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Revista Coamo Edição de Setembro de 2020

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ENTREVISTA: NERY JOSÉ THOMÉ<br />

“NOSSA MISSÃO É AGREGAR AS BANDEIRAS DO SETOR E FAZER O<br />

LOBBY POLÍTICO PARA DEFENDER OS INTERESSES DOS PRODUTORES.<br />

<strong>de</strong>rna com imensas áreas produtivas<br />

que estão matando a fome do mundo.<br />

O Nelsinho foi um abnegado<br />

que tinha esta visão do todo e agia<br />

para <strong>de</strong>fesa do nosso setor. Deixou<br />

sauda<strong>de</strong>s. Se não fossem as ações<br />

das entida<strong>de</strong>s organizadas, não teríamos<br />

as políticas agrícolas <strong>de</strong> Crédito<br />

Rural, Seguro Rural e Proagro,<br />

Código Florestal, e os programas<br />

Descomplica Rural, Paraná Área livre<br />

<strong>de</strong> vacinação contra aftosa, isenção<br />

dos 29% <strong>de</strong> ICMS para ativida<strong>de</strong> rural,<br />

tarifa rural noturna, o Marco Regulatório<br />

do Biogás; a isenção no Paraná<br />

em 2016 da cobrança pelo uso<br />

da água na produção agropecuária.<br />

Ainda na área fundiária a questão<br />

<strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong>marcatórios<br />

<strong>de</strong> terras indígenas no Oeste (Guaíra<br />

e vizinhança) on<strong>de</strong> a Faep investiu<br />

milhões em honorários advocatícios<br />

que finalmente suspen<strong>de</strong>ram procedimentos<br />

<strong>de</strong>marcatórios em terras<br />

ditas pelas ONG's como indígenas,<br />

paralisando uma ação que po<strong>de</strong>ria<br />

pôr em risco a proprieda<strong>de</strong> das terras<br />

até em nossa região.<br />

RC: Como está a ativida<strong>de</strong> agropecuária<br />

atualmente?<br />

Nery: Estamos atravessando um momento<br />

<strong>de</strong> calmaria no setor ante tantos<br />

<strong>de</strong>safios das últimas décadas. Os<br />

últimos anos, apesar <strong>de</strong> vários comprometimentos<br />

<strong>de</strong> safra motivados<br />

por questões climáticas, trouxeram<br />

no geral bons preços e garantia <strong>de</strong><br />

uma margem mínima na ativida<strong>de</strong>.<br />

Rendimentos que foram utilizados<br />

em tecnologia, compra <strong>de</strong> equipamentos,<br />

infraestrutura e investimentos<br />

nos solos nas proprieda<strong>de</strong>s. Se<br />

por um lado, temos até uma calmaria<br />

nas proprieda<strong>de</strong>s pelo bom momento,<br />

por outro lado, é momento <strong>de</strong><br />

estarmos atentos as mudanças que<br />

estão acontecendo na área legislativa<br />

nacional. Como o agro é o único<br />

setor que apresenta crescimento<br />

sustentado no Brasil, neste momento<br />

é <strong>de</strong> se esperar que a classe política<br />

queira tapar o buraco <strong>de</strong> suas contas<br />

na Reforma Tributária jogando a conta<br />

<strong>de</strong> sua ineficiência e incompetência<br />

em gerir os recursos, nas costas<br />

do produtor rural, das cooperativas<br />

e empresas ligadas ao agro.<br />

RC: O setor agrícola é muito forte<br />

para a maioria das cida<strong>de</strong>s. Como<br />

observa isso?<br />

Nery: O município <strong>de</strong> Campo Mourão,<br />

por exemplo, não tem a maior<br />

área agrícola da sua região <strong>de</strong>vido<br />

ao <strong>de</strong>smembramento <strong>de</strong> Luiziana e<br />

Farol, na década <strong>de</strong> 1980. Contudo,<br />

por ser a se<strong>de</strong> da microrregião da<br />

Comcam, polariza toda esta vasta região.<br />

O agro gera riqueza. A riqueza<br />

é gerada na terra com sua produção<br />

ou em indústrias, beneficiando os<br />

frutos da terra. O<br />

comércio e serviços<br />

orbitam a<br />

partir da geração<br />

da riqueza criada<br />

pelos agropecuaristas.<br />

Se não houver<br />

produção <strong>de</strong><br />

grãos, <strong>de</strong> carne,<br />

leite, não haverá<br />

indústria e nem dinheiro<br />

circulando<br />

nas cida<strong>de</strong>s, e nas<br />

áreas <strong>de</strong> serviços,<br />

educação e médica.<br />

Se não houvesse<br />

agricultura em nossa região seriamos<br />

uma região pobre.<br />

RC: Qual a imagem do agronegócio<br />

atualmente? O senhor acredita que<br />

o agronegócio se comunica como<br />

<strong>de</strong>veria com a socieda<strong>de</strong>?<br />

Nery: Nossa imagem tem melhorado<br />

junto às li<strong>de</strong>ranças políticas<br />

e empresariais, pois elas têm mais<br />

percepção <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é gerada a riqueza<br />

para nossa região, Estado e<br />

país. Contudo, estamos per<strong>de</strong>ndo a<br />

guerra da comunicação com os jovens<br />

e comunida<strong>de</strong>s urbanas, que<br />

são influenciadas pelas re<strong>de</strong>s sociais<br />

on<strong>de</strong> circulam fake news <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m.<br />

Existem entida<strong>de</strong>s patrocinadas<br />

por agropecuaristas <strong>de</strong> outros<br />

países que disputam mercado com<br />

as commodities brasileiras, que tentam<br />

pegar casos pontuais e isolados,<br />

e macular a imagem do agronegócio<br />

como um todo. O Paraná, por exemplo,<br />

é um case <strong>de</strong> sucesso na área <strong>de</strong><br />

preservação ambiental, <strong>de</strong> florestas,<br />

nascentes. Nossos produtores são os<br />

maiores preservadores das nascen-<br />

Nery José Thomé, presi<strong>de</strong>nte do Sindicato Rural <strong>de</strong> Campo Mourão<br />

12 REVISTA<br />

<strong>Setembro</strong>/<strong>2020</strong>

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