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CHEF
quanto é importante o convívio familiar.
A seguir, o apresentador fala sobre seus
points preferidos no Estado natal, a rotina
em família e suas outras paixões, além da
culinária.
– Como se deu a evolução da carreira
de ator até chegar a um programa de
gastronomia?
Foto: Arquivo
Rodrigo – Tenho essa coisa inquieta,
né? Estava lá fazendo novela, tudo
certo, tranquilo, contratado pela Globo,
maravilhoso, estava em Fina Estampa e
tinham me chamado para outra novela.
Esse projeto aconteceu de surpresa.
Sempre cozinhei, desde moleque. Minha
mãe trabalhava fora e tinha que alimentar a
família. Chegava em casa da aula (Suzete
era professora e lecionava em três turnos),
preparava a comida, deixava pré-pronta.
No dia seguinte, eu ou meu irmão tínhamos
que finalizar a comida.
Como eu era mais novo e ele mandava em
mim, sobrava para mim. Aí aprendi muita
coisa. Em São Paulo eu cozinhava muito
para a galera. Quando eu e a Fernanda
ficamos juntos, também sempre cozinhei
para nós. Um dia eu estava fazendo uma
galinha ensopada com macarronada e
salada de batata, que é meu prato predileto
e até hoje tem isso todos os domingos
na casa da minha mãe, Fernanda tinha
chamado uma amiga dela para gravar, era
a diretora e produtora Gisele Matta.
Ela chegou lá em casa, a gente começou
a brincar, zoar, ela pegou uma escada,
amarrou uma câmera em cima e com
outra na mão andava atrás de mim, eu ali
fazendo almoço. Ela editou o vídeo, botou
música, ficou muito maneiro. A Gi mandou
para um amigo no GNT, o canal adorou e
foi assim que começou. Fizemos a primeira
temporada no Sul, ela foi a diretora. Aí
teve uma história trágica. Gisele estava
saindo aqui de casa um dia (em abril de
2013) e foi atropelada (estava de bicicleta)
na esquina e morreu. Foi o maior baque
na nossa vida, uma pessoa maravilhosa, e
nem chegou a ver o sucesso do programa.
Ela que me descobriu. Porque desde que
as crianças nasceram, a gente não tinha
empregada de noite, aos finais de semana,
e aí, como é que faz? Não gosto de sair,
então era tudo comigo, inventava pratos
e mais pratos. Eu mexo com a Fernanda
dizendo que ela voltou a comer muito bem
comigo, eu provoco, ela diz “você tá louco,
você acha que eu não comia?”, brincando.
Sem falar que ela era vegetariana até a
gravidez. Quando voltou a comer churrasco,
eu comemorei, “ô, que beleza”, era todo
final de semana.
– Você fala muito da qualidade de vida
das pessoas no interior. Isso se deve à
sua criação?
Rodrigo – Sim, acho que tem muito isso
em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul
mesmo. Pergunta para essas pessoas se
elas querem sair destes lugares e ir para
cidades grandes. Não, hoje as pessoas
querem ficar lá, manter a vida que têm. Cada
vez mais estou me interiorizando, cada vez
mais voltando para as minhas raízes, tenho
meu sitiozinho (em Teresópolis), minha
plantação, vivo na cidade grande porque,
óbvio, gosto, sou apaixonado pelo Rio de
Janeiro, meu escritório é aqui. Mas é muito
importante na vida de uma pessoa.
Agora no verão levei as crianças para a
casa da minha tia, em Ipuã, uma praia de
Laguna que fica do lado do Farol de Santa
Marta. Ficamos 15 dias ali, foi muito legal
para repor as energias. Olhava para meus
filhos correndo no chão de terra, brincando
até tarde da noite, sem eu estar preocupado,
sem ficar olhando, na rua de casa, com
outras crianças na praia, jogando bola
na estrada, os carros que vinham tinham
REVISTA CARIOCAS - 11