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Jornal Paraná Agosto 2020

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OPINIÃO

Ilegalidades

Não temos que optar entre desenvolvimento e sustentabilidade: estes são dois

componentes que o Brasil pode ter articulados, como mostrou o Código Florestal

Roberto Rodrigues

Nossos pés estão sujos

de desmatamento, invasões

e grilagens de

terras. Há alguns meses,

a imagem do Brasil vem se

deteriorando no exterior, especialmente

na Europa, em razão

das notícias sobre o aumento do

desmatamento ilegal na Amazônia.

O tema da preservação ambiental

vem ganhando cada vez

maior relevância em todo o mundo,

sobretudo entre a juventude,

o que é uma boa garantia de que

ficará ainda por muitas décadas

sob observação e cobrança planetária.

Devemos nos associar a

isso equilibradamente.

Mas, de uns tempos para cá,

aconteceram dentro e fora do

Brasil alguns novos movimentos.

Primeiro, alguns fundos e

empresas de investimento estrangeiros

cobraram de embaixadores

brasileiros no exterior

explicações sobre esse aumento

do desmatamento. Logo em seguida,

redes de supermercados

europeus informaram que poderiam,

eventualmente, boicotar a

importação de produtos brasileiros

originados em áreas desmatadas

à margem da lei.

E, mais recente, cerca de 38

empresas e instituições instaladas

no Brasil enviaram documento

ao vice-presidente da República,

general Hamilton Mourão,

solicitando providências para

estancar esse desmatamento

crescente, devido às suas novas

funções na coordenação do

Conselho da Amazônia.

Temos, pois, um problema a ser

enfrentado e combatido com rapidez

e rigor visíveis, ou o boicote

pode, de fato, prejudicar as

exportações brasileiras. E ainda

pior: já existem resistências explícitas

de alguns setores políticos

europeus à implementação

do anunciado acordo bilateral

União Europeia-Mercosul, tão

necessário para o aumento de

comércio e de investimentos

entre os dois blocos. Há um

risco real.

Já não basta mostrar nossa reconhecida

agropecuária sustentável,

construída a duras penas

sobre sólidos pilares de tecnologia

e inovação; não bastam os

programas voltados para a redução

de emissões de gases de

efeito estufa, como o espetacular

Plano ABC com a integração

lavoura/pecuária/floresta; ou a

redução de quase 90% de emissões

dada pela substituição da

gasolina pelo etanol.

Não basta a recuperação de

pastagens degradadas e os quase

8 milhões de hectares de florestas

plantadas. Ou os milhões

de hectares de plantio direto.

Não adianta termos o Código

Florestal mais rigoroso do planeta,

e quase dois terços do

imenso território nacional ainda

cobertos com vegetação nativa.

Essas coisas são a nossa cara

limpa da qual nos orgulhamos,

mas nossos pés estão sujos de

ilegalidade de desmatamento,

invasões e grilagens de terras,

incêndios criminosos.

E precisamos dar um basta nesses

pontos, todos os brasileiros.

Os produtores rurais profissionais

e suas entidades representativas

já vêm sinalizando seu inconformismo

com isso e a consequente

erosão externa e interna da boa

imagem que conquistaram. E

esse desconforto deve se traduzir

em apoio às ações de fiscalização

que o general Mourão deverá

implementar em conjunto com

governos estaduais e até municipais

da região.

Esse trabalho de fiscalização e

responsabilização de culpados

precisa também ser acompanhado

da implementação do

E, aí sim, vamos em campanha vigorosa mostrar a cara e

os pés limpos, não dando a ninguém o argumento para boicotar

qualquer produto brasileiro em qualquer mercado.

marco de regularização fundiária,

novamente instando a articulação

entre os três níveis de

governo, porque assim será

possível um programa de integração

ao mercado de pequenos

produtores ribeirinhos, que

às vezes precisam cortar umas

poucas árvores para sobreviver.

São itens correlatos que se resumem

em fazer cumprir as leis

e criar condições de trabalho a

tantos brasileiros miseráveis que

nem sequer sabem que não podem

desmatar.

Não temos que optar entre desenvolvimento

e sustentabilidade:

estes são dois componentes

que o Brasil pode ter articulados,

como mostrou o Código Florestal.

Seremos, certamente, potência

na preservação dos recursos

naturais e na produção

agropecuária, isolando radicalismos

e ódios desnecessários.

Chega de ilegalidade. Na Amazônia

ou em qualquer outra região:

nem desmatamento, nem

incêndio, nem invasão de terras,

nem descumprimento de contratos.

E, aí sim, vamos em campanha

vigorosa mostrar a cara e os pés

limpos, não dando a ninguém o

argumento para boicotar qualquer

produto brasileiro em qualquer

mercado.

Roberto Rodrigues, ex-ministro

da Agricultura e coordenador

do Centro de Agronegócios da

Fundação Getúlio Vargas

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Jornal Paraná


CANA-DE-AÇÚCAR

Safra 2020/21 deve encerrar

mais cedo no Paraná

Estiagem acelerou a colheita

e deve reduzir volume

esmagado. Maior parte da

matéria prima tende a ser

destinada a produção de açúcar

Asafra 2020/21 de

cana-de-açúcar no

Paraná está bastante

acelerada e já se trabalha

com a possibilidade de a

colheita terminar mais cedo

este ano, segundo o presidente

da Alcopar, Miguel Tranin. Até o

dia 1 de agosto, das 33,543

milhões de toneladas de cana

estimadas para processamento

este ano, 17,441 milhões de

toneladas já tinham sido esmagadas,

cerca de 52%.

O clima mais seco desde o início

da safra tem acelerado o

processo, favorecendo a operacionalização

da colheita, permitindo

que o aproveitamento

de tempo permanecesse acima

da média histórica, com os vo-

Jornal Paraná 3


CANA-DE-AÇÚCAR

lumes de matéria-prima esmagados

nas quinzenas sendo

superiores às médias normais,

comenta Tranin. E a previsão é

de que este cenário perdure até

o final do ano, já que a tendência

é de que as chuvas ocorram

em menor volume no período.

Por conta das estiagens ocorridas,

as lavouras de cana não

apresentam um desenvolvimento

dentro do esperado inicialmente.

Mesmo trabalhando

com a expectativa de fechar a

safra 2020/21 com números

semelhantes aos do período

anterior, havia a possibilidade

de que a safra fosse maior, ante

a crescente renovação dos canaviais

paranaenses. A falta de

chuva, entretanto, fez com que

qualquer efeito positivo da renovação

fosse perdido. “Pelo

terceiro ano consecutivo sofremos

perdas nas lavouras por

conta do clima adverso e nossas

expectativas foram frustradas”,

comenta Tranin.

Segundo o presidente da Alcopar,

está sendo feito uma nova

estimativa da safra, mas a expectativa

é de que os números

sejam bastante semelhantes

aos da safra passada, ficando

entre 33 a 34 milhões de toneladas

de cana esmagadas.

Outro fato que tem preocupado

é a dificuldade de renovação

dos canaviais por causa da estiagem.

Nos últimos anos, as

usinas do Paraná vinham retomando

o plantio dos canaviais,

com índices crescentes de renovação,

bem próximos aos

20%, considerados ideais para

a manutenção das lavouras

com produtividade em nível

rentável.

Com 1,316 milhão de toneladas

de açúcar produzidas até o

dia 1 de agosto, 25% a mais

que no mesmo período da safra

passada, quando tinham

sido fabricados 1,051 milhão

de toneladas, o Paraná caminha

para retomar sua tradição

de produção mais açucareira.

A previsão inicial é de que

seriam produzidas 2,186 milhões

de toneladas de açúcar,

mas os números já estão sendo

revistos.

Por conta dos baixos preços do

açúcar no mercado internacional

nos últimos anos, ante os

superávits repetidos de produção

no mundo, nas duas últimas

safras o perfil de produção

no Paraná foi mais alcooleiro,

seguindo uma tendência nacional.

Este ano, entretanto, o cenário

não é tão positivo para o

etanol, devido ao menor consumo

do biocombustível causado

pela quarentena imposta

pelo novo coronavírus.

Também, muitas usinas já tinham

fixado um volume maior

de vendas antecipadas de açúcar

entre o final do ano passado

e início deste, aproveitando

os preços mais remunerativos

para o açúcar ante a

previsão de déficit mundial, que

não deve se confirmar devido

a pandemia mundial. Agora, a

questão cambial, com desvalorização

do real ante o dólar,

tem permitido uma melhor remuneração

pelo açúcar exportado.

No mesmo período do ano passado,

54,4% da matéria-prima

disponível tinham sido destinadas

à fabricação de etanol e

45,6% para o açúcar. Este ano

o cenário inverteu. Até o momento,

58,6% da cana foram

utilizadas para a produção de

açúcar e 41,4% para o etanol.

Dos 1,458 bilhão de litros esperados

de etanol total, sendo

1,035 bilhão de litros de etanol

hidratado e 423 milhões de litros

de anidro, até o momento

foram produzidos 565 milhões

de litros de etanol total, 26,6%

a menos do que no mesmo período

do ano passado (769,5

milhões de litros). Desse total,

337,6 milhões de litros são de

etanol hidratado, 32,4% a menos

(499,3 milhões de litros) e

227 milhões de anidro, 16% a

menos (270,1 milhões de litros).

Na safra 2019/20 foram moídas

34.135.547 toneladas de

cana e produzidas 2.008.671

toneladas de açúcar e 1,612

bilhão de litros de etanol.

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Jornal Paraná


PROJETO

“Juntos para Aquecer”

atinge objetivos

Santa Terezinha e seus funcionários doaram 2.778 kits de

inverno às comunidades onde a usina possui unidades

Como ocorre todos os

anos, mais uma vez a

Usina Santa Terezinha

e seus funcionários

se colocaram como

parceiros da comunidade durante

o inverno e juntos desenvolveram

o projeto “Juntos para

Aquecer”. Ao todo foram

doados 2.778 kits de inverno

novos contendo em cada kit

um cobertor, uma toalha de

banho e uma touca de frio.

Para cada kit arrecadado entre

os funcionários, a usina dobrou

a doação com mais um,

incentivando a mobilização social

de sua equipe.

Todas as doações foram destinadas

a 51 instituições socioassistenciais

localizadas

em 19 municípios do Paraná e

Mato Grosso do Sul, locais

que sediam as unidades da

usina e comunidades vizinhas.

As instituições selecionadas

funcionam como casas de

acolhimento, atuando de forma

filantrópica, sem fins lucrativos,

sendo que as pessoas

beneficiadas pelo projeto moram

no local. Dentre estas estão

idosos, crianças, pacientes

em tratamento contra o

câncer e pessoas em risco

pessoal ou social, em que não

há disponibilidade de permanecer

em família.

Também, como uma forma de

incentivo à economia local,

em cada unidade, a compra

de todos os kits de inverno

foram feitas no comércio da

região, priorizando o fortalecimento

dos negócios das empresas

vizinhas às unidades

da usina.

A usina Santa Terezinha agradeceu

todos os funcionários que

participaram ativamente abraçando

o projeto “Juntos para

Aquecer”, levando mais calor a

centenas de crianças, adultos e

idosos em situação de vulnerabilidade

social durante o período

de inverno.

A escolha das toalhas como

um dos itens do kit de inverno

se justifica por conta da necessidade

prioritária das instituições

socioassistenciais, como

parte das medidas de higienização

e de prevenção contra o

novo coronavírus.

Jornal Paraná 5


EVENTO

Acompanhe a programação

digital da Fenasucro & Agrocana

Além do ciclo de palestras, de 18 a 20 de agosto, tem o Canathon, de 20 a 26/8

Uma comunidade mais

ativa e conectada para

trocar e transferir conhecimento,

tendências,

inovação e relacionamento

- essa foi a principal motivação

para a criação da Fenasucro &

Agrocana TRENDS, novo hub

de conteúdo que abrigará todas

as ações desenvolvidas ao longo

do ano pelo evento e seus

parceiros, oferecendo conteúdo

sempre atualizado ao mercado

de bioenergia, em um ambiente

único e acessível para empresas

e profissionais de toda a

cadeia do setor.

Para lançar esse novo espaço

ao mercado, o evento preparou

uma programação de conteúdo

de 18 a 20 de agosto. No dia 18

de agosto, das 9h30 às 11h30,

o tema em discussão será

“Tendências para o setor sucroenergético

– as novas perspectivas

que levarão o setor a um

novo patamar”. No dia 19, das

16 h às 17h30, a palestra programada

abordará “Bioeletricidade/Biogás:

a postos para a

Retomada do Investimento” e

no dia 20, das 16 h às 18 h, o

assunto em debate será “O que

dizem os elos da cadeia produtiva

do setor sucroenergético

sobre o impacto da tecnologia

para este mercado?”

Estão confirmados Evandro

Gussi (Presidente UNICA), Plínio

Nastari (DATAGRO), Luis

Carlos Junior Jorge (Presidente

CEISE Br), Newton Duarte (Presidente-Executivo

da Associação

da Indústria de Cogeração

de Energia - COGEN), Reginaldo

Medeiros (Presidente-Executivo

da Associação Brasileira dos

Comercializadores de Energia -

ABRACEEL), Marcos Fava Neves

(Agribusiness & Strategic

Planning at the Business School

Professor USP e FGV), Sarita

Junqueira Rodas (Presidente do

Conselho Grupo Junqueira Rodas),

João Guilherme Sabino

Ometto (Vice-Presidente do

Conselho Administrativo Usina

São Martinho), entre outros

profissionais e personalidades

do mercado de bioenergia.

Há 28 anos, a Fenasucro &

Agrocana é a principal plataforma

de tecnologias e soluções

do setor de bioenergia e,

nas últimas edições, vem se

consolidando como referência

na geração de conteúdo e de

novos conhecimentos. "Mesmo

com a pandemia, o evento não

abandonou seu propósito em

ser o grande promotor de inovação

e conteúdo de qualidade

para o mercado sucroenergético

e de bioenergia. Pelo contrário,

ampliou a disseminação

de informação - que antes

acontecia somente nos quatro

dias de evento - para o ano todo.

A Fenasucro & Agrocana

TRENDS nasceu para manter

toda cadeia produtiva do açúcar,

etanol e bioenergia conectada,

atualizada e ainda mais

qualificada nos 365 dias do

ano", explica o diretor da feira,

Paulo Montabone.

A programação da Fenasucro &

Agrocana TRENDS já está disponível

no site pelo link

https://www.fenasucro.com.br/

pt-br/fenasucro-agrocanatrends/conteudos-digitais.html

.

Os interessados podem se inscrever

gratuitamente.

Também, de 20 a 26 de agosto

acontece o Canathon, que promete

revolucionar o mercado

de bioenergia com o desenvolvimento

de soluções tecnológicas

que resolvam alguns dos

desafios da cadeia de valor

deste setor, voltados à gestão,

produção e novas economias.

O evento acontecerá em ambiente

100% digital.

Os maratonistas serão organizados

em equipes multidisciplinares

e orientados por mentores.

Todo o desafio é conduzido

por um comitê organizador formado

pela equipe da Fenasucro

& Agrocana, Think Lab Brasil e

Ufscar, além de contar com o

apoio de um Conselho Consultivo,

formado por alguns dos

mais renomados representantes

do setor de bioenergia no

Brasil e no mundo.

João Guilherme Sabino Ometto,

vice-presidente do Conselho

Administrativo da Usina São

Martinho e conselheiro de diversas

instituições no Brasil, é

o padrinho dessa iniciativa e

destaca a necessidade de o

Brasil tornar-se competitivo

diante de demandas globais,

como a questão da segurança

alimentar e a sustentabilidade.

Para ele, o desenvolvimento de

tecnologia é fundamental neste

cenário. "Nós brasileiros somos

quem temos soluções para

atender a todos os elos de mercado

e demandar tecnologia ao

mundo diante dos desafios do

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Jornal Paraná


setor. Trata-se de uma grande

iniciativa unir equipes multidisciplinares

para descobrir inovação

dentro de suas próprias

casas e com segurança", aponta

Ometto.

Marcos Eduardo de Oliveira,

CEO da Think Lab Brasil e especialista

em negócios, inovação

e tecnologia, define o Canathon

como uma revolução.

"Aproximaremos o mundo de

startups ao mundo da bioenergia,

criando soluções em três

dias por meio da tecnologia. E

como acelerar o processo de

PD&I (pesquisa, desenvolvimento

e inovação) nesse curto

espaço de tempo? Só é possível

por conta da tecnologia da

informação. A inovação virá de

forma mais rápida ao mercado,

vamos acelerá-la para resolver

problemas que o próprio mercado

nos apontou", afirma Oliveira.

Os estados de São Paulo, Rio

de Janeiro, Minas Gerais e Paraná

estão concentrando a

maioria das inscrições dos maratonistas.

Mais de 70% dos

profissionais inscritos são pósgraduados

- com doutorado,

mestrado ou especialização - e

graduados, e durante o Canathon

terão condições de atuar

em suas áreas como Negócios,

Desenvolvimento (desenvolvedor,

cientista de dados, programador),

Marketing e Designer.

Mais de 110 inscritos possuem

mais de 44 anos. Ainda de

acordo com o total de inscritos,

82% são homens e 18% mulheres.

Para Paulo Montabone, Diretor

da Fenasucro & Agrocana,

além do ineditismo, o evento

mostrará para o mercado de

bioenergia brasileiro que é possível

gerar inovação para essa

indústria a um custo relativamente

baixo. "O objetivo é obter

eficiência no uso dos dados

e das informações que são coletados

pelo setor, levando aos

gestores de toda a cadeia soluções

ou plataformas de conhecimento

inovadores, de

baixo custo, para encarar com

mais eficiência e assertividade

as novas oportunidades relacionadas

às energias renováveis,

que hoje são responsáveis

por 43% da matriz energética

brasileira, sendo a canade-açúcar

uma das mais relevantes

com participação de

20%", afirma.

A Fenasucro & Agrocana é realizada

pelo Ceise BR (Centro

Nacional das Indústrias do Setor

Sucroenergético e Biocombustíveis)

e promovida e organizada

pela Reed Exhibitions

Brasil.

Jornal Paraná 7


DOIS

PONTOS

Dados da Agência Nacional do

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

apontam que, de

janeiro a junho de 2020, foram

consumidos 8,96 bilhões de

litros de etanol hidratado, volume

16,7% inferior ao registrado

no primeiro semestre de

2019 (10,76 bilhões de litros).

Apesar da queda significativa

O preço elevado da soja, puxado pela demanda

da China, refletiu no valor do óleo

usado na produção de biodiesel. Houve um

estímulo ao uso de outras matérias-primas na

produção do combustível. A participação da

soja na composição do biodiesel, que tradicionalmente

supera 70%, deverá ser de 68% neste

segundo semestre, segundo Juan Diego Ferrés,

presidente da Ubrabio (União Brasileira do

Biodiesel e Bioquerosene). Haverá uma elevação

no uso de gorduras animais e de óleos de

A bioeletricidade em geral (que

inclui as diversas biomassas)

ofertada para a rede somou

10.882 GWh de janeiro a junho

deste ano, um aumento

de 7% em relação a igual período

em 2019. O volume

equivale a atender 5,6 milhões

de unidades residenciais pelo

Etanol

no consumo de combustíveis

do ciclo Otto (gasolina e etanol)

de 12,6% em 2020 versus

o primeiro semestre de

2019, o etanol mantém a participação

na matriz de combustíveis

brasileira em 47,2%

e o consumo vem se reestabelecendo.

No ano anterior, o

índice registrava 48,1%.

Biodiesel

palma, de algodão, de milho e dos utilizados

na cozinha. Mas para Ferrés, tudo se normalizará

no próximo ano, com aumento de área

semeada com soja. A produção de 2020/21

deverá ficar próxima de 132 milhões de toneladas.

A mistura de biodiesel ao diesel é de 12%

e chegará a 15% em 2023. Por isso, o país tem

de acelerar a moagem de soja. Esse aumento

do esmagamento, no entanto, não deverá ser

apenas por causa do biodiesel, mas também

para trazer maior valor agregado à soja.

Bioeletricidade

Chuvas

ano de 2020 inteiro. Em capacidade

instalada de geração,

atualmente outorgada pela

Aneel, o Brasil detém 174.603

MW. A biomassa em geral representa

9% da matriz elétrica

brasileira, com 15.273 MW

instalados, é a quarta maior na

matriz, atrás das fontes hídrica,

eólica e gás natural. Apenas

o setor sucroenergético

detém 11.659 MW, superando

a capacidade instalada na usina

Belo Monte (que é 11.233

MW), representando algo próximo

a 7% da potência outorgada

no Brasil e 76% da fonte

biomassa em geral.

A valorização dos preços do

açúcar no mercado internacional

tende a ser limitada por

uma redução nas perspectivas

de déficit global para a

safra 2020/21, avalia o Itaú

BBA. Em relatório mensal sobre

commodities, analistas do

banco explicam que o aumento

da produção do adoçante

no Brasil e a projeção de

A Amyris, empresa americana

de biotecnologia, testará sua

tecnologia de produção de esqualeno

a partir da cana-deaçúcar

como componente

central na produção de uma

vacina contra a covid-19, em

parceria com Instituto de Pesquisa

em Doenças Infecciosas.

O esqualeno é um composto

orgânico presente naturalmente

no fígado do tubarão,

Açúcar

Vacina

Gasolina

recuperação nas exportações

indianas devem preencher a

lacuna esperada anteriormente

para a oferta durante a

temporada. O cenário reforça

a importância da fixação dos

preços futuros do açúcar em

reais, dizem os analistas, especialmente

por causa da valorização

do dólar ante a moeda

brasileira.

mas que a Amyris produz a

partir da cana através de um

processo próprio patenteado

de fermentação. O produto é

usado hoje na indústria cosmética,

mas no caso da vacina

será usado como adjuvante

imunológico. Os adjuvantes

servem para fortalecer a resposta

imune das vacinas e permitem

que elas sejam produzidas.

A precipitação pluviométrica no

primeiro trimestre da safra

2020/21 se manteve abaixo do

patamar histórico. No acumulado

desde o início da safra até

o final de junho, o volume de

chuvas ficou 40% inferior à média

histórica, apontam dados do

Cana Zoom, relatório produzido

pela União da Indústria da

Cana-de-açúcar (UNICA), em

parceria com o Centro de Tecnologia

Canavieira (CTC), o Sistema

TEMPOCAMPO e o Laboratório

Integrado de Análise de

Dados em Agronegócio e Bioenergia

(LINEAR). As lavouras de

São Paulo e Minas Gerais foram

as mais afetadas pelo reduzido

volume de chuvas, com precipitação

acumulada apresentando

retração de 50% na comparação

com a média histórica.

A condição climática estimulou

a concentração de açúcares na

planta

Desde o dia 3 de agosto, a gasolina

vendida no Brasil segue

novas especificações definidas

pela Agência Nacional do Petróleo

(ANP), que regula o setor. Na

prática, o combustível tem melhor

qualidade e deixa os carros

mais eficientes - reduzindo o

consumo de combustível e as

emissões de poluentes. Especialistas

dizem que redução no

consumo pode chegar a 4%,

compensando o preço mais alto.

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Jornal Paraná

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