01.10.2020 Views

Revista Cariocas Outubro Novembro 2020

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CHEF

quanto é importante o convívio familiar.

A seguir, o apresentador fala sobre seus

points preferidos no Estado natal, a rotina

em família e suas outras paixões, além da

culinária.

– Como se deu a evolução da carreira

de ator até chegar a um programa de

gastronomia?

Foto: Arquivo

Rodrigo – Tenho essa coisa inquieta,

né? Estava lá fazendo novela, tudo

certo, tranquilo, contratado pela Globo,

maravilhoso, estava em Fina Estampa e

tinham me chamado para outra novela.

Esse projeto aconteceu de surpresa.

Sempre cozinhei, desde moleque. Minha

mãe trabalhava fora e tinha que alimentar a

família. Chegava em casa da aula (Suzete

era professora e lecionava em três turnos),

preparava a comida, deixava pré-pronta.

No dia seguinte, eu ou meu irmão tínhamos

que finalizar a comida.

Como eu era mais novo e ele mandava em

mim, sobrava para mim. Aí aprendi muita

coisa. Em São Paulo eu cozinhava muito

para a galera. Quando eu e a Fernanda

ficamos juntos, também sempre cozinhei

para nós. Um dia eu estava fazendo uma

galinha ensopada com macarronada e

salada de batata, que é meu prato predileto

e até hoje tem isso todos os domingos

na casa da minha mãe, Fernanda tinha

chamado uma amiga dela para gravar, era

a diretora e produtora Gisele Matta.

Ela chegou lá em casa, a gente começou

a brincar, zoar, ela pegou uma escada,

amarrou uma câmera em cima e com

outra na mão andava atrás de mim, eu ali

fazendo almoço. Ela editou o vídeo, botou

música, ficou muito maneiro. A Gi mandou

para um amigo no GNT, o canal adorou e

foi assim que começou. Fizemos a primeira

temporada no Sul, ela foi a diretora. Aí

teve uma história trágica. Gisele estava

saindo aqui de casa um dia (em abril de

2013) e foi atropelada (estava de bicicleta)

na esquina e morreu. Foi o maior baque

na nossa vida, uma pessoa maravilhosa, e

nem chegou a ver o sucesso do programa.

Ela que me descobriu. Porque desde que

as crianças nasceram, a gente não tinha

empregada de noite, aos finais de semana,

e aí, como é que faz? Não gosto de sair,

então era tudo comigo, inventava pratos

e mais pratos. Eu mexo com a Fernanda

dizendo que ela voltou a comer muito bem

comigo, eu provoco, ela diz “você tá louco,

você acha que eu não comia?”, brincando.

Sem falar que ela era vegetariana até a

gravidez. Quando voltou a comer churrasco,

eu comemorei, “ô, que beleza”, era todo

final de semana.

– Você fala muito da qualidade de vida

das pessoas no interior. Isso se deve à

sua criação?

Rodrigo – Sim, acho que tem muito isso

em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul

mesmo. Pergunta para essas pessoas se

elas querem sair destes lugares e ir para

cidades grandes. Não, hoje as pessoas

querem ficar lá, manter a vida que têm. Cada

vez mais estou me interiorizando, cada vez

mais voltando para as minhas raízes, tenho

meu sitiozinho (em Teresópolis), minha

plantação, vivo na cidade grande porque,

óbvio, gosto, sou apaixonado pelo Rio de

Janeiro, meu escritório é aqui. Mas é muito

importante na vida de uma pessoa.

Agora no verão levei as crianças para a

casa da minha tia, em Ipuã, uma praia de

Laguna que fica do lado do Farol de Santa

Marta. Ficamos 15 dias ali, foi muito legal

para repor as energias. Olhava para meus

filhos correndo no chão de terra, brincando

até tarde da noite, sem eu estar preocupado,

sem ficar olhando, na rua de casa, com

outras crianças na praia, jogando bola

na estrada, os carros que vinham tinham

REVISTA CARIOCAS - 11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!