa Teresa D’Ávila. Ele edificou uma capela em<br />
homenagem à santa, onde hoje está localiza<strong>do</strong> o hospital da Unimed. Em 1937 foi concluída<br />
a construção da nova Igreja de Santa Teresa D’Ávila em substituição a capela, construída por<br />
Frei Manoel Procópio. A responsabilidade da construção foi assumida por Frei Francisco, que<br />
a construiu e entregou à comunidade no dia 06/10/1937, para as comemorações <strong>do</strong> dia da<br />
santa.<br />
Endereço - Rua Frei Manoel Procópio, 411 - Centro, Imperatriz (MA)<br />
Telefone: (99) 3524-1852<br />
“Em 1937 foi concluída a construção da nova Igreja de Santa<br />
Teresa D’Ávila em substituição a capela, construída por Frei Manoel<br />
Procópio. A responsabilidade da construção foi assumida por<br />
Frei Francisco, que a construiu e entregou à comunidade no dia<br />
06/10/1937, para as comemorações <strong>do</strong> dia da santa. “<br />
26
PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES<br />
“Os Lençóis Maranhenses só foram revela<strong>do</strong>s para o mun<strong>do</strong> na década de 1980. A foz<br />
<strong>do</strong> rio Preguiça era um <strong>do</strong>s lugares mais remotos <strong>do</strong> país, distante da civilização e longe<br />
de tu<strong>do</strong>. Esse deserto maranhense seduziu o mun<strong>do</strong>, e hoje em dia é o destino mais<br />
procura<strong>do</strong> por turistas que procuram o Esta<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong> de maio a setembro.”<br />
Vista aérea de Caburé nos Lençois Maranhenses.<br />
O Parque Nacional <strong>do</strong>s Lençóis Maranhenses,<br />
localiza<strong>do</strong> no litoral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão, está<br />
inseri<strong>do</strong> no Cerra<strong>do</strong>, mas apresenta forte influência<br />
da Caatinga e da Amazônia, sen<strong>do</strong> encontradas<br />
espécies comuns destes biomas. Em seus 155 mil<br />
hectares, abriga ecossistemas diversos e frágeis, como<br />
a restinga, o manguezal e um campo de dunas que<br />
ocupa 2/3 da área total, sen<strong>do</strong> o principal atrativo <strong>do</strong><br />
Parque Nacional as lagoas interdunares (tons azuis<br />
e esverdea<strong>do</strong>s), que estão completamente cheias,<br />
tornan<strong>do</strong> a paisagem mais bonita, um espetáculo da<br />
natureza que movimenta o setor hoteleiro e receptivo.<br />
São 260 km de distância para quem sai de São Luís para<br />
Barreirinha, principal entrada <strong>do</strong>s Lençóis Maranhenses,<br />
em média quatro horas de viagem. A região é<br />
paradisíaca com milhares de dunas e lagoas cristalinas<br />
Pôr <strong>do</strong> Sol nos Lençóis Maranhenses.<br />
formadas pelas águas das chuvas que são intensas<br />
nessa época <strong>do</strong> ano. Mas antes da calmaria que muitos<br />
buscam como aventura, contato e contemplação<br />
com a natureza, para chegar aos lençóis tem que<br />
ter espírito aventureiro. O turista vai percorrer trilhas<br />
inundadas pelas chuvas e habilidade <strong>do</strong>s motoristas<br />
credencia<strong>do</strong>s com veículos 4X4 especialmente<br />
adapta<strong>do</strong>s para percorrer terreno arenoso e alaga<strong>do</strong><br />
das restingas <strong>do</strong>s Lençóis Maranhenses, tornan<strong>do</strong> o<br />
passeio mais emocionante, e a caminhada pelas dunas<br />
também não é fácil, elas são altas e areia fofa torna um<br />
pouco mais difícil, porém recompensa<strong>do</strong>r. Algumas<br />
lagoas chegam a 01 km de extensão e 02 metros de<br />
profundidade, e observar o pôr <strong>do</strong> sol são experiências<br />
únicas que você levará para o resto da vida.<br />
Lagoa da América no Parque Nacional <strong>do</strong>s Lençóis Maranhenses.
Lagoa Bonita, Barreirinha (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong>.<br />
Redes para descanso em Caboré - Barreirinhas, foto Biaman Pra<strong>do</strong>.<br />
Vista aérea de Mandacaru - Barreirinha (MA).<br />
BARREIRINHAS<br />
LENÇÕIS<br />
MARANHENSES<br />
Outro lugar que deve ser visita<strong>do</strong> é<br />
a cidade de Barreirinhas, banhada pela<br />
água <strong>do</strong>ce <strong>do</strong> rio Preguiças e porta de<br />
entrada <strong>do</strong>s Lençóis Maranhenses. A<br />
região oferece diversos hotéis, resorts<br />
e pousadas aconchegantes que unem<br />
beleza, comunidade e conforto. Mas<br />
a cidade é famosa por outros roteiros<br />
inesquecíveis, como a visita a Casa da<br />
Farinha e o passeio de voadeira pelo<br />
rio Preguiças, que sai de Barreirinha<br />
até Caboré, onde os rios se encontram.<br />
Durante o passeio o turista faz três<br />
paradas: a primeira é na “Casa da Farinha”,<br />
que fica no povoa<strong>do</strong> de Tapuio, local<br />
em que é produzida a famosa “puba”,<br />
mais conhecida como farinha d’água<br />
feita de maneira artesanal. A próxima<br />
parada após 40 km é o povoa<strong>do</strong> de<br />
Vassouras, onde se encontram as<br />
dunas e lagoas <strong>do</strong>s pequenos lençóis,<br />
suas principais atrações. A parada é<br />
de uma hora, suficiente para banho<br />
ou caminhada entre as montanhas de<br />
areia, uma combinação perfeita de areia<br />
fina e água cristalina. Outra atração<br />
são os macacos saguis, simpáticos<br />
e acostuma<strong>do</strong>s ao movimento <strong>do</strong>s<br />
turistas e chegam bem perto em busca<br />
de alimento. Outro detalhe é a cabana<br />
de palha que disponibiliza artesanatos<br />
para quem deseja levar uma lembrança.<br />
O passeio segue rumo ao povoa<strong>do</strong> de<br />
Mandacaru, onde a atração principal é<br />
o “Farol Preguiças”, que tem 35 metros<br />
de altura e 170 degraus oferecen<strong>do</strong> ao<br />
visitante um visual da vila, de outros<br />
povoa<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> mar, das dunas, da<br />
vegetação típica, <strong>do</strong> rio e de sua foz.<br />
A última parada <strong>do</strong> passeio é na Praia<br />
de Caburé, onde uma estreita faixa de<br />
areia divide o rio Preguiças <strong>do</strong> mar,<br />
um lin<strong>do</strong> cenário e ótimo ponto para<br />
descanso. Essa é a parada mais longa, ali<br />
acontece o almoço <strong>do</strong>s turistas, o lugar<br />
tem algumas opções de quiosques e<br />
restaurantes para a refeição. Os guias<br />
costumam sugerir um <strong>do</strong>s locais, mas<br />
você terá liberdade para comer onde<br />
desejar, já que o almoço não está<br />
incluí<strong>do</strong> no valor <strong>do</strong> passeio. Em Caburé,<br />
a pedida é curtir a praia tranquilamente<br />
ou fazer um passeio de quadriciclo até<br />
a foz <strong>do</strong> rio Preguiça, onde acontece o<br />
encontro com o mar.<br />
28
Artesanatos feitos de buriti, Barreirinhas (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong>.<br />
Lagoa Azul - Barreirinha, (foto Biaman Pra<strong>do</strong>).
Lagoa das an<strong>do</strong>rinhas, Santo Amaro (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong>.<br />
Lagoa das pedras, Santo Amaro (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong>.<br />
SANTO AMARO DO MARANHÃO<br />
A cidade de Santo Amaro <strong>do</strong> Maranhão com pouco mais de 15.110 mil habitantes. Cheia de areia,<br />
cercada de lagoas cristalinas e paisagens que encanta turistas de to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e ainda conserva<br />
aquele jeitinho <strong>do</strong> interior, aonde a vida corre sem pressa. Distante 212 km de São Luiz, uma das portas<br />
de entrada <strong>do</strong>s Lençóis Maranhenses. Por muito tempo só era possível chegar com carro 4X4, mas o<br />
asfalto trouxe comodidade e facilitou muito a vida <strong>do</strong> turista. Na cidade o visitante tem duas opções:<br />
deixar o carro no estacionamento e pegar outro veículo 4X4 credencia<strong>do</strong>, com guia e prepara<strong>do</strong> para<br />
entrar nas dunas. A tranquilidade e aventura talvez sejam o principal atrativo para quem chega, seja<br />
um passeio pelas dunas ou circular de quadriciclo pela cidade. Mesmo ten<strong>do</strong> começa<strong>do</strong> há pouco<br />
tempo, já se vê a marca <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> fluxo de turistas. As pousadas têm se multiplica<strong>do</strong>, estão<br />
quase sempre cheias, e a culinária é mais um atrativo, peixe e camarão fazem parte de to<strong>do</strong>s os<br />
cardápios. Mas, essa porta de entrada <strong>do</strong>s lençóis tem atrativos, que por si só é capazes de seduzir<br />
qualquer turista. A paisagem faz papel de destaque de belezas naturais, as lagoas entre uma duna e<br />
outra, resistem mesmo até em tempos difíceis, claro, que nem todas.<br />
Lagoa das gaivotas, Santo Amaro (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong>.<br />
30
Pôr <strong>do</strong> Sol, Santo Amaro (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong><br />
Lagoa das emendadas, Santo Amaro (MA), foto Biaman Pra<strong>do</strong>.
O tropeiro.<br />
A IMPORTÂNCIA DOS<br />
TROPEIROS NO BRASIL<br />
Por: José Carlos Reis de Souza<br />
Gostaríamos de dedicar essa matéria a Ocílio José Azeve<strong>do</strong> Soares, escritor, sociólogo, chef de<br />
cozinha e presidente da Fundação Nacional <strong>do</strong> Tropeiro (faleci<strong>do</strong>). Mas, o que lhe deixava realiza<strong>do</strong>,<br />
era preparar comidas típicas <strong>do</strong>s nômades tropeiros <strong>do</strong> ciclo aurífero, que saíam de Diamantina<br />
(MG), no século XVIII, com ouro e prata no lombo de burros e faziam parada para descanso <strong>do</strong>s<br />
animais e da tropa. Depois rumavam para o porto de Paraty (RJ), onde as pedras preciosas eram<br />
embarcadas rumo à Europa. Esse roteiro é conheci<strong>do</strong> por Trilha <strong>do</strong> Ouro. Ocílio foi uma pessoa que se<br />
dedicou para manter a memória <strong>do</strong>s tropeiros e seus costumes. Apaixona<strong>do</strong> pela cultura popular <strong>do</strong><br />
<strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, região cercada por belas serras no interior paulista e que faz divisa com os Esta<strong>do</strong>s<br />
de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Um <strong>do</strong>s antepassa<strong>do</strong>s de Ocílio, de nome Anacleto Ferreira Pinto,<br />
era compra<strong>do</strong>r de burros em Sorocaba (SP), esperava as tropas em Silveiras (SP) para fazer negócio,<br />
próximo ao “Restaurante Fazenda <strong>do</strong> Tropeiro, local de comidas regionais, um centenário ponto de<br />
passagem das tropas. Com o passar <strong>do</strong>s anos, Silveiras (SP) de rancho virou um vilarejo e depois<br />
cidade. Nessa época, foi cria<strong>do</strong> um centro de serviços, com celeiros, ferreiros, cesteiros, cangalheiros,<br />
trança<strong>do</strong>res de couro, <strong>do</strong>ma<strong>do</strong>res e cata<strong>do</strong>res de ferraduras.<br />
32<br />
O tropeirismo foi atividade de suma importância<br />
para a história da economia <strong>do</strong> Brasil, o qual viveu<br />
seu apogeu nos séculos XVIII e XIX percorren<strong>do</strong><br />
caminhos e trilhas que ligavam distantes localidades<br />
das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Foi<br />
responsável pelo desenvolvimento <strong>do</strong> comércio<br />
de merca<strong>do</strong>rias e de animais de carga, em que o<br />
sistema de transporte dependia exclusivamente<br />
desses cargueiros, perío<strong>do</strong> em que a escravidão e<br />
a sociedade senhorial eram pautadas pela moral<br />
católica, onde o transporte de merca<strong>do</strong>rias era visto<br />
como algo marginal. Na metade <strong>do</strong> século XIX com<br />
o deslocamento para a Região Sudeste <strong>do</strong> Brasil<br />
foram eles os responsáveis pelo desenvolvimento
da cultura cafeeira que começava a espalhar-se<br />
na Região <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, entre os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
Rio de Janeiro e Minas Gerais. Era através de suas<br />
tropas e mulas de carga, que tinham condições de<br />
transportar a produção cafeeira <strong>do</strong>s fazendeiros para<br />
o porto <strong>do</strong> Rio de Janeiro, por caminhos estreitos<br />
e sinuosos deixa<strong>do</strong>s pelos bandeirantes. Durante a<br />
viagem surgiam dificuldades como chuva, terrenos<br />
acidenta<strong>do</strong>s, atoleiros e <strong>do</strong>enças, além da necessidade<br />
da parada para descanso <strong>do</strong>s animais e condutores,<br />
nos ranchos construí<strong>do</strong>s por fazendeiros, que após<br />
o final de cada dia de marcha percorrida entre 18 a<br />
25 km, e no dia seguinte pudessem seguir viagem<br />
transportan<strong>do</strong> seus produtos. Nessas paradas, não<br />
demorou a ser erguida uma capela, em seguida<br />
uma pequena venda para suprir as necessidades<br />
básicas <strong>do</strong>s tropeiros viajantes em geral que por ali<br />
trafegassem e manutenção da tropa. Depois, famílias<br />
fixaram moradias no entorno forman<strong>do</strong> uma vila no<br />
interior <strong>do</strong> país. Mas, a região que prosperou com<br />
o trabalho <strong>do</strong>s tropeiros na expansão cafeeira foi<br />
a <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba, devi<strong>do</strong> à proximidade com a<br />
capital administrativa e política <strong>do</strong> Império, além da<br />
grande geração de riqueza. As primeiras fazendas de<br />
café foram formadas no la<strong>do</strong> fluminense nas cidades<br />
de Barra Mansa, Barra <strong>do</strong> Piraí e <strong>Vale</strong>nça. Com a<br />
expansão da agricultura cafeeira, passou a tomar<br />
espaços agricultáveis na Região Paulista <strong>do</strong> <strong>Vale</strong><br />
Histórico, localizada na Serra da Bocaina, a primeira<br />
região cafeeira <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, através das cidades<br />
fronteiriças de Bananal e Ubatuba. No <strong>Vale</strong> <strong>do</strong><br />
Paraíba, cidades como Bananal; Silveiras; Areias; São<br />
José <strong>do</strong> Barreiro e Arapeí (emancipada de Bananal<br />
nos anos 1990) nasceram a partir de ranchos de tropa<br />
à beira <strong>do</strong> caminho, aberto para ligar a região da Vila<br />
de Nossa Senhora da Piedade de Lorena e o Rio de<br />
Janeiro, sen<strong>do</strong> uma variação da Estrada Real. Barões<br />
<strong>do</strong> café da região tornaram-se ricos e cultivaram a<br />
nobreza <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> imperial, tamanho da riqueza<br />
que produziam. A cidade acanhada ganhou prédios<br />
luxuosos, com técnicas de construção inspiradas<br />
nas construções da corte, mostran<strong>do</strong> que a nobreza<br />
rural acompanhava todas as suas tendências. Outra<br />
cidade da região, São José <strong>do</strong> Barreiro teve seu<br />
destino próximo ao de Bananal, no entanto, poucos<br />
de seus ricos fazendeiros chegaram<br />
a serem agracia<strong>do</strong>s com títulos<br />
nobiliárquicos. Outras cidades <strong>do</strong><br />
<strong>Vale</strong> Histórico, apesar de envolvidas<br />
com a cafeicultura, não despontaram<br />
devi<strong>do</strong> ao enriquecimento de seus<br />
cidadãos. Areias (SP) tinha férteis<br />
fazendas de café no Esta<strong>do</strong> em 1850,<br />
mas chegou a ter apenas membros<br />
da Guarda Nacional. Silveiras, a<br />
última das cidades, não viu sua elite<br />
converter-se em titulares <strong>do</strong> Império,<br />
porém, esteve intimamente vinculada<br />
ao ciclo <strong>do</strong> Tropeirismo, tornou-se<br />
ponto de prestação de serviços aos<br />
tropeiros e viajantes rumo ao interior<br />
<strong>do</strong> país, na produção de bens de<br />
consumo a ferramentaria. Assim<br />
como o <strong>Vale</strong> Histórico, outras regiões<br />
cafeeiras despontaram no <strong>Vale</strong> <strong>do</strong><br />
Paraíba, como Lorena, Guaratinguetá,<br />
Pindamonhangaba, Taubaté e Jacareí. Porém,<br />
Pindamonhangaba foi a cidade com o maior números<br />
de barões no Brasil, deixan<strong>do</strong> em seus casarões<br />
marcas de que o café produziu sua civilização e<br />
her<strong>do</strong>u aos que nela viveram a segurança material<br />
de que necessitavam, inclusive para a manutenção<br />
<strong>do</strong> poder. Tanta inovação e o uso indiscrimina<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> solo cobraram um preço alto. Com a Lei Eusébio<br />
de Queirós de 04/09/1850 proibin<strong>do</strong> à entrada de<br />
africanos escravos no Brasil a partir da década de<br />
1870, a mão de obra de escravos emprega<strong>do</strong>s no<br />
cultivo e colheita <strong>do</strong> café na lavoura ficou escassa,<br />
levan<strong>do</strong> a decadência das safras cada vez menores,<br />
e o <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba dava seus primeiros sinais de<br />
esgotamento <strong>do</strong> solo principalmente na Região<br />
<strong>do</strong> <strong>Vale</strong> Histórico. Com produção declinan<strong>do</strong> ano a<br />
ano não teve condições de competir em igualdade<br />
com a terra nova, produção abundante e mão de<br />
obra livre, pois, outra frente de lavoura cafeeira<br />
despontava no Esta<strong>do</strong> na Região Oeste Paulista, que<br />
utilizava uma terra de qualidade superior à <strong>do</strong> <strong>Vale</strong><br />
<strong>do</strong> Paraíba, empregan<strong>do</strong> técnicas mais modernas<br />
de cultivo e mão de obra livre, na maior parte<br />
composta de imigrantes que vieram para o Brasil<br />
fugin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s conflitos e da fome que os assolavam<br />
na Europa. A ferrovia chegou ao <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba ao<br />
final da década de 1870, fase em que a produção já<br />
se encontrava em declínio, mas como o transporte<br />
não beneficiou todas as cidades na região, garantiu<br />
ao Troperirismo certa sobrevida. No <strong>Vale</strong> Histórico,<br />
apenas Bananal contou com ramal férreo, mesmo<br />
assim, próximo à Proclamação da República fase<br />
em que o café já praticamente havia desapareci<strong>do</strong><br />
das grandes fazendas locais. A produção rural das<br />
cidades que não contaram com ferrovias passan<strong>do</strong><br />
por seu território continuou a ser transportada por<br />
tropeiro em lombo de mulas, com jornadas mais<br />
curtas, em alguns casos sen<strong>do</strong> possível em apenas<br />
um dia de jornada, os produtos fossem embarca<strong>do</strong>s<br />
para São Paulo ou para o Rio de Janeiro, ou transporte<br />
intermediário entre fazendas. Em 1889, às portas<br />
da República, a safra de café <strong>do</strong> <strong>Vale</strong> <strong>do</strong> Paraíba<br />
apodreceu no pé, pois não havia quem colhesse a já<br />
insignificante produção.<br />
José Carlos, durante uma entrevista com Ocílio Ferraz, no Restaurante <strong>do</strong> Tropeiro.
RAÍZES DA CULINÁRIA TROPEIRA<br />
“A comida é uma das heranças deixadas pelo Tropeirismo. Era feita pelos homens, pois<br />
na tropa não havia mulheres. A comida era preparada para durar uma longa viagem sem<br />
se deteriorar e para ser forte o suficiente para alimentar os peões depois de uma jornada<br />
extensa. A influência que os tropeiros exerceram sobre a culinária das regiões por onde<br />
passaram é marcante, que deixou como lega<strong>do</strong> o prato hoje denomina<strong>do</strong> “feijão tropeiro”,<br />
sempre presente à mesa <strong>do</strong>s brasileiros das localidades por onde circulavam, assim como<br />
nos cardápios <strong>do</strong>s restaurantes que servem a culinária regional.”<br />
Paçoca com carne seca.<br />
Feijão tropeiro - Foto: Mauricio Alves.<br />
A culinária tropeira herdada da cultura indígena a<br />
base de peixes (<strong>do</strong>ura<strong>do</strong>s, lambaris, traíras, cascu<strong>do</strong>s,<br />
piabas); animais (capivara, tatu, paca, lagarto); insetos<br />
(içá e bicho de pau) e aves (juritis, jacus, pombos,<br />
nhambus), agrega<strong>do</strong>s por milho, fubá, pamonha,<br />
mandioca, tapioca, polvilho, entre outros. Além<br />
de temperos e corantes com muita pimenta e<br />
urucum. Com a chegada <strong>do</strong>s porcos da Europa<br />
de fácil criação, ocorre a introdução da banha, das<br />
carnes salgadas, <strong>do</strong>s embuti<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> toucinho ou<br />
torresmo. O ga<strong>do</strong> bovino, uma raridade de altíssimo<br />
custo, era transporta<strong>do</strong> pelo oceano e adapta<strong>do</strong> em<br />
quarentena até a formação <strong>do</strong>s criatórios. No vale<br />
<strong>do</strong> Paraíba e Minas Gerais, o ga<strong>do</strong> bovino chegou<br />
durante o Ciclo <strong>do</strong> Ouro, sen<strong>do</strong> expandi<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong><br />
da cana-de-açúcar e acresci<strong>do</strong> significativamente no<br />
Ciclo <strong>do</strong> Café. Os tropeiros optavam por alimentos<br />
mais duráveis, pois as jornadas eram longas, levan<strong>do</strong><br />
às vezes vários meses. Aproveitavam ao máximo<br />
o que possuíam: da sobra da fritura <strong>do</strong> torresmo<br />
utilizava-se a gordura e com o sal e alho fazia-se o<br />
feijão tropeiro. O café tanto matava a sede quanto<br />
acompanhava as refeições. O pó e o açúcar eram<br />
coloca<strong>do</strong>s na chaleira com água ferven<strong>do</strong>, e para<br />
que ele descesse e o café ficasse saboroso, uma<br />
brasa da fogueira era jogada dentro da chaleira.<br />
A culinária é realmente um tesouro deixa<strong>do</strong> pelos<br />
tropeiros. Há quem possa criticar sua gordura, mas<br />
jamais seu sabor e principalmente a perfeita mistura<br />
de sabores, aromas e cultura.<br />
“O turismo pode ajudar a estimular o interesse <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res pela própria<br />
cultura, uma vez que os elementos culturais de valor para os turistas e para a<br />
comunidade local podem ser recupera<strong>do</strong>s e preserva<strong>do</strong>s. O uso da gastronomia<br />
nas atividades turísticas deve basear-se nos conceitos de turismo cultural e de<br />
turismo sustentável.”<br />
34
PRESENTE E FUTURO<br />
DO TURISMO DE SÃO<br />
PAULO<br />
Secretário de Turismo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, Vinicius Lummertz.<br />
“O turismo em São Paulo, abala<strong>do</strong><br />
como to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> foi, tem a<br />
chance de voltar fortaleci<strong>do</strong>, com<br />
base em projetos e programas que<br />
considerem o que será esse novo<br />
normal das viagens”<br />
Que o turismo foi um <strong>do</strong>s setores mais atingi<strong>do</strong>s<br />
pela crise da Covid-19 ninguém duvida ou<br />
contesta. Não apenas as atividades imediatamente<br />
identificadas, como agências de viagens,<br />
opera<strong>do</strong>ras, hotéis ou companhias áreas, mas<br />
também as que fazem parte <strong>do</strong> ecossistema <strong>do</strong><br />
setor, como os shows, congressos, feiras, museus<br />
etc.<br />
O turismo acontece nas cidades. No mun<strong>do</strong><br />
to<strong>do</strong> é assim, com as exceções que confirmam a<br />
regra. No exterior vamos para Paris, para Nova York,<br />
para Londres, para Buenos Aires e, só então, isso é<br />
amplia<strong>do</strong> para a França, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Inglaterra<br />
ou Argentina. E mais, desde 2012, mais de 50% das<br />
chegadas mundiais <strong>do</strong> turismo acontecem em<br />
cidades. Ou seja, as praias, a natureza, as montanhas,<br />
as florestas são sim belíssimos atrativos, porém<br />
mais da metade <strong>do</strong>s viajantes tem como destino<br />
os centros urbanos, as cidades. Quem tem atrativos<br />
naturais e uma boa infraestrutura urbana, portanto,<br />
ganhará duas vezes. O turismo, contu<strong>do</strong>, apresenta<br />
uma séria de desafios para as cidades.<br />
O primeiro é a definição de sua essência, de sua<br />
oferta, de sua entrega verdadeira. Isso se traduzirá<br />
em uma experiência colocada à disposição <strong>do</strong>s<br />
visitantes. E quanto mais autêntica esta experiência,<br />
maior será o seu sucesso. O interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São<br />
Paulo tem diversos exemplos e, mais que isso, vive<br />
um processo de “qualificação da oferta” bastante<br />
interessante, como na Serra da Mantiqueira. O<br />
turismo, abala<strong>do</strong> como atividade econômica, é<br />
um <strong>do</strong>s caminhos para o desenvolvimento <strong>do</strong>s<br />
municípios, <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> País por sua grande<br />
capacidade de geração de empregos.<br />
Já é da<strong>do</strong> como certo que, passada a pandemia,<br />
as viagens voltarão de forma mais contida: roteiros<br />
com menor duração e para locais próximos.<br />
Depois retornarão as viagens <strong>do</strong>mésticas regionais<br />
e, então, as internacionais. Como São Paulo vive a<br />
situação única de ser, ao mesmo tempo, o maior<br />
emissor de turistas e também o Esta<strong>do</strong> que mais<br />
recebe visitantes, se bem trabalhar poderá ganhar<br />
nas duas pontas.<br />
A Grande São Paulo, incluin<strong>do</strong> a capital,<br />
concentra o maior número de viajantes. Se<br />
realmente se confirmar que viajarão para perto,<br />
as cidades turísticas em um raio, por exemplo, de<br />
150 a 200 quilômetros, poderão ser os destinos<br />
perfeitos. E se fizerem um trabalho de retenção<br />
desses clientes, farão com que voltem outras vezes.<br />
Diante desse quadro, a Secretaria de Turismo<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo a<strong>do</strong>tou um plano de ação<br />
dividi<strong>do</strong> em quatro frentes: trabalhar em mutirão<br />
com os municípios na a<strong>do</strong>ção de iniciativas de<br />
enfrentamento da crise da Covid-19, manter os<br />
projetos-âncora para o desenvolvimento <strong>do</strong><br />
setor que já vinham sen<strong>do</strong> trata<strong>do</strong> antes da crise,<br />
preparar o plano de abertura segura <strong>do</strong> setor<br />
junto com as entidades <strong>do</strong> setor, e trabalhar pela<br />
retonada para que o turismo de São Paulo possa<br />
sair maior da crise.<br />
“O turismo em São Paulo, abala<strong>do</strong> como to<strong>do</strong> o<br />
mun<strong>do</strong> foi, tem a chance de voltar fortaleci<strong>do</strong>, com<br />
base em projetos e programas que considerem o<br />
que será esse novo normal das viagens”, lembra<br />
Vinicius Lummertz, secretário de Turismo <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>.
MP <strong>94</strong>8 PELA SOBREVI-<br />
VÊNCIA DO TURISMO PÓS<br />
COVID-19<br />
“O resulta<strong>do</strong> pós-pandemia<br />
pode ser catastrófico para<br />
economia especificamente<br />
para o segmento turismo, por<br />
este motivo é essencial que a<br />
MP <strong>94</strong>8, seja aprovada pela<br />
Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s e o<br />
Sena<strong>do</strong> Federal.”<br />
Bruno Omori Presidente <strong>do</strong> IDT-CEMA: Instituto de Desenvolvimento,<br />
Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente.<br />
Vivemos uma crise sem precedentes na<br />
historia da sociedade com o merca<strong>do</strong> totalmente<br />
globaliza<strong>do</strong>, informações instantâneas, o COVID-19<br />
alterou de forma drástica o planeta Terra. No<br />
turismo Global o prejuízo estima<strong>do</strong> será próximo<br />
a USD 750 bilhões, no Brasil projetamos uma<br />
restrição de receita superior a R$ 170 bilhões no<br />
turismo interno e externo, que excluirão milhões<br />
de empregos no nosso país e quebran<strong>do</strong> milhares<br />
de empresas.<br />
O resulta<strong>do</strong> pós-pandemia pode ser catastrófico<br />
para economia especificamente para o segmento<br />
turismo, por este motivo é essencial que a MP <strong>94</strong>8,<br />
seja aprovada pela Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s e o<br />
Sena<strong>do</strong> Federal.<br />
A MP <strong>94</strong>8 regulamente duas demandas<br />
prioritárias para o turismo <strong>do</strong> Brasil.<br />
A primeira trata <strong>do</strong>s cancelamentos ou<br />
adiamentos na cadeia produtiva <strong>do</strong> turismo<br />
(viagens; eventos; reuniões; hospedagens; shows;<br />
feiras; locação de veículos; passeios, entre outros)<br />
por causa <strong>do</strong> COVID-19, protegen<strong>do</strong> as empresas<br />
e o consumi<strong>do</strong>r, pois possibilita que o serviço<br />
possa ser transferi<strong>do</strong> para outra data à escolha<br />
<strong>do</strong> turista, ou que gere credito para ser utiliza<strong>do</strong><br />
posteriormente no serviço contrata<strong>do</strong> ou em<br />
outro que a empresa turística presta, e também<br />
no caso <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r pedir a devolução <strong>do</strong>s<br />
montantes pagos que permite legalmente a<br />
devolução em prestações por causa da queda<br />
brusca da demanda turística no Brasil, desta forma<br />
tanto uma empresa internacional quan<strong>do</strong> um<br />
empreende<strong>do</strong>r individual <strong>do</strong> turismo, assim como<br />
os turistas ficam segura<strong>do</strong>s e baliza<strong>do</strong>s em sua<br />
relação comercial.<br />
A segunda aborda a questão da cobrança<br />
imoral e ilegal <strong>do</strong>s direitos autorais pelo ECAD<br />
dentro das UHs (unidades habitacionais) <strong>do</strong>s<br />
Hotéis e Meios de Hospedagens. Porque ilegal:<br />
pois a Lei Geral de Turismo em vigor desde 1998<br />
designa que as UHs ou quartos <strong>do</strong>s meios de<br />
hospedagens são unidades privadas, ou seja, não<br />
é permiti<strong>do</strong> monitorar ou saber o que o hospede<br />
faz dentro de sua unidade privativa durante sua<br />
hospedagem, o mesmo pode <strong>do</strong>rmir, trabalhar<br />
em seu notebook, ler um livro, se divertir ou se vai<br />
escutar uma música de seu celular privativo, além<br />
de ser imoral cobrar por algo que o consumi<strong>do</strong>r<br />
não utiliza.<br />
Importante salientar que o texto é especifico<br />
e somente para a UH <strong>do</strong> hospede, nas áreas em<br />
comum como: recepção, restaurantes e espaços<br />
de shows que consideramos justa o recolhimento<br />
<strong>do</strong>s direitos autorais <strong>do</strong>s artistas, pois neste caso<br />
a frequência é coletiva e o empreendimento<br />
pode utilizar as músicas para estimular a venda de<br />
alimentos e bebidas.<br />
Portanto! Pelo bom senso da legalidade e<br />
justiça, pedimos o apoio de to<strong>do</strong>s, para solicitar<br />
aos deputa<strong>do</strong>s federais e sena<strong>do</strong>res, que votem<br />
“SIM” pela MP <strong>94</strong>8, diminuin<strong>do</strong> assim um pouco os<br />
riscos de falência deste importante segmento da<br />
economia <strong>do</strong> Brasil.<br />
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TRÊS ATITUDES PARA<br />
VENCER A CRISE<br />
“Agora, como sempre deveria ter<br />
si<strong>do</strong>, é hora de surpreender e encantar<br />
ainda mais o cliente, fazen<strong>do</strong> o que<br />
ele não espera, isto é, antecipar a<br />
entrega...”<br />
Só se fala em crise.<br />
Reunimos um grupo de pessoas:<br />
empresários, funcionários, presta<strong>do</strong>res de<br />
serviços e consumi<strong>do</strong>res para discutir quais<br />
atitudes simples as pessoas e empresas<br />
poderiam ter para, se não for possível vencer<br />
a crise, pelo menos minorar os seus efeitos.<br />
Veja a seguir os principais comentários:<br />
1. As pessoas e empresas precisam<br />
cumprir o que prometem. Os membros<br />
<strong>do</strong> grupo disseram que em tempos de<br />
maior dificuldade, empresas, presta<strong>do</strong>res<br />
de serviços e mesmo colabora<strong>do</strong>res de<br />
uma empresa precisam re<strong>do</strong>brar o esforço<br />
para cumprir o que prometerem a clientes<br />
(internos e externos). Agora, como nunca<br />
deveria ter si<strong>do</strong>, não é hora de faltar com a<br />
palavra. Agora, como sempre deveria ter<br />
si<strong>do</strong>, é hora de surpreender e encantar ainda<br />
mais o cliente, fazen<strong>do</strong> o que ele não espera,<br />
isto é, antecipar a entrega; chegar um pouco<br />
antes da hora marcada; atender no horário,<br />
etc.;<br />
2. As pessoas e empresas devem falar<br />
a verdade em qualquer circunstância.<br />
Também aqui o grupo confirmou o que<br />
mostram nossas pesquisas. Veja o site<br />
www.marins.com.br - de que “atendimento<br />
excelente” é antes de tu<strong>do</strong> “falar a verdade<br />
em qualquer circunstância”. Se a empresa<br />
ou presta<strong>do</strong>r de serviços, por alguma<br />
razão, não puder cumprir com o que havia<br />
prometi<strong>do</strong>, deve falar a verdade a seu cliente<br />
e jamais se esconder ou fugir dele. O grupo<br />
deu o seguinte exemplo: se um médico ou<br />
dentista tiver que atrasar uma consulta e ligar<br />
ao cliente dizen<strong>do</strong> que terá que atrasar, o<br />
cliente não se irritará tanto quanto chegar no<br />
horário e ficar esperan<strong>do</strong> na sala de espera<br />
sem saber sequer se o médico ou dentista<br />
está no consultório. Assim, fale a verdade, e<br />
o cliente agradecerá.<br />
3. As pessoas e empresas devem visitar<br />
clientes, ligar, colocar-se à disposição,<br />
demonstrar interesse em ajudar o cliente.<br />
Mais <strong>do</strong> que nunca, agora é hora de mostrar<br />
ao cliente que você está comprometi<strong>do</strong><br />
com o sucesso dele e, portanto, à inteira<br />
disposição para ajudá-lo no que puder<br />
para que ele ultrapasse a fase difícil que<br />
possa estar atravessan<strong>do</strong>. Não é hora de se<br />
esconder. É hora de se comprometer com<br />
seus clientes. Eles se lembrarão de você<br />
quan<strong>do</strong> a crise passar.<br />
Coloque em prática estas três atitudes<br />
simples.<br />
Pense nisso. Sucesso!<br />
Luiz Marins<br />
Matsuda Corretora de Seguros Ltda<br />
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